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155 acontecerem na escola, os professores falavam, mas eu não sabia o que era na vida real. Então o programa me trouxe a sensibilidade de saber o que é isso na vida de uma pessoa [...] 196 . Castro disse que não ficou sabendo de outros casos de bullying na escola depois que este programa foi ao ar e entendeu a importância da sua atuação como “repórter comunitário”: “Eu consegui passar isso para as pessoas, foi legal” 197 . Em nossa opinião, a décima terceira edição do “Conexão Z”, a primeira apresentada integralmente pelo grupo “Momento Escola”, foi a que trouxe o conteúdo mais elaborado, principalmente por tratar de modo didático e esclarecedor um tema polêmico não só no ambiente escolar, mas em toda a sociedade. O mérito se deveu tanto à perspicácia das perguntas dos dois apresentadores do programa, Antônio Felipe e Ednaldo Júnior, auxiliados pela jornalista Sarah Galvano, como também à objetividade e clareza dos entrevistados: a diretora da escola Irene da Silva Costa, Hilda Soares; o conselheiro tutelar Márcio Araújo; e o mestre de capoeira Gildásio. As entrevistas fluíram sem demonstrações de nervosismo por parte dos três apresentadores, que fizeram perguntas e comentários bem fundamentados, mostrando que se prepararam para o trabalho. 2.5.2. “Point Praça” Grupo que se mobilizou com a proposta de revitalizar a praça Lourival de Almeida, localizada uma rua abaixo da Escola Estadual Professora Irene da Silva Costa, ao lado do terminal de ônibus do bairro. Foi responsável pela organização de um mutirão de limpeza e embelezamento do local no dia 31 de julho de 2010, por considerar que a praça estava descuidada, com brinquedos quebrados e focos de dengue, afastando frequentadores. 196 Entrevista concedida à autora por Antônio Felipe Gonçalves de Castro. Transcrição completa no anexo 8. 197 Entrevista concedida à autora por Antônio Felipe Gonçalves de Castro. Transcrição completa no anexo 8.

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155

acontecerem na escola, os professores falavam, mas eu não sabia o que era

na vida real. Então o programa me trouxe a sensibilidade de saber o que é

isso na vida de uma pessoa [...]196

.

Castro disse que não ficou sabendo de outros casos de bullying na escola depois que

este programa foi ao ar e entendeu a importância da sua atuação como “repórter comunitário”:

“Eu consegui passar isso para as pessoas, foi legal”197.

Em nossa opinião, a décima terceira edição do “Conexão Z”, a primeira apresentada

integralmente pelo grupo “Momento Escola”, foi a que trouxe o conteúdo mais elaborado,

principalmente por tratar de modo didático e esclarecedor um tema polêmico não só no

ambiente escolar, mas em toda a sociedade. O mérito se deveu tanto à perspicácia das

perguntas dos dois apresentadores do programa, Antônio Felipe e Ednaldo Júnior, auxiliados

pela jornalista Sarah Galvano, como também à objetividade e clareza dos entrevistados: a

diretora da escola Irene da Silva Costa, Hilda Soares; o conselheiro tutelar Márcio Araújo; e o

mestre de capoeira Gildásio. As entrevistas fluíram sem demonstrações de nervosismo por

parte dos três apresentadores, que fizeram perguntas e comentários bem fundamentados,

mostrando que se prepararam para o trabalho.

2.5.2. “Point Praça”

Grupo que se mobilizou com a proposta de revitalizar a praça Lourival de Almeida,

localizada uma rua abaixo da Escola Estadual Professora Irene da Silva Costa, ao lado do

terminal de ônibus do bairro. Foi responsável pela organização de um mutirão de limpeza e

embelezamento do local no dia 31 de julho de 2010, por considerar que a praça estava

descuidada, com brinquedos quebrados e focos de dengue, afastando frequentadores.

196

Entrevista concedida à autora por Antônio Felipe Gonçalves de Castro. Transcrição completa no anexo 8. 197

Entrevista concedida à autora por Antônio Felipe Gonçalves de Castro. Transcrição completa no anexo 8.

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Grupo “Point Praça” no mutirão de limpeza e embelezamento da praça Lourival de Almeida

Todas as ações de preparação para o mutirão, bem como a sua cobertura jornalística e

as impressões dos participantes, foram relatadas no “Conexão Z”. Na décima quarta edição do

programa, uma avaliação da ação foi feita pelos estudantes, que a consideraram muito

positiva. Também foram ao ar, neste programa, quatro entrevistas gravadas pela equipe no dia

do mutirão. Edson Moriconi, diretor da Secretaria de Serviços Urbanos da Prefeitura de Mauá

e comerciante do entorno da praça, deu os parabéns aos organizadores e à iniciativa da Rádio

Z, além de desejar que a ação continuasse. Carlos Cabral, presidente da Associação Amigos

de Bairro do Jardim Canadá, considerou a atividade fantástica pelo envolvimento da

comunidade, principalmente de crianças. Antônio Maria Claret, engenheiro da Prefeitura que

efetuou a doação das plantas para os canteiros, disse que a atividade foi uma semente que

deve ser disseminada para outros lugares. E Raquel Quintino, coordenadora do Projeto Rádio

Escola, avaliou que o evento foi o ponto alto do processo de aprendizagem, do envolvimento

e da entrega de todos os componentes do “Point Praça”.

O grupo foi o que mais demonstrou foco na sua atuação, que se desenvolveu, em todos

os programas, centrado na temática da praça. Foi também o grupo que mais conquistou

adeptos, já que integrantes de outras iniciativas também participaram da ação de mobilização,

com exceção do “Ecocaminhada”, que àquela altura já havia deixado o projeto.

A educadora do projeto, Juliana Ferraz, destacou também o caráter participativo do

mutirão de limpeza e embelezamento da praça, que envolveu comerciantes e moradores do

entorno, além dos outros grupos participantes do Projeto Rádio Escola198

. Entre eles, o grupo

de grafite “Comunidade Viva”, que grafitou uma mureta da praça naquela data e pintou

lixeiras para serem instaladas no local, feitas a partir de latas de tinta.

198

Entrevista concedida à autora por Juliana Ferraz. Transcrição completa no anexo 8.

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Mureta grafitada durante o mutirão e latas de tinta sendo pintadas para servirem de lixeiras na praça

Antônio Felipe de Castro, do “Momento Escola”, foi um dos que participaram da ação.

Ele aprovou a ideia de uma iniciativa que saiu do contexto escolar para atuar no bairro. “Você

participa mais da comunidade, nunca tinha feito isso. Você acaba saindo da escola, e você vê

que dá para utilizar aquele conhecimento que você tem para coisas da comunidade, para

ajudar”199

.

Em entrevista, Edson Moriconi nos disse que acompanhou de perto boa parte da

movimentação do mutirão, desde as reuniões de planejamento, passando pela divulgação na

feira livre que é realizada semanalmente no local, até a efetivação da ação. “Nós fizemos num

sábado [a ação], que foi uma coisa bem legal, Fizemos a recuperação de um canteiro da praça

199

Entrevista concedida à autora por Antônio Felipe Gonçalves de Castro. Transcrição completa no anexo 8.

