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B4 Paraíba Terça-feira, 07 de maio de 2013 O Direito e o Trabalho [email protected] [email protected] Pouso forçado gera dano moral DORGIVAL TERCEIRO NETO JÚNIOR A Oitava Turma do Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro condenou uma empresa aéra a pagar indenização de R$ 25 mil uma comissária de bordo a título de dano moral. O motivo foi o desencadeamento de um sério distúrbio nervoso na empregada por causa de uma aterrissagem forçada, ocorrida no ano de 2005, por proble- ma nas turbinas na aeronave da empresa, durante voo em que trabalhava como comissária de bordo. O processo foi julgado improcedente na primeira instância, mas a empregada recorreu alegando que as lesões psicológicas decorrentes do incidente estavam com- provadas no processo. A empresa, por sua vez, sustentou não ter cometido qualquer ato ilícito, afirmando, ainda, que anteriormente ao acidente a reclamante já apresentava “uma gama de desequilíbrios emocionais graves e uso de remédios há três anos para emagrecimento, além de exagerados gastos financeiros e histórico familiar de doen- ças”. Salientou também que não foi responsável pelo inci- dente, uma vez que “obedece a uma rigorosa manutenção de suas aeronaves, sendo certo que somente os aviões em plenas condições são colocados para voos”. Apreciando o recurso da reclamante, a Turma, sob a relatoria do desembargador Marcelo Augusto Souto, entendeu que ela foi obrigada a iniciar tratamento psi- quiátrico, porém sem apresentar melhoras, o que levou à sua incapacidade laborativa. Segundo entendimento do redator do acórdão, a partir do incidente, a autora passou a apresentar sintomas de doença psiquiátrica, com quadro de angústia e ansiedade, tendo, inclusive, tentado suicídio cerca de dois meses após o incidente com o voo. Diante dos fatos expostos, o redator concluiu que as condições de trabalho da autora - em ambiente fechado, com risco acentuado e sob forte pressão - concorreram para o aparecimento/agravamento da doença, ressaltan- do “Ainda que a reclamante fizesse uso de anfetaminas para emagrecer há três anos, não há notícia de que tal fato tenha interferido em suas relações familiares ou profissio- nais. Somente após o trauma sofrido em razão do inci- dente com o voo da Reclamada é que a autora passou a apresentar sintomas de doença psiquiátrica”. Assim, após constatar que os elementos constantes dos autos (laudos periciais e médicos) comprovaram a existência de nexo de causalidade entre as lesões que aco- meteram a autora e as atividades por ela exercidas, já que, somente após o trauma sofrido em razão do incidente, é que a autora passou a apresentar sintomas de doença psi- quiátrica, a Turma resolveu prover o recurso da emprega- da para deferir indenização por danos morais. (TRT 1ª Região – 8ª Turma) GINÁSTICA LABORAL INTEGRA JORNADA O Tribunal Regional do Trabalho da Terceira Região, por sua Quarta Turma, condenou uma empresa a pagar, como extra, o tempo gasto antes do início da jornada com a ginástica laboral instituída pela empregadora. Para o relator, juiz convocado Vitor Salino de Moura Eça, mesmo que o período gasto com a ginástica laboral re- presente atividade pessoal do empregado, não há dúvida de que essa atividade, estabelecida pela empresa, diz respeito, direta ou indiretamente, à execução dos serviços contratados. Ao final, entendeu a Turma que o tempo despendido pelo empregado com essa ginástica, antes do início do expediente, deve ser computado como tempo à disposição da empresa, quando superado o limite de 10 minutos, previsto no artigo 58, parágrafo 1º, da CLT. (TRT 3ª Região – 4ª Turma – Proc. 0001667- 73.2011.5.03.0148-AIRR) Requerimento foi apresentado pelo deputado Gervásio Maia, do PMDB Sessão na Assembleia marca 70 anos da Lei do Trabalho Ela (a CLT) possui vícios de origem em relação à sua formação e aprovação autocrática, já que não passou por um processo democrático e ao logo desses 70 anos não assimilou grandes mudanças estruturais dentro da nossa sociedade Desembargador Wolney de Macedo Cordeiro CORREIO TRABALHISTA Desembargadores, ju- ízes e servidores do Tribu- nal do Trabalho da Paraíba estarão nesta terça-feira, 7, às 15h, na Assembleia Legislativa para uma ses- são especial que vai mar- car os 70 anos da Consoli- dação das Leis do Trabalho (CLT). A sessão na Assem- bleia foi aprovada a partir de requerimento apresen- tado pelo deputado Gervá- sio Maia (PMDB). Por designação do presidente do TRT, desem- bargador Carlos Coelho e da comissão que está organizando os eventos comemorativos pela CLT, desembargadores Ana Ma- druga e Leonardo Trajano, o vice-presidente, desem- bargador Ubiratan Delga- do, fará o pronunciamento em nome da instituição. Pela a Assembleia falará o deputado Gervásio Maia. A CLT foi criada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, durante o período do Estado Novo, na primeira administração do presidente Getúlio Vargas. A Consolidação unificou as leis trabalhistas existente no Brasil e foi um marco por inserir, de forma defini- tiva, os direitos trabalhistas na legislação brasileira. Ela tem com principal objetivo principal regulamentar as relações individuais e cole- tivas do trabalho. Em todo o Brasil estão acontecendo eventos co- memorativos organizados pelos tribunais regionais, pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) e pelo Con- selho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT). Na Pa- raíba pelo menos dez ações foram programadas e al- gumas já aconteceram, a exemplo do seminário que teve como palestrante o de- sembargador Wolney Cor- deiro, além de um painel (leia reportagem abaixo). LEIS TRABALHISTAS Palestra e teatro nas comemorações Evento teve palestra e painel sobre domésticas Grupo encenou situação do Brasil antes da CLT “A Consolidação das Leis do Trabalho é uma con- quista histórica das garan- tias do direitos sociais”. Foi o que disse o desembargador Wolney de Macedo Cordeiro ao proferir palestra durante a solenidade de comemora- ção ao aniversário da CLT. O tema “70 Anos da CLT – Avan- ços e retrocessos na proteção laboral no Brasil (Uma Análi- se Paradigmática da E.C. Nº 72/2013 – Emenda Consti- tucional das Domésticas)” foi apresentado para magistra- dos, servidores e convidados no Pleno do Tribunal do Tra- balho da Paraíba. Para o magistrado, aos 70 anos, a CLT precisa de atualização. “Ela possui ví- cios de de origem em relação a sua formação e aprovação autocrática, já que não pas- sou por um processo demo- crático e ao logo desses 70 anos não assimilou grandes mudanças estruturais dentro da nossa sociedade”, disse, destacando que o grande pro- blema é criar um ambiente propício para atualizar a CLT sem permitir que se precari- ze as condições de trabalho. “É avançar sem perder o que conquistou”. As garantias estão de- satualizadas, disse o desem- bargador, lembrando que elas