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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ KARILANE MARIA SILVINO RODRIGUES AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS FORTALEZA-CEARÁ 2010

AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

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Page 1: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

KARILANE MARIA SILVINO RODRIGUES

AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR

DE RATOS NORMOTENSOS

FORTALEZA-CEARÁ

2010

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1

KARILANE MARIA SILVINO RODRIGUES

AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS

NORMOTENSOS

Dissertação ao Curso de Mestrado Acadêmico em Ciências Fisiológica da Universidade

Estadual do Ceará, como requisito parcial para a obtenção do grau mestre em Fisiologia.

Área de Concentração: Fisiologia.

Orientadora: Profo. Dr. Mohammed Saad Lahlou

FORTALEZA – CEARÁ 2010

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2

R696a Rodrigues, Karilane Maria Silvino

Ação do linalol sobre o sistema cardiovascular

de ratos normotensos. / Karilane Maria Silvino

Rodrigues — Fortaleza, 2011.

146 p. : il.

Orientador: Profo. Dr. Mohammed Saad Lahlou

Dissertação Mestrado Acadêmico em Ciências

Fisiológicas – Universidade Estadual do Ceará,

Centro de Ciências da Saúde.

1. Linalol. 2. Sistema cardiovascular. 3. Músculo

liso vascular. 4. Aorta. I. Universidade Estadual do

Ceará, Centro de Ciências da Saúde .

CDD: 574-1

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3

KARILANE MARIA SILVINO RODRIGUES

AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS

NORMOTENSOS

Dissertação ao Curso de Mestrado Acadêmico em Ciências Fisiológica da Universidade

Estadual do Ceará, como requisito parcial para a obtenção do grau mestre em Fisiologia.

Área de Concentração: Fisiologia.

Aprovada em: 30/ 09 /2010.

BANCA EXAMINADORA

________________________________________________

Prof. Dr. Mohammed Saad Lahlou (Orientador)

Universidade Estadual do Ceará – UECE

________________________________________________

Prof. Dr. Pedro Jorge Caldas Magalhães

Universidade Federal do Ceará - UFC

________________________________________________

Profa. Dra. Andrelina Noranha Coelho de Souza

Universiade Estadual do Ceará - UECE

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4

A Deus, por tudo e a minha amada avó Eridan

Tabosa (In Memoriam) por me fazer acreditar que tudo posso.

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5

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais Jaime e Edineide Rodrigues, minhas raízes.

A minha irmã Kesiane, que mesmo distante se faz presente em todos os

momentos da minha vida.

A minha tia Auri, sinônimos de persistência e coragem.

Ao meu orientador professor Saad Lahlou, por aceitar-me como orientanda,

pela amizade, disposição, prestatividade e inteligência na condução deste

trabalho.

As minhas queridas amigas Diana e Dieniffer, não só pela contribuição valiosa

para execução deste trabalho, mas também por se fazerem presente em todos

os momentos.

A professora Ediara, por ter despertado em mim o amor pela pesquisa.

Aos meus amigos, Jones, Leidiane, Neto, Davi, Loeste, Estela, Tiago, Vanessa

e Patrick por me ensinarem a arte da amizade.

Ao aluno de doutorado Rodrigo Siqueira, pela ajuda eficaz.

Ao amigo professor Walter Zin, pelo exemplo de competência e correção.

Ao professor Henrique Leal Cardoso, pelo auxílio inestimável e incansável

disponibilidade com que sempre me recebeu.

Ao professor Pedro Magalhães, pela acolhida e constante incentivo.

As professoras Andrelina Noronha e Crystianne Callado, pela amizade e pelas

orientações sábias e oportunas.

Page 7: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

6

A todos os professores do Mestrado que contribuíram para minha formação.

A minha querida paciente Maria Ceales (In Memoriam), pelas lições de vida e

por haver despertado em mim o desejo de superação.

A Ecila e Lindalva, pela afetuosidade e presteza.

Ao amigos de laboratório Luiz Junior, Kerly Shamyra, Walber Ferreira e Roseli

Barbosa, pelo apoio incessante.

Ao LEF E LAFAMULI, laboratórios que realizei a parte experimental deste

trabalho.

Ao Pedro Melitões, por sua imensa solicitude no auxílio desta pesquisa.

Ao Frank, pelo empenho para com os animais.

Aos guardas da Universidade Estadual do Ceará e da Universidade Federal do

Ceará, pela sentinela constante.

Ao Biotério Central da Universidade Federal do Ceará, por ceder animais para

que esta pesquisa fosse realizada.

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7

O Senhor fez a terra produzir os medicamentos: O homem sensato não os despreza

Eclesiástico 31-4.

Page 9: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

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RESUMO

O linalol, um monoterpeno, constituinte de diversos óleos essenciais e possui

atividades antiinflamatória, antinociceptiva e anti-microbiana, já comprovadas. No entanto, pouco se conhece sobre seus efeitos no sistema cardiovascular,

sendo este, portanto, o objetivo deste estudo. Avaliamos o efeito do linalol in vivo em ratos normotensos e anestesiados, e in vitro em aorta isolada de rato. Para isso utilizamos ratos Wistar machos, (250-350g). Nos experimentos in

vivo estes animais foram anestesiados com pentobarbital sódico para canulação da aorta abdominal e da veia cava inferior. O linalol foi injetado

manualmente em bolus no volume de 0,1 ml, seguido de injeção de 0,2 ml de solução salina. Cada animal recebeu uma série crescente de doses (1, 5, 10 e 20 mg/kg, n = 6) através do cateter intravenoso e o curso temporal das

alterações de PAM e FC foi registrado. Um procedimento similar foi realizado em outro grupo de ratos (n = 7) que foram submetidos 15 minutos antes a uma

bivagotomia realizada a nível cervical. O linalol em ratos intactos foi capaz de provocar hipotensão e bradicardia de forma dose-dependente (P < 0,01; ANOVA a uma via). Na dose de 10 e 20 mg/kg as respostas hipotensoras e

bradicardizantes foram bifásicas.Similarmente em ratos bivagotomizados injeções i.v. de doses crescentes do linalol (1, 5, 10 e 20 mg/kg) induziram uma

hipotensão e bradicardia (fase 2) de forma dose-dependentes (P < 0.01, ANOVA a uma via) que se tornam significativas também nas doses de 1 e 5mg/kg, respectivamente. Entretanto, a fase 1, para hipotensão e bradicardia,

induzidas pelo linalol nas doses de 10 e 20 mg/kg foi complemente abolida (P <0,01, teste t de Student pareado) em ratos bivagotomizados. Na investigação

in vitro os animais foram sacrificados com câmara de CO2 e a aorta retirada e seccionada em anéis uniformes montados em câmaras de perfusão para órgão isolado contendo solução Krebs, a 37ºC, pH 7,4 e aerado com mistura

carbogênica. Os anéis de aorta foram presos por uma haste a uma extremidade fixa e a um transdutor de força acoplado a um polígrafo

computadorizado que registra qualquer alteração mecânica provocada pela adição de substâncias ao banho. Os tecidos foram estabilizados por 1 hora antes do início dos protocolos. O linalol apresentou ação relaxante significante

tanto no acoplamento eletromecânico como farmacomecâncico cujas IC50s

preparações de aorta com endotélio intacto. Estes resultados não foram estatisticamente diferentes daqueles encontrados com em preparações de aorta com endotélio intacto. Linalol também, mostrou ação via VOCCs já que

conseguiu nas concentrações de 300 (n=5) e 1000 μM (n=5) reduziu de forma estatisticamente significante (p < 0,05, ANOVA a duas vias seguido de Holm-Sidak) a amplitude máxima da curva de CaCl2. Foi avaliada a ação do linalol

sobre os canais de K+ dependente de voltagem e notou-se que na presença do 4 AP (n=6) com IC50 de (1407 ± 47,0 M) o que sugere que esta pode ser uma

via usada pelo linalol para provocar seus efeitos relaxantes. Com isso, percebe-se que o linalol apresenta efeitos sobre o sistema cardiovascular tendo

efeitos hipotensores e antiespasmódicos.

Palavras Chave: Linalol, Sistema Cardiovascular, Músculo Liso Vascular,

Aorta.

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ABSTRACT

Linalool a monoterpene, constituent of several essential oils, and has proven anti-inflammatory, antinociceptive, anti-microbial activities. However, little is known about its effects on the cardiovascular system, so this is the objective of this study. We evaluated the effect of linalool in vivo in anesthetized normotensive rats and in vitro in isolated rat aorta. We used male Wistar rats (250-350g). In vivo experiments these animals were anesthetized with sodium pentobarbital for cannulation of the abdominal aorta and vena cava. Linalool was injected manually in a bolus volume of 0.1 ml followed by injection of 0.2 ml of saline. Each animal received a series of incrementing doses (1, 5, 10 and 20 mg / kg, n = 6) via the intravenous catheter and the time course of changes in MAP and HR was recorded. A similar procedure was performed in another roup of rats (n = 7) which underwent a bilateral vagotomy be performed at cervical level. Linalool in intact rats was able to cause hypotension and bradycardia dose-dependently (P <0.01, ANOVA one way). At a dose of 10mg and 20 mg / kg hypotensive and bradycardia responses were biphasic. Similarly in rats with bilateral vagotomy i.v injection of increasing doses of linalool (1, 5, 10 and 20 mg / kg) induced hypotension and bradycardia phase 2) dose-dependently (P <0.01, ANOVA one way) that become significant also in doses of 1 and 5mg/kg, respectively. However, Phase 1, to hypotension and bradycardia induced by linalool at doses of 10 and 20 mg / kg was completely abolished (P <0.01, paired t test) in rats with bilateral vagotomy. In in vitro investigation the animals were sacrificed with chamber of CO2 and aorta was removed and sectioned into uniform rings which were mounted in perfusion chamber for isolated organ chamber containing Krebs at 37 ° C, pH 7.4 and aerated with carbogen mixture. Aortic rings were attached to a fixed end and to a force transducer a computerized coupled to polygraph that records any mechanical change caused by adding substances to the bath. Tissues were stabilized for 1 hour before the start of the protocols. Linalool presented significant relaxing action both in electromechanical and pharmacomechanical coupling whose IC50s were 334.9 ± 17.9 (n = 6) and 695.3 ± 88.2 μ M (n = 4), respectively (p <0.05 , one way ANOVA followed by Holm-Sidak test) in intact endothelium aortic preparation.These results were not statisticaly different those found in endothelium-denuded aortic preparations. Linalool also showed activity via VOCCs since, at 300 (n = 5) and 1000 μ M (n = 5) concentrations, it significantly reduced (p <0.05, two-way ANOVA followed by Holm-Sidak) the maximal amplitude of CaCl2 concentration-effect curve. We evaluated the action of linalool on voltage-dependent K+ channels and it was noted that in the presence of 4-AP (n = 6) the IC50

of the relaxion of K+ induced contraction was altered (1407 ± 47,0 M) suggesting that this may be a target of linalool relaxing effects. In conclusion, linalool has

hypontensive and antispasmodic effects on the cardiovascular system.

KEY WORDS: Linalool, Cardiovascular System, Vascular Smooth Muscle, Aorta

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LISTA DE TABELAS

TABELA I. Lista de plantas medicinais permitidas pela ANVISA no Brasil e

suas ações terapêuticas. 20 TABELA II. Denominação dos terpenos. 22

TABELA III. Valores médios do tempo de latência (em segundos) para a indução dos

efeitos hipotensores e bradicardizantes (fases 1 e 2) pelo LIN intravenoso nas doses

estudadas, em ratos intactos ou submetidos à bivagotomia cervical. 57

Page 12: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1. Acoplamento Eletromecânico e Farmacomecânico do músculo liso

vascular. 28 FIGURA 2. Representação da ativação da proteína monomérica G. 31 FIGURA 3. Representação esquemática do relaxamento do músculo liso

vascular. 32 FIGURA 4. Estrutura química do Linalol. 39

FIGURA 5. Sistema de registro das contrações mecânicas. 47 FIGURA 6. Representação esquemática do efeito relaxante do linalol em contrações

sustentada por K80 com endotélio. 48 Figura 7. Representação esquemática do efeito relaxante do linalol em contrações

sustentada por K80 sem endotélio. 48 Figura 8. Representação esquemática do efeito relaxante do linalol em contrações sustentada por FE (0,1mM) com endotélio. 49 Figura 9. Representação esquemática do efeito do linalol sobre as contrações de

CaCl2 na presença de K60 sem Ca2+

. 49 Figura 10. Representação esquemática do feito relaxante do linalol sobre a contração

sustentada de fenilefrina na presença de bloqueadores de canais de potássio (TEA 5mM). 50 Figura 11. Representação esquemática do feito relaxante do linalol sobre a contração

sustentada de fenilefrina na presença de bloqueadores de canais de potássio (4-AP 3mM). 50 FIGURA 12. Mudanças máximas da pressão arterial media (ΔPAM) e da freqüência cardíaca (ΔFC) induzidas pela administração intravenosa do linalol (1mg/kg) em ratos anestesiados antes ou depois da bivagotomia. 53 FIGURA 13. Mudanças máximas da pressão arterial media (ΔPAM) e da freqüência

cardíaca (ΔFC) induzidas pela administração intravenosa do linalol (5mg/kg) em ratos anestesiados antes ou depois da bivagotomia. 54 FIGURA 14. Mudanças máximas da pressão arterial media (ΔPAM) e da freqüência cardíaca (ΔFC) induzidas pela administração intravenosa do linalol (10mg/kg) em ratos anestesiados antes ou depois da bivagotomia. 55 FIGURA 15. Mudanças máximas da pressão arterial media (ΔPAM) e da freqüência

cardíaca (ΔFC) induzidas pela administração intravenosa do linalol (20 mg/kg) em ratos anestesiados antes ou depois da bivagotomia. 56

Page 13: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

12

FIGURA 16. Traçado representativo mostrando as alterações bifásicas na pressão

arterial media (A; MAP) e a freqüência cardíaca (B; FC) induzidas pela administração intravenosa do linalol (10 mg/kg) em ratos anestesiados. 58 FIGURA 17. Efeito do linalol (1-

mantida por K80 mM em anéis isolados de aorta de ratos com endotélio (END+). 59 FIGURA 18. Efeito do linalol (1- mantida por K80 mM em anéis isolados de aortas de ratos sem endotélio (END-). 60 FIGURA 19. Comparação do efeito vasorrelaxante do linalol (1- anéis

isolados de aorta de ratos pré-contráidos com K80 com endotélio (END+) e sem endotélio (END-) ratos. 61 FIGURA 20. Efeito do linalol (1- mantida por fenilefrina (FE 0,1 μM) em anéis isolados de aorta de ratos com endotélio (END +). 62 FIGURA 21. 2 (0,1-

