28
Torre de Controle do DTCEA - Canoas / RS ESPAÇ Informativo do Departamento de Controle do Espaço Aéreo - DECEA N O T Í C I A S - A n o 4 - n º 2 7 AERO

Aeroespaço 27

  • Upload
    decea

  • View
    230

  • Download
    1

Embed Size (px)

DESCRIPTION

http://www.decea.gov.br/wp-content/uploads/2008/10/aeroespaco27.pdf

Citation preview

Page 1: Aeroespaço 27

Torre de Controle do DTCEA - Canoas / RS

ESP

Informativo do Departamento de Controle do Espaço Aéreo - DECEA

NO

TÍC

IAS - Ano 4 - n º 2 7

AERO

Page 2: Aeroespaço 27

Índice

Nos 25 anosda mulher na FAB,DECEA celebra promoção daprimeira tenente coronel do seu efetivo

Equipe do CGNAparticipa de curso na FAA Academy

Seção:Conhecendo o DTCEACanoas - RS

Parlamentaresvisitam CINDACTA III

ExpedienteNossa capa

A Torre de Canoas – capa desta edição - foi criada em 1947 e é uma das mais antigas do Brasil em atividade. Sua operação é H24 (24 horas por dia) e opera com dois controladores de tráfego aéreo (posição Torre e posição Solo).

Todo o trabalho na Torre é realizado em parceria com o APP-PA (Controle de Aproximação de Porto Alegre) e com o PAR-CO (Radar de Aproximação de Precisão de Canoas) e constitui o elo mais forte do Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Canoas (DTCEA-CO), não só para os esquadrões aéreos sediados, como para muitos outros esquadrões brasileiros e estrangeiros que, rotineiramente, vêm aos “pampas” para realizar manobras militares. Devido às operações diuturnas e continuadas das Unidades Aéreas no aeródromo de Canoas, o DTCEA-CO tomou como símbolo a coruja, sendo o mesmo consagrado como código de chamada da Torre de Controle de Canoas. A primeira Torre de Canoas foi construída em madeira, o que o leitor pode conferir na foto publicada na página 20 desta edição, que retrata o Destacamento de Canoas.

Informativo do Departamento de Controle do Espaço Aéreo - DECEAproduzido pela Assessoria de Comunicação Social - ASCOM/DECEA

Diretor-Geral:Maj Brig Ar Ramon Borges CardosoAssessor de Comunicação Social e Editor:Paullo Esteves - Cel Av R1Redação:Daisy Meireles (RJ 21523-JP)Telma Penteado (RJ 22794-JP)Diagramação & Capa:Filipe Bastos (MTB 26888-DRT/RJ)Fotografia:Luiz Eduardo Perez (RJ 201930-RF)

Contatos:Home page: www.decea.gov.brIntraer: www.decea.intraerEmail: [email protected] [email protected]ço: Av. General Justo, 160 - CentroCEP 20021-130 - Rio de Janeiro/RJTelefone: (21) 2123-6585 Fax: (21) 2262-1691Editado em outubro/2007Fotolitos & Impressão: Ingrafoto

Torre de Controle doDTCEA - Canoas / RS

DECEA completaseis anos com espírito empreendedor

Seção:Eu não sabia! CGNA

I Seminário Internacional de Coordenação SAR: construindo conhecimento para salvar vidas

Seção: Usina de IdéiasImplantação de Centro de

Inteligência de Segurança (CIS)

CINDACTA II iniciaa operação com novo sistema

12

20

24

17

18

23

13

8

75Ciscea assina novos contratos

Page 3: Aeroespaço 27

Maj Brig Ar Ramon Borges CardosoDiretor-Geral Interino do DECEA

A cabamos de cruzar o mês de outubro, quando comemoramos - na Semana da Asa - o Dia do Aviador, uma data que é muito significativa, porque avocamos o feito extraordinário de Santos-Dumont que, afinal,

disparou o processo de desenvolvimento da aviação com seu invento e nos trouxe até aqui. Nós que, na porção brasileira do espaço aéreo do planeta, contribuímos para a segurança e a fluidez do transporte aéreo.

Estamos cada vez mais globalizados e o futuro próximo aponta para um novo processo de gestão do tráfego aéreo mundial que irá transformar os conceitos de simplicidade, flexibilidade, velocidade e segurança como os conhecemos hoje, demonstrando que, efetivamente, a Aeronáutica é o setor do conhecimento humano que mais rapidamente evoluiu nos últimos tempos, confirmando o que as estatísticas mundiais revelam: o transporte aéreo é o meio de locomoção de massa mais seguro e confiável do mundo.

Fazemos parte, portanto, de um segmento que incorpora, além do vertiginoso desenvolvimento tecnológico, um amplo espectro de integração social mundial na medida em que, pelos processos que gerenciamos em nosso cotidiano, contribuímos para os múltiplos interesses da própria humanidade.

Este pensamento macro nos remete às imensas responsabilidades que temos no dia a dia, em particular no tocante aos compromissos internacionais que dependem da atuação dos profissionais do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro, para serem honrados e postos em prática. Daí, nosso engajamento é sem tréguas, porque da nossa constante evolução e aperfeiçoamento individuais dependerão os passos futuros que demandam além de esforço, dedicação e competência.

A cada edição da Aeroespaço, estes gestos de construção e aperfeiçoamento são mostrados, até mesmo aqueles que fazem parte da nossa rotina como organismo vivo e atuante nas 24 horas do dia. Cada evento, curso, seminário, conclusão de trabalho, visita de inspeção, assinatura de contrato etc. reproduz o conjunto de passos que todos nós damos, dia após dia, na direção do futuro e na construção dele, buscando sempre melhores condições.

Para isto estamos aqui, profissionais do SISCEAB, militares e civis, a serviço do Estado brasileiro, devotados exclusivamente à tarefa de garantir a fluidez e a segurança dos movimentos aéreos em nossos céus.

Temos muito orgulho disto. A nossa revista aí está, dando corpo a este sentimento.

A você, caro leitor, por sua sempre prestimosa contribuição, o nosso agradecimento.

Editorial

Page 4: Aeroespaço 27

NO

TÍC

IAS D

O S

ISCEA

B

4

Brasil pede para a OACI antecipar auditoria do setor aéreo do País

O Comando da Aeronáutica solici-tou à Organização de Aviação Civil In-ternacional (OACI), que a participação do Brasil no USOAP (Universal Safety Oversight Audit Programme), o mais completo programa de auditoria da en-tidade, se desse o mais breve possível.

A princípio, de acordo com o cro-nograma da OACI, esta auditoria do Sistema de Aviação Civil Brasileiro se daria a partir de 2009. Diante desta solicitação, a data ficou acertada para o primeiro trimestre de 2009.

É fundamental ter em mente que a preparação da auditoria leva um ano. “A auditoria não começa quando os auditores chegam ao Brasil. Um ano antes de irem in loco, os auditores soli-citam uma série de documentos, como a legislação, para que possam fazer uma análise rigorosa que os permita estarem inteirados do Sistema. Desta forma, os auditores poderão pessoalmen-te averiguar o que é feito na prática, confrontando dados e indo direto aos pontos mais críticos”, explica o Brig Ar José Roberto Machado e Silva, Chefe do Subdepartamento de Operações (SDOP) do DECEA.

Fica, então, mais claro que os audi-tores da OACI virão ao Brasil no pri-meiro trimestre de 2009, enquanto que o processo de auditoria se inicia em março de 2008, com a entrega da documentação exigida. “Será seguido todo o trâmite normal da legislação da OACI. Não há como queimar etapas”, declara o Brig J. Roberto.

Desta forma todos os aspectos do Sis-tema de Aviação Civil Brasileiro serão profundamente analisados pela Agência das Nações Unidas, em um estudo que irá abranger as atividades de controle de tráfego aéreo (de responsabilidade do DECEA), a infra-estrutura aeroportuá-ria (responsabilidade da INFRAERO), transporte aéreo (responsabilidade da ANAC - Agência Nacional de Avia-ção Civil) e até mesmo a formação de profissionais que atuam no setor.

A análise da documentação encami-nhada acontecerá na sede da OACI em

Montreal, no Canadá. Na fase poste-rior, com início previsto para 2009, os auditores virão ao Brasil para verificar in loco os procedimentos.

Dentre os aspectos mais relevantes a ser auditado está a proficiência na lín-gua inglesa.

Existe uma norma da OACI defi-nindo que em março de 2008 todos os controladores de tráfego aéreo e todos os pilotos deverão estar qualificados no nível 4 de proficiência na língua inglesa. Para a Organização, o nível 6 – que é o mais alto – indica os profissionais que têm total domínio da língua inglesa. O nível 4 seria o nível mínimo aceitável.

Entretanto, a própria OACI reco-nheceu que vários países não estão em condições de cumprir esta meta até março de 2008. Assim sendo, foi so-licitado, por parte do Brasil, endossa-do por outros países, um prazo de três anos – a contar de março do ano que vem – para preparar os profissionais a fim de serem classificados neste nível.

Até esta data, março 2008, o Brasil deverá informar o seu planejamento para atingir este objetivo, bem como as medidas mitigadoras visando a segu-rança das operações na língua inglesa.

A solicitação para definição da data da auditoria aconteceu durante a 36º Assembléia da OACI, que contou com a participação de 178 países associa-dos.

Na ocasião, o Brasil foi mais uma vez eleito para figurar o Grupo 1 da OACI, do qual fazem parte Japão, China, Ale-manha, França, Reino Unido, Itália, Austrália, Canadá, Rússia e Estados Unidos. Vale ressaltar que deste grupo participam apenas os países de maior importância no cenário da aviação ci-vil internacional, com plenas condições de atuar diretamente na elaboração de padrões e regulamentos internacionais para a aviação, além de fomentar o desenvolvimento e o planejamento do transporte aéreo internacional.

“A reeleição do Brasil, que integra o Grupo 1 desde 1941, é uma prova do reconhecimento da qualidade do nos-

so trabalho. Apesar de todos os ocor-ridos, a Comunidade de Aviação Civil Internacional reconheceu que o Brasil merece estar entre os principais países do mundo em aviação civil”, ressalta o Brig J. Roberto.

“A cada três anos é feita essa eleição”, prossegue, “e o Brasil sistematicamente tem sido reeleito. E este ano foi eleito com 88% dos votos, ou seja, de um to-tal de 167 países votantes, 147 votaram no Brasil”.

A OACI é a agência especializada das Nações Unidas que tem como princi-pais objetivos o desenvolvimento dos princípios e técnicas de navegação aérea internacional e a organização e o pro-gresso do transporte aéreo, de modo a favorecer a segurança, a eficiência, a economia e o desenvolvimento dos ser-viços aéreos.

No início de setembro, o governo brasileiro, através da ANAC, autori-zou formalmente a divulgação do re-sultado da auditoria no site da OACI na Internet. “Tanto o pedido de au-ditoria quanto a autorização para a divulgação dos dados são demons-trações inequívocas da transparência que norteia as atividades do setor”, avalia o Brig J. Roberto.

Brig J. Roberto fala sobre a auditoria da OACI

Page 5: Aeroespaço 27

5

SISCEAB ganha mais 24 Radioperadores em Plataforma Marítima formados pelo ICEA

O Instituto de Contro-le do Espaço Aéreo (ICEA) realizou em 31 de agosto a solenidade de conclusão da 5ª Turma do Curso de Ra-dioperador em Plataforma Marítima (CNS-014).

O evento foi presidido pelo Chefe da Divisão de Ensi-no do ICEA, e contou com as presenças do Adjunto do setor de Telecomunicações da Petrobras em Macaé e dos Coordenadores e Instrutores do DECEA e do Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I).

O curso foi criado pela Divisão de Comunicações, Navegação e Vigilância do DECEA (D-CNS), com o objetivo de preparar profissionais para o Sistema de Controle do Espaço Aé-reo Brasileiro (SISCEAB) com conhe-cimentos indispensáveis ao exercício de

atividades operacionais em Estações Permissionárias de Telecomunicações Aeronáuticas de categoria “M” (EPTA CAT “M”), localizadas em Platafor-mas Marítimas.

As EPTA CAT “M” destinam-se ao

estabelecimento de comuni-cações com os helicópteros, para tratar de assuntos de ca-ráter geral da entidade, bem como apoiar as operações de pouso e decolagem nos heli-pontos dessas plataformas.

Concluíram com aprovei-tamento o curso 24 funcio-nários de Empresas ligadas às operações offshore na Bacia de Campos, na Bacia do Espírito Santo e nos Litorais do Nor-deste e do Sul.

O entusiasmo demonstrado pelos alunos, com os novos conhecimentos adquiridos, foi característica marcante no

evento e enaltecido pelo orador da Tur-ma.

O ICEA tem previsão de formar 700 Radioperadores nos próximos três anos, atendendo a demanda por esses profis-sionais pelo setor offshore.

