28
PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS TAXA PAGA NOVEMBRO › DEZEMBRO 2009 | ANO 52 | Nº189 | 1(IVA INCLUIDO) Fundado em 1957 por João da Silva Pimenta CULTURA » 23 Tatiana Costa é Dama de Honor Tatiana Costa, da freguesia de Pontével, foi eleita 1.ª Dama de Honor da Rainha das Vindimas 2009. A vencedora foi Ana Fili- pa Campos, de Vale da Pedra. A Ereira conquistou o título de 2.ª Dama de Honor. Assalto à Farmácia Areosa em Pontével A Farmácia Areosa foi assaltada no dia 27 de Outubro. Um indi- víduo parou o carro em frente à farmácia e entrou armado com uma caçadeira de canos serra- dos. Em Pontével vive-se um cli- ma de insegurança ANUNCIE AQUI [email protected] tlm.: 926 026 197 tlf.: 243 770 572 FREGUESIA » 4 José António Sobreira quer maior participação cívica CONCELHO » 5 Centro de Dia em Vila Chã de Ourique Os idosos da freguesia de Vi- la Chã de Ourique têm, desde dia 1 de Novembro, um espa- ço moderno e mais condigno onde passarem os seus dias. O novo Centro de Dia começou a ser projectado há oito anos. Restauro dos altares frontais da Igreja Matriz Os dois altares frontais da Igreja Matriz de Pontével começaram a ser restaurados há cerca de um mês. A Igreja tem vindo a ser alvo de beneficiações nos últimos anos e o próximo objectivo é o altar em talha dourada da capela-mor. P.24 NATAL Há cozinhas em que pratos e doces tradicionais são preparados da mesma forma há anos. É no Natal que a mesa mais se completa. José António Sobreira é o novo presidente da Junta de Freguesia e Fernando Amorim assume a presidência da Assembleia. O exe- cutivo fica constituído pelos vogais Domin- gos Bento (tesoureiro) e Ana Sofia Amen- doeira (secretária). José António Sobreira considerou que o caminho que se irá traçar durante estes quatro anos “não será fácil” e pediu aos elementos da Assembleia “que esqueçam a camisola política e partidária lá fora e vamos trabalhar todos juntos em prol da freguesia”. Aos munícipes, o novo pre- sidente apelou para que “tragam os vossos problemas até nós, não só as críticas, mas também soluções. A freguesia só poderá rei- vindicar mais se a população se aliar aos autarcas e se interessar pelos problemas”, reforçou. Durante os próximos quatro anos, José António Sobreira pretende dar conti- nuidade aos projectos assumidos nos ante- riores mandatos e desenvolver "pequenas intervenções no espaço urbano, que benefi- ciem directamente os pontevelenses". Caminhada a favor da nova creche de Pontével Cerca de 130 pessoas responderam ao convite do Centro Paroquial e de Bem- Estar Social de Pontével e “caminharam a favor da construção da creche”. No dia 7 de Dezembro realiza-se mais uma ini- ciativa de angariação de receitas. P.7 Festas de Pontével com saldo "bastante positivo" Os Quarentões 2009 estão satisfeitos com a organização daquele que é considerado o maior evento da freguesia – as Festas em Honra de Nossa Senhora do Desterro. O resultado é positivo, tanto nas experi- ências como em termos financeiros. Uma semana após a festa, os Quarentões já ti- nham liquidado todas as suas despesas, à excepção do pagamento da água. P.22 FREGUESIA » 2 PROTAGONISTA » 8 MOACIR DE SA PEREIRA (www.flickr.com/people/moacirdsp) TEMA » 16

A Voz de Pontével / N.º189 / Nov-Dez 2009

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Jornal "A Voz de Pontével", edição Novembro/Dezembro de 2009.

Citation preview

Page 1: A Voz de Pontével / N.º189 / Nov-Dez  2009

PUBLICAÇÕES PERIÓDICASTAXA PAGA

Novembro › dezembro 2009 | ANo 52 | Nº189 | 1€ (iva incluido) Fundado em 1957 por João da Silva Pimenta

Cultura » 23

Tatiana Costa é Dama de HonorTatiana Costa, da freguesia de Pontével, foi eleita 1.ª Dama de Honor da Rainha das Vindimas 2009. A vencedora foi Ana Fili-pa Campos, de Vale da Pedra. A Ereira conquistou o título de 2.ª Dama de Honor.

Assalto à Farmácia Areosa em PontévelA Farmácia Areosa foi assaltada no dia 27 de Outubro. Um indi-víduo parou o carro em frente à farmácia e entrou armado com uma caçadeira de canos serra-dos. Em Pontével vive-se um cli-ma de insegurança

Anuncie Aqui

[email protected].: 926 026 197tlf.: 243 770 572

freguesia » 4

José António Sobreira quer maior participação cívica

ConCelho » 5

Centro de Dia em Vila Chã de OuriqueOs idosos da freguesia de Vi-la Chã de Ourique têm, desde dia 1 de Novembro, um espa-ço moderno e mais condigno onde passarem os seus dias. O novo Centro de Dia começou a ser projectado há oito anos.

Restauro dos altares frontais da Igreja Matriz

Os dois altares frontais da Igreja Matriz de Pontével começaram a ser restaurados há cerca de um mês. A Igreja tem vindo a ser alvo de beneficiações nos últimos anos e o próximo objectivo é o altar em talha dourada da capela-mor. P.24

NATAL Há cozinhas em que pratos e doces tradicionais são preparados da mesma forma há anos. É no Natal que a mesa mais se completa.

José António Sobreira é o novo presidente da Junta de Freguesia e Fernando Amorim assume a presidência da Assembleia. O exe-cutivo fica constituído pelos vogais Domin-gos Bento (tesoureiro) e Ana Sofia Amen-doeira (secretária). José António Sobreira considerou que o caminho que se irá traçar durante estes quatro anos “não será fácil”

e pediu aos elementos da Assembleia “que esqueçam a camisola política e partidária lá fora e vamos trabalhar todos juntos em prol da freguesia”. Aos munícipes, o novo pre-sidente apelou para que “tragam os vossos problemas até nós, não só as críticas, mas também soluções. A freguesia só poderá rei-vindicar mais se a população se aliar aos

autarcas e se interessar pelos problemas”, reforçou. Durante os próximos quatro anos, José António Sobreira pretende dar conti-nuidade aos projectos assumidos nos ante-riores mandatos e desenvolver "pequenas intervenções no espaço urbano, que benefi-ciem directamente os pontevelenses".

Caminhada a favor da nova creche de Pontével

Cerca de 130 pessoas responderam ao convite do Centro Paroquial e de Bem-Estar Social de Pontével e “caminharam a favor da construção da creche”. No dia 7 de Dezembro realiza-se mais uma ini-ciativa de angariação de receitas. P.7

Festas de Pontével com saldo "bastante positivo"Os Quarentões 2009 estão satisfeitos com a organização daquele que é considerado o maior evento da freguesia – as Festas em Honra de Nossa Senhora do Desterro. O resultado é positivo, tanto nas experi-ências como em termos financeiros. Uma semana após a festa, os Quarentões já ti-nham liquidado todas as suas despesas, à excepção do pagamento da água. P.22

freguesia » 2 Protagonista » 8

Mo

ac

ir d

e S

a P

er

eir

a (w

ww

.flic

kr.c

om/p

eop

le/m

oaci

rdsp

)

tema » 16

Page 2: A Voz de Pontével / N.º189 / Nov-Dez  2009

a Voz de Pontével2 novembro ∙ dezembro ∙ 2009

Propriedade e Edição associação rio da Fonte Directora Maria Zelinda

Pêgo Director-adjunto Francisco alves Editora de conteúdos ana Fernan-

des Revisão antónio Filipe rato, Leonor oliveira Redacção ana Fernandes,

antónio Filipe rato, Leonor oliveira, Paulo Lino, Zelinda Pêgo Design e pagina-

ção Sandro Funina Fotografia ana Fernandes, Sandro Funina Colaboração

Mário Silva Impressão FiG - Fotocomposição indústrias Gráficas, Sa Sede as-

sociação rio da Fonte, Mercado Municipal, loja 12, 2070-426 Pontével; Telem.

926026197 Tel. 243770572 email [email protected]; Ass. anual 6 eur.

(iVa incl.) Preço avulso 1 eur. (iVa incl.) Periodicidade Bimestral Tiragem

média 1000 ex. Depósito legal nº 138872/99 Contribuinte nº 507292391

Pontos de venda Pontével: Papelaria artes e Letras,

Papelaria Palmira e Ponto Fresco Cartaxo: Papelaria clip e

Marques Vital Casais dos Lagartos: Papelaria imaginário

Casais da Amendoeira: churrasqueira casal Velho

abertura

Editorial

Sócio da AIND Nº P143

Fundado em 1957 por João da Silva Pimenta

assinatura anual Sim, desejo assinar o jornal A Voz de Pontével por 1 ano e receber na morada abaixo indicada 6 jornais pelo preço de 6€.

Nome

Morada

Código Postal –

Tel./Telemóvel E-mail

Pagamento por Cheque, à ordem de Associação Rio da Fonte.

Pagamento por Vale Postal dos CTT |

Preencha devidamente este cupão, recorte ou fotocopie, e envie junto com o pagamento para a seguinte morada: Associação Rio da Fonte, Mercado Municipal, loja 12, 2070-426 Pontével.Em caso de dúvida, por favor contacte-nos: 243 770 572 / 926 026 197

Transferência bancáriaNIB: 0045 5151 40204383985 58

maria zelinda Pêgo Cá se vai andando... Faça-nos chegar fotografias de pequenas situações a corrigir na freguesia de Pontével.

Tecnologias por Paulo Lino

Electricidade WirelessEm 1893 Nikola Tesla conseguiu transmitir

energia para uma lâmpada, sem qualquer cabo conector. A experiência de Tesla deveria ter sido um marco científico com consequências na vida quotidiana, contudo, acabou por se perder nos confins da história.

Felizmente, em 2005 um grupo de físicos do Mas-sachusetts Institute of Technology (MIT) recriou a mesma experiência que Tesla havia efectuado, uti-lizando apenas campos magnéticos para transmitir electricidade através de um emissor ligado à toma-da e um receptor incorporado no objecto.

Esta tecnologia poderá ser lançada para o mer-cado num futuro muito breve, visto que o mes-mo grupo de físicos do MIT criou em 2007 a em-presa Witricity e já tem no seu catálogo vários protótipos que permitem alimentar e recarregar objectos electrónicos sem utilizar cabos.

Imagine colocar o seu plasma onde quiser sem ter os cabos de alimentação à vista ou então re-carregar o seu telemóvel sem andar à procura do carregador ou inclusive o seu carro (se for híbri-do ou eléctrico) sem recorrer a cabos.Links:www.witricity.comwww.ted.com/talks/eric_giler_demos_wireless_electricity.html

APELO AOS ASSINANTES E ANUNCIANTES Apela-se a todos os assinantes e anunciantes que paguem as assinaturas e a publicidade, a fim de viabilizarem a continuidade do nosso jornal. A Direcção

diZer adeus…

“adeus” é uma expressão comum no nosso dia-a-dia. diz-se adeus aos bancos da escola, diz-se adeus ao átrio da faculdade, diz-se adeus ao nosso emprego, diz-se adeus a tanta coisa… e diz-se também adeus aos nossos entes queridos quando partem para a viagem final.o dizer adeus é sempre um corte, é sempre uma separação, é um “terminus” de qualquer coisa que teve o seu início, rodeado de esperanças.Se nalgumas circunstâncias o dizer adeus poderá traduzir-se numa ponte entre um passado e a expectativa de um mundo me-lhor, repleto de felicidade, certo é que, regra geral, o dizer adeus é sempre acompanhado de alguma nostalgia, tal como exprime a velha quadra:

dizer adeus a sorrirnão quer dizer alegriaos lábios podem mentire a alma ficar vazia!...

60% ou mais?É lamentável que 60% da freguesia não goze de sanea-mento básico, mas o que se dirá quando a outra parte, que tecnicamente goza de tal benesse, não a tem em condi-ções? Em frente à Quinta do Anjo, há uma pequena esta-ção elevatória que está avariada e a água sai turva para o rio, com espuma e mau cheiro.

Sorrateiramente a dar nas vistasTudo parece um bocado improvisado e… "provisório". Mas já lá está há algum tempinho e não se sabe bem a fazer o quê. A montante da ponte vê-se um cano que vem do lado direito e drena para dento de uma caixa de esgoto que está debaixo da ponte. O que é que o cano transporta? – será um esgoto particular? Águas pluviais não serão, certamente!

Arranca, não arranca, arranca…Quem passava pelo Casal Branco em finais de Setembro bem via que as obras pareciam arrancar a toda a força. Mas parece que "foi sol de pouca dura”, pois logo em meados de Outubro já não haviam máquinas no terreno. Houve eleições a 11 de Outubro – estará uma coisa relacionada com a outra?

Page 3: A Voz de Pontével / N.º189 / Nov-Dez  2009

a Voz de Pontével 3novembro ∙ dezembro ∙ 2009

fr

eg

ue

sia

Eleições criam mudanças na freguesia de PontévelAs eleições autárquicas de 11 de Outubro provocaram mudanças na freguesia de Pontével. A força política mais votada foi o PS, com 45,3% dos votos, seguindo-se o PSD, que conquistou 25,44%. A CDU conseguiu 15,61% e o BE 9,3%. Com estes resultados, o PS elegeu cinco mandatos, menos dois que em 2005. O PSD duplicou a sua representação, elegendo dois mandatos, a CDU manteve o seu deputado e o BE conquistou um mandato. Comparativamente a 2005, o PS teve nestas eleições menos cerca de 20% de votos. O PSD subiu de 15,34% para 25,44%.

novos eleitos tomaram Posse no dia 23 de outubro

Presidentes da Junta e da Assembleia apelam à participação cívica e autárquica

»

J osé António Sobreira é o novo presidente da Junta de Fregue-sia e Fernando Amorim assume a presidência da Assembleia. O

executivo fica constituído pelos vogais Domingos Bento (tesoureiro) e Ana Sofia Amendoeira (secretária).

Na Assembleia, Fernando Amorim terá como 1.º secretário Ana Luís e 2.º secretário António Rodrigues Fer-nandes. Foram ainda empossados pelo PS, no dia 23 de Outubro, Marta Cam-pino e Mário Silva, que substituiu Ana Luís, que não esteve presente por mo-tivos profissionais, mas que garantiu por carta assumir os cargos que lhe forem conferidos. Pedro Reis e Nuno Firmino foram eleitos pelo PSD e José Batista pela CDU. Bárbara Butzberger foi eleita pelo BE, mas não marcou presença nesta tomada de posse.

Os novos eleitos tomaram posse pe-rante uma assistência de que não há memória. A afluência de público foi, inclusivamente, enaltecida por Fer-nando Amorim, que lançou o repto à população para participar mais nas Assembleias de Freguesia. “Fico con-tente por ver esta sala cheia e tudo fa-rei para que estas pessoas voltem aqui. Durante estes oito anos faltou ver-vos mais vezes aqui, a reivindicarem mais pela nossa freguesia”, referiu.

José António Sobreira considerou que o caminho que se irá traçar duran-te estes quatro anos “não será fácil” e pediu aos elementos da Assembleia “que esqueçam a camisola política e partidária lá fora e vamos trabalhar to-dos juntos em prol da freguesia”. Aos munícipes, o novo presidente apelou para que “tragam os vossos problemas até nós, não só as críticas, mas tam-bém soluções. A freguesia só poderá reivindicar mais se a população se aliar aos autarcas e se interessar pelos problemas”, acrescentou.

Em jeito de balanço, Fernando Mar-tins, presidente cessante da Assem-bleia, considerou a actividade desen-volvida durante estes quatro anos “gratificante, que me fez aprender e conhecer melhor as pessoas em parti-cular e Pontével em geral. Foi uma boa oportunidade”, revelou.

Fernando Amorim demonstrou que-rer começar imediatamente a trabalhar e propôs, logo nesta primeira sessão, a criação de uma comissão para a altera-ção do Regimento da Assembleia, cujo grupo de trabalho deverá apresentar uma proposta já na próxima sessão. A todos os elementos distribuiu in-formação em suporte digital, estando prevista para breve uma reunião desta comissão de trabalho.

Fernando Amorim avançou ainda que é seu objectivo realizar Assem-bleias de Freguesia descentralizadas pelos diferentes lugares. “Se as pesso-as não têm vindo até aqui, vamos nós ao encontro delas”, referiu.

Como principais prioridades para este mandato, José António Sobreira aponta a concretização de ambições antigas, como o saneamento básico. Resolver “os pequenos problemas que afectam o dia-a-dia dos pontevelenses, porque são estes que muitas vezes tra-zem bem-estar e qualidade de vida à população” é também um dos grandes objectivos do autarca. •

a freguesia só poderá reivindicar mais se a população se aliar aos autarcas e se interessar pelos problemas.José antónio Sobreira

Page 4: A Voz de Pontével / N.º189 / Nov-Dez  2009

a Voz de Pontével4 novembro ∙ dezembro ∙ 2009

freguesia

AprovAção do plAno de pormenor demorou sete Anos

Infra-estruturação e definição de lotes no Casal Branco

»

Após a aprovação do Plano de Pormenor da Zona de Activida-de Económica do Casal Branco – Pontével (ZAE), foi efectuado o lançamento do concurso para as infra-estruturas básicas desta área empresarial – definição dos lotes públicos (6) e privados (30).

As obras de infra-estruturação da ZAE arrancaram no início de Outubro, estando previsto um investimento inicial de cerca de 150 mil euros, a ser efectuado pela firma local Gecolix. Entre-tanto, depois de efectuadas algu-mas terraplanagens, os trabalhos foram interrompidos por ocasião das eleições autárquicas.

A definição dos lotes “será fundamental para a venda dos restantes lotes públicos (5) que será feita de imediato, uma vez que os seis lotes privados estão a ser comercializados pelo antigo proprietário do terreno conforme

acordado, e toda a restante área (cerca de 5,2 ha) estão afectos à empresa Avipronto, que reitera o grande investimento que tem para aquela zona de Actividade Económica”, anunciou a Câmara Municipal, em comunicado.

A aprovação do Plano de Por-menor demorou sete anos nas entidades competentes da Admi-nistração Central. O presidente da Câmara considerou que “este ar-ranque da obra é exemplo de que, apesar das dificuldades e adversi-dades por que passámos, é mui-to positivo saber que vale a pena acreditar e lutar até ao fim por projectos que vão trazer maiores possibilidades de empregabilida-de para os cartaxeiros. O emprego no concelho tem de ser uma área de trabalho prioritária na Câmara, a atracção de novas empresas pa-ra o Cartaxo é condição para o de-senvolvimento do concelho”. •

InformátIcA e AnImAção sócIo-culturAl

Junta recebe dois estagiários do PEPAL

»

A população de Pontével ficou sentida com o falecimento do Padre Joaquim Pinto de Brito, que serviu a Paróquia de Pontével durante cer-ca de 30 anos e, entre outros feitos, foi o fundador do Centro Paroquial e de Bem Estar Social.

Padre Joaquim Pinto de Brito nasceu a 13 de Maio de 1921, na freguesia de Inguias, concelho de Belmonte, distrito de Castelo Branco, Diocese da Guarda, e fa-leceu no dia 23 de Setembro. Foi ordenado presbítero em 15 de Ju-lho de 1945, na Diocese da Guar-da, ficando ao serviço da mesma. Em Novembro de 1981 passou para a Diocese de Santarém, on-de foi pároco de Chancelaria, Paialvo, Pontével e Lapa.