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[que] envolveu os alunos; envolveu o departamento da Prefeitura, que doou as mudas de

plantas; a comunidade, que veio ajudar, que fez o plantio”.200

Para Moriconi, “sai ganhando todo mundo” em ações mobilizatórias como a do “Point

Praça”, que envolveu a rádio, a escola, os moradores do bairro, comerciantes e prefeitura. Ele

ressaltou a importância de se buscar o protagonismo juvenil, presente no Projeto Rádio

Escola: “Mais válido que recuperar um canteiro, que foi pequeno, é [...] ver a juventude

envolvida nessa questão de conscientização”.201

O comerciante e gestor público Edson Moriconi (dir.), em entrevista para o jornalista do

projeto, Rafael Brito, durante o mutirão do “Point Praça”

A estudante Bianca Santos Martins, hoje com 16 anos, aluna da escola e moradora do

entorno da praça, foi uma das integrantes do grupo “Point Praça”. Segundo ela nos contou, a

ação na praça não se resumiu ao mutirão. Bianca; o irmão mais novo, Caio; e outros

componentes do grupo se organizaram por um tempo para regar as árvores que plantaram na

praça. Uma moradora das imediações, que a via levando um regador todos os dias para

molhar as plantas, se sensibilizou e ofereceu uma mangueira para que ela executasse o serviço

mais rapidamente.202

De acordo com a educadora Juliana Ferraz, a liderança do grupo “Point Praça” era

Bianca. Ela já participava da rádio interna da escola desde o 6º ano do Ensino Fundamental,

200

Entrevista concedida à autora por Edson Moriconi. Transcrição completa no anexo 8. 201

Entrevista concedida à autora por Edson Moriconi. Transcrição completa no anexo 8. 202

Entrevista concedida à autora por Bianca Santos Martins. Transcrição completa no anexo 8.

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como locutora. “Ela foi uma das que mais protagonizou mesmo. [...] Foi muito forte mesmo,

do começo até o fim”.203

Mas não foi só a liderança de Bianca que fez com que o “Point Praça” se sobressaísse

também nas transmissões pela Rádio Z FM. O grupo também contava com outros

apresentadores muito desenvoltos: Caio Martins, João Maximiliano da Silva Victor, João

Trajano da Silva Júnior e Stefany Andrade, entre outros. Acreditamos que o preparo do grupo

fazia com que o programa se desenrolasse de forma dinâmica, o que foi possível perceber,

principalmente, a partir da décima segunda edição do “Conexão Z”, que correspondeu ao

terceiro programa apresentado pelo grupo.

Grupo “Point Praça” no estúdio da Rádio Z

2.5.3. “Revolução em Campo”

Inicialmente chamado de “Look Quadra”, o grupo buscava fortalecer e levar melhorias

para o campo de futebol do Jardim Itapeva, onde parte dos integrantes do Projeto Rádio

Escola participava de escolinhas do esporte, organizadas pelo técnico de futebol conhecido

como Vá. A diretora da unidade escolar, Hilda Soares, contou-nos que há muito tempo

trabalha em parceria com o treinador, levando ao conhecimento dele problemas de

aprendizagem dos jovens que utilizam o campo, que também passam a ser cobrados por Vá.204

Neste grupo, a educadora Juliana Ferraz destacou a participação de Arlete Martins dos

Santos, mãe do estudante Vinícius, que chegou a fazer entrevistas no campo e apresentar a

203

Entrevista concedida à autora por Juliana Ferraz. Transcrição completa no anexo 8. 204

Entrevista concedida à autora por Hilda Soares. Transcrição completa no anexo 8.

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proposta do projeto no programa de rádio, que incluía conseguir coletes de treinamento,

consertar as redes dos gols e proporcionar uma refeição aos jovens que frequentavam as

escolinhas205

. Raquel concorda que Arlete foi a grande entusiasta do grupo. Porém, ela teve de

se afastar do projeto por um problema pessoal, o que acabou trazendo dificuldades para o

andamento da proposta no campo206

.

Na escuta dos programas, também notamos o bom desempenho frente aos microfones

de Vanderlei Júnior, o Casemiro, jovem de 14 anos que apresentou três edições da atração,

realizou entrevistas como “repórter comunitário” e fez leitura de crônicas elaboradas por ele.

Casemiro ainda cantou e tocou violão no programa de estreia, ao vivo, do pátio da escola. Os

estudantes João Trajano da Silva Júnior e Bianca Martins, que compunham inicialmente o

“Point Praça”, também participaram de uma edição do “Revolução em Campo”.

Vanderlei Júnior apresentando “Rádio Conexão”

205

Entrevista concedida à autora por Juliana Ferraz. Transcrição completa no anexo 8. 206

Entrevista concedida à autora por Raquel Quintino. Transcrição completa no anexo 8.

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Integrantes do “Revolução em Campo” fazem entrevista na Rádio Z

Segundo Juliana, a ação no campo de futebol ficou comprometida principalmente

porque o instrutor Vá se mostrou reticente em relação ao projeto, temendo uma interferência

político-partidária, uma vez que o Projeto Rádio Escola era fruto de uma emenda parlamentar

de um deputado do município e foi desenvolvido num ano eleitoral. “Ele achava que tinha

[influência político-partidária] e já não gostou, e não queria, e não acreditou que poderia ser

uma coisa feita pelos educandos da região. Ele achou que ia ter muita politicagem [...]”207

.

Raquel vê que o afastamento de Vá do Projeto Rádio Escola não foi a política

partidária, mas sim a politicagem existente no futebol de várzea. “Parecia que a gente estava

criticando o presidente do clube, aí a gente não podia fazer nada [em relação ao campo de

futebol]”. Devido a esta resistência e à saída da mãe de aluno do projeto, que poderia ser uma

referência aos jovens, ela entendeu que não seria possível envolver crianças e adolescentes

neste tipo de situação. Por esta razão, o “Revolução em Campo” começou a trabalhar a

temática do esporte, sem um vínculo direto com o campo de futebol, e também a da cultura208

.

2.5.4. “Ecocaminhada”

Grupo que tinha a proposta de levar melhorias para a Gruta Santa Luzia, existente no

Parque Nascentes do Tamanduateí, no Jardim Itapeva. Segundo Raquel Quintino, a ideia de

trabalhar a questão partiu de um aluno da escola, Mateus, que fazia caminhadas no local e foi

207

Entrevista concedida à autora por Juliana Ferraz. Transcrição completa no anexo 8. 208

Entrevista concedida à autora por Raquel Quintino. Transcrição completa no anexo 8.

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abraçada por todos. O Grupo de Escoteiros Caio Viana Martins, que atua na gruta, também foi

convidado a participar e chegou a ser entrevistado em um dos programas de rádio, mas não se

inseriu no projeto, alegando que este não era o foco do trabalho deles. Dois programas de

rádio trataram da questão, e a educadora Juliana Ferraz chegou a ir ao local com a estudante

Sara para entrevistar os frequentadores e convidar outras pessoas a se inserirem no projeto209

.

Porém, a proposta não chegou a ser levada adiante. Segundo Juliana, havia limitações

na atuação dos escoteiros na gruta, por divergências entre o grupo e o engenheiro da

Prefeitura que trabalhava o paisagismo do local, Antônio Maria Claret210

. Raquel nos contou

que, devido a esses problemas, buscou-se mudar a estratégia de atuação para a questão do

meio ambiente, para tratar o tema de maneira mais ampla, a exemplo do que foi feito no

“Revolução em Campo”, que trabalhou a temática do esporte. Quando estes problemas foram

solucionados, o projeto já estava chegando ao fim e não houve tempo hábil para que a ação se

concretizasse. “Demorou muito para ter diálogo, várias conversas, várias reuniões [...]. Porque

quando tem uma divergência acaba ficando mais difícil [...] conciliar”211

.