20mM) em anéis isolados de aorta de ratos mantidos em meio sem Ca2+. 64 FIGURA 22. 2 (0,1- 20

mM) em anéis isolados de aorta mantidos em meio sem Ca2+. 64 FIGURA 23. Efeito do linalol (1000 μM) sobre a contração induzida pelo CaCl2 (0,1- 20

mM) em anéis isolados de aorta mantidos em meio sem Ca2+. 65 FIGURA 24. Efeito do linalol (1- mantida por

fenilefrina (FE 0,1 μM) em anéis isolados de aorta de ratos com endotélio na presença de 4 AP (3 mM). 66 FIGURA 25. Efeito do linalol (1- a contração induzida e mantida por

fenilefrina (FE 0,1 μM) em anéis isolados de aorta de ratos com endotélio na presença de 4-AP (3mM). 67

Page 14: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

[Ca2+]i – Concentração intracelular de cálcio ACh – Acetilcolina

AMPc – 3'-5' adenosina monofosfato cíclico ANOVA – Análise de Variância AT1- Receptor de angiotensia II

ATP – Adenosina Trifosfato Ca2+ – Cálcio

CaCl2 – Cloreto de Cálcio DAG – Diacilglicerol EC50 – Concentração capaz de gerar 50% do efeito máximo

END- Endótelio Vascular EGTA – Ácido etileno-bis (β-amino-etil-éter)-N,N,N´,N´-tetracético

FHDE – Fator hiperpolarizante do endotélio FE - Fenilefrina GMPc- guanosina monofosfato cíclico

IP3 – 1,4,5-trifosfatidilinositol K+ – Potássio

KB – Krebes Hanseleit KCl – Cloreto de Potássio K60 – 60 mM de Cloreto de Potássio

K80 – 80mM de Cloreto de Potássio L-NAME - Nω-Nitro-L-arginine methyl ester hydrochloride

MLCK – Quinase cadeia leve de miosina MLCP – Fosfatase de cadeia leve de miosina MLV – Músculo Liso Vascular

MYPT1- Miosina fosfatase subunidade alvo 1 NO – Óxido nítrico

NOS – Óxido nítrico sintetase OEAc – Óleo Essencial de Aniba Canelilla OEAzr – Óleo Essencial Aniba zerumbet

OECn – Óleo Essencial de Croton nepetaefolius ORCz – Óleo Essencial de Croton Zenhtneri

OEMv – Óleo Essencial de Mentha villosa OEOg – Óleo Essencial Ocimum gratissimum OMS – Organização Mundial de Saúde

PAM – Pressão Arterial Média PIP2 – Inositol Difosfato

PGI2 – Prostaciclinas PKC – Proteína quinase C PLC – Fosfolipase C

rMCL – cadeia leve regulatória da miosina Rho – Proteína monomérica G

Rhok- Rho-quinase ROCCs – Canais de cálcio operados por receptor RS – Retículo Sarcoplasmático

Page 15: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

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SACs – Canais Ativados por Estresse

SERCA – bomba de cálcio do retículo sarcoplasmático SOCs – Canais para cálcio operados por receptor

UECE – Universidade Estadual do Ceará UFC – Universidade Federal do Ceará VOCCs – Canais de cálcio operados por voltagem

0Ca2+ - Solução sem Cloreto de Cálcio

Page 16: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

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Sumário

Página

Resumo 09

Abstract 10

Lista de Tabelas 11

Lista de Figuras 12

Lista de Siglas e Abreviaturas 14

1. INTRODUÇÃO 18

1.1 Considerações Gerais 18

1.2 Plantas Medicinais 19

1.3 Oléos Essenciais e Constituintes Terpênicos 20

1.4 Sistema Cardiovascular e Constituintes Terpênicos 23

1.4.1 Estrutura e função do sistema cardiovascular 23

1.4.2 Regulação da Pressão Arterial 25

1.4.3 Músculo liso vascular 27

1.4.4 Músculo liso vascular e canais de potássio 34

1.4.5 Ativiadade cardiovascular de terpenos 36

1.5 Atividade Biológica e Farmacológica do Linalol

39

Page 17: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

16

42

2. OBJETIVOS 42

2.1 Objetivo Geral 42

2.2 Objetivos Específicos 42

3. MATERIAL E MÉTODOS 43

3.1 Animais 43

3.2 Extração do linalol 43

3.3 Soluções e drogas 43

3.4 Experimentos In vivo 44

3.4.1 Cateterização dos animais 44

3.4.2 Sistema de registro 45

3.4.3 Protocolos Experimentais 45

3.5 Experimentos In vitro 46

3.5.1 Registro da atividade contrátil e, aorta isolada 36

3.5.2 Protocolos Experimentais 47

3.6 Análise Estatística 50

Page 18: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

17

4. RESULTADOS 51

4.1 Experimentos In vivo 51

Estudo dos efeitos cardiovasculares do linalol em ratos anestesiados: influência da vagotomia bilateral.

51

4.2 Experimento In vitro 58

Efeito relaxante do linalol sobre a contração sustentada e induzida por potássio em anéis de artéria aorta isolada de ratos.

58

Efeito relaxante do linalol sobre a contração sustentada e induzida por fenilefrina em anéis de artéria aorta isolada de ratos.

61

Efeito Inibitório do Linalol na Contração Induzida por CaCl2 na Presença de K60 em solução 0Ca2+.

62

Efeito relaxante do linalol sobre a contração sustentada de fenilefrina na presença de bloqueadores de canais de potássio em artéria aorta isolada de rato.

65

5. DISCUSSÃO 68

6. CONCLUSÃO 73

REFERÊNCIAS 74

Page 19: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

18

1. INTRODUÇÃO

1.1 Considerações Gerais

De acordo com Hanse e Lambert (2007) as patologias

cardiovasculares tornam-se cada vez mais comuns no mundo atual, tendo uma

maior prevalência na população idosa. Isso acontece devido a diversos fatores,

dentre eles destacam-se a mudança no estilo de vida e a longevidade, além da

interferência de fatores genéticos. Conforme pesquisa realizada Organização

Mundial de Saúde (OMS) em 2003 essas patologias são responsáveis por 30%

de mortes por ano no mundo.

Em função desses dados o sistema cardiovascular tem sido um dos

principais focos de pesquisas, que buscam incessantemente por medidas

curativas e até mesmo preventivas, a fim de oferecer maiores benefícios para a

sociedade.

Dentre esses estudos destacam-se os que têm como foco central o

efeito das plantas medicinais ou produtos naturais e suas ações no sistema

cardiovascular. As substâncias ativas encontradas nessas plantas são

responsáveis pelos efeitos biológicos e farmacológicos nos tecidos orgânicos.

Como relatado por Calixto (2000) aproximadamente 25% dos medicamentos

conhecidos são originários de plantas. No Brasil apenas 5% dos medicamentos

são de origem vegetal, mesmo com a grande diversidade de plantas medicinais

conhecidas nesse país. Com isso, percebe-se que a sociedade científica pouco

tem dado valor à enorme fonte de conhecimento que as plantas e seus

derivados fornecem, já que elas podem ser utilizadas não só como

instrumentos farmacológicos, mas também terapeuticamente findando na

melhora da qualidade de vida da população.

Portanto, pesquisas neste sentido levam ao crescimento da ciência, e também,

a busca de se tentar minimizar os efeitos lesivos das diversas patologias que

Page 20: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

19

acarretam danos ao sistema orgânicos e mais precisamente ao sistema

cardiovascular.

1.2 Plantas Medicinais

As plantas, desde a antiguidade, vêm sendo utilizadas pelo homem

como fontes terapêuticas. Isso acontece em conseqüência ao fácil acesso,

baixo custo e principalmente, pelo empirismo. O estudo sobre medicamentos

derivados de plantas é comum em países subdesenvolvidos, devido à

biodiversidade da flora e a aceitação popular (SIXEL e PECINALLI, 2005).

Algumas destas plantas e seus derivados já foram investigados com o intuito

de compreender suas possíveis ações nos sistemas orgânicos.

Estima-se que existam aproximadamente 200.000 espécies de

plantas no mundo, das quais cerca de 20.000 espécies são utilizadas na

medicina tradicional, entretanto, a maioria delas não foi avaliada quimicamente

ou farmacologicamente (SARTORATTO et al., 2004; BERTINI et al., 2005). O

Brasil é conhecido mundialmente não só por ser uma potencia

economicamente emergente, mas também por apresentar uma flora bastante

diversificada e pouco explorada pela sociedade científica. Conforme relatado

por Dias (1996) é o pais com uma das maiores variações genéticas vegetais do

mundo. O Nordeste brasileiro, não foge a regra, apesar da baixa pluviosidade,

é uma região formada predominantemente por vegetação da Caantiga sendo

caracterizada por plantas de pequeno porte, na sua maioria arbustos, além

disso, apresenta riqueza em plantas medicinais.

As plantas medicinais podem ser estudadas de duas maneiras:

através da Farmacologia dos Produtos Naturais que leva em consideração as

características bioquímicas e farmacológicas das plantas e através da

Etnofarmacologia que envolve um estudo de acordo com a medicina popular,

ou seja, leva em consideração aspectos étnicos e culturais de uma

Page 21: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

20

determinada população e/ou de uma dada região que utiliza as plantas com

fins terapêuticos (SIXEL e PECINALLI 2005).

A população uti liza plantas medicinais para prevenção ou cura de

doenças na forma de chás, inalações e/ou lambedores ou até mesmo na forma

de cataplasma (MATOS, 2000). No Brasil a Agência Nacional de Vigilância

Sanitária (ANVISA) regulamenta o uso de algumas plantas medicinais nos

serviços de saúde pública (Tabela 1). Ressalta-se que este uso deve ter sua

eficácia e segurança terapêuticas comprovadas previamente por pesquisas,

para que assim se possam obter os reais efeitos das plantas estudadas

(MATOS, 2000).

Nome popular da planta Forma de uso Indicação terapêutica

Alho Óleo ou extrato seco Hepatoproteror

Babosa Creme Gel Queimaduras

Erva doce Infusão Antiespasmódico

Gengibre Infusão Prófilaxia de náuseas

Hortelã Infusão Expectorante

Maracujá Infusão Sedativo

Melissia Infusão Sedativo e

Antiespasmódico

Tabela I: Lista de plantas medicinais permitidas pela ANVISA no Brasil e suas ações

terapêuticas (ANVISA, 2000).

Page 22: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

21

1.3 Óleos Essenciais e Constituintes Terpênicos

As atividades biológicas de uma planta medicinal são influenciadas

pela composição química do óleo essencial (OE). Este último pode ser extraído

das flores, folhas, caules, frutos ou raízes e é definido como um conjunto de

substâncias voláteis, derivada dos metabolismos secundários, que produzem o

aroma da planta. São encontrados, especialmente nas plantas labiadas,

mirtáceas, coníferas, rutáceas, lauráceas e umbelíferas (LAVABRE, 1993).

A gênese dos OEs é dada por células especiais, glândulas ou ductos

localizados em um órgão particular ou distribuídos em várias partes da planta

sendo encontrados na forma de pequenas gotas. As funções principais desses

óleos são de proteger as plantas de doenças e parasitas, auxi liar na

polinização além, de ajudá-las na adaptação às mudanças que acontecem no

meio ambiente (LAVABRE, 1993).

Segundo Simões et al. (1999) há cinco métodos de extração de OE

são eles: enfloração, prensagem, extração com solventes orgânicos, extração

por fluído supercrítico e extração por arraste de vapor d´água. O mais

empregado (para obtenção do OE) é o último, devido ao baixo custo

(CRAVEIRO et al., 1981). Neste processo o óleo é evaporado e condensado

por resfriamento (CRAVEIRO et al., 1976, 1981). Bertini et al (2005) ressaltam,

que a composição dos OEs sofre influências do clima, da estação do ano, das

condições geográficas, do período da colheita, dos fatores genéticos da

espécie e da técnica de destilação.

Os OEs são substâncias largamente uti lizados na indústria, como

aromatizantes, para preparação de perfumes, sabões, desinfetantes e

cosméticos, na preparação de alimentos como doces caseiros, licores, bebidas

aromáticas e refrescantes, conferindo o odor característico destes produtos

(JACOBS, 1948; LE MOAN, 1973; CRAVEIRO et al., 1977; LE BOURHIS,

1968, 1970; ITOKAWA et al., 1980, 1981, 1988, BAKKALI et al., 2008). Além

das propriedades aromatizantes, os OEs apresentam atividades biológicas e

farmacológicas que variam conforme seus constituintes (BAKKALI et al., 2008).

Page 23: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

22

Atualmente, além dos OEs seus constituintes estão sendo

estudados com o objetivo de compreender qual das substâncias em si é

responsável pelos efeitos biológicos conferido aos óleos. Os constituintes

começaram a ser isolados no final do século XIX, sendo o primeiro relato é

datado de 1833. Apesar disso, estruturas químicas só foram determinadas à

partir 1958. A identificação de constituintes pode ser feita por cromatografia

gás-liquido (CRAVEIRO et al., 1981).

Os constituintes químicos mais comuns dos OEs são formados por

uma combinação de terpenos, fenóis, aldeídos alcoóis, ésteres, cetonas,

nitrogênio e enxofre (LAVABRE, 1993). Os terpenos são formados por

unidades isoprênicas, contendo apenas hidrogênio e carbono em usa estrutura.

As moléculas dos terpenos encontrados nos OEs possuem entre 10 a 30

átomos e são classificados confrome mostrado na tabela II:

Denominação Número de Carbonos

Monoterpenos 10 átomos de carbono

Sesquiterpenos 15 átomos de carbono

Diterpenos 20 átomos de carbono

Sesterpenos 25 átomos de carbono

Triterpenos 30 átomos de carbono

Tabela II: Denominação dos terpenos

Os terpenos, por sua diversidade, são bastante estudados e são

capazes de produzir diversos efeitos farmacológicos e biológicos (LEAL-

CARDOSO e FONTELES, 1999).

