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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃOTECNOLÓGICA PAULA SOUZA
ETEC PROF. MÁRIO ANTÔNIO VERZA
CURSO TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO
CLEBER NUNES MARQUES DA SILVA
DANILO MARCELINO FROMAGIO
FÁBIO ARAGON LUCHETTI
LEANDRO HENRIQUE DE SOUSA
PAULO HENRIQUE GONÇALVES DOS SANTOS
Administração Rural Familiar
PALMITAL 2010
CLEBER NUNES MARQUES DA SILVA
DANILO MARCELINO FROMAGIO
FÁBIO ARAGON LUCHETTI
LEANDRO HENRIQUE DE SOUSA
PAULO HENRIQUE GONÇALVES DOS SANTOS
Administração Rural Familiar
Trabalho de conclusão de curso apresentado à ETEC Prof. Mário Antônio Verza como parte dos requisitos necessários para a obtenção do titulo de Técnico em Administração. Orientadores: Prof. Fausto Ribas Chadi Prof.ª Karina Dorta de Souza Rocha, Prof.ª Valdiza Maria do Nascimento Fadel
PALMITAL
2010
CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA
SOUZA ETEC PROF. MÁRIO ANTÔNIO VERZA
CURSO TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO
CLEBER NUNES MARQUES DA SILVA
DANILO MARCELINO FROMAGIO
FÁBIO ARAGON LUCHETTI
LEANDRO HENRIQUE DE SOUSA
PAULO HENRIQUE GONÇALVES DOS SANTOS
Administração Rural Familiar
APROVADO EM ____/____/____
BANCA EXAMINADORA
______________________________________________________________
FAUSTO RIBAS CHADI– ORIENTADOR
______________________________________________________________
KARINA DORTA DE SOUZA ROCHA– EXAMINADOR
______________________________________________________________
VALDIZA MARIA DO NASCIMENTO FADEL – EXAMINADOR
Dedicamos este trabalho à todas as pessoas que direta e indiretamente nos ajudaram nessa jornada acadêmica. E a todos os professores que nos ajudaram muito sem medir esforços para a realização deste trabalho. O nosso reconhecimento e carinho pela confiança depositada. A Equipe
AGRADECIMENTOS
Agradecemos primeiramente à Deus, pois sem Ele, nada seria possível e não
estaríamos aqui reunidos, desfrutando, juntos, destes momentos que nos são tão
importantes.
Aos nossos familiares que nos apoiaram e nos apóiam nos momentos mais
difíceis das nossas vidas.
Aos professores do curso de administração, pelos conhecimentos
transmitidos durante o decorrer das disciplinas do curso.
Às professoras Karina e Valdiza pelo incentivo e pelas orientações tão bem
transmitidas nos momentos mais críticos e que possibilitaram elucidar dúvidas e
direcionar as pesquisas pelo tempo e paciência dedicada, e pelo espírito crítico o
qual esperamos em parte ter adquirido.
Ao nosso orientador Professor Fausto que não mediu esforços e sempre que
possível esteve presente para tirar dúvidas e muito nos ajudou no decorrer deste
trabalho.
Aos colegas de curso, pela amizade e pela oportunidade de aumentar nosso
conhecimento através da troca de informações.
“Reunir-se é um começo, permanecer juntos é um progresso, e trabalhar juntos é um sucesso”. Henry Ford
RESUMO O presente trabalho objetivou conhecer e entender os principais problemas enfrentados na gestão e na divisão de trabalho na empresa rural familiar na região de Palmital, estado de São Paulo. Inicialmente foi realizada uma pesquisa bibliográfica, seguida de uma pesquisa de campo com uma amostra de 25 indivíduos de famílias rurais. Além disso, foram utilizados os conhecimentos empíricos dos autores deste trabalho que trabalham em empresa rural familiar. Os resultados evidenciaram que a gestão e a divisão de trabalho nas empresas rurais familiares é responsabilidade única do patriarca da família, que na maioria das vezes não está capacitado para exercer essa função devido ao pouco conhecimento administrativo. Além disso, os indivíduos possuem baixo grau de escolaridade, dificultando o compartilhamento das informações e entendimento entre os familiares. O gestor na organização rural tem a função de motivar os membros das equipes a unir seus esforços e os conhecimentos, em busca dos resultados positivos para a empresa, ou seja, produtos e serviços rurais que satisfaçam as necessidades e expectativas dos clientes. Neste sentido, cada indivíduo, inclusive o gestor precisa estar comprometido com o objetivo geral da empresa familiar e saber qual é o seu papel na empresa. Administrar uma empresa rural não é uma tarefa fácil, mas com um bom gerenciamento é possível alcançar sucesso. Palavras-chave: Empresa rural familiar, Gestão, Divisão de Trabalho.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
RH – Recursos Humanos
A.C. – Antes de Cristo
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................ 9
1.1 Objetivos........................................................................................................ 10
1.2 Procedimentos Metodológicos....................................................................... 11
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...................................................................... 12
2.1Consequência da Revolução Industrial para o Campo................................ 14
2.2. Empresa Rural Familiar................................................................................ 15
2.2.1 Características de uma Empresa Familiar.................................................. 15
2.3 Administração Rural Familiar......................................................................... 16
2.3.1 Pontos Fracos da Administração Familiar.................................................. 17
2.3.2 Pontos Fortes da Administração Familiar................................................... 18
2.3.3. Nova Ordem da Administração Rural........................................................ 18
2.4 Divisão do Trabalho....................................................................................... 19
2.5 Liderança....................................................................................................... 19
2.5.1 Tipos de Líderes......................................................................................... 20
3 RESULTADOS................................................................................................ 22
4 CONCLUSÃO................................................................................................... 29
REFERÊNCIAS................................................................................................... 31
APÊNDICES........................................................................................................ 33
9
1 INTRODUÇÃO
A administração em um contexto geral existe há aproximadamente 5.000
anos A.C, com origem na Suméria1, desde que o homem necessitou que houvesse
uma organização mais eficiente do trabalho, com o planejamento de suas tarefas,
exercitando então o ato de administrar.