2.5.5. “Comunidade Viva”

Trata-se de um coletivo cultural já existente na cidade, surgido no Jardim Itapeva há

quase dez anos com a proposta de transformar vielas em galerias de arte. Também se uniu ao

Rádio Escola e contribuiu com o projeto, apresentando alguns dos programas “Conexão Z”,

participando do mutirão de limpeza e embelezamento da praça Lourival de Almeida e

grafitando um muro no bairro, ação que foi transmitida ao vivo pela rádio.

209

Entrevista concedida à autora por Raquel Quintino. Transcrição completa no anexo 8. 210

Entrevista concedida à autora por Juliana Ferraz. Transcrição completa no anexo 8. 211

Entrevista concedida à autora por Raquel Quintino. Transcrição completa no anexo 8.

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Integrantes do “Comunidade Viva” apresentando o “Conexão Z” no estúdio da Rádio Z FM

Ueder Alexandre da Silva, o UDR, disse que foi chamado para compor o projeto pela

diretora da Escola Estadual Irene da Silva Costa, Hilda Soares. Ele foi morador do bairro,

estudou na unidade escolar e, a partir do coletivo Comunidade Viva, grafitou vielas e outros

espaços do Jardim Itapeva, como parte dos muros externos e paredes internas da escola. Ele e

a esposa, Letícia Bezerra, que também é integrante do Comunidade Viva, moram atualmente

no Jardim Zaíra, bairro em que está localizada a Rádio Z. Por este motivo o coletivo também

já tinha contato com a emissora comunitária, meio de comunicação em que o grupo costuma

utilizar para divulgar suas atividades212

.

UDR disse que o nome do coletivo permaneceu como um dos grupos do Rádio Escola

como forma de manter a identidade. Além de falar sobre grafite e arte de rua, o grupo tinha a

proposta de só tocar músicas que tinham relação com a arte de rua – o que UDR chama de

“música old school”, como rap, ska e punk213

.

UDR contou-nos como foi a experiência de apresentar o programa de rádio pela

primeira vez:

A gente começou ao vivo. [...] A gente já tinha tudo montadinho, as músicas

e tal, mas você tem que apresentar. No primeiro programa eu fui o âncora

[jargão jornalístico para o apresentador do estúdio de rádio ou TV]. Para

mim, foi uma das coisas mais difíceis. Você tem que apresentar, “puxar”,

tinha que chamar depois o comercial. Lógico, tá escrito, bonitinho, mas você

não pode ler [na rádio]. Eu suei demais nesse dia. E os caras falavam: “Tem

212

Entrevista concedida à autora por Ueder Alexandre Silva, o UDR. Transcrição completa no anexo 8. 213

Entrevista concedida à autora por Ueder Alexandre Silva, o UDR. Transcrição completa no anexo 8.

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3 mil pessoas ouvindo a gente agora”. Eu falei: “Nossa, mano, é muita

gente! Se eu falar um negócio errado, não vai dar certo”.214

Além de UDR e Letícia, o grupo do Comunidade Viva também contava com a

participação de Daniel Testalaf, que era o responsável, em todos os programas apresentados

pelo grupo, pela escolha musical. Outro integrante, identificado somente como Alan, atuou

como “repórter comunitário” em uma edição, além de ter dado entrevistas no estúdio e

participado da ocupação de grafite no Jardim Itapeva que o “Conexão Z” transmitiu ao vivo.

UDR falou o que aprendeu durante o período de realização do projeto:

[...] Eu aprendi muita coisa, até mesmo a entrevistar outros artistas, o que era

distante da nossa realidade. Graças a essa oportunidade que a rádio nos deu,

hoje em dia entrevistamos artistas. Nós fizemos um cursinho rápido, de

como ser âncora, como apresentar, como entrevistar uma pessoa. E pra gente

foi muito legal. Uma pessoa que se identificou muito foi a Letícia [Bezerra].

Ela se identificou com [o veículo] rádio, se sai muito bem com isso.215

Juliana Ferraz nos revelou também que, além do talento frente aos microfones, Letícia

Bezerra se apropriou do conhecimento do software Audacity e passou a editar áudios.

Segundo ela, o Rádio Escola contribuiu para divulgar o grupo, que até hoje é parceiro da

Rádio Z em outras ações de promoção do grafite216

. Para o professor Rafael Alberto

Clemente, os integrantes do “Comunidade Viva” souberam explorar as oportunidades

oferecidas pelo Rádio Escola, o que contribui para uma atuação mais ampla do grupo na

atualidade217

.

2.5.6. “Hip Hop Evolução”

Centrado na figura do dançarino de break e cantor de rap Reginaldo Gomes Inocêncio,

o Testa do Break, após insistência dos alunos da Escola Estadual Irene da Silva Costa em sua

participação no projeto. A proposta do “Hip Hop Evolução” era a de criar um espaço para o

hip hop no Jardim Itapeva218

. Um dos destaques era que os programas do “Hip Hop

Evolução” traziam apenas músicas de artistas locais, sobretudo raps.

Embora deixe claro que sua intenção era a divulgação do seu trabalho como músico e

dançarino, Testa do Break disse que aprendeu no projeto a fazer entrevistas e reportagens e

como é o funcionamento de uma rádio. Ele nos contou do medo inicial de falar na emissora

214

Entrevista concedida à autora por Ueder Alexandre Silva, o UDR. Transcrição completa no anexo 8. 215

Entrevista concedida à autora por Ueder Alexandre Silva, o UDR. Transcrição completa no anexo 8. 216

Entrevista concedida à autora por Juliana Ferraz. Transcrição completa no anexo 8. 217

Entrevista concedida à autora por Rafael Alberto Clemente. Transcrição completa no anexo 8. 218

Entrevista concedida à autora por Juliana Ferraz. Transcrição completa no anexo 8.

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comunitária: “A gente pegava o microfone e tremia que nem vara verde só de imaginar que

tinha uma pessoa escutando a gente falar. Gaguejava. Escrevia tudo no papel e, na hora de ler,

não saía nada. A gente foi praticando isso aí também e foi bom para gente”219

.

Testa do Break durante apresentação do “Conexão Z” no estúdio da Rádio Z FM

Testa do Break seguiu no Rádio Escola até o fim, protagonizando os programas de

rádio “Hip Hop Evolução”. Mas a ideia de criar o espaço para o hip hop no bairro não obteve

êxito, apesar de todo empenho do dançarino. A educadora Juliana Ferraz explica que a

proposta era a de que a casa do hip hop utilizasse o espaço da sede da associação de

moradores do bairro, um local que só abria as portas para a entrega do leite e estava com a

energia elétrica cortada220

.

219

Entrevista concedida à autora por Reginaldo Inocêncio, o Testa do Break. Transcrição completa no anexo 8. 220

Entrevista concedida à autora por Juliana Ferraz. Transcrição completa no anexo 8.

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Sede da associação de moradores, onde se planejava criar a casa do hip hop

Testa do Break chegou a promover shows para arrecadar dinheiro para esta finalidade,

o que foi relatado por ele no quadro “Diário de Bordo”, do programa “Conexão Z”. Em

entrevista, ele nos contou da colaboração dos integrantes do projeto para que o espaço se

tornasse realidade: “[Eles] me acompanhavam na casa do pessoal pra me ajudar com a sede

[da associação de moradores], iam atrás de documentação, montaram o projeto comigo pra

gente desenvolver e arrecadar fundos e tal”.221

Segundo Juliana, a presidente da entidade queria que o rapper assumisse seu cargo, o

que ele não concordava. “Ela [presidente da associação de moradores] não abraçou a ideia, ela

queria passar a presidência para ele [Testa], e ele não queria isso. A gente achava também que

ele não tinha que pegar mesmo a presidência, uma coisa não tinha nada a ver com a outra”222

.

