19
Comportamento Organizacional - 1 Texto 1 Comportamento Organizacional Profª. MS. Liliam Maria da Silva

ADM01045_(1_1) - O Comportamento Humano Dentro Das Estruturas Organizacionais

Embed Size (px)

Citation preview

  • Comportamento Organizacional - 1 Texto 1

    Comportamento OrganizacionalProf. MS. Liliam Maria da Silva

  • Universidade Anhembi MorumbiComportamento Organizacional2

    O Comportamento Humano dentro das Estruturas Organizacionais e a sua Relao com o Clima e a Cultura Organizacionais

    Texto 1 - O que Comportamento Organizacional?

    Comportamento Organizacional um campo de estudo que ajuda a prever, explicar

    e compreender os comportamentos nas organizaes. o estudo do comportamento

    humano no local de trabalho, da interao entre as pessoas e entre a empresa em si.

    Refere-se ao processo e no ao contedo do trabalho administrativo.

    Podemos dizer que uma especialidade que investiga trs determinantes do

    comportamento nas organizaes: indivduos, grupos e estrutura, utilizando-se deste

    conhecimento para promover uma maior eficcia organizacional. Esta rea preocupa-

    se com o estudo de como as pessoas atuam nas organizaes, assim como este

    comportamento afeta o desempenho das empresas.

    Em Comportamento Organizacional estuda-se tanto a natureza das organizaes

    quanto o papel que a pessoa desenvolve dentro delas e, para isto, abordam-se inmeros

    temas que envolvem a vida corporativa, como aqueles ligados ao microuniverso do ser

    humano como: motivao, percepo, comunicao interpessoal, liderana; tambm

    os temas ligados ao macrouniverso, como: a cultura e clima organizacionais, estrutura,

    mudanas organizacionais.

    Esta cincia enfoca a melhora da produtividade, a reduo do absentesmo e a

    rotatividade, o aumento da cidadania organizacional e a satisfao no trabalho.

    Comportamento Organizacional uma cincia multidisciplinar, pois se apoia em

  • Universidade Anhembi MorumbiComportamento Organizacional3

    diversas outras disciplinas comportamentais como: Psicologia, Sociologia, Psicologia

    Social, Antropologia.

    A Psicologia, cincia que melhor fundamenta este estudo, procura medir, explicar e,

    algumas vezes, modificar o comportamento dos seres humanos. O incio do sculo XX

    marcou o aparecimento da Psicologia como cincia aplicada e o desenvolvimento de

    teorias prprias nas reas clnica, como a Psicanlise, o Behaviorismo, a Psicologia

    da Percepo e a Psicologia Social. O uso de elementos dessas correntes propiciou o

    surgimento de uma Psicologia que auxilia as organizaes em seu desenvolvimento e

    produtividade, obedecendo s normas capitalistas.

    Desta forma, Comportamento Organizacional uma das principais reas de aplicao

    da Psicologia e seu foco est voltado ao aspecto humano das organizaes, ou seja, a

    disciplina se preocupa em analisar e compreender o comportamento de cada indivduo

    na organizao, assim como aumentar o bem-estar de todo o grupo de funcionrios

    dentro do contexto do trabalho.

    O que uma Organizao?

    Para podermos compreender este tipo de dinmica, ou seja, o aspecto humano dentro

    das organizaes, precisaremos inicialmente conceituar o que uma organizao. Uma

    organizao a juno de esforos individuais com o objetivo de realizar propsitos

    coletivos. Por intermdio de uma organizao possvel alcanar metas que seriam

    impossveis para uma s pessoa. Uma organizao formada pela soma de pessoas,

    mquinas, equipamentos e recursos financeiros.

    O pr-requisito bsico para o funcionamento de uma organizao ter em seu quadro

  • Universidade Anhembi MorumbiComportamento Organizacional4

    pessoas que sejam capazes de se comunicar e que estejam dispostas a contribuir na

    ao conjunta a fim de alcanar um objetivo comum.