Desde então no decorrer dos séculos, duas instituições se destacaram na
evolução histórica da administração, a Igreja Católica Romana e as Organizações
Militares.
A Igreja Católica Romana pode ser considerada a organização formal mais
eficiente da civilização ocidental, pois no decorrer dos séculos vem mostrando e
provando a força de atração de seus objetivos, atribuindo eficácia às suas técnicas
organizacionais e administrativas, espalhando-se por todo o mundo e exercendo
influência, sobre o comportamento das pessoas e de seus fiéis.
Já as organizações Militares evoluíram das displicentes ordens dos cavaleiros
medievais e dos exércitos mercenários dos séculos XVII e XVIII. Até hoje em tempos
atuais, o poder militar mantêm uma hierarquia de poder rígido e adoção de princípios
e práticas administrativas comuns a todas as empresas da atualidade.
O grande fenômeno que provocou o surgimento da empresa e da moderna
administração foi a Revolução Industrial, com início no final do século XVIII, se
estendendo ao longo do século XIX, chegando ao limiar do século XX.
A Revolução Industrial teve seu inicio na Inglaterra, com a invenção da
máquina a vapor, criada por James Watt, em 1776. Com a invenção da máquina a
vapor no processo de produção, provocou-se então um enorme surto de
industrialização, que se estendeu rapidamente por toda Europa e Estados Unidos.
Tendo início juntamente no auge da Revolução Industrial, no século XX, a
administração rural surgiu juntamente com as universidades de ciências agrárias, na
Inglaterra e Estados Unidos nos chamados “land grant” com a preocupação de,
sobretudo, analisar a credibilidade econômica e o desenvolvimento de técnicas
agrícolas, e expandiu por todos os lugares do mundo.
1 Suméria: (na Bíblia, Sinar; egípcio Sangar; ki-en-gir na língua nativa), geralmente considerada a civilização
mais antiga da humanidade, localizava-se na parte sul da Mesopotâmia. Fonte: http:// Wikipédia.org.wiki/ Sum
%C3%A9riat.
10
A empresa rural é a unidade de produção em que são exercidas atividades
que dizem respeito a culturas agrícolas, criação de gado ou culturas florestais, com
a finalidade da obtenção de renda, qualquer tipo de empresa seja familiar ou
patronal.
Como o próprio nome diz, na agricultura familiar a gestão, ou seja, a
administração é predominantemente familiar, ou seja, é sempre um integrante da
família que toma conta da divisão de tarefas, podendo este ser o pai, avô, tio, primo
entre outros, contrariamente ao que se diz com frequência não é, um simples
reservatório de mão-de-obra, pelo contrário além de fixar o homem no campo
contribui para o desenvolvimento do setor.
Na administração rural familiar, ter um bom gerenciamento com ênfase na
organização, planejamento, divisão das tarefas e controle financeiro é fundamental
para a sobrevivência desta e para qualquer outra instituição.
No decorrer do trabalho, é abordado um problema comum em muitas
propriedades rurais, que é o gerenciamento da divisão de trabalho entre os
familiares, onde ocorre o favorecimento de alguns indivíduos e na acomodação de
outros. Dentro da pequena propriedade, as decisões referentes à divisão do
trabalho, planejamento e controle são feitas pelo patriarca da família, seguido pelos
demais familiares, o que acaba provocando tranquilidade e acomodação nos demais
colaboradores, que não se preocupam em cuidar do patrimônio e acabam gerando
improdutividade e perdas de oportunidades na expansão dos negócios.
1.1 Objetivos
Constitui objetivo geral deste trabalho levar o conhecimento administrativo
aos proprietários rurais, dando subsídios para que os gestores possam melhorar a
prática da administração nas empresas rurais familiares na região de Palmital,
mantendo a produtividade da terra, a harmonia e assim proporcionando o seu
sustento, trazendo mais conforto e bens para os familiares.
Constituem objetivos específicos:
a) oferecer sugestões de melhoria em relação ao planejamento e organização
do trabalho familiar, assim proporcionando maior eficiência desde o plantio até a
colheita, através da gestão adequada da empresa rural.
11
b) identificar o gestor e fornecer subsídios para a empresa rural familiar, para
que o mesmo possa administrá-la adequadamente e distribuir entre seus membros
as funções na produção, comercialização, finanças e recursos humanos.
1.2 Procedimentos Metodológicos
Foi realizada uma pesquisa de campo, através da aplicação de um
questionário e entrevista com os proprietários e demais membros de sete Empresas
Rural Familiar na região de Palmital.
“A técnica de entrevista é um instrumento muito eficaz na coleta de dados
fidedignos, que contribuem com a elaboração da pesquisa”. ANDRADE (2003).
Foram aplicados 25 questionários contendo 12 perguntas abertas e fechadas
direcionada a cada integrante familiar dentro de cada propriedade pesquisada. A
técnica de amostragem utilizada foi a não probabilística acidental, e escolhidos
aleatoriamente no período de março de 2010. O questionário contribuiu
respectivamente com a mensuração dos dados e a captura de informações
complementares ao estudo, por meio da opinião dos pesquisados. Realizou-se
também pesquisa bibliográfica em livros, artigos e periódicos sobre o assunto.
12
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Administrar é um fenômeno universal em todas as atividades humanas. Como
arte e ciência, a administração está presente em todas as empresas e organizações
do mundo.
