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Sindicato na Luta Jornal Agosto de 2015 - Ano XI - www.aptafurg.org.br DOIS MESES DE GREVE E MUITA PRESSÃO APTAFURG LUTANDO PELA EDUCAÇÃO A greve dos trabalhadores técnico-administrativos em educação deflagrada em 28 de maio, conta com adesão de 67 universidades e instituições federais. Um dos motivos é a não negociação do governo federal com os trabalhadores desde o fim da greve de 2014, encerrada por determinação do Superior Tribunal de Justiça. Assim, foram protocolados pela federação vários ofícios ao Ministério da Educação, Planejamento, Casa Civil e Secretaria Geral da Presidência, solicitando negociação. A FASUBRA Sindical construiu o Memorial da Greve, uma publicação impressa que contém 26 ofícios encaminhados no ano de 2014 e 19 ofícios até junho deste ano, além dos Informes de Greve (IG). Foram realizadas visitas à parlamentares no Congresso Nacional durante o período de greve pelo Comando Nacional de Greve (CNG), solicitando apoio ao movimento – na ocasião o Memorial de Greve foi entregue.

Agosto de 2015 - Ano XI - Sindicato naLuta · Jornal Agosto de 2015 - Ano XI - DOIS MESES DE GREVE E MUITA PRESSÃO APTAFURG LUTANDO PELA EDUCAÇÃO A greve dos trabalhadores técnico-administrativos

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Sindicato na Luta

JornalAgosto de 2015 - Ano XI - www.aptafurg.org.br

DOIS MESES DE GREVE E MUITA PRESSÃO

APTAFURG LUTANDO PELA EDUCAÇÃO

A greve dos trabalhadores técnico-administrativos em educação deflagrada em 28 de maio, conta com adesão de 67 universidades e instituições federais. Um dos motivos é a não negociação do governo federal com os trabalhadores desde o fim da greve de 2014, encerrada por determinação do Superior Tribunal de Justiça. Assim, foram protocolados pela federação vários ofícios ao Ministério da Educação, Planejamento, Casa Civil e Secretaria Geral da Presidência, solicitando negociação. A FASUBRA Sindical construiu o Memorial da Greve, uma publicação impressa que contém 26 ofícios encaminhados no ano de 2014 e 19 ofícios até junho deste ano, além dos Informes de Greve (IG). Foram realizadas visitas à parlamentares no Congresso Nacional durante o período de greve pelo Comando Nacional de Greve (CNG), solicitando apoio ao movimento – na ocasião o Memorial de Greve foi entregue.

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Violência contra a mulher: mais de 300 mil vítimas no Brasil

Com o episódio “LAVA JATO” creio que conhecido de todos os brasileiros, pela ampla divulgação nos meios de comunicação, dado o montante de dinheiro envolvido, um dos advogados de um empresário implicado disse em entrevista que seu cliente se via obrigado a pagar aos servi-dores das empresas pra que pudesse participar, muitas vezes, apenas da concorrência. E que isso já era inclusive considerado uma prática comum.

“Eu dependo do meu marido para sustentar meus filhos, por isso não denuncio quando ele me bate”, foi a jus-tificativa da empregada doméstica Rosangela Aparecida quando questio-nada sobre a violência doméstica que sofre em casa.

Violência contra mulher foi o segundo crime mais atendido Ministério Público (MP) em 2015, segundo estudo do “Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP)” divulgado no mês passado. Mais de 300 mil inquéritos policiais envolvendo violência doméstica con-tra mulher foram movimentadas pelo MP.

Já um estudo divulgado em março deste ano pelo IPEA (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas), aponta que mais de 1 milhão de mulhe-res foram vítimas de violência domés-tica no Brasil em 2009 e 43% das brasi-leiras já alegaram ter sido vítimas de algum tipo de violência durante a vida, seja ela verbal ou física.

A S e c r e t á r i a d e M u l h e r e s Trabalhadoras da Central Única dos trabalhadores (CUT), Rosane Silva, des-taca a importância do acesso ao traba-lho decente, sem violência física, moral e sexual como forma das mulhe-res poderem construir sua autonomia e amor próprio. “A construção da auto-nomia econômica das mulheres está relacionada com o estímulo à qualifi-cação de mulheres e ampliação de empregos com carteira assinada, espe-cialmente no trabalho doméstico. Temos que cobrar do Estado políticas de valorização do salário mínimo, cre-ches e acesso à moradia, assim como o compromisso de prevenção e combate à violência sexista para que as mulhe-res conquistem sua liberdade e lutar por mais igualdade”, afirma Rosane.

Outra pesquisa, de 2011, “Percep-ções sobre a violência doméstica con-tra a mulher no Brasil”, organizada pelo Instituo Avon/IPSOS, revelou que os principais fatores que mantêm a mulher numa relação de violência:

Infelizmente está politica se tornou uma reali-dade nesta Universidade. A presença do presiden-te da empresa e sua fala na visita ao Hospital Universitário não nos deixa dúvidas: o compro-misso com a saúde pública é conjuntural. O pro-fessor Newton (confirmar nome) ex-reitor da uni-versidade de Juiz de Fora, disse claramente que o Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPOA) foi o modelo para o nascimento da EBSERH. Ainda afirmou que o compromisso do Governo Dilma com a saúde pública se traduziu no acolhimento da parte pública do hospital (primeira porta), e o descarte da parte privada do Clinicas foi descarta-da (segunda porta).

Ora, este compromisso se mantém, e aqui não temos dúvidas sobre isso, na medida em que o atual governo se compromete a manter os hospi-tais universitários atendendo 100 % SUS. Vejamos bem: isso ocorre na medida em que há compromisso; quando esse compromisso não houver mais, a segunda porta se abrirá (a porta do convênios e particulares).

Ainda que acreditemos que o governo mante-nha o atendimento integralmente público, há que se pensar na rotatividade do poder. O próximo governo – que poderá não ter este compromisso – não seguirá, necessariamente, os parâmetros do atual. Ou seja, a porta da privatização poderá se abrir sem nenhum problema, do ponto de vista político e do ponto de vista jurídico. Lembremos: a lei que criou a EBSERH é uma lei ordinária, pas-sível de ser mudada por maioria simples no parla-mento nacional.

A opção pelo SUS, do atual governo, materiali-zada através da manutenção do atendimento a saúde inteiramente público, só é sustentável a par-tir das vontades dos governantes. Na medida em que esta Empresa é de direito privado (ainda que pública), cuja natureza jurídica se dá no domínio da economia, uma segunda porta é uma possibili-dade para os hospitais universitários. Porta que

Sindicato LutanaJornal

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G Ê N E R O

25% das mulheres alegaram falta de condições econômicas para viver sem o companheiro e 20% declararam preo-cupação com a criação dos filhos, o que também tem a ver com a falta de condi-ções econômicas.

Os números apresentados por diver-sas pesquisas são baseados nas denún-cias feitas pelas mulheres que tiveram coragem de denunciar e das mulheres que sabem o que são estas violências.

Os dados não abordam outras dimensões, como violência estrutural como discriminação salarial, tráfico de mulheres, prostituição, a insegurança das mulheres em um sentido amplo, passando pelo bem-estar, liberdade, ple-nitude de direitos, até a possibilidade de ter um projeto próprio de vida, as mulheres, na grande maioria, nem sabem que estas ações são também con-sideradas violências contra as mulhe-res.

Para a secretária, a violência não pode ser camuflada. “É importante visi-bilizá-la para afirmar que ela existe que é preciso combatê-la e para ter dimen-são de sua extensão”, destaca ela.

Especialistas avaliam que a aplica-ção adequada da Lei Maria da Penha exige uma série de equipamentos que propiciem um atendimento integral às mulheres vítimas de violência, além de trabalhar com aspectos preventivos e educativos em relação a violência.

Para Rosane a violência deve ser enfrentada pelo conjunto da sociedade, como um problema político, social e coletivo e não mais particular individu-al. “O combate à violência contra as mulheres requer uma ampla articula-ção entre as mais diferentes esferas da vida social, ou seja, é preciso que os movimentos sociais estejam em unida-de por uma forte mobilização por trans-formações gerais na sociedade, incluin-do o componente feminista nesse proje-to”, finaliza ela.

A dirigente destaca que o desafio é construir uma correlação de forças na sociedade para a implementação de um modelo de sociedade centrado na valo-

Central de atendimento à MulherO Ligue 180 foi criado pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da

Presidência da República (SPM-PR), em 2005, para servir de canal direto de orientação sobre direitos e serviços públicos para a população feminina em todo o país (a ligação é gratuita).

Ele é a porta principal de acesso aos serviços que integram a rede nacio-nal de enfrentamento à violência contra a mulher, sob amparo da Lei Maria da Penha, e base de dados privilegiada para a formulação das políticas do governo federal nessa área.

O Ligue 180 desempenha papel central, ao lado do programa ‘Mulher, Viver sem Violência’, lançado em março de 2013, com o objetivo de cobrir o país com serviços públicos integrados, inclusive nas áreas rurais latu sensu, mediante a utilização de unidades móveis para o campo, a floresta e as águas.

Em março de 2014, o Ligue 180 transformou-se em disque-denúncia, com capacidade de envio de denúncias para a Segurança Pública com cópia para o Ministério Público de cada estado. Para isso, conta com apoio financeiro do programa ‘Mulher, Viver sem Violência’, propiciando-lhe agilidade no aten-dimento, inovações tecnológicas, sistematização de dados e divulgação.

