Upload
others
View
2
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
155
acontecerem na escola, os professores falavam, mas eu não sabia o que era
na vida real. Então o programa me trouxe a sensibilidade de saber o que é
isso na vida de uma pessoa [...]196
.
Castro disse que não ficou sabendo de outros casos de bullying na escola depois que
este programa foi ao ar e entendeu a importância da sua atuação como “repórter comunitário”:
“Eu consegui passar isso para as pessoas, foi legal”197.
Em nossa opinião, a décima terceira edição do “Conexão Z”, a primeira apresentada
integralmente pelo grupo “Momento Escola”, foi a que trouxe o conteúdo mais elaborado,
principalmente por tratar de modo didático e esclarecedor um tema polêmico não só no
ambiente escolar, mas em toda a sociedade. O mérito se deveu tanto à perspicácia das
perguntas dos dois apresentadores do programa, Antônio Felipe e Ednaldo Júnior, auxiliados
pela jornalista Sarah Galvano, como também à objetividade e clareza dos entrevistados: a
diretora da escola Irene da Silva Costa, Hilda Soares; o conselheiro tutelar Márcio Araújo; e o
mestre de capoeira Gildásio. As entrevistas fluíram sem demonstrações de nervosismo por
parte dos três apresentadores, que fizeram perguntas e comentários bem fundamentados,
mostrando que se prepararam para o trabalho.
2.5.2. “Point Praça”
Grupo que se mobilizou com a proposta de revitalizar a praça Lourival de Almeida,
localizada uma rua abaixo da Escola Estadual Professora Irene da Silva Costa, ao lado do
terminal de ônibus do bairro. Foi responsável pela organização de um mutirão de limpeza e
embelezamento do local no dia 31 de julho de 2010, por considerar que a praça estava
descuidada, com brinquedos quebrados e focos de dengue, afastando frequentadores.
196
Entrevista concedida à autora por Antônio Felipe Gonçalves de Castro. Transcrição completa no anexo 8. 197
Entrevista concedida à autora por Antônio Felipe Gonçalves de Castro. Transcrição completa no anexo 8.
156
Grupo “Point Praça” no mutirão de limpeza e embelezamento da praça Lourival de Almeida
Todas as ações de preparação para o mutirão, bem como a sua cobertura jornalística e
as impressões dos participantes, foram relatadas no “Conexão Z”. Na décima quarta edição do
programa, uma avaliação da ação foi feita pelos estudantes, que a consideraram muito
positiva. Também foram ao ar, neste programa, quatro entrevistas gravadas pela equipe no dia
do mutirão. Edson Moriconi, diretor da Secretaria de Serviços Urbanos da Prefeitura de Mauá
e comerciante do entorno da praça, deu os parabéns aos organizadores e à iniciativa da Rádio
Z, além de desejar que a ação continuasse. Carlos Cabral, presidente da Associação Amigos
de Bairro do Jardim Canadá, considerou a atividade fantástica pelo envolvimento da
comunidade, principalmente de crianças. Antônio Maria Claret, engenheiro da Prefeitura que
efetuou a doação das plantas para os canteiros, disse que a atividade foi uma semente que
deve ser disseminada para outros lugares. E Raquel Quintino, coordenadora do Projeto Rádio
Escola, avaliou que o evento foi o ponto alto do processo de aprendizagem, do envolvimento
e da entrega de todos os componentes do “Point Praça”.
O grupo foi o que mais demonstrou foco na sua atuação, que se desenvolveu, em todos
os programas, centrado na temática da praça. Foi também o grupo que mais conquistou
adeptos, já que integrantes de outras iniciativas também participaram da ação de mobilização,
com exceção do “Ecocaminhada”, que àquela altura já havia deixado o projeto.
A educadora do projeto, Juliana Ferraz, destacou também o caráter participativo do
mutirão de limpeza e embelezamento da praça, que envolveu comerciantes e moradores do
entorno, além dos outros grupos participantes do Projeto Rádio Escola198
. Entre eles, o grupo
de grafite “Comunidade Viva”, que grafitou uma mureta da praça naquela data e pintou
lixeiras para serem instaladas no local, feitas a partir de latas de tinta.
198
Entrevista concedida à autora por Juliana Ferraz. Transcrição completa no anexo 8.
157
Mureta grafitada durante o mutirão e latas de tinta sendo pintadas para servirem de lixeiras na praça
Antônio Felipe de Castro, do “Momento Escola”, foi um dos que participaram da ação.
Ele aprovou a ideia de uma iniciativa que saiu do contexto escolar para atuar no bairro. “Você
participa mais da comunidade, nunca tinha feito isso. Você acaba saindo da escola, e você vê
que dá para utilizar aquele conhecimento que você tem para coisas da comunidade, para
ajudar”199
.
Em entrevista, Edson Moriconi nos disse que acompanhou de perto boa parte da
movimentação do mutirão, desde as reuniões de planejamento, passando pela divulgação na
feira livre que é realizada semanalmente no local, até a efetivação da ação. “Nós fizemos num
sábado [a ação], que foi uma coisa bem legal, Fizemos a recuperação de um canteiro da praça
199
Entrevista concedida à autora por Antônio Felipe Gonçalves de Castro. Transcrição completa no anexo 8.
158
[que] envolveu os alunos; envolveu o departamento da Prefeitura, que doou as mudas de
plantas; a comunidade, que veio ajudar, que fez o plantio”.200
Para Moriconi, “sai ganhando todo mundo” em ações mobilizatórias como a do “Point
Praça”, que envolveu a rádio, a escola, os moradores do bairro, comerciantes e prefeitura. Ele
ressaltou a importância de se buscar o protagonismo juvenil, presente no Projeto Rádio
Escola: “Mais válido que recuperar um canteiro, que foi pequeno, é [...] ver a juventude
envolvida nessa questão de conscientização”.201
O comerciante e gestor público Edson Moriconi (dir.), em entrevista para o jornalista do
projeto, Rafael Brito, durante o mutirão do “Point Praça”
A estudante Bianca Santos Martins, hoje com 16 anos, aluna da escola e moradora do
entorno da praça, foi uma das integrantes do grupo “Point Praça”. Segundo ela nos contou, a
ação na praça não se resumiu ao mutirão. Bianca; o irmão mais novo, Caio; e outros
componentes do grupo se organizaram por um tempo para regar as árvores que plantaram na
praça. Uma moradora das imediações, que a via levando um regador todos os dias para
molhar as plantas, se sensibilizou e ofereceu uma mangueira para que ela executasse o serviço
mais rapidamente.202
De acordo com a educadora Juliana Ferraz, a liderança do grupo “Point Praça” era
Bianca. Ela já participava da rádio interna da escola desde o 6º ano do Ensino Fundamental,
200
Entrevista concedida à autora por Edson Moriconi. Transcrição completa no anexo 8. 201
Entrevista concedida à autora por Edson Moriconi. Transcrição completa no anexo 8. 202
Entrevista concedida à autora por Bianca Santos Martins. Transcrição completa no anexo 8.
159
como locutora. “Ela foi uma das que mais protagonizou mesmo. [...] Foi muito forte mesmo,
do começo até o fim”.203
Mas não foi só a liderança de Bianca que fez com que o “Point Praça” se sobressaísse
também nas transmissões pela Rádio Z FM. O grupo também contava com outros
apresentadores muito desenvoltos: Caio Martins, João Maximiliano da Silva Victor, João
Trajano da Silva Júnior e Stefany Andrade, entre outros. Acreditamos que o preparo do grupo
fazia com que o programa se desenrolasse de forma dinâmica, o que foi possível perceber,
principalmente, a partir da décima segunda edição do “Conexão Z”, que correspondeu ao
terceiro programa apresentado pelo grupo.
Grupo “Point Praça” no estúdio da Rádio Z
2.5.3. “Revolução em Campo”
Inicialmente chamado de “Look Quadra”, o grupo buscava fortalecer e levar melhorias
para o campo de futebol do Jardim Itapeva, onde parte dos integrantes do Projeto Rádio
Escola participava de escolinhas do esporte, organizadas pelo técnico de futebol conhecido
como Vá. A diretora da unidade escolar, Hilda Soares, contou-nos que há muito tempo
trabalha em parceria com o treinador, levando ao conhecimento dele problemas de
aprendizagem dos jovens que utilizam o campo, que também passam a ser cobrados por Vá.204
Neste grupo, a educadora Juliana Ferraz destacou a participação de Arlete Martins dos
Santos, mãe do estudante Vinícius, que chegou a fazer entrevistas no campo e apresentar a
203
Entrevista concedida à autora por Juliana Ferraz. Transcrição completa no anexo 8. 204
Entrevista concedida à autora por Hilda Soares. Transcrição completa no anexo 8.
160
proposta do projeto no programa de rádio, que incluía conseguir coletes de treinamento,
consertar as redes dos gols e proporcionar uma refeição aos jovens que frequentavam as
escolinhas205
. Raquel concorda que Arlete foi a grande entusiasta do grupo. Porém, ela teve de
se afastar do projeto por um problema pessoal, o que acabou trazendo dificuldades para o
andamento da proposta no campo206
.
Na escuta dos programas, também notamos o bom desempenho frente aos microfones
de Vanderlei Júnior, o Casemiro, jovem de 14 anos que apresentou três edições da atração,
realizou entrevistas como “repórter comunitário” e fez leitura de crônicas elaboradas por ele.
Casemiro ainda cantou e tocou violão no programa de estreia, ao vivo, do pátio da escola. Os
estudantes João Trajano da Silva Júnior e Bianca Martins, que compunham inicialmente o
“Point Praça”, também participaram de uma edição do “Revolução em Campo”.
Vanderlei Júnior apresentando “Rádio Conexão”
205
Entrevista concedida à autora por Juliana Ferraz. Transcrição completa no anexo 8. 206
Entrevista concedida à autora por Raquel Quintino. Transcrição completa no anexo 8.
161
Integrantes do “Revolução em Campo” fazem entrevista na Rádio Z
Segundo Juliana, a ação no campo de futebol ficou comprometida principalmente
porque o instrutor Vá se mostrou reticente em relação ao projeto, temendo uma interferência
político-partidária, uma vez que o Projeto Rádio Escola era fruto de uma emenda parlamentar
de um deputado do município e foi desenvolvido num ano eleitoral. “Ele achava que tinha
[influência político-partidária] e já não gostou, e não queria, e não acreditou que poderia ser
uma coisa feita pelos educandos da região. Ele achou que ia ter muita politicagem [...]”207
.
Raquel vê que o afastamento de Vá do Projeto Rádio Escola não foi a política
partidária, mas sim a politicagem existente no futebol de várzea. “Parecia que a gente estava
criticando o presidente do clube, aí a gente não podia fazer nada [em relação ao campo de
futebol]”. Devido a esta resistência e à saída da mãe de aluno do projeto, que poderia ser uma
referência aos jovens, ela entendeu que não seria possível envolver crianças e adolescentes
neste tipo de situação. Por esta razão, o “Revolução em Campo” começou a trabalhar a
temática do esporte, sem um vínculo direto com o campo de futebol, e também a da cultura208
.
