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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE COMUNICAÇÃO, TURISMO E ARTES CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL HABILITAÇÃO EM RELAÇÕES PÚBLICAS CAMILLA COELI LUCENA GOMES JANSEN 10423489 EUDO JANSEN NETO 10423481 AÇÕES DE RELAÇÕES PÚBLICAS NO CONTEXTO CULTURAL PARA A CIDADE DE ITABAIANA PB. ITABAIANA - PB 2013

AÇÕES DE RELAÇÕES PÚBLICAS NO CONTEXTO … · universidade federal da paraÍba centro de comunicaÇÃo, turismo e artes curso de comunicaÇÃo social habilitaÇÃo em relaÇÕes

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE COMUNICAÇÃO, TURISMO E ARTES

CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

HABILITAÇÃO EM RELAÇÕES PÚBLICAS

CAMILLA COELI LUCENA GOMES JANSEN 10423489

EUDO JANSEN NETO 10423481

AÇÕES DE RELAÇÕES PÚBLICAS NO CONTEXTO CULTURAL PARA A

CIDADE DE ITABAIANA – PB.

ITABAIANA - PB

2013

CAMILLA COELI LUCENA GOMES JANSEN

EUDO JANSEN NETO

AÇÕES DE RELAÇÕES PÚBLICAS NO CONTEXTO CULTURAL PARA A

CIDADE DE ITABAIANA – PB.

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao Curso de Comunicação

Social, com habilitação em Relações

Públicas, da Universidade Federal da

Paraíba, como requisito parcial à obtenção

do titulo de Bacharel.

Orientador: Prof. Pós-Dr. Severino Alves de Lucena Filho

ITABAIANA - PB

2013

CAMILLA COELI LUCENA GOMES JANSEN

EUDO JANSEN NETO

AÇÕES DE RELAÇÕES PÚBLICAS NO CONTEXTO CULTURAL PARA A

CIDADE DE ITABAIANA – PB.

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao Curso de Comunicação

Social, com habilitação em Relações

Públicas, da Universidade Federal da

Paraíba, como requisito parcial à obtenção

do titulo de Bacharel.

Aprovado em: ______/__________/________

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________ Profa. Mestra Emília de Rodat Martinho Barbosa Barreto

Membro

______________________________________________ Profa. Mestra Isabella Chianca Bessa Ribeiro do Valle

Membro

______________________________________________ Prof. Pós-Doutor Severino Alves de Lucena Filho

Professor Orientador

ITABAIANA - PB

2013

Dedicamos este trabalho aos nossos pais,

a nossa filha Marina Lucena Gomes

Jansen, ao nosso mestre e guia Professor

Severino Lucena e a todo o povo de

Itabaiana – PB.

AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente a Deus, que nos guiou durante toda essa nossa

experiência, nos dando discernimento, compreensão, força e sabedoria.

A nossa família que sempre esteve ao nosso lado, nos dando apoio e nos

motivando para enfrentarmos cada desafio.

São sinceros os nossos agradecimentos ao Sr. Fabio Mozart do Ponto de

Cultura Cantiga de Ninar, a Sra. Socorro Almeida da Assessoria de Comunicação da

Prefeitura, a Dona Berta figura ilustre da cidade e ao Prefeito Antônio Carlos pelo

apoio.

Por fim gostaríamos de agradecer a todos os nossos mestres que nos

guiaram durante toda esta caminhada, em especial ao nosso orientador, e a todos

que direta ou indiretamente contribuíram para que esse ciclo se concluísse em

nossas vidas.

“A única maneira de fazer um excelente

trabalho é amar o que você faz”

(Steve Jobs)

RESUMO

O presente trabalho de conclusão de curso cujo tema é ações de Relações Públicas no contexto cultural tem como objetivo o desenvolvimento e aplicação de um programa de Relações Públicas para a Cidade de Itabaiana-PB. Foi desenvolvida uma pesquisa de resgate da historia local e de seus principais personagens, analisando o cenário atual da cultura local e identificando às potencialidades locais. Como forma de ampliar o conhecimento também foi realizado pesquisas de campo e entrevistas com os principais atores sociais, tendo como resultado da soma de todas estas informações um diagnóstico. Diante destas análises foram propostas ações de Relações Públicas, que bem planejadas e executadas teve como fim promover o desenvolvimento local e a inclusão sociocultural dos moradores da cidade. Palavras-chave: Relações Públicas, Folkmarketing, Desenvolvimento Local, Cultura, Itabaiana – PB.

ABSTRACT

The following final paper for this course, whose subject concerns the actions of Public Relations in the cultural context, aims to develop and implement a program of Public Relations for the city of Itabaiana, PB. Research was done to recover local history, and its main characters, analyzing the current situation of the local culture and identifying local potential. Field research and interviews with key social actors were also conducted as a way to increase knowledge, all of which lead to a summary of characteristics. According to these analyzes, Public Relation actions were proposed. They were well planned and carried out so as to promote local development and sociocultural inclusion of city residents. Keywords: Public Relations, Folkmarketing, Local Development, Culture, Itabaiana – PB.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Centro da Cidade Antigamente ................................................................. 22

Figura 2 - Vista Aérea de Itabaiana Atual .................................................................. 23

Figura 3 - Largo da Igreja Matriz ............................................................................... 29

Figura 4 - Organograma da Prefeitura ...................................................................... 31

Figura 5 - Sivuca Cultural Café ................................................................................. 44

Figura 6 - Busto e Placa de Zé da Luz em Capa de Revista editada em seu

Centenário ................................................................................................................. 44

Figura 7 - Identidade Visual do Programa de Relações Públicas da Cidade ............ 47

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Quadro da Representatividade das Religiões .......................................... 25

Tabela 2 - Quantitativo de Veículos por Tipo ............................................................ 25

Tabela 3 - Estabelecimentos de Ensino X Alunos Matriculados................................ 26

SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO ................................................................................................. 12

2 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13

3 SUPORTE TEÓRICO ............................................................................................. 14 3.1 RELAÇÕES PÚBLICAS E SUA FUNÇÃO ESTRATÉGICA ................................ 14 3.2 RELAÇÕES PÚBLICAS NAS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS ................................. 15 3.3 DESENVOLVIMENTO LOCAL ............................................................................ 17 3.4 FOLKCOMUNICAÇÃO ........................................................................................ 18 3.5 FOLKMARKETING .............................................................................................. 20

4 BRIEFING .............................................................................................................. 22 4.1 BREVE HISTÓRICO DA CIDADE ....................................................................... 22 4.2 CONSIDERAÇÕES GEOGRÁFICAS .................................................................. 23 4.3 CONSIDERAÇÕES DEMOGRÁFICAS ............................................................... 24 4.4 A ECONOMIA ..................................................................................................... 26 4.5 DADOS DA EDUCAÇÃO .................................................................................... 26 4.6 INFRAESTRUTURA ............................................................................................ 27 4.6.1 Do acesso ........................................................................................................ 27 4.6.2 Transporte Rodoviário ...................................................................................... 27 4.6.3 As Operadoras de Telefonia ............................................................................. 27 4.6.4 Os Meios de Comunicação .............................................................................. 27 4.6.5 Hospedagem .................................................................................................... 28 4.6.6 Alimentação ...................................................................................................... 28 4.6.7 Espaços para Realização de Eventos .............................................................. 29 4.6.8 O Sistema de Saúde ........................................................................................ 30 4.6.9 Segurança Pública ........................................................................................... 30 4.7 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA PREFEITURA ........................................ 30 4.8 ANÁLISE DO SISTEMA DE COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL ........................ 31 4.9 ANALISE DA SITUAÇÃO ATUAL ....................................................................... 32

5 PESQUISA ............................................................................................................. 34 5.1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 34 5.2 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 34 5.3 OBJETIVOS ........................................................................................................ 36 5.3.1 Objetivo Geral .................................................................................................. 36 5.3.2 Objetivos Específicos ....................................................................................... 36 5.4 HIPÓTESES ........................................................................................................ 37 5.5 METODOLOGIA .................................................................................................. 37 5.6 CRONOGRAMA .................................................................................................. 38 5.7 ORÇAMENTO ..................................................................................................... 38 5.8 ANÁLISE DOS DADOS ....................................................................................... 38 5.8.1 Da Pesquisa Documental ................................................................................. 40 5.8.2 As Entrevistas com os Atores Sociais .............................................................. 41

6 DIAGNÓSTICO ...................................................................................................... 43

7 PROGRAMA DE RELAÇÕES PÚBLICAS ............................................................ 47 7.1 TITULO DO PROGRAMA ................................................................................... 47 7.2 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 47 7.3 OBJETIVOS ........................................................................................................ 47 7.3.1 Objetivo Geral .................................................................................................. 47 7.3.2 Objetivos Específicos ....................................................................................... 48 7.4 PÚBLICOS – ALVO ............................................................................................. 48 7.5 PROPOSTAS DE AÇÃO ..................................................................................... 48 7.5.1 Ação 1 – Forró na Praça, resgatando o legado do Mestre Sivuca. .................. 48 7.5.2 Ação 2 – Comunicação Dirigida, preparando a receptividade ao turista. ......... 49 7.5.3 Ação 3 – Quer conhecer Itabaiana? Pergunte-me como.................................. 49 7.5.4 Ação 4 – Literatura na corda, resgatando o legado de Zé da Luz através do cordel. ....................................................................................................................... 50 7.5.5 Ação 5 – Itabaiana te recebe de braços abertos. ............................................. 50 7.5.6 Ação 6 – De Carona. ........................................................................................ 51 7.6 CRONOGRAMA .................................................................................................. 51

8 PLANEJAMENTO DAS AÇÕES EXECUTADAS .................................................. 52 8.1 PROJETO DE EXECUÇÃO DA 1ª AÇÃO ........................................................... 52 8.1.1 Públicos-Alvo .................................................................................................... 52 8.1.2 Justificativa ....................................................................................................... 52 8.1.3 Objetivos .......................................................................................................... 52 8.1.4 Estratégias de Execução .................................................................................. 53 8.1.5 Orçamento ........................................................................................................ 53 8.1.6 Folder ............................................................................................................... 54 8.1.7 Cartilha ............................................................................................................. 55 8.2 PROJETO DE EXECUÇÃO DA 2ª AÇÃO ........................................................... 56 8.2.1 Públicos-Alvo .................................................................................................... 56 8.2.2 Justificativa ....................................................................................................... 56 8.2.3 Objetivos .......................................................................................................... 56 8.2.4 Estratégias de Execução .................................................................................. 57 8.2.5 Orçamento ........................................................................................................ 57 8.2.6 Cordel ............................................................................................................... 58

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 59

REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 61

12

1 APRESENTAÇÃO

O projeto experimental, na conclusão do curso de Comunicação Social com

habilitação em Relações Públicas, tem como objetivo proporcionar ao aluno uma

vivencia pratica da atividade, baseada nos conceitos e estratégias adquiridas

durante o aprendizado, visando promover a interação aluno-mercado profissional.