No Brasil, ligue para a Central de Atendimento à Mulher: telefone 180.

Fonte: CUT

rização da vida humana e do trabalho e ambientalmente sustentável, no qual não haja lugar para as opressões e vio-lências.

Conheça o Disque 180, serviço para combater a violência contra as mulhe-res

E D I TO R I A L

Esta colocação não surpreendeu nenhum de nós mas mesmo assim foi vista como de péssimo tom, equivocada e etc. E por quê? Porque estamos politicamente corretos aponto de nos negarmos à verdade. Porque a verdade passou a incomodar e ser um equívoco. O que isso traz de bom à sociedade e até aos relacionamentos pes-soais? Por que a verdade não pode ser dita? Não estou falando de uma verdade dura, mal colocada, mas a verdade necessária, escla-recedora, tão fora de moda. Se continuarmos assim, daqui a pouco falaremos uma língua incompreensível a todos. E não nos trará nenhum tipo de benefício.

Verdade seja dita Maricler Lopes de Ávila

poderá anteder a convênios e particulares através do velho e surrado argumento da necessidade de financiamentos alternativos, frente a uma ”crise“ orçamentária e financeira do Estado.

Por tanto, continuamos aqui com absoluta con-vicção de que fazer gestão pública através de empresa pública de direito privado é uma janela para a privatização da saúde. Mas diante da inevi-tável presença da EBSERH - politica construída e gestada no interior das universidades, portanto com a aquiescência dos dirigentes das academias -, o que restou aos trabalhadores e trabalhadoras foi mediar à situação, ou, melhor dizendo: cons-truir a política denominada de “redução de danos”. Neste sentido o conjunto da categoria rea-presentou as suas propostas para adicionar ao con-trato de gestão, em um cenário que se abriu para o processo negocial (cenário que viabilizou-se por conta da judicialização feita pela categoria).

No processo de mediação (negociação), o mais importante deles, no tocante à categoria, foi justa-mente garantir que no conteúdo do contrato não houvesse a cedência dos trabalhadores e trabalha-doras estatutárias à empresa. A resultante desse processo, foi que, ainda que o setor da categoria ligado ao HU fique sob a égide da “gestão empresa-rial”, pois suas funções públicas ainda continua-rão a ser desenvolvidas no interior do hospital, todos e todas estarão ligados aos programas de desenvolvimento da carreira, o que o(a)s coloca sob a responsabilidade da Pró-reitora de Gestão de Pessoas da, FURG, no que tange ao desenvolvi-mento na carreira.

Este é o corolário da política feita entre a cate-goria e a Reitoria, no cenário de implantação da EBSERH. Evidente que, se isto será uma realidade cotidiana não sabemos, certamente dependerá da organização e luta politica da própria categoria, razão pela qual a luta sindical deve subir de pata-mar, do ponto de vista qualitativo e do ponto de vista do enfrentamento.

No final das contas,a EBSERH chegou

O acordo foi firmado. O contrato foi assinado. O hospital universitário da FURG será gestado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, EBSERH.

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Violência contra a mulher: mais de 300 mil vítimas no Brasil

Com o episódio “LAVA JATO” creio que conhecido de todos os brasileiros, pela ampla divulgação nos meios de comunicação, dado o montante de dinheiro envolvido, um dos advogados de um empresário implicado disse em entrevista que seu cliente se via obrigado a pagar aos servi-dores das empresas pra que pudesse participar, muitas vezes, apenas da concorrência. E que isso já era inclusive considerado uma prática comum.

“Eu dependo do meu marido para sustentar meus filhos, por isso não denuncio quando ele me bate”, foi a jus-tificativa da empregada doméstica Rosangela Aparecida quando questio-nada sobre a violência doméstica que sofre em casa.

Violência contra mulher foi o segundo crime mais atendido Ministério Público (MP) em 2015, segundo estudo do “Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP)” divulgado no mês passado. Mais de 300 mil inquéritos policiais envolvendo violência doméstica con-tra mulher foram movimentadas pelo MP.

Já um estudo divulgado em março deste ano pelo IPEA (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas), aponta que mais de 1 milhão de mulhe-res foram vítimas de violência domés-tica no Brasil em 2009 e 43% das brasi-leiras já alegaram ter sido vítimas de algum tipo de violência durante a vida, seja ela verbal ou física.

A S e c r e t á r i a d e M u l h e r e s Trabalhadoras da Central Única dos trabalhadores (CUT), Rosane Silva, des-taca a importância do acesso ao traba-lho decente, sem violência física, moral e sexual como forma das mulhe-res poderem construir sua autonomia e amor próprio. “A construção da auto-nomia econômica das mulheres está relacionada com o estímulo à qualifi-cação de mulheres e ampliação de empregos com carteira assinada, espe-cialmente no trabalho doméstico. Temos que cobrar do Estado políticas de valorização do salário mínimo, cre-ches e acesso à moradia, assim como o compromisso de prevenção e combate à violência sexista para que as mulhe-res conquistem sua liberdade e lutar por mais igualdade”, afirma Rosane.

Outra pesquisa, de 2011, “Percep-ções sobre a violência doméstica con-tra a mulher no Brasil”, organizada pelo Instituo Avon/IPSOS, revelou que os principais fatores que mantêm a mulher numa relação de violência:

Infelizmente está politica se tornou uma reali-dade nesta Universidade. A presença do presiden-te da empresa e sua fala na visita ao Hospital Universitário não nos deixa dúvidas: o compro-misso com a saúde pública é conjuntural. O pro-fessor Newton (confirmar nome) ex-reitor da uni-versidade de Juiz de Fora, disse claramente que o Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPOA) foi o modelo para o nascimento da EBSERH. Ainda afirmou que o compromisso do Governo Dilma com a saúde pública se traduziu no acolhimento da parte pública do hospital (primeira porta), e o descarte da parte privada do Clinicas foi descarta-da (segunda porta).

Ora, este compromisso se mantém, e aqui não temos dúvidas sobre isso, na medida em que o atual governo se compromete a manter os hospi-tais universitários atendendo 100 % SUS. Vejamos bem: isso ocorre na medida em que há compromisso; quando esse compromisso não houver mais, a segunda porta se abrirá (a porta do convênios e particulares).

Ainda que acreditemos que o governo mante-nha o atendimento integralmente público, há que se pensar na rotatividade do poder. O próximo governo – que poderá não ter este compromisso – não seguirá, necessariamente, os parâmetros do atual. Ou seja, a porta da privatização poderá se abrir sem nenhum problema, do ponto de vista político e do ponto de vista jurídico. Lembremos: a lei que criou a EBSERH é uma lei ordinária, pas-sível de ser mudada por maioria simples no parla-mento nacional.

A opção pelo SUS, do atual governo, materiali-zada através da manutenção do atendimento a saúde inteiramente público, só é sustentável a par-tir das vontades dos governantes. Na medida em que esta Empresa é de direito privado (ainda que pública), cuja natureza jurídica se dá no domínio da economia, uma segunda porta é uma possibili-dade para os hospitais universitários. Porta que

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G Ê N E R O

25% das mulheres alegaram falta de condições econômicas para viver sem o companheiro e 20% declararam preo-cupação com a criação dos filhos, o que também tem a ver com a falta de condi-ções econômicas.

Os números apresentados por diver-sas pesquisas são baseados nas denún-cias feitas pelas mulheres que tiveram coragem de denunciar e das mulheres que sabem o que são estas violências.

Os dados não abordam outras dimensões, como violência estrutural como discriminação salarial, tráfico de mulheres, prostituição, a insegurança das mulheres em um sentido amplo, passando pelo bem-estar, liberdade, ple-nitude de direitos, até a possibilidade de ter um projeto próprio de vida, as mulheres, na grande maioria, nem sabem que estas ações são também con-sideradas violências contra as mulhe-res.

Para a secretária, a violência não pode ser camuflada. “É importante visi-bilizá-la para afirmar que ela existe que é preciso combatê-la e para ter dimen-são de sua extensão”, destaca ela.

Especialistas avaliam que a aplica-ção adequada da Lei Maria da Penha exige uma série de equipamentos que propiciem um atendimento integral às mulheres vítimas de violência, além de trabalhar com aspectos preventivos e educativos em relação a violência.

Para Rosane a violência deve ser enfrentada pelo conjunto da sociedade, como um problema político, social e coletivo e não mais particular individu-al. “O combate à violência contra as mulheres requer uma ampla articula-ção entre as mais diferentes esferas da vida social, ou seja, é preciso que os movimentos sociais estejam em unida-de por uma forte mobilização por trans-formações gerais na sociedade, incluin-do o componente feminista nesse proje-to”, finaliza ela.

A dirigente destaca que o desafio é construir uma correlação de forças na sociedade para a implementação de um modelo de sociedade centrado na valo-

Central de atendimento à MulherO Ligue 180 foi criado pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da

Presidência da República (SPM-PR), em 2005, para servir de canal direto de orientação sobre direitos e serviços públicos para a população feminina em todo o país (a ligação é gratuita).

Ele é a porta principal de acesso aos serviços que integram a rede nacio-nal de enfrentamento à violência contra a mulher, sob amparo da Lei Maria da Penha, e base de dados privilegiada para a formulação das políticas do governo federal nessa área.

