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  • 7/23/2019 Acordo pREFEITURA

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    Poder Judicirio do Estado do Rio de JaneiroComarca da CapitalDcima Stima Cmara Cvel

    PPF 1

    Mandado de Segurana n. 0039076-07.2015.8.19.0000Impetrante: IVAN VILELA DA SILVA JUNIORImpetrado: EXMO SR PREFEITO DO MUNICPIO DE CAMPOS DOSGOYTACAZESRelator: DES. EDSON VASCONCELOS

    ACRD O

    MANDADO DE SEGURANA CONCURSO PBLICO

    PARA O CARGO DE PSICLOGO MUNICPIO DE

    CAMPOS DOS GOYTACAZES - APROVAO FORA DO

    NMERO DE VAGAS CRIAO DE NOVOS CARGOS E

    CONTRATAO DE TERCEIRIZADOS NO PRAZO DE

    VALIDADE DO CERTAME NECESSIDADE DO CARGO

    EVIDENCIADO PELA CONVOCAO DO CANDIDATO

    PARA APRESENTAO DE DOCUMENTOS E EXAMES

    ADMISSIONAIS MDICOS - TRANSMUDAO DE MERA

    EXPECTATIVA DE DIREITO EM DIREITO SUBJETIVO

    CONCESSO DA ORDEM. A aprovao do candidato ainda

    que fora do nmero de vagas, confere-lhe direito subjetivo a

    nomeao, se houver no prazo de validade do certame, criao devagas para o referido cargo, bem assim demonstrao de interesse

    pela Administrao Pblica de contratao para o mesmo, ante a

    convocao do impetrante para apresentao de documentos e

    exame admissional mdico. Precedentes STJ e deste Tribunal.

    Concesso da ordem.

    235

    SON AGUIAR DE VASCONCELOS:000007272 Assinado em 26/11/2015 21:38:02Local: GAB. DES EDSON AGUIAR DE VASCONCELOS

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    Poder Judicirio do Estado do Rio de JaneiroComarca da CapitalDcima Stima Cmara Cvel

    PPF 2

    Vistos, relatados e discutidos estes autos, no Mandado de Segurana em que

    impetrante IVAN VILELA DA SILVA JUNIOR e impetrado EXMO SR

    PREFEITO DO MUNICPIO DE CAMPOS DOS GOYTACAZES,

    ACORDAMos Desembargadores que participam da sesso da Dcima Stima

    Cmara Cvel do Egrgio Tribunal de Justia, por unanimidade de votos, em

    conceder a segurana, nos termos do voto do relator.

    Rio de Janeiro,

    Des. Edson Vasconcelos

    Relator

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    PPF 3

    RELATRIO

    IVAN VILELA DA SILVA JUNIOR impetrou o presente mandado de

    segurana contra o EXMO SR PREFEITO DO MUNICPIO DE CAMPOS DOS

    GOYTACAZES sustentando que se inscreveu no concurso pblico para o cargo

    de psiclogo da Prefeitura do aludido municpio, sendo certo que pelo Edital n

    007/CEPUERJ/2012, foram ofertadas 14 (quatorze) vagas, sendo 1(uma) para

    portador de necessidades especiais (indexador 00027). Afirma que foi aprovado

    em 65 lugar, conforme se infere do documento de fls. 68 (Indexador 0067-

    Anexo 1). Relata que inicialmente o concurso teria prazo de validade de 02

    anos, a partir da data de publicao no Dirio Oficial do resultado final, podendo

    ser prorrogado uma vez por igual prazo, o que se deu conforme Decreto n.

    132/2014, publicado em 26/05/14, com prorrogao at 02/06/2016, tendo aautoridade coatora expandido o nmero de cargos de psiclogo para 85 (oitenta e

    cinco), conforme Lei Municipal 8.568 de 12 de junho de 2014. Relata que em

    15/05/2014 foram convocados para exame mdico os candidatos classificados do

    54 ao 66 lugar, incluindo o impetrante, classificado em 65. Assevera que

    realizou todos os exames admissionais, sendo atestada sua aptido pelo mdico

    examinador (indexador 0088 Anexo 1), contudo at a presente data no foi

    empossado. Sustenta que a autoridade coatora vem realizando contrataesprecrias e irregulares para ocupao do mesmo cargo para o qual o impetrante

