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Administracao Financeira e Orca - Jose Wladimir Freitas Da Fonsec

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  • AdministraoFinanceira eOramentriaJos WladimirFreitas daFonsecaIESDE Brasil S.A.Curitiba2012

  • 2011 2010 IESDE Brasil S.A. proibida a reproduo, mesmoparcial, por qualquer processo, semautorizao por escrito dos autorese do detentor dos direitosautorais.Capa: IESDE Brasil S.A.

    ________________________________________________________________CIP-BRASIL. CATALOGAO-

    NA-FONTESINDICATO NACIONAL DOS

    EDITORES DE LIVROS, RJ______________________________________________________F744aFonseca, Jos Wladimir Freitas

  • daAdministrao financeira e

    oramentria [recurso eletrnico]/ Jos Wladimir Freitas daFonseca. - Curitiba, PR : IESDEBrasil, 2012.

    recurso digitalFormato: ePubRequisitos do sistema: Adobe

    Digital EditionsModo de acesso: World Wide

    WebInclui bibliografiaISBN 978-85-387-2730-9

  • (recurso eletrnico)1. Administrao financeira. 2.

    Oramento. 3. Empresas -Finanas. 4. Livros eletrnicos. I.Ttulo.

    12-0895. CDD: 658.15CDU: 658.1514.02.12 23.02.12 033237______________________________________________________Capa: IESDE Brasil S.A.Crdito da imagem: Corel

    Image Bank

  • Todos os direitos reservados.IESDE Brasil S.A.Al. Dr. Carlos de Carvalho,

    1.482CEP: 80730-200 Batel

    Curitiba PR0800 708 88 88

    www.iesde.com.br

  • Jos WladimirFreitas da FonsecaDoutorado em Cincias Econmicas pelaUniversit Toulouse 1. Mestrado emDesenvolvimento Econmico pelaUniversidade Federal do Paran (UFPR).Especializao em Engenharia Econmicapela Universidade So Judas Tadeu (USJT).Graduao em Cincias Econmicas pelaFaculdade Catlica de Administrao eEconomia (FAE). Atualmente ProfessorAdjunto da Universidade Federal doParan. Tem experincia na rea deEconomia. Atua nos seguintes temas:projetos industriais, transferncia detecnologia, processo de inovao nasBiotecnologias.

  • ApresentaoUma das grandes questes relacionada

    s empresas e sua histria na sociedade a seguinte: Por que algumas empresasconseguem crescer e se manter pordcadas, mesmo em situaes de crise, eoutras, mesmo em situaes favorveis,no resistem nem mesmo um ano?

    Certamente, existem vrias respostaspara essa pergunta que abragem desde oramo de atividade que a empresa estinserida at o grau de desenvolvimentotecnolgico que ela exige.

    Por outro lado, a maioria dos cientistasde cincias sociais aplicadas concorda queuma das variveis, para que uma empresasobreviva tanto tempo, seu domniosobre a administrao financeira e seuoramento.

    Assim, este livro foi escrito com a

  • preocupao de levar ao aluno os princpiosbsicos de administrao financeira eoramentria, disciplina que se tornaobrigatria numa economia cada vez maisdinmica e sem fronteiras.

    Com o objetivo de tornar esta disciplinamais atraente, o livro foi dividido em 10captulos agrupados como descrevo aseguir.

    No primeiro captulo, a preocupaomaior foi trazer ao aluno as principaisfunes financeiras da empresa tendocomo foco os principais conceitos definanas das empresas.

    No segundo e terceiro captulos,procurou--se reunir as variveis para a anlise docapital de giro.

    Quando chegamos ao quarto captuloentramos na discusso do oramento naadministrao financeira. Para isso, entre o

  • quarto e o stimo captulo trabalhamos osprincipais conceitos e aplicaes dosoramentos de capital, operacional,gerencial e de caixa, procurandodemonstrar que existe uma ligao entreeles.

    Por fim, nos trs ltimos captulos,estudamos as bases para o planejamentofinanceiro de uma empresa da seguinteforma: discute-se o financiamento dasatividades empresariais que se encontra nocaptulo treze; no penltimo captuloestudam-se os principais conceitos sobrefuso como estratgia no planejamentopara, ento, chegarmos ao ltimo captulocom os principais conceitos sobreplanejamento e controle financeiro.

  • Funesfinanceiras daempresa

  • IntroduoUma das principais

    caractersticas de umadministrador conhecer bem ofuncionamento financeiro de umaempresa independente daestrutura de mercado na qual aempresa esteja inserida, sejanum mercado competitivo, numaconcorrncia monopolstica, numoligoplio ou mesmo nummonoplio. Os desafios de umadministrador basicamente soos mesmos: levantar e alocarrecursos para que a empresa

  • possa desenvolver seu produtoou prestar seu servio.

    Todavia, para que oadministrador possaefetivamente levantar essesrecursos e bem aloc-los, faz-senecessrio conhecer de perto asprincipais especificidades daadministrao financeira. Nessestermos, o objetivo deste captulo conhecer as bases quenorteiam a administraofinanceira das empresas.

  • O que administraofinanceira?

    Quando pensamos na definiode administrao financeira, hque se compreender o que vem aser finanas para podermosento compreender o que aadminstrao financeira.Entende-se por finanas umasrie de princpios econmicos(sobretudo no que concerne aoestudo da microeconomia) efinanceiros para maximizar um

  • determinado resultado de valornum perodo de tempo. Esseresultado, com efeito, a riquezaque pode ser medida atravs dolucro ou atravs do aumento dopatrimnio de uma empresa.

    Ora, se finanas representamesses princpios fica fcilentender o que vem a seradministrao financeira. Em quepese diversos autores definirema administrao financeira a suaprpria vontade, todosreconhecem que no final dascontas a administrao financeira

  • nada mais do que a melhorutilizao dos princpiosmicroeconmicos e a utilizaodas ferramentas financeiras paraobter o melhor resultado de umnegcio.

    Da venda de revistas numabanca de jornais em So Pauloat a produo de avies Airbus,em Toulouse, na Frana, osprincpios de administraofinanceira no mudam. Naverdade so os mesmos. O quediferencia a venda de revistascom a produo do Airbus a

  • quantidade de informaes que levantada num negcio e nooutro.

    Observe que tanto um comooutro negcio apresentam riscos.E se as pessoas no compraremas revistas? O mesmo pode serdito: e se as empresas detransporte areo no compraremo Airbus? Os dois negcios, almdo risco, possuem custos,despesas e enfrentam problemasexternos, por exemplo aspolticas econmicas do governo,polticas internacionais (variao

  • da taxa de cmbio) e assimsucessivamente.

    Assim, no possvel falarmosem administrao financeirasomente da banca de revistascomo sendo uma nicaadministrao quando, naverdade, a administraofinanceira permite que seusprincpios sejam aplicados emqualquer negcio. Uma vezdefinida a administraofinanceira, vejamos agora qual oprincipal objetivo daadministrao financeira, sua

  • meta e suas implicaes.

  • Meta daadministraofinanceira

    Maximizao deriqueza

    Quando falamos emmaximizao de riqueza pelomenos duas ideias surgem: amaximizao da riqueza daempresa e a maximizao dariqueza dos proprietrios daempresa (acionistas).Independente se a maximizao

  • da empresa ou dos acionistas,o que existe por trs dessamaximizao o risco de seaplicar num negcio no qual aincerteza presena constante.

    Entende-se por incerteza o fatode no conhecermos ao certo seum determinado fenmeno vai sereproduzir. Por exemplo: tenhouma vaga ideia de que o ms demaio no sudoeste do Brasil chovemais do que no sul do Brasil. Issono quer dizer que se eu investirminha poupana na produo delaranjas no sudoeste do Brasil eu

  • no v incorrer no risco deperder o meu dinheiro. Por outrolado, eu sei que a poupana temgarantias acordadas pelogoverno federal e populao, oque me leva a acreditar que orisco em aplicar o meu dinheirona poupana ser menor do queaplicar na produo de laranjasno sudoeste.

    Note que ao decidir aplicar osmeus recursos, seja na poupanaou seja na produo de laranjas,o meu objetivo maximizar osmeus resultados financeiros em

  • primeiro lugar.Assim, a meta da administrao

    financeira a maximizao dariqueza dos acionistas, queconstitui algo mais amplo eprofundo do que a maximizaodos lucros, tudo isso sob acondio de incertezas. Existeuma diferena entre amaximizao da riqueza dosacionistas e a maximizao dolucro da empresa. Enquanto oprimeiro refere-se ao aumentodo lucro e quanto deste foidistribudo aos acionistas, o

  • segundo implica somente nadistncia entre a receita e oscustos e despesas (quanto maiorfor a distncia entre a receita eos custos e despesas maior sero lucro) realizados no perodo.Em outras palavras, aumento delucro na empresa no significanecessariamente em aumento deriqueza para os proprietrios.Como isso possvel? Simples:imagine uma empresa que teveaumento nos lucros e no osredistribuiu aos acionistas mas osalocou em seu patrimnio lquidopara compra de mquinas e

  • equipamentos. Certamentehouve, neste caso, aumento dariqueza da empresa mas noaumento da riqueza dosacionistas.

    Nesses termos, segundo Braga(1992), a maximizao dariqueza envolve cinco aspectos,quais sejam: perspectiva delongo prazo, valor do dinheiro notempo, retorno do capitalprprio, risco compatvel com oretorno, poltica de dividendos.

    Perspectiva de longo

  • prazoQuando se pensa no horizonte

    de vida de uma empresa, faz-senecessrio pensar no longo prazo(ningum acredita que vai retirarparte de seu salrio hoje com ointuito de abrir seu negcioamanh para ficar bilionriodepois de amanh. Nem BillGates conseguiu isso com aMicrosoft, que levou um certotempo para a estruturao eposicionamento da empresa nomercado).

    Nesses termos, a empresa deve

  • ser perpetuada e, para tanto,tem de realizar investimentos emtecnologia, novos produtos,novas mquinas e equipamentos,treinamento constante de suamo de obra etc. Isso implica nosacrifcio da rentabilidade atualem troca de benefcios futuros.

    Nesse primeiro aspecto ficafcil perceber que a maximizaoda riqueza da empresa vem emprimeiro lugar para depoispensarmos na maximizao dariqueza dos empresrios.

    Valor do dinheiro no

  • tempo importante notar que

    qualquer investimento, mesmono exemplo das laranjas, sempreser constitudo de fluxos deentrada e sada de caixa. Oestudo da engenharia econmicanos revela vrias ferramentaspara avaliar tais projetostransformando os fluxos de caixaem valores atuais, em valoresfuturos, em sries uniformes dedesembolsos ou sries uniformesde recebimentos, tudo issoatravs da aplicao de

  • determinada taxa conhecidacomo Taxa Mnima deAtratividade (TMA).

    Retorno do capitalprprio

    importante notar que umempreendimento (uma empresa) constitudo por, basicamente,dois grandes tipos de capitais: ocapital de terceiros (aquele que tomado junto aos bancos defomento e que implicam numataxa de juros) e o capital prprio(aquele que os empresrios

  • retiram de seus bolsos e aplicamna empresa). Os acionistas(aqueles que compraram asaes de uma empresa) esperamser remunerados atravs dedividendos e, principalmente,pela valorizao de suas aes. Aadministrao financeira deveratender a essas expectativas.Para que isso ocorra, necessrio que parte dos lucrosseja distribuda sacrificando,portanto, parte de futurasimobilizaes, por exemplo, aaquisio de mquinas eequipamentos.

  • Risco compatvel como retorno

    Existe uma relao direta entrerisco e retorno: quanto maior orisco assumido maior ser oretorno. O inverso tambm verdadeiro.