Para se ter idéia de como as empresas rurais familiar conduz uma linha
administrativa diferenciada das demais, elas poderão ser citadas em muitos casos
em que assimilam atividades a serem executadas de acordo com a necessidade da
família, colocando-as diante do interesse da empresa, pois existem casos dentre
estas organizações que se optam por um consenso interno, que mais vale a pena
para elas operarem de forma a fugirem de conflitos entre donos gestores da família
do que seguir na velocidade e direção dos tempos atuais com alto grau de
profissionalização.
Segundo Fayol (1989, p. 63), “administrar é prever, organizar, coordenar e
controlar”. Assim, a administração nada mais é do que saber gerenciar o negócio.
Na administração rural, também é importante que haja planejamento,
organização, direção e controle, conforme definidos abaixo:
Planejamento: dentro desta função, totalmente voltada para o futuro ter-se
algum tipo de controle sobre o futuro, colocam-se atividades como a elaboração de
previsões, fixação de objetivos, programação, orçamentação e a definição de
políticas e procedimentos;
Organização: dentro desta função, estão as atividades de definição da
estrutura, sendo unidades orgânicas a serem criadas, para desempenhar as
diversas finalidades; a definição das responsabilidades a serem atribuídas a cada
uma dessas unidades; as relações hierárquicas e funcionais entre as mesmas;
Direção: esta função engloba atividades como a tomada de decisão, a
comunicação com os subordinados, superiores e pares, a obtenção, motivação e
desenvolvimento de pessoal.
Controle: esta função está intimamente associada com o planejamento. Ao
planejamento define objetivo a se alcançar; ao controle cabem as atividades de
estabelecer os padrões de desempenho, manter registros de processos e resultados
alcançados (pontos de controle), avaliar resultados e estabelecer as medidas
corretivas necessárias OLIVEIRA (1999).
13
Quadro 1 – conceito de administração
FONTE: Administração Profissional - Louis A.Allen (2006).
A administração rural pode ser considerada como um processo de tomada de
decisões, através do quais, alguns recursos limitados são alocados para um número
de alternativas produtivas, para organizar e operar o negócio agrícola de tal modo a
atingir determinados objetivos KAY (1983 p. 56).
Já a questão da gestão agrícola, segundo Chombart de Lauwe, citado por
Boiteux (1983, p.81), “é a procura da melhor combinação possível entre as
atividades e os meios de produção, de maneira a obter um lucro máximo e durável”.
Neste sentido, Michaud (1989, p.47) diz que:
A gestão agrícola é ciência e a arte que busca a utilização racional dos fatores de produção (internos e externos), do ponto de vista técnico, econômico e social, respeitando os valores culturais do produtor rural, sua família, e ainda, suas organizações e o meio ambiente.
Essa última definição representa melhor a realidade das pequenas
propriedades rurais onde se desenvolve o trabalho familiar, onde apesar de
existirem relações sociais e culturais muito fortes, o lucro nem sempre é a palavra de
ordem, ou seja, o trabalho extrapola as meras relações econômicas.
Assim, Holz (1994, p.55) complementa, que:
A administração rural é a ciência que ajuda o produtor a entender as suas decisões. É onde estão as informações necessárias para os técnicos ajudarem os produtores a tomar as decisões. E complementa: “a busca da eficiência no setor agrícola faz da administração um fator de produção capaz de fazer ou quebrar o negócio. Neste caso, a administração faz o papel de cérebro enquanto que o trabalho faz o papel de músculo. Pois na
FUNÇÕES DO TRABALHO ADMINISTRATIVO
PLANEJAMENTO Elaboração de Previsões
Determinação de Objetivos
Programação
Cronogramação
Orçamentação
Definição de Políticas
Determinação de Procedimentos
ORGANIZAÇÃO Definição de Estrutura
Delegação
Estabelecimento de Relações
DIREÇÃO Tomada de Decisão
Comunicação
Obtenção de Pessoal
Motivação de Pessoal
Desenvolvimento de Pessoal
CONTROLE Definição de Padrões de Desempenho
Medição de Resultados
Avaliação de Resultados
Correção de Desempenho
14
agricultura precisa-se de terra, capital, trabalho e cérebro para ser bem-sucedido.
Portanto, a administração rural é o conjunto de atividades que facilitam aos
produtores rurais a tomada de decisões no nível empresarial, com a finalidade de
obter melhor resultado econômico e manter a produtividade da terra. O campo de
atuação da Administração Rural está em plena expansão. Graças às tecnologias
cada vez mais presentes no setor rural, a necessidade de contratação de um
administrador especialista na área aumenta continuamente.
A tarefa de administrar começa pela tomada de conhecimento de tudo que
constitui uma empresa rural. Terra, recursos humanos, máquinas, equipamentos,
instalações e benfeitorias, fornecedores, clientes e dinheiro, são exemplos de
recursos que uma empresa precisa para realizar suas atividades.
2.1 Consequências da Revolução Industrial para o Campo
A Revolução tornou os métodos de produção mais eficientes. Os produtos
passaram a ser produzidos mais rapidamente, barateando o preço e estimulando o
consumo. Por outro lado, aumentou também o número de desempregados. As
máquinas foram substituindo, aos poucos, a mão-de-obra humana. A poluição
ambiental, o aumento da poluição sonora, o êxodo rural e o crescimento
desordenado das cidades também foram conseqüências nocivas para a sociedade.
Até os dias atuais, o desemprego é um dos grandes problemas nos países
em desenvolvimento e a geração de empregos tem se tornado um dos maiores
desafios de governos no mundo todo e as empresas rurais têm sido vista como uma
solução para esse problema. Segundo, Albuquerque, (2000, p.23):
Há 50 anos, cerca de 80 por cento da população vivia no campo e 20 por cento nas cidades. Hoje a situação se inverteu. Uma das principais causas dessa mudança radical foi à política de industrialização do país, no governo Getúlio Vargas, que se comprometeu a oferecer empregos fartos e baratos para a indústria e criar um novo mercado consumidor para os bens que se seriam produzidos. Isso forçou uma evasão muito rápida da gente do campo para as cidades. Com o passar do tempo as cidades foram inchando, trazendo sérias conseqüências, como a violência, o desemprego, a poluição, a destruição acelerada do meio ambiente.