Adicionalmente, os OEs são utilizados pela população com

finalidades sedativas, estomáquicos, antiespasmódicos, antidiarréicos

(FREISE, 1935; ITOKAWA et al., 1981; KIUCHI et al., 1992; BEZERRA, 1994),

antiparasitários, antimicrobianos, analgésicos, diuréticos, hipotensores (LUZ et

al., 1984; MENDONÇA, 1989, MENDONÇA et al., 1991), antimaláricos

(KLAYMAN, 1985), antisífilitico (MENDONÇA, 1989), nos tratamentos da asma,

Page 24: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

23

das doenças respiratórias, da rinite alérgica (BEZERRA, 1994; SILVA et al.,

2003), da cólica menstrual, da diarréia sanguinolenta, da amebíase e giardíase

(MATOS, 1994), além de outras aplicações.

Diversos OEs e constituintes terpênicos apresentam ações

farmacológicas já comprovadas cientificamente, podendo-se destacar:

atividades antibacteriana, pró-inflamatória, pró-nociceptiva, anti-inflamatória,

antinociceptiva, analgésica, antioxidante, anticonvulsivante e moduladora

contrátil do músculo esquelético, cardíaco e liso (ALBUQUERQUE et al., 1995;

MAGALHÃES, 1997, 2002; COELHO-DE-SOUZA, 1997; COELHO-DE-SOUZA

et al., 1997, 1998; SANTOS e RAO, 1997, 1998; BEZERRA et al., 2000; LEAL-

CARDOSO et al., 2002; MADEIRA et al., 2002; C; MAGALHÃES et al.,

1998a,b, 2003, 2004; HAJHASHEMI et al., 2004; COELHO-DE-SOUZA et al.,

2005; LIMA-ACCIOLY et al., 2006; EVANGELISTA et al., 2007; BATISTA et al.,

2008; SOUSA et al., 2009; PINTO et al., 2009 MELO et al., 2010; PEIXOTO-

NEVES et al., 2010).

Bakkali et al (2008) afirma que os OEs são formados por uma

mistura de 20 a 60 constituintes. Os majoritários em concentrações, em geral,

são capazes de determinar os efeitos e as propriedades biológicas. Por

exemplo, o OE da Aniba rosaeodora Ducke (OEAr) é rico em um monoterpeno

denominado linalol que apresenta diversas ações já comprovadas. Outros

constituintes merecem destaque pelos seus efeitos já comprovados

cientificamente tais como: 1,8 cineol e metil-eugenol para o OE do Croton

nepetaefolius (OECn), trans-anetol e estragol para o OE do Croton zehntneri

(OECz), óxido de piperitenona para o OE mentha villosa (OEMv), eugenol para

o OE de Ocimum gratissimum (OEOG), 4 terpineol para o OE de Alpinia

zerumbet (OEAz) e o 1-nitro-2-feniletano para o OE da Aniba canelilla (OEAc)

(BERTINI et al., 2005; SARTORATTO et al., 2004; BERIC et al., 2008 e

BAKKALI et al., 2008).

Page 25: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

24

1.4 Sistema Cardiovascular e Constituintes Terpênicos

1.4.1 Estrutura e função do sistema cardiovascular

O sistema cardiovascular é um dos principais sistemas responsáveis

pela homeostasia corporal, pois a nutrição e a remoção de escória (resíduos

metabólicos) dos tecidos orgânicos são mantidas por ele através de um

suprimento sanguíneo adequado (BERNE et al., 2004).

Segundo Berne e colaboradores (2004), é um sistema composto por

uma bomba propulsora de sangue, chamada de coração e pelos vasos

sanguíneos. O coração é dividido em duas bombas em série, composta de um

átrio e um ventrículo cada, sendo estes capazes de distribuir o sangue para o

pulmão (circulação pulmonar) e para os demais órgãos corporais (circulação

sistêmica). Essas duas circulações acontecem em uma única direção, devido à

existência de estruturas formadas de tecido conjuntivo denominadas de valvas

cardíacas. Estas, por sua vez, estão localizadas entre as câmaras cardíacas

(valvas atrioventriculares), e dentro das artérias pulmonar e aórtica em relação

aos ventrículos direito e esquerdo (valvas de semilunares), respectivamente .

O fluxo de sangue que é ejetado do coração em um adulto saudável

é aproximadamente de 5 l/min, e é resultante da soma dos volumes ejetados

durante a sístole ventricular (momento em que o músculo cardíaco contrai) que

acontece de forma intermitente de acordo com os eventos conhecido como

ciclo cardíaco. Este fluxo é suficiente para nutrir os sistemas corporais em

condições de repouso, sendo necessário que o sangue passe por um circuito

de tubos denominados de vasos sanguíneos (BERNE et al., 2004; NETTER,

2004).

Os vasos sanguíneos são formados por três camadas de tecidos

distintas: camada adventícia, camada média e camada íntima. A camada

adventícia é a mais externa e mais forte das três, sendo composta de tecido

Page 26: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

25

conjuntivo denso, mas rico em componentes celulares como fibroblastos e

macrófagos. A túnica média é a mais espessa formada principalmente de

tecido muscular, além de elastina e colágeno. A camada íntima é constituída

por uma única camada de células, o endotélio e suas fibras elásticas elas

recobrem a luz do vaso, tendo contato direto com o fluxo sanguíneo, encontra-

se dispostas longitudinalmente e imersas em substâncias intracelular amorfa

(BERNE et al., 2004)

A aorta é a principal artéria conectada ao ventrículo esquerdo. A

partir dela surgem as outras artérias do corpo humano. É o primeiro vaso a

receber o sangue, recém ejetado e com a maior quantidade de oxigênio

alcançada após a recente passagem pela circulação pulmonar. O fluxo

sanguíneo dentro da aorta, em decorrência a sua retração elástica, torna-se

mais contínuo sendo, também, responsável pela pressão diastólica e pelo

fechamento da válvula aórtica o que impede o retorno do sangue para a

cavidade ventricular. Em uma região chamada de leito mesentérico, a aorta

começa a se ramificar para dar origem às médias (artérias distribuidoras),

pequenas artérias e as arteríolas que oferecem maior resistência ao fluxo

sanguíneo.

O próximo caminho percorrido pelo sangue até chegar aos tecidos

alvos são os capilares. Estes tubos, de pequena espessura, são responsáveis

pela irrigação dos tecidos propriamente dita. Em conseqüência a sua estrutura,

os capilares proporcionam uma baixa velocidade ao fluxo sanguíneo.

Após as trocas homeostáticas impulsionadas pelos gradientes

químicos e pelas forças de Starling o sangue retorna ao coração passando

pelas vênulas até chegar às veias de maiores calibres (conhecidas por

apresentarem maior capacitância) as quais desembocam no átrio direito. As

veias e vênulas são estruturas de baixa pressão hidrostática e possuem

válvulas que direcionam o fluxo sanguíneo até seu destino, o átrio direito

(BERNE et al., 2004; NETTER, 2004).

Como se pode perceber há uma mudança na constituição das

estruturas vasculares, conforme estes vasos se afastam da bomba propulsora,

são submissos ao controle do sistema nervoso central e local, além de

Page 27: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

26

sofrerem interferências diretas de hormônios, nervos autonômicos, e de uma

variedade de drogas (BERNE et al., 2004). O controle local acontece em

decorrência à presença do músculo liso vascular (MLV) que dá aos vasos

sanguíneos a capacidade de alterar seu diâmetro conforme a necessidade

corporal.

Cabe ressaltar que este sistema de vasos sanguíneos e seus

controles são fundamentais para o controle da pressão arterial média e esta

para a homeostasia.

1.4.2 Regulação da pressão arterial

Pressão arterial, conforme detalhado por Berne e colaboradores

(2004), é a força que o fluxo sanguíneo exerce sobre as paredes dos vasos

sanguíneos. Para tentar manter a pressão em seus níveis fisiológicos o

organismo faz uso de diversos mecanismos que serão descritos a seguir.

O equilíbrio da pressão arterial média (PAM) é mantido pela

regulação permanente entre o débito cardíaco e a resistência vascular

periférica (KATZUNG, 2003). Esta regulação deve ocorrer em faixas temporais

diferentes, ou seja, respostas orgânicas acontecem em diferentes tempos

(curto, médio e longo prazos) que se unem para ajustar os níveis pressóricos

(GUYTON, 2006).

Os barorreceptores são responsáveis pelas respostas rápidas

(reflexos) às variações de pressão. Eles estão localizados em pontos

estratégicos (devido sua alta irrigação sanguínea), precisamente no arco

aórtico e seio carotídeo. São estruturas sensíveis às eventuais alterações na

pressão. (BERNE, et al., 2004 e GUYTON, 2006). Quando estes receptores

especiais são estimulados, os impulsos originados neles são emitidos até o

núcleo do trato solitário, no bulbo, cuja estimulação provoca redução da PAM

através do sistema nervoso autônomo. Como por exemplo, em casos de

aumento da PAM, a frequência de impulsos nervosos emitidos pelos

Page 28: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

27

barorreceptores, será maior e causará, por conseguinte, vasodilatação, inibição

cardíaca e redução da pressão arterial (BERNE, et al., 2004).

Em médio prazo, tem-se como principal evento a liberação de renina

pelas células justaglomerulares dos rins. Esta enzima chega à circulação e

catalisa a quebra do angiotensinogênio, que é produzido no fígado, em

angiotensina I, que, por sua vez, através da lise de sua molécula pela enzima

conversora de angiotensina, forma um potente vasoconstritor denominado de

angiotensina II (BERNE, et al., 2004 e GUYTON,2006). Este sistema renina-

angiotensina é normalmente acionado quando há redução dos níveis

pressóricos e reforça as ações do barorreflexo.

Convém salientar que os vãos sanguíneos que ajudam a

controlar os níveis pressóricos o fazem através do mecanismo conhecido como

auto-regulação que é dividido em: endotelial, metabólico e miogênico. O

primeiro é feito por substância liberados pelo endotélio vascular, como óxido

nítrico e fator relaxante derivado pelo endotélio que atuam nos vasos

sanguíneos (CARVALHO et al., 2001; STANKEVICIUS, 2003). O controle

metabólico é governado conforme a demanda e /ou necessidade de um órgão,

ou seja, respostas vasodilatadoras ou vasoconstritoras são efetuadas conforme

o catabolismo ou anabolismo dos tecidos corporais (BERNE, 1980).

O controle miogênico é outro mecanismo essencial para o controle

do fluxo sanguíneo. Este mecanismo explica como o MLV é capaz de contrair

ou relaxar conforme as alterações na pressão transmural (BERNE, et al.,

2004). Por esta razão o MLV torna-se indispensável no controle da resistência

periférica total, do tônus arterial e venoso, bem como na distribuição do fluxo

sanguíneo corporal. Enfatizando o que foi descrito por Webb e Hilgers (2005), o

MLV apresenta células altamente especializadas contendo canais iônicos e

proteínas contráteis e reguladoras responsáveis pe los processos de contração

relaxamento, resultando em um equilíbrio das necessidades orgânicas.

Page 29: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

28

1.4.3 Músculo liso vascular

O músculo liso vascular (MLV) é composto por células

histologicamente mononucleadas com formato fusiforme. Conforme o vaso e a

estrutura por ele irrigada, o arranjo de suas células varia entre helicoidal ou

circular. Este último e mais comum arranjo é o que provoca a redução do

lúmen do vaso durante o processo de contração (ou seja, através desta

disposição celular o MLV contraí de maneira simultânea) (BERNE et al.,2004).

Na luz vascular encontram-se as células endoteliais que se projetam para o

interior do MLV (junções mioendoteliais) permitindo assim, a transferência de

íons entre si e explicando a interação entre ambas as estruturas (BERNE et

al.,2004; FÉLÉTOU e VANHOUTTE, 2006).

O MLV participa do controle da resistência periférica total e é de

extrema importância para que os vasos sanguíneos apresentem um tônus

(estado contraído do MLV que é influenciado pela mínima concentração de

Ca2+ no interior da célula muscular lisa). Este estado de semi contração é uma

característica vascular que permite os vasos modularem seu diâmetro

conforme a situação metabólica (MISSIANE et al., 1991). O tônus vascular é

mantido por mecanismos intrínsecos do MLV, mas pode sofrer alterações

mediadas por fatores neurogênicos, biogênicos endócrinos, parácrinos, além

de outros sinais como fármacos ou liberação circulante de Ca2+ (KNOT et al.,

1996).

Para o processo contrátil do MLV, é necessária interação entre os

miofilamentos (actina e miosina) e, para tanto, o aumento da concentração de

cálcio intracelular ([Ca2+]i), torna-se indispensável (KNOT et al., 1996). Fato que

é necessário acontecer de forma oposta para que o MLV relaxe, ou seja, os

íons de cálcio (Ca2+) devem ser retirados do mioplasma, por diversos

mecanismos a fim de retornar os níveis de Ca2+ as concentrações de repouso.

O Ca2+ necessário para a contração provém de fontes distintas: do

meio extracelular e do meio intracelular. Para acontecer o influxo destes íons a

membrana celular das células musculares lisas é composta por diversos canais

Page 30: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

29

que auxiliam nestes mecanismos, são eles: canais para Ca2+ operados por

voltagem (VOCCs), canais para Ca2+ operados por receptor (ROCCs); canais

operados por estoque (SOCs), e aqueles ativados por estresse mecânico

(SACs) (MCFADZEAN e GIBSON, 2002). Em relação ao Ca2+ proveniente do

meio interno da célula só é possível pela existência dos estoques intracelulares

como o retículo sarcoplasmático (RS), que mesmo não sendo bem

desenvolvido é capaz de acumular diversos íons de Ca2+ participando na

regulação deste íon no sarcoplasma (SPERELAKIS, 1993; MCFADZEAN e

GIBSON, 2002;).

No músculo liso, os principais canais para Ca2+ do tipo VOCCs são

os canais lentos ou do tipo L, caracterizados pela alta seletividade à este íon

(KNOT et al., 1996). Quando acontece uma despolarização da membrana e a

consequente abertura desses canais, tem-se o aumento da [Ca2+]i com o

desenvolvimento de contração e força muscular, pelo ―deslizamento‖ entre as

proteínas contráteis (actina e miosina). Este processo é conhecido como

acoplamento eletromecânico (Figura 1). A outra forma de promover a contração

através da sinalização do Ca2+, não necessita de uma despolarização e é

conhecido como acoplamento farmacomecânico que pode ser provocado por

vários agentes que elevam o Ca2+ no interior da célula muscular lisa (Figura 1)

(HERMSMEYER et al., 1988; REMBOLD, 1992; WEBB, 2003).

Page 31: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

30

Figura 1 – Acoplamento eletromecânico e farmacomecânico do MLV. PIP2 (inositol difosfato) rMLC (cadeia leve regulatória da miosina) Adaptado de: Webb, 2003.

