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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE FARMÁCIA DEBORA LUIZA POSTAI ADSORÇÃO DE CORANTES COM OS RESÍDUOS DAS SEMENTES DE Aleurites moluccana L. WILLD (EUPHORBIACEAE) Itajaí, 2013

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

CURSO DE FARMÁCIA

DEBORA LUIZA POSTAI

ADSORÇÃO DE CORANTES COM OS RESÍDUOS DAS SEMENTES

DE Aleurites moluccana L. WILLD (EUPHORBIACEAE)

Itajaí, 2013

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DEBORA LUIZA POSTAI

ADSORÇÃO DE CORANTES COM OS RESÍDUOS DAS SEMENTES

DE Aleurites moluccana L. WILLD (EUPHORBIACEAE)

Monografia apresentada como requisito para

obtenção do título de farmacêutico pela

Universidade do Vale do Itajaí, Centro de

Ciências da Saúde.

Orientador: Prof. Dr. Clovis Antônio Rodrigues

Itajaí (SC)

Junho de 2013

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Dedicatória

A minha família e a todos que

contribuíram de alguma forma

para a realização deste trabalho.

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AGRADECIMENTO

A meus pais (Ademar e Luciana) e a meu irmão (Fernando) por todo amor e

dedicação, apoio moral e financeiro. Por me darem o direito de sonhar e de me fazer

compreender o sentido da vida e me ensinar o que é certo e errado para seguir a

diante com meus próprios passos.

Ao meu namorado Leonardo, por seu companheirismo, amor e paciência

durante a realização deste trabalho.

Ao Prof. Dr. Clovis Antônio Rodrigues, um grande amigo e mestre. Obrigada

por sua paciência comigo, pela bolsa de estudo concedida no primeiro ano de

faculdade e pela oportunidade de realizar este trabalho, por seus ensinamentos e

compreensão.

Aos membros da banca por todo conselho, ideias compartilhadas e

comentários que ajudaram a melhorar este trabalho.

Debora Luiza Postai

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“Para achar agua é preciso descer terra

adentro, encharcar-se no lodo.

Mas há os que preferem olhar os céus e

esperar pelas chuvas”.

Oduvaldo Vianna Filho

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ADSORÇÃO DE CORANTES COM OS RESÍDUOS DAS SEMENTES

DE Aleurites moluccana L. WILLD (EUPHORBIACEAE)

Debora Luiza POSTAI

Orientador: Prof. Dr. Clóvis Antônio Rodrigues

Defesa: Junho de 2013

Resumo:

Corantes são compostos sintéticos e tóxicos que representam um importante grupo de poluentes, e veem sendo utilizados em diversas áreas, como, indústria têxtil, plástico, borrachas, couro, acrílico, cosméticos e papel, sendo de sério impacto ambiental. Neste trabalho, a aplicação do Resíduos de Sementes da Aleurites moluccana (RSAM) na remoção dos corantes catiônicos, azul de metileno(AM), rodamina B (RB) e violeta cristal (VC) a partir de solução aquosa foi investigada. O adsorvente foi caracterizado por espectrofotometria de IV, ponto de medição de carga zero, e método de titulação de Boehm. O efeito do tempo de contato, pH e temperatura foram avaliados para remoção dos corantes catiônicos. Um aumento do pH de 3 para 9 foi acompanhado por um aumento de aproximadamente 3 vezes na quantidade de corante adsorvido. Os valores de equilíbrio de adsorção foram obtidos e analisados através das equações de Langmuir, Freundlich, Langmuir-Freundlich e Redlich-Peterson sendo que a isoterma de Lagmuir-Freundlich mostrou uma melhor correlação para os valores experimentais. As capacidades máximas de adsorção dos corantes foram de 266,4 mg/g para o corante AM, 104,3 mg/g para o VC e 142,1 mg/g para a RB. A cinética de adsorção foi avaliada através do modelo de pseudo primeira ordem, pseudo segunda ordem e intraparticula, onde pode-se observar que a adsorção seguiu o modelo de cinética de pseudo segunda ordem. A diferença do desempenho de adsorção entre os corantes foram relacionadas com a estrutura molecular dos corantes e a superfície química do adsorvente. Os resultados indicam que o RSAM pode ser utilizado como um material de baixo custo e eficaz para remoção de corantes catiônicos em águas residuais. Palavras-chaves: Adsorção. Catiônicos. Corantes. Resíduo da semente da aleurites moluccana.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Fruto e sementes da Aleurites moluccana. ............................................. 29

Figura 2 - RSAM-35 (1) e RSAM-60 (2).................................................................... 35

Figura 3 - Determinação do ponto de carga zero. .................................................... 36

Figura 4 - Espectro de Infravermelho na região entre 4000 cm-1 e 700 cm-1 para o

RSAM. ................................................................................................................. 37

Figura 5 - Fórmula estrutural do Azul de Metileno. ................................................... 38

Figura 6 - Fórmula estrutural do Violeta Cristal. ....................................................... 38

Figura 7 - Fórmula estrutural da Rodamina B........................................................... 39

Figura 8 - RSMA após a adsorção com os corantes AM, VC e RB. ......................... 39

Figura 9 - Espectros de Infravermelho na região entre 4000 cm-1 e 700 cm-1 para o

RSAM com os corantes adsorvidos: RB (rosa), VC (roxo), e AM (azul). ............. 41

Figura 10 - Efeito da temperatura sobre a capacidade de adsorção dos corantes.

Concentração inicial 300 mmg/L, massa de RSAM 50 mg; tempo de contato 60

mim. Os valores 35 e 60 representam a granulometria das partículas. .............. 43

Figura 11 - Curva de cinética de adsorção do AM pelo adsorvente RSAM 35 Mesh.

Concentração do AM 100 mg/L, massa de adsorvente 0,05 g, a temperatura de

55°C, pH 9,0. As linhas apresentam o resultado dos modelos matemáticos

aplicados: pseudo primeira ordem (Verde), pseudo segunda ordem (Azul),

intraparticula (Vermelho). .................................................................................... 47

Figura 12 - Isoterma de adsorção do VC pelo RSAM 35 mesh. Temperatura de

35°C. tempo de agitação de 60 minutos, pH 6,0, quantidade de adsorvente 0,05

g. As linhas representam o resultado da aplicação dos modelos matemáticos:

Langmuir (Verde), Freundlich (Azul), Langmuir-GFreundlich (Preto), Redlich-

Peterson (Vermelho). .......................................................................................... 50

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Figura 13 - Isoterma de adsorção do RB pelo RSAM 60 mesh. Temperatura de

35°C. tempo de agitação de 60 minutos, pH 6,0, quantidade de adsorvente 0,05

g. As linhas representam o resultado da aplicação dos modelos matemáticos:

Langmuir (Verde), Freundlich (Azul), Redlich-Peterson (Vermelho). .................. 51

Figura 14 - Isoterma de adsorção do AM pelo RSAM 35 mesh. Temperatura de

25°C. tempo de agitação de 60 minutos, pH 9,0, quantidade de adsorvente 0,05

g. As linhas representam o resultado da aplicação dos modelos matemáticos:

Langmuir (Verde), Freundlich (Azul), Langmuir-Freundlich (Preto), Redlich-

Peterson (Vermelho). .......................................................................................... 51

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Efeito do tamanho das partículas na capacidade adsorção dos corantes

pela RSAM: concentração inicial dos corantes 300 mg/L; massa de RSAM 50

mg; tempo de agitação 60 mim. .......................................................................... 41

Tabela 2 - Efeito do pH na capacidade adsorção dos corantes pela RSAM-35:

concentração inicial dos corantes 300 mg/L; massa de RSAM 50 mg; tempo de

agitação 60 mim. ................................................................................................. 43

Tabela 3 - Parâmetros da cinética de adsorção do RSAM 35 Mesh. Concentração do

corante Azul de Metileno, 100 mg/mL, volume de solução 20 mL, massa de

RSAM 50 mg, temperaturas 55°C, pH: 9,0......................................................... 47

Tabela 4 - Parâmetros de adsorção do corante VC, em diferentes temperaturas e

tamanho de partícula de 35 e 60 mesh, tempo de agitação de 1hora, em pH 3,0,

6,0 e 9,0. ............................................................................................................. 52

Tabela 5 - Parâmetros de adsorção do corante RB, em diferentes temperaturas e

tamanho de partícula de 35 e 60 mesh, tempo de agitação de 1hora, em pH 3,0,

6,0 e 9,0. ............................................................................................................. 54

Tabela 6 - Parâmetros de adsorção do corante AM, em diferentes temperaturas e

tamanho de partícula de 35 e 60 mesh, tempo de agitação de 1hora, em pH 3,0,

6,0 e 9,0. ............................................................................................................. 56

Tabela 7 - Análise de Erros dos modelos de isoterma de Langmuir, Freundlich,

Langmuir-Freundlich e Redlich-Peterson para o corante Violeta Cristal. ............ 59

Tabela 8 - Análise de Erros dos modelos de isoterma de Langmuir, Freundlich,

Langmuir-Freundlich e Redlich-Peterson para o corante Rodamina B. .............. 60

Tabela 9 - Análise de Erros dos modelos de isoterma de Langmuir, Freundlich,

Langmuir-Freundlich e Redlich-Peterson para o corante Azul de Metileno. ........ 61

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 19

2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 23

2.1 Objetivos gerais ................................................................................................ 23

2.2 Objetivos específicos........................................................................................ 23

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 25

3.1 Corantes ............................................................................................................. 25

3.1.1 Corantes Catiônicos....................................................................................... 25

3.2 Processos de remoção dos corantes .............................................................. 26

3.3 Processos de adsorção .................................................................................... 27

3.4 Resíduos da semente da A. moluccana .......................................................... 28

4 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 31

4.1 Métodos .............................................................................................................. 31