Neste sentido, o desenvolvimento do agronegócio mudou completamente a
opinião das pessoas que moravam na cidade, que resolveram investir na agricultura
e pecuária, fazendo assim necessário serviço de consultoria na área de
administração rural.
15
2.2 Empresa Rural Familiar
A empresa familiar é toda organização ligada a uma família durante pelo
menos duas gerações, a qual resulta em uma influência recíproca, tanto na política
geral do empreendimento, como nos interesses e objetivos da família como um todo.
Sobre o assunto, Pinheiro, (2004, p. 84), diz que:
A definição de Agricultura familiar para Lamarche (1993) e (1998) bem como para Wanderley (1996) corresponde à unidade de produção agrícola onde a família é a proprietária dos meios de produção ao mesmo tempo em que assume o trabalho no estabelecimento produtivo e organiza a produção.
A partir de um sonho, de um ideal ou da necessidade de sobrevivência, o
empreendedor torna-se a pessoa que gera, acumula ou distribui riquezas. Ele
divide, inicialmente as tarefas com o seu cônjuge, posteriormente, envolve os filhos
nas atividades e operações da organização, visando melhorar a situação e a
condição social de sua família.
Contudo, essa divisão, na maioria das vezes, não leva em conta os
conhecimentos das pessoas em relação as funçõs que lhes são atribuídas. Cria-se,
desta forma, uma sociedade familiar que gera, ao longo dos anos, uma série de
questões mais complexas que a simples administração da atividade comercial ou
industrial. Dentro deste contexto, Oliveira (1999, p. 131) comenta que:
A evidência de uma estruturação organizacional depende da qualidade intrínseca, do valor e da integração das pessoas que são partes integrantes desse processo. Portanto, no desenvolvimento de uma estrutura organizacional eficiente, eficaz e efetiva, deve-se levar em consideração o comportamento e os conhecimentos das pessoas que terão de desempenhar as funções que lhes serão atribuídas.
2.2.1 Características da Empresa Familiar
As principais características de uma empresa familiar são:
Comando único e centralizado, permitindo reações rápidas em situações de
emergência;
A postura de autoritarismo e austeridade do fundador, seja na forma de vestir,
seja na administração dos gastos, se alterna com atitudes de paternalismo;
Estrutura administrativa e operacional "enxuta";
Exigência de dedicação exclusiva dos familiares, priorizando os interesses da
empresa;
16
Forte valorização da confiança mútua, independentemente de vínculos
familiares, isto é, a formação de laços entre empregados antigos e os proprietários
exercem papel importante no desempenho da empresa;
Laços afetivos extremamente fortes, influenciando os comportamentos,
relacionamentos e decisões da empresa;
Valorização da experiência como um atributo que supera a exigência de
eficácia ou competência;
Expectativa de alta fidelidade dos empregados, manifestada através de
comportamentos, como não ter outras atividades profissionais que não estejam
relacionadas com a vida da empresa, gerando muitas vezes um comportamento de
submissão, sufocando a criatividade;
Jogos de poder, nos quais, várias vezes valem mais a habilidade política do
que a característica ou competência administrativa.
Na empressa familiar deve existir um fundador seguido de herdeiros, a
sucessão da diretoria deve estar ligada ao fator hereditário e os valores institucionais
identificam-se com um sobrenome familiar ou com a figura de um fundador. A cultura
da empresa deve ser fortemente influenciada pela cultura da família.
Para definir empresa familiar é preciso que exista uma estrutura de gestão,
em que os principais cargos são preenchidos por membros da família proprietária.
Existe a necessidade da família deter o poder sobre o negócio, ter um mínimo de
propriedade do capital, e a garantia de direitos legais para interferir no controle
administrativo. Quanto maior a concentração da propriedade do capital, tanto maior
a autoridade para exercer o controle NASCIMENTO (2008).
2.3 Administração Rural Familiar
Os princípios básicos da administração aplicados à indústria e ao comércio
são também válidos, em termos gerais, para a agricultura. Entretanto, deve-se
ressaltar que essa tem determinadas características que a diferenciam dos demais
segmentos, as quais, por isso, precisam ser consideradas.
O conceito geral de administração rural se relaciona à necessidade de
controlar e gerenciar um número cada vez maior de atividades, que podem ser
envolvidas dentro de uma propriedade do setor agropecuário ANTUNES (1999).
17
Muitos dos fatores de produção, como a terra que representa todos os
recursos naturais e matéria-prima, que para a indústria, representa a base para a
instalação do imóvel, para a agricultura, é considerado o principal meio de produção,
que precisa ser estudado na sua micro composição, visando à exploração do seu
potencial máximo.
Variáveis, como o clima, por exemplo, que condiciona todas as atividades
produtivas e determina o que pode ser produzido, implicando riscos para a
agricultura, não representam muito para a indústria. Portanto, essas condições
impõem ao produtor rural organização no seu negócio, sob pena de ele não alcançar
o máximo rendimento econômico, considerando o conjunto das atividades produtivas
planejadas.