precisam se harmonizar com a realidade atual, porque há o risco de que essas garantias, mesmo que antiquadas, sejam subtraídas. Ele citou alguns temas que foram esquecidos na atualização normativa da CLT, como a proteção à intimi- dade do trabalhador; medidas que coíbam a prática discri- minatória; representação dos trabalhadores no âmbito das empresas; regramento do exer- cício do poder disciplinar e da terceirização da mão de obra, que a CLT não faz menção em nenhum de seus artigos. A abertura da solenida- de foi feita pelo presidente do TRT, desembargador Carlos Coelho e pelo desembargador Leonardo Trajano. Logo após a palestra foi realizado um debate com foco principal na E.C. Nº 72/2013 – (Emenda Constitucional das Domésticas), com a participação da procuradora federal do trabalho da 13ª Região, Maria Edlene Costa Lins; do auditor fiscal do trabalho da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Rio Grande do Norte, Luiz Antônio Medeiros de Araújo e do advogado trabalhista Paulo Maia, representando a Ordem dos Advogados do Brasil, seccional da Paraíba. Luiz Antônio Medeiros de Araújo falou sobre os novos direitos dos empregados domésticos, que ainda aguardam a regulamentação da lei. “A expectativa é que a regulamentação possa trazer uma tranquilidade maior para empregados e empregadores”, disse o auditor fiscal, destacando que hoje os empregadores estão assustados e os empregados achando que ganharam direitos demais. Luis Medeiros disse ainda que a regulamentação, que ainda não tem prazo para ser feita, vai esclarecer pontos e acalmar as duas categorias, já que empregados domésticos estão migrando para diaristas e os empregadores adotando medidas como o registro do ponto. ! Debate O grupo de teatro do TRT - Justiça em Palco encenou a peça “70 anos da CLT”, mostrando situações do Brasil antes e depois da Consolidação das Leis do Trabalho. No elenco os servidores Evanise Jurema, Tânia Maria Magalhães, Tibério Cláudio Paiva, Mariza Castanheira, Kylsa Solange Pessoa de Lima, Rodolpho de Almeida Eloy e Marden Góes em participação especial na leitura do texto. A apresentação teve a participação da dupla Carlinhos Telles (maestro do Coral 13ª Em Canto) e Karla Leitão com o repertório “Trabalhar é pecado”, de Alvarenga e Ranchinho e “Três Apitos”, de Noel Rosa. ! Teatro Vara do Trabalho de Picuí comemora 20 anos Será no dia 9 de maio a comemoração dos 20 anos de criação da Vara do Trabalho de Picuí. Na programação, palestras, a apresentação de uma peça teatral e a distribuição da Cartilha sobre Noções do Direito do Trabalho vão marcar as festividades. A programação se ini- cia às 9h30 com a apre- sentação das palestras “Noções de Direito do Tra- balho” ministrada pelo juiz Adriano Mesquita, presidente da Associação dos Magistrados do Traba- lho da 13ª Região e “Nova Legislação do Emprega- do Doméstico”, que será apresentada pelo desem- bargador Wolney Cordeiro no auditório da Prefeitu- ra Municipal de Picuí. Na ocasião será distribuída a Cartilha sobre noções do Direito do Trabalho. As palestras serão mi- nistradas para os alunos da IFPB e para o público em geral. Ainda pela manhã, haverá a apresentação de uma peça encenada pelo Grupo de Teatro do TRT no auditório da Prefeitura. Terá ainda a apresentação de mais uma palestra com o tema “Acesso a Justiça do Trabalho”, que será minis- trada pelo diretor da Vara de Picuí, Romero Dantas Maia. No período da noite, a programação continua e o evento será encerra- do com a apresentação do trio de forró pé de serra Os bandeiras do Forró. PREVENÇÃO DE ACIDENTES Tribunal reúne empresários Segurança na construção civil do Estado foi tema do seminário Tendo como foco prin- cipal a classe empresarial, o Tribunal do Trabalho da Paraíba realizou um en- contro para mostrar a im- portância da prevenção de acidentes na indústria da construção civil. O evento aconteceu no auditório do Pleno e é parte do Progra- ma Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho do Tribunal Superior do Trabalho, sob a gestão re- gional dos juízes José Ar- tur da Silva Torres e José Guilherme Marques Jú- nior. A abertura foi feita pelo desembargador Vi- cente Vanderlei, no exer- cício da presidência. “A prevenção aos acidentes é uma preocupação nossa”, disse, agradecendo a pre- sença dos empresários. Para o desembargador, “a prevenção é absolutamen- te indispensável e mais barata, sob todos os as- pectos, do que as conse- quências do evento dano- so do acidentado”. O juiz José Artur da Silva Torres, que é ges- tor regional do Programa Trabalho Seguro, lembrou que a realização do encon- tro foi uma ideia comparti- lhada com o presidente do Tribunal, desembargador Carlos Coelho. O magis- trado apresentou o enge- nheiro Jófilo Moreira Lima Júnior, que é engenheiro de Segurança do Trabalho e palestrante do evento. Após um intervalo, um painel discutiu os “Efeitos e consequências jurídicas e patrimoniais dos acidentes de trabalho para os empresários da construção civil”. O painel foi apresentado pelo juiz José Artur da Silva Torres, gestor Regional do Programa Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho; Carlos Alberto Castor de Pontes - Engenheiro de Segurança do Trabalho e Auditor Fiscal do Trabalho da SRTE – PB, membro do CPR- PB; Paulo Germano Costa de Arruda - Procurador do Trabalho da 13ª Região e Ana Karla Toscano de Brito Carneiro - Procuradora Federal da 5ª Região. ! Painel Engenheiro mostra panorama atual Na palestra, o en- genheiro Jófilo Moreira apresentou os aspectos relacionados aos acidentes do trabalho e às doenças ocupacionais, buscando melhorar o panorama atu- al da construção civil na Paraíba. Na palestra, que teve como tema “Preven- ção de Acidentes na In- dústria da Construção”, o engenheiro fez uma sín- tese da evolução histórica dos acidentes de trabalho e mostrou alguns núme- ros. Afirmou que seguran- ça começa na prancheta e destacou que o cenário brasileiro atual mostra a expansão econômica e a globalização dos merca- dos. Citou o programa ha- bitacional da Caixa Eco- nômica Federal “Minha casa, minha vida” e o “Rio 2016”, que envolvem gran- des obras no país e geram maior possibilidade de aci- dentes e incidência de do- enças ocupacionais, caso não haja prevenção com a difusão de informações so- bre saúde e segurança no trabalho. Você sabia que o artigo 129 da CLT assegura a todo trabalhador, anualmente, gozo de um período de férias, sem prejuízo da remuneração? Você sabia que o artigo 13 da CLT dispõe que a Carteira de Trabalho e Previdência Social é obrigatória para o exercício de qualquer emprego, inclusive de natureza rural, ainda que em caráter temporário? Você sabia que o artigo 14 da CLT disciplina que a Carteira de Trabalho e Previdên- cia Social será emitida pela Superintendência Regional do Trabalho, ou, mediante convênio, pelos órgãos federais, estaduais e municipais da administração direta e indireta? ! Você sabia?