4.1.1 Adsorvente utilizado ...................................................................................... 31

4.1.2 Obtenção da matéria-prima ........................................................................... 31

4.1.3 Isoterma de adsorção .................................................................................... 31

4.1.4 Efeito do pH na adsorção de corantes ......................................................... 32

4.1.5 Cinética de adsorção ..................................................................................... 32

4.1.6 Determinação da capacidade de adsorção .................................................. 32

4.1.7 Determinação do ponto de carga zero (pHPCZ) ............................................ 32

4.1.8 Aplicação de Modelos Matemáticos ............................................................. 33

4.1.9 Análise de Erros ............................................................................................. 33

4.1.10 Grupos funcionais ........................................................................................ 34

4.1.11 Espectroscopia de Infravermelho (IV) ........................................................ 34

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 35

5.1 Caracterização do adsorvente ......................................................................... 35

5.1.1 Determinações do Ponto de Carga Zero ...................................................... 35

5.1.2 Grupos Funcionais ......................................................................................... 36

5.1.3 Espectroscopias de Infravermelho (IV) ........................................................ 37

5.2 Estudos de adsorção dos corantes ................................................................. 38

5.2.1 Escolha dos corantes .................................................................................... 38

5.2.2 Espectroscopias de Infravermelho (IV) ........................................................ 40

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5.2.3 Efeito do tamanho das partículas ................................................................. 41

5.2.4 Efeito da temperatura ..................................................................................... 42

5.2.5 Efeito do pH na adsorção de corantes ......................................................... 43

5.3 Cinéticas de adsorção ...................................................................................... 45

5.4 Isotermas de adsorção ..................................................................................... 48

5.5 Análises de Erros .............................................................................................. 58

6 CONCLUSÕES ...................................................................................................... 63

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 65

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1 INTRODUÇÃO

A contaminação dos recursos hídricos com diversos poluentes químicos

representam, atualmente, enormes riscos tanto para o meio ambiente quanto a

saúde publica. Isso ocorre por conta da urbanização e industrialização progressiva

(MATTAR; COSTA; BELISARIO, 2012).

O rigor das exigências impostas por órgãos de gerenciamento e conservação

ambiental ao controle da poluição dos recursos hídricos tem sido crescente, devido à

escassez de água prontamente utilizável (JIMENEZ; BOSCO; CARVALHO, 2004).

O aumento da população e o rápido crescimento industrial tem resultado na

alta demanda por corantes e pigmentos. Com a descoberta dos corantes sintéticos

um novo modo de “produzir” se iniciou; mais baratos, brilhantes, fácil de aplicar ao

tecido, são estas algumas das características dos novos corantes sintéticos

(SHARMA et al., 2011).

Corantes são compostos orgânicos que representam um importante grupo de

poluentes, sendo utilizados em diversas áreas, como em diferentes indústrias, como

têxteis, plásticos, borrachas, couro, cosméticos e papel, com componentes

altamente tóxicos e de sério impacto ambiental. O tratamento destes efluentes

têxteis é um dos assuntos de maior interesse do ponto de vista ambiental

(DEBRASSI; LARGURA; RODRIGUES, 2010).

Hoje, há cerca de 10000 corantes comercialmente disponíveis, onde muitos

destes corantes sintéticos são descartados como efluentes, criando um problema

estético e afetando a vida aquática. Muitos deles são mutagênicos e carcinogênicos,

tornando a remoção destes corantes um dos requisitos mais difíceis de serem

enfrentados pelas indústrias pelo seu alto impacto ambiental (DEMARCHI;

DEBRASSI; RODRIGUES, 2012; HUBICKI; WAWRZKIEWICZ, 2009; SHARMA et

al., 2011). Estima-se que 2% dos corantes produzidos, anualmente, são

descarregados em efluentes (HILAL; AHMED; BADR, 2012). A descarga destes

efluentes contendo corantes nos rios causa um grave problema ambiental resultando

na poluição do meio ambiente, devido à toxicidade dos corantes, pois eles

representam um importante grupo de poluentes. Uma vez que os corantes entram

em contato com a água, é difícil sua remoção, pois são de origem sintética e com

uma estrutura molecular muito complexa e estável, feito para resistir à degradação

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por luz química, exposições biológicas e outros, o que as torna mais difíceis de

serem degradados (DEBRASSI et al., 2011; GOTTIPATI; MISHRA, 2010).

A interferência que estes corantes causam a natureza, ao ser humano e a

preocupação com a estética e a qualidade do ambiente atingido por estes efluentes

leva á busca intensa por tecnologias disponíveis que possam ser utilizadas para

remoção destes efluentes (HILAL; AHMED; BADR, 2012; QUADROS, 2005). Os

principais métodos de tratamento disponíveis na literatura para descoloração das

águas de rejeitos envolvem, principalmente, processos físico-químicos e biológicos.

Dentre estes, encontram-se a coagulação, a precipitação, a floculação, os processos

avançados de oxidação e adsorção (MATTAR; COSTA; BELISÁRIO, 2012; VIEIRA

et al., 2012).

Não existe um método universal adequado para eliminar os corantes dos

efluentes. A melhor escolha depende do tipo de corante a ser removido,

composição, concentração e fluxo de produção do rejeito (MATTAR; COSTA;

BELISÁRIO, 2012).

Entre os métodos de remoção, a adsorção é um dos métodos que está

ganhando cada vez mais atenção, devido ao seu potencial, eficiência, simplicidade,

disponibilidade, baixo consumo de energia, alta seletividade em nível molecular, fácil

operação e superioridade às outras técnicas, em termos de custos iniciais,

intolerância a substâncias tóxicas e capacidade de separar vários compostos

químicos (HUBICKI; WAWRZKIEWICZ, 2009; MITTAL; MITTAL; KURUP, 2007 ;

SHARMA et al., 2011).

A adsorção é um tratamento físico-químico de águas residuais na qual a

molécula dissolvida é ligada a superfície de um adsorvente por forças

físico/químicas. Dependendo da natureza do adsorvente e da origem do corante,

diferentes interações podem ser realizadas, como a interação eletrostática e forças

de Van der Waals (SHARMA et al., 2011).

Atualmente, o material que é utilizado para o tratamento de efluentes e

apresenta maior capacidade de adsorção, é o carvão ativado. Entretanto, as perdas

durante o processo de recuperação do adsorvente, torna-o um adsorvente de alto

custo, além de possuir adsorção limitada para corantes de caráter catiônico, em

função de sua superfície ser quimicamente positiva (DALLAGO; OLIVEIRA;

SMANIOTTO, 2005; SHARMA et al., 2011).

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Ao longo dos anos, os resíduos de produtos industriais e agrícolas, como pneus

de borracha, palha de arroz, serragem, casca de coco, quitosana, casca de pinus,

bagaço da cana de açúcar, entre outros, têm sido explorados como alternativa

possível para o carvão ativo para remoção de produtos químicos (MITTAL; KURUP;

GUPTA, 2005).

Muitos resíduos agrícolas têm sido estudados para remoção de corantes a

partir de águas residuais. Estes adsorventes apresentam um baixo custo, são

abundantes na natureza, requerem pouco processamento e são eficazes para

remoção de corantes, permitem o tratamento de grandes volumes, de modo rápido,

econômico e satisfatório (MATTAR; COSTA; BELISARIO, 2012).

A Aleurites moluccana L. WILLD (EUPHORBIACEAE) é uma arvore de grande

porte sendo cultivada em todo o Brasil e utilizada pela medicina popular como

laxante e emagrecedor, e alguns estudos mostram o efeito analgésico das folhas.

Após quatro anos de plantio a arvore já esta apta a produzir muitas sementes.

Assim sendo, os resíduos das sementes de A. moluccana apresenta

características que lhe permite ser utilizado como adsorvente, pois a planta tem

como vantagem a produção em grande escala de sementes durante o ano todo,

baixo custo e fácil acesso.

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivos gerais

Avaliar a capacidade de adsorção dos resíduos das sementes de Aleurites

moluccana (RSAM) para os corantes catiônicos Azul de Metileno, Rodamina B e

Violeta Cristal.

2.2 Objetivos específicos

Determinar a capacidade de adsorção dos diferentes corantes pelo resíduo

das sementes de A. moluccana;

Analisar o efeito do pH no processo de adsorção dos corantes;

Calcular os parâmetros cinéticos e termodinâmicos do processo de adsorção

dos corantes;

Calcular a capacidade máxima de adsorção aplicando os modelos

matemáticos de adsorção;

Identificar os sítios de ligação do resíduo das sementes de A. moluccana com

os corantes catiônicos.

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3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1 Corantes

Corantes são os principais contaminantes presentes em efluentes. Os

corantes sintéticos são amplamente utilizados para tingimento têxteis, impressão em

papel, couro, fotografia e como aditivos em produtos petrolíferos (RADHA et al.,

2005).

As indústrias têxteis liberam cerca de 100.000 toneladas de corantes por ano

(VIEIRA et al., 2012). A remoção destes efluentes pode ser considerada uma

importante atividade a ser aplicada nos diversos segmentos industriais, sendo assim

uma etapa essencial e utilizada nas mais variada áreas (MORI; CASSELLA, 2009),

uma vez que, sem tratamento, os efluentes podem afetar o processo de fotossíntese

e os ciclos biológicos. Estes efluentes são amplamente detectáveis a olho nu,

alterando a transparência da água, modificando a penetração da luz solar,

fundamental a esse processo. Estudos tem mostrado que certas classes de corantes

podem causar dermatite alérgica, irritação na pele e ainda podem ter efeito

carcinogênico e mutagênico (BROWN; DEVITO, 1993; ÇIÇEK et al., 2007;

GUARANTINI; ZANONI, 2000; KHAN; SHARMA; ALI, 2011; KUNZ et al., 2002).

Os corantes, na maioria, são tóxicos, não-biodegradáveis e de origens

sintéticas. Apresentam em sua estrutura anéis aromáticos e grupamento azo, são

pouco suscetível à degradação oxidativo e não são biodegradáveis. Esta é uma das

grandes dificuldades em remover estes efluentes (DEBRASSI; LARGURA,

RODRIGUES, 2010; KHAN; SHARMA; ALI, 2011).