O Ligue 180 desempenha papel central, ao lado do programa ‘Mulher, Viver sem Violência’, lançado em março de 2013, com o objetivo de cobrir o país com serviços públicos integrados, inclusive nas áreas rurais latu sensu, mediante a utilização de unidades móveis para o campo, a floresta e as águas.

Em março de 2014, o Ligue 180 transformou-se em disque-denúncia, com capacidade de envio de denúncias para a Segurança Pública com cópia para o Ministério Público de cada estado. Para isso, conta com apoio financeiro do programa ‘Mulher, Viver sem Violência’, propiciando-lhe agilidade no aten-dimento, inovações tecnológicas, sistematização de dados e divulgação.

No Brasil, ligue para a Central de Atendimento à Mulher: telefone 180.

Fonte: CUT

rização da vida humana e do trabalho e ambientalmente sustentável, no qual não haja lugar para as opressões e vio-lências.

Conheça o Disque 180, serviço para combater a violência contra as mulhe-res

E D I TO R I A L

Esta colocação não surpreendeu nenhum de nós mas mesmo assim foi vista como de péssimo tom, equivocada e etc. E por quê? Porque estamos politicamente corretos aponto de nos negarmos à verdade. Porque a verdade passou a incomodar e ser um equívoco. O que isso traz de bom à sociedade e até aos relacionamentos pes-soais? Por que a verdade não pode ser dita? Não estou falando de uma verdade dura, mal colocada, mas a verdade necessária, escla-recedora, tão fora de moda. Se continuarmos assim, daqui a pouco falaremos uma língua incompreensível a todos. E não nos trará nenhum tipo de benefício.

Verdade seja dita Maricler Lopes de Ávila

poderá anteder a convênios e particulares através do velho e surrado argumento da necessidade de financiamentos alternativos, frente a uma ”crise“ orçamentária e financeira do Estado.

Por tanto, continuamos aqui com absoluta con-vicção de que fazer gestão pública através de empresa pública de direito privado é uma janela para a privatização da saúde. Mas diante da inevi-tável presença da EBSERH - politica construída e gestada no interior das universidades, portanto com a aquiescência dos dirigentes das academias -, o que restou aos trabalhadores e trabalhadoras foi mediar à situação, ou, melhor dizendo: cons-truir a política denominada de “redução de danos”. Neste sentido o conjunto da categoria rea-presentou as suas propostas para adicionar ao con-trato de gestão, em um cenário que se abriu para o processo negocial (cenário que viabilizou-se por conta da judicialização feita pela categoria).

No processo de mediação (negociação), o mais importante deles, no tocante à categoria, foi justa-mente garantir que no conteúdo do contrato não houvesse a cedência dos trabalhadores e trabalha-doras estatutárias à empresa. A resultante desse processo, foi que, ainda que o setor da categoria ligado ao HU fique sob a égide da “gestão empresa-rial”, pois suas funções públicas ainda continua-rão a ser desenvolvidas no interior do hospital, todos e todas estarão ligados aos programas de desenvolvimento da carreira, o que o(a)s coloca sob a responsabilidade da Pró-reitora de Gestão de Pessoas da, FURG, no que tange ao desenvolvi-mento na carreira.

Este é o corolário da política feita entre a cate-goria e a Reitoria, no cenário de implantação da EBSERH. Evidente que, se isto será uma realidade cotidiana não sabemos, certamente dependerá da organização e luta politica da própria categoria, razão pela qual a luta sindical deve subir de pata-mar, do ponto de vista qualitativo e do ponto de vista do enfrentamento.

No final das contas,a EBSERH chegou

O acordo foi firmado. O contrato foi assinado. O hospital universitário da FURG será gestado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, EBSERH.

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A greve dos trabalhadores técnico-a d m i n i s t r a t ivo s e m e d u c a ç ã o deflagrada em 28 de maio, conta com adesão de 67 universidades e instituições federais. Um dos motivos é a não negociação do governo federal com os trabalhadores desde o fim da greve de 2014, encerrada por determinação do Superior Tribunal de Justiça. Assim, foram protocolados pela federação vários ofícios ao M i n i s t é r i o d a E d u c a ç ã o , Planejamento, Casa Civil e Secretaria Geral da Presidência, solicitando negociação. A FASUBRA Sindical construiu o Memorial da Greve, uma publicação impressa que contém 26 ofícios encaminhados no ano de 2014 e 19 ofícios até junho deste ano, além dos Informes de Greve (IG). Foram realizadas visitas à parlamentares no Congresso Nacional durante o período de greve pelo Comando Nacional de Greve (CNG), solicitando apoio ao movimento – na ocasião o Memorial de Greve foi entregue.

A categoria que recebe o pior piso do funcionalismo público, reivindica negociações que atendam o maior número de trabalhadores, inclusive os aposentados. A representação da federação destaca a necessidade de o governo ampliar a margem de impacto financeiro para a negociação com a categoria, numa perspectiva para 2016. O governo federal após reunião realizada em 25 de junho, mantém a proposta de 21,3% de reajuste, fracionado em 4 anos (2016 – 5,5%, 2017-5%, 2018-4,75%, 2019 - 4,5%). Este acordo, rejeitado pelos trabalhadores do serviço público federal, amarra a categoria e não repõe as perdas inflacionárias dos anos passados e também não cobre a inflação vigente

O ponto de pauta foi a apresentação da proposta de dimensionamento a partir da minuta que o MEC entregou à FASUBRA indicando uma fórmula para cálculo do número de TAEs para as Universidades. No mês de junho, a representação da FASUBRA da CNSC fez um estudo sobre esta proposta e a D i r e ç ã o Na c i o n a l a p r e s e n t o u questionamentos ao Governo, que foram respondidos na reunião com o Governo e que teve como objetivo a apresentação da fórmula e explicação de como ela foi planejada. Neste ponto, o Governo informou que a base material para a fórmula foi exclusiva-mente a compreensão de que os alunos são os maiores indicadores da Universidade porque é a razão da Universidade existir . Assim, o indicador de referência base é a razão de 1 técnico para 15 alunos. Para preparo da fórmula foi utilizado como referência as matrizes Orçamento Custeio e Capital (OCC) e a matriz de cálculo docente (na base de 18 alunos para 1 docente, utilizada pela OCDE).

A fórmula considera somente para cômputo de matrículas alunos de graduação (presencial e à distância) e pós-graduação. Para diferenciar as demandas de cada nível, é estipulado um critério de ponderação. Além da ponderação, a fórmula atribui às matrículas bonificações computadas por percentuais de acordo com a área de atuação e cursos noturnos. Esta é a fórmula.

A FASUBRA apresentou vários questionamentos com relação à f ó r m u l a q u e n ã o r e s p o n d e necessariamente à demanda das universidades porque generaliza e porque parte de uma razão muito baixa no cômputo de TAEs x alunos. A r e s p o s t a d o M E C f o i q u e a s bonificações, na avaliação deles, corrigem as distorções e que o cômputo de TAE x alunos é baseado em número que eles consideram "bom", sem uma

Dois meses de greve e muita pressão

Reunião entre MEC e FASUBRA discute sobre dimensionamento

Greve já dura mais de dois meses. Governo se mantém intransigente com relação a pauta.

de 9,23% segundo o boletim Focus, do Banco Central.

Breve histórico da Campanha Salarial 2015

A FASUBRA Sindical é uma das

entidades integrantes do Fórum dos Servidores Públicos Federais que englobam três Centrais Sindicais e 21 entidades sindicais. A Campanha Salarial Unificada dos Servidores Públicos Federais lançada em março de 2015, defende o reajuste linear de 27,3%, política salarial permanente com correção das distorções e reposição das perdas inflacionárias, data-base em 1º de maio, direito de negociação coletiva (Convenção 151 da Organização Internacional do Trabalho) e paridade salarial entre ativos e aposentados. Também são contra o ajuste fiscal do governo e redução orçamentária para as áreas da educação e saúde.

Pauta específica de reivindicações

Reposição de Perdas e Aprimoramento da Carreira:

Ÿ Índice de 27,3% no piso da tabela.

Ÿ Pelo aprimoramento da Carreira com

correção das distorções, levando em

consideração a racionalização dos cargos, piso

de três salários mínimos e step de 5%;

reposicionamento dos aposentados e

pensionistas, e concurso público via RJU para

todos os níveis de classificação.

Ÿ Pela não retirada de ganhos administrati-

vos e judiciais da Categoria – pagamento

imediato; Reabertura de prazos para que os

Técnico-Administrativos em Educação que

ainda estejam no PUCRCE possam migrar para

o PCCTAE;

Ÿ Reconhecimento dos certificados de

capacitação dos aposentados quando os

mesmos se encontravam na ativa;

Ÿ Aproveitamento de disciplinas de curso de

graduação e pós-graduação para todas as

classes do PCCTAE para fins de progressão por

capacitação;

Ÿ Reconhecimento de títulos de mestrado e

doutorado obtidos fora do país.

Ÿ Posicionamento hierárquico em padrão de

vencimento equivalente na tabela quando do

reingresso de servidor em outro cargo do

PCCTAE.