Juliana também revelou que havia uma divergência entre Testa do Break e o coletivo

Comunidade Viva que o projeto conseguiu sublimar223

. Outra conquista obtida por meio do

projeto, na opinião da coordenadora Raquel Quintino, foi que Testa do Break, que

inicialmente tinha apenas o interesse de promover sua carreira artística por meio da rádio,

aprendeu a trabalhar em grupo. “Ele esteve com a gente, ajudou muito a gente, participou

dentro dos limites que ele pode, trouxe também várias pessoas interessantes [...]”224

.

221

Entrevista concedida à autora por Reginaldo Inocêncio, o Testa do Break. Transcrição completa no anexo 8. 222

Entrevista concedida à autora por Juliana Ferraz. Transcrição completa no anexo 8. 223

Entrevista concedida à autora por Juliana Ferraz. Transcrição completa no anexo 8. 224

Entrevista concedida à autora por Raquel Quintino. Transcrição completa no anexo 8.

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Na escuta dos programas de rádio, observamos que, diferentemente dos outros grupos,

o “Hip Hop Evolução” era o único produzido de forma individualizada – apenas Testa do

Break fazia a apresentação e as entrevistas. Ele também utilizava o espaço da rádio para

passar telefones de contato para shows e apoio, tanto seu como de entrevistados.

2.5.7. “Se Tem, Tem”

Grupo formado por jovens do bairro que promoviam festas de funk de caráter

beneficente, que acabou comandando apenas uma edição, a décima oitava do “Conexão Z”. O

programa foi utilizado principalmente para divulgação de um evento que seria promovido

pelo grupo. Porém, o projeto acabou antes da data de realização da atividade.

A história do “Se Tem, Tem” foi contada na décima sexta edição do “Conexão Z” por

Jessé Guimarães da Bacellar, o Giba, um dos integrantes do grupo, quando ele foi

entrevistado por Reginaldo Inocêncio, o Testa do Break. Ele explicou no programa que o “Se

Tem, Tem” surgiu num momento em que ele estava em sérias dificuldades financeiras, e

passou um carro na rua tocando a música “Se Tem, Tem, Se Não Tem, Passa Sem”, dos MCs

Juninho e Wendy. A partir daí, surgiu a ideia de fazer uma festa com este tema.

O “Se Tem, Tem” se aproximou do Rádio Escola por meio de Testa do Break, conta-

nos Raquel Quintino225

. Tanto ela quanto Juliana Ferraz aprovaram a entrada dos jovens no

projeto, embora o interesse inicial deles fosse ter um espaço na rádio para divulgar os eventos

que promoviam. “Eles começaram a ver outras possibilidades [...], virarem uma organização

mais séria e foi bacana”226

.

225

Entrevista concedida à autora por Raquel Quintino. Transcrição completa no anexo 8. 226

Entrevista concedida à autora por Juliana Ferraz. Transcrição completa no anexo 8.

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Grupo Se Tem, Tem na apresentação do programa

Segundo Raquel, eles participaram ativamente das reuniões e se sentiram valorizados

em participar do projeto. Contudo, trouxeram problemas devido ao envolvimento das crianças

mais novas com um grupo de funk. Como o projeto já estava em sua reta final, não foi preciso

fazer nenhum tipo de interferência para solucionar a questão227

.

2.6. O término do Projeto Rádio Escola

Em outubro de 2010, após nove meses de realização, o Projeto Rádio Escola chegou

ao fim, como estava previsto. Juliana Ferraz e Raquel Quintino contaram que houve tentativa

de dar continuidade à iniciativa, mantendo o horário que a Rádio Z FM disponibilizava aos

sábados ao “Conexão Z”. Quatro edições do programa que sucedeu a atração, intitulado

“Comunidade Z”, chegaram a ir ao ar por cerca de um mês, mas a falta de patrocínio limitou a

atuação dos envolvidos, que já executavam outras tarefas profissionais e não puderam mais

priorizar a atividade228

.

Quase todos os entrevistados para esta dissertação lamentaram o fato de o projeto não

ter tido continuidade. Para o professor Rafael Clemente, iniciativas como esta deveriam ser

tratadas como política pública nas escolas, inclusive com professores ou monitores dedicados

exclusivamente a esta tarefa229

.

227

Entrevista concedida à autora por Raquel Quintino. Transcrição completa no anexo 8. 228

Entrevista concedida à autora por Juliana Ferraz e Raquel Quintino. Transcrições completas no anexo 8. 229

Entrevista concedida à autora por Rafael Alberto Clemente. Transcrição completa no anexo 8.

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Contudo, a experiência do Rádio Escola trouxe desdobramentos. Como visto no

capítulo anterior, a Rádio Z FM atualmente busca desenvolver propostas semelhantes, no

intuito de abrir espaço para uma atuação comunitária.

Após o término do Rádio Escola, a Escola Estadual Professora Irene da Silva Costa

lançou o “Irene Notícias”, como nos revelou a diretora Hilda Soares. Trata-se de uma série de

vídeos produzidos pelos próprios estudantes. No papel de “repórteres comunitários”, eles

abordam problemas e reivindicações que afetam diretamente o cotidiano dos alunos, unindo

mais uma vez a comunicação ao processo de aprendizagem e de transformação da realidade

local230

.

3. Análise dos critérios utilizados no estudo de caso do Projeto Rádio Escola

Após apresentarmos o resgate da memória do Projeto Rádio Escola, faremos uma

análise da proposta diante dos critérios estabelecidos para interpretação da experiência.

3.1. Formas e níveis de comunicação popular e comunitária do Projeto Rádio

Escola

Recorremos a Peruzzo (2004) para analisar o primeiro critério: as formas e os níveis

de comunicação popular e comunitária do Projeto Rádio Escola. Como discorremos no

capítulo II desta dissertação, as formas são as seguintes (2004, p. 142, 143):

a) “[...] o simples envolvimento das pessoas, geralmente ocasional, no

nível das mensagens, ou seja, dando entrevistas, avisos, depoimentos e

sugestões ou cantando [...]”;

b) “[...] elaborar matérias (notícias, poesias, desenhos)”;

c) “[...] compartilhar a produção global de um jornalzinho, do programa

de rádio etc.”;

d) “[...] tomar parte na definição da linha política, do conteúdo, do

planejamento, da edição, do manejo de equipamentos”; e

e) “[...] compartir o processo de gestão de instituição comunicacional

como um todo”.

Já os níveis de comunicação popular são divididos por Peruzzo em (2004, p. 143-145):

230

Entrevista concedida à autora por Hilda Soares. Transcrição completa no anexo 8.

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170

a) “[...] o da produção, no qual o „povo‟ se envolve na elaboração de

programas e mensagens, contando com ajuda profissional, facilidades

técnicas e recursos”;

b) “o do planejamento, em que ele [povo] toma parte tanto na definição

de políticas, objetivos, princípios de gestão, planos, atividades e

financiamentos quanto na formulação de projetos nacionais, regionais e

locais”; e

c) “o da gestão, onde ele tem acesso às decisões relativas à

programação [...], bem como ao controle, à administração e ao

financiamento da organização comunicacional”.

