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GUIA PARA EQUIPAS DE TERRENO DA HANDICAP INTERNATIONAL E ACTORES DOS SERVIÇOS SOCIAIS
Dezembro 2009
Acompanhamento social personalizado:Reflexões, método e ferramentas de uma abordagem em trabalho social de proximidade
Autores: AudreyRelandeau,NathalieCherubini,ClaudieDidierSeveteAnnieLafreniere;produzidopelaSecçãoServiçosSociais,EconómicoseEducação,DirecçãodeRecursosTécnicos,HandicapInternational
Contributos: HervéBernard,PhilippeChervin,EricDelorme,ResponsáveispelosProgramas,DominiqueGranjon,EricPlantier-Royon,CéciledeRyckel,MathieuDewerse,daHandicapInternational,PamelaTrevithick,EmmanuelleSix,
EquipasdaHandicapInternationaleparceirosdosnossosprogramasnaArgélia,Balcãs,Camboja,Indonésia,Madagáscar,Marrocos,Moçambique,Nepal,Rússia,Senegal.
Apoio técnico e edição:HandicapInternational–PóloPublicaçõesProfissionais,CatherineDixon
Tradução:GilGonçalvesCosta
Criação gráfica:CatherineArtiglia
Paginação:FrédéricEscoffier
Contactos: AnnieLafrenière,ReferenteTécnicadeInserçãoSocial,HandicapInternational [email protected] HervéBernard,ResponsáveldeDomínio,HandicapInternational [email protected]
Crédito fotografia da capa:©PriscilleGeiser/HandicapInternational
Esteguiapodeserutilizadooureproduzidosobreservademencionarafonteeunicamenteparaumautilizaçãonãocomercial.
ISBN:
3
Índice
Prefácio página04
Par te 1
Par te 2Par te 3
Princípiosereferências página07/ Trabalho social e desenvolvimento página08/ Acompanhamento social personalizado: generalidades página16/ O acompanhamento social personalizado de pessoas com deficiência página25
Guiaprático página29/ Guia prático do interveniente social página30/ Guia prático do chefe de projecto página47
Caixadeferramentas página53/ Etapa 1: Estabelecimento de contactos página54/ Etapa 2: Diagnóstico social página55/ Etapa 3 e 4: Negociação do projecto e plano de acçãopágina página69/ Etapa 5: Contratualização página71/ Etapa 6: Arranque e seguimento do projecto página73/ Etapa 7: Avaliação / balanço intermediário página74/ Etapa 8: Finalização do acompanhamento página75
Bibliografiaereferências página78
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Apresenteobraéumguiametodológicosobreoacompanhamento social personalizado.
Aoproporelementosdecompreensão,dereflexãoedepráticasobreessaabordagemdotrabalhosocial, dirige-se aos intervenientes de terreno da Handicap International e aos referentes deserviçospúblicosouassociativosencarreguesdoacolhimento,dainformação,daorientaçãoedoacompanhamentodepessoascomdeficiênciaeoutrospúblicosvulneráveis.
Já há vários anos que a Handicap International intervém no campo do acompanhamento,nomeadamente no âmbito de políticas e estratégias implementadas para o desenvolvimento deserviçosdesaúdeedeinserçãosocialemsituaçãodedeficiência.
Albânia…Formaçãodetrabalhadoressociais; Afeganistão…Centrodereabilitaçãocomunitária;Algéria…Espaçosdesocializaçãoeimplementaçãodoarranquedeumprojectopersonalizadonasestruturasdeacolhimentodecriançasprivadasdefamília;Balcãs…Projectodeacompanhamentopsicossocial;Brasil…Experiênciadeprojectossociais;Camboja…Acompanhamentosocialdepacientesdocentroparatetraplégico;Indonésia…Projectodeinserçãopós-tsunami;Madagáscar…Gabinetedeacçãosocialnosprojectosdedesenvolvimentolocal;Marrocos…Projectodeparticipaçãosocial;Mali…Rededeintercâmbiodeconhecimentos;Uzbequistão…Centrosderecursoseredesocial;Roménia…ProjectoAurora ; Rússia…Acompanhamentofamiliareestabelecimentodeumarededeactoresde intervenção precoce; Ruanda… Projecto de inserção; Senegal… Sistema comunitário de identificação e deacompanhamentodepessoascomdeficiênciaemCasamansa;Serra Leoa…Promoçãodosdireitosedainserçãosocialdepessoascomdeficiência…
Paralelamente,ocampodotrabalhosocialdesenvolveu-seeestruturou-semuitonestesúltimosanosnospaísesocidentais.Parece-nosinteressanteepertinentedifundirosmétodoseasferramentasno terreno, em resposta às necessidades e expectativas expressas em termos de compreensãodo trabalho social e da sua correlação com os princípios e conceitos fundadores da HandicapInternational,decoerênciadeintervençãoe,sobretudo,deapoiometodológicoetécnicoàspráticasdeterreno.
Este guia participa igualmente na reflexão levada a cabo pela Handicap International sobre oprocessoglobaldeinserçãodepessoascomdeficiênciaearticula-se,entreoutros,comomodelodecompreensãoqueéoProcessodeProduçãodaDeficiência(PPD),osdireitosdaspessoasdeficientesesobreaestratégiadedesenvolvimentocomunitárioparticipativaeinclusivaqueéaReadaptaçãoàBaseComunitária(RBC),modelosepráticasjáamplamenteutilizadosnosnossosprogramas.Poroutrolado,esteguiainscreve-senotrabalhodecapitalizaçãosobreaabordagemRBClevadaacabopelaHandicapInternationaledáseguimentoaossemináriosinternacionaisorganizadosemPequimeemBujumbura,em2009.
Este guia de acompanhamento social personalizado pode ser utilizado:•Numprojectoespecíficodeinserçãosocial,atravésdaimplementaçãodeumdispositivo
territorialdeacompanhamentosocialparaaspessoascomdeficiênciaedevulnerabilidade,permitindo-lhesoacessoaserviçosearealizaçãodeprojectospersonalizados;
Prefácio
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•Comosuportedeacompanhamentodapessoanosprojectosdedesenvolvimentoedeur-gênciadaHandicapInternational:Saúde,reeducação,readaptação,vidafamiliaresocial,educação,vidaprofissional,cidadeedeficiência,desportoselazer,etc.
•Comosuportedesensibilizaçãoedeformaçãoparaoreforçodascompetênciasepráticasdosprofissionais,actoreseparceiroslocaisquetrabalhamemproximidadecompessoascomdeficiênciaevulnerabilidade,paraaconsciencializaçãodanoçãodeacompanhamen-tosocialpersonalizado.
Nãotemvocaçãoparaserumaferramentasuplementarparaaplicarautoridadenoterreno,masvisafornecerelementosdecompreensãoeconselhosmetodológicosparaaimplementaçãoe/oumelho-riadepráticasjáexistentes.Oseuconteúdopropõeumenquadramentoparaoacompanhamentosocialpersonalizadoevisa fornecer ferramentasconcretase realistas,mas igualmenteflexíveiseadaptáveis,pararesponderàsnecessidadesdosintervenientesdeterrenoqueacompanhamaspes-soascomdeficiência.
O guia está organizado em três partes:
/ Primeiro,umasecçãode“Princípios e referências”,queapresentaelementosteóricossobreotrabalhosocial,odesenvolvimentoeacompanhamentosocialpersonalizado.
/ Estasecçãoéseguidadeum“Guia prático”destinadoaostrabalhadoressociais,intervenientesou referentes sociais responsáveis pelo acompanhamento, que aborda em pormenor aimplementação do acompanhamento social personalizado, propondo diversas técnicas deintervençãoeferramentaspráticas.Este“Guiaprático”propõeigualmenteumavertentequesedestinaaoschefesdeprojecto,oucoordenadoresdedispositivossociais,ondesãopropostasreferênciasparaodesenvolvimentoeoseguimentodeumserviçodeacompanhamento.
/ Aterceiraparteéuma“Caixa de ferramentas”compostamaioritariamenteporferramentasprovenientesdeprogramasdaHandicapInternational.
Comonãofoipossívelapresentarnumaobraempapeltodasasferramentasdisponíveis,anexou-seumCD-Romaesteguiaparaproporumapercepçãobastanteexaustivadasferramentasexistentesquepoderãoseradaptadassegundooscontextoseoslocais.Porfim,éimportantenotarqueesteguiaseinscrevenumprocessodeaprendizagemsobreoacompanhamentosocialpersonalizadoequeseaconselha,porestaordemdeideias,completaressaaprendizagematravésdemanuaisdeformação,deexperiênciasdecolocaçãoempráticaeoutrasferramentasrelacionadascomotraba-lhosocialeodesenvolvimento.
Váriasiniciativasalimentaramaconstruçãodesteguia:pesquisasdocumentais,trocasdeexperiên-ciaseencontroscomprofissionaisdaHandicapInternationalnasedeesobreosprogramas,inter-câmbioscomprofissionaisdaacçãosocialecomactoresdedesenvolvimentolocaleinternacional.Asreflexõesforammuitoenriquecidaspelaparticipaçãodasequipasdeterreno,pelaspráticasde-senvolvidas,asquestõeslevantadaseasnecessidadesexpressas,queseconsolidaram,entreou-tros,aquandodeumsemináriosobreoacompanhamentosocialpersonalizadoorganizadoemLyon,emDezembrode2008.
Desejamosqueesteguiasejaumfactorprincipalparamelhorarainserçãosocialdepessoascomdeficiência, reconhecendoopapelcrescentedesempenhadopelos intervenientessociais,o lugarcentraleascapacidadesdapessoaemsituaçãodedeficiênciae,porfim,aimportânciadaabordagemedotempoquedeveseracordadoemqualquersituaçãodemudança.
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/ 1. Trabalho social e desenvolvimento - - - - - - - - - - PAGE 08
Trabalho social: definições e contextos de intervenção- - - - PAGE 09
Zoom sobre três campos de interacção - - - - - - - - - - - - - - - PAGE 11
/ 2. Acompanhamento social personalizado: generalidades - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - PAGE 16
Definição e objectivos do acompanhamento social personalizado - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - PAGE 17
Vantagens do acompanhamento social personalizado - - - - PAGE 19
A abordagem sistémica - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - PAGE 20
/ 3. O acompanhamento social personalizado de pessoas com deficiência - - - - - - - - - - - - - - - - PAGE 25
Princípios e referênciasParte 1
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Baseados nos fundamentos humanistas, os mundos dodesenvolvimento e do trabalho social estão interligados. Têm emcomum o desejo do reconhecimento e do acesso aos direitos daspessoas em dificuldades e desenvolvem acções para melhorar assuascondiçõesdevidaefacilitarumamelhorparticipaçãocívicaporpartedecadaum.
O trabalho social defronta-se, desde há cerca de vinte anos, comnumerosos desafios locais, nacionais e internacionais. O impactodosacordosinternacionaisquefavorecemaliberaçãodosmercadoseadas instituiçõesdaeducação,da saúdeedos serviços sociaisconduziuasassociaçõesinternacionaisquerepresentamaprofissão,designadamenteaFederaçãoInternacionaldosTrabalhadoresSociais(FITS)1eaAssociaçãoInternacionaldasEscolasdeTrabalhoSocial(AIETS)2,àdefiniçãoderegraseacordosentreospaíses,emfunçãodecontextoshistóricosepolíticosespecíficos.
Aomesmotempo,a implementaçãodeprogramasnocampodotrabalhosocial foiconfiadaaosgovernos,àsONGeaoutrasorganizaçõesinternacionais.
Afimdecompreendermelhorestainteracção,éinteressanterealçaralgunsfundamentoseobjectivoscomunsàspolíticasdedesenvolvimentoedaacçãosocial.
Os objectivos visados:
- Acapacidadedeemancipaçãodaspessoas;- Amobilizaçãodosindivíduos,famílias,organizações,comunidades,tendoemvistaamel-
horiadassuascondiçõesdevida;- Areduçãodasdesigualdadesedasinjustiçaspelainserçãodosgruposmarginalizados,
vulneráveis,excluídosouemsituaçãoderisco;- Amudançasocial(aplicaçãodasleis,influêncianaspolíticassociais).
Os diferentes níveis de impactos:
- Individual- Familiar- Comunitário- Social
Parte 11. Trabalho social e desenvolvimento
1. FederaçãoInternacionaldosTrabalhadoresSociais:www.ifsw.org
2. AssociaçãoInternacionaldasEscolasdeTrabalhoSocial:www.iassw-aiets.org
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Os valores de referência:
- Ovalorintrínsecodecadaserhumano(igualdadeentretodos)- Osdireitoshumanoseajustiçasocial- Aabordagemdodesenvolvimentohumano- Avalorizaçãodopotencialedadiversidade- Acapacidadedoindivíduoparaseractordoseudesenvolvimentopessoaleparapoder
fazerescolhas- Orespeitomútuoeasolidariedadecolectiva
Os meios utilizados:- Asteorias/conceitosdocomportamentohumano3
- Asteoriasdodesenvolvimentopsicológicohumano4
- Asteoriasdecomunicaçãohumana5
- Aanálisedossistemassociais- Osmétodosdeavaliaçãoedeintervenção
/ TraBaLHO sOciaL: definições e cOnTexTOs de inTervençãO
3. cf.asteoriasbehavioristas(PavloveWatson)ecognitivas(LewineFestinger)
4. cf.asteoriasdeVygosky,Freud,Piaget…
5. cf.“Ensaiosdelinguísticageral”,RomanJakobson,EditionsdeMinuit,Paris,1973,p.209-248
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Definições
SegundoasNaçõesUnidas(1959):“OTrabalhoSocialéumaactividadequevisaajudaraadaptaçãorecíprocadosindivíduosedoseumeiosocial,esteobjectivoéatingidoatravésdautilizaçãodetécnicasemétodosdestinados a permitir aos indivíduos, aos grupos, às colectividades enfrentarem as suasnecessidades,resolveremosproblemasqueasuaadaptaçãocolocaaumasociedadeemevolução,graçasaumaacçãocooperativa,melhoraremascondiçõeseconómicasesociais.”
EmJulhode2001,oAIETSeaFITSentraramemacordoquantoaumadefiniçãointernacionaldotrabalhosocial.“O trabalho social enquanto profissão visa promover a mudança social e a solução deproblemasnasrelaçõeshumanas,aomesmotempoqueajudaaspessoasaterempoderelibertarem-separaobteremummaiorbem-estar.Baseando-senasteoriasdasciênciashumanasedos sistemas sociais, o trabalho social intervémnocampodas interacçõesentreaspessoaseoseuambiente.Osdireitosdapessoaeajustiçasocialsãoprincípiosfundamentaisdaacçãoemtrabalhosocial.”
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Histórico e contextos
ApráticadotrabalhosocialnomundoevoluiubastanteapartirdasegundametadedoséculoXX, numa primeira fase, por causa da problemática dos refugiados que fugiam dos conflitosarmadosoudafome.Amobilidadecrescentedaspopulações,amultiplicaçãodosconflitosnomundoeasculturascadavezmaisheterogéneaslevaramaqueseencarasseotrabalhosocialnumadimensãointernacional.AcriaçãodaFederaçãoInternacionaldosTrabalhadoresSociais,em1950,ilustraessavontade.
Assim, o campo do trabalho social, mais desenvolvido e estruturado nos países do Norte,procurachamaraatençãodasociedadeciviledospoderespúblicosparaproblemastaiscomoapobreza,asituaçãodepopulaçõesvulneráveis(pessoasidosas,pessoascomdeficiencia,órfãos,refugiados,etc.),asdoenças,onãoacessoàeducação,oanalfabetismo,asrepercussõesdasguerrasedascatástrofesnaturais,etc.
Nofinaldosanos90,LionelH.Groulx,sócio-antropólogoquebequense6identificou,nospaíseseuropeus,noQuebequeenosEstadosUnidos,trêsconfiguraçõesprincipaisdaacçãosocial:
• O modelo sócio-institucional:desenvolvidoantesdacriseeconómica,postulaquesóoestadotemlegitimidadeparadarumarespostainstitucionaleuniversalàsnecessidadessociais;
• O modelo neoliberal:aajudaestataldeve-selimitaraosmaisdesfavorecidos.Esteesque-madeixaasleisdomercadoencontrararespostaàsnecessidadessociais;
• O modelo sócio-comunitário:tendeigualmenteparaadesvinculaçãodoEstado,masemproveitodascomunidades,afimdesolidarizarodinamismodascolectividadesedesen-volverredesnaturaisdeajudamútua.
Desde há cerca de vinte anos que a evolução dos contextos sociais e económicos, doscomportamentos, das referências e dos valores obriga os profissionais, os formadores eos investigadores em trabalho social a acentuar as trocas internacionais com o objectivo deestabelecerpistasdereflexãocomunsenovastécnicasdeintervenção.
Hojeemdia,nospaísesdesenvolvidos,“otrabalhosocialnestefimdeséculoconfronta-secomtrêsmudançasprincipais.Emprimeirolugar,adensidadedosproblemassociaisnãoéamesmadehá20ou30anos:apobrezatornou-senaexclusãosocial,eoempregooprincipalvectordaintegraçãosocial.Istosignificaqueotrabalhosocialsevêmaisdirectamenteimplicadocomoquesepassanomundodotrabalho,mundoessedesconhecidoparaotrabalhosocialtradicional,tendoaeconomiaexistidodurantemuitotempocomoum“não-pensamento”dessaprofissão.Em segundo lugar, o Estado social alterou substancialmente a sua trajectória de intervençãode forma que o trabalho social – todas as categorias incluídas – já não se pode identificarapenascomoserviçopúblicoapesardesera fontedassuasprincipais referênciasdesdeosanos60.Comoconsequência,ainterfacecomasorganizaçõescomunitáriasé,doravante,umdado incontornável: compreendemo-las melhor, toleramo-las, mas elas são objectivamenteorganizações“concorrentes”dasdoserviçopúblico.Emterceirolugar,surgiramnovaspráticas–àsquaisotrabalhosocialestáassociadoounão–noseiodasociedadeciviledoespaçopúblicocomumemtornodetrêsreferenciais:odainserção,ododesenvolvimentolocaleodaeconomiasocial.Estesreferenciaisconjugam-seempartecomaterritorializaçãoeadescentralizaçãodeváriaspolíticaspúblicas.Esteéoutrodadodesconhecidodotrabalhosocialtradicionalquesefoiespecializandoesectorizandocadavezmais,comopassardosanos,(saúdemental,protecção
6. «Actionsocialeetluttepopulaire:uneanalysedecas»-Canadianjournalofsociology-1981
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da juventude, intervenção juntodasfamílias, intervenção juntodos idosos,etc.)noâmbitodeumEstado-providênciacentralizadoequeexerciaumquasemonopóliodaproduçãodeserviçocolectivos.”7
Estasquestões repercutem-se,emparte,napráticado trabalhosocialnamaioriadospaíseschamados“doSul”,mesmoqueaspolíticaseosdispositivosdeacçãosocialsejamgeralmentesubexplorados,quaseinexistentesemdeterminadoscasos.Quandoexisteumtrabalhosocial,asuagestãoeosseusmeiossãocentralizadosanívelnacional,ostrabalhadoressociaissãopouconumerososetêmumamargemdemanobramuitasvezesrestrita.Noentanto,noâmbitodosObjectivosdeDesenvolvimentodoMilénio(ODM),porexemplo,acomunidadeinternacionalempenha-secadavezmaisemprogramaslocaisdedesenvolvimentonospaísesdoSul,ondeos intervenientesdo trabalhosocialdesempenhamumpapelessencial.Apráticado trabalhosocial,atravésdoseucampodeintervenção(oindivíduo,acomunidadeeoseuambiente)edasuametodologia(autodeterminaçãoeparticipação),faztodoosentidoactualmenteemlocaisdediferentesprogramasdedesenvolvimento.NospaísesdoSul,estaspráticassãooreflexodosdesafiosdotrabalhosocial,taiscomovistosanteriormente,ancorando-senumterritórionovo,muitasvezesbemlongedosconstrangimentosinstitucionaisdospaísesdesenvolvidos,ehoje,talvez,umterrenofértilparaexperiências/inovaçõeserenovação.AFederaçãoInternacionaldasEscolasdoTrabalhoSocialvisaapromoçãododesenvolvimentodaformaçãoemtrabalhosocial,adifusãoeaformalizaçãodestaspráticasnomundointeiro.Noentanto,nota-sequeaindahojeaspráticasdotrabalhosocialestãopoucopresentesnospaísesdoSul,sãopoucoconhecidaspelosagentesdedesenvolvimento,pelosprofissionaisdocamposocialepelosEstados.
/ ZOOM sOBre TrÊs caMPOs de inTeracçãO
• Trabalho Social e Direitos das Pessoas com Deficiência Aentradaemvigor,emMaiode2008,daConvençãosobreosDireitosdasPessoascomDefici-ência8,ouCDPD,marcou,anívelinternacional,oreconhecimentopolíticoejurídicodeumamelhorcompreensãodadeficiência,nasequênciadosdebatesque,nosanosanteriores,tinhamlevadoaumamudançadeatitudeperanteaspessoascomdeficiência.Estassão,doravante,consideradasdeformaplenaeprioritáriacomopessoas,sujeitosdedireitos,capazesdeosreivindicar,detomardeci-sõesparaasuaprópriavida,porumacordolivreeconsciente,eseremmembrosactivosdasocieda-de;jánãosãovistasunicamenteatravésdassuasdeficiências,comoalguém,objectodeassistência.