2.3.1 Pontos Fracos da Administração Familiar
As empresas rurais familiar, diferentemente das empresas patronais
apresentam falhas em sua administração devido à falta de experiência e o
comodismo destes parentes contratados em níveis para cargos mais elevados em
certos casos acabam por gerar uma cobrança exagerada por resultados sem se
preocupar com o processo administrativo, o que é preciso para se chegar ao
resultado:
Falta de comando central capaz de gerar uma reação rápida para enfrentar os
desafios do mercado;
Falta de planejamento para médio e longo prazo;
Falta de preparação/formação profissional para os herdeiros;
Conflitos que surgem entre os interesses da família e os da empresa como
um todo;
Falta de compromisso em todos os setores da empresa, sobretudo com
respeito a lucros e desempenho;
Descapitalização da empresa pelos herdeiros em desfrute próprio;
Situações em que prevalece o emprego de parentes, sem ser este orientado
ou acompanhado por critérios objetivos de avaliação do desempenho profissional;
Falta de participação efetiva dos sócios que legalmente constituem a empresa
nas suas atividades do dia-a-dia;
18
Usualmente há uso de controles contábeis irreais - com o objetivo de burlar o
fisco - o que impede o conhecimento da real situação da empresa e sua comparação
com os indicadores de desempenho do mercado BARNEY (1986).
2.3.2 Pontos Fortes da aAdministração Familiar
As empresas familiares apesar de possuírem características como cobranças
menos acirradas por resultados, diante de dificuldades podem mostrar uma união
entre os membros proprietários que faz a diferença, uma vez que nenhum
empreendedor quer ver o negócio que iniciou a mercê da falência. As empresas
rurais familiar disponibilizam de algumas vantagens às demais empresas, devido ser
uma empresa que se mantem fechada no seu direcionamento a seus membros
familiares:
Disponibilidade de recursos financeiros e administrativos para
autofinanciamento obtido de poupança compulsória feita pela família;
Importantes relações comunitárias e comerciais decorrentes de um nome
respeitado;
Organização interna leal e dedicada;
Grupo interessado e unido em torno do fundador;
Sensibilidade em relação ao bem-estar dos empregados e da comunidade
onde atua;
Continuidade e integridade de diretrizes administrativas e de focos de atenção
da empresa;
Sistema de decisão mais rápido BARNEY (1986).
2.3.3 Nova Ordem da Administração Rural
A administração rural passa por várias modificações estruturais e
comportamentais frente à nova ordem mundial de globalização, consumindo
conceitos antigos e reconhecendo suas teorias na busca do aperfeiçoamento
organizacional para a empresa rural. A nova ordem da administração rural vem
mostrar aos administradores uma quebra de paradigma, onde os conceitos de
propriedade rural familiar deram lugar à empresa rural administrada por profissionais
detentores do conhecimento científico, adaptando de forma flexível os conceitos
administrativos à realidade das empresas agrícolas brasileiras ANTUNES (1999).
19
2.4 Divisão do Trabalho
Adam Smith procurou elaborar uma teoria de crescimento econômico, na
qual o fator decisivo é a divisão do trabalho, isto é, divisão de tarefas entre os
indivíduos ou agrupamentos sociais, de acordo com a posição que cada um deles
ocupa na estrutura social e nas relações de propriedade SMITH (2005).
Dentro deste contexto, a divisão do trabalho é essencial para o trabalhador
rural, pois traz consigo uma série de consequências positivas, como o aumento da
destreza individual, economia de tempo, condições favoráveis aos trabalhadores e
facilidade para alcançar objetivos organizacionais e individuais. Isto porque, com a
divisão do trabalho é possível explorar melhor as habilidades e conhecimentos
individuais e com isto ganhar tempo e produtividade.
2.5 Liderança
As pessoas são, sem dúvida, o principal ativo de uma organização, o seu
mais importante recurso, necessário ao ponto de pequenas, médias e grandes
empresas terem um setor somente desenvolvido em função delas, o departamento
de Recursos Humanos (RH). Isto porque são as pessoas as responsáveis por
pensar, planejar e fazer com que as coisas realmente aconteçam dentro das
organizações.
Neste sentido, os líderes exercem papel fundamental dentro das
organizações, visto que são eles os responsáveis por influenciar seguidores. Apesar
de a liderança ser importante para a gerência e estreitamente relacionada a ela,
liderança e gerência não são iguais. Um líder pode não exercer um cargo de
gerência, mas um gerente precisar ser líder.
Ser líder é ter uma visão global, uma relação entre o homem e o seu
ambiente de trabalho. É saber ensinar e também aprender, sendo este último de
vital importância, ou de maior importância. A principal atividade de um gestor ou líder
é a de conduzir pessoas, como o próprio nome indica, sabendo para isso lidar com
elas e conseguir os melhores resultados BERNARD (2007).
Vale dizer que líder não é aquele que se impõe pela força e poder, mas quem
usa o poder da liderança, isto é, o poder da persuasão e a capacidade de
influenciar, sabendo mostrar como um guia o caminho que ele vê e conhece melhor.
A melhor persuasão é o exemplo. É incrível e lamentável, constatar que em pleno
20
século XXI ainda existam empresários e executivos de alto nível que confundem
liderança com uso arbitrário do poder.
Liderar não é uma tarefa simples, pelo contrário, liderança exige paciência,
disciplina, humildade, respeito e compromisso, pois a organização é um organismo
vivo, dotado de colaboradores dos mais diferentes tipos. Dessa forma, pode-se
definir liderança como o processo de dirigir e influenciar as atividades relacionadas
às tarefas dos membros de um grupo. Porém, existem três implicações importantes
nesta definição:
A liderança envolve outras pessoas: onde houver mais de uma pessoa,
haverá a necessidade de um líder, o que contribuirá na organização de um trabalho,
tarefa ou até mesmo no convívio familiar;
A liderança envolve uma distribuição desigual de poder entre os líderes e os
demais membros do grupo: a distribuição de poder dentro de uma empresa é sem
dúvidas sua ponte para crescimento;
A liderança é a capacidade de usar diferentes formas de poder para
influenciar de vários modos seus seguidores. Pode até faltar os recursos, só não
pode faltar à criatividade para criá-los.
