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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTO I

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Resumo de Administração

Assunto:

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTO I

Autor:

PROFº MAURO GALLO

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTO I

Prof. Mauro Gallo

1. INTRODUÇÃO

Finanças – aplicação de princípios econômicos e financeiros objetivando a maximização da riqueza da empresa (valor das ações);

Conduzir negócios exige conhecimento de finanças; Campo de finanças vem passando por grandes mudanças nos últimos anos; Mercados financeiros tem desenvolvido vários métodos e instrumentos de

investimento para levantamento de capital: Contratos de arrendamento mercantil (leasing); Contratos de aquisições; Contratos de opções de ações; Contratos de opções de divisas, etc.

Administradores de Empresas precisam de conhecimentos de finanças para dirigirem os empreendimentos eficientemente e tomarem decisões de investimentos lucrativos;

Conhecimento de finanças não deve ser restrito aos tesoureiros, controladores e planejadores financeiros – entendimento dos princípios de finanças habilita os diversos profissionais a participar efetivamente do processo decisório.

2. AS FINANÇAS EM UMA EMPRESA

Aquisição de ativos gera finanças nas empresas; Empresa busca criar valor para seus proprietários (patrimônio);

Receitas geradas pelas vendas de produtos/serviços englobam lucros (gerador de recursos adicionais a serem aplicados na empresa);

Risco e retorno de um investimento – análise quanto a compensação (viabilidade); Microdecisões – decisões internas que afetam:

Resultados das vendas; Controle de custos; Política de preços.

Macrofatores – ocorrência de fatores econômicos e financeiros abrangentes que influenciam as operações da empresa: Vendas (receitas); Lucros.

3. O PAPEL DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Aplicar princípios econômicos e financeiros para maximizar a riqueza ou valor total de um negócio;

Maximizar a riqueza - obtenção do lucro mais elevado possível com o menor risco; Quando os preços das ações de uma empresa aumenta diz-se que a riqueza dos

seus acionistas esta aumentando;

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Até a década de 60 ênfase era melhoria efetiva na administração do capital de giro (registros financeiros e interpretação de demonstrativos financeiros);

Atualmente ênfase na forma de orçamentar recursos escassos eficazmente e investir os fundos em ativos ou projetos que apresentem melhor rendimento entre risco e retorno: Análise das diversas alternativas e qual o efeito de cada uma sobre o valor da

empresa; Proporção adequada entre financiamento através de obrigações e de ações

(capital próprio); Política de dividendos; Planos de longo prazo para obter vantagens de novos instrumentos financeiros,

inclusive de acordo com princípios de finanças internacionais. Administração financeira não é uma ciência isolada, pois relaciona-se com demais

ciências, tais como Economia e Contabilidade.

3.1 Ligação com Economia: O desempenho eficiente da empresa nos aspectos financeiros dependerá do

conhecimento do ambiente econômico e da política econômica onde a empresa atua;

Economia pode ser analisada sobre dois aspectos distintos: Microeconomia; Macroeconomia.

3.2 Ligação com a Contabilidade: A Contabilidade constitui-se em um ferramental importante para a administração

financeira; Tratamento de fundos:

Contador apresenta demonstrações financeiras sob o regime de competência; Administrador Financeiro busca sempre a solvência da empresa, reconhecendo

as receitas e despesas de acordo com entradas e saídas de caixa, ou seja sob o regime de caixa; Ex: Uma venda a prazo de R$ 10.000,00 cujo custo total foi de R$ 8.000,00

à vista, quanto deixa de lucro para a empresa? Qual a situação do caixa referente a esta mesma venda, sabendo-se que os custos já foram pagos e a venda ainda não recebidas?

Tomada de decisão: Contador dedica-se ao registro, coleta e apresentação das demonstrações

financeiras; Administrador Financeiro analisa as demonstrações financeiras, desenvolve

projeções adicionais, de acordo com os cenários internos e externos da empresa e toma decisões embasadas nestas avaliações.