AConvençãoéuminstrumentodosDireitosHumanosquecomportaumadimensãodedesenvolvi-mentosocialexplícito.ElareafirmaquequalquerpessoaqueapresenteincapacidadespodeusufruirdosDireitosHumanosedasliberdadesfundamentaisdamesmaformaqueoutrapessoa.
Ora,umdosfundamentoshistóricosdotrabalhosocialéodadefesaedoacessoaosdireitosfunda-mentaisparatodos.Épeloacessoàcidadania,pelodesenvolvimento,pelaautonomiaepelasacçõesdepromoçãodepopulaçõesqueotrabalhosocialassumetodaasuadimensão.Comomencionadomaisadiantenoguia,“umadasprincipaismissõesdoacompanhamentosocialpersonalizadoéper-mitirqueaspessoasvulneráveis/comdificuldadestenhamacesso,comocidadãos,aoconjuntodosseusdireitos.”9Trata-sedecaminharparaumasociedadeondecadaumdesfruteplenamentedoseulugar,tornandoosindivíduosactoresdoseuprópriodesenvolvimentopessoal.
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6. “Acçãosocialelutapopular:umaanálisedecaso”–Canadianjournalofsociology-1981
7. “OtrabalhosocialnoQuebeque(1960-2000):40anosdetransformaçãodeumaprofissão»,LouisFavreau,NovasPráticasSociais,vol.13,n.º1,2000,p.27-47
8. ConvençãosobreosDireitosdasPessoascomDeficiência:http://www.un.org/disabilities/default.asp?navid=13&pid=150
9. “Oacompanhamentosocialemquestão”,relatóriodosconselheirostécnicosemTrabalhoSocialdaDRASS,Fevereirode2003
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Otrabalhodointervenientesocialinscreve-se,porconseguinte,nosdiferentesâmbitosjurídicosexis-tentes:ointervenientequeacompanha,porexemplo,umacriançacujoprojectopersonalizadoestáligadoàinserçãoescolar,basear-se-ánosquadrosexistentesanívellocal,nacionaleinternacional,emmatériadaeducaçãoparatodos.ACDPDrepresentahojeaúnicareferênciajurídicacoercivaes-pecíficaaosdireitosdaspessoascomdeficiência;elanãocrianovosdireitos,masreúnedisposiçõesresultantesdosDireitosHumanosedodireitohumanitário,evisaassegurarqueaspessoasdeficien-tespossamusufruirplenamentedetodososDireitosdoHomem.
Emassociaçãocomestesenquadramentos,o intervenientesocial terácomopapel identificar lo-calmenteosactoresresponsáveispela implementaçãodaspolíticassociaisevercomoéqueospúblicosvulneráveisaderem.Noâmbitodeprojectosdedesenvolvimento,ointervenientesocialnãoterácomomissãodenunciareculpabilizarosactoreslocais,masantesacompanhá-losatéaoreco-nhecimentodessepúblicoeàaplicaçãodassuasobrigaçõesdeserviçosprestadosaessaspessoasexcluidas.
Poroutro lado,oacompanhamentosocialpersonalizadocontribuiparaaautonomizaçãodaspessoasnarealizaçãodoseuprojectodevida,reforçandoassimasuaautodeterminação:
- Noplanoindividual,trata-sedaformacomooindivíduoaumentaassuasaptidõeseoseupoderdedecisãoaodesenvolveraconfiançaemsimesmo,aauto-estima,ainiciativaeocontrolosobreasuaexistência.
- Noplanocolectivo,aautodeterminaçãoéoresultadodaparticipaçãoemacçõespolíticasecolectivaserequeraparticipaçãoactivadaspessoasparaumaredistribuiçãodosrecur-sosfavorávelaogrupo.
“A autodeterminação comporta quatro componentes essenciais: a participação, a competência, a autoestima e a consciência crítica (consciência individual, colectiva,social epolítica).Quandoestesquatrocomponentesestãoem interacção, inicia-seumprocessodeautodeterminação.Esteprocessopróactivoestámaiscentradonospontosfortes,nosdireitosenasaptidõesdos indivíduosedacomunidadedoquenospontosfracosenasnecessidades.”(Anderson,1996).
Esteprocesso,tornadorealidadeatravésdeumarelaçãodeacompanhamentodeproximidade,requeraparticipaçãoactivadaspessoasacompanhadasemtodasasetapasdoacompanha-mento:dodiagnósticodasituação,àelaboraçãoeà implementaçãodoprojectopersonaliza-do,atéàsaídadodispositivo.Paraisso,ointervenientesocialdeverásaberdirigir-seaosmaisvulneráveisedesenvolvermétodosapropriadosaolongodoacompanhamentoparareforçaroimpactonestaspessoasesquecidaspelosserviçossociais.
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Baseadonomodelododesenvolvimentohumanouniversal,porconseguinte,aplicávelatodooserhumano,oProcessodeProduçãodaDeficiência(PPD)éummodelosocialdaDeficiência.
Estemodeloleva-nosaperceberadeficiênciacomo:• umestadonãoestáticomassimevolutivo;• umasituaçãoquevariaemfunçãodocontextoedoambiente;• umestadoquepodesermodificadoatravésdareduçãodasdeficiênciase/oudodesen-
volvimentodeaptidõese/oudaadaptaçãodoambiente.
Segundo o PPD, a “situação de impedimento” é o resultado das interacções entre os factorespessoais11eosfactoresambientais12comvistaaumhábitodevida.A“situaçãodeimpedimento”é,assim,entendidacomoumalimitaçãonarealizaçãodessehábitodevida.Pelocontrário,oPPDfala da plena participação social quando o conjunto dos hábitos pode ser realizado. Uma plenaparticipaçãosocialcorrespondeaumaplenarealizaçãodoshábitosdevida.Cadaumdestesfactoreséanalisadoemfunçãodeumaescalademediçãoquevaidaintegridadeàdeficiência,dacapacidadeàincapacidade,defactoresfacilitadoresaosobstáculosefinalmentedaparticipaçãosocialàsituaçãodeimpedimento.
NocontextodoPPD,alistadoshábitosdevidapodeserutilizadacomoumaferramentademediçãodaparticipaçãosocial.Umhábitodevidaéumaactividadequotidiana(ouum“papelsocial”)valorizadapelapessoaoupeloseucontextosociocultural,easseguraasobrevivênciaeodesenvolvimentodoindivíduoaolongodasuavidanasuacomunidade.
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factores de risco
factores pessoaisfactores ambientais
causa
sistemasorgânicos aptidões
Hábitos de vidaParticipaçãosocialsituaçãodeimpedimento
interacção
• Trabalho Social e Processo de Produção da Deficiência10
10. “OProcessodeProduçãodaDeficiência,modeloindividual,socialesistémicododeficiente”,PatrickFougeyrollas,Outubrode2006
11. Cf.caixadeferramentas,listadefactorespessoaisnoâmbitodasferramentasparaestabelecerodiagnósticosocial
12. Cf.caixadeferramentas,listadefactoresambientaisnoâmbitodasferramentasparaestabelecerodiagnósticosocial
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Integridadedeficiência CapacitadeIncapacitade FacilitadorObstáculo
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Damesmaforma,asferramentasdotrabalhosocial,nassuasdefiniçõesteóricasenassuasaplicaçõespráticas,analisamarelaçãoentreoindivíduo,oseumeioeoseugraudeparticipaçãoedeimplicaçãonessemeio.Elasajudamigualmenteadeterminaroqueédaresponsabilidadeindividualeoqueédaresponsabilidadesocial.
Nestecontexto,enomeadamentenoâmbitodeumacompanhamentosocialpersonalizado,alistadoshábitosdevidapodeservirdereferênciaparaaelaboraçãodeumprojectodevidapersonalizado,queincluiaavaliaçãodasolicitaçãodapessoa,adefiniçãodassuasnecessidadeseosobjectivosaatingir.
Pode-seconstruirumprojectopersonalizado,porexemplo,emfunçãododesejodemelhoriadoshábitosdevidaemcursoouatravésdeumtrabalhoemtornodehábitosdevidaqueaindanãoforamrealizados.
• Trabalho Social e Readaptação à Base Comunitária (RBC)
rBc e deficiênciaDefinição da OMS, da OIT e da Unesco em 1994«ARBC(ReadaptaçãoàBaseComunitária)éumaestratégiaquese inscrevenoâmbitododesenvolvimentocomunitárioparaa readaptação,a igualdadedeoportunidadeseaintegraçãosocialdetodasaspessoascomdeficiência.Asuaimplementaçãoapelaaosesforçosconjugadosdasprópriaspessoascomdeficiência,dassuasfamíliasedassuascomunidades,dosserviçossociais,desaúde,deeducaçãoedeformação.“
OsobjectivosdaRBCsão:
1- Assegurarqueaspessoascomdeficiênciaevulnerabilidadepossammaximizarassuasaptidõesfísicasementais,acederaosserviçoseàsoportunidadesoferecidosatodaapopulaçãoetornar-secontribuintesactivosnavidadacomunidadeedasociedadenoseutodo.
2- DinamizarascomunidadesparaqueestaspromovameprotejamosDireitosHumanosdaspessoascomdeficiênciaatravésdereformasqueconsistem,porexemplo,emeliminarosobstáculosàparticipaçãosocial.
Enquantoelementodeumapolíticasocial,aRBCprivilegiaodireitodaspessoascomdeficiênciaavivernoseiodasuacomunidade,ausufruirdobem-estaredeumaboasaúde,enfim,apartici-parplenamentenasactividadeseducativas,sociais,culturais,religiosas,económicasepolíticas.ARBCexigedosgovernosquedeleguemasresponsabilidadeseosrecursosnecessáriosàscomunidadesparaqueestasasseguremabasedareadaptação.
OtrabalhosocialpodeserfeitonumaabordagemRBCsobdiferentesformas.Emprimeirolugar,numcontextoemqueosrecursosexistemmasnãoestãoacessíveis,épossívelcriarserviçosondeaspessoasquetêmnecessidadesdefinidaspossamireobterainformaçãopretendida.Estaactividadeque podemos chamar de “informação/orientação” implica que o interveniente social pratique aescutaactivaeumrecenseamentoconstantedosserviçosdisponíveiseadaptadosnumdeterminadoterritório.Deseguida,quandoaspopulaçõesestãoisoladasecomdificuldadesquantoàidentificação
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dassuasnecessidades,umserviçodeinformação/orientaçãopoderárevelar-seinsuficienteedevesercompletadocomumdispositivodeacompanhamentosocialpersonalizado.Porfim,nocasoemqueosserviçossãoinexistentesoumuitopoucodesenvolvidos,ointervenientesocialteráquetercompetênciasdebaseemreadaptaçãofísica,inserçãoprofissional,educaçãoououtra,afimdedarumarespostamínimaparaaimplementaçãodeprojectospersonalizados.
Ointervenientesocial,quepodemosqualificarcomosendoumagenteRBC,encontra,nestecontextodepráticascomunitárias,asuafunçãode“criadordelaços”ede“mediador”entreaspopulações,osactoresquecompõemosistemarelacional(família,amigos,patrões,representantesdeinstituições,parceirosassociativos,outrosprofissionais,etc.)eosserviçosdisponibilizados.Aspráticasdotrabalhosocialligamdoisespaçosdevida:aesferapessoaleaesferacolectiva.Estasesferasvisamconciliarascaracterísticas individuaiseascaracterísticascolectivase/oucomunitáriasdeum territórionointeriordoqualaspopulaçõesemsituaçãodedeficiênciaevoluem.
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Dopontodevistaetimológico,otermo«acompanhamento”éumaextensãodapalavra“companheiro”.Nasuaorigem,“companheiro”vemdolatimcompanioquesignifica“aquelecomquempartilhamosopão”,que,maistarde,daráorigemàpalavra“companha”,apartirdaqualseformará,emportuguêsmoderno,apalavra“companheiro”.
Hojeemdia,éumapalavraqueestánamoda,umapalavra“chavemestra”,umapalavrapolissémicaque pode assumir várias formas: acompanhamento escolar, acompanhamento pedagógico,acompanhamentodefimdevida,acompanhamentonasaúdeecuidados,acompanhamentosocial,etc.
Oacompanhamentosocialéconsideradocomosendodiferentedasformasantigasdeseguimento,umavezquenãosecentraapenasnapessoa,masinclui o trabalho de articulação com a oferta, a procura de respostas bem como a sua adaptação à situação de cada utente, e posteriormente a preparação de uma disponibilidade para os receber.
Oacompanhamentosocialpersonalizadoresultadaevoluçãodecorrentessociaisedautilizaçãodenovasmetodologiasdeintervençãoemtrabalhosocialimplementadasnofinaldosanos80.OrigináriodosEstadosUnidoseresultadodeumareflexãosobrepráticaspsicoterapêuticasesistémicas,favoreceumaabordagemglobaldapessoaenaltecendoummodelopersonalizado.
Contrariamente às práticas tradicionais em trabalho social, baseadas no esquema de umprofissionalencarreguedeumamissãoedeumutentealvo,a iniciativadeacompanhamentosocial personalizado baseia-se na ética de um compromisso recíproco entre as pessoas (noçãodeumpercursocomum).
Porquê “personalizado”?Anoçãodeindivíduo(etimologicamente,“aquiloquenãopodeserdividido”)exprimeumaideiadeunidade,enquantoade“pessoa”(dolatimpersona,“máscara”eporextensão,“carácter”,“papel”)dácontadeumasingularidade,deumafigura.Comoconsequência,apersonalizaçãonãoexprimedetodoamesmaideiaqueaindividualização,ouseja,aacçãodereduziraumaunidadeindivisível;elaconsisteemidentificar-secomumapessoa,emamparar-sedasuasingularidade.Assim,“personalizar”nãoquerdizerapenasindividualizar,mastambémestabelecerasmissõeseaspossibilidadesderespostadeumserviçooudeumdispositivoparacadaindivíduoeemfunçãodassuasprópriaspotencialidades.
Parte 12. acompanhamento social personalizado: generalidades
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/ definiçãO e OBjecTivOs dO acOMPanHaMenTO sOciaL PersOnaLiZadO
O acompanhamento social:Oconceitodeacompanhamentosocialcomportatrêsdimensões:
- Uma dimensão relacional (estarcom):éaqualidadedarelação(conhecimentoerespeitomútuo)quedeterminará,emgrandeparte,oêxitodeumaacção.
- Uma dimensão de mudança e de deslocação para uma situação nova (e melhor). Oacompanhanteestá:
.Àfrente,paraimpulsionar,masnãodemasiadopois,muitasvezes,aspessoas“correm”atrásdosintervenientessociais;
.Aolado,parapartilhar,co-construirenegociar;
.Atrás,paradeixarapessoaseguiroseucaminhomas tambémapoiare«levantar”ouempurrar”emcasodefiascoefadiga.
- Uma dimensão temporária: oacompanhamento social tem umprincípio e um fim que devem serdeterminados de acordo com apessoa. Deve respeitar o âmbitode intervenção (duração doprograma), mas também o ritmofixadopelapessoa.Osobjectivosaalcançarearespectivaplanificaçãoajudarão a organizar o tempo. Umacompanhamento nunca deverádurardemasiadotempo,eleé,pois,osinalda interdependênciaentreointervenienteeapessoaajudada.
segundo o conselho superior de Trabalho social:
“Oacompanhamentosocialpersonalizadopodeserdefinidocomoumainiciativavoluntáriae interactivaqueutilizamétodosparticipativoscomapessoaquepedeouaceitaajuda,comoobjectivodemelhorarasuasituação,assuasrelaçõescomomeio, transformá-losaté. (...)Oacompanhamentosocialdeumapessoabaseia-senorespeitoenovalorintrínsecodecadaindivíduo,enquantoactoresujeitodedireitosedeveres.”
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Pratos individualizados Pratos personalizados
Exemplo=umarefeiçãoindividualizadaéumarefeiçãoondecadaporçãocorrespondeaumindivíduo,enquantoumarefeiçãopersonalizadaestáadaptadaespecificamenteaosdesejosdecadapessoaservida.
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Trata-sedeummétododeintervençãoqueimplicaatriangulaçãodetrêsfactorespresentes:- umbeneficiário(outente);- umdispositivodeacçãonumdeterminadoambiente(umprojecto,umserviço);- uminterveniente(trabalhadorsocialoureferentesocial).
Oobjectivodoacompanhamentosocialpersonalizado,pelaanáliseglobaldopercursodevidadeumindivíduo,éencorajarasuaautonomização,permitindo-lheexprimir e organizar da mel-hor forma o estudo e a realização de um projecto (personalizado).
Os intervenientes no terreno exprimem-se…•Associação parceira de Inter Aide sobre um projecto de acompanhamento em Bombaim (Índia) “Oobjectivodoacompanhamentosocialdepessoasédar-lhesconfiançanelasprópriaspara
quesepossamtornarautónomas.Oníveldeautonomiamede-sepelacapacidadedapessoaemresolverosseusproblemas,asuacapacidadeparafazerprojectoseasuacapacidadeparaajudarosoutros.”
•Federação Argelina dos Deficientes Motores (FADM), ArgéliaOacompanhante:-É um facilitador,umpassador:Elevaiapoiarapessoaparaqueela,sozinha,encontreasso-
luçõesmaispertinenteseconformesaoseucontexto.- “Caminha com”:eleestáaoladodaspessoas,nãofaznemdecidenadanolugardelas.Ci-
tamosoexemplodaraparigaquenãoquisamáquinadecosturaqueoagentesociallhelevou,poisdesenvolverumaactividadedecosturairiafazercomqueelasefechasseemcasa,nasuaaldeia,enquantooqueelaqueriaeraumaactividadequelhepermitissesairdaquelaexclusão.
-Ouve e acolhe as emoções eossentimentosdaspessoas.Porexemplo,quandoumapessoapassouporinúmerosfracassos,ser-lhe-ádifícilvoltaraentrarnumadinâmicadeprojectosenãoconseguirsercompreendidanoseumedodofuturo,nasuafaltadeconfiançaemsimes-ma,porvezes,nasuacólerapornãoseraceite.Passarpelaexpressãodasemoçõespermiteposteriormenteabrirumimagináriosobreoqueseriapossível.
-Assegura-se de que as necessidades elementares são colmatadas.Nãonospodemosprojectarnofuturoseomínimovital(comer,terumacasa,nãoarriscaravidaemdeslocações)nãoforrespeitado.
-Refere-se a outros profissionais:Oagentedeinserçãonãotrabalhasozinho,fazpartedeumaequipaetrabalhaemcomplementaridadecomoutraspessoas,aindaquecontinueaseroreferentedapessoaqueoacompanha.
-Tem em consideração o ambiente da pessoa.Afamíliatantopodeserumamais-valiacomoumobstáculoparaamudança.Assim,éprecisoassociarafamíliaaoprojecto,permitindo-lheverointeressedomesmo.Aprópriapessoapodesersolicitadaparaajudarasuafamíliaamudar:“Achasqueatuafamíliapoderáaceitarquefaçasestaformação?Natuafamília,queméquepoderáseroteualiadoparaconvenceroteupai(ouatuamãe)quepareceopor-seaisso?”Ésemprepreferívelquesejaaprópriapessoaoactordasmudançasnoseuambientedoqueoagentedeinserção.Porumlado,porqueestainiciativareforçaosentimentodecon-fiançaqueapessoatemdesimesmae,poroutrolado,porqueelaémelhoraceitepelafamília,quenemsempreapreciaas“intervençõesexteriores”nasuaorganização.
-“Junta o puzzle”:Muitofrequentemente,oagentedeinserçãovaiacompanharapessoaparaqueelapossavoltaradarumsentidoàsuavida,“reunificando-a”atravésdeumprojecto,enãoemprojectosimpetuososeirrealistas.
-Dá “cor”:Oagentedeinserção,pelasuavisãodapessoa“emdesenvolvimento”,nãoareduzàsuadeficiênciaouaosseusproblemas.Elevênapessoaaquiloemqueelasepoderátornar(comassuaspossibilidadeseosseuspotenciais)enãosecingeapenasàssuasdificuldades.
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O acompanhamento personalizado permite à pessoa: • Aprofundarosseuscamposdeinteresse;• Definirassuasnecessidades;• Desenvolveroumantercapacidades,atitudesoucomportamentosquepoderãoserúteis;• Encontrarosmeiosparavencerosobstáculosdopercursopessoal,socialeprofissional.
Sendocadaindivíduoúnico,eleevocaaadaptaçãodeumametodologiaparticular.
