Upload
internet
View
114
Download
2
Embed Size (px)
Citation preview
Adubação Foliar
Discente: Eng⁰. Agr. Danilo de Carvalho StortiDocente: Prof. Dr. Salatier Buzetti
Disciplina: Avaliação dos Adubos e Corretivos
Ilha Solteira, 08 de outubro de 2010
Croqui da Apresentação
1. Introdução2. Absorção Foliar 2.1. Mecanismos de Absorção Foliar 2.1.1. Absorção Passiva 2.1.2. Absorção Ativa 2.2. Rotas de Absorção Foliar3. Fatores que Influem na Absorção Foliar 3.1. Inerentes as Folhas 3.2. Inerentes aos Nutrientes 3.3. Inerentes as Soluções Pulverizantes
4. Nutrientes Foliares 4.1. Nitrogênio 4.2. Fosfóro 4.3. Potássio 4.4 Cálcio 4.5. Magnésio 4.6. Enxofre 4.7. Micronutrientes5. Vantagens6. Sugestões de pesquisa7. Literatura
1. Introdução
Parte aérea capaz de absorver água e nutrientes → aumento do fornecimento de nutrientes via adubação foliar;
Aplicação de soluções a ramos, estacas e troncos (pulverização ou pincelamento);
1. Introdução
Início → aplicação de adubos liquidos de esterco fermentado;
Adubação foliar é a aplicação de nutrientes solúveis na parte aérea das plantas, visando complementar a nutrição nos períodos de grande consumo de nutrientes e favorecer o equilíbrio nutricional (BRAKEMEIER, 1999);
Expansão do uso → resultados satisfatórios com macronutrientes em determinadas culturas (hortaliças);
Uso da adubação foliar data do século XIX;Na Alemanha e Rússia → utilizado a mais de cem anos(MALAVOLTA, 1980);
1. Introdução
Soluções concentradas = fitotoxidade;
1. Introdução
Em estudos com trigo → respostas positivas à adição do líquido de esterco fermentado no perfilhamento;
Lawes (1940) obteve aumento de produção da aveia de 60% em pesquisa com Superfosfato Simples diluído em água aplicado à parte aérea;
Aprimoramentos da adubação foliar → estudos sobre o modo de absorção foliar;
1. Introdução
Adubação foliar não substitui a adubação feita no solo;
Pode diminuir o tempo de atraso entre a aplicação e absorção do nutriente pela planta → importante na fase de rápido crescimento;
No Brasil, início das investigações na década de 50-60 sobre absorção foliar de N, P, K, S, B e Zn no cafeeiro;
1. Introdução
Aplicação de adubo foliar x defensivos fitossanitários ?
Bons resultados → conhecimento de princípios de absorção e movimento dos nutrientes nas plantas, bem como efeitos de falta e excesso;
Essencialidade- Fazer parte de uma molécula - A planta não consegue completar o seu ciclo de vida na ausência do elemento em questão
Objetivo:A nutrição foliar é empregada para correção ou prevenção de
deficiências de macro ou micro, quando as mesmas comprometem a produção ou a qualidade, ou ambas, completando ou substituindo o fornecimento via solo.
1. Introdução
2. Absorção Foliar
Difusão simples• Sempre a favor de gradiente de concentração;• Proporcional ao tamanho das partículas difusíveis;• Sais dissociados = atração iônica impede livre circulação;
2.1. Absorção Passiva
Figura 1. Ilustração da disposição das estruturas foliares (TAIZ e ZEIGER, 2006).
Figura 2. Representação das células da epiderme e da cutícula (WITTWER et al., 1963).
2. Absorção Foliar2.1. Absorção Passiva
Difusão facilitada• Sempre a favor de gradiente de concentração e não envolve utilização de energia metabólica;• Passagem de partículas pela camada lipídica:- Apoplasto (colisões) → interior da membrana lipídica- dentro da membrana → barreiras menores- última barreira → simplastoAuxílio por substâncias da própria membrana (ex. saponificação de ácidos graxos);
Figura 3. Esquema de absorção via solo.
