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ÁCIDOS E BASES
I TEORIA DE ARRHENIUS
ácidos (Latim acidus = azedo; acetum = vinagre)
substâncias de sabor azedo
bases (alkalis) (Árabe al kali = cinzas de uma planta)
substâncias capazes de neutralizar o efeito dos ácidos.
Admitia-se que o ácido deveria conter o oxigênio como um constituinte essencial
(Grego oxus = ácido; gennae = gerador)
1810 Humphry Davy: demonstrou que o ácido clorídrico contém somente
hidrogênio e cloro.
Os ácidos devem ter o hidrogênio como um de seus constituintes essenciais.
Teoria da Dissociação iônica de Arrhenius (1880-1890)
A atividade química e a condutividade elétrica das soluções de ácidos foram atribuídas
à dissociação reversível dos mesmos íons, sendo um deles o íon H+.
HCl ⇄ H+ + Cl
-
A força do ácido foi associada com o grau de dissociação dos mesmos
Um raciocínio similar foi realizado para as bases
NaOH ⇄ Na+ + OH
-
O íon H+ (próton) seria o responsável pelas propriedades ácidas
O íon OH- (hidroxila) seria o responsável pelas propriedades básicas
A reação de um ácido com uma base foi denominada sal
Essa teoria resultou num grande avanço na teoria química.
A teoria gerou certas dificuldades:
1 A natureza do próton em solução aquosa
O íon H+ interage com o solvente gerando o próton hidratado H3O
+
(íon hidrônio)
2 Compostos que não contêm íons OH- apresentam propriedades básicas.
A amônia líquida neutraliza o ácido clorídrico
Até o final do século 19 acreditava-se que a água era o único solvente no qual
poderiam ocorrer reações iônicas.
Experimentos realizados em 1897 (Cady) e 1898 (Franklin e Lraus) com amônia
líquida e em 1899 (Walden) com dióxido de enxofre líquido provaram que
existiam outros solventes não aquosos que poderiam ser utilizados em reações
iônicas.
Os três meios estudados comportavam-se como solventes ionizantes; e que
ácidos, bases e sais eram comuns aos três sistemas.
II TEORIA DE BRÖNSTED-LOWRY (1923)
Um ácido é uma espécie que possui tendência de perder ou doar um próton.
Uma base é uma espécie que possui tendência de aceitar um próton.
HCl(aq) + H2O ⇄ H3O+
(aq) + Cl-(aq)
ácido 1 + base 2 ⇄ ácido 2 + base 1
par ácido-base conjugado: HCl e Cl-
par ácido-base conjugado: H3O+ e H2O
NH3(aq) + H2O ⇄ NH4+
(aq) + OH-(aq)
base 2 + ácido 1 ⇄ ácido 2 + base 1
par ácido-base conjugado: H2O e OH-
par ácido-base conjugado: NH4+ e NH3
Exercício: Encontre as bases conjugadas:
ácido fosfórico
íon dihidrogenofosfato
ácido carbônico
íon hidrogenocarbonato
ácido acético
íon amônio
A transferência do próton depende tanto das propriedades do ácido 1 em perder um próton como da base 2 em aceitar o próton.
A força dos ácidos é determinada pelas tendências em transferir um próton
para uma mesma base (H2O).
A medida quantitativa dos ácidos é fornecida pela constante de dissociação dos ácidos Ka
HA + H2O ⇄ H3O+ + A
-
HA
AOHK 3
a
B + H2O ⇄ HB+ + OH
-
B
OHHBK b
Kb refere-se à reação na qual uma base recebe um próton da água.
Ácidos fortes possuem bases conjugadas muito fracas e ácidos fracos possuem
bases conjugadas fortes.
exemplo: ácido (NH4+) Ka = 5,7 x 10
-10
base conjugada (NH3) Kb = 1,8 x 10-5
pKa = log 1/Ka = - log Ka
pKb = log 1/Kb = - log Kb
pK a 25oC
pKa pKb
HClO4 -10 NaOH -0,6
HClO3 -1 LiOH 0,18
HClO2 2,0 NH3 ∙ H2O 4,77
HClO 7,2 Ca(OH)2 (1) 1,40
HF 3,17 (2) 2,43
HCl - 7 Mg(OH)2 (2) 2,58
HBr - 9 CH3-NH2 3,38
HI - 9,5 C5H5N 8,94
HNO3 -1,4
HNO2 3,3
H2SO4 (1) 0,4
(2) 1,9
H2SO3 (1) 1,78
(2) 1,99
CH3COOH 4,76
A teoria de Brönsted-Lowry apresenta uma limitação, pois o grau em que uma
substância dissolvida pode atuar como ácido ou como base depende muito do
solvente.