Por razões de saúde, encon-trava-se dispensado de trabalhos

pastorais. Uma queda terá agra-vado o seu estado e condiciona-do a sua reabilitação. Quem com ele contactou classifica-o de ho-mem alegre, amigo dos colegas sacerdotes, que deixa um teste-munho de dedicação à missão e disponibilidade para aceitar as condicionantes da própria vida e

idade. Apesar das limitações, nos últimos tempos, procurava, mes-mo assim, estar presente nas reu-niões do clero e de vigararia.

“Era uma pessoa com caracte-rísticas muito próprias, fruto, em parte, da formação da escola da sua altura. Naturalmente, não era uma pessoa com a abertura dos padres formados actualmente, mas era uma pessoa que sempre se dedicou muito à sua paróquia, com muito entusiasmo e alguma intervenção. Era uma pessoa que se implicava muito na sua paró-quia e, nesta fase final, mesmo com um idade mais avançada, continuava a colaborar activa-mente, com uma preocupação muito grande em servir”, revelou Ana Maria Oliveira, da Paróquia de Pontével. •

Durante um ano, a Junta de Freguesia de Pontével vai poder contar com a colaboração de dois novos profissionais, recém-for-mados, das áreas de Animação Sócio-Cultural e Informática. Os jovens candidataram-se no âmbi-to do PEPAL – Programa de Es-tágios Profissionais da Adminis-tração Local e vão trabalhar na Junta de Freguesia durante um ano, a partir de Novembro.

O informático vai ter pela fren-te o trabalho que envolve o bom

funcionamento dos equipamen-tos, assim como dar o seu con-tributo na implementação dos novos procedimentos de moder-nização administrativa e desen-volvimento das novas platafor-mas electrónicas que a Junta de Freguesia está a lançar.

A estagiária de Animação Só-cio-Cultural vai colaborar com as colectividades e dar apoio à or-ganização das diferentes activi-dades promovidas pela Junta de Freguesia. •

pároco fAleceu A 23 de setembro

Padre Joaquim Brito esteve 30 anos ao serviço da Paróquia de Pontével

»

clImA de InsegurAnçA AumentA

Homem armado assalta Farmácia Areosa

»

No dia 27 de Outubro, às 15h30, a Farmácia Areosa, situa-da no centro da vila de Pontével, foi assaltada. Um indivíduo pa-rou o carro em contra mão, mes-mo à frente da farmácia, e en-trou armado com uma caçadeira de canos serrados.

O assaltante entrou precisa-mente no momento em que uma senhora acabava de sair, encon-trando-se a zona de atendimento vazia – as funcionárias não se en-contravam ao balcão. “O assaltan-te entrou pela farmácia adentro à procura de alguém. Dizia que não queria magoar ninguém, mas que não estava a brincar, abrindo a arma e mostrando que estava car-regada. Depois pediu o dinheiro da gaveta da máquina registadora e levou-o, questionando se não havia mais. Saiu apontando a ar-ma e a pedir para não chamarem as autoridades”, descreveu Ana Maria Oliveira, directora técnica da farmácia.

O assaltante vinha de óculos escuros, boné na cabeça e vesti-do de preto. Depois do assalto, arrancou com o carro, a grande velocidade, não fazendo estragos no interior da farmácia. “O assal-to foi rápido, demorou só o tem-po para despejar a caixa regista-dora”, acrescentou a proprietária da farmácia, não querendo reve-

lar o prejuízo, por indicação das autoridades, que se encontram a investigar o caso.

A Farmácia Areosa nunca tinha sido alvo de um assalto. Neste mo-mento, Ana Maria Oliveira revela que o sentimento de insegurança aumentou, no entanto, não acha necessário tomar mais providên-cias, “dado este tipo de situações são completamente inevitáveis”.

O assalto continua ainda mui-to presente entre os técnicos da farmácia, “cada vez que vemos um carro a parar ficamos logo de alerta”, acrescenta.

A farmácia possui um dispositivo de alerta, contudo o assaltante pediu imediatamente para que as funcio-nárias colocassem as mãos visíveis. As funcionárias seguiram as instru-ções, evitando correr riscos. •

Page 5: A Voz de Pontével / N.º189 / Nov-Dez  2009

a Voz de Pontével 5novembro ∙ dezembro ∙ 2009

co

nc

elh

o

Os idosos da freguesia de Vila Chã de Ourique têm, desde dia 1 de No-vembro, um espaço moderno e mais condigno onde passarem os seus dias. O novo Centro de Dia, que representa-va uma ambição antiga da população, começou a ser projectado há oito anos e tornou-se agora uma realidade.

A inauguração deste novo equipa-mento foi um momento de grandes emoções, sobretudo para aqueles que estiveram envolvidos no projecto, e contou com a presença de muitos

ouriquenses, especialmente idosos, que quiseram assistir a este “acto memorável” e conhecer em primeira mão o edifício, com capacidade pa-ra uma centena de utentes e que se-rá gerido pela Associação Comunitá-ria de Assistência Social de Vila Chã de Ourique. Além dos espaços para apoio técnico e administrativo, o no-vo Centro de Dia possui um gabinete de enfermagem, um cabeleireiro, sala para banhos, refeitório, cozinha e sa-las de convívio. •

eleitos tomaram Posse a 29 de outubro

Para este mandato Paulo Caldas quer maior participação dos autarcas e da população no futuro do concelho

»

Os eleitos para os órgãos autárqui-cos do município do Cartaxo para o mandato 2009-2013 tomaram posse no dia 29 de Outubro, durante um acto público que decorreu no Salão Nobre dos Paços do Concelho.

Os novos membros da Assembleia Municipal foram empossados e reuni-ram para eleger a constituição da me-sa. Maria Manuel Simão (presidente) vai dirigir os trabalhos da Assembleia durante este mandato, acompanhada de Fernando Santos (1.º secretário) e de Joana Vergas (2.ª secretária).

Paulo Caldas assume a presidência do órgão executivo e Paulo Varanda a vice-presidência. São vereadores com pelouros Rute Ouro (PS) e Pedro Gil (PS). A Câmara é constituída ainda pelos vereadores Paulo Neves (PSD), Pedro Reis (PSD) e Mário Júlio Reis (CDU).

Para este novo mandato, o presiden-te do município reafirma a continuida-de dos principais objectivos já deline-ados. Paulo Caldas quer aprofundar ao longo deste novo mandato o “espírito de governação moderna”. Quer traba-lhar e discutir os assuntos relaciona-dos com o concelho conjuntamente com as diferentes forças partidárias, envolvendo os munícipes.

Para estar mais próximo das pes-soas e conhecer no terreno as suas dificuldades, o autarca pretende dar continuidade às Presidências Activas, realizar reuniões de Câmara descen-tralizadas, consolidar orçamentos par-ticipativos e criar a figura do Provedor do Munícipe, cuja individualidade se-rá anunciada a 10 de Dezembro - Dia do Concelho.

É a pensar num Cartaxo cada vez mais aberto à participação política e cívica, que Paulo Caldas anunciou também que a Câmara do Cartaxo, de modo pioneiro no país, irá realizar Concílios Autárquicos de dois em dois meses (envolvendo Câmara Municipal e Juntas de Freguesia).

O novo executivo camarário reu-niu de imediato para a apresentação do quadro geral de competências do executivo. O presidente vai ficar res-ponsável pelos gabinetes de Apoio ao Presidente, Protecção Civil e Seguran-ça, Apoio ao Munícipe, Comunicação e Imagem, Apoio Jurídico, Qualidade, Auditoria e Planeamento, Fundos Co-munitários e Apoio ao Financiamento do Investimento Público Privado e Ser-

viço de Notariado. Paulo Varanda será responsável pelo

Departamento de Planeamento e Ad-ministração Urbanística, Divisão de Desenvolvimento Económico, Gabine-te dos Órgãos Autárquicos, Bombeiros Municipais, Secções de Cultura, Acção Social e Apoio ao Idoso, Saúde, Edu-cação, Recursos Humanos, Serviço de Fiscalização, Gabinete de Informática e Sistema de Informação e Gabinete Médico-veterinário Municipal. Compe-te-lhe ainda a coordenação dos Conse-lho Municipal de Educação, Conselho Municipal das Colectividades, Conse-lho Local de Acção Social e ainda a coordenação do Gabinete Técnico Flo-restal, Conselho Municipal Cinegético e coordenação de todas as actividades

do Pavilhão Municipal de Exposições.A vereadora Rute Ouro terá a ser

cargo o Departamento de Operações e Meios Gerais, que envolve as divisões de Obras e Equipamentos Municipais, Ambiente e Serviços Urbanos, Águas e Saneamento, Finanças, Aprovisiona-mento e Património e

Secção de Expediente Geral. Pedro Gil será vereador a tempo par-

cial e será responsável pelas secções de Desporto, Juventude e Turismo. Compe-te-lhe ainda a coordenação do projecto Cartaxo – Capital do Vinho, Conselho Municipal de Juventude, coordenação de todas as actividades desenvolvidas no Complexo Cultural e Desportivo da Quinta das Pratas, no Estádio Munici-pal e no Pavilhão do Inatel. •

edIfícIo moderno com cApAcIdAde pArA 100 Idosos

Novo Centro de Dia inaugurado em Vila Chã de Ourique»

Vit

or

Ne

No

/ c

Mc

Page 6: A Voz de Pontével / N.º189 / Nov-Dez  2009

a Voz de Pontével6 novembro ∙ dezembro ∙ 2009

as

so

cia

tiv

ism

o 105.º AnIversárIo comemorAdo com músIcA e teAtro

SFIP aposta em diversificar as suas actividades

»

A música e o teatro marcaram as co-memorações do 105.º aniversário da Sociedade Filarmónica Incrível Ponte-velense (SFIP). No dia 18 de Outubro, o Auditório Luis Eugénio Filipe encheu para um concerto que juntou a banda da colectividade aniversariante com a banda da localidade vizinha da Ereira.

Os músicos das duas bandas tocaram em conjunto temas já bem conhecidos do público pontevelense e no final can-tou-se os parabéns à SFIP. No final des-te concerto, Antero Sampaio, presidente da direcção da SFIP, subiu ao palco para agradecer a todos os que se associaram à iniciativa e enalteceu o trabalho dos músicos, sobretudo dos mais novos. “Temos aqui uma banda jovem, com 105 anos, mas que vai continuar jovem, porque é com muito carinho que olho para estes jovens da escola de música, que mais tarde serão excelentes execu-tantes”, referiu, concluindo que resume o trabalho da banda em três palavras: “competência, sobriedade e eficácia”.

No seu último acto público enquan-to presidente da Junta de Freguesia, Fernando Amorim entregou a Antero Sampaio uma medalha comemorativa, assim como a Câmara Municipal, repre-sentada pelo vereador Marco Caetano.

O maestro Nuno Mesquita ofereceu a úl-tima composição, “Uma noite em Lisboa”, a todos os colaboradores que, embora es-tando nos “bastidores”, são igualmente fundamentais para assegurar a continuida-de das actividades da banda de Pontével.

No dia 24 de Outubro, o palco do auditório foi entregue ao grupo de tea-tro “Viver Mais, Viver Melhor”.

“As direcções passam mas as bandas ficam”

o que o levou a candidatar-se à presidência desta colectividade?Eu gosto muito de música, sou sócio da Sociedade Filarmónica há muitos anos, e como havia um impasse pa-ra a direcção, eu entendi que devia candidatar-me aos corpos gerentes, para que a actividade e a dinâmica desta casa não se perdesse. É preciso que os pontevelenses se sintam or-gulhosos da sua banda. As direcções passam mas as bandas ficam. Quero dizer com isto que eu gostava que, sempre que a banda desfilasse nas ruas, os pontevelenses se sentissem também como parte da banda, que a banda fizesse parte também da sua vida.

Que objectivos estabelece para este mandato?Durante estes dois anos vamos, não só manter os eventos habituais que as direcções anteriores faziam, como também tentar arranjar mais eventos, de maneira a conseguirmos arranjar fundos para colmatar as despesas da casa. Vamos continuar a actuar em festas e gostaríamos de apostar mais nas touradas. A banda já abrilhantou algumas, mas vamos tentar mais, so-bretudo no Cartaxo, mas a concorrên-cia entre as bandas é muito grande neste campo. Temos de diversificar as nossas actividades, de modo a que

Pontével seja culturalmente mais co-nhecido. É esse o nosso principal ob-jectivo. Estamos aqui para servirmos o melhor possível.

em que outras actividades pretende apostar?Estamos, por exemplo, em negocia-ções para fazer cá uma revista à por-tuguesa. Temos condições para isso e já contactámos artistas como a Mari-na Mota. Esperamos vir a reunir com esses artistas para analisarmos as possibilidades de fazer-se aqui uma revista ou uma mini-revista. O objec-tivo é fazer com que as pessoas não necessitem de se deslocar a Lisboa

para ver este género de espectáculos, o Ribatejo pode ver uma revista em Pontével.

a sfiP vai também acolher um workshop de teatro.Sim, um artista de revista muito co-nhecido, chamado Rui Sá, quer fazer uma selecção de novos artistas para diversos eventos, como se tem feito para as telenovelas portuguesas. Ele pretende descobrir aqui novos artis-tas, novos talentos. Os seleccionados vão ter oportunidade de conhecer o mundo do teatro de revista e da te-lenovela. Foi através da nossa vice-presidente, Mónica Calixto, que se chegou a esse entendimento para a realização desse workshop aqui na SFIP. Neste momento estamos a rece-ber as inscrições, depois será deter-minada uma data para as provas.

a questão financeira é uma das suas principais preocupações?Temos dificuldades, mas eu acredito que mais cedo ou mais tarde serão resolvidas. Neste momento, o impor-tante é satisfazermos os compromis-sos do dia-a-dia – pagar aos maestros, pagar a determinados músicos que é necessário requisitar, despesas corren-tes, etc. Temos protocolos assumidos com a Junta e a Câmara, que têm sido cumpridos.

Page 7: A Voz de Pontével / N.º189 / Nov-Dez  2009

a Voz de Pontével 7novembro ∙ dezembro ∙ 2009

associativismo

1 - O que o levou a participar nesta caminhada?2 - Considera a creche uma infra-estrutura que faz

muita falta na freguesia?

manuel barreiros71 anos

Normalmente faço caminhadas, mas não vim só por isso. Vim principalmente pelo motivo a que esta se destina, que é a angariação de fundos para a construção da creche.

Eu creio que sim, são edifícios que se estão a implantar muito nos concelhos aqui à volta e às vezes é triste ver que para outras caminhadas aparecem apenas umas 12 ou 13 pessoas. No caso desta estou muito satisfeito, porque tem uma adesão muito grande.

João martins13 anos

Porque é uma actividade gira e gosto de caminhar. Vim também com a minha família e já encontrei aqui vários colegas meus.

Eu penso que sim, é importante para os pais terem um sítio onde deixar as suas crianças. Se

houver mais caminhadas, vou continuar a participar.

ernestina delgado62 anos

Porque gosto de colaborar e participar em to-das as iniciativas que as associações de Pontével fazem. Já estava inscrita para um passeio ao Porto e alterei a viagem para vir fazer esta cami-nhada.

Muito importante, para mim e para os meus netos já não vai ser necessária, mas para os filhos dos meus netos será importante. Pontével tinha essa falta.

1.

2.

1.

2.

1.

2.

cAmInhAdA de dez quIlómetros juntou 130 pessoAs

Pontevelenses caminharam a favor da construção da nova creche

»

Cerca de 130 pessoas respon-deram ao convite do Centro Pa-roquial e de Bem-Estar Social de Pontével e “caminharam a favor da construção da creche”, na ma-nhã do dia 4 de Outubro. Peque-nos e graúdos concentraram-se lo-go cedo junto à Casa do Povo de Pontével, de onde partiram para uma caminhada de dez quilóme-tros pela freguesia de Pontével.

Jaime Galinha, vice-presidente do Centro Paroquial, considerou que a 1.ª Caminhada – Trilhos de Pontével teve “uma adesão sig-nificativa, uma vez que foi um fim-de-semana em que se reali-zaram muitos outros eventos nos arredores”. Foram, sobretudo, as pessoas da freguesia que parti-ciparam nesta caminhada. De t-shirt branca e lenço vermelho ao pescoço, os caminhantes par-tiram para esta caminhada com vontade de chegar longe e com o sentimento comum de que estão a contribuir para a construção de uma das infra-estruturas mais es-senciais para a freguesia.

“As pessoas gostaram e incenti-varam-nos a repetir. E a obra não pode parar, tudo o que conseguir-mos angariar vai-nos ajudar na questão do empréstimo e evitar que sobrecarreguemos as famílias no futuro”, referiu Jaime Galinha.

Nesta altura, o novo edifício

está a ser alvo de intervenções ao nível das instalações de electrici-dade e canalizações no novo edi-fício. O Centro Paroquial espera que até final do ano se concluam também o reboco das paredes e a colocação de pavimentos.

Após a caminhada, os partici-pantes recuperaram as energias num almoço de convívio. A estes, juntou-se mais meia centena de pessoas. A animação desta tarde, organizada por Edmundo Calisto,

foi feita pelo grupo Alminhas Da-nadas e Joaquim Jesus.

Para estas iniciativas de anga-riação de receitas, o Centro Paro-quial tem contado com o apoio de pontevelenses e colectividades e instituições, como a Casa do Po-vo e a Associação Humanitária. No dia 6 de Dezembro realiza-se mais uma iniciativa a favor da construção da creche – um con-certo com o Padre Borga, no au-ditório Luís Eugénio Filipe. •

InstItuIção louvA InIcIAtIvA de grupo de AmIgos

Verbas do 1º Festival de Acordeões reverteram para a AHFP»

No dia 3 de Outubro, o Cartaxo assistiu ao 1.º Festival de Acorde-ões, organizado por um grupo de amigos, com a colaboração da As-sociação Humanitária da Fregue-sia de Pontével (AHFP). Foi um evento que “excedeu todas as ex-pectativas” e que teve uma razão especial: a angariação de receitas para a AHFP.

“Nunca pensámos que o es-pectáculo atingisse aquelas pro-porções. Tivemos 1200 pessoas no Pavilhão Municipal de Expo-sições, que foram ali para ouvir o acordeão, mas ao mesmo tempo para se associarem a um objec-tivo social”, revelou Elias Rodri-gues, presidente da AHFP.

As verbas angariadas com este evento rondaram os 2.500 euros

e reverteram integralmente a fa-vor da instituição de Pontével. Elias Rodrigues afirmou que “foi o dinheiro mais fácil que conse-guimos. O evento envolveu uma grande logística, mas esteve pra-ticamente tudo a cargo do grupo de amigos que nos fez chegar a ideia da realização do festival. É um gesto que jamais esquecere-mos e é um exemplo para a nossa sociedade”, acrescentou. As re-ceitas angariadas vão contribuir para assegurar a continuidade das actividades da associação.

A Orquestra de Acordeões da Sociedade Filarmónica Cartaxen-se, Eugénia Lima, Tino Costa e “Acordeões em Sintonia” de Leo-nel Rodrigues e Nelson Marto fo-ram alguns dos grupos e acordeo-

nistas que animaram a noite. Elias Rodrigues considera que

a Câmara Municipal “devia de ter optado pela atribuição de um subsídio”, em vez do lançamen-to do concurso público para as obras de conclusão da nova sede da AHFP. Em causa está a buro-cracia e o tempo que o processo vai demorar. “Não necessitáva-mos de um concurso público. Is-to só vai atrasar a conclusão da sede. Nós sugerimos uma transfe-rência de verbas, seguida de uma consulta a duas ou três empresas. As complicações eram bem me-nores”, afirmou Elias Rodrigues.