2. Absorção Foliar
Difusão de Donnan• Equilíbrio de cargas elétricas de cada lado da membrana, mas
as concentrações dos sais são diferentes;• Devido íon M⁻ não difusível (ex. micela coloidal), embora
permeável a cutícula aos íons dissociados dos sais;1° caso: concentrações equivalentes de NaM e NaCl2° caso: concentrações diferentes de NaM e KCl3° caso: NaCl e água pura (H⁺+ OH⁻)
2.1. Absorção Passiva
2. Absorção Foliar
• Absorção propriamente dita = entrada de íons ou moléculas no simplasto (através da plasmalema);
• Contra gradiente de concentração e uso de energia metabólica (respiração);
• Hipóteses:1 – Transportador de moléculas ou íons (formação de complexo) → proteínas específicas; 2 – Pinocitose = invaginação de vesícula no plasmalema →
(citoplasma), vírus do mosaico do tomate (CLOWES e JUNIPER, 1968);
2.2. Absorção Ativa
Figura 4. Esquema de transportadores de íons através da membrana.
ResumoSe dá em 3 passos sucessivos depois do contato do elemento com a epiderme superior, inferior ou ambas:(1)atravessa a cutícula cerosa e paredes das células epidérmicas por
difusão;(2)chegada da superfície externa do plasmalema;(3)movimento através de membrana citoplasmática com a entrada no citoplasma eventualmente, no vacúolo depois de
atravessar o tonoplasto;
2. Absorção Foliar2.3. Vias de Absorção
2. Absorção Foliar
Através da cutícula• moléculas polares = rota aquosa → difundindo-se pela
pectina, trocas iônicas e sistemas de Donnan;• não polares = difundi-se nas ceras e na cutina → seguindo
rota lipoidal → transloca-se por difusão facilitada:
2.3. Vias de Absorção
* íons podem atingir ectodesmas → atingem o plasmalema sem atravessar toda a cutícula;* os que não a encontrarem translocam-se pelo apoplasto → atingem o plasmalema em local distante ou atravessa a P.C.;
2. Absorção Foliar
• A cutícula pode reter o elemento que a cruza → cargas;• A retenção de micronutrientes catiônicos em ordem decrescente Cu > Zn > Mn;• A cutícula apresenta polaridade ;• A uréia, por sua vez, não carregada eletricamente, mostra a
chamada difusão facilitada, rompendo ligações de éster e de éter da cutícula;
2.3. Vias de Absorção
2. Absorção Foliar
Penetra nos estômatos• Soluções aquosas com adição de surfactantes = ↓ tensão
superficial da água e ↑ sua adesão à cutícula;• Ocupam o espaço livre aparente (ELA) foliar;• Após penetração, íons e moléculas atravessam a cutícula interna
das P.Cs. seguindo as mesmas rotas para as que penetram pela cutícula externa:
2.3. Vias de Absorção
* Idem a penetração através da cutícula;
2. Absorção Foliar
• Adubação foliar até a interface plasmalema-apoplasto =absorção passiva ou penetração (fase não metabólica);
2.3. Vias de Absorção
Interface plasmalema-apoplasto: os íons e moléculas só podem atravessar o plasmalema, penetrando no simplasto - transporte ativo (fase metabólica);
___________________________________________________________________________________________________________________
Classe Fator________________________________________________________________________________________________________ Cera cuticular Estrutura Tricomas e pêlos
Composição químicaIdade da folha
Folha Estômatos e células guardasLado (adaxial ou abaxial)TurgorUmidade superficialCapacidade de troca catiônicaEstado nutricional e reserva de carboidratosCultivarEstádio de crescimento
Tabela 1. Influência na eficácia da adubação foliar.
