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Artigo original ADIPOSIDADE CORPORAL E NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA EM ADOLESCENTES BOBY ADIPOSITY AND LEVEL OF PHYSICAL ACTIVITY IN ADOLESCENTS Ricadro Aurino de Pinho 1 Edio Luiz Petroski 2 1 Universidade do Extremo Sul Catarinense 2 Universidade Federal de Santa Catarina 1 e 2 Núcleo de Pesquisa em Cineatropometria e Desempenho Humano RESUMO O propósito do presente estudo foi verificar a relação entre a adiposidade corporal e os indicadores de atividade física (IAF) em adolescentes durante o período de férias escolares de verão. Caracterizou-se como um estudo descritivo correlacional. Participaram do estudo 28 escolares do sexo masculino, com idades entre 14 e 15 anos. Os dados foram coletados nos meses de dezembro/1998 a fevereiro/1999. Para a obtenção dos dados referentes aos IAF (Freqüência Cardíaca - FC, Movimentos Produzidos - VM e Gasto Energético Relativo - GER) utilizou-se o monitor de freqüência cardíaca, o Tritrac R3D e o protocolo de Bouchard et al., 1983, respectiva- mente. Como instrumentos para obtenção dos dados referentes aos indicadores de adiposidade (Índice de Massa Corporal - IMC, Dobras Cutâneas do Tríceps - DCTR e Somatório de Dobras Cutâneas do Tríceps mais Subescapular - DCTR+SB) utilizou-se a balança (precisão de 50 g), fita métrica e compasso de dobras cutâneas (Lange, precisão de 1mm). A coleta de dados referentes ao IAF foi realizada em 3 dias intercalados (dois dias úteis e um no fim de semana), das 08:00h às 20:00h (FC e VM) e das 00:00h às 24h (GER). Para tratamento dos dados utilizou-se a a média, desvio padrão, correlação linear de Pearson e análise de variância (ANOVA One Way) considerando o valor de p < 0,05. Pelas evidências encontradas neste estudo, pode-se concluir que: 1) existe uma correlação negativa significativa dos indicadores de adiposidade (DCTR e DCTR+SB) com a quan- tidade de movimentos produzidos pelo corpo (VM) e com o gasto energético relativo à massa corporal (GER); 2) quanto maior o acúmulo de tecido adiposo maior a prevalência do comportamento físico sedentário e menor o gasto de energia 3) o índice de adiposidade apresenta-se inversamente proporcional ao nível de atividade física leve à vigorosa e GER. Palavras-chave: adolescentes, atividade física, adiposidade, gasto energético. ABSTRACT The purpose of this paper was to verify the relationship between body adiposity and physical activity indicators (IAF) in adolescents during summer vacation. The research was carried out from December (1998) to February (1999). In order to get IAF data (Heartbeat Frequency - FC, Body Movements - VM, and Relative Energy Consumption - GER) we made use of FC monitor, Tritac R3D, and Bouchard’s protocol et al., 1983. Regarding data related to adiposity indicators (Body Mass Index - IMC, and Sum of Skin Fold of Triceps plus Subscapular - DCTR+SB) we used scales (0,50g precision), a tape measure, and a compass of skin fold (Lange, 1mm precision).The research’s data were collected from 28 male students, with 14 or 15 years of age. The sample was divided into two groups in the variables of DCTR+SB and IMC (G1 - minor adiposity index and G2 - major adiposity index). The data referring to IAF was collected in three intercalated days (two weekdays and one day of the weekend) from 8 a.m. to 8 p. m. (FC and VM), and from midnight to midnight (GER). The data were examined according to the average, the standard deviation, Pearson’s linear correlation, and the analysis of variation (ANOVA One Way) considering the value of p<0,05. Based on the data analysis we can say that there is a significant negative correlation among DCTR+SB, VM (r = -0,55), and GER (r = -0,44). When classifying the subjects in two groups (G1 and G2) according to DCTR+SB, we verified expressive differences between the variables of VM (p = 0,00) and GER (p = 0,00). Concerning IMC the differences occurred among the variables of VM (p = 0,03), GER (p = 0,02), and FC with the intensity of the effort from 50% to 65% of the foreseen FC max (p = 0,02). Based upon this research we can conclude that: 1) the larger the quantity of adipose tissue, the more prominent the occurrence of sedentary behavior and the smaller the energy consumption; 2) the minor adiposity index was presented inversely to the level of physical activity and GER. Key words: adolescents, physical activity, adiposity, energy consumption. Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano ISSN 1415-8426