Para a AHFP, este processo “traz um outro revés, o desânimo de quem está a gerir e de quem está a traba-lhar na instituição”, concluiu. •

Page 8: A Voz de Pontével / N.º189 / Nov-Dez  2009

a Voz de Pontével8 novembro ∙ dezembro ∙ 2009

Pr

ota

go

nis

ta

texto: ana fernandes fotografia: sandro funina

José antónio Sobreira é o novo presidente da Junta de Freguesia de Pontével. Um homem cauteloso, mas determinado. o seu grande objectivo, além de dar continuidade ao projecto de que fez parte nos últimos oito anos, é potenciar o bem-estar da população, quer através de obras como o saneamento ou a creche, quer através

de intervenções menores, como o arranjo de um passeio, colocação de iluminação, ou reforço de um contentor. Para todos os problemas é preciso respostas acertadas. Por isso conta com a colaboração da sua equipa,

da oposição e de todos os pontevelenses neste caminho que tem pela frente.

José antónio sobreira – Presidente da Junta de freguesia de Pontével

Só conseguimos um bom funcionamento de uma Junta de Freguesia se trabalharmos

em equipa

»

Page 9: A Voz de Pontével / N.º189 / Nov-Dez  2009

a Voz de Pontével 9novembro ∙ dezembro ∙ 2009

Protagonista

Quando começou a sua ligação à politica?Já ando nestas andanças políticas há muitos anos, mesmo antes de residir em Pontével. Cá, comecei por ser deputado municipal, no segundo mandato do Dr. Conde Rodrigues, portanto, há cerca de 12 anos. Depois, o Dr. Fernando Amorim convidou-me para ser o seu número dois. Acompanhei-o sempre durante estes últimos dois mandatos.

Como é que caracteriza este percurso político?Nestes últimos quatro anos, tem sido bastante difícil, mas foi bom, porque apesar das dificul-dades financeiras conseguiram-se fazer algumas obras, conseguiu-se colocar Pontével no mapa. Foi também possível realizar alguns sonhos que estavam previstos há muitos anos, como por exemplo a sede da Sociedade Filarmónica, o relvado sintético do Grupo Des-portivo, a creche, que está neste momento em construção. Mas também houve grandes desalen-tos e grandes mágoas por não termos realizado outras obras, como o Centro de Dia, a sede da Associação Humanitária e o saneamento básico, que é uma das lacunas da nossa freguesia. Como se sabe, o saneamento tem vindo a ser adiado, tem passado de mandato em mandato. Esta-mos sem saneamento em cerca de 60% da freguesia. Para mim, o saneamento básico é uma obra que tem que ser concretizada o mais rápido possível e vai ser uma das grandes lutas que va-mos ter, tal como foi nos últimos dois mandatos, com o Fernando Amorim. É inconcebível que cer-tos lugares da nossa freguesia, maiores que algumas freguesias do nosso concelho, ainda não tenham saneamento. Mas penso que todo o esforço que a Câma-ra Municipal está a fazer e com a entrada da empresa que vai ex-plorar as águas e o saneamento, temos aqui um projecto concreti-zável a curto prazo. Uma das ou-tras obras que é essencial e que também nos está inquietar, e que já vem do meu primeiro mandato como tesoureiro, é a Zona de Ac-tividades Empresariais do Casal Branco. Todos sabemos a crise de emprego que há e que nos afecta a todos na freguesia. Temos mui-ta gente que trabalhava em diver-sas empresas que fecharam e ou-tras que estão a reduzir postos de trabalho. Esta Zona Empresarial vinha dar, nesta altura, um gran-de alento, não só à freguesia, mas também ao concelho.

além destas ambições, que já vêm de outros mandatos, que objectivos concretos tem para este mandato?Há pequenas obras importantes que temos de fazer durante es-te mandato. É inadmissível que Pontével não tenha um parque infantil onde as nossas crianças possam brincar. Portanto, é um trabalho que tem de avançar, até porque não é uma obra com um custo muito elevado. A requalifi-cação do nosso espaço urbano, o arranjo das ruas, colocação de contentores são pequenas intervenções, feitas com o or-çamento da Junta, que têm um grande significado para os nossos residentes. Nós, por vezes, que-remos fazer grandes obras e não conseguimos, mas não nos pode-mos esquecer que está ao nosso alcance, com o pequeno orça-mento da Junta, estas pequenas obras, que garantem o bem-estar e a qualidade de vida aos nossos habitantes. Porque é evidente que nas grandes obras estamos dependentes da Câmara Munici-pal ou da administração central, nós sozinhos temos muito traba-lho pela frente.

Como é que caracteriza o trabalho que fernando amorim desenvolveu à frente da Junta de freguesia?Foi um trabalho de grande de-dicação, de respeito, quer pelas pessoas que trabalhavam com ele, funcionários, quer por cole-gas autarcas. Foi um trabalho que toda a gente reconheceu o valor e é pena que eu tenha que assu-mir este lugar, pois é um posto que lhe ficava muito bem por mais um mandato. Mas ele teve as suas razões, que eu muito res-peito. Acredito que o Fernando Amorim, como presidente da As-sembleia de Freguesia, vai fazer também uma boa equipa e um bom trabalho. E vamos continu-ar a nos relacionar, acredito que vai haver uma boa colaboração entre nós, é a forma como nós já estamos habituados a trabalhar. Só em equipa é que nós conse-guimos concretizar as coisas. O Fernando Amorim gosta de traba-lhar em equipa, de responsabili-zar as pessoas, é muito exigente, e se calhar por ser assim é que conseguimos trabalhar oito anos em conjunto.

o que é que mais receia neste mandato?O meu maior receio é chegar ao fim do mandato e não conseguir cumprir aquilo que prometi aos pontevelenses, quer por mim, quer pelo Partido Socialista ou pela minha equipa. Mas penso

que vamos conseguir, com o es-forço de todos, inclusivamente da oposição da Assembleia de Fre-guesia, que também espero que tenha uma colaboração activa e de ajuda para levar a bom porto este barco. E com o apoio da Câ-mara Municipal, espero que nós consigamos concretizar as obras que já enumerei, que ficaram por fazer e que tão necessárias são.Isto é um risco que corremos quando assumimos estas respon-sabilidades, portanto, no fundo, eu conheço este risco porque co-mo disse, eu conheço bem a Jun-ta de Freguesia, estou ligado a ela há oito anos e digo sinceramente que se não tivesse a noção de co-mo é que a Junta funcionava eu nunca me candidataria, até por-que fui uma vez convidado pelo Dr. Conde Rodrigues a assumir o lugar e não aceitei, precisamente porque na altura não me sentia à vontade. A Junta de Freguesia de Pontével é uma Junta que requer muita responsabilidade. Nós te-mos muitos colaboradores, for-necemos almoços a 190 crianças por dia, temos muitas valetas por limpar, muitas ruas para arranjar, temos muita coisa a fazer para a população e por isso o risco está calculado. O que se quer, acima

de tudo, é saúde e depois a co-laboração de todos, nomeada-mente dos pontevelenses, porque um presidente de Junta, sozinho, não consegue fazer nada. Se tiver a colaboração dos seus fregueses e da equipa que o acompanha consegue fazer, por vezes “mila-gres”.

Que mensagem gostaria de deixar agora aos pontevelenses?Espero que este mandato corra bem, para bem de todos nós. O único apelo que faço é que nos ajudem a levar este barco para a frente. Peço-lhes para que quando haja problemas, não critiquem, dizendo apenas que não se faz ou que não se fez, mas sim que apresentem o problema para que nós possamos arranjar uma solu-ção. Às vezes não é fácil arranjar uma solução. Todos os dias temos aqui pessoas a apresentarem-nos os mais variados tipos de proble-mas. O nosso compromisso é de facto resolvê-los, mas sempre da melhor maneira possível. Hoje as juntas de freguesia são a maneira mais fácil das pessoas poderem chegar a quem as possa ajudar. São o órgão do Estado mais pró-ximo da população e ao mesmo

tempo o parente mais pobre des-ta organização que é o Estado. É por isso que as pessoas procuram sempre, em primeira instância, a junta de freguesia ou o seu pre-sidente.

Portanto, vai estar sempre disponível para ouvir os pontevelenses.A nossa posição na junta vai ser a mesma que temos tido até este momento. Não é por termos to-mado posse e mudarmos de lugar que vamos alterar o nosso modo de actuar. Portanto, sempre que for preciso, nós estamos cá. Na-turalmente, o Fernando Amorim, dada a sua vida profissional, tinha mais disponibilidade aos fins-de-semana e à noite. Eu vou estar mais durante o dia, mas sempre que seja preciso, estarei à noite ou aos fim-de-semana. Vou distri-buir tarefas e pelouros pela minha equipa, tal como fez o Fernando Amorim, quando iniciámos esta caminhada de oito anos. Distri-buir tarefas e responsabilidades é o melhor que se pode fazer para trabalhar em equipa. E é preci-samente desse modo que quero trabalhar. É desta forma que eu entendo que deve ser o funciona-mento de uma junta de freguesia e do seu executivo.

no campo pessoal e social, quem é o José antónio?Tenho feito muita coisa. Come-cei por ir para a Marinha com 17 anos, como voluntário, onde fiz 26 anos de carreira militar. De-pois, neste percurso, vim a um bailarico a Pontével, onde me encantei por uma donzela. Ca-sei, fiz por cá vida e foi aqui que também constitui família. Cons-trui cá a minha casa e montei um estabelecimento comercial, que vou gerindo com a minha mulher. Tenho 56 anos, sou na-tural de Lisboa, mas vim para Aveiras de Baixo com três anos. Considero Aveiras de Baixo como a minha terra, mas já tenho mais anos de Pontével que de Aveiras.Dediquei-me muito a Pontével, nomeadaente enquanto estive na Sociedade Filarmónica. Entrei pa-ra a direcção pela mão de Henri-que Lopes Janota, há cerca de 20 anos, onde permaneci durante 10 anos. Ainda hoje sou o presiden-te da assembleia geral.Fui músico profissional numa banda durante 16 anos, num conjunto de bailari-co – os Antecipação – onde toca-va viola-baixo. Já deixei esta acti-vidade há cerca de 23 anos, pois estava a tornar-se incompatível com as funções que eu tinha no meu estabelecimento comercial.

distribuir tarefas e responsabilidades é o melhor que se pode fazer para trabalhar em equipa. e é precisamente desse modo que quero trabalhar.

Page 10: A Voz de Pontével / N.º189 / Nov-Dez  2009

a Voz de Pontével10 novembro ∙ dezembro ∙ 2009

es

Paç

o P

úb

lic

oO

Jor

nal A

Voz

de

Pon

téve

l res

erva

-se

no d

ireito

de

sele

ccio

nar

e, e

vent

ualm

ente

, red

uzir

os t

exto

s re

ceb

idos

. • O

Jor

nal A

Voz

de

Pon

téve

l sol

icta

aos

col

abor

ador

es q

ue fa

çam

aco

mp

anha

r os

seu

s tr

abal

hos

do

nº d

e B

.I. S

olic

ita t

amb

em q

ue e

sses

tra

bal

hos,

sem

pre

q

ue p

ossí

vel,

venh

am e

scrit

os à

máq

uina

ou

a co

mp

utad

or. •

Não

se

dev

olve

m o

s te

xtos

sel

ecci

onad

os. •

Os

text

os p

ublic

ados

são

da

resp

onsa

bili

dad

e d

os s

eus

auto

res.

Videntes de Pontével muito prestigiadas

SemibrevesCostumava dizer-se no meu tem-

po de menino “que não há fome que não dê em fartura”. É claro que naque-le tempo da minha infância o enten-dimento dos mais novos sobre aque-le e muitos outros ditados populares era quase nulo, muito embora o nos-so contacto diário com os avós e com tantos outros anciãos, que transmitiam aos mais novos todo um valor cultural, agora muito em desuso.

Mas à medida que ia evoluindo a nos-sa capacidade de compreensão do que nos rodeia, íamos assimilando a diversi-dade de provérbios, costumes, ladainhas e quadras rimadas que muito valoriza-vam a cultura pontevelense da época.

Entretanto, a Guerra Colonial, que mar-cou a sociedade portuguesa no último quartel do século passado, condicionou de certa maneira a transmissão verbal da-quela faceta da cultura local, não tanto pela guerra em si, mas particularmente pela carga emocional daí decorrente, que

remetia a comunidade para um estado de tristeza constante, considerando a inevi-tável proximidade com a morte.

Nos catorze anos que durou o confli-to nas antigas colónias portuguesas de África, as famílias dispensavam grande parte desse tempo ao recolhimento e à oração, pedindo pelos seus e ansiando pelo seu regresso a casa. Muito embo-ra o regime de então não se mostrasse nada condescendente com a mudança, com a realização de eleições e com a abertura democrática – como agora se diz, eis que surge a Revolução de Abril, que inunda a nação da chamada democracia, para além de uma farturi-nha de tudo a que o povo não estava habituado. Aqui é que se aplica com toda a propriedade o provérbio: “não há fome que não dê em fartura”.

De então para cá o país tem regista-do uma fartura de eleições, uma far-turinha de desempregados, corruptos, marginais, incompetentes, políticos,

subsídios e tantas outras coisas más, que desacreditam o regime emergente da revolução.

Mesmo assim, há quem defenda mais eleições, pelo menos uma por mês, já que só por essa altura as autarquias se lembram que o povo ainda existe. Mais de trinta anos após tanta fartura, essa fartura continua a não ser suficiente, de tão mal gerida. As autarquias en-dividam-se, os autarcas manifestam-se cada vez mais desinteressados em so-lucionar as diferentes necessidades das populações que esperam e desesperam por um maior investimento em áreas tão importantes como saneamento e vias de comunicação.

Gastaram-se milhares de contos em campanhas eleitorais para promover mais uns quantos – em pastas – e dei-xaram as ruas e estradas da freguesia em mísero estado. Não tiveram sequer vergonha na intervenção que fizeram nos espaços asfaltados na sede de fre-guesia, uma declarada ofensa à popula-ção em geral, e às pessoas que utilizam os espaços em particular. Hoje, contra-riamente ao outro tempo, é declarada-

mente mais fácil intervir, não só porque as necessidades estão bastante mais visíveis, como principalmente porque os cidadãos pagam mais impostos – os que pagam – e por consequência, assis-te-lhe o direito de exigir.

Só que o sistema está de tal manei-ra viciado que os cidadãos só são im-portantes para a democracia quando o objectivo é votar. Aí sim, utilizam-se todos os canais influentes para pro-pagandear os objectivos, mobilizar apoiantes e fazer em quinze dias o que não se fez em quatro anos.

Afinal, esta fartura de eleições já co-meça a saturar a paciência de muitos portugueses, como se pode avaliar pe-los valores da abstenção. No caso par-ticular do concelho do Cartaxo, a pavi-mentação de arruamentos na freguesia de Vale da Pedra, sem a instalação da rede de saneamento, leva-nos a con-cluir que a Câmara Municipal despre-za os valores ambientais e lesa o muni-cípio com intervenções absolutamente inconcebíveis em pleno século XXI. • antónio gabriel

Já lá vão alguns anos que tentei fazer uma entrevista a uma das prestigiadas videntes de Pontével. Tinha as pergun-tas todas elaboradas (sim, porque ainda que sejam das melhores profissionais, não conseguem adivinhar o que que-remos saber), mas à última hora, por razões de saúde de um familiar, a entre-vista não se chegou a concretizar.

Vem portanto desde aí o meu inte-resse por esses mistérios! Se bem que continuo a ser um céptico acerca des-te assunto, embora com muito respeito pelos seus seguidores ou simplesmen-te curiosos. E se volto a escrever sobre este tema é porque cada vez mais se verifica um maior afluxo de pessoas a optarem regularmente por alternativas à cura de doenças físicas e psíquicas ou de males de amor. Naturalmente que a crise tem algo a ver com fenómeno! Mas seja pela crise ou não, o que é cer-to é que esta profissão (?) da economia paralela está cada vez mais exuberante.

Basta ver as viaturas das mais variadas classes sociais que aguardam vez para a resolução dos seus problemas e que assim contribuem (voluntariamente) para o engrandecimento do património das suas dedicadas videntes.

Toda a gente conhece e afirma saber qual é a mais velha profissão do mun-do. Quanto à antiguidade, tenho sérias dúvidas, basta conhecer um pouco da história da humanidade para a incerte-za se avolumar entre a prostituição e a magia. Desde os tempos mais remotos que se apelava aos sinais dos magos para saber se era favorável o desfecho de uma doença ou de uma batalha. E ainda hoje se recorre a essas mesmas práticas!

O culto pela memória de pessoas a quem é atribuída o seu seguidismo e devoção é muito variável e depende de lugar para lugar, todavia é na capital do país que por feitos científicos foi ergui-da uma estátua que continua repleta de

placas e flores pelo reconhecimento po-pular dos seus admiradores. Mas quem foi o Dr. Sousa Martins? Nasceu em Alhandra no ano de 1843, no seio de família modesta. Mas graças a um seu tio proprietário de uma farmácia em Lisboa, onde trabalhou como aprendiz, conseguiu aos 21 anos formar-se em farmácia e aos 23 em medicina, na Es-cola Médico-Cirúrgica de Lisboa.

Foi médico e professor catedrático da Faculdade de Ciências Médicas da actual Universidade Nova de Lisboa e dedicou-se ao estudo das doenças pulmonares que naquela época viti-mavam grande parte da população do país, tendo, já depois da sua morte em 1897, sido inaugurado o sanatório na Serra da Estrela com o seu nome, pe-lo qual sempre havia lutado. Além de brilhante clínico, reconhecido interna-cionalmente, e filantropo, pois vários portugueses beneficiaram graciosa-mente da sua generosidade, era adepto

do espiritismo e muitos dos seus segui-dores dessa crença atribuem-lhe curas milagrosas por intermédio das suas co-municações mediúnicas.

Também sobre ele, Egas Moniz, dis-tinguido com o Prémio Nobel de Me-dicina, disse: “Notável professor que deixou atrás de si um nome aureolado de prelector admirável, de clínico con-sagrado, sempre alerta nas justas da Sociedade das Ciências Médicas”.

Vitimado pela doença que tanto havia combatido (tuberculose), suici-dou-se com injecção de morfina aos 54 anos, tendo confiado a um amigo: “a morte não é mais forte do que eu e um médico ameaçado de morte por duas doenças fatais, deve-se eliminar por si mesmo”. • José alberto vieira

P.S. Aos interessados ou simplesmente curiosos informa-se que existe um mu-seu em Alhandra com o seu nome, que é possível visitar.

Pontével e as eleições autárquicasE pronto, estão escolhidos os homens e

mulheres que nos próximos quatro anos se-rão o poder autárquico na nossa freguesia.

De entre todos os candidatos, muitas foram as promessas na construção e soli-dificação das valências locais. Vamos com toda a certeza ficar atentos ao trabalho de cada um, na esperança de que deste man-dato possamos esperar um pouco mais.

E o que esperamos? Saneamento básico em pleno, com as Etar´s a fun-cionar em pleno. Mais emprego, con-

solidando a área empresarial do Casal Branco. Apoio ao comércio tradicional. Arranjo de caminhos, estradas e espa-ços públicos. Apoio às instituições de carácter social, cultural, recreativo e desportivo. Incentivo à participação da população na causa pública. Atrair os jovens à participação nas actividades.

Claro que uma freguesia forte e pu-jante só será construída com a partici-pação de todos e não só de quem foi escolhido para exercer o poder.

