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Aula 9 A estrutura organizacional e a gestão do conhecimento Carlos Luiz Alves

Aula 9 Estruturas Organizacionais e a Gestão do Conhecimento

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Aula 9A estrutura organizacional e a

gestão do conhecimento

Carlos Luiz Alves

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Ementa: No mundo globalizado, o conceito de estrutura organizacional

vem sendo repensado, pois cada vez mais se percebe que uma

estrutura mais flexível é, sem dúvida, mais adaptável às mudanças do

que uma rígida e burocrática. O fato é que estruturas tradicionais não

mais respondem adequadamente às mudanças e aos desafios que

atualmente se exigem das organizações. Nesta aula, teremos a

oportunidade de redefinir o conceito de estrutura organizacional e

refletir sobre seus impactos na gestão do conhecimento.

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Objetivos:

- Conceituar estrutura organizacional;

- Conhecer os vários tipos de estruturas organizacionais e seus

impactos na gestão do conhecimento.

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INTRODUÇÃO

Como já dissemos na ementa, as estruturas tradicionais,

principalmente, as rígidas, não mais respondem aos desafios que a

globalização impõe às empresas, pois, em função de suas demandas,

por serem menos flexíveis, acabam se revelando incoerentes a uma

proposta que objetiva o desenvolvimento da criatividade e,

consequentemente, da implementação de iniciativas e inovações. Além

disso, as estruturas tradicionais se demostraram estáticas, passivas e

propensas à acomodação, fatos que geram transtornos, obstáculos às

mudanças e possíveis prejuízos às organizações.

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O fato é que estruturas dessa natureza foram projetadas

exclusivamente para desempenhar tarefas rotineiras e produzir bens e

serviços com maior eficiência, porém, ao longo do tempo,

demonstraram-se ineficazes diante da nova ordem econômica mundial

que se estabelece.

Para resolver problemas mais dinâmicos e complexos, novos modelos

estruturais se tornam indispensáveis, quando se pensa em inovar e

desenvolver conhecimentos mais elaborados dentro das organizações.

Conhecimentos esses que se tornam fatores críticos de sucesso para as

mesmas.

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Neste quadro que se apresenta desafiador, em função das turbulências do

mercado, proveniente da própria crise do sistema capitalista, dos avanços

das novas tecnologias da informação e do conhecimento e das condições

sociais que se apresentam inconstantes, fazer com que os colaboradores

participem do processo gerencial da empresa se tornou fato relevante.

Logo, estruturas mais rígidas acabam coibindo a participação e,

consequentemente, o desenvolvimento e a gestão do conhecimento

empresarial, que, como já vimos, é compreendido como sendo muito mais

valioso do que as estruturas tangíveis de uma organização, é o seu capital

intelectual.

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Para favorecer uma maior participação dos colaboradores, as

empresas modernas têm proporcionado um clima mais favorável ao

fomento da criatividade e da inovação, permitindo estruturas mais

flexíveis que estão sendo estabelecidas como modelos mais

adequados ao desenvolvimento do capital intelectual.

Veremos nos tópicos a seguir, modelos de estruturas mais afinadas

aos desafios do mercado.

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O que é uma estrutura organizacional?

A estrutura organizacional representa as relações existentes entre os

indivíduos e as empresas. Envolvem funções, tarefas, divisão do trabalho,

normas, regulamentos, níveis de autoridade e reponsabilidade que

colocam os sujeitos em um contexto de controle e ou gestão, que acaba

influenciando e modificando comportamentos. Em outras palavras, é a

forma como as organizações desenvolvem suas atividades dentro de seus

âmbitos.

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Em organizações extremamente formais, os indivíduos se apresentam

menos autônomos, devido a imobilidade e a hierarquia, com baixo grau

de inovação e criatividade, executando tarefas rotineiras com bastante

eficiência, porém, com baixa eficácia em relação aos inúmeros

problemas que hoje atingem as empresas.

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Sabemos que é praticamente impossível uma empresa funcionar sem

uma estrutura organizacional, no entanto, mantê-la sempre rígida é

praticamente “dar um tiro no pé”. Mesmo sistemas mais burocráticos

têm suas razões de existirem. É sabido que a burocracia é bastante

eficiente e, por esta razão, não pode ser ignorada. O ideal é manter uma

estrutura operacional (burocrática) ao lado de uma flexível. Enquanto

esta se torna mais eficaz na resolução de problemas, aquela é mais

eficiente na execução e na busca de objetivos.

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As estruturas organizacionais

1 – Tradicional (burocrática): é adequada a condições estáveis e a

realização eficiente dos trabalhos de rotina. Enfatiza o controle e a

previsibilidade de funções específicas. Em situações que exigem uma

resposta rápida, esse tipo de estrutura se torna ineficaz, pois o seu

controle acaba suprimindo as iniciativas individuais. Devido a rigidez, há

menos compartilhamento de ideias entre pessoas e departamentos.