Os intervenientes no terreno exprimem-se…•Emmanuelle Six, assistente social, Responsável de Programa na Inter Aide “Oacompanhamentosocialconsisteemorientaraspessoasquesofremdeumafaltade
recursosquotidianos(materiais,psicológicos,relacionais,culturais…)paralevaracaboumprojecto(quesejaodelas),adaptadoàssuascapacidadeseaoseumeio,tendoemcontaasnormaseavidasocial (reconhecidapelaopiniãopúblicaepelasautoridadeslegais).“
/ vanTagens dO acOMPanHaMenTO sOciaL PersOnaLiZadO
Oserviçodeacompanhamentosocialpersonalizado,ferramentapertinenteparaainserçãosocial,autonomizaçãoeautodeterminação,apresentanumerosasvantagenspois interligaasforçaseosactorespresentesnumlocalenumtempodefinidos.Temumimpacto/efeitoindiscutívelnomeio.
as suas finalidades
• Participarnumamelhorinserçãosocialdoutente/participante/beneficiário,atravésdeumaabordagemglobalepersonalizadadasuasituação;
• Desenvolveraparticipaçãodaspessoasnasuaprópriamudançaatravésdeumamelhorgestãodainteracçãocomoambiente,encorajandoaautonomizaçãoeaautodetermina-ção;
• Ajudaraumamelhorconstruçãodaimagemdesimesmo,reforçandoaautoconfiançaeaconsciênciadassuascapacidades.
a sua acção sobre o meio
• Análisedastransversalidadesecomplementaridadesdosbenseserviçosquetrabalhamparaainserçãosocialdeumpúblico;
• Participaçãonoestabelecimentodacoerênciadeprojectosedispositivosterritoriais;• Interacçãodossistemasempresença(médicos,sociais,profissionais,económicos,delazer…);• Incitaçãoaotrabalhodegrupoederede,reforçodapluridisciplinaridade.
Os seus métodos e as suas ferramentas
• Escuta,empatiaevalorização;• Abordagempositiva:“aquiloquepodeserfeito”enão“aquiloquenãopode/jánãopode
serfeito”,quesebaseianasforçaspresentes;• Adaptaçãoàsespecificidadesdosterrenoseaosdiferentescontextos;• Modelosdepráticasdeintervençãobaseadanascaracterísticasculturais,religiosas,his-
tóricas;• Princípioderealidade,tendoemcontaaspossibilidadesdapessoaedosrecursosdomeio.
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a sua função de observatório
• Identificação,apreciaçãoesíntesedostiposdenecessidadesedesolicitaçõesnumterri-tório(conhecimentoeanálisedosactoresterritoriais,dopúblico-alvoedassuassolicita-ções,etc.)
Os seus efeitos conexos
• Interrogadirectamenteolugardomeiofamiliar,relacionalesocialnodesenvolvimentodapessoa;
• Tendeamodificaravisãoqueosprofissionais,osparticipanteseacomunidadetêmdasdiferenças.
/ a aBOrdageM sisTÉMica
Apessoaevoluiemdiversasdimensões,simultaneamentefísica,psicológica,socialeespiritual.Estasdimensõescoincidemcomosdiferentesaspectosdasuaexistência(oseucorpo,asuaformadepensar,osseusvaloreseassuascrenças),asuarelaçãocomosoutroseomundo(relaçãocomasuafamília,comomeio,etc.)easuamotivaçãoexistencial (lugarepapelqueelase atribui neste mundo). Estabelecer relações ecomunicarcomosoutros,estarnumaabordagemdeacompanhamento,implicaaconsideraçãoglo-baldapessoa,afimdeaconhecerecompreen-dermelhor.
Ocontextonoqualumapessoaevoluiumapessoatem em conta os valores da sociedade em queviveedogrupoaoqualpertence.Assim,écrucialter em consideração o contexto e distinguir asnormas sociais colectivas, nacionais ou internacionais (saúde, educação, Direitos Humanos) dasrepresentações subjectivas de cada um. A tomada em consideração dos valores locais e da descodificação de sistemas de valores própriosdeumterritóriosão,porconseguinte,importantesegarantemosresultadosdeumaabordagemdeacompanhamentocoerenteeeficaz.
Emtrabalhosocial,nomeadamentenoâmbitodosdispositivosdeacompanhamentosocialper-sonalizado,certosintervenientesbaseiamassuasacçõesnaabordagemsistémica.Estaabor-dagem,resultantedereflexõesempsicossociologiaeemcomunicação,nasceunosanos40,nosEstadosUnidos.Consideraquecadaserhumanocoexisteno interiordeváriossistemasequeessessistemasseinfluenciamunsaosoutros.Numdeterminadocontexto,umindivíduoestásempreeminter-relaçãocomoambienteecomosoutrosmembrosdogrupoaoqualelepertence.Ocomportamentodecadaumdosmembrosdeumgrupoestárelacionadocomoscomportamentosdetodososoutrosedependedelesdirectamente.
Alémdisso,aabordagemsistémicaconsideraqueoquecriaproblemasnumasituaçãonãoéosintomadeummal-estaroudeumadisfunção,massimocontextonoqualseinscreve.
No âmbito do acompanhamento social, a abordagem sistémica permite organizar da melhorformapossívelumprojectopersonalizado,encontrarumequilíbrioenãoesquecernenhumdosmembrosquecompõemcadaumdossistemasnadefiniçãodeumplanodeacção.Poroutrolado,estaabordagempermite identificar e compreender o lugar e a função de cada um a nível individual, e por extensão, a nível colectivo e comunitário.
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La personnePersonnalité
CultureHistoireIdentitéValeursGoûts
Sa place dans la société
Avecsesdifférentslieuxdevie
Son écoleEtseslieuxde
formation
Son travailEtsonentreprise
Ses lieux d’appartenanceSocioculturelleet
religieuse
Son logementEtsonquartier
Ses associationsSportives,
humanitairesouautres
Aabordagemsistémicadestacaigualmenteumcertonúmerodeelementoscomunsacadaumdossistemaspresenteseapartirdosquaissepodeconstruirodiagnósticodasituaçãoglobaldeumindivíduo,ou,porexemplo,odeumafamília,deumacomunidade,deumaempresa.
O objectivo:Porqueéquetalgrupooutalcomunidadeexistem?Oqueéqueelesper-mitem? (sentimentodepertença,processode identificaçãAsalianças:Quem formaasalianças,comquefins(poder,coligação…)?Comoéqueelassãomodificadas?
O espaço:Qualéoespaçofísicoerelacional?Quemestápróximodequem?Quemestálonge?Quemestáisolado?
as forças gravitacionais:Quaissãoaspessoasnasquaissepodeapoiar?Aquemre-correremcasodenecessidade?Quaissãoascaracterísticasdessaspessoas?
Os limites e as fronteiras:Cadapessoatemumaprópriafronteiraquelhepermiteserautónomaaomesmotempoquepartilhaespaçoscolectivos.Omesmosepassacomasfronteirasentregerações.
as funções:Quemcontribuiparaasnecessidadesdogrupo?Quemgereasfinanças?Quemimpõelimites?Quemautoriza?Quemproíbe?Quemsofre?Quemévalorizado?Queméolíder/herói?Queméobodeexpiatório?
as posições:Cadapessoatemumaposiçãoquelhepermiteserreconhecidapelosou-tros,terumaauto-estimaepoderevoluir.(Qualéaposiçãodascrianças?Qualéaposi-çãodosadultos?Quaissãoasfronteiraseosmodosdecomunicaçãoentreeles?)
as regras:Quaissãoasregrascomuns?Asregrasimplícitas?Quemgovernaasacçõeseasreacçõesemrelaçãoàsregrasestabelecidas?
Os valores:Quaissãoas representaçõesmentaiseemocionais?Osvaloresculturais,religiosos?Oqueéqueestábem?Oqueéqueestámal?
as crenças:Quaissãoascrençasfamiliares,comunitárias?Qualéavisãocomumsobredeterminadoassuntodesociedade,sobretalmitooutalrealidade?
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Algumas referências A abordagem sistémica convida-nos a analisar uma situação na sua globalidade e a nosinteressarmospelaspossibilidadesdaspessoasmaisdoquepelassuascarências.Apessoanãopodeserreduzidaaosseusproblemasouàsuadeficiência.Paratanto,osprincípiossãoosseguintes:
- Qualquer sistema (pessoa, família, grupo, comunidade, etc.) traz consigo as soluções para os problemas que ele coloca.
Emmomentosdecriseoudemudançanecessária,seosistemanãoencontrarsoluções,ossinaisdesofrimentodeumouváriosdosseusmembrosirãoatrairaatençãodo«ajudante”.Assim,numasituaçãoqueapresenteumproblema,assoluçõesdeverãosersempre,prioritariamente,procuradasnocontexto.Assoluçõesquevêmdoexterior,nãoadaptadasaocontexto,raramentesãoduradourase significativas para as famílias/comunidades, levando frequentemente a dificuldades e a umadestabilizaçãodosistemaimplementado.
- Qualquer sistema (pessoa, família, grupo, comunidade, etc.), mesmo em situação de grande vulnerabilidade, possui capacidades e recursos que podem ser mobilizados.
Piaget,umpedagogo,diziaque,decadavezqueumapessoadáasoluçãoaumacriançaouaqualqueroutroindivíduo,ousefazascoisasporela/ele,estáaprivá-ladepassarpelaexperiênciade, ela própria, procurar e encontrar a forma de o fazer. É essa experiência que constrói a suaautoconfiançaeauto-estima.Porém,convémrelembrarquenoâmbitodotrabalhosocial(urgênciaedesenvolvimento),podeacontecerquecertaspessoasestejamtãocarenciadasqueéprecisodar-lhesosmeiosparasatisfazerassuasnecessidadesbásicas.É,porconseguinte,umaetapanecessáriaeindispensávelantesdamobilizaçãodecapacidades.
- Qualquer sistema tem a sua própria evolução. As mesmas situações não produzem forçosamente os mesmos efeitos e existem vários caminhos para chegar à mudan-ça.
Istosignificaduascoisas:a)Nãovamosficaràesperapara“atacar”.Porexemplo,umacriançaaquemospaisbatemnãosetornaráforçosamentenumpaiviolento,noentanto,seestivermosconvencidosdetal,arriscamo-nosacolocarempráticaocontexto(receio,controlo)quefavoreceráessaatitude.b)Nãoexisteapenasumaformadechegaraumamudança,hásempreváriassoluçõespossíveis.Assim,noacompanhamentodeumapessoa,nãohásoluçãoidealaencontrareaplicar.
- Um sistema humano é um sistema vivo, com ciclos de vida.Certosperíodosestãomarcadospelaconstrução(docasalconjugal,parental,porexemplo),outrosestãoemevolução.Parasetransformar,qualquersistemapassaportemposdecrise(otempodamudança)quecorrespondemàpassagemdeumestadoparaooutro.Porexemplo,umcasaljovematravessaummomentodedesequilíbrioparareceberoprimeirofilhoeencontrarasuacondiçãodepais.Omesmoacontececomosfilhos,nomomentodapartidadospais,damorte,dadoençaoudodesenvolvimentodeumadeficiêncianumdosmembrosdafamília.
- Os sistemas são influenciados pelos sistemas circundantes que eles influenciam por sua vez (ecossistema)
Assim,umafamíliaestáeminteracçãocomossistemasescolares,profissionaisedeamizades,mastambémcomossistemaspolíticos,ossistemasdevaloresculturaisereligiosos,etc.Quantomaisabertoestáosistema,maisimportantessãoasinteracções.Numsistematotalitário,asinteracçõessãopobreseasinfluênciassãounilaterais.Numsistemamaisdemocrático,asfamíliascompoucainteracção(poucasolidariedade,poucaaberturaparaoexterior)têmfrequentementedificuldadeemsetransformareascrisesqueatravessampodemserprolongadasedestrutivas.
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Namaiorpartedotempo,ossistemasencontramacapacidadeparasetransformar.Quandoas“influências”externassãomuitofortesoumuitoviolentas(cataclismos,guerra,etc.),énecessáriaumaajudaexterior,masestatambéméútilquandoosistemanãoconseguepassardeumestadoparaooutro.Porexemplo,certasfamíliasnãoaceitamqueoseufilhoemsituaçãodedeficiênciasaiadecasapoisoconjuntodafamíliaconstruiu-seemtornodadeficiência.Cadaumencontrouumafunçãoeumpapelnessasituação,eninguémdesejaperder issoantesdeseimaginaraviverdeoutraforma.
• A abordagem ecossistémicaa iniciativa: “É preciso uma aldeia inteira para criar uma criança”
Ainiciativaadoptadaresidenainteracçãodoindivíduocomoconjuntodosseusambientes13,osquaissãoindependenteseinfluenciamoseucomportamento,oseudesenvolvimentoeasuaqualidadedevida.Assim,determinadosambientesactuamdirectamentenacriança(família,escola,locaisdeacolhimento),outrosmaisindirectamente,taiscomoasleiseoshábitosculturaisdopaísoudaregiãoondeelavive.
Sãodefinidoscinconíveissistémicos:• O autossistema:característicasdoindivíduo:idade,sexo,capacidades,deficiência.• O microssistema:ambientespróximos:afamília,olocaldetrabalho,ocentrodeacolhimento,
etc.• O exossistema: ambientes onde a pessoa não está directamente implicada mas que
influenciam o seu ambiente directo: local de trabalho dos pais, infra-estruturas de umacomunidade,dispositivosdeapoioedeacompanhamentodefamílias.
• O macrossistema:conjuntodevalores,decrenças,deideologias,bemcomodeorientaçõespolíticaspresentesnumasociedade.
• O mesossistema:constituídopelasinteracçõesentreosdiferentessistemas.Asinteracçõesentreossistemasouoselementossãoespaçosrelacionaisquenosdãoinformaçõesquenospermitemavaliarosrecursosdeumsistemaeanteciparasacçõesarealizar.Reforçaresteslaçosatravésdeumamelhorcoordenaçãopode,porexemplo, favorecerascondiçõesdeinserçãodaspessoas.
13.Definimosoambientecomoumconjuntodeestruturas,deorganizaçõessociaisehumanas,deregulamentosedispositivosouderegrasqueseencaixamunsnosoutrosequeseinfluenciamreciprocamente.
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inserçãO sOciaL
autossistemaIdadeSexoCapacidadesDeficiência
MicrossistemaFamíliaEscolaCentrodeformaçãoCentrosdeacolhimentoPares
MacrossistemaValoresculturaisCenças,tradiçõesOrientaçõespolíticasLegislaçõesnacionaleinternacional
MesOssisTeMa
MesOssisTeMa
Perspectiva ecossistémica
MesOssisTeMa MesOssisTeMa
exossistemaONG/redesMinistériosDIVASEntidadesdefinanciamentoSistemasdeAlertaPrecoce
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Noiníciodestasecção,pretendemoscomeçarporprecisaraescolhadaterminologiautilizadanestedocumento.Osignificadodapalavra”deficiência”evoluiuaolongodosanose,actualmente,utiliza-sediversasterminologias:“pessoacomdeficiência”,“pessoadeficiente”,“pessoacomincapacidades”,etc.Estas terminologiaspodemestar ligadasamodelosouabordagensdadeficiência,massãotambém bastante influenciadas pelo contexto sociocultural onde uma pessoa se encontra, bemcomoafactoreslinguísticos.Escolhemosutilizarumaterminologianestedocumento:“pessoacomdeficiência”,parasublinharoaspectosituacionalenãoimutáveldadeficiência,epararespeitaraterminologiadaconvençãointernacionaldosdireitosdaspessoascomdeficiência.
Os profissionais da acção social exprimem-se…•Jean-René Loubat, psicossociólogo francês “Oacompanhamentopersonalizado,métododeorigemanglo-saxónica,éperfeitamente
aplicávelàspessoascomdeficiênciaporserdoâmbitodaacçãomédico-socialousani-tária.Trata-se,aomesmotempo,deaconselhar,estimular,encorajar,visarumareabilita-çãomoraldapessoa,bemcomodefornecerajudaspráticasàgestãodeumasituaçãoglobal.“
•Erik Jaubertie�, director de um instituto médico-profissional “Oacompanhamentosocialvisaainserçãoeaintegraçãodepessoascomdeficiência.A
organizaçãodoseuprojectodevidavalorizaavisãoquetêmdasociedade(doseufun-cionamento,dassuasregrasedosseusvalores)eoslimitesqueseimpõemapartirdasuaeducaçãoedasuahistória.”
Éessencialsublinharqueoacompanhamentosocialpersonalizadodepessoascomdeficiêncianãodiferenosseusconceitoseprincípiosdoacompanhamentosocialpersonalizadodeoutropúblicovulnerável.Porém,distingue-sepelanecessáriatomadaemconsideraçãodoimpactodadeficiêncianavidadapessoa,peloconhecimentodasrepresentaçõessociais(amaiorpartedasvezesdiscriminatórias)e,sobretudo,pelaspossíveisadaptaçõesdosmétodoseferramentasdoacompanhamentosocialaosdiferentestiposdedeficiênciasedecapacidades.
Decidimosnãoentrar nopormenordasdeficiênciasedas suasparticularidadesdeacompa-
Parte 13. O acompanhamento social personalizado de pessoas com deficiência
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nhamento.A trocade ideias entreointervenientesocialeaspessoasdocorpomédicoe/ouparamédicoé fortementeencorajadae favoreceumamelhorcompreensãodos impactosdasdeficiênciasnoquotidianodeumapessoaefacilitaráaelaboraçãodoprojectopersonalizado.Oacompanhamentosocialdeumapessoacomdeficiênciapodemobilizarinúmerosintervenientesdiferentes (médicos,paramédicos,sociais, familiares…).Então,émuito importanteque,nesteenquadramento,ointervenientesocialdesempenheoseupapeldecoordenadoredemediadorparasecertificardequetodaagenteparticipaplenamenteeemconjuntoparaamelhoriadascondiçõesdevidadapessoaacompanhada,equeclarifiqueassuasprópriasmissõesecompe-tênciasafimdenão“invadir”asdosoutrosecomprometerapertinênciadasuaacção.
Sejaqualforadeficiência,éimportantesublinharqueapessoaquevivecomumadeficiênciatevedeconstruiroureconstruiraimagemquetemdesiprópria,fazendo“olutopeloseucorposão”.Estetrabalhode“luto”émorosoepodefragilizarmuitoapessoa,emparticularnasuarelaçãocomo“outro”noqualjánãoseconseguereconhecer.Ointervenientesocialqueacom-panhapessoasquesofremdeumadeficiênciadeverá,pois,estarextremamenteatentoàhistóriapessoaldapessoaedarotempoeoespaçonecessáriosaesse«luto»,seesteaindanãotiverocorrido.
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Sementraremdetalhessobreos tiposdedeficiências,é importante realçaraparticularidadedadeficiênciaintelectual.Comefeito,oacompanhamentosocialdeumapessoacomumadeficiênciaintelectual implica,namaiorpartedasvezes,apresençadeuma terceirapessoa:o responsável(legaloufamiliar)dapessoacomdeficiênciaintelectual.Ointervenientesocialdevepreocupar-seemmanterumarelaçãoprivilegiadacomaprópriapessoa,quedevepermanecerlíderdoseuprojectopersonalizado,apoiando-senapessoaresponsávelparaoêxitodesseprojecto.Tambéméimportantequeointervenientesocialpossafazeradiferençaentreoqueédesejodapessoaacompanhadaeoqueédesejodapessoaresponsável,oquenemsempreéevidente.AsdiferentesexperiênciasqueaHandicap International tevenoacompanhamentosocialdepessoascomdeficiência intelectualdemonstramque,muitasvezes,oacompanhamentosocial alterabastanteas relações familiaresexistentes,equeosprojectospersonalizadosnegociadostêmtendênciaaassemelhar-seaprojectospersonalizados negociados para as famílias mais do que para a própria pessoa com deficiênciaintelectual, oque, forçosamente, nãodeve ser rejeitado,maso interveniente social devemantersempreemmentequeoseu“beneficiáriodirecto”éecontinuaaseraprópriapessoaacompanhada.
Prin
cípi
ose
refe
rênc
ias
conselhos práticos: • Recomenda-se que o interveniente social domine o conceito do PPD, bem como as ferramentas, a MAHVIE e a MQE, ferramentasdeanálisedoníveldeautonomiadapessoacomdeficiênciaedos impactosdefactoresambientaissobreasuasituaçãodeimpedimento.
•Ointervenientesocialdeveestabelecerrelaçõesregularescomosprofissionaismédicoseparamédicosqueseguemareeducaçãoeareadaptaçãodapessoaacompanhada.Aconstru-çãodoprojectopersonalizadodeumapessoacomdeficiênciadeveráteremcontaoconjuntodospareceresmédicoseparamédicosnecessáriosparaorealismoeaviabilidadedoprojectopersonalizado.Esteprojectopersonalizadopermitefixarobjectivoseconstituiumafontedemotivaçãoparaamelhoriadascapacidadesdapessoaaquandodasuaeventualreeducação.Senãohouvernenhumprofissionaldareadaptaçãonazonadeintervenção,oreferentesocialdeveráestaraindamaisatentoparaconstruirumprojectopersonalizadorealista,valorizandoeapoiando-senascapacidadespresentesdapessoacomdeficiência.