Obviamente, que para isso é neces-sário existir um executivo forte, actu-ante e acutilante, que possa servir de alavanca, motive e arraste a população para os desafios que se deparam.

Pensamos que só desta forma será possível consolidarmos uma fregue-sia onde nos sintamos bem, tenhamos qualidade de vida e dê gosto viver.

Como já referi, vou estar atento, as-sim como todos os Pontevelense o de-vem fazer, dando o seu contributo po-

sitivo e participativo, não deixando de reivindicar tudo aquilo que entenda-mos ser bom para a nossa freguesia.

Temos condições, identidade, humil-dade e história, vamos ajudar dentro daquilo que nos seja possível, esperan-do do poder local o apoio e a motiva-ção que nos faça sentir que vale a pena lutar por causas nobres.antónio José amendoeira batista Pego

presidente da mesa da Assembleia-geral

da Associação rio da fonte

Page 11: A Voz de Pontével / N.º189 / Nov-Dez  2009

a Voz de Pontével 11novembro ∙ dezembro ∙ 2009

esPaço Público

Viagem a Lourdes

Caros amigos

De 1 a 5 de Outubro um grupo de excursionistas rumou ao San-tuário de Nossa Senhora de Lour-des (França) com passagem por Salamanca e visita à Catedral. Jantar e dormida em Burgos, também com visita à Catedral, de manhã, após o pequeno-almoço, iniciámos a viagem para Lour-des. Já em território francês ad-mirámos as paisagens, as exten-sas searas de milho, entre outros produtos agrícolas. Em Lourdes, após o alojamento num luxuoso hotel, a escassos metros do San-tuário, depois do almoço visita ao santuário com passagem pela rocha onde Nossa Senhora apa-receu, visitámos também a cate-dral subterrânea (quem passa em frente aquele jardim não imagina o que existe por baixo) – uma enorme catedral, toda construída em betão, com uma arquitectura espectacular.

À noite, a procissão das ve-las, com peregrinos caminhando seguindo o andor de Nossa Se-

nhora, um pouco diferente da de Fátima, mas com o mesmo signi-ficado.

No dia seguinte de manhã, vi-sita às grutas de Betharram. En-trámos no cume da montanha e caminhámos 3500 metros pe-las entranhas da mesma. Fomos observando e escutando o que o guia nos ia explicando, as in-filtrações, as correntes de água e o desprendimento do calcário. Foram cinco galerias naturais, al-gumas com pequenos toques ar-tificiais. A água por onde passa foi abrindo brechas no calcário e formou um rio que se encon-tra no fundo da gruta, onde nos espera um barco que nos leva ao comboio que nos trás de volta à luz do dia no sopé da montanha. Simplesmente fantástico.

Para estes sítios, nesta altura do ano, é costume sentir-se o frio, mas não foi o caso, temperaturas entre 19 e 20 graus. Nada mau. Depois do almoço, viagem para Andorra, observando os Pirinéus

– montanhas a perder de vista.Andorra-Velha, casas com ar-

quitectura enquadrada no sis-tema ambiental, onde ainda se constrói nos sítios mais arrojados na encosta da serra. Noite fantás-tica, manhã para compras, almo-ço e viagem até Madrid – 600 km. O que nos valeu foi a boa dispo-sição dentro do autocarro, embo-ra com paragens obrigatória para descanso do motorista.

Chegámos ao hotel em Alcalá já noite. Edifício de construção recente com instalações especta-culares a 25 km de Madrid.

Após o pequeno-almoço, visita panorâmica a Madrid. A alguns quilómetros de distancia já se via a neblina própria da poluição desta enorme capital de Espanha. Passámos junto da praça de Tou-ros, e alguns edifícios históricos, estivemos nas Portas de Toledo, mas não dava para mais aventu-ras porque o trânsito já estava a ser complicado, com alguns pe-quenos engarrafamentos (lá co-

mo cá). Voltámos ao hotel para almoço e a seguir iniciámos o re-gresso. A Entrada no nosso pais foi muito aplaudida, apesar de

chover bastante.Bem haja, companheiros de

Viagem. • francisco alves

Rainha das Vindimas

Decorridos oito anos das nos-sas vidas, chegou o momento de deixar o executivo da Junta de Freguesia de Pontével. Como res-ponsável pelos destinos da nossa freguesia desde Janeiro de 2001, procurei sempre defender os in-teresses da nossa freguesia, colo-cando o dever que assumi com a população de Pontével acima da minha família e de qualquer inte-resse pessoal, porque só assim en-tendo contribuir de forma positiva para a acreditação da classe polí-tica e defender os valores sociais conquistados há 35 anos atrás.

Muitos desafios fizeram-me crescer como pessoa e como pro-fissional; aprendi coisas novas e

a valorizar pequenos gestos e ati-tudes que podem marcar signifi-cativamente a vida daqueles que pouco têm ou, por circunstância da vida, tudo perderam. Muito fi-ca por fazer, contudo, irão surgir novos desafios e novas perspecti-vas com esta nova equipa. Apro-veito para desejar as maiores fe-licidades e sucessos nesta nova caminhada.

Tive o privilégio de conviver com muitas pessoas – parceiras desta caminhada e de luta em prol da questão do poder local e do papel das Juntas de Fregue-sia no desenvolvimento da nossa sociedade – e de aprender muito com cada uma delas. Uma certe-

za que fica é a de que não só pu-de deixar a minha contribuição a este processo, como também construí muitas amizades.

Para mim, encerra-se neste momento uma etapa e inicia-se outra. A vida ensina-nos a neces-sidade de repensarmos os nos-sos rumos e destinos. A opção por sair do executivo passou es-pecialmente por dois factores: o pessoal e o profissional.

Conheci neste percurso muitas pessoas, que como eu, descobri-ram a abraçaram a causa pública e associativa, construindo lide-ranças que mudaram o destino das suas próprias vidas e da vida de muitas outras pessoas.

São estas alegrias que levo co-migo, e não as lembranças das di-ficuldades. Estas obrigaram-me a procurar alternativas, mas foram as pessoas que me fizeram perceber que todos os esforços eram mais do que importantes para que esta po-lítica pudesse efectivamente gerar algum impacto na melhoria da qua-lidade de vida de cada um.

Deixo aqui um abraço sincero de agradecimento e admiração a todos, após oito anos como presi-dente de junta desta maravilhosa freguesia. Muitos dos princípios que orientam a nossa vida em sociedade seguem comigo, assim com as lembranças, amizades po-líticas, amizades associativas, co-

legas do executivo e assembleia, amigos e funcionários da Junta de Freguesia.

Despeço-me do cargo de Presi-dente de Junta com um carinho muito especial sentido por todos os Pontevelense que fazem des-ta freguesia um grande motivo de orgulho para mim. Posso di-zer às minhas filhas “…o pai foi presidente de Junta da grande Freguesia de Pontével”, terra de costumes, defensora dos valores sociais, humilde, trabalhadora e merecedora do carinho e admira-ção de todos nós. Viva PontévelObrigado a todosfernando amorim

Pontével e as eleições autárquicas

Sendo o Cartaxo a “Capital do Vinho”, não podia deixar de reali-zar o evento que mais simboliza o mesmo, a “Rainha das Vindimas”. A Rainha das Vindimas tem um significado muito importante para mim, porque foi nesse evento, em 2007, que me coroaram Rainha das Vindimas do Cartaxo e 1ª Dama da Rainha das Vindimas de Portugal, títulos dos quais me orgulho muito.

Orgulho-me de ter ganho e orgu-lho-me de ter representado o meu concelho, apesar, de infelizmente, não ter tido o apoio da parte das entidades organizadoras que de-veriam ter tido, mas enfim, deixe-mo-nos de lamentações. Este ano, somente como espectadora, teste-munha de um grandioso espectá-culo, na minha opinião, mas que infelizmente não apropriado para a

população do nosso concelho, mo-derno demais, quem sabe!... O que realmente me deixou feliz e realiza-da neste evento é o facto de as pa-lavras que citei e que pouco agra-daram no transacto ano, aquando da passagem do meu testemunho, serviram para alguma coisa. Fiquei extremamente feliz que as entida-des organizadoras, desta vez, te-rem apoiado, e bem, a Rainha das

Vindimas 2008, Inês Pedro.Queria aproveitar para fazer um

pedido em meu nome, e julgo em nome da população de Pontével: que os Quarentões de 2009 retiras-sem as vigas de ferro que se en-contram sobre o Rio, a montante da quase centenária ponte. Este meu apelo é a bem da conservação da nossa ponte e da beleza da nos-sa terra. • raquel martins ronca ana campos, rainha das vindimas 2009

Page 12: A Voz de Pontével / N.º189 / Nov-Dez  2009

a Voz de Pontével12 novembro ∙ dezembro ∙ 2009

esPaço Público

memórias Com história:

O Hino da Restauração – um hino à independência de Portugal»

Uff!… fomos a votosForam europeias, legislativas,

Benfica, Sporting, Autárquicas (Câmara Municipal, Assembleia Municipal e Assembleia de Fre-guesia) mais os votos nas insti-tuições e colectividades locais e os que enviamos às tias e aos primos, mais os que fizemos pa-ra que a nossa equipa ganhe, es-pero que não faltem votos para o Natal.

O Cartaxo, como era de esperar, também foi a votos, e não é que apareceu um pouco cinzento? Co-mo aliás é a sua cor natural! Mas com uma plumagem nova toda brilhante, vivo, saltitão, é de fi-car espantado com quem passou um Verão escondido e todo depe-nado, dizem até as más línguas que completamente nu! Só pode ter ido a banhos! Não há nada melhor para tratamento da pele (e penas) que banhos de Caldas. Sugeriram-lhe uns tempos de ne-ves, mas não quis, rejeitou! Para um passarinho pouco corpulento e habituado a termas certamente não seria o melhor clima! Assim é só continuar a viver como vi-via, saltitando para ali, espreita-dela para acolá, de vez em quan-do sobe um pouco mais alto (lá de cima vê-se melhor) e depois faz um voo a Pico (Niks) sobre os insectos que o incomodam, dá uma vista de olhos pelos projec-tos e processos antigos e moder-nos! Revê um ou outro orçamen-to! Estuda novas oportunidades e novos projectos de engenharias financeiras! Que só economistas e quadros dos bancos percebem, e continua a sonhar alto, porque

é novo, ágil e esperto, nós faze-mos VOTOS para isso.

Aproveitando as eleições, a oposição escreveu por aí coisas do arco-da-velha! Pelos vistos nem os elementos que fizeram parte da Câmara e da Assem-bleia Municipal sabem os núme-ros exactos! Então o que é que lá estiveram a fazer? Mas se os números anunciados estão cer-tos! Eu não sabia que devia tanta massa!

Também não sabem nem ten-tam saber o que se passava com o buraco do Casal Branco, se a Avipronto vinha ou não vinha? Também nunca souberam por-que demoraram tanto a arrancar obras anunciadas há muito tem-po! Então são oposição de quê e a quem?

Nos últimos dias, alguma coisa de novo se vai percebendo, tem havido segredos bem guardados, que uma frágil oposição nunca deu conta, nem muita gente che-gada ao poder! Afinal a Avipronto parece que continua interessada, o dono do terreno parece que tem lotes à venda, a Câmara também, enfim! Negócios! Que nós, sim-ples cidadãos, nunca entende-mos como se processam, e como o segredo é a alma do negócio, delegamos com o VOTO poderes ao negociador.

Assim, a continuar como até aqui, o poder vai sentir-se como se tem sentido, bem! À vontade e forte! E ninguém iria escolher outro se este parece fazer querer que irá ficar bem na fotografia fi-nal!

Muitas críticas aos tapumes que é uma coisa que todos vêem, por mim acho que estão bem. Se vão abrir buracos tem que se pro-teger os curiosos, podem cair (no buraco), e depois também vão transferir obra de arte que foi pa-ga pelo Povo! E deitar o Drama-turgo que precisa de descansar, já ali está há muitos anos, e como já não pode ir ao Monumental e ao banco julgo que também não (consta que andava sempre teso) e pela postura no pedestal parece ter sido isso mesmo (teso).

Os tapumes do Largo Vasco da Gama servem para começar a ta-par as cenas habituais de bares e seus similares. E não há melhor solução que começar de princípio, são ideias novas de gente nova e para pessoas novas, tudo bem, só que foram ideias novas os bairros sociais, e quarenta anos depois ali está o resultado, uma mistura de raças, usos e costumes, que torna essas zonas autênticos barris de pólvora! Casas sociais sim, bair-ros não, casas e bem espalhadas pelas cidades e vilas, e os bares na mesma coisa, os necessários em sítios próprios mas longe uns dos outros!... juntá-los julgo ser uma má política, para gente de bem seria interessante frequen-tar um lugar dinâmico, com vida, cor e alegria, mas não! Há vida, há cor, há alegria e há gente que não merece um lugar como está a ser pensado.

Senhores contestadores! Dei-xem os tapumes porque os bu-racos, como já disse, não se po-dem abrir de qualquer maneira e

à vista de qualquer um, porque são isso mesmo, buracos, e se lá cai alguém? Lá tem a companhia de seguros que entram com uma indemnização choruda! Porque pode ser alguém de grande valor, também pode não pagar nada se o sinistrado não valer nada! E o tribunal diz que não tem nada a receber, o que conta é o valor de quem cai, não é o acto de cair.

Cá por terras de D. Sancho I a oposição fingiu que se organizou, deu um sopro que apenas derru-bou uma pétala da Rosa. Como poderia derrubar um entroncado Sobreiro em Pontével? Ou uma velha Oliveira em Vale da Pedra? Partir fortes Ramos em Vale da Pinta, ou destronar Santos na La-pa? E como incomodar o Sr. Fa-biano em Valada?

Louve-se o facto de todas as listas em Pontével serem com-postas por gente jovem e mui-tos licenciados, a quem dou uma sugestão: como não vão caber todos em lugares elegíveis, apa-reçam nas colectividades e insti-tuições locais que bem precisam e Pontével agradece, e já agora também aprendiam alguma coi-sa, o que já acontece com alguns (por isso Ganham), mas outros nunca os vimos por cá (por isso Perdem).

Das dezenas de obras iniciadas no concelho recentemente, uma foi imediatamente suspensa por motivos de força maior, e que força! Segundo consta, peritos na matéria esvaziaram os depósitos de três bulldozers que lá opera-vam, não sei bem se o prejuízo

estava coberto pelo seguro! Se não, o empreiteiro já deve estar com as mãos na cabeça, se esta-vam cheios é uma pipa de mas-sa.

Recomeçadas as obras, muito envergonhadamente, certamente irão tapar o buraco, sim! No Ca-sal Branco há uma pequena lagoa que tem sapos e os patos bravos vão lá nidificar, certamente será tapada e não vai haver mais sa-pos nem patos bravos para engo-lir.

Por cá, onde a vida acontece, embora não pareça, há muita coi-sa por fazer: quilómetros de ruas e estradas poeirentas e esburaca-das, atravessamento do rio a Vau, pecuárias no perímetro urbano (esperamos que sim, com a rec-tificação do PDM) com fossas a céu aberto a cem metros do Cen-tro Escolar, Unidade de Saúde e futura sede da Associação Huma-nitária, a cento e cinquenta me-tros da S.F.I.P. e do seu auditó-rio e à mesma distância de dois frequentados estabelecimentos de restauração, há edifícios de-gradados para os quais devia ha-ver uma política de reparação ou demolição, imagens degradantes (tipo bairro de lata) de edifícios privados no centro histórico, fal-ta de identificação e numeração de polícia, tipo de identificação de polícia errado, requalificação de locais anunciados que por de-morarem as obras, estão vergo-nhosamente degradados, e que não merecem o respeito mere-cido, espero que as passadeiras mereçam mais atenção, pintura

O Hino da Restauração que se ouve pelas ruas quando é chega-do o 1º de Dezembro, tem uma história singular. É o último dos 14 trechos musicais da comédia drama “1640 ou a Restauração de Portugal”, que foi apresentada pela primeira vez em Lisboa, no teatro da Rua dos Condes, em Ou-tubro de 1861. Dedicada a D. Pe-dro V, inseria-se numa campanha mais vasta da contracorrente que no século XIX aventava a hipótese de Portugal se unir à Espanha.

Ao subir à cena, escreveram os autores que “a peça sofreu algu-mas alterações” e que o censor António da Silva Túlio deu o pa-recer onde, entre outras coisas, se

podia ler: “(…) Fazendo os auto-res que se passe a acção da fábu-la de uns amores contrariados na época da gloriosa revolução de 1640, com muita verosimilhança travaram a fábula com a história desse memorável feito (…)”.

A censura política competia a D. Carlos da Cunha, que não en-contrando também motivos que pudessem sombrear a razão da re-cusa, opinou prudentemente levar a peça ao conhecimento do Gover-no. No Conselho Superior da Ins-trução Pública entendeu-se conve-niente mudar as cenas 3ª e 4ª do prólogo e as 6ª e 7ª do quadro 4º.

A esta obra, cuja música é da au-toria de Eugénio Ricardo Monteiro

d’Almeida e a letra de F. d’Almeida Araújo e F.J. Costa Bragas, têm si-do adaptadas outras poesias, dado que o tema da Restauração é ca-ro ao coração independentista dos portugueses. Na versão original, os primeiros versos ouviam-se assim: “Lusitanos é chegado / o dia da re-denção / Caem do pulso as alge-mas / Ressurge livre a Nação. / O Deus de Afonso em Ourique / Nos livrou nos deu a lei / Nossos bra-ços a sustentam / Pela Pátria e pelo Rei. (Refrão) Às armas ! Às armas ! O ferro empunhar / A Pátria nos chama / Convida a lutar”.

Nos finais do século XIX, quan-do já alastravam as ideias repu-blicanas, cantava-se: “Esta coroa

portuguesa / Que por Deus te foi doada / Foi por mão de valoro-sos / De mil jóias engastada/ Es-te ceptro que hoje empenhas / É do mundo respeitado / Porque em ambos os hemisférios / Tem mil povos dominados. (Refrão) às ar-mas!”, etc.

Actualmente conhece-se uma versão da letra diferente, embora e sempre com a mesma música: “Portugueses celebremos / O dia da Restauração / Em que valen-tes guerreiros / Nos deram livre a Nação / A Fé dos campos de Ourique / Coragem deu e valor / Aos famosos de Quarenta / Que lutaram com ardor / . (Refrão) P’ra frente / P’ra frente / Repetir

saberemos as proezas portugue-sas / Avante / Avante / É a voz que soará triunfante / Vá avante mocidade, de Portugal”.

Saltou do teatro para a rua e pas-sou a ser um símbolo. Esbatido o nacionalismo, Portugal alinha com a Espanha numa Europa sem fron-teiras. Para trás ficaram os tempos de Antero e Oliveira Martins da união ibérica, mas também daque-les que de Espanha nem bom ven-to, nem bom casamento.

Mas o 1º de Dezembro é sem-pre uma memória, o sacudir de um jugo opressor e tal como o 10 de Junho, uma reserva simbólica do nosso imaginário colectivo. • luís do montejunto

Page 13: A Voz de Pontével / N.º189 / Nov-Dez  2009

a Voz de Pontével 13novembro ∙ dezembro ∙ 2009

esPaço Público

Arte e PreservaçãoA modéstia era uma atitude

muito apreciada no Oriente, mas no Ocidente parece ter sido a ar-rogância a atitude mais aprecia-da e aplaudida até agora.