3.1.1 Corantes Catiônicos

Os corantes catiônicos são muito usados no tingimento de acrílicos, lã, nylon,

seda. Estes corantes apresentam diferentes estruturas com base nos diferentes

grupos substituintes dos aromáticos. Este grupo de corante é considerado tóxico,

podendo causar alergias e irritações na pele (EREM; AFSIN, 2007).

Os corantes dependem de íons positivos, que geralmente são cloridratos, que

carregam uma carga positiva em sua molécula. A característica catiônica é

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encontrada em vários tipos de corantes, como em corantes azos, antraquinona e

trifenilmetano. Há vários estudos com corantes catiônicos, como os corantes Violeta

Cristal, Azul de metileno, Azul Básico, onde alguns deles, como o azul de metileno,

são usados amplamente na indústria têxtil (DEBRASSI et al., 2011; HUNGER, 2003;

SALLEH et al., 2011).

3.2 Processos de remoção dos corantes

Há diferentes métodos para remover corantes: métodos químicos, físicos,

químico-físicos e outros. Em geral, existem cinco principais métodos usados para o

tratamento de efluentes contendo corantes: oxidação-ozonização, tratamento

biológico, coagulação-floculação, membrana, adsorção (WALKER et al., 2003).

A coagulação consiste na utilização de sais de ferro ou alumínio para auxiliar

a sedimentação do resíduo. Apresentam bom desempenho na remoção de materiais

particulados, porem é pouco eficiente para a remoção de cor (KUNZ et al., 2002).

A remoção biológica ou tratamento biológico é a mais usada pela indústria

têxtil e consiste na degradação do resíduo através de micro-organismos e ar,

gerando uma grande quantidade de lodo (AZBAR; YONAR; KESTIOGLU, 2004).

Com exceção da adsorção todos estes processos são caros e não podem ser

efetivamente usado para tratar estes efluentes. Para remover corantes sintéticos de

efluentes, novos métodos ainda estão em desenvolvimento.

O método empregado neste trabalho é a adsorção, método que foi introduzido

em 1881 por Kayser,que descreveu a adsorção como um termo usado para

diferenciar a acumulação na superfície de penetração intermolecular. Ele postulou

que a característica básica de um processo de adsorção é a acumulação de

superfície da matéria (SODRÉ; LENZI, 2001).

Técnicas de adsorção progrediram devido a sua eficiência na remoção de

poluentes muito estáveis por métodos convencionais e neste método é possível

avaliar vários parâmetros como o pH da solução, concentração inicial do corante,

dose do adsorvente e tempo de contato, tornando a adsorção um processo

economicamente viável (CHOY; MCKAY; PORTER, 1999; HILAL; AHMED; BADR,

2012). O processo de adsorção é analisado através do comportamento cinético, em

forma de curvas de ruptura e de isoterma de adsorção, que representam a relação

de equilíbrio entre a concentração de adsorbato na fase fluida e as partículas de

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27

adsorvente, sendo as formas mais usuais modelos como os de Langmuir,

Freundlich, Langmuir-Freundlich e Redlich-Peterson. (MATTAR; COSTA;

BELISARIO, 2012).

3.3 Processos de adsorção

Muitos estudos vêm usando diferentes adsorventes nos processos que

envolvem a remoção de efluentes aquosos com o objetivo de encontrar substitutos

mais baratos que os adsorventes convencionais que são caros, como o carvão ativo

que é um adsorvente eficaz, entretanto seu alto custo impede a ampla utilização

para o tratamento de efluentes em grande escala (DEBRASSI et al., 2011;

KAVITHA; NAMASIVAYAM, 2008; MOHANTY et al., 2006).

Estes novos materiais são resíduos/subprodutos de indústrias ou materiais

preparados sinteticamente, quem custam menos e podem ser usados como

adsorvente de baixo custo, pois se originam de fontes abundantes, baratas e

renováveis. Estes adsorventes vêm sendo investigado em grande escala laboratorial

para o tratamento de efluentes, com diferentes graus de eficiência (VIEIRA et al.,

2012).

O Brasil, por apresentar elevado potencial industrial, associado a uma grande

produção de materiais lignocelulósicos, por conta da intensa atividade agrícola,

reúne condições favoráveis para investir em pesquisas que busquem a aplicação da

biomassa para fins de descontaminação ambiental e uso de fontes renováveis

(SILVA et al., 2010; VIEIRA et al., 2012).

Estudos vêm envolvendo a biomassa residual, pois trata-se de um material

praticamente sem custo, abundante e que apresenta capacidades adsortivas por

metais e compostos orgânicos (BONIOLO, 2010). A utilização deste tipo de resíduo

como material alternativo para a adsorção diminuiria significativamento o custo da

remoção dos corantes dos efluentes (VIEIRA et al., 2012).

Portanto, muitos investigadores têm utilizado adsorventes de baixo custo,

como subprodutos agrícolas que normalmente são descartados ou queimados,

resultando na perda de recursos e poluição ambiental (HILAL; AHMED; BADR,

2012) entre os quais: o bagaço de cana (BHATNAGAR; SILLANPAA, 2010), casca

de arroz, resíduos de chá, casca do amendoim quimicamente modificada (SALLEH

et al., 2011). Resíduos da indústria madeireira como a serragem vêm sendo usada

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28

para remoção de metais pesados, corantes ácidos e básicos, óleos, sais (SHUKLA;

DORRIS; SHUKLAB, 2005).

3.4 Resíduos da semente da A. moluccana

A A. moluccana é uma das grandes arvores domesticadas do mundo,

predominantemente nas regiões tropicais, foi introduzida no Brasil em 1980, como

uma árvore ornamental. Esta planta pertence à família Euphorbiaceae, que inclui

300 gêneros e cerca de 6000 espécies, são árvores comumente cultivada na índia, e

popularmente conhecida no Brasil como nogueira da índia ou nogueira do Iguape

(MORSCH et al., 2004 ; QUINTÃO et al., 2011 ; SOUZA; LORENZI, 2008).

A. moluccana é uma arvore de porte médio, de até 20 metros de altura, com

folhas simples e de variadas formas, seus frutos são esféricos e possui uma casca

áspera e dura. Alguns autores descrevem a utilização do óleo da semente de A.

moluccana como um biodiesel (ORWA et al., 2009).

As Euphorbiaceae estão entre as famílias mais comuns nas formações

naturais brasileiras (SOUZA; LORENZI, 2008). Há uma grande área do estado de

Santa Catarina responsável pelo cultivo desta planta, com mais de 6000 árvores que

podem fornecer matéria prima para as indústrias farmacêuticas (QUINTÃO et al.,

2011).

Muitas das Euphorbiaceas produzem sementes (figura 1) que são irritantes e

venenosas ao homem, sendo comuns os acidentes causados por sua ingestão.

(SOUZA; LORENZI, 2008; ORWA et al., 2009).

.

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29

Figura 1 – Fruto e sementes da Aleurites moluccana.

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30

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31

4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 Métodos

4.1.1 Adsorvente utilizado

Os estudos foram conduzidos com o resíduo das sementes de A. moluccana.

4.1.2 Obtenção da matéria-prima

O exocarpo das castanhas foi removido e as amêndoas foram trituradas. Em

seguida o material foi seco em estufa a 80 oC por 2 horas. Em um balão de fundo

arredondado equipado com manta de aquecimento e condensador de refluxo foram

adicionados 350 g de semente previamente triturada e 500 mL de hexano. O

sistema foi aquecido sob refluxo por 24 horas (MELLO, 2012). Depois de resfriada, a

mistura foi filtrada a vácuo e lavado com hexano e água quente. O resíduo foi seco,

triturado e tamisado em tamis de 35 e 60 mesh.

4.1.3 Isoterma de adsorção

As isotermas de adsorção dos corantes foram obtidas utilizando banho

termostatizado com 20 mL de solução do corante com concentração entre 50 e 300

mg/mL, utilizando 50 mg de adsorvente e tempo de agitação de 1 hora nas

temperaturas de 25; 35; 45; 55 oC e pH de 3,0, 6,0 e 9,0. A concentração do corante

foi determinada em espectrofotômetro Spectro Vision modelo DB-18805 nos

comprimentos de onda de 584 nm para o corante Violeta Cristal (VC), 554 nm para a

Rodamina B (RB) e 668 nm para o Azul de metileno (AM). A concentração dos

corantes VC, RB, AM, foi determinada pela diferença entre a intensidade da

absorção antes e após a agitação nas soluções contendo o adsorvente.

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4.1.4 Efeito do pH na adsorção de corantes

Foram preparadas seis soluções para cada corante, onde o pH de cada uma

foi ajustado para 3,0, 6,0 e 9,0 em tampão tris hidroximetil aminometano (pH 9,0),

ácido monocloro acético (pH 3,0) e não tamponado (pH 6,0). Em seguida as

mesmas foram levadas para agitação com 50 mg do adsorvente por uma hora. A

análise do corante foi determinada pela diferença entre a intensidade da absorção

antes e após a agitação em solução contendo o adsorvente.

4.1.5 Cinética de adsorção

As cinéticas de adsorção dos corantes foram realizada a 55 oC em solução pH

9,0 com os resíduos das sementes de A. moluccana. As soluções de VC, AM, RB

(20 mL a 100 mg/L) foram mantidas sob agitação em banho termostatizado com 50

mg de adsorvente estudado. Foram retiradas alíquotas em 15, 30, 60, 90, 120 e 160

minutos, e a quantidade de corante foi quantificado por espectrofotômetro Spectro

Vision modelo DB-18805 com comprimento de onda respectivamente de 584, 668,

554 nm.

4.1.6 Determinação da capacidade de adsorção

A capacidade de adsorção do corante foi determinada pela diferença entre a

quantidade de corante antes e após o contado com o adsorvente.