    Na medida em que existe umarelao direta entre o risco e oretorno, isso significa dizer quepara eu aumentar o retorno dosmeus investimentos,necessariamente, terei os meusriscos tambm aumentados. Por

  • outro lado, a administraofinanceira nos fornece algumasferramentas e tcnicas para queexista certo equilbrio nessarelao e, portanto, certacompatibilidade. Vejamos umexemplo: se eu aplicarR$1.000.000,00 na poupana omeu retorno ser pequeno e,portanto, meu risco de perder talimportncia tambm serpequeno; na mesma medida, seeu investir R$1.000.000,00 naproduo de sacolasecologicamente corretas o meuretorno ser maior, o que

  • implicar num risco maior. Comoeu sei que na poupana o meuretorno menor e, portanto, orisco tambm ser menor e comoeu posso saber que na produode sacolas o meu retorno sermaior assim como o meu risco? Aadministrao financeira nosensina que por meio de uma taxainterna de retorno, a partir deuma taxa de investimento (porexemplo, no caso da poupanamenos de 12% a.a. e no casodas sacolas ultrapassa 16%a.a.), possvel avaliar esses

  • investimentos e calcular seus osriscos.

    Poltica de dividendosUm dos objetivos da empresa

    adotar uma poltica dedividendos. Independente dasirregularidades de demanda(sazonalidade da demanda numperodo de tempo, o queocasiona a queda nas vendas e,consequentemente, nos lucros),a empresa, no deve frustrar osacionistas que esperam receberdividendos periodicamente.

  • Princpios financeirosbsicos

    Para que os cinco aspectosanteriormente listados sejamcumpridos, h necessidade deque se conhea dois princpiosfinanceiros bsicos, so eles: oemprego das informaescontbeis e o conhecimento dasreas de decises financeiras.

    O emprego dasinformaes contbeis

    Uma das mximas daadministrao financeira que

  • ela necessita das informaes dacontabilidade para bem realizarsua meta. Dito diferentemente, somente a partir dos dadosfornecidos pela contabilidade queo administrador financeiropoder:

    avaliar a situaoeconmico-financeira daempresa para a avaliar asdecises tomadasanteriormente;tomar novas decises a fimde corrigir o rumoindesejado; e

  • desenvolver planosoperacionais e deinvestimentos.

    Em resumo, a anlise dosdados contbeis orienta oprocesso decisrio que constitui oaspecto central da gestofinanceira.

    reas de decisesfinanceiras

    Pode-se identificar trs reasde decises financeiras as quaisso apresentadas a seguir:

  • decises de investimento;decises de financiamento;decises relativas destinao do lucro.

    Decises de investimentoA deciso de investimento

    numa empresa passa,necessariamente, por doisestudos de ordem econmica: amacroeconomia e amicroeconomia. Enquanto amacroeconomia nos fornece asbases para compreender de queforma as polticas econmicas e

  • as relaes externas do pas como resto do mundo podem afetar ocomportamento das empresas, amicroeconomia nos fornece asbases para comprender a relaoque existe entre a empresa emque estamos atuando e suasconcorrentes numa estrutura demercado alm da sua relaocom seus clientes(consumidores) e seusfornecedores.

    Nesses termos no basta aempresa estar tecnologicamenteatualizada e com preos baixos.

  • Alm disso, h necessidade deestar constantemente atenta smudanas de comportamento doconsumidor e s mudanas depoltica fiscal, monetria, derelaes internacionais etc.

    Decises de financiamentoQuando se fala em

    financiamento, a empresa deveindagar qual a melhorcomposio de recursos a seremtomados. Muitos falam nafamosa composio tima derecursos. O que timo parauma empresa pode no ser para

  • outra. Assim, se faz necessriolevantar as seguintes questes:

    Qual a proproo entrerecursos fixos e variveis?Quanto de recursosprprios e quanto derecursos de terceiros?No caso de recursos deterceiros, quanto derecursos de curto prazo equanto de recursos delongo prazo?Deve a empresa lanaraes, debntures e

  • emprstimos?Qual a reao do mercadoquando do lanamento denovas aes?Qual o impacto dos custosfinanceiros provocadospelos financiamentos alongo prazo e pelosemprstimos a curto prazo?Qual a melhor forma deobter um ativo fixo (porexemplo um terreno)?Comprar, alugar ouarrendar?

  • Destinao do lucroO lucro obtido em cada

    exerccio social representa aremunerao do investimentodos proprietrios da empresa. Agrande questo aqui saberquanto desse lucro deve serdistribudo aos acionistas equanto deve ser retido parafinanciar a expanso dosnegcios.

    Reflita o seguinte: se apenasuma pequena parcela dos lucrosfor distribuda, a empresa ficarmenos dependente do capital de

  • terceiros e ampliar aparticipao do capital prprio naestrutura financeira. O inverso verdadeiro: se maior parte doslucros for distribuda haver umamenor ampliao do capitalprprio fazendo com que aempresa necessite de fontes decapital de terceiros, o que oneraa empresa, pois tais fontessomente so obtidas com opagamento de juros.

    Uma poltica de dividendosadequada favorece amanuteno dos preos das

  • aes em nveis elevados e issopode garantir o sucesso defuturos lanamentos de novasaes no mercado.

  • Levantamento ealocao derecursos:algumasimplicaes

    Reconhecidos os aspectosbsicos da administraofinanceira, vejamos agora suaprincipal funo. Cabe administrao financeira daempresa duas tarefas bsicas:

    a obteno dos recursos

  • nas condies maisfavorveis possveis;a alocao eficiente dessesrecursos na empresa.

    Levantamento derecursos

    As fontes de recursos disposio de uma empresapodem ser classificadas como:

    recursos prprios (capitalintegralizado, reservas elucros retidos) e recursosde terceiros (compromissos

  • assumidos e dvidascontradas);recursos permanentes(recursos prprios e dvidasa longo prazo) e recursostemporrios (compromissose dvidas de curto prazo);recursos onerosos(provocam despesasfinanceiras) e noonerosos.

    Adequao entre asformas e usos

  • de recursos em termosde prazos e custos

    A adequao entre os recursosa serem levantados e seu usoest intimamente ligada a prazosde pagamentos e aos custosenvolvidos.

    A seguir encontramos quatrosituaes gerais sobre essaadequao, so elas: a comprade equipamentos, os juros eencargos incidentes, os recursosprprios e a alocao dosrecursos.

  • Compra de equipamentosAs tcnicas de administrao

    financeira ensinam que se o valorfor investido num determinadobem de uso, por exemplomquinas, equipamentos outerrenos para o cho de fbrica,ou seja, referem-se ainvestimentos cujo retorno sedar somente no longo prazo,estes devero ser financiadoscom recursos permanentes e nocom recursos provenientes deprazo de vencimento inferior. Porexemplo: se uma mquina

  • requer um investimento deR$100.000.000,00 e as receitasgeradas por ela somentepagaro a mquina em cincoanos, a empresa deve procurarfontes de financiamentos comprazo superior a cinco anos e noinferior. Esse tipo de anlise bastante superficial mas fazsentido, pois, do contrrio, aempresa estaria liquidando suadvida antes mesmo darecuperao do investimento.

    Juros e encargos incidentesDe forma bastante resumida a

  • composio de capitais de umaempresa, sem entrar na questode curto e longo prazo, constituda de capital prprio ede terceiros. Enquanto o capitalprprio no onera o resultadoeconmico pois no sorevestidos de encargosfinanceiros (juros), qualquercomposio de capital deterceiros implica nessesencargos. Isso faz com que, nofinal, o resultado econmico sejareduzido por esses encargos.Alm disso, quando se trata detomar capital de terceiros junto

  • s instituies de fomento essasexigem garantias reais, o quereduz a flexibilidade da gestoda empresa.

    Recursos prpriosOs recursos prprios so

    aqueles que, em primeiro lugar,no oneram os resultados daempresa e, em segundo,representam os recursos que osacionistas esperam serremunerados. Ditodiferentemente, nenhum scio oumesmo um pequeno acionistaaplicar seu dinheiro se este no

  • se reverter em lucro na suasaes. Isso implica emdistribuio de parte dos lucrospela empresa. Para que hajadistribuio dos lucros, elesdevem antes ser reinvestidos edepois distribudos.

    Alocao de recursosA segunda tarefa bsica da

    funo financeira diz respeito alocao eficiente de recursos.Isso envolve a constante buscada otimizao no uso dos fundospara que seja alcanada arentabilidade desejada e

  • preservada a capacidade daempresa em pagar seuscompromissos nos vencimentos.

    ExemplosVejamos alguns exemplos que

    apresentam vantagens edesvantagens:

    Estoques elevados dematria-prima (MP) e demateriais auxiliaresbeneficiam as operaesdas reas de suprimentos ede produo, como segue:

    Vantagens para a rea de

  • suprimentos:maior prazo parapesquisar o mercado enegociar com osfornecedores;compras em grandesquantidades permitemobter condies maisfavorveis;ocorrendo rejeiopelo controle dequalidade, havertempo suficiente paraprovidenciar asubstituio junto aofornecedor etc.

    Vantagens para a rea de

  • produo:eliminao do risco deinterrupes noprocesso produtivodevido falta demateriais;maior flexibilidade naprogramao daproduo;em conjunturainflacionria, ospreos mdios dosmateriais estaroregistrados porvalores inferiores aospreos atuais demercado, fazendo comque o custo mdio de

  • produo apurado pelacontabilidade sejamenor do que o custode produo.

    Desvantagens para a reafinanceira:

    os estoques elevadosde matria-primapodem causar a falsaimpresso de que aempresa est solventenum determinadoperodo de tempo. importante lembrarque o ndice deliquidez seca1 noconsidera os estoquespara avaliar a liquidez

  • da empresa. Emoutros termos, numasituao de recesso,onde os nveis dedemanda caem, aempresa pode se vercom um estoqueelevado de matria-prima sem terperspectiva detransformao emproduto acabado e,portanto, de vendas,reduzindo assim o seundice de liquidez.

    Estoques elevados deprodutos em elaborao eprodutos acabados

  • oferecem vantagens paraas reas de produo e devenda:

    Vantagens para a rea deproduo:

    permite otimizar oprograma deproduo,possibilitando areduo efetiva decustos pelos ganhosde escala;possibilitam oatendimento depedidos inesperados eurgentes;fazem com que o

  • custo mdio calculadopela contabilidadeseja inferior ao custode reposio, em facedos constantesaumentos de preosprovocados pelainflao.

    Vantagens para a rea devendas:

    atendimento rpidoaos clientes;possibilidade deoferecer preoscompetitivos quandoestes foremcalculados a partir docusto nominal mdio

  • dos produtos.Desvantagens para a reafinanceira:

    numa situao derecesso, elevadosestoques de produtoem processo eprodutos acabadoselevam os custos namedida em que no hdemanda.

    Prazos dilatados defaturamento facilitam odesempenho da rea devendas, fazendo com queos saldos das duplicatas a

  • receber se elevem acimado que seria desejvel.

    Desvantagens para a reafinanceira:

    prazos muitos longospara converter asduplicatas em dinheiro(caixa) implicam emaumento do ciclofinanceiro da empresa,o que pode ser nocivo,pois ampliam o hiatoentre o pagamentodas obrigaes e orecebimento dasvendas.

  • Com base no que foi visto nestaseo, a seguir encontramos umquadro resumido da funo baseda empresa, a qual implica naobteno e alocao de recursos.

    Quadro 1 Fluxos defundos: uma viso geral dofuncionamento das finanasda empresa

  • No quadro 1 observamos ofuncionamento da administraofinanceira sob o ponto de vistado levantamento de recursos e aalocao desses recursos. Noteque os recursos so obtidos dediversas formas onerando ou noa empresa. Ao mesmo tempoque esses recursos so obtidos,existem compromissos a seremrealizados. Uma empresa geracustos de mo de obra,compromissos com fornecedoresde matria-prima, compromissoscom a energia eltrica consumidaetc.