Adiposidade Corporal e Nc3advel de Atividade Fc3adsica Em Adolesce

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    Artigo original

    ADIPOSIDADE CORPORAL E NVEL DE ATIVIDADE FSICAEM ADOLESCENTES

    BOBY ADIPOSITY AND LEVEL OF PHYSICAL ACTIVITY IN ADOLESCENTS

    Ricadro Aurino de Pinho1Edio Luiz Petroski2

    1 Universidade do Extremo Sul Catarinense2 Universidade Federal de Santa Catarina1 e 2 Ncleo de Pesquisa em Cineatropometria e Desempenho Humano

    RESUMO

    O propsito do presente estudo foi verificar a relao entre a adiposidade corporal e os indicadores deatividade fsica (IAF) em adolescentes durante o perodo de frias escolares de vero. Caracterizou-se como umestudo descritivo correlacional. Participaram do estudo 28 escolares do sexo masculino, com idades entre 14 e15 anos. Os dados foram coletados nos meses de dezembro/1998 a fevereiro/1999. Para a obteno dos dadosreferentes aos IAF (Freqncia Cardaca - FC, Movimentos Produzidos - VM e Gasto Energtico Relativo - GER)utilizou-se o monitor de freqncia cardaca, o Tritrac R3D e o protocolo de Bouchard et al., 1983, respectiva-mente. Como instrumentos para obteno dos dados referentes aos indicadores de adiposidade (ndice deMassa Corporal - IMC, Dobras Cutneas do Trceps - DCTR e Somatrio de Dobras Cutneas do Trceps maisSubescapular - DCTR+SB) utilizou-se a balana (preciso de 50 g), fita mtrica e compasso de dobras cutneas(Lange, preciso de 1mm). A coleta de dados referentes ao IAF foi realizada em 3 dias intercalados (dois diasteis e um no fim de semana), das 08:00h s 20:00h (FC e VM) e das 00:00h s 24h (GER). Para tratamento dosdados utilizou-se a a mdia, desvio padro, correlao linear de Pearson e anlise de varincia (ANOVA OneWay) considerando o valor de p < 0,05. Pelas evidncias encontradas neste estudo, pode-se concluir que: 1)existe uma correlao negativa significativa dos indicadores de adiposidade (DCTR e DCTR+SB) com a quan-tidade de movimentos produzidos pelo corpo (VM) e com o gasto energtico relativo massa corporal (GER); 2)quanto maior o acmulo de tecido adiposo maior a prevalncia do comportamento fsico sedentrio e menor ogasto de energia 3) o ndice de adiposidade apresenta-se inversamente proporcional ao nvel de atividade fsicaleve vigorosa e GER.

    Palavras-chave: adolescentes, atividade fsica, adiposidade, gasto energtico.

    ABSTRACT

    The purpose of this paper was to verify the relationship between body adiposity and physical activityindicators (IAF) in adolescents during summer vacation. The research was carried out from December (1998) toFebruary (1999). In order to get IAF data (Heartbeat Frequency - FC, Body Movements - VM, and RelativeEnergy Consumption - GER) we made use of FC monitor, Tritac R3D, and Bouchards protocol et al., 1983.Regarding data related to adiposity indicators (Body Mass Index - IMC, and Sum of Skin Fold of Triceps plusSubscapular - DCTR+SB) we used scales (0,50g precision), a tape measure, and a compass of skin fold (Lange,1mm precision).The researchs data were collected from 28 male students, with 14 or 15 years of age. Thesample was divided into two groups in the variables of DCTR+SB and IMC (G1 - minor adiposity index and G2- major adiposity index). The data referring to IAF was collected in three intercalated days (two weekdays and oneday of the weekend) from 8 a.m. to 8 p. m. (FC and VM), and from midnight to midnight (GER). The data wereexamined according to the average, the standard deviation, Pearsons linear correlation, and the analysis ofvariation (ANOVA One Way) considering the value of p