Uma estrutura mais burocrática acaba, por fim, desencorajando os

colaboradores em usar a sua inteligência e sua sociabilidade, que lhes

são inatas, em prol da organização.

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2 – Força-tarefa: elaborada para abordar os pontos fracos da burocracia,

busca ser mais flexível, dinâmica e participativa. Tem como objetivo

reunir os mais diferentes profissionais diante da resolução de uma tarefa

específica, projeto ou missão. Sob o comando de um líder, após a

consecução da tarefa, projeto ou missão, o grupo é desfeito. Pelo seu

curto espaço de tempo, há dificuldades em compartilhar com os demais

colaboradores a transferência e a disseminação dos novos

conhecimentos desenvolvidos pela equipe.

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2 – Força-tarefa: elaborada para abordar os pontos fracos da burocracia,

busca ser mais flexível, dinâmica e participativa. Tem como objetivo

reunir os mais diferentes profissionais diante da resolução de uma tarefa

específica, projeto ou missão. Sob o comando de um líder, após a

consecução da tarefa, projeto ou missão, o grupo é desfeito. Pelo seu

curto espaço de tempo, há dificuldades em compartilhar com os demais

colaboradores a transferência e a disseminação dos novos conhecimentos

desenvolvidos pela equipe.

O importante é que compreendamos que nenhuma estrutura é melhor

do que a outra, ambas possuem pontos negativos e positivos. O ideal

seria que houvesse nas organizações estruturas mais híbridas ou mistas,

envolvendo burocracia e forças-tarefa.

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As estruturas organizacionais mistas

Com o propósito de facilitar a criação e a disseminação do

conhecimento nas organizações, muitos autores propuseram modelos

de estruturas mais flexíveis e adequadas a esta finalidade.

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1 – Inovadora (Galbraith): essa estrutura pressupõe a coexistência de duas

outras, uma operacional e outra inovadora. Cabe a inovadora conceber as

ideias e a operacional implementá-las. Para que isso ocorra, é importante

que se desenvolva um processo de transferência de ideias da inovadora

para a operacional, ou seja, que se estabeleça um processo de integração

entre as duas.

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1 – Inovadora (Galbraith): essa estrutura pressupõe a coexistência de duas

outras, uma operacional e outra inovadora. Cabe a inovadora conceber as

ideias e a operacional implementá-las. Para que isso ocorra, é importante

que se desenvolva um processo de transferência de ideias da inovadora

para a operacional, ou seja, que se estabeleça um processo de integração

entre as duas.

Nesta estrutura, as pessoas assumem diferentes papéis:

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a) Gerador ou defensor da ideia: é uma pessoa de nível hierárquico não elevado que propõe algo de interesse da organização.

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a) Gerador ou defensor da ideia: é uma pessoa de nível hierárquico não elevado que propõe algo de interesse da organização.

b) Patrocinador: normalmente um gerente de nível médio que atua também no operacional que passa a defender a ideia na organização.

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a) Gerador ou defensor da ideia: é uma pessoa de nível hierárquico não elevado que propõe algo de interesse da organização.

b) Patrocinador: normalmente um gerente de nível médio que atua também no operacional que passa a defender a ideia na organização.

c) Orquestrador: é a pessoa de nível hierárquico superior que protege todo o fomento de criação e inovação de novas ideias, integrando-as à estrutura operacional da empresa, defendendo-as de “políticas contrárias”.

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a) Gerador ou defensor da ideia: é uma pessoa de nível hierárquico não elevado que propõe algo de interesse da organização.

b) Patrocinador: normalmente um gerente de nível médio que atua também no operacional que passa a defender a ideia na organização.

c) Orquestrador: é a pessoa de nível hierárquico superior que protege todo o fomento de criação e inovação de novas ideias, integrando-as à estrutura operacional da empresa, defendendo-as de “políticas contrárias”.

Para Galbraith, a estrutura inovadora considera que as atividades cotidianas tendem a destruir as novas ideias, por esta razão, o seu teste deve estar livre dos controles hierárquicos da organização operacional.

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2 – Colateral (Kilmann): apresenta-se como alternativa para a

implantação de uma estrutura mista, em que há vieses do tradicional com

um colateral (inovador) voltado para a resolução de problemas, que não

devem ser rotineiros, mas complexos e que exigem certa dose de

criatividade para solucioná-los.

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2 – Colateral (Kilmann): apresenta-se como alternativa para a

implantação de uma estrutura mista, em que há vieses do tradicional com

um colateral (inovador) voltado para a resolução de problemas, que não

devem ser rotineiros, mas complexos e que exigem certa dose de

criatividade para solucioná-los.