  • O mais importante aqui observar que no existe sincroniaentre o que levantado e o que alocado. Na verdade,observando atentamente umfluxo de caixa, percebemos queh necessidade de se fazer umesforo para que tudo o que adquirido seja aplicado (alocado)no seu devido tempo. A respostapara isso o oramento de caixaque possibilita reduzir asincertezas quanto s entradas es sadas.

    1 Apresenta a capacidade de pagamento da empresano curto prazo.

  • A relao liquidezversusrentabilidade

    LiquidezEntende-se por liquidez a

    capacidade da empresa emhonrar seus compromissos decurto e longo prazos nas datasprevistas e ainda ter uma folgafinanceira para eventualidades.Quando uma empresa deixa deliquidar seus compromissosfinanceiros nas datas acordadas,

  • a empresa sofre restries aocrdito e tem dificuldades namanuteno do ritmo normal dasoperaes. A situao podedeteriorar-se at o ponto dadecretao de sua concordata e,posteriormente, na decretaode sua falncia.

    A insolvncia de uma empresapode surgir devido a diversosmotivos: excesso deimobilizaes ou de estoques(aqui podem ser os estoques dematria-prima, produtos emprocesso e/ou produtos

  • acabados), prazos muito longosconcedidos aos clientes parapagamento ou, ainda, autilizao de fontes definanciamento inadequadas.

    Podemos observar que acapacidade da empresa emcumprir seus compromissosfinanceiros afetada tanto pelacomposio das fontes de fundosquanto pela composio de seusativos. Por exemplo: o estoquede matria--prima precisa ser transformadoem estoque de produtos

  • acabados e isso envolve certoperodo de tempo. Os estoquesde produtos acabadosnecessitam ser vendidos,implicando mais esforo detempo. As duplicatas precisamser cobradas para transformar-seem dinheiro (caixa) e novamentetranscorre certo temporelacionado com o prazo defaturamento e com algunsatrasos. Nessa etapa surgemalgumas perdas relativas acrditos incobrveis. Essasperdas esto relacionadas aosdevedores duvidosos (proviso

  • para devedores duvidosos) queocorre quando a empresa lana aestratgia de conceder prazospara pagamentos (poltica decrdito). Mesmo que exista umapoltica de crdito e cobranaque procure avaliar o clientesempre ocorrero algumasperdas por falta de pagamento,da o surgimento de uma rubricaconhecida como PDD (Provisopara Devedores Duvidosos).

    Enquanto esse processo sedesenvolve, existem salrios eoutros compromissos que devem

  • ser pagos em datas previamentedeterminadas. Surgem assim osdescompassos nos fluxos decaixa que tm de ser previstoscom certa exatido para quepossam ser tomadas, em tempohbil, as decises pertinentes. Ooramento de caixa constitui oinstrumento adequado para essafinalidade.

    Desse modo, a manuteno daliquidez da empresa representa apreocupao mais imediata dotesoureiro, que o executivoresponsvel por essa parte da

  • administrao financeira. Nessestermos, a liquidez representauma condio mais quenecessria para a continuidadedas atividades empresariais.

    RentabilidadeComo pudemos perceber, as

    atividades empresariais estoorientadas para a obteno delucros. O lucro ou prejuzo decada perodo resulta daconfrontao entre receitas edespesas, observando-se oregime de competncia de

  • exerccios. Tomadoisoladamente, o lucro apenasindica o excedente das receitassobre os custos e despesasincorridos. Podemos comparar oresultado de um exerccio socialcom o lucro obtido no exerccioanterior ou com aquele que haviasido projetado e concluir sobre asua evoluo ou sobre oatingimento da meta proposta.

    Embora tais informaestenham validade, ser maiselucidativo comparar o lucro como investimento realizado para a

  • sua obteno. Com isso obtemosuma medida da remunerao dosrecuros aplicados denominadataxa de rentabilidade ou TaxaInterna de Retorno (TIR).

    Podemos conceituarrentabilidade como o grau dexito econmico obtido por umaempresa em relao ao capitalnela investido. Se desejarmosmedir exclusivamente arentabilidade das operaes,deveremos relacionar o lucrooperacional com o valor do ativooperacional. Com isso estaramos

  • aferindo a eficincia na gestodos recursos prprios e deterceiros, independentementedos custos financeiros e deoutros fatores.

    Uma medida mais abrangentecorresponde taxa obtida darelao entre o lucro lquido e ocapital prprio que indica aremunerao alcanada pelosproprietrios durante o exercciosocial da empresa. Nessa taxa jse encontram computadas asdespesas financeiras, osresultados no operacionais e a

  • tributao do Imposto de Renda.Para que essa taxa de retornopossa ser devidamente avaliada,devemos cotej-la com aexpectativa dos acionistas queenvolve a considerao do riscoassumido e das demaisoportunidades de ganhoexistentes no mercado para omesmo grau de risco.

    A conjugao desses riscosdetermina o risco globalsuportado pelos proprietrios daempresa. Se houver queda nasreceitas de vendas, o lucro

  • operacional declinar mais doque proporcionalmente e o lucrolquido ser duplamente afetado.Em uma situao como essa, aempresa poder sofrer grandesprejuzos.

    A rentabilidade das operaes eos efeitos dos custos financeirossobre o retorno dos proprietriosconstituem a preocupao bsicad o controller que o executivoresponsvel por essa outrafaceta da administraofinanceira.

  • Liquidez versusrentabilidade

    O grande desafio daadministrao financeira buscarconstantemente o equilbrioentre a liquidez adequada e arentabilidade satisfatria.

    A preservao de uma liquidezconsiderada adequada empresa implica na necessidadede ser mantido certo volume derecursos sob a forma dedisponibilidades (ativo circulante)que representam a manutenode fundos ociosos ou aplicados a

  • curtssimo prazo (open market) ataxas bastante reduzidas.

    Adicionalmente, deve sercultivado um bomrelacionamento bancrio paraque a empresa possa contar comlinhas de crditopermanentemente abertas. Asrelaes com os bancosdemandam o oferecimento dedeterminadas vantagens a ttulode reciprocidade. Assim, aempresa dever manternumerrio parado nas contasbancrias para compor os saldos

  • mdios exigidos, ao mesmotempo em que ser compelida autilizar intensamente os serviosoferecidos por essesestabelecimentos, a maioria dosquais mediante a cobrana detarifas elevadas.

    O tesoureiro defender essesprocedimentos, argumentandoque seus benefcios compensamos custos envolvidos. O controllerdemonstrar que esse excessode zelo na manuteno daliquidez compromete seriamentea rentabilidade. Desse modo,

  • constata-se que, mesmo dentroda rea financeira, existemconflitos a serem administrados.

    Risco versus retornoRisco e retorno so a base

    sobre a qual se tomam decisesracionais sobre investimentos.De modo geral, risco umamedida da volatilidade ouincerteza dos retornos, eretornos so receitas esperadasou fluxos de caixa previstos dequalquer investimento.

    Considere o seguinte exemplo:

  • todos ns sabemos que depositarnuma caderneta de poupana mais seguro do que apostar naloteria. As cadernetas depoupana rendem um juroconstante e baixo ao ano e sogarantidas pelo governo, o quese traduz em confiana. Osretornos de uma caderneta depoupana no flutuam muito e,por essa razo, so consideradosseguros e tm um baixo grau derisco. Por outro lado, ao apostarna loteria no sabemos oresultado. Podemos ganharmuito ou podemos perder tudo o

  • que investimos. Os retornossobre as apostas na loteria soaltamente incertos, muitovolteis e sujeitos a um alto graude risco. Quando doisinvestimentos rendem o mesmoretorno, a escolha final sebasear na avaliao do risco decada projeto. Aquele projeto quetiver menor risco ser oescolhido.

    Nesse sentido, o risco o graude incerteza associado a uminvestimento. Quanto maior avolatilidade dos retornos de um

  • investimento, maior ser o seurisco. Quando dois projetos tmo mesmo retorno esperado,escolhe-se aquele de menorrisco.

    Riscos pequenos estoassociados a retornos baixos eriscos grandes a retornos altos.As relaes entre risco e retornoesperado esto ilustradas nafigura 1. No nvel de risco zero,os investidores obtero retornosde Y1, no de risco X1, obteroretornos de Y2, e no de risco X2,retornos de Y3. A figura

  • apresenta uma compensaoentre riscos e retornosesperados. Sob condiesnormais, risco baixo propiciaretornos baixos e risco elevadoest associado a retornoselevados.

  • Segundo Groppelli e Nikbakht(2005, p. 73), o risco mensurado pelo grau de volatilidade associado aosretornos esperados. Volatilidade a quantidade de flutuaes queocorrem com uma srie denmeros ao se desviarem deuma mdia representativa. Porexemplo, a mdia da srie 1, 2, 3(1 + 2 + 3 = 6 dividido por 3) 2 e a mdia da srie 1, 3, 5 (1 +3 + 5 = 9 dividido por 3) 3. Asegunda srie de nmeros considerada mais voltil que aprimeira pois as distncias entre

  • cada nmero da segunda srie maior do que as distncias daprimeira. Portanto, quanto maiora volatilidade, maior o nvel derisco.

    Outro fator que aumenta o risco o prazo. O dinheiro hoje valemais para o investidor do que nofuturo. Quando um investidorempresta dinheiro, sempre existeo risco ou a incerteza de oemprstimo no ser pago. Osaplicadores devem serrecompensados adequadamente,para que assumam o risco de

  • aplicar o dinheiro que tm emcaixa.

  • Natureza darelao risco-retorno: efeitos de aumentoe diminuio

    Vimos mais acima que quandouma empresa pretende aumentarseu retorno, necessariamenteaumenta seu risco pois existeuma relao direta entre asvariveis. O inverso tambm verdadeiro. As variveisenvolvidas para se perceber essa

  • relao fazem parte dacomposio do Capital CirculanteLquido (CCL) da empresa queso obtidas da seguinte forma:

    CCL = AC PCOu seja,Capital Circulante Lquido =

    Ativo Circulante PassivoCirculante

    Ativo CirculantePara se avaliar os efeitos do

    nvel do ativo circulante narelao risco--retorno, emprega-se um ndice

  • bastante simples que nada mais do que a diviso do ativocirculante pelo ativo total. Aodividir essas variveis obtemosum percentual que podeaumentar ou diminuir emdeterminadas situaes.

    Efeitos de umaumento

    Veremos a seguir que quando ondice ativo circulante/ativo totalaumenta, implica em reduo dorisco e reduo do retorno. Issoocorre devido ao fato da

  • empresa investir mais em ativosde curto prazo do que em ativosno circulantes revelando, assim,uma estratgia para assegurar aliquidez e, portanto, seu estadode solvncia. Nesse caso, oaumento do ativo circulantesignifica que o CCL tambmaumentou.

    Efeitos de umadiminuio

    A diminuio do ndice ativocirculante/ativo total implica emoutra estratgia. Trata-se aqui

  • de uma estratgia que busca arentabilidade da empresa namedida em que se investe maisem recursos no circulantes emenos em recursos de curtoprazo. Nesse caso, o risco seeleva assim como o retornotambm elevado. Quando setem esse tipo de estratgiapercebe-se uma reduo do CCLda empresa, pois menos recursosesto sendo aplicados emcirculantes e mais em nocirculantes.

    Exemplo

  • Considere o balano de umaempresa apresentado a seguir:

    Tabela 1 Balano daempresa X

    Se a empresa ganhar 5% sobreseus Ativos Circulantes (AC) e20% sobre seus Ativos NoCirculantes (ANC), a configuraodo balano corrente propiciarum lucro de aproximadamenteR$900,00 [(5% x R$2.000,00 =R$100,00) + (20% . R$4.000,00

  • = R$800,00)] sobre seu ativototal.