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    INTRODUO

    A incidncia do fenmeno hipocinticoem crianas e adolescentes tem avanado con-sideravelmente nas ltimas dcadas. Em fun-o disto, vrios estudiosos (Bar-Or, 1993; Dietz& Gortemaker, 1985; Dietz, 1994, Goran et al.,1993; Janz et al., 1992; McMurray et al., 1993),tm-se preocupado em pesquisar a relaoentre este comportamento fsico e o aumentoda adiposidade corporal.

    Para usufruir os benefcios da ativida-de fsica para a sade, importante que se ado-te um estilo de vida mais ativo, como participarde programas especficos que atendam aoscomponentes necessrios para o desenvolvi-mento orgnico e funcional de nosso corpo, etambm hbitos alimentares mais saudveis.Desta forma, melhoras na qualidade de vidatendem a serem conquistadas.

    Nas ltimas dcadas, tem-se dadogrande nfase ao estudo da gordura corporal eaos ndices de adiposidade em crianas e ado-lescentes devido a sua associao com o de-senvolvimento de inmeras doenas, represen-tando, um fator de risco para a sade, quandoem excesso (Oller & Dmaso, 1993; Pollock etal., 1986).

    O sedentarismo constitui a caracters-tica primria da maioria dos indivduos com pesocorpreo acima do normal (Sallis et al., 1995).Este comportamento sedentrio parece ser umdos principais agentes causadores do excessode gordura, como tambm, em contrapartida, aobesidade parece conduzir o indivduo a umadiminuio dos nveis de atividade fsica.

    Neste sentido, Dietz (1994) cita que aadolescncia representa um perodo importan-te no controle e na preveno ao acmulo ex-cessivo de gordura corporal, impedindo osurgimento e desenvolvimento da obesidadeatravs do controle alimentar e do comporta-mento fsico ativo.

    De acordo com OMS (1997), o exces-so de gordura corporal e/ou a obesidade deveser encarado atualmente como um problema desade pblica, podendo provocar ao organis-mo danos considerveis e irreversveis da mes-ma forma que, por exemplo, o tabagismo pro-voca.

    Segundo Epstein et al. (1996), existeuma influncia direta do baixo nvel de ativida-de fsica sobre o desenvolvimento da obesida-de na infncia e adolescncia, e aumentar onvel de atividade fsica importante para o tra-

    tamento da mesma. Assim, alguns estudos,como os de Bar-Or (1993) e Obarzanek et al.(1994), sugerem que o comportamento fsicoativo exerce um importante papel na regulaoda massa corporal em crianas e adolescen-tes.

    A presena da obesidade na infnciae adolescncia uma preocupao particularque ganha espao nas discusses referentes sade pblica mundial (Dietz, 1995; OMS,1997), ao mesmo tempo em que o interesse emestudar os efeitos do ganho excessivo de pesona idade infantil tem-se tornado alvo de inme-ras investigaes (Dmaso et al., 1994).

    Bar-Or (1995), embora haja controvr-sias, sugere que a hipocinesia o principal fa-tor do ganho de peso excessivo e traz, por con-seqncia, um comprometimento do estado desade de crianas e adolescentes. Quanto maisestes indivduos permanecem acima do limitede seu peso, provavelmente mais eles continu-aro neste estado durante a vida adulta. A par-tir dos 6 anos de idade, o excesso de peso nodesaparece espontaneamente (Dietz, 1995).

    Epstein et al. (1996) revelam que ascrianas com alto risco de obesidade e as obe-sas so menos ativas do que as crianas combaixo risco e no obesas. Assim, como existeuma influncia do baixo nvel de atividade fsi-ca sobre o desenvolvimento da obesidade in-fantil, aumentar o nvel de atividade fsica im-portante para o tratamento da mesma.