3. Fatores que Influem na Absorção
3. Fatores que Influem na Absorção
Estrutura• Cutícula fina, alta frequência de estômatos, número elevado
de ectodesmas e tecido de transfusão das bainhas nervurais formado de células de paredes delgadas = favorecem a absorção de nutrientes;
• Espessura da cuticula e presença de tricomas ou pêlos;• Absorção foliar maior nas regiões de nervura principal e nas
margens da folha;
3.1. Relacionados às folhas
3. Fatores que Influem na Absorção
Composição química• Ceras e cutina: substâncias de natureza lipoidal, com certo
grau de propriedades polares (- OH e - COOH de suas moléculas);
• Composição química das ceras influi na absorção (triterpenóides como o ácido ursólico = altamente hidrorrepelentes);
3.1. Relacionados as folhas
3. Fatores que Influem na Absorção
Idade da folha• Folhas novas → altas atividades metabólica e cutículas mais finas;
→ menor quantidade de ceras e cutina, em contraste grande quantidade de pectinas = altamente hidrófilas;
3.1. Relacionados as folhas
Estômatos e células guardas• Proporção de estômatos: 150-3000 cm²;• Usualmente cheio de gases (O₂, vapor d’água e CO₂) →
necessário utilização de surfactantes;• Camada cuticular mais delgada;• Em caso de deficiência de K → fechamento das células
guardas e ↓ absorção;• Se abertas ↓ restrição;
3. Fatores que Influem na Absorção3.1. Relacionados às folhas
Lado da folha• Face abaxial → maior absorção (cutícula mais delgada e cavidades estomáticas);
3. Fatores que Influem na Absorção3.1. Relacionados às folhas
Modo de aplicação Quantidade absorvida em % da quantidade aplicada
Raízes 5,0
Folhas
Superfície superior 12,0
Superfície inferior 42,0
Ambas 20,5
NUTRIENTE TEMPO PARA ABSORÇÃO DE 50%
MOBILIDADE
Nitrogênio (Uréia) 0,5 a 2 horas Muito Alta
Potássio 10 a 24 horas Muito Alta
Cálcio 10 a 24 horas Muito Baixa
Magnésio 10 a 24 horas Muito Baixa
Manganês 1 a 2 dias Moderada
Zinco 1 a 2 dias Moderada
Cloro 1 a 4 dias Alta
Fósforo 5 a 10 dias Alta
Enxofre 5 a 10 dias Alta
Ferro 10 a 20 dias Baixa
Molibdênio 10 a 20 dias Baixa
Quadro 1. Taxa de absorção e mobilidade de nutrientes aplicados via foliar.
Fonte: Halliday (1961); Jyung Wittwer (1963); Wittwer, Bukovac e Tukey (1962).
3. Fatores que Influem na Absorção
Metabolização• Compostos móveis: N no AIA• Compostos fixos: Mg na clorofila• Alteração de natureza: Fe e Ca acrópeto → compostos anestésicos e tóxicos = inversão do sentido;Interações de nutrientes• Sinergística: aplicações foliares de Zn com N, aumentam
significativamente as concentrações de Zn nas folhas novas ;• Antagônica: aplicações foliares de Cu e Zn, o Cu deprime a
absorção de Zn;
3.2. Relacionados aos nutrientes
_________________________________________________________Classe Fator_________________________________________________________ Solução Solubilidade dos nutrientes
Concentração da calda pulverizante Mistura de nutrientes e outros solutos
Efeitos do pH Surfactantes (espalhantes, molhantes, adesivos, humectantes, dispersantes, emulsionantes)
Elemento e composto (sal, óxido, ácido e quelato) Efeitos interiônicos (inibidor, sinergismo)
Dose e FrenquenciaPolaridadeUréiaAçúcarTécnica de aplicação
Tabela 2. Influência na eficácia da adubação foliar.