4.1.7 Determinação do ponto de carga zero (pHPCZ)

O pHPCZ do resíduo das sementes da A. Moluccana (RSAM) foi determinado

pelo método de Ponnusami e colaboradores (2009): 0,05 g de RSAM foram

adicionadas em 20 mL de solução de cloreto de sódio (NaCl) 0,1 M. Os valores de

pH foram ajustados na faixa de 2 a 12, em intervalos de 2, utilizando para o ajuste

ácido clorídrico (HCl) 1,0 M ou hidróxido de sódio (NaOH) 1,0 M. As soluções com

RSAM foram mantidas sob agitação durante 24 horas. Decorrido este tempo foi

medido o pH final da solução. A variação do pH das soluções foi registrada e

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calculada (ΔpH= pHi – pHf), e um gráfico de ΔpH vs pHi foi feito. O pH no qual o ΔpH

torna-se zero , é o chamado Ponto de carga zero (pHpcz).

4.1.8 Aplicação de Modelos Matemáticos

A capacidade máxima de adsorção foi determinada utilizando os modelos

matemáticos aplicados nas isotermas de adsorção de Langmuir, Freundlich,

Langmuir-Freundlich e Redlich-Peterson. A constante de velocidade de adsorção foi

determinada através da aplicação de modelos de cinética de pseudo-primeira-

ordem, pseudo-segunda-ordem e difusão-intrapartícula.

4.1.9 Análise de Erros

Para avaliar a adequação das equações aplicadas nos dados experimentais

foram utilizados os parâmetros estatísticos SSR (soma dos quadrados residuais),

equação 1.

Onde qem e qee são os valores da capacidade de adsorção em (mg/g) obtidos

aplicando os modelos e o valor experimental respectivamente. Quanto menor é o

valor de SSR melhor a curva se ajusta aos valores experimentais.

Também foi utilizado o Chi-quadrado (2), para analisar os modelos, cuja

equação (2) é mostrada abaixo, 2 é basicamente a soma dos quadrados das

diferenças entre os dados experimentais e os dados obtidos pelo cálculo a partir de

modelos, como o quadrado das diferenças divididas pelos correspondentes

calculados utilizando os modelos. Isto pode ser representado matematicamente na

equação 2:

onde qem e qee são os valores da capacidade de adsorção em (mg/g) obtidos

aplicando os modelos e o valor experimental respectivamente. Se os dados obtidos

(1)

(2)

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após a aplicação do modelo são aproximadamente iguais aos experimentais o valor

de 2 é pequenos, por outro lado se os valores foram diferentes o 2 é grande.

4.1.10 Grupos funcionais

A superfície química dos RSAM foi caracterizada pelo método de Boehm,

descrito da seguinte forma: 500 mg de RSAM-35 Mesh foram dispersos em 50 mL

de solução de NaHCO3 0,05M, Na2CO3 0,025M, NaOH 0,05M, HCl 0,05M, contido

em frascos de capacidade cônico de 250 mL e foram agitados durante 24 horas.

Após 24 horas, as amostras foram filtradas através de papel filtro e titulada

em triplicata com NaOH 0,1M ou HCl 0,1M, dependendo da solução de partida

utilizada.

A quantidade de grupos na superfície dos RSAM foi analisada da seguinte

forma: NaHCO3 (Grupos Carboxílicos), Na2CO3 (Grupos Carboxílicos e Lactônicos),

NaOH (Grupos Carboxílicos, Lactônicos e Grupos Fenólicos) e HCl (Sítios Básicos)

(DEBRASSI; RODRIGUES, 2011).

4.1.11 Espectroscopia de Infravermelho (IV)

A espectroscopia de Infravermelho das amostras foram entre 4000 cm-1 e 700

cm-1, foi obtido via DRS, utilizando o Espectrômetro de Infravermelho Prestige-21

Shimadzu.

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35

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Caracterização do adsorvente

O RSAM utilizado foi fracionado com tamis de 35 mesh (partículas menores

do que 0,425 mm) identificado como RSAM-35 e tamis 60 mesh (partículas menores

do que 0,250 mm), identificado como RSAM-60, como mostra na Figura 2. O

material apresenta coloração marrom característico de material que foi submetido ao

processo de extração a quente com solventes orgânico, o escurecimento é resultado

da reação de Maillard ou de carbonização,

Figura 2 - RSAM-35 (1) e RSAM-60 (2).

5.1.1 Determinações do Ponto de Carga Zero

O ponto de carga zero é um importante fator que determina o alcance da

linearidade e a sensibilidade do pH, e indica o tipo de centros ativos da superfície do

adsorvente e sua respectiva capacidade de adsorção.

Muitos pesquisadores estudam o ponto de carga isoelétrico de adsorventes

obtidos a partir de resíduos sólidos agrícolas, com a finalidade de compreender o

mecanismo de adsorção. A figura 3 mostra o gráfico do ΔpH vs pHi.

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36

Figura 3 - Determinação do ponto de carga zero.

Neste trabalho o pHPCZ do RSAM encontrado foi 5,84, portanto, acima deste

pH o adsorvente apresenta carga negativa sendo, nestas condições mais adequado

para a adsorção de corante catiônicos. O pHPCZ está um pouco abaixo daquele

encontrado para as cascas do Jatobá que foi de pH 6,25, e bem abaixo do resíduo

de processamento do óleo de mostarda que foi de pH 9.0, mas bem acima do

resíduos de rabanete que foi de pH 3,4 (DEMARCHI; DEBRASSI; RODRIGUES,

2012; RIBEIRO et al., 2012; SINGH et al., 2013).

5.1.2 Grupos Funcionais

A superfície do RSAM-35 caracterizado pelo método de Boehm, mostrou a

prevalência de sítios ácidos, principalmente fenólicos (46,06 mg/g), lactonas (1,8

mg/g) e ácidos carboxílicos (9 mg/g), em comparação com o grupo funcional básico

(5,6 mg/g). A maior quantidade de sítios ácidos mostra que a superfície deve ser rica

em grupos OH que tem como resultado maior capacidade de adsorção de corantes

catiônicos (FARAHANI et al., 2011). Este resultado indica a presença de uma

grande quantidade de grupos fenólicos (DEBRASSI; RODRIGUES, 2011).

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37

5.1.3 Espectroscopia de Infravermelho (IV)

A espectroscopia de Infravermelho é usada para identificação de grupos

funcionais presente na superfície do adsorvente. Como mostrado na figura 4, o

RSAM corante apresenta bandas intensas e largas centrada em 3030 cm-1 atribuída

ao grupo de OH, associadas a presença da celulose e lignina. Bandas em 2900 cm-1

atribuídas aos grupos C-H presente na lignina (ZHANG et al., 2013). Bandas em

1650 cm-1 e 1530 cm-1 atribuídas aos grupos –C=C- de grupos aromáticos (VIEIRA

et al., 2012) ou bandas –C=O de amida I e amida II normalmente presente em

compostos contendo proteínas, banda em 1230 são atribuído aos grupos –C-N e

bandas na região de 1050 cm-1 relativa aos grupos –C-O-C- presente na lignina,

hemicelulose e celulose (SHANMUGAPRAKASH et al., 2013).

Figura 4 - Espectro de Infravermelho na região entre 4000 cm-1 e 700 cm-1 para o RSAM.

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Tra

nsm

itâ

ncia

(%

)

Número de onde cm-1

2900

3060

1670

1530

1050

1230

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5.2 Estudos de adsorção dos corantes

5.2.1 Escolha dos corantes

Os corantes foram escolhidos após um teste rápido de adsorção usando a

RSAM e diferentes classes de corantes aniônicos e catiônicos. Os resultados

mostraram que apenas a classe dos corantes catiônicos foram removidos em

quantidades significativas, no caso dos corantes aniônicos uma quantidade muito

pequena foram removidas, não sendo viável a utilização do RSMA para a adsorção

desta classe de corante, estes resultados estão de acordo com o relatado na

literatura, ou seja, adsorventes a base de resíduos agrícolas são utilizados para a

remoção de corantes catiônicos (RAMARAJU et al., 2013). Portanto os adsorventes

catiônicos foram escolhidos para o restante dos trabalhos.

Foram escolhidos três diferentes corantes, um de cada classe; o azul de

metileno (AM) classe das fenotiazinas (figura 5); o violeta cristal (VC) classe dos

trifenilmetano (figura 6), e a rodamina B (RB) classe das xantenas (figura 7).

Figura 5 - Fórmula estrutural do Azul de Metileno.

Figura 6 - Fórmula estrutural do Violeta Cristal.

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Figura 7 - Fórmula estrutural da Rodamina B.

Após o processo de adsorção, o RSAM adquire a cor característica de cada

corante, conforme ilustrado na figura 8, com redução da intensidade da coloração da

solução, mostrando que o processo de descoloração da solução é eficiente.

Figura 8 - RSMA após a adsorção com os corantes AM, VC e RB.

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40

5.2.2 Espectroscopia de Infravermelho (IV)

Os espectros de IV do RSAM foram realizados após o processo de adsorção

(figura 9), mostram diferenças significativas, quando comparado com o espectro do

RSAM, após a adsorção dos corantes ocorre o aparecimento da banda em 1740 cm-

1 que estava ausente no espectro do RSAM. De acordo com as estruturas dos

corantes, apenas a RB apresenta grupos carboxilatos, cuja absorção atribuída ao –

C=O ocorre nesta região. As bandas em 1650 cm-1 e 1530 cm-1 característica do

RSAM ainda permanece. O RB livre apresenta banda intensa em 1756 cm-1

atribuída ao –C=O da carbonila do ácido carboxílico, 1600 cm-1 –C=C- dos anéis

aromáticos, entretanto estas bandas não são intensas no espectro do RSAM

contendo o corante.