    O CCL da empresa, na situaoatual (sem considerar oaumento), de R$1.000,00 (AC PC = R$2.000,00 R$1.000,00)e o ndice ativo circulante/ativototal de 0,3333 (R$2.000,00 /R$6.000,00).

    Se a empresa reduzir essendice, investindo R$500,00 emativos no circulantes (portanto,transferindo R$500,00 da contaAC para ANC), o novo ndiceativo circulante/ativo total ser

  • 0,25 (R$1.500,00 / R$6.000,00).Aplicando os percentuais

    mencionados anteriormente (5%sobre o AC e 20% sobre o ANC),o novo lucro da empresa serR$975,00 [(5% . R$1.500,00 =R$75,00) + (20% . R$4.500,00 =R$900,00)]. Por sua vez o CCLcair de R$1.000,00 paraR$500,00 (AC PC =R$1.500,00 R$1.000,00).

    Tabela 2 Efeitos de umavariao nos ativoscirculantes

  • Conforme indicado na tabela 2,na medida em que o ndice ativocirculante/ativo total decresce de0,3333 para 0,25, o lucroproveniente dos ativos totaiscresce R$75,00 (de R$900,00para R$975,00). Seu risco,medido pelo montante de CCL,aumenta, pois seu CCL reduzido de R$1.000,00 paraR$500,00. Isso justifica nossasconcluses anteriores referentes

  • relao risco-retorno, associadaao ativo circulante da empresa.

    Passivo CirculanteAssim como ocorre na variao

    do ativo circulante, aplica-se omesmo ndice na conta dopassivo circulante. Nesse caso,as variaes no passivo podemser observadas atravs do ndicepassivo circulate/ativo total. Oque esse ndice vai revelar umpercentual de quanto do ativototal est sendo financiado pelopassivo circulante. Esse ndice

  • pode aumentar ou diminuirconforme a estratgiaempregada pela empresa.

    Efeitos de umaumento

    O aumento do ndice passivocirculante/ativo total implica quea empresa est empregandouma estratgia que busca antesde tudo o retorno ao invs dorisco. Na verdade, na medida emque esse ndice aumenta o riscotambm aumentar. Isso ocorreporque a empresa est trocando

  • seu financiamento de longoprazo por financiamento de curtoprazo. Na relao do CCLteramos um passivo circulantemaior do que um ativo circulante(da provm o motivo do riscoaumentar).

    Efeitos de umadiminuio

    Diferentemente do aumento, adiminuio no ndice passivocirculante/ativo total denotaoutra estratgia da empresa.Trata-se aqui de uma estratgia

  • que busca a liquidez antes darentabilidade na medida em quea empresa estaria trocando asfontes de financiamento de curtoprazo por fontes de longo prazo.Ao fazer isso, a empresa reduz ascontas do passivo circulante (oque, por conseguinte, aumenta oCCL), preservando assim aliquidez da empresa. Por outrolado, a rentabilidade tambmcair pois sero aumentadas asfontes de recursos de longoprazo.

    Exemplo

  • Utilizando o exemplo:Tabela 3 Balano da

    empresa Y

    O ndice passivocirculante/ativo total (diviso dopassivo circulante pelo ativototal) de 0,1667 (R$1.000,00 /R$6.000,00). Suponha que ocusto de seu passivo circulanteseja de 2%, enquanto o customdio de seu passivo nocirculante seja de 10%.

  • Considerando que sejarealizada uma transferncia deR$500,00 do PNC para o PC, oPNC ter novo saldo deR$2.500,00 enquanto que PCficar com R$1.500,00. O novondice passivo circulante/ativotota ser 0 , 2 5 (R$1.500,00 /R$6.000,00).

    Num primeiro momento,desconsiderando astransferncias citadas (entre PNCe PC) e aplicando os percentuais(2% sobre PC e 10% sobre PNC),o resultado ser de R$320,00

  • [(2% . R$1.000,00 = R$20,00) +(10% . R$3.000,00 =R$300,00)]. Agora, considerandoa movimentao entre as contasde PNC e PC, poder serobservada uma queda nos custosde R$320,00 (calculadoanteriormente) para R$280,00([(2% . R$1.500,00 = R$30,00)+ (10% . R$2.500,00 =R$250,00)]).

    Neste cenrio, considerandoque AC era de R$2.000,00 tabela 1 no incio do problema, oCCL da empresa decrescer de

  • um nvel inicial de R$1.000,00(R$2.000,00 R$1.000,00) paraR$500,00 (R$2.000,00 R$1.500,00). A tabela a seguirmostra os resultados.

    Tabela 4 Efeitos de umavariao nos passivoscirculantes

  • ConclusoPudemos observar neste

    captulo que a funo bsica eprincipal da administraofinanceira bem equacionar arelao que existe entre aobteno de recursos e aalocao dos mesmos. Vimosainda que, para que isso ocorra,h necessidade de perceber queno existe sincronia entre aobteno e alocao dosrecursos, na medida em que oscompromissos assumidos poruma empresa no ocorrem

  • exatamente no momento dasentradas de receitas e dosrecursos levantados.

    Por fim, fica claro que o grandedesafio da administraofinanceira o binmio liquidezversus rentabilidade na medidaem que representam variveisque caminham no mesmosentido, o que torna complexasua administrao na medida emque os grupos de contasenvolvidos na anlise possuemretornos (o caso dos ativos) ecustos (o caso dos passivos).

  • Ampliando seusconhecimentos

    Dois tipos de risco(DAMODARAN, 2007)

    O risco, como o definimos emfinanas, mensurado com basenos desvios dos retornos efetivossobre um investimento em relaoa seus retornos esperados. Existemdois tipos de risco. O primeiro,chamado risco de patrimniolquido, refere-se a investimentosnos quais no existem flutuaesde caixa prometidos, mas fluxos de

  • caixa esperados. O segundo,chamado risco de no pagamento,refere-se a investimentos comfluxos de caixa prometidos.

    Sobre investimentos com risco depatrimnio lquido, o risco melhormensurado analisando-se avarincia de retornos efetivos emrelao a retornos esperados, comuma maior varincia indicando umrisco maior. Esse risco divide-se emrisco que afeta um ou algunsinvestimentos, que chamamos derisco especfico de uma empresa, erisco que afeta muitos

  • investimentos, que chamamos derisco de mercado. Quando osinvestidores diversificam, elespodem reduzir sua exposio aorisco especfico de uma empresa.Presumindo que os investidores quenegociam na margem so bemdiversificados, concluimos que orisco que deveramos estarexaminando com investimentos empatrimnio lquido o risco demercado [].

    Sobre um investimento com riscode no pagamento, o risco mensurado pela probabilidade de

  • que os fluxos de caixa prometidospossam no ser cumpridos.Investimentos com risco mais altode no pagamento tm taxas dejuros mais altas, e o prmio quedemandamos sobre uma taxa semrisco o prmio de no pagamento.Para a maioria das companhiasnorte-americanas, o risco de nopagamento mensurado pelasagncias classificadoras na formade uma classificao da empresa;essas classificaes determinam,em grande parte, as taxas de juroscom base nas quais essas empresaspodem tomar emprestado. Mesmo

  • na ausncia de classificaes, astaxas de juros incluiro um prmiode no pagamento que reflete asavaliaes de risco de nopagamento dos financiadores. Essastaxas de juros ajustadas ao risco de no pagamento representam ocusto de tomar emprestado ou dedvida para uma empresa.

    Atividades de aplicao1 . O principal objetivo de uma

    empresa buscar amaximizao da riqueza deseus proprietrios. Para que

  • isso ocorra, necessrio quehaja certo tempo para suaconcretizao. Surge, ento, aperspectiva de longo prazo naempresa. Explique o que talperspectiva de longo prazo noprocesso de maximizao dariqueza.

    2 . Um dos principais desafios daadministrao financeira bem equacionar a relao queexiste entre liquidez erentabilidade. Enquanto aliquidez est relacionada capacidade de honrar suas

  • dvidas acordadas nos prazosestabelecidos, a rentabilidadeimplica no retorno do capitalinvestido na empresa. Se isso um fato, qual a dificuldadeem equacionar essa relao?

    3 . As duas tarefas bsicas daadministrao financeira so aobteno (levantamento) derecursos e a alocao dosmesmos, tudo isso nasmelhores condies possveis.Dada a natureza de bemlevantar e alocar os recursospara uma empresa, onde est

  • sua dificuldade em realizaressas duas tarefas?

    RefernciasBIO, Srgio Rodrigues. Sistemasde Informao: um enfoquegerencial. So Paulo: Atlas, 1985.BRASIL, Lei 4.595/1964, de 31 dedezembro de 1964.BRASIL, H. V.; BRASIL, H.G . Gesto Financeira dasEmpresas: um modelo dinmico.Rio de Janeiro: Qualitymark, 1992.BROM, Luiz Guilherme; BALIAN,

  • Jos Eduardo Amato. Anlise deInvestimentos e Capital deGiro. So Paulo: Saraiva, 2007.CASAROTTO FILHO, N.; KOPITTKE,B. H. Anlise de Investimento.So Paulo: Atlas, 1994.CATELLI, Armando. Controladoria:uma abordagem da gestoeconmica. So Paulo: Atlas, 1999.CLEMENTE, Ademir. ProjetosEmpresariais e Pblicos. SoPaulo: Atlas, 1998.DAMODARAN, Aswath. FinanasCorporativas: teoria e prtica.Porto Alegre: Bookman, 2007.

  • DUTRA, Ren G. Custos: umaabordagem prtica. So Paulo:Atlas, 1995.GROPPELLI. A. A.; NIKBAKHT, E.Administrao Financeira. SoPaulo: Saraiva, 2005.IUDCIBUS, S. Anlise de Custos.So Paulo: Atlas, 1989.MARTINS, Eliseu. Contabilidadede Custos. So Paulo: Atlas, 2003.MARTINS, Eliseu; ASSAF NETO,A l e x a n d r e . AdministraoFinanceira. So Paulo: Atlas,1986.

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  • Sobre Crdito e Cobrana. SoPaulo: Nobel, 1990.REIS, Arnaldo. DemonstraesContbeis: estrutura e anlise.So Paulo: Saraiva, 2006.SANVICENTE, Antonio Z.Administrao Financeira. SoPaulo: Saraiva, 1987.SCHERR, Frederick. ModernWorking Capital Management.Englewood Cliffs: Prentice-Hall,1989.SOUZA, Alceu; CLEMENTE, Ademir.Gesto de Custos. So Paulo:Atlas, 2007.

  • TAVARES, Ricardo. Crdito eCobrana. So Paulo: Atlas, 1988.

    Gabarito1 . A perspectiva de longo prazo

    est relacionada a um dosaspectos para que hajamaximizao da riqueza. Paraque uma empresa consigaefetivamente maximizar ariqueza dos proprietrios(acionistas, atravs davalorizao de suas aes) epor outro lado, para quemaximize a riqueza da prpria

  • empresa (atravs do aumentodo patrimnio com o empregodo lucro em mquinas eequipamentos) necessriotempo para que se concretizeesses resultados. A ideia deperspectiva de longo prazoest relacionada ideia detempo para que a empresa sedesenvolva e concretize suasmetas.

    2. A dificuldade ocorre na medidaem que liquidez erentabilidade caminhamjuntas na administrao

  • financeira. Se a empresaprocurar priorizar a liquidez,certamente vai comprometera rentabilidade pois algumrecurso deixar de ser feitoem ativos fixos. A recprocatambm verdadeira, se aempresa priorizar suarentabilidade certamentecomprometer sua liquidez.