    Nas organizaes, a limitao final para alcanar os objetivos no mais a capacidade

    intelectual ou a fora, mas a habilidade de trabalhar de maneira eficaz com os outros.

    Os objetivos das organizaes variam desde os lucrativos aos educacionais, religiosos,

    polticos, sociais e filantrpicos.

    As organizaes so distintas dos grupos e sociedades em termos de complexidade

    estrutural, isto , em diferenciao vertical. medida que ocorre maior diviso do

    trabalho, aumenta a complexidade horizontal da organizao. Conforme novos nveis

    verticais surgem, como hierarquias para melhorar processos de controle e regulao, a

    complexidade vertical aumenta.

    Nos pequenos grupos, os integrantes estabelecem um relacionamento prximo e

    pessoal. Nas grandes organizaes, que dependem de muitos nveis intermedirios para

    coordenar e integrar as atividades das pessoas, a interao indireta.

    Numa sociedade moderna e globalizada, em que as organizaes so sistemas

    sociais, todo processo produtivo realizado dentro delas, o que mostra no s a

    importncia desses agentes como tambm a necessidade de um pensamento crtico a

    respeito da sua configurao e atuao.

    Quando as finalidades de uma organizao so gerar lucro, ter autossustentao

    e obter retorno de capital, estamos diante de uma empresa, ou seja, de um

    empreendimento que procura integrar recursos humanos e no humanos (financeiros,

    fsicos, tecnolgicos mercadolgicos) para atingir seus objetivos.

  • Universidade Anhembi MorumbiComportamento Organizacional5

    Na outra ponta, temos as ONGs e entidades filantrpicas, organizaes sem fins

    lucrativos, cuja finalidade o cuidado com o ser humano, com o meio ambiente e com

    a qualidade de vida.

    A Relao entre Pessoas e Organizaes

    A produo de bens e servios no pode ser desenvolvida isoladamente bem como

    os indivduos no podem sobreviver sem as organizaes. As pessoas so o principal

    ativo de uma organizao, o recurso mais importante (que d vida dinmica

    organizacional), ou seja, o recurso humano.

    Quanto mais industrializada uma sociedade, mais numerosas e complexas se tornam

    suas organizaes. Essas passam a criar um grande impacto na qualidade de vida

    das pessoas que nascem, crescem, so educadas, trabalham e se divertem dentro das

    organizaes.

    Na verdade, as organizaes existem para que os indivduos possam satisfazer suas

    necessidades emocionais, intelectuais, econmicas, entre outras. Necessidades que,

    muitas vezes, os indivduos no podem alcanar isoladamente, por conta de suas

    limitaes.

    medida que as organizaes crescem e se multiplicam, maior se torna o grau

    de complexidade dos recursos necessrios sua sobrevivncia. Alm disso, no

    se pode perder de vista a percepo de que as organizaes so unidades sociais

    intencionalmente construdas e reconstrudas para atingir objetivos especficos.

    Uma organizao nunca uma unidade pronta e acabada, mas sim um organismo

  • Universidade Anhembi MorumbiComportamento Organizacional6

    social vivo, sujeito a mudanas. Disso decorre a preocupao em gerenciar recursos

    e situaes para que as pessoas se sintam motivadas e afinadas com as metas

    organizacionais.

    Uma organizao sadia necessita promover o treinamento de seus funcionrios,

    levando-os a comportamentos cooperativos e buscando o nvel de competitividade

    adequada.

    Quando se ultrapassa o nvel satisfatrio de competitividade, criam-se distores ticas

    e graves distrbios nos relacionamentos interpessoais e nos processos de liderana e

    motivacional.

    O trabalho da Psicologia se insere nesse contexto e sua funo prevenir situaes

    desse tipo. Mas, se o problema estiver instalado, a funo curativa da especialidade

    poder ser exercida por meio da interveno de profissionais da rea, que apresentaro

    tcnicas adequadas resoluo do caso.