O espectro de IV do RSAM contendo o azul de metileno apresenta bandas

nas regiões de 1590 cm-1, 1360 cm-1,1160 cm-1 e 908 cm-1 que estão ausente na

RSAM, estas banda são atribuídas a presença do corante na superfície do

adsorvente. No AM livre as bandas mais intensas na região de 1601 cm-1 atribuídas

à –C=C- dos anéis aromáticos.

Para o violeta cristal adsorvido no RSAM o IV apresenta os mesmos sinais

que o RSAM sem corante e uma nova banda em 1525 cm-1. No VC livre as bandas

mais intensas aparecem na região de 1680 cm-1 atribuídas a –C=C- dos anéis

aromáticos, 1470 e 1375 cm-1atribuídas aos grupos CH3 presentes na estrutura do

VC.

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Figura 9 - Espectros de Infravermelho na região entre 4000 cm-1 e 700 cm-1 para o RSAM com os corantes adsorvidos: RB (rosa), VC (roxo), e AM (azul).

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

1740

1740

Tra

nsm

itâ

ncia

(%

)

Número de onde cm-1

1584

1740

1360

1525

1170

5.2.3 Efeito do tamanho das partículas

O efeito do tamanho das partículas no processo de remoção dos corantes é

mostrado na Tabela 1.

. Tabela 1 - Efeito do tamanho das partículas na capacidade adsorção dos corantes pela RSAM: concentração inicial dos corantes 300 mg/L; massa de RSAM 50 mg; tempo de agitação 60 mim.

25°C 55°C

Adsorventes AM RB VC AM RB VC

RSAM-35 113 a 41 a 99 a 105 a 29 a 119 a

RSAM-60 104 a 26 a 77 a 97 a 22 a 97 a

a (mg/g)

Normalmente, a quantidade de corante removido aumenta com a diminuição

do tamanho das partículas. Isto ocorre devido ao aumento da área superficial com a

diminuição do tamanho das partículas (MITTAL et al., 2008). Os resultados

mostrados na Tabela 1 revelam comportamento diferente, isto é, a variação na

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adsorção não foi muito significativa, tal resultado, pode ser devido à pequena

diferença nos tamanhos de partículas utilizados, sendo necessária uma diferença

maior entre os tamanhos de partículas.

5.2.4 Efeito da temperatura

A temperatura tem um efeito significativo no processo de adsorção de

corantes dependendo da estrutura e grupos funcionais presentes na superfície dos

adsorventes. O efeito da temperatura sobre a adsorção do RSAM foi estudado na

faixa de 25-55 °C para os três corantes, empregando uma concentração inicial de

300 mg/L e pH 9,0, também foram utilizados as duas granulometrias de adsorvente.

Os resultados deste estudo são mostrados na figura 10, onde ocorre de

maneira geral um aumento da capacidade de remoção do corante VC com o

aumento da temperatura, por outro lado, os corantes RB e AM apresentam um

comportamento diferente, não ocorre uma alteração significativa na capacidade de

adsorção com o aumento da temperatura. Este comportamento foi observado para a

adsorção da RB nas cascas do Jatobá (DEMARCHI; DEBRASSI; RODRIGUES,

2012).

Normalmente, o processo de aquecimento provoca um inchaço do

adsorvente, tendo como resultado a exposição de sítios e consequentemente o

aumento na capacidade de adsorção.

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Figura 10 - Efeito da temperatura sobre a capacidade de adsorção dos corantes. Concentração inicial 300 mmg/L, massa de RSAM 50 mg; tempo de contato 60 mim. Os valores 35 e 60 representam a granulometria das partículas.

25 30 35 40 45 50 55

20

30

40

50

60

70

80

90

100

110

120

AM-35

AM-60

RB-35

RB-60

VC-35

VC-60

qe

(mg

/g)

Temperatura °C

5.2.5 Efeito do pH na adsorção de corantes

A influência do pH na adsorção dos corantes Azul de Metileno, Rodamina B e

Violeta Cristal foi investigada através da variação do pH inicial das soluções (3,0, 6,0

e 9,0). Na Tabela 2 é mostrado o efeito da variação do pH no processo de adsorção

dos corantes.

Tabela 2 - Efeito do pH na capacidade adsorção dos corantes pela RSAM-35: concentração inicial dos corantes 300 mg/L; massa de RSAM 50 mg; tempo de agitação 60 mim.

25°C 55°C

pH AM RB VC AM RB VC

3,0 - 40 a 22 a - 20 a 14 a

6,0 60a 40 a 44 a 47 a 42 a 83 a

9,0 105 a 41 a 100 a 106 a 22 a 119 a

a (mg/g)

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44

Os valores obtidos, Tabela 2, mostram que ocorre um aumento a capacidade

de adsorção com o aumento do pH, para os corantes AM e VC, sendo que para o

RB esta tendência não foi observada.

Este comportamento pode ser explicado através do ponto de carga zero do

RSAM, bem como a natureza molecular do corante. Em pH abaixo de 5,84 (pHPCZ),

a superfície do adsorvente é susceptível de ter uma carga líquida positiva, portanto a

adsorção de corantes catiônicos foi baixa por causa das forças de repulsão entre a

superfície positiva do adsorvente e da molécula catiônica. E quando o pH da solução

foi maior do que 5,84, a superfície do adsorvente era susceptível de ter uma carga

líquida negativa que favoreceu a adsorção do corante catiônico. Além disso, em

valores de pH baixo, os íons H+ competem com os corantes catiônicos e há uma

diminuição na quantidade de adsorção pelo adsorvente.

A presença de excesso de íons H+, em pH menor que pHpcz, pode diminuir a

ionização do grupo carboxílico diminuindo a capacidade de adsorção da RB,

entretanto a protonação dos grupos NH3+ pode de certa maneira compensar este

efeito e desta forma a redução da capacidade de adsorção é menos pronunciada.

Estudos com o resíduo da semente de mostarda também apresentaram o mesmo

comportamento na adsorção da RB (GUPTA et al., 2010).

A diminuição da capacidade de adsorção do AM com a diminuição do pH

também foi relatada por Vieira e colaboradores (2012), empregando o resíduo da

Macaúba como adsorvente e atribuído à diminuição da quantidade de carga

negativa do adsorvente.

Mittal e colaboradores (2010) relataram que quando utilizaram o resíduos de

soja como adsorvente ocorre a redução na eficiência de remoção do VC com a

diminuição do pH do meio.

Em todos os casos, incluindo o RSAM, o comportamento indica que o

principal mecanismo de adsorção é através da interação eletrostática entre a

superfície negativa do adsorvente e a parte positiva da molécula de corante. A

adsorção de corantes catiônicos é favorecida quando o pH é maior que pHPCZ,

devido a presença de grupos funcionais como –COOH, NH3+ e S+ nas diferentes

classes de corantes.

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45

5.3 Cinéticas de adsorção

O tempo de contato entre o adsorvente e o corante é de significativa

importância no tratamento de águas residuais através da adsorção. A velocidade de

adsorção pode ser estudada pela cinética de adsorção em função da constante de

velocidade. Esta constante de adsorção é um importante fator para escolha do

material para ser utilizado para adsorção.

Com objetivo de estabelecer um tempo de equilíbrio para a adsorção máxima,

diferentes modelos matemáticos têm sido empregados para explicar a cinética de

adsorção dos corantes. No âmbito da revisão da literatura dois modelos de cinéticas

vêm sendo amplamente utilizado para descrever os modelos de adsorção, sendo o

modelo de pseudo primeira ordem e pseudo segunda ordem, obtidos sob condições

fora do equilíbrio (LIU; LIU, 2008).

O modelo de pseudo-primeira ordem, também conhecido como equação de

Lagergren, é representado na equação 3:

dQt/dt = k1(Qe-Qt) (3)

Onde Qt é a quantidade de corante adsorvido no tem t, Qe é o valor no estado do

equilíbrio e k1 é a constante de adsorção de primeira ordem (LUI; LUI, 2008).

O modelo de pseudo-segunda ordem, desenvolvido por Ho e McKay, é

representado na equação 4:

dQt/dt = k2(Qe-Qt)2

(4)

onde K2 é a constante de adsorção de segunda ordem (mg/g min) (DEMARCHI;

DEBRASSI; RODRIGUES, 2012).

Outro modelo empregado foi o de difusão intrapartícula, representado na

equação 5, com o objetivo de identificar um possível mecanismo de difusão

intrapartícula como etapa limitante:

Qt = kit1/2 (5)

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46

Onde ki é a constante de difusão intrapartícula (mg/gmin-1/2). Nesta equação

presume-se que a difusão intraparticula é o passo limitante no processo geral de

adsorção, e tem sido utilizado para descrever os valores obtidos sobre tal

circunstância (LIU; LIU, 2008).

Os resultados da cinética de adsorção foram feitos apenas com o AM e os

parâmetros obtidos estão apresentados na tabela 3. As curvas de cinética de

adsorção estão apresentadas na figura 11.

Usualmente o melhor ajuste pode ser selecionado com base no valor do

coeficiente de correlação linear (r2). Geralmente o modelo de peseudo segunda

ordem é o modelo que melhor se representa a adsorção de corantes catiônicos.

Através dos resultados obtidos pode-se observar que o modelo de pseudo

segunda ordem apresentou melhores valores experimentais, apresentou um alto

valor de r2 (0,959) e o qe foi maior do que para os outros modelos matemáticos e

estando dentro do ponto de equilíbrio, bem como a análise de erros revelam que o

SSR e 2 são bem baixos para este modelo matemático, apesar de o modelo

intraparticula também apresentar um alto valor de r2 e seu valor de SSR e 2 também

estarem bem baixos, este modelo apresenta um alto valor de ki, o que não é

considerado bom para este modelo.

Portanto, a adsorção do corante segue o modelo de pseudo segunda ordem,

sugerindo que o passo limitante do processo de adsorção pode ser a quimiossorção.