É neste contexto que o presente trabalho acontece.

O segmento comunicação nas organizações públicas foi o escolhido, pelo

desejo de desenvolver atividades ligadas às interfaces que as Relações Públicas

têm com as áreas de desenvolvimento local, cultura e folkmarketing.

Assim sendo a Cidade de Itabaiana – PB como objeto da presente proposta

foi à decisão acertada, por ter uma história imbuída de fatos relevantes, uma

produção e legado cultural forte e a vontade dos gestores públicos por mudanças na

qualidade de vida das pessoas através do desenvolvimento local.

O objetivo do presente trabalho é fazer um resgate da historia e do legado

cultural da cidade, desenvolvendo as potencialidades locais, com vistas à mudança

da realidade atual, através de ações de Relações Públicas que deem visibilidade a

estes produtos culturais e turísticos, promovendo inclusão sociocultural.

Durante o percurso deste projeto foi possível vivenciar todas as etapas para o

fiel cumprimento de um programa de Relações Públicas, desde o briefing, passando

pela pesquisa, o diagnostico, o planejamento, execução das técnicas e por fim o

processo de feedback como forma avaliativa dos resultados.

Com o sentimento de termos cumprido a missão de devolver a sociedade

parte do que aprendemos na academia, seguimos adiante a mostrar o produto final

desta empreitada revestida de êxitos e aprendizados.

13

2 INTRODUÇÃO

A comunicação no contexto das organizações públicas tem sido um desafio a

todos os profissionais desta área. A população tem cada vez mais ido a busca de

informações e reivindicado que as suas demandas sejam atendidas prontamente

pelo poder público. Isso também tem se intensificado pela maior acessibilidade aos

meios de comunicação e as novas mídias.

Trazendo também que a grande maioria dos municípios da região Nordeste

sofre com a falta de oportunidades de melhoria de vida, principalmente os

municípios interioranos, o povo tem cobrado soluções práticas e políticas públicas

que promovam a inclusão e o desenvolvimento.

Dentro deste contexto desenvolvemos o presente trabalho, propondo-se

inicialmente a resolver a seguinte questão: “quais as potencialidades da Cidade de

Itabaiana e como elas podem ajudar no desenvolvimento local?”.

Respondido estes questionamentos entramos no que visualizamos como a

maior oportunidade atual para as Relações Públicas, que é construir programas e

projetos que visem promover o desenvolvimento local através de estratégias que se

utilizem do contexto da cultura e divulguem estas potencialidades através dos

processos de folkmarketing.

Vencidas todas as etapas de execução de um programa de Relações

Públicas, baseado nas premissas aqui citadas, fica cristalino a efetividade que estas

ações tem para alcançar os objetivos propostos, sejam eles, o fomento a cultura, a

promoção do local como produto turístico através dos processos do folkmarketing, a

apropriação desta cultura para promoção do desenvolvimento local e a inclusão

sociocultural, impulsionadora da mudança na qualidade de vida.

14

3 SUPORTE TEÓRICO

RELAÇÕES PÚBLICAS E SUA FUNÇÃO ESTRATÉGICA 3.1

Relações Públicas é a função responsável pela analise, percepção e

transmissão de informações entre os públicos e o ambiente da organização. É

através delas que as instituições podem desenvolver um planejamento continuo

destas relações e manter motivados todos os seus públicos. Com isso as relações

públicas passam a ter um destaque no planejamento estratégico e na administração

das instituições. Podemos enxergar melhor isto quando trazemos o pensamento de

IANHEZ (2010) que fala:

As Relações Públicas são uma função da alta administração de apoio e assessoria ao líder da organização. Elas são responsáveis pela formalização dos valores da organização e pelo planejamento estratégico da comunicação. Elas desenvolvem ações de comunicação institucional e apoiam e assessoram a comunicação promocional. Interagem com as demais áreas da organização, assessorando-as em suas estratégias e ações de relacionamentos. Seu objetivo é harmonizar o interesse do público com os da organização, buscando a criação do melhor conceito possível para a mesma, preservada a verdade dos fatos. Desta forma, as Relações Públicas colaboram para a excelência da organização, através da criação da compreensão e da boa vontade do público para com os seus atos, produtos e serviços.

Para se alcançar esta excelência é necessário haver uma comunicação a

duas mãos, onde o principal papel do profissional das Relações Públicas é coletar

as informações dos públicos e devolve-las de forma processada, construindo assim

uma estratégia de relacionamento e encantamento.

Complementando sobre a importância das Relações Públicas como função

estratégica, trazemos o que nos diz BUENO (2009, p.111):

Deixa, portanto, de ser atividade que se descarta ou se relega a segundo plano, em momentos de crise e de carência de recursos, para se firmar como insumo estratégico de que uma empresa ou uma entidade lança mão para fidelizar clientes, sensibilizar multiplicadores de opinião ou interagir com a comunidade.

Diante desta necessidade constante de construir relacionamentos e entender

os seus públicos é que a função estratégica das Relações Públicas ganham espaço

e reconhecimento da alta administração das organizações. Passa a ser entendido

15

que é preciso ter um profissional qualificado para garantir a qualidade na interação

com o ambiente em geral, bem como agregar percepção de valor a imagem

corporativa. Para que possamos entender melhor vejamos o que nos diz KUNSCH

(2006, p.130) sobre o assunto:

Para as relações públicas, exercer a função estratégica significa ajudar as organizações a se posicionarem perante a sociedade, demonstrando qual é a razão de ser do seu empreendimento, isto é, sua missão, quais os seus valores, no que acreditam, e o que cultivam, bem como a definirem um identidade própria e como querem ser vistas no futuro.

Ainda na valorização da função estratégica das Relações Públicas trazemos o

que pensa FERRARI (2003, p.9) no sentindo de nos mostrar que muitas vezes

parece impossível conciliar os interesses das instituições e a comunidade em que

estão inseridas:

Se colocarmos juntos o interesse das organizações e da sociedade, estaremos frente à verdadeira natureza das Relações Públicas. O valor essencial das Relações Públicas como função estratégica, está no fato de que elas permitem um equilíbrio dos propósitos da organização com os propósitos de seus clientes, a partir de um trabalho para e de interesses da sociedade. Isso pode, em certas circunstâncias, apresentar-se como uma tarefa impossível, principalmente quando organização e comunidade parecem colocar-se em lados opostos. A essência das Relações Públicas está na necessidade do equilíbrio entre o individual e o coletivo.

Desse modo é nítida que a comunicação de forma clara, direta e objetiva é

uma necessidade de sobrevivência para as organizações e que a construção de

relacionamentos sinceros e duradouros esta diretamente ligada à longevidade e

sucesso das organizações. Diante deste cenário entendemos que a presença do

profissional de Relações Públicas na alta administração e nos planejamentos

estratégicos das instituições é a solução na construção de um futuro para sua

imagem e seus relacionamentos.

RELAÇÕES PÚBLICAS NAS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS 3.2

Teoricamente a administração pública em pouco difere da gestão das

organizações privadas. Para ficar mais claro de entender, traremos o conceito de

administração pública sob a ótica de DI PIETRO (2013, p.54) que diz:

16

Basicamente, são dois os sentidos em que se utiliza mais comumente a expressão Administração Pública. Em sentido subjetivo, formal ou orgânico, ela designa os entes que exercem a atividade administrativa; compreende pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos incumbidos de exercer uma das funções em que se triparte a atividade estatal: a função administrativa; em sentido objetivo, material ou funcional, ela designa a natureza da atividade exercida pelos referidos entes; nesse sentido, a Administração pública é a própria função administrativa que incumbe, predominantemente, ao Poder Executivo.

O novo modelo de gestão pública que vem sendo desenvolvido a partir de

meados do século XX é baseado na transparência, eficiência e descentralização da

administração do estado. Aliado a isto a mudança na visão política da população faz

com que se busquem cada vez mais informações e dados sobre como os gestores

públicos tem se comportado.

Diante disto fica mais evidente a necessidade de se construir relacionamentos

e canais de comunicação para assegurar resultados que sejam capazes de atender

os desejos e necessidades dos cidadãos que competem ao Estado. Nos mostra

SALGADO (2011, p.254) que os gestores públicos precisam entender a obrigação

de manter o povo informado das decisões tomadas e o que esta sendo feito,

acabando com a ignorância e conhecimento superficial da realidade.

Todo o processo de comunicação e construção de relacionamentos citado

acima faz parte do escopo das atribuições e competências das Relações Públicas,

que tem como uma das suas funções máximas a mediação dos interesses dos

públicos envolvidos. FOSSATTI (2006, p.170) fala que a atividade de Relações

Públicas pode ser explicada por uma serie de mediações e entre elas a mediação

política que traz para a atividade funções como coordenar a comunicação com a

comunidade, verificar o nível de satisfação, pesquisar as necessidades e gerenciar o

canal de ouvidoria.

É valido mencionar também que os princípios da gestão pública exige o

desenvolvimento de políticas de Relações Públicas devido a obrigatoriedade da

publicidade das ações realizadas pelo governo. Sobre isso trazemos o que nos fala

SALGADO (2011, p.255):

A comunicação estatal ou governamental (propriamente dita), que se refere à comunicação formal, originária nas redes e no sistema oficial, inserido nas organizações públicas, e tem como tarefa difundir, com a opinião pública, questões ou temas significativos da

17

área governamental, visando ao conhecimento e à participação do cidadão;

O cenário que atualmente encontramos é a falta de compromisso da maioria

dos gestores públicos na implantação das políticas de comunicação, ou quando as

aplicam entregam este trabalho a profissionais que não estão preparados

tecnicamente para exercer este planejamento e execução. Portanto torna-se o

grande desafio atual das Relações Públicas na esfera pública a conscientização dos

gestores da necessidade e importância dessas políticas, bem como o entendimento

que só um profissional de Relações Públicas esta preparado para conduzir este

processo.

DESENVOLVIMENTO LOCAL 3.3

Desenvolvimento num aspecto geral é sinônimo de progresso,

frequentemente associado aos aspectos econômicos e tecnológicos. Porem a busca

deste desenvolvimento sem que se respeite a cultura e os aspectos locais, acabam

por desestabilizar a sociedade por impor a ela aspectos de outras culturas que não

fazem parte de seu dia a dia.

É preciso buscar uma forma de desenvolvimento que seja baseada nas

necessidades e recursos da própria comunidade e fazer com que a mesma entenda

o desenvolvimento como uma coisa interna e que precisa do engajamento das

pessoas do local e não apenas esperar por intervenções externas. Sendo assim

trazemos aqui o conceito de JESUS (apud Cattani, 2003, p.72) falando que

desenvolvimento local é:

[...] um processo que mobiliza pessoas e instituições buscando a transformação da economia e da sociedade local, criando oportunidades de trabalho e de renda, superando dificuldades para favorecer a melhoria das condições de vida da população local.