    A prevalncia de obesidade nos Esta-dos Unidos em jovens de 12 a 17 anos aumen-tou de 15,8%, no anos 1957-1970, para 33%nos anos 1976-1980 (Gortmarker et al., 1987).

    No Brasil, os dados no diferem muitodos americanos. Da Pesquisa Nacional sobreSade e Nutrio - PNSN, realizada pelo INAN(1989) at a Pesquisa de Padro de Vida - PPV(IBGE, 1997) houve uma reduo da popula-o quanto desnutrio (IMC < 18,5) mas umadiminuio no nmero de pessoas com o IMCideal e um aumento no percentual de obesos.

    Em relao ao peso corporal com baseno ndice de massa corporal - IMC, o PPV/IBGE(1997) revela que 56,8% da populao estuda-da apresenta o IMC ideal (18,5 a 25 m2/kg) e28% das pessoas esto acima do peso ideal(25 a 30 m2/Kg). A regio sudeste do pas constituda por uma populao mais obesa ecom o peso acima do normal do que o nordeste(10,5% de obesos contra 8,7% e 30,5% acimado peso contra 25,6%).

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    De acordo com o Consenso Latino-Americano sobre Obesidade (1998), no Brasilh uma prevalncia de obesidade de 53%, com-parando o consenso de 1974/75 com o de 1989.O Consenso ainda registra que em relao aoIMC maior igual a 25 kg/m2, os dados dispon-veis de 1980 a 1990 mostram que no Brasil 40%das mulheres e 27% dos homens superam es-tes ndices.

    Pollock et al. (1986) citam que 80-86%da obesidade em adultos origina-se na infn-cia. Nos Estados Unidos, aproximadamente25% das crianas americanas so considera-das obesas, sendo que a maioria pertence aclasses sociais com menor poder aquisitivo (Bar-Or, 1995). Entretanto, em pases em desenvol-vimento, como o Brasil, por exemplo, as crian-as e adolescentes mais atingidos pela obesi-dade pertencem s classes sociais mais privi-legiadas (Cyrino & Nardo, 1996). O InstitutoNacional de Alimentao e Nutrio - INAN(1989) aponta que a obesidade infantil no Bra-sil atinge 16% de todas as crianas, sendo 7%crianas do sexo masculino e 9% do sexo femi-nino.

    Pode-se ento perceber que os dadosapresentados so um tanto preocupantes. Oprprio INAN (1989) cita que existe uma certatendncia ao aumento desses nmeros devido diminuio dos esforos fsicos gerados pelalimitao dos espaos de lazer e pela depen-dncia das crianas e adolescentes frente aosinstrumentos eletrnicos. Um outro fator quecontribui ao aumento da obesidade infantil, re-latado por este Instituto, so os hbitos alimen-tares no adequados, tanto em quantidadequanto em qualidade. A juno desses fatoresleva a um desequilbrio entre a ingesto calricae a demanda de energia.

    Embora os estudos supracitados refor-cem a importncia da atividade fsica para aqualidade da sade de crianas e adolescen-tes, atitudes cotidianas buscam cada vez maisa economia do esforo fsico, provocando umdesequilbrio entre a ingesto alimentar e o con-sumo de energia, o que facilita o aumento con-seqente de acmulo da adiposidade corprea.

    Portanto, necessrio afastar ao m-ximo os fatores que venham a provocar um es-tado de morbidez, como por exemplo a obesi-dade e o sedentarismo, pois estes fatores nainfncia podem predizer a ocorrncia de distr-bios orgnicos irreversveis na vida adulta(Guedes & Guedes, 1995). Isto traduz a impor-

    tncia das atividades fsicas regulares e do con-trole alimentar, j que ambos podem auxiliar eprovocar sensveis melhoras nas condies desade durante esta fase da vida. Este estudotem como objetivo do presente estudo foi veri-ficar a relao existente entre a adiposidadecorporal e os indicadores de atividade fsica emadolescentes do sexo masculino.