    3 . A dificuldade est nodescompasso dos fluxos deentrada e de aplicao dosrecursos. Dito diferentemente,no existe sincronizao entre

  • levantar um recurso e aloc-lo.

  • Natureza eadministrao do capital degiro

  • IntroduoA administrao do capital de

    giro para uma empresa defundamental importncia namedida em que envolve gruposde contas-chave para aadministrao financeira. Trata-se, por exemplo, dos estoques,do caixa, das aplicaesfinanceiras de curto prazo, dasduplicatas a receber, das contasa pagar e assim sucessivamente.Note que essas contas, comoveremos adiante, estorelacionadas ao ciclo operacional,

  • ao ciclo financeiro e ao cicloeconmico da empresa quepossibilitam, quando bemadministrados, alcanar bonsresultados sob o ponto de vistaeconmico e financeiro.

    Assim, este captulo procuraapresentar as principaiscaractersticas do capital de girobem como as ferramentas parasua anlise e administrao.

  • Natureza edefinies da administraodo capital de giro

    Quando falamos em Capital deGiro (CG), estamos nos referindoaos recursos de curto prazo daempresa, ou seja, aqueles quepodem ser convertidos em caixao mais rapidamente possvel numprazo mximo de um ano. Paraque esses recursos possam serconvertidos em caixa o maisrapidamente possvel,

  • necessrio que seu ciclo deproduo-venda-produo noultrapasse um ano. Existe,porm, empresas queultrapassam esse ciclo de umano, por exemplo, as atividadesrurais, as atividades deestaleiros, a perfurao-extrao-refino de petrleo etc.Nesses casos, a delimitao deum ano no costuma ser seguidapor essas empresasprevalecendo, nessa situao,um ciclo operacional mais longopara se definirem os recursos

  • correntes.Se os elementos do giro so

    aqueles de fcil converso, emum ano fica fcil identificar queesses recursos encontram-se noAtivo Circulante (AC) e noPassivo Circulante (PC). Emoutros termos, encontram-se nocurto prazo.

    Conhecido tambm por capitalcirculante, o capital de giro representado pelo ativocirculante, no qual podemosidentificar as aplicaescorrentes tais como os

  • disponveis (caixa e bancos), osvalores a receber (duplicatas) eos estoques (sejam eles dematria-prima, de produtos emprocesso ou de produtosacabados).

    Nesses termos, podemos aindadefinir o capital de giro comosendo os recursos demandadospor uma empresa para financiarsuas necessidades operacionaisidentificadas desde a aquisiode matria-prima (no caso deuma empresa de produoindustrial) ou mercadorias (no

  • caso de uma empresa comercial)at o recebimento pela venda doproduto acabado.

    importante notar que oselementos que compem o ativocirculante no apresentam sincronizaotemporal equilibrada em seusnveis de atividade. Isso querdizer que no existe sincroniaentre o caixa de uma empresa,por exemplo, e todos os seuscompromissos de curto prazo. Sefosse o contrrio e houvessesincronizao, no haveria

  • necessidade de se manteremrecursos aplicados em capital degiro. Para ilustrar, imagine setodas as vendas fossemrealizadas vista, dessa formano haveria duplicatas a recebere, portanto, no haverianecessidade de existirinvestimento nesta conta.Igualmente, se houvessesincronizao entre o que produzido e o que vendido nohaveria necessidade de estoquesde produtos acabados.

    Assim, a boa administrao

  • financeira procura a eficincia nagesto de recursos, atravs damaximizao de seus retornos aomesmo tempo que procura aminimizao de seus custos.

    O capital de giro fixo evarivel

    Quando estudamos o capital degiro, podemos dividi-lo em duaspartes ou segmentos: capital degiro fixo (ou permanente) ecapital de giro varivel (ousazonal).

    Enquanto o capital de giro

  • permanente refere-se ao volumemnimo de ativo circulantenecessrio para manter aempresa em condies normaisde funcionamento, o capital degiro varivel, por seu lado, definido pelas necessidadesadicionais e temporais derecursos. Essas necessidadesadicionais so verificadas emdeterminados perodos eocorrem, principalmente, porcompras antecipadas deestoques, maior morosidade norecebimento de clientes, recursosdo disponvel em trnsito,

  • maiores vendas (picos de vendas(os perodos de festas natalinas,a Pscoa crist, dia dosnamorados etc.) em certosmeses do ano etc. Essasoperaes promovem variaestemporais no circulante e, porisso, so denominadas desazonais ou variveis.

    O comportamento fixo esazonal representado na figura1.

  • Na ilustrao podemos observaruma ligeira evoluo no capitalde giro fixo ao longo dos anosacompanhando o crescimento daempresa, o que perfeitamentenormal, dado que o capital degiro permanente no fixoindefinidamente ao longo dosanos (ele, na verdade, evoluisensivelmente ao longo do

  • tempo). A parte varivel docapital de giro pode servislumbrada na figura comoaquela linha que sobe numdeterminado momento e depoisdesce, para num momentoseguinte subir novamente.

    Quando estudamos aadministrao do capital de gironossa preocupao deve estarvoltada para a administrao dascontas dos elementos de giro, ouseja, dos ativos e passivoscorrentes (circulantes) e suasinter-relaes existentes. A partir

  • do estudo do capital de giro soestudados fundamentalmente:

    o nvel de estoques que aempresa deve manter;seus investimentos emcrdito a clientes;o gerenciamento do caixa;eas contas dos passivoscorrentes (salrios a pagar,fornecedores etc.)

    O estudo desses grupos decontas na administrao do

  • capital de giro deve serconsistente com os objetivos daempresa e ter por basefundamental a manuteno dosnveis de rentabilidade e liquidez.

    Capital de Giro ouCapital CirculanteLquido

    Em termos contbeis eobservando um BalanoPatrimonial, o Capital de Giro(CG) ou Capital CirculanteLquido (CCL) pode ser vistoalgebricamente atravs das

  • expresses a seguir:Capital Circulante Lquido =

    Ativo Circulante PassivoCirculante

    CCL = AC PCou

    Capital Circulante Lquido =(Patrimnio Lquido + Passivo

    No Circulante) Ativo No

    CirculanteCCL = (PL + PNC) ANC

    Compreende o Ativo NoCirculante (ANC):

  • realizvel a longo prazo;investimento;imobilizado;intangvel.

    Compreende o Passivo NoCirculante (PNC)

    exigvel a longo prazo;receita de exercciosfuturos (somente paraconstrutoras e imobilirias).

    Exemplo 1 CCLPositivo

  • Vejamos um exemplo:

    CCL = Ativo Circulante Passivo Circulante

    CCL = AC PCCCL = R$80,00 R$40,00 =

    R$40,00ouCCL = (Patrimnio Lquido +

    Passivo No Circulante) AtivoNo Circulante

    CCL = (PL + PNC) ANC

  • CCL = (R$120,00 + R$20,00) R$100,00 = R$40,00

    Observe que do total deR$80,00 aplicado no ativocirculante, R$40,00 sofinanciados por crditos de curtoprazo (passivo circulante), e osR$40,00 restantes, querepresentam o capital de girolquido da empresa, so oriundosde recursos de longo prazo(passivo no circulante epatrimnio lquido).

    Em outros termos, dosR$140,00 captados a longo prazo

  • (R$20,00 que esto no passivono circulante e R$120,00 queesto no patrimnio lquido),R$100,00 esto aplicados emativos tambm de longo prazo(ativo no circulante, porexemplo, em imobilizado) e osR$40,00 excedentes sodirecionados para financiar ocapital de giro prprio daempresa, denotando certa folgafinanceira.

    Exemplo 2 CCLNegativo

  • Por outro lado, uma empresacom capital de giro lquidonegativo, isto , com passivocirculante maior que ativocirculante, denota que osrecursos de longo prazo daempresa no so suficientes paracobrir suas aplicaes de longoprazo, devendo utilizar recursosdo passivo circulante para talfim. Ou seja, um CCL negativorevela que a empresa estusando recursos passivoscorrentes para financiar seusinvestimentos permanentes.Vejamos o exemplo a seguir:

  • CCL = Ativo Circulante Passivo Circulante

    CCL = AC PCCCL = R$80,00 R$100,00 =

    R$20,00OuCCL = (Patrimnio Lquido +

    Passivo No Circulante) AtivoNo Circulante

    CCL = (PL + PNC) ANC

  • CCL = (R$80,00 + R$40,00) R$140,00 = R$20,00

    Nesse exemplo, o CCL de R$20,00, indicando que R$40,00dos R$140,00 aplicados em ativono circulante, por exemplo, emmquinas, no imobilizado, sofinanciados por dvidas de curtoprazo.

    De outro modo, observa-se quea empresa tem levantadoR$120,00 de recursos de longoprazo (PNC = R$40,00 + PL =R$80,00), mas esse montanteno suficiente para cobrir suas

  • aplicaes em ativos nocirculantes de R$140,00, sendo adiferena de R$20,00 (recursosde longo prazo = R$120,00 aplicaes em ativos nocirculantes = R$140,00) cobertapor obrigaes correntes (passivocirculante). Dito diferentementea soma de recursos de longoprazo (prprios = R$80,00 +terceiros = R$40,00 = R$120,00) menor do que os R$140,00aplicados no ativo no circulante.Na verdade quem estfinanciando parte dos recursos noANC o PC.

  • Ento, temos o seguinte: noANC temos R$140,00 aplicadosem mquinas e equipamentos.Esse valor financiado em partecom recursos de longo prazo:PNC + PL = R$120,00. Note quefaltam R$20,00. A pergunta aseguinte: esses R$20,00 surgemda onde? Do Passivo Circulante(R$100,00 R$80,00 =R$20,00).

    O Capital de GiroPrprio

    No raro empresas adotarem,

  • na prtica, o conceito de Capitalde Giro Prprio (CGP), que determinado pela diferena entreo Patrimnio Lquido e o AtivoNo Circulante, ou seja:

    Capital de Giro Prprio =Patrimnio Lquido AtivoNo Circulante

    ouCGP = PL ANC

    No caso do exemplo 1teramos:

    CGP = PL ANCCGP = R$120,00 R$100,00

  • CGP = R$20,00J no caso do exemplo 2

    teramos:CGP = PL ANCCGP = R$80,00 R$140,00CGP = R$60,00Essa medida de liquidez revela,

    basicamente, que os recursosprprios da empresa que estofinanciando suas atividadescorrentes (ativo circulante). umindicador limitado, notadamente,por pretender identificar anatureza (origem) dos recursosde longo prazo prprios ou de

  • terceiros que se encontramfinanciando as atividadescirculantes.

  • A importncia dociclo operacional, econmico efinanceiro para ocapital de giro

    Ciclo operacionalComo vimos anteriormente,

    uma importante caracterstica naanlise do capital de giro aexistncia da falta desincronizao temporal entre osrecursos de uma empresa e seus

  • compromissos. Nesses termos, ocapital de giro convive ainda comduas outras importantescaractersticas: a curta durao ea rpida converso de seuselementos em outros do mesmodo grupo, e sua consequentereconverso. Observa-se, nosativos correntes, a presena deum fluxo contnuo e permanentede recursos, entre seus vrioselementos, estabelecendo forteinter-relao no grupo etornando seus valores bastantemutveis. Por exemplo, aempresa precisa comprar

  • matria-prima (estoques) eassim h uma reduo dodisponvel (caixa e/ou banco),pois ela precisa pagar por elas.Essa matria-prima transformada em produtos eposteriormente em vendas. Seessas vendas forem vista,ocorre uma elevao dodisponvel (caixa por conta daentrada de dinheiro), por outrolado, se as vendas forem aprazo, haver uma alterao nosaldo de duplicatas a receber,que somente ser disponvel

  • (caixa) quando essas duplicatasforem resgatadas(transformadas). E assim segue ociclo de uma empresa.