Corroborando com este pensamento MARTINS (2002, p.53) define

desenvolvimento local como sendo:

a organização comunitária em torno de um planejamento para o desenvolvimento, por uma perspectiva de construção social, consistindo assim em um instrumento fundamental, de caráter orientador e condutor, de superação da pobreza. Não se trata, contudo, de buscar tão somente atendimento às carências materiais,

18

mas à identificação e a promoção das qualidades, capacidades e competências existentes na comunidade e no lugar.

Vejamos que o desenvolvimento local trás consigo os traços de uma busca do

desenvolvimento humano, de forma sustentável e que tem as questões econômicas

como uma consequência da adaptação e aproveitamento dos potenciais do local. A

valorização da cultural local, o desenvolvimento sociocultural e o sentimento de

pertencimento fazem com que as pessoas envolvidas neste processo possam

entender a importância da sua participação na construção deste desenvolvimento.

MARTINS (2002, p.53) deixa claro isso quando nos fala:

[...] desenvolvimento local, todavia, não equivale a geração de emprego e renda, não obstante tem sido esta a tônica de grande parte dos projetos (não raro, práticas sem fundamento teórico) que levam a rubrica de desenvolvimento local. O desenvolvimento deve ser uma ação de enfrentamento real às piores manifestações de pobreza, objetivando a igualdade de opções e não de renda.

É preciso pensar também que os processos de valorização das

potencialidades locais não geram o isolamento nem cessam as relações com o

global. Pelo contrario, são necessárias ações baseadas no contexto local, porém

entendendo que é preciso conhecer os processos externos, até porque eles podem

constituir ameaças ou oportunidades para a localidade.

Por fim devemos ressaltar que associação a locais próximos que enfrentam

as mesmas dificuldades e comungam de uma cultura parecida, ou que tenham

pontos de intersecção, facilitam o processo de desenvolvimento baseado na

cooperação e troca de experiências de sucesso destas.

FOLKCOMUNICAÇÃO 3.4

A Folkcomunicação é uma teoria da comunicação fundamentalmente

brasileira, desenvolvida pelo professor pernambucano Luiz Beltrão dentro da sua

tese de doutoramento defendida junto a Universidade de Brasília no ano de 1967.

Assim define BELTRÃO (2004, p.47) a teoria da folkcomunicação como sendo “o

processo de intercâmbio de informações e manifestações de opinião, ideias e

atitudes da massa, por intermédio de agentes e meios ligados direta ou

indiretamente ao folclore.” e defendeu a importância da teoria dizendo que havia “a

necessidade imprescindível de estarmos atentos a essa forma esquisita do

19

intercâmbio de informações e ideias entre os dois brasis, no interesse da afirmação

e do desenvolvimento nacional”.

Com o passar do tempo esta teoria foi ganhando corpo e sendo reconhecida

a sua importância. Os chamados discípulos de Beltrão foram avançando e dando

novos e atuais contornos a teoria inicial. Se não vejamos como MARQUES DE

MELO (2008, p.62) legitima a teoria através da sua definição de Folkcomunicação

como sendo:

processos de comunicação popular, preservados pelas comunidades rústicas do Brasil rural e dos subúrbios metropolitanos (festas, folguedos, repentes, literatura de cordel), que operam como recodificadores das mensagens da grande mídia. Eles não apenas reciclam a linguagem, mas intervêm no conteúdo das mensagens, reinterpretando-as segundo os padrões de comportamento vigentes nesses agrupamentos periféricos.

MARQUES DE MELO (2005) ainda nos traz que enquanto a função do

folclore é desenvolver manifestações culturais através dos marginalizados, a

folkcomunicação tem como função transmitir mensagens, produzidas pela indústria

da cultura, de forma simples, com uma linguagem popular e simbólica para estes

mesmo marginalizados.

Dentro dos desdobramentos desta teoria surgem novas definições que são de

suma importância para o estudo em tela, estando entre eles o de ativista

folkmidiático. É através dele que a produção sociocultural de uma determinada

comunidade interage com o meio externo. O ativista folkmidiático faz o

relacionamento entre o que acontece em determinada localidade e os meios de

comunicação de massa, assim como de modo inverso, ajuda a comunidade aonde

esta inserido a entender e utilizar de forma eficaz o que apreende através destes

mesmos meios. O que é mais interessante é que mesmo com esta interação com o

meio externo o ativista não se afasta das suas origens.

Segundo TRIGUEIRO (2005) ativista folkmidiático é aquele que:

opera nos grupos de referência da comunidade nos espaços rurais, urbanos e rurbanos1, nas diferentes práticas sociais, como encadeador de transformações culturais para uma renovada ordem social, nos lugares onde se dão as interações mediadas de

1 O neologismo foi empregado por Gilberto Freyre (1982), para definir uma comunidade que habita um

perímetro conceitualmente urbano, mas que na realidade continua mantendo suas características culturais, econômicas e políticas rurais. São comunidades onde operam ativistas midiáticos anfíbios que navegam em águas e caminham em territórios socioculturais rurais e urbanos.

20

conveniências entre o local e o global, nos espaços da casa e da rua, melhor dizendo, no seu ambiente de vivência, de aprendizado que potencializa os seus produtos culturais nos meios de comunicação.

Neste contexto o ativista folkmidiático ganha o papel de guardião da cultura e

das historias locais. Através dele acontece o que chamamos de continuidade e

divulgação das marcas culturais de um povo. Nos fala TRIGUEIRO (2005, p.6) sobre

isso:

[...] este é um bom contador de histórias tradicionais e contemporâneas, é detentor de um amplo repertório de culturas locais. É nessa “militância cultural” que ganha mais espaço como articulador das interações face a face, mesmo contaminadas pelas interações midiáticas. Os processos de apropriação e uso dos produtos midiáticos legitimam o prazer de posse e de reprodução de sentido modificado para os seus propósitos. É nesse campo de confronto pelo “bem-estar” dos sujeitos ou dos grupos de audiência que o ativista midiático dispara dispositivos de encaixe nos lugares onde as lógicas de negociação possibilitam apropriação e conversão de uso dos bens culturais midiáticos e bens culturais folkmidiáticos na vida cotidiana de uma comunidade e até mesmo de uma cidade rurbana.

Face a todos estes conceitos mostrados entendemos a Folkcomunicação

como uma teoria hibrida que dialoga com diversas outras áreas através dos

processos comunicativos baseados na cultura popular e que tem um campo de

atuação de dimensões ainda não conhecidas. Porem este dialogo com outras áreas

faz da folkcomunicação um caminho a ser percorrido dentro das atividades que

visam buscar o desenvolvimento local.

FOLKMARKETING 3.5

Dando seguimento aos desdobramentos que encontramos da

folkcomunicação, um teoria que nos chamou a atenção é do folkmarketing.

Desenvolvida por LUCENA FILHO inicialmente na sua dissertação de mestrado para

a Universidade Federal Rural de Pernambuco, a teoria foi amadurecida por mais

quatro anos e se tornou objeto da sua tese de doutoramento na Pontifícia

Universidade Católica no Rio Grande do Sul.

Com isso LUCENA FILHO (2007, p.85-90) nos mostra o folkmarketing como

“o conjunto de apropriações das culturas populares com objetivos comunicacionais,

para viabilizar produtos e serviços de uma organização para os seus públicos-alvo” e

21

mais a frente ele complementa como “a apropriação das expressões simbólicas da

cultura popular por parte das instituições públicas e privadas, com objetivos

mercadológicos e institucionais.”.

Através do folkmarketing constituímos uma série de novas estratégias para os

projetos de comunicação integrada, visto que as apropriações das marcas culturais

locais fazem com que o objetivo de aproximar marcas e instituições do seu público

ganhe o apoio do sentimento de pertencimento e identidade. Sobre o tema vejamos

(IDEM, 2007, p. 87-88):

A ação comunicacional do folkmarketing é uma estratégia integrada aos processos culturais da região. Para o seu desenvolvimento, é necessário que as marcas dos saberes da cultura popular sejam mobilizadas em apropriações e refuncionalização, para geração de discursos folkcomunicacionais dirigidos ao contexto da sociedade massiva.

Portanto a relação do marketing com as marcas culturais de um povo se

mostra um importante instrumento, mesmo que aplicado a instituições públicas, pois

elas também têm a necessidade de vender a qualidade de seus serviços, aparato

cultural e potencial turístico, com objetivo de promover o desenvolvimento local e a

inclusão sociocultural, bem como ampliar os relacionamentos com outras culturas.

Por fim entendemos que a comunicação, utilizada de forma hibrida se

alimentando de conceitos como desenvolvimento local, folkmarketing e

Folkcomunicação, utilizados de forma estratégica nas ações de Relações Públicas,

podem trazer resultados de sucesso para os objetivos e metas das instituições,

sejam públicas ou privadas.

22

4 BRIEFING

BREVE HISTÓRICO DA CIDADE 4.1

A ocupação do que hoje é a cidade de Itabaiana teve sua origem na Missão

do Pilar por volta de 1960, onde os Jesuítas no processo de colonização do interior

do Brasil vieram pelas margens do Rio Paraíba chegando até lá. A partir dai iniciou-

se a concessão das sesmarias que se tornaram fazendas de gado. Logo estas

sesmarias começaram a se desenvolver e a realizar transações entre elas acabando

por aglomerar pessoas e se tornar o que hoje é a Cidade.

Dois fatores foram determinantes para o crescimento do povoado até ser

elevado a município, foram eles a Feira de Gado, criada em 1864, e a chegada do

trem. Principalmente com a chegada do trem, que possibilitava a vinda de pessoas

de outras regiões, o comercio local e a feira de gado, desenvolveram-se tornando a

localidade em polo regional e passando a atuar como centro de fornecimento de

produtos e serviços para estes lugares vizinhos.

A partir deste crescimento a localidade passou a ter uma atenção especial se

tornando a primeira cidade paraibana a ter luz elétrica, abastecimento de água,

telefone, cinema e os conhecidos bondes puxados por burros.

Em 26 de maio de 1891, através de decreto do então governador Venâncio

Neiva, Itabaiana se eleva a categoria de cidade, ficando esta data como a data da

sua emancipação política. Hoje Itabaiana tem 122 anos sendo uma das mais antigas

do Estado.

Figura 1 - Centro da Cidade Antigamente

Fonte: http://fotografiahistoria.wordpress.com

23

Figura 2 - Vista Aérea de Itabaiana Atual

Fonte: http://fotografiahistoria.wordpress.com

CONSIDERAÇÕES GEOGRÁFICAS 4.2

Itabaiana esta localizada na mesorregião do Agreste paraibano, as margens

do Rio Paraíba, com uma área total de 219 km2, ficando a 81 km de distancia da

Capital.