[email protected] O Direito e o Trabalho Sessão na ... · ção ao aniversário da CLT. O tema “70 Anos da CLT – Avan- ... Tânia Maria Magalhães, Tibério Cláudio Paiva, Mariza

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B4 Paraíba Terça-feira, 07 de maio de 2013

O Direito e o [email protected]

[email protected]

Pouso forçado gera dano moral

DORGIVAL TERCEIRO NETO JÚNIOR

A Oitava Turma do Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro condenou uma empresa aéra a pagar indenização de R$ 25 mil uma comissária de bordo a título de dano moral. O motivo foi o desencadeamento de um sério distúrbio nervoso na empregada por causa de uma aterrissagem forçada, ocorrida no ano de 2005, por proble-ma nas turbinas na aeronave da empresa, durante voo em que trabalhava como comissária de bordo.

O processo foi julgado improcedente na primeira instância, mas a empregada recorreu alegando que as lesões psicológicas decorrentes do incidente estavam com-provadas no processo. A empresa, por sua vez, sustentou não ter cometido qualquer ato ilícito, afirmando, ainda, que anteriormente ao acidente a reclamante já apresentava “uma gama de desequilíbrios emocionais graves e uso de remédios há três anos para emagrecimento, além de exagerados gastos financeiros e histórico familiar de doen-ças”. Salientou também que não foi responsável pelo inci-dente, uma vez que “obedece a uma rigorosa manutenção de suas aeronaves, sendo certo que somente os aviões em plenas condições são colocados para voos”.

Apreciando o recurso da reclamante, a Turma, sob a relatoria do desembargador Marcelo Augusto Souto, entendeu que ela foi obrigada a iniciar tratamento psi-quiátrico, porém sem apresentar melhoras, o que levou à sua incapacidade laborativa. Segundo entendimento do redator do acórdão, a partir do incidente, a autora passou a apresentar sintomas de doença psiquiátrica, com quadro de angústia e ansiedade, tendo, inclusive, tentado suicídio cerca de dois meses após o incidente com o voo.

Diante dos fatos expostos, o redator concluiu que as condições de trabalho da autora - em ambiente fechado, com risco acentuado e sob forte pressão - concorreram para o aparecimento/agravamento da doença, ressaltan-do “Ainda que a reclamante fizesse uso de anfetaminas para emagrecer há três anos, não há notícia de que tal fato tenha interferido em suas relações familiares ou profissio-nais. Somente após o trauma sofrido em razão do inci-dente com o voo da Reclamada é que a autora passou a apresentar sintomas de doença psiquiátrica”.

Assim, após constatar que os elementos constantes dos autos (laudos periciais e médicos) comprovaram a existência de nexo de causalidade entre as lesões que aco-meteram a autora e as atividades por ela exercidas, já que, somente após o trauma sofrido em razão do incidente, é que a autora passou a apresentar sintomas de doença psi-quiátrica, a Turma resolveu prover o recurso da emprega-da para deferir indenização por danos morais.

(TRT 1ª Região – 8ª Turma)

GINÁSTICA LABORAL INTEGRA JORNADAO Tribunal Regional do Trabalho da Terceira Região,

por sua Quarta Turma, condenou uma empresa a pagar, como extra, o tempo gasto antes do início da jornada com a ginástica laboral instituída pela empregadora.

Para o relator, juiz convocado Vitor Salino de Moura Eça, mesmo que o período gasto com a ginástica laboral re-presente atividade pessoal do empregado, não há dúvida de que essa atividade, estabelecida pela empresa, diz respeito, direta ou indiretamente, à execução dos serviços contratados.

Ao final, entendeu a Turma que o tempo despendido pelo empregado com essa ginástica, antes do início do expediente, deve ser computado como tempo à disposição da empresa, quando superado o limite de 10 minutos, previsto no artigo 58, parágrafo 1º, da CLT.

(TRT 3ª Região – 4ª Turma – Proc. 0001667-73.2011.5.03.0148-AIRR)

Requerimento foi apresentado pelo deputado Gervásio Maia, do PMDB

Sessão na Assembleia marca 70 anos da Lei do Trabalho

Ela (a CLT) possui vícios de origem em relação à sua formação e aprovação autocrática, já que não passou por um processo democrático e ao logo desses 70 anos não assimilou grandes mudanças estruturais dentro da nossa sociedade

Desembargador Wolney de Macedo Cordeiro

““CORREIO TRABALHISTA

Desembargadores, ju-ízes e servidores do Tribu-nal do Trabalho da Paraíba estarão nesta terça-feira, 7, às 15h, na Assembleia Legislativa para uma ses-são especial que vai mar-car os 70 anos da Consoli-dação das Leis do Trabalho (CLT). A sessão na Assem-bleia foi aprovada a partir de requerimento apresen-tado pelo deputado Gervá-sio Maia (PMDB).

Por designação do

presidente do TRT, desem-bargador Carlos Coelho e da comissão que está organizando os eventos comemorativos pela CLT, desembargadores Ana Ma-druga e Leonardo Trajano, o vice-presidente, desem-bargador Ubiratan Delga-do, fará o pronunciamento em nome da instituição. Pela a Assembleia falará o deputado Gervásio Maia.

A CLT foi criada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º

de maio de 1943, durante o período do Estado Novo, na primeira administração do presidente Getúlio Vargas. A Consolidação unificou as leis trabalhistas existente no Brasil e foi um marco por inserir, de forma defini-tiva, os direitos trabalhistas na legislação brasileira. Ela tem com principal objetivo principal regulamentar as relações individuais e cole-tivas do trabalho.

Em todo o Brasil estão

acontecendo eventos co-memorativos organizados pelos tribunais regionais, pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) e pelo Con-selho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT). Na Pa-raíba pelo menos dez ações foram programadas e al-gumas já aconteceram, a exemplo do seminário que teve como palestrante o de-sembargador Wolney Cor-deiro, além de um painel (leia reportagem abaixo).

LEIS TRABALHISTAS

Palestra e teatro nas comemorações

Evento teve palestra e painel sobre domésticas Grupo encenou situação do Brasil antes da CLT

“A Consolidação das Leis do Trabalho é uma con-quista histórica das garan-tias do direitos sociais”. Foi o que disse o desembargador Wolney de Macedo Cordeiro ao proferir palestra durante a solenidade de comemora-ção ao aniversário da CLT. O tema “70 Anos da CLT – Avan-ços e retrocessos na proteção laboral no Brasil (Uma Análi-se Paradigmática da E.C. Nº 72/2013 – Emenda Consti-tucional das Domésticas)” foi apresentado para magistra-dos, servidores e convidados no Pleno do Tribunal do Tra-balho da Paraíba.