O mesmo comportamento foi relatado em um estudo realizado por Demarchi,

Debrassi e Rodrigues (2012) sobre a adsorção da casca do jatobá, foi também

descrito para a adsorção de AM em resíduos da Mhanduca indica (GOTTIPATI;

MISHRA, 2010) e em resíduos da Macaúba (VIEIRA et al., 2012). A adsorção do VC

pelo resíduo de soja também seguem comportamento de pseudo-segunda ordem

(MITTAL et al., 2010).

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47

Figura 11 - Curva de cinética de adsorção do AM pelo adsorvente RSAM 35 Mesh. Concentração do AM 100 mg/L, massa de adsorvente 0,05 g, a temperatura de 55°C, pH 9,0. As linhas apresentam o resultado dos modelos matemáticos aplicados: pseudo primeira ordem (Verde), pseudo segunda ordem (Azul), intraparticula (Vermelho).

0 20 40 60 80 100 120

28,0

28,5

29,0

29,5

30,0

30,5

31,0

31,5

Qu

na

tid

ad

e (

mg

/g)

Tempo (min)

Tabela 3 - Parâmetros da cinética de adsorção do RSAM 35 Mesh. Concentração do corante Azul de Metileno, 100 mg/mL, volume de solução 20 mL, massa de RSAM 50 mg, temperaturas 55°C, pH: 9,0.

Pseudo primeira ordem

qe (mg/g) K1(1/min) r2 SSR 2

30,3 0,17 0,847 1,5 0,51

Pseudo segunda ordem

qe(mg/g) K2(mg/g min ) r2 SSR 2

31,2 0,019 0,959 0,42 0,14

Difusão intraparticula

C (mg/g) KIP(mg/min -1/2) r2 SSR 2

26,9 0,394 0,977 0,25 0,08

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48

O valor constate de velocidade, de pseudo-segunda ordem, K2 encontrada

neste trabalho está próxima daquela relatada para adsorção do AM pelo resíduo da

palma de Macaúba 0,055 mg/g min (VIEIRA et al., 2012). Entretanto o valor

encontrado é menor do que aquele observado por Gottipati e Mishra (2010), para a

adsorção do AM em resíduos da Mahuca indica 0,760 mg/g min.

5.4 Isotermas de adsorção

A isoterma de adsorção indica como as moléculas de corantes estão

distribuídas entre a fase liquida e a fase solida e quando o processo de adsorção

atinge o equilíbrio. Este experimento permite calcular a capacidade máxima de

adsorção de um determinado adsorvente, dependendo do modelo matemático

aplicado. Foram testados quatro diferentes modelos com o intuído de encontrar o

mais adequado: Langmuir, Freundlich, Langmuir-Freundlich e Redlich-Peterson

(DEMARCHI; DEBRASSI; RODRIGUES, 2012).

Os valores experimentais das isotermas foram utilizados na forma não linear

da equação de Langmuir (equação 6), válido para adsorção de monocamada. Este

modelo contém um número limitado de sítios e prevê uma distribuição homogênea

das energias de adsorção.

qs=(kL qm Ceq)/(1+KCeq) (6)

onde qs é a quantidade de corante adsorvido (mg/g), Ceq é a concentração de

corante no equilíbrio (g/L), KL é a constante de adsorção de Langmuir (mg/L) e qm é

a capacidade máxima de adsorção (mg/g). O modelo de Langmuir é o modelo mais

utilizado para descrever o processo de adsorção e onde ocorre a ocupação do sitio

de adsorção e o alcance energético e homogêneo deste sitio. Segundo Vieira et al

2011 a equação de Langmuir serve para avaliar a adsorção de concentrações

elevadas de adsorbato e o principio de Freundlich avalia baixas concentrações de

adsorbato.

A equação de Freundlich (equação 7) pode ser aplicada para descrever

sistemas heterogêneos, bem como adsorção de multicamadas.

qs=KFCceq (7)

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49

Onde KF é a constante de Freundlich (mg/L), relacionada à capacidade de adsorção

e c é o fator de heterogeneidade, indicando se os tipos de isoterma são irreversíveis

(c = 0), favorável (0< c > 1) ou desfavorável (c > 1) (DEMARCHI; DEBRASSI;

RODRIGUES, 2012).

A combinação dos modelos de Langmuir e Freundlich deu origem ao modelo

Langmuir-Freundlich, (equação 8).

qs=(KLFqmCCeq)/(1+KCc

eq) (8)

onde KLF é a constante de adsorção de Langmuir-Freundlich (mg/L) e C é o fator de

heterogeneidade. Este modelo, quando em baixas concentrações, segue o

comportamento do modelo de Freundlich, considerando a adsorção em

multicamadas, enquanto em altas concentrações segue o modelo de Langmuir,

considerando a existência de um ponto de saturação. Quando o valor do parâmetro

de heterogeneidade é 1, o modelo assume a Equação de Langmuir; para c>1,

considera-se uma cooperatividade positiva e quando 0<c<1 se espera uma

cooperatividade negativa de adsorção (DEMARCHI; DEBRASSI; RODRIGUES,

2012).

A isoterma de Redlich-Peterson (Equação 7) é outro modelo matemático

utilizado para caracterizar processos de adsorção.

qs= (KRPCeq)/(1+αRPCceq) (7)

onde KRP é a constante de adsorção de Redlich-Peterson (mg/L), αRP é o coeficiente

de afinidade (mg/L), e C é o fator de heterogeneidade. Se o valor de c é igual a 1, a

isoterma de Redlich-Peterson é reduzida para a de Langmuir e, quando o termo

αRPCceq é muito maior que 1, o modelo aproxima-se de Equação de Freundlich.

As figuras 12, 13 e 14, mostram a aplicação dos diferentes modelos

matemáticos para os corantes (RB, AM e VC), para efeito ilustrativo foram

escolhidas as melhores condições encontradas. Os parâmetros obtidos, para os

diferentes modelos matemáticos e diferentes condições de pH e temperatura são

mostrados nas tabelas 4, 5 e 6.

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Como pode ser observado, o modelo que mais se aplica ao processo de

adsorção dos corantes AM, VC e RB nos adsorventes é o modelo de Langmuir-

Freundlich, uma vez que os valores de r2 estão mais próximo de 1 e pelo c >1,

indicando um alto fator de heterogeneidade.

A estrutura molecular dos corantes tem contribuição muito importante para a

sua adsorção pelo RSAM. O AM (fenotiazinas) e RB (xantenas) são mais planas do

que o VC, por isso a capacidade de adsorção é mais alta. O corante VC

(trifenilmetano) possui uma estrutura maior e mais volumosa; As moléculas são

moldadas através da hélice do carbono central, mas os três anéis aromáticos não

estão no mesmo plano por causa do impedimento estérico (DEMARCHI; DEBRASSI;

RODRIGUES, 2012).

Figura 12 - Isoterma de adsorção do VC pelo RSAM 35 mesh. Temperatura de 35°C. tempo de agitação de 60 minutos, pH 6,0, quantidade de adsorvente 0,05 g. As linhas representam o resultado da aplicação dos modelos matemáticos: Langmuir (Verde), Freundlich (Azul), Langmuir-GFreundlich (Preto), Redlich-Peterson (Vermelho).

0 50 100 150 200 250

5

10

15

20

25

30

35

qm (

mg

/g)

Ceq

(mg/L)

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Figura 13 - Isoterma de adsorção do RB pelo RSAM 60 mesh. Temperatura de 35°C. tempo de agitação de 60 minutos, pH 6,0, quantidade de adsorvente 0,05 g. As linhas representam o resultado da aplicação dos modelos matemáticos: Langmuir (Verde), Freundlich (Azul), Redlich-Peterson (Vermelho).

0 50 100 150 200 250

8

10

12

14

16

18

20

22

24

qm(m

g/g

)

Ceq

(mg/L)

Figura 14 - Isoterma de adsorção do AM pelo RSAM 35 mesh. Temperatura de 25°C. tempo de agitação de 60 minutos, pH 9,0, quantidade de adsorvente 0,05 g. As linhas representam o resultado da aplicação dos modelos matemáticos: Langmuir (Verde), Freundlich (Azul), Langmuir-Freundlich (Preto), Redlich-Peterson (Vermelho).

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Tabela 4 - Parâmetros de adsorção do corante VC, em diferentes temperaturas e tamanho de partícula de 35 e 60 mesh, tempo de agitação de 1hora, em pH 3,0, 6,0 e 9,0.

Langmuir Freundlich

pH:9,0 T (°C) KL

(mg/L)

Qm

(mg/g)

r2 KF

(mg/L)

C r2

VC-35 35 - - - 3,4 x 10-5 3,8 0,937

VC-60 45 - - - 0,0012 2,9 0,970

VC-35 55 - - - 354,72 6,3 0,836

pH:6,0

VC-60 25 5,8 x 10-3 95,7 0,956 1,34 0,7 0,956

VC-35 35 1,0 x 10-2 52,4 0,941 2,37 0,5 0,897

VC-35 45 - - - 0,27 1,2 0,946

VC-35 55 1,8 x 10-2 20,2 0,879 2,60 0,4 0,791

VC-60 55 - - - 0,12 1,4 0,963

pH:3,0

VC-35 25 4,7 x 10-3 51,5 0,915 0,64 0,7 0,894

VC-35 35 1,4 x 10-3 94,8 0,931 0,21 0,9 0,928

VC-60 35 1,0 x 10-2 57,7 0,971 2,34 0,5 0,975

VC-35 45 4,6 x 10-3 18,0 0,953 0,28 0,6 0,931

VC-60 45 - - - 0,015 1,7 0,979

VC-35 55 1,8 x 10-2 20,2 0,878 2,60 0,3 0,791

VC-60 55 5,7 x 10-3 51,2 0,938 1,014 0,6 0,911

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53

Continuação da Tabela 4.