A cidade é a sede da microrregião que leva o seu nome e da 12ª região

Geoeconômica da Paraíba, produzindo junto com outros 15 municípios um PIB de

992 milhões, sendo a 5ª maior região das 14 que compõe o Estado.

Em 21 de Janeiro de 2013 a cidade foi agraciada com a aprovação da Lei

Complementar Nº 118, de autoria do Deputado João Gonçalves, que institui a

Região Metropolitana de Itabaiana composta pelos municípios de Juarez Távora,

Juripiranga, Gurinhém, Salgado de São Felix, Mogeiro, São Jose dos Ramos, São

Miguel de Taipu, Pilar, Caldas Brandão, Ingá e Riachão do Bacamarte.

Ela esta incluída no semiárido brasileiro segundo definição do Ministério da

Integração Nacional, que leva em consideração critérios como índice de chuvas,

aridez e riscos de Seca.

O Rio Paraíba constitui uma fonte para as culturas agrícolas e também para

as criações de animais, além de ter possuir um potencial para o turismo e a

recreação. Atualmente sofre com as oscilações climáticas que o leva de secas

desoladoras a cheias devastadoras, porém ele esta incluídos no projeto de

transposição do Rio São Francisco fazendo com que se torne perene.

24

Pertence também a Cidade os distritos de Guarita e Campo Grande, locais

que abrigam uma carga imensa de historia e cultura.

CONSIDERAÇÕES DEMOGRÁFICAS 4.3

Segundo estimativa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) a

população da cidade é de 24.372 habitantes. Na contramão do que acontece nas

demais cidades da Paraíba houve uma redução de 3,31% na população em relação

ao censo do ano 2000. Esta evasão esta ligada a dois aspectos que são a falta de

escolas superiores na cidade, fazendo com que os estudantes migrem para outros

centros, e a falta de oportunidades de geração de emprego e renda, que gera a

saída em busca de oportunidades.

Do universo total de habitantes 80% deles vivem na área urbana, tornando

assim o município o mais urbano da Paraíba.

Devido o seu status de cidade polo, concentradora de produtos e serviços na

região, a circulação de pessoas na cidade em dias de feira pode chegar a 35.000,

mostrando um crescimento médio de 44% a mais de potenciais consumidores.

A cidade possui 6.666 domicílios, estando a sua grande maioria localiza a

margem direita do Rio Paraíba.

Cerca de 19.800 habitantes são eleitores, formando o 20º maior colégio

eleitoral do Estado.

O município é considerado jovem tendo a base da sua pirâmide etária

bastante larga, principalmente na faixa etária que vai dos 10 aos 19 anos. Fator que

potencializa o dado da queda no número de habitantes, por ser justamente esta

faixa etária onde há a evasão em busca de oportunidades.

A divisão de gênero é quase paritária onde 51,5% dos habitantes são

mulheres e 48,5% são homens.

Abaixo apresentaremos um quadro avaliativo da religião da população

segundo o censo 2010 do IBGE. A pesar de ser uma cidade do interior, onde a nível

Brasil é predominante à religião católica, foi observado um crescimento expressivo

nos últimos 10 anos dos evangélicos. Outro aspecto que nos chama a atenção é a

ausência da citação dos cultos africanos.

25

Tabela 1 - Quadro da Representatividade das Religiões

Religião Quant.

Habitantes

Porcentagem

Católicos 20.063 82,3%

Evangélicos 2.911 11,94%

Sem Religião 1.180 4,84%

Espirita 139 0,57%

Testemunho de Jeová 47 0,19%

Outras Crenças 32 0,13%

Fonte: IBGE 2012

A frota de veículos da cidade cresceu 120% na ultima década, mostrando

uma desproporcionalidade, visto que neste mesmo período a população da cidade

diminuiu. Existem 4.338 veículos registrados nos Departamento de Transito da

cidade.

Tabela 2 - Quantitativo de Veículos por Tipo

Tipos de Carro Quantidade

Carros 1.809

Caminhões 146

Caminhonetes 328

Camionetas 147

Micro-ônibus 8

Motocicletas 1.651

Motonetas 164

Ônibus 37

Utilitários 7

Outros Tipos de Veículos 41

Total 4.338

Fonte: DENATRAN – Departamento Nacional de Transito, 2012.

26

A ECONOMIA 4.4

Itabaiana é a 23ª maior economia da Paraíba, tendo um PIB2 (Produto Interno

Bruto) girando em torno dos 132 milhões de reais. O setor que mais produz é o de

Comercio de Bens e Serviços representando 82,80% do PIB, seguido da Indústria

com 13,17% e da Agropecuária com 4,03%.

A cidade tem 332 empresas ativas empregando cerca de 2.100 pessoas com

uma renda média de 1,5 salários mínimos.

O Setor secundário da economia é baseado na pecuária, e nas culturas de

grãos como milho, macaxeira e amendoim.

Então fica perceptível que a economia da cidade esta baseada na venda de

produtos e serviços, bem como da geração de renda dos empregos públicos

municipais e de algumas autarquias estaduais e federais instaladas na cidade.

DADOS DA EDUCAÇÃO 4.5

Abaixo apresentaremos um quadro com o quantitativo de estabelecimentos

de ensino na cidade e o número estimado de matriculados.

Tabela 3 - Estabelecimentos de Ensino X Alunos Matriculados

Tipo de Ensino Esfera

Responsável

Quantidade de

Estabelecimentos

Quantidade

de Alunos

Ensino Pré-Escolar

Pública Municipal 26 530

Pública Estadual - -

Privada 4 176

Ensino Fundamental

Pública Municipal 21 1.702

Pública Estadual 7 2.191

Privada 5 819

Ensino Médio

Pública Municipal 1 166

Pública Estadual 2 690

Privada 2 145

Fonte: Secretaria de Educação do Município. 2 Soma, em valores monetários, de todos os bens e serviços finais produzidos numa determinada região, durante

um período determinado.

27

É importante destacarmos que apesar de diversos esforços, de diversas

esferas, a cidade ainda não possui nenhum estabelecimento de ensino superior,

fazendo com que sua população que deseja ingressar na faculdade tem que

procurar outras cidades, ou ir a Capital.

INFRAESTRUTURA 4.6

Do acesso 4.6.1

O acesso à cidade se dá através de três caminhos sendo eles: pela BR 408

(Estrada federal que liga Campina Grande – PB a Recife – PE), pela BR 230 – PB

054 (Estrada que liga a Capital a cidade pelo trajeto de Café do Vento, conhecido

como caminho pela una) e por fim pela BR 230 – PB 082 (caminho mais utilizado

que liga a Capital à cidade através da estrada duplicada que vai a Campina Grande,

e posteriormente entrando na estrada estadual que leva a entrada de Itabaiana).

Transporte Rodoviário 4.6.2

A cidade é atendida pelas seguintes empresas de transporte rodoviário

intermunicipal e interestadual: Progresso, Rodotur, Leão do Norte, Itapemirim e

Transnorte. Normalmente as linhas intermunicipais que atendem a cidade só

funcionam até as 19 horas, com ônibus saindo a cada uma hora.

As Operadoras de Telefonia 4.6.3

Atualmente o município é atendido pela operadora de telefona fixa OI, e as

operadoras de telefonia móvel Claro e Tim.

Os Meios de Comunicação 4.6.4

Nos sistemas de comunicação de massa, a cidade possui duas rádios, sendo

duas de caráter comercial, a Itabaiana FM 105,1 (Sistema Correio de Comunicação)

e a Campina FM 93,1 (Rádio de Campina Grande), e uma de caráter comunitário, a

Rainha FM 87,9 (Rádio Comunitária).

28

Na localidade não há nenhuma TV geradora, apenas recebe a retransmissão

dos canais 7 TV Correio e 13 TV Cabo Branco com conteúdo de João Pessoa.

Porém na maioria das casas há antenas parabólicas, que só suportam programação

nacional.

Na área de Internet a cidade dispõe de duas opções sendo elas a internet

banda larga da Velox e a Internet a rádio atendida pela empresa Unidas Net e outras

dezenas menores que tem uma capacidade muito limitada.

Hospedagem 4.6.5

A cidade dispõe de três principais locais para a hospedagem dos visitantes.

Os Hotéis Estação Velha e Leiliane. A cidade dispõe ainda de uma pousada

chamada Rainha do Vale. Todos eles dispõem de uma boa estrutura de recepção e

qualidade de atendimento aos visitantes da cidade.

Alimentação 4.6.6

Este é um dos pontos deficitários da cidade. Não há de forma estruturada e

continua um suporte para alimentação de visitantes a cidade. Conseguimos

identificar quatro estabelecimentos que dispõem de uma estrutura mínima para

garantir a qualidade dos produtos e serviços e que tem um horário e rotina

estruturada que possam servir de guia para os precisam dos serviços.

São eles o Restaurante O Garotão que serve comida regional e atende nos

horários de almoço, Restaurante Finesse, que serve pratos regionais, e comidas

mais sofisticadas em pratos a La carte, atendendo em horários diurno e noturno,

bem como dispõe de reservas para horários que normalmente ele não funciona. A

Pizzaria do João, a única da cidade, funciona a noite, porém tem uma capacidade de

atendimento muito limitada e por fim, temos o Carneiro do Vale, restaurante e bar,

que funciona em horário diurno, servindo comidas regionais e churrascos, possui um

bom atendimento e diversidade de cardápio.

29

Espaços para Realização de Eventos 4.6.7

A Cidade dispõe de cinco espaços para realização de eventos. Abaixo

listamos cada um deles com as suas características:

Itabaiana Clube, clube fechado com capacidade para 1.500 pessoas, que

possui estrutura de bilheteria, bar e banheiros;

AABB, pequeno clube, fechado, com capacidade para 300 pessoas, com

estrutura de bilheteria, bar e banheiros;

Praça do Coreto, pequena praça com um coreto, patrimônio histórico da

cidade, localizado ao lado da Rodoviária Municipal;

Praça Mestre Sivuca, recém-reformada, com espaço para pequenas

exposições, possui anfiteatro, lanchonete e um memorial sobre o músico

Sivuca;

Largo da Igreja Matriz, espaço ao lado da Igreja Matriz, onde são realizados

todos os grandes eventos aberto ao público da cidade.

Figura 3 - Largo da Igreja Matriz

Fonte: Acervo dos autores

30

O Sistema de Saúde 4.6.8

O município é atendido por uma unidade do SAMU, com atendimento 24

horas, dispondo de duas ambulâncias para atendimentos, sendo uma básica e uma

avançada.

Os atendimentos de saúde são direcionados para o Hospital Regional de

Itabaiana, unidade de saúde gerida pelo Estado e que atende todas as demandas da

cidade e das circunvizinhas. Também realiza os partos da cidade na sua ala

maternidade.