Conforme referido acima, o acoplamento eletromecânico depende

de uma despolarização da membrana que deve ser suficiente para ultrapassar

o limiar de excitabilidade, gerando um potencial de ação (BERNE et al., 2004,

HERMSMEYER et al., 1988; MCFADZEAN e GIBSON, 2002). A propagação

do potencial de ação ocorre através dos canais juncionais (gap junctions),

acarretando na ativação dos diversos canais iônicos e catiônicos, promovendo

o influxo de Ca2+ para o interior da célula o que resulta na contração da

musculatura lisa (REMBOLD, 1992; WEBB, 2003).

Este mesmo mecanismo pode ser intensificado pela liberação de

mais Ca2+ do RS através dos receptores de rianodina, presente nesta estrutura.

Os receptores de rianodina são compostos por estruturas tetraméricas com um

grande domínio citosólico e dois segmentos transmembrana α-helicoidal

(KATZ, 1996).

Quando se trata do acoplamento farmacomecânico é imprescindível

a ação de um agonista que se liga a um receptor acoplado à proteína G

heterotrímerica. A subunidade da proteína G, ativa a fosfolipase C (FLC),

uma enzima presente na membrana plasmática que promove a formação de

Page 32: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

31

dois segundos mensageiros: o trifosfato de inositol (IP3) e o diacilglicerol

(DAG), através da clivagem do inositol difosfato (PIP2) (Figura 1). O IP3 tem

uma função específica de ligar-se a receptores presentes no RS o que

resultará no extravasamento de Ca2+ para o citosol através dos receptores de

rianodina (WEBB, 2003). Isso acarreta na contração muscular e alteração da

força contrátil (REMBOLD, 1992). O DAG juntamente com o Ca2+ por sua vez é

responsável pela ativação da proteína quinase C (PKC) que proporciona

diversas ações dependendo do músculo liso (Figura 1) (WEBB, 2003).

Ao aumentar a [Ca2+]i do MLV, por qualquer que seja a via de

sinalização, inicia-se a contração muscular. O passo primordial para contração

é a ligação de quatro íons de Ca2+ com à proteína calmodulina (peso molecular

de 16.700 kDa), que representa cerca de 1% de todas as proteínas celulares

(BERNE et al., 2004). O complexo formado entre o Ca²+ e a calmodulina

estimula a quinase C dependente de calmodulina que atua fosforilando e assim

ativando a enzima quinase de cadeia leve de miosina (Figura 1) (MLCK). A

MLCK, então, expõe seu sítio catalítico e fosforila o aminoácido Ser19 da

cadeia leve regulatória da miosina (rMCL). Ademais, a MLCK promove a

ativação da ATPase da miosina necessária para energizar a miosina,

resultando no deslizamento entre os filamentos finos e grossos e

desenvolvendo assim, o ciclos das pontes cruzadas, a geração de força e

encurtamento no MLV (Figura 1) (REMBOLD, 1992).

Além da contração dependente de Ca2+ há outra forma de contração

do MLV em que é necessário um aumento da sensibilização do aparato

contrátil ao Ca2+, ou seja, aumenta-se a afinidade dos filamentos grossos e

finos para uma dada [Ca2+]. Esta sensibilização é o estágio em que uma

contração maior é produzida por uma dada [Ca2+]i (SOMYLO e SOMYLO,

1994), podendo a mesma ser positiva ou negativa dependendo da via

estimulada (KIZUB et al., 2010). Por exemplo, a sensibilização será maior

quando um pequeno aumento da [Ca2+]i produz uma máxima fosforilação da

rMCL (REMBOLD, 1992).

A fosforilação da rMCL, além de ser regulada pela MLCK, também

sofre interferência de uma fosfatase denominada de fosfatase da cadeia leve

Page 33: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

32

de miosina (MCLP) (Figura 1), que é responsável pela retirada do fosfato de

alta energia que mantém o MLV no seu estágio contraído (ITO et al., 2004).

Destarte, afirma-se que o balanço entre a MLCK e a MCLP são imperativos

para o estado de fosforilação da rMCL. A MCLP apresenta três subunidades,

uma subunidade catalítica com peso de 38 kDa (PP1c) e duas regulatórias uma

com peso de 110kDa, chamada de miosina fosfatase subunidade alvo 1

(MYPT1) e outra de 20 kDa a pequena subunidade regulatória M20 (WEBB,

2003 e ITO et al., 2004). Quando se tem a fosforilação da MCLP inibi-se sua

atividade enzimática, o que provoca a manutenção do estado contraído do

músculo (WEBB, 2003).

Algumas hipóteses são estudadas para a atuação da MCLP e a

sensibilização dos miofilamentos. Uma delas é a ativação da proteína

monomérica G (Rho) dependente de Rho-quinase (RhoK) (Figura 2). Estes

mecanismos promovem a fosforilazação da CPI-17 (substrato da RhoK) que

por sua vez, se liga a subunidade PP1c da MCLP o que prolonga a contração e

a força do músculo liso (KIMURA, et. al., 1996).

A MCLP é a principal proteína inibitória responsável pelo

relaxamento da musculatura lisa vascular. A inativação desta proteína gera

como conseqüência a manutenção do acoplamento entre os filamentos de

miosina e actina (KIZUB et al. 2010), o que pode acontecer através da ação da

RhoK e a PCK.

Page 34: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

33

Figura 2 – Representação da ativação da proteína monomérica G. Rho A (proteína

monomérica G) ROCK (Rho-quinase).Adaptado de: Webb, 2003.

Quanto ao relaxamento do MLV há uma perda de força contrátil e o

retorno do músculo às condições basais. Para tanto, é fundamental a redução

da [Ca2+]i e a retirada do fosfato de alta energia da rMLC. Para que este último

evento aconteça precisa-se da ativação da MCLP (SOMLYO e SOMLYO,

2000) (Figura 3). A diminuição da [Ca2+]i é resultado da combinação de alguns

fatores como: inativação das correntes de Ca2+, ativação da bomba Ca2+-

ATPase do RS, efluxo de Ca2+ para o meio extracelular pela bomba de Ca2+

presente na membrana celular e por fim, pelo trocador de sódio e Ca2+

(SPERELAKIS, 1993).

Com isso, afirma-se que o relaxamento vascular pode ser promovido

por inibição dos VOCCs por voltagem que provocam hiperpolarização da

membrana ou através de agentes farmacológicos que promovem o aumento de

adenosina monofosfato cíclico (AMPc) e guanosina monofosfato cíclico

(GMPc), ou ainda reduzir a sensibilidade do aparato contrátil ao íon Ca2+

Page 35: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

34

(REMBOLD, 1992). No mais, como descrito por Mcfadzean e Gibson (2002),

substâncias como: neurotransmissores ou hormônios que provoquem

hiperpolarização da membrana da célula muscular lisa fechando os canais para

Ca2+, promovem dilatação vascular.

Figura 3 – Representação esquemática do relaxamento do MLV. VOCC (canal de Ca2+

operados por voltagem) ROCC (canal de Ca2+

operados por receptor) Ca,Mg-ATPase (bomba de cálcio) Na

+/Ca

2+ (trocador sódio-cálcio). MLC (cadeia leve de miosina) Adaptado de: Webb,

2003.

Através do GMPc o relaxamento no músculo liso acontece por

abertura de canais para K+ o que leva a hiperpolarização celular e

posteriormente a redução do influxo de Ca2+ (ROBERTSON et al., 1993). Pode

atuar, também, ativando a bomba de Ca2+-ATPase no RS (SERCA) ou

aumentando a atividade do trocador Na2+/Ca2+ presente na membrana

citoplasmática, tendo como consequência a diminuição do Ca2+ intracelular

(REMBOLD, 1992; BERNE et al., 2004). Além do mais, o GMPc é capaz de

reduzir a concentração de IP3 por inibir a FLC.

Quando se trata do acréscimo do AMPc sugere-se que o

relaxamento do MLV também é dado pela redução da [Ca2+]i por atuação nos

Page 36: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

35

canais de Ca2+. Além disso, há estudos que mostram a atuação do AMPc nos

canais de K+ ativados por Ca2+ ou ATP e/ou pela fosforilação da MLCK

(REMBOLD, 1992).

O endotélio vascular e os canais de potássio são essenciais,

essenciais não só para a manutenção do tônus, mas também para o

relaxamento vascular. O primeiro encontra-se na luz do vaso sanguíneo e

apresenta-se como uma camada de células delgadas e atuante no

funcionamento vascular, sendo fonte de uma série de substâncias capazes de

promover relaxamento e contração do MLV. Desta forma, o endotélio atua

como agente protetor contra desenvolvimento de lesões nos vasos sanguíneos

(CARVALHO et al., 2001). Como relatado por KATZUNG (2003) o endotélio

sintetiza óxido nítrico (NO), prostaciclinas (PGI2) e o fator hiperpolarizante

derivado do endotélio (FHDE), como agentes vasodilatadores, e as

endotelinas, angiotensina II e tromboxano A2 como substâncias

vasoconstritoras. Fisiologicamente, há o equilíbrio entre essas substâncias

sendo os efeitos dilatadores mais operantes que os contraturantes, mantendo a

homeostasia vascular (FÉLÉTOU e VANHOUTTE, 2006).

O NO é um radical livre gasoso, inorgânico e altamente difusível,

além de ser um potente vasodilatador. É formado a partir da L-arginina através

da atuação de uma família de várias isoformas de NO sintetase, o que resulta

na formação da L-citrulina e NO. Atua como vasorelaxante por ativar a guanilil

ciclase que resulta no aumento do GMPc que atuará inibindo a MLCK. O NO

tem outra função que é a de inibir a agregação de neutrófilos ao endotélio. As

PGI2 derivada da síntese dos eicosanóides têm propriedades específicas, pois

apresenta-se como vasodilatadoras e inibidoras da agregação plaquetária

(CARVALHO et al., 2001 e STANKEVICIUS, 2003).

O relaxamento dado pelas PGI2 é dependente dos receptores

expressos nas células musculares lisas que provocam. Após sua ativação, o

aumento de AMPc ativa os canais de potássio levando à hiperpolarização

celular, reduzindo a [Ca2+]i diminuindo, por conseguinte, a afinidade entre os

filamentos de actina e miosina (CARVALHO et al., 2001; STANKEVICIUS et al.,

2003). O mesmo fato leva a vasodilatação através do FHDE, estando mais

Page 37: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

36

envolvido na promoção do relaxamento nos vasos de maiores resistências do

que nas grandes artérias (CARVALHO et al., 2001).

As endotelinas exercem várias ações no organismo, através de

diversos receptores nos tecidos, destacam-se nos vasos sanguíneos, coração,

rins, pulmões e sistema nervoso central. Causam uma vasoconstrição dose

dependente e ações inotrópicas e cronotrópicas positivas. Apresentam

também, ação sobre os rins inibindo a excreção de sódio e água e provocam

vasocontrição no músculo liso traqueal e brônquico. Estão envolvidas na

proliferação e na hipertrofia das células vasculares (FÉLÉTOU e VANHOUTTE,

2006). Apresentam-se sobre diferentes isoformas endotelina 1, 2 e 3, sendo a

primeira o mais potente vasoconstritor (CARVALHO et al., 2001).

A angiotensina II é outra substância que promove contração do MLV.

Atua, principalmente em seus receptores AT1 que encontram-se ligado à

proteína G que ativa a FLC aumentando a concentração de DAG e IP3

elevando a [Ca2+]i e por fim, tendo a contração vascular. Pelo exposto, nota-se

que o entendimento da fisiologia cardiovascular é importante para

compreensão dos avanços das pesquisas científicas que visam ao tratamento

de distúrbios orgânicos como a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS),

utilizando-se, principalmente, das plantas medicinais e seus efeitos

cardioprotetores.

1.4.4 Músculo liso vascular e canais de potássio

Os canais para potássio são estruturas tetraméricas que contém seis

unidades transmembranas, conforme descrito por KO e colaboradores (2008).

Desempenha diversos papéis como: liberação de neurotransmissores,

hormônios e excitabilidade celular e na reatividade do MLV, estando

diretamente relacionados com os mecanismos que envolvem estímulos

vasoconstritores e vasorrelaxantes além do próprio tônus vascular (GHATTA,

Page 38: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

37

et al., 2006). Nos vasos, existem quatro tipos de canais de potássio, sendo

classificados em dependente e não dependente de voltagem. Na primeira

categoria são incluídos os canais de potássio dependente de voltagem e os

canais ativados por Ca2+, e na segunda os canais sensíveis a ATP e os

retificadores de potássio.

Os canais ativados por voltagem (Kv) são responsáveis pelo efluxo

de potássio em reposta a despolarização da célula muscular lisa, retornando o

potencial ao seu repouso, estão diretamente relacionados com a manutenção

do tônus do vaso. Várias substâncias são utilizadas para o bloqueio destes

canais, dentre os quais destaca-se, a 4-aminopiridina (4-AP). Quando isso

acontece tem-se a manutenção da despolarização do MLV (STANDEN e

QUALE, 1998; KO et al., 2008).

O segundo tipo de canais de potássio ativados por alterações no

potencial de repouso são os ativados por Ca2+ (KCA) os que mais predominam

no MLV. Conforme exposto por Ghatta e colaboradores (2006) foram os

primeiros canais de potássio a serem estudados, devido a sua influência sobre

o tônus vascular. São ativados pela [Ca2+]i e pela despolarização, sendo

responsáveis pela manutenção do potencial de membrana em vasos de

pequeno calibre. Por terem grande atuação no sistema cardiovascular, diversas

substâncias que são uti lizadas para fins terapêuticos apresentam ação direta

sobre esses canais, tanto provocando sua abertura ou seu fechamento

(GHATTA et al., 2006). Uma das principais substâncias uti lizadas para o

bloqueio destes canais é o tetraeti lamônio (TEA) (KO et al., 2008).

Os canais sensíveis a ATP (KATP) se apresentam como uma forma

de complexos octaméricos e foram os primeiros a serem estudados no sistema

cardiovascular, estando relacionados com diversas patologias, como por

exemplo, HAS, diabetes e angina. Alguns bloqueadores são utilizados com

finalidade terapêutica, dentre os quais destaca-se a glibenclamida (GLY) que

atua nesses canais de potássio resultando na despolarização das células que,

como, por exemplo no pâncreas, leva à ativação das células pancreática e

liberação de insulina pelas mesmas. Como exposto por Nelson (1990) este

canais no MLV são fundamentais já que quando são ativados provocam a

Page 39: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

38

hiperpolarização celular, inibindo a entrada de cálcio provenientes do meio

extracelular.