O soluto apresentará propriedades ácidas somente se sua capacidade de doar
prótons superar a do solvente.
O HClO4 é um doador de prótons extremamente forte, quando utilizado como
solvente; o HF dissolvido terá que se comportar como uma base e receber
prótons. O mesmo acontece como o HNO3.
A H2O apresenta uma fraca tendência em doar prótons, portanto os ácidos
minerais (HCl, HNO3, H2SO4, etc.) apresentam tendência muito mais forte em
ceder prótons.
Usando a amônia líquida como solvente, os ácidos fortes e fracos em solução
aquosa reagirão completamente com a amônia, formando o íon amônio.
As forças dos diferentes ácidos foram niveladas pelo solvente amônia líquida
(solvente nivelador).
O ácido acético glacial é um solvente diferenciador de força ácida e muitos
ácidos minerais só se ionizam parcialmente neste solvente. Para que uma
substância se comporte como um ácido frente ao ácido acético, esta deve doar
prótons mais facilmente que o ácido acético. O ácido acético dificulta a
dissociação dos ácidos mais comuns e favorece a dissociação completa das
bases.
Um solvente diferenciador para os ácidos será um solvente nivelador para as
bases.
III TEORIA DE LEWIS (1923)
Uma reação ácido-base de Lewis ocorre porque uma base de Lewis possui
elétrons que podem ser compartilhados com um ácido de Lewis.
Ácido de Lewis: espécie que recebe pares de elétrons
Base de Lewis: espécie que cede pares de elétrons
Formação de ligação coordenada
A teoria de Lewis não depende da presença de próton e não envolve reações com
o solvente.
H+ + NH3 NH4
+
outros exemplos:
Cu2+
, Ag+, Hg
2+ ácidos de Lewis
NH3, CN-, Cl
- bases de Lewis
íons complexos: Cu2+
+ 2 NH3 ⇄ Cu(NH3)2+
Fe(CN)63-
, HgCl-
Identifique os ácidos e bases nas reações
FeCl3 + Cl- → [FeCl4]
-
BF3 + NH3 → BF3-NH3
(CH3)2CO + I2 → (CH3)2CO-I2
SOLVENTE
Auto dissociação
2 H2O ⇄ H3O+ + OH
-
2 NH3 ⇄ NH4+ + NH2
-
2 H2SO4 ⇄ H3SO4+ + HSO4
-
2 POCl3 ⇄ POCl2+ + POCl4
-
2 BrF3 ⇄ BrF2+ + BrF4
-
N2O4 ⇄ NO+ + NO3
- NO
+ (nitrosônio)
IV TEORIA DE CADY E ELSEY
Ácidos são substâncias que aumentam a concentração dos íons positivos característicos
do solvente
Bases são substâncias que aumentam a concentração dos íons negativos característicos
do solvente
ácido + base → sal + solvente
HCl + NaOH → NaCl + H2O
NH4Cl + NaNH2→ NaCl + NH3
NOCl + NaNO3 → NaCl + N2O4
H2SO4 + CH3COOH→ CH3COOH2+ + HSO4
-
ácido base
H2SO4 + HNO3 → [H2NO3]+ + HSO4
-
ácido base
[H2NO3]+ → H2O
+ + NO2
-
V LUX-FLOOD
ácidos: óxidos capazes de receber oxigênio
bases: óxidos capazes de ceder oxigênio
base ácido
CaO + CO2 → Ca2+
+ [CO3]2-
6 Na2O + P4O10 → 4 Na3+[PO4]
3-
aplicações: reações em sistemas anidros e em altas temperaturas
(indústria de cerâmica e metalurgia)
VI USANOVICH
ácido: qualquer espécie química que reage com base, libera cátions, ou recebe ânions ou
elétrons.
bases: qualquer espécie química que reage com ácidos, libera ânions ou elétrons ou se
combina com cátions.