    Nos ltimos anos, o processo de desenvolvimento das empresas tornou-se muito

    complexo, gerando vrios problemas, que vo desde a comunicao truncada at a

    falta de motivao e liderana alm daqueles relacionados sade fsica e mental

    dos funcionrios.

    Uma empresa doente cria funcionrios doentes, que perpetuam esse processo nos

    grupos de trabalho. As questes relacionadas ao poder, tica e acelerao nas

    organizaes tm-se constitudo como elementos dos mais importantes para a anlise

    organizacional.

    As empresas, como as pessoas, trabalham a partir de uma ideologia, fixando

  • Universidade Anhembi MorumbiComportamento Organizacional7

    paradigmas e, muito raramente, mudando-os.

    Breve Histrico das Organizaes

    As organizaes tm acompanhado o ser humano desde seu aparecimento

    neste planeta. Se as organizaes sempre existiram entre os homens, foi com o

    desenvolvimento das culturas que elas se tornaram mais e mais complexas um reflexo

    evidente do prprio processo de evoluo psicossocial humana.

    Na Idade Mdia, as organizaes se estruturavam em torno da terra e dos seus

    proprietrios. Os monarcas e os senhores feudais criaram suas prprias organizaes

    como forma de manter e expandir seu poderio o exrcito e a corte so exemplos disso.

    To poderosas quanto os reinos foram as organizaes religiosas, que sempre buscaram

    dominar e submeter as pessoas para preservar sua ideologia e manter viva sua

    instituio.

    A evoluo do processo econmico-social, desgastando as velhas instituies, gerando

    novas organizaes, inaugurou o sistema capitalista e suas inmeras organizaes.

    Inicialmente, o capitalismo foi visto como um sistema que poderia beneficiar as pessoas

    em geral, ao acabar com a concentrao de poder da Igreja e dos monarcas. Porm,

    depois de se aliar a eles, o capitalismo se expandiu, absorvendo quase todas as

    instituies e os valores dos seres humanos.

    Aps a Revoluo Industrial, o carter explorador, manipulador e autoritrio do

    capitalismo gerou uma enorme distncia entre proletrios e patres.

  • Universidade Anhembi MorumbiComportamento Organizacional8

    O incio do sculo 20 marcou o surgimento de novas instituies e, consequentemente,

    de organizaes e grupos aptos a concretizar e viabilizar tais empreendimentos.

    Com o advento da doutrina taylorista, a produtividade cresceu e o desenvolvimento

    industrial ganhou competncia e vigor, custa da mo de obra operria explorada,

    desmotivada e alienada.

    Por causa das crises econmicas, os empresrios com mo de obra excedente podiam

    se dar ao luxo de contratar e demitir sem critrios ticos.

    Essa situao perdurou por pouco tempo, pois, com o desenvolvimento dos sindicatos e

    o desgaste do modelo taylorista, percebeu-se que o ser humano deveria fazer parte do

    processo de produo de maneira mais racional e eficiente, o que motivou a criao de

    setores e especialidades devotados ao gerenciamento e ajustamento psicossocial dos

    indivduos nas organizaes.

    Habilidades Tcnicas, Humanas e Conceituais Necessrias nas Organizaes Contemporneas

    Atualmente, as empresas tm se preocupado com os aspectos mais subjetivos na

    carreira de seus funcionrios, no s na hora de contratar, mas tambm na hora da

    avaliao. Os profissionais esto muito parecidos do ponto de vista tcnico, o que vai

    diferenci-los a pessoa que cada um - so as habilidades humanas que faro a

    diferena.

    Desta forma, so identificadas trs habilidades necessrias nas organizaes na

  • Universidade Anhembi MorumbiComportamento Organizacional9

    contemporaneidade: tcnica, humana e conceitual.

    As habilidades tcnicas envolvem a capacidade de aplicar conhecimentos especficos,

    assimilados pela educao formal ou no exerccio de funes. Ex: engenheiro civil,

    cirurgio-dentista, mdico cardiologista.