2.5.4. “Ecocaminhada”
Grupo que tinha a proposta de levar melhorias para a Gruta Santa Luzia, existente no
Parque Nascentes do Tamanduateí, no Jardim Itapeva. Segundo Raquel Quintino, a ideia de
trabalhar a questão partiu de um aluno da escola, Mateus, que fazia caminhadas no local e foi
207
Entrevista concedida à autora por Juliana Ferraz. Transcrição completa no anexo 8. 208
Entrevista concedida à autora por Raquel Quintino. Transcrição completa no anexo 8.
162
abraçada por todos. O Grupo de Escoteiros Caio Viana Martins, que atua na gruta, também foi
convidado a participar e chegou a ser entrevistado em um dos programas de rádio, mas não se
inseriu no projeto, alegando que este não era o foco do trabalho deles. Dois programas de
rádio trataram da questão, e a educadora Juliana Ferraz chegou a ir ao local com a estudante
Sara para entrevistar os frequentadores e convidar outras pessoas a se inserirem no projeto209
.
Porém, a proposta não chegou a ser levada adiante. Segundo Juliana, havia limitações
na atuação dos escoteiros na gruta, por divergências entre o grupo e o engenheiro da
Prefeitura que trabalhava o paisagismo do local, Antônio Maria Claret210
. Raquel nos contou
que, devido a esses problemas, buscou-se mudar a estratégia de atuação para a questão do
meio ambiente, para tratar o tema de maneira mais ampla, a exemplo do que foi feito no
“Revolução em Campo”, que trabalhou a temática do esporte. Quando estes problemas foram
solucionados, o projeto já estava chegando ao fim e não houve tempo hábil para que a ação se
concretizasse. “Demorou muito para ter diálogo, várias conversas, várias reuniões [...]. Porque
quando tem uma divergência acaba ficando mais difícil [...] conciliar”211
.
2.5.5. “Comunidade Viva”
Trata-se de um coletivo cultural já existente na cidade, surgido no Jardim Itapeva há
quase dez anos com a proposta de transformar vielas em galerias de arte. Também se uniu ao
Rádio Escola e contribuiu com o projeto, apresentando alguns dos programas “Conexão Z”,
participando do mutirão de limpeza e embelezamento da praça Lourival de Almeida e
grafitando um muro no bairro, ação que foi transmitida ao vivo pela rádio.
209
Entrevista concedida à autora por Raquel Quintino. Transcrição completa no anexo 8. 210
Entrevista concedida à autora por Juliana Ferraz. Transcrição completa no anexo 8. 211
Entrevista concedida à autora por Raquel Quintino. Transcrição completa no anexo 8.
163
Integrantes do “Comunidade Viva” apresentando o “Conexão Z” no estúdio da Rádio Z FM
Ueder Alexandre da Silva, o UDR, disse que foi chamado para compor o projeto pela
diretora da Escola Estadual Irene da Silva Costa, Hilda Soares. Ele foi morador do bairro,
estudou na unidade escolar e, a partir do coletivo Comunidade Viva, grafitou vielas e outros
espaços do Jardim Itapeva, como parte dos muros externos e paredes internas da escola. Ele e
a esposa, Letícia Bezerra, que também é integrante do Comunidade Viva, moram atualmente
no Jardim Zaíra, bairro em que está localizada a Rádio Z. Por este motivo o coletivo também
já tinha contato com a emissora comunitária, meio de comunicação em que o grupo costuma
utilizar para divulgar suas atividades212
.
UDR disse que o nome do coletivo permaneceu como um dos grupos do Rádio Escola
como forma de manter a identidade. Além de falar sobre grafite e arte de rua, o grupo tinha a
proposta de só tocar músicas que tinham relação com a arte de rua – o que UDR chama de
“música old school”, como rap, ska e punk213
.
UDR contou-nos como foi a experiência de apresentar o programa de rádio pela
primeira vez:
A gente começou ao vivo. [...] A gente já tinha tudo montadinho, as músicas
e tal, mas você tem que apresentar. No primeiro programa eu fui o âncora
[jargão jornalístico para o apresentador do estúdio de rádio ou TV]. Para
mim, foi uma das coisas mais difíceis. Você tem que apresentar, “puxar”,
tinha que chamar depois o comercial. Lógico, tá escrito, bonitinho, mas você
não pode ler [na rádio]. Eu suei demais nesse dia. E os caras falavam: “Tem
212
Entrevista concedida à autora por Ueder Alexandre Silva, o UDR. Transcrição completa no anexo 8. 213
Entrevista concedida à autora por Ueder Alexandre Silva, o UDR. Transcrição completa no anexo 8.
164
3 mil pessoas ouvindo a gente agora”. Eu falei: “Nossa, mano, é muita
gente! Se eu falar um negócio errado, não vai dar certo”.214
Além de UDR e Letícia, o grupo do Comunidade Viva também contava com a
participação de Daniel Testalaf, que era o responsável, em todos os programas apresentados
pelo grupo, pela escolha musical. Outro integrante, identificado somente como Alan, atuou
como “repórter comunitário” em uma edição, além de ter dado entrevistas no estúdio e
participado da ocupação de grafite no Jardim Itapeva que o “Conexão Z” transmitiu ao vivo.
UDR falou o que aprendeu durante o período de realização do projeto:
[...] Eu aprendi muita coisa, até mesmo a entrevistar outros artistas, o que era
distante da nossa realidade. Graças a essa oportunidade que a rádio nos deu,
hoje em dia entrevistamos artistas. Nós fizemos um cursinho rápido, de
como ser âncora, como apresentar, como entrevistar uma pessoa. E pra gente
foi muito legal. Uma pessoa que se identificou muito foi a Letícia [Bezerra].
Ela se identificou com [o veículo] rádio, se sai muito bem com isso.215
Juliana Ferraz nos revelou também que, além do talento frente aos microfones, Letícia
Bezerra se apropriou do conhecimento do software Audacity e passou a editar áudios.
Segundo ela, o Rádio Escola contribuiu para divulgar o grupo, que até hoje é parceiro da
Rádio Z em outras ações de promoção do grafite216
. Para o professor Rafael Alberto
Clemente, os integrantes do “Comunidade Viva” souberam explorar as oportunidades
oferecidas pelo Rádio Escola, o que contribui para uma atuação mais ampla do grupo na
atualidade217
.
2.5.6. “Hip Hop Evolução”
Centrado na figura do dançarino de break e cantor de rap Reginaldo Gomes Inocêncio,
o Testa do Break, após insistência dos alunos da Escola Estadual Irene da Silva Costa em sua
participação no projeto. A proposta do “Hip Hop Evolução” era a de criar um espaço para o
hip hop no Jardim Itapeva218
. Um dos destaques era que os programas do “Hip Hop
Evolução” traziam apenas músicas de artistas locais, sobretudo raps.
Embora deixe claro que sua intenção era a divulgação do seu trabalho como músico e
dançarino, Testa do Break disse que aprendeu no projeto a fazer entrevistas e reportagens e
como é o funcionamento de uma rádio. Ele nos contou do medo inicial de falar na emissora
214
Entrevista concedida à autora por Ueder Alexandre Silva, o UDR. Transcrição completa no anexo 8. 215
Entrevista concedida à autora por Ueder Alexandre Silva, o UDR. Transcrição completa no anexo 8. 216
Entrevista concedida à autora por Juliana Ferraz. Transcrição completa no anexo 8. 217
Entrevista concedida à autora por Rafael Alberto Clemente. Transcrição completa no anexo 8. 218
Entrevista concedida à autora por Juliana Ferraz. Transcrição completa no anexo 8.
165
comunitária: “A gente pegava o microfone e tremia que nem vara verde só de imaginar que
tinha uma pessoa escutando a gente falar. Gaguejava. Escrevia tudo no papel e, na hora de ler,
não saía nada. A gente foi praticando isso aí também e foi bom para gente”219
.
Testa do Break durante apresentação do “Conexão Z” no estúdio da Rádio Z FM
Testa do Break seguiu no Rádio Escola até o fim, protagonizando os programas de
rádio “Hip Hop Evolução”. Mas a ideia de criar o espaço para o hip hop no bairro não obteve
êxito, apesar de todo empenho do dançarino. A educadora Juliana Ferraz explica que a
proposta era a de que a casa do hip hop utilizasse o espaço da sede da associação de
moradores do bairro, um local que só abria as portas para a entrega do leite e estava com a
energia elétrica cortada220
.
219
Entrevista concedida à autora por Reginaldo Inocêncio, o Testa do Break. Transcrição completa no anexo 8. 220
Entrevista concedida à autora por Juliana Ferraz. Transcrição completa no anexo 8.
166
Sede da associação de moradores, onde se planejava criar a casa do hip hop
Testa do Break chegou a promover shows para arrecadar dinheiro para esta finalidade,
o que foi relatado por ele no quadro “Diário de Bordo”, do programa “Conexão Z”. Em
entrevista, ele nos contou da colaboração dos integrantes do projeto para que o espaço se
tornasse realidade: “[Eles] me acompanhavam na casa do pessoal pra me ajudar com a sede
[da associação de moradores], iam atrás de documentação, montaram o projeto comigo pra
gente desenvolver e arrecadar fundos e tal”.221
Segundo Juliana, a presidente da entidade queria que o rapper assumisse seu cargo, o
que ele não concordava. “Ela [presidente da associação de moradores] não abraçou a ideia, ela
queria passar a presidência para ele [Testa], e ele não queria isso. A gente achava também que
ele não tinha que pegar mesmo a presidência, uma coisa não tinha nada a ver com a outra”222
.
Juliana também revelou que havia uma divergência entre Testa do Break e o coletivo
Comunidade Viva que o projeto conseguiu sublimar223
. Outra conquista obtida por meio do
projeto, na opinião da coordenadora Raquel Quintino, foi que Testa do Break, que
inicialmente tinha apenas o interesse de promover sua carreira artística por meio da rádio,
aprendeu a trabalhar em grupo. “Ele esteve com a gente, ajudou muito a gente, participou
dentro dos limites que ele pode, trouxe também várias pessoas interessantes [...]”224
.
221
Entrevista concedida à autora por Reginaldo Inocêncio, o Testa do Break. Transcrição completa no anexo 8. 222
Entrevista concedida à autora por Juliana Ferraz. Transcrição completa no anexo 8. 223
Entrevista concedida à autora por Juliana Ferraz. Transcrição completa no anexo 8. 224
Entrevista concedida à autora por Raquel Quintino. Transcrição completa no anexo 8.
167
Na escuta dos programas de rádio, observamos que, diferentemente dos outros grupos,
o “Hip Hop Evolução” era o único produzido de forma individualizada – apenas Testa do
Break fazia a apresentação e as entrevistas. Ele também utilizava o espaço da rádio para
passar telefones de contato para shows e apoio, tanto seu como de entrevistados.