    Dessa forma a administraodo capital de giro deve promoveruma alta rotao (giro) aocirculante (ativo e passivocirculante), tornando maisdinmico seu fluxo de operaes.Esse incremento de atividade nocapital de giro proporciona, deforma favorvel empresa,menor necessidade deimobilizao de capital no ativo

  • circulante e consequenteincentivo ao aumento darentabilidade.

    Nesse processo descrito nopargrafo anterior, surge deforma natural o ciclo operacionalda empresa que se inicia naaquisio da matria-prima paraa produo no caso de umaempresa industrial e se finalizano recebimento pela venda doproduto final (na converso dasduplicatas a receber emdisponvel)1

    1 No caso de uma empresa comercial, o ciclo comeacom a compra da mercadoria e termina com o

  • recebimento (pagamento) pela venda dessamercadoria.

    . Em outras palavras, o ciclooperacional incorporasequencialmente todas as fasesoperacionais presentes noprocesso empresarial deproduo-venda-recebimento,conforme ilustrado na figura 2.

    Onde :PME = Prazo Mdio de

    Estocagem (de matria-prima)

  • PMF = Prazo Mdio deFabricao

    PMV = Prazo Mdio de Venda(prazo mdio de estocagem dosprodutos

    acabados)PMC = Prazo Mdio de

    Cobrana (ou PMR = prazo mdiode recebimento)

    O ciclo operacional varia emfuno do setor de atividade edas caractersticas de atuao daempresa. A maior parte dasempresas tem ciclo operacional

  • com prazo inferior a um ano porser mais comum. Entende-senessas situaes que o ciclooperacional se repete vriasvezes no ano, evidenciandomaior giro (rotao) para osinvestimentos operacionais. Osexemplos mais comuns de ciclooperacional inferior a um ano soas empresas de peasautomotivas, indstria moveleira,caladista, txtil etc. J comoexemplo de empresas com ciclooperacional superior a um anopodemos citar a indstriaautomotiva, as montadoras de

  • veculos. Outras empresas comoconstrutoras e empresas ruraisapresentam ciclos mais longos,por vezes maiores que um ano,exigindo assim a presena de umvolume maior de financiamentode capital de giro.

    Cada fase do ciclo operacionaldemanda de forma crescentecerto montante de recursos parafinanciar suas atividades. Ditodiferentemente, quanto maior ociclo operacional maiores seroas necessidades.

  • A estocagem da matria-primae as vendas a prazo constituemuma fase que pode receber certaparcela de financiamentoproveniente de crditos decompras a prazo de fornecedorese de descontos de duplicatas.

  • Para as demais fasesoperacionais devem ser alocadosrecursos financeiros de outrasorigens.

    Observa-se que asnecessidades financeiras de cadafase operacional no soconstantes ao longo do tempo,apresentando incrementos emcada perodo pela absoro dosdispndios correspondentes. Porexemplo, o investimentodemandado no perodo deestocagem das matrias-primas menor que o verificado no

  • perodo de fabricao, em razode serem agregados nesta faseos custos de produo. Damesma forma, a necessidade definanciamento cresce maisdurante os prazos de venda ecobrana pela presena de custose despesas especficos.

    Por outro lado, osfinanciamentos provenientes defornecedores mantm-seinalterados ao longo dosperodos, exigindo que aempresa demande cada vez maisrecursos medida que avana

  • em seu ciclo operacional. Emverdade, os prazos depagamento em geral (assimcomo os descontos deduplicatas) partem dedeterminado valor, noabsorvendo nenhum dispndioque foi verificado nas fasesoperacionais.

    A partir do ciclo operacional possvel identificar o ciclofinanceiro e o ciclo econmico.

    Ciclo financeiroEnquanto o ciclo operacional

  • envolve todas as etapas doprocesso de produo, o ciclofinanceiro revela a distncia queexiste entre o pagamento damatria-prima (o que implica emdesembolso) e o processo deproduo e recebimento dasvendas (o que implica ementrada de caixa). Trata-se deum hiato que ocorre nasempresas por conta da falta desincronizao entre pagamentose recebimentos. Se no houvesseessa distncia e tudo fossesincronizado entre o pagamentoda matria-prima e o

  • recebimento das vendas noexistiria o ciclo financeiro. O ciclofinanceiro demonstrado nafigura 4.

    Note que o ciclo financeirocomea exatamente quando dopagamento da matria-primaadquirida e termina exatamenteno recebimento das vendas, ouseja, esse ciclo demarcado por

  • ($) que indica tanto a sada derecursos (pagamento de matria-prima) quanto a entrada derecursos (recebimento pelasvendas). No esquema, a siglaPMPF significa Prazo Mdio dePagamento a Fornecedores.

    Ciclo econmicoO ciclo econmico inicia na

    compra da matria-prima(independente do seupagamento) e termina na vendado produto (independente do seurecebimento). um conceito que

  • no se prende aos momentos depagamento e recebimento denumerrio e to somente aosmomentos-chave do processo deproduo.

    A representao dos trs ciclos feita na figura 6:

  • Uma vez reconhecido cada cicloe suas especificidades, vejamoscada rubrica dos ciclosidentificados:

    Ciclo Operacional = PME(MP) + PMF + PMV + PMC

    Ciclo Financeiro = Ciclo

  • Operacional PMPFCiclo Econmico = Ciclo

    Operacional PMCOnde:PME = Prazo Mdio de

    EstocagemPME =Estoque de matria-prima

    Consumo de matria-prima (MP). nmero de dias

    PMF = Prazo Mdio deFabricao

    PMF =Estoque de produtos em processo

  • Custo dos produtos elaborados. nmero de dias

    PMV = Prazo Mdio deVendas

    PMV =Estoque de produtos acabados

    Custo dos produtos vendidos (CPV). nmero de dias

    PMC = Prazo Mdio deCobrana

    PMC =Duplicatas a receber

    Vendas. nmero de dias

  • PMPF = Prazo Mdio dePagamento a Fornecedores

    PMPF =Fornecedores a pagar

    Compras. nmero de dias

    ExemploVejamos um exemplo que nos

    ajudar a compreender o clculoe a compreenso dos trs ciclos:

    Tabela 1 Informaescontbeis da Cia W 1.trimestre de X9

  • Tabela 2 Informaesadicionais da Cia W 1.trimestre de X9

    Obs.: para esse caso o nmero de dias ser 90, poisrepresenta a quantidade de dias no trimestre. Se

    estivssemos tratando de um quadrimestre seriam 120dias, um semestre seriam 180 dias e assim

    sucessivamente.

    A partir dessas informaes,determine: o ciclo operacional, ociclo financeiro e o ciclo

  • econmico da empresa.

    ResoluoDeterminando o ciclooperacional

    Prazo Mdio de Estocagem deMatria-Prima (PME)

    PME = (Estoque de matria-prima/consumo de matria-prima) . nmero de dias

    PME = (R$200,00 / R$2.000,00). 90

    PME = 9 diasPrazo Mdio de Fabricao

    (PMF)

  • PMF = (Estoque de Produtosem Processo/custo dos produtoselaborados) . nmero de dias

    PMF = (R$400,00/R$6.000,00) .90

    PMF = 6 dias(Obs.: para esse caso assume-

    se o CPV por desconhecer o custodos produtos elaborados.)

    Prazo Mdio de Vendas (PMV)PMV = (Estoque de Produtos

    acabados/custo dos produtosvendidos) . nmero de dias

    PMV = (R$800,00 / R$2.000,00). 90

  • PMV = 12 diasPrazo Mdio de Cobrana (PMC)PMC = (Duplicatas a

    receber/vendas) . nmero dedias

    PMC = (R$6.400,00 /R$18.000,00) . 90

    PMC = 32 diasCiclo Operacional = PME (MP)

    + PMF + PMV + PMCCiclo Operacional = 9 + 6 + 12

    + 32Ciclo Operacional = 59 dias

    Determinando o ciclo

  • financeiroPMPF (Prazo Mdio de

    Pagamento a Fornecedores)PMPF = (Fornecedores a

    pagar/compras) . nmero de diasPMPF = (R$3.000,00 /

    R$5.000,00) . 90PMPF = 54 diasCiclo Financeiro = Ciclo

    Operacional PMPFCiclo Financeiro = 59 dias 54

    diasCiclo Financeiro = 5 dias

    Determinando o cicloeconmico

  • Ciclo Econmico = CicloOperacional PMC

    Ciclo Econmico = 59 dias 32dias

    Ciclo Econmico = 27 diasVejamos a seguir a

    representao dos ciclos a partirde um esquema.

  • Conflito risco-retorno na administraodo capital de giro

    Como pde ser visto maisacima, dado um volume deatividade (produo), quantomaior forem os recursosaplicados em ativos correntes(circulantes) menor ser arentabilidade oferecida peloinvestimento (na medida em queo AC for maior que o ANC) e, emcontrapartida, menos arriscada

  • ser a poltica de capital de giroadotada. Nessa situao, revela-se maior imobilizao de capitalem giro (maior folga financeira),que promove retornos relativosinferiores queles apurados aooptar-se por uma estruturafinanceira de menor liquidez,com reduzido volume de capitalde giro. O inverso tambm verdadeiro.

    Assim, considere as alternativasabaixo onde se manteve umaestrutura com fontes definanciamento proporcionalmente

  • constantes. Os passivoscorrentes financiam 20%, os delongo prazo 30% e o PL 50% dototal dos ativos.

    Tabela 3 Avaliao derisco

    A alternativa de alto risco aque apresenta menorinvestimento em capital de giroe, provavelmente, maiorrentabilidade. Ao contrrio, a

  • reduo do risco (baixo risco) verificada pelo aumento do CCL,promovendo, pela mais elevadaimobilizao de capital, umareduo do retorno percentual.

    Considere que o lucrooperacional tenha atingidoR$140.000,00 (estamos supondoo valor do lucro operacional namedida em que este no seencontra na tabela) para ambasas alternativas de capital de giro,e o lucro lquido R$62.000,00(supondo) na situao de maiorrisco e R$43.000,00 na de menor

  • risco, so apuradas as seguintestaxas de retorno:

    Tabela 4 A relao risco eretorno

    Observe que quanto maior for aparticipao do CCL (estruturafinanceira da empresa for menosarriscada), menor ser arentabilidade. Posturasempresariais de maior risco, commenor CCL, costumam promover

  • retornos compensatrios maiselevados.

    Nessa posio de conflito,conclui-se que uma empresa nopode decidir por uma posio demais alta liquidez e rentabilidadesimultaneamente, devendo optarpor um CCL que lhe proporcioneum nvel de segurana erentabilidade adequado aospadres definidos pela relaorisco-retorno.

  • ConclusoNeste captulo podemos

    destacar que a administrao docapital de giro de fundamentalimportncia para as finanas daempresa na medida em que asvariveis contempladas estorelacionadas ao curto prazo daempresa. O caixa, os estoques,as duplicatas representamgrupos de contas que, quandobem administradas, possibilitambons resultados de liquidez e derentabilidade para a empresa.

    Devemos destacar, ainda, que

  • a administrao do capital degiro est intimamenterelacionada ao ciclo operacional,financeiro e econmico daempresa, impondo aoadministrador oacompanhamento e controle daestabilidade dos ciclos, sobretudono que concerne ao ciclofinanceiro, na busca constante deotimizao, pois sua reduorepresenta entradas de recursosde capital cclico, que podem seralocados em outras contas.