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Guia PráticoParte 2
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/ 1. Guia prático do interveniente social - - - - - - - - PAGE 30
Implementação do acompanhamento social personalizado - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - PAGE 30
Esquema e etapas pormenorizadas do acompanhamento social personalizado - - - - - - - - - - - - PAGE 31
Papel e postura do referente social na abordagem de acompanhamento - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - PAGE 44
/ 2. Guia prático do chefe de projecto - - - - - - - - - - PAGE 47
Os preliminares do desenvolvimento de um serviço de acompanhamento - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - PAGE 47
Implementação do dispositivo: conselhos práticos para o terreno - - - - - - - - - - - - - - - - - - - PAGE 48
Perfil e seguimento do interveniente social - - - - - - - - - - - - PAGE 50
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/ iMPLeMenTaçãO dO acOMPanHaMenTO sOciaL PersOnaLiZadO
Parte 21. guia prático do interveniente social
environnement
referente social
Pessoa acompanhada
famíliaamigos / vizinhos
actores institucionais
Outros actores
serviços de saúde
Parceiros associativos
actores económicos
serviços sociais
Antesdemais,éimportanteprecisaraescolhadaterminologiautilizadanestedocumento.Porquea sua qualificação, a sua experiência, o seu estatuto e os contextos profissionais nos quaisevolui sãodiferentes,o “referentesocial”podeserchamadode“agentesocial”, “trabalhadorsocial”,“responsáveldeinserção”,“agenteRBC”,“acompanhante”,“trabalhadorcomunitário”,“intermediário social”, acompanhante social”, “agente de proximidade”, “intervenientesocial”, etc. Escolhemos aqui os termos de “referente social” e “interveniente social” poispodemreagruparsimultaneamenteprofissionaisdo trabalhosocial (responsáveisde inserção,animadores,educadores,assistentessociais)enãoprofissionaisdestecampo(outroprofissionalcom formação em acompanhamento social, voluntários, agentes de terreno, trabalhadorescomunitários)quesãolevadosaexercerassuasmissõessegundoaabordagemquedetalhamosnesteguia.Todavia,encorajamos,namedidadopossível,arealizaçãodestasmissõesporumprofissionaldotrabalhosocial.
Damesma forma,paradesignarapessoaencarreguedoacompanhamento,nãoutilizaremosostermos“beneficiário”ou“cliente” (termosmaisassociadosàterminologiadaprestaçãodeserviçoscomerciais),masantesode“pessoaacompanhada”,de“participante”noâmbitodeumprojectocomunitáriooude“utente”noâmbitodeumserviço.
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Guia
prá
tico
/Recolhadeinformaçõesjuntodapessoa em questão;/Tratamentodessasinformaçõescomoobjectivodeestabelecerumponto
dasituaçãodasnecessidadeseexpectativas.
/Entrevistacoma família,terceiros,eventualmente,comumrepresentantelegalecomprofissionaisassociadosaodiagnóstico;
/Tratamentodessasinformaçõescomoobjectivodefazerumpontodasituaçãogeral.
/ esQUeMa e eTaPas deTaLHadas dO acOMPanHaMenTO sOciaL PersOnaLiZadO
• As grandes etapas do acompanhamento:
Definir as necessidades da pessoa acompanhada
Elaboraçãodeumplanodeacçãoquedeterminaráasrespostasàsnecessidadesnoâmbitodecadaumadasactividadesarealizar.
contratualização
Retornodeinformaçõesjuntodapessoaem
questão
Juntodapessoaemquestão JuntodosparceirosJuntodafamíliaoudo
representantelégal
Retornodeinformaçõesjuntodafamília,
deterceirosoudorepresentantelegal
Propor respostas possíveis
Manter informado e negociar
Coordenar e seguir o projecto
•a pessoaa relação de acompanhamento (a relação dual acompanhante/acompanhado)Trata-sedeumarelaçãoquevisareconheceracapacidadedeumapessoadeser,deexercerumpoderdedecisãoeestabelecerrelaçõesdeconfiançacomoutraspessoas.Estarelaçãoéumtipodeapoio,talcomoosãoosapoiosmateriaisehumanosquepodemserprestadospararesolverumproblemademobilidade,deacessibilidadeouocustodeumanecessidadeespecífica.
•O seu ambiente Oambiente no qual essa relação evolui (o contexto)Oreferentesocialdeveráfavorecerasrelaçõescomoambiente,instaurandoourestaurandoolaçosocial,orespeitopelasdiferençaseofomentodeinstituiçõesdesolidariedadelocais.Eledesempenhaumpapeldesensibilizadoremediador,participanaconsciencializaçãoenamudançadecomportamentos,convidaosparceirosamobilizarem-se,desenvolvendoaparceriaetrabalhoemproldacoesãosocialdosserviçosprestadosaosutentes.
Trata-se de trabalhar sobre os dois níveis presentes:
32
• esquema do acompanhamento:
Oprocessodeacompanhamentosocialpersonalizadofoidivididoemoitoetapas,indodoprimeirocontactoatéàsaídadodispositivo.Estasetapasencontram-seilustradasabaixoeserãoaprofundadasnasecçãoseguinte.
saída do dispositivo,
autonomização da pessoa
diagnóstico dasituação
Primeiro contactoe/ou consideração
de solicitação
esquema geral do acompanhamento social personalizado
finalização do acompanhamento Balanços
intermédios
Pessoa comdeficiência
definição e negociação do
projecto personalizado
arranque e seguimento do projeto
definição doplano de acção
contratualização
etapa 1: Primeiro contacto e/ou consideração da solicitação
etapa 2: Diagnóstico da situação
etapa 3: Definição e negociação do projecto
etapa 4: Definição do plano de acção
etapa 5: Contratualização
etapa 6: Arranque e seguimento do projecto
etapa 7: Os balanços intermédios
etapa 8: A finalização do acompanhamento
realização do projecto e autonomização da pessoa
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Guia
prá
tico
eTaPa 1: PriMeirO cOnTacTO e/OU cOnsideraçãO da sOLiciTaçãO
Porquê? Para tomar contacto, ganhar confiança e analisar globalmente a adequação entre asolicitaçãoeosserviçospropostosnoâmbitodoacompanhamentosocial.
como?• Escutaeatençãodoprofissional;• Intercâmbiolivre;• Compreensãodasolicitaçãoeadequaçãocomoserviçodeacompanhamentosocial;• Resumodoquadroedos“serviços”propostosnoacompanhamentosocial
conselhos práticos:•Ascondiçõesmateriaisdoencontronãodevemsernegligenciadas.Estaprimeiratrocadeideias,deve,namedidadopossível,ocorrernumambienteneutroparaapessoa,emparticularforadesuacasa.Noâmbitodeumserviçodeacompanhamentosocial,éprecisoarranjarumlocalcomumgabineteecadeiras,umespaçoindependente,paragarantiraconfidencialidadedastrocasdeideias.Senãohouverumaestruturadeacolhimento,deveserescolhidoumlocalpúblicoondenenhumdosprotagonistassesintaconfrontado(exemplo:umcafé,umparquepúblico,umapraça…),nosentidodeproporcionarumtempodetroca livreparaoconheci-mento.• Durante a troca, é importante apresentar-se e recordar o enquadramento e os objectivosdessatroca(travarconhecimento,recolheraexpressãodeumasolicitaçãooudeumprojecto,reunirinformaçõesparaumamelhorcompreensãodasituação…).Éigualmentenecessáriore-cordaroprincípiodeconfidencialidade(oseventuaiselementostransmitidosaterceirosdevemcontribuirdirectamenteparaarealizaçãodoprojectopersonalizadoeprecisamdaautorizaçãodointeressadoantesdadifusão).•Seaadequaçãoentreasolicitaçãoe/ouanecessidadeexpressae“osserviços”propostosforvalidada,oreferentesocialpropõeumareuniãoformalizada(emcasadapessoa,insitu),paraapróximaetapadaentrevistadediagnóstico.•Naprimeiraentrevista,épossívelqueumapessoaexprimaumanecessidadeúnicadeinfor-mação/orientação,paraumprojectopersonalizadojáemmãos.Comefeito,nestecaso,épre-cisoverificarseapessoarequerverdadeiramenteum“serviço”deacompanhamentosocialper-sonalizado,ouseumaajudapontualdeinformação/orientaçãoserámaisadequada.Seforesseocaso,apósesteprimeirocontacto,aabordagemdeacompanhamentonãodeveráseriniciada.
eTaPa 2: diagnósTicO da siTUaçãO
Porquê? Paraavaliarasituaçãodevidadapessoa.Apoiando-se nessa primeira entrevista (idealmenteem casa da pessoa), o referente social recolhe asinformações junto da pessoa e dos seus entespróximos,permitindoumaanáliseglobaldasituação.Em relação às informações recolhidas, o referentesocialpodeserlevadoaconsultaroutrosprofissionais(médicos, patrões, outros trabalhadores sociais…), afimdecompletararecolhadedados.Ocruzamentoeaanálisedestasinformaçõespermitirãomedir,emrelaçãoàsnecessidades identificadas,os factorespessoaiseambientaisqueserãoconsideradosnaelaboraçãodoprojectopersonalizado.
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como? • Recolhadeinformaçõessobreasesferaspessoaiseambientaisdapessoa,emrelaçãoàs
suasactividadesdavidaquotidiana.• Identificaçãodesituaçõesdedeficiência.• Avaliaçãodasolicitaçãoedasnecessidadesidentificadaspelapessoaepelosseusentes
próximoscomosendoprioritárias.• Actualização,conclusãodarecolhadedados,emrelaçãoàsnecessidadesidentificadas.• Se for requeridoepossível, avaliaçõespluridisciplinares (médica,de readaptação,psi-
cológica,educativa,social,profissional…)afimdecompletararecolhadedados.• Análisedosdadoscomdefiniçãodefacilitadores,obstáculos,capacidadese incapaci-
dadesdapessoa.
conselhos práticos •Oporquêdasentrevistas,aduraçãofixadaeospontosqueserãoabordadosdeverãoserestabelecidosantesdoiníciodasentrevistas.•Umguiãodeentrevistapodeajudaroreferentesocialaconstruirasuaentrevistaparanão“esquecer”certostemasaabordar,masodesafiodaprimeiraentrevistaéfavorecerumatrocaoral,insitu.•Oprocessodeavaliaçãobaseia-senarecolhadedadosenaanálisedessesdados.Éumaetapaimportantedaabordagemdeacompanhamento,maséigualmenteumapráticasensívelpoisrequer,dapartedoacompanhante,umaescutaactivaeumaanáliseapurada.•Odiagnósticosocialrequerumarecolhadeinformação“global”,ouseja,quetratediferentesesferasdevidadapessoa.Noentanto,édenotarquenãoénecessáriorecolhertodasasinfor-maçõescomomesmoníveldepormenores.Istopodeoriginarumdiagnósticocomaduraçãodeváriassemanas,comumaincompreensãopelapessoadoprocesso.Estaduraçãotambémpodelevar,porvezes,aumarespostaàsnecessidadesantesmesmodeoretratoglobaldasituaçãoterminar,semteremcontaesemdarprioridadeàsreaisnecessidadesdapessoa.En-tão,épreferívelfazerumretratoglobal,massucintodasituaçãodapessoa,edepoiscompletararecolhadedadoseaanálisedasdificuldadesenecessidadesassinaladaspelapessoa,peloseuambienteepelointervenientesocial.•Aavaliaçãopodeserfeitaemváriasetapaseemtemposdiferentes.Nãofazpartedafunçãodoreferentesocialcontribuircomumaespecializaçãotécnicaemesferasprecisas(balançosmusculares,capacidadesdeaprendizagem,etc.),masantesfavorecerumdiagnósticosocialcompleto.Paraisso,segundoasnecessidadesassinaladas,seráprivilegiadaumaabordagempluridisciplinaraquandodarecolhadedados.•Umadasdificuldadesdoexercícioparaoreferentesocialétomarconsciênciadasuaprópriasubjectividadeeconseguirouvi-laeouvirasubjectividadedooutro.Pois,nofinal,éamaneiracomoapessoavivesubjectivamenteasuasituaçãoqueéprecisomelhorarenãoaquiloqueoreferentesocialjulgaserarealidadeouaquiloquedeveriasermelhorparaoparticipante.
15. CfCaixadeferramentas
16. CfCaixadeferramentas
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O diagnóstico social(“Apráticadotrabalhosocialcomgrupos”,HélèneMassa)“O estabelecimento do diagnóstico social é uma etapa central do trabalho social. Aocontráriododiagnósticomédico,queprecedeo tratamento,odiagnóstico social reúnesimultaneamente factos, analisa-os e utiliza-os de forma rigorosa para compreender apessoa,asuasituaçãoeoseuambientenosseus relatóriosaoserviçoproposto.Age,depois,paraimplementarumprojectodetrabalhosocial[…].Apalavra“diagnóstico”,quesignifica“conhecimento”emgrego,abrangeaidentificaçãodeumadoençaapósosseussintomas.Nocasodeumdiagnósticosocial,osignificadodo termo é mais amplo. Apresenta duas faces: uma pesquisa atenta dos factos quedeterminaanaturezadascoisaseadecisãoouaopiniãoresultantedesseexameoudessainvestigação.Otermosocialindicaasuanatureza,ouseja,quedizrespeitoaumapessoanasuasituação.Váriosautorespreferemotermoavaliação,queimplicaapenasaavaliaçãopreliminarenãoacompreensãodanaturezadasituação.Ora,estaconstituioelementoprincipaldodiagnósticosocial.Em trabalhosocial,oesquemadediagnósticoutilizaoconceitode interacçãoentreaspessoaseoseuambiente.Odiagnósticosocialconstitui tantoumprocessocomoumaetapa.Apartirdosfactos,otrabalhadorsocialprocura,então,compreenderosistemadapessoaeformularumaopiniãosobreanaturezadossubsistemasqueconstituemoseuambiente.Istoéexaminadonoâmbitodaabordagemsistémica.[…]Umaspectoimportantedodiagnósticoemtrabalhosocial[…]consisteemavaliaracontribuiçãopossíveldapessoanotrabalhodogrupo,tantoquantoobenefícioquedeletirarãoaquelesquevãopartilhá-locomelaela.Odiagnósticosocialéofrutonãosódeumtrabalhorigoroso,mastambémdacomunicaçãocomaspessoas,osgrupos,asinstituiçõeseoambientesocial.Seasuaparticipaçãonodiagnósticonãoforefectiva,nãosetratadeumdiagnósticosocial,masapenasdoestudodeumfenómeno.
A prática da entrevista
Aentrevistapodeserumaferramentadeavaliação.Incidesobrepessoasousobresituaçõesefuncionaadoisníveis:arecolhadeinformaçãoearegulação.
recolha de informação regulação
Esta dimensão corresponde à massadeelementosinformativosquevãoser-virparaalimentaradescodificaçãoeaanálisedasituação.
Visaassegurarobomdesenvolvimentodaentrevista,baseando-senasatitudespresentes(comunicaçãonãoverbal,comportamentos,emoções)epermitetrabalharparaajustaracondutaaseguiredareformulaçãodasintençõesdooutro.
a entrevista baseia-se na escuta e na observação.
Aescuta, técnicadecomunicação interpessoal,baseia-senasnoçõesderespeito,empatiaeconfiança;necessitadeumaatençãoparticularaoqueéditoeàcompreensãoquesetemdoqueédito.Seforbemdominada,permiteapreenderosfacilitadoreseosobstáculosexperimentadosnavidaquotidianadapessoa,osseusdesejos,oseusofrimentoeosseusprojectos.Noâmbitodeumaentrevista,aescutaénecessáriaparaumaboacomunicaçãoeparaumaboacompreensãodasituaçãoegarante,porconseguinte,respostasapropriadas.
Guia
prá
tico
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Distingue-seglobalmentetrêstécnicasdeentrevista:• A entrevista livreéutilizadaparaaprofundarosconhecimentosdeumasituaçãoglobal,a
pessoaouvidaélivredefalarcomodeseja,asquestõesformuladassãorarasemuitoabertas,situamo-nosassimnomododaconversação.
• A entrevista semi-directivaéestruturadaemfunçãodetemasprecisosqueoentrevistadordesejaaprofundar.Utilizaumguiãodeentrevistaondeastemáticasaabordarsãoregistadaseclassificadas,incluindocertasquestõesespecíficas.Aatençãoémaisfocalizadanapessoaedependedaatitudedecompreensão.Asquestõessão,amaiorpartedasvezes,questõesabertas(respostadesimounão).
• A entrevista directiva éutilizadaparaevocarumatemáticaprecisasobaformadeinquérito.Baseia-semuitasvezesnumasériedequestõesfechadasemformainterrogativa,sendoaatençãomaisfocalizadanatemáticaestudadadoquenapessoa.
Noâmbitodoacompanhamentopersonalizado,aentrevistalivrepareceseromaisadaptadomasexigeumdomíniorealdastécnicasdeentrevista.Senãoforesseocaso,aconselha-sevivamentea entrevista semi-directiva. Com efeito, favorece a livre expressão, elemento essencial para umaentrevistadequalidade,auxiliandoaomesmotempoaconduziraentrevistadoreferenteatravésdeumquadroflexíveledeumpossívelguiãodeentrevista.
Porém,éimportantesublinharqueotipodeentrevistadeveserescolhidoprincipalmenteemfunçãodocontextoculturaledoquadrodereferêncianoqualsedeverealizar.Cabeaoreferentequestionar-sesobreamaneiradeestabeleceruma relaçãocomoacompanhado,em função,portanto,doshábitosdevidaedassuas“preferênciasdecomunicação”.Desta forma,o referentemostraqueaceitaaformadefuncionardooutro,aindaquetenhadearetrabalharduranteoacompanhamento.
alguns conselhos para favorecer uma boa comunicação:– Cumprimentarapessoamostrando-sereceptivoedisponível;– Falarcomeladecoisaspessoais,valorizadoras;– Perguntarpelafamília,pelaspessoasmaischegadas;– Partirdevivênciascomuns;– Sublinharosseuspontosforteseoselementosvalorizadoresdoseupercurso;– Colocarquestõessimpleseclaras,praticarareformulaçãosetiveraimpressãoquefoi
malentendido;– Estaratentoàcomunicaçãonão-verbal:olhares,gestos,emoções(cólera,medo,ansie-
dade);– Garantirumbomambiente;– Mostrarasuadeterminação,oseucompromisso,asuacrença,asuavontadedemelhorar
asituação.
alguns conselhos técnicos:– Dissociaraescuta,astrocaseareformulaçãodasafirmações;– Permaneceratentoaoqueéobservado(vistoeouvido)semtentarinterpretaroquepercebeu;– Sintetizarasafirmaçõesàmedidaqueaconversasedesenrolando;– Evitarasquestõesorientadasqueinduzemasrespostas;– Privilegiarasquestõesabertas(Porquerazão…?Dequemaneira…?);– Praticarorelançamentodasafirmações:Retomaroqueacaboudeserditodeoutraforma
permiteaointerlocutoraprofundaroseupensamento,asuaexperiência(Sebementen-di…?Então,depois,você…);
– Seapessoanãoestiverdeacordocomumareformulação,daráprecisões,oquerelan-çaráatroca.
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A prática da avaliação da situação
Noâmbitodeumainiciativadeacompanhamento,aconstruçãodoprojectopersonalizadobaseia-senumaavaliação.Trata-sedeumaetapaimportanteanãonegligenciar.Écrucialdissociarbemoqueédaordemdasolicitação,dosdesejosedasexpectativasdoindivíduodaquiloqueédaordemdasnecessidadesidentificadasedosmeiosnecessáriosàsuarealização.
Aavaliaçãodasituaçãoéumaetapasensível.Temcomoobjectivosalientarasubjectividadedasituaçãovividapelapessoa.Oreferentedeveprocuraravaliarosobstáculosvividospelapessoa,dissociando-osdassuasprópriasrepresentaçõesdarealidadeesemformarumjuízo.
Oquadroabaixorelembraasdiferentesarticulaçõesdoprocessodeavaliaçãoealgunsconselhosaseguirparaacolocaçãoemprática,comaparticipaçãocentraldaprópriapessoa.
informar-se (recolherdados)
avaliar (analisaressesdados)
Propor (fazerrecomendações)
junto de quem? Da pessoaem questão, da sua família,doseuambiente,dosoutrosprofissionais que conhecema pessoa (médicos, anima-dores, membro associativo,etc.).
Quando? Na fase de acolhi-mentoeaquandodaprimeiraentrevista, depois em todasasentrevistasfuturas,aolon-godoacompanhamento.
como? Com a ajuda de umguiadeentrevista.
junto de quem? Junto dos seus colegasdetrabalho,deavaliaçõespluridisciplinares,mas também, e sobretudo, da pessoa emquestão.