Embora existam muitos conceitos e definições, observamos que a liderança é
basicamente caracterizada pela atitude integrada e dirigida para um objetivo comum
ao líder e ao grupo, dependendo da aceitação integral do líder pelo grupo, de modo
a se conseguir uma integração do esforço mútuo. Além disso, a liderança adquire
forma e se processa dentro de um ambiente condicionado por forças sociais, formais
e informais CHIAVENATO (1999).
2.5.1 Tipos de Líderes:
Nem todos os líderes são iguais. Cada um possui uma personalidade e uma
forma distinta de liderança. Existem vários tipos de líderes:
Líder autoritário - aquele que determina as idéias e o que será executado pelo
grupo, e isso implica na obediência por parte dos demais. É extremamente
dominador e pessoal nos elogios e nas criticas ao trabalho de cada membro do
grupo. Conduta condenável, esta postura e não é válido este tipo de
comportamento. É uma pessoa ditadora e soberana, o que comanda o grupo só
pensando em si, não aceita as idéias de outro membro do grupo, é uma pessoa
déspota também subestimando e diminui o grupo.
21
Consequência: a reação do grupo de modo geral fica hostil e se distância por
medo BATISTA (2008).
Líder indeciso - não assume responsabilidade, não toma direção efetiva das
coisas, vive no jargão “deixa como esta, para ver como é que fica”.
Consequência: a reação do grupo é ficar desorganizado, gera insegurança e
atritos, é como um barco sem leme, não sabe para onde vai BATISTA (2008).
Líder democrático - é o líder do povo, pelo povo, e para com o povo,
preocupa-se com participação do grupo, estimula e orienta, acata e ouve as opiniões
do grupo, pondera antes de agir. Aquele que determina, junto com o grupo, as
diretrizes, permitindo ao grupo esboçar as técnicas para alcançar os objetivos
desejados. É impessoal e objetivo em suas críticas e elogios. Para ele, o grupo é o
centro das decisões. Acredita-se que a ação do líder democrático é de suma
importância para o progresso e sucesso de uma organização. Tal como um
sacerdote, que posso dar o exemplo de Moisés do Egito, (quando estava com o
povo defendia Deus, quando estava com Deus defendia o povo).
Consequência: a reação do grupo é de interação, participação, colaboração e
entusiasmo BATISTA (2008).
Líder liberal - aquele que participa o mínimo possível do processo
administrativo. Dá total liberdade ao grupo para traçar diretrizes. Apresentam apenas
alternativas ao grupo.
Consequência: a reação do grupo geralmente é ficar perdido, não ficando
coeso BATISTA (2008).
Líder situacional - é aquele que assume seu estilo de liderança dependendo
mais da situação do que da personalidade. A postura deste líder brota ante as
diferentes situações que ele detecta no dia-a-dia. Possui um estilo adequado para
cada situação.
Consequência: a reação do grupo é de segurança e motivação por certo
tempo BATISTA (2008).
Líder emergente - diz respeito aquele que surge e assume o comando por
reunir mais qualidades e habilidades para conduzir o grupo aos objetivos
diretamente relacionados a uma situação especifica.
Consequência: o grupo reage bem, participa, colabora, sabendo que se
houver emergência, o líder saberá o que fazer BATISTA (2008).
22
3 RESULTADOS
Este trabalho baseia-se principalmente em um estudo de caso, de caráter
exploratório, abordando a sete pequenas propriedades rurais familiar na região de
Palmital, Estado de São Paulo.
A pesquisa de campo foi elaborada com o objetivo de avaliar as formas de
gestão utilizadas nas empresas rurais familiares, tendo como instrumento um
questionário2 composto por 12 questões abertas e fechadas.
A partir dos dados coletados foi possível verificar que para conseguir ter uma
administração e organização efetiva na empresa rural o gestor precisa ter
conhecimentos da área administrativa.
Foram entrevistados 25 indivíduos, onde foi possível obter as seguintes
informações: das pessoas entrevistadas 60% eram do sexo masculino, e 40% do
sexo feminino, conforme a figura 1. Constatou-se que os homens trabalham no
campo executando as tarefas diárias e as mulheres trabalham executando trabalho
doméstico dando assistência aos maridos, levando almoço, água, realizar a compra
de mantimentos entre outros afazeres domésticos.
Figura 1 – sexo dos entrevistados. Fonte: elaboração própria.
Na figura 2, é possível observar que os indivíduos entrevistados estão
distribuídos nas seguintes faixas etárias, onde: 8% estão acima de 46 anos, 48%
estão entre 36 a 45 anos, 24% entre 26 a 35 e 20% entre 15 a 25 anos.
1 Apêndice A: Modelo do questionário utilizado na pesquisa de campo.
40%
60% Feminino
Masculino
23
Figura 2 – Faixa etária dos entrevistados. Fonte: elaboração própria.
Em relação ao grau de escolaridade dos integrantes familiares entrevistados
foi constatado que 20 % possuem ensino fundamental completo, 40% possuem
ensino médio incompleto, 32% possuem ensino médio completo, 8% possuem
ensino superior incompleto e nenhum dos entrevistados possui curso superior
completo.
De acordo com os dados obtidos constatou-se que o nível de escolaridade
dos produtores rurais é muito baixo, não sendo suficiente para os gestores terem
conhecimento administrativo e gerenciarem bem a empresa, tendo na sua maioria o
ensino médio incompleto seguido pelo ensino fundamental completo.
Figura 3 - Nível de Escolaridade. Fonte: elaboração própria.
20%
24% 48%
8%
de 15 a 25 anos
de 26 a 35 anos
de 36 a 45 anos
acima de 46 anos
0%
20%
40%
32%
8%
0%
Ensino fundamentalincompleto
Ensino fundamentalcompleto
Ensino médioincompleto
Ensino médiocompleto
Ensino superiorincompleto
Ensino superiorcompleto
24
Na divisão das funções na empresa rural, 24% correspondem aos
administradores, 16% operadores de maquina, 20% realizam serviço manual, 16%
são donas de casa, 12% são estudantes e 12% realizam outras atividades.