Nós somos do período em que as pessoas se amavam ou faziam questão disso. Apreciavam esse sentimento. Os namorados ama-vam-se em geral sinceramente, os pais amavam os filhos, os fi-lhos amavam os pais, os amigos estimavam os amigos. Não sei bem o que se passa hoje, mas sei muito bem quais eram os senti-mentos naquela época. As pes-soas apreciavam a delicadeza e a honestidade. Queriam ser cor-rectas porque isso era felizmente considerado bom e mito próxi-mo do que é belo. E é assim que deve continuar a ser. Não pode-mos confundir as coisas. O que é bom e portanto tem beleza deve ser estimado e respeitado e não se pode fazer o contrário. É como o fenómeno artístico, que é real-mente um bem e onde quer que exista e apareça deve ser man-tido e ampliado. Por exemplo, em Lisboa, numa casa da zona da Sé, da família do meu trisavô Joaquim Macieira, que foi diplo-mata da monarquia Portuguesa no Rio de Janeiro, Roma, Berlim, Paris, e Madrid, havia um painel de azulejos no quintal, junto a

um pequeno lago artificial, que foi considerado bem de interesse público e, como tal, foi mantido e respeitado.

A arte goza felizmente deste milagre maravilhoso que é o de suscitar na maior parte das pes-soas prazer e inegável respeito. O fenómeno artístico é um aspecto eterno, que inegavelmente existe nos objectos, nas pessoas e nos acontecimentos. Nós não esta-mos aqui por acaso; os objectos não se constroem para o vazio, mas para o cheio e têm uma for-ça incomensurável porque parti-cipam da força gigante dos pla-netas e das estrelas no contexto do espaço cósmico. As pequenas coisas são grandes coisas neste mundo espacial em que a Terra gravita e onde somente o que é fantástico tem realmente lógica. É por isso que eu acredito no que é fabuloso por muito infantil que isso pareça à primeira vista.

Mas não é infantil, nem sequer ingénuo. É possivelmente miste-rioso, mas o mistério é em gran-de parte o melhor colorido que existe; é isso que nos dá força e também esperança. É isso que nos faz ir para a frente apesar de todas as dificuldades. Quanto mais misterioso melhor, para po-dermos continuar a acreditar no que é óptimo e a ter fá na vida. O poeta francês Charles Baudelaire dizia que “a natureza é um tem-plo em que pilares vivos deixam escapar às vezes palavras confu-sas”. No entanto o mistério não é para mim confuso mas em cer-ta óptica mais romântico – po-de ser realmente visto como tal. para mim o mistério parece-me uma coisa nítida, o que o torna portanto ainda mais misterioso do o que o mistério com caracte-rísticas mais romanescas.

Mas voltemos à arte e à sua preservação. Sem se manterem

as obras de arte com cuidado e sabedoria não teremos esses tes-temunhos inegáveis da misterio-sa presença humana através dos tempos. É para isso também que a arte existe e se torna obriga-tório e inevitável todo o cuida-do e carinho para com ela. Não podemos esquecer isso nunca, a existência do fenómeno artís-tico preserva-nos de grandes e terríveis males. A Arte é, se as-sim podemos dizer, a bondade convertida num cristal puro e raro. Não o podemos perder. Es-tá mais próxima do espírito hu-mano do que qualquer outra coi-sa. Ela é a própria alma, talvez. Se Deus inventou a alma para o homem e a mulher se afastarem da condição inferior dos outros animais, é através dos quadros, dos desenhos, das esculturas e da música que esta se mostra e manifesta e se torna visível, au-dível e de acesso quase fácil. A matéria plástica movida e uti-lizada de certa maneira faz de nós seres finalmente superiores à procura dum destino maravi-lhoso. Estamos aqui neste mun-do para viver para o bem e para a beleza; viver do bem e da bele-za simultaneamente. Não podia ser de outra maneira, com toda a certeza. • renato (Pintor e escultor)

Neste número irei falar de uma pessoa de Pontével, nascida e criada, que trabalhou na sua ter-ra natal e que hoje já se encontra reformada, com 83 anos idade. Trata-se de João Pereira Mendão, que nasceu em 4 de Abril de 1926, casado com Maria da Ponte Vio-lante Mendão. Foi militar, assen-tou praça em 1947 no Quartel de Lanceiros 2 na Calçada da Ajuda, durante 18 meses. Começou a jo-gar futebol no G.D.P. com 15 anos, foi músico durante vários anos e dirigente da S.F.I.P. Bom dança-rino. Com 9 anos de idade, fugia da escola para ir guardar éguas para o campo. Gostava de ir para a “grade”, preparar terrenos com animais, para mais tarde serem utilizados nas sementeiras. Ga-nhava nessa altura 2$50 por dia. Dos 14 aos 16 anos esteve na fá-

brica do tijolo e a partir dos 16 foi trabalhar para o campo. É filho de José Francisco Pereira Mendão e de Maria Varino Mendão, de cujo casamento nasceram cinco bebés, sendo dois rapazes e três rapari-gas: Hermínia, Zulmira, Josefina, João e José. O João Mendão foi ao longo da sua vida um bom vivant. Como jogador de futebol, o João Mendão chegou a representar o S. L. Cartaxo e o Belenenses, além do G. D. P. No Belenenses jogou pou-co tempo porque ganhava pouco – os 300$00 mensais não chega-vam para pagar as deslocações a Lisboa, pois gastava 7$50 em cada deslocação aos treinos. Na altura que andava no campo, chegou a ser capataz de cerca de 100 mu-lheres. O nosso bem-haja e dese-jos de boa saúde João Mendão.

e localização, definir estaciona-mentos para que não haja mais multas injustas, e que a G.N.R. use apenas um critério, muitos pormenores relacionados com o trânsito a merecer uma certa atenção, ter em atenção à altura de certos passeios, se nuns sítios são baixos, noutros já têm pro-vocado quedas por serem altos, requalifiquem a Rua das Marotas e partir da Rua do Jogo da Bola, aquilo parece uma mostra de ma-nilhas num estaleiro de obras! E espero que cheguem à conclusão do que faz um cepo de cimen-to no meio de um passeio! E já que estou com a mão na massa, lembro-me de um recado que en-viei, alertando para a falta de um aqueduto junto à vedação da Es-cola E.B. 2,3, em frente da nova sede da Associação Humanitária ainda quando decorria a obra do arruamento, como não fizeram caso, nem do aqueduto, lá estão a acontecer as inundações.

Outros pormenores que não estão mencionados nas propos-tas para 2009/2013 farei questão de lembrar.

Vamos aguardar para ver e querer, vamos ver, ouvir, falar e escrever, respeitar as ideias de uns e de outros, juntamos a nos-sa e o resultado será uma opinião que pode ajudar, é esse o dever de qualquer cidadão, e pode ser ou não divulgada, como aqui na terra temos a carolice de ter um jornal, porque não servirmo-nos dele para expressar a NOSSA? • mourão rolho

Uma figura

FactosDecidi abordar desta vez o fac-

to do desemprego em Portugal estar a subir assustadoramente. A nossa economia está cada vez mais debilitada e a nossa zona está cada vez mais a precisar de um “empurrão” para que as pes-soas se fixem na sua região de emprego, para que não emigrem e para que se crie riqueza. Ora vejamos: é urgente que as cha-madas zonas industriais come-cem as suas obras a sério, pois com essas obras, logo à partida, há movimento de pessoas, em-bora de pouca monta. A zona empresarial do Casal Branco e a zona empresarial do Bairro Fal-cão já deviam estar em marcha para criarem emprego. Precisa-mos desses locais para criar tra-balho e desenvolvimento. • fer-

nando santos

a matéria plástica movida e utilizada de certa maneira faz de nós seres finalmente superiores à procura dum destino maravilhoso

o João mendão foi ao longo da sua vida um bom vivant

Page 14: A Voz de Pontével / N.º189 / Nov-Dez  2009

a Voz de Pontével14 novembro ∙ dezembro ∙ 2009

Telef.: 243 719 410

[email protected]

Fax: 243 719 412

Publicidade

José JorgeBelchior MendãoConstruções, Lda

Construção e Venda de ApartamentosFornecedor de materiais de construção civil,

ferragens e ferramentas

Rua do Reguengo, 1 - 2070 Pontével | Tel. 243 799 267 | Fax. 243 799 991 | E-mail. [email protected] | site: www.mendaolda.com

Fiacre BarRiver Beach

tel. 916033563

Praça Serpa PintoPONTÉVEL

Mantenha a Voz activa!

faça publicidade

tlm.: 926 026 197tlf.: 243 770 572

Anuncie Aqui

[email protected]

tlm.: 926 026 197tlf.: 243 770 572

Page 15: A Voz de Pontével / N.º189 / Nov-Dez  2009

a Voz de Pontével 15novembro ∙ dezembro ∙ 2009

Publicidade

Não deixe os lixos de grandes dimensões junto aos contentores.

A Junta de Freguesia dispõe de um serviço gratuito de recolha e transporte dos monos.

Ligue-nos: 243 799 226

MANTENHA A FREGUESIA DE PONTÉVEL MAIS LIMPA

P O N T É V E L

CARTÃO MUNICIPAL SÉNIORCâmara Municipal do Cartaxo

viver

INFORMAÇÕES• Secção de Acção Social | Tel.: 243 701 264

ATENDIMENTO• Junta de Freguesia da sua área de residência

www.cm-cartaxo.pt

Viva melhorcom o Cartão Municipal Sénior

Se tem mais de 60 anos e um rendimento até 75% do salário mínimo nacional, adira ao Cartão Municipal Sénior.

Com este cartão tem direito a:

• descontos em vários serviços da Câmara e em mais de 20 empresas locais;

• vantagens nos cuidados de saúde — a Câmara Municipal devolve-lhe até 350 euros do que gasta por ano com os seus medicamentos.

Page 16: A Voz de Pontével / N.º189 / Nov-Dez  2009

a Voz de Pontével16 novembro ∙ dezembro ∙ 2009

tema › sAbores que persIstem

Sabores que persistem no paladar com o passar

do tempoDesde sempre, as festas e celebrações se traduziram em ponto de encontro e de convívio entre as pessoas. São momentos que marcam a nossa memória, as nossas vivências, a nossa passagem pelo tempo. Neste calendário festivo que atravessa gerações, a doçaria tradicional é um marco importante. Festa que se preze, não resiste sem apresentar esta tentação para os sentidos – os doces. Aniversários, Páscoa, Todos os Santos, Natal são festividades que apelam à confecção de bolos, doces e fritos. Com o passar dos anos, há rituais e tradições que se vão perdendo. Mas outros acabam por sobreviver ao bulício dos tempos modernos. Uns mantêm intactos, outros renascem e ganham força, muitas vezes fruto do esforço de pessoas e entidades que têm abraçado a missão da preservação e divulgação da identidade e da memória colectiva regionais.texto: ana fernandes

Page 17: A Voz de Pontével / N.º189 / Nov-Dez  2009

a Voz de Pontével 17novembro ∙ dezembro ∙ 2009

sAbores que persIstem › tema

Fritos na mesa e no sapatinho

A quadra natalícia é, regra geral, a gran-de ocasião para guarnecer a mesa. Raba-nadas, filhós, sonhos, coscorões, bolo-rei e arroz doce costumam fazer parte da mesa da consoada e é à sua volta que se cum-prem muitos dos rituais que se foram im-plementando nesta época.

Com o passar do tempo, muitas das re-ceitas da típica gastronomia foram-se ge-neralizando e a cozinha foi-se uniformi-zando. Em tempos, nas casas das famílias rurais, eram raros os livros de receitas. Os ingredientes eram sabidos de cor e muitas vezes lançados sem medida para dentro de um alguidar. Mas há também cozinhas, em que pratos e doces são preparados da mesma forma há anos.

A noite de Natal destas famílias era con-fortada com um coscorão acabado de fritar e pouco mais. Olinda Santos, de 79 anos, dos Casais Penedos, recorda que a refeição da noite de Natal costumava ser sempre “o bacalhau, as couves e uma batatinha”. Depois, pela noite dentro, fritavam-se cos-corões e velhoses. Era a partir da massa destes fritos, que muitas vezes se faziam os presentes para as crianças.

“A prenda do menino Jesus era feito do rapume da massa dos velhoses. Fazia-se um boneco, que ia a fritar, e se punha no sapatinho. Não havia dinheiro para com-prar prendas. Eu ficava toda contente”, conta Maria Carmina Vitória, de 79 anos. Esta pontevelense lembra-se também que no Dia de Natal, os seus avós, com quem foi criada, cozinhavam sempre um “coe-lhinho”.

Para Carmina Casaca, de 82 anos, a noi-te de Natal “era igual às outras”. Desde pe-quena que foi criada com uma tia, “que era pobrezinha, não podia fazer essas coi-sas”. O hábito de não comemorar esta qua-dra foi-se mantendo. “Não tive filhos, fui sempre eu e o meu marido sozinhos em casa”, acrescenta.

Na casa da família de Olívia Morango, de 82 anos, natural do Porto e há qua-tro anos a viver com as filhas – uma em Pontével, outra no Cartaxo – havia nes-ta noite “um pão-de-ló e um arrozinho”. A mãe costumava comprar mais alguma coisa fora, na confeitaria. “Fazia-se mais do que se comprava, não se podia estar a comprar muita coisa fora. A vida não dava para isso”, explica.

Sem a variedade de enfeites que hoje encontramos por toda a parte, fazer a ár-vore de Natal tinha para alguns a mesma alegria, mas implicava mais saber e habili-dade. “A gente ia ao pinhal, apanhávamos um pinheirinho, púnhamo-lo na mesa, comprávamos umas prendinhas, barati-nhas, e ali estava até ao Ano Novo. Nós fa-zíamos sempre”, recorda Celeste Serrador,

de 84 anos. A estas recordações, Maria Lu-ísa Nico, de 80 anos, acrescenta outro há-bito que se usava para decorar o pinheiro: “apanhávamos as cascas das caracoletas mortas, limpávamos a terra que tinham lá dentro, enchíamos de azeite, púnhamos uma torcidazinha de tecido lá dentro e ilu-minava. Era como se fosse uma lampari-na, porque não tínhamos luz”.

Ir à Missa do Galo era um costume ins-talado em Pontével, assim como vestir a melhor roupa no Dia de Natal. “O fatinho que se estreava na festa guardava-se pa-ra vestir no dia de Natal, Ano Novo, Dia de Todos os Santos, em que íamos sempre ao Cartaxo à feira. Era para todo o ano, quando havia uma ocasião diferente”, ex-plica Maria Carmina Vitória, acrescentan-do que “andávamos no campo eu ouvia as outras dizerem que iam estrear uns vesti-dos todos bonitos, uns sapatos de verniz. Eu chegava ao pé da minha mãe a chorar, porque não tinha nada. Ia com uns sapa-tos comprados no Maurício, com uma bor-lazinha, e uma saia antiga das velhas, que a minha mãe engenhava”.

Ainda assim, “eram roupas tão bem guardados que até ganhavam traça”, co-menta Celeste Serrador, em jeito de graça.

A noite de Ano Novo era mais anima-da e “parecia mais longa”. Em Pontével, “a gente ia para o baile da passagem de ano à noite só saíamos de lá já de dia. Era na ca-sa da música ou na bola. Quando saíamos de lá, já as peixeiras estavam a vender o peixe na praça. Era bailar a noite toda”, conta Carmina Casaca.

Cada um levava um bolo ou um doce, que colocavam numa mesa grande, para comerem pela noite fora. “Ainda hoje se faz assim na minha terra, em Casais Pene-dos. A mesa é posta por todos. Uma mesa grande cheia de tudo o que é bom. Come-mos, dançamos, temos um teatro, músi-ca”, acrescenta Olinda Santos.

Fazer barulho à meia-noite, com tampas dos tachos, também era costume nessa altura, assim como deitar fora coisas ve-lhas.

Épocas diferentes, vidas diferentes

Durante a infância destas seis ponte-velenses, o trabalho ocupou o espaço da brincadeira. Logo com tenra idade come-çaram a caminhar para o campo, o qual as acolheu durante uma vida inteira. “Estava a fazer a prova da 3.ª para a 4.ª classe, aparece a minha mãe a chamar-me para eu ir para o campo. Nem acabei de fazer a prova, assim como estava na escola, assim fui para o campo. Satisfeita da vida e con-

"a prenda do menino Jesus era feito do rapume da massa dos velhoses. Fazia- -se um boneco, que ia a fritar, e se punha no sapatinho. não havia dinheiro para comprar prendas. eu ficava toda contente"maria carmina vitória

Page 18: A Voz de Pontével / N.º189 / Nov-Dez  2009

a Voz de Pontével18 novembro ∙ dezembro ∙ 2009

tentíssima. Não sabia o que era o campo! Andávamos ao rabisco das favas. O pior foi que eu andava descalça e os troços fe-riram-me os pés todos. Chorei, chorei”, re-corda Maria Carmina.

Celeste Serrador também trabalhou sempre no campo e conta que, depois de casada, “deixava cá os meus filhos, fazia o almoço para eles e para o marido, e mar-chava para o campo, a pé para Valada. Era duro”. Olívia Morango beneficiou do meio mais desenvolvido da zona do Porto. De-pois da fábrica onde trabalhava ter fecha-do, comprou uma máquina de tricotar e começou a fazer malhas em casa.

Maria Luísa Nico também começou ce-do a contactar com o ambiente da cidade. Foi servir para uma casa em Lisboa com apenas 7 anos e regressou para Pontével com 24. “A senhora juntava-me o dinheiro e ao final do ano uma avó que me criou ia lá fazer contas com ela. Íamos com esse dinheiro a uma loja lá em Lisboa comprar alguma coisa para o enxoval”, comple-menta. Já na sua terra natal, foi criada na casa da família Leal e depois na da família Areosa.

“O Natal deles era grande. Tinham uma grande habilidade a fazer a árvore. Esta-va a D. Misália, vinha a irmã que morava em Almada, com os filhos todos, era muita gente. Era uma mesa cheia de bolos. Co-

miam bacalhau na noite, chouriço assado, não havia distinção, tanto comia o patrão, como a criança, como os criados, e a me-sa era para todos”, recorda. Se a memória não a atraiçoa, “no Leal fazia-se menos bolos”.

Mas havia sempre prendas para todos. “Tanto davam aos filhos como às criadas. Ainda lá tenho uma encharpe grande, por estrear”, revela.

É caso para perguntar: como é hoje o Natal destas pontevelenses? Para algumas, o passar dos anos não fez brilhar a estre-la que ilumina esta noite. Maria Carmina Vitória confessa que “é ainda pior do que no tempo em que era miúda, porque estou sozinha”. Para Celeste Serrador “é chegar à meia-noite e deitar-me”.

A situação é diferente para Olinda San-tos: “é bom, vou passá-lo a casa de uma filha, em Vila Franca de Xira. Há prendi-nhas para todos, fazemos um pinheiro. As outras filhas estão na França, trocamos as prendas por correio”. Passou também a ser uma data feliz para Maria Luísa Nico. “A minha filha cresceu, casou, teve filhos. O Natal modificou-se. Agora já é um Natal como deve ser”.

Natal mais recheado

As famílias mais abastadas de Pontével tinham os seus hábitos já muito enraiza-dos. Tradições natalícias foram passando de geração para geração e, muitas delas, mantêm-se genuínas nos dias de hoje. É o que acontece na casa de José Manuel Mi-randa, de 71 anos, descendente da família Sousa Raposo e da Condessa de Pontével.