  • Ampliando seusconhecimentos

    O caso da Hutter BarryEnterprises e da CronePaper Company: uma

    aplicao(GITMAN, MADURA, 2006)

    A Hutter Barry Enterprises tem,em mdia, R$50.000,00 em caixa ettulos negociveis, R$1.250.000,00em estoques e R$750.000,00 emcontas a receber. O negcio daHutter Barry tem sido bastante

  • estvel, por isso seus ativosoperacionais podem ser vistos comopermanentes. Alm disso, as contasa pagar, no valor de R$425.000,00,so estveis. Assim, a Hutter Barrytem um investimento permanenteem ativos operacionais deR$1.625.000,00 (R$50.000,00 +R$1.250.000,00 + R$750.000,00 R$425.000,00). Esse montantetambm seria igual a suanecessidade permanente [grifonosso] de captao de fundos.

    Em contraste, a Crone PaperCompany, que produz papel para

  • caderno, tem necessidadessazonais de captao de fundos. ACrone tem vendas sazonais, comseu pico de vendas guiado pelascompras de papel na poca de voltas aulas. A Crone tem, no mnimo,R$25.000,00 em caixa e ttulosnegociveis, R$100.000,00 emestoques e R$60.000,00 em contasa receber. Em pocas de pico, oestoque da Crone aumenta paraR$750.000,00 e suas contas areceber aumentam paraR$400.000,00. Para ter eficincia naproduo, a Crone produz papel auma taxa constante durante o ano

  • todo. Assim, as contas a pagarpermanecem em R$50.000,00 oano todo. Consequentemente, aCrone tem uma necessidade decaptao permanente de fundospara seu mnimo de ativosoperacionais de R$135.000,00(R$25.000,00 + R$100.000,00 +R$60.000,00 R$50.000,00) e umanecessidade sazonal de recursos napoca de pico (alm de suanecessidade permanente) deR$990.000,00 [(R$25.000,00 +R$750.000,00 + R$400.000,00 R$50.000,00) R$135.000,00]. O

  • total das necessidades de captaode recursos da Crone para ativosoperacionais varia de um mnimode R$135.000,00 (permanente) aum pico sazonal de R$1.125.000,00(R$135.000,00 + R$990.000,00).

    Atividades de aplicao1. Calcule o CCL para a seguinte

    estrutura patrimonial (BalanoPatrimonial):

  • 2. Se o passivo circulante de umaempresa maior que seuativo circulante, o que issorepresenta em termos derecursos de longo prazo eaplicaes?

    3. Enquanto o ciclo financeiro deuma empresa compreende omomento em que a empresapaga pelas compras dematria-prima para produzirseu produto at o momentodo recebimento das vendas, oque compreende o ciclooperacional de uma empresa?

  • 4. Com base nas informaesabaixo, encontre: o PME, oPMF, o PMV, o PMC, o PMPF edepois informe o ciclooperacional, financeiro eeconmico.

    5. Considere o BalanoPatrimonial a seguir e informeo CCL desta empresa:

  • -6. Com base no BP anterior,

    informe o capital de giroprprio dessa empresa.

    RefernciasASSAF NETO, Alexandre; SILVA,Csar Augusto Tibrcio.Administrao do Capital deGiro. So Paulo: Atlas, 2007.

  • BIO, Srgio Rodrigues. Sistemasde Informao: um enfoquegerencial. So Paulo: Atlas, 1985.BRASIL, Lei 4.595/1964, de 31 dedezembro de 1964.BRASIL, H. V.; BRASIL, H.G . Gesto Financeira dasEmpresas: um modelo dinmico.Rio de Janeiro: Qualitymark, 1992.BROM, Luiz Guilherme; BALIAN,Jos Eduardo Amato. Anlise deInvestimentos e Capital deGiro. So Paulo: Saraiva, 2007.CASAROTTO FILHO, N.; KOPITTKE,B. H. Anlise de Investimento.

  • So Paulo: Atlas, 1994.CATELLI, Armando. Controladoria:uma abordagem da gestoeconmica. So Paulo: Atlas, 1999.CLEMENTE, Ademir. ProjetosEmpresariais e Pblicos. SoPaulo: Atlas, 1998.DUTRA, Ren G. Custos: umaabordagem prtica. So Paulo:Atlas, 1995.GITMAN, Lawrence J.; MADURA,Je ff. Administrao Financeira:uma abordagem gerencial. SoPaulo: Pearson, 2006.

  • IUDCIBUS, S. Anlise de Custos.So Paulo: Atlas, 1989.MARTINS, Eliseu. Contabilidadede Custos. So Paulo: Atlas, 2003.MATARAZZO, Dante C. AnliseFinanceira de Balanos. v. 1. SoPaulo: Atlas, 1989.MORRIS, James R. The Role of CashBalances in Firm Valuation. Journalof Financial and QuantitativeAnalysis, v. 18, n. 4, dec. 1983.OLIVEIRA, Djalma de Pinho R.Planejamento Estratgico:conceitos, metodologia e prticas.So Paulo: Atlas, 1986.

  • OLIVEIRA, Jos Alberto N.Engenharia Econmica. SoPaulo: McGraw-Hill, 1982.PEREIRA, Airton Gil Paz. Tudosobre Crdito e Cobrana. SoPaulo: Nobel, 1990.REIS, Arnaldo. DemonstraesContbeis: estrutura e anlise.So Paulo: Saraiva, 2006.SANVICENTE, Antonio Z.Administrao Financeira. SoPaulo: Saraiva, 1987.SCHERR, Frederick. ModernWorking Capital Management.Englewood Cliffs: Prentice-Hall,

  • 1989.SOUZA, Alceu; CLEMENTE, Ademir.Gesto de Custos. So Paulo:Atlas, 2007.TAVARES, Ricardo. Crdito eCobrana. So Paulo: Atlas, 1988.

    Gabarito1 . CCL = Ativo Circulante

    Passivo CirculanteCCL = R$100,00 R$80,00CCL = R$20,002. Representa que os recursos de

    longo prazo da empresa em

  • questo no so suficientespara cobrir suas aplicaes delongo prazo e, portanto, aempresa utiliza recursos decurto prazo para esse fim. Emoutros termos: a empresaest usando recursos de curtoprazo para financiaraplicaes de longo prazo(ativo no circulante).

    3 . Compreende desde omomento da aquisio damatria-prima para produzir oproduto at o momento dorecebimento das vendas.

  • 4 . PME = Estoque de matria-prima/consumo de MP x 120= R$400,00 / R$6.000,00 x120 = 8 dias

    PMF = Estoque de produtos emprocesso/CPV x 120 =R$800,00 / R$8.000,00 x 120=12 dias

    PMV = Estoque de produtosacabados/CPV x 120 =R$1.000,00 / R$8.000,00 x120 =15 dias

    PMC = Duplicatas areceber/vendas x 120 =R$8.400,00 / R$24.000,00 x

  • 120 = 42 diasPMPF = Fornecedores a

    pagar/compras x 120 =R$4.000,00 / R$8.000,00 x120 = 60 dias

    Ciclo Operacional = PME (MP) +PMF + PMV + PMC

    Ciclo Operacional = 8 + 12 +15 + 42 = 77 dias

    Ciclo Financeiro = CicloOperacional PMPF

    Ciclo Financeiro = 77 60 = 17dias

    Ciclo Econmico = Ciclo

  • Operacional PMCCiclo Econmico = 77 42 = 35

    dias5. Clculo do CCL :CCL = Ativo Circulante

    Passivo CirculanteCCL = AC PCCCL = R$200,00 R$100,00 =

    R$100,006. Clculo do CGPCGP = PL ANCCGP = R$180,00 R$100,00 =

    R$80,00

  • Administraodo disponvel

  • IntroduoUm dos grandes avanos na

    teoria das finanas foi osurgimento de modelos queprocuram instrumentalizar oadministrador para bemadministrar o caixa da empresa.Esses modelos procuram proporuma anlise voltada nosomente para o gestor daempresa bem administrar o caixacomo levam em considerao oretorno e o risco dos ativos.

    Nesses termos, o objetivo destecaptulo apresentar trs

  • modelos para a administrao dodisponvel da empresa (o caixa),so eles: o modelo do CaixaMnimo Operacional, o modelo deBaumol e o modelo de Miller eOrr.

  • Por que asempresasdemandam caixa?

    Imagine uma situao idealonde a empresa em que vocatua tem um controle total sobresua liquidez. Nesse caso o saldode caixa seria zero. Isso ocorreriaporque ter o controle total sobrea liquidez implica conhecer todasas entradas e sadas de dinheirono perodo de tempo. Ora, issona verdade significa dizer queexiste sincronizao entre o que

  • a empresa espera receber eaquilo que ela precisa pagar.

    Observe, no entanto, que talsituao inexistente na prtica.Isso ocorre porque alguns fatorescomo alto custo do dinheiro,inflao, incerteza do fluxo decaixa, entre outros, fazem comque qualquer empresa precisemanter, em magnitudesdiferentes, um nvel mnimo decaixa.

    Segundo Keynes (1988), umaempresa apresenta trs motivospara ter um valor mnimo de

  • caixa: transao, precauo eespeculao.

    O motivo de transao aparece,pois todos os indivduos eempresas precisam ter algumdinheiro para realizar astransaes do dia a dia. Aquantia que cada indivduo ouempresa determina sernecessria depender de fatorestais como suas receitas edespesas. Se uma pessoa recebeR$100,00 a cada semana e umaoutra R$200,00 a cada duassemanas, a primeira ter

  • necessidade de um saldo mdiode caixa, para fins de suastransaes, menor do que asegunda, presumindo-se queambas gastem suas rendas totaisigualmente, no decorrer dotempo. Primeiro perceba queambas recebem no final de umms a mesma importncia (aprimeira R$100,00 . 4 =R$400,00 e a segunda R$200,00. 2 = R$400,00). Ento, por quea primeira est numa situaomais confortvel em termos denecessidade de transao do quea segunda? A resposta simples:

  • a primeira, numa situaoeventual de transao no meioda primeira ou da segundasemana, ter caixa (dinheiro)para realizar a transaoenquanto a segunda no ter,pois seu dinheiro somente entraa cada duas semanas.

    O motivo de precauo surge,fundamentalmente, por fora daincerteza de receitas e despesasfuturas. Os saldos de precauopermitem que as pessoas e asempresas faam frente aaumentos imprevisveis de seus

  • gastos ou atrasos inesperados naentrada das receitas. Esse tipode demanda de caixa (moeda)varia de acordo com a renda. Osindivduos precisam de maisdinheiro e esto dispostos a pruma maior parte desse dinheiroem poupanas ou aplicaes derenda fixa (que garantam certaproteo), quanto maiores foremos nveis de renda. importantenotar aqui que a figura da taxade juros no aparece emprimeiro lugar. O que maisimportante aqui so as reservasque so guardadas em funo do

  • nvel de renda.Por outro lado, importante

    notar que a demanda porprecauo varia inversamentecom a taxa de juro. A uma taxade juro relativamente alta, osindivduos e empresas podem sertentados a assumir o risco de umsaldo para precauo menor, emtroca da alta taxa de juro, quepode ser auferida ao converter-se parte daquele saldo paraprecauo em haveres geradoresde juros.

    Embora a demanda por

  • precauo possa serformalmente distinguida dademanda para transao, omontante geral de caixa (moeda)retido para fazer face a ambas asdemandas visto,fundamentalmente, como umafuno do nvel de renda e atcerto ponto da taxa de jurotambm.

    Por fim, o motivo deespeculao revela que aquele(indivduo ou empresa) quedeseja comprar um ttulo est,at certo ponto, inevitavelmente

  • especulando com as futurasvariaes nas taxas de juros eenfrentando a possibilidade deum ganho ou uma perdafinanceira decorrente de taisvariaes. As pessoas eempresas que mudam de fundosde caixa para ttulos ou aesesperam que a taxa de jurosbaixe e o valor daqueles papissuba; elas encaram a presentetaxa de juros alta e o preo dospapis como baixos os quefazem a troca em sentidocontrrio tm expectativasopostas. O que ocorre que os

  • possuidores de riquezasdesenvolvem um conceito do que uma taxa de juros normal econsideram a taxa de juroscorrente algumas vezes alta eoutras baixa, dependendo doconceito de normalidade comisso que temos muitas vezesesses sentidos opostos nastransaes com ttulos.