    foi aprovado, configurando, assim, ntida preterio dos aprovados em favor de

    terceirizados, que de acordo com documentao acostada, somam 17(dezessete)

    contrataes. Relata que alm das dezessete vagas, ainda h cinco vagas que no

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    PPF 4

    foram preenchidas, ante a eliminao dos candidatos convocados. Ressalta que

    at a data de ajuizamento da demanda, 53 (cinquenta e trs) candidatos

    aprovados foram convocados e empossados, somando-se os 17 terceirizados, a

    preterio alcana a classificao do impetrante que 65. Alega direito lquido e

    certo de ser nomeado e empossado, pois foi classificado dentro do nmero de

    vagas criadas na validade do certame. Afirma que deve ser reconhecido que a

    expectativa de direito do impetrante convolou-se em direito subjetivo

    nomeao. Colaciona jurisprudncia que entende favorvel a sua tese. Requer

    seja concedida a medida liminar para que o Municpio impetrado proceda

    convocao e posse do impetrante, sob pena de multa diria a ser arbitrada pelo

    julgador, e ao final seja concedida a ordem, tornando definitiva a liminar

    requerida para conceder a segurana postulada. (Indexador 0002)

    Deciso deste relator deferindo a reserva de vaga em prol do impetrante no

    cargo de psiclogo referente ao certame em debate, solicitando informaes ao

    impetrado, bem como a devida interveno da Procuradoria de Justia

    (Indexador 0040).

    Informaes da autoridade impetrada apresentadas a fls. 49/75. (Indexador

    0049).

    Parecer da Procuradoria de Justia opinando pela concesso da ordem em

    mandado de segurana (Indexador 00208).

    o relatrio.

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    PPF 5

    VOTO

    Ab initio, no merece prosperar a preliminar de decadncia arguda pelo

    impetrado, porquanto a data de convocao para o impetrante comparecer com

    os documentos a fim de se submeter ao exame mdico previsto no edital em

    comento, no o termo inicial de contagem do prazo decandencial para

    impetrao do presente mandamus, pois, em verdade, trata-se de ato omissivo da

    autoridade coatora, renovando-se diariamente, enquanto no efetivada sua

    nomeao, no havendo falar em decadncia, na presente hiptese.

    Ultrapassada a preliminar suscitada, passa-se a anlise do mrito.

    Com efeito, segundo o art. 5, LXIX, da CRFB/88, conceder-se- mandado

    de segurana para proteger direito lquido e certo, no amparado por "habeas

    corpus" ou "habeas data", quando o responsvel pela ilegalidade ou abuso de

    poder for autoridade pblica ou agente de pessoa jurdica no exerccio de

    atribuies do Poder Pblico.

    O cerne da questo cinge-se a verificar se o impetrante, classificado fora do

    nmero de vagas previstas no edital do certame, possui direito lquido e certo deser nomeado e empossado no cargo para o qual se inscreveu e foi aprovado.

    No caso em comento, alega o impetrante que foi aprovado em 65 lugar em

    concurso pblico realizado pelo impetrado, para a funo de psiclogo, no qual

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    PPF 6

    foram ofertadas 14 vagas, sendo criadas durante a validade do certame 85 vagas,

    e, que apesar da convocao de 53 aprovados, foram contratados de forma

    precria, 17 terceirizados para o mesmo cargo para o qual se inscreveu. Por

    isso, requer a sua nomeao no cargo para o qual foi aprovado, ante a preterio

    constatada.

    Assiste razo ao impetrante.

    Compulsando os autos, verifica-se que houve a convocao de 53

    aprovados ao aludido cargo de psiclogo (indexador 0074), e considerando as 85

    vagas criadas, constata-se a vacncia de 32 cargos, no prazo de validade do

    concurso em debate.

    Nesta perspectiva, levando-se em considerao a ocupao de 17

    (dezessete) vagas por terceirizados para o cargo em comento (indexador 0090),

    constata-se que o impetrante deveria ter sido convocado, tendo em vista que

    ocupou a 65 colocao.