Quando? Desde o primeiro contacto e aolongodoacompanhamento.
como? Fazendo cruzamentos entre os di-ferentespontosdevista,identificandoopa-peleoestatutodecadaumnoseiodasuafamília edasociedade, ficandoalertaparaaquiloquebloqueiamastambémparaaqui-loquefavorece,comparandoascaracterís-ticasdeumindivíduocomoperfildeoutraspessoasqueevoluemnomesmocontextoecomparandoessaanálisecomumasituaçãoanterior.
junto de quem?Dapessoaemquestãoedepoisdosou-trosprofissionaisenvolvidos
Quando?Depoisdaprimeiraentrevista, dos balanços in-termédios,eaquandodafina-lizaçãodoacompanhamento.
como? Baseando-se nasanálises e nas discussões,permanecendo alerta para acoerência entre aquilo que éproposto, o desejo e as ne-cessidades da pessoa e osobjectivosaatingir.
OesquemadoPPD17virgempodeserutilizadocomoesquemadesíntesedaavaliaçãodasituação,poisretomaamaioriadoselementospessoaisecontextuaisnecessáriosparaodiagnóstico.Poderáigualmentedestacarasesferasquedevemsercriadasprimeiro,pararealizarumaboaanálisedasituação.
17.Cf.Caixadeferramentas
eTaPa 3: definiçãO e negOciaçãO dO PrOjecTO
Quandofalamosdeprojecto,evocamosacapacidadesparaseprojectar,ouseja,paraavançar,paraseanteciparaofuturo.Projectar-seassentanumaconcepçãofilosóficadohomemquevaiagirnoseuambienteafimdealcançarobjectivosequeseráactordasuaevoluçãopessoaloudamudançadoseuambiente.Estaposiçãodistancia-nosdeumaconcepçãofatalista(éodestinoquedecide)eprecisatambémdeumambientesuficientementeestávelparapoderimaginarofuturo.Constatamosquesetornamuitodifícilfazerprojectosemcasodedoença,conflitosoudeguerra.
Desenvolver uma abordagem a partir do projecto personalizado numa estrutura que acolhe, porexemplo,crianças,modificatotalmenteaconcepçãodaajuda:Jánãoéacriançaquesevaiadaptaraosistemainstitucional,maséantesainstituiçãoquevaidisponibilizaràcriançameioseactividadesparafavoreceroseudesenvolvimento.Assim,implementarumainiciativadeprojectopersonalizado
Guia
prá
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numaestruturaoriginaumquestionamentosobreoprojectoinstitucionale,muitasvezes,éinteressantepoderconduzirumeoutrosimultaneamente.
Noções de base sobre o projecto em geral: ciclo de projectoOciclodeprojectoéumconceitocomumaosactoresdaintervençãosocial(ouhumanitária)edaajudaaodesenvolvimento.Aprimeirafaseapósaconstataçãodasituaçãoéaavaliaçãoinicial.Asacçõesseguemocicloparavoltaraopontodepartida.Quandosechegaaessafase,aavaliaçãoinicialtorna-sesinónimodeseguimento.
avaliação inicial
Mise en œuvre
suivi
Évaluer
analyse
vévifier les suppositions
Planifier, concevoir
Nouvelle conception
Processus itératif
Le Ciclo de Projecto
situation donnée
Avaliação inicialAfasedaavaliaçãoinicialcorrespondeàrecolhadeinformaçõessobreumasituação.Podeocorreraqualquermomento(situaçãodecriseounão)epermiteumavisãodasituação.Asavaliaçõesiniciaisproduzemuma“fotografiainstantânea”deumasituaçãoparticular,numdeterminadomomento.
Análise Aavaliaçãoinicial,semaanálise,nãotemqualquersentido.Aanáliseatribuiumsignificadoaosdadosrecolhidos.Seforbemfeita,ofereceàquelesqueconduzemasacçõesferramentasdecompreensãodasituaçãonasuacomplexidadeafimdeajudaratomardecisõespertinenteseadaptadas.
Concepção de projectosOs dados da avaliação inicial são utilizados para preparar uma análise objectiva dos problemasqueaspopulaçõesemquestãoenfrentam.Umavezidentificadososproblemas,pode-seentrarnaplanificaçãodeprojectoseprogramasquevisamresolvê-los.
Seguimento e avaliaçãoOseguimentoeaavaliaçãopermitemumarecolhadeinformaçõesafimdemelhorarosprojectosemcurso.Estetipodeactividadeinscreve-senumprocessocontínuodereavaliaçãodasnecessidadeseproporcionaaoportunidadede responderasituaçõesdecrise.Oseguimento,asseguradopelopessoaldoprojecto,procuradeterminarseotrabalhoqueconsisteemajudaraspessoasestábemfeito,permiteoestudodeactividades,docontextoedoimpactodoprojecto.Noquedizrespeitoàavaliação,éumaactividadedoprojectoquenãoéasseguradaapenaspelopessoaldoprojecto.Podeocorrerameiodoprojectoounofim,oualgunsanosapósofinaldoprojecto.Tentadeterminarseotrabalhorealizadocorrespondeaoqueeranecessário.Tantooseguimentocomoaavaliaçãosãoactividadesimportantesparasaberseosobjectivossãopertinentes,realistas/realizáveiseseosmeioseasactividadesimplementadasestãoadaptados.
Annie,je n’arrive pas à lire la
trad portugaise dans le fichier word.
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Porquê um projecto? Paradefinirumobjectivocomumaatingir.Baseando-senalistadenecessidades,naanáliseglobalepluridisciplinardasituação,bemcomona(s)solicitação(ões)doutente,oreferentesocialpropõeeixosdetrabalhoeconstróiasbasesdeumprojectopersonalizadoqueeleaprofundaeajustacomapessoa.Asrespostasdevempermanecerassociadasàsexpectativasenecessidadesdapessoaeserformuladasemobjectivosprecisoserealizáveis.
como fazer um projecto?• Resumodasnecessidadeseexpectativasdapessoaeexpressãodasrespostaspossíveis
nocontexto;• Definiçãodasetapasdoprojectopersonalizadoedosmeiosnecessáriosparaasuareali-
zação;• Identificaçãodosparceirosenvolvidos;• Validaçãodoquadrodoacompanhamento.
Nãosetratadeconsideraroacompanhamentosocialpersonalizadocomoummeiodedefinirobjectivosexaustivosparaarealizaçãodeumprojectopersonalizado,masantesevidenciarconvergênciaseacordosquantoàsorientaçõesadarparaumobjectivogeral.Um objectivo de projecto personalizado deve ser preciso (sem ambiguidade e com uma únicafinalidade),mensurável (baseadoem factosconcretosquedêem indicaçõessobreadistânciaapercorrer);deveserrealistaeaplicável.Nãosepodefalar,porexemplo,deprojectosdeformaçãosenãoexistirnoterritórioondenosencontramosestruturascapacitadasparaaformaçãoprofissionalousenãoimplementarmososmeiosnecessáriosaoacessoaesseserviço.Oobjectivodeveestarassociado ànoção de tempo, ouseja,devepoderserrealizávelemfunçãodosprazosestabelecidos.Porfim,devezelarpelorespeitodosindivíduosenãoosatacar,enãodeveevidentementereprovarumamoraloudarazoasofrimento.Emfunçãodastemáticasescolhidas,pode-seconstruirfamíliasdeobjectivos.Paraasaúde,pode-semencionaroacessoàreeducação,aequipamentosouàimplementaçãodeconsultasdepsicologia.Para a inserção profissional, registaremos, por exemplo, a realização de um curriculum vitae, apreparaçãoparaumaformaçãoouaindaparaumaentrevistacomumempregador.Osobjectivosestabelecidossãodefinidospormeiodocruzamentoentreasanálisesdafasedeavaliação(daetapadediagnóstico/avaliaçãoglobal)eosmeiosidentificadosparaosalcançar.
conselhos práticos•Umprojectopersonalizadoinscreve-senoprojectodevidadeumapessoa.Seráseguidoporoutrosprojectospersonalizados,queexigirãoounãoumacompanhamentosocial.•Éimportantecomeçarpordefinirumobjectivoprincipal,paradeterminaradistânciaentreopontodepartidaeaquelequequeremosatingir.•Ébomterambiçõesmodestaseassegurar-sedequeoparticipanteinformaregularmenteasuafamília,aspessoasdassuasrelaçõeseosoutrosparceirosdasituação.•Énessafasedeconstruçãodoprojectopersonalizadoqueadimensãocontextualadquiretodooseusentido.Examinarjuntamentecomapessoaasforçaseosactoresempresençafacilitaadefiniçãodasacçõesarealizareosrecursosnecessáriosparaessaabordagem.•Trabalharemredeeparceriasvaipermitirrecordaropapelearesponsabilidadedecadaumnoprojectopersonalizado.•Duranteanegociação,oreferentesocialdeveteremmenteoseuquadrodetrabalho,aquiloquepodefazereaquiloquenãopodefazer(os“serviços”propostoseosseusrespectivoslimites).•Umacompanhamentopersonalizadopropostoparaumaduraçãodeseismesesfocaliza-seemgeralnumatemáticaouemduas,nomáximo.
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•Éimportantepermanecernumprincípioderealidade,ouseja,encontrarumequilíbrioentredesejoenecessidade,realistaeutópico,eteremcontaasexigênciasdocontextoeasconse-quênciasdosactosquesepretendelevaracabo.
Os intervenientes no terreno exprimem-se…•Cécile de Ryckel, psicóloga, Secção Prevenção e Saúde, Handicap International
“Falarcomdelicadezae,sobretudo,trabalharcomapessoapoisessaaplicaçãodoquadroédelicadaparaosdoisactores:oacompanhadoquesearriscaasentir-sedesapontado,mani-festaragressividade,eointervenientequedevegerirasmanifestaçõesemocionaisdapessoaecorreroriscodeserrejeitadoedesvalorizadoaosolhosdapessoaqueeleacompanha.Arelaçãodeconfiançaentreasduaspessoasdependeráempartedestaúltimaaplicaçãodoquadro.”
eTaPa 4: definiçãO dO PLanO de acçãO
Porquê? Paraplanearasactividadesdoprojectopersonalizado.Paracadaumadaspossibilidadesderespostasnegociadascomointeressado,trata-seagoradedeterminaroobjectivoespecíficovisado,otempoeosmeiosparaoalcançar.
como?• Listadasetapas,acçõesemeios• Programaçãodasactividadesarealizar• Definiçãodaduraçãodoacompanhamento
Cadaobjectivoespecíficodeveserdivididoemacçõeseactividadescorrespondentes.Eisoexemplodeumplanodeacçãonoâmbitodeumprojectopersonalizadodeumacriançaquedesejafazerdesporto:
Objectivo específico acções actividades
Realizarumplanoindividualdereadap-
tação
•Mandarfazerumdiagnósticomédico
•Participaremsessõesdereadaptação
•Definirosdesportospraticáveis(entredesejoecapa-cidades)
Praticar um desporto
Escolherodesporto
•Encontrarasequipasexistentes
•Trocarideiassobreasituaçãodeimpedimentopara“desdramatizar”
•Participaremtreinos
Verificarascondiçõesdeparticipação
•Avaliaroscustosealogísticanecessários
•Identificar,comasuafamília,asdeslocaçõesparaolocalondevaiserpraticado
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conselhos práticos•Amaiorpartedasacçõeseactividadesdevemserrealizáveispelaprópriapessoa,comoapoiodoseumeio,doreferentesocialoudosprofissionaisenvolvidos,senecessário.Apessoaédonaesenhoradoseuprojectopersonalizado.•Cadaactividadedeveráterumplanodeacção,mesmotendoqueoreavaliar,senecessário.Oparticipantetemnecessidadedepontosdereferênciatemporaisparasemotivar,avançareavaliarasmudançase,sobretudo,paranãosesentir“abandonado”nofinaldoacompanha-mento.
conselhos práticos•Acompanharpressupõe,evidentemente,oacordodapessoa.Ocontratoéamanifestaçãodessaadesão.Avontadedemonstradapeloindivíduoimplicaasuarealparticipação.•Ocontratoinstauraumadimensãodeigualdade,evitando,porconseguinte,cairnodomíniodaprotecção/caridade.“Seguimososdoisomesmocaminho.”•Ocontratonãodeveráserumtravãoàparticipaçãodapessoa.Aformadestecontratodeve,pois,adaptar-seaocontextonoqualéproposto.Podeservalidadooralmenteseaculturadaoralidadeformaisdesenvolvidadoqueadaescritaouseaescrita“assustar”.Oessencialéqueessacontratualizaçãoserealizenum espaço e num tempo formalizado.
eTaPa 5: cOnTraTUaLiZaçãO
Porquê? Paraformalizarumcompromissorecíprocopelavalidaçãodeumcontratooralouescrito.
como?• Denominaçãodaspessoasevolvidas;• Objectodocontrato,âmbitonoqualseinscreveeduração;• Pormenoresdosobjectivos,dasacçõesedasactividades;• Direitosedeveresdecadaum;• Possíveiscondiçõesdecessação.
eTaPa 6: arranQUe e segUiMenTO dO PrOjecTO
Porquê? Paraapoiarapessoanarealizaçãodoseuprojectopersonalizado.
Como?• Aconselhamentoeapoioàpessoanassuasactividades.• Intercâmbiodeideiascomosparceirosenvolvidos(social,médico,educativo,administra-
tivo,outrosprofissionais…)edinamizaçãodessarede.
Oreferentesocialexerceumafunçãodecoordenaçãoedeseguimentodasdiferentesetapasdoprojecto,registaaevoluçãodapessoanassuasiniciativas,ajuda-aafazerosreajustesnecessários,forneceexplicações,fazobservações.Tememconsideraçãoasopiniõesdafamíliaedoambiente,consultaregularmenteosoutrosprofissionaiseactoresenvolvidosnoprojecto.Deformamaisgeral,
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quando a pessoa não se pode exprimir directamente, é o “ajuda-voz” (e não o “porta-voz”) da pessoa, o representante dos seus interesses. Porfim,mantém-sealertaperanteacçõesirrealistas,repercussõesnefastasoudesequilíbriosgerados.
Paraisso,podeproporreuniõescomosparceiros,porexemplo,comummédicoseforumaquestãodesaúde,comumprofessorouumempregadorsesetratardadimensãoescolarouprofissional.
conselhos práticos•Énessaalturaqueaposturadoreferentesocial18adquiretodooseusentidoeparticipanaautonomizaçãoenarealizaçãodoprojectopersonalizado.É,porconseguinte,primordial,en-quantoreferentesocial,questionar-seregularmentesobreasuaprática,afimdeassegurarumacompanhamentodequalidadeealcançarosobjectivosimplícitos,maspermanentes,dorefe-rentesocial(capacidadeparaencorajareacompanharaemancipaçãosocialdoparticipante).•Atençãoparanãogerarumadependênciadapessoaaoreferentesociale/ouaoacompan-hamento.•Aautonomiadapessoapassatambémpelacapacidadedoreferentesocialemabrirarela-çãoaterceiros,concebendo,assim,oacompanhamentodeformacolectiva.Nãosetrataderenunciaraoencontrodual,massimre-situá-lonumcontextomaisamploqueconfiraumlugarlegítimoaosparceirospararespondermelhoràsnecessidades,àspossibilidadeseàsrespon-sabilidadesdecadaum,profissionaisounão.
eTaPa 7: Os BaLançOs inTerMÉdiOs
Porquê? Paraverificarapertinênciadoprojectopersonalizado.
Como?
• Mediçãoregulardasdisparidadesentreosobjectivosdepartidaeosobjectivosalcança-dos.
• Reajustamentodoplanodeacçãoparaarealizaçãodoprojectopersonalizadoemcurso.• Revisãodaviabilidadedoprojectoemcursopodendoconduziràsuacessaçãoouàne-
gociaçãodeumnovoprojecto.
Avaliarregulareprogressivamenteodesenrolardoacompanhamentosocialpersonalizadoeoseuconteúdopermiteàpessoaemquestãoeaoreferentesocialfazeropontodasituaçãodastemáticastratadas,adistânciapercorrida,ascapacidadesmelhoradas,ascompetênciasdesenvolvidaseoslimites identificadosqueprecisamdeumarevisãodasituação.Estaavaliação intermédiaé feita, idealmente, uma vez por mês,porvezesumavezemcadadoismeses.Realiza-secombasenumaouváriasentrevistasnodecorrerdasquaisocontratodeobjectivosérelidoecomentadopelosdois,emfunçãodasacçõesidentificadasedasdiferentesactividadesquelhesestãoassociadas.
Oreferentesocialpodedesenvolverumdossiê personalizadoqueregistaráasdatasdasentrevistas,os seus conteúdos, as recomendações e compromissos de cada um. O conjunto fará parte dodocumentodesíntesedoacompanhamento.
18. Cf.anexos“Ferramentasparaafinalizaçãodoacompanhamento”
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conselhos práticos•Aavaliaçãointermédiadosresultadosdeveráserfeitaemfunçãodoselementosdeevoluçãoconcretos(incluindoigualmenteasevoluçõesdecomportamento)enãoemfunçãodeumob-jectivogeralaatingir(umainserçãoefectiva,porexemplo).•Trata-se,porconseguinte,deavaliarasacçõesrealizadaspelapessoaemfunçãodassuasnecessidadesedaquiloqueelaécapazderesolver,maisdoqueemfunçãodosproblemasqueelaencontra.• É razoável aconselhar a pessoa a ter um “diário de bordo” onde poderá anotar os seuscomentários,assuasobservaçõesereflexões.Estediáriopodesermantidoporumapessoapróximaoupelopróprioreferenteseapessoanãoconseguirescrever.•Quantomaisapessoaavançarnoseuprojectoenasuaautonomização,menosoreferentesocialteránecessidadedeestarpresente.Ostemposdeintercâmbioentreestesdoisprota-gonistaspoderiamresumir-seaostemposdeavaliaçãointercalar,sendooconjuntodasacti-vidadesdoprojectopersonalizadorealizadodeformaautónomapelaprópriapessoa,semapresençadoreferente.
conselhos práticos•Émuitoimportantequeapessoaacompanhadapossateremsuaposseumasíntesedetodooseupercursoedasactividadesrealizadas.Estasínteseé,frequentemente,oúnicodocumentoquetestemunhaoinvestimentoeaevoluçãodapessoanoseuprojecto.Deveráretomaroconjuntodosdocumentoseelementosdiscutidosaquandodoacompanhamento(diagnósticos,planodeacção,contrato,avaliaçõesintermédias….).Éumaóptimaferramentadereconhecimentopessoal,mesmoseoconjuntodoselementoscontidosnessedocumentonãoforemtodospositivos.Deveráapre-sentarosêxitoseasdificuldades,emconjuntocomapessoaacompanhada19.•Recordarregularmenteadata-limite,sempressão,paravalorizarocaminhopercorridoeoquefaltapercorrernestedeterminadoperíododetempo(que,claro,poderáserreavaliadonomeada-mentesemotivosalheiosàpessoaoimpuserem).•Identificar,omaiscedopossível,osparceirosparaosquaissepoderáeventualmenteorientarapessoaou,apedidodoparticipante,transferirascompetênciasnofinaldoprojectopersonalizado.•Aavaliaçãodoimpactoatrêsouseismeses(consoanteasrealidadesdoterreno)énecessáriaparamedir aqualidadedoprojecto realizado,maselanãodeve ser contabilizadano tempodoacompanhamentosocialpersonalizado,deverá,comefeito,serefectuadanofinaldoprocessodoacompanhamento.
eTaPa 8: a finaLiZaçãO dO acOMPanHaMenTO
Porquê? Paraprocederaobalançodoacompanhamentoeproporumseguimentoadar,sefornecessário.
Como?• Mediçãoentreosobjectivosfixadoseosresultadosobtidos.• Avaliaçãodosefeitosdoacompanhamentonapessoaenoseuambiente.• Negociaçãodeumprojectodesaídaatravésdeorientaçõeseseguimentospossíveis,senecessário.• Avaliaçãodoimpactodarealizaçãodoprojectopersonalizado(cercadeseismeses).
Otempodoacompanhamentoinscreve-senumaduraçãolimitadaquedeveserespecificadadesdeapartidaetambémrelembradaasvezesnecessárias.Sefornecessário,pode-senegociarumnovoprojectomasesteseráavaliadocasoacaso,emfunçãodosresultadosobtidosedasuapertinência.
19. Cfannexes«outilspourlafinalisationdel’accompagnement»
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/ PaPeL e POsTUra dO referenTe sOciaL na aBOrdageM de acOMPanHaMenTO
Missões do referente socialOreferentesocialésimultaneamenteumconselheiro,uminformador,umcoordenador,umgestoreummedidor.Elerecolheinformações,avalianecessidades,negocia,informa,sensibilizaeorientaapessoaacompanhada,tendoemcontaaopiniãodasuafamíliaedoseuambiente,evigiandoosseuscomportamentos.Semprequenecessário,elepedeaopiniãoaosseuscolegasdetrabalho,aprofissionaiseparceirosexternosimplicadosousimplesmenteenvolvidosnoprojectoemfunçãodasdiferentestemáticasdoacompanhamento(médico,reeducador,conselheiroprofissional,outrotrabalhadorsocial,empregador,directordeescola,etc.).Participanamanutençãoenodesenvolvimentodasrelaçõessociais,associaosníveisindividuais,colectivosecomunitários,iniciaredescomoutrosprofissionaispotencialmenteparceirosouparticipanelas.