Por fim, os canais de potássio retificadores (K IR) que no MLV há

evidências que eles são responsáveis pela manutenção do potencial de

membrana e pelo tônus em vasos de pequenos calibres (PARK et al., 2007a,b).

Pelo exposto, percebe-se a importância desses canais na manutenção do

funcionamento ideal dos vasos sanguíneos.

1.4.5 Atividade cardiovascular de terpenos

São poucos os dados na literatura que relatam os possíveis efeitos

hipotensores e/ou anti-hipertensivos dos OEs (ou de seus respectivos constituintes) e

menos ainda, no que diz respeito aos seus mecanismos de ação no sistema

cardiovascular. Esses estudos podem vir a corroborar com o uso das plantas

aromáticas, na medicina popular, para o tratamento de diversas patologias, inclusive

da hipertensão arterial sistêmica, cuja prevalência é alta em nossa sociedade.

Na literatura internacional, existem alguns relatos a cerca dos efeitos

cardiovasculares de OEs de algumas plantas aromáticas abundantes na região do

Norte-Nordeste do Brasil com largo uso na medicina popular. São os OEs presentes

no Croton nepetaefolius Baill. (Euphorbiaceae) (marmeleiro vermelho), Mentha x

villosa Huds. (Labiatae) (menta rasteira), Alpinia zerumbet Burt e Smith

(Zingiberaceae) (sin: Alpinia speciosa Schum) (colônia), Croton zehntneri Pax et Hoffm

(Euphorbiaceae) (canela de cunhã), Ocimum gratissimum L (Labiatae) (alfavaca) e a

Aniba canelilla Mez (Lauraceae) [Syn. A. Elliptica A.C. SM., Cryptocarya canelilla

Kunth] (casca-preciosa).

Foi mostrado que a administração intravenosa (i.v.) do OECn, OEMv,

OEAz, OECz, OEOg e OEAc induz redução dose-dependentes da PAM e da

freqüência cardíaca (FC) em ratos normotensos (LAHLOU et al., 1996a, 1999, 2001,

2002c,d, 2004c, 2005; de SIQUEIRA et al., 2006a,b) ou hipertensos, DOCA-sal

(LAHLOU et al., 1996b, 2000, 2002a, 2003; INTERAMINENSE et al., 2005),

acordados. Efeitos similares foram observados após o tratamento i.v. com os

principais constituintes desses OEs tais como 1,8-cineol (LAHLOU et al., 2002b), o

Page 40: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

39

metil-eugenol (LAHLOU et al., 2004a), o eugenol (LAHLOU et al., 2004b), o óxido de

piperitenone (LAHLOU et al., 2001, 2002a; GUEDES et al., 2002), o anetol (de

SIQUEIRA et al., 2006a), o estragol (de Siqueira et al., 2006a), 4 terpineol (LAHLOU

et al., 2002c, 2003) e o 1-nitro-2-feniletano (de SIQUEIRA et al., 2010;

INTERAMINENSE et al., 2010), sugerindo que os efeitos cardiovasculares do OECn,

OEMv, OEAz, OEAc, OECz e OEOg podem ser parcialmente atribuídos as ações

do(s) seu(s) respectivo(s) principal(ais) constituinte(s). Um conjunto de argumentos

decorrentes de experimentos realizados tanto ―in vivo‖ quanto ― in vitro‖ sugere que o

efeito hipotensor desses OEs assim como de seus principais constituintes resulta, em

grande parte, de seus efeitos vasodilatadores diretos sobre a musculatura lisa

vascular (LAHLOU et al., 1999, 2000, 2001, 2002a,b,c,d, 2003, 2004a,b,c, 2005; de

SIQUEIRA et al., 2006a; INTERAMINENSE et al., 2007; MAGALHÃES et al., 2008;

PINTO et al., 2009). Entretanto, o mecanismo envolvido na mediação da hipotensão e

bradicardia induzidas pelo OECz (i.v.) em ratos normotensos difere daquele dos

demais OEs estudados até hoje. De fato, estudos recentes mostraram que a

hipotensão induzida pelo OECz assim como seus principais constituintes, anetol e

estragol, são principalmente de origem reflexa (reflexo vago-vagal) através da

estimulação dos receptores vaniloides (TPRV1) localizados nas fibras sensoriais

vagais (de SIQUEIRA et al., 2006b). Após sua injeção intra-arterial, o OECz foi ainda

capaz de provocar uma hipotensão reflexa de origem espinhal, como foi mostrado por

capsaicina (de SIQUEIRA et al., 2006b).

Também foi demonstrado que a injeção i.v. do 1-nitro-2-feni letano

induziu uma queda de PAM e FC, bifásica: o primeiro componente (fase 1) é

rápido e foi caracterizado como um reflexo vago-vagal, o segundo componente

(fase 2) ocorre mais tardio e parece ser decorrente de uma ação direta desse

constituinte na musculatura lisa vascular. A fase 1 induzida pelo o 1-nitro-2-

feniletano está ausente após injeção direta no ventrículo esquerdo,

completamente abolida pela bivagotomia ou o pré-tratamento perineural com a

capsaicina, mas permaneceu inalterada pelo o pré-tratamento com o

antagonista dos receptores vanilóides TPRV1, capsazepina ou com o

antagonista dos receptores serotoninérgicos 5-HT3, ondansetron. Em ratos

normotensos acordados, a hipotensão e bradicardia (fase 1) induzida pelo 1-

nitro-2-feniletano foi completamente abolida pelo pré-tratamento com

metilatropina. Em preparações aórticas oriundas de ratos normotensos, 1-nitro-

2-feni letano induziu um relaxamento, dependente da concentração da

Page 41: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

40

contração induzida por fenilefrina (FE) (de SIQUEIRA et al., 2010). Estes

dados sugerem que o reflexo vago-vagal induzido pelo 1-nitro-2-feniletano é

iniciado nas aferências vagais pulmonares e não nas cardíacas. O mecanismo

de transdução deste reflexo ainda não está definido, e parece não envolver a

ativação dos receptores vanilóides nem os receptores serotoninérgicos 5-HT3

localizados nos nervos vagais sensoriais. A fase 2 da resposta hipotensora do

1-nitro-2-feniletano parece esta mediada, pelo menos em parte, através de um

mecanismo vasodilatador periférico (de SIQUEIRA et al., 2010). Efeitos

similares do 1-nitro-2-feni letano foram também observados em ratos

espontaneamente hipertensos (SHRs) segundo o mesmo mecanismo de ação

daquele mencionado acima em ratos normotensos (INTERAMINENSE et al.,

2010).

Quando se faz menção ao OE que extraído do OEAr pouco se sabe sobre

seus efeitos biológicos e/ou farmacológicos e principalmente no sistema

cardiovascular. Quimicamente este óleo apresenta um teor muito elevado de um

monoterpeno alcoólico, já citado, que é o linalol. No OEAr a porcentagem de linalol

varia entre 74 a 96% de todo o óleo, este variação acontece, como os demais OEs,

em conseqüência a localidade em que é encontrada planta matrix, além da forma da

coleta (ALCÂNTARA, YAMAGUCHI E JUNIOR-VEIGA,2010).

Page 42: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

41

1.5 Atividade Biológica e Farmacológica do Linalol

O linalol é um constituinte encontrado além da Aniba rosaeodora

(conhecida popularmente como pau rosa) em diversas plantas presentes nas

regiões Norte e Nordeste do Brasil tais como: Piper crassinervium, Croton

cajucara Benth e Hyssopus officinalis L. var. decumbens. O linalol é um

monoterpeno de extrema importância para as indústrias de cosméticos e

alimentícios, já que é utilizado, como fixador de fragrâncias (BAKKALI, et al.,

2008).

Quimicamente, o linalol, (3,7-Dimethyl-1,6-octadien-3-ol) apresenta-

se como um monoterpeno alcoólico terciário de cadeia aberta (Figura 4) com

fórmula molecular C10H18O. Possui peso molecular 154,3 com densidade 0,86

g/ml (SIGMA –ALDRICH, 2003), tendo ponto de ebulição de aproximadamente

198° a 199ºC.

Figura 4 - Estrutura química do linalol. Monoterpeno alcoólico terciário de cadeia aberta e suas unidades isoprenicas Fonte: Usta et al., 2009.

Diversos estudos demonstraram que linalol é um constituinte que

medeia em parte a atividade antiinflamatória e antinociceptiva (BIGHETI, et al.,

1999; HIRUMA-LIMA et al., 2000; PEANA et al., 2003; PEANA et al., 2004a; e

BATISTA et al., 2010). Conforme descrito por Peana e colaboradores (2003 e

Page 43: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

42

2004a) a administração do linalol induz e feito antinociceptivo e antiinflamatório

em diferentes modelos experimentais, inibindo o edema de pata pela

carragenina e reduzindo a dor induzida por diferentes estímulos tais como

contorções, em resposta ao ácido acético, placa quente e injeção de formalina.

Seu efeito antinociceptivo parece envolver a transmissão glutamatérgica,

dopaminérgica e opióide sem excluir a participação dos canais de potássio

sensíveis a ATP (PEANA et al., 2004b) nem a participação dos receptores da

adenosina A1 e A2 (PEANA et al., 2006a) neste efeito. Foi mostrado que a

redução da liberação/produção do NO é, em parte, responsável pelo

mecanismo molecular da atividade antinociceptiva do linalol (PEANA et al.,

2006b).

Este monoterpeno, quando administrado tanto por via periférica

quanto central, também foi responsável pela antinocicepção em camundongos,

por inibir a dor causada por glutamato, mostrando que há envolvimento dos

receptores glutaminérgico, nesta ação (BATISTA et al., 2008). O linalol também

já teve seu efeito testado na dor neuropática causada por ligadura do nervo

periférico. Seu efeito foi de reduzir, temporariamente, a dor mecânica quando

administrado por sete dias consecutivos (BERLIOCCHI et al., 2009).

Apresenta também, efeito anestésico local inibindo neurônios do

sistema nervoso central e sensorial (NARUSUYE et al., 2005). O OEAr produz

diminuição na excitabilidade neuronal evidenciada pela redução da amplitude

de potencial de ação provavelmente dada pelo seu maior constituinte, o linalol,

em preparação de nervo isolado de rato (de ALMEIDA et al., 2009). Afirmação

confirmada por Leal-Cardoso e colaboradores (2010) em que o linalol agiu no

sistema sensorial somático bloqueando canais de sódio dependente de

voltagem em nervo ciático de ratos apresentando com isso, atividades

anestésicas locais. O mesmo foi observado em nervos ciático de rãs

(ZALACHORAS, et al., 2010).

Re e colaboradores (2000) relataram o efeito do linalol na junção

neuromuscular do diafragma. Segundo esta pesquisa o composto em questão

atua reduzindo a eficácia do impulso nervoso na liberação de acetilcolina,

tendo atuação no neurônio pré-sináptico, o que sugere a atuação do linalol

sobre os canais dependentes de voltagens como sódio e/ou potássio na junção

neuromuscular.

Outros efeitos também foram listados para o linalol tais como: anti -

leishmaniose (ROSA et al., 2003) e anti-microbiano, podendo ser utilizado no

combate aos microorganismos causadores de infecções hospitalares,

principalmente em pacientes imunocomprometidos, destacando-se neste grupo

os portadores de HIV e transplantados (ALVIANO, et al., 2005).

Dependendo da dose o linalol, apresenta efeitos anticonvulsivantes

por ser agonista de receptores ionotrópicos de NMDA (BRUM et al., 2001).

Page 44: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

43

Além destas propriedades apresenta ações hipnóticas e hipotérmicas. Além

disso, o linalol apresentou ações sedativas, quando inalado por cerca de 1h,

sem trazer comprometimento nas funções motoras de camundongos (LINCK et

al., 2009). Este mesmo efeito foi evidenciado em ratos pela potencialização

de tempo de sono induzido pelo pentobarbital (de ALMEIDA et al., 2009).

No que se refere a toxicidade do linalol sua dose letal é baixa,

quando comparada a outros constituintes dos OEs, tornando-se, por este

motivo, alvo de estudos para futuramente possuir aplicabilidade terapêutica. As

pesquisas dos efeitos tóxicos das substâncias estão relacionadas com via de

administração, tempo, duração e frequência da dose, o que foi demonstrado

por Venâncio (2006). O linalol apresentou baixa toxicidade aguda em vários

modelos experimentais e com diferentes vias de administração (BICKERS et

al., 2003) o que justifica o interesse deste constituinte em diversas áreas da

ciência básica.

Estudos em humanos comprovaram que a estimulação olfatória pela

inalação do chá de jasmim, rico em linalol induz uma bradicardia e tem efeito

sedativo sendo este constituinte responsável por tal ação (KUDORA et al.,

2005). A estimulação olfatória com o linalol em ratos anestesiados reduz a

pressão arterial via ativação dos receptores histaminérgicos H3 centrais

(TANIDA et al., 2006).

Sabendo-se das diversas ações biológicas do linalol, pouco se

explorou sobre seus efeitos no sistema cardiovascular e menos ainda no MLV

por isso a necessidade de estudá-lo. Sobretudo do ponto de vista de seus

mecanismos de ação sobre o MLV, abrindo espaço para descoberta de novas

substâncias farmacologicamente ativas.

Page 45: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

44

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral:

Estudar os efeitos cardiovasculares do linalol em ratos normotensos.

2.2 Objetivos Específicos:

Estudar os efeitos do linalol sobre a pressão arterial média e a

freqüência cardíaca de ratos anestesiados;

Averiguar oefeito do linalol sobre a contratilidade de preparações de

aorta isolada;

Verificar a influência do dos canais de potássio na mediação dos efeitos

vasculares do linalol;

Analisar a influência do Ca2+ extracelular sobre o efeito do linalol na

contratilidade vascular;

Page 46: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

45

3 MATERIAS E METÓDOS

3.1 Animais

Foram utilizados ratos Wistar machos, adultos normotensos provenientes

do Biotério da Universidade Federal do Ceará (UFC), situado no Campus do PICI. Os

ratos possuíam pesos entre 250 e 350 g, foram mantidos sob condições de

temperatura constante (22 ± 2 °C) com ciclo claro escuro padrão (12 horas claro/12

horas escuro), água e alimento ad libitum. Os experimentos foram realizados

conforme o “Guide for the Care and Use of Laboratory Animals, publicado pelo ―US

National Institute of Health‖ (NIH publicações 85-23, revisado em 1996) em análise

pelo Comissão de Ética para Uso de Animais da Universidade Estadual do Ceará

(CEUA – UECE), sob o n° do processo: 10244898 1.