Existe na cidade um hospital particular, que era gerido com recursos

municipais e federais da saúde e realizava atendimentos pelo SUS, tanto de

emergências, como de maternidade. Por falta de renovação dos convênios

atualmente este hospital-maternidade encontra-se fechado.

Segurança Pública 4.6.9

O município é atendido pelo 8º Batalhão de Policia Militar, 10º Delegacia de

Polícia Civil, sediados na própria cidade, e pelo 3º Batalhão de Bombeiros sediado

na cidade de Guarabira.

ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA PREFEITURA 4.7

A Prefeitura Municipal de Itabaiana tem sede própria localizada a Avenida

Presidente Epitácio Pessoa, S/N, no centro da cidade. Tem sua inscrição junto a

Receita Federal sob o número 09.072430/0001-93, caracterizando-a assim como

poder executivo municipal constituído, atualmente gerida pelo Prefeito Constitucional

Antônio Carlos de Melo Junior, eleito para o quadriênio 2013-2016.

Conta hoje com 780 servidores dos quais 515 são efetivos, 2 são eletivos, 98

são comissionados, 115 contratados em caráter excepcional por interesse público e

50 são inativos e pensionistas. Com isso a prefeitura injeta na economia,

mensalmente, uma média de R$ 850.000,00 com sua folha de pessoal.

A estrutura organizacional da prefeitura conta hoje com oito secretarias,

independentes entre si, com dotações orçamentárias e subordinadas ao gabinete do

prefeito. Abaixo esquematizamos o organograma com as secretarias:

31

Figura 4 - Organograma da Prefeitura

Fonte: Autores

ANÁLISE DO SISTEMA DE COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL 4.8

O setor responsável pela comunicação institucional da Prefeitura é

denominado de Assessoria de Comunicação (Asscom), que conforme organograma

já apresentado esta subordinada ao Gabinete do Prefeito e presta assessoria a

todas as secretarias e subsecretarias municipais.

Atualmente têm em seu quadro seis colaboradores, sendo um estudante de

jornalismo, uma jornalista, uma publicitária, um fotógrafo, um editor/revisor e um

assistente administrativo. O gestor da área é o Senhor Alyf Santos, que atualmente

cursa jornalismo na faculdade Mauricio de Nassau. A escolha dele para o cargo se

deu por indicações políticas.

As atribuições da assessoria já estão bem definidas e são elas: Pautas,

Relacionamento com os secretários, Avaliação dos resultados da assessoria,

atribuições do gestor da área; Cobertura de todos os acontecimentos envolvendo o

nome da prefeitura e de seus representantes e redação das matérias veiculadas,

atribuições da Jornalista; Relacionamento com os meios de comunicação (tvs,

rádios, jornais), produção de material institucional, cotas de publicidade e

propaganda da prefeitura, atribuições da Publicitária; Cobertura fotográfica e áudio

visual de todas as matérias relacionadas a prefeitura e seus secretários e

representantes, atribuições do fotografo; Responsável para editoração e revisão de

todo o material publicado e responsável pela diagramação da Fan Page e do Site,

atribuições do Editor/Revisor; e por fim o Assistente Administrativo que cuida de toda

Gabinete do Prefeito

Secretaria de Administração

Secretaria Adjunta de Administração

Secretaria de Finanças

Secretaria Adjunta de Finanças

Secretaria de Planejamento

Secretaria Adjunta de Planejamento

Infraestrutura

Secretaria Adjunta de Infraestrutura

Secretaria de Educação, Cultura,

Esporte e Lazer

Secretaria Adjunta de Cultura

Secretaria de Industria, Comercio e

Turismo

Secretaria Adjunta de Turismo

Secretaria de Ação Social

Secretaria da Junta Militar

Assessoria de Comunicação

32

a parte burocrática do setor e atendimento ao público em geral que procura a

assessoria.

Por se tratar de um setor criado nesta gestão, ainda não há uma política de

comunicação que sirva de norte para os trabalhos da assessoria. O que existe é um

planejamento semanal das atividades da assessoria, onde o gestor da área recebe

as demandas dos órgãos internos da prefeitura e debate com os outros

colaboradores como serão as atividades da semana vindoura.

Os instrumentos de comunicação utilizados atualmente pela prefeitura são a

manutenção de uma Fan Page no Facebook3, por onde são divulgados as matérias,

as ações e comunicados em geral, um programa semanal de rádio4 onde o prefeito

presta contas das ações e direcionamentos que estão sendo dados na gestão, bem

como fala ao vivo com a população que queira fazer algum questionamento. Ainda é

realizado o envio de releases para as rádios, TVs, blogs e jornais das ações mais

importantes para possíveis divulgações e por fim a manutenção de um site e do

portal da transparência municipal5 na rede mundial de computadores.

Foi detectada a vontade de instituir uma ouvidoria, porém o instrumento ainda

não tem previsão para ser implantado.

ANALISE DA SITUAÇÃO ATUAL 4.9

O que foi possível verificar é que a gestão atual esta engajada no propósito

de construir canais de relacionamentos com os seus públicos, principalmente o

povo, com o objetivo de escutar as suas necessidades e desejos.

Apontamos como oportunidades o fato da gestão ser aberta a novas ideias e

ter vontade de mudar a realidade, desde que comprovada à valia e importância dos

projetos como motores da promoção da qualidade de vida; o entendimento da

comunicação como uma função estratégica para se construir relacionamentos; e a

bagagem histórica, social e cultural que o município carrega se tornando fontes

oportunas de serem exploradas em projetos de promoção do desenvolvimento local.

Como ponto a melhorar visualizamos a falta de ações concretas que busquem

o resgate das raízes históricas da cidade, da obra de seus filhos ilustres, dos

3 Endereço da Fan Page: facebook.com/pages/Prefeitura-Municipal-de-Itabaiana/141351532706439

4 Programa transmitido todos os sábados pela Itabaiana FM 105,1 / FM 93,1

5 Endereço do Site e do Portal da Transparência: www.itabaiana.pb.gov.br

33

momentos históricos que envolveram a cidade no contexto nacional, bem como a

falta de políticas públicas que promovam o conhecimento coletivo de todo esse

aparelho cultural que a cidade dispõe.

34

5 PESQUISA

INTRODUÇÃO 5.1

A história da cidade de Itabaiana é seu maior patrimônio. Sua cultura, suas

historias e toda a produção cultural existente e que ainda é feita atualmente fazem

parte desta vasta bagagem que o município tem.

Porém apesar de se destacar como cidade que congrega uma região

metropolitana composta por onze municípios, e ser a vigésima segunda economia

do Estado num universo de duzentos e vinte e três municípios, atualmente, como na

maioria dos municípios do nordeste brasileiro, a cidade tem sua economia baseada

apenas no comercio local, programas de distribuição de renda do Governo Federal e

o funcionalismo público. Apresentando assim uma necessidade latente de projetos

que visem o desenvolvimento local, com geração de emprego, renda e inclusão

sociocultural.

Dentro deste aspecto são crescentes os estudos que ligam as oportunidades

da cultura local e do turismo, as ações de Relações Públicas, que se bem

planejadas poderão fazer a diferença no desenvolvimento local e na visibilidade dos

potenciais culturais. Através destas estratégias é possível captar recursos, atrair

investimentos, realizar eventos e promover o turismo cultural, que trazem consigo os

motores para o desenvolvimento local. E é justamente este desenvolvimento que é

buscado nestes municípios que hoje tem suas economias limitadas por falta de

políticas públicas.

Pensando nisto propomos esta pesquisa para conhecermos melhor a historia

da cidade, sua produção cultural e artística, conhecer a produção de artesanato local

e verificar qual o grau de conhecimento que a população tem sobre todos estes

temas.

Buscamos também entender quais os potenciais e oportunidades que a

cidade dispõe como norteadores para a proposição de ações de Relações Públicas,

com o objetivo de promover o desenvolvimento local no contexto da cultura local.

JUSTIFICATIVA 5.2

35

A pesquisa configura-se num instrumento que tem como objetivo auferir,

apoiar e embasar ações em dados concretos. A partir dos dados coletados nelas

podemos montar diversos cenários, projetar ações, entender situações a fim de se

solucionar algum problema. Sobre o assunto nos fala GIL (2007, p.17) que pesquisa

nada mais é que:

[...] procedimento racional e sistêmico que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos. A pesquisa desenvolve-se por um processo construído de varias fases, desde a formulação do problema até a apresentação e discussão dos resultados.

Neste sentido, entendemos que a pesquisa é um instrumento de suma

importância para embasar os programas, planos e projetos de relações públicas. É

através dela que podemos traçar um perfil da atual situação da organização e

entender possíveis caminhos para se construir um futuro. KUNSCH (2003, p.278)

nos diz:

Basicamente, a pesquisa em relações públicas tem como objetivos: conhecer a opinião dos públicos; construir diagnósticos da área ou do setor de comunicação organizacional/institucional; conhecer em profundidade a organização, sua comunicação e seus públicos para elaboração de planos, projetos e programas especiais de comunicação; fazer analise ambiental interna e externa, verificando quais as implicações que possam afetar os relacionamentos.

Também é importante destacar que dentro dos vários tipos de pesquisa, para

as relações públicas, a pesquisa qualitativa tem um papel importante na construção

das soluções de problemas e crises. É através deste tipo de pesquisa que podemos

traçar um cenário aberto e ter uma visão mais ampla da situação. REIS (2006) nos

traz que a pesquisa qualitativa “Considera a subjetividade dos sujeitos; permite

compreender resultados individualizados, traçando uma coleta de dados não

estruturada: observação, entrevista, estudo de caso, historia de vida, grupo focal.”.

Alem desta forma de pesquisa também destacamos o monitoramento

ambiental e auditoria social, onde é possível observar o ambiente macro que a

instituição esta inserida e de que forma este relacionamento esta se construindo e

impactando em sua imagem. Sobre o tema nos fala KUNSCH (2003, p.312) que “[...]

o monitoramento ambiental e a auditoria social são formas utilizadas pelas relações

públicas para pesquisar, examinar e avaliar as relações da organização com o seu

ambiente social”.

36

Todo este contexto converge para construção de um trabalho propositivo para

as relações públicas dentro das organizações, com o fortalecimento do seu papel

decisivo e estratégico nos caminhos a serem seguidos. O fato de provar através de

dados concretos a importância de ações nesta área faz com que as relações

públicas se firmem nos seus espaços conquistados e ganhe a confiança dos

gestores das organizações no momento da tomada de decisões. Assim nos fala

KUNSCH (2006, p.130):

Para as relações públicas, exercer a função estratégica significa ajudar as organizações a se posicionarem perante a sociedade, demonstrando qual é a razão de ser do seu empreendimento, isto é, sua missão, quais os seus valores, no que acreditam, e o que cultivam, bem como a definirem um identidade própria e como querem ser vistas no futuro.