3.3 Perspectivas da Administração Financeira: Adaptação às mudanças; Finanças como ciência e arte;

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Análise financeira torna flexíveis e corretas as decisões de investimento, considerando o momento mais apropriado e vantajoso;

Teoricamente, administradores financeiros bem sucedidos são os que ajudam a melhorar o valor das ações de suas empresas;

Investidores querem ver registrados nos demonstrativos financeiros, crescimento dos retornos de forma rápida e constante, com um nível mínimo de risco;

4. AS FUNÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Pode-se considerar as seguintes funções básicas: Planejamento e controle financeiro – englobando tanto os planos de longo

prazo, como as previsões de curto prazo, analisando e elaborando relatórios de demonstrem as variações entre o previsto e o realizado;

Levantamento de recursos financeiros – analisando e definindo as origens/fontes, se próprios ou de terceiros;

Investimentos de recursos financeiros – analisando e definindo investimentos buscando a maximização do retorno e a minimização dos riscos;

4.1 Planejamento e Controle Financeiro: Importante na administração financeira para tomada de decisões diárias nas

empresas auxiliando nas necessidades de caixa; Requer atenção redobrada nas mudanças intermediárias nas atividades

comerciais; Análise do ciclo operacional reduz custos de financiamentos e evita elevados

estoques e excesso de capacidade produtiva; Planejamento a longo prazo fornecem orientação para área de pesquisa e

desenvolvimento e fundamentar decisões de gastos de capital; Adotando essas abordagens empresas manterão melhor saúde, maximizando a

riqueza dos acionistas.

4.2 Levantamento de Recursos Financeiros: Credores (obrigações) X acionistas (capital); Credores impõem restrições à empresa quando são importante fonte de

financiamento; Acionistas/investidores são os que contratam administradores e visam

maximização do preço de suas ações da empresa; Preocupar-se com forma de geração de fundos internos e externos:

Grande numero de acionistas – diluição do lucro por ação; Nível alto de endividamento – aumenta risco financeiro;

Adotar política de financiamento balanceada para segurança dos investidores.

4.3 Investimentos de Recursos Financeiros: Risco X lucro; Decisão sobre investimentos devem considerar a incerteza e o risco; Maximização do lucro – objetivo de curto prazo;

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Maximização da riqueza pode ser conflitante com objetivos de maximização do lucro;

Maximização da riqueza – deve ser preocupação básica, sendo sempre considerado o princípio da compensação entre risco e retorno.

5. O MODELO DA EMPRESA COM BASE NO BALANÇO PATRIMONIAL

Para que se possa melhor entender e avaliar a função financeira nas empresas é importante o conhecimento de balanço patrimonial;

A figura abaixo nos possibilita uma visão estrutural do balanço patrimonial:

Capital deGiro Líquido

Valor Total dos ativos Valor Total da empresapara os investidores

O lado esquerdo do Balanço Patrimonial indica o valor total dos ativos; O lado direito do Balanço Patrimonial mostra o valor total da empresa para os

investidores e demonstra como esse valor é distribuído; Os ativos circulantes são de duração curta, como por exemplo os estoques; Os ativos fixos são aqueles de longa duração, como um prédio; Os ativos fixos podem ser:

o tangíveis – os de existência física, por exemplo, as máquinas e equipamentos;

o intangíveis – os que não possuem existência física, por exemplo, as patentes e marcas registradas;

As formas de financiamento utilizadas pela empresa estão demonstradas no lado direito do Balanço Patrimonial;

As dívidas podem ser de curto prazo e/ou de longo prazo;

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ATIVOSCirculantes

Ativos Fixos1.Ativos fixos

tangíveis2. Ativos fixos

intangíveis

PassivosCirculantes

PassivosCirculantes

Exigível aLongo Prazo

PatrimônioLíquido

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O patrimônio dos acionistas (Patrimônio Líquido) representa a diferença entre o valor dos ativos e as dívidas (exigências) das empresas.