Para o magistrado, aos 70 anos, a CLT precisa de atualização. “Ela possui ví-cios de de origem em relação a sua formação e aprovação autocrática, já que não pas-sou por um processo demo-crático e ao logo desses 70 anos não assimilou grandes mudanças estruturais dentro da nossa sociedade”, disse, destacando que o grande pro-blema é criar um ambiente propício para atualizar a CLT sem permitir que se precari-ze as condições de trabalho. “É avançar sem perder o que conquistou”.

As garantias estão de-satualizadas, disse o desem-bargador, lembrando que elas precisam se harmonizar com

a realidade atual, porque há o risco de que essas garantias, mesmo que antiquadas, sejam subtraídas. Ele citou alguns temas que foram esquecidos na atualização normativa da CLT, como a proteção à intimi-

dade do trabalhador; medidas que coíbam a prática discri-minatória; representação dos trabalhadores no âmbito das empresas; regramento do exer-cício do poder disciplinar e da terceirização da mão de obra,

que a CLT não faz menção em nenhum de seus artigos.

A abertura da solenida-de foi feita pelo presidente do TRT, desembargador Carlos Coelho e pelo desembargador Leonardo Trajano.

Logo após a palestra foi realizado um debate com foco principal na E.C. Nº 72/2013 – (Emenda Constitucional das Domésticas), com a participação da procuradora federal do trabalho da 13ª Região, Maria Edlene Costa Lins; do auditor fiscal do trabalho da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Rio Grande do Norte, Luiz Antônio Medeiros de Araújo e do advogado trabalhista Paulo Maia, representando a Ordem dos Advogados do Brasil, seccional da Paraíba.Luiz Antônio Medeiros de Araújo falou sobre os novos direitos dos empregados domésticos, que ainda aguardam a regulamentação da lei. “A expectativa é que a regulamentação possa trazer uma tranquilidade maior para empregados e empregadores”, disse o auditor fiscal, destacando que hoje os empregadores estão assustados e os empregados achando que ganharam direitos demais. Luis Medeiros disse ainda que a regulamentação, que ainda não tem prazo para ser feita, vai esclarecer pontos e acalmar as duas categorias, já que empregados domésticos estão migrando para diaristas e os empregadores adotando medidas como o registro do ponto.

!Debate

O grupo de teatro do TRT - Justiça em Palco encenou a peça “70 anos da CLT”, mostrando situações do Brasil antes e depois da Consolidação das Leis do Trabalho. No elenco os servidores Evanise Jurema, Tânia Maria Magalhães, Tibério Cláudio Paiva, Mariza Castanheira, Kylsa Solange Pessoa de Lima, Rodolpho de Almeida Eloy e Marden Góes em participação especial na leitura do texto. A apresentação teve a participação da dupla Carlinhos Telles (maestro do Coral 13ª Em Canto) e Karla Leitão com o repertório “Trabalhar é pecado”, de Alvarenga e Ranchinho e “Três Apitos”, de Noel Rosa.

!Teatro

Vara do Trabalho de Picuí comemora 20 anos

Será no dia 9 de maio a comemoração dos 20 anos de criação da Vara do Trabalho de Picuí. Na programação, palestras, a apresentação de uma peça teatral e a distribuição da Cartilha sobre Noções do Direito do Trabalho vão marcar as festividades.

A programação se ini-cia às 9h30 com a apre-sentação das palestras “Noções de Direito do Tra-balho” ministrada pelo juiz Adriano Mesquita, presidente da Associação dos Magistrados do Traba-lho da 13ª Região e “Nova Legislação do Emprega-do Doméstico”, que será apresentada pelo desem-bargador Wolney Cordeiro no auditório da Prefeitu-

ra Municipal de Picuí. Na ocasião será distribuída a Cartilha sobre noções do Direito do Trabalho.

As palestras serão mi-nistradas para os alunos da IFPB e para o público em geral. Ainda pela manhã, haverá a apresentação de uma peça encenada pelo Grupo de Teatro do TRT no auditório da Prefeitura. Terá ainda a apresentação de mais uma palestra com o tema “Acesso a Justiça do Trabalho”, que será minis-trada pelo diretor da Vara de Picuí, Romero Dantas Maia. No período da noite, a programação continua e o evento será encerra-do com a apresentação do trio de forró pé de serra Os bandeiras do Forró.

PREVENÇÃO DE ACIDENTES

Tribunal reúne empresários

Segurança na construção civil do Estado foi tema do seminário

Tendo como foco prin-cipal a classe empresarial, o Tribunal do Trabalho da Paraíba realizou um en-contro para mostrar a im-portância da prevenção de acidentes na indústria da construção civil. O evento aconteceu no auditório do Pleno e é parte do Progra-ma Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho do Tribunal Superior do Trabalho, sob a gestão re-gional dos juízes José Ar-tur da Silva Torres e José Guilherme Marques Jú-nior.

A abertura foi feita pelo desembargador Vi-cente Vanderlei, no exer-cício da presidência. “A prevenção aos acidentes é uma preocupação nossa”, disse, agradecendo a pre-sença dos empresários. Para o desembargador, “a prevenção é absolutamen-te indispensável e mais barata, sob todos os as-pectos, do que as conse-quências do evento dano-so do acidentado”.

O juiz José Artur da Silva Torres, que é ges-tor regional do Programa Trabalho Seguro, lembrou que a realização do encon-tro foi uma ideia comparti-

lhada com o presidente do Tribunal, desembargador Carlos Coelho. O magis-trado apresentou o enge-

nheiro Jófilo Moreira Lima Júnior, que é engenheiro de Segurança do Trabalho e palestrante do evento.

Após um intervalo, um painel discutiu os “Efeitos e consequências jurídicas e patrimoniais dos acidentes de trabalho para os empresários da construção civil”. O painel foi apresentado pelo juiz José Artur da Silva Torres, gestor Regional do Programa Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho; Carlos Alberto Castor de Pontes - Engenheiro de Segurança do Trabalho e Auditor Fiscal do Trabalho da SRTE – PB, membro do CPR- PB; Paulo Germano Costa de Arruda - Procurador do Trabalho da 13ª Região e Ana Karla Toscano de Brito Carneiro - Procuradora Federal da 5ª Região.

!Painel

Engenheiro mostra panorama atualNa palestra, o en-

genheiro Jófilo Moreira apresentou os aspectos relacionados aos acidentes do trabalho e às doenças ocupacionais, buscando melhorar o panorama atu-al da construção civil na Paraíba. Na palestra, que teve como tema “Preven-ção de Acidentes na In-dústria da Construção”, o

engenheiro fez uma sín-tese da evolução histórica dos acidentes de trabalho e mostrou alguns núme-ros.