    As habilidades humanas envolvem a capacidade de trabalhar com outras pessoas,

    compreendendo-as e motivando-as, de forma individual ou em grupo. Este tipo de

    habilidade humana permite pessoa ser boa ouvinte, a saber administrar conflitos, a

    entender a necessidade de outras pessoas.

    As habilidades conceituais envolvem a capacidade mental para a tomada de decises,

    sabendo localizar problemas, identificando alternativas, avaliando alternativas e

    selecionando sempre as melhores. uma habilidade que envolve a capacidade de

    processar e interpretar racionalmente as informaes.

    As habilidades humanas so muito valorizadas no mundo corporativo, para a eficcia

    da administrao, pois as atividades organizacionais, hoje, esto em permanente estado

    de mudana, provocando nas pessoas novas percepes, reflexes e atuaes. Por conta

    desta dinmica, os funcionrios das organizaes precisam continuamente atualizar

    seus conhecimentos e habilidades para atender aos novos desafios do trabalho, ou seja,

    devem desenvolver habilidades de convvio com outras pessoas, alm da capacidade

    de trabalhar bem em equipe, desenvolvendo tambm a aptido de ouvir o parceiro de

    trabalho para saber gerenciar qualquer tipo de conflito e, ainda, desenvolver inteligncia

    emocional.

    O funcionrio contemporneo necessita aprender a conviver com a flexibilidade, a

    espontaneidade e a imprevisibilidade. Desta forma, o estudo do Comportamento

  • Universidade Anhembi MorumbiComportamento Organizacional10

    Organizacional pode ajudar a compreender o panorama profissional que est em

    contnua mudana, alm de colaborar no aprendizado da superao das resistncias s

    mudanas, justamente contribuindo na construo de uma cultura organizacional eficaz

    e positiva.

    Estrutura Organizacional

    Conforme pontuamos no incio desta unidade, existem 3 pilares para a compreenso

    do Comportamento Organizacional: indivduos, grupos e estruturas organizacionais.

    importante sabermos que as organizaes possuem estruturas organizacionais

    diferentes, e so estas estruturas que causam impacto sobre as atitudes e

    comportamentos de seus funcionrios.

    A estrutura organizacional define como as tarefas de seus funcionrios sero

    distribudas, agrupadas e coordenadas. Estrutura-se uma organizao atravs de 6

    elementos bsicos. So eles:

    1- Especializao do Trabalho

    2- Departamentalizao

    3- Cadeia de Comando

    4- Amplitude de Controle

    5- Centralizao

    6- Descentralizao

    7- Formalizao

    A Especializao do Trabalho se d atravs do grau em que as funes na organizao

    so subdivididas em tarefas separadas. No incio do sculo XX, Henry Ford adotou este

    paradigma em sua linha de montagem com o objetivo de aumentar a produtividade. L,

  • Universidade Anhembi MorumbiComportamento Organizacional11

    um montador ficava responsvel por montar somente a roda dianteira direita do veculo,

    enquanto outro funcionrio se encarregava somente da porta dianteira direita. Este

    um exemplo tpico de especializao do trabalho.

    Na primeira metade do sculo XX, a especialidade do trabalho foi vista como causa do

    aumento de produtividade, assim como tambm foi percebida posteriormente como

    causa de fadiga, estresse, tdio e perda de qualidade de vida.

    Na contemporaneidade, os administradores percebem a especializao do trabalho

    no como atuao obsoleta e nem como motivo de aumento de produtividade. Vemos

    um exemplo de alta especializao no trabalho na rede Mc Donald`s, tanto para fazer

    como para vender sanduches e batatas fritas.

    A Departamentalizao se d aps a diviso do trabalho por Especializao,

    agrupando as atividades comuns para que sejam coordenadas. O agrupamento das

    atividades acontece atravs das funes realizadas. Em um hospital, podemos ter vrios

    departamentos como: atendimento ao paciente, contabilidade, almoxarifado, pronto-

    socorro, posto de vacinao, exames por imagem etc.