Diante do exposto esta pesquisa justifica-se pela necessidade prima de colher

dados científicos e dar a credibilidade necessária para se confirmar ou descartar as

hipóteses propostas, bem como aproximar ao máximo as ações propostas da

realidade vista.

OBJETIVOS 5.3

Objetivo Geral 5.3.1

Realizar um diagnóstico avaliando os potenciais e fraquezas da cidade de

Itabaiana – PB, visando desenvolver um programa de Relações Públicas com ações

de fomento ao desenvolvimento local através da arte e da cultura.

Objetivos Específicos 5.3.2

Conhecer a historia do local;

Identificar os potenciais artísticos e culturais da cidade;

Localizar a produção de artes e cultura local;

Identificar a política pública municipal em relação ao desenvolvimento

local, artes e cultura;

37

Estudar a viabilidade de execução de um programa experimental de

relações públicas no contexto das artes e cultura.

HIPÓTESES 5.4

a) A cidade dispõe de aparelhamento cultural e de artes, mas não o utiliza para

o seu desenvolvimento.

b) A secretaria responsável pela área de cultura não desenvolve politicas

publicas permanentes para preservação e longevidade da cultura local.

c) A gestão pública municipal desconhece ferramentas para alavancar o seu

desenvolvimento através da sua produção cultural e artística.

d) A população não conhece a sua história e seu aparato cultural dificultando o

desenvolvimento do sentimento de pertencimento.

METODOLOGIA 5.5

A investigação é ponto primordial quando se quer conhecer a fundo uma

realidade. Nas pesquisas de Relações Públicas isso se intensifica, a medida que

para intervir em relacionamentos entre organizações e públicos, precisa-se conhecer

os dois lados e entender seus pontos de vista. Sobre o assunto vejamos o que fala

TORRO (2005, p.96):

quando o saber está incorporado nas pessoas, é necessário ir até elas para usufruir dele, compartilhar seu tempo e seu espaço. Se uma pessoa não transfere seu saber a outras pessoas ou não coloca em um objeto (livros, notas, textos, gravações etc.), ele se perde para a sociedade.

Ainda corroborando sobre o assunto acima nos fala sobre o objetivo geral de

uma pesquisa MINAYO (2005, p.19):

uma boa avaliação visa a reduzir incertezas, a melhorar a efetividade das ações e a propiciar a tomada de decisões relevantes. Guia-se por quatro objetivos: oferecer informações aos beneficiários, à sociedade e ao governo sobre o emprego dos recursos públicos; orientar os investidores sobre os frutos de sua aplicação; responder aos interesses das instituições, de seus gestores e de seus técnicos; buscar sempre uma melhor adequação de suas atividades.

38

Portanto o percurso que traçamos neste estudo foi de inicialmente buscar

informações sobre a história da cidade e quais os principais acontecimentos

históricos que a envolve. Para isso utilizamos a técnica de pesquisa documental,

onde buscamos através de jornais, fotos, blogs, e no livro escrito por Sabiniano

Maia6 obter estas informações.

Num segundo momento aplicamos uma pesquisa qualitativa, com método de

coleta uma entrevista semiestruturada, junto a alguns professores atuantes no

município e alguns atores sociais que militam na área para entender como o

município se comporta sobre o tema.

E por fim buscamos através do método de pesquisa de campo, com a

aplicação de entrevistas abertas junto a alguns populares, para entender o grau de

conhecimento sobre a história e cultura da cidade.

CRONOGRAMA 5.6

A presente pesquisa foi realizada entre os meses de março e abril do ano de

2013, tendo a analise e relatório final sido feito em maio do mesmo ano.

ORÇAMENTO 5.7

Os recursos humanos da pesquisa não foram remunerados por estarmos

tratando de um projeto acadêmico, sendo assim não houve custos neste aspecto.

Foram necessários alguns recursos materiais como impressão de

questionários, despesas com as viagens a cidade, recarga de cartuchos da

impressora, canetas e papel. Neste tópico o custo total foi de R$ 250,00.

Portanto o custo total com a pesquisa foi de R$ 250,00.

ANÁLISE DOS DADOS 5.8

6 Bacharel em direito, político e historiador. Dentre as principais funções públicas que exerceu esteve

a de Prefeito de Campina Grande e Guarabira, Procurador do Estado da Paraíba e Diretor do Jornal a União. Pesquisador da área de cultura e folclore e autor de livro sobre a história e memória de Itabaiana.

39

Durante o período que compreende a coleta de dados da pesquisa criamos a

rotina de ir semanalmente a cidade fazer explorações de campo em busca das

respostas que procurávamos.

Já na primeira visita nos deparamos com uma realidade onde todos os finais

de semana o povo buscava por alternativas de lazer e com a falta disso se

concentram na praça em bares e churrasquinhos, ao som de carros, como forma de

diversão e socialização.

Outros buscavam a Praça Epitácio Pessoa, local mais pacífico, para levar os

idosos e crianças para passeios e caminhadas, bem como para encontrar amigos e

bater papo.

Na semana seguinte observamos o mesmo fato, apenas com o diferencial

de que no dia havia uma festa na cidade vizinha de Mogeiro e os jovens se

articulavam para se deslocar até lá para aproveita-la. Foi assim durante todas as

semanas o que observamos neste aspecto, ficando constatada a carência da cidade

em ter opções de lazer e atrações para a população.

O segundo ponto que fomos à busca na nossa pesquisa de campo foi os

locais que retratam a história e carregam traços da cultura local. Catalogamos os

seguintes: o Alto do Major, o Antigo Casarão de Jessier Quirino, o casarão dos

Borges, a Igreja Matriz, o coreto, prédio da sede dos trabalhadores, a antiga estação

ferroviária, o moinho desativado, o açude das pedras, a ponte de guarita, o antigo

colégio Nossa Senhora do Carmo, e o memorial Mestre Sivuca. Porém nos

deparamos com a situação de não haver pessoas que conheciam a historia

daqueles lugares e pessoas, o que tornavam pouco produtiva as visitas, a não ser

pelo fato de poder desfrutar das belezas dos lugares.

A partir daí nossa curiosidade nos fez buscar pessoas que pudessem nos

contar estas histórias. Foi então que verificamos que existem poucas pessoas e já

de idades avançadas que detém este conhecimento e não há nenhum tipo de

iniciativa para se resgatar e preservar estas histórias.

Foi ai que enveredamos nas buscas de locais que desenvolvam estes

trabalhos, ou pelo menos semelhantes e que possam se interessar nesta vertente.

Localizamos duas associações, a Associação Cultural Memória Viva e a Associação

Amigos da Rainha do Vale do Paraíba, que tentam desenvolver estes trabalhos.

Porém como dependem de voluntariado, verbas federais e apoios municipais, os

seus trabalhos ficam limitados. A Associação Cultural Memória Viva tem como

40

objetivo resgatar a memória histórica da cidade através de fotos, depoimentos,

jornais antigos e materiais doados por moradores mais antigos. Já a Associação

Amigos da Rainha do Vale do Paraíba, conhecida como Cantiga de Ninar, tem

desenvolvido ações educativas e projetos de inclusão cultural através das artes com

crianças carentes.

Depois fomos à busca da produção de artesanato local. Foi onde

encontramos Dona Nevinha, figura conhecida na cidade pelo seu trabalho com

cerâmica. Ela produz panelas de barro com a tonalidade preta sem a utilização de

tinta. Seu trabalho é reconhecido a nível nacional e diversos turistas vêm em busca

de seus produtos que são vendidos no mercado de artesanato em João Pessoa.

Encontramos também, na zona rural, uma fazenda que em busca de oportunidades

de geração de renda, iniciaram um trabalho de produção de caminhões de madeira

com material reciclado. O resultado deste trabalho é tão bom que o projeto já

chegou a ser financiado pelo governo federal, com o apoio de projetos

desenvolvidos pela prefeitura.

Por fim a nossa pesquisa de campo buscou através de entrevistas abertas

com a população da cidade, entender qual a percepção e qual o grau de

conhecimento deles sobre a história e cultura local.

Ficou cristalino que quase nenhum dos entrevistados conhece como surgiu a

cidade, sua historia e seus destaques e pioneirismo no passado. Ao nos

aprofundarmos nas entrevistas percebemos que esta ausência de conhecimento se

dá pela ausência de instrumentos e locais que disponham deste conteúdo para

busca e que as poucas pessoas que ainda detém este aparato histórico não são de

fácil acesso.

Da Pesquisa Documental 5.8.1

A nossa pesquisa documental ficou limitada, devido à falta de fontes. Mesmo

assim conseguimos resgatar a história da cidade e quais os principais nomes da

cultura local baseado em analise do livro Itabaiana, Sua história – Suas memórias,

1500-1975, escrito por Sabiniano Maia, e em alguns exemplares do antigo jornal

local A Tribuna7.

7 Semanário que circulava na cidade até o ano de 2005. Era utilizado como diário oficial da cidade.

41

As Entrevistas com os Atores Sociais 5.8.2

a) Fabio Mozart – Foi o nosso primeiro entrevistado. Ele é pernambucano,

porém escolheu Itabaiana como cidade do coração. Poeta, escritor e músico,

ele milita a diversos anos na área de cultura da cidade. Atualmente ele é

diretor da Associação Amigos da Rainha do Vale do Paraíba, reconhecida

como ponto de cultura do ministério da cultura. Na nossa entrevista Fabio nos

falou que encontra muitas dificuldades em desenvolver os seus projetos, pois

precisa de pessoas que se disponham a serem multiplicadores voluntários

nas oficinas de artes, bem como de apoio financeiro para manter a estrutura

física da associação. Ele nos contou que teve diversos projetos aprovados

junto ao Ministério da Cultura, porém quase nenhum dele teve a verba

disponibilizada para execução. Ele também nos disse que apesar das

dificuldades ele busca através dos amigos e de contribuições da iniciativa

privada manter ativas as ações da associação. Falou que não tem apoio

financeiro da prefeitura para as atividades, mas que enxerga nesta nova

gestão pelo menos a vontade de mudar o cenário atual;

b) Socorro Almeida – Integrante da equipe da Assessoria de Comunicação da

prefeitura, formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo

pela Universidade Federal da Paraíba, foi quem nos forneceu todas as

informações contidas no briefing sobre a comunicação da cidade e quais as

perspectivas e caminhos que estão propostos para o futuro;

c) Dona Berta – Nascida e criada no local, hoje com 81 anos de idade, é uma

das poucas pessoas que conhece bem a historia da cidade. Foi através dela

que confirmamos e aprofundamos algumas histórias encontradas no livro de

Sabiniano Maia, e conhecemos outras histórias das famílias locais, bem como

foi através dela que captamos o nome dos artistas e expoentes da cidade;

d) Carlos Gomes – Comerciante local, ator social que milita nos movimentos de

base da Igreja, foi testemunha ocular de muitos dos movimentos culturais da

cidade. Contou-nos sobre as bandas marciais que existiam na cidade, dos

desfiles de bois na época de carnaval, falou de como o carnaval de Itabaiana

se consolidou no cenário estadual como um dos melhores e maiores e das

tradicionais festas, conhecidas na época como assustados, que aconteciam

42

na extinta sede dos trabalhadores. Também foi um dos poucos que

encontramos que conhece muito sobre a história da cidade.