O Natal era para esta família uma gran-de festa e ponto de encontro, mas também um momento de solidariedade. “Fazia-se uma árvore muito grande, que chegava ao tecto, penduravam-se brinquedos e velas e no dia de Natal o meu pai dava uma pren-da a todos os miúdos da aldeia. Ao lado colocava-se uma mesa com velhoses, bro-as, coscorões, abafado, para os pais que vinham com as crianças buscar as pren-das”, começa por recordar.

No chão, junto ao pinheiro, José Manuel Miranda e os amigos faziam “um presé-pio completíssimo. Os miúdos adoravam ajudar-me. O caseiro cortava o pinheiro, nós apanhávamos o musgo”, conta, acres-centando que “o Natal era de tal maneira real na nossa casa, que o meu irmão acre-ditava mesmo na vinda do Menino Jesus pela chaminé. A cozinheira, poucos minu-tos antes da meia-noite, fechava a cozinha

e deixava em cima da mesa um prato de coscorões e abafado para o Menino. Era o mais real que havia. À última badalada corríamos para a cozinha”, descreve.

A noite de Natal era passada em família. O peru, o capão, os velhoses, os coscorões, rabanadas, um doce de ovos com amên-doas – chamado “sopa dourada” – eram alguns dos elementos que compunham a mesa desta noite. “Nós passávamos sem-pre o Natal aqui em Pontével, porque a minha avó vivia cá. Eu costumava vir no início das férias, os meus pais vinham no dia 23”, acrescenta.

Depois dos 5-6 anos, a casa da família de José Manuel Miranda passou também a abrir as portas nesta noite aos miúdos da sua idade. Estes amigos mais próximos, como Ana Maria Centeno ou Carlos Qua-resma, “tinham o privilégio de escolher os brinquedos antes dos outros, que vinham no dia de Natal”. Passavam a noite a brin-car e a fazer jogos. Depois das prendas, iam rezar e cantar junto do presépio.

Na passagem de ano, “era mais diverti-do, tínhamos muita gente cá em casa. À meia-noite fazíamos barulho, com tachos e panelas, e comíamos as 12 passas – uma tradição que já vem de avós e bisavós”, revela José Manuel Miranda. Na ceia desta noite, o ganso era o prato principal.

José Manuel Miranda assume-se co-

da esquerda para a direita: olinda Santos, olivia morango, maria carmina vitória, celeste Serrador, carmina casaca e maria luísa nico

tema › sAbores que persIstem

Page 19: A Voz de Pontével / N.º189 / Nov-Dez  2009

a Voz de Pontével 19novembro ∙ dezembro ∙ 2009

mo “um homem de tradições”. Os rituais próprios da quadra natalícia foram sendo transmitidos de pais para filhos e ele faz questão de os preservar tal e qual como os recebeu. Até mesmo os pratos confeccio-nados no Natal e Ano Novo, José Manuel Miranda faz questão de os repetir todos os anos. Depois de se reformar, veio viver para Pontével, para junto das suas raízes e dos lugares que lhe trazem à memória boas recordações.

Na família Areosa, o Natal era também preparado com rigor e antecedência. Na ceia de Natal, o cabrito, o peru e os doces tradicionais compunham a mesa. Os bo-los secos eram confeccionados dias antes, mas os fritos eram feitos na própria noi-te. “O jantar era sempre o mais requinta-do possível. A seguir, havia a tradição de se fritarem os velhoses”, conta Maria Ro-sália Areosa, hoje com 75 anos. Este frito significava um importante ritual na noite de Natal, mas que dava muito trabalho. “Amassavam-se num grande alguidar, es-tava-se ali a bater durante duas horas. Na altura havia duas ou três empregadas em casa, agora é diferente.”, confessa.

Na noite de Natal, a família tinha o há-bito de confeccionar sempre sopa de abó-bora com feijão branco, temperada com coentros. Esta é uma iguaria que Maria Rosália mantém ainda hoje.

O sapatinho, era colocado sempre junto à chaminé e aguardavam pelo amanhecer do dia para receber o presente. “Era uma excitação enorme. De manhã dizíamos que tínhamos ouvido o Menino, na chami-né, na cozinha. Era a imaginação de crian-ça”, recorda Maria Rosália. Felizmente, foi “uma privilegiada” quanto a brinquedos. “O meu pai comprava umas coisinhas pa-ra nós quando ia a Lisboa. Um dos presen-tes que mais adorei foi uma boneca, com uma cama de ferro em estilo antigo, que recebi quando tinha sete anos. A minha mãe fez depois as roupas para a caminha. Achei o máximo”, conta Maria Rosália.

Era costume passar o dia de Natal em casa de uma tia, irmã do seu pai. A família juntava-se, para “um grande almoço, com muita alegria”. A árvore de Natal era enfei-tada com chocolates, cavalinhos, bolinhas e o presépio com musgo. “Hoje faz-se com mais antecedência, mas naquela altura só íamos apanhar o pinheiro e fazer o presé-pio três ou quatro dias antes”, acrescenta. A partir dos seus oito anos, a família co-meçou a ir à Missa do Galo.

No Ano Novo, as tradições repetiam-se. Ao jantar, comia-se cabrito e pela noite dentro os coscorões e as azevias serviam para adoçar a boca. O ritual das passas só surgiu no seio familiar quando Maria Ro-sália tinha uns 18 anos de idade.

Caspiada ganha fama

A caspiada é um bolo típico de Pontével que surgiu no contexto rural e que hoje continua a ser muito aprecia-do em Pontével. Ainda que não costu-me fazer parte da mesa da consoada, é um bolo que actualmente é muito pro-curado, estando associado a várias fes-tividades e eventos locais.

O bolo que hoje facilmente se encon-tra à venda na Artével, Festa de Nossa Senhora do Desterro ou Festa dos Fa-zendeiros foi em tempos um alimento confeccionado a partir da massa do pão, que ficava agarrada ao alguidar. Nazaré Martins, de 51 anos, apreendeu a fazer as caspiadas com a sua avó. Há dez anos que faz bolos para venda, en-tre os quais, a caspiada. “Os mais pro-curados são a caspiada e os bolos de noivo”, revela.

Nazaré Martins ainda faz pão casei-ro, para consumo durante a semana. Mas as caspiadas já não são feitas com “as sobras do alguidar”. Costuma ter várias encomendas e chegou a vender bolos para uma loja. “Adoro fazer bo-los. Não foi isto que tracei para a mi-nha vida, mas passei a gostar muito da cozinha”, acrescenta, desabafando que o curso de cozinha e de pastelaria que tirou há alguns anos de pouco lhe têm servido. “Na maioria das áreas, só que-rem pessoas formadas, mas na cozinha, qualquer pessoa pode cozinhar. Penso que está mal”, defende.

Hoje, em Pontével, ainda que existam muitos fornos, poucas pessoas fazem pão caseiro. Olinda Santos não tem o seu forno desprezado, “mas não é utili-zado”. A filha não o quer deitar abaixo, “diz que é para recordação”.

Recordações sobre a caspiada foram trazidas à lembrança por Maria Carmi-na Vitória. “Dantes a caspiada era feita de maneira diferente. Faziam-se com os restos da massa do pão de milho, acres-centava-se mais um bocadinho de fari-nha, sal, azeite e punha-se a massa nu-ma couve. Muita gente punha também numa folha de figueira. Isso é que era uma caspiada. Agora, tudo é caspiada”, refere.

Para Olinda Santos, as caspiadas que encontra agora à venda são melhores, porque “agora põem-lhe açúcar e cane-la, dantes não”.

Para a caspiada, não há propriamente uma receita. Cada pessoa que a amassa-va, juntava os ingredientes ao seu gosto ou aqueles que encontrava na pratelei-ra da despensa. Manuela Calisto, de 53 anos, é mais uma pontevelenses que se tem dedicado à confecção da caspia-da e revela que a faz “ao natural, co-mo antigamente”. A farinha, o azeite, a canela e o açúcar são ingredientes que fazem parte da receita deste bolo tradi-cional. Ainda que seja mais divulgado, “todas temos um segredo”, acrescenta Manuela Calisto, que defende que o bolo “não se pode fazer sempre, para não se tornar vulgar. Um senhor de um supermercado queria fazer um contrato comigo, mas eu disse-lhe que não, por-que não convém que a caspiada se en-contre em qualquer lado, deixa de ser tradicional”.

Manuela Calisto começou a fazer bo-los tradicionais por ocasião da Festa dos Fazendeiros. Depois, tomou-lhe o gosto e há vários anos que os confecciona, para venda na Artével, Festa do Vinho ou para particulares. “Tenho um forno a lenha, onde ainda faço pão. Amanhã, por exemplo, vou fazer 15 quilos, que deve dar para umas 40 ou 50 caspia-das”, acrescenta.

Manuela Calisto recorda que a tradi-ção era levar a massa da caspiada ao forno numa folha de figueira e a razão para isso não dependia só do gosto. “Nem sempre havia couve, mas como as mulheres tinham muitos filhos, a parra da figueira, como é mais peque-na, também não permitia fazer bolos grandes, assim chegava para todos”, conta.

“Quando tiver mais paciência”, Ma-nuela Calisto pretende também recupe-rar a caspiada feita com a farinha de milho.

sAbores que persIstem › tema

Page 20: A Voz de Pontével / N.º189 / Nov-Dez  2009

a Voz de Pontével20 novembro ∙ dezembro ∙ 2009

de

sP

or

tonovo treInAdor clAssIfIcA o plAntel como “um grupo espectAculAr”

Grupo Desportivo de Pontével enfrenta nova época com equipa renovada

»

O Grupo Desportivo de Pontével (GDP) avançou para o campeonato da 2.ª divisão distrital com novos ros-tos no plantel e na equipa técnica. O novo treinador da equipa sénior é Ga-briel Barra, que aceitou este “desafio aliciante” com o objectivo de refazer uma equipa e incutir-lhe espírito de união e vontade para trabalhar.

“Sabia que a equipa tinha sido des-feita, aos poucos temos tentado que as coisas se componham de maneira a que consigamos, a cada domingo, fa-zer três pontos. Nem sempre é possí-vel, por vezes a bola custa a entrar na baliza, mas o importante é demonstrar trabalho e empenho”, referiu.

Esta equipa tem vindo a ser gerida “à imagem do treinador”, que preten-de, juntamente com o seu adjunto, Nu-no Franco, “tentar em cada dia fazer com que a equipa tenha cada vez me-lhores prestações nos treinos, para que essas qualidades possam ser transmiti-das nos jogos”.

Alguns dos jogadores que incorpo-raram a equipa para esta época vieram do Inatel, o que provocou uma fase de adaptação e mais trabalho. “Eram jogadores que há vários anos não jo-gavam futebol a este nível, só aos do-mingos e muitas vezes sem treinar. Ti-vemos muitas dificuldades, implicou conjugar muita coisa”, explicou Ga-briel Barra.

Aos olhos do treinador, a equipa sé-nior é “um grupo espectacular e uni-do. São homens com H grande”.

Gabriel Barra quer que a sua equipa funcione no campo como um colecti-vo. É esse espírito que a equipa téc-nica, enquanto “pólo estabilizador”, pretende sempre transmitir.

“Primeiro está a equipa. Aqui não há vedetas, a vedeta é o GDP. O clube é soberano, daí eu não pactuar com situ-ações que não sejam as melhores para o grupo”, revelou, acrescentando que todas as decisões são tomadas com consciência e com a convicção de que, perante as contingências que vão sur-gindo, “é importante que o grupo se fortaleça e tenha melhores prestações. É essa a nossa principal preocupação, por isso, joga quem realmente trabalha bem e quem vá para dentro das quatro linhas com o espírito e a vontade de ganhar o jogo”, afirmou o treinador. •

Classificação

Pos. Clube J V E D GM GS Ptos1 G.Desp.Benavente 3 3 0 0 9 2 92 Grupo D. Pontevel 3 2 1 0 4 2 73 Gd Samora Correia 2 2 0 0 5 3 64 A.R. Do Porto Alto 2 1 1 0 2 1 45 C.D. Salvaterrense 3 1 1 1 4 4 46 Grupo D. Marinhais 2 0 1 1 2 3 17 Amigos Coruchense 3 0 1 2 4 7 18 Sport C.Barrosense 3 0 1 2 2 6 19 Sport C.D. Gloria 3 0 0 3 3 7 0

Arranque da nova época

Nos primeiros três jogos reali-zados para o campeonato, o GDP ganhou duas partidas e empatou uma. Ainda que a equipa pudesse ter uma melhor prestação, Gabriel Barra faz um balanço positivo des-te arranque. “Sem fazermos gran-des exibições, temos conseguido pontos e é isso que nos dá alento. Não pensava que nos esperassem tantas dificuldades, algumas delas criadas por nós próprios. Falhámos algumas situações de golo, mas o balanço é positivo”, revelou.

A mesma avaliação não é feita a respeito da Taça do Ribatejo. Nos dois jogos concretizados no âmbito desta competição, o GDP não con-seguiu somar pontos. O treinador admite que “a Taça não tem corrido bem. Em Rio Maior a nossa presta-ção não foi favorável, mas em casa, com os Empregados do Comércio, poderíamos ter feito uma vitória e acabamos por ser penalizados por alguns erros que cometemos”, con-siderou.

Jogos realizados

Campeonato26/09 – Pontével 1 - 0 Barrosense 10/10 - Glória 1 – 2 Pontével25/10 - Pontével 1 – 1 MarinhaisTaça do Ribatejo02/10 - Rio Maior 3 – 1 Pontével 18/10 – Pontével 1 – 2 Emp. Comércio

Próximos jogos08/11 – Samora Correia x Pontével22/11 – Pontével x Benavente29/11 – Salvaterrense x Pontével06/12 – Pontével x Porto Alto13/12 – Coruchense x Pontével20/12 – Barrosense x Pontével

Alguns dos jogadores que incorporaram a equipa para esta época vieram do Inatel, o que provocou uma fase de adaptação e mais trabalho.

Page 21: A Voz de Pontével / N.º189 / Nov-Dez  2009

a Voz de Pontével 21novembro ∙ dezembro ∙ 2009

desPorto

atletismo casa do Povo de Pontével Por mário silva (treinador da secção de atletismo da cPP)

mudAnçAs nos corpos dIrectIvos dA secção de AtletIsmo

Mário Silva deixa o dirigismo mas continua a treinar

»

Situação real do atletismo pontevelense

Rankings Nacionais de Pista

No ano em que completou 40 anos de Secção de Atletismo da Casa do Povo de Pontével, Mário Silva decide deixar de fazer parte dos órgãos directivos, para se de-dicar apenas aos treinos.

Mário Silva tem 56 anos é re-conhecido em Pontével pela sua máxima dedicação ao atletismo, devendo-se a ele muito do traba-lho que tem possibilitado a conti-nuidade desta modalidade. Com o seu jeito por vezes austero, mas que não permite esconder a sua sensibilidade e carinho pe-lo desporto e pelos mais novos, foi cativando ao longo dos anos mais atletas e colaboradores, que têm, com ele, assegurado a par-ticipação da Secção em provas, sobretudo no distrito, e levar a cabo iniciativas desportivas na freguesia, como a Estafeta Santa-rém – Pontével.

“Faço parte da direcção da Sec-ção de Atletismo desde 1969. Eu disse para mim próprio que as-sim que completasse os 40 anos de atletismo, deixava o dirigis-mo, foi o que eu fiz”, revelou Mário Silva, acrescentando, ri-sonho e em tom de brincadeira, “que entrei na segunda fase da minha vida”.

Este “homem forte” do atle-tismo pontevelense continua a dirigir os treinos da Secção, um trabalho que já desenvolve des-de 1980. Confessa que não é por teimosia que decidiu abandonar a direcção – aliás, está decidido a deixar todos os cargos directi-vos que tem em outras colectivi-dades. Pretende antes dar o lugar a outros, envolver os mais novos no dirigismo, passar o testemu-nho a outros pontevelenses, “pa-

ra não ser sempre o Mário”. Um dos principais desafios que

a Secção enfrenta actualmente

é cativar os jovens dos 14, 15 e 16 anos para a modalidade. “Os mais pequenos têm aparecido, mas os jovens é mais difícil”, re-velou. Uma pista para os treinos em Pontével é uma das aspira-ções mais antigas da Secção.

Remodelação da Secção de Atletismo

Desde o mês de Setembro, a Secção de Atletismo da Casa do Povo de Pontével passou a ser constituída por Paulo Silva, Amí-lcar Amorim, Rui Guimarães, Manuela Toscano, José Rodri-gues Lopes, Cristina Cigarro, Jai-me Galinha, João Areosa e Elisa Areosa, sendo o vice-presidente para a área do atletismo Joaquim Vital.

Fazem parte da equipa técnica para esta época Mário Silva, Nel-son Dantas, Rui Guimarães e Ma-nuela Toscano. •

Neste últimos cinco anos e para a maioria dos êxitos alcançados no Atletismo da Casa do Povo de Pontével, contribuíram os atletas Henrique Pego, Bruno Ferreira, João M. Silva, Joey Ferreira, Sa-muel Rodrigues, João R. Silva, Nelson Dantas, Fábio Mendão, Daniela Martins, Eva Santos, Jo-ana Gonçalves, Mónica Branco, Vera Lopes, Patrícia Rebelo, Syl-vie Ascensão e Tânia Tristão, os quais foram diversas vezes cam-peões e vice-campeões regionais, seleccionados para diversas ac-ções de formação, representaram muitas vezes a selecção de San-tarém no Olímpico Jovem Nacio-nal e participaram, também, em alguns campeonatos nacionais de juvenis e juniores, onde os míni-mos não são fáceis de alcançar.

Os anos foram passando e o

» aparecimento de novos valores não surgiu. Estes atletas, na sua maioria, ainda se mantêm, mas somente com o intuito meramen-te participativo e com a vontade de ainda pertencer ao grupo, pois a sua vida estudantil só lhes per-mite treinar uma vez por sema-na. Outros já abandonaram e, no caso de Sylvie Ascensão e Tânia Tristão, ainda estão lesionadas.

O atletismo pontevelense tem que começar tudo de novo, fo-mentando o aparecimento de mais crianças, dando-lhes a for-mação adequada, de modo a que no futuro haja novos valores. Não será fácil, pois a atletismo não é como o futebol – a maio-ria das crianças sonham ser fu-tebolistas. Têm um campo e é lá que se concentram para efectuar os seus treinos, no atletismo te-

mos que ir para a estrada ou ar-ruamentos junto à Casa do Povo, pois não temos pista de atletismo ou mesmo uma mini-pista. Se ti-véssemos, tudo seria mais fácil. Desfrutamos da pista do Estádio Municipal do Cartaxo, é verdade, mas para a utilizarmos temos que nos deslocar lá, sendo necessário carrinhas adequadas para trans-portar as crianças, motoristas disponíveis e que queiram efec-tuar esse trabalho gratuitamente, já não falando do combustível consumido nas três deslocações semanais ao Cartaxo. A nova Secção de Atletismo já contactou algumas crianças, através das es-colas primárias da freguesia, ten-do surgido já algumas nos trei-nos que se realizam às segundas, quartas e sextas-feiras, a partir das 19 horas, na Casa do Povo. •

Após terminada a época 2008/09, verificámos que alguns dos atletas da Casa do Povo de Pontével ainda mereceram fazer parte dos Ranking’s Nacionais da Federação Portuguesa de Atletis-mo, apesar das lesões das suas melhores atletas, Sylvie Ascensão e Tânia Tristão, logo no inicio da época de pista.