A nosso ver, o Projeto Rádio Escola se encaixa no item “c” da forma (produção global

de um programa de rádio) e no item “b” do nível de comunicação comunitária (o de

planejamento e definição de linha política). Observamos em nosso trabalho de pesquisa e com

a reconstrução da memória do projeto que os integrantes da iniciativa puderam, ao longo dos

nove meses de realização do projeto, entrevistar e serem entrevistados; elaborar e editar

matérias; e produzir em conjunto os programas de rádio, tendo acesso a oficinas que

permitiram se apropriar do conhecimento necessário para o manejo dos aparatos tecnológicos

de uma rádio.

Graças à pedagogia dialógica da metodologia do projeto, todos também tiveram

oportunidade, nas reuniões bissemanais realizadas pelo Rádio Escola, de participar do

planejamento e definição da linha política e do conteúdo transmitido no programa de rádio

“Conexão Z”. A participação também foi possibilitada ainda na elaboração da proposta

político-pedagógica, já que os grupos que compunham o projeto foram definidos num

processo de construção coletiva, buscando atender às necessidades inerentes à realidade em

que a escola e o bairro estão inseridos. Lembramos ainda que a estudante Bianca Santos

Martins também foi chamada para compor a equipe neste processo inicial, tendo a

possibilidade do exercício do protagonismo juvenil que se almejava no processo.

O Projeto Rádio Escola só não se insere na última e mais elevada forma e nível de

participação porque não possibilitou o compartilhamento na gestão da rádio comunitária Z

FM, até pelo fato de ser um projeto de caráter experimental, até então isolado no contexto da

emissora. Porém, foi determinante para que a rádio repensasse a sua de atuação junto à

sociedade, como vimos no capítulo IV, dando a oportunidade de os integrantes do projeto se

apropriarem dela.

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171

3.2. Percepção geral do direito à comunicação

O segundo critério definido para analisar o Projeto Rádio Escola foi a percepção geral

do direito à comunicação. Trata-se de um dos Indicadores do Direito à Comunicação,

publicação do Intervozes – Coletivo de Comunicação Social (p. 93, 2010):

A percepção de que a comunicação é um direito humano e a aferição sobre o

significado deste direito no conjunto da sociedade são elementos importantes

para indicar o grau de enraizamento do direito junto à população. Quanto

maior for seu enraizamento, melhores serão as condições para sua

efetivação.

Desta forma, perguntamos aos entrevistados231

: “Depois de participar do Projeto Rádio

Escola, o que é comunicação para você?” e “O que é ser um comunicador para você?”, de

forma a verificar se a participação na iniciativa possibilitou a percepção de que a

comunicação é um direito que pode – e deve – ser exercido por todos. Em busca de constatar

se o projeto também contribuiu para despertar uma consciência crítica da mídia, perguntamos

aos entrevistados se eles percebiam diferenças na atuação e/ou no conteúdo dos grandes meios

de comunicação e de uma rádio comunitária.

Optamos por estas fazer estas questões por entendermos que, se perguntássemos de

forma direta: “Você vê a comunicação como um direito?” e “Você se vê como um

beneficiário do direito à comunicação?”, estimularíamos uma resposta positiva, o que não

permitiria uma análise fiel do aprendizado proporcionado pelo projeto.

À questão “O que é comunicação para você?”, obtivemos sete respostas, de um

universo de oito entrevistados, que demonstravam haver a percepção da comunicação como

um direito. Já na pergunta “O que é ser um comunicador para você?”, esta diferença caiu para

cinco respostas que sinalizavam haver esta percepção, contra três respostas negativas. E à

indagação sobre as diferenças entre os grandes meios de comunicação e uma rádio

comunitária, recebemos quatro respostas satisfatórias.

Em nossa opinião, o estudante Antônio Felipe de Castro foi o que melhor sintetizou

esta percepção em suas respostas. Para ele, a comunicação de massa é abstrata para a

realidade vivenciada no dia-a-dia da sua realidade. Castro ainda fez um paralelo da

comunicação com a cultura, que ele também passou a ver de forma diferente após a

participação no projeto:

231

Embora as respostas a estas perguntas apareçam de alguma forma em todas as entrevistas, optamos por

excluir da somatória as pessoas que formavam o grupo coordenador do Projeto Rádio Escola (Juliana Ferraz,

Hilda Soares, Raquel Quintino e Valmir Maia), bem como o gestor público e comerciante Edson Moriconi, que

teve uma participação pontual em uma das ações. Mantivemos, desta forma, a opinião daqueles que foram

mobilizados a participar da iniciativa (estudantes, professores e lideranças do bairro).

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172

Para mim, [antes de participar do Projeto Rádio Escola], cultura era você ir

ao Masp [Museu de Arte de São Paulo] ver quadros. E eu não tinha essa

percepção de que grafite também é uma forma de arte, que o hip hop

também é uma forma de expressão. Então eu acabei também adquirindo isso,

de ter uma diversidade maior do que eu achava que era cultura, através da

comunicação, [...] através da linguagem que eles expressavam. [...] Acredito

que isso foi o que mais agregou, e que eu defino como comunicação: uma

ferramenta para diversificar o conhecimento232

.

O arte-educador Ueder Alexandre Silva, o UDR, do Comunidade Viva, e o dançarino

de break Reginaldo Gomes Inocêncio, o Testa do Break, tiveram opiniões semelhantes sobre

a comunicação e sobre ser um comunicador após passarem pelo projeto. Ambos demonstram

ter consciência do papel de comunicadores que desempenham como artistas e lideranças do

bairro. Eles também destacaram a visibilidade trazida com o programa “Conexão Z”, além da

abertura de portas conquistada pela aproximação com a rádio comunitária da cidade para a

divulgação dos seus trabalhos233

. Disse-nos UDR:

Sem comunicação não conseguimos construir nem fazer nada. Depois que

começamos a nos comunicar com o povo, por meio da rádio, as pessoas

começaram a enxergar o coletivo [Comunidade Viva] com bons olhos. [...]

Acho que a gente ficou bem mais forte depois que a gente entrou na rádio. A

rádio deu o empurrão que faltava234

.

UDR definiu comunicação como sendo “o esclarecimento de verdades” (no plural)235

.

Interpretamos que há a percepção da comunicação como um direito, a partir da possibilidade

de que cada indivíduo tem de se expressar, independentemente da sua classe social, cultura ou

formação acadêmica.

A participação no Projeto Rádio Escola também fez com que UDR passasse a ter uma

postura questionadora frente à atuação da Rádio Z FM:

Nós [Comunidade Viva] fomos cobrar da rádio uma coisa: a rádio não é

comunitária? Não tem de divulgar projetos da comunidade? Então, o

Comunidade não tem que pagar para ter comercial aqui, como qualquer

grupo [...]. Acho que o Rádio Escola foi o que abriu as portas para o pessoal

[da rádio] mudar a visão deste trabalho236

.

232

Entrevista concedida à autora por Antônio Felipe Gonçalves de Castro. Transcrição completa no anexo 8. 233

Entrevistas concedidas à autora por Ueder Alexandre Silva, o UDR, e Reginaldo Gomes Inocêncio, o Testa do

Break. Transcrição completa no anexo 8. 234

Entrevista concedida à autora por Ueder Alexandre Silva, o UDR. Transcrição completa no anexo 8. 235

Entrevista concedida à autora por Ueder Alexandre Silva, o UDR. Transcrição completa no anexo 8. 236

Entrevista concedida à autora por Ueder Alexandre Silva, o UDR. Transcrição completa no anexo 8.