2.5.7. “Se Tem, Tem”
Grupo formado por jovens do bairro que promoviam festas de funk de caráter
beneficente, que acabou comandando apenas uma edição, a décima oitava do “Conexão Z”. O
programa foi utilizado principalmente para divulgação de um evento que seria promovido
pelo grupo. Porém, o projeto acabou antes da data de realização da atividade.
A história do “Se Tem, Tem” foi contada na décima sexta edição do “Conexão Z” por
Jessé Guimarães da Bacellar, o Giba, um dos integrantes do grupo, quando ele foi
entrevistado por Reginaldo Inocêncio, o Testa do Break. Ele explicou no programa que o “Se
Tem, Tem” surgiu num momento em que ele estava em sérias dificuldades financeiras, e
passou um carro na rua tocando a música “Se Tem, Tem, Se Não Tem, Passa Sem”, dos MCs
Juninho e Wendy. A partir daí, surgiu a ideia de fazer uma festa com este tema.
O “Se Tem, Tem” se aproximou do Rádio Escola por meio de Testa do Break, conta-
nos Raquel Quintino225
. Tanto ela quanto Juliana Ferraz aprovaram a entrada dos jovens no
projeto, embora o interesse inicial deles fosse ter um espaço na rádio para divulgar os eventos
que promoviam. “Eles começaram a ver outras possibilidades [...], virarem uma organização
mais séria e foi bacana”226
.
225
Entrevista concedida à autora por Raquel Quintino. Transcrição completa no anexo 8. 226
Entrevista concedida à autora por Juliana Ferraz. Transcrição completa no anexo 8.
168
Grupo Se Tem, Tem na apresentação do programa
Segundo Raquel, eles participaram ativamente das reuniões e se sentiram valorizados
em participar do projeto. Contudo, trouxeram problemas devido ao envolvimento das crianças
mais novas com um grupo de funk. Como o projeto já estava em sua reta final, não foi preciso
fazer nenhum tipo de interferência para solucionar a questão227
.
2.6. O término do Projeto Rádio Escola
Em outubro de 2010, após nove meses de realização, o Projeto Rádio Escola chegou
ao fim, como estava previsto. Juliana Ferraz e Raquel Quintino contaram que houve tentativa
de dar continuidade à iniciativa, mantendo o horário que a Rádio Z FM disponibilizava aos
sábados ao “Conexão Z”. Quatro edições do programa que sucedeu a atração, intitulado
“Comunidade Z”, chegaram a ir ao ar por cerca de um mês, mas a falta de patrocínio limitou a
atuação dos envolvidos, que já executavam outras tarefas profissionais e não puderam mais
priorizar a atividade228
.
Quase todos os entrevistados para esta dissertação lamentaram o fato de o projeto não
ter tido continuidade. Para o professor Rafael Clemente, iniciativas como esta deveriam ser
tratadas como política pública nas escolas, inclusive com professores ou monitores dedicados
exclusivamente a esta tarefa229
.
227
Entrevista concedida à autora por Raquel Quintino. Transcrição completa no anexo 8. 228
Entrevista concedida à autora por Juliana Ferraz e Raquel Quintino. Transcrições completas no anexo 8. 229
Entrevista concedida à autora por Rafael Alberto Clemente. Transcrição completa no anexo 8.
169
Contudo, a experiência do Rádio Escola trouxe desdobramentos. Como visto no
capítulo anterior, a Rádio Z FM atualmente busca desenvolver propostas semelhantes, no
intuito de abrir espaço para uma atuação comunitária.
Após o término do Rádio Escola, a Escola Estadual Professora Irene da Silva Costa
lançou o “Irene Notícias”, como nos revelou a diretora Hilda Soares. Trata-se de uma série de
vídeos produzidos pelos próprios estudantes. No papel de “repórteres comunitários”, eles
abordam problemas e reivindicações que afetam diretamente o cotidiano dos alunos, unindo
mais uma vez a comunicação ao processo de aprendizagem e de transformação da realidade
local230
.
3. Análise dos critérios utilizados no estudo de caso do Projeto Rádio Escola
Após apresentarmos o resgate da memória do Projeto Rádio Escola, faremos uma
análise da proposta diante dos critérios estabelecidos para interpretação da experiência.
3.1. Formas e níveis de comunicação popular e comunitária do Projeto Rádio
Escola
Recorremos a Peruzzo (2004) para analisar o primeiro critério: as formas e os níveis
de comunicação popular e comunitária do Projeto Rádio Escola. Como discorremos no
capítulo II desta dissertação, as formas são as seguintes (2004, p. 142, 143):
a) “[...] o simples envolvimento das pessoas, geralmente ocasional, no
nível das mensagens, ou seja, dando entrevistas, avisos, depoimentos e
sugestões ou cantando [...]”;
b) “[...] elaborar matérias (notícias, poesias, desenhos)”;
c) “[...] compartilhar a produção global de um jornalzinho, do programa
de rádio etc.”;
d) “[...] tomar parte na definição da linha política, do conteúdo, do
planejamento, da edição, do manejo de equipamentos”; e
e) “[...] compartir o processo de gestão de instituição comunicacional
como um todo”.
Já os níveis de comunicação popular são divididos por Peruzzo em (2004, p. 143-145):
230
Entrevista concedida à autora por Hilda Soares. Transcrição completa no anexo 8.
170
a) “[...] o da produção, no qual o „povo‟ se envolve na elaboração de
programas e mensagens, contando com ajuda profissional, facilidades
técnicas e recursos”;
b) “o do planejamento, em que ele [povo] toma parte tanto na definição
de políticas, objetivos, princípios de gestão, planos, atividades e
financiamentos quanto na formulação de projetos nacionais, regionais e
locais”; e
c) “o da gestão, onde ele tem acesso às decisões relativas à
programação [...], bem como ao controle, à administração e ao
financiamento da organização comunicacional”.
A nosso ver, o Projeto Rádio Escola se encaixa no item “c” da forma (produção global
de um programa de rádio) e no item “b” do nível de comunicação comunitária (o de
planejamento e definição de linha política). Observamos em nosso trabalho de pesquisa e com
a reconstrução da memória do projeto que os integrantes da iniciativa puderam, ao longo dos
nove meses de realização do projeto, entrevistar e serem entrevistados; elaborar e editar
matérias; e produzir em conjunto os programas de rádio, tendo acesso a oficinas que
permitiram se apropriar do conhecimento necessário para o manejo dos aparatos tecnológicos
de uma rádio.
Graças à pedagogia dialógica da metodologia do projeto, todos também tiveram
oportunidade, nas reuniões bissemanais realizadas pelo Rádio Escola, de participar do
planejamento e definição da linha política e do conteúdo transmitido no programa de rádio
“Conexão Z”. A participação também foi possibilitada ainda na elaboração da proposta
político-pedagógica, já que os grupos que compunham o projeto foram definidos num
processo de construção coletiva, buscando atender às necessidades inerentes à realidade em
que a escola e o bairro estão inseridos. Lembramos ainda que a estudante Bianca Santos
Martins também foi chamada para compor a equipe neste processo inicial, tendo a
possibilidade do exercício do protagonismo juvenil que se almejava no processo.
O Projeto Rádio Escola só não se insere na última e mais elevada forma e nível de
participação porque não possibilitou o compartilhamento na gestão da rádio comunitária Z
FM, até pelo fato de ser um projeto de caráter experimental, até então isolado no contexto da
emissora. Porém, foi determinante para que a rádio repensasse a sua de atuação junto à
sociedade, como vimos no capítulo IV, dando a oportunidade de os integrantes do projeto se
apropriarem dela.
171
3.2. Percepção geral do direito à comunicação
O segundo critério definido para analisar o Projeto Rádio Escola foi a percepção geral
do direito à comunicação. Trata-se de um dos Indicadores do Direito à Comunicação,
publicação do Intervozes – Coletivo de Comunicação Social (p. 93, 2010):
A percepção de que a comunicação é um direito humano e a aferição sobre o
significado deste direito no conjunto da sociedade são elementos importantes
para indicar o grau de enraizamento do direito junto à população. Quanto
maior for seu enraizamento, melhores serão as condições para sua
efetivação.
Desta forma, perguntamos aos entrevistados231
: “Depois de participar do Projeto Rádio
Escola, o que é comunicação para você?” e “O que é ser um comunicador para você?”, de
forma a verificar se a participação na iniciativa possibilitou a percepção de que a
comunicação é um direito que pode – e deve – ser exercido por todos. Em busca de constatar
se o projeto também contribuiu para despertar uma consciência crítica da mídia, perguntamos
aos entrevistados se eles percebiam diferenças na atuação e/ou no conteúdo dos grandes meios
de comunicação e de uma rádio comunitária.
Optamos por estas fazer estas questões por entendermos que, se perguntássemos de
forma direta: “Você vê a comunicação como um direito?” e “Você se vê como um
beneficiário do direito à comunicação?”, estimularíamos uma resposta positiva, o que não
permitiria uma análise fiel do aprendizado proporcionado pelo projeto.
À questão “O que é comunicação para você?”, obtivemos sete respostas, de um
universo de oito entrevistados, que demonstravam haver a percepção da comunicação como
um direito. Já na pergunta “O que é ser um comunicador para você?”, esta diferença caiu para
cinco respostas que sinalizavam haver esta percepção, contra três respostas negativas. E à
indagação sobre as diferenças entre os grandes meios de comunicação e uma rádio
comunitária, recebemos quatro respostas satisfatórias.
Em nossa opinião, o estudante Antônio Felipe de Castro foi o que melhor sintetizou
esta percepção em suas respostas. Para ele, a comunicação de massa é abstrata para a
realidade vivenciada no dia-a-dia da sua realidade. Castro ainda fez um paralelo da
comunicação com a cultura, que ele também passou a ver de forma diferente após a
participação no projeto:
231
Embora as respostas a estas perguntas apareçam de alguma forma em todas as entrevistas, optamos por
excluir da somatória as pessoas que formavam o grupo coordenador do Projeto Rádio Escola (Juliana Ferraz,
Hilda Soares, Raquel Quintino e Valmir Maia), bem como o gestor público e comerciante Edson Moriconi, que
teve uma participação pontual em uma das ações. Mantivemos, desta forma, a opinião daqueles que foram
mobilizados a participar da iniciativa (estudantes, professores e lideranças do bairro).
172
Para mim, [antes de participar do Projeto Rádio Escola], cultura era você ir
ao Masp [Museu de Arte de São Paulo] ver quadros. E eu não tinha essa
percepção de que grafite também é uma forma de arte, que o hip hop
também é uma forma de expressão. Então eu acabei também adquirindo isso,
de ter uma diversidade maior do que eu achava que era cultura, através da
comunicação, [...] através da linguagem que eles expressavam. [...] Acredito
que isso foi o que mais agregou, e que eu defino como comunicação: uma
ferramenta para diversificar o conhecimento232
.