Os novos radioperadores preparados para apoiar as operações de pouso e decolagem nos helipontos

CISCEA assina novos contratos

A Comissão de Implantação do Sis-tema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA) assinou, nos dias 08 e 11 de outubro dois importantes contratos.

O primeiro foi com a empresa austrí-aca Frequentis AG. Assinado pelo Presi-dente da Comissão, Cel Av Carlos Vuyk de Aquino e pelo Diretor da empresa, Anton Martha, o contrato tem por ob-

jetivo Modernizar e In-tegrar os Equipamentos e Sistemas empregados na Torre de Controle do Aeroporto de Congonhas (SP).

O contrato assinado no dia 11 foi com a empresa no-rueguesa ACA-MS – Airport Tower Solutions, r e p r e s e n t a d a pelo Diretor da EBCO System

Ltda, Eduardo M. Rodrigues. Este contrato visa igualmente Modernizar e Integrar os Equipamentos e Sistemas em-pregados em Torre de Contro-le, só que, desta vez, do Aero-porto Internacional do Rio de Janeiro.

Estes contratos são muito relevantes, pois garantem a melhoria do controle de tráfego aéreo através da implantação de sistemas de alta tecnologia, que inte-gram os vários equipamentos e sistemas de uma Torre de Controle, facilitando a operação de seus controladores.

O Presidente da CISCEA assinou dois contratos...

...garantindo a melhoria do controle de tráfego aéreo em Congonhas e no Galeão

Page 6: Aeroespaço 27

NO

TÍC

IAS D

O S

ISCEA

B DECEA coloca site de AIS na internetNo último dia 10 de

setembro, o DECEA lançou na internet o site AIS WEB para que qualquer usuário possa ter acesso às informações aeronáuticas que ante-riormente só eram dis-ponibilizadas pela intra-net do Departamento.

Na página www.aisweb.aer.mil.br é pos-sível encontrar as infor-mações utilizadas pelos aeronavegantes para o planejamento e realiza-ção de vôos. Além dessas informações, publicações e normas de interesse do público externo também estão à disposição, facili-tando o acesso às regras nacionais necessárias à segurança aérea.

De forma mais detalhada, o Sis-tema de Consulta às Informações Aeronáuticas via web é um sistema de banco de dados para Internet que permite o acesso rápido e estrutura-do de todas as informações aeronáu-ticas disponíveis em formato eletrô-nico. O conjunto de informações a ser disponibilizado inclui: Notam (Avisos aos Aeronavegantes); Su-plemento; AIP-Brasil; AIP-MAP – Cartas Aeronáuticas; Rotaer e outras publicações de interesse do usuário.

De acordo com o Ten Cel Av San-tana, Chefe da Divisão de Informa-ções Aeronáuticas (D-AIS), a idéia do site já existe há algum tempo e até mesmo já havia um outro que dispo-nibilizava algumas informações aero-náuticas.

“Tanto o site antigo como o novo foram resultados de conjunção de es-forços da D-AIS (subordinado ao Sub-departamento de Operações - SDOP), D-SIC (Divisão de Sistemas de Infor-mação de Controle do Espaço Aéreo - Subdepartamento de Tecnologia da Informação – SDTI) e também de alguns funcionários do Primeiro e do Segundo Centros Integrados de Defe-sa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I e II) e dos Centros de

Computação de Aeronáutica do Rio de Janeiro e de Brasília (CCA-RJ e CCA-BR). A equipe era grande, porque o trabalho era – e é - enorme”, declarou o Ten Cel Av Santana.

“Se eu fosse creditar a alguma pes-soa o mérito de finalmente podermos desfrutar dessas informações, tanto na internet quanto na intranet, eu exalta-ria dois nomes: Cel Av R1 Bahia e Maj Av Bertolino - incansáveis na luta para disponibilizar estas páginas a todos os usuários do SISCEAB. Acredito ser uma justa homenagem”, diz Santana.

A importância desta página na inter-net é exatamente a disponibilização, a facilitação para o usuário ter o acesso

às informações que só te-ria em uma Sala AIS ou por intermédio das publi-cações comercializadas e distribuídas pelo Parque de Material de Eletrônica da Aeronáutica do Rio de Janeiro (PAME-RJ).

Segundo o chefe da Seção de Planejamento da D-AIS, Maj Av Nilo Sérgio Machado de Aze-vedo, “o aisweb foi conce-bido e desenvolvido para garantir: o acesso organi-zado das diversas infor-mações de interesse dos aeronavegantes e usuários de áreas afins; que cada acesso à base de dados seja realizado de forma que se mantenha a inte-gridade e consistência das

informações armazenadas; o acesso simultâneo e compartilhado de um número elevado de usuários à base de informações; e a independência de localidades específicas para acesso às informações”.

Para o Maj Av Nilo, “todas as in-formações divulgadas neste site serão importantes para os envolvidos na atividade aérea, porém as de Notam serão especiais, por possuírem um grau de atualização bastante dinâmi-co em relação às demais informações, que possuem calendário préestabele-cido para atualizações”.

Vale ressaltar que, por enquanto, o uso deste site não desobriga o usuário

de comparecer à uma Sala AIS antes de cada vôo, onde ele receberá as atualiza-ções mais recentes do Sistema.

Por fim, Santana resume o trabalho dizendo que o site “é uma espécie de democratização das informações neces-sárias para a realização de planejamen-tos de vôos mais seguros e eficientes com o uso da tecnologia da rede mun-dial. Afinal, é para isso que a internet existe”.

Com a disponibilização deste site, o DECEA continua contribuindo para a manutenção da eficiência, regularida-de e segurança da navegação aérea em todo o território nacional.

6

O www.aisweb.aer.mil.br está no ar com...

...informações atualizadas para planejamento e realização dos vôos

Page 7: Aeroespaço 27

CINDACTA II inicia a operação com novo sistema

O dia 23 de setembro deste ano entrou para a história do Segundo Centro Integra-do de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo (CINDACTA II).

Por volta de 0h45, o Centro de Controle de Área de Curitiba (ACC-CW) informou à tripulação de uma aeronave comercial, que decolara de Guarulhos (SP) com des-tino a Buenos Aires, Argentina, que a aero-nave era o primeiro tráfego a ser controlado a partir do novo sistema de tratamento e visualização de dados (X-4000).

Pelo menos 45 pessoas, dentre oficiais, graduados e técnicos civis, participaram do evento na sala de Controle do ACC-CW, quando o SO BCT Cláudio Luiz Guana-bara (Adjunto da Seção de Instrução do

Órgão e um dos instrutores mais experien-tes) proferiu as seguintes palavras, via fonia: “A Força Aérea Brasileira tem o orgulho e a honra de informar ao vôo 8006 que o mes-mo é o primeiro tráfego a receber o serviço de controle de área radar do Centro-Curi-tiba, utilizando meios de tratamento e vi-sualização completamente modernizados, o qual passamos a utilizar a partir de agora. O fato que ora ocorre é um momento histó-rico para o Sistema de Controle de Espaço Aéreo Brasileiro, que vem diuturnamente envidando esforços no sentido de prover segurança, economia e fluidez ao Tráfego Aéreo Brasileiro. Tenham um bom vôo!”

A tripulação do vôo 8006 respondeu dizendo estar orgulhosa pela participação

e parabenizou a todos os envolvidos. Com oito setores ativados e aguardan-

do a ativação de mais dois setores a partir de outubro, o ACC-CW tornou-se mais um elo detentor de tecnologia de última geração do sistema de controle de tráfe-go aéreo do nosso País.

7

O ACC-CW - novo elo detentor de tecnologias do SISCEAB

D-CTP realiza curso de Padronização de Instrutores do SISCEAB

Uma turma de onze pessoas participou do curso CTP-OO1 – Padronização de Instrutores do SISCEAB – realizado no auditório do Instituto de Cartografia Aero-náutica (ICA), no período de 27de agosto a 06 de setembro.

Coordenado pela Divisão de Capacita-ção e Treinamento Profissional do DECEA (D-CTP), o Curso surgiu face à necessida-de de unificar os procedimentos didáticos durante as instruções nos diversos cursos do SISCEAB e, também, capacitar os nos-sos instrutores para o exercício docente.

Cabe salientar que o Curso CTP-001 acontece nos diversos Órgãos Regionais, em todo Brasil, sendo esta última turma apenas mais uma delas. Segundo o Che-fe da D-CTP, Major Elon, para o ano de 2007 foram previstas 20 turmas, das quais

já aconteceram onze, tendo sido atendidos 115 alunos, das 164 so-licitações de matrícula recebidas. Uma turma foi cancelada e restam oito turmas para serem ativadas.

Os alunos do CTP-001 são instrutores dos diversos cursos do SISCEAB, como, por exemplo, nos Cursos na área D-AIS (Infor-mações Aeronáuticas), D-ATM

(Controle de Tráfego Aéreo), D-CNS (Comunicação, Navegação e Vigilância), D-MET (Meteorologia), D-NAV (Nave-gação), D-RAD (Radiodeterminação), D-CTP (Capacitação de Recursos Humanos) e D-SAR (Busca e Salvamento).

Os militares e civis que compõem as diversas turmas do curso são oriundos de todas as áreas do SISCEAB. Todos estão ou estarão envolvidos com instrução nos cur-sos previstos dentro do Programa de Ati-vidades de Ensino e Atualização Técnica (PAEAT).

O PAEAT acontece nas diversas organi-zações subordinadas ao DECEA, ou seja, no Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA), nos quatro Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo (CINDACTA I, II, III e IV), no Serviço

Regional de Proteção ao Vôo de São Paulo (SRPV-SP), no Parque de Material de Ele-trônica da Aeronáutica (PAME-RJ), nos Centros de Computação de Aeronáutica do Rio de Janeiro, de Brasília e de São José dos Campos (CCA-RJ, BR e SJ), além dos diversos Destacamentos de Controle do Espaço Aéreo (DTCEA).

O objetivo geral do curso é proporcionar aos instruendos experiências de aprendiza-gem que os habilitem a:

- valorizar as funções docentes pelo seu papel relevante na formação de recur-sos humanos para o Comando da Ae-ronáutica;

- aplicar os fundamentos da didática na ação docente;

- planejar a instrução, segundo metodo-logia adequada;

- utilizar recursos audiovisuais de forma adequada;

- utilizar os elementos da Teoria da Co-municação nas atividades docentes;

- aplicar corretamente a técnica expositi-va no desenvolvimento de uma aula;

- avaliar a instrução usando instrumentos adequados; e

- participar da elaboração de Planos de Unidades Didáticas (PUD).

O curso CTP-001 foi ministrado no auditório do ICA

Page 8: Aeroespaço 27

Na manhã do dia 05 de ou-tubro foi realizada a cerimônia militar em comemoração ao 6º aniversário do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA).

Presidido pelo Ministro do Su-perior Tribunal Militar (STM), Ten Brig Ar Flavio de Oliveira Lencastre (primeiro Diretor-Ge-ral do DECEA), acompanhado pelo Diretor-Geral Interino do DECEA, Maj Brig Ar Ra-mon Borges Cardoso, o evento contou com a presença de todos Chefes dos Subdepartamentos do DECEA e autoridades civis e militares. O segundo ex-Diretor-Geral, Ten Brig Ar Paulo Roberto Cardoso Vilarinho, atual Coman-dante do DEPENS (Departa-mento de Ensino da Aeronáutica) esteve presente à cerimônia.

Após a execução do Hino Na-cional foi realizada a cerimônia de entrega de Prêmios ao Graduado, Praça e Servidor Civil Padrão do DECEA, respectivamente, SO BCO Odir Raimundo de Almei-da, da Divisão de Comunicações, Navegação e Vigilância (D-CNS), CB SEL Adolpho David Anciães, da Seção de Serviços Gerais do Gabinete (SSGE); e José Carlos Pinto, Agente Administrativo NI S3 da Seção de Material de Inten-dência do Gabinete (SMI).

Dando seqüência ao evento, foram entregues as Medalhas Mi-litares por tempo de serviço, que

têm por objetivo recompensar os bons serviços prestados pelos Oficiais e Praças da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, em serviço ativo.

Foram entregues as Medalhas de Ouro com passador de ouro aos oito militares que prestaram bons serviços por mais de 30 anos.

As Medalhas de Prata com pas-sador de prata foram entregues aos 45 militares com mais de 20 anos de carreira.

Por fim, as Medalhas de Bron-ze com passador de bronze foram ofertadas aos 31 militares que prestaram mais de dez anos de bons serviços à Força Aérea.

Em sua Ordem do Dia, o Maj Brig Ar Ramon destacou que “subjetivamente, nem sempre nos damos conta da magnitude desta nossa missão, talvez porque este-jamos muito próximos dela na execução cotidiana de atividades afins, que cobram mais gestos concretos de realização do que atitudes contemplativas ou pala-vras vaidosas”.