Afirmou que seguran-ça começa na prancheta e destacou que o cenário brasileiro atual mostra a expansão econômica e a globalização dos merca-dos. Citou o programa ha-

bitacional da Caixa Eco-nômica Federal “Minha casa, minha vida” e o “Rio 2016”, que envolvem gran-des obras no país e geram maior possibilidade de aci-dentes e incidência de do-enças ocupacionais, caso não haja prevenção com a difusão de informações so-bre saúde e segurança no trabalho.

à sua formação e aprovação autocrática, já que não passou por um processo democrático e ao logo desses 70 anos não assimilou grandes mudanças estruturais dentro da nossa sociedade

Você sabia que o artigo 129 da CLT assegura a todo trabalhador, anualmente, gozo de um período de férias, sem prejuízo da remuneração?

Você sabia que o artigo 13 da CLT dispõe que a Carteira de Trabalho e Previdência Social é obrigatória para o exercício de qualquer emprego, inclusive de natureza rural, ainda que em caráter temporário?

Você sabia que o artigo 14 da CLT disciplina que a Carteira de Trabalho e Previdên-cia Social será emitida pela Superintendência Regional do Trabalho, ou, mediante convênio, pelos órgãos federais, estaduais e municipais da administração direta e indireta?

!Você sabia?

B4 Paraíba Terça-feira, 14 de maio de 2013

O Direito e o [email protected]

[email protected]

Sindicato responde por operação tartaruga

DORGIVAL TERCEIRO NETO JÚNIOR

O sindicato que deflagra operação tartaruga, causando caos urbano e prejuízos a toda a comunidade, usuários ou não do serviço prestado pela categoria profissional, responde civil-mente pelos danos causados.

A decisão foi proferida pela Terceira Turma do Supe-rior Tribunal de Justiça em processo onde se relata que, após assembleia, o sindicato decidiu instigar a chamada “operação linguição” como estratégia de pressão para a reivindicação de melhoria de condições salariais para os empregados. Para tanto, os motoristas deveriam reduzir a velocidade dos ônibus para dez quilômetros por hora, “evitando toda e qualquer ultrapas-sagem, fechando cruzamentos e impedindo a entrada e saída de veículos particulares de suas garagens”.

A Associação Brasileira de Consumidores ajuizou ação civil pública contra o sindicato, pedindo indenização correspon-dente à soma dos valores arrecadados pelas empresas concessio-nárias de transporte público de Belo Horizonte (vales-transpor-tes, tickets e passagens) durante a operação padrão.

As instâncias ordinárias reconheceram a ocorrência de efetivos danos aos consumidores, vítimas da má prestação do serviço público de transportes urbanos na cidade de Belo Hori-zonte, observando que o movimento provocou “verdadeiro caos urbano” cuja responsabilidade foi imputada exclusivamente ao sindicato, responsável por sua deflagração e instigação.

Seguindo o voto do relator, ministro Villas Bôas Cueva, a Turma manteve o entendimento das instâncias originárias de que o sindicato responde civilmente pelos danos causados aos consumidores, lesados pela deflagração de paralisação “desarra-zoada” do serviço público.

Para o relator, o sindicato “responde, à luz das regras civilistas, por suas condutas material e moralmente lesivas praticadas no curso de movimento de cunho grevista, consoante previsto no artigo 15 da Lei 7.783/89”, bem como em virtude do dever de não lesar o próximo.

Observou ainda o relator que “mesmo no período de greve, ou de movimento sindical, em atividade essencial de transporte público (artigo 10, V, da Lei 7.783), faz-se necessário observar as garantias fundamentais previstas no artigo 5º da Constituição Federal, tais como o direito à vida, à segurança, à livre expressão e difusão do pensamento, à livre circulação, à propriedade privada e à liberdade de trabalho, a fim de encon-trar o equilíbrio que deve ser buscado na colisão de direitos”.

O ministro Villas Bôas Cueva concluiu que “a liberdade sindical relativa ao direito de greve não é absoluta, encontran-do limites no sistema jurídico, em que os direitos dos cidadãos devem conviver harmonicamente”.

(STJ – 3ª. Turma – REsp 207555-MG)

AVISO PRÉVIO PROPORCIONAL NÃO RETROAGE À PROMULGAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO

O aviso prévio proporcional, disciplinado pela Lei nº 12.506/2011, não tem aplicação retroativa à data da promulgação da Constituição Federal de 1988. Foi o que decidiu a Terceira Turma do Tribunal Regional do Trabalho do Distrito Federal e Tocantins.

A Turma fundamentou a decisão na impossibilidade de aplicação retroativa do aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, tendo em vista o princípio da irretroatividade das leis, disposto no artigo 5º, inciso XXXVI, da CF. Além disso, trata-se de cláusula pétrea da Constituição, ou seja, imutável, asseguran-do aos cidadãos a impossibilidade de uma lei alterar situações consolidadas antes de sua entrada em vigor.

Em seu voto, o relator, desembargador José Leone, ressal-tou não haver como retroagir o aviso prévio proporcional, pre-visto na CF, em razão da Lei nº 12.506/2011 que o regulamenta ter sido publicada em 13/10/2011, tornando-o exigível somente a partir de tal data.

(TRT 10ª. Região – 3ª. Turma - Processo nº 1677-18.2011.5.10.0021)

Ministro Ives Gandra vai receber advogados e partes em processos

Resultado da Correição no TRT da PB será apresentado na sexta

Acredito que o evento atingiu seu objetivo maior, que foi plantar a semente da ideia de cida-dania”. Desembargador Wolney Cordeiro, ouvidor do TRT da Paraíba em evento comemorativo aos 70 anos da CLT na Vara do Trabalho de Picuí

Desembargador Wolney de Macedo Cordeiro

““CORREIO TRABALHISTAmaior, que foi plantar a semente da ideia de cida-dania”. Desembargador Wolney Cordeiro, ouvidor do TRT da Paraíba em evento comemorativo aos 70 anos da CLT na Vara do Trabalho de Picuí

O ministro corregedor geral da Justiça do Tra-balho, Ives Gandra Mar-tins Filho, receberá nesta terça-feira, 14, advogados e pessoas que tenham processos em tramitação na Segunda Instância da Justiça do Trabalho da Pa-raíba. Desde ontem o mi-nistro está em João Pessoa para Correição Ordinária no Tribunal do Trabalho da Paraíba.

Os trabalhos serão encerrados na próxima sexta-feira, 17, quando se-rão apresentados os resul-tados da correição às 10h, no auditório do Tribunal Pleno, em sessão pública. Ives Gandra confirmou que receberá a imprensa para entrevista coletiva,

concedida logo após o tér-mino dos trabalhos.