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173

O estudante Giovane Bertucci definiu comunicação como expressão, e o papel do

comunicador como o de dialogar237

. Para a aluna Bianca Santos Martins, o projeto reforçou a

percepção sobre o vínculo que uma rádio comunitária pode desenvolver numa localidade238

.

A professora Sarah Geci Campos definiu comunicação como partilha de conhecimento

e interação. Para ela, diferentemente dos mass media, a rádio comunitária deve ser um canal

aberto para as questões sociais: “É no sentido de [...] levar a pessoa à mudança de atitude,

pensar sobre certa questão e poder se envolver. Trazer para o público a responsabilidade, a

forma de pensar e, assim, querer mudar alguma coisa”239

.

Já o professor Rafael Alberto Clemente ressaltou a importância da visibilidade

proporcionada pela rádio comunitária como essencial para a formação da identidade local e o

sentimento de pertencimento. Ele definiu o comunicador comunitário como agente

transformador local240

.

O comerciante e gestor público Edson Moriconi, que teve uma participação pontual no

projeto e, por este motivo, não teve a sua opinião somada aos resultados finais, também

destacou o papel aglutinador da rádio comunitária: “A rádio comunitária tem condições de

estar muito próximo à comunidade”241

.

A educadora Juliana Ferraz, embora também não tenha tido sua opinião computada na

somatória acima, demonstrou ter conquistado uma nova percepção sobre a comunicação após

participar do projeto:

Para mim, antes [do projeto Rádio Escola], comunicação eram os meios de

comunicação: a rádio, a TV, o jornal, a revista, o fanzine, a internet. Mas,

principalmente depois do programa [Conexão Z], percebi que a comunicação

está em todos os lugares, não tem jeito. [...] Eu acho que ser um

comunicador é você também estar em algumas coisas, conseguir ir a um

lugar, trocar ideia [...]. Você tem que ir aos lugares, ver, sentir com os

próprios olhos pra você comunicar o que aconteceu242

.

Ao comparar o que é produzido pela grande mídia com os meios comunitários, Juliana

acredita que os meios de comunicação de massa manipulam “[...] cada palavra, cada forma”,

de acordo com os seus interesses, enquanto que a mídia comunitária é mais “pura neste

237

Entrevista concedida à autora por Giovane Bertucci. Transcrição completa no anexo 8. 238

Entrevista concedida à autora por Bianca Santos Martins. Transcrição completa no anexo 8. 239

Entrevista concedida à autora por Sarah Geci Campos. Transcrição completa no anexo 8. 240

Entrevista concedida à autora por Rafael Alberto Clemente. Transcrição completa no anexo 8. 241

Entrevista concedida à autora por Edson Moriconi. Transcrição completa no anexo 8. 242

Entrevista concedida à autora por Juliana Ferraz. Transcrição completa no anexo 8.

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174

sentido” e “[...] serve muito mais como um grito de socorro do que querer persuadir algo,

alguém ou uma massa inteira”243

.

3.3. Avaliação da metodologia do Projeto Rádio Escola

Como vimos no início deste capítulo, a metodologia aplicada no Projeto Rádio Escola

trata da apropriação tanto do conteúdo como do domínio da ferramenta tecnológica utilizada

pelos envolvidos (a rádio comunitária), dentro de uma proposta de comunicação dialógica e

de educação libertadora. A interseção destes elementos está presente no pensamento do

educador Paulo Freire e foi desenvolvida por Mário Kaplún no método Cassete-Fórum, como

apresentado no capítulo II.

Em nossa análise, a proposta metodológica teve aplicação bem sucedida, pois

conseguiu levar transformações tanto para os participantes do projeto quanto à realidade local

e à emissora comunitária Z FM. Além disso, os conflitos existentes, que são inerentes ao

processo, não impediram o andamento do projeto. Pelo contrário: foram negociados e

contribuíram para o amadurecimento de todos os envolvidos.

Por se tratar de um período relativamente curto (nove meses), pensamos que, se um

número menor de grupos, mas não de pessoas envolvidas, tivesse sido definido no início do

projeto, talvez as ações pudessem ser trabalhadas mais profundamente. Desta forma, os

grupos teriam tido mais foco para o desenvolvimento de ações de mobilização, além de ter

mais oportunidades para o exercício da comunicação comunitária nos microfones da Rádio Z

FM.

Nas entrevistas realizadas, colhemos depoimentos de participantes que comprovam o

aprendizado conquistado. Uma das respostas marcantes foi a da estudante Bianca Santos

Martins:

A gente não tinha ideia do que era falar numa rádio para uma cidade inteira

ouvir. No começo dá medo, mas depois que a gente acostuma, é uma

felicidade saber que o programa vai ao ar. A gente fazia as pautas com

atenção e carinho, com muita vontade. A gente aprendeu a fazer várias

coisas lá dentro [do Projeto Rádio Escola]. A gente aprendeu o que era uma

rádio, a formar um programa, aprendemos a dividir, porque no nosso grupo

tinha um problema de ver quem ia falar, porque todos queriam. [...]

Aprendemos que cada um tem seu espaço para falar.244

243

Entrevista concedida à autora por Juliana Ferraz. Transcrição completa no anexo 8. 244

Entrevista concedida à autora por Bianca Santos Martins. Transcrição completa no anexo 8.

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175

Já para o estudante Giovane Bertucci, a experiência permitiu que ele passasse a se

expressar melhor: “[...] Eu era uma pessoa bem acanhada. Agora sou bem mais descontraído,

me ajudou a falar direito, a me comunicar [...]245

.

Para a educadora do projeto, Juliana Ferraz, a transformação ocorrida entre os

participantes do projeto foi, principalmente, devido ao uso da comunicação como uma

estratégia de mobilização, pois o projeto trouxe à tona problemas locais, para que se pensasse

coletivamente em alternativas para solucioná-los. Disse ela sobre os estudantes: “Essa questão

da mobilização transformou muito as crianças e adolescentes. A gente percebeu que teve uma

evolução dos adolescentes que planejam a „Rádio Conexão‟, teve um amadurecimento muito

grande, por eles conseguirem se comunicarem com as pessoas, correr atrás do que

queriam”246

.

Na opinião de Juliana, o mesmo ocorreu em relação às lideranças comunitárias

inseridas no projeto. Ela cita Testa do Break para exemplificar:

[O Testa do Break] já tinha dado aula dentro da escola de break, tinha mais

de 100 pessoas na oficina dele e ele não sabia escrever um projeto, um

planejamento. A gente ajudou ele a escrever o próprio projeto de oficina, um

planejamento para ele “correr atrás” do centro cultural de hip hop e foi muito

legal247

.

Para Juliana, o coletivo Comunidade Viva foi o grupo que mais se apropriou do

aprendizado obtido durante as oficinas do projeto e da experiência de apresentar um programa

de rádio. Segundo ela, eles passaram a se preocupar com a comunicação nas ocupações de

grafite que promovem no Jardim Zaíra, bairro que atualmente desenvolvem a proposta de

criar galerias de arte ao ar livre:

[A Letícia Bezerra, integrante do Comunidade Viva] produz umas chamadas

muito bacanas mesmo, como se fosse um spot, para [divulgar] a ocupação de

grafite. E eles estão fazendo o grafite agora com uma estrutura, também

usando esta questão da comunicação [...]. Eles chamam vários grafiteiros,

montam toldos, som, eles trazem pessoas de circo para ir brincando com as

crianças [...], compraram rádio para eles, gravador digital248

.