“Porém”, prosseguiu o DGCEA, “a dimensão de nosso espaço aé-reo soberano – que se estende além dos oito milhões e meio de quilômetros quadrados de nosso território; nossa posição geoestra-tégica como País, debruçado sobre o Atlântico Sul, com responsabili-dades de vigilância e controle em vastas áreas oceânicas, tratando de

manter nosso Sistema sempre atu-alizado e revitalizado; a demanda sempre crescente pela formação, elevação de nível e aperfeiçoa-mento dos recursos humanos e a adaptação aos novos modelos de gerência do espaço aéreo, são fa-cetas de uma mesma missão, cuja grandeza é dependente de nossa inteligência e de nosso trabalho”.

O Maj Brig Ar Ramon apro-veitou a oportunidade para fazer um chamado a todo o seu efetivo: “venho, pois, conclamá-los a esta tomada de consciência do que re-presentamos para o Comando da Aeronáutica, para o Brasil e para a comunidade internacional do transporte aéreo, como Sistema organizado, e o quanto de valor moral e profissional habita entre nós, homens e mulheres, que o conduzem e operam há mais de sessenta anos.

“Uma certeza, porém, já temos: a de que o SISCEAB, honrando suas tradições, saberá adaptar-se rapidamente aos novos conceitos com o mesmo sentimento de en-tusiasmo e espírito empreende-dor que marcou a implantação do Sistema DACTA na década de setenta, porque a evolução tecnológica e conceitual faz par-te do nosso cotidiano e a nossa convivência com o novo é na-tural e inspiradora. As pessoas são outras, mas o espírito de equipe é o mesmo e isto é a nossa garantia de sucesso”.

completa seisanos com espíritoempreendedor

DECEA

8

Autoridades prestam continência à Bandeira Nacional

Autoridades em destaque no palanque

Desfile Militar encerra a cerimônia

Page 9: Aeroespaço 27

9

Autoridades prestam continência à Bandeira Nacional

Autoridades em destaque no palanque

Desfile Militar encerra a cerimônia

Ten Brig Ar Lencastre passa em revista à tropa

O DGCEA concede Medalha Militar ao Cel Av Candez

CB SEL AdolphoPraça Padrão

José Carlos PintoServidor Civil Padrão

SO BCO OdirGraduado Padrão

Page 10: Aeroespaço 27

Em 08 de julho de 1961, na cidade do Rio de Janeiro, nas-cia Pedro Lima Filho, terceiro de onze filhos de um barbeiro e uma dona de casa, vindo a residir, desde o nascimento, na cidade de Duque de Caxias (RJ).

Em 1967, o menino Pedro foi matriculado na 1ª série A do Primário da Escola Municipal São Judas Tadeu, em Duque de Caxias, sendo promovido à 2ª série B logo no segundo semestre do mesmo ano.

Quando tinha oito anos de idade, o pai de Pedro sofreu um acidente que o incapacitou permanentemente a exercer sua profissão, sendo levado a trabalhar na rua como ambu-lante, vendendo balas, doces e picolé para ajudar no sustento de sua família.

Pedro concluiu o curso Primário em 1970 e, neste ano, interrompeu seus estudos para trabalhar integralmente nas ruas, aju-dando o pai.

“Tenho, até hoje, medo de desmaiar, pois foi uma experiência freqüente porque pas-sei entre 1969 e 1971, motivada por falta de alimentação. Saía todo dia de manhã, lá pelas 7h e regressava às 21h, em média, sem ter feito uma refeição durante o dia.

Ao chegar em casa muito cansado, não tinha disposição para jantar, me jogava na cama e apagava. Era acordado cedo no dia seguinte para o ‘combate’, como meu pai dizia”.

Pedro ficava muito triste quando era confundido com os meninos em situação de rua que praticavam furtos e roubos, os quais eram chamados de muquiranas ou trombadinhas à época. Este fato ocorria normalmente quando não estava portando algo para vender e via os adultos se precavendo para cruzar por ele, cochichando, enquanto outros toma-vam o gesto de proteger as bolsas. “Afinal, minha aparência não despertava confiança: roupas velhas, desbotadas, en-cardidas, com sinal evidente de desnutrição”.

Nos sete anos seguintes, ele realizou seus estudos de for-ma autodidata, utilizando os livros que sua mãe ganhava de uma professora para quem trabalhava como lavadeira.

“Trabalhando como camelô fixo, era possível sempre ter um livro na mão. Como motivação via as crianças da minha idade uniformizadas indo para a escola. Esforçava-me para ter o mesmo conhecimento que elas”, lembra nosso capi-tão.

Um dia, um folheto com os dizeres “Jovem, este é o seu caminho: Força Aérea Brasileira” foi parar em suas mãos. Pe-dro tentou e convenceu seu pai a matriculá-lo no Curso Pre-

paratório ABA, na Praça Tiradentes, no Rio de Janeiro. E conseguiu. Fez o concurso e foi aprovado na 27ª colocação numa turma de 500 estudantes.

Na metade do ano de 1979, formou-se como Teceiro Sargento, sendo classificado no Parque de Material de Eletrônica da Ae-ronáutica do Rio de Janeiro, atual PAME-RJ, prestando serviço na Seção de Eletrônica e Comunicações (SELC), onde desenvolveu um trabalho de manutenção dos transcep-tores de HF RF 301 da Collins. Trabalho este realizado por conta de seu conhecimento

na língua inglesa.“Paralelamente, fui ampliando a gama de modelos de

equipamentos com que trabalhava. Já no primeiro semestre de 1980 estava em sala de aula lecionando para alunos que vinham de todos os cantos do Brasil, para participar dos cur-sos de RF 301, TC-08, TR-10, KWM, entre outros” – fala com orgulho o Cap Filho.

No período de 1982 a 1984, após os cursos ministrados na fase anterior, a carga de equipamentos recebidos de todo o Brasil se reduziu, em virtude das manutenções mais simples passarem a ser feitas no próprio local pelos sargentos que haviam feito os cursos no PAME-RJ.

Cap FilhoAcreditar e fazer são palavras de ordem na vida do Cap COM Pedro Lima Filho, do efetivo do Centro de Gerenciamento de Navegação Aérea (CGNA). E são justamente estas palavras que edificaram o homem que ele é hoje e que servem de exemplo para todos que anseiam transformar sonhos em realidade.

“Muitas pessoas torceram por

mim, de forma que minhas

vitórias foram as delas

também”.

10

Quem é ?Se

ção

Page 11: Aeroespaço 27

Assim, o então 3S Pe-dro procurou a chefia para reiterar seu pedido de transferência para o Laboratório de Aferição de Instrumentos, pedido este que acabou sendo aceito.

“Ao chegar ao labo-ratório, não segui o rito

de iniciar trabalhando nos instrumentos mais simples. Fui autorizado a trabalhar com os equipamentos mais comple-xos, dentro do ‘aquário’ (local especial de trabalho desti-nado aos técnicos experientes, com controle de partículas, pressurização, umidade, temperatura etc.), lugar de honra, sonho de todos os técnicos do laboratório”, relembra nosso entrevistado.

No “aquário” ele foi duramente repreendido pelos papas da metrologia, por excesso de produção. Não ficava bem para os colegas veteranos ver um recém-chegado, sem ex-periência, apresentar produção infinitamente superior. Mas tudo ficou resolvido na camaradagem.

No início de 1983, surgiram vagas para cursos de metro-logia avançada nos EUA. Com muita dificuldade conseguiu que seu nome fosse incluído na relação de pessoal que iria disputar vaga entre as quatro aprovadas. Foi à UNIFA e ob-teve nota 10 na prova de conhecimento oral e escrito da língua inglesa, tendo seu nome incluído para a avaliação fi-nal no Consulado Americano. Obteve outra nota 10, ficando muito acima da média do grupo e sendo indicado para fazer o curso de metrologia avançada nos EUA no decorrer do ano de 1983, obtendo aprovação com honra ao mérito.

Muitos achavam que ele não tinha perfil para fazer o cur-so, mas Pedro regressou com prestígio suficiente para que o então chefe do laboratório destacasse que o primeiro nome a ser listado para concorrer a uma das vagas dos cursos bá-sico/avançado de metrologia para 1984/1985 seria o seu.

Mais uma vez fez as provas de inglês na UNIFA e no consu-lado, sendo aprovado. Partiu para os EUA no inicio de 1984 e retornou no ano seguinte, recebendo honra ao mérito especial, por ter concluído com média 10 o curso avançado de calibragem.

De 1985 a 1993, Pedro continuou trabalhando no labora-tório, lecionando em cursos de metrologia e, por vezes, nos cursos de comunicações a convite.

Vale ressaltar que, por gostar das atividades de ensino e aprendizagem, Filho se formou, em 1988, em Pedagogia na Faculdade Augusto Mota, com a especialização em Forma-ção de Magistério.

Em 1993, mais uma experiência marcante. Pedro estava no refeitório dos SO/SGT quando o então Ten Corbeli, oficial de dia, se dirigiu à sua mesa e bateu em seu ombro, dizen-do: “você vai para a França, isso é sério”.

“Só entendi bem aquelas palavras dois meses depois, quando fui convocado para representar o PAME-RJ em um concurso nacional para preencher a vaga de eletrônica na

Comissão de Fiscalização e Recebimento de Materiais de Radar (COMFIREM/THOMSON) da França e que deveria ser avaliado em conhecimento da língua francesa e conhecimento da es-pecialidade” – conta o Cap Filho.

No critério seria indicado o representante de OM que obti-vesse a maior média. O PAME-RJ fez a maior média para a vaga única de eletrônica e o nosso militar foi para a França, em uma missão de 26 meses.

No período de 1996 a 2001, o então Primeiro Sargento/Suboficial Pedro (Cap Filhos) prosseguiu com as atividades no Laboratório de Metrologia do PAME-RJ.

Em 2001, atendendo aos pedidos insistentes, fez inscrição e foi aprovado no Estágio de Adaptação ao Oficialato (EAOF), contrariando seu planejamento profissional, que era concluir a carreira como Suboficial.

No ano de 2002, ao concluir o EAOF, foi classificado no Des-tacamento de Controle do Espaço Aéreo e Telemática (DTCE-ATM-RJ), mas foi designado para a Divisão Técnica do Serviço Regional de Proteção ao Vôo do Rio de Janeiro (SRPV-RJ), hoje extinto, sendo o Chefe da SIAT (Seção de Instrução e Atuali-zação Técnica) e, posteriormente, como Chefe da Seção de Pessoal Militar. Na seqüência, foi transferido para o CGNA, exercendo atualmente atividades administrativas.

Em 31 de agosto deste ano, o Ten Pedro Lima Filho foi pro-movido a Capitão.

Casado com Elyza Velasque Perdiz, Pedro tem uma filha de 15 anos chamada Vitória, e dois enteados – “que afetivamen-te são como filhos”, diz –, “a Tatiane, de 25 anos e o Luiz, de 31”.

Nas suas horas vagas ele estuda línguas estrangeiras, música (violão e canto) e desenvolve projetos de eletrônica, especifi-camente na área de amplificadores de potência de som. “Mi-nhas caixas de som amplificadas foram projetadas e montadas por mim, tanto na parte física como na parte dos circuitos eletrônicos”, ressalta.

O Cap Filho ainda é, para muitos, o Pedrinho. “Para mim e tantos outros que conviveram com o ele, o codinome carinho-so encerra grande parte de sua personalidade”, diz o Ten Cel Eng Mario Sergio Corbelli, atual Chefe da Divisão de Radares do DECEA (D-RAD).

“Conheci o Cap Filho quando assumi a chefia do LAI (Labo-ratório de Aferição de Instrumentos do PAME-RJ) e, em pou-co tempo, foi possível distingui-lo do grupo: seu trabalho forma a linha de fronteira com a perfeição. Autodidata por nature-za, é fluente nos idiomas: inglês, francês e alemão. Todas as vezes que neces-sitei indicar alguém capaz de resolver um problema que outros técnicos espe-cialistas não solucionaram, não tinha dúvidas a quem recorrer”, declara Corbelli.

11

“Tenho fome de conhecimento. Sou obcecado por obter mais e mais conhecimentos”

“A vida só tem valor quando

conhecemos e fazemos algo, contanto que

o conhecer e o fazer não sejam

prejudiciais ao próximo nem ao

mundo”

Page 12: Aeroespaço 27

12

Na tarde do dia 31 de agosto, em cerimônia fechada na sala do Diretor-Geral do DECEA, Maj Brig Ar Ramon Borges Cardoso, foram homenageados os Oficiais promovidos na área do DECEA (sede e OM subordinadas na área do Rio de Janeiro) pelo Comando da Aeronáutica.

O destaque foi, sem sombra de dú-vida, para a promoção da primeira Te-nente Coronel do quadro do DECEA, a Ten Cel BIB Rosângela Peixoto Igawa, chefe da Seção de Protocolo e Arquivo (SPA) do Departamento.

Neste ano em que se comemoram os 25 anos da Mulher na FAB, é com mui-ta alegria que marcamos mais um passo galgado na carreira da Ten Cel BIB Ro-sangela.