As pessoas que compõem esta estrutura fazem parte de diferentes

departamentos da estrutura operacional, fato que proporciona um maior

compartilhamento de qualificações e informações.

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As estruturas organizacional e operacional não coexistem de modo

independente, estão em constante interação. A base da proposta da

estrutura colateral de organizações é de um ciclo contínuo de sentir o

problema (a partir da estrutura organizacional), defini-lo e conceber

soluções (no desenho colateral) e implementá-las (no operacional).

Isso é facilitado em virtude dos mesmos indivíduos que participam do

colateral participarem também do operacional.

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As estruturas organizacional e operacional não coexistem de modo

independente, estão em constante interação. A base da proposta da

estrutura colateral de organizações é de um ciclo contínuo de sentir o

problema (a partir da estrutura organizacional), defini-lo e conceber

soluções (no desenho colateral) e implementá-las (no operacional).

Isso é facilitado em virtude dos mesmos indivíduos que participam do

colateral participarem também do operacional.

No desenho colateral, os colaboradores trabalham entre duas e dez

horas semanais, sendo que o restante deve ser cumprido no

operacional.

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3 – Hipertexto (Nonaka e Takeuchi): o pressuposto básico deste modelo

é de que a criação do conhecimento ocorre por meio da interação social

entre o conhecimento tácito e o explícito. Uma organização do

conhecimento deve ter uma estrutura não hierárquica e auto-organizada,

que funcione em conjunto com a estrutura hierárquica formal. Esta

organização em hipertexto seria constituída de três níveis

interconectados: o sistema de negócios (rotina, operacional), a equipe de

projeto (multidisciplinar) e a base do conhecimento (banco de

conhecimento). É um modelo híbrido, pois assimila a força-tarefa e a

burocracia.

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4 – Por processo: a organização orientada para processos está surgindo

como a forma organizacional dominante para o século XXI, abdicando

de uma estrutura por funções, que era dominante nas empresas

durante o século XX.

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CONCLUSÃO

Pelo exposto acima, nota-se, nas últimas décadas, um esforço por

parte das organizações em tornarem-se mais flexíveis e adaptáveis às

mudanças. Sabe-se que as condições em que atuam os colaboradores,

podem favorecer ou dificultar o desenvolvimento do conhecimento

nos âmbitos das empresas.

Por meio desta aula, foi possível observar que há uma tendência em

buscar estruturas mais horizontalizadas, flexíveis e adaptativas.

Trabalhos em equipes e de forma colaborativa devem fazer parte das

rotinas das empresas. Percebemos também que os fluxos de

informações e de conhecimento são fatores que configuram uma

vantagem competitiva.

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Além de compartilhar conhecimentos com todos os colaboradores, uma

vez que os mesmos começam a enxergar a empresa com um todo, uma

estrutura mais moderna passa a valorizar o desenvolvimento de

competências e habilidades, assim como do trabalho de cada indivíduo.

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Além de compartilhar conhecimentos com todos os colaboradores, uma

vez que os mesmos começam a enxergar a empresa com um todo, uma

estrutura mais moderna passa a valorizar o desenvolvimento de

competências e habilidades, assim como do trabalho de cada indivíduo.

Portanto, observar como se estruturam as organizações, é um

importante passo para uma gestão do conhecimento mais antenada

aos desafios que a globalização proporciona a todos.

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ATIVIDADES NO BLOG

A partir dos questionamentos abaixo e dos conhecimentos desenvolvidos

nesta aula, produza um comentário entre 5 e 10 linhas sobre o tema

proposto e poste-o na página do blog, não se esqueça de colocar seu nome.

1 – Como a estrutura de uma organização pode facilitar ou dificultar o

compartilhamento de conhecimento?

2 – Uma estrutura burocrática é a mais adequada para a gestão do

conhecimento?

3 – Que estruturas permitem uma gestão do conhecimento mais antenada

às mudanças, à criatividade e a inovação?

4 – Devemos descartar totalmente uma estrutura burocrática? Justifique-se.

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Leitura Complementar:

Dissertação de Mestrado – Estrutura Organizacional e a Gestão do

Conhecimento, disponível em:

www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde...123224/.../VFinal.pdf

Acesso em: 01/05/2016

Vídeo:

Vida de Inseto, disponível em:

https://www.youtube.com/watch?v=BV7ZjpDy8nw

Acesso em: 01/05/2016

Estrutura Organizacional e Organograma da Empresa, disponível em:

https://www.youtube.com/watch?v=hJZ_4lSx4D4

Acesso em:01/05/2016

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REFERÊNCIAS

ANGELONI, M. T. (Org.) Organizações do Conhecimento: infraestrutura,

pessoas e tecnologia, 2. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2008.

SVEIBY, Karl Erick. A nova riqueza das organizações. Rio de Janeiro:

Campus, 1998.