Ontem o ministro foi recebido pelo presidente do TRT, desembargador Carlos Coelho, pelo vice-presidente, desembarga-dor Ubiratan Delgado e se reuniu com os diretores da instituição. Este ano, três tribunais do trabalho já passaram por fiscaliza-ção da corregedoria geral: Bahia, Sergipe e Distrito Federal.

Breve perfilIves Gandra da Silva

Martins Filho, nascido em São Paulo a 9 de maio de 1959, bacharel em Direi-to pela Universidade de São Paulo (1981) e mestre em Direito pela Universi-

dade de Brasília (1991), é Ministro do Tribunal Su-perior do Trabalho desde 14 de outubro de 1999 e atualmente ocupa o car-go de Corregedor-Geral da Justiça do Trabalho. Inte-gra o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, o Órgão Especial do TST e as Seções Especializadas em Dissídios Individuais e Coletivos.

É professor do Insti-tuto Internacional de Ci-ências Sociais (IICS) e da Escola Nacional de Forma-ção e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho (ENAMAT), da qual foi o 1º Diretor (2006). Coordena as Revistas LTr e Lex-Ma-gister de Direito do Traba-lho. É membro da Acade-

mia Nacional de Direito do Trabalho e da Academia Paulista de Magistrados.

É escritor com várias obras publicadas, a maio-ria na área do Direito. Já exerceu diversas funções no TST e foi Conselhei-ro do Conselho Nacional de Justiça (2009-2011), Subprocurador-Geral do Trabalho (1988-1999, aprovado em 1º lugar no concurso público para in-gresso no Ministério Públi-co do Trabalho), Assessor Especial da Casa Civil da Presidência da República (1997-1999) e Assessor do Ministro Coqueijo Costa no TST (1983-1988, tendo ingressado como analista judiciário por concurso público).

Em apenas quatro meses de tramitação um processo que deu entrada na Justiça do Trabalho da Paraíba já foi julgado em Primeira (Vara do Traba-lho) e Segunda (Tribunal do Trabalho) Instâncias. A ação foi iniciada no mês de janeiro deste ano na 1ª Vara do Trabalho de Campina Grande, seguiu para o TRT e já foi julga-da pela Segunda Turma (processo nº 0002300-72.2013.5.13.0007).

Em 30 dias aconte-ceram as audiências e a sentença da juíza Adriana Maracajá Coutinho foi pu-blicada. O processo seguiu

para o TRT e foi julgado, por unanimidade, pela Se-gunda Turma, no dia 20 de março, tendo como relator o desembargador Eduardo Sérgio de Almeida. A em-presa apresentou um Re-curso de Revista, pedindo que o caso seja examinado no Tribunal Superior do Trabalho, em Brasília. No último dia 2, o desembar-gador Vicente Vanderlei Nogueira de Brito, no exer-cício da Presidência, negou o seguimento do processo. Somado o tempo de trami-tação, do começo ao final do processo na Justiça do Tra-balho da Paraíba, foram ape-nas quatro meses e um dia.

RAPIDEZ

Processo resolvido em 4 meses

No processo, um empregado requereu uma indenização no valor de R$ 50 mil por danos morais. Segundo o relato, durante o período em que trabalhou na empresa ele era submetido à revista íntima, onde, em uma fila, era apalpado por seguranças. Na Vara do Trabalho o pedido foi julgado procedente em parte, e a indenização foi fixada em R$ 1,5 mil. Em um recurso ao Tribunal, o trabalhador pediu revisão do valor, desta vez para R$ 15 mil, justificando sua pretensão na capacidade econômica da empresa e citando que casos semelhantes tiveram a indenização fixada neste patamar. Segundo o voto do desembargador relator, Eduardo Sérgio de Almeida, “o montante indenizatório deve ser racionalmente estipulado pelo juízo, de sorte que não importe em um enriquecimento sem causa, mas produza impacto no causador do mal, para dissuadi-lo de reproduzir, no futuro, a conduta ilícita”. Por fim, considerou como razoável a fixação do valor da indenização em R$ 3 mil.

!O processo: indenização por danos morais

COMEMORAÇÃO

Vara de Picuí completa 20 anos

Solenidade foi realizada no auditório da prefeitura de Picuí com a participação de estudanteslidação das Leis do Trabalho (CLT)

Cerca de duzentos alunos do Instituto Fede-ral de Educação da Para-íba e da Escola Estadual Professor Lordão, além de juízes, advogados e autoridades municipais participaram, na última sexta-feira, 10, de uma solenidade na cidade de Picuí que marcou os 70 anos da CLT e comemorou os 20 anos de instalação da Vara do Trabalho.

O juiz titular da uni-dade, João Agra, agrade-ceu a todos os participan-tes e os colaboradores da VT que trabalharam para a realização do evento. O servidor Romero Dantas Maia, diretor de secreta-ria, foi o coordenador dos trabalhos, viabilizando as solenidades que acontece-ram no auditório da Pre-feitura e em praça púbica.

O desembargador Wolney Cordeiro, que foi o primeiro juiz titular da VT de Picuí, fez uma palestra sobre a ‘Nova Legislação do Empregado Domésti-co’. “Acredito que o evento atingiu seu objetivo maior, que foi plantar a semente da ideia de cidadania”, disse o desembargador.

A segunda palestra foi proferida pelo juiz Adriano Dantas, presidente da As-sociação dos Magistrados do Trabalho da 13ª Re-gião, com o tema ‘Noções de Direito do Trabalho’. “Estamos vivenciando um momento de reflexões, de como poderemos melhorar

nosso país com grandes ações que apresentem re-sultados no futuro”, disse o magistrado.

O juiz do Trabalho Clóvis Barbosa também destacou a iniciativa da Vara do Trabalho de co-memorar aniversário, bem como a iniciativa do TRT de interiorizar as come-morações pelos 70 anos da Consolidação das Leis Trabalhistas. Para a pro-fessora Camila Campos, que ensina a disciplina Segurança no Trabalho, o encontro foi bastante pro-veitoso. “Dúvidas foram esclarecidas e os alunos estão saindo daqui cons-cientizados da importância do trabalho seguro e dos direitos do trabalhador”.

O grupo Justiça em Palco, do Tribunal do Trabalho, encenou uma peça enfocando as precárias relações de trabalho no Brasil antes da promulgação da Consolidação das Leis do Trabalho e, depois, os ganhos e conquistas que vieram, à época, com a nova legislação. A peça foi encenada pelos servidores Evanise Jurema, Kylsa Solange de Lima, Marden Góes, Marise Castanheira, Rodolfo Eloy, Tânia Magalhães e Tibério Paiva. A peça teve a participação musical do maestro Carlos Telles e Carla Leitão, do Coral 13ª Em Canto. A ouvidoria do Tribunal montou um estande da Unidade Móvel para a divulgação do trabalho do setor. O supervisor, Francisco Carlos Firmino, fez uma explanação aos alunos sobre as atividades e o que pode ser buscado na Ouvidoria da Justiça do Trabalho. Todos os participantes receberam cartilhas com Noções do Direito do Trabalho. Romero Maia considerou que o evento foi proveitoso e o debate enriquecedor. “Os alunos puderam tirar dúvidas e receberam dicas esclarecedoras com linguagem acessível, a exemplo da diferença entre Ministério Público do Trabalho e Justiça do Trabalho. Muitos não sabiam a diferença”.