3.2 Extração do Linalol

O linalol que será utilizado neste estudo foi isolado a partir do OEAr

através de técnicas cromatográficas pela equipe do Prof. Dr. José Guilherme Soares

Maia (Faculdade de Engenharia Química e de Alimentos, Universidade Federal do

Pará, Belém, PA). O grau de pureza do linalol é de 99,5%.

3.3 Soluções e Drogas

Para os experimentos ―in vitro‖ o linalol (forma levógira) foi dissolvido em

solução de Krebs Henseleit (KB) e Tween 80 (0,5%) e homogeneizado imediatamente

antes do uso. As outras substâncias tais como fenilefirna (FE), Acetilcolina (ACh),

dimetilsulfóxido (DMSO), ácido etileno glicol-bis (β-amino éter) N,N,N,N,-tetraacético

(EGTA), 4-AP e TEA (Sigma Chemical Co.) foram dissolvidos em água destilada ou

em DMSO conforme as recomendações da própria indústria. O meio de perfusão que

Page 47: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

46

foi usado foi a solução de KB, contendo em mM: NaCl 118,4; KCl 4,75; KH2PO4 1,18;

NaHCO3 25; MgSO4 1,18; CaCl2 1.9 e glicose 5. Soluções de meio de perfusão sem

Ca2+ foram preparadas omitindo a adição do CaCl2 na solução de KB com ou sem

adição de EGTA 1mM. A solução nutritiva foi mantida aereda com carbogênio, à

temperatura de 37°C e o pH ajustado para 7,4 através de HCl 1M ou NaOH 1M.

A adição de linalol ou das outras substâncias foi realizadas de forma direta

no banho onde os volumes específicos foram calculados a fim de atingir as

concentrações finais desejadas nas câmaras de banho para órgãos isolados.

3.4 Experimento in vivo

3.4.1 Cateterização dos animais

Os ratos foram anestesiados com injeção intraperitoneal de pentobarbital

(50mg/kg, i.p.) Em seguida, dois cateteres heparinizados (125 Ul/ml em salina

isotônica), foram implantados a aorta abdominal (para registro da PA e da FC), e na

veia cava inferior (para administração de drogas), através da artéria e veia femoral

esquerda, respectivamente; ambos 1 cm abaixo da artéria renal, como descrito

previamente (LAHLOU et al., 1990). Posteriormente, os animais alojados em gaiolas

individuais receberam uma injeção intramuscular de penicilina (24000 Ul). Todos os

experimentos de registro cardiovascular foram realizados 48 horas após o

procedimento cirúrgico.

3.4.2 Sistema de Registro

No momento do experimento, o cateter arterial foi conectado a um

transdutor de pressão fisiológica (MLT844, ADInstruments) acoplado a um polígrafo

digital PowerLab (PowerLab 8/30, modelo ML870, ADInstruments, Bella Vista, NSW,

Austrália) ligado a um amplificador de sinal (Octal Bridge Amplifier, modelo ML228). A

PAM foi calculada como diastólica +[(sistólica-diastólica)/3]. A FC assim como a PAM

foram obtidas através do uso do Software ChartTM v5.5.4 com o sinal obtido do

transutor.

Page 48: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

47

3.4.3 Protocolos experimentais

Para delinear as respostas cardiovasculares ao linalol foi utilizado o

seguinte protocolo. Ratos foram anestesiados com pentobarbitl sódico (50mg/kg, i.p.),

suplementado sempre que necessário (15mg/kg). O animal encontrava-se em posição

supina respirando espontaneamente através de um traqueóstomo.

Antes de cada experimento, foi permitida a estabilização da PAM e FC por

um período de 15 a 20 min. Dessa forma, foram identificados os valores basais

desses parâmetros. As suas eventuais alterações desses parâmetros foram

monitoradas por um período de 10 min pós-injeção. O linalol foi injetado manualmente

em bolus no volume de 0,1 ml, seguido de injeção de 0,2 ml de solução salina. Cada

animal recebeu uma série crescente de doses (1,5,10 e 20 mg/kg, n=6) através do

cateter intravenoso e o curso temporal das alterações de PAM e FC foi registrado, Um

procedimento similiar foi realizado em outro grupo de ratos (n=7) que foram

submetidos, 15 min antes, a uma bivagotomia realizada ao nível cervical.

3.5 Experimentos In vitro

3.5.1 Registro da atividade contrátil em aorta isolada

Os animais foram sacrificados por câmara de CO2, seguida por pesagem e

dissecação. Este último ocorreu mediante a incisão ventral e abertura da caixa

torácica por excisão do esterno e de parte das costelas foi possível a visualização e

retirada dos órgãos intratorácicos para o acesso à aorta torácica que será transferida

para uma placa de Petri com solução nutritiva de KB, para porvindoura remoção do

tecido adiposo e do tecido conectivo aderido.

Após a limpeza, a aorta foi seccionada em anéis (4 a 5 mm de

comprimento). Em seguida foi suspensas em banhos para órgão isolado (5 ml),

contendo o meio de perfusão a 37 °C (pH = 7,4), aerado continuamente com solução

Page 49: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

48

carbogênica, 95% O2 e 5% CO2. As preparações de aorta foram contraídas com uma

tensão passiva de 1 g. Esta tensão foi registrada através de um transdutor de força

isométrico através de fixadores de aço inoxidável ligados a um fio de algodão e a

outra extremidade a uma base fixa.

Os sinais elétricos captados pelo transdutor foram decodificados e digitalizados

pelos hardwares PowerLab - Data Acquisition Systemse Quad Bridge

Amp (ADInstruments). Os registros dos protocolos de contração da

musculatura lisa foram obtidos através do software LabChart 7 (ADInstruments)

para análise posterior (Figura 05).

Figura 5 – Sistema de registro das contrações mecânicas. Foto: LAFAMULI- Laboratório de Farmacologia do Músculo Liso- UFC, 2010.

Após a montagem, as preparações foram submetidas a um período de

estabilização (cerca de 60 minutos) tempo necessário para adaptação da preparação

às novas condições. Ao término deste período foi considerado que a preparação

atingiu seu novo tônus basal.

Page 50: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

49

3.5.2 Protocolos experimentais

Para todos os experimentos, descritos a seguir, existiram preparações

controles e experimentais que foram submetidas aos mesmos protocolos e condições.

Os experimentos foram iniciados com uma contração controle induzida pela adição de

60mM de cloreto de potássio (K60) ao banho com o intuito de averiguar a viabilidade

do tecido. Quando duas contrações controles, sucessivas, mostraram amplitudes

similares, a preparação foi considerada viável para o experimento. Para avaliar a

integridade do endotélio, cada preparação foi pré-contraída por FE (0,1 µM) e quando

a amplitude da contração estava estável a preparação foi exposta à Ach na

concentração de 1µM. O endotélio foi considerado intacto se a ACh administrada

fosse capaz de induzir um relaxamento da musculatura lisa da aorta maior que 50%

da contração, preexistente.

Para avaliar se a atividade vasorrelaxante do linalol foi dependente do

endotélio, os experimentos foram realizados em anéis sem endotélio, que foi removido

mecanicamente, imediatamente após dissecção, por uma suave fricção do lúmen da

aorta com um fio de aço inoxidável. A ausência do efeito vasorrelaxante induzido pela

ACh foi tomada como uma evidência de que a preparação foi efetivamente desnudada

do endotélio.

Série 1: Nesta série, os efeitos relaxantes de concentrações crescentes do

linalol (1-5000 µM) sobre a contração mantida por K+ (80 mM) ou FE (0,1 µM) foram

estudadas (figuras 6, 7 e 8), em preparações de aorta com ou sem endotélio mantidas

em com Ca2+ nos experimentos realizados com o K+ e com endotélio quando o agente

contraturante foi a FE. O efeito do veículo também foi analisado. O linalol e veículo

foram adicionados de forma cumulativa.

Figura 6 – Representação esquemática do efeito relaxante do linalol em contrações sustentadas por K80 com endotélio.

Page 51: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

50

Figura 7 – Representação esquemática do efeito relaxante do linalol em contrações

sustentadas por K80 sem endotélio.

Figura 8 – Representação esquemática do efeito relaxante do linalol em contrações

sustentadas por FE (0,1 M) com endotélio.

Série 2: Após verificar a responsividade do tecido pela indução de uma

contração por K60, a preparação de anéis de aorta foi mantida em uma solução de KB

sem CaCl2 e com quelante de Ca2+ (EGTA 1mM). Em seguida, a preparação foi lavada

com solução de KB sem Ca2+ e depois foi acrescentado ao banho, K60 e realizada

uma curva concentração-efeito ao Ca2+ pela adição de concentrações crescentes e

cumulativas de CaCl2 (0,1; 0,3; 1; 3; 10 e 20 mM). Esta curva foi tomada como

controle. A preparação então foi novamente lavada com KB com Ca2+ e EGTA (1 mM)

e uma nova curva concentração-efeito para o Ca2+ foi realizada, porém na presença de

100, 300 ou 1000 µ de linalol. As curvas concentração-efeito obtidas em presença

de linalol foram quantificadas e comparadas com a curva controle, ou seja, sem a

presença do constituinte em estudo (figura 9).

Figura 9 – Representação esquemática do efeito do linalol sobre as contrações de CaCl2 na presença de K60 sem Ca

2+.

Série 3: Nesta serie, o papel dos canais de potássio na mediação dos

efeitos vasorrelaxantes do linalol foi investigado. Para isso, os efeitos relaxantes do

linalol (1-5000 µM) foram estudados em preparações incubados 30 min precedentes à

Page 52: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

51

adição do linalol com um dos seguintes inibidores dos canais de potássio: TEA (5 mM)

(figura 10) e 4 AP (3 mM) (figura 11). As mudanças no tônus vascular foram expressas

como porcentagem da contração induzida por FE.

Figura 10 – Representação esquemática do efeito do linalol sobre a contração sustentada

induzida por FE na presença de bloqueadores de canais de potássias (TEA 5mM).

Figura 11 – Representação esquemática do efeito do linalol sobre a contração sustentada induzida por FE na presença de bloqueadores de canais de potássias (4-AP 3mM)..

3.6 Análise Estatística

Todos os resultados foram expressos como média ± erro padrão da

média (EPM, n = 3-6 por grupo). O valor da EC50 (média geométrica ± 95%

intervalo de confiança), definido como a concentração do linalol (µM) requerida

para produzir 50% da redução da resposta máxima da contração induzida por

K+ (ou FE), foi utilizado para avaliar a sensibilidade vascular para este

monoterpeno. A significância (P < 0,05) dos resultados foi determinada pelo

uso de testes t de Student (pareado ou não pareado) e análise de variância a

uma via (concentrações ou grupos) ou duas vias (tratamento x doses ou

tratamento x concentrações), seguida pelo teste de contraste (Dunnett or

Holm-Sidak) quando apropriado. Os dados foram analisados através do

programa Sigma Plot 10 e o Sigma Stat 3,5.

Page 53: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

52

4. RESULTADOS

4.1 Experimentos in vivo

Estudo dos efeitos cardiovasculares do linalol em ratos anestesiados:

influência da vagotomia bilateral

Em ambos os grupos, intactos e bivagotomizados, os níveis basais

da PAM e FC, antes das injeções de qualquer uma das doses do linalol,

permaneceram estáveis durante todo o período do registro (P > 0,05; ANOVA à

uma via). Portanto, os valores médios da PAM e da FC basais em ratos

anestesiados foram 108,2 ± 6,2 mmHg e 368 ± 15 batimentos/min (bpm),

respectivamente (n = 13 ratos). Em ratos intactos, injeções intravenosas de

doses crescentes do linalol (1, 5, 10 e 20 mg/kg) induziram uma hipotensão e

bradicardia (fase 2) dose-dependentes (P < 0,01; ANOVA a uma via) que se

tornaram significativas (P < 0,01, teste t de Student pareado) à partir de 1

(Figura 12) e 5 (Figura 13) mg/kg, respectivamente. Apenas nas doses de 10

(Figura 14) e 20 mg/kg (Figura 15), as respostas hipotensoras e

bradicardizantes do LIN foram bifásicas (Figura. 16). O primeiro componente

(fase 1) foi rápido com um tempo de latência oscilando entre 1,4-2,7 segundos,

já o segundo componente (fase 2) ocorre mais tardiamente com um tempo de

latência oscilando entre 4,8-11,1 segundos. A tabela 1 mostra os valores

médios do tempo de latência, em segundos, para a indução dos efeitos

hipotensores e bradicardizantes (fases 1 e 2) do linalol nas doses estudadas

em ratos intactos ou submetidos à bivagotomia cervical. Vale salientar que em

ratos intactos, o tempo de latência da fase 2 para hipotensão e bradicardia é

similar àquele registrado em ratos bivagotomizados (6,1-13,3 segundos).

Page 54: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

53

Na dose de 10 mg/kg, a PAM e FC permaneceram

significativamente (P < 0,05, teste de Dunnett) reduzidos a 1 (37,37 ± 4,65 e -

16,55 ± 3,63%, respectivamente), 3 (-31,23 ± 6,17 e -16,18 ± 3,21%,

respectivamente) e 5 (-16,20 ± 4,72 e -12,79 ± 2,96%, respectivamente) min

após da administração. Já na dose de 20 mg/kg, a PAM e FC permaneceram

significativamente (P < 0,05, teste de Dunnett) reduzidos a 1 (-59,11 ± 3,34 e -

31,36 ± 3,01%, respectivamente), 3 (-49,04 ± 9,08 e -30,54 ± 4,06%,

respectivamente), 5 (-35,91± 10,05 e -30,78 ± 8,38%, respectivamente) e 10 (-

18,62 ± 5,81 e -15,31 ± 2,16%, respectivamente) min após da administração.

Em ratos bivagotomizados, injeções intravenosas de doses

crescentes do linalol (1, 5, 10 e 20 mg/kg) induziram uma hipotensão e

bradicardia (fase 2) dose-dependentes (P < 0.01, ANOVA a uma via) que se

tornam significativas também nas doses de 1 (Figura 12) e 5 (Figura 13) mg/kg,

respectivamente. Entretanto, a fase 1, para hipotensão e bradicardia, induzidas

pelo linalol nas doses de 10 (Figura 14) e 20 mg/kg (Figura 15) foi

complemente abolida (P < 0,01, teste t de Student pareado) em ratos

bivagotomizados. Isto não foi verificado para a fase 2.