    Destarte, notria a necessidade de convocao de profissionais para o

    aludido cargo, bem assim a possibilidade de arcar com os custos das

    convocaes, em razo das contrataes precrias promovidas pelo Municpio

    impetrado, e a permanncia de terceirizados nos cargos na vigncia do certame

    do qual participou o impetrante.

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    PPF 7

    Assim, como bem salientou o Parquet em sua promoo (indexador

    00208), (...) Resta concluir que a contratao de psiclogos que no foram

    aprovados em concurso pblico em detrimento daqueles que foram aprovados

    fora do nmero de vagas no incio do certame, mas dentro do nmero de vagas

    criadas por lei municipal posterior, configura leso expectativa dos

    candidatos de serem convocados para o cargo, o que confere direito lquido e

    certo ao impetrante de ser nomeado e empossado, nos termos em que foi pedido

    na inicial.

    Outrossim, insta ressaltar, que ao convocar o impetrante para participar de

    exame mdico admissional, conforme previsto no edital de convocao

    (indexador 0085 do anexo 1), pois considerando que todos os candidatos

    selecionados no certame foram convocados e ainda h necessidade de

    profissionais, restou claro o interesse pblico na nomeao dos convocados.

    A corroborar tal entendimento, colacionou a Procuradoria de Justia

    jurisprudncia do STJ, in verbis:

    RECURSO EM MANDADO DE SEGURANA. CONCURSO PBLICO.

    CONVOCAO DOS CANDIDATOS PARA APRESENTARDOCUMENTOS PARA NOMEAO. COMPROVADA A EXISTNCIA

    DE VAGAS. ATO ADMINISTRATIVO VINCULADO. INVESTIDURA NO

    CARGO. DIREITO LQUIDO E CERTO CARACTERIZADO. 1. A

    publicao de edital convocado os recorrentes para: (...) tratarem de

    assunto relacionado ao processo de nomeao nos respectivos cargos

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    Poder Judicirio do Estado do Rio de JaneiroComarca da CapitalDcima Stima Cmara Cvel

    PPF 8

    efetivos, determinando, inclusive, a apresentao de diversos documentos

    a esse propsito, faz crer que h cargos vagos, o que, alis, restou

    comprovado nos autos, e que a Administrao necessita supri-los. Em

    outras palavras, a Administrao obriga-se a investir os recorrentes no

    servio pblico a partir da publicao desse instrumento convocatrio,

    pois vinculada ao motivo do ato. 2. Seguindo a mesma linha de raciocnio,

    decidiu a eg. Quinta Turma deste Superior Tribunal de Justia que: A

    vinculao da Administrao Pblica aos atos que emite, combinada com

    a existncia de vagas impe a nomeao, posse e exerccio dos

    recorrentesnos cargos de Inspetor de Polcia Civil de 1. Classe do Estado

    do Cear (RMS 30.110/CE, Relator Ministro Napoleo Nunes Maia

    Filho, DJe 5.4.10). 3. Direito lquido e certo dos impetrantes investidura

    nos cargos de Inspetor de Polcia de 1. Classe do Estado do Cear. 4.

    Recurso Ordinrio a que se d provimento. (RMS 30.881/CE , Rel.

    Ministro OG Fernandes, SEXTA TURMA, julgado em 20/04/2010, DJe

    10/05/2010)(grifo nosso)

    A Primeira Turma do Pretrio Excelso, por maioria de votos, ratificou este

    entendimento em julgamento de recurso extraordinrio de procedncia deste

    estado da federao, sendo ementado nos seguintes termos:

    EMENTA: DIREITOS CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO.

    NOMEAO DE APROVADOS EM CONCURSO PBL ICO.

    EXI STNCIA DE VAGAS PARA CARGO PBL ICO COM L ISTA

    DE APROVADOS EM CONCURSO VIGENTE: DIREITO

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    PPF 9

    ADQUIRIDO E EXPECTATIVA DE DIREITO. DIREITO

    SUBJET IVO NOMEAO. RECUSA DA ADMINISTRAO EM

    PROVER CARGOS VAGOS: NECESSIDADE DE MOTIVAO.

    ARTIGOS 37, INCISOS II E IV, DA CONSTITUIO DA REPBLICA.

