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AGENDA BRASILEIRA – Temas de uma sociedade em mudança Organizadores: André Botelho e Lília Moritz Schwarcs Anotações de dados, teses e argumentos p. 18-29: “Imagens da África no Brasil” (Valdemir Zamparoni) África é, frequentemente, vítima de uma “homogeneização desumanizadora” – o que remonta, pelo menos, aos relatos de viajantes do século XV. Intensificação do tráfico de escravos, no século XVII, foi outro momento de coisificação dos negros. Desterritorializados, foram, também nas Américas, vistos como povo homogêneo – processo acentuado, no Brasil, após a extinção do tráfico e a paulatina dissolução das diferenças culturais no universo mais amplo de “crioulos”, como eram chamados os negros nascidos no Brasil. O auge desse pensamento veio com a hegemonia da noção de raça, também no século XIX, que busca atribuir certos atributos a determinados indivíduos. Discussões racialistas experimentaram ápice quando escravidão começava a ser questionada. Destaque: Nina Rodrigues, que, embora trate a escravidão como “revoltante”, afirma que a raça negra contribuía para a nossa inferioridade como povo. À época, defendia-se branqueamento da população brasileira, por meio da imigração europeia. Primeiros livros de história do Brasil no período republicano praticamente não mencionavam a existência da escravidão em nosso passado. Semana de 1922 recoloca o debate sobre a identidade nacional em cena. Lança as bases do mito das três raças, que seria amplamente explorado pela Revolução de 1930. Na década de 1930, pensadores como Gilberto Freyre, Edson Carneiro e Manuel Querino repensam a contribuição dos negros para a identidade e a cultura brasileiras. Simplificadamente, pode-se dizer que é nesse momento que se rompe com as teses de Nina Rodrigues, passando-se a ver positivamente o Brasil mulato. Formulação leva à

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AGENDA BRASILEIRA Temas de uma sociedade em mudana Organizadores: Andr Bote!o e L"ia #oritz Sc!$arcs Anota%es de dados& teses e argumentosp. 18-29: Imagens da frica no Brasil (Valdemir Zamparoni)'(rica & (re)uentemente& *"tima de uma omogenei!a"#o des$mani!adora o )ueremonta& +eo menos& aos reatos de *ia,antes do scuo -./ Intensi(ica0o do tr1(ico deescra*os& no scuo -.II& (oi outro momento de coisi(ica0o dos negros/Desterritoriaizados& (oram& tam2mnas Amricas& *istos como+o*o!omog3neo+rocesso acentuado& no Brasi& a+4s a e5tin0o do tr1(ico e a +auatina dissou0o dasdi(erenascuturaisnouni*ersomaisam+ode6criouos7& comoeramc!amadososnegros nascidos no Brasi/ O auge desse +ensamento *eio com a !egemonia da no0o deraa& tam2mno scuo -I-& )ue 2usca atri2uir certos atri2utos a determinadosindi*"duos/%isc$ss&es racialis'ase5+erimentaram1+ice )uando escra*id0o comea*a a ser)uestionada/ Desta)ue: Nina Rodrigues& )ue& em2ora trate a escra*id0o como6re*otante7& a(irma )ue a raa negra contri2u"a +ara a nossa in(erioridade como +o*o/8 +oca& de(endia9se (ran)$eamen'oda +o+ua0o 2rasieira& +or meio da imigra0oeuro+eia/ :rimeiros i*ros de !ist4ria do Brasi no +er"odo re+u2icano +raticamente n0omenciona*am a e5ist3ncia da escra*id0o em nosso +assado/*emana de 1922 recooca o de2ate so2re a identidade naciona em cena/ Lana as 2asesdo mi'o das 'r+s ra"as& )ue seria am+amente e5+orado +ea Re*ou0o de ;/Nad,cadade19-.& +ensadorescomo/il(er'o0re1re& Edson?arneiroe#anue@uerino re+ensam a contri2ui0o dos negros +ara a identidade e a cutura 2rasieiras/Sim+i(icadamente& +ode9se dizer )ue nesse momento )ue se rompe com as 'eses de2ina 3odrig$es& +assando9se a *er +ositi*amente o Brasi muato/ Aormua0o e*a Bconsoida0o do mito das tr3s raas e B institui0o de um outro mito: o dademocraciaracial (rasileira !erana da a2ertura dos +ortugueses B miscigena0o/CO2s/: Em2orainstrumentaizadas+eogo*erno+ortugu3snosanos;& asteses de AreEre (oram ma rece2idas nos anos ;& nos meios cooniaistas +ortugueses&)ue& B +oca& de(endiam a +ureza racia/Logo a+4s a Re*ou0o de ;& surgiu a 0ren'e 2egra Brasileira& em S0o :auo& )ue+reconiza*a a de(esa dos *aores& da cutura& da raa 2rasieira/ No0o de raa& +ortanto&mantm9se como critrio de an1ise da sociedade/4p5s 26 /7& surge no*a +ers+ecti*a& in(uenciada +or 7ar8 e 9e((er a escra*id0ocomo sistema de o+ress0o e aiena0o& os con(itos raciais e as rea%es de casse/// 9&mas ainda n0o se (aa*a +ro+riamente da '(rica e dos a(ricanos/ Aoi com :. ;. 3odrig$es e com a ei 1.?-9 'orno$ o(riga'5rio o ensino de ;is'5ria da fricae de c$l'$ra afro-(rasileira nas escolas do pa@s/ Fou*e grande aumento da demanda+or con!ecimento& +or cursos+or disci+inas uni*ersit1riasacercada'(rica/ Ainda(ata& entretanto& e5+andir os cursos de +4s9gradua0o em Estudos A(ricanos/De modo gera& ainda +re*aecemduas *is%es so2re a '(rica am2as irreais edesumanizadoras: a da '(rica se*agem e miser1*eG e a da '(rica origin1ria& m"tica&*irgem& +ro(unda/HHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHp.-.-A1: 4ma!Bnia: poCos 'radicionais e l$'a por direi'os (2eide =s'erci)4ma!Bnia >egal (oi criada em 19??& +or decreto9ei/Em2ora a maior +arte do territ4rio amazInico ainda este,a +reser*ada& osdesmatamentosconsumiramcercade;JKda(orestanasLtimasdcadasMdesdeaa2ertura das rodoCias nos anos 19D.N/F1 ;J> +o*os ind"genas na AmazInia onde *i*e DJ&OPK da +o+ua0o ind"gena do+a"s& e onde est0o