Page 55: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

54

Figura 12: Mudanças máximas da pressão arterial media (∆PAM) e da freqüência cardíaca

(∆FC) induzidas pela administração int ravenosa do linalol (1 mg/kg) em ratos anestesiados

antes ou depois da bivagotomia. Os dados (media ± EPM) foram expressos em porcentagem

dos valores basais (n = 6-7 ratos por grupo). *P < 0,05 pelo o teste t de Student pareado vs. os

valores basais.

Page 56: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

55

Figura 13: Mudanças máximas da pressão arterial media (∆PAM) e da freqüência cardíaca

(∆FC) induzidas pela administração int ravenosa do linalol (5 mg/kg) em ratos anestesiados

antes ou depois da bivagotomia. Os dados (media ± EPM) foram expressos em porcentagem

dos valores basais (n = 6-7 ratos por grupo). *P < 0,05 pelo o teste t de Student pareado vs. os

valores basais.

Page 57: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

56

Figura 14: Mudanças máximas da pressão arterial media (∆PAM) e da freqüência cardíaca

(∆FC) induzidas pela administração intravenosa do linalol (10 mg/kg) em ratos anestesiados

antes ou depois da bivagotomia. A fase 1 da hipotensão e bradicardia do linalol foi

completamente abolida (#P < 0,01, teste t de Student pareado) pela bivagotomia. Os dados

(media ± EPM) foram expressos em porcentagem dos valores basais (n = 6-7 ratos por grupo).

*P < 0,05, **P < 0,01 pelo o teste t de Student pareado vs. os valores basais.

Page 58: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

57

Figura 15: Mudanças máximas da pressão arterial media (∆PAM) e da freqüência cardíaca

(∆FC) induzidas pela administração intravenosa do linalol (20 mg/kg) em ratos anestesiados

antes ou depois da bivagotomia. A fase 1 da hipotensão e bradicardia do linalol foi

completamente abolida (#P < 0,01, teste t de Student pareado) pela bivagotomia. Os dados

(media ± EPM) foram expressos em porcentagem dos valores basais (n = 6-7 ratos por grupo).

*P < 0,05, **P < 0,01 pelo o teste t de Student pareado vs. os valores basais.

Page 59: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

58

Doses do LIN

(mg/kg, i.v.) 1 5 10 20

Ratos intactos

Fase 1

Hipotensão AUSENTE AUSENTE 2,75 ± 0,10 1,82 ± 0,06

Bradicardia AUSENTE AUSENTE 2,06 ± 0,21 1,36 ± 0,49

Fase 2

Hipotensão 5,87 ± 0,15 8,46 ± 0,60 10,18 ± 0,50 11,13 ± 0,47

Bradicardia 4,83 ± 0,16 6,21 ± 0,57 7,28 ± 0,33 7,41 ± 0,49

Ratos

submetidos à

bivagotomia

Fase 1

Hipotensão AUSENTE AUSENTE AUSENTE AUSENTE

Bradicardia AUSENTE AUSENTE AUSENTE AUSENTE

Fase 2

Hipotensão 7,50 ± 0,38 9,43 ± 0,35 11,07 ± 0,43 13,29 ± 0,31

Bradicardia 6,14 ± 0,28 7,64 ± 0,40 8,57 ± 0,48 10,71 ± 0,61

Tabela III: Valores médios do tempo de latência (em segundos) para a indução dos efeitos

hipotensores e bradicardizantes (fases 1 e 2) pelo linalol (LIN) intravenoso (i.v.) nas doses

estudadas, em ratos intactos ou submetidos à bivagotomia cervical. Os dados foram expressos

em media ± EPM. (n = 6-7 ratos por grupo).

Page 60: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

59

Figura 16: Traçado representativo mostrando as alterações bifásicas na pressão arterial média

(A: PAM) e na freqüência cardíaca (B: FC) induzidas pela administração intravenosa de linalol

(10mg/Kg) em ratos anestesiados. A seta indica o momento da injeção. B.p.m (batimentos por

minutos.

4.2. Experimentos in vitro

Efeito relaxante do linalol sobre a contração sustentada e induzida por

potássio em anéis de artéria aorta isolada de ratos.

Esta série experimental teve como finalidade estudar o efeito do

linalol sobre o acoplamento eletromecânico. Nas preparações com o endotélio

intacto, o linalol (1- 5000 M, n=6) relaxou completamente a contração induzida

Page 61: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

60

e sustentada por K80 de maneira dependente de concentração, um efeito que

tornou significante a parir da concentração de 100 M, (p<0,001 ANOVA,

seguido de Holm-Sidak n=6) quando comparada com o controle (CTRL). O

veículo utilizado para dissolver o monoterpeno foi utilizado como controle,

nestas séries experimentais, em que o mesmo volume de solvente foi

acrescentado ao banho substituindo o linalol. A concentração capaz de

reverter 50% da contração induzida por K80 (EC50) nas preparações com

endotélio foi de 334,9 ± 17,9 M (figuras 17 ). Todos os dados expressos foram

comparados com o controle (n=3). Os efeitos da exposição ao composto foram

reversíveis em todas as preparações após uma hora de lavagem com KB.

Linalo l ( M )

1 10 100 1000 10000

% C

on

tra

çã

o K

+ (

80

mM

)

-20

0

20

40

60

80

100

120

EN D + (n = 6)

C TR L EN D + ( n =3)

Figura 17: Efeito do linalol (1- 5000 M) na reversão da contração induzida e mantida por K +

(80mM) em aorta isolada de ratos com END. Os c írculos cheios representam o grupo experimental (n = 6) e os círculos vazados o grupo controle (n = 3). Os resultados foram expressos em % da resposta máxima da contração média % ± EPM%. ―n‖= número de

experimentos. O s ímbolo * representa significância estatística para p < 0,05 em relação ao controle (ANOVA, Holm-Sidak). O eixo y representa a % da contração do K

+ 80 mM e o eixo x

representa as concentrações aplicadas de linalol.

*

Page 62: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

61

Em relação aos experimentos realizados sem a presença do

endotélio vascular, percebe-se que o relaxamento produzido pelo linalol foi

significante a partir da concentração 300 M (p<0,001 ANOVA, n=7 ). Com EC50

de 388,4 ± 27,0 M. Controle (n=4; figura 12). Com isso, afirma-se que não

houve diferenças significativas entre as EC50 das preparações com e sem

endotélio (figura 13).

Linalo l ( M )

1 10 100 1000 10000

% C

on

tra

çã

o K

+ (

80

mM

)

-40

-20

0

20

40

60

80

100

120

EN D - (n= 7)

C TR L EN D - (n= 4)

Figura 18: Efeito do linalol (1- 5000 M) na reversão da contração induzida e mantida por K +

(80mM) em aorta isolada de ratos sem END. Os quadrados cheios representam o grupo

experimental (n = 7) e os quadrados vazados o grupo controle (n = 4). Os resultados foram expressos em % da resposta máxima da contração média % ± EPM%. ―n‖= número de experimentos. O s ímbolo * representa significância estatística para p < 0,05 em relação ao

controle (ANOVA, Holm-Sidak). O eixo y representa a % da contração do K+

80 mM e o eixo x representa as concentrações aplicadas de linalol.

*

Page 63: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

62

Linalo l ( M )

1 10 100 1000 10000

% C

on

tra

çã

o K

+ (

80

mM

)

-20

0

20

40

60

80

100

120

EN D + (n = 6)

C TR L EN D + ( n =3)

EN D - (n= 7)

C TR L EN D - (n= 4)

Figura 19: Efeito do linalol (1- 5000 M) na reversão da contração induzida e mantida por K +

(80mM) em aorta isolada de ratos com e sem END. Os círculos cheios representam o grupo experimental (n = 6) e os círculos vazados o grupo controle (n = 3). Já os quadrados cheios

representam o grupo experimental (n = 7) e os quadrados vazados o grupo controle (n = 4). Os resultados foram expressos em % da resposta máxima da contração média % ± EPM%. ―n‖= número de experimentos. O símbolo * representa significância estatística para p < 0,05 em

relação ao controle (ANOVA, Holm-Sidak). O eixo y representa a % da contração do K+

80 mM e o eixo x representa as concentrações aplicadas de linalol.

Efeito relaxante do linalol sobre a contração sustentada de fenilefrina em

artéria isoloda de ratos.

O linalol também foi capaz de reverter à contração produzida por

fenilefrina (0,1 M). Este constituinte foi adicionado de forma cumulativa sobre o

platô da contração de fenilefrina (1-5000 M) (figura 13). O relaxamento obtido

M (p<0,05; two way

ANOVA seguido de Holm-Sidak (n=4).

* * *

Page 64: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

63

Linalo l ( M )

0,1 1 10 100 1000 10000

% C

on

tra

çã

o F

E (

0,1

M)

-20

0

20

40

60

80

100

120

EN D + (n= 4)

C TR L EN D + (n=3)

Figura 20: Efeito do linalol (1- 5000 M) na reversão da contração induzida e mantida por FE

(0,1 M) em aorta isolada de ratos com endotélio. Os c írculos cheios representam o grupo experimental (n = 4) e os círculos vazados o grupo controle (n = 3). Os resultados foram

expressos em % da resposta máxima da contração média % ± EPM%. ―n‖= número de experimentos. O s ímbolo * representa significância estatística para p < 0,05 em relação ao

controle (ANOVA seguido de Holm-Sidak). O eixo y representa a % da contração do FE 0,1 M e

o eixo x representa as concentrações aplicadas de linalol.

Efeito Inibitório do Linalol na Contração Induzida por CaCl2 na Presença

de K60 em solução 0Ca2+ .

A fim de avaliar o efeito do LIN sobre os VOCCs, contrações foram

induzidas por influxo de Ca2+ em aorta isolada despolarizada por solução K60.

Inicialmente, segmentos de aorta com endotélio intacto foram incubados em

uma solução KB sem Ca2+ (0Ca2+) e, em seguida, concentrações cumulativas e

crescentes de CaCl2 (0,1–20 mM) foram adicionadas ao banho para promover

uma

contração. Logo depois, as preparações de aorta foram submetidas novamente

*

Page 65: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

64

a uma curva concentração-efeito de CaCl2, porém em presença do linalol (100,

300 ou 1000 μM) adicionado previamente.

A contração evocada por CaCl2 (0,1–20 mM) foi dependente de

concentração e se tornou significante a partir da concentração de 0,5 mM (P <

0,05, ANOVA a uma via seguido de Dunnett) Sua amplitude máxima foi

alcançada na concentração de 20 mM. Em presença de 100 μM (n = 3) de

linalol,a tensão máxima alcançada por 20 mM de CaCl2 foi reduzida de forma

não significativa (P > 0,05, ANOVA a duas vias seguido de Holm-Sidak) para

81,71 ± 10,59 % do seu controle (1,48 ± 0,23 g). A contração se tornou

significante a partir da concentração de 1 mM (P < 0,05, ANOVA a uma via

seguido de Dunnett; (figura 21) .

Entretanto, as concentrações de 300 e 1000 μM de linalol foram

capazes de reduzir de forma estatisticamente significante (p < 0,05, ANOVA a

duas vias seguido de Holm-Sidak) a amplitude máxima da curva de CaCl2. Em

preparações expostas a 300 μM (n = 5) de linalol, a contração foi reduzida para

78,38 ± 3,64% do controle (1,54 ± 0,07 g) e tornou-se significativa a partir da

concentração de 3 mM (P < 0,05, ANOVA on ranks seguida de Dunnett; (figura

22). À concentração de 1000 μM (n = 5) de linalol induziu uma redução para

34,37 ± 8,29% do controle (1,45 ± 0,07 g) (figura 23). Nestas condições,

somente as concentrações de 10 e 20 mM de CaCl2 induziram uma contração

estatisticamente significante (P < 0,05, ANOVA a uma via seguido de Dunnett)

em relação à primeira concentração 0,1 mM.

Page 66: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

65

Figura 21: Efeito do Linalol (100 μM) sobre a contração induzida pelo CaCl2 (0,1-20mM) em anéis isolados de aorta de ratos mantidos em meio sem Ca2+. Os resultados foram expressos

em % da resposta máxima ± EPM%. O símbolo * primeiro efeito significante para a curva controle (CNTL) e para a curva obtida na presença de LIN (P < 0,05, ANOVA a uma via seguido de Dunnett).

Figura 22: Efeito do linalol (300 μM) sobre a contração induzida pelo CaCl2 (0,1- 20 mM) em

anéis isolados de aorta mantidos em meio sem Ca2+. Os resultados foram expressos em % da resposta máxima ± EPM. O símbolo *indica o primeiro efeito significante: (P < 0,05, ANOVA a uma via seguido de Dunnett). O linalol desloca para direita a curva concentração-contração

*

Page 67: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

66

induzida pelo CaCl2 (# P < 0,05, ANOVA a duas vias em relação ao controle).

Figura 23: Efeito do linalol (1000 μM) sobre a contração induzida pelo CaCl2 (0,1- 20 mM) em

anéis isolados de aorta mantidos em meio sem Ca2+. Os resultados foram expressos em % da

resposta máxima ± EPM. O símbolo *indica o primeiro efeito significante: (P < 0,05, ANOVA a uma via seguido de Dunnett). O LIN desloca para direita a curva concentração -contração induzida pelo CaCl2 (# P < 0,05, ANOVA a duas vias em relação ao controle).

Efeito relaxante do linalol sobre a contração sustentada de fenilefrina na

presença de bloqueadores de canais de potássio em artéria aorta isoloda

de ratos.

Esta série experimental teve como finalidade verificar a se a ação do

linalol sobre os canais de potássio. Foi analisado o efeito do linalol sobre as

contrações induzidas por feni lefrina (0,1 M) na presença de dois bloqueadores

de canais de potássio TEA (5mM) e 4 AP (3mM). Ao se adicionar ao linalol de

forma cumulativa observa-se que o mesmo induz relaxamento cuja EC50 foram

de 593 ± 42,0 M e de 1407 ± 47,0 M na presença de TEA (5mM) (figuras (25)

e 4AP (3mM) (figura 24e 25), respectivamente. Ao analisar os dados em

presença de 4AP observou-se que houve diferença estatisticamente

significante a partir da concentração de 300 M (p<0,05; two way ANOVA seguido

de Holm-Sidak), quando comparado ao controle.