O arte-educador Ueder Alexandre Silva, o UDR, do Comunidade Viva, e o dançarino
de break Reginaldo Gomes Inocêncio, o Testa do Break, tiveram opiniões semelhantes sobre
a comunicação e sobre ser um comunicador após passarem pelo projeto. Ambos demonstram
ter consciência do papel de comunicadores que desempenham como artistas e lideranças do
bairro. Eles também destacaram a visibilidade trazida com o programa “Conexão Z”, além da
abertura de portas conquistada pela aproximação com a rádio comunitária da cidade para a
divulgação dos seus trabalhos233
. Disse-nos UDR:
Sem comunicação não conseguimos construir nem fazer nada. Depois que
começamos a nos comunicar com o povo, por meio da rádio, as pessoas
começaram a enxergar o coletivo [Comunidade Viva] com bons olhos. [...]
Acho que a gente ficou bem mais forte depois que a gente entrou na rádio. A
rádio deu o empurrão que faltava234
.
UDR definiu comunicação como sendo “o esclarecimento de verdades” (no plural)235
.
Interpretamos que há a percepção da comunicação como um direito, a partir da possibilidade
de que cada indivíduo tem de se expressar, independentemente da sua classe social, cultura ou
formação acadêmica.
A participação no Projeto Rádio Escola também fez com que UDR passasse a ter uma
postura questionadora frente à atuação da Rádio Z FM:
Nós [Comunidade Viva] fomos cobrar da rádio uma coisa: a rádio não é
comunitária? Não tem de divulgar projetos da comunidade? Então, o
Comunidade não tem que pagar para ter comercial aqui, como qualquer
grupo [...]. Acho que o Rádio Escola foi o que abriu as portas para o pessoal
[da rádio] mudar a visão deste trabalho236
.
232
Entrevista concedida à autora por Antônio Felipe Gonçalves de Castro. Transcrição completa no anexo 8. 233
Entrevistas concedidas à autora por Ueder Alexandre Silva, o UDR, e Reginaldo Gomes Inocêncio, o Testa do
Break. Transcrição completa no anexo 8. 234
Entrevista concedida à autora por Ueder Alexandre Silva, o UDR. Transcrição completa no anexo 8. 235
Entrevista concedida à autora por Ueder Alexandre Silva, o UDR. Transcrição completa no anexo 8. 236
Entrevista concedida à autora por Ueder Alexandre Silva, o UDR. Transcrição completa no anexo 8.
173
O estudante Giovane Bertucci definiu comunicação como expressão, e o papel do
comunicador como o de dialogar237
. Para a aluna Bianca Santos Martins, o projeto reforçou a
percepção sobre o vínculo que uma rádio comunitária pode desenvolver numa localidade238
.
A professora Sarah Geci Campos definiu comunicação como partilha de conhecimento
e interação. Para ela, diferentemente dos mass media, a rádio comunitária deve ser um canal
aberto para as questões sociais: “É no sentido de [...] levar a pessoa à mudança de atitude,
pensar sobre certa questão e poder se envolver. Trazer para o público a responsabilidade, a
forma de pensar e, assim, querer mudar alguma coisa”239
.
Já o professor Rafael Alberto Clemente ressaltou a importância da visibilidade
proporcionada pela rádio comunitária como essencial para a formação da identidade local e o
sentimento de pertencimento. Ele definiu o comunicador comunitário como agente
transformador local240
.
O comerciante e gestor público Edson Moriconi, que teve uma participação pontual no
projeto e, por este motivo, não teve a sua opinião somada aos resultados finais, também
destacou o papel aglutinador da rádio comunitária: “A rádio comunitária tem condições de
estar muito próximo à comunidade”241
.
A educadora Juliana Ferraz, embora também não tenha tido sua opinião computada na
somatória acima, demonstrou ter conquistado uma nova percepção sobre a comunicação após
participar do projeto:
Para mim, antes [do projeto Rádio Escola], comunicação eram os meios de
comunicação: a rádio, a TV, o jornal, a revista, o fanzine, a internet. Mas,
principalmente depois do programa [Conexão Z], percebi que a comunicação
está em todos os lugares, não tem jeito. [...] Eu acho que ser um
comunicador é você também estar em algumas coisas, conseguir ir a um
lugar, trocar ideia [...]. Você tem que ir aos lugares, ver, sentir com os
próprios olhos pra você comunicar o que aconteceu242
.
Ao comparar o que é produzido pela grande mídia com os meios comunitários, Juliana
acredita que os meios de comunicação de massa manipulam “[...] cada palavra, cada forma”,
de acordo com os seus interesses, enquanto que a mídia comunitária é mais “pura neste
237
Entrevista concedida à autora por Giovane Bertucci. Transcrição completa no anexo 8. 238
Entrevista concedida à autora por Bianca Santos Martins. Transcrição completa no anexo 8. 239
Entrevista concedida à autora por Sarah Geci Campos. Transcrição completa no anexo 8. 240
Entrevista concedida à autora por Rafael Alberto Clemente. Transcrição completa no anexo 8. 241
Entrevista concedida à autora por Edson Moriconi. Transcrição completa no anexo 8. 242
Entrevista concedida à autora por Juliana Ferraz. Transcrição completa no anexo 8.
174
sentido” e “[...] serve muito mais como um grito de socorro do que querer persuadir algo,
alguém ou uma massa inteira”243
.
3.3. Avaliação da metodologia do Projeto Rádio Escola
Como vimos no início deste capítulo, a metodologia aplicada no Projeto Rádio Escola
trata da apropriação tanto do conteúdo como do domínio da ferramenta tecnológica utilizada
pelos envolvidos (a rádio comunitária), dentro de uma proposta de comunicação dialógica e
de educação libertadora. A interseção destes elementos está presente no pensamento do
educador Paulo Freire e foi desenvolvida por Mário Kaplún no método Cassete-Fórum, como
apresentado no capítulo II.
Em nossa análise, a proposta metodológica teve aplicação bem sucedida, pois
conseguiu levar transformações tanto para os participantes do projeto quanto à realidade local
e à emissora comunitária Z FM. Além disso, os conflitos existentes, que são inerentes ao
processo, não impediram o andamento do projeto. Pelo contrário: foram negociados e
contribuíram para o amadurecimento de todos os envolvidos.
Por se tratar de um período relativamente curto (nove meses), pensamos que, se um
número menor de grupos, mas não de pessoas envolvidas, tivesse sido definido no início do
projeto, talvez as ações pudessem ser trabalhadas mais profundamente. Desta forma, os
grupos teriam tido mais foco para o desenvolvimento de ações de mobilização, além de ter
mais oportunidades para o exercício da comunicação comunitária nos microfones da Rádio Z
FM.
Nas entrevistas realizadas, colhemos depoimentos de participantes que comprovam o
aprendizado conquistado. Uma das respostas marcantes foi a da estudante Bianca Santos
Martins:
A gente não tinha ideia do que era falar numa rádio para uma cidade inteira
ouvir. No começo dá medo, mas depois que a gente acostuma, é uma
felicidade saber que o programa vai ao ar. A gente fazia as pautas com
atenção e carinho, com muita vontade. A gente aprendeu a fazer várias
coisas lá dentro [do Projeto Rádio Escola]. A gente aprendeu o que era uma
rádio, a formar um programa, aprendemos a dividir, porque no nosso grupo
tinha um problema de ver quem ia falar, porque todos queriam. [...]
Aprendemos que cada um tem seu espaço para falar.244
243
Entrevista concedida à autora por Juliana Ferraz. Transcrição completa no anexo 8. 244
Entrevista concedida à autora por Bianca Santos Martins. Transcrição completa no anexo 8.
175
Já para o estudante Giovane Bertucci, a experiência permitiu que ele passasse a se
expressar melhor: “[...] Eu era uma pessoa bem acanhada. Agora sou bem mais descontraído,
me ajudou a falar direito, a me comunicar [...]245
.
Para a educadora do projeto, Juliana Ferraz, a transformação ocorrida entre os
participantes do projeto foi, principalmente, devido ao uso da comunicação como uma
estratégia de mobilização, pois o projeto trouxe à tona problemas locais, para que se pensasse
coletivamente em alternativas para solucioná-los. Disse ela sobre os estudantes: “Essa questão
da mobilização transformou muito as crianças e adolescentes. A gente percebeu que teve uma
evolução dos adolescentes que planejam a „Rádio Conexão‟, teve um amadurecimento muito
grande, por eles conseguirem se comunicarem com as pessoas, correr atrás do que
queriam”246
.
Na opinião de Juliana, o mesmo ocorreu em relação às lideranças comunitárias
inseridas no projeto. Ela cita Testa do Break para exemplificar:
[O Testa do Break] já tinha dado aula dentro da escola de break, tinha mais
de 100 pessoas na oficina dele e ele não sabia escrever um projeto, um
planejamento. A gente ajudou ele a escrever o próprio projeto de oficina, um
planejamento para ele “correr atrás” do centro cultural de hip hop e foi muito
legal247
.
Para Juliana, o coletivo Comunidade Viva foi o grupo que mais se apropriou do
aprendizado obtido durante as oficinas do projeto e da experiência de apresentar um programa
de rádio. Segundo ela, eles passaram a se preocupar com a comunicação nas ocupações de
grafite que promovem no Jardim Zaíra, bairro que atualmente desenvolvem a proposta de
criar galerias de arte ao ar livre:
[A Letícia Bezerra, integrante do Comunidade Viva] produz umas chamadas
muito bacanas mesmo, como se fosse um spot, para [divulgar] a ocupação de
grafite. E eles estão fazendo o grafite agora com uma estrutura, também
usando esta questão da comunicação [...]. Eles chamam vários grafiteiros,
montam toldos, som, eles trazem pessoas de circo para ir brincando com as
crianças [...], compraram rádio para eles, gravador digital248
.
Na visão da coordenadora do Rádio Escola, Raquel Quintino, todos os grupos que o
projeto incubou foram bem sucedidos, independentemente do fato de não terem conseguido
realizar uma ação concreta: “Todos deram certo dentro das suas possibilidades. [...] Os grupos
245
Entrevista concedida à autora por Giovane Bertucci. Transcrição completa no anexo 8. 246
Entrevista concedida à autora por Juliana Ferraz. Transcrição completa no anexo 8. 247
Entrevista concedida à autora por Juliana Ferraz. Transcrição completa no anexo 8. 248
Entrevista concedida à autora por Juliana Ferraz. Transcrição completa no anexo 8.
176
conseguiram produzir os seus programas, conseguiram olhar para o entorno, conseguiram se
pensar como comunicadores”249
.