Na visão da coordenadora do Rádio Escola, Raquel Quintino, todos os grupos que o

projeto incubou foram bem sucedidos, independentemente do fato de não terem conseguido

realizar uma ação concreta: “Todos deram certo dentro das suas possibilidades. [...] Os grupos

245

Entrevista concedida à autora por Giovane Bertucci. Transcrição completa no anexo 8. 246

Entrevista concedida à autora por Juliana Ferraz. Transcrição completa no anexo 8. 247

Entrevista concedida à autora por Juliana Ferraz. Transcrição completa no anexo 8. 248

Entrevista concedida à autora por Juliana Ferraz. Transcrição completa no anexo 8.

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176

conseguiram produzir os seus programas, conseguiram olhar para o entorno, conseguiram se

pensar como comunicadores”249

.

Sobre o fato de o canteiro da praça Lourival de Almeida, local em que o grupo “Point

Praça” realizou o mutirão de limpeza e embelezamento, não ter sido conservado após o fim do

projeto (o que foi uma desapontamento revelado pela estudante Bianca Santos Martins em

entrevista), Raquel avaliou que o mais importante foi o aprendizado da comunicação para

mobilização conquistado pelos estudantes:

[...] as coisas [estão] em movimento. O objetivo não era que aquela praça

ficasse o resto da vida linda. Mas a Bianca e aqueles outros jovens viveram

na vida deles uma coisa que é entrar naquele comércio que eles consomem

cotidianamente [...] para procurar o proprietário e falar com ele, pedir para

ele apoiar uma ação. [...] Quando ela precisar fazer alguma coisa, no que

nós chamamos de engajamento, ela tem ferramentas políticas,

organizacionais, comunicacionais, mobilizativas do que ela viveu, e era esse

o objetivo.250

A diretora da Escola Estadual Irene da Silva Costa, Hilda Soares, também acredita que

a metodologia do Rádio Escola trouxe um novo instrumento para somar ao processo de

aprendizagem na unidade escolar, já que o projeto permitiu o protagonismo juvenil: “[O rádio

é] uma grande ferramenta para toda a sociedade para as suas reivindicações, para expressar

que está no mais íntimo, dentro de você. E a gente descobriu talentos maravilhosos com os

alunos daqui”251

.

Em relação à Rádio Z FM, a proposta metodológica também parece ter conseguido

fincar raízes e apresentar uma alternativa, construída de forma coletiva, para que a emissora

atue dentro dos princípios de uma rádio comunitária. É o que observamos a partir do

depoimento do diretor da rádio, Valmir Maia, sobre as possibilidades de participação que o

Projeto Rádio Escola trouxe à rádio: “Deu a certeza para gente que [este] é um caminho”252

.

Tanto que a rádio passou a realizar, em 2011 e 2012, alguns projetos semelhantes ao Rádio

Escola, buscando alternativa financeira e de ampliação da participação da população no seu

conteúdo.

Raquel Quintino considera que o Rádio Escola foi um marco para a construção de um

processo comunitário de criação de vínculos mais fortes com a realidade local, a partir da

249

Entrevista concedida à autora por Raquel Quintino. Transcrição completa no anexo 8. 250

Entrevista concedida à autora por Raquel Quintino. Transcrição completa no anexo 8. 251

Entrevista concedida à autora por Hilda Soares. Transcrição completa no anexo 8. 252

Entrevista concedida à autora por Valmir Maia. Transcrição completa no anexo 8.

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provocação de dois atores sociais, que “[...] poderiam estar mais próximos da comunidade e,

por questões de gestão, não estão, que é a escola pública e a rádio comunitária”253

.

Esta intencionalidade do projeto, presente desde a proposta político-pedagógica a que

tivemos acesso, demonstra que o Rádio Escola foi vitorioso não só pelos resultados, mas

também pela coragem e fôlego para quebrar paradigmas comunicacionais e educacionais,

provando que uma comunicação dialógica é possível.

4. Considerações finais do capítulo

Os resultados apresentados na avaliação do Projeto Rádio Escola reforçam nossa

hipótese central de que uma rádio comunitária se transforma num vetor na luta pela

democratização da comunicação quando está a serviço e nas mãos da população. Este

protagonismo é essencial para se garantir o direito à comunicação, e não apenas a reprodução

de um modelo comercial.

A iniciativa apontou um caminho para a atuação da Rádio Z FM, que já desenvolveu

outro projeto de formação de “repórteres comunitários” e baseou seu planejamento neste

sentido para o ano de 2012, após a crise que a afetou em 2011.

No entanto, para que traga mudanças efetivas, esta apropriação deve ser feita de forma

consciente e organizada pela população, a exemplo do Rádio Escola. Como já reforçamos em

capítulos anteriores, é importante ainda que projetos como este encontrem alternativas de

continuidade ou desdobramentos, para que se mantenha vivo o interesse e se aprofunde a

partilha de conhecimentos e os aprendizados que eles possibilitam.

253

Entrevista concedida à autora por Raquel Quintino. Transcrição completa no anexo 8.

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178

CONCLUSÃO

Esta pesquisa objetivou compreender as possibilidades de uma rádio comunitária ser

um vetor do processo de democratização da comunicação, a partir da experiência do Projeto

Rádio Escola, desenvolvido em parceria pela Rádio Z FM, pela Escola Estadual Professora da

Silva Costa e por lideranças comunitárias do Jardim Itapeva, bairro periférico de Mauá, no

ABC Paulista.

Para a análise do processo de apropriação da emissora pelos integrantes do projeto,

buscamos, nos capítulos I, II e III, apresentar a construção histórica do conceito hegemônico

de comunicação e da luta pela democratização da comunicação no mundo e no país, bem

como a delimitação do campo de pesquisa e da legislação nacional existente para o segmento

das rádios comunitárias, a lei 9.612/98, expondo seus avanços e limitações. Em seguida, no

capítulo IV, apresentamos a árdua batalha travada pela Rádio Z FM para a conquista da

outorga, a opção pela atuação no molde comercial após tantos anos de espera pela autorização

para funcionar e a retomada dos laços comunitários mais recentemente, impulsionada pela

realização do Projeto Rádio Escola, experiência que foi reconstruída no capítulo V, do ponto

de vista da Rádio Z FM, da unidade escolar e das pessoas diretamente envolvidas (estudantes,

lideranças comunitárias e educadores).

As hipóteses eram de que a emissora havia ampliado os níveis e as formas de

participação, embora não tivesse alcançado a gestão dos meios, o que é esperado, por

princípio, numa emissora comunitária; que os participantes do projeto teriam aumentado a

percepção do direito à comunicação, atentando para a necessidade da democratização dos

meios; e que a metodologia dialógica aplicada tivesse garantido a livre expressão e a

pluralidade de ideias de seus integrantes, bem como permitido o aprendizado em relação à

linguagem e ao aparato radiofônico.

Conforme discutido no capítulo V, o projeto obteve êxito nos três condicionantes

observados, apesar das limitações. Em dez meses de realização, a iniciativa conseguiu unir e

mobilizar escola, rádio comunitária e lideranças de bairro numa proposta de desenvolvimento

local, atrelada ao ganho de um conhecimento tecnológico (de produção e edição de

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radiojornalismo) e à valorização de uma cultura considerada periférica, que raramente

consegue espaço nas mídias convencionais.