6. 0 CAMPO DE ESTUDO DA ÁREA DE FINANÇAS

O campo de estudo da área financeira deve comportar algumas perguntas, tais como:

Em que ativos de longa duração deve a empresa investir ?

Esta questão é pertinente ao lado esquerdo do balanço patrimonial – aplicação de recursos. O determinante será a natureza da atividade da empresa. O orçamento de capital e dispêndio de capital são as expressões que descrevem o processo de realização e gestão de gastos com ativos de longa duração;

De que modo pode a empresa levantar dinheiro para custear os dispêndios de capital necessários?

Esta é uma questão que diz respeito ao lado direito do balanço patrimonial – origem dos recursos. Envolve a estrutura de capital da empresa, que indica a proporção de capital próprio e capital de terceiros de curto e longo prazo;

Como devem ser geridos os fluxos de caixa de curto prazo ?

Esta questão está relacionada à parte superior do balanço patrimonial – capital de giro. Há uma falta de sincronização entre as entradas e saídas de caixa durante as atividades operacionais da empresa. O administrador financeiro precisa fazer esforço para gerir as defasagens que possam surgir em termos de fluxo de caixa.

6.1 Modelo Hipotético do Setor Financeiro de uma Empresa:o Nas empresas de grande porte, normalmente, o setor financeiro encontra-se

ligado diretamente a alta direção;o Vejamos abaixo um organograma hipotético do setor financeiro de uma grande

empresa:

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Conselho deAdministração

Presidente do Conselho

PresidenteGeral

Vice-Presidentede Finanças

Tesoureiro ControladorGerente de

CaixaGerente de

CréditoGerente da área fiscal

Chefe contab/custos

ss

Dispêndios de capital

Planejamento financeiro

Chefe contab. finan

Supervisor sistemas

infor.

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Assim temos:

o O Vice- presidente de finanças – esta subordinado diretamente ao Presidente Geral da empresa;

o Estando subordinados diretamente ao Vice-presidente de finanças o Tesoureiro e o Controlador, sendo que:

O Tesoureiro é sempre responsável pela gestão de caixa, pela tomada de decisões de dispêndio de capital e pela elaboração de planos de financiamentos;

O Controlador se ocupará da função contábil, que inclui a contabilidade fiscal, de custos e financeira, bem como do sistema orçamentário e de informações;

Não podemos perder de vista que a tarefa mais importante o administrador financeiro constitui-se em criar valor para os proprietários, a partir das atividades de orçamento de capital, financiamento e liquidez da empresa;

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7. O ADMINISTRADOR FINANCEIRO

Os acionistas delegam a um administrador financeiro a gestão de sua empresa; Como os administradores financeiro criam valor para as empresas?

o A empresa deve procurar adquirir ativos que gerem mais retorno do que custem;

o A empresa deve “vender” obrigações, ações e outros instrumentos financeiro que gerem mais ingresso de recursos do que custos;

Os bem-sucedidos devem estar envolvidos com as constantes mudanças no campo das finanças;

Adotar métodos sofisticados para planejar melhor em situação de crescente competitividade;

Responsável pelo reconhecimento e respostas as mudanças em todos os ambientes: privados, públicos, ou financeiros.

8. A META DO ADMINISTRADOR FINANCEIRO

A principal meta do administrador financeiro é atingir os objetivos dos proprietários da empresa - buscar maximizar a riqueza e não somente o lucro;

Como maximizar a riqueza ?o Retorno realizável ao proprietário: nem sempre a empresa mais lucrativa é a

que dará maior retorno ( perspectivas de crescimento );o Perspectivas de longo prazo: aquisição de novas máquinas, etc;o Época de ocorrência dos retornos: mais rápido e constante;o Risco: analisar custo/benefício;o Distribuição dos retornos: distribuição regular priorizando reinvestimentos e

liquidez da empresa.