Sobre o fato de o canteiro da praça Lourival de Almeida, local em que o grupo “Point
Praça” realizou o mutirão de limpeza e embelezamento, não ter sido conservado após o fim do
projeto (o que foi uma desapontamento revelado pela estudante Bianca Santos Martins em
entrevista), Raquel avaliou que o mais importante foi o aprendizado da comunicação para
mobilização conquistado pelos estudantes:
[...] as coisas [estão] em movimento. O objetivo não era que aquela praça
ficasse o resto da vida linda. Mas a Bianca e aqueles outros jovens viveram
na vida deles uma coisa que é entrar naquele comércio que eles consomem
cotidianamente [...] para procurar o proprietário e falar com ele, pedir para
ele apoiar uma ação. [...] Quando ela precisar fazer alguma coisa, no que
nós chamamos de engajamento, ela tem ferramentas políticas,
organizacionais, comunicacionais, mobilizativas do que ela viveu, e era esse
o objetivo.250
A diretora da Escola Estadual Irene da Silva Costa, Hilda Soares, também acredita que
a metodologia do Rádio Escola trouxe um novo instrumento para somar ao processo de
aprendizagem na unidade escolar, já que o projeto permitiu o protagonismo juvenil: “[O rádio
é] uma grande ferramenta para toda a sociedade para as suas reivindicações, para expressar
que está no mais íntimo, dentro de você. E a gente descobriu talentos maravilhosos com os
alunos daqui”251
.
Em relação à Rádio Z FM, a proposta metodológica também parece ter conseguido
fincar raízes e apresentar uma alternativa, construída de forma coletiva, para que a emissora
atue dentro dos princípios de uma rádio comunitária. É o que observamos a partir do
depoimento do diretor da rádio, Valmir Maia, sobre as possibilidades de participação que o
Projeto Rádio Escola trouxe à rádio: “Deu a certeza para gente que [este] é um caminho”252
.
Tanto que a rádio passou a realizar, em 2011 e 2012, alguns projetos semelhantes ao Rádio
Escola, buscando alternativa financeira e de ampliação da participação da população no seu
conteúdo.
Raquel Quintino considera que o Rádio Escola foi um marco para a construção de um
processo comunitário de criação de vínculos mais fortes com a realidade local, a partir da
249
Entrevista concedida à autora por Raquel Quintino. Transcrição completa no anexo 8. 250
Entrevista concedida à autora por Raquel Quintino. Transcrição completa no anexo 8. 251
Entrevista concedida à autora por Hilda Soares. Transcrição completa no anexo 8. 252
Entrevista concedida à autora por Valmir Maia. Transcrição completa no anexo 8.
177
provocação de dois atores sociais, que “[...] poderiam estar mais próximos da comunidade e,
por questões de gestão, não estão, que é a escola pública e a rádio comunitária”253
.
Esta intencionalidade do projeto, presente desde a proposta político-pedagógica a que
tivemos acesso, demonstra que o Rádio Escola foi vitorioso não só pelos resultados, mas
também pela coragem e fôlego para quebrar paradigmas comunicacionais e educacionais,
provando que uma comunicação dialógica é possível.
4. Considerações finais do capítulo
Os resultados apresentados na avaliação do Projeto Rádio Escola reforçam nossa
hipótese central de que uma rádio comunitária se transforma num vetor na luta pela
democratização da comunicação quando está a serviço e nas mãos da população. Este
protagonismo é essencial para se garantir o direito à comunicação, e não apenas a reprodução
de um modelo comercial.
A iniciativa apontou um caminho para a atuação da Rádio Z FM, que já desenvolveu
outro projeto de formação de “repórteres comunitários” e baseou seu planejamento neste
sentido para o ano de 2012, após a crise que a afetou em 2011.
No entanto, para que traga mudanças efetivas, esta apropriação deve ser feita de forma
consciente e organizada pela população, a exemplo do Rádio Escola. Como já reforçamos em
capítulos anteriores, é importante ainda que projetos como este encontrem alternativas de
continuidade ou desdobramentos, para que se mantenha vivo o interesse e se aprofunde a
partilha de conhecimentos e os aprendizados que eles possibilitam.
253
Entrevista concedida à autora por Raquel Quintino. Transcrição completa no anexo 8.
178
CONCLUSÃO
Esta pesquisa objetivou compreender as possibilidades de uma rádio comunitária ser
um vetor do processo de democratização da comunicação, a partir da experiência do Projeto
Rádio Escola, desenvolvido em parceria pela Rádio Z FM, pela Escola Estadual Professora da
Silva Costa e por lideranças comunitárias do Jardim Itapeva, bairro periférico de Mauá, no
ABC Paulista.
Para a análise do processo de apropriação da emissora pelos integrantes do projeto,
buscamos, nos capítulos I, II e III, apresentar a construção histórica do conceito hegemônico
de comunicação e da luta pela democratização da comunicação no mundo e no país, bem
como a delimitação do campo de pesquisa e da legislação nacional existente para o segmento
das rádios comunitárias, a lei 9.612/98, expondo seus avanços e limitações. Em seguida, no
capítulo IV, apresentamos a árdua batalha travada pela Rádio Z FM para a conquista da
outorga, a opção pela atuação no molde comercial após tantos anos de espera pela autorização
para funcionar e a retomada dos laços comunitários mais recentemente, impulsionada pela
realização do Projeto Rádio Escola, experiência que foi reconstruída no capítulo V, do ponto
de vista da Rádio Z FM, da unidade escolar e das pessoas diretamente envolvidas (estudantes,
lideranças comunitárias e educadores).
As hipóteses eram de que a emissora havia ampliado os níveis e as formas de
participação, embora não tivesse alcançado a gestão dos meios, o que é esperado, por
princípio, numa emissora comunitária; que os participantes do projeto teriam aumentado a
percepção do direito à comunicação, atentando para a necessidade da democratização dos
meios; e que a metodologia dialógica aplicada tivesse garantido a livre expressão e a
pluralidade de ideias de seus integrantes, bem como permitido o aprendizado em relação à
linguagem e ao aparato radiofônico.
Conforme discutido no capítulo V, o projeto obteve êxito nos três condicionantes
observados, apesar das limitações. Em dez meses de realização, a iniciativa conseguiu unir e
mobilizar escola, rádio comunitária e lideranças de bairro numa proposta de desenvolvimento
local, atrelada ao ganho de um conhecimento tecnológico (de produção e edição de
179
radiojornalismo) e à valorização de uma cultura considerada periférica, que raramente
consegue espaço nas mídias convencionais.
Por ter adotado uma metodologia dialógica, acreditamos que o Projeto Rádio Escola
trouxe ganhos pela consistência do aprendizado, o que pode ser verificado nas entrevistas que
realizamos e nas mudanças em andamento na Rádio Z FM. Embora ainda consideremos
necessário que a emissora altere sua forma de gestão, apostando na atuação efetiva do
Conselho Comunitário, abandonando o modelo comercial e alterando sua estrutura de patrão e
empregados, é preciso reconhecer que, a partir do Rádio Escola, ela passou a desenvolver
iniciativas que garantem a sua sustentabilidade e permitem a inserção de moradores, com a
formação de “repórteres comunitários”. Como aponta Raquel Quintino (2012, p. 171), o
projeto foi importante porque a Rádio Z FM é uma entre muitas emissoras comunitárias que
acabam por perder a sua “essência comunitária” por não serem “capazes de iniciar esse
processo por não dispor de metodologia para fazê-lo de forma consequente”.
A nosso ver, a experiência de comunicação comunitária do Projeto Rádio Escola
poderia contribuir de forma muito mais efetiva para a localidade se sua duração fosse maior.
Um tempo de aplicação mais longo ou permanente permitiria que as tensões e contradições
encontradas no processo fossem mais trabalhadas ou amadurecidas, evitando o esfacelamento
de alguns dos grupos envolvidos, promovendo um maior número de atividades de
mobilização e atraindo novos interessados em se envolver.
Não podemos esquecer que o movimento gerado a partir da 1ª Conferência de
Comunicação Social, durante o ano de 2009, em várias cidades e regiões do país, como
relatado no capítulo I, também serviu como pano de fundo para a concretização do Rádio
Escola, conforme informado por Quintino254. Esta constatação mostra que o evento, além de
ter sido um momento para a demarcação das bandeiras do movimento social pela
democratização da comunicação, foi o desencadeador de uma experiência inovadora no
campo da comunicação comunitária, mostrando a importância que têm estes espaços para o
encontro, o debate e a partilha entre pessoas que já estão engajadas numa luta e outras que são
despertadas para ela.
Para dar passos mais firmes
É certo que a apropriação da comunicação na mão de poucos é fruto de processos
ideológicos históricos que visam à manutenção de poder. Num mundo capitalista
254
Entrevista concedida à autora por Raquel Quintino. Transcrição completa no anexo 8..
180
industrializado, informação e comunicação são mercadorias cada vez mais valiosas. Sua
importância estratégica a faz ser um bem tão precioso quanto a terra e outros recursos
naturais.
Por este motivo, a ampliação da participação nos meios comunitários não é uma
conquista fácil. Lembra Peruzzo (2010, 239, 240):
É um processo longo e lento que não se dá de um dia para o outro, nem ao
longo de um ano de trabalho. Pode levar muito tempo até que um grupo
chegue ao degrau de maturidade e consciência crítica que lhe permita
superar seus conhecimentos culturais e diálogos tornando possível uma
efetiva participação autônoma na comunicação.
As dificuldades, porém, não podem ser empecilhos para aqueles que buscam a
democratização da comunicação. Exemplos de boas experiências de comunicação comunitária
não nos faltam e são observados em todo o mundo.
Em 2011, a Unesco publicou um livro que apresenta 30 boas práticas de mídia
comunitária realizadas ao redor do planeta (no original, “Community media: a good practice
handbook”, compilado e editado por Steve Buckley). A publicação é dividida em modelos de
regulação que têm permitido o desenvolvimento da mídia comunitária, adotados por países
como Dinamarca, Equador, África do Sul e Tailândia; estratégias de sustentabilidade de
rádios comunitárias de países como Austrália, Chile, Índia e Uganda; e experiências de
comunicação comunitária que têm fortalecido o impacto social, desenvolvidos em localidades
como Bolívia, China, Iraque e Timor-Leste.
Portanto, não vemos esta possibilidade como algo impossível, mas como uma utopia.
Como bem assinala Peruzzo (2005a, p. 271), “[...] utopia não como comumente é tratada, ou
seja, como algo irrealizável. As utopias são passíveis de realização já que expressam
indicativos, ou os sonhos, de onde se quer chegar, embora possam estar distantes da realidade
concreta”.