    PROCEDIMENTOS METODOLGICOS

    Sujeitos

    Participaram deste estudo 28 escola-res do sexo masculino, com idades de 14 e 15anos, residente no municpio de Tijucas/SC. Aamostra foi composta por escolares do ColgioCenecista Beijamim Gallotti e Colgio Cruz eSouza. Estas instituies foram selecionadasintencionalmente por apresentarem uma popu-lao com indcios de maior homogeneidade depoder aquisitivo e tambm pelo fato de seremas maiores instituies de ensino do Municpio.

    Obteno dos Dados

    Os equipamentos utilizados para a ob-teno de dados foram:

    Balana tipo Filizola Eletrnica (compreciso de 50 gramas) para a medida de mas-sa corporal.

    Fita Mtrica 3M afixada parede: paraa medida de estatura corporal.

    Compasso de Dobras Cutneas(Lange preciso de 1 mm): para a determina-o da espessura do tecido subcutneo (trcepse subescapular) seguindo a padronizao deHarrison et al. (1991).

    Tritrac R3D (Research Ergometer,Hemokinetics, Inc. Madison, WI): sensor eletr-nico que monitorizou os movimentos produzi-dos durante um intervalo de tempo predetermi-nado (12 horas) em trs planos de movimento:mdio-lateral (X), ntero-posterior (Y) e vertical(Z), bem como a composio (resultante) des-ses trs planos, denominada de vetor magnitu-de.

    Monitor de Freqncia Cardaca:monitorizou e registrou os batimentos carda-cos por um perodo de tempo pr-determinado(12 horas). O instrumento utilizado foi da marcaPolar, modelo Accurex PlusTM.

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    o63Adiposidade corporal e nivel de Atividade Fsica em adolescentes

    Registro de Atividades Fsicas: ins-trumento proposto por Bouchard et al., (1983),que obteve informaes a respeito do gastoenergtico dirio a partir das atividades fsicasrealizadas.

    Diretrizes para Obteno dos Dados

    Os dados foram coletados entre osmeses de dezembro/1998 e fevereiro/1999.Para coletar os dados necessrios ao estudo,foram adotados as seguintes diretrizes:

    1. Os escolares foram mensurados emtrs dias intercalados (dois dias teis e um nofim de semana), durante uma semana, excetoem dias chuvosos.

    2. Apresentando sintomas de doen-as, como a febre, por exemplo, os escolaresno foram mensurados.

    3. Na monitorizao pelo uso domonitor de freqncia cardaca e Tritrac R3D,os escolares foram mensurados entre s 8h es 20h, totalizando um tempo de 12 horas. Osaparelhos foram colocados at 15 minutos an-tes do horrio previsto para a coleta de dados eretirados a partir das 20h do mesmo dia peloavaliador.

    4. O recordatrio de atividades fsicasfoi entregue no dia da avaliao e recolhidosno dia seguinte.

    Tratamento Estatstico

    O tratamento dos dados foi feito a par-tir da estatstica descritiva (mdia, e desvio pa-dro) e inferencial (Correlao Linear dePearson e Anlise de Varincia - ANOVA OneWay, para um nvel de significncia de p < 0,05).

    Os procedimentos estatsticosutilizados neste estudo foram feitos com auxliodo pacote Simstat for Windows, verso 1.21 -Provalis Research.

    RESULTADOS E DISCUSSO

    Para melhor comparar e discutir osdados encontrados neste estudo, o nvel de ati-vidade fsica (NAF) em relao FC foi classifi-cado da seguinte forma, considerando a FCmxprevista (220-idade): leve a moderado: FC entre 50 e 65% ou FCentre 103 e 134 bpm; moderado a vigoroso: FC entre 65 e 80%ou FC entre 134 e 165bpm; intenso: maior que 80% ou FC > 165 bpm.

    Considerou-se ainda para atividadesfsicas de intensidade moderada vigorosa, aFC entre 140 e 160 bpm e para atividades fsi-cas intensas, a FC maior que 160 bpm(Armstrong, 1998).