3. Fatores que Influem na Absorção
Solubilidade dos nutrientes• O conhecimento do grau de solubilidade dos sais, evitam a
formação de resíduos insolúveis nas folhas ;a) Grau de disssociação do salb) Reações de trocas entre os saisc) Grau de dissociação e solubilidade dos compostos resultantes• A adição de Na2CO3 e uréia a calda contendo MnSO4 e ZnSO4 aumentam a concentração de Mn+2 devido a formação
de ZnCO3 que é menos solúvel.
3.3. Relacionados às soluções pulverizantes
3. Fatores que Influem na Absorção
Concentração da calda pulverizante• Variável de acordo com a espécie vegetal, assim como:→ idade das plantas e folhas→ condições ambientais→ formulações de caldas pulverizantes* Em geral, sais de cátions divalentes = ↑ concentração monovalentes = ↓ concentração
* Os mais tolerados são os dos alcalino-terrosos – Ca, Sr (estrôncio) e Ba
3.3. Relacionados às soluções pulverizantes
3. Fatores que Influem na Absorção
Misturas de nutrientes e outros solutos• Calda pulverizante concentrada em sais fitotóxidade
agentes protetores: açúcares hidróxidos e sais de Mg ou de Ca, diminuem as injúrias por ação química ou físico-química.
→ Sais de Zn + Ca(0H)2;→ CuSO4 + Ca(0H)2;→ Calda bordaleza;→ MgSO4 e incompatível com sais de Cu, FeSO4 e com compostos arseniacais;→ Ácido bórico e os boratos são incompatíveis com sais cúpricos
e os arseniacais.
3.3. Relacionados às soluções pulverizantes
3. Fatores que Influem na Absorção
Surfactantes• São substâncias que adicionadas às soluções (0,1% a 2%), ↓ as
tensões interfaciais e estabilizam as fases dispersas;→ espalhantes: ↓ ângulo de contato da água → molhantes: ↑ da adesão molecular água-cutícula → adesivos: forma uma película protetora sobre o filme da solução, evitando assim, que ela escorra→ humectantes: agentes que dificultam evaporação da água→ dispersantes: estabilizadores de suspensões sólidas em água
3.3. Relacionados às soluções pulverizantes
3. Fatores que Influem na Absorção
Efeitos do pH• Os efeitos do pH sobre a absorção foliar → variável- Reação ácida = H₂PO₄⁻- Reação básica = HPO₄²⁻ e PO₄³⁻ - Reação neutra = uréia
3.3. Relacionados às soluções pulverizantes
Efeitos interiônicos• Cafeeiro atacado pela Ferrugem →sulfato ou oxicloreto→ deficiência de B e Zn• ↑ [ ] de ZnSO₄ → Cu• ↑ [ ] de ZnSO₄ → não B competição não específica;
3. Fatores que Influem na Absorção3.3. Relacionados às soluções pulverizantes
Figura X. Resposta do cafeeiro à aplicação foliar de sulfato de zinco (MALAVOLTA, 2006).