Ao analisar diversas experiências de mídia comunitária ao redor do mundo, Buckley
(2011, p. 5, tradução nossa) constata que há dois condicionantes importantes que garantem
que ela prospere. São eles: uma política regulatória e um modelo de sustentabilidade que
reverbere em “[...] continuidade, independência e efetividade [...]”. Para ele (2011, p. 11,
tradução nossa), a estrutura política, legal e regulatória permanece como o mais persistente
obstáculo para o estabelecimento das mídias comunitárias em geral. Ela estaria ancorada em
três características principais: reconhecimento como um setor distinto (para ganho social,
benefícios da comunidade, ser de propriedade da comunidade, aberto à participação na
181
criação de conteúdo e gerenciamento), acesso (sistema legal e regulatório que garanta o
fortalecimento e o processo transparente de acesso ao espectro radiofônico e a distribuição de
plataformas necessárias para a mídia comunitária operar) e suporte (sistema político e legal
que olhe para a sustentabilidade e recursos da mídia comunitária).
Nico Carpentier (CUSTÓDIO, 2011) aponta outro fator preponderante: que a
“qualidade” nas rádios comunitárias não seja compreendida apenas como referente às
questões técnicas ou estéticas, mas também as relativas à participação. Diz ele, com base nas
experiências que observou na Áustria e na Suíça:
Nestas rádios comunitárias, qualidade era compreendida de outras maneiras.
Uma destas formas é a chamada “qualidade democrática” [...]. Para estes
produtores de rádio comunitária, o processo participativo também define
qualidade. [...] A construção da definição de qualidade se tornou uma parte
importante do processo participativo. Eles negociavam dentro das emissoras
sobre o que poderia e deveria ser considerado qualidade. [...] Normalmente,
processos participativos são vistos como ameaças à qualidade, culminando
em material “amadorístico”, mas para estes produtores era exatamente o
contrário: participação era um componente fundamental para definir
qualidade.255
Consideramos que a estrutura política, legal e regulatória é fator importante, mas não o
único caminho para a obtenção de mudanças que culminem na democratização da
comunicação. Como salientado por Quintino (2012, p. 169), processos emancipatórios “[...]
necessitam de transformações estruturais da sociedade”. Esta é uma das razões pelas quais
defendemos que o movimento social também abarque em suas reivindicações um olhar de
política pública para a comunicação comunitária: por entender que ela é uma forma de romper
o silêncio de determinada localidade e de colocar ferramentas comunicacionais nas mãos da
população.
Como nos ensinou Kaplún (1998, p. 63), “definir o que entendemos por comunicação
equivale a dizer em que classe de sociedade queremos viver”. Desta forma, é preciso buscar
caminhos para permitir a tomada de consciência do povo do seu direito de comunicar.
Defendemos que a aposta na comunicação comunitária é essencial para esta conquista.
255
Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-
58442011000100014&lng=pt&nrm=iso>, acesso em 27 de junho de 2012.
182
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Argemiro; ARANHA, Taís. Cibercultur@: informação, comunicação e
conhecimento ao favor do desenvolvimento social. In: Revista Brasileira de Ciências da
Comunicação. São Paulo, vol. 34, no. 2, jul-dez 2011, p. 275-292.
ALMEIDA, Danilo Di Manno. Prefácio. In: PIZA, Suze de Oliveira; SILVA, Elena Alves
(orgs.) Cidadania: que coisa é essa? São Bernardo do Campo: Metodista, 2010, 11-18.
A PROPOSTA completa do PT para as comunicações. Viomundo, [s.l.], 7 set.2011.
Disponível em: <http://www.viomundo.com.br/politica/a-proposta-completa-do-pt-para-o-
setor-das-comunicacoes.html>. Acesso em: 19 jun. 2012.
ARANHA, Taís. “Comunica Alto Tietê” discute democratização da comunicação.
Suzano, 16 out.2009. Disponível em:
<http://www.suzano.sp.gov.br/CN03/noticias/nots_det.asp?id=4431>. Acesso em: 17 jun.
2012.
ARBEX JR., José. Uma outra comunicação é possível (e necessária). MORAES, Dênis
(Org.). Por uma outra comunicação: mídia, mundialização cultural e poder. 5.ed. Rio de
Janeiro: Record, 2010. p. 385-400.
ARTIGO 19. Disponível em: <www.artigo19.org.br/obscomcom>. Acesso em 2 jun.2012.
AVRITZER, Leonardo; SANTOS, Boaventura de Sousa. Para ampliar o cânone democrático.
In: SANTOS, Boaventura de Sousa(Org.). Democratizar a democracia: os caminhos da
democracia participativa. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002, p. 39-78.
183
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE RADIODIFUSÃO COMUNITÁRIA. [s.l., s.d.].
Disponível em: <http://www.abraconacional.org/>. Acesso em: 9 mai.2012.
ASSOCIAÇÃO MUNDIAL DE RÁDIOS COMUNITÁRIAS. [s.l., s.d.]. Disponível em:
<http://amarcbrasil.org/>. Acesso em: 9 mai.2012.
BAHIA, Lílian Mourão. Rádios comunitárias: mobilização social e cidadania na
reconfiguração da esfera pública. Belo Horizonte: Autêntica, 2008, 207 p.
BARBOSA, Bia. Concentração da mídia e acesso aos meios são grandes desafios da
comunicação no Sul. Carta Maior. [s.l.], 24 jan. 2007. Disponível em:
<http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=13379>. Acesso
em: 31 mar.2012.
__________. Fórum de Mídia Livre articula lutas nas redes e nas ruas. Carta Maior. [s.l.], 1
fev. 2012. Disponível em:
<http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=19523>. Acesso
em: 31 mar. 2012.
__________. "Liberdade de imprensa não é um direito absoluto". Carta Maior. [s.l.], São
Paulo, 4 nov.2011. Disponível em:
<http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaImprimir.cfm?materia_id=18900>. Acesso
em: 31 mar. 2012.
BARROS, Aidil de Jesús Paes de, e LEHFELD, Neide Aparecida de Souza. Projeto de
pesquisa: propostas metodológicas. Rio de Janeiro: Vozes, 2009, 18.ed.
BELTRÁN, Luis Ramiro. Adeus a Aristóteles: comunicação horizontal. Comunicação &
Sociedade, São Bernardo do Campo, n. 6, p. 5-35, set. 1981.
BIZ, Osvaldo. Mídia e ética. In: GUARESCHI, Pedrinho A. (org.) Uma nova comunicação é
possível: mídia, ética e política. Porto Alegre: Evangraf, 2002, p. 101-112.
184
BOBBIO, Norberto. O futuro da democracia. São Paulo: Paz e Terra, 2004, 9. ed. 207p.
BORDENAVE, Juan E. Díaz. Além dos meios e mensagens: introdução à comunicação
como processo, tecnologia, sistema e ciência. 10.ed. Petrópolis: Vozes, 2002. 119 p.
__________. O que é comunicação. São Paulo: Brasiliense, 1982, 105 p.
BORTOLIEIRO, Simone. Mario Kaplún: a recepção como cidadania da América Latina.
Comunicação & Sociedade, São Bernardo do Campo, n. 25, p. 193-207, 1996.
BRANT, João. 2012 promete. Brasil de Fato. São Paulo, p. 3, 19-25 jan.2012.
BUCKLEY, Steve (ed.). Community media: a good practice handbook. Paris: Unesco, 2011.
80 p.
BURCH, Sally. CMSI: modestos logros, muchas incertidumbres. [s.l.], 21 de novembro de
2005.Disponível em: <http://alainet.org/active/9815&lang=es>. Acesso em: 25 jun.2012.
BUSSO, Néstor. Terminó la Cumbre, pero el debate sigue abierto y a la espera de acciones.
[s.l.], 28 de novembro de 2005. Disponível em: <http://alainet.org/active/9884&lang=es>.
Acesso em: 25 jun.2012.
CADERNO COMUNICAÇÃO COMUNITÁRIA: Desenvolvimento local nas ondas do rádio.
Mauá, 2010, 62 p.
CADERNO DA 1ª. CONFERÊNCIA NACIONAL DE COMUNICAÇÃO. Brasília:
Ministério das Comunicações, 2010. 203 p.
CALDAS, Graça. Políticas de comunicação no Brasil: de Sarney a FHC. In: MARQUES DE
MELO, José; CASTELO BRANCO, Samantha (Orgs.). Pensamento comunicacional
brasileiro: o grupo de São Bernardo (1978-1998), São Bernardo do Campo: Universidade
Metodista de São Paulo, 1999, p. 437-447.
185
CALORIO, Jeronimo.FSM discutirá direito à comunicação no mundo. Observatório do
Direito à Comunicação. [s.l.], 12 jan.2011. Disponível em:
<http://www.direitoacomunicacao.org.br/content.php?option=com_content&task=view&id=7
460>. Acesso em: 31 mar.2012.
CAFÉ COM A PRESIDENTA. Brasília, [s.d.]. Disponível em: <http://cafe.ebc.com.br>.
Acesso em 15 mai.2012.
CARTA, Mino. Só mesmo no Brazil-zil-zil: a mídia nativa segue a produzir seus estrondosos
silêncios. Mas o Brasil é outro. Carta Capital. São Paulo: Confiança, n. 677, p. 18, 21
dez.2011.
CADERNO DE FORMAÇÃO – MÓDULO I: Conhecer o que foi feito para melhor
prosseguir. São Paulo: Secretaria de Formação Política do Diretório Nacional do PT/
Fundação Perseu Abramo, 2009, 62 p.
CÓDIGO BRASILEIRO DE TELECOMUNICAÇÕES. Brasília, [s.d]. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4117.htm>. Acesso em: 2 jun.2012.
COGO, Denise Maria. No ar... uma rádio comunitária. São Paulo: Paulinas, 1998. 226 p.
COMMUNICATION RIGTHS: The right to communicate in the information society.
Communication: an essential human need.[s.l., s.d.]. Disponível em: <www.crisinfo.org>.
Acesso em 19 jun.2012.
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988. Brasília,
[s.d.]. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm>. Acesso em:
24 abr.2011.
COMPROMISO DE TÚNEZ. Tunis, 28 jun.2006. Disponível em:
<http://www.itu.int/wsis/docs2/tunis/off/7-es.html>. Acesso em: 19 jun.2012.
186
CUSTÓDIO, Leonardo. Entre formas minimalistas e maximalistas de participação midiática.
In: Revista Brasileira de Ciências da Comunicação. São Paulo, vol. 34, n. 1, jan-jun 2011.
Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-
58442011000100014&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 27 jun.2012.
DANTAS, Marcos. Uma agenda democrática para as comunicações brasileiras. Rio de
Janeiro: Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros, 2008. 64 p.
DECRETO-LEI No. 236. Brasília, [s.d.]. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del0236.htm>. Acesso em: 2 jun.2012.
DEFAVARI, Olga. Imprensa alternativa no ABC: a história contada pelos independentes.
Santo André: Ed. da autora, 2008, 143 p.
DONISETE BRAGA. São Paulo, [s.l., s.d.]. Disponível em:
<http://www.donisetebraga.com.br/perfil>. Acesso em: 19 jun.2012.
DORNELLES, Beatriz. Divergências conceituais em torno da comunicação popular e
comunitária na América Latina. In: Revista da Associação Nacional dos Programas de Pós-
Graduação em Comunicação. São Paulo, agosto de 2007.