Ela entrou na Força Aérea em 1982, prestando serviço na (já extinta) CECIA (Comissão de Estudos da Infra-Estrutu-ra Aeronáutica), vinculada, à época, ao - também já extinto - DAC (Departa-mento de Aviação Civil) – hoje ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil).

Rosangela, que está no DECEA des-de o final de 2006, faz parte da primeira turma a ter mulheres promovidas a Te-nente Coronel. “A turma, por ser muito

grande, teve sua promoção dividida em partes. Foram 21 promovidos em abril deste ano e mais 21 em agosto”, expli-ca.

Dentre suas funções no cargo de chefe da SPA está o gerenciamento das ativi-dades relativas à gestão de documentos do DECEA, incluindo o trâmite, recu-peração, expedição e arquivamento de documentos; a coordenação dos proce-dimentos administrativos operacionais do Sistema de Gerenciamento Eletrô-nico de Documentos (SGED) e o pla-nejamento da reestruturação da área de documentação.

“Esta promoção, por ser ao último posto do Quadro Feminino de Oficiais, dá um sentimento de ter cumprido as etapas possíveis, concluindo assim mais um ciclo de nossas vidas”, declara a Ten Cel Rosangela.

Durante a comemoração, o Maj Brig Ramom, parabenizou a todos militares promovidos. “Eles são hoje o que nós (oficiais-generais) fomos um dia. E têm em suas mãos não só o futuro da FAB, como também todas as responsabilida-des pertinentes a cada posto, a cada car-go assumido”, afirmou o Diretor-Geral em seu discurso.

Nos 25 anos da mulher na FAB, DECEA celebra promoção da primeira tenente coroneldo seu efetivo

Cap AV- Ademir Martins Ribeiro (GEIV)- Maurício Maia Ramos Neto (GEIV)- Ricardo Barbosa Arrais de Oliveira (GEIV)

Cap COM- Carlos Alberto de Anchieta (1º GCC)- Jorge de Rocha Meza (DTCEA-TM)- Marcos Antonio de Paiva Rocha (DECEA)- Nilton de Faria (DECEA)- Pedro Lima Filho (CGNA)

Cap CTA- Luciano Alberto de Abreu (DECEA)

Maj AV- Arthur Carlos Guedes Naylor Júnior (GEIV/DECEA)- Eduardo Almeida da Silva (1º GCC)- Geandro Luiz de Matos (GEIV)- Ricardo Luiz Dantas de Britto (GEIV)- Rubem Muller Schneider (GEIV)

Maj COM- Jarbas Ribeiro Damaceno Júnior (DECEA)

Maj INT- Sérgio Roberto Marques da Silva Júnior (CISCEA)

Ten Cel AV- Carlos Renato de Andrade Mattos (ICA)

Ten Cel BIB- Rosangela Peixoto Igawa (DECEA)

Cel AV- Luiz Antonio Silva Hemerly (DECEA)

Cel ENG- Fernando Cesar Pereira Santos (PAME-RJ)- Roberto de Almeida Alves (CCA-RJ)

Cel INT- Wagner Calmon Monteiro

O DGCEA cumprimenta os Oficiais promovidos

Ten Cel Rosangela

Os Oficiais promovidos:

Page 13: Aeroespaço 27

13

Nas suas atribuições gerais e na sua competência legal para realizar o seu trabalho, o DECEA encontra o significado de sua existência: garantir uma navegação segura e eficiente, não só no espaço aéreo brasileiro, como nas áreas adjacentes que são responsabilidade do Brasil.

Para possibilitar o efetivo gerenciamento, este espaço aéreo está dividido em cinco Regiões de Informação de Vôo (FIR), onde são prestados os serviços correspondentes às atividades operacionais do Sistema, entre as quais o Serviço de Tráfego Aéreo.

Cada Região é subdividida em setores e para cada setor existe um controlador de vôo com visualização radar e comunicações para a prestação do serviço de controle de tráfego aéreo e infor-mações de vôo às aeronaves que evoluem dentro dos seus limi-tes geográficos. A FIR Brasília, especificamente por ser muito grande, é dividida em três sub-regiões: São Paulo com quatro setores; Brasília com cinco setores; e Rio de Janeiro com cinco setores.

A capacidade dos setores está diretamente relacionada com a carga de trabalho dos controladores de vôo. Nos últimos anos, vários países vêem desenvolvendo uma considerável quantida-de de trabalho para a determinação do cálculo da capacidade. De acordo com o Manual de Planejamento de Serviços de Trá-fego Aéreo da OACI (Parte II), os métodos desenvolvidos pelo Reino Unido (DORATASK) e pela Alemanha (MBB) são os que têm demonstrado maior interesse pelos países signatários da Organização. A essência de ambos os métodos é medir o tempo de disponibilidade do controlador.

O método brasileiro utiliza, também, o fator de disponibili-dade do controlador, conforme fórmula abaixo:

Caso exista algum problema nas comunicações, como por exemplo, interferência de rádio pirata ou chiado, os valores “nm” e “tm” irão aumentar e, como na fórmula, estes fatores são inversamente proporcionais a “N”, teremos uma redução de capacidade no setor. O mesmo acontece quando há perda da visualização radar: o fator “f ” diminui e, como na fórmula ele é diretamente proporcional a “N”, teremos também uma redução de capacidade.

Novos rumos parao gerenciamento de tráfego

Ciente de sua responsabilidade com a coordenação de fluxos de tráfego aéreo no corredor de Europa/América do Sul e no espaço aéreo brasileiro, o Brasil estruturou o Centro de Geren-ciamento da Navegação Aérea (CGNA), em 2001.

A CISCEA – Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo abraçou a missão de estabelecer o CGNA, a fim de exercer a gestão de ações correntes na área de gerenciamento de tráfego aéreo e sua infra-estrutura relacio-nada, visando garantir a suficiência e a qualidade dos serviços

N = f. Tm nm.tm

N - número máximo de aeronaves que poderão estar, simul-taneamente, sob a responsabilidade de um controlador de vôo em setor ou espaço aéreo considerado;

f - fator de disponibilidade do controlador, em (%);Tm - tempo médio de permanência das aeronaves no setor;nm - número médio de comunicações com cada aeronave no

setor de controle; etm - tempo médio de duração de cada mensagem.

CGNASeção:

Eu não sabia!

No conjunto das regiões de informação de vôo, correspondente ao es-paço aéreo jurisdicional e sob responsabilidade do Brasil, encontra-se uma extensa malha de aerovias nacionais e internacionais.

Page 14: Aeroespaço 27

14

prestados no âmbito do SISCEAB e elos afins.A missão do CGNA é disponibilizar, em tempo real, informa-

ções de nível gerencial sobre o estado da demanda atual e futura de tráfego aéreo, o funcionamento dos meios do SISCEAB e indicadores de qualidade confiáveis.

A principal atividade do CGNA é realizar o gerenciamento do fluxo de tráfego aéreo, ou seja, auxiliar na prestação do ser-viço de controle de tráfego aéreo, de forma a manter a regu-laridade das operações, contribuindo para a segurança na me-dida em que proporciona um fluxo de aeronaves adequado à capacidade de controle de cada posição operacional. Com uma certa antecedência, ao tomar conhecimento das intenções de vôo e for percebido um desbalanceamento entre a demanda e a capacidade, o CGNA, por meio da Célula de Coordenação e Decisão (DCC), deve implantar medidas de gerenciamento de fluxo, evitando, com isto, a aplicação do controle de fluxo pelos órgãos de controle.

O CGNA já está operando com algumas funcionalidades, no entanto sua plena operação, conforme a concepção operacional, dar-se-á somente quando estiver disponível uma ferramenta que o habilite a avaliar a melhor medida a ser aplicada para o con-trole de fluxo e o gerenciamento do espaço aéreo.

O CGNA trabalha 24 horas na monitoração da operação do sistema, nas indicações de “gargalos”, nos registros dos dados de interesse, na geração de indicadores e na concessão dos Horá-rios de Transporte (HOTRAN), visando sempre o aumento da qualidade dos serviços prestados pelo SISCEAB, cujas maiores beneficiárias são as empresas aéreas e a aviação geral.

Como integrante do Sistema de Aviação Civil, o CGNA é o responsável pela análise das intenções de vôos no espaço aé-reo brasileiro, quanto ao comprometimento da infra-estrutura aeronáutica e aeroportuária (em coordenação com a Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária – INFRAERO e a Agencia Nacional de Aviação Civil - ANAC), tendo em vista a harmonização do fluxo de tráfego aéreo.

A concepção original do Centro foi aprovada em 1998, tendo como fator determinante o crescimento da atividade aeronáuti-ca em nossos aeroportos e espaço aéreo. A demanda por serviços logo ultrapassou a capacidade instalada, gerando filas, atrasos cada vez maiores, grande insatisfação dos usuários, prejuízos e, questionamentos quanto à manutenção da segurança das ope-

rações, em níveis compatíveis com a nossa tradição de segurança da aviação, bem aci-ma da média mundial.

Certamente, a retomada do crescimen-to da atividade aeronáutica em nosso País agrega a necessidade de reagir com respostas adequadas. O CGNA, a rigor fruto daquela crise de crescimento da demanda em ritmo surpreendente, hoje - sem dúvida - está vol-tado para as tempestivas e rotineiras análi-ses de demanda e capacidade, entre outras funções.

O grande desafio do CGNAUm dos grandes desafios do CGNA

consiste, atualmente, em assegurar que o gerenciamento de tráfego aéreo acomode a demanda até os seus limites máximos, de maneira segura, econômica e eficiente.

O CGNA propõe a harmonização do ge-renciamento do fluxo de tráfego aéreo, do espaço aéreo e das demais atividades rela-cionadas com a navegação aérea, proporcio-nando a gestão operacional das ações cor-

rentes do SISCEAB e a efetiva supervisão de todos os serviços prestados.

Em prol da missão, entre suas diversas atividades, destaca-se – ainda - o balanceamento entre demanda e capacidade da infra-estrutura aeronáutica para assegurar a máxima eficácia do Sistema de Controle do Tráfego Aéreo no Brasil, permitindo que as aeronaves cumpram seus perfis ideais de vôo, minimizan-do esperas no solo ou no ar.

As estatísticas consignam algo em torno de cinco mil movi-mentos aéreos por dia na América do Sul e Caribe. Se conside-rarmos que uma parte desses movimentos, tendo origem em quaisquer dos países da região, se destinam a outros continentes, passamos, então, a ter a dimensão do quanto o transporte aéreo é uma atividade complexa e dependente de uma infinidade de variáveis a conspirar no arranjo do espaço aéreo, no sentido de torná-lo seguro, rápido e, pelo menos, algo previsível em ter-mos de equação de tempo, isto é, um sistema que nos permita estimar com alguma precisão quanto tempo será necessário para que alguém se desloque de um ponto a outro no planeta e tenha um mínimo de certeza de chegar na hora desejada.

Embora cada país tenha seus próprios mecanismos de admi-nistração do fluxo de tráfego aéreo, há um formidável elenco de variáveis que na roda de um dia se apresentam e podem alterar quaisquer estimativas. Podemos citar os mais comuns, como, por exemplo, condições meteorológicas desfavoráveis (tempes-tades tropicais, tormentas, furacões, ventos fortes, chuvas tor-renciais, nevoeiros densos) ou então incidentes aeronáuticos que, eventualmente, interditam pistas por algumas horas, ou ainda falhas nos sistemas de detecção ou de telecomunicações, que obrigam órgãos de controle a diminuir o fluxo do tráfego em nome da segurança dos usuários. Tudo isto é muito comum e acontece com relativa freqüência.

O que se pretende destacar é que qualquer ocorrência desfa-vorável sempre provocará uma mudança no “arranjo” do espaço aéreo.

À medida que o fluxo do tráfego no mundo cresceu – e vem crescendo vertiginosamente – a OACI (Organização da Avia-ção Civil Internacional), reconhecendo a problemática, decidiu recomendar a seus países membros que estudassem em conjun-to a criação de grandes centros gestores da navegação aérea em

América do Sul e os movimentos aéreos

Page 15: Aeroespaço 27

15

cada região da terra, para administrar os “arranjos”, de modo a permitir, com antecipações possíveis e desejáveis, conhecer onde, quando e como poderiam ocorrer “gargalos” no fluxo do tráfego, garantindo aos operadores de aeronaves, gerentes de companhias aéreas, dirigentes operacionais dos aeroportos e até mesmo passageiros, saber como administrar suas equações de tempo em função de um evento inesperado, minimizando os transtornos. Mais uma vez, o Brasil saiu na frente.

O Brasil apresentou-se à OACI como tendo condições de se-diar e gerenciar a porção sul-americana desse chamado Grande Centro Gestor Regional. E conseguiu a aprovação da OACI para a monitoração da segurança da CARSAMA (região que engloba o Caribe e a América do Sul). Assim, surgiu no nosso cenário o CGNA.