Os resultados foram os seguin-tes: em infantis, Carolina Cadei-ras foi 18ª no Triatlo Técnico, com 1037 pontos (barreiras, peso e comprimento); 19ª no compri-mento, com 4.37; 46ª nos 60 me-tros, 8.91 e 52ª nos 150 metros, 22.39; a estafeta 4x60 metros

femininos, que foi constituída por Carolina Cadeiras, Madale-na Amorim, Rita Areosa e Filipa Galinha, foi 40ª, com 37,87 e a masculina, composta por Bru-no Lopes, Fábio Martins, Pedro Amorim e Gonçalo Galinha, ob-teve o 35º lugar, com 37,8. Em iniciados, Bruno Leal foi 74º nos 250 metros barreiras, com 40.59; Inês Bento, atleta que chegou ao atletismo no início da época de pista, de quem se espera alguns resultados de destaque a nível regional e até nacional, foi 22ª nos 250 metros, com 36.27; 41ª nos 100 metros, 13.22 e 57º nos 200 metros, 28.13; Ricardo Godi-

nho foi 19º no triplo, com 11.24 e igual classificação no peso, com 11.85; a estafeta 4x80 me-tros que foi constituída por Ca-rolina Cadeiras, Madalena Amo-rim, Vera Santos e Inês Bento, foi 30ª com 45.21.

Em juvenis, Sylvie Ascensão foi 27ª nos 800 metros, com 2.25.00 e 57ª nos 300, com 46.14 e Tânia Tristão, 12ª nos 6º me-tros barreiras em pista coberta, com 9.93; 13ª no Triatlo Técni-co em pista coberta, com 1598 pontos (barreiras, peso e altura) e 18ª nos 60 metros barreiras, pista coberta, em juniores, com 10.28. •

Grande Prémio de Atletismo de PontévelPontével recebe no primeiro dia de Dezembro mais uma edição do Grande Prémio de Atletismo. As inscrições podem ser efectuadas na Junta de Freguesia, entidade responsável pela organiza-ção do evento, com a colaboração da Secção de Atletismo da Casa do Povo de Pontével.

Page 22: A Voz de Pontével / N.º189 / Nov-Dez  2009

a Voz de Pontével22 novembro ∙ dezembro ∙ 2009

cu

ltu

ra

& l

az

er AfluêncIA de pessoAs Ao ArrAIAl surpreendeu orgAnIzAção

Quarentões de 2009 satisfeitos com o resultado da festa de N.ª Sr.ª do Desterro

»

Os Quarentões 2009 estão satisfeitos com a organização daquele que é con-siderado o maior evento da freguesia – as Festas em Honra de Nossa Senho-ra do Desterro – e consideram que esta experiência foi “muito enriquecedora”, do ponto de vista pessoal e social.

Em altura de balanço, o grupo, cons-tituído por 23 quarentões, conside-ra que os principais objectivos foram cumpridos e dizem-se mesmo “surpre-endidos” com o resultado conseguido. “As festas correram muito bem. Além dos compromissos financeiros cumpri-dos, conseguimos fazer uma festa que as pessoas, na generalidade, gostaram muito. Só podemos estar contentes”, afirmou Vítor Lopes, durante o almo-ço comemorativo realizado no dia 17 de Outubro e que juntou todos aqueles que colaboraram nas festas de 2009.

Se os dias de 4 a 8 de Novembro sig-nificaram divertimento para muitos, para os organizadores foram momen-tos de “muita pressão, nervosismo e stress”, revelou Cláudia Anastácio. “A sexta e o sábado são dias muito com-plicados, porque a falta de noção das coisas é tanta que entramos quase em choque. Na parte do restaurante, por exemplo, à última da hora deparámo-nos sem saca-rolhas. Como é neces-sário pensar em tanta coisa, andamos pressionados e stressados e acabamos por nos esquecer de pormenores tão elementares como este. O arranque é muito complicado”, explicou, salva-guardando que “no final é muito gra-tificante, porque as pessoas, apesar de algumas divergências e nervosismos, naquele momento estão muito uni-das e, todas juntas, conseguimos fazer com que as coisas funcionem”.

No que respeita à questão financei-ra, os Quarentões 2009 estipularam um orçamento “um pouco mais baixo que o do ano anterior”. Fizeram uma ges-tão cautelosa, apostaram numa progra-mação diversificada, que atraiu muita gente ao recinto das festas, e contaram com “a ajuda do São Pedro”, que pro-porcionou dias de calor. Foi a relação entre estes factores que fez com que “a festa se pagasse a ela própria”. Na sex-ta-feira, a organização optou por não cobrar entradas e o arraial encheu lo-go nessa primeira noite. “Nos últimos anos nunca se viu uma sexta-feira as-sim. Não foi muito expressiva em ter-mos de valor financeiro, porque não cobrámos entradas, mas em termos de arraial foi excepcional”, afirmou José Miguel Calisto.

Inicialmente, os Quarentões tinham pensado em optar por entradas livres também à segunda e à terça, no entan-to, “não foi possível, porque era difícil

saber concretamente como estava a si-tuação financeira no domingo à noite. Tínhamos uma ideia de que a festa já estaria paga, mas não era definitiva. Tivemos de pôr um valor simbólico de dois euros à entrada, nesses últimos dois dias”, esclareceu Vítor Lopes.

A maior afluência de pessoas ao ar-raial registou-se na noite de sábado. Este ano, os Quarentões arriscaram um modelo diferente do habitual. “Op-támos por não colocar os grandes ar-tistas à segunda e à terça. Tivemos os Fingertips ao sábado e o Quim Barrei-ros ao domingo. Arriscámos e correu muito bem”, considerou Vítor Lopes.

A noite de encerramento dos feste-jos foi para Ana Luísa Nico uma das mais marcantes. “Fizemos uma terça-feira diferente, com um grupo que as pessoas gostaram e depois com o es-pectáculo de água, que foi muito boni-to. Houve uma boa coordenação, por-que assim que terminou o espectáculo,

começou o fogo-de-artifício, a iluminar o céu por cima da capela de Nossa Se-nhora do Desterro. Muita gente ado-rou”, descreveu.

Mas até chegar a terça-feira, muito trabalho teve de ser feito. “Ao domingo começa a aparecer o cansaço, o sono, mas ainda só estamos a meio. É preci-so recuperar força, ir para casa descan-sar umas horitas e retomar o trabalho, mas nem sempre é fácil adormecer, porque são muitas preocupações”, acrescenta Cláudia Anastácio.

A programação musical foi também do agrado da organização, que teve um feed-back positivo da população. “As pessoas inicialmente não pareciam ter levado muito a sério os artistas e as orquestras com os camiões de pal-co, pareciam um pouco desconfiadas, mas depois viram a qualidade deles e deram-nos os parabéns. Eles fizeram espectáculos muito animados, espe-cialmente para aqueles que gostam de

dançar”, considerou José Miguel Calis-to, acrescentando que “acredito que de há quatro ou cinco anos para cá nunca houve tanta gente na festa como este ano”.

Vítor Lopes deparou-se com situa-ções que o surpreenderam, derivado à falta de experiência do grupo nestas andanças. “Eu nunca pensei que gas-taríamos mais de 500 euros em carvão ou 400 em batatas fritas. Umas coisas nós temos mais ou menos ideia, mas muitas delas são impensáveis”, exem-plificou.

Uma semana após a festa, os Quaren-tões já tinham liquidado todas as suas despesas, à excepção do pagamento da água. Como as verbas angariadas durante os festejos foram suficientes para o pagamento dessas despesas, os Quarentões tiveram de lucro o valor angariado com os eventos realizados ao longo do ano, cujas verbas preten-dem repartir pelas colectividades e ou-

Page 23: A Voz de Pontével / N.º189 / Nov-Dez  2009

a Voz de Pontével 23novembro ∙ dezembro ∙ 2009

cultura & lazer

jovem pontevelense sAtIsfeItA com o título

Tatiana Costa eleita primeira dama de honor no concurso da Rainha das Vindimas do concelho do Cartaxo

»tras instituições que colaboraram na realização das festas. Haverá a possibilidade de reservar “uma parte deste pé-de-meia para ad-quirirmos algumas coisas para a festa”, adiantou Vítor Lopes.

Os Quarentões fazem tam-bém uma avaliação positiva em relação aos apoios financeiros por parte de empresas e popu-lação. “Não tivemos muitos pa-trocínios, mas as pessoas foram sinceras e abertas connosco. Mesmo nos peditórios, todos co-laboraram dentro do possível, isso foi muito positivo”, referiu Ana Luísa Nico.

À semelhança do que aconte-cia nos primeiros anos de organi-zação da festa pelos Quarentões, esta comissão pretende fazer uma apresentação de contas, não tão pormenorizada como então, mas revelando os principais co-laboradores e valores de receitas e de despesas. Os Quarentões agradecem a todos os que co-laboraram com o grupo e dese-jam sorte à comissão de 2010. Ao próximo grupo de Quarentões, aconselham “união de esforços e muita calma e tolerância”.

a importância das iniciativas de angariação de receitas

Para Vítor Lopes, há eventos que os Quarentões costumam realizar anualmente que “é im-portante lutar por eles”. É o ca-so do BTT, que “deve ser muito bem trabalhado, porque é um evento de muito impacto, que é já conhecido por pessoas de vá-rios pontos do país”. O evento que mais desiludiu o grupo foi o almoço dos Quarentões, um en-contro promovido a pensar em todos os pontevelenses que já organizaram a festa. “Fizemos um grande investimento, mas não cativou as pessoas”, reco-nheceu José Miguel Calisto. O baile de Carnaval foi um evento que, apesar de não ter tido uma grande dimensão, surpreendeu pela positiva a comissão. Mas foi a venda das caspiadas que mais pontos valeram aos Quarentões. “As pessoas já nos procuravam para encomendas, resultou mui-to bem, fizemos mais de quatro mil euros com a venda das cas-piadas”, referiu Vítor Lopes. Em todas as iniciativas, José Miguel Calisto adianta que o lema da comissão foi o de “servir bem, a um preço acessível. Preferíamos deixar de ganhar algum dinhei-ro mas fazer com que as pessoas saíssem contentes e satisfeitas”, frisou. •

O glamour e a magia do ci-nema preencheram a noite de eleição da Rainha das Vindimas do concelho do Cartaxo, no dia 17 de Outubro. Ana Filipa Cam-pos, de 19 anos, da freguesia de Vale da Pedra, foi a vencedora deste concurso e Tatiana Costa, representante da freguesia de Pontével, foi eleita Primeira Da-ma de Honor.

Daniela Penedos, de 17 anos, da Ereira, conquistou o título de Segunda Dama de Honor e o Pré-mio Vítor de Sousa, que distingue a simpatia e é atribuído entre as candidatas, foi entregue à repre-sentante da freguesia de Valada, Débora do Carmo, de 15 anos.

O Ateneu Artístico Cartaxense encheu-se para este espectáculo, que é o culminar de um concurso que pretende valorizar a cultura, a juventude e a beleza feminina. Antes deste desfile final, as oito candidatas realizaram uma pro-va escrita, no dia 11 de Setem-bro, uma prova de comunicação e expressão dramática, no dia 26 de Setembro, e uma visita guiada pelas oito freguesias, no dia 3 de Outubro.

Ana Filipa Campos ficou sur-preendida quando ouviu os apresentadores anunciarem o seu nome. “Eu não estava na-da à espera de ganhar, apostava inclusivamente em outras co-

legas. Foi muito bom”, revelou a vencedora, para quem este concurso significou “novas ex-periências e novas amizades”. Quanto a expectativas para o concurso nacional, Ana Filipa Campos adianta apenas que vai fazer o seu melhor. “Será um concurso diferente, mais exi-gente. Não posso garantir que vou chegar ao patamar mais alto. Mas vou fazer o meu me-lhor”, adiantou.

Na passagem do testemunho, Inês Pedro, vencedora da Rainha das Vindimas no ano passado, recordou os bons momentos que teve oportunidade de usufruir durante o seu reinado. Os desfi-

les que fez para a estilista Mada-lena Toscani, um deles durante um programa televisivo, levaram a jovem de Vila Chã de Ourique a classificar este concurso como “uma experiência maravilhosa”.

O espectáculo contou com a participação de Bruno Schia-ppa, que produziu coreografias e protagonizou um momento musical com Pedro Fontainhas. No primeiro desfile da noite as candidatas apresentaram trajes tradicionais da sua freguesia. Nos dois desfiles seguintes, as candidatas foram vestidas pe-la estilista Madalena Toscani, apresentando vestidos de pas-seio, inspirados nas divas ame-ricanas dos anos 50, e vestidos de gala.

Concurso foi uma “experiência enriquecedora” para tatiana Costa

A candidata da freguesia de Pontével “não estava nada à espera” de ser eleita Primei-ra Dama de Honor do concurso da Rainha das Vindimas, con-tudo, foi uma surpresa agradá-vel. “Gostei de tudo. Desde os ensaios à simpatia e atenção de todas as pessoas que nos ajuda-ram. Foi óptimo trabalhar com a Madalena Toscani. Aprendemos muitas coisas novas”. Foi uma “experiência enriquecedora” que não ficou afectada pelo facto de não ter ganho o concurso. “Não fiquei desiludida por não ter ga-nho, porque a minha meta aqui não era ser rainha. Isto para mim não foi uma competição. Foi di-vertimento e convívio”, revelou a jovem pontevelense, que tem 15 anos e está no 10.º ano de um curso profissional de técnica de apoio à infância. •

Provas em PontévelO auditório Luís Eugénio Filipe foi o palco escolhido para a prova de comunicação e expressão dramá-

tica do concurso da Rainha das Vindimas, que se realizou no dia 26 de Setembro. O “Eterno Feminino – Histórias de Mulheres da Minha Terra” foi o ponto de partida para as oito candidatas desenvolverem um trabalho de pesquisa e de representação em torno de uma mulher que tenha tido um papel interventivo e marcante na sua freguesia. Tatiana da Costa apresentou uma mulher que teve duas grandes paixões na vida: a costura e a cultura. Num cenário onde não faltou a máquina de costurar e os vestidos de chita, Ta-tiana prestou uma humilde homenagem a Venilde Anastácio, que viveu entre 1944 e 1994.

Na visita guiada pela freguesia, no dia 3 de Outubro, a candidata optou por fazer um pequeno percurso pela vila – passando pela Igreja Matriz, Largo D. Sancho I, Largo dos Alves, taberna da Cila e casa da Con-dessa de Pontével – culminando no Largo do Coreto, onde se presenciou um baile à moda antiga, com a banda a tocar no coreto e elementos do rancho a dançar, devidamente trajados.

Vit

or

Ne

No

/ c

Mc

Page 24: A Voz de Pontével / N.º189 / Nov-Dez  2009

a Voz de Pontével24 novembro ∙ dezembro ∙ 2009

cultura & lazer

exposIção “crIArt” trAnsmIte mensAgem ecológIcA

Obras feitas a partir de materiais recicláveis invadem biblioteca

»

A Biblioteca de Pontével rece-beu em Setembro, no início do novo ano lectivo, a exposição de materiais recicláveis “Criart”. Os trabalhos apresentados foram ela-borados no ATL pelas crianças do 1.º ao 4.º ano de escolaridade.

Uma grande diversidade de ob-jectos coloridos preencheu esta sala da antiga Escola Primária de Pontével. Porta-lápis e mea-lheiros em cartão, carteiras feitas a partir de pacotes de leite, mol-duras decoradas com sementes e cascas de nozes, espaços pedagó-gicos com animais construídos a partir de copinhos de plástico e cartão, uma casa de bonecas em que garrafas de plástico pintadas davam corpo às várias persona-gens e instrumentos musicais elaborados com pasta de papel,

caricas e rolos de papel higiéni-co foram algumas das obras que os mais pequenos mostraram ao público.

Com este trabalho, o ATL quis transmitir aos mais pequenos uma mensagem ecológica, rela-cionada não só com a importân-cia da reciclagem dos materiais, mas sobretudo com a sua reuti-lização. •

o próxImo objectIvo é o restAuro do AltAr em tAlhA dourAdA dA cApelA-mor

Altares frontais da Igreja Paroquial de Pontével estão a ser restaurados

»

Os dois altares frontais da Igre-ja Matriz de Pontével começaram a ser restaurados há cerca de um mês. Este trabalho está ser de-senvolvido por uma técnica de restauro, formada pelo Instituto Politécnico de Tomar e natural da freguesia, e está a ser apoiado fi-nanceiramente pela Junta de Fre-guesia, que estabeleceu um pro-tocolo com o Centro Paroquial.

Os altares estavam “muito de-gradados”, tiveram de ser desinfes-tados e receber um tratamento de preenchimento. Um deles estava inclinado e teve de ser endireitado. As peças que foram desintegradas da estrutura estão a ser restauradas pela técnica na sua casa.

O Padre António José Antunes prevê que daqui a meio ano os trabalhos nos altares frontais es-tejam concluídos e adianta que o custo dos mesmos será inferior aos orçamentos anteriormente solicitados a outras escolas de restauro.

A Igreja tem vindo a ser alvo de beneficiações nos últimos anos – já foram restaurados os azulejos, o tecto, o soalho, o coro e as ima-gens, além dos melhoramentos

da instalação eléctrica. A imagem do Mártir de São Sebastião e os quadros do Mestre de Romeira fo-ram também restaurados recente-mente, pela técnica pontevelense e pelo Instituto Politécnico de To-mar, respectivamente.

O próximo objectivo é o altar em talha dourada da capela-mor, considerado pelo Padre António José Antunes como “o mais prio-ritário”. Todavia, é um trabalho “de maior dimensão, que implica mais verbas. É preciso uma equi-

pa para o restaurar, incluindo um carpinteiro e um marceneiro es-pecializados, porque tem de ser todo desmontado”, explicou o Padre. A urgência é cada vez mais sentida, à medida que as peças do altar se vão desintegrando.

“Algumas peças já se soltaram, outras estão a cair. É um trabalho muito urgente”, acrescentou.

Apesar da limitação das verbas, o Centro Paroquial está a tentar reunir condições para prosseguir com os trabalhos de restauro na Igreja. “O importante é não per-der a embalagem. A continuida-de dos restauros e o facto de se ir vendo trabalho feito, vai entu-siasmando as pessoas”, conside-rou ainda o Padre António José Antunes.

Relativamente à Capela de Nos-sa Senhora do Desterro, cuja de-gradação do tecto se está a agra-var, o Padre lamenta que a sua beneficiação não tenha sido inte-grada nas intervenções do espaço envolvente, que a Junta e a Câ-mara estão a projectar. Uma vez que isso não aconteceu, o Padre admite que essas obras serão pa-ra “um futuro mais longínquo”.

Para angariar receitas para os trabalhos de requalificação da Igreja, o Centro Paroquial orga-niza no dia 8 de Novembro um almoço de convívio, a partir das 13h00, na Casa do Povo de Pontével.•

Page 25: A Voz de Pontével / N.º189 / Nov-Dez  2009

a Voz de Pontével 25novembro ∙ dezembro ∙ 2009

cultura & lazer

o trAbAlho deste ArtIstA é reconhecIdo em várIAs áreAs ArtístIcAs

Fotógrafo natural de Pontével apresenta “Modamorfose”

» Os Poetas de cáMenina dos olhos marotos

Quando passa ao meu portãoFico olhando a tua belezaGostaria de ser botãoCingindo-te minha princesa

Corres de cabelo solto ao ventoCruzando as vielasNão paras um momentoMenina das chinelas

Brincas e saltas, gozas a mocidadeAndas alegre sempre contenteNão te pesa a idadeContinuas bonita e sorridente

Teu olhar maliciosoNão me sai do pensamentoMenina de coração bondosoMoça de força e alento

Ao passares à noite na ruelaCuidado com os garotosVê lá tem cautelaMenina dos olhos marotos

Um dia quando fores velhinhaCom saudades vais recordarQuando eras traquininhaSempre a correr e a saltar.