Efeitos interiônicos• Casos de inbição: (1) competitiva – Ca/Cu, Cu/Zn, Mn/Mg, NO₃/Cl, SO₄/MoO ₄, Fe/Mn, K,Mg e K/Ca → mesma valência e raio iônico ;(2) não competitiva – B/Zn, P/Cu, P/Zn, P/Mn, P/Fe e N/B;• Casos de sinergismo:* Ca em [ ] baixa → aumenta absorção de qualquer outro elemento;* Mg aumenta a absorção de P e este a do Mo;
3. Fatores que Influem na Absorção3.3. Relacionados às soluções pulverizantes
_____________________________________________________Classe Fator_____________________________________________________
Luz Disponibilidade de água no solo
Meio TemperaturaUmidade atmosféricaModo de aplicação das pulverizações foliaresLavagem ou lixiviaçãoFotoperíodoVentoHora do diaPotencial osmótico do meio da raizDisponibilidade de nutrientes no soloou no substrato
Tabela 3. Influência na eficácia da adubação foliar
3. Fatores que Influem na Absorção
Luz• A energia luminosa é utilizada na absorção iônica, pelas células, e favorece também a translocação dos nutrientes;• A luz intensifica a produção de cera superficial da folha;Disponibilidade de água no solo• Boa disponibilidade de água no solo células turgidas → favorecendo a penetração foliar dos nutrientes;
3.4. Fatores Externos
3. Fatores que Influem na Absorção
Temperatura• Absorção ↑ com a elevação da temperatura e ↓ com o seu
abaixamento (metabolismo);• Favorece a evaporação na superfície das folhas, ↑concentração dos nutrientes → favorece a penetração de maior
quantidade de íons no apoplasto;
3.4. Fatores Externos
Umidade atmosférica• ↑ umidade atmosférica favorece a absorção (cutícula hidratada);• ↑ umidade e ↓ temperatura → neblina e/ou orvalho (diluição pode inverter o gradiente);• ↓ umidade favorece a evaporação elevando a concentração a
níveis tóxicos;
3. Fatores que Influem na Absorção3.4. Fatores Externos
3. Fatores que Influem na Absorção
Modo de aplicação das pulverizações foliares• Pulverizações grosseiras → gotas muito grande, molham em
excesso a folhagem, provocam o gotejamento e escorrimento da solução para o solo;
Lavagem ou lixiviação• Substâncias minerais e orgânicas retiradas → pode ser razoavelmente grande, dependendo condições inerentes às
plantas, as substâncias lavadas e a diversos fatores externos;
3.4. Fatores Externos
Tabela 4. Substâncias lixiviadas das folhas.
Minerais Carboidratos Aminoácidos Acidos orgânicos
Ca frutose alanina ascórbico
Cl galactanas arginina glicosídios ácidos
Fe glicose asparagina cítrico
Mg lactose ácido aspártico fumárico
Mn pécticas glutâmina glicólico
N rafinose ácido glutâmico láctico
P sacarose glicina maleico
K álcoois açúcares histidina málico
Si leucina malônico
Na lisina succínico
Sr metionina
S prolina
Zn serina
tirosina
valina
Fonte: Malavolta (1970)
3. Fatores que Influem na Absorção
Fatores que influem na lavagem de nutrientes minerais1. A chuva fina, orvalho, neblina, retiram mais metabólicos do
que uma chuva pesada;2. Chuvas após longo período de seca → maiores perdas do que
as que caem durante estação chuvosa;3. Perdas são maiores a altas temperaturas → maior molhabilidade e mais rápida dissolução dos sais;4. Decréscimo do conteúdo mineral é maior nas primeiras horas
após as folhas serem molhadas;
3.4. Fatores Externos
3. Fatores que Influem na Absorção
5. Folhas velhas e em más condições perdem mais metabólicos;6. Superfície adaxial: maiores perdas;
3.4. Fatores Externos
•Nutrientes são divididos nos grupos: - Facilmente laváveis (> 25%): Na e Mn- Moderadamene laváveis (1 a 10%): K, Ca, Mg, S e Sr- Dificilmente laváveis (< 1%): Fe, Zn, Cl e P
Tabela 5. Fatores que influenciam a lixiviação de substâncias das folhas ⁽*⁾.
⁽*⁾ Sinal +: aumento quando cresce a entrada do fator.