Ÿ Efetivação do Plano Nacional de

Capacitação lançado em 2013;

Ÿ Extensão, para os Técnico-Administrativos

em Educação, do art. 30 da lei 12772/12, que

trata de afastamento para realização de

estudos de pós-graduação;

Ÿ Turnos contínuos com redução da jornada

de trabalho para 30 horas, sem ponto

eletrônico e sem redução de salário;

Ÿ Pela revogação da Lei que cria a EBSERH

para gerir os Hospitais Universitários das

Instituições Federais de Ensino e pela

contratação de trabalhadores via concurso

público (RJU).

Ÿ Revogação das orientações normativas (nº

6, 15 e 16) relativas à insalubridade,

assegurando os direitos dos trabalhadores que

já se aposentaram e dos que estão na ativa;

Ÿ Pela suspensão imediata dos cortes

orçamentários nas Instituições de Ensino e

recomposição do orçamento;

Ÿ Construção/ampliação de creches nas

Instituições Federais de Ensino, atendendo a

demanda da comunidade acadêmica;

Ÿ Construção de uma política de combate

efetivo ao assédio moral nas Instituições

Federais de Ensino;

Ÿ Democratização das Instituições Federais

de Ensino. Por um processo eleitoral no

mínimo paritário para a escolha de gestores

no âmbito das universidades públicas, de

forma autônoma, com lista uninominal; Por

uma composição paritária nos conselhos

superiores;

Ÿ Pelo fim da criminalização das lutas e das

perseguições aos dirigentes sindicais e

ativistas nas Instituições Federais de Ensino

Superior;

Pauta Geral dos Servidores Públicos Federais

Ÿ Pela Revogação das Leis que criaram a

EBSERH e a FUNPRESP;

Ÿ Por uma política salarial permanente com

correção das distorções e reposição das

perdas inflacionárias;

Ÿ Índice linear de 27,3%;

Ÿ Estabelecimento de Data-base em 1º de

maio;

Ÿ Pelo direito de negociação coletiva

(convenção 151 OIT) e liberação de dirigentes

para o exercício de mandato classista;

Ÿ Pela paridade salarial entre ativos,

aposentados e pensionistas;

Ÿ Pela retirada dos projetos do Congresso

Nacional que atacam os direitos dos

trabalhadores;

Ÿ Por isonomia salarial e de todos os

benefícios entre os poderes;

Ÿ •Pela anulação da reforma da previdência

de 2003, realizada por meio de compra de

votos de parlamentares;

Ÿ Pela extinção do fator previdenciário;

Ÿ Pela incorporação de todas as

gratificações produtivistas;

Ÿ Pelo fim da terceirização que retira direito

dos trabalhadores;

Ÿ Pela imediata realização de concurso

público pelo RJU.

base que justifique apenas o fato de ser próximo à realidade.

Na conta estão desconsiderados os trabalhadores em hospitais que tem uma matriz própria adotada pela OMS, é chamada matriz OMS/REUF. Esta matriz foi utilizada pela EBSERH para r e a l i z a r s u a p r o p o s t a d e dimensionamento.

Foi apresentada uma simulação com base nos dados de 2013. De acordo com o MEC esses dados são do censo de 2013, p o r t a n t o , j á e s t ã o d e f a s a d o s , entretanto, como o censo de 2014 não esta concluído, é a única base de calculo existente e de lá para cá tiveram variações significativas.

De acordo com o MEC, a fórmula se propõe a se reajustar de maneira permanente, ou seja, como é baseada em número de matrícula, quando aumentam as matrículas, automatica-mente mudam os valores.

A avaliação do MEC é que de fato existe defasagem nas contratações e que muitas universidades trabalham com um quantitativo de pessoal aquém da necessidade e a fórmula, para eles, expressa essa proporção. Por outro lado, a fórmula também mostra que existem na avaliação do MEC universi-dades infladas, ou seja, com um número maior de TAEs do que a necessidade. Nestes casos, o MEC reconhece que não pode redistribuir.

O MEC explicou também que a fórmula se baseia numa análise que eles chamam de quantitativa e não qualitativa que significa que dá um indicador de quantos técnicos a universidade pode ter, porém, pela autonomia universitária quem definiria qualitativamente, ou seja, em que função e quantos seriam por instituição, seriam as universidades. Por exemplo, a universidade tem direito a 100 TAEs e poderá escolher se quer 10- nível C, 20 nível D e 70 nível E ou como melhor achar.

A expressão in v i t r o , d o l a t i m , conceitua procedi-mentos biológicos desenvolvidos em a m b i e n t e s c o n t r o l a d o s e f e c h a d o s d e l a b o r a t ó r i o e n o r m a l m e n t e e m recipientes de vidro. O projeto “Invitro – Laboratório de Escrita Criativa” apropria-se dessa ideia do mundo d a c i ê n c i a e a movimenta no campo

da produção literária para propor diálogos entre pessoas interessadas em questões de leitura, de escrita e de circulação da literatura.

O Invitro começou em 2012 como proposta do Coletivo Fita Amarela e atualmente constitui o núcleo literário da produtora artística rio-grandina Mundo Moinho, composto por dezesseis integrantes mais ou menos fixos, que se encontram periodicamen-te. Fazem parte do Invitro André Barros, Andréia Pires, Cristiano Vaniel, Daniel Baz dos Santos, Daniella Domingos, Diogo Souza Madeira, Gabriely Pinto, Giliard Barbosa, Joselma Noal, Lilian Ney, Luciano Cáceres, Paulo Olmedo, Suellen Rubira, Tammie Faria Sandri, Vanessa Regina e Volmar Camargo Junior.

A partir das reuniões, o grupo de escritores se experimenta e se expressa de maneira colaborativa, compartilha vivências artísticas, discute processos criativos e elabora novas obras individuais e/ou coletivas, evidencian-do o potencial literário dos participan-tes. Os encontros alternam propostas de exercício de escrita e apresentação da produção criativa, além de planejamento e avaliação de oficinas literárias, saraus e participação em

eventos artísticos que o Invitro cria e/ou com os quais contribui.

Lançado no início de 2015, o livro Vitrais – contos do Invitro é a primeira publicação do grupo, que atualmente se desafia na criação de um romance coletivo. A colaboração literária do Invitro ao jornal começa com a crônica de Joselma Noal, escritora e professora de língua espanhola da Furg.

Sobre o marJoselma Noal

U m a d a s m i n h a s m a i o r e s motivações para escolher Rio Grande como morada foi a existência do mar. Esqueci do frio do nosso estado, desconhecia tanta umidade, tanto mofo, tanto vento quando vim parar por aqui. Mas, apesar de todos os pesares, dos tantos desagradáveis (umidade, mofo e vento) e do cinza característico rio-grandino, há o mar! Sim, Rio Grande tem mar, tem a maior praia do mundo.

Estive em Rio Grande na infância, na companhia de meus pais e irmãos. Fazia muito tempo, quando retornei, nem me lembrava mais... Voltei à cidade para prestar concurso para a Furg e confesso não ter gostado do lugar. Fiquei hospedada no centro, onde tudo me pareceu triste, antigo e sujo. Questionei se queria mesmo viver aqui, até conhecer o Cassino, no último dia do concurso. Foi quando decidi: quero morar neste lugar! As árvores da Avenida Rio Grande e o mar me encantaram.

No primeiro ano de vida no Cassino (agora já são cinco), caminhava todos os dias para saudar o mar. Depois fui me acostumando à presença da imensidão azul e agora não a contem-plo todos os dias, mas a certeza de sua proximidade me faz bem, me consola. E sei: posso olhar o mar, ele está logo ali. E sei também o quanto olhar o mar me tranquiliza, me faz sentir em paz. As ondas carregam lamentos, angústias. Parece que aquele movimento das ondas pode curar qualquer dor. Diante do mar, grandioso e onipotente, sinto minha pequenez, me energizo, me fortaleço. Com o tempo descobri: contemplar o mar é minha forma de oração.

O Cassino é um lugar de encanto, de magia: da calmaria do inverno à agitação do verão, tudo me agrada, tudo tem sua beleza. Claro, continuo a

reclamar da umidade, do mofo, do vento, no entanto tudo é pequeno, diante da beleza grandiosa do mar e das árvores da Avenida Rio Grande. Os cassineiros, de modo geral, gostam mesmo é do final do verão, quando os turistas invasores do espaço, egoistica-mente considerado como todo nosso, voltam para as suas cidades de origem. E os moradores do Cassino respiram aliviados. E eu faço parte do grupo de exceção, que aprecia tanto a presença

O Invitro dos turistas como também a sua partida.

Postei no Facebook uma foto do mar acompanhada da frase: “O que acalma não é água com açúcar, é água salgada”, e uma amiga sugeriu a escrita deste texto: espero que os rio-grandinos, leitores deste espaço e os que, como eu, adotaram esta cidade, se identifiquem com esta declaração de amor ao mar e ao Cassino.

Page 5: Agosto de 2015 - Ano XI - Sindicato naLuta · Jornal Agosto de 2015 - Ano XI - DOIS MESES DE GREVE E MUITA PRESSÃO APTAFURG LUTANDO PELA EDUCAÇÃO A greve dos trabalhadores técnico-administrativos

PÁG. 4 PÁG. 5Sindicato LutanaJornal

Sindicato LutanaJornal

A greve dos trabalhadores técnico-a d m i n i s t r a t ivo s e m e d u c a ç ã o deflagrada em 28 de maio, conta com adesão de 67 universidades e instituições federais. Um dos motivos é a não negociação do governo federal com os trabalhadores desde o fim da greve de 2014, encerrada por determinação do Superior Tribunal de Justiça. Assim, foram protocolados pela federação vários ofícios ao M i n i s t é r i o d a E d u c a ç ã o , Planejamento, Casa Civil e Secretaria Geral da Presidência, solicitando negociação. A FASUBRA Sindical construiu o Memorial da Greve, uma publicação impressa que contém 26 ofícios encaminhados no ano de 2014 e 19 ofícios até junho deste ano, além dos Informes de Greve (IG). Foram realizadas visitas à parlamentares no Congresso Nacional durante o período de greve pelo Comando Nacional de Greve (CNG), solicitando apoio ao movimento – na ocasião o Memorial de Greve foi entregue.