Parareforçaroquefoiditonocapítuloanteriorsobreascaracterísticasespecíficaseametodologiadeintervençãoaplicadasacadaumadasetapasdoacompanhamentosocialpersonalizado,eisumesquema,inspiradonotrabalhode Jean-RenéLoubat20,que registaasprincipaismissõesdoreferentesocial,emrelaçãoàsetapasapresentadasmaisacima:
1.Recolhadeinformaçõessobreasituaçãoeasnecessidadesdointeressado
2.Tratamentodessasinformações(utilizá-laseorganizá-las)
4.Difusãodainformaçãojuntodapessoaemquestão,dasuafamíliaedeoutrosparceiros,recolhadasuaopinião,definiçãoenegociaçãodeumprojecto
personalizado
3.Apresentaçãodasnecessidadesregistadasaosoutrosprofissionaisquepodemcontribuircomasuaespecialização(médica,social,profissional…)epropor
soluçõespossíveis
5.Seguimentodaimplementaçãodoprojectopersonalizado(estaratento,estaràdisposiçãodapessoaemquestãoeemcontactoregularcomosdiferentesactores)
Entrevistacomapessoaemquestão
Entrevistacomosoutrosprofissionaise
comosparceiros
Entrevistacomafamília,comterceiros,eventualmentecomo
representantelegal
20.Opapeldecoordenadordeprojectos”-Jean-RenéLoubat–Fevereirode2006
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A postura do referente socialAcompanhar alguém significa dar-lhe meios para fazer sozinho e, sobretudo, não fazer por ele.Estaposturana relaçãodeapoio repõeapessoaacompanhadanocentrodaacçãoecolocaoacompanhamentosocialpersonalizadocomoummovimento.
Oacompanhamentodeveráestaraoserviçodapessoaenãotornar-seoobjectivoaalcançar,masantesserummeiopossívelparaaevoluçãooumelhoriadeumasituação.
Nointeriordesteintercâmbio,trata-sedeumarelaçãohumana,repletadeemoções,demomentosfortes, de relações interpessoais com tudo aquilo que isso comporta de dinâmico e desafiante(reconhecimento,confiança,poder,dependência,etc.).
Estabelecerumarelaçãodeacompanhamentosocialimplicaaconsciencializaçãoeacompreensãode fenómenos comunicacionais e comportamentais e de reacções psicológicas que devem seridentificadaseanalisadasparaevitarumarelaçãodedependênciacomumaconotaçãoafectiva.
Os intervenientes no terreno exprimem-se…•Handicap International, Secção Prevenção e Saúde, Referente técnico de Saúde Mental“Oacompanhamentobaseia-senumarelaçãodeempatiaenãodesimpatia.Aempatiaéa
atitudementalqueconsisteemcompreenderasvivênciasdeoutrapessoacomoelaacom-preende–massemseidentificarcomoseusofrimento.Asimpatiaresidenessaidentifica-ção.“
Aolongodoacompanhamentosocialpersonalizado,oreferentesocialdevesempreteremmenteoobjectivogeral a atingir e verificar regularmenteaquiloque, na relaçãocomoparticipante,representaumobstáculoàrealizaçãodesseobjectivo.Eleéoúnicoapoderfazerosreajustamentosnecessáriosemcasodenecessidade.
O reajustamento profissional corresponde à análise e à evolução da prática. Diz respeitoà formacomoo referente social estabelece relaçõescomosoutros, conduzasentrevistaseavaliaçõessociais,ecomosãodefinidososobjectivos.Istodizigualmenterespeitoàsuaformadeapreenderosofrimentoeasdificuldadesdooutro,peranteassuasprópriasvivênciaseassuasdificuldades.Estaanáliseeosajustesquedela resultampermitemmanterumaposturaprofissionalenãocairnocampoafectivoecaridosoqueimpedeodistanciamentonecessárioparaumacompanhamentoeficaz.
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Idealmente,ostrabalhadoressociaisdospaísesdoNortereivindicamanecessidadedepoderbeneficiardeumasupervisão.Geralmenteorientadaporumpsicólogo,a supervisão21 éotempopropostoàsequipasdeacompanhamentosocial quelhespermitediscutirlivrementeassuasdificuldadesperanteassuasmissõesdeacompanhamento.Comefeito,apráticadoacompanhamentosocialpodesermuitoansiógenaparaoreferentesocialquesepoderásentirisolado,atéimpotenteemcertoscasos,nãopodendomanterasuaposturaprofissionalcorrectamente.Ostemposdesupervisãodestinam-se,assim,aacompanharo referentesocialnasuaprática.Podem-se realizar individualmenteouemgrupo.Nestesegundocaso,trata-sedesebasearnasexperiênciasdecadaumparaanimarodebate.Éderealçarqueestestemposdevempermanecerconfidenciaisparanãohaverefeitosoperacionaisdirectos.
21.Cf.“AsupervisãodeequipasemTrabalhoSocial”,JosephRouzel,Dunod,2007
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/ Os PrÉ-reQUisiTOs dO desenvOLviMenTO de UM serviçO de acOMPanHaMenTO
Aidentificaçãodestespré-requisitospermiteexporasfinalidadesaatingireosvaloresnosquaisnosbaseamosparaprovocaramudança.Éigualmenteeapenasapósestaprimeirafasequeosserviços,osprogramaseasinstituiçõespodemdefinirdeformaprecisaosseuscamposdeacçãoeassuasmodalidadesdeintervenção.
Questões que nos devemos colocar antes de desenvolvermos um serviço de acom-panhamentoPorquê um dispositivo de acompanhamento? Com que fim? O que é que se pretende modificar, transformar?Estasquestõesrelembramolugareopapeldecadaum(doreferentesocialedoparticipante)equestionamquantoaosentidoeàposturadarelaçãoestabelecida.
Quem faz o quê? como? com quem e onde?- Esclarecerasinstâncias(composição,objectivos,responsabilidadesdecadaum);- Definirosterritóriosgeográficosdasintervenções;- Nomear“referentes”ecertificar-sedoseuperfil(competências,“saberfazer”,limites…);- Formalizartemposdeconcertação(noarranque,duranteosbalançosepertodofinaldo
acompanhamento);- Coordenarosdiferentesintervenientesemtornodoutente(partilhadodiagnóstico,defini-
çãodepapéis).
Qual é o resultado e o impacto? O que é que isso altera? O que é que se pretende avaliar no final do acompanhamento e/ou do projecto?
- Impactonaautonomiaenoacessoaosdireitosdosparticipantes/utentes;- Impactonarealizaçãodeumprojectopersonalizado;- Impactonasofertasdeinserção/serviçosdisponíveislocalmente- Impactonaspráticas,nascolaborações,nasmudançasderepresentações.
nota: para a implementação de um acompanhamento social personalizado, é necessário ter conhecimentos prévios sobre:
- Alegislaçãolocalemmatériadeacçãosocial(nacional,desconcentradaoudescentrali-zada)eosmodosdeintervençãodosserviçospúblicosrelativamenteaestatemática;
- Oterritóriodeintervenção;- Asestruturaseosserviços,privadose/ouassociativosqueoperamnocampodosocial,o
seuposicionamentoeasacçõesconcretasquedesenvolvemanívellocal,departamental,regionalenacional;
- Oconjuntodosactoresempresençanoterritórioemquestão;- O conhecimento e as representações sociais destes actores perante as pessoas defi-
cientes.
Parte 22. guia prático do chefe de projecto
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Ospré-requisitosdaimplementaçãodequalquerprojectodeacompanhamentodizemigualmenterespeito, quando existem, à identificação e às parcerias possíveis com os colectivos, reagrupamentos, federações, instituições, estabelecimentos e serviços públicos, associativos ou privados.São, então, consideradoscomoparceirospotenciaisparaa realizaçãodoprojectopersonalizadooudeespaçospluridisciplinaresparaosquaissepodeorientaroutransferircertascompetênciasouresponsabilidades.
/ iMPLeMenTaçãO dO disPOsiTivO: cOnseLHOs PráTicOs Para O TerrenO
Umavezfeitaaidentificaçãodopúblico-alvoedosactores,ocontextoapreendidoeasinter-relaçõesdescodificadas, é possível considerar a implementação do dispositivo social. A natureza destedispositivodependerádoníveldedesenvolvimentodeserviçosexistentesnazonadeintervenção,damobilizaçãodaspopulações,doacessoàinformaçãoedasnecessidadesexpressas.Quandováriosrecursosexistem,masaspopulaçõesnãoosconhecem,podeserutilizadoumdispositivo“deescuta,informaçãoeorientação”.Estetipodedispositivosórespondeaumanecessidadepontualexpressaporumapessoa.Emcontrapartida,quandoaspessoassolicitamumacompanhamentosocialpersonalizado,seránecessárioumdispositivoespecífico,quepoderáeventualmenteintegrarumserviçodeinformação/orientação.
No âmbito de um dispositivo de acompanhamento social personalizado, quanto mais serviços/actores existirem, mais projectos personalizados poderão ser adaptados às necessidades e aosdesejosdapessoaacompanhada.Seexistiremmuitopoucosserviços/actores,osobjectivosdoprojectopersonalizadocentrar-se-ãomaisnaparticipaçãodapessoavulnerável,emparticularparaaspessoasdeficientes,nasuafamíliaecomunidade.
Desenvolveruma base de dados e/ou um repertório/anuário dosactoresterritoriaisfavoreceorealismoeapertinênciadoprojectopersonalizadonoterritóriodadoepermitetrabalharatravésdasredesdestesactores22.
22.Cf.“GuiapráticoparaapoioàimplementaçãodeumCentroLocaldeInformaçãoeOrientação”(CLIO):ModelizaçãodeumaexperiênciadeCLIOemSalé(Marrocos),EricPlantier-Royon,RT“CidadeeDeficiência”,HandicapInternational,2007
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exemplo de uma base de dados “serviços” (cf. guia cLiO)
conselho prático:•ApresençadeumCLIO(CentroLocaldeInformaçãoeOrientação)favorecefortementeaim-plementaçãoeficazdeumserviço/dispositivodeacompanhamento,permitindoterumconhe-cimentodosactoresnoterrenoedopúblico-alvo.
Quandoumnovoserviçoé implementado,é importanteconsiderardeque formaaspessoasserão informadasecomo terãoacessoaele.Pretende-sequeoacompanhamentosejaumainiciativa participativa, que preconiza a pro-actividade, a motivação e o empenho recíprocodo acompanhante, mas também, e sobretudo, da pessoa acompanhada. Neste sentido,é, por conseguinte, possível favorecer a pessoa na pesquisa de informação e ir ela própriaao encontro do dispositivo de acompanhamento, como pré-requisito da abordagem deacompanhamento. Paralelamente ao dispositivo, poderão ser implementadas sessões deinformaçãoeretransmissões/gabinetesdeproximidadequefacilitarãooacessoaodispositivodeacompanhamento.Consoanteocontexto,umainiciativadessetipopoderáfuncionarmuitobemparaaspessoascomnecessidadede“informação/orientação”,masnãonecessariamenteparaasmaisvulneráveis,comumanecessidaderealdeacompanhamentosocial.Nestecaso,é,portanto,possívelcontemplarapresençadeagentescomunitários,oferecendo informação(identificação)deproximidadeàspessoasmaisisoladaseguiando-asemdirecçãoaodispositivodeacompanhamento.Porfim,quandoaspercepçõeslocaisdadeficiêncianãosãofavoráveisàiniciativadeautonomização,éessencialrealizarconjuntamentesessõesdesensibilizaçãoparaasituaçãodaspessoascomdeficiênciaaníveldascomunidades,afimde responsabilizaroconjuntodosactoreslocaisepromoverumamudançarealperanteadeficiência.
Guia
prá
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EscolaPrimáriaAbdelMoumenElMouahidi
EscolaPrimáriaAbdelMoumenElMouahidi
HayKarima
062.03.54.87
Integraçãoescolardascriançasdeficientes
Organizaçãodasactividadesparaescolares:visitastemáticas
ResponsávelouPessoadecontacto:
Serviços:
Regime:Capacidadedeacolhimento:
Classeintegrada
Sr.Chadi
Externo14crianças
Dos6aos14anos
Todos
Deficiênciaauditiva
Professores.Professordoensinoespecial.Auxiliaresdaacçãoeducativa.
Professordoensinoespecial.
Acessogratuito.«Despesasdeescolaridade»
Atestadomédico
Das08h30às16h30
identificação
Nomedaestrutura
Endereço
Tel./Fax/E-mail/SítioWeb
Missãoeobjectivodaestrutura
Público-alvo
Idade:
Sexo:
Tipodedeficiência:
recursos humanos
Tipodeprofissionais:
Especialidadesedomíniosdecompetência
acesso aos serviços
Condiçõesdeacesso:
Tarifaçãoemodalidades:
Horários:
actividades/serviços
Actividades
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Éimportantemedir,nãosóaquandodaplanificação,mastambémaolongodaimplementaçãodeumdispositivo,osseguintescritériosdeavaliação:
Critérios relacionados com os actores locais:
• Estruturaslocaisestataise/ouassociativase/ouprivadaspresentesnoterritório;análisedosactores23;comparaçãodestaanáliseamontantedoprojecto(comopreliminar)comarealizadaajusante;
• Evoluçãodascapacidadesdosactoresparaacolheraspessoascomdeficiência;• Sensibilizaçãodosprofissionaisenvolvidosnoacompanhamentosocialpersonalizado;• Meiosetempodemobilização;• Papel/amplitudedainserçãosocialdaspessoascomdeficiêncianoterritório;• Existênciadereferentessociaisoudepessoasquedesempenhamessafunção;• Existênciaanívellocaldeespaçosdeintercâmbio,dereflexãooudetomadadedecisão
relativamenteàtemáticadadeficiênciaedainserção.
Critérios relativos ao utente:
• Númerodeprojectospersonalizadosrealizados;• Inquéritodesatisfação:opiniãodosutentes;• Iniciativaparticipativa:pessoaassociadaàsetapasdoacompanhamento.
Critérios relativos aos parceiros exteriores:
• Parceirosimplicadosouassociadosaosprojectospersonalizadosexistentes;• Frequênciadosencontrosentreeles;• Funçãododispositivonessesencontros;• Mecanismosdecoordenação,deligaçãoentreosparceiros.
/ PerfiL e segUiMenTO dO inTervenienTe sOciaL
Asmissõesdointervenientesocialbaseiam-senumconjuntodecaracterísticasde“saberser”(competências/aptidõeshumanaserelacionais)ede“saberfazer”(competênciastécnicas).Eisumexemplodeperfildepostoquepodefacilitarorecrutamentodosintervenientesoureferentessociais.
23.Cf.“Reforçodascapacidadeserelaçãodeparceria:desafios,modalistas,ferramentas”,StefanieZiegler,RT“Parceria”,HandicapInternational,2007
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24.Cf.encartep.46
PERFIL DE POSTO DO INTERVENIENTE SOCIAL
definiçãO dO POsTO de TraBaLHO O intervenientesocialasseguraaprevençãoeo tratamentodeproblemas individuaisecomuni-
tários,pessoaisoucolectivospormeiodeacçõesdeescuta,deajuda,deseguimentoedeaconsel-hamentoaos indivíduosegrupos.Noâmbitodoseupapel social, eleestabeleceasmediaçõesnecessáriasentreaspessoaseosgruposeoseuambientepessoal,bemcomocomasinstituiçõesouparceirosenvolvidos.
acTividades essenciais• Informarsobreosdispositivos,direitoseserviçosexistentes;• Encontraraspessoasparaanalisaremconjuntocomelasasuasituação,estabelecerumbalanço
geraldasuasituaçãosocial,pessoaleprofissional;• Procuraratravésdetodososmeiosadaptados(individuaise/oucolectivos)oselementosdesolu-
çãoparaasquestões/problemascolocados;• Realizaracçõesdeseguimentojuntodaspessoaseavaliarcomelasaevoluçãodasuasituação;• Encorajaraautonomizaçãodapessoa;• Animar/participaremacçõesdesensibilizaçãooude formaçãonasproblemáticassociais indivi-
duaise/oucomunitárias;• Asseguraramediaçãocomoambiente(famílias,comunidades,outrosserviços…).
cOMPeTÊncias TÉcnicas e “saBer faZer” (ser capaz de)• Conduzirentrevistasatítuloindividuale/oucolectivo(domíniodastécnicasdeentrevista);• Identificarasdisparidades,asdisfunçõeseosobstáculos;• Realizarumdiagnósticosocial;• Co-construirumprojectopersonalizado,baseadonaprocuraenarealizaçãododiagnósticodasi-
tuação;• Criarumarelaçãoprofissionaldeconfiançaederesponsabilizaçãoindividual;• Coordenaretrabalharemequipaparaumprojectoemcomum;• Animarreuniõeseassegurararealizaçãodasacções.
saBer ser (aptidões)• Toleranteerespeitador;• Discreto;• Saberouviratentamente;• Abordagemmaisempáticadoquesimpática24;• Rigoroso/flexível:socialmenteadaptável/adaptado;• Disponível;• Terumaabordagemhumanista;• Racional,basear-senumprincípioderealidade.
cOnHeciMenTOs assOciadOs• Conhecimentosempsicologiaesociologia(funcionamentopsicológicohumano,relaçõesentregru-
possociais…);• Conhecimentoantropológicodopaísegrupo-alvo(história,cultura,tradições,crenças…);• Conhecimentodasparticularidadesdopúblico-alvo(ParaHI,conhecimentodasferramentasadap-
tadasàspessoascomdeficiência…);• Conhecimentodosdiferentesdispositivosdeajudaederesponsabilizaçãodopúblico-alvo;• Conhecimentodosactoreseserviçosterritoriaisenacionais(quem?oquê?como?onde?);• Conhecimentodalegislaçãonacionaleinternacional,adaptadaaopúblico-alvo.
Guia
prá
tico
52
conselhos práticos: •ApósdiversasmissõesdeapoioàsequipasdeintervenientessociaisdaHandicapInterna-tional,éevidentequeestestêmfaltadetempoparaintercâmbiodeideiase“descompressão”,que,muitasvezes,sósãopropostasapóscrisespontuais.Éimportante,paraummelhorpo-sicionamentoprofissionalepessoal,considerartemposdesupervisãodesdeoiníciodopro-jecto/serviçodeacompanhamentosocial.•Estaactividadeéidealmenteorientadaporumpsicólogoexternoaoprojecto/serviço,ou,nasuafalta,peloresponsáveldeequipa.Nestecaso,falamosantesdetemposdeintercâmbiodepráticas.•Verificaraformação26eascompetênciasdosreferentessociais,emrelaçãocomopúblico-alvo,ecompletá-lapormeiodeintercâmbiosdepráticasedesupervisão,sobaformade,porexemplo,estudosdecasospráticos.
De realçar que as competências técnicas e relacionais mencionadas não são exaustivas e queseadquiremeaperfeiçoamcomo tempoeaexperiência.Elassãoo frutodaaprendizagemdointervenientesocial,construídapelasuapráticadeterrenoeporreajustamentos25constantementefeitosemfunçãodassituações,doscontextosedasparticularidadesdecadahistóriadevida,decadaindivíduo.
25.LanotionderéajustementprofessionnelestdétailléedansleGuiapráticodel’intervenantsocial,souslarubrique«Rôleetposturedel’inter-venantsocial»
26.Nousavonsfaitlechoixdenepastraiterendétailicilaquestiondelaformationdesréférentssociaux,pourtantcentrale,afindenepasalour-dirledocument.Unmodulesurlaformationderéférentssociaux,basésurceguide,seradisponibleen2010
53
/ Etapa 1: Estabelecimento de contactos - - - - - - - PáGINA 54
/ Etapa 2: Diagnóstico social - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - PáGINA 55
/ Etapa 3 e 4: Negociação do projecto e plano de acção - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - PáGINA 69
/ Etapa 5: Contratualização - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - PáGINA 71
/ Etapa 6: Arranque e seguimento do projecto - - PáGINA 73
/ Etapa 7: Avaliação / balanço intermédio - - - - - - - PáGINA 74
/ Etapa 8: Finalização do acompanhamento - - - - PáGINA 75
As ferramentas apresentadas provêm, na sua maioria, de projectos desenvolvidos pe-las equipas da Handicap International e respectivos parceiros em numerosos países. Apresentamos aqui um número reduzido de ferramentas para ilustrar as diferentes etapas do acompanhamento social personalizado.
As ferramentas apresentadas foram desenvolvidas em função de contextos particu-lares. Devem, por conseguinte, estar adaptadas às necessidades e às realidades do seu terreno, tendo em consideração as suas especificidades culturais, políticas, so-ciais e económicas.
Por fim, queira consultar o CD-Rom que acompanha este guia para uma panorâmica exaustiva das ferramentas produzidas pelas diferentes equipas da Handicap Interna-tional.