    Assim possvel estabelecerque quanto mais alta for a taxade juros, menor o montante queos proprietrios de acervos(acervos de ttulos, aes etc.)

  • decidem manter sob a forma de(caixa) moeda.

    Considerando, ento, esses trsmotivos apresentados porKeynes, o caixa mnimo de umaempresa depender de uma sriede fatores, vejamos algunsdeles:

    falta de sincronizao entrepagamentos erecebimentos de caixatende a elevar o caixanecessrio;ocorrncia de eventos no

  • previstos no planejamentoda empresa;elevado custo de umfinanciamento;bom relacionamento com osistema financeiro (saldoem conta bancria);possibilidade de furtos edesfalques;existncia de prazo mdiode recebimento de vendasacima do necessrio;existncia de prazo depagamento reduzido;

  • grande investimento emestoques;processo produtivo comdesperdcios e atividadescom pouca contribuiopara o resultado;nvel de inflao;poltica de crdito daempresa, em especial amorosidade dospagamentos e aprobabilidade de clientesno efetuarempagamentos, o que implicamaior necessidade de

  • caixa;taxa de juros no mercadofinanceiro.

    O estudo dos fatores listadosindica que uma empresa semprenecessitar de um caixa mnimopara satisfazer as suasnecessidades financeiras. Paradeterminar qual valor deverepresentar esse caixa mnimo,existem diversos modelos e, parao propsito deste livro,estudaremos trs modeloscomeando pelo modelo do caixamnimo operacional.

  • Modelo do CaixaMnimoOperacional

    O modelo do Caixa MnimoOperacional (CMO) bastantesimples, pois leva emconsiderao apenas duasvariveis a serem determinadas:o giro de caixa e o ciclofinanceiro da empresa.

    Assim, para obter o CMO bastadividir os desembolsos (sadas decaixa) totais previstos por seugiro de caixa. Ou seja,

  • Para obtermos o giro de caixa,basta encontrarmos o ciclo decaixa (ciclo financeiro daempresa). Uma vez encontrado ociclo financeiro tomamos onmero de dias do perodo deprojeo e dividimos por esteciclo encontrado. Se o perodo deprojeo for de um ano, ento, onmero de dias ser 360 (12meses x 30 dias), se a base deprojeo for um semestre onmero de dias ser 180 (6meses x 30 dias) e assim

  • sucessivamente. importante notar ainda que o

    ciclo de caixa (ciclo financeiro) determinado pelo tempo quedecorre entre o pagamento que aempresa faz pela compra da suamatria-prima at o recebimentodas suas vendas. Sendo assim, ociclo financeiro pode serdeterminado pela expresso:

    Ciclo Financeiro = (PME +PMF + PMV + PMC) (PMPF)Ou podemos ter tambm uma

    variao da expresso acima umpouco simplificada:

  • Ciclo Financeiro = PME+PMC PMPF

    Observao: essa expressosimplificada empregadaquando se desconhece o prazomdio de fabricao e o prazomdio de cobrana.

    Onde:PME = Prazo Mdio de

    Estocagem

    PMF = Prazo Mdio deFabricao

  • PMV = Prazo Mdio deVendas

    PMC = Prazo Mdio deCobrana

    PMPF = Prazo Mdio dePagamento a Fornecedores

    Exemplo quando seconhece o ciclo decaixa

  • da empresaSuponha que uma empresa

    tenha projetado para certoexerccio de um ano,desembolsos totais de caixa deR$2.000.000,00. Sabe-se que ociclo de caixa dessa empresaalcana 18 dias, ou seja, esse ointervalo de tempo em que aempresa somente desembolsarecursos, ocorrendo entradas defluxos financeiros somente apartir do 19. dia.

    1. passo: calcular o

  • giro de caixaGiro de caixa = 360 dias / ciclo

    financeiroGiro de caixa = 360 dias / 18

    diasGiro de caixa = 20 vezesUm ciclo financeiro de 18 dias

    indica que o caixa gira (renova-se) 20 vezes no perodo de umano.

    2. passo: calcular oCaixa MnimoOperacional

  • CMO = Desembolsos / giro decaixa

    CMO = R$2.000.000,00 / 20 =R$100.000,00

    Pode-se dizer que quanto maioro giro, consequentemente,menor o ciclo financeiro e maisreduzidas apresentam-se asquantidades exigidas para ocaixa.

    Exemplo quando preciso descobrir ociclo financeiro daempresa

  • Suponha uma empresa comprazo de pagamento defornecedores de 20 dias, prazode estocagem de 40 dias e prazomdio de cobrana de clientes de25 dias. Ainda supondo que seusdesembolsos anuais sejam deR$400.000,00. Qual o CMO dessaempresa?

    1. passo: encontrar ociclo de caixa

    Ciclo financeiro (ciclo de caixa)= PME + PMC PMPF

    Ciclo financeiro (ciclo de caixa)

  • = 40 + 25 20 = 45 dias

    2. passo: calcular ogiro de caixa

    Giro de caixa = 360 / 45 = 8vezes

    Um ciclo financeiro de 45 diasindica que o caixa renova-se 8vezes no perodo de um ano.

    3. passo: calcular oCaixa MnimoOperacional

    CMO = Desembolsos / giro de

  • caixa = R$400.000,00 / 8 =R$50.000,00

    ConsideraesReflita no caso do exerccio

    anterior. Se promovermos umareduo no prazo de recebimento(cobrana) para 10 dias, isso farcom que o ciclo de caixa sejareduzido para 30 dias (40 + 10 20 = 30). Essa reduoaumentar o giro de caixa para12 vezes (360/30).

    Com isso, o CMO passa deR$50.000,00 para R$33.333,33

  • (R$400.000,00 / 12) promovendouma reduo de R$16.666,67.

    Assim, podemos concluir quequanto menor for o prazo derecebimento (a empresa estariana verdade antecipando orecebimento de suas vendas)menor ser o volume de caixamnimo, o que desejvelquando se trata de liquidez.

    No entanto, no raro faz-seuma confuso aqui. Trata-se deconfundir volume de caixamnimo com reduo de prazo derecebimento. Se a empresa reduz

  • seu prazo de recebimento, querdizer, antecipa suas vendas, elaest obtendo uma maior liquidez,pois a distncia entre opagamento de MP e as vendasdiminuem. Por consequncia, aempresa necessita umaquantidade menor de dinheiropara (volume de caixa mnimo)as adversidades e compromissos.

    importante notar que omodelo do CMO bastanteempregado pelas empresas,embora apresente algunsinconvenientes, por exemplo,

  • no levar em conta o fluxo decaixa da empresa no perodo deanlise.

  • Modelo de BaumolNesse modelo, que leva o nome

    do seu criador (William Baumol),consideram-se as entradasperidicas de dinheiro no caixa eas sadas constantes de recursos.

    Contrariamente ao modelo doCaixa Mnimo Operacional ondeprocura-se determinar omontante mnimo de caixa apartir do giro de caixa, o modelode Baumol supem a existnciade um mercado financeiro comum investimento de curto prazoqualquer, onde uma empresa

  • pode transformar um fluxoregular de recebimentos de caixaem diversos fluxos. Para queconsiga transformar um fluxoregular em vrios fluxos, bastaque a empresa aplique parte dorecebimento inicial nesteinvestimento e, com o tempo, vsacando o dinheiro existentenessa conta (investimento).

    Na figura 1 podemos observardois grficos. O primeiro grfico(lado esquerdo) apresenta asituao original em que, a cadaperodo de tempo (um ms, por

  • exemplo), existe um recebimentoe inmeros pagamentos. Osegundo grfico (lado direito)apresenta a situao em que onico recebimento foitransformado em trs pelaaplicao de 2/3 do recebimentooriginal num investimento decurto prazo.

    Note que se de um lado,

  • quando aplicamos uma parcelado dinheiro em investimento decurto prazo, isto nos proporcionaum ganho na forma de juros, dooutro lado, cada operao deinvestir ou desinvestir (retirar)pode implicar um custo. Essecusto vai desde impostos detransaes financeiras at ocusto do tempo que o funcionrioda empresa leva para fazer aoperao de ligar para o banco esolicitar a transferncia derecursos da conta deinvestimento.

  • Atravs do confronto entre osrendimentos obtidos cominvestimentos de curto prazo e ocusto de cada operao deaplicao e resgate, a empresapode determinar em quantosmontantes iguais o recebimentooriginal ser dividido, de modo amaximizar seu lucro. Esse valor obtido pela frmula abaixo:

    Onde:i = a taxa de juros da aplicao

    financeira;R = o montante recebido

  • periodicamente;b = o custo de cada operao

    de investimento ou resgate incluindo desde impostos atquaisquer custos diretamentevinculados a esta operao; e

    N = o nmero de operaesque sero realizadas no perodo.

    Exemplo de aplicaodo modelo de Baumol

    Suponha uma empresa querecebe no dia primeiro de cadams R$10.000,00. Considerandoum ms de 20 dias teis, pode-

  • se afirmar que os desembolsosmdios dirios da empresamontam em R$500,00(R$10.000,00 / 20). A taxa dejuros de mercado de 1% aoms e cada vez que feita umaoperao, seja de investimentoou de pagamento, a empresadespende R$2,00 referentes aocusto vinculado a essa operao.Assim temos:

    i = 1% = 0,01R = R$10.000,00b = R$2,00N = ?

  • N = 5Desse modo, segundo o modelo

    de Baumol, sero feitas cincooperaes de transferncia derecursos sendo cada um dosresgates no valor de R$2.000,00(R$10.000,00 / 5). Outra formade analisar o resultado dizerque a cada 4 dias (20 dias teis /5 operaes) existir umatransferncia de fundos daaplicao financeira para o caixada empresa. O quadro 1 mostrao fluxo de pagamentos e

  • recebimentos da empresa.Quadro 1 Exemplo do

    modelo de Baumol(ASSAF NETO; SILVA, 2007. Adaptado.)

    A primeira coluna apresenta o

  • caixa inicial para cada dia. Para oprimeiro dia, dos R$10.000,00recebidos, R$8.000,00 foraminvestidos no curto prazo. Osdesembolsos dirios de R$500,00reduzem o caixa at o instanteem que seja necessrio fazeruma transferncia de recursos daaplicao financeira para o caixa,o que ocorre, no 4., 8., 12. e16. dia til do ms.

    A empresa recebeuR$10.000,00 e investiuR$8.000,00 (conforme observadono dia 1 do quadro anterior). O

  • restante (R$2.000,00) o seusaldo de caixa inicial. A primeiradas cinco operaes est antesdo primeiro dia, que quando setem um saldo inicial zero (da orecebimento do seu recurso deR$10.000,00).

    Variaes na taxa dejuros, custo das operaes evolume derecebimentos

    possvel analisarmos algunsefeitos na determinao do

  • nmero de operaes a seremrealizadas se variarmos osseguintes dados: taxa de juros,custo das operaes e volume derecebimento. Vejamos asvariaes e seus impactos.

    Variao na taxa dejuros

    Vamos imaginar, aproveitandoo quadro 1, que a taxa de jurostenha aumentado para 2% aoms no lugar de 1%. O sensocomum indica que ser maisatrativo investir os recursos em

  • aplicaes financeiras. Vejamoscomo isso ficaria:

    N = 7,07 ou N = 7(arredondando)

    O novo resultado indica que oacrscimo na remunerao doinvestimento de curto prazo (oaumento da taxa de juros) fazcom que a empresa promovamais retiradas ao