    A Cadeia de Comando a linha de autoridade que se d dentro da organizao, ou

    seja, a linha que descreve quem se reporta a quem. Ela vai do topo da empresa at o

    escalo mais baixo.

    A Amplitude de Controle significa o nmero de funcionrios que um administrador

    consegue dirigir com eficincia. Nos ltimos tempos, a tendncia que as amplitudes

    tornem-se maiores por razes diversificadas como: reduo de custos, corte de excessos,

    agilizao do processo decisrio, aumento da flexibilidade, autonomia de funcionrios.

  • Universidade Anhembi MorumbiComportamento Organizacional12

    A Centralizao o grau em que o processo de deciso est submetido em um nico

    ponto da organizao, ou seja, as decises essenciais so tomadas por uma cpula com

    pouca ou nenhuma participao de funcionrios de escales inferiores.

    J a Descentralizao, o processo decisrio que se d com a maior participao dos

    escales inferiores, originando nos funcionrios sentimentos de menor distanciamento

    da empresa.

    A Formalizao a padronizao das tarefas, objetivando um resultado uniforme.

    As descries das tarefas so detalhadas e explcitas. Este recurso impossibilita os

    funcionrios de buscarem e adotarem comportamentos e solues alternativos.

    indiscutvel que a Estrutura de uma Organizao gera impacto no comportamento

    dos funcionrios. Nem todo profissional prefere liberdade e flexibilidade da estrutura

    onde executa o seu trabalho, sentido-se mais satisfeito e produtivo quando a tarefa, por

    exemplo, padronizada.

    Por outro lado, existem profissionais que se adaptam melhor a um estilo de estrutura no

    qual ele possa se sentir mais criativo atuando com maior liberdade e criatividade.

    Desta forma, entendemos que o efeito do modelo organizacional sobre o

    comportamento dos funcionrios precisa considerar sempre as diferenas individuais de

    cada ser humano.

    Cada ser humano responde de forma muito singular estrutura organizacional

    instituda em cada empresa. Alguns se adaptam determinadas estruturas, outros

    no necessariamente. O ideal que a estrutura organizacional e a personalidade de

  • Universidade Anhembi MorumbiComportamento Organizacional13

    cada funcionrio se adaptem para que o mecanismo organizacional e a satisfao do

    funcionrio sejam atendidos plenamente.

    Modelos Organizacionais mais Comuns

    Os trs modelos mais comuns de estrutura organizacional em uso na

    contemporaneidade so:

    1- Estrutura Simples

    2- Burocracia

    3- Estrutura Matricial

    A Estrutura Organizacional Simples caracteriza-se por baixo nvel de

    departamentalizao, autoridade centralizada em apenas uma pessoa, pouca

    formalizao e grande controle pela autoridade da empresa. Este tipo de estrutura

    encontrada em pequenos negcios, onde muitas vezes o prprio proprietrio

    o principal dirigente. A sua manuteno barata e gil, tornando-se inadequada

    quando a empresa cresce e se desenvolve. Quando a organizao fica entre 50 a 100

    funcionrios, torna-se difcil para o dirigente continuar tomando todas as decises. Neste

    momento, necessrio que o modelo organizacional se recicle.

    A Burocracia constituda pela padronizao de forma eficiente, ou seja, caracterizada

    por tarefas rotineiras e operacionais, ocorrendo atravs de regras e regulamentos. As

    tarefas so agrupadas em departamentos com autoridade centralizadora. comum

    encontrarmos este modelo organizacional em Bancos, Loja de Departamentos, onde

    nos deparamos com funcionrios obedientes s regras. O ponto negativo deste tipo de

    modelo que quando surgem ocorrncias que no se ajustam s regras, geralmente

  • Universidade Anhembi MorumbiComportamento Organizacional14

    no existe possibilidade de resoluo por meio de outras ideias ou opes. As resolues

    aos problemas sempre so engessadas, seguindo manuais, regras e regulamentos.