Langmuir-Freundlich Redlich-Peterson

pH:9,0 T

(°C)

KL-F

(mg/L)

Qm

(mg/g)

C r2 KRP aRP C r2

VC-60 45 9,5x10-13 89,5 7,7 0,996 1,709 2,0x10-14 -9,4 0,998

VC-35 55 7,5x10-10 117,4 50,0 0,986 - - - -

pH:6,0

VC-60 25 5,7 x 10-3 140,3 0,9 0,957 - - - -

VC-35 35 1,5 x10-5 33,8 2,8 0,999 0,344 2,6 x10-6 2,4 0,978

VC-35 45 1,4 x10-7 69,7 4,1 0,998 0,778 6,6 x1011 -7,8 0,987

VC-35 55 3,8 x10-8 15,7 4,6 0,967 0,166 8,2 x10-7 2,7 0,999

VC-60 55 4,9 x10-7 93,4 3,6 0,988 0,889 3,7 x1026 -17,0 0,998

pH:3,0

VC-35 25 5,4 x10-6 24,6 2,9 0,963 0,179 1,6x10-12 5,0 0,955

VC-35 35 5,3 x10-7 23,2 3,3 0,955 0,128 2,3 x10-5 1,7 0,932

VC-60 35 1,1 x10-2 163,7 0,6 0,975 - - - -

VC-35 45 1,6 x10-6 9,6 3,1 0,999 0,061 4,3 x10-8 2,9 0,977

VC-60 45 1,8 x10-7 94,6 3,4 0,992 0,557 2,2 x106 -3,5 0,989

VC-35 55 3,8 x10-8 15,7 4,6 0,967 0,166 8,2 x10-7 2,7 0,999

VC-60 55 9,6 x10-6 29,2 2,7 0,983 - - - -

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Tabela 5 - Parâmetros de adsorção do corante RB, em diferentes temperaturas e tamanho de partícula de 35 e 60 mesh, tempo de agitação de 1hora, em pH 3,0, 6,0 e 9,0.

Langmuir Freundlich

pH:9,0 T (°C) KL

( mg/L)

Qm

(mg/g)

r2 KF

(mg/L)

C r2

RB-35 25 3,8 x 10-3 100,6 0,996 - - -

RB-60 25 1,6 x 10-2 36,2 0,989 2,8 0,4 0,969

RB-35 35 3,3 x 10-3 93,9 0,971 0,5 0,8 0,963

RB-60 35 6,2 x 10-3 55,9 0,994 1,3 0,6 0,989

RB-35 45 5,3 x 10-3 75,9 0,991 1,2 0,7 0,991

RB-60 45 - - - 0,045 1,3 0,977

RB-35 55 7,3 x 10-3 49,6 0,969 1,2 0,6 0,963

RB-60 55 - - - 0,010 1,4 0,958

pH:6,0 T (°C)

RB-35 25 4,1 x 10-3 80,7 0,993 0,930 0,7 0,991

RB-60 25 4,6 x 10-3 74,9 0,981 0,983 0,7 0,974

RB-60 35 9,3 x 10-3 33,5 0,982 1,627 0,5 0,994

RB-35 45 5,1 x 10-3 98,9 0,974 1,331 0,7 0,957

RB-60 45 1,2 x 10-3 458,8 0,985 0,857 0,9 0,981

RB-35 55 2,9 x 10-3 118,6 0,996 0,765 0,8 0,994

pH:3,0 T (°C)

RB-35 25 5,8 x 10-3 56,6 0,932 0,961 0,7 0,905

RB-60 25 7,3 x 10-3 39,1 0,978 1,039 0,6 0,966

RB-35 35 3,3 x 10-3 93,9 0,971 0,529 0,8 0,963

RB-60 35 5,3 x 10-3 68,9 0,936 1,175 0,7 0,911

RB-35 45 1,7 x 10-2 29,9 0,944 2,792 0,4 0,901

RB-60 45 8,7 x 10-3 35,2 0,965 1,024 0,6 0,941

RB-35 55 1,9 x 10-3 63,6 0,993 0,245 0,8 0,987

RB-60 55 8,5 x 10-3 14,7 0,838 0,614 0,5 0,797

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Continuação da Tabela 5.

Langmuir-Freundlich Redlich-Peterson

pH:9,0 T

(°C)

KL-F

(mg/L)

Qm

(mg/g)

C r2 KRP aRP C r2

RB-60 25 7,4 x 10-3 31,2 1,3 0,992 0,030 -1,2 -0,1 0,903

RB-35 35 1,8 x 10-4 33,8 2,1 0,989 - - - -

RB-60 35 6,7 x 10-3 58,7 0,9 0,994 0,019 -1,1 - 0,977

RB-35 45 6,0 x 10-3 101,3 0,9 0,992 0,021 -1,0 - 0,986

RB-60 45 - - - - 0,17 1,1x10-12 -6,9 0,989

RB-35 55 - - - - 0,018 -1,1 - 0,954

RB-60 55 3,1 x10-9 23,7 3,9 0,984 0,091 1,7 x1025 -12,7 0,999

pH:6,0

RB-35 25 4,2 x 10-3 82,4 0,9 0,993 0,014 -1,0 - 0,988

RB-60 25 1,3 x 10-3 46,6 1,5 0,985 0,014 -1,0 - 0,968

RB-60 35 - - - - 0,019 -1,2 - 0,982

RB-35 45 - - - - 0,375 1,8 x10-7 3,7 0,995

RB-60 45 2,0 x10-4 142,1 1,7 0,993 0,491 1,1 x10-23 9,3 0,997

RB-35 55 2,8 x 10-3 105,4 1,0 0,996 0,0086 -1,0 - 0,993

pH:3,0

RB-35 25 2,8 x10-6 28,3 3,1 0,995 0,23 2,7 x10-13 5,5 0,984

RB-60 25 2,6 x 10-3 28,8 1,4 0,981 0,22 1,8 x10-4 1,6 0,981

RB-35 35 1,8 x10-4 33,8 2,1 0,989 0,0021 -0,9 - 0,962

RB-60 35 4,9 x10-5 38,9 2,3 0,969 0,012 -1,0 - 0,894

RB-35 45 5,2 x10-4 23,3 2,1 0,973 0,024 -1,2 - 0,801

RB-60 45 1,2 x10-4 20,6 2,3 0,996 0,013 -1,0 - 0,921

RB-35 55 2,9 x10-4 26,9 1,7 0,999 0,10 4,7 x10-9 3,2 0,997

RB-60 55 1,1 x10-5 9,4 2,8 0,892 0,071 1,4 x10-12 0,5 0,797

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56

Tabela 6 - Parâmetros de adsorção do corante AM, em diferentes temperaturas e tamanho de partícula de 35 e 60 mesh, tempo de agitação de 1hora, em pH 3,0, 6,0 e 9,0.

Langmuir Freundlich

pH:9,0 T (°C) KL

( mg/L)

Qm

(mg/g)

r2 KF

(mg/L)

C r2

AM-35 25 - - - 8,5 x 10-2 2,6 0,937

AM-60 25 - - - 7,9x 10-16 10,7 0,925

AM-35 35 - - - 1,4 x 10-2 2,5 0,926

AM-60 35 - - - 1,0 x10-10 7,3 0,907

AM-60 45 - - - 9,1 x10-8 5,4 0,917

AM-35 55 - - - 2,9 x 10-3 2,9 0,947

AM-60 55 - - - 4,9 x 10-3 2,5 0,942

pH:6,0

AM-35 25 9,9 x 10-3 104,7 0,900 3,3 0,6 0,879

AM-60 25 1,1 x 10-2 85,9 0,899 3,7 0,5 0,861

AM-35 35 6,8 x 10-3 141,7 0,930 1,9 0,7 0,912

AM-60 35 4,4 x 10-3 262,8 0,926 1,8 0,8 0,914

AM-35 45 6,9 x 10-3 89,7 0,919 1,9 0,6 0,885

AM-60 45 - - - 0,049 1,5 0,910

AM-35 55 2,1 x 10-3 178,2 0,953 0,67 0,8 0,946

pH:3,0

AM-35 25 4,8 x 10-13 109,8 0,990 11,6 6,8961 8,4x10-16

AM-60 25 3,9 x10-2 266,4 0,939 13,9 - -

AM-35 35 4,6 x10-14 103,7 0,980 9,4 2,7087 1,9 x1026

AM-60 35 8,1 x10-19 191,8 0,931 11,0 2,3096 2,0 x1045

AM-60 45 1,8 x10-16 152,8 0,948 9,5 2,0287 2,2 x1035

AM-60 55 1,3 x10-15 102,2 0,992 8,1 1,7734 7,2 x1016

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57

Continuação da Tabela 6.

O RSAM utilizada neste trabalho teve capacidade máxima de adsorção, para

o AM de 62,9 mg/g, este valor, por exemplo está acima daqueles relatados para a

palma da macaúba (57,5 mg/g) um subprodutos da produção de biodiesel reportado

na literatura, nas mesmas condições de trabalho e empregando o mesmo modelo

matemático Langmuir-Freundlich (VIEIRA et al., 2011). Quando os valores da

adsorção do AM de 178,2 mg/g (em pH 6,0 e 55 °C), usando o mesmo modelo

matemático, são comparados com os dados de adsorção de AM pelos resíduos da

Madhuca indica de 29,3 mg/g (GOTTIPATI; MISHRA 2010), nas mesmas condições

experimentais e empregando o modelo de Langmuir. Também nestas condições e

modelo matemático, foi reportado na literatura a adsorção do AM pelos resíduos do

nabo forrageiro, outro resíduo da obtenção do biodiesel, onde a capacidade máxima

de adsorção é de apenas 19,8 mg/g (LAZARO et al., 2012) . Portanto é possível

confirmar a vantagem da utilização RSAM quando comparado com outros

subprodutos da obtenção do biodiesel.

O RSMA é também mais vantajoso na adsorção do AM quando comparado

com outros bioadsorventes como, por exemplo, Salsola vermiculata não tratada, que

teve capacidade de adsorção de 23,3 mg/g, e a casca do jatobá que teve

capacidade de adsorção de 98,7 mg/g (BESTANI et al., 2008; DEMARCHI;

DEBRASSI; RODRIGUES, 2012).