A categoria que recebe o pior piso do funcionalismo público, reivindica negociações que atendam o maior número de trabalhadores, inclusive os aposentados. A representação da federação destaca a necessidade de o governo ampliar a margem de impacto financeiro para a negociação com a categoria, numa perspectiva para 2016. O governo federal após reunião realizada em 25 de junho, mantém a proposta de 21,3% de reajuste, fracionado em 4 anos (2016 – 5,5%, 2017-5%, 2018-4,75%, 2019 - 4,5%). Este acordo, rejeitado pelos trabalhadores do serviço público federal, amarra a categoria e não repõe as perdas inflacionárias dos anos passados e também não cobre a inflação vigente

O ponto de pauta foi a apresentação da proposta de dimensionamento a partir da minuta que o MEC entregou à FASUBRA indicando uma fórmula para cálculo do número de TAEs para as Universidades. No mês de junho, a representação da FASUBRA da CNSC fez um estudo sobre esta proposta e a D i r e ç ã o Na c i o n a l a p r e s e n t o u questionamentos ao Governo, que foram respondidos na reunião com o Governo e que teve como objetivo a apresentação da fórmula e explicação de como ela foi planejada. Neste ponto, o Governo informou que a base material para a fórmula foi exclusiva-mente a compreensão de que os alunos são os maiores indicadores da Universidade porque é a razão da Universidade existir . Assim, o indicador de referência base é a razão de 1 técnico para 15 alunos. Para preparo da fórmula foi utilizado como referência as matrizes Orçamento Custeio e Capital (OCC) e a matriz de cálculo docente (na base de 18 alunos para 1 docente, utilizada pela OCDE).

A fórmula considera somente para cômputo de matrículas alunos de graduação (presencial e à distância) e pós-graduação. Para diferenciar as demandas de cada nível, é estipulado um critério de ponderação. Além da ponderação, a fórmula atribui às matrículas bonificações computadas por percentuais de acordo com a área de atuação e cursos noturnos. Esta é a fórmula.

A FASUBRA apresentou vários questionamentos com relação à f ó r m u l a q u e n ã o r e s p o n d e necessariamente à demanda das universidades porque generaliza e porque parte de uma razão muito baixa no cômputo de TAEs x alunos. A r e s p o s t a d o M E C f o i q u e a s bonificações, na avaliação deles, corrigem as distorções e que o cômputo de TAE x alunos é baseado em número que eles consideram "bom", sem uma

Dois meses de greve e muita pressão

Reunião entre MEC e FASUBRA discute sobre dimensionamento

Greve já dura mais de dois meses. Governo se mantém intransigente com relação a pauta.

de 9,23% segundo o boletim Focus, do Banco Central.

Breve histórico da Campanha Salarial 2015

A FASUBRA Sindical é uma das

entidades integrantes do Fórum dos Servidores Públicos Federais que englobam três Centrais Sindicais e 21 entidades sindicais. A Campanha Salarial Unificada dos Servidores Públicos Federais lançada em março de 2015, defende o reajuste linear de 27,3%, política salarial permanente com correção das distorções e reposição das perdas inflacionárias, data-base em 1º de maio, direito de negociação coletiva (Convenção 151 da Organização Internacional do Trabalho) e paridade salarial entre ativos e aposentados. Também são contra o ajuste fiscal do governo e redução orçamentária para as áreas da educação e saúde.

Pauta específica de reivindicações

Reposição de Perdas e Aprimoramento da Carreira:

Ÿ Índice de 27,3% no piso da tabela.

Ÿ Pelo aprimoramento da Carreira com

correção das distorções, levando em

consideração a racionalização dos cargos, piso

de três salários mínimos e step de 5%;

reposicionamento dos aposentados e

pensionistas, e concurso público via RJU para

todos os níveis de classificação.

Ÿ Pela não retirada de ganhos administrati-

vos e judiciais da Categoria – pagamento

imediato; Reabertura de prazos para que os

Técnico-Administrativos em Educação que

ainda estejam no PUCRCE possam migrar para

o PCCTAE;

Ÿ Reconhecimento dos certificados de

capacitação dos aposentados quando os

mesmos se encontravam na ativa;

Ÿ Aproveitamento de disciplinas de curso de

graduação e pós-graduação para todas as

classes do PCCTAE para fins de progressão por

capacitação;

Ÿ Reconhecimento de títulos de mestrado e

doutorado obtidos fora do país.

Ÿ Posicionamento hierárquico em padrão de

vencimento equivalente na tabela quando do

reingresso de servidor em outro cargo do

PCCTAE.

Ÿ Efetivação do Plano Nacional de

Capacitação lançado em 2013;

Ÿ Extensão, para os Técnico-Administrativos

em Educação, do art. 30 da lei 12772/12, que

trata de afastamento para realização de

estudos de pós-graduação;

Ÿ Turnos contínuos com redução da jornada

de trabalho para 30 horas, sem ponto

eletrônico e sem redução de salário;

Ÿ Pela revogação da Lei que cria a EBSERH

para gerir os Hospitais Universitários das

Instituições Federais de Ensino e pela

contratação de trabalhadores via concurso

público (RJU).

Ÿ Revogação das orientações normativas (nº

6, 15 e 16) relativas à insalubridade,

assegurando os direitos dos trabalhadores que

já se aposentaram e dos que estão na ativa;

Ÿ Pela suspensão imediata dos cortes

orçamentários nas Instituições de Ensino e

recomposição do orçamento;

Ÿ Construção/ampliação de creches nas

Instituições Federais de Ensino, atendendo a

demanda da comunidade acadêmica;

Ÿ Construção de uma política de combate

efetivo ao assédio moral nas Instituições

Federais de Ensino;

Ÿ Democratização das Instituições Federais

de Ensino. Por um processo eleitoral no

mínimo paritário para a escolha de gestores

no âmbito das universidades públicas, de

forma autônoma, com lista uninominal; Por

uma composição paritária nos conselhos

superiores;

Ÿ Pelo fim da criminalização das lutas e das

perseguições aos dirigentes sindicais e

ativistas nas Instituições Federais de Ensino

Superior;

Pauta Geral dos Servidores Públicos Federais

Ÿ Pela Revogação das Leis que criaram a

EBSERH e a FUNPRESP;

Ÿ Por uma política salarial permanente com

correção das distorções e reposição das

perdas inflacionárias;

Ÿ Índice linear de 27,3%;

Ÿ Estabelecimento de Data-base em 1º de

maio;

Ÿ Pelo direito de negociação coletiva

(convenção 151 OIT) e liberação de dirigentes

para o exercício de mandato classista;

Ÿ Pela paridade salarial entre ativos,

aposentados e pensionistas;

Ÿ Pela retirada dos projetos do Congresso

Nacional que atacam os direitos dos

trabalhadores;

Ÿ Por isonomia salarial e de todos os

benefícios entre os poderes;

Ÿ •Pela anulação da reforma da previdência

de 2003, realizada por meio de compra de

votos de parlamentares;

Ÿ Pela extinção do fator previdenciário;

Ÿ Pela incorporação de todas as

gratificações produtivistas;

Ÿ Pelo fim da terceirização que retira direito

dos trabalhadores;

Ÿ Pela imediata realização de concurso

público pelo RJU.

base que justifique apenas o fato de ser próximo à realidade.

Na conta estão desconsiderados os trabalhadores em hospitais que tem uma matriz própria adotada pela OMS, é chamada matriz OMS/REUF. Esta matriz foi utilizada pela EBSERH para r e a l i z a r s u a p r o p o s t a d e dimensionamento.

Foi apresentada uma simulação com base nos dados de 2013. De acordo com o MEC esses dados são do censo de 2013, p o r t a n t o , j á e s t ã o d e f a s a d o s , entretanto, como o censo de 2014 não esta concluído, é a única base de calculo existente e de lá para cá tiveram variações significativas.

De acordo com o MEC, a fórmula se propõe a se reajustar de maneira permanente, ou seja, como é baseada em número de matrícula, quando aumentam as matrículas, automatica-mente mudam os valores.

A avaliação do MEC é que de fato existe defasagem nas contratações e que muitas universidades trabalham com um quantitativo de pessoal aquém da necessidade e a fórmula, para eles, expressa essa proporção. Por outro lado, a fórmula também mostra que existem na avaliação do MEC universi-dades infladas, ou seja, com um número maior de TAEs do que a necessidade. Nestes casos, o MEC reconhece que não pode redistribuir.

O MEC explicou também que a fórmula se baseia numa análise que eles chamam de quantitativa e não qualitativa que significa que dá um indicador de quantos técnicos a universidade pode ter, porém, pela autonomia universitária quem definiria qualitativamente, ou seja, em que função e quantos seriam por instituição, seriam as universidades. Por exemplo, a universidade tem direito a 100 TAEs e poderá escolher se quer 10- nível C, 20 nível D e 70 nível E ou como melhor achar.