A OACI hoje nos identifica e reconhece como Centro Ge-renciador da Navegação Aérea no Brasil. Nosso credenciamento final como Centro Regional de toda a América do Sul depende de que nossos vizinhos se manifestem, aceitando o Brasil como sede e executor do gerenciamento regional, o que deve ocorrer muito em breve – afinal, nós aceitamos o desafio e fizemos o investimento (até agora mais de cinco milhões de reais - dos 15 milhões previstos - foram consumidos em obras de infra-estrutura, capacitação de recursos humanos, equipamentos e desenvolvimento de software específico).

No cenário mundial, presentemente, há outros dois Centros idênticos ao CGNA já em operação (nos EUA e outro na União Européia) e mais três em implementação, localizados respecti-vamente na Rússia, no Japão e na Austrália.

A estrutura do CGNAEstruturalmente, o CGNA é composto por uma Célula de

Coordenação e Decisão (DCC) - responsável pelo planejamen-to e aplicação das medidas de gerenciamento de fluxo de tráfego aéreo em determinadas porções do espaço aéreo.

Mediante o recebimento das informações oriundas de cada Unidade e das Células de Gerenciamento de Fluxo (FMC), res-ponsáveis pelo apoio ao Órgão ATC, onde estejam fisicamente situadas, abastecendo-o, com antecedência de 12 horas, com as informações da análise de demanda. Coordenam localmente as aplicações das medidas táticas de gerenciamento de fluxo.

Mediante o envio de relatórios diários de atividade, as FMC remetem ao CGNA informações específicas setoriais que apoiarão a tomada de decisão colaborativa.

Já estão ativadas Células nos Centros de Controle de Área (ACC) de Brasília e Curiti-ba e nos Controles de Aproximação (APP) de Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo.

A DCC, em colaboração com os usuários, determina um padrão operacional a ser pra-ticado em específicas regiões durante um limitado período de tempo. A aplicação das medidas de gerenciamento, considerando-se o cenário futuro, pode ocorrer em três fases:

1ª - as estratégicas - ocorrem até um dia antes do vôo, diretamente aplicadas pela DCC;

2ª - as pré-táticas - podem ocorrer desde 24 horas até seis horas antes do vôo, aplicadas pelas DCC e FMC; e

3ª - as táticas - ocorrem desde seis horas até a operação considerada, aplicadas pelas FMC e ATC.

O CGNA também é composto por Unida-

des voltadas para aspectos específicos da atividade. Pela propos-ta de regulamento, as Unidades estão diretamente subordinadas à Divisão Operacional do CGNA, tendo com finalidade as re-lacionadas abaixo:

Para cumprir sua finalidade e atender aos requisitos opera-cionais estabelecidos na Concepção Operacional do CGNA,

a Unidade de Gerenciamento do Fluxo de Tráfego Aéreo (ATFMU) tem suas atribuições táticas realizadas pela Subuni-dade Tática de Gerenciamento de Tráfego Aéreo (GETA) que, por sua vez, é subdividida em 01 GENAC (Gerente Nacional) e 04 GR (Gerências Regionais): GR Norte – responsável pela área de jurisdição do CINDACTA IV; GR Nordeste - responsável pela área de jurisdição do CINDACTA III; GR Sul - responsá-vel pela área de jurisdição do CINDACTA II; e GR Sudeste - responsável pela área de jurisdição do CINDACTA I. Sua prin-cipal atribuição é coordenar com as Células de Gerenciamento

Assegurar que o gerenciamento de tráfego aéreo acomode a demanda é um grande desafio para o CGNA

• ATFMU - buscar a otimização do fluxo de tráfego aéreo, visando ao balanceamento entre a demanda de tráfego aéreo e as capacidades das infra-estruturas aeronáutica e aeropor-tuária instaladas;

• ASMU - realizar ações visando a possibilitar o uso fle-xível do espaço aéreo; a geração de relatórios de análise das propostas de procedimentos de navegação aérea para opera-ção de aeronaves em TMA e em Rota, no que tange ao im-pacto no fluxo de tráfego aéreo; e o fornecimento de indica-dores para a determinação das capacidades ATC e de pistas, bem como suas reduções devido ao impacto de degradações, inoperâncias ou indisponibilidades da infra-estrutura aero-portuária ou aeronáutica;

• MOSU - monitorar elementos das infra-estruturas aero-náutica e aeroportuária, necessários ao ATM, acompanhar a evolução de fenômenos meteorológicos e efetuar a moni-toração dos níveis de segurança das operações, nas distintas porções do espaço aéreo; e

• UTILU - proporcionar meios e facilidades que consti-tuam requisitos para as atividades operacionais das demais unidades do CGNA, bem como permitir a obtenção de sub-produtos para outros fins da Navegação Aérea.

Page 16: Aeroespaço 27

16

de Fluxo (FMC), implantadas nos principais Órgãos de Controle, o acompanhamento das medidas de gerenciamento de fluxo implanta-das e a coleta de informações sobre meteoro-logia, controle de fluxo, excesso de demanda, inoperâncias de equipamentos e sistema etc.

O recebimento, o processamento e a distri-buição aos órgãos ATC dos planos de vôos, o tratamento dos Planos de Vôos Repetitivos (RPL), a alocação de slot de Aeroporto, a esta-tística dos movimentos aéreos, os modelos de capacidade ATC e aeroportuárias e a emissão de relatórios específicos e, em particular, os provenientes da base de dados para tarifação de movimentos são exemplos das distintas ba-ses de dados utilizados pela UTILU.

Para a análise e o conseqüente parecer de fluxo de tráfego aéreo, todas as intenções de vôos planejadas passíveis de concessão ou au-torização da ANAC devem ser encaminhadas ao CGNA, o qual, após o devido processa-mento, emitirá e enviará o parecer à Agencia.

O suporte SyncromaxAgora é possível obter a maximização da eficiência do SIS-

CEAB, a redução dos atrasos nos vôos e a diminuição do custo operacional das empresas que trafegam no espaço aéreo brasilei-ro, graças à implementação do Syncromax – sistema automati-zado criado pela Fundação Atech para dar suporte aos processos de gestão de fluxo de tráfego aéreo no Brasil.

O Syncromax integra os dados dos detentores de informações relevantes para o setor aeronáutico – vôos regulares, aeroportos, órgãos de controle e institutos de meteorologia, entre outros – em uma base de dados Oracle, com desenvolvimentos em Java, e os disponibiliza por meio de diversos aplicativos e interfaces para os gestores que operam o CGNA.

A possibilidade de acessar e analisar esses dados em tempo real permite ao CGNA o acompanhamento constante do cená-rio de tráfego aéreo civil, capacitando-o a antecipar as deman-das futuras e propor ações. Os objetivos principais são garantir que as aeronaves cumpram seus horários de partida e chegada e voem no seu perfil ótimo, sem desperdício de combustível, assegurando o uso máximo da capacidade da infra-estrutura ae-ronáutica e o melhor aproveitamento do espaço aéreo brasileiro, dentro dos padrões internacionais de segurança de vôo.

Em caso de crises, o CGNA fornece aos órgãos competentes as informações e os meios necessários para que decisões sejam tomadas com o maior grau de precisão possível.

A atuação do CGNA é decisiva para que o País responda com eficácia ao aumento da demanda por serviços aeronáuticos: cer-ca de 5,5% a 6% ao ano no Brasil – seguindo tendência seme-lhante em todo o mundo.

Situações muitas vezes delicadas de gerenciar, como o conflito entre a capacidade física do espaço aéreo e a demanda de parti-das e chegadas dos aeroportos, apontam para a necessidade de um sistema inteligente que gerencie o fluxo de tráfego aéreo.

A futura versão do Syncromax disponibilizará, ainda, os re-cursos necessários para a tomada de decisão pelos operadores, que poderão, assim, implementar um abrangente leque de me-didas para atender cenários estratégicos, táticos e operacionais - colocando à disposição do CGNA, através de um conjunto amigável de interfaces homem-máquina, informações seguras e precisas relativas à respectiva área, em formato gráfico, sobre:

• desequilíbrio entre a capacidade e as demandas de utilização do espaço aéreo, dos serviços de controle

de trafego aéreo e dos aeroportos;• dados de planos de vôo para fins de planejamento estraté-

gico; e• processamento centralizado de planos de vôo e distribuição

aos centros de controle regionais.A solução também integrará dados sobre condições meteo-

rológicas e informações aeronáuticas e, ainda, dados em tempo real sobre o cenário do espaço aéreo proveniente de radares e de sistemas ADS (automático e autônomo de indicação de posição fornecido pelas aeronaves em vôo).

A integração dessas informações é o cerne do conhecimento trazido ao operador para apoiar as decisões de ativar procedi-mentos ou medidas de regulação mais adequadas para cada si-tuação.

A interação com o público externoNo âmbito nacional, o relacionamento externo deverá abran-

ger as Organizações do Comando da Aeronáutica, assim como outras, militares e civis, que porventura tenham vínculos sistê-micos com as atividades atribuídas ao CGNA. Caso necessário, os procedimentos sistêmicos externos ao SISCEAB deverão ser propostos ao DECEA para sua efetivação.

No âmbito internacional, deverá ser sistematizada a coorde-nação com órgãos de gerenciamento de fluxo de tráfego aéreo no exterior, com vistas à harmonização dos empreendimentos. Acordos internacionais, na Região CAR/SAM, visando atender ao gerenciamento do fluxo de tráfego aéreo coordenado, deve-rão ser elaborados com base no Plano Regional de Navegação Aérea.

Nos relacionamentos externos, resultantes de Acordo Inter-nacionais, multilaterais ou bilaterais, deverá ser praticado o monitoramento da segurança das operações aéreas em partes da Região CAR/SAM, devendo ser privilegiadas as áreas homogê-neas de fluxo.

Deverão ser sistematizados os processos para a ampliação futura da Agência Regional de Monitoração da Região CAR/SAM, tendo em vista as necessidades já observadas no sobrevôo do Atlântico Sul.

Serão implementados novos elementos na base de dados, com os mecanismos de interação necessários, para atendimento da monitoração da segurança no espaço aéreo brasileiro e, caso necessário, na Região CAR/SAM.

Syncromax - suporte aos processos de gestão de fluxo de tráfego aéreo no Brasil

Page 17: Aeroespaço 27

17

Na busca da melhor capacitação de seu efetivo, no período de 21 a 31 de agosto, o Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), apoiado pelo DECEA, en-viou oito membros de seu efetivo ao Mike Monroney Aeronautical Center (FAA Acade-my – Academia da Administração Federal da Aviação), em Oklahoma, nos Estados Unidos da América, para participarem do Curso ETMC-50115 - Enhanced Traffic Management Coordinator (Coordenador Avançado de Gerenciamento de Tráfego).

O curso foi ministrado por quatro ins-trutores, todos controladores americanos de tráfego aéreo, que abordaram os diver-sos assuntos inerentes ao ETMC-50115, transmitindo seus conhecimentos teóricos e práticos sobre o sistema americano de gerenciamento de tráfego aéreo (Enhanced Traffic Management System - ETMS).

A turma foi composta por dois controla-dores de tráfego aéreo civis do Chile e pela delegação brasileira, formada pelos seguin-tes servidores: Maj Av Renato Pietroforte Carvalho; Cap Esp CTA Júlio Cézar Pe-reira Rosa; Ten Esp CTA Juarez Franklin Gouveia; Ten Esp CTA Jeferson Coelho Mello; Ten Esp CTA Fernando de Souza Armstrong; SO BCT Carlos José dos San-tos; 1S BCT Emanuel Augusto Filho; e DACTA Thaís Santarém de Assumpção.

Cada aluno tinha sua mesa de trabalho com um computador ligado ao ETMS de maneira que pudesse simular operações e situações com todas as ferramentas do sistema americano de gerencia-mento de tráfego aéreo.

Além da abordagem práti-ca, havia a teórica com ênfase em preceitos lá estabelecidos, tais como: Minimize Impact, Maximize Efficiency – MIME (Minimize o Impacto, Maxi-mize a Eficiência); Collaborative Decision Making in Air Traffic Management – CDM (Tomada de Decisão Colaborativa no Ge-renciamento de Tráfego Aéreo);

Ground Delay Program - GDP (Programa de Atraso no Solo) etc.

Em função do grande volume de in-formação a ser assimilado e imbuídos da missão de aprender para, no futuro, repassar todo o conhecimento adquirido aos colegas do CGNA, a delegação brasi-leira se reunia diariamente, após as aulas, com a finalidade de rever, discutir e fixar os conteúdos tratados em sala.

“Foi um trabalho hercúleo para toda a equipe brasileira que se esforçou ao máxi-mo para aprender tudo que lhe era passado, reconhecendo a oportunidade ímpar de enorme enriquecimento profissional que estava vivenciando”, destacou o Major Pie-troforte, Chefe da Agência de Monitoração das Regiões CAR/SAM.

Após o término e conseqüente correção da prova final, iniciou-se a cerimônia de

encerramento cujo ponto alto foi a entrega dos diplomas.