!70 anos da CLT encenados em peça teatral

Dias das mães teve poesia peça teatral e música

Apresentação musi-cal, peça teatral, feira de artesanato, poesia e várias outras atividades mar-caram as comemorações pela passagem do Dia das Mães, na última sexta-fei-ra, 10, na Justiça do Tra-balho, em João Pessoa. As ações aconteceram no prédio sede do TRT e no Fórum Maximiano Figuei-redo.

No Fórum, uma Fei-ra de Habilidades reuniu muitos visitantes e um mural poético expôs as poesias dos servidores re-ferentes às mães. Houve uma apresentação musical com Eliane Santos, servi-dora do setor de Digitaliza-ção Processual do Fórum

Maximiano Figueiredo, acompanhada pelo cantor e compositor D”Telles.

O servidor Welling-ton Vilar Viana, do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos – Nucon, de-clamou uma poesia. Em seguida, a Astra, repre-sentada pela presidente Sílvia Pires, homenageou às mães e em especial a servidora do TRT Valewska Cruz Montenegro Pires.

Um clipe feito a par-tir de um texto escrito por uma mãe de 95 anos para sua filha e ilustrado com fotos de mães servidoras emocionou a todos. A pro-dução foi da servidora Te-rezinha Maranhão.

Maestro Carlos Telles regeu coral Infantil Alegretto, do TRT

B4 Paraíba Terça-feira, 21 de maio de 2013

O Direito e o [email protected]

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Morte do bebê não encerra estabilidade da mãe

DORGIVAL TERCEIRO NETO JÚNIOR

O direito da empregada gestante à estabilidade é imperativo e irrenunciável, porque visa à proteção da empregada e do bebê a nascer. Portanto, a obriga-ção do empregador de manter o contrato em vigor até cinco meses após o parto, ou de pagar a indenização substitutiva, é objetiva, não importando, nem mesmo, se ele tinha ou não conhecimento da gravidez quando da dispensa. Para fazer jus à estabilidade e a todos os direitos decorrentes, basta à empregada provar que a concepção se deu no curso do contrato de trabalho.

A partir desse entendimento, a Terceira Turma do Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais assegu-rou a uma empregada o direito à provisória estabilida-de gestacional mesmo a despeito de o bebê ter morrido logo após o nascimento.

Para o relator, juiz convocado Márcio José Ze-bende, “A norma constitucional insculpida no art. 10, II “b”, do ADCT, tem endereçamento certo, ou seja: a proteção à maternidade e ao nascituro. Portanto, mes-mo quando, desafortunadamente, a criança vem a óbito apenas 15 minutos depois do nascimento não haverá como se limitar o direito protegido pelo ordenamento jurídico, de forma a propiciar à mãe prazo razoável para recuperação física e emocional, antes do retorno ao mercado de trabalho” .

No caso, o juiz de primeiro grau havia afastado a possibilidade de ocorrência da concepção no curso do contrato de trabalho, declarando a impossibilidade de projeção do aviso prévio para fins de reconhecimento da garantia de emprego.

Registrou o relator que o direito à estabilidade provisória da gestante não se altera diante da constata-ção de que o empregador não tinha conhecimento da gravidez, na época da dispensa, já que a teoria adotada pela jurisprudência consolidada na Súmula 244-I do TST é a da responsabilidade objetiva do empregador nesse caso. E a morte prematura e imediata da criança também não retira da mãe o direito à licença materni-dade para repouso e recuperação antes do retorno ao trabalho.

Ao final, a Turma proveu o recurso da empregada e assegurou-lhe o direito à provisória estabilidade.

(TRT 3ª Região – 3ª Turma – Proc. 0001166-94.2012.5.03.0048)

DISCRIMINAÇÃO SEXUAL GERA RESCISÃO INDIRETA

A empregada discriminada no seu ambiente de tra-balho por causa de sua opção sexual tem direito à rescisão indireta do seu contrato de trabalho, conforme entendi-mento da 9ª Vara do Trabalho de Porto Alegre-RS.

Ao ajuizar a ação, a trabalhadora informou que, a partir de fevereiro de 2012, quando uma colega ficou sabendo da sua orientação sexual, passou a sofrer cons-trangimentos no ambiente de trabalho. Dentre outras humilhações, relatou que era dito a outros colegas e até a clientes que ela era “machorra” e realizadas outras insinuações vexatórias a respeito da sua sexualidade. Ela teria levado o problema aos supervisores, que não teriam tomado medidas suficientes para inibir a dis-criminação, o que tornou a situação insustentável e fez com que ela pedisse demissão no final de abril de 2012.

Posteriormente, ajuizou ação na Justiça do Tra-balho pleiteando a conversão do pedido de demissão em dispensa sem justa causa, considerando que o ato ocorreu pela falta grave do empregador ao não coibir a conduta discriminatória dos seus empregados.

Ao julgar procedente o pleito, o juiz Gustavo Jaques destacou as informações prestadas por uma testemunha, que confirmou a existência de boatos e comentários sobre a sexualidade da empregada no ambiente de trabalho.

E, para o relator, “os elementos existentes nos autos são suficientes para comprovar que a reclamante somente pediu demissão pelo fato de ter sido vítima de preconceito e discriminação no local de trabalho, em ra-zão da sua opção sexual”, sendo viável a declaração de rescisão indireta do contrato e determinar o pagamento da indenização pelos danos morais sofridos.

(TRT 4ª Região – 9ª VT de Porto Alegre-RS)

Foram realizados acordos em 136 processos de seis municípios

Região de Monteiro negocia 1,5 milhões em precatórios

O zelo, espírito público, responsabilidade e dedica-ção da atual Presidência da Corte tem contribuído para manter e incrementar a boa imagem de que goza o 13º TRT no Estado e no país, perante advogados, procurado-res, partes e a sociedade civil de um modo geral

Ministro Gandra Martins Filho, corregedor geral da Justiça do Trabalho

““CORREIO TRABALHISTA

Seis municípios que compõem a jurisdição da Vara do Trabalho de Mon-teiro formalizaram um acordo com o objetivo de quitar, de forma parcela-da, todos os precatórios trabalhistas. São 132 pre-catórios, totalizando mais de um milhão de reais (R$ 1.191.747,90), das cidades de Monteiro, Serra Branca, São João do Tigre, Ouro Velho, Camalaú e Congo.