A expressão in v i t r o , d o l a t i m , conceitua procedi-mentos biológicos desenvolvidos em a m b i e n t e s c o n t r o l a d o s e f e c h a d o s d e l a b o r a t ó r i o e n o r m a l m e n t e e m recipientes de vidro. O projeto “Invitro – Laboratório de Escrita Criativa” apropria-se dessa ideia do mundo d a c i ê n c i a e a movimenta no campo

da produção literária para propor diálogos entre pessoas interessadas em questões de leitura, de escrita e de circulação da literatura.

O Invitro começou em 2012 como proposta do Coletivo Fita Amarela e atualmente constitui o núcleo literário da produtora artística rio-grandina Mundo Moinho, composto por dezesseis integrantes mais ou menos fixos, que se encontram periodicamen-te. Fazem parte do Invitro André Barros, Andréia Pires, Cristiano Vaniel, Daniel Baz dos Santos, Daniella Domingos, Diogo Souza Madeira, Gabriely Pinto, Giliard Barbosa, Joselma Noal, Lilian Ney, Luciano Cáceres, Paulo Olmedo, Suellen Rubira, Tammie Faria Sandri, Vanessa Regina e Volmar Camargo Junior.

A partir das reuniões, o grupo de escritores se experimenta e se expressa de maneira colaborativa, compartilha vivências artísticas, discute processos criativos e elabora novas obras individuais e/ou coletivas, evidencian-do o potencial literário dos participan-tes. Os encontros alternam propostas de exercício de escrita e apresentação da produção criativa, além de planejamento e avaliação de oficinas literárias, saraus e participação em

eventos artísticos que o Invitro cria e/ou com os quais contribui.

Lançado no início de 2015, o livro Vitrais – contos do Invitro é a primeira publicação do grupo, que atualmente se desafia na criação de um romance coletivo. A colaboração literária do Invitro ao jornal começa com a crônica de Joselma Noal, escritora e professora de língua espanhola da Furg.

Sobre o marJoselma Noal

U m a d a s m i n h a s m a i o r e s motivações para escolher Rio Grande como morada foi a existência do mar. Esqueci do frio do nosso estado, desconhecia tanta umidade, tanto mofo, tanto vento quando vim parar por aqui. Mas, apesar de todos os pesares, dos tantos desagradáveis (umidade, mofo e vento) e do cinza característico rio-grandino, há o mar! Sim, Rio Grande tem mar, tem a maior praia do mundo.

Estive em Rio Grande na infância, na companhia de meus pais e irmãos. Fazia muito tempo, quando retornei, nem me lembrava mais... Voltei à cidade para prestar concurso para a Furg e confesso não ter gostado do lugar. Fiquei hospedada no centro, onde tudo me pareceu triste, antigo e sujo. Questionei se queria mesmo viver aqui, até conhecer o Cassino, no último dia do concurso. Foi quando decidi: quero morar neste lugar! As árvores da Avenida Rio Grande e o mar me encantaram.

No primeiro ano de vida no Cassino (agora já são cinco), caminhava todos os dias para saudar o mar. Depois fui me acostumando à presença da imensidão azul e agora não a contem-plo todos os dias, mas a certeza de sua proximidade me faz bem, me consola. E sei: posso olhar o mar, ele está logo ali. E sei também o quanto olhar o mar me tranquiliza, me faz sentir em paz. As ondas carregam lamentos, angústias. Parece que aquele movimento das ondas pode curar qualquer dor. Diante do mar, grandioso e onipotente, sinto minha pequenez, me energizo, me fortaleço. Com o tempo descobri: contemplar o mar é minha forma de oração.

O Cassino é um lugar de encanto, de magia: da calmaria do inverno à agitação do verão, tudo me agrada, tudo tem sua beleza. Claro, continuo a

reclamar da umidade, do mofo, do vento, no entanto tudo é pequeno, diante da beleza grandiosa do mar e das árvores da Avenida Rio Grande. Os cassineiros, de modo geral, gostam mesmo é do final do verão, quando os turistas invasores do espaço, egoistica-mente considerado como todo nosso, voltam para as suas cidades de origem. E os moradores do Cassino respiram aliviados. E eu faço parte do grupo de exceção, que aprecia tanto a presença

O Invitro dos turistas como também a sua partida.

Postei no Facebook uma foto do mar acompanhada da frase: “O que acalma não é água com açúcar, é água salgada”, e uma amiga sugeriu a escrita deste texto: espero que os rio-grandinos, leitores deste espaço e os que, como eu, adotaram esta cidade, se identifiquem com esta declaração de amor ao mar e ao Cassino.

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Sindicato LutanaJornal

data surge em 1992, em Santo AD o m i n g o , n a Re p ú b l i c a Dominicana, quando da reali-

zação do 1º Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas, do qual decorreram duas decisões: a criação da Rede de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas e a definição do 25 de julho como Dia da Mulher Afro-latino-americana e Caribenha. A data objeti-va ser um polo de aglutinação interna-cional da resistência das negras à cidadania de segunda categoria na região em que vivem, sob a égide das opressões de gênero e étnico-raciais, e assim “ampliar e fortalecer as organi-zações e a identidade das mulheres negras, construindo estratégias para o enfrentamento do racismo e do sexis-mo”.

Um dia para reflexão e luta Ter a consciência de que a mulher

negra sofre a discriminação por gêne-ro somado ao racismo, faz com que a FASUBRA continue atuando intensa-mente no combate à opressão e orien-

No mês de março, a audiência pública promovida pela Frente Parlamentar contra o Racismo, a homofobia e outras formas de discriminação vinculada a Comissão de Cidadania e Direitos Humanos (CCDH) da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul debateu a constitucionalidade do projeto de lei apresentado pela Deputada Estadual Anelise Becker (PDT). O projeto, que propunha proibir o sacrifício de animais em rituais religiosos no Estado, foi considerado inconstitucional.

Os argumentos a favor e contra suscitados pelas lideranças religiosas de matriz africana e defensores de animais na audiên-cia pública, aconteceram em meio um clima de tensão. Contudo, por traz dos argumentos favoráveis ao projeto, suscitados na audiência, o que se oculta é a manifestação contemporânea de uma perspectiva racista pautada na suposta superioridade religi-osa de um culto em relação a outro na sociedade brasileira.

As entidades de representação de povos de terreiros, no marco das discussões, alegaram que o conteúdo e os argumentos do pro-jeto de lei tinham uma base muito conservadora para agradar os evangélicos. Inclusive, houve quem dissesse que a deputada - auto-ra do projeto - fosse evangélica. Independente das especulações, o fato é de que os argumentos favoráveis são muito similares aos difundidos constantemente pela mídia evangélica.

A proposição do projeto de lei, desse modo, é a ponta de uma lança que oculta uma ação global e fundamentalista de lideranças vinculadas ao movimento pentecostal e neopentecostal. Por sua vez, essa ofensiva cobra forma nas ruas através de atos de violên-cia sistemática movidos contra as comunidades religiosas afro-brasileiras. Esses atos se caracterizam pela: destruição de locais e símbolos sagrados, roupas e objetos ritualísticos, imagens e práti-cas religiosas; em alguns casos mais extremos, ocorrem agressões físicas contra os membros dos cultos.

A ação evangélica focada preferencialmente nas religiões de matriz afro, de modo geral, explicita a questão racial no Brasil e sinaliza o acirramento dos conflitos étnicoraciais na sociedade e especialmente no campo religioso.

Conforme o sociólogo Reginaldo Prandi “há um projeto de ani-quilação das tradições religiosas africanas no Brasil. E elas cor-rem risco de serem extintas”. E a sua extinção está relacionada, em maior ou menor medida, à ausência de tolerância das religiões evangélicas em relação ao povo de terreiro.

Assim, o que está em jogo é a integridade dos Direitos Humanos, que se apóia prioritariamente no princípio da dignida-de da pessoa humana e no exercício da liberdade. O artigo 18 da Declaração expressa que: “todas as pessoas têm direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião; este direito implica a liberdade de mudar de religião ou de credo, assim como a liberda-de de manifestar a sua religião ou credo, sozinho ou em comuni-dade com outros, quer em público ou em privado, através do ensi-no, prática, culto e rituais.”

Conforme a ONU, O Estado Nacional é a instância responsável por garantir a aplicação e o exercício cotidiano de direitos, confor-me o disposto no marco jurídico internacional. O dever do Estado se estende a todas entidades e pessoas que agem em seu nome, incluindo as Universidades. É ele quem deve prover as condições mínimas e necessárias para a prática da liberdade religiosa e de culto de todos os cidadãos. Por isso, devemos estar atentos, tanto como sujeitos, como representantes da sociedade civil organiza-da, frente às situações de violação de direitos humanos. Não esqueçamos os exemplos que continuamente nos tem brindado a história quando os povos se deixam levar pelas vozes que pugnam pela intolerância religiosa.

DIREITOS HUMANOSE INTOLERÂNCIA RELIGIOSA

tando aos sindicatos de base a fortale-cer esta luta.

Diante desta realidade precisamos refletir sobre a importância do Dia 25 de julho - Dia da Mulher Negra da América Latina e do Caribe, escolhido em 1992 para marcar a luta da mulher negra lati-na. Esta é mais uma data que deve ser utilizada para impulsionar a luta cotidi-ana das mulheres.