DUARTE, Marcelo da Silva. Debate denuncia olhar da mídia sobre crianças e adolescentes.
Carta Maior. [s.l.], 31 jan.2009. Disponível em:
<http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=15560>. Acesso
em 19 jun.2012.
EDUCOMUNICAÇÃO. São Paulo,[ s.d.]. Disponível em:
<http://www.usp.br/nce/aeducomunicacao/>. Acesso em 3 jun.2012.
FADUL, Anamaria. A internacionalização dos grupos de mídia no Brasil nos anos 90. In:
MARQUES DE MELO, José; CASTELO BRANCO, Samantha (Orgs.). Pensamento
comunicacional brasileiro: o grupo de São Bernardo (1978-1998), São Bernardo do Campo:
Universidade Metodista de São Paulo, 1999, p. 385-392.
187
FESTA, Regina Dalva. Elementos para uma análise da comunicação na América Latina,
perpectivas para os anos 90. In: Comunicação & Sociedade, v.11, n.19, p. 61-78. mar., 1993.
FORTES, Leandro. De bico calado. Carta Capital. São Paulo: Confiança, n. 677, p. 24-28,
21 dez. 2011.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 30.ed.
São Paulo: Paz e Terra, 2004. 148p.
__________. Pedagogia do oprimido. 49.ed. São Paulo: Paz e Terra, 2005. 213p.
__________. Extensão ou comunicação? 13. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2006. 93p.
FRENTECOM repudia método de composição do Conselho de Comunicação Social. Brasília,
19 jul.2012. Disponível em: <http://frentecom.wordpress.com/2012/07/19/frentecom-repudia-
metodo-de-composicao-do-conselho-de-comunicacao-social/>. Acesso em: 1 set.2012.
FSM pode ter Fórum Mundial de Mídia Livres e Alternativas.
Carta Maior. São Paulo, 25 fev.2011. Disponível em:
<http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17482>. Acesso
em: 31 mar.2012.
GALEANO, Eduardo.De pernas pro ar: a escola do mundo ao avesso, Porto Alegre: L&PM,
1999, 384p.
GHEDINI, Fred. Nas ondas sonoras da comunidade: a luta pelas rádios comunitárias no
Brasil. São Paulo: Global, 2009. 107 p.
GIANNOTTI, Vito. Consenso e hegemonia. Brasil de Fato, São Paulo, p. 3, 2-8 fev. 2012.
GOHN, Maria da Glória. Cidadania, meios de comunicação de massas, associativismo e
movimentos sociais. In: PERUZZO, Cicilia Maria Krohling; ALMEIDA, Fernando Ferreira
de (Orgs.). Comunicação para a cidadania. Salvador/São Paulo: Universidade do Estado da
Bahia/Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares de Comunicação, 2003, p. 170-202.
188
GOMES, Ana Luisa Zaniboni (org.). Direitos humanos na mídia comunitária: a cidadania
vivida no nosso dia a dia. São Paulo: Oboré, 2009. 38 p.
HAMELINK, Cees J. Direitos humanos para a sociedade da informação. In: MARQUES DE
MELO, J.; SATHLER, L (Orgs.). Direitos à comunicação na sociedade da informação. São
Bernardo do Campo, SP: Umesp, 2005, p. 103-151.
HERZ, Daniel. A história secreta da Rede Globo. Porto Alegre: Dom Quixote, 2009, 424p.
INTERVOZES – COLETIVO BRASIL DE COMUNICAÇÃO SOCIAL. Contribuições
para a construção de indicadores do direito à comunicação. São Paulo: Intervozes, 2010.
126 p.
__________.Vozes da democracia: histórias da comunicação na redemocratização do Brasil.
São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2006. 372 p.
KAPLÚN, Mario. La comunicación participativa como praxis y como problema.
Comunicação & Sociedade, São Bernardo do Campo, n. 3, p. 56-74, jul. 1980.
__________. Comunicación entre grupos: el metodo del Cassette-Foro. Buenos Aires:
Humanitas, 1990. 209 p.
__________. Una pedagogia de la comunicación. Madri: Ediciones de la Torre, 1998. 252
p.
KUCINSKI, Bernardo. Jornalismo na era virtual: ensaios sobre o colapso da razão ética.
São Paulo: Unesp, 2005. 143 p.
__________. A síndrome da antena parabólica: ética no jornalismo brasileiro. São Paulo:
Fundação Perseu Abramo, 1998. 198 p.
LEAL FILHO, Laurindo Lalo. Desafios da comunicação para a cidadania. In: ENCONTRO
ESTADUAL DE JORNALISTAS DE MINAS GERAIS, 2007, Diamantina. Disponível em:
189
<http://www.fndc.org.br/internas.php?p=listdocumentos&categ_key=91>. Acesso em: 24
abr.2011.
LEAL, Sayonara. Radiodifusão comunitária no Brasil: desafios e perspectivas para as
políticas públicas. In: RAMOS, Murilo César, e SANTOS, Suzy dos (Orgs). Políticas de
comunicação: buscas teóricas e práticas. São Paulo: Paulus, 2007, p. 377-406.
LEI DA RADIODIFUSÃO COMUNITÁRIA. Brasília, [s.d.]. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9612.htm. Acesso em: 8 mai.2012.
LEÓN, Osvaldo. Para uma agenda social em comunicação. MORAES, Dênis (Org.). Por
uma outra comunicação: mídia, mundialização cultural e poder. 5ª. Ed. Rio de Janeiro:
Record, 2010. p. 401-414.
LIMA, Venício A. de. Comunicação na Constituinte de 1987/88: a defesa dos velhos
interesses. In: BASTOS, Vânia L., e COSTA, Tânia M.. Constituinte: temas e análises.
Brasília: Ceac/UnB, 1987, ano 1, no. 1, p. 143-152.
__________. Mídia: crise política e poder no Brasil. São Paulo: Editora Fundação Perseu
Abramo, 2006. 176p.
_________.Mídia: teoria e política. São Paulo: Perseu Abramo, 2001.
_________. Regular a mídia para democratizar. Brasil de Fato. São Paulo, p. 2, 15-21 dez.
2011.
__________. Os avanços de 2011. Observatório da Imprensa. [s.l.], 13 dez.2011.
Disponível em:
<http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/_ed672_os_avancos_de_2011>.
Acesso em: 8 abr.2012.
LIRIO, Sergio.Para ganhar no grito. Carta Capital. São Paulo: Confiança, n. 674, p. 76-79,
30 nov. 2011.
190
LIVRO atualiza questão regulatória das comunicações na América Latina. Fórum Nacional
pela Democratização da Comunicação. [s.l.],23 set.2011. Disponível em:
<http://www.fndc.org.br/internas.php?p=noticias&cont_key=729637>. Acesso em 19 jun.
2012.
LUCIANO PIRES. [s.l., s.d.]. Disponível em: <http://www2.lucianopires.com.br/podcasts>.
Acesso em: 3 jun.2012.
LUZ, Dioclécio. A arte de pensar e fazer rádios comunitárias. Brasília: [s.n], 2007, 229 p.
__________. Para calar a voz de muitos.Observatório da Imprensa. [s.l.]., 13 dez.2011.
Disponível em:
<http://observatoriodaimprensa.com.br/news/view/_ed672_para_calar_a_voz_de_muitos>.
Acesso em: 15 abr.2012.
MANUAL PARA LA EVALUACIÓN DE LOS DERECHOS A LA
COMUNICACIÓN.La Campaña CRIS (Communication Rights in the Information Society)
– Projeto CRAFT (Communication Rights Assessment Framework and Toolkit), set 2005, 96
p.
MANSUR, Vinicius.“A internet vai para o buraco quando ameaçar o establishment”. Brasil
de Fato. São Paulo, p. 16, 5-11 jan. 2012.
MARQUES DE MELO, José. Imprensa comunitária no Brasil. Comunicação & Sociedade,
São Bernardo do Campo, n. 2, p. 49-60, dez. 1979.
__________. A comunicação na pedagogia de Paulo Freire. Comunicação & Sociedade, São
Bernardo do Campo, n. 3, p. 92-113, jul. 1980.
MARQUES DE MELO, José, e SATHLER, Luciano (Orgs). Direitos à comunicação na
sociedade da informação. São Bernardo do Campo, SP: Umesp, 2005, 288 p.
191
MARTINS, Rodrigo. O ruído virtual do silêncio. Carta Capital. São Paulo: Confiança, n.
677, p. 29-31, dez. 2011.
MATTA, Fernando Reyes (Org.). A informação na nova ordem internacional. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1980, 291 p.
MAZIEIRO, José Carlos. Paulo Freire: um homem do seu tempo. Comunicação &
Sociedade, São Bernardo do Campo, n. 25, p. 95-114, 1996.
MORAES, Dênis (Org.). O capital da mídia na lógica da globalização. Por uma outra
comunicação: mídia, mundialização cultural e poder. 5.ed. Rio de Janeiro: Record, 2010. p.
187-216.
NOTA conceitual: propostas para uma outra comunicação no FSM. Fórum Social Mundial.
[s.l.], 20 ago.2004.Disponível em:
<http://www.forumsocialmundial.org.br/dinamic.php?pagina=gt_comunica_nota_por>.
Acesso em: 23 out.2011.
OBSERVATÓRIO DA COMUNICAÇÃO COMUNITÁRIA. Disponível em:
<http://obscomcom.org/>. Acesso em 2 jun.2012
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Declaração universal dos direitos humanos.
1948.[s.l., s.d.]. Disponível em: <http://www.onu-
brasil.org.br/documentos_direitoshumanos.php>. Acesso em: 24 abr.2011.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A EDUCAÇÃO, A CIÊNCIA E A
CULTURA. Many voices, one world: towards a new more just and more efficient world
information and communication order. Grã-Bretanha: Anchor Press Ltd., 1980. 312 p.
PAIVA, Raquel. O espírito comum: comunidade, mídia e globalismo. 2.ed. Rio de Janeiro:
Mauad, 2003. 175 p.
192
PASQUALI, Antonio. Um breve glossário descritivo sobre comunicação e informação. In:
MARQUES DE MELO, J.; SATHLER, L (Orgs.). Direitos à comunicação na sociedade da
informação. São Bernardo do Campo, SP: Umesp, 2005, p. 15-48.
PASSOS, Najila. Ministério abre negociação de regulação da mídia mas não fixa prazo.
Carta Maior. [s.l.], 20 out.2011. Disponível em:
<http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaImprimir.cfm?materia_id=18755>. Acesso
em: 31 mar.2012.
__________. Mídia tradicional tenta censurar novas mídias; reformar leis é urgente. Carta
Maior. [s.l.], 9 nov.2011. Disponível em:
<http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaImprimir.cfm?materia_id=18931>. Acesso
em: 31.mar.2012.
PERUZZO, Cicilia Maria Krohling. Mídia local e suas interfaces com a mídia comunitária no
Brasil. In: Revista Comunicação & Sociedade, n. 32. São Bernardo do Campo: Ed.