ÁCIDOS E BASES DUROS E MOLES
Classificação empírica:
Tipo I: íons metálicos pequenos dos grupos 1 e 2 e de transição (esquerda da tabela
periódica) em estados de oxidação elevados formam complexos mais estáveis com
ligantes doadores de oxigênio e nitrogênio (amônia, aminas, água, cetonas, álcoois) F- e
Cl-
Tipo II: íons metálicos de metais de transição (direita da tabela periódica) e complexos
de metais de transição em baixo estados de oxidação, tais como carbonilas formam
complexos mais estáveis com ligantes tais como I-, SCN
-, CN
-
VII ÁCIDOS E BASES DUROS E MOLES DE PEARSON
Pearson: ampliou a classificação
Metais do tipo I são pequenos e não muito polarizáveis e combinam-se com ligantes
pequenos e não muito polarizáveis. São chamados de ácidos e bases duros
Metais do tipo II são maiores e mais polarizáveis e combinam-se com ligantes maiores e
mais polarizáveis. São chamados de ácidos e bases moles.
ácidos duros reagem com bases duras
ácidos moles reagem com bases moles
duro-duro
mole-mole
Classificação de ácidos e bases de Lewis
duros Intermediários moles
Ácidos H+, Li
+, Na
+, K
+,
Be2+
, Mg2+
, Ca2+
,
Cr2+
, Cr3+
, Al3+
,
SO3, BF3
Fe2+
, Co2+
, Ni2+
,
Cu2+
, Zn2+
, Pb2+
,
SO2, BBr3
Cu+, Ag
+, Au
+, Tl
+, Hg
+,
Pd2+
, Cd2+
, Pt2+
, Hg2+
,
BH3
bases F-, OH
-, H2O, NH3,
CO32+
, NO3-, O
2-,
SO42-
, PO43-
, ClO4-
NO2-, SO3
2-, Br
-,
N3-, N2,
C6H5N, SCN-
H-, R
-, CN
-, CO, I
-,
SCN-, R3P, C6H6
R2S
A ligação entre ácidos e bases duros pode ser considerada como caráter
aproximadamente iônico ou interações dipolo-dipolo.
Os ácidos e bases moles são mais polarizáveis que os duros, e apresentam um grau
covalente maior.
Conseqüências químicas do caráter de dureza
O conceito de ácidos e bases duros e moles é importante para compreender a
distribuição terrestre dos elementos. A tendência dos ácidos moles preferirem as bases
moles e os ácidos duros as bases duras explica, de certo modo, a classificação de
Goldschmidt.
Classificação de Goldschmidt: Os elementos são classificados em quatro tipos:
Classificação geoquímica: calcofílico, siderofílico, litofílico e atmofílico
Elementos litofílicos
São encontrados na crosta terrestre (litosfera) em silicatos: Li, Mg, Ti, Al, Cr
São cátions duros e são encontrados associados à bases duras do tipo O2-
Elementos calcofílicos
são encontrados combinados com minerais de sulfetos, (selenetos, teluretos): Cd, Pb,
Sb, Bi
são cátions moles e são encontrados associados a bases moles do tipo S2-
(ou Se2-
e Te2-
)
cátions de zinco são de dureza intermediária, mas são mais moles que o Al3+
e Cr3+
, e
algumas vezes encontrado como sulfeto.
Questão 1 Os minerais mais comuns de Ni e Cu são sulfetos. Em contraste, o
Al é obtido a partir do óxido e o Ca a partir do carbonato. Como poderíamos explicar
em termos de dureza?
O22-
e CO32+
são bases duras e S2-
base mole. Os cátions Ni2+
e Cu2+
são
considerados ácidos mais moles que Al3+
e Ca2+
. Observa-se que a regra duro-duro,
mole-mole é seguida.
Questão 2 nos seguintes complexos: [Pt(SCN)4]2-
e [Fe(SCN)6]4-
, em que
átomo do ligante os íons metálicos encontram-se coordenados?