Estatísticas como as do estudo de Síntese de Indicadores Sociais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indicam que acordo com o estudo, somos 169, 5 milhões de brasileiros, dos quais 50,79% são do sexo feminino. Deste percentual, 44% são mulheres negras e pardas. A remu-neração de duas mulheres negras juntas, correspondem ao valor de uma não Negra. As condições das mulheres negras no Brasil, contraria a tendência mundial que as mulheres vivem mais que os homens. A precária situação da saúde sexual e reprodutiva das mulhe-res negras está diretamente relaciona-da a desigualdade de acesso ao serviço de saúde. Apesar das mulheres negras terem tido aumento dos índices de esco-

Martin Santos Pastoriza

(martinadriansantos1974@gmail)Soledad Bech Gaivizzo

([email protected])

Greve firme e forte – mais de dois meses e 67 instituições paralisadas

A categoria técnico administrativa em educação da Universidade Federal do Rio Grande/RS, em assembleia, deliberou por propor algumas diretrizes ao CNG, no senti-do de contribuir para o processo de negocia-ção junto ao Ministério da Educação.

O movimento de greve desenvolve-se em uma conjuntura de implementação da polí-tica neoliberal (monetarista). Isto posto, sig-nifica que a negociação se dá nos marcos de um “ajuste fiscal” que dificulta politica e eco-nomicamente a greve.

Ainda que tenhamos atingido 67 institui-ções, e tenhamos uma greve de grande ade-rência na categoria; ainda que tenhamos feito diversas ações de radicalização, a rela-ção de forças entre os grupos e classes socia-is permanece inclinada à direita. A greve do conjunto dos servidores públicos não se via-bilizou, tão pouco a greve da educação se constituiu como um único movimento.

Nossa greve, como a greve dos docentes e a greve do Sinasefe, não foram capazes de articular um amplo movimento na socieda-de e impor a pauta de descontingenciamen-to dos recursos da educação e saúde.

Mesmo a entrada dos companheiros e companheiras da previdência em um amplo e legítimo movimento, não foi capaz de dar um sentido único aos diversos movimento paradistas para além das relações específi-

cas de cada greve. A conjuntura tem demonstrado que a

opção pela política monetarista (neoliberal) tem se tornado o mantra do Governo Dilma. A falácia de que o ensaio desenvolvimentis-ta – que resgatou mais de 30 milhões de homens e mulheres da condição miserável de sub-proletariado – foi um desastre levado adiante pela “irresponsabilidade da esquer-da” se torna cada vez mais um pensamento hegemônico nos meios de comunicação.

Neste sentido, o ambiente neoliberal se fixa cada vez mais e torna a resolução de nossa greve mais distante. Como o tempo se esgota e a própria greve pode começar a sofrer refluxo, além de ter dificuldade de foco desde o seu início, o movimento deve ter não apenas força e conquistar a vitória, mas ter a capacidade de organizar a catego-ria e mantê-la mobilizada para um enfrenta-mento de longo prazo.

A Advocacia Geral da União - AGU, no exercício da represen-tação judicial da FURG, está ingressando na justiça contra os téc-nicos administrativos em educação, ativos e inativos, no objetivo de tentar retirar do contracheque o pagamento judicial da URP.

A URP é recebida por todos os servidores da FURG que esta-vam na Universidade nos anos de 1989-1992. Atualmente a URP é paga no contracheque sob a rubrica "decisão judicial".

O tema foi objeto de recente assembleia da APTAFURG opor-

INFORME SOBRE O PROCESSO JUDICIAL DA URP DA FURG CONTRA OS TÉCNICOS

JUR

ÍDIC

O

laridade, ainda são a maioria a ocupar os subempregos e a rece-berem os piores salários. Isto se deve, na maioria das vezes, à exi-gência de um padrão de beleza que não é o das mulheres negras.

No caso da violência praticada contra as mulheres, constatamos que as negras são as maiores vítimas da violência doméstica. Segundo os dados apresentados no Mapa da Violência em 2010, morreram 48% mais mulheres negras do que brancas vítimas de homicídio, diferença que vêm se mantendo ao longo dos anos.

Mulheres, ainda hoje, são escraviza-das, tratadas como objeto. Segundo dados de 2011, estamos falando de cerca de 80 milhões de mulheres afrodescen-dentes (ou seja, metade da população negra que vive nos países latinos e cari-benhos).

Apesar dos pequenos avanços con-quistados no Brasil e no mundo através da luta das mulheres, o dia “25 de julho” ainda é um dia de reflexão e “luto” em memória de tantos milhões de mulhe-res que tiveram suas vidas violenta-mente marcadas ou simplesmente cei-fadas.

Mulheres cujas histórias de sofri-mento e lutas tiveram início quando nossas primeiras ancestrais foram sequestradas da África e se viram presas aos grilhões físicos, morais, emocionais, políticos, econômicos e também sexuais. É lamentável que este tipo de coisa ainda aconteça na América Latina e no Caribe. Uma situação que, para ser compreendida de fato, precisa sempre considerar a pro-fundidade do que significa ser “dupla-mente oprimida”, como mulher e como negra. Significa, dentre muitas outras coisas, ser vista como um “objeto”,

como os machistas vêm todas as mulheres; mas, também, ter um passa-do como “escrava”, ou seja, ser vista, pelos “donos do mundo”, como “objeto” desde sempre, feita para servir, “dispo-nível” a qualquer hora e para qualquer coisa, mas ainda indigna de se postular a ser gente.

Continente afora, mulheres negras que também tem suas raízes nos povos nativos da região, sofrem níveis absur-dos de opressão e exploração, como toda e qualquer estatística feita na América Latina e no Caribe comprova. Frente a esta realidade precisamos tra-var uma luta diária contra o machismo e o racismo e a exploração capitalista que se alimenta destas formas de opressão.

tunidade em que o assunto foi amplamente debatido. A orientação da assessoria jurídica a todos é aguardar a notificação

judicial que será entregue pela justiça individualmente e pessoalmente. A partir do recebimento da notificação da justiça, o técnico terá o prazo máximo de 15 dias para procurar a assessoria jurídica da APTAFURG para que esta possa fazer a defesa de cada docente.

Para mais informações, a assessoria jurídica da atende na sede da APTAFURG as segundas e quartas-feiras pela manhã.

25 DE JULHO: DIA DA MULHER NEGRA DA

AMÉRICA LATINA E DO CARIBE

Page 7: Agosto de 2015 - Ano XI - Sindicato naLuta · Jornal Agosto de 2015 - Ano XI - DOIS MESES DE GREVE E MUITA PRESSÃO APTAFURG LUTANDO PELA EDUCAÇÃO A greve dos trabalhadores técnico-administrativos

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Sindicato LutanaJornal

data surge em 1992, em Santo AD o m i n g o , n a Re p ú b l i c a Dominicana, quando da reali-

zação do 1º Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas, do qual decorreram duas decisões: a criação da Rede de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas e a definição do 25 de julho como Dia da Mulher Afro-latino-americana e Caribenha. A data objeti-va ser um polo de aglutinação interna-cional da resistência das negras à cidadania de segunda categoria na região em que vivem, sob a égide das opressões de gênero e étnico-raciais, e assim “ampliar e fortalecer as organi-zações e a identidade das mulheres negras, construindo estratégias para o enfrentamento do racismo e do sexis-mo”.

Um dia para reflexão e luta Ter a consciência de que a mulher

negra sofre a discriminação por gêne-ro somado ao racismo, faz com que a FASUBRA continue atuando intensa-mente no combate à opressão e orien-

No mês de março, a audiência pública promovida pela Frente Parlamentar contra o Racismo, a homofobia e outras formas de discriminação vinculada a Comissão de Cidadania e Direitos Humanos (CCDH) da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul debateu a constitucionalidade do projeto de lei apresentado pela Deputada Estadual Anelise Becker (PDT). O projeto, que propunha proibir o sacrifício de animais em rituais religiosos no Estado, foi considerado inconstitucional.

Os argumentos a favor e contra suscitados pelas lideranças religiosas de matriz africana e defensores de animais na audiên-cia pública, aconteceram em meio um clima de tensão. Contudo, por traz dos argumentos favoráveis ao projeto, suscitados na audiência, o que se oculta é a manifestação contemporânea de uma perspectiva racista pautada na suposta superioridade religi-osa de um culto em relação a outro na sociedade brasileira.

As entidades de representação de povos de terreiros, no marco das discussões, alegaram que o conteúdo e os argumentos do pro-jeto de lei tinham uma base muito conservadora para agradar os evangélicos. Inclusive, houve quem dissesse que a deputada - auto-ra do projeto - fosse evangélica. Independente das especulações, o fato é de que os argumentos favoráveis são muito similares aos difundidos constantemente pela mídia evangélica.

A proposição do projeto de lei, desse modo, é a ponta de uma lança que oculta uma ação global e fundamentalista de lideranças vinculadas ao movimento pentecostal e neopentecostal. Por sua vez, essa ofensiva cobra forma nas ruas através de atos de violên-cia sistemática movidos contra as comunidades religiosas afro-brasileiras. Esses atos se caracterizam pela: destruição de locais e símbolos sagrados, roupas e objetos ritualísticos, imagens e práti-cas religiosas; em alguns casos mais extremos, ocorrem agressões físicas contra os membros dos cultos.