9. QUESTÕES PARA REVISÃO

QUESTÕES PARA REVISÃO

01. Descreva a relação geral entre administração financeira e economia e

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explique como o administrador financeiro se baseia nos princípios de macro e microeconomia.02. Como o administrador financeiro depende do contador ? De que forma o resultado da contabilidade age como insumo para a administração financeira ?03. Quais são as maiores diferenças entre a contabilidade e administração financeira com respeito :a) ao reconhecimento de receitas e despesas ?b) a tomada de decisões ?04. Qual a meta do administrador financeiro ?05. É verdade que “se a empresa for lucrativa sua sobrevivência está garantida” ? Explique.

10. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS - VISÃO DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Ênfase não é a preparação das demonstrações financeiras; Demonstrações financeiras constituem fonte básica de informações para

tomada de decisões financeiras; A Lei no. 6.404 de 15/12/76, no art. 176 – obriga a publicação pelas

companhias, ao final de cada exercício social, as seguintes demonstrações financeiras:

o Balanço patrimonial;o Demonstração de resultado do exercício;o Demonstração de lucros ou prejuízos acumulados ou demonstração das

mutações do patrimônio líquido;o Demonstração das origens e aplicações de recursos;

Juntamente com as demonstrações acima, companhias publicam:o Relatório da administração;o Notas explicativas;o Parecer do Conselho Fiscal;o Parecer dos auditores independentes;

As demonstrações financeiras de cada exercício social devem mencionar os valores correspondentes as demonstrações do exercício anterior;

Examinar as demonstrações financeiras e indicar suas características principais;

Existem vários meios para avaliar o desempenho de uma empresa – a análise de suas demonstrações financeiras é um deles, podendo:

o Estudar o conteúdo da demonstração do resultado do exercício e do balanço patrimonial;

o Analisar os demonstrativos do fluxo de caixa e das origens e aplicações de recursos;

o Examinar as relações entre o demonstrativo de resultado e o balanço patrimonial usando a análise através dos índices financeiros;

Propósito final da análise financeira das demonstrações é ajudar os administradores a realizarem um planejamento sólido, detectando pontos

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fracos, buscando sanear, e alocar os fundos e recursos de maneira mais efetiva, controlando a direção das futuras operações da empresa no sentido de maximizar sua riqueza.

10.1 O Balanço Patrimonial Retrato instantâneo da empresa em determinada data;

Modo conveniente de organizar e sintetizar o que uma empresa possui (seus ativos), o que uma empresa deve (suas exigibilidades), e a diferença entre eles (o patrimônio líquido da empresa), num dado momento;

RIR/99, arts. 220 e 221 – estabelecem que apuração trimestral devem ter encerramentos em 31/03, 30/06, 30/09 e 31/12, sendo que a apuração anual deve ser em 31/12 de cada ano;

Há valores registrados de acordo com custo histórico, outros com preços correntes, havendo inclusive itens que podem ter sido atualizados;

VALOR TOTAL DOS ATIVOS VALOR TOTAL EXIGIVEL E PL

AC PC

ELP

RLP

AP PL

O total do Ativo é igual ao Total das Exigibilidades + Patrimônio Líquido;

O Capital de Giro Líquido é = Ativo Circulante – Passivo Circulante;

o O dinheiro que se tornará disponível dentro dos próximos 12 meses poderá superar o dinheiro que deverá ser pago no mesmo período, sendo o saldo positivo a empresa será considerada saudável financeiramente;

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Exemplo construção de uma BP :

Uma empresa possui ativo circulante igual a $ 100, ativo permanente líquido de $ 500, uma dívida de curto prazo de $ 70, e dívidas de longo prazo de $ 200. Como fica seu balanço ? Qual é o valor de seu capital de giro líquido ?