A juíza titular da uni-dade, Maria Lílian Leal de Souza, detectou, através de uma minuciosa con-sulta junto ao sistema de informatização do TRT os precatórios vencidos e a vencer de todos os muni-cípios e durante a audiên-cia atualizou os débitos de cada cidade. Falou a res-peito da inconstitucionali-dade da Emenda Constitu-cional 62, declarada pelo Supremo Tribunal Federal

Município Monteiro CamalaúOuro Velho São João do Tigre Serra Branca Congo Subtotal São Sebastião do Umbuzeiro

Número de Precatórios376520118

Total

Valores Atualizados até 30.03.2013R$ 316.955,15R$ 342.417,22R$ 417.667,48R$ 17.354,73R$ 11.299,43R$ 87.054,02

R$ 1.191.747,90R$ 263.430,67

R$ 1.455.178,50

VALORES NEGOCIADOS

O regime instituído pela Emenda Constitucional 62/2009, que adotou o regime especial de pagamento de precatórios, ou seja, um sistema de parcelamento de 15 anos da dívida, combinando o regime que destina parcelas variáveis entre 1% a 2% da receita de estados e municípios para uma conta especial voltada ao pagamento de precatórios, teve, em 14 de março de 2013, sua inconstitucionalidade declarada pela Suprema Corte.

!Constituição

Audiências foram presididas pela juíza Maria Lílian Leal de Souza, da VT de Monteiro

(STF), e apresentou uma proposta de conciliação para a quitação dos débi-tos de forma parcelada.

O Município de São Sebastião do Umbuzei-

ro, que também compõe a jurisdição da VT de Mon-teiro, está com audiência designada para o próximo dia 5 de junho, para tam-bém quitar seus precató-

rios. Com a formalização do acordo do último mu-nicípio da região, a dívida a ser paga passará para quase 1,5 milhões (R$ 1.455.178,50).

RESULTADO DA CORREIÇÃO DO TST

TRT vai cumprir recomendações

Ministro Ives Gandra Filho fez leitura da ata Desembargadores participaram da sessão

O ministro correge-dor geral da Justiça do Trabalho, Ives Gandra Martins Filho concluiu a correição no TRT da Pa-raíba, trabalho iniciado na última segunda-feira, 13. Na ata, apresentada no auditório do Tribunal Pleno nesta sexta-feira, 17, com a presença de desembargadores, o mi-nistro fez um estudo de-talhado entre o velho e o novo na instituição. O documento destacou o grande número de servi-dores, herança do pas-sado, o que torna o pro-cesso judicial um dos mais caros do Brasil.

Para chegar a esta conta, o ministro dividiu o número de funcioná-rios e juízes pelo número de processos em tramita-ção, chegando a conclu-são que cada processo judicial custa cerca de R$ 7,5 mil. O valor se torna elevado também em fun-

ção da perda de compe-tência da Justiça do Tra-balho, que não pode mais julgar processos relativos a servidores municipais e estaduais municipais, “quando essa era a clien-tela majoritária em mui-tas das Varas do Traba-lho no interior do Estado, e o inchaço do quadro de servidores do Tribunal”, disse o ministro correge-dor.

Apesar do alto custo do processo, o Tribunal da Paraíba investiu em

soluções inovadoras que contribuíram, por outro lado, para que os prazos dos julgamentos sejam extremamente curtos. E foi o que reconheceu o ministro na ata.

Segundo o docu-mento, os juízes de Pri-meira Instância julga-ram 46,2% de processos a mais em 2012 em com-paração com o ano de 2011.

Outro dado da ata mostra o cumprimento, com folga, da meta 17

do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que dis-põe sobre o número de processos em execução, que são ações já julga-das e paradas à espera de pagamento dos va-lores devidos. Em rela-ção a 2011, o número de processos resolvidos nesta fase, em 2012, au-mentou em 46,67%. A meta do CNJ previa um aumento de 10%. o TRT da Paraíba alcançou um número quase cinco ve-zes superior.

O ministro destacou o TRT da Paraíba na área de informática, que foi “pioneiro no desenvolvimento de soluções de processo eletrônico (desde 2004) e no qual todos os processos já tramitavam eletronicamente (contando com mais de 100.00 feitos em meio eletrônico), o sistema (SUAP) já se encontrava em avançado estágio evolutivo, contando com diversas funcionalidades, sobretudo quanto ao peticionamento eletrônico. Assim, a adoção do Pje-JT (processo adotado nacionalmente) em 2012, ainda com algumas limitações operacional, tem sido vista como uma espécie de ‘downgrade’ (retrocesso)”, para o TRT da Paraíba.O ministro destacou o fato de o processo eletrônico criado pelo TRT dispensar completamente o uso do papel, o que não está acontecendo com o novo processo nacional. “Registrou-se curioso impacto da implantação do Pje-JT no aumento sensível do uso papel por conta da necessidade da impressão das petições iniciais e outros documentos a serem enviados para as partes reclamadas, o que revelava-se desnecessário, diante da solução adotada pelo sistema anterior que permitia a inclusão de links com todos os documentos necessário à defesa (Petição inicial e eventuais documentos)”. A eliminação do uso de papel é um importante marco de gestão ambiental alcançado com o sistema desenvolvido pelo TRT da Paraíba.

!O pioneirismo na área de informática

O ministro Ives Gandra Martins Filho destacou ainda na ata de correição, lida em sessão pública, que “o zelo, espírito público, responsabilidade e dedicação da atual Presidência da Corte tem contribuído para manter e incrementar a boa imagem de que goza o 13º TRT no Estado e no país, perante advogados, procuradores, partes e a sociedade civil de um modo geral”. Disse que o tribunal goza de um bom ambiente de trabalho, “havendo harmonia e respeito na relação entre os desembargadores e do tribunal com os juízes de 1ª Instância”.

!Zelo

Ainda como resultado da fiscalização, o ministro recomendou ao Tribunal do Trabalho um estudo para o deslocamento das Varas de Trabalho no interior do estado, cujo número de processos não justifique a manutenção da unidade. Citou três casos concretos, Catolé do Rocha, Monteiro e Picuí, todos com menos de 200 processos por ano.Em janeiro último o Tribunal Plano, sob a Presidência do desembargador Carlos Coelho já havia editado uma resolução administrativa (014/2013) para fazer uma revisão na jurisdição nas Varas do Trabalho de todo o estado. O resultado do trabalho desta comissão vai apontar a necessidade de deslocamento de uma VT de um município para outro.

!Varas

Você sabia que o artigo 58 da CLT prevê que a duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, não excederá de 08 horas diárias?

Você sabia que o artigo 71 da CLT estipula que em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de (duas) horas?

?CLT 70 anos - Você sabia?

ção da atual Presidência da Corte tem contribuído para manter e incrementar a boa imagem de que goza o 13º TRT no Estado e no país, perante advogados, procurado-res, partes e a sociedade civil de um modo geral