    Vrios autores, como Janz et al. (1992),DuRant et al. (1993), Montoye et al. (1996), Salloe Silla (1997), tm utilizado e recomendado amonitorizao da Freqncia Cardaca (FC)como uma medida vlida e prtica paramensurar o nvel habitual de atividade fsica emcrianas e adolescentes.

    Um outro indicador do nvel de ativida-de fsica em adolescentes a quantidade demovimentos produzidos pelo corpo (vetor mag-nitude - VM). Os valores mdios obtidos nesteestudo foram de 232113, quando analisadosisoladamente, pouco representam. Em funoda ausncia na literatura de referncia quantoao uso desse indicador para crianas e adoles-centes, estes valores sero analisados juntocom os indicadores de adiposidade.

    Indicadores antropomtricos eadiposidade corporal: A Tabela 1 mostra osindicadores antropomtricos de peso e estatu-ra. Os dados levantados foram confrontadoscom os dados apresentados por Marques et al.(1982) de crianas da cidade de Santo Andr/SP e com as referncia do NCHS (NationalCenter for Health Statistics) de crianas norte-americanas, apresentados por Hamill et al.(1977; 1979).

    Tabela 1 - Indicadores antropomtricos de adolescentes do sexo masculino com idades mdia

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    so componentes vlidos para mensurar aadiposidade em estudos clnicos eepidemiolgicos. Os percentuais de 85 e 95do IMC e DCTR so freqentemente usadosoperacionalmente para definir a obesidadee superobesidade, respectivamente.

    O somatrio de dobras cutneas (TR+ SB) apresenta uma variabilidade nos resulta-dos obtidos ( = 22,28 mm, s = 11,99), ficandoo valor mnimo igual a 11 mm e o mximo iguala 52 mm.

    Associao entre os indicadores deadiposidade e atividade fsica: na tabela 2,pode-se verificar que existe uma forte correla-o da dobra cutnea do trceps (r = -0,55) e dosomatrio de dobras (r = -0,55) com o vetormagnitude. Isto significa que quanto menor ode adiposidade mais atividades fsicas so pra-ticadas pelos adolescentes.

    Um dado importante (tabela 2) a cor-relao negativa significativa das variveis deDCTR+SB (r = -0,44) e DCTR (r = -0,41) como gasto energtico relativo massa corporal eno com o IMC. Isto refora o pressuposto deque o gasto energtico uma varivel resultan-te da atividade fsica e, por conseguinte, quan-to maior o acmulo de tecido adiposo, maior aprevalncia do comportamento fsico sedent-rio e menor o gasto de energia.

    Cohen (1992) cita que crianas e ado-lescentes com sobrepeso so menos ativos fi-sicamente do que seus pares de baixo peso esalienta que a preocupao com os nveis degordura corporal e a quantidade de atividadefsica diria tanto em crianas quanto em adul-tos.

    De acordo com Marcondes (1994), opadro estabelecido pelo NCHS uma reco-mendao da Organizao Mundial da Sadee adotado como referncia para o Brasil peloMinistrio da Sade, porm o autor sugere oestudo de Santo Andr como critrio para apopulao brasileira. Pode-se verificar que:

    1) estatura dos sujeitos ( =165,68 cm) apre-senta um padro de normalidade com o es-tudo de Santo Andr, ficando entre o P50(165,1 cm) e P65 (168 cm). Por outro lado,ao compar-la com os dados do NCHS, ve-rifica-se que os adolescentes encontram-seprximos ao P40 (165,1 cm), ou seja, apre-sentam uma estatura inferior mediana dapopulao americana.

    2) a massa corporal, da mesma forma que aestatura, apresenta valores mdios (57,37Kg), de acordo com o estudo de Santo Andr,entre P65 (57,22) e P75 (60,1 Kg) e, de acor-do com o NCHS, entre o P50 (54,8 Kg) eP60 (57,9 Kg). Porm, observa-se na tabela1 uma grande variabilidade nos resultadosobtidos (s = 11,36).