Todo o percurso que trilhamos dentro da pesquisa foi de suma importância

para entendermos o atual cenário da cultura na cidade de Itabaiana, desde a coleta

de dados através da pesquisa bibliográfica e documental, passando pela pesquisa

de campo e desaguando na rica experiência das entrevistas com os atores sociais

locais, fazendo com que o presente trabalho estivesse fundamentado em dados

concretos e reais.

Diante da analise destes dados, das observações que apontamos como

pesquisadores e do briefing seguiremos como o desenvolvimento do diagnostico,

documento que trará a exposição da realidade encontrada.

43

6 DIAGNÓSTICO

O diagnostico a seguir será traçado de acordo com os objetivos gerais do

projeto que tem como foco a cultura e a historia da cidade de Itabaiana.

Baseado nos dados coletados na pesquisa documental, identificamos que o

maior patrimônio da cidade é sua própria historia. Diversos acontecimentos

históricos, como a batalha do açude das pedras, a interiorização da missão dos

jesuítas e o pioneirismo em energia elétrica, bonde de burro e outros, fizeram da

cidade berço de historias e acontecimentos que a colocam em local de destaque.

Porém ficou claro na pesquisa de campo que poucas pessoas, principalmente

os mais jovens conhecem estas histórias e riquezas da sua cidade. Não há

efetivamente políticas públicas para resgate, muito menos para a divulgação, da

história local. O que esta fazendo com que o município perca as suas origens e com

elas uma excelente oportunidade de crescimento através da cultura.

Não obstante a isto, Itabaiana também foi berço de muitos filhos ilustres e

nascedouro de uma grande produção cultural, que esta se esvaziando e sendo

esquecida com o tempo. Nomes como Sivuca, Zé da Luz, Abelardo Jurema, e suas

obras e legados são totalmente desconhecidas pela população e não há uma forma

objetiva para se buscar o conhecimento e usufruir destas obras, por falta de

aparelhos culturais voltados a ela.

Na cidade existem apenas duas obras que são alusivas a dois destes filhos

ilustres. Umas das obras são a placa e o busto do Poeta Zé da Luz, que foram

colocados em uma das ruas da cidade sem qualquer destaque ou interesse que a

obra viesse a servir dali em diante. A outra obra é o Sivuca Cultural Café, espaço

localizado dentro da Praça Epitácio Pessoa, a mais importante da cidade, que abriga

um pedaço da obra e vida do artista. Neste local ainda acontece alguns eventos

relacionados a cultura local, porém nada que promova a própria historia e cultura

que esta imbuída na obra.

44

Figura 5 - Sivuca Cultural Café

Fonte: http://itabaianacultura.blogspot.com.br/

Figura 6 - Busto e Placa de Zé da Luz em Capa de Revista editada em seu Centenário

Fonte: http://itabaianacultura.blogspot.com.br/

45

Mesmo possuindo uma secretaria, a de educação, cultura, esporte e lazer,

que é a responsável pela área, e tendo instalado recentemente o conselho municipal

de cultura, as ações voltadas especificamente ao tema ainda não aparecem, e as

que tentam ser implantadas ainda não surtiram efeito.

Outro ponto detectado é a ausência de uma estrutura para a atração de

turistas ao local. A cidade ainda sofre com uma infraestrutura deficitária nos

aspectos de hospedagem, alimentação, transporte e a falta de recursos humanos

que estejam qualificados para recepcionar e falar da sua própria historia.

Mesmo diante de todos estes aspectos que necessitam de melhorias

vislumbramos todas as forças e oportunidades que a localidade dispõe. Sua história,

os locais históricos como o moinho, o alto do major, a antiga estação ferroviária, a

Igreja Matriz, o correto, a praça Presidente Epitácio Pessoa, o colégio das freiras,

toda a produção cultural deixada pelo Poeta Zé da Luz, pelo Mestre Sivuca, Ministro

Abelardo Jurema, e ainda a atual produção advinda dos artistas Jessier Quirino,

Adeildo Vieira, Fabio Mozart, Orlando Otávio, entre outros, compõem um mix de

produtos e atrativos turísticos, que através do turismo e da execução de eventos e

políticas públicas são um poço infinito de oportunidades para o desenvolvimento

local.

A nossa pesquisa de campo também identificou que a cidade de Itabaiana

possui três pontos de cultura8, locais para produção e educação nas áreas de artes

e cultura com foco na inclusão social, que utilizados e apoiados da forma correta

pela prefeitura, podem se tornar operacionalizadores deste resgate histórico-cultural

proposto.

O artesanato local também compõe os diferenciais do município. Itabaiana é

reconhecida como exportadora de panelas de barro, produzidas de forma artesanal,

que tem a coloração preta sem a utilização de tinta. Dona Nevinha a mais antiga e

detentora desta técnica de produção, tem seu trabalho desejado por muitos turistas

e chega a ter seus produtos vendidos na feira de artesanato de João Pessoa, porém

é desconhecido que ela é de Itabaiana e que é lá que as panelas são produzidas.

8 Os pontos de cultura são: Rede Cidadã, que tem como objetivo promover oficinas de comunicação

comunitária, com alunos da rede pública estadual e municipal de ensino, para o incentivo à escrita, a leitura e a pronúncia; Cantiga de Ninar, que desenvolve projetos de inclusão cultural através de cursos nas áreas de musica, teatro, dança, cinema, entre outros; Gayrreiros do Vale do Paraíba, promove ações de inclusão e defesa dos direitos humanos da comunidade LGBT local.

46

Na mesma linha das panelas de barro, acontece a produção dos carrinhos de

madeira. No sitio Lagoa do Rancho, onde vivem cerca de 60 famílias dedicadas ao

plantio de subsistência, surgiu um projeto, que chegou a ser financiado pelo governo

federal, para produção de carrinhos e caminhões de madeira, dos mais diversos

tipos como boiadeiras, paus-de-arara, baú, entre outros, feitos com material

reciclado. Estes caminhões são vendidos em diversos lugares do país, sem se quer

saber de onde eles vêm.

Por fim deixamos claro que vocação e caminhos existem para que a cidade

de Itabaiana busque uma alternativa de desenvolvimento local, baseado em ações

de Relações Públicas, utilizando-se dos processos de folkmarketing para dar

visibilidade às potencialidades. O que falta apenas é o sentimento de urgência que

precisa ser despertado e a busca de profissionais capacitados para colocação

destes projetos em prática.

Tendo em mãos o presente diagnostico, partimos para a etapa de construção

das possíveis soluções e de estratégias que venham a preencher estas lacunas que

foram identificadas e que se mostram uma oportunidade de crescimento. Entramos a

seguir na construção do Programa de Relações Públicas, baseado em ações

estratégicas focadas na cultura local.

47

7 PROGRAMA DE RELAÇÕES PÚBLICAS

TITULO DO PROGRAMA 7.1

Ação e Cultura, Cidade de Itabaiana.

Figura 7 - Identidade Visual do Programa de Relações Públicas da Cidade

Fonte: Autores

JUSTIFICATIVA 7.2

O presente programa de Relações Públicas justifica-se pela necessidade de

executar ações para tentar solucionar os problemas encontrados que foram

detectados durante o processo de construção do briefing, pesquisa e diagnostico.

OBJETIVOS 7.3

Objetivo Geral 7.3.1

Fazer uso das ferramentas e estratégias de Relações Públicas como forma de

resgatar a história e cultura local, utilizando-se delas para a promoção do

desenvolvimento local.

48

Objetivos Específicos 7.3.2

Resgatar o legado e a história do poeta Zé da Luz e divulga-lo através de

instrumentos de comunicação dirigida;

Promover ações de divulgação da produção artesanal de panelas de barro e

caminhões de madeira com material reciclado, como forma de fortalecimento

e reconhecimento do artesanato local;

Mostrar a população a obra de Mestre Sivuca e fazer com que eles tenham

contato com este acervo;

Apresentar para população a história dos revolucionários bondes puxados a

burro na década de 10;

Promover a qualificação dos colaboradores de empresas que recebem

turistas;

Criar instrumentos de comunicação dirigida como guias para os visitantes da

cidade;

PÚBLICOS – ALVO 7.4

Prefeitura Municipal de Itabaiana – PB;

Artesões Locais;

Estudantes;

As Associações de fomento a cultura local;

Os artistas da terra;

Os turistas e visitantes;

A população das comunidades onde o projeto estará inserido.

PROPOSTAS DE AÇÃO 7.5

Ação 1 – Forró na Praça, resgatando o legado do Mestre Sivuca. 7.5.1

a) Público Alvo: Comunidades do Brejinho, Alto Alegre, Açude das Pedras,

Campo Grande e Maracaípe;

49

b) Objetivos: Desenvolver uma programação cultural que envolva os

moradores destas comunidades com a história e a obra deixada pelo mestre

Sivuca, buscando gerar o desenvolvimento local;

c) Justificativa: Resgatar o legado de Sivuca, bem como difundir sua obra

para as comunidades que não tiveram oportunidade de conhecer.

Ação 2 – Comunicação Dirigida, preparando a receptividade ao turista. 7.5.2

a) Públicos – Alvo: Turistas e Colaboradores dos Serviços ao Turista;

b) Objetivos: Desenvolver um folder com breve histórico da cidade, os filhos

ilustres, informações sobre pontos turísticos, serviços básicos e utilidade

pública para servir como uma espécie de guia para os visitantes. Bem como

desenvolver uma cartilha sobre qualidade no atendimento, a ser distribuída

com os colaboradores de hotéis, pousadas, restaurantes e todos os

segmentos de atendimento ao turismo;

c) Justificativa: A necessidade de orientar os turistas que visitam a cidade

mostrando seus atrativos. Além disso, a cartilha será uma forma de capacitar

os prestadores de serviço a encantar o turista e fazer com que ele volte em

outras oportunidades.

Ação 3 – Quer conhecer Itabaiana? Pergunte-me como. 7.5.3

a) Públicos – Alvo: Estudantes do Ensino Médio;

b) Objetivos: Viabilizar a criação de um curso preparatório de Guias

Turísticos, com ênfase nas potencialidades turísticas da cidade de Itabaiana;

c) Justificativa: Para que uma cidade possa se desenvolver através do turismo

ela precisa ter pessoas capacitadas e com expertise sobre a história local, os

50

pontos turísticos e seus serviços. Como a cidade é carente de oportunidades

de emprego, este curso alia oportunidade ao desenvolvimento local.