Internos Efeito Externos Efeito
Tipo e natureza da planta variável solução lixiviadora variável
luz positivo
Substância variável temperatura positivo
Característica da folha duração do período de lixiviação positivo
molhabilidade positivo intensidade da chuva positivo
cerosidade negativo
cutícula negativo
pubescência positivo
hidatódios positivo
Idade fisiológica da folha positivo dano (doneça, praga, mecânico, positivo
climático, nutricional)
Estado nutricional positivo orvalho positivo
Desordens fisiológicas variável nutrição no sistema radicular positivo
4. Nutrientes Foliares
Classificação1) essenciais: nutrientes minerais da planta (carbono, hidrogênio e oxigênio) → nutrientes orgânicos;2) úteis: não essenciais, mas contribuem para o crescimento, produção ou para resistência a condições desfavoráveis do meio;3) tóxicos: prejudiciais a planta não se encaixando nas classes anteriores;
Grupo Elemento Funções Compostos
1 N Nutrientes minerais que são parte constituinte de amino ácidos, proteínas e ácidos nucléicos
S de compostos de carbono constituinte de cisteína e metionina, além de coenzimas e vitaminas
P Nutrientes minerais que constituinte de nucleotídeos energéticos e de DNA e RNA
2 Si são importante no acúmulo forma complexo com polifenóis reforçando a parede celular
B de energia e integridade estrutural atua na elongação celular, síntese de ác. nucléico e respostas hormonais
K age na regulação do potencial osmótico das células da planta
3 Ca usado na síntese de novas P.Cs. ( lamela média )
Mg Nutrientes minerais que ativação de enzimas na respiração, fotosíntese e síntese de DNA e RNA
Cl permanecem na forma iônica requerido na reação de oxidação da água durante a fotossíntese
Mn ativador de enzimas (desidrogenase e descarboxilase) no ciclo de Krebs
Na reestabelecimento do carbono precurssor em C4 e crassulaceas
4 Fe involvido na transferência de eletrons (reações redox) no citocromo
Zn Nutrientes minerais que requerido na biossíntese da clorofila
Cu são envolvidos em reações de involvido nas reações de redox de enzimas (plastocianina)
Ni redox constitui a urease
Mo componente de enzimas (nitrato redutase e nitrogenase)
Tabela 6. Grupos dos principais nutrientes minerais, suas funções e compostos formados .
Fonte: Adaptado Taiz e Zeiger (2006)
4. Nutrientes Foliares
TABELA 7. Elementos químicos considerados essenciais para as plantas.___________________________________________________________Elemento Símbolo % matéria seca Classificação___________________________________________________________Carbono C 45 Oxigênio O 45 Hidrogênio H 6 Nitrogênio N 1,5 MacronutrientePotássio K 1,0 MacronutrienteCálcio Ca 0,5 MacronutrienteFósforo P 0,2 MacronutrienteMagnésio Mg 0,2 MacronutrienteEnxofre S 0,1 Macronutriente
4. Nutrientes Foliares
TABELA 5. Elementos químicos considerados essenciais para as plantas.___________________________________________________________Elemento Símbolo % matéria seca Classificação___________________________________________________________Cloro Cl 0,01 MicronutrienteFerro Fe 0,01 MicronutrienteManganês Mn 0,005 MicronutrienteBoro B 0,002 MicronutrienteZinco Zn 0,002 MicronutrienteCobre Cu 0,0006 MicronutrienteMolibdênio Mo 0,00001 MicronutrienteNíquel Ni -- Micronutriente
4. Nutrientes Foliares
• N, P e K são fornecidos normalmente via solo;• N também através fixação biológica;• Via foliar → uréia com até 0,25% de biureto (fitotóxico);Plantas tratadas Tempo de absorçãoabacaxi, macieira …………………… 1 a 4 horascafeeiro, cajú, banana, pepino,tomate, milho, feijão …………… …... 1 a 6 horasbatatinha, aipo ………………………. 12 a 24 horascana-de-açúcar ……………………… menos de 24 horasfumo ………………………………….. 24 a 36 horas*Velocidade de absorção de 50% da uréia aplicada
4.1. Nitrogênio
Quadro 2. Tolerância de algumas culturas a concentrações de uréia pulverizada à folhagem (em % de uréia).
Cultura % uréia Cultura % uréia
Abacaxi 2,4 a 6,0 Cítrica 0,6 a 1,2
Alface 0,5 a 0,7 Feijão 0,5 a 0,7
Algodão 2,4 a 6,0 Maça 0,5 a 0,7
Banana 0,6 a 1,2 Milho 0,6 a 2,4
Beterraba 2,4 Morango 0,5 a 0,7
Cacau 0,6 a 1,2 Pêssego 0,6 a 3,0
Cana-de-açúcar 1,2 a 2,4 Repolho 0,7 a 1,4
Cebola 2,4 Trigo 2,4 a 9,6
Cenoura 2,4 Videira 0,5 a 0,7
Fonte: Adaptado Wittwer et al. (1963).