A ação evangélica focada preferencialmente nas religiões de matriz afro, de modo geral, explicita a questão racial no Brasil e sinaliza o acirramento dos conflitos étnicoraciais na sociedade e especialmente no campo religioso.

Conforme o sociólogo Reginaldo Prandi “há um projeto de ani-quilação das tradições religiosas africanas no Brasil. E elas cor-rem risco de serem extintas”. E a sua extinção está relacionada, em maior ou menor medida, à ausência de tolerância das religiões evangélicas em relação ao povo de terreiro.

Assim, o que está em jogo é a integridade dos Direitos Humanos, que se apóia prioritariamente no princípio da dignida-de da pessoa humana e no exercício da liberdade. O artigo 18 da Declaração expressa que: “todas as pessoas têm direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião; este direito implica a liberdade de mudar de religião ou de credo, assim como a liberda-de de manifestar a sua religião ou credo, sozinho ou em comuni-dade com outros, quer em público ou em privado, através do ensi-no, prática, culto e rituais.”

Conforme a ONU, O Estado Nacional é a instância responsável por garantir a aplicação e o exercício cotidiano de direitos, confor-me o disposto no marco jurídico internacional. O dever do Estado se estende a todas entidades e pessoas que agem em seu nome, incluindo as Universidades. É ele quem deve prover as condições mínimas e necessárias para a prática da liberdade religiosa e de culto de todos os cidadãos. Por isso, devemos estar atentos, tanto como sujeitos, como representantes da sociedade civil organiza-da, frente às situações de violação de direitos humanos. Não esqueçamos os exemplos que continuamente nos tem brindado a história quando os povos se deixam levar pelas vozes que pugnam pela intolerância religiosa.

DIREITOS HUMANOSE INTOLERÂNCIA RELIGIOSA

tando aos sindicatos de base a fortale-cer esta luta.

Diante desta realidade precisamos refletir sobre a importância do Dia 25 de julho - Dia da Mulher Negra da América Latina e do Caribe, escolhido em 1992 para marcar a luta da mulher negra lati-na. Esta é mais uma data que deve ser utilizada para impulsionar a luta cotidi-ana das mulheres.

Estatísticas como as do estudo de Síntese de Indicadores Sociais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indicam que acordo com o estudo, somos 169, 5 milhões de brasileiros, dos quais 50,79% são do sexo feminino. Deste percentual, 44% são mulheres negras e pardas. A remu-neração de duas mulheres negras juntas, correspondem ao valor de uma não Negra. As condições das mulheres negras no Brasil, contraria a tendência mundial que as mulheres vivem mais que os homens. A precária situação da saúde sexual e reprodutiva das mulhe-res negras está diretamente relaciona-da a desigualdade de acesso ao serviço de saúde. Apesar das mulheres negras terem tido aumento dos índices de esco-

Martin Santos Pastoriza

(martinadriansantos1974@gmail)Soledad Bech Gaivizzo

([email protected])

Greve firme e forte – mais de dois meses e 67 instituições paralisadas

A categoria técnico administrativa em educação da Universidade Federal do Rio Grande/RS, em assembleia, deliberou por propor algumas diretrizes ao CNG, no senti-do de contribuir para o processo de negocia-ção junto ao Ministério da Educação.

O movimento de greve desenvolve-se em uma conjuntura de implementação da polí-tica neoliberal (monetarista). Isto posto, sig-nifica que a negociação se dá nos marcos de um “ajuste fiscal” que dificulta politica e eco-nomicamente a greve.

Ainda que tenhamos atingido 67 institui-ções, e tenhamos uma greve de grande ade-rência na categoria; ainda que tenhamos feito diversas ações de radicalização, a rela-ção de forças entre os grupos e classes socia-is permanece inclinada à direita. A greve do conjunto dos servidores públicos não se via-bilizou, tão pouco a greve da educação se constituiu como um único movimento.

Nossa greve, como a greve dos docentes e a greve do Sinasefe, não foram capazes de articular um amplo movimento na socieda-de e impor a pauta de descontingenciamen-to dos recursos da educação e saúde.

Mesmo a entrada dos companheiros e companheiras da previdência em um amplo e legítimo movimento, não foi capaz de dar um sentido único aos diversos movimento paradistas para além das relações específi-

cas de cada greve. A conjuntura tem demonstrado que a

opção pela política monetarista (neoliberal) tem se tornado o mantra do Governo Dilma. A falácia de que o ensaio desenvolvimentis-ta – que resgatou mais de 30 milhões de homens e mulheres da condição miserável de sub-proletariado – foi um desastre levado adiante pela “irresponsabilidade da esquer-da” se torna cada vez mais um pensamento hegemônico nos meios de comunicação.

Neste sentido, o ambiente neoliberal se fixa cada vez mais e torna a resolução de nossa greve mais distante. Como o tempo se esgota e a própria greve pode começar a sofrer refluxo, além de ter dificuldade de foco desde o seu início, o movimento deve ter não apenas força e conquistar a vitória, mas ter a capacidade de organizar a catego-ria e mantê-la mobilizada para um enfrenta-mento de longo prazo.

A Advocacia Geral da União - AGU, no exercício da represen-tação judicial da FURG, está ingressando na justiça contra os téc-nicos administrativos em educação, ativos e inativos, no objetivo de tentar retirar do contracheque o pagamento judicial da URP.

A URP é recebida por todos os servidores da FURG que esta-vam na Universidade nos anos de 1989-1992. Atualmente a URP é paga no contracheque sob a rubrica "decisão judicial".

O tema foi objeto de recente assembleia da APTAFURG opor-

INFORME SOBRE O PROCESSO JUDICIAL DA URP DA FURG CONTRA OS TÉCNICOS

JUR

ÍDIC

O

laridade, ainda são a maioria a ocupar os subempregos e a rece-berem os piores salários. Isto se deve, na maioria das vezes, à exi-gência de um padrão de beleza que não é o das mulheres negras.

No caso da violência praticada contra as mulheres, constatamos que as negras são as maiores vítimas da violência doméstica. Segundo os dados apresentados no Mapa da Violência em 2010, morreram 48% mais mulheres negras do que brancas vítimas de homicídio, diferença que vêm se mantendo ao longo dos anos.

Mulheres, ainda hoje, são escraviza-das, tratadas como objeto. Segundo dados de 2011, estamos falando de cerca de 80 milhões de mulheres afrodescen-dentes (ou seja, metade da população negra que vive nos países latinos e cari-benhos).

Apesar dos pequenos avanços con-quistados no Brasil e no mundo através da luta das mulheres, o dia “25 de julho” ainda é um dia de reflexão e “luto” em memória de tantos milhões de mulhe-res que tiveram suas vidas violenta-mente marcadas ou simplesmente cei-fadas.

Mulheres cujas histórias de sofri-mento e lutas tiveram início quando nossas primeiras ancestrais foram sequestradas da África e se viram presas aos grilhões físicos, morais, emocionais, políticos, econômicos e também sexuais. É lamentável que este tipo de coisa ainda aconteça na América Latina e no Caribe. Uma situação que, para ser compreendida de fato, precisa sempre considerar a pro-fundidade do que significa ser “dupla-mente oprimida”, como mulher e como negra. Significa, dentre muitas outras coisas, ser vista como um “objeto”,

como os machistas vêm todas as mulheres; mas, também, ter um passa-do como “escrava”, ou seja, ser vista, pelos “donos do mundo”, como “objeto” desde sempre, feita para servir, “dispo-nível” a qualquer hora e para qualquer coisa, mas ainda indigna de se postular a ser gente.

Continente afora, mulheres negras que também tem suas raízes nos povos nativos da região, sofrem níveis absur-dos de opressão e exploração, como toda e qualquer estatística feita na América Latina e no Caribe comprova. Frente a esta realidade precisamos tra-var uma luta diária contra o machismo e o racismo e a exploração capitalista que se alimenta destas formas de opressão.

tunidade em que o assunto foi amplamente debatido. A orientação da assessoria jurídica a todos é aguardar a notificação

judicial que será entregue pela justiça individualmente e pessoalmente. A partir do recebimento da notificação da justiça, o técnico terá o prazo máximo de 15 dias para procurar a assessoria jurídica da APTAFURG para que esta possa fazer a defesa de cada docente.

Para mais informações, a assessoria jurídica da atende na sede da APTAFURG as segundas e quartas-feiras pela manhã.

25 DE JULHO: DIA DA MULHER NEGRA DA

AMÉRICA LATINA E DO CARIBE

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COORDENAÇÃO GERAL Everson da Silva Flores Maria de Lourdes Lose Zulema Helena Ribeiro Ernandes

COORDENAÇÃO DE IMPRENSAMaria de Lourdes Lose

JORNALISTA RESPONSÁVELMarcio Vieira Oliveira- Mtb. 9258 Tel.: (53) 99458125 [email protected]

DIAGRAMAÇÃO E IMPRESSÃOEditora [email protected]

TIRAGEM 1.000 exemplares

O Jornal Sindicato na Luta - veículo de comunicação da Associação do Pessoal Técnico-Administrativo da FURG (APTAFURG) - tem distribuição gratuita e dirigida.

Endereço: Rua Padre Nilo Gollo, 76, São JorgeRio Grande RS Tel.: (53) 3230-2284/3230-5417Email: [email protected]

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