Resposta :

Quando se examina o balanço há 3 coisas particularmente importantes que se deve ter em mente : LIQUIDEZ, CAPITAL DE TERCEIROS versus CAPITAL PRÓPRIO, VALOR DE MERCADO versus VALOR PATRIMONIAL.

Balanço patrimonial:

Balanço de 1996 e 1997

Ativos Exigível e Patrimônio Líquido

1996 1997 1996 1997Ativo circulante Exigível circulante Caixa 104 160 Contas a pagar 232 266 Contas a receber 455 688 Títulos a pagar 196 123 Estoques 553 555 Total 428 389 Total 1.112 1.403 Exigível LP 408 454Ativo Permanente Instalações e equip. 1.644 1.709

Patrimônio Líquido Capital mais reserv. 600 640 Lucros retidos 1.320 1.629 Total 1.920 2.269

TOTAL ATIVO 2.756 3.112 TOTAL EX. + PL 2.756 3.112

10.1.1 Liquidez: Refere-se à velocidade e à facilidade com a qual um ativo pode ser convertido em

dinheiro;o Ouro é um ativo relativamente líquido; uma instalação fabril com finalidade

específica não possui boa liquidez; A liquidez, na verdade, possui duas dimensões: facilidade de conversão x perda

de valor; Qualquer ativo pode ser convertido rapidamente em dinheiro desde que se reduza

o preço suficientemente; Um ativo altamente líquido é o que pode ser vendido rapidamente sem perda

significativa de valor;

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Um ativo ILÍQUIDO (baixa liquidez) é aquele que não pode ser convertido rapidamente em dinheiro sem redução substancial de preço;

Os ativos normalmente são apresentados no BP em ordem decrescente de liquidez os mais líquidos são indicados em primeiro lugar. Ex.: ativos circulantes incluem caixa e ativos que esperamos converter em caixa nos próximos 12 meses (para as empresas de ciclo operacional normal);

Os ativos permanentes são relativamente ilíquidos. São prédios e equipamentos que não são transformados de nenhum modo em dinheiro no transcorrer normal das operações da empresa (servem para gerar dinheiro – através dos produtos);

A liquidez é valiosa quanto mais líquida for a empresa é menos provável que ocorram dificuldades financeiras. Infelizmente os ativos líquidos são menos rentáveis. Por exemplo o saldo de caixa, são os mais líquidos de todos, mas normalmente não rendem nada. Assim, há uma compensação entre as vantagens da liquidez e o sacrifício de possibilidade de lucro;

10.1.2 CAPITAL DE TERCEIROS X CAPITAL PRÓPRIO: Á medida que uma empresa toma dinheiro emprestado, geralmente oferece aos

credores preferências (obrigações – exigências) em relação a seus fluxos de caixa; Os proprietários têm direito somente ao valor residual, aquela parcela

remanescente (patrimônio líquido) após todos os pagamentos terem sido feitos aos credores;

O valor desta parcela residual é o patrimônio dos proprietários na empresa, ou seja, valor do ativo menos o valor do exigível da empresa : Patrimônio dos proprietários (Patrimônio Líquido) = Ativo – Exigível;

O uso de capital de terceiros na estrutura de capital de uma empresa produz o que se chama de alavancagem financeira;

Quanto mais capital de terceiros uma empresa utilizar (proporcionalmente a seus ativos), maior será seu grau de alavancagem financeira;

A alavancagem financeira aumenta a remuneração potencial dos acionistas, mas também aumenta as possibilidades de dificuldade financeira e falência;

10.1.3 VALOR DE MERCADO X VALOR CONTÁBIL: Os valores apresentados no BP da empresa, no que se refere aos ativos, são

valores contábeis, e geralmente não representam o que os ativos realmente valem; De acordo com os Princípios Contábeis geralmente aceitos, as demonstrações

financeiras apresentam os ativos a seu custo histórico, ou seja, os ativos são contabilizados pelo que se pagou por eles e não quanto valem hoje;