Conjunto de ferramentasParte 3
53
54
Parte 3etapa 1: estabelecimento de contactos
ficha de acolhimento (exemplo Hi, programa frança, icOM)
Data: Recebidopor:Fotografia
acolhimento do participante
IDENTIDADE
Nomepróprio:_____________________________________________________________________
Apelidos:__________________________________________________________________________
Morada:___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
Telefone:____________________________
Datadenascimento:_____________________
Localderesidência:FamíliaLarApartamentoautónomoOutro:____________
Localdeactividadededia:__________________________________________________________
Nomedorepresentante(responsável)legal:___________________________________________
Pais(especificarograudeparentescosenãoforopaiouamãeTutoresEstabelecimentos
Morada:___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
Objectodopedido:_________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
55
O“ProcessodeProduçãodaDeficiência»apresentadonesteguiaéummodeloquepropõeaanálisedesituaçõesdeparticipaçãooudeexclusãosocial.Estemodelopodeseradaptadoàsituaçãodecadaindivíduoelaborandoumquestionárioquepermitaarecolhaeanálisedeinformaçõessobreoshábitosdevida,osfactorespessoaiseambientais.
Parte 3
Caix
ade
ferr
amen
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etapa 2: diagnóstico social
Hábitos de vida identificados pelo PPd
Hábitos de vida Pormenoresnutrição Regimealimentar,confecçãodosalimentos,realizaçãodasrefeiçõescondição corporal Descanso,condiçãofísica,condiçãomentalcuidados pessoais Cuidadoscorporais,higieneexcretória,vestuário,cuidadosdesaúdecomunicação Comunicaçãooralecorporal,comunicaçãoescrita,telecomunicação,sinalizaçãoHabitação Escolha e adaptação da residência, manutenção da casa, utilização de mobiliário e outros
equipamentosdomésticosdeslocações Deslocaçõescondicionadas,transportes
responsabilidades Responsabilidadesfinanceiras,responsabilidadescivis,responsabilidadesfamiliaresrelações interpessoais Relaçõessexuais,afectivasesociaisvida comunitária Vidaassociativa,vidaespiritualereligiosaeducação Educaçãopré-escolar,escolar,profissional,outrasaprendizagensTrabalho Orientaçãoprofissional,procuradeumemprego,ocupaçãoremunerada,ocupaçãonãoremuneradaLazer Desportosejogos,artesecultura,actividadessócio-recreativasOutros hábitos Osquenãopodemserclassificadosnascategoriasanteriores
factores pessoais
factores ambientais
O sistema orgânico as aptidões1-Sistemanervoso 1-Aptidõesrelacionadascomactividadesintelectuais2-Sistemaauditivo 2-Aptidõesrelacionadascomalinguagem3-Sistemaocular 3-Aptidõesrelacionadascomoscomportamentos4-Sistemadigestivo 4-Aptidõesrelacionadascomossentidoseapercepção5-Sistemarespiratório 5-Aptidõesrelacionadascomactividadesmotoras6-Sistemacardiovascular 6-Aptidõesrelacionadascomarespiração7-Sistemahematopoiéticoeimunitário 7-Aptidõesrelacionadascomadigestão8-Sistemaurinário 8-Aptidõesrelacionadascomaexcreção9-Sistemaendócrino 9-Aptidõesrelacionadascomareprodução10-Sistemareprodutor 10-Aptidõesrelacionadascomaprotecçãoeassistência11-Sistemacutâneo12-Sistemamuscular13-Sistemaesquelético14-Morfologia
factores sociais factores físicosFactorespolítico-económicos(exemplo:rendimentofamiliar,protecçãosocial,etc.)
Natureza(exemplo:lojasdobairro,etc.)
Factoressocioculturais(exemplo:auxiliarnatural,atitudedacomunidadeperanteadeficiência,etc.)
Adaptações(exemplo:acessibilidadedeinfra-estruturas,etc.)
56
exemplo 1, recolha de dados / análise, segundo o modelo do PPd(exemplo retirado de uma formação organizada pelo giffOcH)
Oesquemaapresentadoabaixopodeservirparaumarecolhadeinformaçõessobreoconjuntodefactoresehábitosdevidadeumapessoa,apósoestabelecimentodecontactosecomoobjectivodeestabelecerumretrato global aquando de um questionário inicial.Tambémpodeserutilizadaaquandodoprocessorelativoaumhábito de vida queseinscrevenoprojectopersonalizadodapessoa,afimdepermitirumaanálisemaisespecíficadosfactoresassociados.
Factorespessoais
Factoresambientaisenvironnementaux
Hábito(s)devida/actividadedavidaquotidiana
Causa/riscos
Nãoesquecerdeanexar informaçõessobrea identifidadedapessoaesobreocontextoondeelaseinsere:
Nomepróprio:__________________________ Apelidos: ________________________________
Coordenadas: _________________________ Idade:___________________________________
Situaçãofamiliar:_______________________ Númerodefilhosacargo:_________________
Profissão:______________________________ Educação:_______________________________
Rendimentosprofissionais: ______________ Outrosrendimentos: ______________________
57
Eis outro exemplo de recolha de dados baseada no modelo do Processo de Produção doimpedimento:
exemplo 2, ficha individual / recolha de dados inicial (exemplo Hi, programa indonésia)
DATA:____________________________
Nomedoagentecomunitáriodeficiência/agentesocial:_______________________________
LOCALDAENTREVISTA:emcasanoCentroSocial____________________________outro _________________________________________________
DADOS PESSOAIS
NOMEPRÓPRIO:_________________________APELIDOS:_____________________________
IDADE:_______________________
SEXO:____________________
NOMEDOSPAIS(seformenorde16anos):__________________________________________
ESTADOCIVIL(casado,viúvo,solteiro):______________________________________________
MORADA:________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
CONTACTO(telefoneououtro):_____________________________________________________
SAÚDE
Historialmédico(hospitalizações,complicaçõesànascença,acidente,fracturas,tratamentos,problemasdesaúdepassadosepresentes,etc.):_____________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
Deficiênciafísica SIM NÃO
Descrição(deformaçãocongénitadapernaesquerda,etc.):___________________________
Deficiênciasensorial SIM NÃO
Descrição(surdez,deficiênciavisual,etc.):__________________________________________ _________________________________________________________________________________
Deficiênciaintelectual SIM NÃO
Descrição: ______________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
PerturbaçãopsiquiátricaSIM NÃO
Descrição: ______________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
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AMBIENTEsOciaL
Pessoasquevivemnacasa(irmãos,pais,outros)eparentesco:________________________
__________________________________________________________________________________
Principalauxiliarnatural(especifique):_______________________________________________
__________________________________________________________________________________
Relaçõescomvizinhos/amigos/membrosdacomunidade:___________________________
ecOnóMicO
Principalfontederendimentos(quemequeactividade):_______________________________
__________________________________________________________________________________
Acessoaumsistemadeprotecçãosocial:SIMNÃO
Outro: ___________________________________________________________________________
Estatutoeconómico:PobrezaModeradoConfortável
fÍsicO
Descriçãodolocalondevive(casasobreestacas,etc.): _______________________________
__________________________________________________________________________________
Acessodacomunidadeaolocalondevive(caminhodecimento,ponteembambu,etc.):____________________________________________________________________________________
Presençadeescadas/degrausnointerioreexteriordomeiodevida:
SIM;onde?________________________________NÃO
Materialdosoalho:________________________________________________________________
Localizaçãodolocalondeviveemrelaçãoàaldeia,àcomunidade:_____________________
Proximidadedeserviçoseespaçospúblicos(centrodesaúde,escola,mesquita,centrodelazer,etc.):________________________________________________________________________
OCUPAÇÃOedUcaçãO
Níveldeeducação,estudos/formaçõesemcurso:_____________________________________
Apessoafrequentaaescola? SIM NÃO
Pormenores:(nomedaescola,nível,razãopelaqualnãofrequenta,etc.):
cULTUra, desPOrTO, LaZer
Descriçãodasactividadesrecreativasesociaisdapessoa: ____________________________
Apessoaestásatisfeitacomestasactividades? SIM NÃO
Pormenores:______________________________________________________________________
59
acTividades PrOfissiOnaL e ecOnóMica
Apessoatrabalha? SIM NÃO
Pormenores:______________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
Históricodeemprego:_____________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
Apessoafrequentoucursos? SIM NÃO
Outrasaptidões:__________________________________________________________________
Interesses:________________________________________________________________________
ACTIVIDADES DA VIDA QUOTIDIANAMOBiLidade
•Deslocar-senointerior Autónomo Comajuda Ajudatotal
Pormenores:______________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
Senãoconseguecaminhar:transportado utilizaajudatécnica poroutrapessoa Rampaououtro
•Iràcasa-de-banho Autónomo Comajuda Ajudatotal
Pormenores:______________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
•Iràcozinha Autónomo Comajuda Ajudatotal
Pormenores:______________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
•ràsala Autónomo Comajuda Ajudatotal
Pormenores:______________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
•Irparaoquarto Autónomo Comajuda Ajudatotal
Pormenores:______________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
•Deslocar-senoexterior Autónomo Comajuda Ajudatotal
Pormenores:______________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
Seincapazdecaminharr:transportado utilizaajudatécnicaRampaououtro poroutrapessoa
Meiodetransporte: _______________________________________________________________
Locaisnacomunidadequenãolhesãoacessíveis:____________________________________
__________________________________________________________________________________
Pedido:__________________________________________________________________________
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cUidadOs PessOais
•utilizaracasa-de-banho Autónomo Comajuda Ajudatotal
Pormenores:______________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________
•lavar-se Autónomo Comajuda Ajudatotal
Pormenores:______________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
•vestir-se Autónomo Comajuda Ajudatotal
Pormenores:______________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
•comer/beber Autónomo Comajuda Ajudatotal
Pormenores:______________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
Tarefas dOMÉsTicas
•preparaçãoderefeições Autónomo Comajuda Ajudatotal
Pormenores:______________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
•Manutençãodacasa Autónomo Comajuda Ajudatotal
Pormenores:______________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
•Lavagemdaroupa Autónomo Comajuda Ajudatotal
Pormenores:______________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
•Lavagemdaloiça Autónomo Comajuda Ajudatotal
Pormenores:______________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
***
Expectativas/objectivosdapessoa:________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
Outroscomentários/observações:__________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
61
Outrostiposdequestionáriospermitemprojectar,desdearecolhadedados,estratégiasquepodemservirparaaelaboraçãodoprojectopersonalizado,conformeilustraoseguinteextracto:
exemplo 3, ficha individual / recolha de dados inicial(exemplo Hi, programa nepal, extracto de questionário)
Nomedaorganização:__________________Nomedointervenientesocial:_______________________
Distrito:________________________Datadeavaliação:________________________________________
Proveniênciadapessoa/referências: ______________________________________________________
1. Informação geral ________________________________________________________________________________________
1.1.Nomedapessoa:____________________________Idade:________Sexo:FM
1.2.Estadocivil:asadosolteironúmerodefilhos:
1.3.Nomedopai/mãe/responsável:_____________RelaçãocomaPD:_______Ocupação: ________
1.4.Nomedoauxiliarprincipal:_____________RelaçãocomaPD:_______Ocupação:____________
1.5.Morada:______________________________________________________________________________Distrito:________________________Localidade:_______________________________________________Rua:________________________Número:__________________Telefone/contacto:_______________
2. Histórico da pessoa ________________________________________________________________________________________
2.1. identificação das dificuldades principais
2.1.1.Qualé(são)a(s)sua(s)principal(ais)dificuldade(s)?______________________________________
_________________________________________________________________________________________
2.2. identificação das causas possíveis de deficiência
2.2.1.Quandoéqueapareceramassuasdificuldades?
nascençaSesim,problemaduranteagravidezduranteoparto
doença,especifiqueporfavor:_______________________________________data:_______________
acidente,especifiqueporfavor:_______________________________________data: ______________
subnutrição/faltadevitaminaArelacionadocomumconflito,especifiqueporfavor:_______
outro,especifiqueporfavor:______________________________________________________________
2.2.2.Evoluçãoda(s)dificuldade(s)notempo:estávelmelhoriadeterioração,especifique,porfavor_____________
2.2.3.Outrosmembrosdafamíliadeficientes?nãosim,especifique,porfavor:______________
2.3. Tipo de apoio esperado / contemplado:
2.3.1.Comprometeu-se/levouacaboalgumainiciativaparadiminuirassuasdificuldades?
Não,porquê:medo/hesitaçãonãosabequemcontactarfinanças serviço/ajudanãodisponívelnãoprioritário outro,especifiqueporfavor:_______________________________________________
Sim,onde: curandeiroCentrodeSaúdehospitalorganizaçãolocal outro,especifiqueporfavor:______________________________________________
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3. Plano de acção de inclusão _________________________________________________________________________________________
3.1 social
esTaTUTO visãO / OBjecTivO acçãO
Talentos pessoais, educação e capacidades no trabalho(aptidões,capacidadespessoais)Quaissãoosseuspontosfortes(talentos/capacidades)?Oqueéqueapreciamemsi(personalidade,aptidões)?
Queaptidõesdesejamelhorar?
Investigar as relações possíveis na comunidade, isto é, se interesse por artes, estabelecer uma ligação com uma pessoa da aldeia que tenha os mesmos interesses, se tem vontade e aptidão para uma actividade, ver possibilidade de emprego/estágio, etc. Encorajar as relações sociais para melhorar a autoconfiança, as possibilidades de interacções, de intercâmbio de ideias, etc.
Participação na vida familiar Comoéqueparticipanasactividadesdasuafamília? cumprirpapéisfamiliares participarnasactividadesdomésticas participaçãonasdecisões/discussões nenhumaparticipaçãoAsuafamíliaencorajaasuaparticipação? não________Sesim-quetipodeapoio:________________________________________________
Desejaparticiparnoutrastarefas?APDpretendeparticiparmaisnavidadasuafamília?Ondeecomoéqueelasepodeenvolvermais?Eventuaisobstáculos?Comocontorná-los?
Escutar, acompanhar a família para aumentar as oportunidades de participação, de modelização, etc.
Participação na vida social comunitáriagrupos comunitáriosFazpartedegruposcomunitários? sim___ OrganizaçãodePD cooperativa grupodejovens/crianças Grupoambiental grupofeminista outro,especificar: não iniciou,masparou.Razão:Sesim,qualéoseuníveldeparticipação? presençafísica participaçãoemactividades,discussões envolvimentonaorganização,decisões_______________________Estásatisfeitocomesseníveldeparticipação? sim,dequeéquegosta? não,porquê?
Oqueéquegostariadefazer(naescola,nacomunidade,etc.)?Sevaiàescola/trabalho,oufazpartedeumgrupocomunitário,dequeformaesperaqueasuaparticipaçãoaumente?
Fazer a ligação com as estruturas locais (escolas, OPH, etc.), identificar as possibilidades de actividades culturais, desportivas e de lazer, de grupos de apoio ou outros, investigar a existência de oportunidades de voluntariado.
comunicaçãoaptidões de comunicaçãoComoéquecomunica? Linguagemoral Linguagemdesinais Linguagemgestual ajudavisualQueméqueocompreendeequeméquenãoocompreende?___________________________________________________________________________Comqueméquesesentemelhorcompreendidoemaisà-vontadeparacomunicar?____________Sente-sefrustrado/zangadoquandoquercomunicarenãopode? sim não
Quandoeondeéquegostariadecomunicar?
Oqueéqueconstituiumobstáculoàcomunicação?
Porqueéqueafunçãoéperturbada? Física Social Intelectual Acessoàlinguagem/àcomunicaçãoExplique como, isto é,. AVC, falta de confiança em si, nenhum acesso à aprendizagem da linguagem dos sinais, vocabulário limitado, etc. Como é que se pode prestar assistência à família para melhorar a comunicação? Ajudas visuais, gestos, linguagem dos sinais, frases simples, etc. Referência a serviços especializados ou APD para o desenvolvimento da linguagem dos sinais, de ajudas técnicas à comunicação, de terapia da fala, de ajudas auditivas, etc. Reforçar as relações com PD, famílias e outros, para troca de ideias e modelos de êxito.
comunicação com a família:Comoéquecomunicacomosmembrosdasuafamília?(Questõesparaafamília)Interagem/discutemcomapessoa? tantocomocomosoutrosmembrosdafamília commaisfrequência commenosfrequênciaCompreendemoqueapessoavosdiz? _______ nunca àsvezes muitasvezes sempreApessoacompreende-vos? nunca àsvezes muitasvezes sempreExistemobstáculosparaumaboacomunicaçãonavossafamília?____________________________
Quaissãoastrêsmensagensquegostariadetransmitiràsuafamília?
Comoéquesepoderiamelhorarasuacomunicaçãocomasuafamília?
Quaissãoastrêsmensagensquegostariadetransmitiraoseufilho/irmão/familiar?
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comunicação com a comunidade(Questõesparaapessoa/paraafamília)Estãosatisfeitoscomoníveldecomunicaçãoentrevocêseavossacomunidade? nunca àsvezes muitasvezes sempre
Comoéqueavossaco-municaçãocomacomuni-dadepoderiamelhorar?
Quemodosdecomunica-çãopodemserdesenvol-vidos/facilitados?
atitude e percepçãoPercepção de si mesmo(estima,imagemcorpo-ral,aceitaçãodasuapessoa)Estáfelizcomasuavida? não nãoestáfelizcomalgunsaspectos correcto feliz muitofelizSente-seà-vontadeparacomunicaraosoutrosassuasnecessidades/ideias/sentimentos? sim_____________________________ senão,porquê?____________________________________Fazcoisasporiniciativaprópria? sim nãoSente-sefrustrado/zangadocomcoisasquegostariadefazer,masnãopode? sim,quais? não
Quepercepçãogosta-riadeterdesimesmo?Comopoderiasentir-semaisfeliz/confiante?
Como é que se pode melhorar a imagem e a autoestima das pessoas deficientes?
Estabelecer relações com outros, grupos de pares, APD, redes de intercâmbio de ideias e de apoio…
atitude da família perante a pessoa(Aosolhosdapessoa)Sente-seimportanteparaasuafamília? sim não,porquê?______________________________Asuafamíliapedeasuaopinião? sim àsvezes não,porquê?______________________________(Questõesparaafamília)ComoéquesereferemàPD/designaçãoes-pecífica?___________________________________Achamqueapessoaéconsiderada,incluídaeapreciadapelosmembrosdafamília?______________________________________________________
Comoéquegostaria(m)deservisto(s)etratado(s)pelasua(vossa)família?
Comoéqueavossarelaçãocomasuafamíliapoderiamelhorar?
Ondeéqueimaginaqueestaráoseufilho/irmão/familiardaquia5a10anos?
Estabelecer relações com outras famílias, grupos de apoiom OPD, modelos, melho-rar as redes de apoio, fornecer um apoio específico.
atitude da comunidade(Questõesparaapessoa)Qualéoseulugarnacomunidade?_______________________________________________________Sente-sevalorizadopelasuacomunidade? sim não,porquê?_____________________Temamigos? sim não,porquê?_____________________________________________________(Questãoparaafamília)Comoéqueoseufilho/irmão/familiarétratadopelacomunidade? __________________________
Comoéquegostariaqueacomunidadeovisse/tratasse?
O que é que podemos fazer para facilitar os contactos / relações e o respeito entre os membros da comunidade?
Apoiar as relações com os membros-chave da comunidade, dos grupos, identificar onde é que a comunicação social poderá contri-buir para uma mudança de atitude.
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exemplo 4, ficha individual / recolha de dados inicial (exemplo Hi, programa Marrocos)
i/ infOrMações adMinisTraTivas (relativas ao utente)NOME:
Nascido(a)a:____________________________em:
Nacionalidade:________________Morada:
N.°deSegurançaSocial:__________________________________________________________________
OutroSeguro:simnão
Sesim,coordenadasdacompanhiadeseguros:______________________________________________________________________________________________________________________________________
ii/ siTUaçãO faMiLiar*Casado Viúvo Solteiro Divorciado Uniãodefacto
Desde________ Desde________ Desde________ Desde________
Temfilhos?Sesim,quantos?______________________________________________________________
Queidadetêm?__________________________________________________________________________
Temacustódiadeles?____________________________________________________________________
Temlaçosfamiliaresouafectivoscompais–cônjuge–filho(s)–amigo(s)?
(*Riscaroquenãointeressa)
iii/ infOrMações reLaTivas À faMÍLia
Emsuma,podemserdesenvolvidasoutrasferramentasconsoanteocontextododispositivodeacompanhamento,emrelaçãoàspopulaçõeseaosrecursosutilizados.