4. Nutrientes Foliares
• P aplicado → rapidamente absorvido e metabolizado; • Via foliar → ácido Ortofosfórico (H3PO4);
Plantas tratadas Tempo de absorçãofeijão ………………………… ....... 30 horas a 6 diasmacieira ……………… ……….. 7 horas a 11 diascana-de-açúcar ………………….. 15 dias
*Velocidade de absorção de 50% da uréia aplicada
4.2. Fósforo
4. Nutrientes Foliares
• K e Na → cátions mais rapidamente absorvidos pelas folhas;• K → mais lavável dos nutrientes minerais (localização) até
80%:- teor do nutriente; - luz;• Via foliar → sulfato, nitrato e cloreto;• Folhas de feijão, abóbora e videira → 50% do K aplicado em 1
a 4 dias;
4.3. Potássio
4. Nutrientes Foliares
• Ca → rapidamente absorvido, mas pouco translocado;• Lavável cerca de 50% em 24 horas;• Difícil correção via foliar → casos raros (várias aplicações);• Via foliar → Ca(OH)₂, também usado como protetor em pulverizações ZnSO₄ e CuSO₄;• Folhas de feijão → 50% do Ca aplicado em 4 dias;
4.4. Cálcio
4. Nutrientes Foliares
• Mg absorvido influenciado pela hora do dia de aplicação;• Absorção foliar → troca entre íons de Mg²⁺;- macieira absorve 20% em 24 horas;• Moderadamente lavável cerca de 20% em 24 horas;
4.5. Magnésio
4. Nutrientes Foliares
• Originado de queima de combustíveis fósseis;• No Brasil acrescenta à queimadas → prática cultural• Absorvido na forma de SO₄⁻² e também do ar SO₂;• Absorção foliar → 48 horas cerca de 1/3 é absorvido e translocado;• Pouco lavável → 5 horas de chuva artificial lava 10,5%;
4.6. Enxofre
• Exigidos em quantidades pequenas → fornecidos via foliar com economia do produto;
• Culturas como soja, cafeeiro, tomate e outras recebem aplicações sem as quais , dificilmente produziriam com qualidade;
4. Nutrientes Foliares4.6. Micronutrientes
Quadro 3. Resposta da soja à aplicação foliar de manganês.
Tratamento Produção sacas/ha
testemunha 22
175 g Mn/ha 28
350 30
2 x 350 32
3 x 350 35
Fonte: Sanzonowicz e Silva (1997).