    RECURSO EXTRAORDINRIO AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.

    1. Os candidatos aprovados em concurso pblico tm di reito subj eti vo

    nomeao par a a posse que vier a ser dada nos cargos vagos existentes

    ou nos que vierem a vagar no prazo de vali dade do concur so. 2. A

    recusa da Administrao Pblica em prover cargos vagos quando

    existentes candidatos aprovados em concurso pblico deve ser motivada,

    e esta motivao suscetvel de apreciao pelo Poder Judicirio. 3.

    Recurso extraordinrio ao qual se nega provimento. (RE 227480,

    Relator(a): Min. MENEZES DIREITO, Relator(a) p/ Acrdo: Min.

    CRMEN LCIA, Primeira Turma, julgado em 16/09/2008, DJe-157

    DIVULG 20-08-2009 PUBLIC 21-08-2009 EMENT VOL-02370-06 PP-

    01116 RTJ VOL-00212- PP-00537).(grifo nosso)

    Sendo este tambm o entendimento deste Tribunal de Justia:

    APELAO. CONCURSO PBLICO. NECESSIDADE DO

    PREENCHIMENTO DE VAGAS, AINDA QUE EXCEDENTES S

    PREVISTAS NO EDITAL CARACTERIZADA POR ATO

    INEQUVOCO DA ADMINISTRAO PBLICA. DIREITO

    SUBJETIVO NOMEAO. O concurso pblico o procedimento

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    PPF 10

    administrativo que tem por fim aferir as aptides pessoais e selecionar os

    melhores candidatos ao provimento de cargos e funes pblicas. Quanto

    ao nmero de vagas, reiterado o entendimento segundo o qual a

    indicao do nmero de vagas em edital de concurso pblico vincula a

    Administrao a convocar os aprovados dentro do limite daquelas vagas no

    prazo de validade do concurso. Acredita-se, ou pelo menos assim deveria

    ser, pois o Estado ao disponibilizar as vagas para o cargo, j teria analisado

    a convenincia e a oportunidade de suprir seu quadro funcional, decidindo-

    se por faz-lo, no sendo possvel, agora, procurar justificar a ausncia de

    convocao sob o argumento da discricionariedade. Na hiptese dos

    autos, porm, o autor no foi aprovado dentro do nmero de vagas,

    razo pela qual no tinha, em princpio, direito subjetivo nomeao

    e posse. Contudo, restou incontroverso que o ru convocou os dez

    primeiros candidatos, tendo as candidatas classificadas na 7 e 9

    colocao sido excludas do certame. Logo, o autor, aprovado em 11

    lugar, possui direito subjetivo nomeao e posse.Ora, o recorrente, ao

    convocar 10 (dez) profissionais, manifestou a necessidade de contar com

    este nmero de servidores. Assim, com a excluso de dois dos

    concorrentes, abrem-se duas novas vagas, a ser preenchidas pelos dois

    candidatos seguintes, dentre eles, o autor, 11 colocado no processoseletivo. Por fim, no que se refere taxa judiciria, o Municpio tem o

    nus de recolh-la, porque atuou como ru e sucumbiu. Inteligncia do

    verbete n 145 da smula da jurisprudncia predominante do Tribunal de

    Justia do Estado do Rio de Janeiro. Recurso a que se nega seguimento.

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    PPF 11

    (AC 0033493-93.2011.8.19.0028 - DES. RENATA COTTA - Julgamento:

    17/09/2014 - TERCEIRA CAMARA CIVEL)

    APELAO CVEL. MANDADO DE SEGURANA. CONCURSO

    PBLICO. MUNICPIO DE NATIVIDADE. CARGO DE PSICLOGO.

    APROVAO DOS IMPETRANTES NA 6 E 7 COLOCAO. Contratao

    temporria de terceiros para o exerccio de funo idntica durante o prazo de

    validade do concurso. Sentena procedente. Concesso da ordem. Apelo do ru.