MÃE PAI
Nomepróprio
Apelidos
Datadenascimento
Situação familiar
-Casado(a)
-Divorciado(a)
-Separado(a)
-Viúvo(a)
Situação profissional
-Activo
-Reformado
-Àprocuradeemprego
-Outro
Seactivo,especifique:
Irmãos(nomes,datasdenascimento):_______________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
65
*Situaçãoparticuliar
-famíliareconstituida
-existênciadeoutrosdeficientesentreosirmãos:
Estaadmissãoérequeridapeloutente: simnão
Estaadmissãoédesejadaporumaterceirapessoa: simnão
Estaadmissãoédesejadapelafamília: simnão
iv/ infOrMações reLaTivas À deficiÊncia
Tipo de deficiência:-deficiênciamotora
-deficiênciamental
-deficiênciasensorial
-perturbaçõesassociadas
Esclarecimentoseventuais:_______________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
Origem da deficiência:-Perinatal
-Natal
-Pós-natal
-Outras:
Esclarecimentoseventuais:_______________________________________________________________
se se tratar de um acidente, por favor, especifique:Acidentedetrabalho(foradotrajecto)______________________________________________________
Acidentedeviação ______________________________________________________________________
Práticadesportiva_______________________________________________________________________
Tentativadesuicídio_____________________________________________________________________
Acidentedoméstico______________________________________________________________________
Agressão_______________________________________________________________________________
Acidenteduranteotrajectoprofissional ____________________________________________________
Outros,especifiqueporfavor______________________________________________________________
se se tratar de uma doença:Doençaevolutiva
Doençanãoevolutiva
Especifique,porfavor: ___________________________________________________________________
Médicoassistente Médicosespecialistasquegarantemougarantiramum acompanhamento(incluindopsiquiatra)
NOME:____________________________ NOME:_____________________________________________
Morada:___________________________ Morada:____________________________________________
Tel.:_______________________________ Tel.:________________________________________________
Fax.:______________________________ Fax.:_______________________________________________
Caix
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66
vaccinaTiOn
-Hépatite ouinonDate:_____________________________________-BCG ouinonDate:_____________________________________-DTP ouinonDate:_____________________________________
dePendances
Tabac,drogue ouinon
Préciser:
Allergies ouinonPréciser:_________________________________
Difficultésrespiratoires ouinon
Diabète ouinon
Épilepsie ouinonType:____________________________________
Fréquence:_______________________________
Maladiecardio-vasculaire ouinon
Interventionchirurgicale ouinonNatureetdate(s):__________________________
Contre-indicationsàcertainespostures ouinon
Énurésie ouinon
Encoprésie ouinon
Traitement ouinon
Est-ilgéréparl’usager? ouinon
Sioui,comment?________________________________________________________________________
v/ vie sOciaLeHistoriquedessituationsdepriseenchargeet/oud’accompagnement(préciserl’âgeàchaqueétape):
_________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________
vi/ aUTOnOMia
Por favor, especifique o seu grau de autonomia
Ajudaparaselevantaredeitar? SIM NÃO
Ajudaduranteanoite? SIM NÃO
Ajudanacasa-de-banho? SIM NÃO
Consegueutilizarumabanheira? SIM NÃO
Ajudaparautilizarochuveiro? SIM NÃO
Temumchuveiroadaptado? SIM NÃO
Acasa-de-banhoestáadaptada? SIM NÃO
Ajudaparasevestir? SIM NÃO
Ajudaparacozinhar?Especifiqueseéajudaparcialoutotal SIM NÃO
Ajudaparacomer? SIM NÃO
Ajudanastarefasadministrativas? SIM NÃO
67
vii/ escOLaridade – esTaBeLeciMenTOs esPeciaLiZadOsNíveldeestudos: ___________________________________________________________________________
Datas:_____________________________________________________________________________________
Coordenadasdoestabelecimento:____________________________________________________________
Estabelecimentos(s)frequentado(s):
___________________________________________________________________Datas:______________________________________________________________________________________Datas:______________________________________________________________________________________Datas:___________________
viii/ nÍveL de cOnHeciMenTOsSabe?
Ler sim não Escrever sim nãoContar sim não Verashoras sim nãoFazercontas sim não Telefonar sim não
ix/ PrOfissãO exercidaActualmente:_______________________________________________________________________________
Antesdadeficiência: ________________________________________________________________________
Ajudanaprevençãodeescaras? SIM NÃO
Ajudanasnecessidadesfisiológicas? SIM NÃO
Ajudaparaseinstalarnacadeira? SIM NÃO
Segueumregimealimentar?Sesim,qual? SIM NÃO
Ajudanascompras? SIM NÃO
Acompanhamentoduranteassaídasparaoexterior? SIM NÃO
Ajudanostransportes? SIM NÃO
Ajudanapreparaçãodemedicamentos? SIM NÃO
Ajudanatomademedicamentos? SIM NÃO
Consegueutilizarotelefone? SIM NÃO
Sozinho? SIM NÃO
Comdificuldadesdemanipulação? SIM NÃO
Utilizaçãoimpossívelsemajudadeoutrapessoa? SIM NÃO
Consegueabrir/fecharsozinhoasportasdecasa? SIM NÃO
Consegue andar sozinho?
Apé SIM NÃO
Decomboio SIM NÃO
Deautocarro SIM NÃO
Temummeiodetransportemotorizado? SIM NÃO
Por favor, especifique o seu grau de autonomia
Caix
ade
ferr
amen
tas
68
xi/ LaZer e desLOcações
Conseguepassarumdiadelazersozinho(a)?_________Especificar:_____________________________
Lazereactividadespreferidas:_______________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________
xii/ cOMPOrTaMenTO
Calmo sim nãoInibido sim nãoExpansivo sim nãoViolento sim nãoSesim,especificar:_________________________________________________________________________
Outroscomportamentosdesviantes sim nãoSesim,especificar:_________________________________________________________________________
xiii/ sOciaBiLidade
Noseiodafamília sim nãoNoexterior sim nãoComoscolegas(senumestabelecimento) sim nãoComoenquadramento(senumestabelecimentot)sim não
necessidades dO UTenTeEXPECTATIVASCONFORMEEXPRESSASPELOUTILIZADOR:
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Profissionalquecontactououtente:
Nome:_____________________________________________Função:____________________________________________Data:______________________________________________Assinatura
Capacidadeparatrabalhardepé SIM NÃO
Tolerânciaàfadiga SIM NÃO
Tolerânciaaoruído SIM NÃO
Tolerânciaaotrabalhorepetitivo SIM NÃO
Ritmodetrabalhocontínuo SIM NÃO
Ritmodetrabalhodescontínuo SIM NÃO
Destrezamanual SIM NÃO
Precisãodegestos SIM NÃO
Resistênciaaoesforço SIM NÃO
Compreensãodeinstruções SIM NÃO
Aplicação SIM NÃO
Tomadadeiniciativa SIM NÃO
Capacidadedeorganização SIM NÃO
Potencialdesportivo SIM NÃO
x/ acTividades
69
Após o diagnóstico social, estas etapas retomam as necessidades expressas pela pessoa, oselementosrecolhidosanívelpessoaleambiental.Estasetapassãocruciaisequerem-separticipativasnaelaboraçãodeobjectivosedemeiosprecisos,facilitandoocompromissoeoseguimentopelaspartesenvolvidas.Aferramentaapresentadaincluiigualmenteaetapaseguinte,adacontratualização.
Parte 3eTaPa 3 e 4: negociação do projecto e plano de acção
negociação do projecto personalizado / plano de acção (exemplo Hi, programa Marrocos)
Programa de acompanhamento na participação socialPLanO de acçãO individUaLiZadO
DatadoencontroparaelaboraçãodoProjectodeVida:_______________________________Participantes:______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
IDENTIFICAÇÃO DO UTENTE
Nomepróprio:_____________________________ Apelidos: _____________________________
Dataelugardenascimento: ______________________
Sexo:feminino masculino
Moradaactual:___________________________________________________________________
IDENTIFICAÇÃO DO PROFISSIONAL REFERENTE
Nome:____________________________________ Apelido:_______________________________
Função:_________________________________________________________________________
Datadaimplementaçãodoprojectodevida:_________________________________________
EXPECTATIVASCONFORMEEXPRESSASPELOUTILIZADOR:____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
ANÁLISE:_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Caix
ade
ferr
amen
tas
70
ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DAS ACÇÕES
PLanificaçãO dOs OBjecTivOs
Porordemdeprioridade,identificarosobjectivosaatingirqueestãoassociadosàsnecessidadesdapessoaedasuafamíliaedosserviçosrequeridos.
Objectivos a atingir Meios a utilizar estabelecimento ou organismo responsável
data prevista de realização
PLanificaçãO das Medidas aLTernaTivas QUandO Os serviçOs e Os recUrsOs nãO esTãO disPOnÍveis
Determinarporobjectivoasmedidasalternativasrequeridas,asuafrequência,otipodeorganismoouserviçodedispensabemcomoasdatasprevistasderealização.
Motivo de recurso a uma medida
alternativa
Medida alternativa tomada
Tipo de organismos ou de estabelecimento dispensador
decisões TOMadas nO fiM da reUniãO
serviço oferecido
estabelecimento ou organismo
responsável
diligência prévia requerida
data do início da dispensação
data de colocação em
espera
Declarotertomadoconhecimentodoconteúdodomeuplanodeacçãoindividualizadoeautorizoaprestaçãodeserviçosquemesãopropostos,conformeacordadoentreaspartes.
Assinadoem ______________________
Nodia_____________________________
71
Parte 3
contrato de acompanhamento (exemplo retirado do centro jacques arnaud, Bouffémont, frança)
Objecto do contrato: Opresentecontratotemporobjectofixarascondiçõesdodispositivodeacompanhamentosocialpersonalizado,oqualtemlugarnoâmbitodosistemadeidentificação,orientaçãoeacompanhamentodaspessoasemsituaçãodedeficiência,afimdeoptimizarasuaparticipaçãoeasuainserçãosocial.
Esteacompanhamentosocialéconfiadoa_____________________Função_______________________Objectivos da intervenção:
Oobjectivoéapoiarapessoaemsituaçãodedeficiêncianassuasiniciativasapartirdasuaentradanodispositivodeacompanhamento.
Paratanto,épropostoumacompanhamentosocialpersonalizadoporumreferenteque,depoisdeentraremacordoconsigo,estabeleceráasetapasindispensáveis:
-àcompreensãoeanálisedasuasituação;-ànegociaçãodeumplanodeacçãopersonalizado;-aoacompanhamentoeosconselhosnassuasiniciativas;-aosbalançosregularesrelativosàrealizaçãodosobjectivos;-àsperspectivasquepreparamasaídadodispositivo.
Esteacompanhamentorealiza-seatravésdecontactosregulares:-pelomenos,umavezpormês-posteriormente,semprequefornecessário
Osobjectivosfixados,assuasdenominações,assuasdeclinaçõeseosseusmeiosdeimplementaçãosãoespecificadosabaixo:1._______________________________________________________________________________________:_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
2._______________________________________________________________________________________:_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3._______________________________________________________________________________________:_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
eTaPa 5: contratualização
Caix
ade
ferr
amen
tas
72
compromissos recíprocos:Sr./Sra.________________________________________compromete(m)-seaaceitaroacompanhamentosocialpropostoeautilizartodososmeios,afimdeatingirosobjectivosconformedefinidosnoprojecto:
-respeitarasreuniõesestipuladaseavisaremcasodeimpedimento;-aceitarreceberoreferenteemcasa;-efectuarasdiligênciasnecessáriasàrealizaçãodosobjectivos.
Aassociação___________________compromete-seaimplementarasprestaçõespropostasnoâmbitodoacompanhamentosocialconformeocadernodeencargosaplicadonoâmbitodoprojecto.
Paratal,oreferentecompromete-sea:-efectuarvisitasasuacasa;-recebê-lo(a)nasinstalaçõesdaassociação;-tercontactosregularescomosparceiros;-assegurararelaçãocomosdiferentesserviçosimplicados(serviçossociais,organismode
formação,deorientaçãoouinserção…);-forneceravaliaçõesregulares.
duração do contrato:Opresentecontratoproduzefeitosapartirde_______________porumperíododetrêsmeses,notérminodoqualseráefectuadoumbalançocomapessoaemsituaçãodedeficiênciaparagarantirapertinênciadareconduçãooudasaídadodispositivo.
condições de rescisão do contrato:Onãocumprimentodopresentecontratopoderáimplicaracessaçãoantecipadadoacompanhamentosocial.OSr./Sra.__________________pode(m)pediracessaçãoantecipadadoacompanhamentosocialaqualquermomento,informandooreferentecomadevidaantecedência.Seráelaboradoeenviadoaobeneficiárioeaosserviçosimplicadosumbalançodefimdeacompanhamento
Elaboradoemdoisexemplaresem____________________,nodia________________
sr. / sra.(Nome,Assinatura)_____________________
Pela associação(Nome,função,assinatura)_____________________
73
Parte 3eTaPa 6: arranque e seguimento do projecto
visita date activi-dade
Plano / objectivos / actividades para visita de seguimento
Observações, alterações (se houver)
apoio específico fornecido
comentários, recomendações
ficha de seguimento (exemplo Handicap international, programa nepal)
Nomepróprio:___________________________________Apelidos: ________________________________
Referente/agentesocial:
Outrasobservações/comentários/iniciativasemcurso:
Assinaturaedata:_________________________________________________________________________
Caix
ade
ferr
amen
tas
74
Ficha de síntese / balanço intermédio (adaptação ficha Hi, programa senegal)
Nomepróprio:_____________________Apelidos:_____________________Projecto:_______________
/resumo do projecto Títulodoprojecto:_________________________________________________________________
Períododeduração:de_____/_____/_____a_____/_____/_____
Objectivosiniciais:
1-__________________________________________________________________________
2-__________________________________________________________________________
3-__________________________________________________________________________
/Trabalho realizado
/ObservaçõesDifficuldadesencontradas:
Pelapessoa___________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________
Peloreferente/agentesocial____________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________
/recomendações futuras: _____________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________
Preenchidoa____________________em_________________________por________________________
Parte 3eTaPa 7: avaliação / balanço intermédio
Temáticas em curso feito falta fazer
75
Parte 3eTaPa 8: finalização do acompanhamento
síntese de acompanhamento(exemplo adaptado do centro jacques arnaud, frança, para a Hi, programa argélia)
dadOs PessOais
Nomepróprio:___________________________________Encaminhadopor:_______________________
Apelidos:_______________________________________
Morada:_________________________________________________________________________________
N.°Cartãodapessoacomdeficiência(senecessário):________________________________________
Telefone:_______________________________________
Dataelugardenascimento: _______________________________________________________________
Situaçãofamiliar:_________________________________________________________________________
Meiodetransporte/cartadecondução: ____________________________________________________
fase de POsiciOnaMenTO
Projectonoiníciodaacção:________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
BALANÇOPESSOAL
Anívelpessoal:
Descreve-secomo:_________________________________________________________________
Habilitações:
Ensinoprimário: ____________________________________________________________________
Ensinosecundário:__________________________________________________________________
Línguasestudadas:_________________________________________________________________
Ensinoprofissional:__________________________________________________________________
Caix
ade
ferr
amen
tas
76
Experiênciaprofissional:
Estágiosrealizados:_________________________________________________________________
Empregos:_________________________________________________________________________
Actividadesextra-profissionais:_____________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________
Condiçõesdetrabalho:____________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________
Motivaçõesecentrosdeinteresses: ________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________
EXAMEMÉDICO
+ ficha individual / registo de informações
FASEDEMATURAÇÃO
=Relações/evoluçõesdoparticipantenoacompanhamento.Pontosintermédios.
Actividade1:_____________________________________________________________________________
Datasdaactividade:de_____/_____/_____a_____/_____/_____
Responsávelpelaactividade:______________________________________________________________
Referente:_______________________________________________________________________________
Objectivo:_______________________________________________________________________________
Tarefas confiadas ferramentas utilizadas
Tarefas não confiadas Motivos
77
Balanço actividade 1:
cOncLUsãO / PrOPOsTa da eQUiPa e dO ParTiciPanTe__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
decisãO dO ParTiciPanTe__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
Nodia______________________________em______________________________
Assinaturas:
Participante:________________________________________________________________
Referente/agentesocial:__________________________________________________________
Coordenador/chefedeequipa/chefedeprojecto:_______________________________________
referente ou parceiro Participante
Pontos fortes
dificultdades encontradas
aspectos a melhorar
conclusão
Caix
ade
ferr
amen
tas
actividades 2, 3, etc.
78
• FONDEMENTDELAPRATIQUEDEL’APPROCHESYSTEMIQUEENTRAVAILSOCIALMASSA,Hélène
Lescahiersdel’actifn.º308/309,www.actif-online.com
/Trabalho Social e Deficiência
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WBEBER,Philippe;NOREAU,Luc;FOUGEYROLLAS,Patrick In“Handicap,revuedescienceshumainesetsociales” PublicaçãodoCTNERHI–n.º103–Julhode2004
• INSERTIONSOCIALEDESPERSONNESHANDICAPEES:Méthodologiesd’évaluation RAVAUD,Jean-François;FARDEAU,Michel PublicaçõesdoCTNERHI–Julhode1994
• SUPPORTINGCHILDRENWITHDISABILITY:APARENTANDFAMILYINFORMATIONKIT InclusãoInternacionaldaregiãoÁsia-Pacífico
/Trabalho Social e Desenvolvimento
• TRAVAILSOCIALETHUMANITAIRE LAPAW,Régis Ed.L’Harmattan–Abrilde2005
• ASIANTSUNAMIANDSOCIALWORKPRACTICE–Recoveryandrebuilding TIONG,ROWLANDSandYUEN TheHaworthPress,Inc.-2006
• REPORTONTHEWORLDSOCIALSITUATION Assembleia-GeraldasNaçõesUnidas,Julhode2005
/Contextos, Métodos e Ferramentas
• COMMUNICATINGSOCIALSUPPORT:ADVANCESINPERSONALRELATIONSHIPS GOLDSMITH,DaenaJ. CambridgeUniversityPress-2004
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• JOURNALOFINTERNATIONALSOCIALWORK FederaçãoInternacionaldeAssistentesSociais
• INTERNATIONALNORMSFORQUALITYEDUCATIONANDTRAININGINSOCIALWORK AssociaçãoInternacionaldasEscolasdeTrabalhoSocial
/Trabalho Social e Ético
• ETHICSINSOCIALWORK,STATEMENTOFPRINCIPLES InternationalSocialWorkfederation,2004
• L’ACCOMPAGNEMENTSOCIALENQUESTION RelatóriodeconselheirostécnicosemTrabalhoSocialdaDRASS,Fevereirode2003
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• INTEGRATION:FIRSTSTEPSTOWARDSANINDEPENDENTLIFE SOKOLOVA,Marina;CABOURG,Laurent HandicapInternationalMoscou,2004
• GUIDE PRATIQUE POUR L’AIDE A LA MISE EN PLACE D`UN CENTRE LOCALD`INFORMATIONETD`ORIENTATION(CLIO) :MODELISATIOND`UNEEXPERIENCEDECLIOASALE(MAROC)
EricPlantier-Royon,referente“CidadeeDeficiência,SecçãoInserção,2007
• CAPACITYDEVELOPMENTANDPARTNERSHIP:OVERVIEWANDMETHODOLOGY StefanieZiegler,referente“Parceria”,PólodeMetodologia-2008 http://www.handicap-international.de/fileadmin/redaktion/pdf/renf_cap_eng.pdf
• CAHIERSTHEMATIQUES Salé:HandicapInternational,2005-2008-8números N.°1:Lepland’interventionindividualiseinterdisciplinaire(Março2005); N°2 :Leprojetdevivrechezsoid’unepersonneensituationdehandicapauMaghreb
(Outubro2005); N°3:Lesgroupesdeparole(Setembro2006); N°4:LafonctiondecadredeproximitéenréadaptationauMaghreb(Novembro2006); N°5:Leprojetd’établissementdesstructuresàcaractèremédicalisé,éducatifet/ousocial
delarégionMaghreb(Março2007); N°6:UnenouvelleoffredeserviceauMaroc:l’unitéderéadaptationduCentreNoorde
Bouskoura(Julho2007); N°7 :Dixansd’expériencedesdispositifsmobilesdedépistageetde réadaptationen
Tunisie(Julho2007); N°8:Rendrepossiblelaparticipationsocialedespersonnesensituationdehandicapen
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• CASW–CanadianAssociationofSocialWorkers(AssociaçãoCanadianadeTrabalhadoresSociais)
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• InclusionInternational http://www.inclusion-international.org
• CTNERHI–CentreTechniqueNationald’EtudesetdeRecherchessurlesHandicapsetlesInadaptations(CentroTécnicoNacionaldeEstudoseInvestigaçãodeDeficiênciaseInadaptações)
http://www.ctnerhi.com.fr
• IASSW–InternationalAssociationofSchoolsofSocialWork(AssociaçãoInternacionaldeEscolasdeTrabalhoSocial)
http://www.iassw-aiets.org
82
83
editeur : HandicapInternational,14,avenueBerthelot,69361Lyoncedex07
imprimeur :VasselGraphique,BoulevarddesDroitsdel’Homme-alléedesSorbiers-69672BronCedex
Achevéd’imprimerenmai2010
ISBN:978-2-909064-34-5
dépôt légal :mai2010
HANDICAPINTERNATIONAL14,avenueBerthelot69361LyonCedex07Tél.:+33(0)478697979Fax:+33(0)478697994E-mail:[email protected]
ISBN:978-2-909064-34-5
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