As maiores diferenças estão no ativo permanente, se não foram reavaliados; Além disso, ativos valiosos de uma empresa - boa administração, boa reputação,

empregados talentosos - não aparecem no BP de forma alguma; Desta forma, o valor apresentado no BP através do PL nem sempre é o que conta

e sim o valor de mercado, que engloba o chamado “goodwill”;

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Problema : Determinada empresa possui um ativo fixo com valor contábil de $ 700, e um valor de mercado estimado em $ 1.000. Em seu balanço, o capital de giro líquido contábil é $ 400, mas de $ 600 a preços de mercado. As dívidas de longo prazo totalizam $ 500, tanto em termos de valor contábil quanto a valor de mercado. Qual o valor contábil da PL ? Qual é o valor de mercado do PL?Resposta :

10.1.4 Questões conceituais :1. Qual é a identidade do balanço ?2. O que é liquidez ? Por que é importante ?3. O que quer dizer alavancagem financeira ?4. Explique a diferença entre valor contábil e valor de mercado. Qual dos dois é mais

importante para o administrador financeiro ? Por quê ?

10.2 Demonstração de Resultado do Exercício - DRE: Reflete os fluxos de receitas gerados por uma empresa e os fluxos de

despesas/custos incorridos para produzir e financiar suas operações; Abaixo uma versão simplificada de uma demonstração de resultado:

Demonstração de Resultado do Exercício – 2000

VENDAS......................................................................................................................................... 20.000.000(-) CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS...................................................................................(16.000.000)LUCRO BRUTO.............................................................................................................................. 4.000.000(-) DESPESAS OPERACIONAIS (DEPRECIAÇÃO 500.000)..................................................... (2.000.000)LUCRO ANTES DO IRPJ............................................................................................................... 2.000.000(-) PROVISÃO PARA O IRPJ (15% SEM ADICIONAL)............................................................. (300.000)LUCRO LÍQUIDO........................................................................................................................... 1.700.000(-) DIVENDOS................................................................................................................................ (700.000)LUCROS ACUMULADOS............................................................................................................ 1.000.000NÚMERO DE AÇÕES EXISTENTES......................................................................................... 170.000LUCRO POR AÇÃO...................................................................................................................... 10

A demonstração de Resultados do Exercício começa mostrando o valor total das vendas anuais geradas através dos ativos e passivos relatados no balanço patrimonial;

Os demais itens englobam tanto custos como despesas, assim como itens não monetários;

Ao analisar uma demonstração de resultado do exercício o administrador financeiro precisa ter em vista três fatores:

o Os princípios contábeis geralmente aceitos;o A distinção entre itens monetários e itens não-monetários;o A relação entre prazo e custos;

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10.2.1 PRINCÍPIOS CONTÁBEIS GERALMENTE ACEITOS E A DRE : As receitas e despesas constantes da DRE devem estar registradas pelo regime de

competência, de acordo com os princípios contábeis geralmente aceitos; As receitas serão as obtidas e as despesas incorridas; Não coincide com o fluxo financeiro, assim as vendas podem não ter sido

recebidas e as despesas/custos não terem sido pagos; Receitas, despesas/custos devem manter correlação em cada período de

competência;

10.2.2 ITENS NÃO-MONETÁRIOS : Lucro contábil difere do fluxo de caixa por DRE conter itens não monetários; O principal deles é a depreciação; Depreciação é uma despesa/custo que não representa saída de caixa; O momento crítico para o administrador financeiro planejar é a efetiva entrada e

saída de caixa a valor de mercado; Administrador financeiro precisa estudar como separar o fluxo de caixa dos itens

contábeis não monetários;

10.2.3 PRAZO E CUSTOS : Futuro divide-se em duas partes distintas:

o Curto prazo;o Longo prazo;

No longo prazo todos os custos são variáveis; Em um horizonte de curto prazo alguns custos são literalmente fixos e outros

variáveis; A distinção entre custos fixos e variáveis é importante para o administrador

financeiro; Outra visão contábil:

o Custos do produto – custos variáveis – custos das mercadorias vendidas;o Custos do período – custos fixos – despesas (em alguns casos);

10.2.4 QUESTÕES CONCEITUAIS:01. Qual é a equação do DRE ?02. Quais são os 3 fatotes a serem lembradas quando se examina a DRE ?03. Por que lucro contábil não é a mesma coisa que fluxo de caixa ?