    3) o IMC encontrado ( = 20,74), de acordocom Must et al. (1991), no apresenta riscode sobrepeso; no entanto, em funo de suavariabilidade e disperso, verifica-se quedentro do grupo existe uma parcela de sujei-tos (em torno de 20%) que se encontra como IMC acima do valor ideal, que segundoMust et al. (1991), de at 23 kg/m2 para aidade de 14 anos do sexo masculino e 24kg/m2 para sujeitos de 15 anos do mesmosexo. Must et al. (1991) citam ainda que oIMC e a dobra cutnea do trceps (DCTR)

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    Tabela 2 - Correlao dos indicadores de adiposidade com os indicadores de atividade fsica de adolescen-tes do sexo masculino com idades entre 14 e 15 anos

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    o65Adiposidade corporal e nivel de Atividade Fsica em adolescentes

    Bar-Or (1984) apresenta como resul-tado de seu estudo que adolescentes obesosdedicam menos da metade de seu tempo a qual-quer tipo de atividade fsica, quando compara-dos com seus pares no-obesos. E acrescentaque, a partir destes dados, um acmulo de gor-dura corporal verificado quando diminui o n-vel de prtica da atividade fsica.

    Reforando os achados, Epstein et al.(1996), que citam que a regulao dos nveisde gordura corporal em crianas e adolescen-tes est diretamente relacionada com compor-tamento fsico.

    Dietz e Gortmaker (1985) citam aindaque a prevalncia da obesidade pode ser redu-zida, e que este problema, na maioria dos ca-sos, pode ser prevenido com um aumento dotempo gasto em atividades fisicamente maisintensas.

    Quanto s demais variveis, no veri-ficou-se estatisticamente nenhuma correlaosignificativa ao serem associadas aos indica-

    dores de adiposidade, embora esperava-se queisto acontecesse com os indicadores de ativi-dade fsica, principalmente aqueles com nveisde esforo mais intensos.

    Comparao entre grupos com me-nores e maiores ndices de adiposidade enveis de atividade fsica nas virveis estu-dadas: para a anlise de varincia (fator ni-co), tendo como variveis independentes:DCTR, DCTR+SB e o IMC, os adolescentesforam divididos em dois grupos iguais (n=14):um grupo com menor ndice de adiposidade eoutro com maior ndice de adiposidade.

    Quando os grupos foram classificadosde acordo com a DCTR, pde-se perceber (ta-bela 3) que, estatisticamente, os grupos sodiferentes (p < 0,05) somente na varivel querelaciona-se quantidade de movimentos pro-duzidos VM (p = 0,02). Desta forma, o grupocom menor ndice de adiposidade revela umnvel significativamente maior de atividade fsi-ca em relao ao grupo com maior ndice.

    Tabela 3 - Anlise de varincia referente aos indicadores de adiposidade em adolescentes do sexo masculinocom idades entre 14 e 15 anos, classificados em menor e maior ndice.

    Ao formar os grupos a partir do DCTR+SB, verificam-se tambm diferenassignificativas na mesma varivel vista no DCTR,VM (p = 0,00), embora esta diferena seja dis-cretamente maior do que a verificada no indica-dor anterior.

    Diferentemente, analisando a tabela 3,pode-se perceber que quando os grupos foramformados a partir dos dados de IMC, houve di-ferena significativa nas variveis VM (p = 0,03)e no tempo da FC entre 50 e 65% da FCmx pre-vista (p = 0,02). Isto , os adolescentes queapresentam um menor IMC so os que respon-dem melhor ao comportamento fsico modera-damente ativo.

    DeLany et al. (1995) estudaram 46 cri-anas pr-pberes e classificaram-nas em dois

    grupos de acordo com a quantidade de gorduracorporal. Os resultados mostraram que, embo-ra no houvesse diferenas significativas no quese refere ao gasto energtico para a mesmaatividade, existem fortes indcios estatsticos deque as crianas obesas passam menos tempoem atividades fsicas do que as crianas no-obesas, ou esto engajadas em atividades me-nos intensas.

    Dados apresentados por estudos comoo de Maffeis et al. (1995) apontam que crianasobesas gastam menos tempo em atividades f-sicas, mas a energia gasta nestas atividades eno tempo restante no difere daquelas gastaspelas crianas no obesas.