Ação 4 – Literatura na corda, resgatando o legado de Zé da Luz através do 7.5.4

cordel.

a) Públicos – Alvo: Estudantes e Turistas;

b) Objetivos: Fazer com que os estudantes da cidade conheçam o legado

deixado pelo poeta local e possam conhecer sua história para passa-la a

futuras gerações. Também é objetivo desta ação atingir os turistas como

forma de divulgação da cultura local, utilizando-se deles como divulgadores

para despertar o interesse de outras pessoas em conhecer o local;

c) Justificativa: Com o passar do tempo o legado e a história do Poeta Zé da

Luz tem se perdido. Faz-se então necessário despertar o interesse e criar

instrumentos pelos quais as pessoas venham a conhecer e possam ser

propagadores vivos deste legado.

Ação 5 – Itabaiana te recebe de braços abertos. 7.5.5

a) Públicos – Alvo: Turistas que chegam a cidade através do terminal

rodoviário;

b) Objetivos: Receber os turistas de forma calorosa, colocando-os no clima do

São João e ao mesmo tempo oferecê-los um suporte logístico na sua

chegada;

c) Justificativa: Muitas vezes as pessoas chegam ao local para visita-lo e não

tem qualquer conhecimento do lugar. Poder dar um suporte, informando onde

encontrar os principais serviços, onde esta acontecendo os eventos e como

solucionar a sua hospedagem e alimentação é decisivo para o encantamento

do turista.

51

Ação 6 – De Carona. 7.5.6

a) Publico – Alvo: Todos os participantes dos eventos de São João;

b) Objetivos: Criar um meio de transporte alternativo e descontraído, para as

pessoas que precisam se deslocar aos locais dos eventos do São João;

c) Justificativa: Resgatar a historia dos bondes puxados a burro, que foi um

projeto inovador na época de 1912 e faz parte do contexto histórico da cidade.

CRONOGRAMA 7.6

AÇÕES

JUN

2013

JUL

2013

AGO

2013

01 Forró na Praça, resgatando o legado do Mestre Sivuca

02 Comunicação Dirigida, preparando a receptividade ao

turista X X

03 Quer conhecer Itabaiana? Pergunte-me como

04 Literatura na corda, resgatando o legado de Zé da Luz

através do cordel X X

05 Itabaiana te recebe de braços abertos

06 De Carona

52

8 PLANEJAMENTO DAS AÇÕES EXECUTADAS

PROJETO DE EXECUÇÃO DA 1ª AÇÃO 8.1

O tema do primeiro projeto é “Comunicação Dirigida, preparando a

receptividade ao turista”.

Públicos-Alvo 8.1.1

Os públicos que pretendemos atingir com esta ação são os colaboradores das

empresas de serviços como hotéis, restaurantes e bares, e os turistas que visitam a

cidade.

Justificativa 8.1.2

Os instrumentos de comunicação dirigida servem como veículo para se

alcançar um público especifico, com objetivo de informar algo de seu interesse.

Portanto esta ação tem sua importância determinada pela necessidade de

informar melhor os visitantes sobre a cidade e despertar o interesse nele de

conhecer melhor o local. Assim como é de suma importância capacitar as pessoas

que irão receber estes mesmos visitantes.

Objetivos 8.1.3

a) Objetivo Geral

Desenvolver instrumentos de comunicação dirigida que possam orientar os

públicos alvos em suas atividades.

b) Objetivos Específicos

Criação de um folder de Turismo Receptivo, para orientar os turistas sobre os

principais serviços da cidade e sobre a história e pontos turísticos;

53

Desenvolver uma cartilha com orientações de como atender com qualidade

os visitantes.

Estratégias de Execução 8.1.4

O primeiro passo foi a seleção dos dados que iriam compor o folder de

turismo receptivo e coleta de dados para compor a cartilha sobre atendimento para

os colaboradores das empresas prestadoras de serviço. Após a definição do

conteúdo partimos para confecção dos materiais e desenvolvimento da

apresentação gráfica.

Ao finalizar o processo de criação seguimos para operacionalização da

distribuição dos materiais.

Para as cartilhas, procuramos os estabelecimentos catalogados na nossa

pesquisa, apresentamos a proposta do material e disponibilizamos as cópias para

que fossem distribuídos com os colaboradores.

Já o folder de turismo receptivo foi distribuído na rodoviária municipal com as

pessoas que chegavam através da linhas de transporte intermunicipal e

interestadual durante os dias 22, 23 e 24 de Junho no São João e dias 28 e 29 de

Junho durante o São Pedro.

Orçamento 8.1.5

Quantidade Item Valor

1.500 Folder Turismo Receptivo R$ 375,00

150 Cartilha sobre qualidade no atendimento R$ 105,00

Total R$ 480,00

Despesas custeadas pela prefeitura de Itabaiana.

54

Folder 8.1.6

55

Cartilha 8.1.7

56

PROJETO DE EXECUÇÃO DA 2ª AÇÃO 8.2

O tema do segundo projeto é “Literatura na corda, resgatando o legado de Zé

da Luz através do cordel.”.

Públicos-Alvo 8.2.1

Os públicos a serem atingidos com esta ação são os estudantes e os turistas

que visitam a cidade.

Justificativa 8.2.2

O poeta Zé da Luz é um dos grandes nomes de destaque da cultura

itabaianense. Sua produção tem uma linguagem matuta e montada na linguagem

informal. Seus poemas retratam coisas do cotidiano e da sua cidade natal. Porém a

sua obra tem sido perdida e esquecida com o tempo, ficando difícil de resgata-la e

promove-la com merecimento. Portanto esta ação justifica-se pela necessidade de

resgatar esta obra, tão importante para o processo de identidade da cidade, e

divulga-la para conhecimento público.

Objetivos 8.2.3

a) Objetivo Geral

Resgatar a obra e vida do poeta Zé da Luz para construção de um

instrumento de comunicação onde possamos difundi-la.

b) Objetivos Específicos

Criação de um cordel com alguns de seus poemas;

Distribuição deste cordel com os alunos do ensino médio das escolas da

cidade como forma de promoção deste legado.

57

Estratégias de Execução 8.2.4

Iniciamos com a coleta de dados sobre a vida do poeta e dos seus principais

poemas. Em sequencia executamos a criação gráfica do cordel.

Dando sequencia a logística, procuramos os diretores de duas escolas, a

Escola Normal Municipal Professora Marieta Medeiros e o Colégio Nossa Senhora

da Conceição, para explicarmos os objetivos do projeto e em seguida

disponibilizamos o material com os professores para posterior distribuição com os

alunos da escola.

Orçamento 8.2.5

Quantidade Item Valor

200 Cordéis Poeta Zé da Luz R$ 600,00

Total R$ 600,00

Despesas custeadas pela prefeitura da cidade.

58

Cordel 8.2.6

59

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS

É chegada a hora de se fechar mais um ciclo. O projeto experimental de

Relações Públicas põe a prova tudo aquilo que vivenciamos em sala de aula durante

o curso. Poucas foram às oportunidades que tivemos de testar as nossas

habilidades e por em pratica todo este fascinante aparato de estratégias que as

Relações Públicas carregam consigo. Tivemos muitos obstáculos a superar, mas

cada um deles serviu de experiência e bagagem para as próximas caminhadas. Mas

enfim é chegada a hora.

A primeira inquietação a ser vencida era a escolha do tema e do segmento

que iriamos atuar e junto a isto, quem escolheríamos para ser o nosso cliente.

Organizações Privadas, ONGs, instituições Públicas, artistas, eram tantos os

campos que gostaríamos de atuar e nos sentíamos motivado a seguir, que a cada

dia esta escolha se tornava mais difícil.

Foi então que encontramos a Cidade de Itabaiana, com um potencial histórico

e cultural maravilhoso, um povo carente de atenção e uma gestão ávida por

mudanças que pudessem impulsionar os destinos e futuro do lugar.

Dai então começamos nossa caminhada como pesquisadores, buscando

cada detalhe, observando cada fenômeno e descobrindo as fraquezas e as

oportunidades que toda aquela situação nos oferecia. Não foi fácil. A distância da

nossa casa, o tempo escasso, o cansaço das viagens semanais a cidade, foram

algumas das dificuldades que encontramos, porém, nossa motivação era maior.

Ainda nos deparamos com a dificuldade de acesso as pessoas, as escolas, a falta

de bibliografia sobre o nosso tema, dificuldade na execução geral da pesquisa que

acabou tem sua qualidade de certa forma comprometida, mas sem interferir nos

resultados finais.

Partimos então para nossa função estratégica. Analisar cada dado coletado,

catalogar as entrevistas, estruturar as histórias e por fim montar o documento que

serviu de base para todas as ações propostas, o diagnostico.

Sem tempo de parar, pois o nosso tempo já estava escasso e este foi um dos

maiores desafios que enfrentamos, partimos para o processo de exposição e

maturação das ideias para que pudéssemos construir o Programa de Relações

Públicas.

60

Pensamos em ações simples, cujo processo folkcomunicacional pudesse

contribuir de forma efetiva para construção de um novo caminho para o

desenvolvimento regional através dos aspectos da cultura. Então propomos seis

ações que eram de fácil execução, que tinham um conteúdo voltado para o resgate

da historia e da cultura local, e que servisse como uma luva para o contexto da

época do São João, período que escolhemos para execução das ações.

A ação do resgate da história do poeta Zé da Luz foi uma das eleitas para o

desenvolvimento pois estava latente que esta figura ilustre da cidade tinha muito a

acrescentar para a cultura local, porem estava com seu legado sendo esquecido e

com o passar do tempo ficando mais difícil de ser retomado. Além é logico de todo o

contexto do cordel dentro das festas juninas.

A segunda ação escolhida para execução foi a da construção de materiais de

comunicação dirigida para turistas e para os colaboradores que os recebem na

prestação de serviço. Para que uma cidade possa crescer turisticamente ela precisa

esta preparada para receber. Então uma alternativa simples, porem pratica e efetiva,

foi a construção de um roteiro de turismo receptivos com os principais serviços para

guiar os visitantes e o outro foi oferecer um material de apoio para o aprendizado

daqueles que querem crescer e se desenvolver profissionalmente, a cartilha de

atendimento.

Percorrido todo este caminho percebemos que a nossa escolha de segmento

e cliente foram muito acertadas e que nos renderam uma experiência impar, que

servirá como norte para todos os projetos que fizermos daqui para frente como

profissionais.

E para finalizar enxergamos neste projeto uma lacuna a ser preenchida pelos

profissionais de Relações Públicas, que é a atuação na esfera pública, com o intuito

de promover o desenvolvimento local, utilizando-se de ferramentas como o

Folkmarketing, área da comunicação hibrida, no contexto cultural da comunicação

mercadológica.

REFERÊNCIAS

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