Na ocasião, o Major Pietroforte, em seu discurso, agradeceu a aten-ção e a dedicação dos instrutores em nome de toda a turma, passan-do a palavra aos outros alunos para as despedidas e agradecimentos.

Os instrutores, por sua vez, res-saltaram como tinha sido impor-tante para o dinamismo das aulas o interesse da delegação brasileira, sempre pronta para comentar e debater os conteúdos apresentados em sala de aula, ilustrando, sempre que possível, com situações vividas em seu cenário de trabalho.

Equipe do CGNA participa de cursona FAA Academy

A delegação brasileira - oportunidade de enriquecimento profissional

Alunos simulam operações em suas mesas de trabalho individuais

Page 18: Aeroespaço 27

18

INTroduçãoCom a evolução tecnológica, entramos na era do conheci-

mento em que a informação é considerada um dos principais patrimônios e recursos estratégicos da Organização. Dessa forma, obter e proteger a informação nos seus aspectos de disponibilidade, integridade e confiabilidade tornou-se impe-rativo no processo gerencial.

A dependência do negócio aos sistemas de informação e o surgimento de novas tecnologias fizeram as empresas des-pertarem para a necessidade de segurança, buscando me-lhores práticas na implementação de diretrizes sobre gestão, uma vez que se tornaram vulneráveis a um número maior de ameaças.

Faz-se necessário reduzir e administrar os riscos da infor-mação e os impactos potencialmente provocados por um in-cidente de vazamento, fraude, sabotagem e indisponibilidade. Esta visão de segurança é cercada das pelas necessidades do mundo atual em que valores como a estratégia, a imagem da organização, os produtos e os projetos precisam ser prote-gidos em um ambiente cada vez mais competitivo.

A NecessIdAdeTem-se observado, através de atividades executadas envol-

vendo a gerência e análise do tráfego de rede e operações diárias de suporte, a necessidade de aprimoramento e con-solidação dos controles existentes, relativos à segurança da informação para a Internet e Intranet do Comando da Aero-náutica (INTRAER).

Atualmente, existe uma carência de procedimentos efica-zes para o gerenciamento e segurança da rede, principalmen-te no tocante ao desempenho, controle de falhas, nível de segurança, controle da configuração, aspectos de auditoria e inventário.

De acordo com a NSCA 7-6 (Diretrizes Especificas para os Centro de Computação da Aeronáutica - CCA), cabe ao Cen-tro de Computação da Aeronáutica do Rio de janeiro (CCA-RJ), a responsabilidade de suporte e segurança de redes. Com isso, adota procedimentos e medidas alinhadas ao DCA 14-8 (Política de Segurança da Informação do COMAER), com vistas à melhoria dos controles e processos existentes.

crIAção de um ceNTro de INTelIgêNcIA

de segurANçA (cIs)Encontra-se em andamento no CCA-RJ, o desenvolvimen-

to de um projeto para criação do Centro de Inteligência de Segurança (CIS), o qual irá centralizar as funções de geren-ciamento e controle das redes e sistemas computacionais, dando uma visão integrada das ocorrências nas redes e pos-sibilitando ações proativas na solução de problemas e vulne-rabilidades, em busca da qualidade e garantia da segurança da informação.

como vAI fuNcIoNAr

Tem como base a integração de quatro macro-processos:Monitoramento: é um processo integrado de gestão, que

acompanha em tempo real o funcionamento de todos os ati-

Implantação de Centro de Inteligência de Segurança (CIS)

A Aeroespaço criou nesse espaço uma seção para que você possa fomentar boas idéias, propor mudanças para solucionar problemas e/ou impulsionar novos projetos para o DECEA. O objetivo é estimular o efetivo a participar mais da Aeroespaço, apresentando - em forma de artigo e de maneira criativa – idéias claras, com mapeamento de oportunidades e dificuldades, com segurança e conhecimento, que possam trazer boas influências para o nosso ambiente profissional. Acreditamos que todos podem apresentar idéias lógicas, objetivas e de bom senso. Por isso, envie a sua para ser publicada.

Usina de IdéiasSeção

Por Alexandre Barcellos PRADO - Ten Cel InfChefe da APCC (Assessoria de Planejamento, Coordenação e Controle) do

Centro de Computação da Aeronáutica do Rio de Janeiro (CCA-RJ)

Page 19: Aeroespaço 27

19

vos da rede de computadores gerenciáveis, utilizando ferra-mentas eficientes de controle, permitindo que as eventuais fa-lhas e paralisação de serviços e sistemas sejam detectados em tempo hábil.

Equipe de Resposta a Incidentes de Segurança da In-formação (ERISI): atuará em atividades que visam receber e divulgar práticas seguras e recomendações de rede e sis-temas e será o ponto focal para lidar com incidentes de segu-rança no ambiente computacional.

Integração com o Serviço de Atendimento ao Usuário de TI (SAUTI): sediado no CCA-RJ, o SAUTI é uma central única de atendimento capacitado para dar apoio e auxiliar o trabalho das Seções de Tecnologia de Informação das Orga-nizações Militares. O SAUTI deverá estar integrado ao CIS e ao ERISI fornecendo informações que serão correlacionadas, a fim de garantir que todas as informações necessárias para a tomada de decisão, à vista de um incidente ou problema, sejam disponibilizadas.

Engenharia e Operações de Redes: este macro-proces-so deverá fornecer consultoria, análise técnica e planejamen-to estratégico para o atendimento das necessidades do COMAER no tocante ao desempenho da INTRAER, buscan-do garantia sobre interoperabilidade, alta disponibilidade e es-calabilidade tecnológica.

O CIS irá criar mecanismos que permitirão que se tenha a capacidade de detectar a raiz do incidente, alertas e eventos

de todos os ativos de TI, com os conceitos técnicos de In-teligência Competitiva, além de disponibilizar alertas au-tomáticos de modificações da estrutura e de alterações de conformidade, métricas, relatórios executivos de Re-torno de Investimentos (ROI) e Custo Total de Proprieda-des (TCO).

O monitoramento e geren-ciamento proativo das redes e sistemas computacionais visam antecipar-se às possi-bilidades de incidentes, dis-ponibilizando, em um Painel de Inteligência, informações analisadas de interesse aos tomadores de decisão, constituindo um diagnóstico do presente e prospecção do futuro, considerando as métricas de desempenho, segurança, escalabilidade tecnológica, interoperabili-dade e alta disponibilidade adequada ao cenário de atu-ação do COMAER.

Com a integração dos conceitos de planejamento e opera-ções estratégicas de redes e segurança, as disciplinas para gerenciamento e monitoração, por exemplo, contemplarão Gerência de Falhas, Gerência de Desempenho, Gerência de Mudanças/Configurações, Monitoração, Bilhetagem e Tarifa-ção de Tráfego de Rede.

os BeNefícIosApós a implementação do CIS, a Intranet do COMAER será

capaz de:• gerenciar proativamente a Segurança da Informação;• gerenciar proativamente o tráfego de rede;• planejar efetivamente as gerências de configuração, fa-

lhas, inventário, desempenho, auditoria, e segurança;• planejar os investimentos de TI de forma eficaz e adequa-

da;• identificar problemas muito mais rapidamente, e com alto

grau de precisão;• responder aos Incidentes de Segurança em tempo hábil;• correlacionar eventos e promover relatórios técnicos e exe-

cutivos detalhados;• obter extrema visibilidade nas esferas “Segurança da Infor-

mação” e “Redes”; e• projetar soluções eficazes e migrar as redes e sistemas

computacionais para o conceito de melhores práticas.

Alunos simulam operações em suas mesas de trabalho individuais

Fluxo Operacional da Gerência Proativa

Page 20: Aeroespaço 27

O HistóricoQuem já ouviu o pioneiro grito de guerra do Destacamento

de Controle do Espaço Aéreo de Canoas (DTCEA-CO) e, mais ainda, quem já teve a reservada honra de desferi-lo, como um golpe, acordando e convocando o guerreiro para a batalha, incorporou a emoção ímpar e inesquecível de participar da aguerrida rotina de trabalho em prol da Segurança e do Con-trole do Espaço Aéreo.

A história do DTCEA-CO irmana-se com história da Aviação de Caça em Canoas, quando, em 1946, no primeiro ano de ope-ração do 3º Grupo de Caça (hoje, 1º/14º GAv), pagou-se pesa-do tributo de sangue com a perda de cinco pilotos em acidentes aéreos.

A necessidade de implantar um Sistema de Proteção ao Vôo para as operações militares da antiga Guarnição de Gravathay (atual Base Aérea de Canoas - BACO) motivou o então Ministé-rio da Aeronáutica a criar o Destacamento de Proteção ao Vôo de Canoas no dia 23 de junho de 1947.

Operando desde aquela época, em 1979 recebeu o Radar de Aproximação de Precisão (PAR), da Empresa Francesa THOMSON, modelo 1012. Tal avanço tecnológico permitia a aproximação e o pouso seguro de uma aeronave em condições de baixíssima visibilidade.

Em 1983, o Destacamento sofreu ampliação das suas insta-lações devido à implantação de equipamentos sofisticados e o aumento da responsabilidade técnica e operacional na manu-tenção dos auxílios à navegação.

No ano de 2000, houve a troca do PAR, implantado pela Empresa Americana ITT GILFLLAN, cujo modelo PAR-2000 trouxe mais confiabilidade e ganho em condições extremas de meteorologia.

Já em 2002, destacou-se positivamente ao realizar o controle de 30 aeronaves da operação CRUZEX e de 64 da OPERAER.

Até 27 de fevereiro de 2003 era conhecido como Destaca-mento de Proteção ao Vôo de Canoas. A partir dessa data, através da portaria nº 183/GC3 do Comando da Aeronáutica, passou à designação atual de Destacamento de Controle do Es-paço Aéreo (DTCEA).

Devido às operações diuturnas e continuadas das Unidades Aéreas no aeródromo de Canoas, o DTCEA-CO tomou como símbolo a coruja, sendo o mesmo consagrado como código de chamada da Torre de Controle de Canoas.

O DTCEA-CO é subordinado, operacionalmente, ao Segun-do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aé-reo (CINDACTA II) e, administrativamente, à BACO. Tem por finalidade a execução descentralizada das atividades operacio-nais na área de Comunicações, Controle de Tráfego Aéreo, In-formações Aeronáuticas, Meteorologia e de Manutenção, ser-vindo às Unidades Aéreas Sediadas e às aeronaves em trânsito através da disciplina, da dedicação e da sede de conhecimento e especialização de um Guerreiro, pondo, acima de tudo e de todos, os interesses da Nação, da Proteção ao Vôo e da Defesa Aérea.

O ComandanteA tarefa de comandar o DTCEA-

CO compete, atualmente, ao Cap Esp Aer Com Paulo Dagostin, que assu-miu o comando em 30 de maio de 2006. Natural de São Leopoldo (RS), Dagostin é casado com a Silke Mar-tins Dagostin e tem dois filhos, Paulo Filho e Lucas. Ingressou na FAB em março de 1976, na Escola de Espe-cialistas de Aeronáutica (EEAR), onde se formou na especialidade de

20

Conhecendo o

DTCEACanoas - RS

A primeira torre de controle de Canoas - construída em madeira

Cap Dagostin

Page 21: Aeroespaço 27

Manutenção Rádio – QRA MR. Serviu nas seguintes Unida-des: DTCEA-CT, SRPV-BE, CINDACTA II e CINDACTA III, tendo adquirido relevante conhecimento técnico do SISCEAB. Em 2002, após a conclusão do Estágio de Aperfeiçoamento ao Oficialato (EAOF), no CIAAR, foi designado para chefiar o DTCEA-Tefé (AM), de onde foi transferido para o DTCEA-CO.

O efetivo e organogramaComposto por 74 militares, sendo eles quatro oficiais, 58 gra-

duados e 12 praças, o DTCEA-CO subdivide-se em três Seções: COSA (Administrativa); COSO (Operações); e COST (Técnica) – organizando, distribuindo e controlando as atividades e os resultados do efetivo ante os desafios vivenciados.

A cidadeCanoas ocupa o 4º lugar entre os municípios gaúchos pelo

número de habitantes e é considerada por muitos como uma cidade-dormitório. Por outro lado, também atrai pessoas de outros municípios por causa de seu centro movimentado, das muitas indústrias e por ser um pólo de ensino. As escolas são encontradas em quase todos os bairros, o que faz com que a qualidade de ensino no município seja uma das melhores do estado, segundo avaliação do MEC. Canoas abriga – ainda - três universidades: Unilasalle, Uniritter e a Ulbra.

A cidade continua crescendo devido possivelmente ao esgo-tamento da capacidade habitacional de Porto Alegre e por ofe-recer alternativa imobiliária mais barata.

O clima do município é subtropical e temperado (15ºC a 24º C) e o comércio conta com aproximadamente 5,5 mil estabele-cimentos.