    A Estrutura Matricial combina duas formas de departamentalizao: a funcional e por

    produto. Na departamentalizao funcional agrupam-se especialistas, atendendo a

    diversos produtos. Na departamentalizao por produto, as tarefas dos especialistas so

    relacionadas com cada produto, o que facilita a coordenao entre os profissionais para

    o atendimento de prazos e limitaes oramentrias.

    Novos Modelos de Estrutura Organizacional

    Com o mercado tornando-se cada vez mais competitivo, os dirigentes de muitas

    organizaes, vm desenvolvendo nas ltimas dcadas novas estruturas organizacionais.

    Os trs modelos mais utilizados so: Estrutura de Equipe, a Organizao Virtual e a

    Organizao sem Fronteiras.

    A Estrutura de Equipe funciona com acentuadas caractersticas, como a descentralizao

    do processo decisrio e a desconstruo das barreiras departamentais; solicita, ainda,

    que seus membros sejam tanto generalistas quanto especialistas. Este tipo de estrutura

    organizacional requer do funcionrio importantes habilidades humanas como: senso

    de equipe, comunicao interpessoal, empatia, adaptabilidade processos decisrios

    democrticos, gosto de trabalhar com pessoas.

    A Organizao Virtual um outro tipo de estrutura que tambm pode ser chamada

    de organizao em rede ou modular. A sua estrutura centralizada, com pouca ou

    at nenhuma departamentalizao, sendo o oposto da burocracia tpica, que tudo

    departamentaliza. um tipo de estrutura flexvel que terceiriza a maior parte de suas

  • Universidade Anhembi MorumbiComportamento Organizacional15

    funes de negcios, como a contratao de prestao de servios de manufatura,

    distribuio, marketing ou qualquer outra atividade que seja mais econmica e eficaz.

    Uma importante habilidade humana para se trabalhar dentro desta estrutura ser

    flexvel, adaptar-se e ajustar-se toda e qualquer imprevisibilidade.

    A Organizao sem Fronteiras tem como propsito eliminar a cadeia de comando,

    substituindo os departamentos por equipes autnomas e se d removendo fronteiras

    verticais, achatando a hierarquia administrativa onde cargos e status perdem importncia. Pontua-se aqui as equipes de projetos e no mais as funes ou

    departamentos, onde organiza-se as atividades em torno de processos. Existem

    empresas que desenvolvem seus novos produtos por meio de equipes multidisciplinares

    que trabalham em um nico processo, em vez de desenvolverem tarefas funcionais

    limitadas. A base tecnolgica, que possibilita a criao dessas empresas sem fronteiras,

    so os computadores ligados em redes, que permitem a comunicao entre as fronteiras

    intra e interorganizacionais.

    Modelo Mecanicista X Modelo Orgnico

    partir de agora podemos refletir sobre as estruturas estudadas e perceber que cada

    uma delas, atravs de suas caractersticas particulares, pode se adequar a 2 modelos

    extremos de estrutura organizacional, ou seja, ao modelo mecanicista ou ao modelo

    orgnico. Alguns dos outros modelos estudados adequam-se melhor em algum ponto

    entre os dois extremos (mecanicista ou orgnico).

    O modelo mecanicista um modelo burocrtico, departamentalizado, com alta

    formalizao, com rede limitada de informaes e quase nenhuma participao dos

    baixos escales nas decises da empresa. O modelo mecanicista lembra muito o

    modelo de estrutura organizacional mais comum na contemporaneidade, que o

  • Universidade Anhembi MorumbiComportamento Organizacional16

    chamado de burocracia.

    J o modelo orgnico, apoia-se em equipes multifuncionais, com baixa formalizao,

    onde acontece grande participao dos funcionrios nos processos decisrios da

    empresa, e a rede de informaes bastante ampla. O modelo orgnico lembra muito

    o modelo de estrutura organizacional mais utilizado na contemporaneidade que o

    intitulado organizao sem fronteiras.