Por ter adotado uma metodologia dialógica, acreditamos que o Projeto Rádio Escola

trouxe ganhos pela consistência do aprendizado, o que pode ser verificado nas entrevistas que

realizamos e nas mudanças em andamento na Rádio Z FM. Embora ainda consideremos

necessário que a emissora altere sua forma de gestão, apostando na atuação efetiva do

Conselho Comunitário, abandonando o modelo comercial e alterando sua estrutura de patrão e

empregados, é preciso reconhecer que, a partir do Rádio Escola, ela passou a desenvolver

iniciativas que garantem a sua sustentabilidade e permitem a inserção de moradores, com a

formação de “repórteres comunitários”. Como aponta Raquel Quintino (2012, p. 171), o

projeto foi importante porque a Rádio Z FM é uma entre muitas emissoras comunitárias que

acabam por perder a sua “essência comunitária” por não serem “capazes de iniciar esse

processo por não dispor de metodologia para fazê-lo de forma consequente”.

A nosso ver, a experiência de comunicação comunitária do Projeto Rádio Escola

poderia contribuir de forma muito mais efetiva para a localidade se sua duração fosse maior.

Um tempo de aplicação mais longo ou permanente permitiria que as tensões e contradições

encontradas no processo fossem mais trabalhadas ou amadurecidas, evitando o esfacelamento

de alguns dos grupos envolvidos, promovendo um maior número de atividades de

mobilização e atraindo novos interessados em se envolver.

Não podemos esquecer que o movimento gerado a partir da 1ª Conferência de

Comunicação Social, durante o ano de 2009, em várias cidades e regiões do país, como

relatado no capítulo I, também serviu como pano de fundo para a concretização do Rádio

Escola, conforme informado por Quintino254. Esta constatação mostra que o evento, além de

ter sido um momento para a demarcação das bandeiras do movimento social pela

democratização da comunicação, foi o desencadeador de uma experiência inovadora no

campo da comunicação comunitária, mostrando a importância que têm estes espaços para o

encontro, o debate e a partilha entre pessoas que já estão engajadas numa luta e outras que são

despertadas para ela.

Para dar passos mais firmes

É certo que a apropriação da comunicação na mão de poucos é fruto de processos

ideológicos históricos que visam à manutenção de poder. Num mundo capitalista

254

Entrevista concedida à autora por Raquel Quintino. Transcrição completa no anexo 8..

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180

industrializado, informação e comunicação são mercadorias cada vez mais valiosas. Sua

importância estratégica a faz ser um bem tão precioso quanto a terra e outros recursos

naturais.

Por este motivo, a ampliação da participação nos meios comunitários não é uma

conquista fácil. Lembra Peruzzo (2010, 239, 240):

É um processo longo e lento que não se dá de um dia para o outro, nem ao

longo de um ano de trabalho. Pode levar muito tempo até que um grupo

chegue ao degrau de maturidade e consciência crítica que lhe permita

superar seus conhecimentos culturais e diálogos tornando possível uma

efetiva participação autônoma na comunicação.

As dificuldades, porém, não podem ser empecilhos para aqueles que buscam a

democratização da comunicação. Exemplos de boas experiências de comunicação comunitária

não nos faltam e são observados em todo o mundo.

Em 2011, a Unesco publicou um livro que apresenta 30 boas práticas de mídia

comunitária realizadas ao redor do planeta (no original, “Community media: a good practice

handbook”, compilado e editado por Steve Buckley). A publicação é dividida em modelos de

regulação que têm permitido o desenvolvimento da mídia comunitária, adotados por países

como Dinamarca, Equador, África do Sul e Tailândia; estratégias de sustentabilidade de

rádios comunitárias de países como Austrália, Chile, Índia e Uganda; e experiências de

comunicação comunitária que têm fortalecido o impacto social, desenvolvidos em localidades

como Bolívia, China, Iraque e Timor-Leste.

Portanto, não vemos esta possibilidade como algo impossível, mas como uma utopia.

Como bem assinala Peruzzo (2005a, p. 271), “[...] utopia não como comumente é tratada, ou

seja, como algo irrealizável. As utopias são passíveis de realização já que expressam

indicativos, ou os sonhos, de onde se quer chegar, embora possam estar distantes da realidade

concreta”.

Ao analisar diversas experiências de mídia comunitária ao redor do mundo, Buckley

(2011, p. 5, tradução nossa) constata que há dois condicionantes importantes que garantem

que ela prospere. São eles: uma política regulatória e um modelo de sustentabilidade que

reverbere em “[...] continuidade, independência e efetividade [...]”. Para ele (2011, p. 11,

tradução nossa), a estrutura política, legal e regulatória permanece como o mais persistente

obstáculo para o estabelecimento das mídias comunitárias em geral. Ela estaria ancorada em

três características principais: reconhecimento como um setor distinto (para ganho social,

benefícios da comunidade, ser de propriedade da comunidade, aberto à participação na

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criação de conteúdo e gerenciamento), acesso (sistema legal e regulatório que garanta o

fortalecimento e o processo transparente de acesso ao espectro radiofônico e a distribuição de

plataformas necessárias para a mídia comunitária operar) e suporte (sistema político e legal

que olhe para a sustentabilidade e recursos da mídia comunitária).

Nico Carpentier (CUSTÓDIO, 2011) aponta outro fator preponderante: que a

“qualidade” nas rádios comunitárias não seja compreendida apenas como referente às

questões técnicas ou estéticas, mas também as relativas à participação. Diz ele, com base nas

experiências que observou na Áustria e na Suíça:

Nestas rádios comunitárias, qualidade era compreendida de outras maneiras.

Uma destas formas é a chamada “qualidade democrática” [...]. Para estes

produtores de rádio comunitária, o processo participativo também define

qualidade. [...] A construção da definição de qualidade se tornou uma parte

importante do processo participativo. Eles negociavam dentro das emissoras

sobre o que poderia e deveria ser considerado qualidade. [...] Normalmente,

processos participativos são vistos como ameaças à qualidade, culminando

em material “amadorístico”, mas para estes produtores era exatamente o

contrário: participação era um componente fundamental para definir

qualidade.255

Consideramos que a estrutura política, legal e regulatória é fator importante, mas não o

único caminho para a obtenção de mudanças que culminem na democratização da

comunicação. Como salientado por Quintino (2012, p. 169), processos emancipatórios “[...]

necessitam de transformações estruturais da sociedade”. Esta é uma das razões pelas quais

defendemos que o movimento social também abarque em suas reivindicações um olhar de

política pública para a comunicação comunitária: por entender que ela é uma forma de romper

o silêncio de determinada localidade e de colocar ferramentas comunicacionais nas mãos da

população.

Como nos ensinou Kaplún (1998, p. 63), “definir o que entendemos por comunicação

equivale a dizer em que classe de sociedade queremos viver”. Desta forma, é preciso buscar

caminhos para permitir a tomada de consciência do povo do seu direito de comunicar.

Defendemos que a aposta na comunicação comunitária é essencial para esta conquista.

255

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198

FICHA CATALOGRÁFICA

Ar14r

Aranha, Taís

A rádio comunitária como vetor do processo de democratização da

comunicação: a experiência do projeto rádio escola e as mudanças ocorridas

na rádio Z FM, em Mauá-SP / Taís Aranha. 2012.

193 f.

Dissertação (mestrado em Comunicação Social) --Faculdade de

Comunicação da Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do

Campo, 2012.

Orientação : Cicilia Maria Krohling Peruzzo

1. Comunicação comunitária 2. Rádio comunitária - Mauá

3. Democratização da comunicação 4. Direito à comunicação I. Título.

CDD 302.2