O turismo em Canoas é mais voltado para a cultura do que para natureza. São inúmeros os monumentos e praças da ci-

dade que, em sua maioria, foram fundados entre 1890 e 1960. Dentre os mais importantes está a Praça do Avião (ou Praça Santos-Dumont). O Parque Getúlio Vargas é uma área de pre-servação da natureza, onde se encontra o zoológico de Canoas.

Na cidade se encontram duas rodovias a BR-116 e a BR-386. A rodoviária de Canoas fica localizada às margens da BR-116 e funciona de segunda a domingo, mas grande parte da popula-ção prefere usar a rodoviária de Porto Alegre, chegando lá de metrô.

A Fundação Cultural de Canoas mantém sempre diversas atividades culturais nas áreas de Literatura, Artes Plásticas, Teatro, Folclore, Música e Dança, entre outras.

Um destaque especial no mês de setembro é a Semana Far-roupilha, um evento que atrai milhares de turistas de todos os cantos do País e até mesmo de outros países. O dia 20 de setembro, feriado estadual, marca as comemorações do Mo-vimento Farroupilha, que é o culto às tradições gaúchas. O evento conta com a participação de todo o estado do RS. Ao longo da programação são relembrados os feitos dos gaúchos no chamado Decênio Heróico (1835-1845), através de pales-tras, espetáculos, lançamento de livros entre outras atividades. Neste ano o tema da festa foi “Semana Farroupilha – Assim se movimentou o Gaúcho”.

Atendimento médico e odontológicoA cidade possui 24 postos de saúde de atenção primária e

serviços de atenção secundária e o Hospital de Pronto Socorro de Canoas Nelson Marchesan.

O Hospital da Base Aérea de Canoas (HACO) presta aten-dimento a todos os militares da área e seus dependentes, com atendimento marcado por telefone ou nos terminais de auto-atendimento totalmente informatizados. Há – ainda, o atendi-mento de emergência e a Esquadrilha de Saúde da BACO, que atende ao efetivo durante o expediente, em casos urgentes.

Vila HabitacionalA Vila Habitacional é administrada pela Prefeitura de Aero-

náutica de Canoas e atende aos militares de todas as Unidades da Grande Porto Alegre (Canoas e Porto Alegre). Possui uni-dades individualizadas que atendem aos oficiais; suboficias e sargentos; e aos Cabos. Junto à Vila dos SO/SG há o CSSGAPA (Clube dos Suboficiais e Sargentos da Guarnição de Porto Ale-gre), com excelente infra-estrutura predial e parque aquático. Na Vila dos Oficiais localizada no V COMAR, encontramos o COGAPA (Clube de Oficiais da Guarnição de Porto Alegre) que possui uma infra-estrutura muito similar. A tranqüilidade, a limpeza e a natureza são características marcantes da vida dos militares que servem em Canoas e Porto Alegre.

21

Seção de controle de tráfego - vetor de segurança do tráfego aéreo de Canoas

A Semana Farroupilha - um culto às tradições gaúchas

A tranqüilidade nas ruas da vila habitacional

Page 22: Aeroespaço 27

22

SRPV-SPDando continuidade ao cronograma de visitas de inspeção

às Organizações do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB), o Vice-Diretor do DECEA, Maj Brig Ar Élcio Picchi, visitou o Serviço Regional de Proteção ao Vôo de São Paulo (SRPV-SP) no dia 15 de agosto.

O Maj Brig Picchi foi recebido com uma cerimônia mili-tar e, logo em seguida, houve o briefing, ocasião em que fez um pronunciamento destacando a importância do SRPV-SP, chefiado pelo Cel Av Carlos Minelli de Sá, além de enaltecer o trabalho desenvolvido por seus profissionais no contexto do SISCEAB.

Acompanhado dos oficiais superiores e oficiais-generais do DECEA, o Vice-Diretor visitou as instalações das áreas téc-nica, administrativa e operacional do SRPV-SP, incluindo o Controle de Aproximação de São Paulo (APP-SP) e a Torre de Controle do Aeroporto de Congonhas.

CINDACTA IINo dia seguinte, 16 de agosto, a mesma equipe de inspeção

seguiu para Curitiba (PR), com o intuito de inspecionar o Segundo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA II).

Também fez parte da comitiva o Chefe do Subdeparta-mento de Operações do DECEA (SDOP), Brig Ar José Ro-berto Machado e Silva.

Após a solenidade militar alusiva à visita de inspeção, a comi-tiva assistiu a uma palestra do Comandante do CINDACTA II, Cel Av Eduardo Jean Kiame, sobre as atividades realizadas, em andamento e planejadas para a Unidade.

Em seguida, houve a visitação ao Segundo Centro de Ope-rações Integrado (COI II), ao novo Almoxarifado Central da Organização e às vilas militares sob administração da Prefei-tura de Aeronáutica de Curitiba (PACT).

Houve, ainda, as reuniões setoriais específicas pre-vistas no roteiro da inspeção. O evento marcou a pri-meira visita oficial do Vice-Diretor do DECEA, Maj Brig Ar Élcio Picchi ao CINDACTA II.

CINDACTA IVNos dias 4 e 5 de setembro, foi inspecionado o Quarto

Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aé-reo (CINDACTA IV).

A visita de inspeção foi presidida pelo Vice-Diretor do DECEA e constou de briefing do Comandante do Cen-tro, Cel Av Carlos Eurico Peclat dos Santos.

Dentre as instalações visitadas estão a Divisão Operacional, a Divisão Técnica, a Divisão Administrativa e os Setores do Comando.

CINDACTA IO Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Contro-

le de Tráfego Aéreo (CINDACTA I) recebeu, no dia 26 de setembro, a comitiva do DECEA, conforme prevêem as ins-truções para Inspeção às Organizações Subordinadas, daque-le Departamento.

Na oportunidade, o Maj Brig Ar Élcio Picchi foi recebido pelo Cel Av Eduardo dos Santos Raulino, Comandante do CINDACTA I, com as honras militares de estilo. Fizeram parte da comitiva, além de outras autoridades, o Brig Eng Roberto Souza de Oliveira, Chefe do Subdepartamento de

Visitas de inspeçãoD

ECE

A

CINDACTA II - Cel Kiame recebe pela primeira vez a visita do VICEA à OM

CINDACTA IV - Cel Peclat mostra à comitiva os setores da OM

SRPV-SP - Cel Minelli apresenta ao VICEA as instalações da área operacional

Page 23: Aeroespaço 27

23

Tecnologia da Informação (SDTI) e o Brig Ar Rafael Rodri-gues Filho, Presidente da Comissão de Estudos Relativos a Navegação Aérea Internacional (CERNAI).

O Cel Raulino ministrou palestra para a comitiva, acerca das atividades da Organização. Logo após, a comitiva visitou os órgãos setoriais do CINDACTA I.

CCA-BRO Centro de Computação da Aeronáutica de Brasília

(CCA-BR) recebeu a comitiva do DECEA no dia seguinte, 27 de setembro.

Na oportunidade, o Vice-Diretor do DECEA foi recebido pelo Chefe do CCA-BR, Cel Int Tomaz Gustavo Maciel de Lima.

O Chefe do CCA-BR ministrou palestra para a comitiva sobre as atividades da Organização. Destacou-se a demons-tração do funcionamento da certificação digital, que está em fase de testes, aplicada no projeto do sistema gestão de documentos, desenvolvido em parceria com Centro de De-senvolvimento de Sistemas do Exército Brasileiro (CDS) - e que deverão ser disponibilizados para implantação a partir de meados do próximo ano.

Visitas de inspeção Parlamentares visitam

CINDACTA III

O Terceiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA III) rece-beu, no dia 04 de outubro, a visita de uma comitiva de Parlamentares.

A visita contou com a presença dos Senadores Cícero Lucena e Rosalba Ciarlini e dos Deputados Carlos Augusto de Souza Rosado, Albano Franco, Ana Arraes, Bruno Araújo, Carlos Eduardo Cado-ca, Edio Lopes, Eugênio Rabelo, Fernando Ferro, Gonzaga Patriota, Gorete Pereira, José Linhares, Jusmari Oliveira, Marcondes Gadelha, Mendonça Prado, Otávio Leite, Raul Henry, Roberto Maga-lhães, Rocha Lourdes, Vinícius Carvalho e Aylton Gomes.

As autoridades foram recebidas na Base Aérea de Recife (BARF) pelo Comandante do CINDACTA III, Cel Av José Alves Candez Neto.

Ainda na parte da manhã a comitiva visitou as instalações da BARF, onde foram apresentados, principalmente, o conhecimento da atividade de defesa aérea e controle do espaço aéreo e as tarefas operacionais da organização e de seus órgãos subor-dinados.

Após o almoço a comitiva recebeu um briefing do Comandante no auditório do CINDACTA e, à tarde, visitou as instalações técnicas e operacio-nais do Sistema de Proteção ao Vôo, bem como os assuntos referentes ao funcionamento do CINDACTA III em seus vários setores.

À noite os Parlamentares jantaram com o Co-mandante do Segundo Comando Aéreo Regional (COMAR II), Maj Brig Ar Antonio Guilherme Telles Ribeiro, e mostraram grande satisfação com a visita realizada.

CINDACTA I - Cel Raulino apresenta as instalações do COpM 1 ao VICEA e ao SDTI

A comitiva nas instalações operacionais

CCA-BR - Cel Gustavo demonstra os novos equipamentosem funcionamento à comitiva

Page 24: Aeroespaço 27

Em se tratando de “salvar vidas”, conhecer as formas de atuação nos diversos países do mundo ao pres-tar o Serviço SAR, é mais que uma necessidade, é um dever. As diferen-ças precisam ser mínimas e as melho-res soluções devem ser adotadas em conjunto, viabilizando um serviço eficiente, eficaz e conjunto. Para conhecer algumas destas diferenças, o DECEA não mediu esforços para promover um evento integrando pro-fissionais civis e militares que dedi-cam suas vidas “... para que outros possam viver!”

Durante três dias, no auditório da Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo, o evento tornou conhe-cido o Sistema de Busca e Salva-mento Aeronáutico Brasileiro, o Sistema de Investigação e Preven-

ção de Acidentes Aeronáuticos, a organização regional SAR da ICAO, o conceito Combate-SAR, o funcio-namento dos Centros de Controle de Missão Cospas-Sarsat brasileiro e argentino, os inovadores satélites de órbita polar média de busca e salva-mento, a formação dos profissionais de Coordenação SAR canadenses, o funcionamento integrado JRCC, bem como tornou transparente a Coordenação dos esforços durante a Operação GOL1907 e finalizou com o depoimento de uma vítima frente a frente com o resgateiro que lhe salvou a vida.

Na cerimônia de abertura, o chefe do SRPV-SP, Cel Av Carlos Minelli de Sá – representando o chefe do SDOP – Brig Ar J. Roberto, afirmou que “apesar de toda a tecnologia que temos disponíveis, é cada vez mais difícil executar ações, missões ou atividades, como o controle de trá-fego aéreo. Acredito que 99% dos passageiros não têm noção da infra-estrutura que suporta tudo isso. E isso inclui o SAR, que funciona 24h ininterruptamente”.

Minelli parabenizou os organiza-dores que - com dedicação e afinco prepararam o Seminário e agrade-ceu aos representantes das empresas que apoiaram a realização do evento: EFAE – Escola de pilotagem, EMS SatCom, Gol, TAM e Air Canada.

Em seguida, a Prof Dra Rosa Moraes, representando o reitor da Universidade Anhembi Morumbi, Dr. Gabriel Mário Rodrigues, desejou as boas-vindas aos participantes e o Prof Gaspar – coordenador do curso de aviação civil – também se pronun-ciou, dizendo que “é uma satisfação receber na nossa casa um seminário de tamanha importância e – ainda – contar com inúmeras atividades da mais alta qualidade, propiciando uma integração do meio acadêmico com o profissional.”

O Maj Silvio, chefe da D-SAR - coordenador do evento, divulgou a agenda do Seminário para os 350 participantes presentes e ressaltou que o objetivo maior era adquirir conhecimento mútuo para contri-buir para a prestação eficiente do Serviço SAR no País.

24

I Seminário Internacional de Coordenação SAR- Construindo conhecimento para salvar vidas -

As dificuldades enfrentadas nas buscas de uma aeronave Catalina, acidentada no pantanal da região do Aquiqui (PA), em 1947, acelerou a criação do Serviço de Busca e Salvamento no Brasil. Passados quase 60 anos, organizado pela Divisão de Busca e Salvamento do Subdepartamento de Operações do DECEA, foi realizado o I Seminário Internacional de Coordenação SAR - no período de 2 a 4 de outubro, com o intuito de criar um fórum para que pessoas ligadas aos diversos segmentos da Busca e Salvamento no País aumentassem seus conhecimentos em áreas específicas.