10.3.- Fluxo de Caixa e Demonstrações Financeiras : Tópico mais importante a respeito de informações que podem ser extraídas de

demonstrações financeiras; Fluxo de caixa – diferença entre a quantidade de dinheiro que entrou no caixa e

quantidade que saiu;

10.3.1 - Fontes e Aplicações de caixa:

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As atividades que produzem entradas de dinheiro são denominadas fontes de caixa;

As atividades que envolvem desembolsos são ditas aplicações (ou usos) de caixa;

O que precisamos fazer é identificar as alterações no balanço da empresa para ver como a empresa obteve caixa e como o despendeu durante um período qualquer;

Para começar consideraremos os balanços da empresa abaixo.

EMPRESA Balanços em 31 de Dezembro de 1996 e 1997

(em $ milhões)

1996 1997 VariaçãoAtivos

Ativos CirculantesCaixa 84 98 + 14Contas a Receber 165 188 + 23Estoques 393 422 + 29 Total 642 708 + 66

Ativo PermanenteInstalações e equipam. Líquidos 2.731 2.880 + 149

Total dos Ativos 3.373 3.588 + 215_____ _____ _____

Exigibilidades e Patrim. LíquidoExigibilidades Circulantes

Fornecedores 312 344 + 32Títulos a Pagar 231 196 - 35 Total 543 540 - 3

Dívidas de Longo Prazo 531 457 - 74Patrimônio Líquido

Capital social e reservas 500 550 + 50Lucros retidos 1.799 2.041 + 242 Total 2.299 2.591 + 292

Total das Exigibilidades e P L 3.373 3.588 + 215_____ _____ _____

Note-se que calculamos as variações de cada um dos itens do balanço; Examinando os balanços, podemos ver que várias coisas se alteraram durante o

ano; Por exemplo, a empresa aumentou seu ativo permanente líquido em $ 149 e seus

estoques tiveram uma elevação igual a $ 29; De onde veio o dinheiro para isso? Para responder a essa pergunta e outras a ela relacionadas, precisamos antes de

mais nada identificar as alterações que usaram caixa (aplicações) e as que produziram entradas de caixa (fontes);

Uma empresa usa caixa comprando ativos ou fazendo pagamentos. Assim, genericamente falando, um aumento de uma conta de ativo significa que a empresa, em termos líquidos, adquiriu ativos, o que é uma aplicação de caixa;

Se uma conta de ativo tivesse diminuído, então, em termos líquidos, a empresa teria vendido alguns ativos. Isto seria uma fonte de caixa;

De forma similar, se uma conta de passivo diminuir, então a empresa terá efetuado um pagamento, ou seja, uma aplicação de caixa;

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Com base nesse raciocínio, há uma definição simples, embora mecânica, que pode ser de alguma utilidade:

o Um aumento de uma conta do lado esquerdo do balanço (ativo) ou uma redução de uma conta do lado direito (exigibilidade ou patrimônio líquido) será uma aplicação de caixa;

o De maneira análoga, uma redução de uma conta de ativo ou um aumento de conta de exigibilidade ou patrimônio líquido será uma fonte de caixa;