Langmuir-Freundlich Redlich-Peterson

pH:6,0 T

(°C)

KL-F

(mg/L)

Qm

(mg/g)

C r2 KRP aRP C r2

AM-35 25 2,2 x10-4 62,9 2,3 0,926 0,7492 2,8 x10-6 2,5 0,919

AM-60 25 1,3 x10-8 50,6 4,9 0,996 0,666 2,1 x10-6 2,6 0,939

AM-35 35 2,6 57,1 3,6 0,997 - - - -

AM-60 35 2,7 x10-6 79,9 3,5 0,991 - - - -

AM-35 45 - - - - 0,4279 9,8 x10-12 4,8 0,980

AM-60 45 4,5 x10-14 64,8 7,3 0,978 0,5513 1,0 x1027 -15,4 0,979

AM-35 55 1,1 x10-7 47,7 3,7 0,994 0,3164 4,5 x10-14 5,6 0,967

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Para o VC, a capacidade de adsorção do RSAM de 89,5 mg/g é

aproximadamente 17 vezes maior do que o relatado para os resíduos da soja (4,9

mg/g) também comparado nas mesmas condições e empregando o mesmo modelo

matemático (MITTAL et al., 2010). Na comparação com outros bioadsorventes, tais

como a casca do jatobá (81,5 mg/g), serragem da madeira Mansonia (17,7 mg/g),

folha da Posidonia oceanica (72,3 mg/g), a capacidade de adsorção da RSAM

também foi maior (CENGIZ; CAVAS, 2010; DEMARCHI; DEBRASSI; RODRIGUES,

2012; OFAMAJA; HO, 2008).

Para o RSAM a quantidade máxima de RB removida (142 mg/g) é quase 100

vezes maior quando comparado com o resíduo de semente de mostarda 1,52 mg/g

(GUPTA et al., 2010) empregando as mesmas condições e modelo de Lamgmuir.

Os valores listados na Tabela 5, também são maiores quando comparado com

outros bioadsorventes reportados na literatura, tais como, células de Ryizopus

oryzae (7,6 mg/g) e biomassa de Ryizopus oryzae (39,2 mg/g) (DAS et al., 2006;

DAS et al., 2008).

5.5 Análises de Erros

Os resultados da aplicação do SSR e 2 dos modelos de isoterma de

adsorção são mostrados na tabela 7, 8 e 9 para os respectivos corantes.

Comparando o estudo dos diferentes corantes em diferentes temperaturas,

tanto o modelo de Langmuir-Freundlich, como o modelo de Redlich-Peterson

mostram que os valores estão de acordo com os estabelecidos pelo cálculo

matemático (baixo valor de SSR e de 2). Este comportamento é seguido pelos três

corantes utilizados. De acordo com Chowdhury e colaboradores (2009), o modelo de

matemático que governa um determinado processo de adsorção é aquele que

apresenta um menor valor de 2. Portanto, conforme os dados mostrados nas

Tabelas 7, 8 e 9, os menores valores de 2 foram encontrados quando o modelo de

Langmuir-Freundlich foi aplicado.

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Tabela 7 - Análise de Erros dos modelos de isoterma de Langmuir, Freundlich, Langmuir-Freundlich e Redlich-Peterson para o corante Violeta Cristal.

Langmuir Freundlich Langmuir-

Freundlich

Redlich-

Peterson

pH:9,0 T(°C) SSR 2 SSR 2 SSR 2 SSR 2

VC-35 35 - - 752,3 188,1 - - - -

VC-60 45 - - 190,3 63,4 25,8 12,9 11,4 5,7

VC-35 55 - - 773,9 591,3 169,4 84,7 - -

pH:6,0 T(°C)

VC-60 25 59,4 19,8 59,9 19,9 59,1 29,6 - -

VC-35 35 52,4 17,5 89,4 29,8 0,39 0,19 19,9 9,98

VC-35 45 - - 218,7 72,9 4,4 72,9 54,4 27,2

VC-35 55 18,4 6,1 30,4 10,1 5,3 2,6 0,06 0,03

VC-60 55 - - 297,3 74,3 96,8 32,3 14,6 4,9

pH:3,0 T(°C)

VC-35 25 41,1 13,7 50,5 16,8 18,5 9,3 22,1 11,8

VC-35 35 42,8 14,3 44,7 14,9 28,3 14,1 42,3 21,1

VC-60 35 32,4 8,1 28,7 7,2 28,4 9,5 - -

VC-35 45 3,5 1,7 5,1 2,5 0,04 0,04 1,8 1,8

VC-60 45 - - 113,2 28, 46,5 15,5 61,0 20,3

VC-35 55 18,4 6,1 30,4 10,1 5,3 2,6 0,06 0,03

VC-60 55 45,9 15,3 64,4 21,6 12,5 6,2 - -

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Tabela 8 - Análise de Erros dos modelos de isoterma de Langmuir, Freundlich, Langmuir-Freundlich e Redlich-Peterson para o corante Rodamina B.

Langmuir Freundlich Langmuir-

Freundlich

Redlich-

Peterson

pH:9,0 T(°C) SSR 2 SSR 2 SSR 2 SSR 2

RB-35 25 5,2 2,6 - - - - - -

RB-60 25 3,7 1,2 11,1 3,7 2,8 1,4 34,3 17,1

RB-35 35 93,5 23,4 110,4 27,6 73,7 24,6 - -

RB-60 35 4,1 1,4 7,5 2,5 4,1 2,1 15,4 7,7

RB-35 45 10,9 2,7 11,9 2,9 10,6 3,6 17,8 9,5

RB-60 45 - - 37,5 9,4 - - 18,0 6,0

RB-35 55 15,9 5,3 18,8 6,3 - - 23,5 11,8

RB-60 55 - - 18,6 6,2 7,4 3,7 0,6 0,3

pH:6,0 T(°C)

RB-35 25 7,8 1,9 10,6 2,7 7,8 2,6 14,3 4,8

RB-60 25 21,9 5,5 29,9 7,5 17,9 5,9 36,9 12,3

RB-60 35 6,0 1,5 1,8 0,4 - - 5,7 1,9

RB-35 45 54,5 13,5 89,2 22,3 - - 11,4 3,8

RB-60 45 159,7 39,2 192,2 48,0 75,8 25,3 32,7 10,9

RB-35 55 5,9 1,5 8,7 2,2 5,8 1,9 10,4 3,5

pH:3,0 T(°C)

RB-35 25 44,7 14,9 61,4 20,5 3,4 1,7 10,9 5,5

RB-60 25 7,1 2,4 10,8 3,6 6,1 3,0 6,1 3,1

RB-35 35 14,4 7,2 17,9 8,9 5,4 5,4 18,7 18,7

RB-60 35 68,5 22,8 93,6 31,2 33,3 16,6 110,1 55,0

RB-35 45 14,7 7,4 25,7 12,8 7,3 7,3 48,6 48,6

RB-60 45 6,9 3,4 11,4 5,7 0,7 0,7 15,1 15,1

RB-35 55 2,9 0,7 5,1 1,3 0,07 0,02 1,2 0,4

RB-60 55 10,9 3,6 13,4 4,4 7,5 3,7 4,5 2,3

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Tabela 9 - Análise de Erros dos modelos de isoterma de Langmuir, Freundlich, Langmuir-Freundlich e Redlich-Peterson para o corante Azul de Metileno.

Langmuir Freundlich Langmuir-

Freundlich

Redlich-

Peterson

pH:9,0 T(°C) SSR 2 SSR 2 SSR 2 SSR 2

AM-35 25 - - 814,1 203,5 127,8 42,6 33,9 11,3

AM-60 25 - - 978,8 244,7 787,9 262,7 - -

AM-35 35 - - 881,5 220,4 241,9 80,6 - -

AM-60 35 - - 1174,9 293,7 878,1 292,7 221,5 73,8

AM-60 45 - - 1022,4 255,6 647,1 215,7 301,3 100,4

AM-35 55 - - 649,7 162,4 - - 5,3 1,8

AM-60 55 - - 642,1 160,5 92,1 30,7 58,2 19,4

pH:6,0 T(°C)

AM-35 25 356,9 89,2 427,6 106,9 268,7 89,6 290,2 96,7

AM-60 25 287,2 71,8 387,1 96,8 10,9 3,6 178,4 59,4

AM-35 35 195,9 65,3 244,6 81,5 9,4 4,7 - -

AM-60 35 489,2 122,3 564,3 141,1 60,0 20,1 - -

AM-35 45 195,5 48,9 273,7 68,4 - - 49,2 16,4

AM-60 45 - - 564,9 141,2 139,9 46,6 133,2 44,4

AM-35 55 60,6 20,2 68,8 22,9 7,2 3,6 42,4 21,2

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6 CONCLUSÕES

Os resíduos das sementes de A. moluccana (RSAM), através da titulação de

Boehm, apresentaram em sua superfície, os sitio de ligações de natureza ácida,

principalmente os fenólicos.

O pH no ponto de carga zero, ficou em 5,84 indicando que o RSAM possui a

propriedade de adsorção de corantes catiônicos entre eles, Azul de Metileno,

Rodamina B e Violeta Cristal.

O pH tem um grande efeito sobre adsorção. A capacidade de adsorção

aumenta significativamente quando o pH da solução torna-se básico.

A temperatura é um importante fator na capacidade de adsorção.

O processo de adsorção dos corantes segue o modelo de isoterma de

Langmuir-Freundlich e o modelo de cinética de pseudo segunda ordem.

O variação do tamanho de partícula neste trabalho não foi significativa na

remoção do corantes.

Com base dos resultados de capacidade de adsorção é possível concluir que

o RSAM pode ser utilizado como adsorvente, já que este apresentou capacidade de

adsorção maior do que quando comparada a outros subprodutos oriundos do

processo de obtenção do biodiesel.

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