Universidade Metodista de São Paulo, 1998.
__________. Participação nas rádios comunitárias no Brasil. In: CONGRESSO
BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO, XXI, 9-14 set. 1998b, Recife, GT
Comunicação e Cultura Popular. Disponível em: http://www.bocc.ubi.pt/pag/peruzzo-cicilia-
radio-comunitaria-br.pdf. Acesso em: 8 abr 2011. 14p.
__________. Comunicação nos movimentos populares: a participação na construção da
cidadania. 3.ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2004. 342 p.
__________. Internet e democracia comunicacional: entre os entraves, utopias e o direito à
comunicação. In: MARQUES DE MELO, J.; SATHLER, L. (Orgs.).Direitos à comunicação
na sociedade da informação. São Bernardo do Campo, SP: Umesp, 2005a, p. 267-288.
__________. Mídia regional e local: aspectos conceituais e tendências. Comunicação &
Sociedade, São Bernardo do Campo: Póscom-Umesp, a. 26, n. 43, p. 67-84, 1º semestre
2005b.
193
__________. Direito à comunicação comunitária, participação popular e cidadania.In: Revista
Latinoamericana de Ciencias de la Comunicación. São Paulo: Asociación Latinoamericana de
Investigadores de la Comunicación, ano 2, no. 3, p. 18-41, 2005c.
__________. Direito à comunicação comunitária, participação popular e cidadania.
Disponível em: Gens Serviços Educacionais, 2005d, 18p.
__________. Rádios comunitárias: entre controvérsias, legalidade e repressão. In: MELO,
José M.de; GOBBI, M.C.; SATLER, L.(Orgs.) Mídia cidadã: utopia brasileira. São Bernardo
do Campo: Cátedra Unesco / Universidade Metodista de São Paulo, 2006. p.183-192.
__________. Cidadania, comunicação e desenvolvimento social. In: Relações públicas
comunitárias: a comunicação em uma perspectiva dialógica e transformadora. KUNSCH,
Margarida M. Krohling e KUNSCH, Waldemar Luiz (Orgs.). São Paulo: Summus, 2007, p.
45-58.
__________. Conceitos de comunicação popular, alternativa e comunitária revisitados.
Reelaborações no setor. In: Palabra clave, vol. 11, no. 2. Bogotá, 2008, p. 367-379.
__________. Manual de Metodologia para elaboração de relatório de qualificação,
dissertação de mestrado e tese de doutorado. São Bernardo do Campo: Ed. Universidade
Metodista de São Paulo, 2008b. 69 p.
__________. O processo de participação na comunicação popular e comunitária.In:
THORNTON, Ricardo Dominic; CIMADEVILLA, Gustavo (Orgs.). Usos y abusos del
participare. Buenos Aires: Ediciones INTA, 2010, p. 229-247.
__________. Rádios comunitárias no Brasil: da desobediência civil e particularidades às
propostas aprovadas na CONFECOM. In: ENCONTRO ANUAL DA COMPÓS, 8-11
jun.2010b,Rio de Janeiro, GT Economia Política e Políticas de Comunicação. Disponível em:
<http://compos.com.puc-rio.br/media/g6_cicilia_peruzzo.pdf>. Acesso em: 8 mai.2012.
__________. A comunicação nos movimentos sociais: exercício de um direito humano.
Dialogos de la comunicación, Quito, Felafacs, n. 82, set-dez 2010c.
194
__________. El lugar de la comunicación comunitaria en las políticas de comunicación en
Brasil. In: PERUZZO, Cicilia Maria Khroling; TUFTE, Thomas; CASANOVA, Jair Veja
(ed.). Trazos de una otra comunicación. Barriquilla, Colômbia: Editorial Universidad del
Norte/Associación Latinoamericana de Investigadores de la Comunicación (Alaic), 2011, p.
121-140.
PETROLLI, Valdenisio. História da imprensa no ABC Paulista. 1983a, 77f. Dissertação
(Mestrado em Comunicação Social) – Instituto Metodista de Ensino Superior, São Bernardo
do Campo.
__________. Imprensa no Grande ABC: do artesanato à indústria. Comunicação &
Sociedade, São Bernardo do Campo: Cortez/IMS, n. 10, p. 23-25, dez. 1983b.
POR QUE precisamos da Conferência Nacional de Comunicação? Fórum Nacional pela
Democratização da Comunicação. Porto Alegre: Ideograf, cartilha n. 2, 2009. 18 p.
PREFEITURA DE MAUÁ. Disponível em
http://www.maua.sp.gov.br/Informacoes/PerfilAtual.aspx. Acesso em: 2mai.2012.
PREFEITURA DE SUZANO. Confecom rende 25 propostas para uma política de
comunicação. Suzano, 24 de agosto de 2009. Disponível em:
<http://www.suzano.sp.gov.br/CN03/noticias/nots_det.asp?id=4279>. Acesso em: 17
jun.2012.
PORTARIA 462. Brasília, [s.d.]. Disponível em <http://www.mc.gov.br/images/o-
ministerio/legislacao/portarias/portaria-462_14102011.pdf>. Acesso em: 08.05.2012.
PROJETO RÁDIO ESCOLA. Escola Estadual Professora Irene da Silva Costa. Mauá,
[s.d.], 2p.
PROPOSTA PARA CONSTRUÇÃO DE PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO.
Mauá, 2010, 8 p.
195
QUEIROZ, Roberto. O rádio no ABC. Comunicação & Sociedade, São Bernardo do Campo:
Cortez/IMS, n. 10, p. 44-49, dez. 1983.
QUINTINO, Raquel. Comunicação comunitária e direito à moradia: a experiência de
mobilização do movimento de moradia com a rádio Z FM na área do Chafik em Mauá-SP.
2012, 230f. Dissertação (Mestrado em Comunicação Social) – Universidade Metodista de São
Paulo, São Bernardo do Campo.
RÁDIO ESCOLA: Desenvolvimento local pelas ondas do rádio. Produção do Projeto Rádio
Escola. Mauá, 2010. 1 DVD (12 min).
RABOY, Marc. Direitos à comunicação na sociedade da informação. In: MARQUES DE
MELO, J.; SATHLER, L. (Orgs.)Direitos à comunicação na sociedade da informação. São
Bernardo do Campo, SP: Umesp, 2005, p. 181-201.
RÁDIO Z FM. Disponível em: <http://www.radiozfm.org>. Acesso em: 11 mai 2012.
RAMOS, Murilo César. Comunicação, direitos sociais e políticas públicas. In: MARQUES
DE MELO, J.; SATHLER, L. (Orgs.)Direitos à comunicação na sociedade da informação.
São Bernardo do Campo, SP: Umesp, 2005, p. 246-253.
__________. Sobre a importância de repensar e renovar a ideia de sociedade civil. In:
RAMOS, Murilo César, e SANTOS, Suzy dos (Orgs). Políticas de comunicação: buscas
teóricas e práticas. São Paulo: Paulus, 2007, p. 19-48.
RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa social: métodos e técnicas. São Paulo: Atlas, 1989,
2.ed.
RIOS, Hélio Sales. Genealogia da cidadania. In: PIZA, Suze de Oliveira; SILVA, Elena Alves
(Orgs.). Cidadania: que coisa é essa? A formação cidadã na universidade. São Bernardo do
Campo: Universidade Metodista de São Paulo, 2010, p. 77-87.
SANTORO, Luiz Fernando. Rádios livres: o uso popular da tecnologia. In: MARQUES DE
MELO, José; CASTELO BRANCO, Samantha. (Orgs.). Pensamento comunicacional
196
brasileiro: o grupo de São Bernardo (1978-1998), São Bernardo do Campo: Universidade
Metodista de São Paulo, 1999, p. 247-255.
SATHLER, Luciano. Cúpula Mundial sobre a Sociedade da Informação: desafios para a
sociedade civil. [s.l.] nov. 2005b, 11 p. Disponível em:
<http://encipecom.metodista.br/mediawiki/index.php/C%C3%BApula_Mundial_Sobre_a_So
ciedade_Da_Informa%C3%A7%C3%A3o:_Desafios_Para_a_Sociedade_Civil_-
_Luciano_Sathler>. Acesso em: 25 jun.2012.
SERVAES, Jan. Comunicación para el desarrollo: tres paradigmas, dos modelos. In: Revista
Comunicação Midiática. Bauru: Unesp, n. 1 e 2, ano 1, dez. 2004, p. 19-53.
SERVAES, Jan; MALIKHAO, Patchanee. Comunicación participativa: el nuevo
paradigma?In: THORNTON, Ricardo Dominic; CIMADEVILLA, Gustavo (Orgs.). Usos y
abusos del participare. Buenos Aires: Ediciones INTA, 2010, p. 229-247.
SEVERO, Leonardo Wexell. Pressão por novo marco regulatório. Brasil de Fato. São Paulo,
p. 9, 15-21 dez. 2011.
SILVA, Marcos Wesley. Estratégias de marketing em empresas de comunicação: Diário
do Grande ABC – estudo de caso. 2003, 147f. Dissertação (Mestrado em Administração) –
Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo.
SIOCHRÚ, Seán O (coord). Manual para la evaluación de los derechos a la comunicación.
La campaña CRIS, 2005, 96 p.
SOUZA, Wilson de Oliveira. Informações periféricas no ABC: inventário dos veículos
periféricos na construção da informação local na região do ABC Paulista. 1999, 101 f.
Dissertação (Mestrado em Comunicação Social) – Universidade Metodista de São Paulo, São
Bernardo do Campo.
STEFANEL, Xandra. Precioso espaço no ar. Revista do Brasil. São Paulo: Atitude, n. 23, p.
16-19, abr. 2008.
197
VIEIRA, Litz. Cidadania e globalização. Rio de Janeiro: Record, 2000, 4.ed.
WEISSHEIMER, Marco Aurélio. “Não esperem que os partidos façam algo para enfrentar o
poder da mídia”. Carta Maior. [s.l.], 4 nov.2011. Disponível em:
<http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaImprimir.cfm?materia_id=18898>. Acesso
em: 31.mar.2012.
WOLTON, Dominique. Informar não é comunicar. Porto Alegre: Sulina, 2010, 96 p.
YIN, Robert K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 2.ed. Porto Alegre: Bookman,
2001.
198
FICHA CATALOGRÁFICA
Ar14r
Aranha, Taís
A rádio comunitária como vetor do processo de democratização da
comunicação: a experiência do projeto rádio escola e as mudanças ocorridas
na rádio Z FM, em Mauá-SP / Taís Aranha. 2012.
193 f.
Dissertação (mestrado em Comunicação Social) --Faculdade de
Comunicação da Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do
Campo, 2012.
Orientação : Cicilia Maria Krohling Peruzzo
1. Comunicação comunitária 2. Rádio comunitária - Mauá
3. Democratização da comunicação 4. Direito à comunicação I. Título.
CDD 302.2