Page 68: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

67

Linalo l ( M )

0,1 1 10 100 1000 10000

% C

on

tra

çã

o P

HE

0,1

M

-20

0

20

40

60

80

100

120

4Ap 3m M (n=6)

C R TL (n=4)

Figura 24:. Efeito do linalol (1- 5000 M) na reversão da contração induzida e mantida por FE

(0,1 M) em aorta isolada de ratos com endotélio na presença de 4AP (3mM). Os c írculos cheios representam o grupo experimental (n = 6) e os círculos vazados o grupo controle (n =

4). Os resultados foram expressos em % da resposta máxima da contração média % ± EPM%. ―n‖= número de experimentos. O símbolo * representa significância estatística para p < 0,05 em

relação ao controle (two way ANOVA seguido de Holm-Sidak). O eixo y representa a % da

contração de FE (0,1 M) e o eixo x representa as concentrações aplicadas de linalol.

Já em relação ao relaxamento do linalol na presença do TEA,

verificou-se que não existiu diferença estatisticamente significante, quando

comparada ao controle (P< 0,05, ANOVA on Ranks seguido de Dunn’s).

*

Page 69: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

68

Linalo l ( M )

0,1 1 10 100 1000 10000

% C

on

tra

çã

o d

e p

he

0,1

m

M

-20

0

20

40

60

80

100

120

TEA 5m M (n= 6)

C R TL (n=3)

Figura 25: Efeito do linalol (1- 5000 M) na reversão da contração induzida e mantida por FE

(0,1 M) em aorta isolada de ratos com endotélio na presença de TEA (5mM ). Os c írculos cheios representam o grupo experimental (n = 6) e os círculos vazados o grupo controle (n = 3). Os resultados foram expressos em % da resposta máxima da contração média % ± EPM%.

―n‖= número de experimentos. Não houve diferença significativa entre os dois grupos em

estudo(p>0,05; two way ANOVA seguido de Holm-Sidak). O eixo y representa a % da contração de

FE (0,1 M) e o eixo x representa as concentrações aplicadas de linalol.

Page 70: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

69

5. DISCUSSÃO

Apesar do grande interesse em estudar os óleos essenciais e seus

constituintes, pouco é mencionado, na literatura internacional, a respeito das

ações do linalol sobre o sistema cardiovascular. Portanto, o presente estudo se

constitui em uma contribuição à literatura, tornando-se assim, relevante.

Os valores médios da PAM e FC basais em ratos anestesiados,

normotensos foram da mesma ordem de grandeza daqueles previamente

relatados para a mesma preparação (LAHLOU e al., 2005; de SIQUEIRA e

al.,2006b; 2010). Neste estudo, a administração i.v. de linalol nas doses de 10

e 20mg/kg induziram dois períodos de hipotensão e bradicardia. Inicialmente,

uma bradicardia rápida (tempo de latência de 1-2 segundos) ocorreu

coincidindo (um tempo de início de 2-3 segundos) com uma hipotensão arterial

(fase 1), seguida de uma diminuição tardia na pressão sanguínea, associada a

uma segunda bradicardia (fase 2). Todos estes efeitos, assim como os efeitos

in vitro são parcialmente reversíveis, excluindo a possibilidade de estarem

relacionados a um efeito tóxico do linalol. Ao nosso conhecimento, é a primeira

vez que tais efeitos cardiovasculares resultantes com a administração i.v. do

linalol foram relatados em ratos normotensos.

A fase 1, mas não a fase 2 para hipotensão e bradicardia induzidas

pelo linalol nas doses de 10 e 20 mg/kg foi complemente abolida pela

bivagotomia. Em ratos acordados pré-tratados com a metilatropina (um

antagonista colinérgico periférico), foi mostrado que esta fase 1 para

bradicardia foi complemente abolida, enquanto a hipotensão inicial não só foi

abolida, mas revertida em efeito pressor (dados não mostrados). Contudo,

estes resultados levam a sugerir que a fase 1 é caracterizada como um reflexo

vago-vagal como foi observado recentemente com o 1-nitro-2-feniletano, o

principal constituinte do OEAc, em ratos normotensos (de SIQUEIRA et al.,

2010) ou hipertensos (INTERAMINENSE, et al., 2010). Esta hipótese parece

estar corroborada por resultados preliminares (n = 2) que mostram que a fase

1, mas não a fase 2 para hipotensão e bradicardia induzidas pelo LIN (10

mg/kg, i.v.), foi completamente abolida pelo pré-tratamento perineural de

Page 71: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

70

ambos nervos vagos com a capsaicina, um procedimento eficaz para

dessensibilizar seletivamente as fibras sensoriais do tipo C de origem cardíaca

ou pulmonar projetando para o núcleo do trato solitário (JANSCÓ e SUCH,

1983; SCHELEGLE et al., 2000). O único estudo em humanos mostrou que a

estimulação olfatória pela inalação do chá de jasmin induz uma bradicardia e

tem um efeito sedativo sobre o sistema nervoso autônomo, e que o linalol, um

dos seus componentes, seria em parte responsável por este efeito (KURODA

et al., 2005).

É muito provável que a fase 2 para hipotensão induzida pelo linalol

seja decorrente de uma ação direta deste monoterpeno na musculatura lisa

vascular, como foi observado recentemente com o 1-nitro-2-feniletano em ratos

normotensos (de SIQUEIRA e al. 2010) ou hipertensos (INTERAMINENSE et

al., 2010). Portanto, nós partimos para estudar os efeitos vasorrelaxantes do

linaol em anéis de aorta, assim como os possíveis mecanismos envolvidos

nestes efeitos.

Confirma-se então, juntamente com os dados encontrados in vivo

que o linalol apresentou efeito miorelaxante, acrescentando mais um efeito

proporcionado pelo linalol nos sistemas biológicos. O fator primordial deste

estudo em aorta isolada de rato é que este monoterpeno alcoólico apresenta

variadas vias de ações, muitas ainda a serem investigadas.

Nossos resultados mostram que o linalol apresentou efeito relaxante

sobre o acoplamento eletromecânico e farmacomecânico, ou seja, apresentou

efeito antiespasmódico indepentende do agente contraturante (K80 ou FE

0,1μM). Em relação ao acoplamento eletromecânico sabe-se que ao se

despolarizar a membrana, por exemplo, por aumentar a concentração de

potássio no meio extracelular promove-se uma desporalização da membrana

celular e conseqüentemente abertura dos VOCCs o que aumentará a [Ca2+]i,

resultando assim, na contração do MLV (REMBOLD, 1992; WEBB 2003). O

linalol apresentou efeito relaxante nas contrações evocadas por K80 na

presença e ausência de endotélio com IC50s

Page 72: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

71

Foi avaliada, também, a participação do endotélio vascular, no que

concerne o acoplamento eletromecânico, e verificou-se que o linalol, como

outros terpenos (PEIXOTO-NEVES et al., 2010), aparentemente, é incapaz de

liberar fatores relaxantes derivados do endotélio como o NO ou FHDE

(CARVALHO et al., 2001), visto que não houve diferença estatística entre o

relaxamento de preparações com o endotélio intacto e aquelas com endotélio

removido.

Sobre o acoplamento farmacomecâncio o linalol foi capaz de relaxar

a contração induzida e mantida por FE (0,1 μM), na presença do endotélio. A

FE é um agonista α1-adrenérgico, que provoca a contração vascular por ativar

os ROCCs, (acoplamento farmacomecânico) (REMBOLD, 1992; WEBB 2003;

SOMLYO; SOMLYO, 1968). A IC50, nesta série experimental foi de 695,3

linalol tem potência maior em relaxar

preparações pré-contraídas com K+ (IC50 = 334,9 ± 17,9), o que indica a

atuação preferencial sobre VOCCs mais possivelmente os canais de Ca2+ do

tipo L comumente encontrados no MLV (KNOT et al., 1996). Nossos dados

corroboram com aqueles obtidos por Baccelli e colaboradores (2010). Estes

autores avaliaram o efeito relaxante de diversos terpenos no MLV, inclusive do

LIN sobre a contração induzida e mantida por KCl. O linalol mostrou IC50 de

281μM.

Foi sugerida outra via de investigação para avaliar se a ação do

linalol seria via VOCCs que é a utilização de bário para bloquear estes tipos de

canais. É sabido que o bário é um íon que tem preferência de atravessar a

membrana prioritariamente pelos VOCCs (MURRAY & KOTLIKOFF, 1991).

Outros terpenos atuam utilizando os VOCCs para produzir efeitos relaxantes

em MLV como, por exemplo, o ácido kaurenóico (TIRAPELLI et al., 2004).

Além disso, o linalol pode atuar para induzir seu relaxamento através dos

canais de K+ que, quando estão abertos, provocam, geralmente, um efluxo

deste íon, gerando hiperpolarização e relaxamento do MLV (KO, et al., 2008).

Por estes motivos, os canais de K+ também foram avaliados nesta

pesquisa. Estes canais são estruturas presentes na membrana da célula

muscular lisa do vaso e é importante para diversas funções fisiológicas como:

Page 73: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

72

manutenção do tônus vascular, para regulação do potencial transmembrana

(NELSON e QUAYLE, 1995), diâmetro dos vasos, resistência vascular, fluxo

sanguíneo e na pressão arterial (STANDEN e QUAYLE, 1998). Já foram

identificados no MLV quatro tipos de canais seletivos para íon potássio: os

canais ativados por voltagem, ativados por Ca2+, sensíveis a ATP e os

retificadores (STANDEN e QUAYLE, 1998).

A classificação destes canais aconteceu em consequência à

existência de uma região que apresenta aminoácidos distintos que ficou

conhecida como região P (BIGGIN, ROOSILD e CHOE, 2000). Alguns agentes

têm ação bloqueadora destes canais como: TEA, 4AP, Glibenclamida,

iberotoxina dentre outros (KO, et al., 2008), estes bloqueadores podem

apresentar especificidades diferentes a determinados tipos de canais. O TEA,

por exemplo, apresenta-se como inibidor não seletivo para os canais de

potássio em altas concentrações, mas em baixas concentrações tem uma

especificidade maior para canais de potássio ativados por Ca2+ (KO et al.,

2008). Efeito este comprovado por COOK (1989 apud NIU. 2008) que afirma

que o TEA age como bloqueador não seletivo de canais de potássio na

concentração de 10mM. Já o 4 AP é um bloqueador seletivo de canais de K+

dependente de voltagem, tendo suas ações conhecidas em variados tipos de

músculos lisos (SATAKE, SHIBATA, SHIBATA,1996).

Nossos dados apontam que LIN na presença do 4-AP substância

que tem ação seletiva nos canais de potássio ativados por voltagem, apresenta

efeitos relaxantes reduzidos. Neste estudo, o monoterpeno apresentou uma

potencia reduzida na presença do 4-AP já que existiu um deslocamento da

curva para direita apresentando uma IC50 de 1047,0 ± 47,0 μM. Este desvio da

curva para a direita reforça a idéia que os canais K+ tem ação no relaxamento

vascular e que são provavelmente, uma dos alvos utilizados pelo linalol para

provocar um efeito antiespasmódico.

Após a verificação do bloqueio parcial pelo relaxamento

proporcionado pelo 4 AP, foi analisado o efeito do TEA e sua influência na ação

do linalol. Hipotetiza-se que este bloqueador não foi capaz de alterar seu

desempenho de relaxamento do componente em estudo já que sua IC50 foi de

Page 74: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

73

593,0 ± 42,0μM. O que nos leva a indagar que o linalol tem outras fontes para

relaxar o MLV.

Nesta pesquisa nos propusemos a elucidar se o lianlol apresenta

efeitos sobre o sistema cardiovascular e isto foi constatado. O linalol atuou

reduzindo a FC e PAM. A redução PAM aconteceu, em parte pela ação do

mesmo no MLV. Ressalta-se que o linalol teve seu efeito restringido pela

presença do 4AP, preconizando que ele pode atuar promovendo relaxamento,

em parte, via canais de K+ ativados por voltagem. Contudo, muito falta para

elucidar os mecanismos de ação do efeito relaxante do linalol em anéis

aórticos. Experimentos futuros averiguando o papel dos receptores de IP3 do

RS, assim como alteração na sensibilidade do aparato contrátil ao Ca2+ na

mediação do efeito vasorrelaxante do linalol são necessários

Mediante ao breve relato, observou-se que o linalol um constituinte

derivado dos OEs encontrados em algumas das espécies de plantas presentes

nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, mostrou apresentou efeitos sobre o

sistema cardiovascular de ratos normotensos. Efeitos estes, hipotensores e

relaxantes, por isso, a investigação ainda deve ser continuada, já que se abre

espaço para descoberta de novas substâncias antihipertensivas. Isso

autenticam o que foi descrito por Shimono et al., (2010) que substâncias

derivadas de plantas aromáticas tem ação antihipertensiva, incluindo o linalol e

inalação, efeito que foi intensificado quando este dois constituintes foram

associados. Por via oral, o linalol apresentou o mesmo efeito antihipertensivo

em ratos (ANJOS et al., 2008).

Desta forma, percebe-se a necessidade de pesquisar osmecanismos

de ação deste monoterpeno em diferentes modelos experimentais, justificando

a continuação desta pesquisa.

Page 75: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

74

6. CONCLUSÃO

• O linalol apresenta ação sobre o sistema cardiovascular de ratos

normotensos;

• A injeção i.v. de linalol induziu dois períodos de hipotensão e

bradicardia. Inicialmente, uma bradicardia rápida (tempo de latência de 1-2

segundos) ocorreu coincidindo (um tempo de início de 2-3 segundos) com uma

hipotensão arterial (fase 1), seguida de uma diminuição tardia na pressão

sanguínea, associada a uma segunda bradicardia (fase 2).

• A fase 1 foi abolida pela bivagotomia sugerindo que esta mediada pelo

um reflexo vago-vagal.

• Já a hipotensão da fase 2 parece ser devida a uma ação

vasodilatadora do linalol sobre o MLV uma vez que este monoterpeno relaxou a

contração induzida por K+ de maneira concentração-dependente, um efeito

independente da presença de endotélio vascular funcional. Baseado sobre o

valor da IC50 do linalol no relaxamento da contração induzida pela FE, o linalol

parece atuar preferencialmente no acoplamento eletromecânico do que

farmacomecânico. Os resultados apontam para uma ação vasodilatadora do

linalol mediada parcialmente por inibição do efluxo de cálcio pelo VOCCs e

ROCCs, e parcialmente mediada por abertura de canais de potássio

dependente de voltagem. Entretanto, experimentos futuros averiguando o papel

dos receptores de IP3 do RS, assim como alteração na sensibilidade do

aparato contráti l ao Ca2+ na mediação do efeito vasorrelaxante do linalol, entre

outros possíveis mecanismos, são necessários.

Page 76: AÇÃO DO LINALOL SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS

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