    Blaak et al. (1992) citam que os estu-dos que incorporam o treinamento no tratamento

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    da obesidade tm conduzido a resultados in-consistentes e no confiveis. Acreditam osautores que isto se deve ao fato (1) de existiruma grande diferena metodolgica entre osestudos; e (2) de uma explicao, no conclu-siva, falta de efeito do treinamento no trata-mento da obesidade pode estar relacionada coma mudana em outros componentes que esta-belecem o equilbrio energtico. Isto quer dizerque o aumento no gasto energtico obtido pelotreinamento pode ser compensado por uma di-minuio da atividade fsica espontnea.

    Estudos apresentados por Maffeis etal., (1995) indicam que um baixo nvel de ativi-dade fsica favorece o desenvolvimento da obe-sidade, pois a atividade fsica est associadadiretamente ao dispndio energtico e ao sub-seqente acmulo de gordura corporal.

    Maffeis et al. (1996), num estudo comcrianas obesas e no-obesas relatam que ascrianas obesas tm um alto gasto energticodirio, que est relacionado com o gasto nasatividades, com o gasto dormindo e com o gas-to em repouso, quando comparadas crianasno-obesas. No entanto as crianas obesasgastam menos tempo em atividades fsicas,mais tempo em atividades sedentrias e maistempo em situao de repouso (aproximada-mente 105 minutos). O alto gasto energtico,de forma paradoxal, apesar de essas crianaspassarem menos tempo em atividade fsica, sedeve ao aumento do custo energtico para exe-cutar as atividades com um peso mais elevado.

    O custo energtico elevado em crian-as e adolescentes com peso elevado resul-tado do deslocamento da grande massa corpo-ral. Estes achados tambm apontam para umamenor intensidade nas atividades fsicas reali-zadas ou uma reduo do nmero de ativida-des (Maffeis et al.,1995).

    Estes achados acima citados indicamque um baixo nvel de atividade fsica favoreceo desenvolvimento da obesidade, pois a ativi-dade fsica est associada diretamente ao dis-pndio energtico e ao subseqente acmulode gordura corporal.

    CONCLUSES E CONSIDERAES

    A partir dos resultados obtidos nesteestudo, destacam-se as seguintes concluses:1. Existe uma correlao negativa significativa

    dos indicadores de adiposidade (DCTR eDCTR+SB) com a quantidade de movimen-

    tos produzidos pelo corpo (VM) e com o gastoenergtico relativo massa corporal (GER).

    2. Quanto maior o acmulo de tecido adiposomaior a prevalncia do comportamento fsi-co sedentrio e menor o gasto de energia.

    3. O menor ndice de adiposidade apresenta-se inversamente proporcional ao nvel deatividade fsica leve vigorosa e GER.

    CONSIDERAES FINAIS:

    Tentativas tm sido feitas para melho-rar a aptido fsica em crianas, principalmenteno meio escolar, atravs do aumento do conhe-cimento e da prtica de atividades fsicas.

    Sabe-se, contudo, que estas medidas,embora importantes, no so to eficazes, poisa interferncia dos meios de comunicao ver-bais, escritos e principalmente visuais, no dia-a-dia da criana, evidenciam a necessidade douso de brinquedos eletrnicos e o consumoexagerado de doces e guloseimas. Isto superaqualquer tentativa de fazer com que a crianatenha um comportamento fsico ativo e uma ali-mentao a mais saudvel possvel.

    Assim, verifica-se a necessidade dereforar as informaes em todos os meios decomunicao de forma mais atraente, fazendocom que o adolescente entenda a necessidadede valorizar o hbito da prtica de atividadesfsicas como indispensvel vida saudvel.

    A interveno dos pais indispens-vel para que ocorram mudanas nos hbitos devida das crianas. Os pais precisam saber queum comportamento hipocintico e uma alimen-tao inadequada podem provocar em seus fi-lhos complicaes fisiolgicas cumulativas,como obesidade, que vo se manifestar j nainfncia, a partir da adolescncia, ou at mes-mo na vida adulta.

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