    No mrito, correta a sentena guerreada. A aprovao em concurso pblico no

    gera direito absoluto nomeao ou admisso, mas mera expectativa de direito

    investidura. Porm, assente nos Tribunais ptrios o entendimento segundo o

    qual a contratao temporria para desempenho de funes para o qual houve

    concurso pblico, cria para o candidato aprovado o direito subjetivo nomeao,

    pois a necessidade da administrao est sendo preenchida de modo irregular

    para suprir necessidade permanente e no temporria em afronta ao artigo 37,

    inciso IX, da Constituio da Repblica. NEGADO SEGUIMENTO AO

    RECURSO NOS TERMOS DO ART. 557 DO CPC. (AP 0001565-

    35.2013.8.19.0035 - DES. FERDINALDO DO NASCIMENTO - Julgamento:

    26/03/2015 - DECIMA NONA CAMARA CIVEL)

    APELAO CVEL. ESTADO DO RIO DE JANEIRO. CONCURSO

    PBLICO PARA PROVIMENTO DO CARGO DE PSICLOGO -

    DEGASE. CADASTRO DE RESERVA. CANDIDATO APROVADO

    FORA DO NMERO DE VAGAS. CONTRATAO TEMPORRIA

    DE PROFISSIONAIS DENTRO DO PRAZO DE VIGNCIA DO

    CERTAME PARA O EXERCCIO DAS MESMAS FUNES.

    SENTENA DE PROCEDNCIA. Recurso do Estado. Inteligncia do

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    PPF 12

    artigo 37, IX da Constituio Federal e da Lei 8.745/93. Inexistncia de

    situao de excepcionalidade ou emergncia que demandasse a

    necessidade de contratao temporria de pessoal. Entendimento

    consolidado da jurisprudncia do C. STJ no sentido de que o candidato

    aprovado, ainda que fora do nmero de vagas, possui direito subjetivo

    nomeao, se, dentro do prazo de validade ocorre a criao e o indevido

    preenchimento das vagas previstas no certame. Evidente burla aos

    princpios que norteiam a administrao pblica. Integrao do julgado,

    de ofcio, apenas para que seja respeitada a ordem classificatria do

    concurso. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. (AP 0443316-

    73.2012.8.19.0001 - DES. MARIA REGINA NOVA ALVES - Julgamento:

    25/06/2015 - DECIMA QUINTA CAMARA CIVEL )

    Neste diapaso, a aprovao do candidato ainda que fora do nmero de

    vagas, confere-lhe direito subjetivo a nomeao, se houver no prazo de validade

    do certame, criao de vagas para o referido cargo, bem assim demonstrao de

    interesse pela Administrao Pblica de contratao para o mesmo, como

    ocorreu na hiptese em comento.

    Por outro lado, no h falar em preterio aos candidatos aprovados em

    colocao anterior impetrante, uma vez que a nomeao se d com base em

    deciso judicial, conforme entendimento dominante do STJ :

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    PPF 13

    PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAO. CONCURSO

    PBLICO. QUEBRA NA CLASSIFICAO. NOMEAO

    DECORRENTE DE ORDEM JUDICIAL. AUSNCIA DE PRETERIO.

    PREQUESTIONAMENTO DE DISPOSITIVO CONSTITUCIONAL.

    ANLISE DE MATRIA CONSTITUCIONAL. COMPETNCIA DO STF.

    1. Quanto ocorrncia de violao ordem convocatria, a

    jurisprudncia desta Corte Superior no sentido de que no h fal ar em

    preter io - ou violao da Smula 15/STF - se o provimento no cargo

    deu-se dir etamente por determi nao judi cial .

    ()

    5. Embargos de declarao parcialmente acolhidos, sem efeitos

    modificativos.

    (EDcl no RMS 39906/PE, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL

    MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 14/05/2013, DJe

    20/05/2013) (grifo nosso).

    conta de tais fundamentos, e na linha da manifestao do Ministrio

    Pblico de 2 grau (indexador 0208), concede-se a ordem, a fim de determinar a

    nomeao e posse da impetrante no cargo de psiclogo do Municpio de Camposdos Goytacazes, dando efetividade ao direito subjetivo da mesma, sob pena de

    violao dos princpios da confiana e da moralidade administrativas.

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    PPF 14

    Custas ex lege, no havendo falar em verba honorria de advogado, nos

    termos do verbete n 512 da Smula do STF.

    Rio de Janeiro,

    Des. Edson VasconcelosRelator

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