Leonel Simões da Silva

Que coisa!

Em desespero se mata,Se despreza tudo e todosE se vai ao suicídio.

Só há desprezoPor faltar a liberdade;Liberdade de decisões;Liberdade de opções.

As leis,As regras impostas ao ser humanoPor esse ser humanoQue por enganoA natureza criou.

A infelicidade existePorque nós existimos.A nossa existência é, pois,Um erro da natureza;O único erro da natureza.Que parvos que somos!A vaidade que exibimos,Ao sermos chefes,Ao sermos reis,Ao sermos ministros!Que patetas somos!- Por mandar.- Por castigar.Por demonstrar o seu “poder”!Mas que culpa tenho euDe ser vivo?

Na Galeria Praça das Flores, em Lisboa, esteve patente, en-tre os dias 1 e 22 de Outubro, a exposição de fotografia "Mo-damorfose", de Ricardo Qua-resma e Rui Aguiar, reputados fotógrafos de moda nacionais – um deles, Ricardo Quaresma, natural de Pontével.

O trabalho de Ricardo Qua-resma Vieira é hoje reconheci-do em várias formas, desde a fotografia ao cinema, ao vídeo e instalação. Nesta exposição “Modamorfose”, na qual a arte e a moda entram em profundo diálogo, o artista pontevelense apresentou um novo trabalho, em que recorre ao seu arquivo

fotográfico de moda dos últi-mos anos para criar uma nova obra artística. Milhares de ima-gens de moda, que normalmen-te nunca são mostradas, foram a base para "Modamorfosear" um novo objecto artístico. Cer-ca de 700 imagens compõem cada obra. O reaproveitamento do arquivo fotográfico sugere uma "reciclagem digital con-temporânea", em que as ima-gens escondidas ou esquecidas nos discos rígidos são utiliza-das como mosaico para a cons-trução de uma obra mais plásti-ca e única, distanciando-se dos cânones da moda, apesar de a utilizar como meio. •

Biografia de Ricardo Quaresma VieiraComeçou a fazer exposições aos 15 anos. Desde cedo teve uma forte ligação à fotografia devido à profissão do pai, que é fotógrafo. Estudou Cinema na E.S.A.P. (Porto) e, ainda a estudar, recebeu o Apoio à Produção de Curtas-Me-tragens do I.C.A.M., com o filme “Hoje Foi Amanhã”, no qual foi argumentista e realizador. Participou em vários festivais, entre os quais “Fantasporto”, “Festi-val de Cine de Badajoz” (Melhor som), “Festival de Cinema de Arouca” (Melhor Filme/Melhor Actor) e “Caminhos do Cinema Português” (Melhor Filme).Em 2003 foi para a Alemanha, onde organiza três exposições, a destacar uma instalação contemporânea de Arte Pública na estação de metro Schlump (Hamburgo), à qual deu o nome de “@ and Alpha – Superior Via Connection”. Mudou-se para Lisboa, onde aprofundou os seus conhecimentos de fotogra-fia através da arte, da moda e retratos de celebridades. Os seus trabalhos têm sido divulgados em publicações como Máxima, ELLE, Vogue, O Público, Egoista, GQ Maxmen, FHM, DNA, JUP, Parq, Lusobeat, Umbigo, DIF, Slang, Neo2, Cream & IDN (Hong Kong), entre outras.

Em Outubro do presente ano entrou em funcionamento na USF D. Sancho I um sistema informático para gestão dos agendamentos, tendo em vista proporcionar um melhor atendi-mento aos seus utentes no sen-tido de:

Evitar as filas de espera através da adopção de me-canismos de “self-service” nos processos de entrada dos utentes na instituição; Permitir uma espera mais confortável quando o utente se desloca à USF D. Sancho I, sem necessidade de estar de pé numa fila formal à es-pera; É de fácil utilização pela po-pulação em geral, já que é um sistema intuitivo e ino-vador; Possibilita a chamada dos utentes com uma voz com-putorizada, utilizando um timbre de voz suave e con-tínuo.

Este sistema foi desenvolvido pela empresa Medsoft com a fi-nalidade de reduzir o tempo de espera do atendimento adminis-trativo, desburocratizar e sim-plificar o atendimento de todos os utentes com consultas previa-mente marcadas para os médi-cos e enfermeiros.

Todos os utentes que se diri-gem à USF D. Sancho I com o intuito de marcar consulta, pedir uma declaração, comparecer na consulta médica ou de enferma-gem (com ou sem marcação) de-verão retirar uma senha, tendo em conta o serviço pretendido.

Após retirar a senha respec-tiva, o utente aguarda comoda-mente sentado, na sala de espe-ra, a chamada do Médico ou do Enfermeiro de acordo com a ho-ra marcada para a consulta.

No caso dos utentes que preten-dem um atendimento administra-tivo (não marcado) serão atendi-dos por ordem de senha (o que equivale à ordem de chegada).

Em cada sala de espera existe um monitor onde aparece o núme-ro da senha chamada e a indica-ção da sala ou gabinete para onde o utente se deve dirigir (a chama-da é igualmente feita por voz).

Para que o utente beneficie des-te modelo automático de admis-são à consulta, deve trazer consi-go o cartão do SNS que será lido pelo quiosque (como o cartão multibanco) ou conhecer o seu número de SNS, já que o utente pode, em substituição da passa-gem do cartão, introduzir manu-almente o número do mesmo.

O sistema de gestão de atendi-mento permite à USF D. Sancho I oferecer um serviço moderniza-do, eficiente, dedicado ao utente e atento aos seus problemas.

Na USF D. Sancho I trabalha-mos juntos pela sua saúde, pa-ra tal é necessário a colaboração de todos os utentes para que o sistema de atendimento se torne eficaz.

- Pensem nistoSomos uns tristesANIMAIS FEROZES!

Valdemar Raposo

POETAS DE OUTROS TEMPOS

Ansiedades serôdias

Neste anseio febril que me acalenta,Vi num sonho vivaz, endiabradaNinfa surgir, temente, envergonhada,Ao portal falaz dos meus cinquenta

Mas eis qu’em turba vil, d’amor sedenta,Messalinas invectando meu passadoDominam-me e me apartam do tablado,Em que brilha a visão que me acalenta.

Ergui-me então num espasmo de luxúriaE às míseras disse cruel, intemerato:- Calai vosso despeito e vã lamúria…

Eu sei que o meu ardor é insensato!Mas antes de m’achar dele à penúriaVou consumi-lo já ao desbarato…

José Egas d’Azevedo e Silva

saúde Unidade de saúde Familiar d. sancho i - PontévelEquipa dE EnfErmagEm

Gestão de Atendimento na sua USF D. Sancho I

Page 26: A Voz de Pontével / N.º189 / Nov-Dez  2009

a Voz de Pontével26 novembro ∙ dezembro ∙ 2009

Publicidade

Direcção Téc.: Drª Ana Maria de S. Ribeiro A. de OliveiraRua Vasco da Gama, 18tel.: 243 799 9932070-435 Pontével

Tlm.: 968 631 342Tel/Fax.: 243 703 792

DESINTUPIDORA

Rua dos Moinhos, nº16 - CASAIS DAS COMEIRAS

Page 27: A Voz de Pontével / N.º189 / Nov-Dez  2009

a Voz de Pontével 27novembro ∙ dezembro ∙ 2009

Publicidade / classificados

diversos

neCrologia

CANIL DA PINHEIROCA

CRIAÇÃO E SELECÇÃO DE PASTOR ALEMÃO

Ocasionalmente ninhadas disponíveis

PONTÉVEL • [email protected]: 917 508 880

Palavras CruZadas

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

Por Valdemar Raposo

horizontais 1: vila ribatejana; néctar ribatejano. 2: doze meses, sorri, nome homem, após o sete. 3: bravio, edu-candos. 4: acredita, aéreo (abrev), berro. 5: relatório à idade da pedra, duas consoantes, pedra de amolar. 6: vogal (pl), que causa admiração. 7: batráquio, nome feminino, seguia, ontem (ant). 8: liga, lado, cap. Egipto. 9: (o gato)…, via. 10: desculpar, nota musical, aqui. 11: erbio (sq), ocra, nome feminino, grande quantidade. 12: doirada, fidalguia. 13: mancha no rosto, gritos de dor. 14: a galinha o põe, fruto do melancial (pl). 15 o qual, pedaço de madeira, filtras. verticais 1: par, solicitar. 2 pesada, simples. 3: prémio internacional, albufeira (invert), utilizou. 4: que imita, olha. 5: erros cometidos na impressão de uma obra, pôr do sol. 6: parreira, prego pequeno. 7: série de arcos, torna a armar. 8: atilho, do feitio do ovo, doou. 9: local cheio de armas. 10: pairar no ar, vi, grito lamentoso do cão, antes de cristo (abrev). 11: semente do linho, ventarola. 12: em outro, abastada. 13: louvor, veste feminina, verdadeiras. 14: nome masculino, mastigar, cozinhava. 15: restos mortais, rebolara, igreja episcopal.

faça publicidade243 770 572926 026 197

O "SONHO"

BRINQUEDOS

Prendas dos 0 meses aos 99 anos

Jogos, Livros, Artigos de Carnaval, Louças Decorativas, Artesanato

Telefone: 243 779 809

Travessa do Comendador, 112070 Cartaxo

Pontével

Maria Josélia Fivelas dos Santos SilvaNasceu a 11/05/1937Faleceu a 15/07/2009

agradeCimento: Seus filhos, nora, gen-ros e netos agradecem reconhecidamente à cândida batista, à maria emília, à Susa-na e à Suzete toda a dedicação e carinho com que cuidaram da nossa mãe. agra-decemos também à dra. lígia rodrigues, ao enf. mário, ao dr. rui malaca e colabo-radores da Farmácia nova de aveiras de cima todos os cuidados médicos e de en-fermagem, atenção e carinho dispensado com o seu familiar durante a sua doença. a todos o nosso muito obrigado.

Pontével

Maria Luísa Severino Costa BelchiorNasceu a 26/10/1949Faleceu a 13/10/2009

marido, irmão, cunhada, sobrinhos e pri-mas cumprem o doloroso dever de partici-par o falecimento do seu familiar e agrade-cem, muito reconhecidamente, a todas as pessoas que manifestaram o seu pesar, bem como àqueles que acompanharam o seu ente querido até à sua última morada. Paz à sua alma.

HORizOnTAiS 1: pontével, vinho. 2: ano, ri, ivo, oito. 3: rebordão, alunos. 4: crê, acer, grito. 5: eolitico, nr, mo. 6: is, maravilhoso. 7: rã, ada, ia, acer. 8: ata, ala, cairo. 9: mia, rua. 10: perdoar, si, ca. 11: er, ocre, eva, ror. 12: dourada, nobreza. 13: sarda, aiai. 14: ovo, melancias. 15: que, pau, coas. VERTiCAiS 1: parceiro, pedir. 2: one-rosa, mero. 3: nobel, air, usou. 4: imitador, vê. 5: errata, ocaso. 6: videira, carda. 7: arcada, rearma. 8: lio, oval, deu. 9: arsenal. 10: voar, li, uivo, ac. 11: linhaça, abano. 12: noutro, rica. 13: hino, saia, reais. 14: oto, moer, cozia. 15: osso, rolara, sé.

Page 28: A Voz de Pontével / N.º189 / Nov-Dez  2009

a Voz de Pontével28 novembro ∙ dezembro ∙ 2009

última

agenda

horósCoPo bimestralPor Maria Helena | www.mariahelena.tv | tel.: 213182599 | [email protected]

CARnEiRO Carta Dominante: O Julgamento, que significa Novo Ciclo de Vida. Amor: Con-centre a sua atenção nas necessidades da sua cara-metade e aposte na sua felicidade. Seja feliz! Saúde: Evite estar muito tempo sentado ou em pé, pois é nefasto para a circula-ção sanguínea. Dinheiro: Pense bem no que realmente deseja para a sua vida profissional e opte pelo melhor. Número da Sorte: 20 TOURO Carta Dominante: Valete de Paus, que significa Amigo, Notícias Inesperadas. Amor: Tente não se desentender com uma pessoa querida por meros boatos. Opte pelo diálogo e aja com sentido de justiça. Saúde: Procure relaxar e meditar mais, de forma a reencontrar a sua estabilidade emocional. Dinheiro: Tenha um maior controlo sobre os seus rendimentos. A prudência e a sabedoria ajudá-lo-ão a contornar a situação. Número da Sorte: 33 GéMEOS Carta Dominante: 4 de Espadas, que significa Inquietação, agitação. Amor: Aproveite a tranquilidade do lar para dar asas à imaginação e revolucionar a sua vida afectiva. Saúde: Procure encontrar formas de se auto-controlar, pois o seu sistema nervoso encontra-se instável. Dinheiro: Gaste o seu dinheiro apenas em coisas úteis. Caso contrário, mais tarde poderá sentir-se arrependido. Número da Sorte: 54 CARAnGUEJO Carta Dominante: 5 de Ouros, que significa Perda/ Falha. Amor: Poderá sentir-se carente. Não se isole e procure a companhia dos seus ami-gos e familiares. Saúde: Evite carregar pesos de forma inconsciente. As consequências poderão ser nefastas. Dinheiro: Esteja atento às suas finanças, pois pode ocorrer um desequilíbrio pela sua falta de atenção. Número da Sorte: 69 LEãO Carta Dominante: Rei de Ouros, que significa Inteligente, Prático. Amor: Mime e acarinhe a pessoa amada. A sua vida sentimental necessita de ser estimulada. Saúde: O optimismo e a alegria marcarão este período. Dinheiro: Acredite mais em si e nas suas competências para conseguir alcançar as metas que deseja. Número da Sorte: 78 ViRGEM Carta Dominante: Valete de Espadas, que significa Vigilante e Atento. Amor: Abra a sua mente e o seu coração para o amor. Saúde: Poderá sentir-se esgotado e cansado. Pense mais em si e procure descansar mais. Dinheiro: Poderá receber uma boa notícia a nível financeiro. Número da Sorte: 61 BALAnçA Carta Dominante: Ás de Ouros, que significa Harmonia e Prosperidade Amor: A sua boa capacidade de compreensão ajudá-lo-á a reforçar o amor que partilha com o seu par. Saúde: Dê especial atenção ao que come e bebe. Aja em consciência e não cometa excessos. Dinheiro: A sua vida financeira estará protegida. Número da Sorte: 65 ESCOR-PiãO Carta Dominante: 6 de Ouros, que significa Generosidade. Amor: Aja de acordo com as indicações do seu coração. Dê uma oportunidade ao amor e seja feliz. Saúde: Aproveite o bom tempo para acentuar o contacto com a natureza. Usufrua dos seus benefícios para o bem da sua saúde. Dinheiro: Seja mais organizado nas suas tarefas profissionais para que o seu reconhecimento seja feito de acordo com o seu mérito. Número da Sorte: 70 SA-GiTáRiO Carta Dominante: 10 de Paus, que significa Sucessos Temporários, Ilusão. Amor: Aja menos com a razão e mais com o coração. Saúde: Apesar da grande energia que poderá sentir durante este período, esteja atento com algumas susceptibilidades do seu organismo. Dinheiro: Procure agir de forma consciente a oportunidades de negócio que possam surgir, pois nem tudo que luz é ouro. Número da Sorte: 32 CAPRiCóRniO Carta Dominante: A Estrela, que significa Protecção, Luz. Amor: Período propício à harmonia e ao sentido de união com o seu par. Saúde: Tenha muita atenção à auto-medicação. Não tome nada sem prescrição médica. Dinheiro: Momento marcado por uma excelente expansão profissional, isto é, caso não esteja de férias. Agarre firmemente as oportunidades que possam surgir. Número da Sorte: 17 AQUáRiO Carta Dominante: 8 de Paus, que significa Rapidez. Amor: É necessário que aja de forma determinada para reconquistar a pessoa amada. Saúde: Neste período possivelmente não terá muitas razões para ficar preocupa-do, o que não invalida que deixe de ter os cuidados mínimos. Dinheiro: Tenha muita cautela na forma como gere as suas finanças, pois quando der por si poderá ter gasto uma quantia exorbitante. Número da Sorte: 30 PEixES Carta Dominante: Rei de Paus, que significa For-ça, Coragem e Justiça. Amor: Nesta fase o amor será abençoado. Saúde: A boa disposição será uma constante. Dinheiro: Aproveite as suas energias para se concentrar ao máximo nas suas tarefas profissionais. Número da Sorte: 36

QuAreNtõeS 2010PoNtéVeL

7 Novembro 2009 / 19h

GRAnDE FESTA DE São MARTInhoAntiga Sede da SFIP

31 Dezembro 2009

PASSAGEM DE Ano

10 Janeiro 2010

VI PASSEIo DE BTT TRIlhoS DE PonTéVEl

30/60 Km Andamento Livre cronometradoInscrições:916 798 057916 873 159

8 de novembroalmoço de Convívio

Para dar continuidade aos restauros da Igreja Paroquial, realiza-se no dia 8 de Novembro um almoço de convívio, no salão da Casa do Povo de Pontével, a partir das 13h00, cujas receitas re-vertem a favor das intervenções que estão a ser desenvolvidas no interior deste monumento, situado no centro da vila.

15 de novembroalmoço de são martinhoA Comissão para a Construção da Ca-sa Mortuária dos Casais Lagartos vão comemorar o São Martinho com um almoço, onde não faltarão as casta-nhas e a água-pé. As receitas anga-riadas destinam-se à construção da Casa Mortuária. 20 de novembroassembleia rio da fonteOs sócios da Associação Rio da Fonte vão reunir em assembleia extraordi-nária, no dia 20 de Novembro, pelas 21h00, na sede do Grupo Desportivo de Pontével, para a eleição dos corpos sociais para o próximo biénio. 29 de novembroalmoço da ahfPA Associação Humanitária comple-ta o seu 12.º aniversário no dia 1 de Dezembro. Para comemorar a data, a associação promove o habitual almo-

ço de convívio no dia 29 de Novem-bro, no refeitório da Escoa Básica 2,3 de Pontével. Os interessados podem efectuar a sua inscrição até ao dia 24 de Novembro. 1 de dezembrogrande Prémio de atletismo

Pontével recebe no primeiro dia de Dezembro mais uma edição do Gran-de Prémio de Atletismo. As inscrições podem ser efectuadas na Junta de Freguesia, entidade responsável pela organização do evento, com a colabo-ração da Secção de Atletismo da Casa do Povo de Pontével.

6 de dezembroConCerto Com Padre borga

O Padre José Luís Borga vai estar em Pontével com a sua banda, para um concerto que terá lugar no auditório Luís Eugénio Filipe, às 16h30. O es-pectáculo é organizado pela Paróquia de Pontével. 31 de dezembroPassagem de anoÀ semelhança de anos anteriores, os Quarentões 2010 vão organizar uma festa para todos os que decidam en-trar no Novo Ano em ambiente alegria e convívio.

10 de Janeirovi Passeio btt – trilhos de PontévelA prova, que tem já lugar cativo no calendário das provas nacionais de BTT, tem um percurso de 30 a 60 km de andamento livre cronometrado. As inscrições já estão abertas e podem ser feitas para os números de telefo-ne: 916 798 057 ou 916 873 159. Curso de tat

Estão abertas as inscrições para o Curso de Formação de TAT – Tripulan-tes de Ambulância de Transporte, pro-movido pela Associação Humanitária da Freguesia de Pontével. Os interes-sados podem efectuar a sua inscrição através do 243 790 470.