Page 25: Aeroespaço 27

25

Além das palestras e dos debates ao final de cada dia, o evento contou com quatro workshops, disponíveis a todos os presentes:

- Sarmaster – software de coorde-nação de operações de busca e salva-mento;

– SAMU – equipe voltada para o trabalho diário de salvar vidas ao longo da Estrada Régis Bittencourt, entre São Paulo e Curitiba, com demonstrações de salvamento em altura e Ressuscita-ção Cárdio-Pulmonar;

- TATE INC. - empresa americana focada na educação do conceito Per-sonel Recovery, em tempos de paz ou guerra, para pessoas que um dia possam praticar o auto-resgate ou que trabalham como resgateiras, cujos representantes contavam com mais de 20 anos à frente de operações especiais e resgate militares.

- H-1H - helicóptero do 2º/10º GAv – onde os participantes puderam ter contato diretamente com tripulantes e resgateiros, descobrindo o dia-a-dia das Operações de Busca e Salvamento.

De mãos dadas para salvar vidasA primeira palestra - apresentada

pelo Maj Carlos Alberto de Mattos Bento (Comandante do DTCEA-SP) e pelo Maj Silvio, divulgou o SISSAR (Sis-tema de Busca e Salvamento Aeronáu-tico Brasileiro) e o SIPAER (Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) como parceiros na arte de salvar vidas, numa relação seqüen-ciada entre as ações preventiva, de coordenação SAR e de investigação de acidentes.

“Toda vez que podemos nos reunir, conversar e divulgar ensinamentos, o Sistema cresce, o País cresce. Traba-lhar nessa sinergia é uma maneira de se

obter êxito e permitir que haja uma meto-dologia padronizada a ser seguida por todos, minimizando aciden-tes e valorizando a vida” – afirmou o Maj Bento.

Em seguida, o representante regio-nal da ICAO, Alberto Orero, dissertou sobre a Organização Regional de Busca e Salvamento e as ativi-dades SAR na região

sul-americana da OACI que, além do Brasil, inclui outros nove países. No final da apresentação, parabenizou o DECEA pela organização e agrade-ceu pela oportunidade de apresentar a OACI ao público.

Evitando um novo acidenteO Esquadrão Pelicano (2º/10º GAv),

subordinado à FAe II, através do Cap Ronei Zacarias Viol Ferreira, apresen-tou o tema C-SAR (Coordenação SAR em Combate), descrevendo todas as aeronaves SAR da FAB e explicando o acionamento de um resgate num país tão grande como o Brasil, especifica-mente em ambiente hostil.

No ano em que, no dia 06 de dezem-bro, o 2º/10º GAv completa 50 anos, com mais de 1000 pessoas salvas, o Sistema SAR que, somente este ano já salvou mais de 176 vítimas, finalizou: “Se este Sistema não for importante, difícil saber como a gente vai salvar mais vidas, pois não só localiza o objeto da busca, resgata quem está vivo, aciona a polícia para fazer a perícia e atestar as mortes, mas ainda tem o compromisso de contribuir para que o País evite mais acidentes.”

No segundo dia, o BRMCC (Centro de Con-trole de Missão COSPAS-SARSAT Brasileiro), repre-sentante opera-cional brasileiro junto ao Programa COSPAS-SARSAT, apresentou sua estrutura e como opera para contri-

buir com as ações de coordenação des-tinadas a salvar vidas.

Seu interlocutor, Ten Jorge, falou das limitações impostas pela antiga tecnologia analógica, em processo de desativação até 1º fevereiro de 2009, do desenvolvimento de balizas digitais na freqüência de 406MHz e sobre a importância de seu registro no BRMCC, informações contidas no Boletim entre-gue e também disponíveis pelo e-mail [email protected].

Então, o Vice-Comodoro Alejandro Iazzolino – Chefe do MCC Argentino – fez um paralelo entre a estrutura e funcionamento do modelo brasileiro e argentino, facilitando a compreensão da operacionalidade de ambos.

À tarde, o Capt Stuart Robertson, da Força Aérea Canadense, apresentou o conceito Joint Rescue Coordination Center - recomendado pelo Manual Internacional Aeronáutico e Marítimo de Coordenação SAR e a prestação do Serviço SAR a partir do relacionamento Força Aérea – Guarda Costeira, traba-lhando juntas para salvar vidas.

Encerrou o segundo dia, o Sr. Richard L’Ecuyer, representante da empresa EMS SatCom, dissertando sobre o funcionamento dos novos satélites de órbita polar média dedicados ao SAR em fase de implantação no mundo, e como esta nova ferramenta pode acele-rar o processo de localização de vítimas em perigo.

O último dia iniciou com uma nova apresentação do Capt Stuart sobre a formação de Coordenação SAR no Canadá, onde foram mostradas aerona-ves e elos operacionais empregados por aquele país, responsável pelos melhores índices de localização e salvamento no mundo.

Maj Silvio - coordenador do evento - Chefe da D-SAR

H-1H - o público em contato direto com resgateiros e tripulação

Page 26: Aeroespaço 27

26

Na platéia, o Ten Cel R1 Aloiso Acioly de Sena, pioneiro da área SAR no Brasil – impressionado com as tecnologias apresentadas, lembrou a década de 50: “Naquele tempo, depois de uma certa distância do aeroporto, a comunicação era feita por telegrafia com o avião... Então, nós – brasileiros - projetamos um plotador para facilitar o traçado de padrões de busca a bordo de aero-naves como Catalina e C-47, que eles também usavam. Quando souberam, tivemos que mandar um dos nossos plotadores para eles usarem lá no Canadá. É fantástico conhecer como as coisas progrediram e tudo ficou tão mais fácil”.

Um dos alunos, que também é piloto de helicópteros e cursa o 3º semes-tre de Aviação Civil, declarou para a Aeroespaço que os temas abordados no Seminário foram ao encontro de seus interesses, porque trouxeram mais conhecimento sobre um tema específico da aviação.

A penúltima palestra, muito aguar-dada - Operação GOL 1907 - foi apresentada em conjunto pelo Ten Cel Moreira Lima (Comandante do PÁRA-SAR), Ten Xavier (Coorde-nador SAR da Operação e Chefe do Salvaero Amazônico – CINDACTA IV) e Walter Chagas Filho (Gol Linhas Aéreas).

Durante sua apresentação e ten-tando conter a emoção, o Ten Xavier disse que o povo brasileiro podia contar com o Salvaero: “Se vocês precisarem, estaremos prontos para chegar e resgatá-los”.

A seguir, Walter Chagas apresen-tou para o público o plano de geren-ciamento de crise executado pela empresa e fez homenagem aos heróis que amenizaram a dor dos familiares das vítimas daquele acidente: “Na Gol

somos 13 mil funcionários – nós somos fãs da FAB”. Afir-mou, também, que quando acontece um acidente, não existem segredo nem bandeira: “a comunidade aeronáutica deu as mãos – por isso a operação foi um sucesso”.

Carregada de expectativa, o Ten Cel Moreira Lima contou como a equipe do PÁRA-SAR decolou no mesmo dia do acidente e

posicionou seus primeiros homens no local, menos de 24h depois, para encontrar, sobre uma das asas, os dois primeiros corpos.

Diante da cena brutal, trabalhando em conjunto, militares de diversas Unidades cortavam árvores e entra-vam na selva à procura de mais corpos.

“No dia 28 de outubro já haviam sido reconhecidas 153 pessoas, mas faltava o Marcelo Paixão. Fomos até o meio da selva e fizemos uma homena-gem para ele. Remexemos tudo, cada buraco, cada folha.”

Somente no dia 21 de novembro – o legista Dr. Samuel e o Brig Ar Kersul avisaram que a FAB não tinha dei-xado ninguém para trás... “O trabalho foi difícil, mas com a ajuda de Deus – nosso Pastor 01 (termo de referên-cia aos integrantes do Esquadrão) - encontramos todas as 154” – encer-rou emocionado.

O ResgatadoUm dos objetivos do Seminário era

construir conhecimento para salvar cada vez mais vidas e não teria sen-tido encerrar o evento sem apresentar alguém que, como vítima, foi resga-tado com vida.

O último palestrante foi André Luiz Freury, sete recordes mundiais de vôo livre que, em 28 de feve-reiro de 2006, após voar da rampa de saltos de Patu – RN, inesperada-mente chocou-se com as rochas. Ao ser acionado, o Salvaero Recife pôs em ação os meios aéreos da FAB - que, a partir de uma aeronave H-50 do 2º/8º GAv, realizou o res-

gate do sobrevivente ao final daquele mesmo dia.

O SO Oliveira, resgateiro com mais de 29 anos de serviço, presente na platéia, foi chamado para receber, emocionado, das mãos daquele que salvou a vida, o banner que contava a história do resgate.

Fleury acredita que o Serviço de Busca e Salvamento é sério e impor-tante para o País. “O valor da vida é incalculável. Eu estou aqui graças a vocês! Cabe ao Governo investir em melhores equipamentos e tudo o que é possível para aprimorar o serviço do Oliveira, que foi o meu herói”.

EncerramentoUm agradecimento a todos os pales-

trantes e convidados foi feito pelo coordenador do evento. Em seguida, todos os presentes foram convidados a assistir à decolagem do H-1H – pre-sente durante todo o Seminário – e reunirem-se em um coquetel, onde poderiam construir novas relações profissionais e de amizade. “Acredito que confiança, apoio mútuo e crença nas parcerias fizeram a diferença nesse Seminário”.

O Maj Silvio encerrou o evento declarando que “ao final da jornada, o DECEA espera ter colaborado para a ampliação da visão dos componentes da seleta platéia a respeito do Serviço de Busca e Salvamento Aeronáutico no País e no mundo, bem como ter contribuído para o futuro de êxitos cada vez maiores no nobre ofício de salvar vidas.”

A coordenação do evento cientifi-cou, ainda, que outras informações sobre o Sistema de Busca e Salva-mento e sobre o Sistema COSPAS-SARSAT, inclusive para download, encontram-se disponíveis em: www.decea.gov.br/dsar.

Workshop SAMU - simulação de um resgate

Fleury acredita que o Serviço de Busca e Salvamento é sério e importante para o país

Page 27: Aeroespaço 27

27

Uma Declaração de AmorIsmael Francilino de OliveiraICEA

Se eu pudesse contar as estrelas,com certeza em alguma delas encontraria teu nome escrito...Se eu andasse pelas nuvens te acharia brilhando no céu,talvez fazendo companhia às cores do arco-íris.

As flores do campo são todas belas, mas você entre elas faz a diferença... O orvalho, da relva, vai descendo sobre ti,deixando-te mais formosa do que já és!

Em seus lábios, me incendeio no fogo da tua brasa, de amor no seu encanto juvenil...Já está escurecendo, a noite já vem...Quero descansar no colo da minha amada,deleitar-me com as carícias das minhas mãos em sua boca delicada, quero me envolver com seus beijos adocicados, com sabor de mel.

Tu és o motivo, minha inspiração para esta poesia,sem ti não haveria letra, e nem inspiração para declarar todas essas palavras expressando o meu íntimo,tu és uma parte de minha essência, tu me completa a cada instante do meu viver, tu és preciosa para mim, és a jóia mais importante do meu coração, tu és, não uma mulher, mas a menina dos meus olhos, tu és o respiro,tu és a amada do meu coração!!

O Projeto Eficiência, programa de inclusão social realizado pelo ICEA, deu origem à contra-tação, em 2003, de portadores de necessidades es-peciais para a atividade de digitação de Dados Cli-matológicos dentro da Subdivisão de Climatologia Aeronáutica do Instituto.

O Instituto, dentro deste programa, foi se adap-tando às demandas destes funcionários especiais, e hoje conta com a total integração destes prestado-res de serviço com todo o efetivo, inclusive com os instrutores e alunos de outras unidades que passam pelo ICEA. Esta integração se torna cada vez mais evidente, haja vista a participação de alguns mem-bros deste programa nos eventos sociais e culturais desenvolvidos pela OM.

Na Semana Cultural – ocorrida durante as festividades do último aniversário do ICEA - pro-porcionou aos membros do efetivo momentos de descontração e alegria, com apresentações culturais e artísticas realizadas pelos artistas anônimos e con-vidados. No evento, um agradável talento poético foi destaque: Ismael Francilino de Oliveira.

Ismael, que nasceu em Guarulhos-SP, é o poeta desta edição. Cursa o segundo período da Faculda-de de Letras da Universidade do Vale do Paraíba e é membro da equipe de digitadores de dados clima-tológicos do ICEA.

Nosso poeta é portador de paralisia cerebral. Para todos que o conhecem e diante de seus cole-gas de trabalho é um exemplo de superação. Adora “um fio de prosa” e está sempre preocupado em fazer novos amigos em seu ambiente de trabalho. Sua simpatia e alegria de viver são contagiantes, despertando admiração em todos que fazem parte de seu cotidiano.

A poesia publicada nesta edição fará parte de um CD que está sendo produzido pela Fundação Cultural Cassiano Ricardo - da prefeitura de São José dos Campos.

Page 28: Aeroespaço 27