Resumo :FONTE DE CAIXA REDUÇÃO DE ATIVO ou AUMENTO EXIGIBILIDADE ou PL

APLICAÇÃO DE CAIXA AUMENTO DE ATIVO ou REDUÇÃO EXIGIBILIDADE ou PL

Examinando-se novamente o caso proposto, vemos que:o os estoques subiram $ 29. Este é um uso líquido de caixa, pois a empresa

efetivamente pagou $ 29 para aumentar seus estoques;o As contas a pagar a fornecedores aumentaram $ 32. Isto é uma fonte de

caixa, pois a empresa efetivamente haveria tomado mais $ 32 emprestados até o final do ano;

o Os títulos a pagar, por outro lado, caíram $ 35, o que significa que a empresa efetivamente resgatou $ 35 de dívidas de curto prazo - uma aplicação de caixa;

Podemos resumir as fontes e aplicações de caixa, a partir dos dados do balanço, da seguinte maneira:

Fontes de Caixa :Aumento de fornecedores $ 32Aumento do capital social 50Aumento de lucros retidos 242 Total das Fontes $ 324

Aplicações de Caixa :Aumento de contas a receber $ 23Aumento de estoques 29Redução de títulos a pagar 35Redução de dívidas a longo prazo 74Aquisição líquida ativo permanente 149 Total das Aplicações $ 310

Aumento Líquido do saldo de caixa $ 14

O aumento líquido do saldo de caixa é simplesmente a diferença entre fontes e aplicações, e o valor de $ 14 aqui apresentado confere com a variação da conta caixa apresentada no balanço;

Esta demonstração simples nos diz muito a respeito do que aconteceu com a empresa durante o ano, mas não é a história completa;

Por exemplo, o aumento de lucros retidos é igual a lucro líquido (uma fonte de fundos) menos dividendos pagos (uma aplicação de fundos);

Seria mais esclarecedor poder indicar esses dados separadamente, para que pudéssemos visualizar os dois componentes;

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Da mesma forma, consideramos apenas aquisições líquidas de ativo permanente. Teria sido mais interessante conhecer os gastos totais ou brutos;

Para saber mais a respeito do fluxo de caixa na empresa durante o ano, necessitamos de uma demonstração de resultado. No caso desta empresa temos :

Demonstrativo do Resultado em 1997(em $ milhões)

Vendas $ 2.311Custo dos produtos vendidos 1.344Depreciação 276Lucro antes de juros e impostos $ 691Juros pagos 141Lucro Tributável $ 550Imposto 187Lucro Líquido $ 363

Acréscimo a lucros retidos $ 242Dividendos 121

Note-se aí que a adição de $ 242 aos lucros retidos que calculamos no balanço é exatamente a diferença entre o lucro líquido de $ 363 e o dividendo de $ 121;

Exercício :

1. Considere os balanços abaixo, calcule as variações das diversas contas, e quando for aplicável, identifique cada variação como sendo fonte ou uso de caixa. Quais foram as principais fontes e aplicações de caixa ? O que aconteceu com o saldo de caixa durante o ano ?

EMPRESA Balanços em 31 de Dezembro de 1996 e 1997

(em $ milhões)

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Page 19: ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTO I

www.ResumosConcursos.comResumo: Administração Financeira e Orçamento I – por Profº Mauro Gallo

1996 1997 VariaçãoAtivos

Ativos CirculantesCaixa 120 88Contas a Receber 224 192Estoques 424 368 Total 768 648

Ativo PermanenteInstalações e equipam. Líquidos 5.228 5.354

Total dos Ativos 5.996 6.002_____ _____ _____

Exigibilidades e Patrim. LíquidoExigibilidades Circulantes

Fornecedores 124 144Títulos a Pagar 1.412 1.039 Total 1.536 1.183

Dívidas de Longo Prazo 1.804 2.077Patrimônio Líquido

Capital social e reservas 300 300Lucros retidos 2.356 2.442 Total 2.656 2.742

Total das Exigibilidades e P L 5.996 6.002_____ _____ _____

Fontes de Caixa :Aplicações de Caixa :Aumento Líquido do saldo de caixa

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