    Modelo Mecanicista X Modelo Orgnico

    Alta Formalizao Baixa Formalizao

    Centralizao Descentralizao

    Forte Departamentalizao Equipes Multi-herrquicas

    Amplitude de Controle Limitada Amplitude de Controle Abrangente

    Alta Especializao Equipes Multifuncionais

    Cadeia de Comando Fluxo de Informaes

    As Organizaes e o Comportamento Organizacional nos ltimos Tempos

    Nos ltimos tempos, a nica certeza que o mundo organizacional possui, a incerteza

    decorrente das constantes mudanas no ambiente, alm das incertezas tecnolgicas,

    oriundas das buscas por inovaes.

    As incertezas vivenciadas pelas organizaes so originadas por fatores ligados ao

    mercado, as aes da concorrncia, os avanos tecnolgicos e at mesmo da mo de

  • Universidade Anhembi MorumbiComportamento Organizacional17

    obra qualificada no ser mais to conhecida ou compreendida.

    Como as mudanas vem ocorrendo numa velocidade nunca observada anteriormente

    pelos administradores, a habilidade humana de se desenvolver a flexibilidade o

    componente subjetivo necessrio em tempos de incertezas, alta competitividade no

    mercado e imprevisibilidade.

    Anteriormente, os administradores tinham tempo vivel para reagir frente ao lanamento

    de um novo produto pela concorrncia. Este tempo variava em at 3 anos. Hoje, este

    tempo transformou-se em semanas, ou seja, o seu novo concorrente pode ser que nem

    existia um ano antes. Por conta desta realidade, os tipos de estruturas organizacionais

    que funcionavam nas dcadas de 60 e 70 no atendem mais demanda de negcios

    da atualidade. Diante disto, os administradores de hoje no possuem muita escolha,

    ou seja, ou adaptam estruturas mais flexveis, do tipo orgnicas, ou correm o risco de

    serem banidos pelos concorrentes.

    A estrutura orgnica permite uma alta flexibilidade, mas tambm ocasiona custos altos

    para as empresas e folgas de desperdcio.

    Por outro lado, o atributo da eficincia continua sendo primordial dentro de uma

    estrutura organizacional. Vale pensar que o consumidor busca preo e servio antes

    de comprar, e desta forma a estrutura mecanicista ainda a forma mais eficaz

    de se organizar trabalho. Ela permite que as empresas produzam a custos mais

    baixos e repassem essa economia para a reduo de preos. Diante disto, podemos

    compreender que, enquanto houver consumidores que elejam preos baixos, a estrutura

    mecanicista ir sobreviver.

  • Universidade Anhembi MorumbiComportamento Organizacional18

    Bibliografia

    BRAGHIROLLI, E.M. et all. Temas de Psicologia Social. 5. ed. Petrpolis: Vozes, 2002.

    CHIAVENATO, I. Gesto de Pessoas o novo papel de Recursos Humanos nas Organizaes. Rio de Janeiro: Campus, 1999.

    DUTRA, J. S. Competncias: conceitos e instrumentos para a gesto de pessoas na empresa moderna. So Paulo: Atlas, 2004.

    EBOLI, M. Educao corporativa no Brasil Mitos e Verdades. So Paulo: Gente, 2004.

    ROBBINS, S. P. Comportamento organizacional. Traduo: Reginaldo Marcondes. 11. ed.So Paulo: Pearson Printice Hall, 2005.

    SPECTOR, Paul E. Psicologia nas organizaes. So Paulo: Saraiva, 2003.

    WEITEN, W. Introduo Psicologia. Temas e Variaes. 4. ed. Traduo: Zaira G.Botelho, Maria Lcia Brasil, Clara A. Colotto, Jos Carlos B.dos Santos. So Paulo:

    Thompson Pioneira, 2002.

  • Este documento de uso exclusivo da UniversidadeAnhembi Morumbi, est protegido pelas leis de

    Direito Autoral e no deve ser copiado, divulgado ou utilizado para outros ns que no os pretendidos

    pelo autor ou por ele expressamente autorizados.