4. Nutrientes Foliares4.7. Principais fontes de Macro
Produto Composição (%)
Uréia 45 (N)
Nitrato de Potássio 14 (N) + 46 (K₂O)
Nitraato de Cálcio 15 (N) + 20 (Ca)
Nitrato de Amônio 33 (N)
Sulfato de Amônio 21 (N) + 24 (S)
Ácido Fosfórico 64 (P₂O₅)
Fosfato Diamônio (DAP) 18 (N) + 46 (P₂O₅)
Fosfato Monoamônico (MAP) 10 (N) + 50 (P₂O₅)
Superfosfato Simples 18 (P₂O₅) + 18 (Ca) + 12 (S)
Superfosfato Triplo 42 (P₂O₅) + 15 (Ca)
Colreto de Potássio 60 (K₂0) + 47 (Cl)
Sulfato de Potássio 50 (K₂0) + 18 (S)
Gesso 21 (Ca) + 16 (S)
Hifróxido de Cálcio 50 (Ca)
Sulfato de Magnésio 10 (Mg) + 18 (S)
Nitrato de Magnésio 9 (Mg) + 11 (N)
Enxofre Elementar 95 - 99 (S)
4. Nutrientes Foliares4.7. Principais fontes de Micro
Elemento Fórmula Teor do Elemento (%)
Boro - B
Boráx Na₂B₄O₇.10H₂O 11
Solubor Na₂B₄O₇.5H₂O + Na₂B₁₀O₁₆.10H₂O 20
Ácido bórico H₃BO₃ 17
Cobre - Cu
Sulfato CuSO₄.5H₂O 25
Óxido (OSO) Cu₂O 89
(ICO) CuO 75
Oxicloreto 3Cu(OH)₂.CuCl₂ 50
Nitrato Cu(NO₃)₂.H₂O 23
Hidróxido Cu(OH)₂ 50
Cobalto - Co
Nitrato Co(NO₃)₂.6H₂O 18
Sulfato CoSO₄.7H₂O 19
Ferro - Fe
Sulfato (OSO) FeSO₄.7H₂O 19
Cloreto (OSO) FeCl₂.4H₂O 25
(ICO) FeCl₃.6H₂O 18
Nitrato (ICO) Fe(NO₃)₃.9H₂O 12
Manganês - Mn
Sulfato MnSO₄.3H₂O 26
Óxido MnO 41
Hidróxido Mn(NO₃)₂.6H₂O 18
Cloreto MnCl₂ 43
Tabela 6. Recomendações para fornecimento de elementos por via foliar.
Deficiência de Cultura Forma de aplicação Concentração Kg/100 litros
Nitrogênio abacaxi, manga uréia 3,0 - 12,0
batatinha, chá 2,0 - 2,5
cana-de-açúcar
tomateiro, 2,0 - 2,5
macieira e videira 0,5 - 0,75
Fósforo cafeeiro super simples, fosfato 1,0
cana-de-açúcar de amônio ou potássio 0,5 - 2,0
Potássio cafeeiro cloreto, sulfato, nitrato 0,5
citrus sulfato 0,6 - 1,2
Cálcio aipo, tomateiro cloreto 1,8 - 2,4
(podridão estilar) 0,6 - 2,4
Magnésio aipo, citrus, macieira
crucíferas, cafeeiro sulfato 1,0 - 2,0
Boro aipo, alfafa, beterraba borax ou outros boratos
crucíferas, frutíferas solúveis, ácido bórico 0,1 - 0,3
Cobre hortaliças, frutíferas, calda bordalesa e
cafeeiro sulfato 0,2 - 0,5
Ferro abacaxi, sorgo sulfato 0,6 - 3,0
Manganês aipo, citrus, feijões,
soja, tomateiro sulfato 0,4 - 0,8
Molibdênio citrus (mancha ama-
rela), repolho, couve molibdato de sódio ou
flor (Whiptail) de amônio 0,05 - 0,1
Zinco plantas anuais sulfato 0,25 - 0,4
plantas perenes 0,6 - 1,0
4. Nutrientes FoliaresSódio, silício e cobalto são considerados nutrientes benéficos
• Sódio benéfico para plantas fotossíntese C4 (necessário para
a entrada do Piruvato na célula do mesófilo para recuperar o
fosfoenolpiruvato (PEP);
• Silício (Si) contribui para as propriedades da parede celular;
• Cobalto (Co) é necessário para as bactérias fixadoras de N2;
5. Vantagens
a) Custo alto de aplicação (pode ser reduzido quando aplicado conjuntamente com o tratamento fitossanitário e herbicidas de pós-emergência);
b) Respostas rápidas;c) Efeito residual menor; d) Deficiências de micronutrientes; e) Problemas de compatibilidade e antagonismo; f) Micronutrientes metálicos em pH elevado;
• Adubação foliar com Mn e glyphosate → soja transgênica tolerante ao glyphosate (alterações na absorção e no metabolismo do elemento pelas plantas);• Absorção e utilização de aminoácidos;• Aclimatização de bromélias;
6. Sugestões de pesquisas
Obrigado !