Figura 4 - Cargo ocupado na Empresa Familiar. Fonte: elaboração própria.
Nas empresas rurais pesquisadas foi analisado que na maioria dos casos os
familiares realizam trabalhos dentro da empresa, tanto no campo, como trabalho
doméstico, constatou os seguintes dados: 16% ao menos uma pessoa trabalha, 24%
duas pessoas trabalham, 28% três pessoas trabalham, 12% quatro pessoas
trabalham, 8% cinco pessoas trabalham e dos 12% que não trabalham constatou-se
que estão estudando.
Figura 5 - Quantas pessoas trabalham na Empresa. Fonte: elaboração própria.
24%
16%
20%
16%
12%
12% Gestor (administrador)
Operador deequipamentos agrícolas
trabalho manual
dona de casa
estudante
outros
12%
16%
24%
28%
12%
8%
0%
Nenhuma pessoa
Uma pessoa
Duas pessoas
Três pessoas
Quatro pessoas
Cinco pessoas
Mais que 5 pessoas
25
Sobre a divisão das tarefas realizadas na empresa rural, os entrevistados
responderam da seguinte forma, 24% são os próprios entrevistado, 16% é o pai,
28% são o pai e a mãe, 24% são o pai e familiares, 8% se destinam a outras
pessoas, e no caso a mãe não aparece na divisão do trabalho, devido à
centralização das ordens transmitidas e executadas pelos maridos na maioria das
vezes. De acordo com os dados obtidos constata-se que o pai na maioria das vezes
executa e delega o trabalho dentro da empresa rural.
Figura 6 – Responsável pela divisão do trabalho. Fonte: elaboração própria.
Perguntados sobre a aceitação das tarefas que lhes são atribuídas, 84%
concordam plenamente com o que estão fazendo e 16% não aceitam bem a tarefa
que lhes é passada. Em análise, supõe-se que as tarefas não são bem aceitas
pelos trabalhadores devido aos critérios adotados na hora da atribuição, onde os
conhecimentos e habilidades de cada um não são levados em conta.
Figura 7 – A tarefa do dia-a-dia é aceito por todos. Fonte: elaboração própria.
24%
16%
0%
28%
24%
8% eu mesmo (Gestor)
Pai
Mãe
Pai e Mãe
Pai + Familiares ( tio,avô, irmão, etc)
Outros
84%
16%
Sim
Não
26
Na questão destinada ao gestor, foi pedida sua avaliação quanto ao serviço
realizado pelos familiares, chegando à seguinte conclusão: 72% estão satisfeitos
com o trabalho desempenhado pelos familiares e 28% não estão satisfeitos com os
serviços prestados por familiares. Verificou-se que não houve 100% de satisfação da
parte do gestor, o que pode gerar conflitos entre os familiares, ocasionando
resultados negativos como: queda na produção, intrigas entre os familiares e falta de
comprometimento com o patrimônio.
Figura 8 – O trabalho é executado adequadamente pelos familiares. Fonte: elaboração própria.
No que diz respeito ao favorecimento de familiares, foram obtidos os
seguintes resultados: 64% acham que não há o favorecimento de membros e 36%
disseram que existe o favorecimento na execução das tarefas.
Figura 9 – Há favorecimento na execução dos trabalhos realizados. Fonte: elaboração própria.
72%
28%
Sim
Não
36%
64% Sim
Não
27
Quanto à remuneração paga aos trabalhadores, 72% acham que o valor recebido é
justo e 28% não concordam com o que recebem.
Figura 10 – É justa a remuneração recebida pelos trabalhos realizados. Fonte: elaboração própria.
No relacionamento entre os familiares foi perguntado se há harmonia entre
eles, onde se constatou que 82% dos entrevistados acreditam que há harmonia
entre todos e já 12% acham que não.
Figura 11 – Há harmonia entre os familiares. Fonte: elaboração própria.
No que diz respeito às melhorias, foi perguntado a cada entrevistado o que
ele acha que poderia melhorar na empresa rural em que ele trabalha. As respostas
foram às seguintes: 32% disseram que a aquisição de novos equipamentos poderia
melhorar a empresa, 28% disseram que o governo poderia dar mais incentivo, 20%
72%
28%
Sim
Não
88%
12%
Sim
Não
28
dizem que o apoio técnico é essencial, 12% disseram que a qualificação de cada um
seria fundamental e apenas 8% disseram que falta um melhor preparo da terra para
plantio.
Assim, acredita-se que se houvesse maior qualificação dos gestores haveria
maiores chances da empresa obter crescimento e desenvolvimento, juntamente com
aquisição de novas tecnologias.
Figura 12 – O que poderia ser melhorado na Empresa Familiar. Fonte: elaboração própria
32%
8%
20%
12%
28%
0%
Compra de novosequipamentos agrícolas
um melhor preparo da terrapara o plantio
Acompanhamento técnico
Qualificação dos profissionaisenvolvidos
Ter incentivo do Governo
N/D
29
4 CONCLUSÃO
Neste trabalho, inicialmente foi realizada uma pesquisa de campo, com a
aplicação de um questionário com 25 proprietários rurais e familiares na região de
Palmital, estado de São Paulo.
A partir do qual foi possível diagnosticar, que a maioria dos entrevistados não
possui conhecimento administrativo suficiente para planejar, gerir e controlar as
tarefas entre os familiares, o que faz com que a empresa rural familiar tenha
dificuldades para se manter competitiva no mercado.
Posteriormente foi realizada uma pesquisa bibliográfica onde foi possível
visualizar a evolução da administração rural familiar até os dias atuais, e entender a
importância da administração rural familiar; ou seja, do gestor possuir
conhecimentos suficientes para dominar os processos e números da empresa e
principalmente, saber interpretar o cenário macroeconômico, analisar o mercado,
saber onde está e aonde quer chegar com seus objetivos.
Neste sentido, foi realizada uma pesquisa bibliográfica, onde as idéias de
vários autores sobre o assunto foram confrontadas, permitindo confirmar a
necessidade da aplicação de conhecimentos administrativos no planejamento,
controle e organização da empresa familiar.
A partir deste conjunto de dados e informações, foi possível atingir os
objetivos deste trabalho, oferecendo subsídios para que os gestores possam
melhorar a prática da administração nas empresas rurais familiares na região de
Palmital, promovendo a melhoria no planejamento e organização de trabalho, desde
o plantio até na comercialização dos produtos.
Desta forma, todos os dados apontam que uma boa administração da
empresa rural familiar pode favorecer o crescimento e expansão de um simples
negócio.
Através da elaboração do presente trabalho foi possível obter uma visão
acerca das ações necessárias dentro da área administrativa rural. Tendo então
obtidos os seguintes resultados: dentro da pequena empresa rural familiar é de
suma importância a presença de um gestor qualificado que atenda as necessidades
diárias enfrentadas entre os familiares na organização das tarefas.
30
O líder não deve levar em consideração o parentesco e deixar que atividades
por parte destes não sejam executadas.
A divisão de tarefas dentro da empresa não é apenas uma repartição de
funções e sim um recrutamento do mais eficiente a cada tarefa. Sendo então este o
fator que irá organizar da melhor maneira possível os trabalhadores, de forma a não
haver divergências e desentendimentos entre eles, o que poderá melhorar os
resultados dos processos e consequentemente a capacidade da empresa de se
manter competitiva no mercado.
Conclui-se, portanto, que administrar uma pequena propriedade rural não é
tarefa tão fácil, mais com organização e entendimento entre os familiares tudo pode
se tornar administrável.
31
REFERÊNCIAS
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informação e documentação / referências / elaboração. Rio de Janeiro, 2002.
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CHIAVENATO, Idalberto. Administração nos novos tempos. 7. ed. Rio de Janeiro:
Campus, 1999.
DRUCKER, Peter F. A Administração na próxima sociedade. São Paulo: Nobel,
2002.
FAUSTO, Boris. História Concisa do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de
São Paulo, Imprensa Oficial do Estado, 2001
HUNTER, James C. Como se tornar um líder servidor. 6. ed. Rio de Janeiro: Sextante, 2006.
HOBSBAWM, Eric J.. Da Revolução Industrial Inglesa ao Imperialismo (5a. ed.).
Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2003.
KAGEYAMA, A. Pluriatividade e Ruralidade: aspectos metodológicos. Economia
Aplicada, 2 (3): 515-551, jul./set. São Paulo, 1998,
NASCIMENTO, Auster Moreira. Um Estudo sobre o Proceso de Gestão em
Empresas Familiares.Disponívelem:<http://www.congressoeac.locaweb.com.br/
artigos62006/172.pdf>. Acesso em: 21 de Out.2008.
______. NBR 10520: informação e documentação / citações em documentos /
apresentação. Rio de Janeiro, 2002.
OLIVEIRA, Marcos A. Cultura organizacional. São Paulo: Nobel, 1988. TIFFANY,
PAUL & PETERSON, STEVE D., Planejamento Estratégico– Série para Dummies,
Paul Triffany, Editora Campus, 386 páginas, ISBN 85-352-0362-1, 1999.
32
SCHUCH, H. J. A importância da opção pela agricultura familiar. Disponível em:
<http://gipaf.cnptia.embrapa.br/itens/publ/fetagrs/fetagrs99>. Acesso em: 26 jan.
2007.
Administração Rural Familiar. Disponível em: <http://www.agronline.com.br
/artigos/artigophp/>. Acesso em 18 de Mai 2010.
A Nova Ordem da Administração. Disponível em: <http://gipaf.cnptia.embrapa.br/
publicacoes/artigos-e-trabalhos/lauschner94.pdf/>. Acesso em 29 de mai. 2010.
Divisão de Trabalho. Disponível em: <http://www.pt.shvoong.com/social-sciences
/economics/1818989-divis%C3%A3o-trabalho/>. Acesso em 19 mai. 2010.
Tipos de Lideres. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/informe-se/
artigos/lideranca-e-seus-tipos/20854/>. Acesso em 01 mai. 2010.
33
APÊNDICES
APÊNDICE A – Modelo de questionário utilizado na pesquisa de campo:
Este questionário se destina a coleta de dados, para o complemento de
informações do trabalho de conclusão de curso, focado na Administração Rural
Familiar.
1- Sexo:
( ) feminino
( ) masculino
2- Idade:
( ) de 15 a 25 anos
( ) de 26 a 35 anos
( ) de 36 a 45 anos
( ) acima de 46 anos
3- Qual o seu nível de escolaridade?
( )ensino fundamental incompleto ( )ensino fundamental completo
( )ensino médio incompleto ( )ensino médio completo
( )ensino superior incompleto ( )ensino superior completo
4- Cargo que ocupa na empresa familiar?
R:
5- Do grupo familiar, quantas pessoas trabalham?
R:
6- Quem é o responsável por dividir as funções na sua empresa familiar?
R:
7- As tarefas do dia-a-dia são bem aceitas por todos?
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a) ( ) Sim
b) ( ) Não
8- O trabalho é executado adequadamente pelos membros da família?
a) ( ) Sim
b) ( ) Não
9- Há o favorecimento de pessoa(s) na execução dos trabalhos?
a) ( ) Sim
b) ( ) Não
10- Você considera que recebe uma remuneração justa pelo trabalho que você
executa?
a) ( ) Sim
b) ( ) Não
11- Há harmonia entre os membros familiares?
a) ( ) Sim
b) ( ) Não
12- O que você acha que poderia ser melhorado nesta empresa?
R: