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Agradecimentos

Aos amigos por entenderem minha ausência, ou por não entenderem e brigarem comigo exigindo

minha presença. Saibam que nos momentos que fico distante sempre sofro de saudades. À minha

flor pelo incentivo, companhia e por me dar paz.

À minha mãe que se preocupa, mas finge que não, só para me dar tranqüilidade para continuar no

caminho que escolhi.

Ao Marco, meu guia, meu amigo, meu exemplo de pessoa e de profissional. Aprendo com você

nos dias bons e nos dias ruins. Obrigada por estar ao meu lado todos esses anos. E por sempre me

lembrar que tudo dá certo no final. Se não deu certo ainda é porque não chegamos nos final.

Ao Antônio, meu anjo da guarda, meu santo! Obrigada por me ouvir, me ajudar em tudo, e por

sempre chegar sorrindo acabando com qualquer possibilidade de um dia ruim.

Aos amigos do Laboratório de Microbiologia de Alimentos, por me aguentarem reclamando, por

serem pessoas incríveis com quem aprendi muito e por terem cada um, uma história que os fazem

únicos nas suas particularidades.

Às Professoras Vêronica Calado e Lourdes Cabral pela orientação e compreensão ao longo desses

2 anos.

À Analy Leite (maluca!) e ao LEMM por me ajudarem na última etapa do trabalho de forma tão

atenciosa.

À Capes pela bolsa de mestrado.

Ao Programa de Ciência de Alimentos pela oportunidade.

Muito obrigada!

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BERES, Carolina. ISOLAMENTO DE MICRORGANISMOS COM POTENCIAL TECNOLÓGICO DE UVAS VITIS VINIFERA E DESENVOLVIMENTO DE UM MEIO DE CULTURA BASEADO NA UVA E SEUS DERIVADOS. Rio de Janeiro, 2013. Dissertação (Mestrado em Ciências de Alimentos) – Instituto de Química, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2013.

Resumo

A vitivinicultura representa um importante segmento econômico e social no mercado. O papel biotecnológico dos microrganismos neste processo permite novos estudos, uma vez que os processos são intimamente dependentes de características da região produtora, assim como das variedades de uvas utilizadas. Na produção do vinho são utilizadas culturas comerciais, que aumentam os custos e não valorizam as particularidades encontradas em culturas nativas. Além da participação nos processos fermentativos, há produção de enzimas como pectinases e a seleção de estirpes probióticas, cujos produtos com estas características têm apresentado uma crescente demanda no mercado. Desta forma este estudo teve como objetivo isolar microrganismos da superfície de uvas que apresentem potencial de uso biotecnológico e características probióticas. E desenvolver um meio de cultivo que tem como componente principal a uva e seus derivados, para isolamento de bactérias láticas. Foram isolados em Agar MRS 485 microrganismos. Estes foram caracterizados presuntivamente como: BAL (189), fungos e leveduras (202) e bastonetes Gram negativos (69). Todos os microrganismos foram avaliados quanto à produção da enzima pectinase, resistência a sais biliares, pH ácido e produção de atividade antimicrobiana. Destes, 94 estirpes produziram pectinase e 9 estirpes foram presuntivamente caracterizadas como potenciais probióticas por apresentarem resistência aos sais biliares, resistência ao pH 3,5 e produzir antimicrobiano ao mesmo tempo. As estirpes que apresentaram alguma atividade biotecnológica de interesse foram identificadas através de técnicas moleculares. Foi realizada amplificação do material genético por PCR, ARDRA para análise de restrição do RNAr 16S e sequenciamento dos perfis representativos de cada espécie. Foram identificadas 12 estirpes de Paenibacillus sp., 2 de Bacillus sp., 2 Bacillus subtilis, 1 Klebsiela pneumoniae, 16 Klebsiela sp., 12 Leuconostoc e 1 Cellulosimicrobium funkei. Foi desenvolvido um meio de cultivo utilizando-se a uva Vitis

vinifera, bagaço de uva, extrato do bagaço de uva e suco de uva comercial para isolamento de BAL. Na formulação com 50% de suco e 50% de uva foi observado o crescimento das culturas de referência igual ou superior ao encontrado no meio comercial (MRS). O desenvolvimento de um meio de cultura a base de uva, com desempenho comparável a um meio comercial permitirá o isolamento de culturas a partir das uvas de uma forma mais econômica e utilizando as particularidades das variedades de uvas de cada região.

Palavras – chave: uva, bagaço, meio de cultura, microrganismo, bactéria lática, pectinases.

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BERES, Carolina. MICRORGANIMS WITH TECNOLOGICAL POTENTIAL ISOLATED FROM THE VITIS VINIFERA GRAPE SURFACE AND CULTURE MEDIUM DEVELOPMENT USING GRAPE AND ITS DERIVATIVES. Rio de Janeiro, 2013. Dissertation (Master in Food Science) – Chemistry Institute, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2013.

Abstract

The wine industry is an important economic and social sector. The role of microorganisms in biotechnological process allow further studies, as the processes are critically dependent on the characteristics of the grape varieties used. In the production of wine commercial cultures are used, which increase costs and do not value the particularities found in native cultures. In addition to cultures participating in fermentation processes, there are cultures that secrets enzymes such as pectinases, and the selection of probiotic strains, whose products with these characteristics have shown a growing demand in the market. Therefore, this study aimed to isolate microorganisms from the surface of grapes with biotechnological and probiotic potential, and develop a culture medium that has as main component the grape and derivatives, to isolate lactic acid bacteria. Were isolated in MRS Agar 485 microrganisms. These were characterized as presumptively: BAL (189), fungi and yeasts (202) and Gram negatives rod (69). These were evaluated for the production of the enzyme pectinase, resistance to bile salts, acid pH and production of antimicrobial activity. Among these, 94 strains produced pectinase and 9 strains were BAL characterized as presumptively due to its resistance to bile salts, pH 3.5 and to produce antimicrobial simultaneously. Strains that produced some biotechnological activity of interest were identified by molecular techniques. The DNA fragment amplified by PCR technique of the strains were used ARDRA. It was identified 12 strains of Paenibacillus sp., 2 Bacillus sp., 2 Bacillus subtilis, 1 Klebsiela pneumoniae, 16 Klebsiela sp., 12 Leuconostoc and 1

Cellulosimicrobium funkei. We developed a culture medium using the Vitis vinifera grape, grape pomace, grape pomace extract and commercial grape juice for the isolation of BAL. In the formulation with 50% fruit juice and 50% grape the growth in the Type cultures obtained was equal or superior to that found in commercial medium (MRS). The development of a culture medium based on grape, with performance comparable to a commercial medium allows the isolation of cultures from grapes with a cheaper methodology and using the particularities of grape varieties of each region.

Keywords: grape, pomace, culture medium, microrganism, lactic acid bacteria, pectinases.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Uva Vitis vinifera.

18

Figura 2: Produção de vinhos, sucos e derivados a partir de uvas destinadas ao processamento no Rio Grande do Sul no ano de 2011.

19

Figura 3: Partes integrantes do cacho de uva.

21

Figura 4: Estrutura química dos polifenóis resvetrol e catequina.

23

Figura 5: Fluxograma de operação para produção de vinho tinto (Barnabé, 2006).

25

Figura 6: Estrutura primária da pectina.

37

Figura 7: Ação da pectinase na produção do suco de uva (Rizzon e Meneguzzo, 2007).

39

Figura 8: Mecanismos de ação das pectinases: (a) R=H para PG e CH3 para PMG; (b) PE. (c) R=H para PGL e CH3 para PL. A seta indica o local onde a pectinase reage com a substância péctica (Gogus, 2006). PMG: polimetilgalacturonase; PG: poligalacturonase; PE: pectinesterase; PL: pectina liase.

42

Figura 9: Alegação de propriedade funcional aprovada para os alimentos probióticos e os requisitos específicos (Brasil, 2008).

48

Figura 10: Etapas da técnica de PCR.

57

Figura 11: Atividade antimicrobiana de bactérias láticas isoladas da uva contra Listeria innocua.

72

Figura 12 A,B,C: Atividade antimicrobiana contra S. aureus das 9 culturas caracterizadas como bactérias láticas, isoladas da superfície das uvas. A seta indica o controle positivo L. lactis ATCC 11454 produtor de bacteriocina.

72

Figura 13: Triagem para determinação de microrganismos com atividade pectinolítica, a partir de revelação por vermelho de rutênio. A presença do halo foi considerada positiva para presença da enzima.

75

Figura 14: Estirpes isoladas da uva produtoras de atividade pectinolítica. As setas indicam dois controles positivos Candida krusei 50148 e Pichia anomala 50407.

76

Figura 15: Perfil de bandas obtidos por ARDRA após tratamento com a enzima HhaI realizados em 9 culturas com atividade pectinolítica. As setas superiores indicam o padrão de bandas (Kb) e a seta lateral indica a banda com 1.500 pares de base. Kb: padrão de

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bandas; pb: pares de base. Figura 16: Perfil de bandas obtidos por ARDRA após tratamento com a enzima HhaI realizados em 18 culturas com atividade pectinolítica. As setas superiores indicam o padrão de bandas (Genevuler 1Kb Plus DNA ladder) e a seta lateral indica a banda com 1.500 pares de base. pb: pares de base.

77

Figura 17: Perfil de bandas obtidos por ARDRA após tratamento com a enzima HhaI realizados em 9 culturas com atividade pectinolítica. As setas superiores indicam o padrão de bandas (Genevuler 1Kb Plus DNA ladder) e a seta lateral indica a banda com 1.500 pares de base. pb: pares de base.

78

Figura 18: (A e B) Meios elaborados com 100% e 50% de uva, respectivamente. (C) Meio constituído de 100% de suco. (D) MRS – meio controle. Nas figuras A, B e C, observam-se colônias com pigmentação, diferente do encontrado no MRS.

84

Figura 19: Diagrama de caixa para o Lactobacillus delbrueckii ATCC 7830, usando Agar Uva com pH 5,5 e autoclavado por 5 minutos. L: Lactobacillus; Log UFC/mL: logaritmo de unidades formadoras de colônias por mililitro; oC: grau Celsius; Mean: média; SD: desvio-padrão.

86

Figura 20: Diagrama de caixa para o Lactobacillus GG rhamnosus ATCC 53103, usando Agar Uva com pH 5,5 e autoclavado por 5 minutos. L: Lactobacillus; Log UFC/mL: logaritmo de unidades formadoras de colônias por mililitro; oC: grau Celsius; Mean: média; SD: desvio-padrão.

86

Figura 21: Diagrama de caixa para o Lactobacillus casei ATCC 393, usando Agar Uva com pH 5,5 e autoclavado por 5 minutos. L: Lactobacillus; Log UFC/mL: logaritmo de unidades formadoras de colônias por mililitro; oC: grau Celsius; Mean: média; SD: desvio-padrão.

87

Figura 22: Diagrama de caixa para o Lactobacillus sake CECT 906, usando Agar Uva com pH 5,5 e autoclavado por 5 minutos. L: Lactobacillus; Log UFC/mL: logaritmo de unidades formadoras de colônias por mililitro; oC: grau Celsius; Mean: média; SD: desvio-padrão

87

Figura 23: Diagrama de caixa para o Lactobacillus GG rhamnosus ATCC 53103, usando Agar Uva com pH 5,5 e autoclavado por 15 minutos. L: Lactobacillus; Log UFC/mL: logaritmo de unidades formadoras de colônias por mililitro; oC: grau Celsius; Mean: média; SD: desvio-padrão.

88

Figura 24: Diagrama de caixa para o Lactobacillus delbrueckii ATCC 7830, usando Agar Uva com pH 5,5 e autoclavado por 15 minutos. L: Lactobacillus; Log UFC/mL: logaritmo de unidades formadoras de colônias por mililitro; oC: grau Celsius; Mean: média; SD: desvio-padrão.

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Figura 25: Diagrama de caixa para o Lactobacillus casei ATCC 393 usando Agar Uva com pH 5,5 e autoclavado por 15 minutos. L: Lactobacillus; Log UFC/mL: logaritmo de unidades formadoras de colônias por mililitro; oC: grau Celsius; Mean: média; SD: desvio-padrão.

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Figura 26: Diagrama de caixa para o Lactobacillus sake CECT 906, usando Agar Uva com pH 5,5 e autoclavado por 15 minutos. L: Lactobacillus; Log UFC/mL: logaritmo de unidades formadoras de colônias por mililitro; oC: grau Celsius; Mean: média; SD: desvio-padrão.

89

Figura 27: Gráfico das Médias para L. GG rhamnosus ATCC 53103 Log UFC/mL: logaritmo de unidade formadora de colônia por mililitro; oC: grau Celsius; pH: potencial de hidrogênio.

90

Figura 28: Gráfico das Médias para L.delbrueckii ATCC 7830. Log UFC/mL: logaritmo de unidade formadora de colônia por mililitro; oC: grau Celsius; pH: potencial de hidrogênio.

91

Figura 29: Gráfico das Médias para L.casei ATCC 393. Log UFC/mL: logaritmo de unidade formadora de colônia por mililitro; oC: grau Celsius; pH: potencial de hidrogênio.

92

Figura 30: Gráfico das Médias para L. sakei CECT 906. Log UFC/mL: logaritmo de unidade formadora de colônia por mililitro; oC: grau Celsius; pH: potencial de hidrogênio.

93

Figura 31: Comparação entre meios de cultivo com 100% ou 50% de suco em relação ao crescimento de colônias das estirpes analisadas. Log UFC/mL: logaritmo de unidade formadora de colônia por mililitro.

94

Figura 32: Comparação entre meios de cultivo com 100% ou 50% de uva quanto ao crescimento de colônias das estirpes analisadas. Log UFC/mL: logaritmo de unidade formadora de colônia por mililitro. L: Lactobacillus.

95

Figura 33: Comparação entre meios de cultivo com 100% de uva e meio MRS. Log UFC/mL: logaritmo de unidade formadora de colônia por mililitro; L: Lactobacillus, MRS: de Man, Rogosa and Sharpe.

96

Figura 34: Comparação entre meios de cultivo formulados com uva e suco de uva e meio MRS. Log UFC/mL: logaritmo de unidade formadora de colônia por mililitro; MRS: de Man, Rogosa and Sharpe, pH: potencial de hidrogênio; min: minutos.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Produção (em toneladas) de uvas para processamento e para consumo in natura, no Brasil.

19

Quadro 2: Composição da uva (Vitis vinifera L.) por 100 gramas de parte comestível.

22

Quadro 3: Conteúdo fenólico de sucos e vinhos.

24

Quadro 4: Principais aplicações do bagaço de uva na indústria.

26

Quadro 5: Microrganismos encontrados como fitopatógenos em uvas

32

Quadro 6: Efeitos benéficos à saúde, atribuídos pelos probióticos e seus respectivos mecanismos de ação.

46

Quadro 7: Substratos de origem vegetal utilizados como veículo de microrganismos probióticos.

49

Quadro 8: Aplicação de microrganismos probióticos em produtos no Brasil.

50

Quadro 9: Meios de cultura comumente empregados para isolamento e identificação de bactérias láticas de interesse.

52

Quadro 10: Meios de cultura comumente empregados para isolamento e identificação de leveduras de interesse.

54

Quadro 11: Composição do meio de cultura para pesquisa de microrganismos pectinolíticos.

54

Quadro 12: Composição do Agar MRS.

63

Quadro 13: Resultado da contagem de colônias para as corridas do planejamento.

81

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Culturas-padrão usadas nos experimentos.

59

Tabela 2: Planejamento de Misturas Simplex-Lattice com Pontos Interiores.

67

Tabela 3: Planejamento fatorial fracionário 22 e 3 pontos centrais.

69

Tabela 4: Caracterização morfotintorial das estirpes isoladas das uvas em diferentes condições.

71

Tabela 5: Resistência de bactérias láticas isoladas de uva ao pH 3,5.

73

Tabela 6: Viabilidade celular das culturas isoladas da superfície da uva em Caldo MRS suplementado com 0,3% de bile.

74

Tabela 7: Relação entre as estirpes isoladas e o perfil de bandas obtidos no ARDRA.

78

Tabela 8: Identificação molecular por sequenciamento das cepas com perfil de bandas distintos.

79

Tabela 9: Melhores condições de pH, temperatura de incubação, tempo de autoclavação e formulação do meio para o crescimento de bactérias láticas.

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

µL: microlitros

16S rRNA: subunidade 16S do RNA ribossomal

a.C.: antes de Cristo

ANOVA: Analysis of Variance, Análise de variância

ARDRA: Amplified Ribosomal DNA Restriction Analysis, Análise de Restrição do DNA Ribosomal Amplificado

ATCC: American Type Culture Colection

BAA: bactéria ácido acética

BAL: bactéria ácido lática

BHI: Brain Heart Infusion, infusão de cérebro e coração

DNA: Deoxyribonucleic, Ácido desoxirribonucléico

dNTP: Deoxynucleotide Triphosphate, Desoxiribonucleotídeo Tri-fosfato

FAO: Food and Agriculture Organization

GC: conteúdo Guanina e Citosina

GRAS: Generally Recognaze as Safe

g/L: grama por litro

h: horas

Kb: padrão de bases

KDa: quilo Dalton

L: litros

LDH: desidrogenase lática

log: unidade logarítmica

MgCl2: cloreto de magnésio

mL: mililitros

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MRS: Man, Rogosa and Sharpe

NAD: nicotinamida adenina dinucleotídeo

NADH: nicotinamida adenina dinucleotídeo

oC: graus Celsius

PCR: Polimerase Chain Reaction, Reação em Cadeia da Polimerase

pH: potencial de hidrogênio

SO2: ácido sulfúrico

TAE: tris acetato EDTA

TBE: tris borato EDTA

UFC: unidade formadora de colônias

UFRJ: Universidade Federal do Rio de Janeiro

UV: ultravioleta

WHO: World Health Organization

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SUMÁRIO

1. Introdução 14 2. Justificativa 16 3. Objetivos 17 3.1. Objetivo geral 17 3.2. Objetivos específicos 17 4. Revisão Bibliográfica 18 4.1. Uva e resíduos da vitivinicultura 18 4.2. Variedade de uva para produção de vinho 20 4.3. Produção de vinho e suco de uva 24 4.4. Resíduos agroindustriais 27 4.5. Microbiota da uva 29 4.5.1. Fatores que afetam a microbiota da uva 29 4.5.2. Principais microrganismos da microbiota da uva 29 4.5.3. Microrganismos fitopatogênicos 30 4.6. Presença de microrganismos de interesse industrial na uva 33 4.6.1. Levedura 33 4.6.2. Bactérias ácido láticas 34 4.7. Microrganismos pectinolíticos 36 4.7.1. Pectina 37 4.7.2. Definição e nomenclatura da enzima pectinase 37 4.7.3. Importância prática, econômica e aplicação industrial 38 4.7.4. Mecanismos de ação das pectinases 40 4.8. Microrganismos com potencial probiótico 42 4.8.1. Microrganismos probióticos 42 4.8.2. Mecanismos de ação de microrganismos probióticos 44 4.8.3. Legislação para probióticos 46 4.8.4. Aplicação de microrganismos probióticos 49 4.9. Seleção e isolamento de microrganismos de interesse 51 4.9.1. Métodos tradicionais 51 4.9.2. Métodos recentes 55 4.9.2.1. Técnicas moleculares 55 5. Material e métodos 59 5.1. Seleção de microrganismos com interesse tecnológico para a indústria de uvas e vinhos

59

5.1.1. Origem das uvas 59 5.1.2. Culturas padrão 59 5.1.3. Isolamento e estocagem dos microrganismos da superfície da uva 60 5.1.4. Seleção de bactérias láticas produtoras de substâncias antimicrobianas 60 5.1.5. Seleção de bactérias láticas com potecial probiótico 61 5.1.5.1. Resistência ao pH ácido 61 5.1.5.2. Resistência a sais biliares 62

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5.1.5.3. Análise estatística 62 5.1.6. Seleção de microrganismos pectinolíticos 62 5.1.7. Identificação molecular dos microrganismos isolados que apresentaram propriedades tecnológicas de interesse

64

5.1.7.1. Extração do DNA das culturas analisadas 64 5.1.7.2. Amplificação do gene codificador do RNAr 16s por PCR 64 5.1.7.3. Análise de restrição do DNA ribossomal amplificado (ARDRA) 65 5.1.7.4. Purificação do material genético 65 5.1.7.5. Identificação molecular por seqüenciamento 66 5.2. Desenvolvimento do meio de cultivo para isolamento de bactérias láticas de interesse para vitivinicultura

66

5.2.1. Planejamento de misturas 67 5.2.1.1. Obtenção dos componentes analisados no planejamento de misturas 68 5.2.2. Planejamento fatorial fracionário (23-1) 69 6. Resultados 71 6.1. Isolamento de microrganismos com interesse tecnológico para indústria de uvas e vinhos

71

6.1.1. Isolamento e caracterização morfotintorial de microrganismos isolados 71 6.1.2. Seleção de estirpes produtoras de substância antimicrobiana semelhante à bacteriocina

71

6.1.3. Determinação de características probióticas das culturas isoladas 72 6.1.4. Pesquisa de presença da enzima pectinase 75 6.1.5.Identificação molecular dos microrganismos isolados com interesse tecnológico

76

6.2. Desenvolvimento de meio de cultura para isolamento de bactérias láticas de interesse na vitivinicultura

79

6.2.1. Meios de cultura 79 7. Discussão 98 8. Conclusão 105 9. Referências bibliográficas 106

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1. INTRODUÇÃO

A agricultura gera quantidades significativas de resíduos que, podem em alguns casos ser

considerados não perigosos, mas possuem um alto conteúdo de matéria orgânica, que causam

impactos no ambiente. O fato de sua produção ser concentrada em épocas específicas do ano

representa um potencial poluidor. O uso eficiente de resíduos industriais é importante não só para

diminuir o impacto ambiental, mas também para aumentar a rentabilidade. A matéria orgânica

apresenta potencial como fonte renovável de energia ou como substrato para a formulação de

outros produtos. Uma indústria que produz uma quantidade significativa de resíduos é a

vitivinicultura, que constitui uma parte importante da economia de diversas regiões no mundo, de

acordo com a FAO a cultura de uva produz mais de 60 milhões de toneladas anualmente (Ping et

al., 2011).

Durante o processamento e elaboração do vinho e do suco de uva alguns microrganismos

participam de forma efetiva. As bactérias ácido láticas (BAL) apresentam papel importante na

produção de vinho, onde seu crescimento e metabolismo podem ter efeitos positivos e negativos

no vinho. A transformação do ácido málico em ácido lático na fermentação malolática é positivo

para o vinho já que diminui a acidez e permite a formação de uma série de produtos, além da

remoção de ocratoxina A. Entretanto podem levar a formação de compostos com propriedades

sensoriais negativas como β – D- glucanas, ácido acético e formação de aminas biogênicas. Além

dessa característica, as bactérias ácido láticas podem ser aplicadas em melhorias no produto

devido seu potencial probiótico trazendo, portanto benefícios à saúde do consumidor e ação

contra patógenos devido a presença de substâncias antimicrobianas (Holzapfel, 2006; Terrade et

al., 2009).

Os microrganismos pectinolíticos, principalmente fungos e bactérias, são importantes na

indústria pela sua ação hidrolítica na molécula de pectina. Sendo assim, tais microrganismos

podem ser relevantes por permitirem a clarificação do suco de uva e facilitarem a extração,

aumentando o rendimento da produção (Benoit et al., 2012).

O isolamento e identificação de microrganismos da microbiota da superfície de cascas de

uvas podem revelar microrganismos com potencial tecnológico para o beneficiamento da

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vitivinicultura, além de reduzir o uso de microrganismos comerciais, prática que frequentemente

aumenta os custos do processamento.

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2. JUSTIFICATIVA

O aumento do consumo de sucos de frutas naturais, impulsionado pela busca por hábitos

mais saudáveis e o reconhecimento da qualidade do vinho brasileiro, elevam o seu consumo pela

população. Desse modo, a cultura de uva e vinho no Brasil é crescente, representando um

importante segmento da economia nas regiões sul e nordeste do país.

No processamento da uva, normalmente são utilizados microrganismos de uso comercial,

aumentando assim o custo da produção. A aplicação de microrganismos isolados da superfície da

uva no processamento dos seus derivados, permite uma ação mais específica, visto que as

variedades de uvas influenciam suas características nutricionais e tecnológicas, assim como sua

microbiota. Poucos estudos avaliam a utilização de microrganismos da uva no processamento e

beneficiamento do suco e do vinho. A microbiota da uva é complexa e formada principalmente

por leveduras e bactérias. As bactérias desempenham funções importantes na vitivinicultura,

entretanto são menos estudadas que as leveduras. Além de atuar nos processos fermentativos, as

bactérias produzem enzimas importantes em etapas do processamento, além de uma possível

utilização nos resíduos agroindustriais.

O processamento industrial da uva resulta em uma produção alta de resíduos. Apesar de

estudos que buscam alternativas de uso para estes resíduos, ainda há uma quantidade significativa

de matéria orgânica com destino inadequado. Desse modo, a utilização de microrganismos para a

sua degradação é relevante. As bactérias pectinolíticas e celulolíticas adaptadas à superfície da

uva são importantes nessa utilização por aumentarem o rendimento dessa reação. Além da

possível degradação do bagaço, os microrganismos pectinolíticos isolados da uva podem atuar de

forma mais específica na etapa de clarificação da produção do suco.

Na literatura atual poucos estudos abordam o papel das bactérias láticas como produtoras

de pectinase. A sua aplicação na produção de suco de uva é vantajosa por unir as ações probiótica

e pectinolítica, em um microrganismo. Além disso, a presença de bactérias láticas com potencial

probiótico no suco permite a valorização do produto e o crescente mercado de produtos

probióticos indica a importância de avanços nessa área.

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3. OBJETIVOS

3.1. OBJETIVO GERAL

Isolar microrganismos produtores de substâncias de interesse tecnológico, a partir da

superfície de uvas Vitis vinifera, usadas na vitivinicultura no sul do Brasil e desenvolver um meio

de cultivo baseado na uva Vitis vinifera e seus derivados.

3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Isolar microrganismos produtores de substâncias antimicrobianas semelhantes às bacteriocinas;

- Isolar microrganismos com potencial probiótico;

- Isolar microrganismos produtores de enzima pectinase;

- Identificar os microrganismos isolados por métodos moleculares;

- Desenvolver um meio de cultura sólido não seletivo composto de uva e seus derivados para

isolamento de microrganismos selvagens de interesse para indústria da uva.

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4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

4.1 Uva e resíduo da vitivinicultura

A cultura da uva (Vitis sp.) é a segunda maior cultura no mundo depois apenas da laranja.

Dentre as espécies mais cultivadas encontra-se a Vitis vinifera (Figura 1), usada para produção de

vinho. A uva é uma fruta não climatérica que pode ser consumida in natura ou desidratada.

Também pode ser usada na elaboração de geléias, suco, vinagre e vinho. Aproximadamente 71%

das uvas no mundo são usadas para produção de vinho, 27% como fruta fresca e 2% como fruta

desidratada (Arvanitoyannis e Varzakas, 2008; Demiral e Ayan, 2011).

Figura 1: Uva Vitis vinifera

No Brasil, a vitivinicultura é uma atividade importante para sustentabilidade de pequenas

propriedades, tendo apresentado no ano de 2011 um aumento de 12,97% na produção de uvas. Na

vitivinicultura brasileira, parte da uva é destinada ao consumo in natura e parte é processada

(Quadro 1), destas 60,9% são destinadas à produção de vinho, enquanto 37,3% para produção de

suco de uva, como se pode observar na figura 2 (Embrapa Uva e Vinho, 2010; Mello, 2012).

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Quadro 1: Produção (em toneladas) de uvas para processamento e para consumo in natura, no Brasil.

Discriminação/ano

2007 2008 2009 2010

Processamento

637.125 708.042 678.169 557.888

Consumo in natura

717.835 691.220 667.550 737.554

Total

1.354.960 1.399.262 1.345.719 1.295.442

Fonte: Embrapa Uva e Vinho, 2010.

Figura 2: Produção de vinhos, sucos e derivados a partir de uvas destinadas ao processamento no Rio

Grande do Sul no ano de 2011.

A uva é um dos alimentos mais antigos da humanidade, originário da Ásia, da região

árida do Cáucaso, existindo há cerca de 6.000 anos a.C. No Brasil o desenvolvimento da

vitivinicultura só ocorreu no século XIX, após a chegada dos imigrantes portugueses e italianos.

A uva é produzida pela videira e atualmente são conhecidas mais de 10.000 variedades

encontradas em todos os continentes, predominantemente em climas temperados. As uvas podem

ser cultivadas em várias regiões onde cada variedade se adapta a diferentes tipos de solo e clima

(Pereira et al., 2008; Vedana et al., 2008; Ferrari et al., 2010).

Vinho mesa

Vinho fino

Suco de uva integral

Suco concentrado

Outros derivados

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4.2. Variedade de uva para produção de vinho

Em torno de 60% das uvas destinadas ao processamento, são utilizadas na elaboração do

vinho. As uvas da categoria Vitis vinifera são usadas para produção de vinhos finos e Vitis

labrusca, Vitis bourquina e híbridos para produção de vinhos comuns. A variedade Vitis vinifera

produz vinho de melhor qualidade; no entanto, seu cultivo está limitado a algumas regiões

brasileiras, como Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Região do Vale do São Francisco, pois as

condições de clima e solo são mais favoráveis. As uvas destinadas à produção de vinhos de mesa,

sucos e derivados para consumo in natura são, na sua maioria, da variedade Vitis labrusca

(Aquarone et al., 2001; Camargo et al., 2007).

No Brasil, as variedades de uvas cultivadas para o vinho são (Aquarone et al., 2001):

a) Vitis vinifera

• Tintas: Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc, Pinot Noir, Bonarda,

Sangiovese, Canaiolo, Syrah e Tannat;

• Brancas: Riesling Renano, Riesling Itálico, Chardonnay, Gewürztraminer,

Malvasia, Pinot Blanc, Trebbiano, Peverella, Moscatel Flora, Sauvignon Blanc e

Semillon;

b) Vitis labrusca

• Tintas: Isabel, Concord, Tercy, Bordô, Folha de Figo e York Madeira;

• Brancas: Niagara;

c) Vitis bourquina

• Tintas: Hebermont e Jaques;

d) Híbridas

• Tintas: Seibel 2, Seibel 10.096, IAC 138-22, Pignoletta e Couderc;

• Brancas: Seyve Villard 5.276, IAC 116-31, IAC 21-14.

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O cacho de uva é composto por engaço que possui os pedúnculos e as almofadas. Estes

sustentam o cacho formado pelas bagas, também chamadas de grãos. A baga é composta

principalmente por casca (6-12%), semente (2-5%) e polpa (85-92%) (Figura 3). A uva é

composta basicamente por açúcares, ácidos, pectinas, gomas, compostos aromáticos e compostos

fenólicos (Peixoto, 2000; Souza, Lima e Vieites, 2010). A composição nutricional da polpa está

discriminada no Quadro 2.

Figura 3: Partes integrantes do cacho de uva.

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Quadro 2: Composição da uva (Vitis vinifera L.) por 100 gramas de parte comestível.

Componentes Quantidade/100g parte

comestível

Umidade 81,6g Proteínas 0,6 g Lipídios 0,7 g Glicídios 16,7 g Fibra 1,1 g Cinzas 0,4 g Cálcio 12 mg Fósforo 15 g Ferro 0,9 mg Potássio 185 mg Magnésio 6 mg Manganês 0,06 mg Vitamina A (retinol) 7,3 mg Vitamina B1 (tiamina) 0,09 mg Vitamina B3 Niacina 0,3 mg Vitamina B5 (ácido pantotênico) 0,02 mg Vitamina B6 (piridoxina) 0,11 mg Vitamina C (ácido ascórbico) 10,8 mg Vitamina B2 (riboflavina) 0,06 mg

Fonte: Tabela de alimentos em composição química e medidas caseiras – 2003. Estudo Nacional da Despesa Familiar – 1999. g – grama; mg – miligrama.

Um dos componentes mais estudados da uva são os polifenóis, metabólitos secundários

da via pentose-fosfato em plantas, sendo considerado o grupo de fitoquímicos mais encontrados,

com importância fisiológica e morfológica para plantas, como funções antialérgicas,

antiarterogênica, antiinflamatória, antimicrobiana, antioxidante, antitrombótica, cardioprotetora e

vasodilatadora. O potencial antioxidante é considerado o mais importante em determinar as suas

características benéficas, vinculadas ao consumo de frutas e hortaliças. Estruturalmente consistem

de um anel aromático com moléculas de hidroxilas, normalmente conjugados com mono ou

polissacarídeos. O possível benefício à saúde depende da absorção dos polifenóis pelo organismo.

São polifenóis: quercitina, taninos, antocianinas, flavonóides, resveratrol, catequinas,

proatocianinas, ácido hidroxibenzóico e resviratrol (Figura 4) (Baydar, Özkan e Sagdiç, 2004;

Balasundram, Sundram e Samman, 2006; Baydar, Özkan e Yasar, 2007).

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Figura 4: Estrutura química dos polifenóis resvetrol e catequina.

Os antioxidantes são compostos químicos que diminuem os efeitos maléficos ao

organismo, pois possuem capacidade de reagir com os radicas livres, sendo inibidores dos

processos oxirredutores. Os polifenóis são exemplos de antioxidantes não enzimáticos, assim

como vitaminas e ácido úrico (Pimentel et al., 2005; Dani, 2006; Vedana, 2008).

Os radicais livres são moléculas altamente reativas produzidas naturalmente no

metabolismo. Entretanto quando em excesso podem ser prejudiciais à saúde, causando oxidação

das células, facilitando o desenvolvimento de diversas patologias (Perin e Schott, 2011).

Os antioxidantes possuem mecanismo de ação variado, inativação dos radicais livres,

redução de hidroperóxidos e complexação de íons metálicos, podendo agir sobre radicais livres

tornando-os menos reativo. Os antioxidantes endógenos, ou seja, produzidos pelo organismo,

apresentam eficiência parcial, sendo necessária a ingestão de antioxidantes exógenos, por meio da

dieta, que podem ser encontrados nas plantas, principalmente nas frutas. Além disso, os

antioxidantes naturais têm a possibilidade de melhorar a estabilidade e qualidade dos alimentos,

trazendo consigo beneficio a saúde humana (Pimentel et al., 2005; Vedana, 2008).

Dentre as frutas, as uvas são consideradas uma das maiores fontes de compostos

fenólicos. Desse modo, os produtos derivados do seu processamento, como suco e vinho,

apresentam alto conteúdo fenólico (Quadro 3) (Balasundram, Sundram e Samman, 2006; Abe et

al., 2007).

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Quadro 3: Conteúdo fenólico de sucos e vinhos.

Bebidas Conteúdo fenólico total (mg ácido gálico /L)

Sucos comerciais

Maçã 339 ± 43 Uva 535 ± 11 Laranja 755 ± 18

Suco fresco

Uva 1.728 Laranja 382-1.147

Vinho tinto

Argentino 1.593-1.637 Brasileiro 1.947-1.984 Chileno 2.133 Californiano 1.800-4.059

Vinho branco

Argentino 216 Brasileiro 256-353 Californiano

220-306

Adaptado de Balasundram, Sundram e Samman, 2006. mg- miligrama; L – litro.

4.3. Produção de vinho e suco de uva

O vinho é uma bebida proveniente exclusivamente da fermentação alcoólica de uva

madura e fresca ou suco de uva fresca (Brasil, 1973). A definição bioquímica do vinho seria:

bebida proveniente da fermentação alcoólica dos açúcares de suco de uva pelas leveduras ou

pelas bactérias láticas (Aquarone et al., 2001). O processo de elaboração do vinho está

exemplificado no fluxograma da figura 5.

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Figura 5: Fluxograma de operação para produção de vinho tinto (Barnabé, 2006).

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O processamento da uva para elaboração do suco e do vinho gera o bagaço de uva como

resíduo agroindustrial. O bagaço é definido como o produto resultante da prensagem de uvas

frescas, fermentado ou não, constituído pelas partes sólidas das uvas e pelo mosto (Regulamento

CE, 1999). Normalmente, o bagaço é usado como ração animal ou fertilizante orgânico. Assim

como a uva, o bagaço é rico em polifenóis. Desse modo, o resíduo agroindustrial da

vitivinicultura pode ser usado como fonte de polifenóis (Quadro 4). Há uma necessidade por

antioxidantes naturais derivados de frutas e plantas, já que antioxidantes sintéticos são

considerados tóxicos e carcinogênicos aos humanos (Ferrer et al., 2001; Arvanitoyannis e

Varzakas, 2008; Demiral e Ayan, 2011).

Quadro 4: Principais aplicações do bagaço de uva na indústria.

Uso do resíduo agroindustrial da vitivinicultura

Adequação do resíduo Referência

Antioxidantes para conservação de alimentos

Extração por Soxhlet Bayden, Ozkan e Sagdiç, 2004

Antioxidantes para conservação de alimentos

Ausente Balasunndam, Sundann e Sammam, 2006

Produção de ácido glucônico Processo fermentativo Sing e Sing, 2006

Antioxidante para conservação de alimentos

Extração por filtração Baydan, Ozkan e Yasar, 2007

Absorção de metais Secagem Farinella, Matos e Arruda, 2007

Produção de ácido lático e biossurfactantes

Hidrólise química Rivera et al., 2007

Produção de biodisel e compostagem

Ausente Arvanitoyamis e Varzakas, 2008

Atividade antimicrobiana em alimentos

Concentração por rotavapor Serra et al., 2008

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Produção de celulose e hemicelulose

Hidrólise química Spino, Pizzoro e Farrei, 2008

Absorção de cobre e níquel Ausente Bhatnagan e Sillarpcia, 2010

Produção de celulose bacteriana Extração aquosa Carreira et al., 2011

Produção de biocombustível para aquecimento e gerador de eletricidade

Pirólise Demiral e Ayan, 2011

Imobilização de células para fermentação em estado sólido

Ausente Genisheva et al.,

2011

Elaboração de farinha para produção de biscoito

Maceração Perin e Schott,

2011.

Fonte de lignina, celulose e hemicelulose

Lavagem e diluição em ácido sulfúrico ou oxidação

Ping et al., 2011

4.4. Resíduos agroindustriais

Estudos demonstram possíveis finalidades para o bagaço de uva, principalmente como

substrato fermentativo para produção de substâncias com elevado nível comercial. O substrato

normalmente usado é a glicose comercial, entretanto o uso do bagaço além de representar uma

diminuição do resíduo agroindustrial é uma opção mais barata para indústria (Singh e Singh,

2006; Demiral e Ayan, 2011).

O bagaço da uva representa aproximadamente 20% do peso de uva colhida. Atualmente,

pouca quantidade desse subproduto é reaproveitada. Todos os dias toneladas de frutas e derivados

sofrem decomposição inapropriada e são descartadas em ambientes abertos causando sérios danos

ao meio ambiente. A bioconversão desse material pode ser parte do controle de poluição do meio

ambiente pelo produtor, além de proporcionar a produção com menor custo comercial de outros

produtos. O bagaço de uva contém alta concentração de açúcar e é facilmente disponível,

podendo ser considerado um bom substrato (Singh e Singh, 2006; Arvanitoyannis e Varzakas,

2008).

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De acordo com o Decreto-Lei n.o 239/97, de 9 de Setembro, resíduo é qualquer

“substância ou objeto de que o detentor se desfaz ou tem intenção ou obrigação de se desfazer,

nomeadamente os previstos em portaria dos Ministérios da Economia, da Saúde, da Agricultura,

do Desenvolvimento Rural e das Pescas e do Ambiente, em conformidade com o Catálogo

Europeu de Resíduos, aprovado por decisão da Comissão Européia”.

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente (Brasil, 2011), dentre os resíduos

sólidos, os resíduos agrícolas foram os que apresentaram maior potencial de geração de energia

elétrica, principalmente o bagaço de cana de açúcar. Entretanto sabe-se que a maior parte do

resíduo agrícola é utilizada para alimentação animal, alimentação humana e fertilizante orgânico,

praticas estas consideradas como nobres. Não é possível estimar as quantidades utilizadas de

resíduo agrícola, entretanto esta é considerada relevante. O crescimento dos setores agrícolas

indica que a geração de resíduos continuará aumentando, porém a legislação vigente não

apresenta exigências quanto ao destino dos resíduos. Sendo assim a Lei 9.795 de 27 de abril de

1999 (Brasil, 1999) é utilizada como referência, na qual define educação ambiental como “os

processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais,

conhecimentos, habilidades, atitudes e competência voltadas para a conservação do meio

ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua

sustentabilidade” (Brasil, 2011).

De acordo com a diversidade das possíveis aplicações, confirma-se que o aproveitamento

de resíduos materiais das indústrias agrícolas gera um impacto positivo para a indústria

correspondente e a economia local e nacional. O uso do resíduo pode diminuir o valor do produto

final, além de agregar valor ao resíduo, através da sua utilização e processamento para obtenção

de outros produtos, como meios de cultivo. As características nutricionais dos resíduos gerados

na vitivinicultura são determinantes na elaboração de meio de cultura específico para cultura de

microrganismo de interesse deste setor.

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4.5. Microbiota da uva

A microbiota encontrada na casca da uva é variada e numerosa, a presença de cera na

superfície da casca permite a retenção da mesma. Entre os microrganismos presentes na uva,

existem os úteis e os indesejáveis (Aquarone, 2001).

O conhecimento da microbiota da uva é importante para produção de um vinho com

melhor qualidade e atributos desejáveis. As uvas apresentam uma complexa ecologia microbiana

que inclui fungos filamentosos, leveduras e bactérias, com diferentes características fisiológicas e

efeitos na produção do vinho. A microbiota residente apresenta interações dinâmicas, e estas vão

determinar a ecologia microbiana da superfície da uva no tempo de colheita e a comunidade

microbiana transferida para o vinho e o suco de uva (Bae, Fleet e Heard, 2004; Li et al., 2010;

Barata, Malfeito-Ferreira e Loureiro, 2012).

4.5.1. Fatores que afetam a microbiota da uva

Alguns microrganismos são encontrados apenas nas uvas, outros têm capacidade de

sobreviver no vinho. A proporção desses microrganismos depende do estágio de maturação da

uva e da viabilidade de nutrientes. Condições climáticas como temperatura, exposição aos raios

ultravioleta (UV), chuvas e ventos, e os vetores encontrados influenciam na microbiota da uva

(Bae, Fleet e Heard, 2004; Chiotta et al. 2009; Barata, Malfeito-Ferreira e Loureiro, 2012).

4.5.2 Principais microrganismos da microbiota da uva

Nos estudos envolvendo a microbiota da uva, as leveduras são mais estudadas do que as

bactérias sendo encontradas frequentemente, pois exercem papel fundamental na fermentação

alcoólica. Leveduras dos gêneros Kloeckera, Metschnikowia, Torulaspora, Issatchenkia,

Candida, Dekkera, Brettanomyces, Kluyveromyces e Pichia são encontrados na superfície das

uvas, sendo a Hanseniaspora uvarum e Candida zemplinina as mais comuns. As leveduras não

pertencentes ao gênero Saccharommyces, normalmente encontrada em menor concentração

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durante a fermentação alcoólica, complementam a ação da Saccharomyces cerevisiae já que são

responsáveis por causar impacto positivo no aroma do vinho, reduzindo a acidez volátil e o

conteúdo de ácido málico (Bae, Fleet e Heard, 2004; Zott et al., 2010; Barata, Malfeito-Ferreira e

Loureiro, 2012).

Dentre as bactérias são encontradas frequentemente na uva as acéticas, destacando-se os

gêneros Gluconobacter spp., Acetobacter spp. e Gluconoacetobacter spp. Além destes, as

bactérias láticas podem aumentar a produção de compostos sensoriais responsáveis pelas

características sensoriais, a formação de aminas biogênicas e fenóis voláteis. As bactérias ácido

láticas, principalmente Oenococcus oeni são responsáveis pela fermentação malolática, que

melhora o equilíbrio ácido, o flavour e a estabilidade microbiana do vinho. Dentre as bactérias

láticas, o gênero lactobacilos e suas aplicações no alimento são mais estudados, tendo importante

papel na conservação, produção e alteração de alimentos. O Lactobacillus spp. e o Pediococcus

spp. são responsáveis por processos de fermentação espontânea na uva, com produção de vinho.

Algumas espécies de lactobacilos são comumente encontradas em uvas, e podem crescer em suco

e vinho. Algumas espécies novas foram isoladas recentemente de uvas, como por exemplo

Lactobacillus kunkeei, L. nagelii, L. bobalius e L. vini. (Bae, Fleet e Heard, 2004; Manes-Lazaro,

2008; Orduna, 2010; Barata, Malfeito-Ferreira e Loureiro, 2012).

4.5.3. Microrganismos fitopatogênicos

Os fitopatógenos são microrganismos que causam danos às plantas, principalmente frutas

e vegetais que são mais susceptíveis por apresentarem uma maior concentração de água (Duarte e

Ramirez, 2006). No Brasil, as doenças pós colheita causadas por microrganismos fitopatogênicos

constituem um grave problema e apresentam prejuízos em torno de 80% do valor total da

produção de frutas (Camargo et al., 2011). Desse modo é necessário o uso de fungicidas, o que

aumenta o nível de contaminantes no produto final (Coelho, Hoffmann e Hirooka, 2003).

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Os mecanismos de ataque dos fitopatógenos podem ser por meio de:

Enzimas – desintegram componentes estruturais das células do hospedeiro. Por exemplo,

as exoenzimas do tipo cutinases, que são esterases que degradam a cutícula, camada lipídica

contínua que recobre a epiderme de folhas, frutos e talos jovens. A cutícula tem como principal

função evitar a difusão de água e nutrientes para o ambiente externo, protegendo a planta contra

efeitos adversos. Outra exoenzima prejudicial às plantas é a celulase que causa colapso das

células resultando na formação de lesões, ou alteração do fluxo normal de água devido o bloqueio

de elementos vasculares;

Fitotoxinas – alteram a permeabilidade das membranas. As fitotoxinas são substância de

baixo peso molecular (<1.000 daltons) ativas em concentrações fisiológicas e podem ser

peptídeos, glicopeptídeos ou derivados de aminoácidos. Estas substâncias alteram a

permeabilidade e o potencial de membranas, causando mudanças no equilíbrio iônico, perda de

eletrólitos, inibição ou estímulo de enzimas, aumento na respiração e na biossíntese de etileno;

Alteração hormonal – alteram a divisão e crescimento celular. Desequilíbrio hormonal de

auxinas que levam a um aumento da plasticidade da célula e alongamento celular, de ciocininas

alterando a divisão celular e do etileno, que gera uma desfolha e inibição do crescimento;

Ação mecânica – capacidade de atravessar a parede celular causando degradação

(Coelho, Hoffmann e Hirooka, 2003).

Micotoxinas - metabólitos secundários tóxicos provenientes de vias biossintéticas

comuns em fungos que proliferam em produtos agrícolas destinados a alimentação humana e

animal. Estas substâncias são consideradas toxinas naturais de difícil controle aliada a

termorresistência perante o processamento industrial. Portanto, as micotoxinas são consideradas

um dos pontos críticos de controle decisivos no comércio internacional de produtos agrícolas

(Coelho, Hoffmann e Hirooka, 2003).

O consórcio microbiológico do vinho (leveduras, bactérias acéticas e bactérias lácticas)

não é responsável por doenças na uva. Entretanto há microrganismos patogênicos que causam

doenças à uva (Quadro 5), prejudicando a produção de suco e vinho, como os fungos

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filamentosos Botrytis cinerea, Penicillium sp. e Aspergillus sp., conhecidos por sua capacidade de

deteriorar as uvas antes da colheita. A presença da micotoxina ocratoxina A, encontrada em

vinhos indica contaminação principalmente por Aspergillus carbonarius e Aspergillus nigri

durante o cultivo. A presença dessa substância é um risco para o homem já que possui potencial

carcinogênico (Bae, Fleet e Heard, 2004; Chiotta et al., 2009; Barata, Malfeito-Ferreira e

Loureiro, 2012).

Quadro 5: Microrganismos encontrados como fitopatógenos em uvas

Microrganismos Espécies fitopatogênicas isoladas Referência

Fungos Alternaria alternata, Aspergillus niger,

Cladosporium herbarum, Penicillium

expansum, Lasiodiplodia theobromae,

Rhizopus stolonifer

Camargo et al., 2011

Botrystis spp; Penicillium spp.; Rhizopus spp. Coelho, Hoffmann e Hirooka, 2003

Botrytis cinera, Uncinula necator, Plasmopara

viticola

Rajo, Coello e Rodríguez, 2002

Plasmopara viticola Leite et al., 2011 Botrytis cinera, Aspergilluis niger,

Cladosporium cladosporoides, Alternaria

alternata, Mucor racemosus, Penicillium

expansum

Estay, 2006

Bactérias ácido acéticas

Acetobacter aceti Estay, 2006

As leveduras que causam danos aos vinhos são encontradas no material de vinificação e

dentro de recipientes vinários, como adegas de conservação. As leveduras deterioradoras

possuem ação oxidativa, que consiste na oxidação do álcool etílico a acetaldeído, gerando um

odor muito forte no vinho. Dentre as principais leveduras deterioradoras encontram-se Candida

mycoderma, Hansenula, Pichia ou Bretanomyces. Para evitar esse tipo de levedura, deve-se

manter o recipiente de armazenamento do vinho cheio, diminuindo a quantidade de oxigênio

(Aquarone, 2001).

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Outro dano ao vinho provocado por microrganismos é denominado azedia, que consiste

no aumento da acidez volátil, é provocada por bactérias acéticas que pertencem ao gênero

Acetobacter, sendo mais frequentes as espécies A. rancens e A. ascendens (Aquarone, 2001).

4.6. Presença de microrganismos de interesse industrial na uva

4.6.1. Leveduras

No processo de fermentação alcoólica de açúcares os principais produtos como, álcool

etílico e gás carbônico, são produzidos em quantidades equimolares (Equação 1). Também são

produzidos acetaldeído, glicerol, 2,3 butilenoglicol, ácido lático, ácido succínico, ácido cítrico,

que contribuem para o aroma e sabor do vinho (Lerma e Peinado, 2011).

C6H12O6 → 2 CH3CH2OH + 2 CO2

Equação 1: Reação química exotérmica de fermentação alcoólica.

As leveduras são agentes de fermentação alcoólica. Existe um grande número de espécies

de leveduras que se diferenciam pelo seu aspecto, suas propriedades, sua forma de reprodução e

também pela maneira de transformar o açúcar em álcool, através de processo fermentativo. As

leveduras encontradas na vinificação podem apresentar as formas: elíptica ou oval, alongada,

esférica e apiculada; e dois modos de reprodução: vegetativa por brotamento e por formação de

esporos. As leveduras se encontram na superfície da uva madura no momento da colheita e são

transportadas para a cuba ou recipiente de vinificação. Normalmente, as leveduras são

encontradas no solo em camadas superficiais, no verão são transportadas para superfície das uvas

pela poeira e sobretudo pelos insetos (Aquarone, 2001).

As leveduras apiculadas, como Kloeckera apiculata ou Hanseniaspora uvarum são

geralmente responsáveis pelo início da primeira fase da fermentação alcoólica, já que se encontra

na uva em estado ativo. Nas uvas danificadas, a fermentação pode ser iniciada com a Torulopsis

bacillares capaz de produzir álcool pelo processo de fermentação, entretanto pouco resistente ao

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anidro sulfuroso, fase na qual as Saccharomyces entram em ação e as leveduras iniciais são

inibidas. Na fase final de uma fermentação alcoólica, as espécies dominantes são S. ellipsoideus e

S. bayanus, sendo esta última mais alcoogênica (Zott et al., 2010).

A sulfitação (adição de ácido sulfúrico) é importante na produção de vinho como agente

antioxidante e protetor. Um objetivo essencial é paralisar o desenvolvimento de microrganismos

existentes naturalmente no mosto, em particular os indesejáveis. Esses microrganismos não são

destruídos, permanecem somente em seu estado latente. Desse modo as leveduras naturalmente

presentes e melhor adaptadas podem tornar-se as predominantes (Li et al., 2010).

A adição do inóculo contendo leveduras selecionadas ou desejadas em plena atividade,

tem como objetivo eliminar as selvagens. Entretanto algumas vezes ocorre falha na seleção da

levedura e dificuldade na operação. A seleção da levedura deve levar em consideração

características fisiológicas como rendimento da produção de álcool, poder alcoogênico,

resistência à temperatura elevada, grande produtora de glicerol, pequena produção de ácido

acético, produção de aroma particular e degradação de ácido málico (Aquarone, 2001).

As vantagens do emprego de leveduras, quando bem realizado são:

• Início da fermentação rapidamente;

• Fermentação regular, com conclusão mais rápida, gerando um aumento no

rendimento da produção de álcool;

• Boa conservação do vinho, sendo mais seco e isento de açúcares fermentáveis

(Aquarone, 2001, Li et al., 2010).

4.6.2. Bactérias ácido láticas

Durante séculos observou-se que após o término da fermentação alcoólica, determinados

vinhos tintos de mesa turvavam e liberavam pequenas bolhas de gás. Esse fenômeno não

ocasionava prejuízo à qualidade, ao contrário parecia contribuir para a melhoria do vinho.

Posteriormente verificou-se que se tratava de transformação biológica ocasionada por bactérias, e

denominou-se fermentação malolática (Aquarone, 2001).

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A fermentação malolática consiste essencialmente na descarboxilação bacteriana do

ácido málico em ácido lático, com liberação de gás carbônico. Esse fenômeno ocorre

naturalmente em muitos vinhos tinto de mesa. Essa reação é importante na maioria das regiões

vinícolas do mundo, particularmente naquelas como as brasileiras, onde os vinhos apresentam

acidez elevada. A fermentação malolática pode ocorrer durante, logo em seguida, após meses ou

um ano após a fermentação alcoólica, sendo então considerada tardia. Para que ocorra a

fermentação malolática é necessário que o vinho esteja armazenado em ambiente de temperatura

amena, com adição moderada de ácido sulfúrico, pH elevado devido uso de carbonato de cálcio,

ou adição de borra de vinho que tenha concluído a fermentação malolática. A inoculação de

bactérias láticas apropriadas pode influir favoravelmente na fermentação malolática. Existem

bactérias láticas comerciais para o emprego na produção de vinho tinto ou branco (Rodas, Ferrer

e Pardo, 2003; Cañas et al., 2008).

A bactéria lática Oeneococcus oeni é a espécie predominantemente responsável pela

fermentação malolática, entretanto outras espécies têm sido descritas com o mesmo potencial. As

bactérias determinadas como responsáveis pela fermentação malolática além de O. oeni são do

gênero Lactobacillus, Leuconostoc e Pediococcus (Ruiz et al., 2010).

A fermentação malolática apresenta três efeitos no vinho:

• Reduz a acidez fixa;

• Estabiliza o vinho assegurando que a fermentação malolática não ocorra quando

engarrafado;

• Aumenta o aroma do vinho (Hernández-Orte et al., 2009).

O metabolismo do ácido málico pelas bactérias láticas pode ser realizado de duas

maneiras:

1) Bactérias que possuem a enzima málica, transformam o ácido málico inicialmente em

ácido pirúvico e gás carbônico na presença da co-enzima nicotinamida adenina

dinucleotídeo (NAD). Em seguida o ácido pirúvico é imediatamente reduzido a ácido

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lático pela desidrogenase lática (LDH) com associação de nicotinamida difosfato reduzida

(NADH);

2) Enzima trans-hidrogenase málica transforma os ácidos málicos e pirúvico em ácidos

oxalacético e lático (Aquarone, 2001).

Outra aplicação das bactérias láticas na indústria do vinho é sua capacidade de alterar

frações voláteis do vinho liberando compostos aromáticos como fenóis voláteis, terpenos e

lactonas a partir de precursores encontrados na uva (Cañas et al., 2008; Hernandez-Orte et al.,

2009).

4.7. Microrganismos pectinolíticos

Aproximadamente 10% dos microrganismos do solo são pectinolíticos. Os fungos

Kluyveromyces, Aspergillus, Rhizopus, Trichoderma, Penicillium e Fusarium são conhecidos

como bons produtores de pectinases, podendo ser utilizados em escala industrial, pois cerca de

90% das enzimas produzidas podem ser secretadas no meio de cultura. Dentre as bactérias a

produção de pectinase é mais encontrada nos gêneros: Achromobacter, Aeromonas, Arthrobacter,

Agrobacterium, Enterobacter, Bacillus, Clostridium, Erwinia, Flavobacterium, Pseudomonas e

Xanthomonas. A atividade pectinolítica não é comum em bactérias láticas, mas há estudos que

mostram a ocorrência em Leuconostoc mesenteroides, Lactobacillus acidophilus, Lactobacillus

casei, Lactobacillus plantarum e Lactococcus lactis (APHA, 2001; Uenojo e Pastore, 2006;

Benoit et al., 2012).

O método básico de detecção de organismos pectinolíticos é o crescimento dos

organismos em meio de cultura sólido com adição de pectina. A produção da enzima pelo

organismo pode ser observada por depressões no meio ou pela revelação com substância que

faça deposição do substrato pectina. Desse modo ao redor da colônia produtora de pectinase será

formada uma zona clara onde o substrato foi degradado, enquanto as colônias não produtoras

permanecerão opacas (APHA,2001).

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4.7.1. Pectina

A pectina é um dos maiores e mais complexos componentes da lamela média das paredes

primárias de células de vegetais superiores, com função estrutural. Pertence a uma família de

polissacarídeo composto por 17 monômeros com mais de 20 ligações glicosídicas do tipo α-1,4

parcialmente esterificados por grupos metil-éster (Figura 6). A pectina é composta por 6

estruturas covalentemente ligadas formando um esqueleto com cadeias laterais. A pectina é

classificada em protopectina, a forma nativa unida com outros constituintes das células vegetais,

insolúvel em água e totalmente metoxilada; ácido péctico, composto de resíduos de ácido

poligalacturônico coloidal completamente desmetoxilada; e pectina e ácido pectínico que

possuem um grau variável de metoxilação e, em condições adequadas, são capazes de formar géis

com ácidos e açúcares (Uenojo e Pastore, 2006; Benoit et al., 2012).

Figura 6: Estrutura primária da pectina.

4.7.2. Definição e nomenclatura da enzima pectinase

Enzimas são compostos bioativos que regulam mudanças em tecidos vivos. As

pectinases pesam em torno de 30-80 KDa (quiloDaltons) e são um grupo heterogêneo de enzimas

que hidrolisam as substâncias pécticas presentes principalmente em plantas. De acordo com seu

sítio de ação, são classificadas e recebem sua nomenclatura (Sharma, Rhatore e Sharma, 2012):

- Poligalacturonase PG (EC 3.2.1.15);

- Pectinaliase PNL (EC 4.2.2.10);

- Pectatoliase PL (EC 4.2.2.2);

- Pectina esterase PE (EC3.1.1.11).

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4.7.3. Importância prática, econômica e aplicação industrial

As enzimas pectinolíticas ou pectinases são usadas principalmente na extração de suco

de frutas e sua clarificação, tratamento de fibra têxtil e extração de óleo vegetal. Elas hidrolisam

as substâncias pécticas, sob diferentes mecanismos de ação. Essas enzimas são classificadas em

pectinoesterase que promovem a desesterificação da cadeia de pectina e despolimerase que são

responsáveis pela quebra desta cadeia. Dentre as despolimerases, a poligalacturonase é a enzima

com função hidrolítica principal. Para maioria das finalidades industriais, as poligalacturonases

produzidas por fungos são úteis por sua atividade ótima em pH baixo, servindo para grande parte

das aplicações em processos com frutas e vegetais.

Países como Estados Unidos e Japão produzem pectinases e preparação comerciais de

pectinases. Atualmente essas enzimas correspondem a cerca de 25% do mercado mundial de

enzimas, com valor de vendas estimado em 1 bilhão de dólares (Dinu et al., 2007; Santos et al.,

2008; Benoit et al., 2012).

A hidrólise enzimática da pectina apresenta vantagens sobre a hidrólise química, já que

atua em sítios específicos da molécula, enquanto a química é pouco especifica. Esse fator é

importante quando a hidrólise parcial é necessária para produção de oligossacarídeos específicos.

Para atender esse requerimento, misturas de enzimas pectinolíticas são produzidas. Diferentes

microrganismos produzem diferentes enzimas que hidrolisam a molécula de pectina em pontos

específicos, formando oligossacarídeos distintos. A maior parte das enzimas é produzida por

fungos filamentosos (Benoit et al., 2012).

Os sucos de uva possuem alto teor de pectinase sendo, portanto difíceis de espremer e

prensar. No processamento das frutas para obtenção de suco (Figura 7) as frutas são

primeiramente esmagadas e aquecidas a temperaturas de 60-80ºC e as enzimas pectinases são

adicionadas para aumentar o rendimento nesse ponto do processo, além de diminuir o tempo de

prensa. Por filtração ou centrifugação, a parte líquida é separada da sólida. O líquido é, portanto

resfriado a 0oC de modo a evitar a fermentação. E então, ocorre novamente a adição de pectinases

na quantidade de 200 ppm durante 2 semanas. As enzimas permitem a floculação das partículas

em suspensão que são retiradas posteriormente por filtração. O suco finalmente é concentrado,

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pasteurizado e engarrafado. Para produção do vinho, a enzima pode ser adicionada na etapa após

a fermentação, quando o vinho está pronto para ser engarrafado para aumentar a taxa de filtração

e a limpidez (Kashyap et al., 2001).

Figura 7: Ação da pectinase na produção do suco de uva (Rizzon e Meneguzzo, 2007).

As pectinases usadas na indústria de vinho e sucos de frutas são principalmente

provenientes de Aspergillus niger. A pectina pode causar problemas na indústria de alimentos,

aumentando a turbidez e a viscosidade durante a extração, filtração e clarificação. No caso de

sucos como maçã, pêra e uva as enzimas são adicionadas para aumentar o rendimento do suco

durante o esmagamento, melhorando até 100% do rendimento e para realizar o processo de

clarificação. O uso de enzimas também permite uma diminuição do tempo de filtração em até

50%. As enzimas pectinolíticas também podem atuar na água residual de processamento em

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indústrias de alimentos. O pré-tratamento dessa água com pectinase melhora a remoção desse

material, facilitando seu descarte (Kashyap et al., 2001; Gogus, 2006).

A pectinase disponível no mercado é produzida por fermentação em estado sólido, de

modo a diminuir o custo da produção, uma série de derivados de frutas são usados como material

para imobilização. A utilização de resíduos agroindustriais como substrato de baixo custo para a

produção microbiana de enzimas resulta em um processo econômico e promissor. Entretanto, a

etapa de purificação ainda é cara. Bactérias pectinolíticas são mais baratas e mais facilmente

disponíveis para gestão ambiental. O uso de bactérias pectinolíticas isoladas da microbiota da uva

pode potencializar a ação enzimática além de reduzir os custos e aumentar o rendimento (Heerd,

2012; Sharma, Rathore e Sharma, 2012).

4.7.4. Mecanismos de ação das pectinases

As enzimas pectinolíticas podem ser classificadas em três grandes grupos, dependendo se

o substrato alvo é a pectina, ácido péctico ou o oligo-D-galacturonato, se a pectinase atua

realizando transeliminação ou hidrólise, ou se a quebra da molécula ocorre de forma randômica

(Jayani, Saxena e Gupta, 2005).

Os 3 principais modos de ação da pectinase são (Figura 8):

a) Protopectinases – degrada a protopectina insolúvel originando uma molécula de pectina

solúvel e altamente polimerizada. Essa enzima é encontrada principalmente em leveduras

e bactérias do gênero Bacillus sp.;

b) Esterases – catalisa a desesterificação da pectina removendo metoxi-esters. A pectina-

esterases (PE) catalisa a desesterificação de metil-ester ligados ao esqueleto galacturônico

liberando moléculas de pectina ácida e metanol. As pectinases de fungos atuam desse

modo de forma randômica, removendo grupos metil de diferentes posições;

c) Depolimerase – catalisa a hidrólise da ligação α-(1,4)-glicosídica no ácido D-

galacturônico das substâncias pécticas. Estas são subdivididas em hidrolases ou liases. As

hidrolases podem ser do tipo poligalacturonase (PG) que catalisa a hidrólise do ácido

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poligalacturônico com a adição de uma molécula de água na ligação de ponte de

hidrogênio. Estas são as mais estudas dentro das pectinases, encontradas em fungos,

bactérias e leveduras. Outro tipo de hidrolase são as polimetilgalacturonase (PMG) que

quebra a molécula de pectina pelo mecanismo de hidrólise. As liases promovem quebras

não hidrolíticas na molécula de pectina e são encontradas como: poligalacturonato liase

(PGL), que quebra a molécula de pectato por β-eliminação. A polimetilgalacturonase

liase, promove a quebra da pectina pela β-eliminação. As liases são produzidas por

bactérias e fungos, sendo a sua forma endógena mais abundante que a forma exógena

(Gogus, 2006).

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Figura 8: Mecanismos de ação das pectinases: (a) R=H para PG e CH3 para PMG; (b) PE. (c) R=H para PGL e CH3 para PL. A seta indica o local onde a pectinase reage com a substância péctica (Gogus, 2006). PMG: polimetilgalacturonase; PG: poligalacturonase; PE: pectinesterase; PL: pectina liase.

4.8. Microrganismos com potencial probiótico

4.8.1. Microrganismos probióticos

Probióticos são “microrganismos vivos que, quando administrados em quantidades

adequadas, conferem benefícios à saúde do hospedeiro” (FAO/WHO, 2006).

A maioria dos microrganismos considerados como probióticos fazem parte do grupo de

bactérias ácido láticas (BAL), que são cocos, cocobacilos ou bacilos Gram-positivos, imóveis,

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catalase negativos, não esporogênicos, preferem condições anaeróbias, mas são aerotolerantes,

fermentadores obrigatórios e produzem ácido láctico como o principal produto final, durante a

fermentação de carboidratos. Os principais gêneros representantes probióticos das BAL são:

Aerococcus, Carnobacterium, Enterococcus, Lactobacillus, Lactococcus, Leuconostoc,

Oenococcus, Pediococcus, Streptococcus, Tetragenococcus, Vagococcus e Weissella. Também

utilizada como probiótico, a classificação de Bifidobacterium spp. como BAL é controversa,

sendo mais considerada como uma BAL tecnológica. Existem probióticos que não são BAL,

como os gêneros Bacillus e Escherichia, assim como leveduras, sendo a Saccharomyces spp. a

mais utilizada (Axelsson, 2004; Costa, 2003; Costa, 2006). Entretanto, os principais

organismos utilizados como probióticos em alimentos são Lactobacillus spp. e Bifidobacterium

spp. (Fernandes, 2009).

O gênero Lactobacillus, pertence ao filo Firmicutes, classe bacilos, ordem

Lactobacillales e família Lactobacillaceae, encontrado em ambientes ricos em carboidratos,

Gram-positivo, não formador de esporos, catalase negativo, microaerofílico. Podem ser

homofermentativos, pela via Embden-Meyerhof-Parnas (glicolítica), onde o principal produto

final é o ácido lático, ou heterofermentativos, através da via Fosfocetolase em que são

produzidas, além do lactato, uma grande variedade de outros produtos de fermentação como

etanol, acetato, CO2, ácido fórmico, diacetil, acetoína e 2,3-butanodiol de citrato. Todos estes

compostos contribuem para as propriedades sensoriais e nutricionais dos produtos fermentados

(Vasiljevic e Shah, 2008; Oliveira et al., 2012).

O gênero Lactococcus apresenta-se como cocos Gram-positivos, microaerofílicos e

homofermentadores obrigatórios, produzindo ácido láctico. Tem sido comumente isolados de

milho, repolho, alface, abóbora, dentre outros. Geralmente, não são encontrados em material fecal

ou solo, e podem ocorrer em pequeno número na superfície do corpo da vaca e em sua saliva,

sendo comum seu isolamento em leite cru. Além disso, apresentam grande interesse pela indústria

de alimentos, visto que são empregados como culturas iniciadoras puras ou mistas para a

produção de diferentes produtos lácteos fermentados como queijos, iogurtes e manteiga (Stiles e

Holzapfel, 1997).

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4.8.2. Mecanismos de ação de microrganismos probióticos

O uso de probióticos em alimentos tem como principal objetivo trazer benefícios à

saúde do consumidor (Holzapfel, 2006; Schmid et al., 2006). Contudo, melhorias na qualidade

do produto, como controle de patógenos (Diez-Gonzalez e Schamberger, 2006) pode ser

esperado, quando a cepa probiótica possui essa característica. Desta forma, os probióticos, em

virtude da produção de bacteriocinas e de seus metabólitos, têm sido empregados como

biopreservantes nos alimentos, o que confere maior segurança ao consumidor, que cada vez mais

prefere produtos livres de conservantes químicos e microbiologicamente seguros (Dabés, Santos

e Pereira, 2001; Holzapfel, Geisen e Schillinger, 1995).

A nisina, a única bacteriocina purificada e aprovada para alimentos em diversos países,

inclusive no Brasil, é produzida por Lactococcus lactis ssp. lactis. Essa bacteriocina foi

identificada pela primeira vez em leite fermentado e, desde então, tem sido isolada de outros

leites e produtos lácteos, bem como de vegetais e água de rio. A nisina possui importância

tecnológica, sendo empregada na indústria de lacticínios por apresentar atividade antimicrobiana

contra um amplo espectro de microrganismos Gram-positivos, além da prevenção da germinação,

dos esporos de bactérias esporogênicas, como Bacillus e Clostridium (Beasley e Saris, 2004).

As bactérias produtoras de nisina estão presentes no leite humano e, por isso, podem

proteger a lactante da mastite e o lactente da intoxicação por Staphylococcus aureus. No entanto,

os potenciais efeitos da ingestão de bactérias produtoras de nisina no trato gastrointestinal e na

sua microbiota permanecem desconhecidos. É sabido que essas bactérias sobrevivem à passagem

através do intestino, mas não, se a nisina é produzida no trato gastrointestinal (Jozala et al.,

2005).

Adicionalmente, como resultado das suas propriedades antimicrobianas, a nisina tem

sido utilizada no tratamento de úlceras de estômago e cólon (Jozala et al., 2011). Diversos países

permitem o uso da nisina em produtos lácteos como leite, queijo, além de tomates, vegetais

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enlatados, sopas enlatadas, maionese e alimentos infantis. No Brasil, a nisina é aprovada para uso

em todos os tipos de queijo no limite máximo de 12,5 mg/kg (Oliveia, Siqueira e Silva, 2012).

Os principais benefícios atribuídos aos probióticos são aumento da tolerância e digestão

da lactose; influência positiva na microbiota intestinal; redução do pH intestinal; melhora do

peristaltismo contribuindo para a prevenção da constipação intestinal; efeitos

hipocolesterolêmico, anticarcinogênico e anti-hipertensivo; redução de compostos tóxicos;

síntese de vitaminas do complexo B como ácido fólico, cianocobalamina, biotina e ácido

pantotênico; restauração da microbiota normal após antibioticoterapia; tratamento e

prevenção de diarréia aguda por rotavírus e gastroenterite; redução da atividade ulcerativa de

Helicobacter pylori; controle da colite induzida por rotavírus e por Clostridium difficile;

imunoestimulação; diminuição do risco de doenças cardiovasculares e prevenção da obesidade,

do diabetes mellitus não insulino-dependentes e da osteoporose, em função do aumento da

biodisponibilidade de minerais como o cálcio (Buriti e Saad, 2007; Burgain et al., 2011; Costa,

2006; Prado et al., 2008; Quigley, 2010).

Os efeitos dos probióticos podem ser classificados em três modos de ação:

• Capacidade de modular as defesas do hospedeiro, incluindo o inato, bem como o sistema imune

adquirido, estando relacionado não só com a prevenção e terapia de doenças infecciosas, mas

também com o tratamento de inflamação crônica do trato digestório e à erradicação de células

neoplásicas;

• Estabelecimento de um balanço microbiano intestinal, modificando o ecossistema de

microrganismos que habitam o intestino humano, devido à competição pelos sítios de aderência,

impedindo a colonização de patógenos e estimulando o sistema imune, de forma a agir na

prevenção e terapia de infecções e na restauração do equilíbrio microbiano no intestino;

• Inativação de toxinas e de desintoxicação de componentes alimentares no intestino (Paseephol e

Sherkat, 2009; Oelschlaeger, 2010).

A maioria dos mecanismos de ação destes efeitos protetores das culturas probióticas à

saúde humana ainda não foi completamente esclarecida (Quadro 6). No entanto, alguns efeitos já

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foram comprovados cientificamente, como a prevenção da diarréia e alívio da intolerância à

lactose.

Quadro 6: Efeitos benéficos à saúde, atribuídos pelos probióticos e seus respectivos mecanismos de ação.

Efeitos protetores Mecanismo de ação

Alívio da intolerância a lactose Sistema de enzima β-galactosidase

Prevenção e redução dos sintomas de diarréia associada a antibiótico e por Rotavírus

Exclusão competitiva Melhora do sistema imune

Tratamento e prevenção de alergia (eczema atópico e alergia alimentar)

Regulação do sistema imunológico

Redução do risco associado à mutagenicidade e carcinogenicidade

Metabolismo de agentes mutagênicos Alteração da microbiota e da atividade metabólica intestinal Imunidade intestinal aumentada

Efeito hipercolesterolêmico Desconjugação de sais biliares

Inibição da Helicobacter pylori e outros patógenos intestinais

Exclusão competitiva Produção de compostos antimicrobianos

Prevenção de doença inflamatória do intestino

Exclusão competitiva Modulação da resposta imune Produção de compostos antimicrobianos Decomposição de antígenos patogênicos

Estimulação do sistema imune Indução da imunidade inata adquirida

Fonte: Vasiljevic e Shah, 2008.

4.8.3. Legislação para probióticos

Um microrganismo para ser considerado como probiótico deve atender a diferentes

critérios pré-definidos que englobam aspectos de segurança, tecnológicos, funcionais e

fisiológicos desejáveis: status GRAS; história do uso seguro em alimentos; benefícios para a

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saúde documentados; propriedades antimutagênica e anticarcinogênica; histórico de não

patogenicidade; tolerância às substâncias antimicrobianas; adesão à mucosa intestinal;

colonização, ao menos temporariamente, do trato gastrointestinal humano; capacidade de reduzir

à adesão das superfícies de patógenos; atividade antimicrobiana contra bactérias potencialmente

patogênicas através da produção de compostos como bacteriocinas, ácidos orgânicos, peróxido de

hidrogênio; ausência de genes determinantes da resistência aos antibióticos; imunoestimulação

sem efeito pró-inflamatório; tolerância ao ácido, suco gástrico humano e à bile; resistência aos

fagos; tolerância ao oxigênio e calor; atividade metabólica desejada; capacidade de crescer em

leite; boas propriedades sensoriais; permancer viável e estável durante o processamento e

estocagem de alimentos, até o momento de seu consumo (Naidu e Bidlack e Clemens, 1999;

Holzapfel, 2006; Saad, 2006).

Para se estabelecer potenciais benefícios dos probióticos a saúde, é necessário que sejam

realizados estudos in vitro antes dos ensaios in vivo. Além disso, as estirpes devem ser testadas

individualmente para cada propriedade, visto que as características atribuídas a uma estirpe

probiótica são cepa-específica (Monteagudo-Mera et al., 2012). Independentemente da forma de

introdução dos probióticos, a quantidade final de células devem obedecer à legislação vigente do

país. Segundo a legislação brasileira, a manutenção da viabilidade e estabilidade do

microrganismo probiótico durante o uso e a estocagem do produto, deve variar entre 108 e

109UFC na recomendação diária do produto, além da capacidade de sobrevivência no ecossistema

intestinal, condição necessária à promoção das alegações de saúde e propriedades funcionais de

um probiótico (Figura 9) (Brasil, 2008).

Contudo, culturas não viáveis podem exercer certos efeitos benéficos como a

imunomodulação (Ouwehand et al., 1999). No Brasil, a Comissão Tecnocientífica de

Assessoramento em Alimentos Funcionais e Novos Alimentos, instituída junto à Câmara Técnica

de Alimentos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), têm avaliado os produtos

com alegações de propriedades funcionais e/ou de saúde aprovados no país, como por exemplo os

alimentos probióticos. Para a comercialização, deve haver um registro prévio mediante a

comprovação científica da sua eficácia, a qual deve ser avaliada caso a caso, tendo em vista que

podem ocorrer variações na ação do composto bioativo, em função da matriz ou formulação do

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produto (Brasil, 2008; Komatsu,Buriti e Saad, 2008). Estas alegações podem fazer referências à

manutenção geral da saúde, ao papel fisiológico dos nutrientes e não nutrientes, bem como à

redução de risco de doenças, não sendo permitidas aquelas que façam menção à cura ou

prevenção de doenças (Moraes e Colla, 2006).

Figura 9: Alegação de propriedade funcional aprovada para os alimentos probióticos e os requisitos específicos (Brasil, 2008)

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4.8.4. Aplicação de microrganismos probióticos

Os microrganismos probióticos são aplicados em uma variedade de produtos, sendo em

sua maioria de origem láctea. Entretanto estudos utilizam alimentos de origem vegetal (Quadro 7)

e origem animal para adição do caráter probiótico.

Quadro 7: Substratos de origem vegetal utilizados como veículo de microrganismos probióticos

Microrganismo Produto Referência

Enterococcus faecium CRL 183

Sorvete de “iogurte” de soja

Miguel e Rossi (2003)

Bifidobacterium lactis Bb-12

Maçã e mamão in natura

Tapia et al. (2007)

Lactobacillus rhamnosus GG

Maçã in natura

Alegre et al. (2011)

Lactobacillus paracasei LAFTI® L26

Sucos de frutas

Rodrigues et al. (2011)

No Brasil a aplicação de probióticos em produtos alimentícios é crescente, como

demonstrado no Quadro 8.

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Quadro 8: Aplicação de microrganismos probióticos em produtos no Brasil

Microrganismo Produto Referência

Lactobacillus acidophilus LAC4, Bifidobacterium

longum BL04 Queijo petit-suisse Maruyama et .al. (2006)

My Bio 6 (Streptococcus

thermophilus, Lactobacillus

delbrueckii subsp. bulgaricus, Bifidobacterium e Lactobacillus acidophilus)

Bebida láctea Thamer e Penna (2006)

Bifidobacterium animalis subsp. lactis BB12,

Mesophilic Aromatic

Culture (MAC CHN-22) (Lactococcus lactis subsp.

cremoris, Lactococcus lactis

subsp. lactis, Lactococcus

lactis subsp. lactis biovar. diacetylactis e Leuconostoc

mesenteroides subsp. cremoris)

Bebida láctea (buttermilk) Antunes et.al. (2007)

Lactobacillus rhamnosus

(Rhodia) Queijo prato Cichoski et al. (2008)

MyBio 6 e MyBio 2 (Streptococcus

thermophilus, Lactobacillus

delbrueckii subsp. Bulgaricus, Lactobacillus

acidophilus e Bifidobacterium)

Bebida láctea com pêssego Kempka et al. (2008)

Bio-Rich®(Bifidobacterium Bb-12 e Lactobacillus

acidophilus LA-5)

Frozen yogurt de leite de cabra

Alves et. al. (2009)

L. rhamnosus GG ATCC 53103, B. animalis ssp.

lactis DN-173 e L. lactis

ssp. lactis ATCC 11454

Glóbulos similares à ovas de salmão e doce à base de

surimi Guimarães (2012)

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4.9. Seleção e isolamento de microrganismos de interesse

4.9.1. Métodos tradicionais

Métodos tradicionais são conhecidos como método “ouro” ou método padrão de escolha,

e estão envolvidos principalmente com técnicas de cultivo. Tais métodos baseiam-se na

multiplicação do organismo alvo usando meios nutritivos em ágar ou caldo para obter um

crescimento visível, e assim realizar isolamento ou contagem microbiológica (Jasson et al.,

2010).

A utilização de meios seletivos e diferenciais é aparentemente mais simples, entretanto

esses métodos são mais demorados e podem não ser representativos principalmente em análise de

microrganismos semelhantes entre si, onde a caracterização baseada em técnicas fenotípicas e

bioquímicas pode apresentar resultados similares (Bernardeu, 2008; Martín, 2010).

O isolamento dos principais microrganismos da superfície da uva, bactéria ácido láticas e

leveduras é realizado prioritariamente usando meios de cultura seletivos relacionados nos

Quadros 9 e 11.

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Quadro 9: Meios de cultura comumente empregados para isolamento e identificação de bactérias láticas de interesse.

Microrganismos de interesse Meios de Cultura Referência

Man, Rogosa and Sharpe (MRS) Man, Rogosa and Sharpe, 1960; Garrote, Abraham e Antoni et al., 2001; Simova et al., 2002;Witthuhn, Schoeman e Britz, 2004; Guzel-Seydim et al., 2005;Irigoyen et al., 2005; Chen, Wang e Chen, 2008;Miguel et al., 2010; Magalhães et al., 2010; Öner, Zarahan e Çakmakçi, 2010; Magalhães et al., 2011; Gronnevik, Falstad e Narvhus, 2011; Kesmen e Kacmaz 2011

Lactobacillus MRS + 3% etanol Witthuhn, Schoeman e Britz, 2004; Britz, 2005

Rogosa CW (Rogosa + 100% milk whey

solution, pH 5,4) Simova, 2002; García Fontán, 2006

Lactic Acid Whey (LAW) Mainville, 2006; Farnworth e Mainville, 2008

M17 Simova, 2002; Mainville, 2006; Irigoyen, 2005; Guzel-SEydim, 2005; Magalhães, 2010; Witthuhn, Schoeman e Brits, 2004; Magalhães , 2011

Edward’s modified Magalhães, 2011

Lactococcus Potassium carboxymethyl cellulose agar (KCA)

Witthuhn, Schoeman e Britz, 2004

Lee medium Garrote, Abraham e Antoni, 2001

Azide Agar medium Simova, 2002

LUSM Magalhães, 2011; Witthuhn, Schoeman e Britz, 2004

KCA+30µg vancomicina Witthuhn, Schoeman e Britz, 2004

Leuconostoc Mayex, Sandine and Elliker (MSE) Gracía Fontán, 2006

LD-agar Gronnevik, Falstad e Narvhus, 2011

MRS+1% X-gal (5mL/L) Mainville, 2006

Oeneococcus

MRS Capello et al., 2010; Sánchez et

al., 2010; Mesas, Rodríguez e Alegre, 2011.

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Medium for Leuconostoc oeni (MLO Agar)

Ruiz et al., 2010.

Elliker’s Guzel-Seydim, 2005

Meio 135 Magalhães, 2011

Universal Beer Agar (UBA) Rea, 1996

BAA Acid Acetic Bacteria (AAB) Garrote, Abraham e Antoni, 2001

GY medium Irigoyen, 2005

Acetobacter peroxydans medium (APM) Witthuhn, Schoeman e Britz, 2004

254 medium Magalhães, 2010.

As bactérias láticas são fastidiosas, desse modo os meios utilizados para seu cultivo e

isolamento são complexos. Os componentes dos meios apresentam funções distintas e

complementares. O meio mais utilizado no cultivo de BAL é o MRS (Quadro 10), sendo este

considerado um meio de cultura complexo, contendo todos os nutrientes essenciais para o

crescimento de BAL. No MRS a peptona e o extrato de carne são fontes de compostos

nitrogenados e carbônicos. O extrato de levedura fornece vitaminas do complexo B e a dextrose

é o carboidrato fermentável e fonte energética. O Polisorbato 80 fornece ácidos graxos para o

metabolismo de bactérias láticas. O acetato de sódio e citrato de amônio inibem o crescimento

de estreptococos e bolores principalmente. O magnésio é um cofator para enzimas e está

presente na parede celular e membrana plasmática, sendo portanto importante para o

metabolismo das células microbianas. O cátion inorgânico mais abundante no interior da célula é

o potássio, ele atua como cofator enzimático, e o manganês é considerado um elemento traço,

importante para regulação do metabolismo secundário e excreção de metabólitos primários

(Aquarone, 2001).

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Quadro 10: Composição do Agar MRS

Componentes Composição em g/L Peptona 10

Extrato de carne 10 Extrato de levedura 5

Dextrose 20 Polisorbato 80 1

Citrato de amônia 2 Acetato de sódio 5

Sulfato de magnésio 0,1 Sulfato de manganês 0,05 Fosfato de dipotássio 2

pH final a 25oC 6,5 ± 0,2 g:grama. L:litro. (Man, Rogosa e Sharpe, 1960)

Quadro 11: Meios de cultura comumente empregados para isolamento e identificação de leveduras de interesse.

Microrganismos de interesse

Meios de Cultura Referência

Yeast glucose chloramfenicol

(YGC) Garrote, Abraham e Antoni, 2001; Witthuhn, Schoeman e Britz, 2004; Gronnevik, Falstad e Narvhus, 2011

Malt extract agar (MEA) Simova, 2002; Witthuhn, Schoeman e Britz, 2004; Guzel-Seydin, 2005;

Yeast extract Peptone Glucose (YEPG)

Magalhães, 2010; Magalhães, 2011

Yeast Extract Chloramphenicol

(SDC) Rea, 1996

Leveduras Sabouraund Dextrose

Chloramphenicol (SDC) García Fontán, 2006

Oxytetracicline Glucose Yeast

Extract (OGYE) Irigoyen, 2005

Yeast Extract Lactate + Naladixic

acid (YELN) Witthuhn, Schoeman e Britz, 2005

Malt extract, yeast extract,

glucose, peptone + chloramphenicol

Magalhães, 2010

YM Simova, 2002

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Para o isolamento e caracterização de microrganismos de amostras que apresentam uma

microbiota complexa como a da uva, a utilização apenas das técnicas de cultivo pode ser um fator

limitante já que alguns microrganismos são exigentes quanto à adequação nutricional,

temperatura e tempo de incubação. Além disso, a seletividade do meio pode não ser eficiente

permitindo o crescimento de microrganismos que inibam o isolamento da cultura desejada (Jay,

2005).

4.9.2. Métodos recentes

Nos últimos 20 anos uma série de tecnologias inovadoras vem sendo desenvolvidas para

detecção e identificação de microrganismos que sejam mais rápidas e sensíveis. (Iqbal et al.,

2000; Jasson et al., 2010).

Dentre elas se destacam as técnicas moleculares. A detecção de ácidos nucléicos apresenta

diversas aplicações em identificação de bactérias e outros microrganismos. A maioria dos

métodos desenvolvidos é eficiente em identificar o organismo alvo (Iqbal et al., 2000).

4.9.2.1. Técnicas moleculares

Os métodos moleculares vêm sendo desenvolvidos para aumentar a velocidade das

análises, obtendo uma identificação mais rápida. Eles são baseados em hibridização de sondas ou

amplificação do sinal. A hibridização consiste na complementaridade entre as fitas de ácidos

nucléicos de acordo com o postulado de Watson e Crick. São usadas sondas moleculares, ou seja,

sequências de bases nitrogenadas complementares à seqüência alvo (Iqbal et al., 2000).

Os ensaios baseados em hibridização são limitados em termo de sensibilidade, já que

apresentam pouco sucesso em baixas concentrações de células alvo. Outra desvantagem da

técnica de hibridização está relacionada a microrganismos que apresentam como material

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genético a molécula de RNA, pois são dificilmente detectadas já que esta se encontra em menor

quantidade (Iqbal et al., 2000).

O processo de amplificação do material genético permitiu o maior desenvolvimento de

técnicas de detecção de ácido nucléico. A amplificação exponencial permite a detecção de um

organismo na amostra, fazendo várias cópias do mesmo. Entretanto a maioria dessas técnicas

requer profissionais e procedimentos qualificados (Iqbal et al., 2000).

A reação em cadeia da polimerase (PCR) descrito por Kary Mullis na década de 80

envolve a amplificação de uma região de ácido nucléico da célula alvo usando um primer ou

iniciador de oligonucleotídeos conhecido. A descoberta e implementação da enzima termoestável

DNA polimerase, oriunda da bactéria Thermus thermophilus com atividade de polimerase e de

transcriptase reversa, e o uso de equipamentos onde se podem programar ciclos de aquecimento e

resfriamento automático, trouxeram melhorias ao protocolo usado no PCR (Iqbal et al., 2000).

Frequentemente, os primers utilizados contêm de 20 a 30 nucleotídeos. A cada ciclo, a molécula

de DNA é desnaturada, formando uma fita simples de DNA, ao resfriar os primers hibridizam

com a seqüência alvo. O resultado é observado em gel de agarose por comparação do tamanho

das bandas obtidas com o padrão de pares de base, utilizados como referência (Figura 10) (Jasson

et al., 2010).

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Figura 10: Etapas da técnica de PCR.

A identificação de microrganismos a nível de espécie e da diferenciação entre indivíduos

da mesma espécie apresentou avanços nos últimos anos, sendo desenvolvida uma série de novas

técnicas que analisam as variações encontradas no DNA destes microrganismos (Petri et al.,

2013).

Embora o método de análise de restrição do DNA ribossomal amplificado (Amplified

Ribossomal DNA Restriction Analysis – ARDRA) tenha sido frequentemente utilizado para

caracterização de isolados de bactérias, ele também pode ser usado para análise de populações

microbianas. A técnica de ARDRA envolve o uso de um par de primers universais para a

amplificação do gene codificador do RNAr 16S ou da região espaçadora entre o RNAr 16S e o

RNAr 23S. Em seguida é realizada a digestão com enzimas de restrição e a análise dos perfis

obtidos (Oliveira, 2006).

Área a ser clonada

DNA

“primers”

Polimerase

Nucleotídeos

Desnaturação por calor

Anelamento

dos “primers”

Extensão dos “primers”

Desnaturação

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A análise de restrição do rDNA amplificado (ARDRA) tem sido usada como um método

rápido e confiável para identificar as principais bactérias ácido láticas envolvidas na produção de

vinho (Zott et al., 2010; Barata, Malfeito-Ferreira e Loureiro, 2012). Essa técnica foi usada por

Rodas e colaboradores (2003) para identificar microrganismos isolados da superfície de uva

detectando espécies de Pediococcus, Lactobacillus e Leuconostoc.

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5. MATERIAL E MÉTODOS

5.1. Seleção de microrganismos com interesse tecnológico para indústria de uvas e vinhos

5.1.1. Origem das uvas

A partir de um lote de uvas Vitis vinifera (safra – Janeiro/2012), de uma vinícola de Bento

Gonçalves – Rio Grande do Sul – Brasil, uma amostra de 1,5 kg foi transportada em condições de

refrigeração ao Laboratório de Microbiologia de Alimentos no Instituto de Microbiologia Paulo

de Góes. As uvas íntegras tiveram seus pedúnculos cortados. Posteriormente foi realizada

lavagem com água destilada estéril, destas 60 foram aleatoriamente selecionadas.

5.1.2. Culturas-padrão

As culturas padrão utilizadas nos experimentos foram descritas na Tabela 1.

Tabela 1: Culturas-padrão usadas nos experimentos.

Estirpes Identificação Candida glabrata 50079 (Hagler 1978;39) Candida guilliermondii 50091 (U.C.Davis, Lyph.) Candida guilliermondii 51286 (Rosa 1993) Candida krusei 50148A (Hagler 1978;66) Candida sake 50224 (U.C.Davis, Lyph) Bacillus cereus F 4433 Escherichia coli ATCC 25922 Lactobacillus casei ATCC 393 Lactobacillus delbrueckii ATCC 7830 Lactobacillus GG rhamnosus ATCC 53103 Lactobacillus sakei CECT 906 Lactococcus lactis ATCC 11454 Listeria innocua - Pichia anomala 50407 (Hagler, 1078;200) Pichia pijeperi 52103 (5P5 Carvalho 2007) Saccharomyces cerevisiae 51600 Salmonella enteritidis ATCC 13076 Sthaphylococcus aureus ATCC 6538 ATCC: American Type Culture Colection; CECT: Colección Española de Cultivos Tipo

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5.1.3. Isolamento e estocagem dos microrganismos da superfície da uva

As 60 unidades selecionadas do lote de uvas foram lavadas com água destilada estéril e

posteriormente inseridas e homogeneizadas em tubos plásticos de boca larga com 10 mL de caldo

MRS (Himedia®) e incubadas a 30oC. Antes da incubação e após 8 e 24 horas, foram retiradas

alíquotas do meio, semeadas por esgotamento em Agar MRS (Himedia®) e incubadas a 30oC por

até 5 dias em jarra de anaerobiose. Alíquotas da água de lavagem das uvas também foram

semeadas e inoculadas em Agar MRS incubadas como previamente descrito.

Colônias com diferentes características morfológicas foram selecionadas, transferidas para

Agar MRS e incubadas à 30º C por 18-24 horas. Após esse período, as colônias foram coradas

pelo método de Gram, observadas em microscópio óptico, assim como avaliadas quanto à

produção da enzima catalase, segundo a metodologia descrita por Konemman (2001).

Para o teste da presença de enzima catalase, foram utilizadas culturas de um cultivo em

meio sólido. Uma colônia do crescimento foi transferida para uma lâmina de microscopia na qual

era depositada uma gota de peróxido de hidrogênio 3,0% (v/v). A formação de bolhas de gás

indicava a produção da enzima catalase. Como controle positivo foi utilizada a estirpes

Sthaphylococcus aureus ATCC 6538 e como negativo Escherichia coli ATCC 25922.

As estirpes isoladas foram estocadas a -20º C em caldo Infusão de Cérebro e Coração

(Brain Heart Infusion - BHI) contendo 50% de glicerol.

Foram consideradas presuntivamente como bactérias láticas os microrganismos que se

apresentavam morfotintorialmente como: cocos, cocobacilos e bacilos Gram positivos, e que não

produziram a enzima catalase.

5.1.4. Seleção de bactérias láticas produtoras de substâncias antimicrobianas

Para seleção de BAL foi utilizado o teste de spot em Agar descrito por Fleming, Etchells e

Costilow (1975) e Schillinger e Lucke (1989). A partir de um crescimento de 24 horas em caldo

MRS, as culturas presuntivamente classificadas como bactérias láticas foram inoculadas em

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forma de spot na superfície do Agar MRS. As placas foram incubadas em microaerofilia por 24

horas a 30oC. Após confirmação visual do crescimento, as culturas foram inativadas por

exposição a vapores de clorofórmio por 30 minutos. Após este período as placas foram deixadas

abertas por 30 minutos para a completa eliminação dos vapores. Isoladamente, 500 µL de culturas

com 18 horas de crescimento em caldo BHI foram inoculadas em 5 mL de Agar BHI semissólido

(contendo 0,75% de Agar bacteriológico) fundido e resfriado à 46º C, de modo a se obter 108

UFC/mL dos diferentes patógenos a serem testados, Listeria innocua, Bacillus cereus F4433 e

Staphylococcus aureus ATCC 6538. O meio semi-sólido inoculado com as estirpes indicadoras,

foi vertido sobre a superfície do ágar MRS contendo as estirpes candidatas a produção de

substância antimicrobiana. As placas foram incubadas a 37oC, por 24 horas.

Como controle positivo para produção de bacteriocina, foi utilizado a estirpe Lactococcus

lactis ATCC 11454, produtora da bacteriocina nisina. Como controle de susceptibilidade às

substâncias antimicrobiana, foi utilizado a estirpe L. sakei CECT 906, sensível à maioria das

bacteriocinas. O teste foi considerado positivo pela formação de halo de inibição com diâmetro

superior a 1 mm ao redor do crescimento das estirpes produtoras.

5.1.5. Seleção de bactérias láticas com potencial probiótico

Para determinação de um dos requisitos de avaliação do potencial de ação probiótica,

foram analisadas apenas as estirpes que apresentarem resultado positivo para atividade

antimicrobiana.

5.1.5.1. Resistência ao pH ácido

O teste foi realizado segundo a metodologia descrita por Hou et al. (2003) modificado em

relação à concentração final de células viáveis e ao tempo de avaliação da viabilidade. A partir de

uma cultura em fase logarítmica de crescimento em Agar MRS (Himedia®), foi preparada uma

Escala 0,5 de McFarland, diluída (1:1.000, v/v) em caldo MRS (controle) e caldo MRS

acidificado com HCl 4M (pH 3,5). Ambos os meios continham uma concentração final de células

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de aproximadamente 1 x 105 UFC/mL. A contagem final de células foi avaliada pela metodologia

de contagem em superfície de placa. A sobrevivência da cultura foi avaliada pela técnica de

contagem em placa na superfície de Agar MRS após 3 horas de incubação a 37 °C em condição

de microaerofilia. Como controle positivo foi usado a estirpe L. lactis ATCC 11454 e a E. coli

ATCC 25922 como controle negativo.

5.1.5.2. Resistência a sais biliares

Foi avaliada segundo metodologia descrita por Huang e Adams (2004). A partir de uma

cultura em fase logarítmica de crescimento em Agar MRS (Himedia®) foi preparada uma Escala

0,5 de McFarland, diluída (1:1000, v/v), que foi dispensada em tubos contendo 5mL caldo MRS

suplementado com 0,3% de bile bovina (Bacto Oxgall, Difco, Le Pont de Claix France) que

foram incubados a 37 °C por 4 horas. Como controle as estirpes foram inoculadas também em

caldo MRS. Após a incubação a viabilidade foi analisada por contagem em placa como descrito

previamente. Como controle positivo foi usado a estirpe L. lactis ATCC 11454 e a E. coli ATCC

25922 como controle negativo.

5.1.5.3. Análise estatística

Os dados obtidos nas análises foram avaliados por estatística descritiva, sendo os

resultados dos testes de tolerância ao ácido e a presença de sais biliares analisados utilizando o

software Statistica versão 7.0, aplicando-se a análise de variância (ANOVA) seguida do teste de

médias de Fisher (LSD), com nível de significância de 5% (Montgomery, 2009).

5.1.6. Seleção de microrganismos pectinolíticos

As estirpes Candida glabrata 50079, Candida guilliermondii 50091 Type, Candida krusei

50148A, Candida sake 50224T, Pichia anomala 50407, Candida guilliermondii 51286,

Saccharomyces cerevisiae 51600 e Pichia pijeperi 52103, foram usadas como controle de

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produção de pectinase. As estirpes da coleção de culturas do Instituto de Microbiologia Paulo de

Góes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, foram gentilmente cedidas pelo Professor Allen

Hagler.

O Quadro 12 apresenta a composição do meio utilizado para a detecção de atividade

pectinolítica (Locatelli, 2011).

Quadro 12: Composição do meio de cultura para pesquisa de microrganismos pectinolíticos.

Componentes Concentração (g/L)

Agar 15 Cloreto de potássio 0,5 Pectina 20 Extrato de levedura 1 Fosfato de Potássio dibásico 1 Nitrato de sódio 3 Sulfato de magnésio 0,5 Sulfato de zinco 0,01 Sulfato de ferro 0,01 pH 7,0± 0,2

g: grama, L: litro.

Todos os 485 microrganismos isolados foram testados para produção de pectinase. Após a

incubação por 5 dias a 30oC, as placas foram reveladas com o corante vermelho de rutênio

(0,04% p/v), que cora de vermelho os polissacarídeos e permite a observação de halo ao redor das

colônias que degradaram a pectina. Desse modo, a presença de halo é um indicativo da presença

da enzima pectinase como descrito por Uenojo e Pastore (2006).

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5.1.7. Identificação molecular dos microrganismos isolados que apresentaram propriedades

tecnológicas de interesse

5.1.7.1. Extração do DNA das culturas analisadas

Foram identificadas geneticamente as culturas de bactérias positivas para presença de

potencial probiótico e para produção de pectinase. Desse modo 9 culturas com potencial

probiótico e 35 culturas de bactérias que apresentaram produção da enzima pectinase foram

analisadas.

As culturas selecionadas para análise molecular foram inoculadas por isolamento em

placas de Petri com meio TSNI (Biomerieux®), incubadas em microaerofilía a 30oC por 48 horas.

De 2 a 3 colônias isoladas foram selecionadas e tranferidas para 100 µL de água MiliQ estéril.

Posteriormente, 100 µL da solução de clorofórmio e álcool isoamílico (24:1) foram adicionados

aos microtubos, e estes foram agitados em homogenizador por 2 minutos para ruptura mecânica

da membrana celular. Após 10 minutos de centrifugação a 14,000xg, 5 µL do sobrenadante foi

utilizado como molde de DNA na reação de amplificação.

5.1.7.2. Amplificação do gene codificador do RNAr 16S por PCR

Conforme metodologia descrita por Wang (2006) foram utilizados os oligonucleotídeos

iniciadores universais (primers) S-D-Bact-0008-a-S-20 (27F) (5’ –

AGAGTTTGATCCTGGCTCAG – 3’) e S-*-Univ-1492R-b-A-21 (1492R) (5’ –

GGTTACCTTGTTACGACTT – 3’).

As moléculas de DNA extraídos das estirpes obtidos na seção anterior, foram utilizados

como moldes e amplificados em uma reação de PCR, com volume final de 50 µL, contendo 5 µL

de DNA, 5 µL do tampão da enzima 1x e 2,5 mM de MgCl2 (Fermentas®), 1 µL de dNTP

(contendo 0,2 mM de cada nucleotídeo) (Fermentas®) e 1 µL contendo 0,2mM de cada

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oligonucleotídeo iniciador (27f e 1492r) e 2,5 U de Taq DNA polimerase (Dream Taq®)

(Fermentas®).

A reação foi realizada em um termociclador Mycycler (Bio-Rad®) com desnaturação à

94oC por 30 segundos, anelamento a 55oC por 30 segundos e elongação a 72oC por 1 minuto.

Com etapa final de alongação a 72oC por 7 minutos. Num total de 44 ciclos.

Os produtos da reação de PCR foram visualizados em gel de agarose a 0,8% em cuba de

eletroforese com tampão TBE (0,5x). Após a corrida realizada a 90 Volts (V) por 30 minutos, os

géis foram corados com GelRed® 1x (Uniscience®) e visualizados sob luz ultravioleta.

5.1.7.3. Análise de restrição do DNA ribossomal amplificado (ARDRA)

Uma alíquota de 5 µL dos produtos da amplificação foram digeridos com as enzimas de

restrição HaeIII e HhaI (Invitrogen Ltd.) conforme descrito pelo fabricante. Os produtos de PCR

digeridos foram então separados por eletroforese em gel de agarose a 1,5%, por 1 hora e 45

minutos a 75V. Os géis foram corados com GelRed® 1X (Uniscience®) e visualizado sob luz

ultra violeta. As sequências com tamanho maior que 1.200 pares de bases foram identificadas em

nível de espécie, quando apresentaram tamanho menor, somente o gênero foi considerado para

identificação.

5.1.7.4. Purificação do material genético

Uma amostra de cada perfil identificado foi amplificado e purificado do gel de agarose

utilizando o kit de purificação de bandas de DNA, illustra TM GFX TM, de acordo com as

instruções do fabricante.

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5.1.7.5. Identificação molecular por sequenciamento

O sequenciamento genético foi realizado pela MacroGen® (Coréia do Sul). A análise da

sequência foi realizada usando <http://conifergdb.muohio.edu/software/wtm1.2/index.php>.

Acesso em 04 de Março de 2013. Foi realizado o contig das sequências usando o software Bioedit

Sequence Aligment Editor versão 7.1.7 e comparadas no banco de sequências

http://blast.ncbi.nlm.nih.gov/.

5.2. Desenvolvimento do meio de cultivo para isolamento de bactérias láticas de interesse para

vitivinicultura

A abordagem experimental escolhida para determinar a melhor composição do meio de

cultura usando a uva e seus derivados como fonte natural de nutrientes, foi um modelo de

misturas com variável de processo. No planejamento experimental de misturas qualquer variação

nos componentes promove uma variação proporcional na resposta, desse modo todos os

componentes são dependentes. Também foi realizado um planejamento experimental fatorial

fracionário, onde foram selecionados os fatores que apresentaram os maiores efeitos. O

planejamento foi realizado com tréplica no ponto central, com objetivo de minimizar falhas no

processo. Ambos os planejamentos experimentais foram realizados usando o software Statistica

7.0.

O meio de cultura, Agar MRS (formulação indicada no quadro 6) comumente utilizado

para cultivo de bactérias láticas foi usado como controle de crescimento das culturas de referência

testadas no meio desenvolvido nesse trabalho.

A variável de resposta consistiu na contagem de unidades formadoras de colônias (UFC)

obtidas nos meios de cultura. Os microrganismos usados nos experimentos foram: Lactobacillus

GG rhamnosus American Type Culture Colection (ATCC) 53103, Lactobacillus delbrueckii

ATCC 7830, Lactobacillus casei ATCC 393 e Lactobacillus sake ATCC 806. Os resultados

foram comparados com o crescimento obtido no meio MRS (De Man, Rogosa e Sharpe -

HIMEDIA®), com pH ajustado para 5,5 e autoclavado por 15 minutos.

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5.2.1. Planejamento de misturas

Componentes como o sulfato de magnésio (0,01% p/v), sulfato de manganês (0,005%

p/v), Agar (1,5% p/v) e glicose (2% p/v), foram mantidos na formulação do novo meio, sem

quaisquer variações (componentes fixos), por serem considerados essenciais para o metabolismo

de BAL. Os componentes analisados como variáveis no planejamento de misturas foram: uva tipo

Isabel e bagaço resultante da extração da uva, provenientes de uma vinícola de Bento Gonçalves,

suco de uva comercial e extrato concentrado por rotavapor retido por nanofiltração elaborado pela

EMBRAPA – Agroindústria de Alimentos.

A Tabela 2 apresenta a matriz de planejamento, considerando apenas o planejamento de

misturas do tipo Simplex-Lattice, com pontos interiores. Os componentes foram: suco, extrato,

uva e bagaço.

Tabela 2: Planejamento de Misturas Simplex-Lattice com Pontos Interiores. Corrida Suco Extrato Uva Bagaço UFC/mL 1 1.000 0.000 0.000 0.000 2 0.000 1.000 0.000 0.000 3 0.000 0.000 1.000 0.000 4 0.000 0.000 0.000 1.000 5 0.500 0.500 0.000 0.000 6 0.500 0.000 0.500 0.000 7 0.500 0.000 0.000 0.500 8 0.000 0.500 0.500 0.000 9 0.000 0.500 0.000 0.500 10 0.000 0.000 0.500 0.500 11 0.625 0.125 0.125 0.125 12 0.125 0.625 0.125 0.125 13 0.125 0.125 0.625 0.125 14 0.125 0.125 0.125 0.625 15 0.250 0.250 0.250 0.250

UFC- unidade formadora de colônia; mL – mililitro

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5.2.1.1. Obtenção dos componentes analisados no planejamento de misturas

- Extrato concentrado

Para obtenção do extrato concentrado foi utilizado o bagaço de uva Pinot Noir submetido

à vinificação branca. Este foi previamente re-hidratado em água destilada, razão sólido:líquido de

2:1, por uma hora a 30°C. A extração dos compostos bioativos de interesse foi conduzida por 120

minutos sob agitação mecânica de 48 rpm e temperatura controlada de 50°C em tacho

encamisado, empregando-se uma solução aquosa contendo 30% de etanol com o pH ajustado

para 4,0 ± 0,2 com ácido cítrico na proporção de 9:1. A separação das frações foi realizada em

centrífuga de cestos com rotação de 37,5g utilizando como meio filtrante uma malha de nylon de

150 µm. Este extrato foi concentrado em sistema piloto de nanofiltração com membrana

polimérica de poliamida (NF90-2540), plana de conformação espiral, até atingir um fator de

concentração volumétrica de 8. O extrato concentrado teve o etanol removido em rotaevaporador

marca Fisatom® modelo 802, com banho-maria ajustado para 50 °C, rotação do balão de 50 rpm e

pressão de – 700 mmHg obtida pela bomba de vácuo de bancada (Prismatec modelo 131)

acoplada ao sistema. O processo foi conduzido até a redução de 30% da massa inicial.

- Bagaço

O bagaço utilizado consistiu em um composto prensado contendo galhos, sementes, casca

e polpa, acondicionado e transportado sob refrigeração. Foi utilizado o bagaço resultante da

produção do vinho branco, considerado menos prensado, contendo maior quantidade de polpa.

Nenhum tratamento foi previamente realizado. No fracionamento do bagaço preocupou-se em

retirar apenas os galhos e detritos provenientes da colheita, permanecendo apenas polpa, casca e

sementes da uva. O bagaço proveniente da vinícola de Bento Gonçalves foi armazenado em

congelamento (-20oC).

- Uvas

As uvas usadas na elaboração do meio foram cortadas do cacho, lavadas com água

corrente, com posterior separação das unidades danificadas no transporte ou lavagem. Essas

foram armazenadas refrigeradas (7oC).

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- Suco

O suco comercial utilizado foi “Casa de Bento”, suco de uva tinto, integral, sem adição de

açucares e conservantes, proveniente da Cooperativa Vinícola Aurora Ltda, na serra gaúcha.

Primeiramente, o suco foi filtrado com algodão em funil para retirada de cristais encontrados no

fundo dos frascos. Em seguida, para esterilização, o líquido foi passado em filtros Whatmam™

(110mm – Cat No 1001 110), com uso de bomba de vácuo.

Com auxílio do software foram geradas 15 corridas sendo 1 ponto central, realizado em

tréplica. O somatório dos componentes totaliza 1, o que representa 100% destes no meio.

Posteriormente, os outros componentes fixos foram adicionados ao meio.

5.2.2. Planejamento fatorial fracionário (23-1

)

Na análise das variáveis de processo, foi realizado um planejamento fatorial fracionário,

em que foram selecionados os fatores que apresentam os maiores efeitos (Tabela 3). Os

planejamentos foram realizados com 3 pontos centrais, com o objetivo de determinar o erro

experimental e a existência de curvatura no plano.

O planejamento fatorial apresentou como variável de resposta (dependente) a contagem de

unidades formadoras de colônias por mL (UFC/mL) e as variáveis independentes usadas foram

pH (5,5 e 6,5) e tempo de autoclavação (5 e 15 minutos), com ponto central com pH 6,0 e tempo

de autoclavação de 10 minutos.

Tabela 3: Planejamento fatorial fracionário 22 e 3 pontos centrais

Corrida pH Tempo (min) UFC/mL

1 5,5 5 2 6,5 5 3 5,5 15 4 6,5 15 5 6,0 10

oC: graus célsios; pH: potencial de hidrogênio; min – minutos; UFC- unidade formadora de colônia; mL – mililitro.

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As variáveis de projeto analisadas nesse experimento foram: pH do meio de cultura (5,0;

5,5 e 6,0) e tempo de autoclavação (5, 10 e 15 minutos). Todos os meios elaborados foram

incubados em duas temperaturas de incubação (30ºC e 37ºC).

Os componentes do meio (fixos e propostos no planejamento) foram homogeneizada em

agitador de tubos tipo Vortex (Vixar – VTXF), o pH aferido em pHmetro de bancada (Quimis –

Q400AS) e ajustado com HCl (4M) ou NaOH (3M). As misturas foram inseridas em frascos

individuais e submetidas à autoclavação por tempo determinado no planejamento. Após

resfriamento, os meios foram vertidos em placas de Petri de plástico (15x60 mm).

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6. RESULTADOS

6.1. Isolamento de microrganismos com interesse tecnológico para indústria de uvas e vinhos

6.1.1. Isolamento e caracterização morfotintorial de microrganismos isolados

Foram isoladas 485 colônias, incluindo bactérias, fungos e leveduras (Tabela 4).

Tabela 4: Caracterização morfotintorial das estirpes isoladas das uvas em diferentes condições.

Origem da amostra Número de

colônias isoladas

Gram positivas

Gram negativa

Produção da enzima catalase

positiva negativa

Fungos e leveduras

Uvas incubadas em caldo MRS

Após 0h 94 30 16 21 74 30 Após 8h 135 75 38 37 97 21 Após 24h 129 71 44 37 90 31

Água de lavagem 127 20 12 115 14 97 Total 485 196 110 210 273 179

h: horas

Foram isolados 202 fungos e leveduras, 69 bastonetes Gram negativos e foram

caracterizadas presuntivamente como bactérias ácido láticas 189 culturas.

6.1.2. Seleção de estirpes produtoras de substância antimicrobiana semelhante à bacteriocina

A ação inibitória contra Listeria inoccua, foi encontrada em 9 colônias (4,76%) do total

identificado de forma presuntiva como bactéria láctica (Figura 11). Todas as estipes apresentaram

halo de inibição medindo 10 mm de diâmetro contra L. inoccua

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Figura 11: Atividade antimicrobiana de bactérias láticas isoladas da uva contra Listeria

innocua.

As culturas analisadas não apresentaram ação inibitória contra B. cereus. Todas as culturas

testadas foram capazes de produzir substância antimicrobiana contra S. aureus (Figura 12 a-c),

produzindo halos de inibição que variaram entre 10 e 15 mm.

Figura 12 A,B,C: Atividade antimicrobiana contra S. aureus das 9 culturas caracterizadas como bactérias láticas, isoladas da superfície das uvas. A seta indica o controle positivo L. lactis ATCC 11454 produtor de bacteriocina.

6.1.3. Determinação de características probióticas das culturas isoladas

As 9 estirpes que apresentaram ação inibitória contra patógenos foram testadas para

tolerância ao pH ácido e a sais biliares. Os resultados encontrados estão representados nas tabelas

5 e 6. Os resultados representam uma média de 3 repetições, e teste de Tukey para análise de

diferença significativa realizado no software Statistica versão 7.0.

A B C

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Tabela 5: Resistência de bactérias láticas isoladas de uva ao pH 3,5

Viabilidade celular (Log UFC/ mL)

Tempo/horas Culturas / Meios de Cultura 0 3

U3 Caldo MRS Controle 9,25ª 9,20a Caldo MRS pH 3,5 9,83ª 9,54a U26 Caldo MRS Controle 9,60a 9,11a Caldo MRS pH 3,5 9,43ª 9,44a U41 Caldo MRS Controle 8,60ª 8,59a Caldo MRS pH 3,5 9,47ª 9,80a U42 Caldo MRS Controle 9,82ª 9,70a Caldo MRS pH 3,5 9,12ª 9,38a U86 Caldo MRS Controle 9,43ª 9,59a Caldo MRS pH 3,5 8,95ª 8,82a U128 Caldo MRS Controle 8,70ª 8,57a Caldo MRS pH 3,5 9,07ª 9,42b U133 Caldo MRS Controle 9,84ª 9,65a Caldo MRS pH 3,5 9,77ª 9,69a U135 Caldo MRS Controle 9,68ª 9,45a Caldo MRS pH 3,5 9,92ª 9,69a U259 Caldo MRS Controle 8,84ª 8,64a Caldo MRS pH 3,5 9,00a 9,00a L.lactis ATCC 11454 Caldo MRS Controle 9,00a 8,80a Caldo MRS pH 3,5 9,30ª 9,75b

Médias seguidas de letras diferentes, na mesma linha, diferem significativamente entre si (p<0,05). pH: potencial de hidrogênio. Log UFC/ mL: Logarítmico de Unidades Formadoras de Colônias por mililitro. Caldo MRS: Caldo de

Man, Rogosa and Sharpe. L.lactis: Lactococcus lactis American Type Culture Colection 11454

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Tabela 6: Viabilidade celular das culturas isoladas da superfície da uva em Caldo MRS suplementado com 0,3% de bile.

Viabilidade celular (Log UFC/ mL) Tempo/horas

Culturas / Meios de Cultura O 4

U3 Caldo MRS Controle 8,25ª 8,20a Caldo MRS com 0,3% de sais biliares 9,33ª 9,74b U26 Caldo MRS Controle 8,65ª 8,81b Caldo MRS com 0,3% de sais biliares 9,47ª 9,54a U41 Caldo MRS Controle 9,66ª 9,59a Caldo MRS com 0,3% de sais biliares 8,89ª 8,80a U42 Caldo MRS Controle 9,82ª 9,70a Caldo MRS com 0,3% de sais biliares 9,12ª 9,38a U86 Caldo MRS Controle 9,55ª 9,59a Caldo MRS com 0,3% de sais biliares 9,72ª 9,82b U128 Caldo MRS Controle 8,70ª 8,67a Caldo MRS com 0,3% de sais biliares 9,27ª 9,42b U133 Caldo MRS Controle 8,82ª 8,85a Caldo MRS com 0,3% de sais biliares 8,57ª 8,59a U135 Caldo MRS Controle 9,78ª 9,75a Caldo MRS com 0,3% de sais biliares 9,32ª 9,29a U259 Caldo MRS Controle 9,34ª 9,30a Caldo MRS com 0,3% de sais biliares 9,45ª 9,47a L. lactis ATCC 11454 Caldo MRS Controle 9,00a 9,35b Caldo MRS com 0,3% de sais biliares 9,37ª 9,77b

Médias seguidas de letras diferentes, na mesma linha, diferem significativamente entre si (p<0,05). Log UFC/ mL: Logarítmico de Unidades Formadoras de Colônias por mililitro. Caldo MRS: Caldo de Man, Rogosa and Sharpe. L.lactis: Lactococcus lactis ATCC 11454.

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Os resultados demonstram que as 9 culturas testadas foram resistentes ao pH ácido e a

presença de sais biliares. Foi possível observar um crescimento significativo nas culturas U128 e

na cultura controle no meio acidificado, e no meio suplementado com sais biliares foi observado

aumento na contagem de UFC, nas culturas U3, U86, U128 e na cultura de L. lactis ATCC

11454.

6.1.4. Pesquisa de presença da enzima pectinase

As 485 colônias isoladas foram testadas para produção de atividade pectinolítica, já que

na literatura bactérias, fungos e leveduras apresentam essa característica. As culturas que

apresentaram halo transparente ao redor do seu crescimento foram consideradas positivas (figuras

13 e 14). Dentre 485 estirpes isoladas, 94 (19,38%) possuíam atividade pectinolítica. Destas, 35

(37,23%) eram bactérias e 59 (62,77%) fungos e leveduras.

Figura 13: Triagem para determinação de microrganismos com atividade pectinolítica, a

partir de revelação por vermelho de rutênio. A presença do halo foi considerada positivo

para presença da enzima.

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Figura 14: Estirpes isoladas da uva produtoras de atividade pectinolítica. As setas indicam dois controles positivos Candida krusei 50148 e Pichia anomala 50407.

As culturas apresentaram halos de 4 a 15 milímetros (mm).

6.1.5. Identificação molecular dos microrganismos isolados com interesse tecnológico

As nove culturas que apresentaram algumas das características exigidas para serem

classificadas com potencial probiótico, ou seja, produção de antimicrobiano contra patógeno,

resistência a pH ácido e a bile, foram identificadas por técnicas de biologia molecular. No

ARDRA (figura 15) foi observado que todas as culturas eram do mesmo gênero e espécie já que

apresentavam o mesmo padrão de bandas quando digeridas com as enzimas de restrição. Após o

sequencimento do perfil representativo destas nove estirpes, as mesmas foram identificadas como

Leuconostoc mesenteroides.

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Figura 15: Perfil de bandas obtidos por ARDRA após tratamento com a nas nove culturas com potencial probióticoe a seta lateral indica a banda com 1.500 pares de base, presente no Kb (DNA ladder) utilizado. pb: pares de base. • Perfil de bandas obtidos para estirpes testadas correspondente á Leuconostoc

Também foram analisadas pela técnica de ARDRA

apresentaram presença da enzima pectinase

gel do ARDRA para 27 das culturas analisadas.

Figura 16: Perfil de bandas obtidos por ARDRA aem 18 culturas com atividade pectinolítica(Genevuler 1Kb Plus DNA ladder

pares de base.

15: Perfil de bandas obtidos por ARDRA após tratamento com a enzima com potencial probiótico. As setas superiores indicam o padrão de bandas (Kb)

e a seta lateral indica a banda com 1.500 pares de base, presente no Kb () utilizado. pb: pares de base. • Perfil de bandas obtidos para estirpes testadas

Leuconostoc.

am analisadas pela técnica de ARDRA 35 culturas de bactér

apresentaram presença da enzima pectinase. Nas figuras 16 e 17 pode-se observar a revelação em

gel do ARDRA para 27 das culturas analisadas.

Figura 16: Perfil de bandas obtidos por ARDRA após tratamento com a enzima com atividade pectinolítica. As setas superiores indicam o padrão de bandas

Genevuler 1Kb Plus DNA ladder) e a seta lateral indica a banda com 1.500 pares de base. pb:

77

enzima HhaI realizados dicam o padrão de bandas (Kb)

e a seta lateral indica a banda com 1.500 pares de base, presente no Kb (Genevuler 1Kb Plus

) utilizado. pb: pares de base. • Perfil de bandas obtidos para estirpes testadas

35 culturas de bactérias que

se observar a revelação em

enzima HhaI realizados As setas superiores indicam o padrão de bandas

) e a seta lateral indica a banda com 1.500 pares de base. pb:

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Figura 17: Perfil de bandas obtidos por ARDRA após tratamento com a em 9 culturas com atividade pectinolítica(Genevuler 1Kb Plus DNA ladder

pares de base.

Não foi possível analisar os perfis das culturas 16 e 17. Dentre os outros foram

identificados 8 perfis diferentes indicados na Tabela 7.

Tabela 7: Relação entre as estirpes isoladas e o perfil de bandas obtidosno ARDRA.

Perfil de bandas

Quantidade de cepas

• 12 ⁰ 11 ∆ 5 + 1 * 1 Ø 1 ≈ 1 † 2

: Perfil de bandas obtidos por ARDRA após tratamento com a enzima com atividade pectinolítica. As setas superiores indicam o padrão de bandas

Genevuler 1Kb Plus DNA ladder) e a seta lateral indica a banda com 1.500 pares de b

Não foi possível analisar os perfis das culturas 16 e 17. Dentre os outros foram

identificados 8 perfis diferentes indicados na Tabela 7.

Tabela 7: Relação entre as estirpes isoladas e o perfil de bandas obtidosno ARDRA.

Estirpes correspondentes

U3,U4,U26,U41,U42,U86,U128,U132,U133,U135,U239,U259U5,U32,U47,U75,U85,U118,U141,U159,U203, U230,U235U2,U8, U55, U113,U291 U16 U145 U37 U82 U35,U65

78

enzima HhaI realizados As setas superiores indicam o padrão de bandas

) e a seta lateral indica a banda com 1.500 pares de base. pb:

Não foi possível analisar os perfis das culturas 16 e 17. Dentre os outros foram

Tabela 7: Relação entre as estirpes isoladas e o perfil de bandas obtidosno ARDRA.

Estirpes correspondentes

U3,U4,U26,U41,U42,U86,U128,U132,U133,U135,U239,U259 U5,U32,U47,U75,U85,U118,U141,U159,U203, U230,U235

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Uma a duas estirpes de cada perfil foram enviadas para sequenciamento e os resultados

obtidos estão descriminados na tabela 8.

Tabela 8: Identificação molecular por sequenciamento das cepas com perfil de bandas destintos.

Quantidade de cepas isoladas

Código da cepa

Similaridade (%)

Espécie identificada Número de acesso

Tamanho do

fragmento (pb)

Perfil de

bandas

11

U5

100

Klebsiella

pneumoniae

JQ072599.F

1.053

5 U8 99 Klebsiella sp. JF274779.1 1.407 ∆ 1 U16 100 Paenibacillus sp. HQ600992.1 1.377 + 2 U35 99 Bacillus sp. HG662640.2 989 † 1 U37 99 Bacillus subtilis FR687210.1 1.366 Ø 11 U75 99 Klebsiella sp. JF274779.1 1.398 ⁰ 1 U145 99 Cellulosimicrobium

funkei

JQ659850.1 1.380 *

12 U239 100 Leuconostoc sp. KC417012.1 42 • 1 U275 98 Leuconostoc

mesenteroides

HM058686.1 1326

pb: pares de bases

6.2. Desenvolvimento de meio de cultura para isolamento de bactérias láticas de interesse na

vitivinicultura

6.2.1. Meios de cultura

Foram desenvolvidos 105 meios diferentes na composição e nas condições de pH e tempo

de autoclavação, todos incubados a 30ºC e a 37ºC. Foi observado que as misturas com mais de

25% de bagaço na sua composição, não ficavam homogêneas e a solidificação pelo Agar não foi

possível.

A variável de resposta neste trabalho foi a contagem de UFC/mL obtida com o meio de

cultura desenvolvido. Entretanto, houve uma quantidade significativa de casos em que não foi

observado crescimento do microrganismo. De modo a não obter uma falsa análise de dados, os

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80

casos onde não houve crescimento para as 4 culturas testadas foram excluídos na análise. No

quadro 13 podem-se observar as corridas que foram consideradas na analise estatística.

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Quadro 13: Resultado da contagem de colônias para as corridas do planejamento.

Repetições Suco Extrato Uva Bagaço L.rhamnosus GG

Log UFC/mL L. delbrueckii Log UFC/mL

L. casei

Log UFC/mL

L. sake Log UFC/mL

pH do meio

Tempo de autoclavação

Temperatura incubação (

oC)

1 100 0 0 0 6,30 7,56 7,11 6,48 5,5 5 30

1 0 0 100 0 7,67 7,65 0 0 5,5 5 30

1 50 50 0 0 0 7,58 0 0 5,5 5 30

1 50 0 50 0 7,54 7,68 0 0 5,5 5 30

1 0 50 50 0 1,61 7,60 7,34 7,78 5,5 5 30

1 0 0 50 50 7,61 7,62 7,30 7,60 5,5 5 30

1 100 0 0 0 0 7,63 7,53 7,56 6,5 5 30

1 0 0 100 0 7,17 7,72 7,73 7,66 6,5 5 30

1 50 50 0 0 6,77 7,71 7,65 7,62 6,5 5 30

1 50 0 50 0 7.34 7,80 7,75 7,71 6,5 5 30

1 0 50 50 0 0,84 7,59 7,67 7,60 6,5 5 30

1 0 0 50 50 7,63 7,62 7,34 7,61 6,5 5 30

1 100 0 0 0 7,04 7,80 0 0 5,5 15 30

1 0 0 100 0 7,50 7,72 0 0 5,5 15 30

1 50 50 0 0 7,17 7,49 0 0 5,5 15 30

1 50 0 50 0 6,90 7,71 7,66 7,70 5,5 15 30

1 0 50 50 0 1,50 7,46 0 7,60 5,5 15 30

1 0 0 50 50 7,67 7,64 7,38 7,59 5,5 15 30

1 100 0 0 0 7,25 7,62 0 0 6,5 15 30

1 0 0 100 0 7,45 7,72 7,67 7,46 6,5 15 30

1 50 50 0 0 6,60 7,56 0 0 6,5 15 30

1 50 0 50 0 7,59 7,60 7,81 7,86 6,5 15 30

1 0 50 50 0 1,47 7,45 7,23 7,49 6,5 15 30

1 0 0 50 50 7,60 7,63 7,30 7,60 6,5 15 30

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1 62,5 12,5 12,5 12,5 0 6,30 0 0 6,5 15 30

3 0 0 100 0 7,41 7,59 0 0 6 10 30

3 50 50 0 0 6,70 7,77 7,70 7,43 6 10 30

3 50 0 50 0 7,11 7,70 7,74 7,60 6 10 30

3 0 50 50 0 1,63 7,71 7,65 7,52 6 10 30

3 0 0 50 50 7,63 7,61 7,25 7,58 6 10 30

1 100 0 0 0 6,30 7,75 8,03 7,72 5,5 5 37

1 0 0 100 0 7,95 7,81 8,04 8,00 5,5 5 37

1 50 50 0 0 7,68 7,72 8,01 7,83 5,5 5 37

1 50 0 50 0 7,50 7,63 7,95 8,01 5,5 5 37

1 0 50 50 0 7,98 7,46 8,12 7,50 5,5 5 37

1 0 0 50 50 7,70 7,67 7,50 7,65 5,5 5 37

1 100 0 0 0 6,78 7,65 8,00 7,94 6,5 5 37

1 0 100 0 0 6,30 0 0 0 6,5 5 37

1 0 0 100 0 7,77 7,84 8,07 7,97 6,5 5 37

1 50 50 0 0 7,90 7,75 8,00 7,87 6,5 5 37

1 50 0 50 0 7,46 7,64 8,15 7,87 6,5 5 37

1 0 50 50 0 7,92 7,81 8,15 7,93 6,5 5 37

1 0 0 50 50 7,71 7,68 7,52 7,66 6,5 5 37

1 62,5 12,5 12,5 12,5 7,77 0 0 0 6,5 5 37

1 100 0 0 0 7,72 7,65 8,00 7,83 5,5 15 37

1 0 0 100 0 7,95 7,77 0 0 5,5 15 37

1 50 50 0 0 6,00 7,53 7,98 7,90 5,5 15 37

1 50 0 50 0 7,61 7,62 8,20 7,97 5,5 15 37

1 0 50 50 0 7,56 7,86 7,84 7,75 5,5 15 37

1 0 0 50 50 7,73 7,72 7,48 7,60 5,5 15 37

1 100 0 0 0 7,32 7,49 8,07 7,89 6,5 15 37

1 0 0 100 0 7,84 7,72 8,04 7,95 6,5 15 37

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1 50 50 0 0 7,43 7,38 7,67 7,82 6,5 15 37

1 50 0 50 0 7,43 7,90 8,08 7,78 6,5 15 37

1 0 50 50 0 7,76 7,83 8,00 7,61 6,5 15 37

1 0 0 50 50 7,75 7,67 7,50 7,63 6,5 15 37

1 62,5 12,5 12,5 12,5 7,53 6,45 0 0 6,5 15 37

3 100 0 0 0 0 0 7,99 7,73 6 10 37

3 0 0 100 0 7,95 7,70 8,02 7,87 6 10 37

3 50 50 0 0 6,60 7,73 7,70 7,67 6 10 37

3 50 0 50 0 0 7,81 8,04 7,83 6 10 37

3 0 50 50 0 7,53 7,74 8,00 7,78 6 10 37

3 0 0 50 50 7,72 7,65 7,46 7,61 6 10 37

3 62,5 12,5 12,5 12,5 0 7,23 0 0 6 10 37

L: Lactobacillus; Log UFC/mL: logaritmo da unidade formadora de colônias por mililitro; pH: potencial de hidrogênio; oC: grau Celsius

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Os meios elaborados apresentaram características diferentes em relação a sua

consistência e coloração. As colônias apresentaram características morfológicas

diferenciadas, como pode ser observado na Figura 18.

Figura: 18 (A e B) Meios elaborados com 100% e 50% de uva, respectivamente. (C) Meio constituído de 100% de suco. (D) MRS – meio controle. Nas figuras A, B e C, observam-se as colônias de Lactobacillus GG rhamnosus ATCC 53103 com pigmentação, diferente das encontradas no MRS.

Devido ao fato de alguns experimentos gerados no planejamento não permitirem o

crescimento das culturas de lactobacilos, houve a necessidade de excluí-los da tabela, desse

modo não foi possível analisar o planejamento de misturas com o programa Statistica 7.0.

Para fazer uma análise comparativa entre os meios, onde foi observado crescimento

bacteriano os dados na tabela foram ordenados de forma decrescente para determinar em

que condição foi observado o maior crescimento da célula em questão (Tabela 9).

A B

C D

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Tabela 9: Melhores condições de pH, temperatura de incubação, tempo de autoclavação e formulação do meio para o crescimento de bactérias láticas.

Microrganismos Maior contagem obtida

(LogUFC/mL)

pH Temperatura de incubação

(oC)

Tempo de autoclavação

(min)

Formulação do meio

Contagem obtida no

MRS

L. GG rhamnosus ATCC 53103 7,98 5,5 37 5 50% uva + 50%

extrato

7,74

L. delbrueckii ATCC 7830 7,90 6,5 37 15 50% uva + 50% suco

7,78

L. casei ATCC 393 8,20 5,5 37 15 50% uva + 50% suco

6,18

L. sake CECT 906 8,01 5,5 37 5 50% uva + 50% suco

7,65

pH: potencial de hidrogênio; L:Lactobacillus; ATCC: American Type Culture Collection; oC: grau Celsius; min: minutos.

De acordo com a tabela, pode-se observar que todos os lactobacilos apresentaram

maior crescimento na temperatura de incubação de 37ºC. O pH 5,5 foi determinado como

ótimo para três dos lactobacilos analisados, com exceção apenas para o L. delbrueckii, que

apresentou melhor crescimento no pH 6,5. L. GG rhamnosus e L. sakei obtiveram o melhor

crescimento com o meio autoclavado por apenas 5 minutos, enquanto os outros

apresentaram melhor crescimento em meio com autoclavação de 15 minutos. A formulação

do meio que permitiu melhor crescimento dentre os microrganismos analisados foi de 50%

de uva e 50% de suco, com exceção apenas para o L. GG rhamnosus que teve melhor

crescimento em meio com 50% de uva e 50% de extrato.

Para melhor visualização dos resultados obtidos com a observação dos dados

ordenados de forma decrescente, os dados foram expressos na forma de Diagramas de

Caixas (Box & Whisker) e das Medias (Means Plot), para os 4 lactobacilos analisados,

naqueles meios desenvolvidos onde foi observado melhor crescimento de colônias (figuras

19-26). Dentre os resultados não foi observada diferença estatístisca nos crescimentos

realizados nas temperaturas analisadas.

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Box & Whisker Plot: L. delbrueckii Log UFC/mL

Mean Mean±SD Mean±1.96*SD

30 37

Temperatura incubação (oC)

7.4

7.5

7.6

7.7

7.8

7.9

8.0

L.

de

lbru

ec

kii

Lo

g U

FC

/mL

Figura 19: Diagrama de caixa para o Lactobacillus delbrueckii ATCC 7830, usando Agar Uva com pH 5,5 e autoclavado por 5 minutos. L: Lactobacillus; Log UFC/mL: logaritmo de unidades formadoras de colonias por mililitro; oC: grau Celsius; Mean: média; SD: desvio-padrão.

Box & Whisker Plot: L.rhamnosus GG Log UFC/mL

Mean

Mean±SD

Mean±1.96*SD 30 37

Temperatura incubação (oC)

5.5

6.0

6.5

7.0

7.5

8.0

8.5

9.0

L.r

ham

nosus G

G L

og U

FC

/mL

Figura 20: Diagrama de caixa para o Lactobacillus GG rhamnosus ATCC 53103, usando Agar Uva com pH 5,5 e autoclavado por 5 minutos. L: Lactobacillus; Log UFC/mL: logaritmo de unidades formadoras de colônias por mililitro; oC: grau Celsius; Mean: média; SD: desvio-padrão.

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Box & Whisker Plot: L. casei Log UFC/mL

Mean

Mean±SD

Mean±1.96*SD 30 37

Temperatura incubação (oC)

6.8

7.0

7.2

7.4

7.6

7.8

8.0

8.2

8.4

8.6

L.

cas

ei

Lo

g U

FC

/mL

Figura 21: Diagrama de caixa para o Lactobacillus casei ATCC 393, usando Agar Uva com pH 5,5 e autoclavado por 5 minutos. L: Lactobacillus; Log UFC/mL: logaritmo de unidades formadoras de colônias por mililitro; oC: grau Celsius; Mean: média; SD: desvio-padrão.

Box & Whisker Plot: L. sake Log UFC/mL

Mean

Mean±SD

Mean±1.96*SD 30 37

Temperatura incubação (oC)

5.5

6.0

6.5

7.0

7.5

8.0

8.5

9.0

L. sake L

og U

FC

/mL

Figura 22: Diagrama de caixa para o Lactobacillus sake CECT 906, usando Agar Uva com pH 5,5 e autoclavado por 5 minutos. L: Lactobacillus; Log UFC/mL: logaritmo de unidades formadoras de colonias por mililitro; oC: grau Celsius; Mean: média; SD: desvio-padrão.

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Box & Whisker Plot: L.rhamnosus GG Log UFC/mL

Mean

Mean±SD

Mean±1.96*SD 30 37

Temperatura incubação (oC)

5.5

6.0

6.5

7.0

7.5

8.0

8.5

9.0

L.r

ham

nosus G

G L

og U

FC

/mL

Figura 23 : Diagrama de caixa para o Lactobacillus GG rhamnosus ATCC 53103, usando Agar Uva com pH 5,5 e autoclavado por 15 minutos. L: Lactobacillus; Log UFC/mL: logaritmo de unidades formadoras de colonias por mililitro; oC: grau Celsius; Mean: média; SD: desvio-padrão.

Box & Whisker Plot: L. delbrueckii Log UFC/mL

Mean

Mean±SD

Mean±1.96*SD 30 37

Temperatura incubação (oC)

7.3

7.4

7.5

7.6

7.7

7.8

7.9

8.0

L. delb

rueckii L

og U

FC

/mL

Figura 24 : Diagrama de caixa para o Lactobacillus delbrueckii ATCC 7830, usando Agar Uva com pH 5,5 e autoclavado por 15 minutos. L: Lactobacillus; Log UFC/mL: logaritmo de unidades formadoras de colônias por mililitro; oC: grau Celsius; Mean: média; SD: desvio-padrão.

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Box & Whisker Plot: L. casei Log UFC/mL

Mean

Mean±SD

Mean±1.96*SD 30 37

Temperatura incubação (oC)

7.0

7.2

7.4

7.6

7.8

8.0

8.2

8.4

8.6

L. casei Log U

FC

/mL

Figura 25 : Diagrama de caixa para o Lactobacillus casei ATCC 393 usando Agar Uva com pH 5,5 e autoclavado por 15 minutos. L: Lactobacillus; Log UFC/mL: logaritmo de unidades formadoras de colônias por mililitro; oC: grau Celsius; Mean: média; SD: desvio-padrão.

Box & Whisker Plot: L. sake Log UFC/mL

Mean

Mean±SD

Mean±1.96*SD 30 37

Temperatura incubação (oC)

7.4

7.5

7.6

7.7

7.8

7.9

8.0

8.1

8.2

L. sake L

og U

FC

/mL

Figura 26: Diagrama de caixa para o Lactobacillus sake CECT 906, usando Agar Uva com pH 5,5 e autoclavado por 15 minutos. L: Lactobacillus; Log UFC/mL: logaritmo de unidades formadoras de colônias por mililitro; oC: grau Celsius; Mean: média; SD: desvio-padrão.

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O objetivo da representação dos resultados em Box & Whisker, foi determinar se

houve diferença na contagem dos microrganismos analisados, após incubação por 48 horas

nas temperaturas de 30ºC e 37ºC. Desse modo, os quatro microrganismos analisados foram

inoculados nos 105 meios, elaborados pelo planejamento de misturas com variáveis de

processo, incubados nas duas temperaturas selecionadas. Nos gráficos foram comparados

apenas os meios com pH 5,5, autoclavado por 5 e 15 minutos, onde foram observados as

maiores crescimentos. Nas figuras 17 a 24, foi possível observar que a melhor temperatura

de incubação foi de 37ºC.

Nas figuras 27 a 30, foi observada a interação entre os três fatores do planejamento

fatorial: tempo de autoclavação, temperatura de incubação e pH. Para determinar em qual

condição, foi obtido o maior crescimento.

pH 5,5

pH 6,5

Temperatura incubação (oC): 30

5 15

Tempo de autoclavação

7.0

7.1

7.2

7.3

7.4

7.5

7.6

7.7

7.8

7.9

8.0

L.r

ham

nosus G

G L

og U

FC

/mL

Temperatura incubação (oC): 37

5 15

Tempo de autoclavação

Figura 27 : Gráfico das Médias para L. GG rhamnosus ATCC 53103 Log UFC/mL: logaritmo de unidade formadora de colônia por mililitro; oC: grau Celsius; pH: potencial de hidrogênio.

Em relação ao L. GG rhamnosus a melhor condição de crescimento foi em pH 5,5,

com temperatura de incubação de 37oC e o tempo de autoclavação não influenciou no

resultado.

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pH 5,5

pH 6,5

Temperatura incubação (oC): 30

5 15

Tempo de autoclav ação

7.0

7.1

7.2

7.3

7.4

7.5

7.6

7.7

7.8

7.9

8.0

L.

de

lbru

ec

kii L

og U

FC

/mL

Temperatura incubação (oC): 37

5 15

Tempo de autoclav ação

Figura 28 : Gráfico das Médias para L.delbrueckii ATCC 7830. Log UFC/mL: logaritmo de unidade formadora de colônia por mililitro; oC: grau Celsius; pH: potencial de hidrogênio.

O meio com pH ajustado para 6,5 e autoclavado por 5 minutos foi o melhor para o

crescimento de L. delbrueckii, quando incubado a 37ºC.

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pH 6,5

pH 5,5

Temperatura incubação (oC): 30

5 15

Tempo de autoclav ação

-1

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

L.

ca

sei

Log U

FC

/mL

Temperatura incubação (oC): 37

5 15

Tempo de autoclav ação

Figura 29 : Gráfico das Médias para L.casei ATCC 393. Log UFC/mL: logaritmo de unidade formadora de colônia por mililitro; oC: grau Celsius; pH: potencial de hidrogênio.

A maior contagem de colônias de L. casei foi obtida no meio com pH 5,5 e incubado

a 37ºC. O tempo de autoclavação no meio não interferiu no resultado.

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pH 6,5

pH 5,5

Temperatura incubação (oC): 30

5 15

Tempo de autoclav ação

-1

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

L.

sa

ke

Log

UF

C/m

L

Temperatura incubação (oC): 37

5 15

Tempo de autoclav ação

Figura 30: Gráfico das Médias para L. sakei CECT 906. Log UFC/mL: logaritmo de unidade formadora de colônia por mililitro; oC: grau Celsius; pH: potencial de hidrogênio.

O pH de 5,5 e a incubação a 37ºC promoveram o maior crescimento de L. sake, o

tempo de autoclavação não interferiu nos resultados.

Na análise dos gráficos das Médias foi novamente possível confirmar a observação

feita na ordenação das variáveis de resposta obtidas.

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Com objetivo de determinar qual variável do planejamento de misturas apresentava

maior influência no crescimento dos microrganismos analisados, os meios foram

comparados em relação ao percentual dos componentes em que foram observados os

maiores crescimentos (Figuras 31 e 32).

Figura 31: Comparação entre meios de cultivo com 100% ou 50% de suco em relação ao crescimento de colônias das estirpes analisadas. Log UFC/mL: logaritmo de unidade formadora de colônia por mililitro;

Os meios elaborados com 50% de suco promoveram um melhor crescimento de L.

sake e L. GG rhamnosus. No caso dos lactobacilos L. casei e L. delbrueckii, o maior

crescimento foi obtido no meio com 100% de suco, entretanto esta diferença foi menos

significativa.

6

6.5

7

7.5

8

8.5

L.rhamnosus L.casei L. delbrueckii L. sake

100% Suco 50% suco

Log

UFC

/mL

Microrganismos analisados

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Figura 32: Comparação entre meios de cultivo com 100% ou 50% de uva quanto ao crescimento de colônias das estirpes analisadas. Log UFC/mL: logaritmo de unidade formadora de colônia por mililitro; L: Lactobacillus.

Todas as estirpes analisadas apresentaram maior crescimento no meio com 100% de

uva. Com a comparação entre os meios com 100% e o meio MRS usado como controle,

obteve-se o resultado expresso na Figura 33.

6

6.5

7

7.5

8

8.5

L.rhamnosus L.casei L. delbrueckii L. sake

100% Uva 50% UvaLo

gU

FC/m

L

Microrganismos analisados

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Figura 33: Comparação entre meios de cultivo com 100% de uva e meio MRS. Log UFC/mL: logaritmo de unidade formadora de colônia por mililitro; L: Lactobacillus, MRS: de Man,

Rogosa and Sharpe.

Foi observado que para os 4 microrganismos analisados, o crescimento no Agar

com 50% de uva, foi maior do que no Agar MRS. A maior diferença, em torno de 2 ciclos

logarítmicos, foi encontrada para o L. casei.

A elaboração do meio de cultura com uva e seus derivados teve por objetivo

potencializar o isolamento de microrganismos da superfície da uva. De modo a determinar

se o meio elaborado e as condições determinadas como ideais, seriam adequadas para

microrganismos isolados da superfície da uva. A cultura U3 isolada da uva,

presuntivamente identificada como BAL, identificada como Leuconostoc sp., foi testada

nos meios desenvolvidos (Figura 34).

4

5

6

7

8

9

L.sake L.casei L.delbrueckii L.rhamnosus

Agar MRS Agar UVALo

g U

FC/m

L

Microrganismos analisados

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Figura 34: Comparação entre meios de cultivo formulados com uva e suco de uva e meio MRS. Log UFC/mL: logaritmo de unidade formadora de colônia por mililitro; MRS: de Man, Rogosa and

Sharpe, pH: potencial de hidrogênio; min: minutos.

O meio de cultivo elaborado com 100% de uva e pH 5,5 apresenta o melhor

resultado, seguido do meio com 50% de uva e 50% de suco. A faixa de pH onde se

observou os melhores resultados foi 5,5 e 6,0 e os tempos de autoclavação de 10 e 15

minutos. A maior contagem de colônias foi observada no meio MRS, entretanto não houve

diferença estatística entre este e o meio com 100% de uva.

6 6.1 6.2 6.3 6.4 6.5

U3

50% suco + 50% uva pH 6,0 - 10 min

100% Uva pH 6,0 - 10 min

100% Uva pH 5,5 - 15 min

MRS

Log UFC/mL

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7. DISCUSSÃO

Os microrganismos são importantes na indústria de vinho e suco de uva. Eles são

responsáveis pelo próprio processo de elaboração do vinho e por agregar características

sensoriais desejáveis ao vinho. Além de serem responsáveis por processos de

beneficiamento do suco aumentando seu rendimento. Entretanto, o uso de microrganismos

comerciais eleva os custos do produtor. Um microrganismo isolado da superfície da uva

pode apresentar características únicas para o melhoramento da vinícola. Entretanto, o

isolamento de culturas selvagens é prejudicado pela necessidade de adaptação do

microrganismo às mudanças nas condições de sobrevivência, como pH, oferta de nutrientes

e quantidade de água disponível. As técnicas moleculares auxiliam no isolamento de

microrganismos, porém quando são encontrados em baixa quantidade, estas isoladamente

não são eficientes, sendo também necessária a utilização de técnicas de cultivo.

No caso dos lactobacilos, eles apresentam exigências nutricionais e de incubação

complexas, muitas vezes semelhantes com outros microrganismos taxonomicamente

relacionados. As condições incluem meio rico e levemente acidificado (pH 4,5 – 6,4),

incubação em microaerofilia ou anaerobiose e temperatura mesofílica (15 – 40oC) (Sutula,

Coulthwaite e Verran, 2012). O meio comumente usado para cultivo de lactobacilos são os

de Man Rogosa Sharpe (MRS), Lactobacillo Selective Agar e Rogosa Agar. A superfície

das uvas apresenta uma microbiota mais complexa, dificultando o isolamento de gêneros

como o lactobacilos. Uma série de tentativas podem ser empregadas como adição de

substratos que favoreçam o crescimento como agentes redutores, vitaminas, minerais,

alterações nas condições de temperatura de incubação, ajuste de pH, adição de indicadores

de pH e adição de agentes seletivos (antibióticos, bile, cloreto de lítio e propionato de

sódio) para melhorar o isolamento dos microrganismos (Sutula, Coulthwaite e Verran,

2012).

As bactérias láticas são fastidiosas, o que atrapalha no estudo do seu crescimento e

sua capacidade metabólica. Além disso, as condições da superfície da uva podem

influenciar na microbiota e no seu estado fisiológico, afetando o isolamento destes

microrganismos. Desse modo, há necessidade de um meio de enriquecimento, com

características necessárias, semelhantes as da sua origem, para induzir o crescimento e

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desenvolvimento de células viáveis e cultiváveis (Renouf e Lonvaud-Funel, 2007; Terrade

et al. , 2009).

Portanto nesse trabalho foi desenvolvido um meio de cultura sólido, não seletivo

que foi comparado com meio MRS. A melhor formulação desenvolvida foi determinada

como a que apresentou a maior faixa de crescimento dentre as culturas analisadas. A

composição do meio que apresentou melhor resultado na maioria dos microrganismos

analisados foi 50% de uva e 50% de suco. Esta formulação apresentou uma atividade de

água alta o suficiente para as necessidades dos microrganismos e quantidades satisfatórias

de nutrientes, além de um baixo teor de substâncias inibitórias. Baran e colaboradores

(2001) estudando o desenvolvimento de meios de cultura baseados em maçã também

observaram que a melhor composição foi encontrada ao utilizar 50% da fruta propriamente

dita, e concluiram que, neste caso o maior crescimento dos microrganismos foi devido a um

maior teor de água disponível.

A presença da fruta no meio permite uma maior disponibilidade de nutrientes

naturais. Terrade e colaboradores (2009) determinaram que para aumentar o isolamento de

BAL, era necessária adição de vitaminas. Neste trabalho presume-se que a adição da uva,

satisfaça as necessidades minerais dos microrganismos em questão. Entretanto deve-se

levar em consideração que o meio elaborado foi autoclavado, e a exposição a altas

temperaturas pode destruir as vitaminas e minerais sensíveis ao calor. Desse modo foram

utilizados diferentes tempos de autoclavação (5, 10 e 15 minutos) para avaliar a influência

deste fator no crescimento nos meios de cultivo. A partir dos resultados, foi possível

observar que a variação do tempo de autoclavação não influenciou no crescimento dos

microrganismos analisados. Mais estudos para avaliar as alterações físico-químicas nos

componentes do meio desenvolvido são necessários, de modo a minimizar perdas

nutricionais com o calor, além de diminuir o tempo utilizado para elaboração do meio.

Neste trabalho foi observado que a autoclavação por 5 minutos foi suficiente para os fins

desejados.

No estudo de Terrade e colaboradores (2009) foi desenvolvido um meio para

cultivo de BAL, o melhor resultado foi encontrado quando a fonte de carbono utilizada foi

a ribose. Os meios foram ajustados para os seguintes valores de pH: 3,6; 3,8 e 4,0. As BAL

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utilizadas para determinar as condições do meio foram as seguintes: O. oeni, L. brevis, L.

plantarum, L. pasteurianus, L. delbrueckii e P. pentosaceus. Os autores obtiveram

melhores resultados com os meios desenvolvidos, quando comparados com o meio

comercial MRS. O pH 5,0 foi considerado o ideal para o crescimento dos microrganismos

analisados pelos autores, resultado próximo ao pH 5,5 determinado neste trabalho como

melhor para o crescimento das BAL analisadas. Entretanto, o meio de cultura elaborado por

Terrade apresenta 44 componentes, enquanto o meio desenvolvido nesse trabalho apresenta

apenas 7 componentes, tendo sua formulação mais simples.

De acordo com Gogus (2006), a fonte de carbono e de nitrogênio e suas

concentrações são de grande interesse na indústria, para diminuir o custo do meio de

cultura. Desse modo o uso de resíduos agroindustriais para a elaboração de meio de cultura

para cultivo de microrganismos é de interesse para indústria. O uso do resíduo não auxiliou

no crescimento dos microrganismos analisados, e foi um fator limitante na elaboração do

meio de cultura. O longo período de armazenamento sob refrigeração pode ter interferido

na sua utilização. Desse modo, talvez haja a necessidade de um tratamento prévio do

resíduo, além de evitar o acondicionamento por longo período.

Neste trabalho foi utilizada como fonte de carbono a glicose, além nos nutrientes já

encontrados na uva. De acordo com Metsoviti e colaboradores (2011) a fonte de carbono

usada no meio de cultivo é determinante para o rendimento das características tecnológicas

das cepas cultivadas. De acordo com Metsoviti e colaboradores, a fonte de carbono que

melhor estimula a produção da substância antimicrobiana é a glicose, potencializando a

atividade antimicrobiana. Neste estudo, cepas de Leuconostoc mesenteroides foram

identificada, por sequenciamento do gene codificador do RNAr 16s. Estas apresentaram

resistência a sais biliares e ao pH 3,5, além de produção de susbtância antimicrobiana,

podendo ser considerada BAL e candidata ao uso com potencial probiótico. Estudos

demonstram o isolamento deste microrganismo da superfície da uva.

Os métodos baseados na amplificação por PCR de regiões do RNA ribossomal 16s,

seguidos de análise de restrição são considerados mais simples, sendo usados para

diferenciar espécies. Essa técnica foi usada para diferenciar microrganismo da microbiota

da superfície da uva. A análise de restrição do RNA ribossomal amplificado (ARDRA) tem

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sido usada como um rápido e confiável método para identificar as principais BAL

envolvidas na produção de vinho (Zott et al., 2010; Barata, Malfeito-Ferreira e Loureiro,

2012). Esta técnica foi usada por Rodas e colaboradores (2003) para identificar

microrganismos da superfície de uva e foram detectadas espécies de Pediococcus,

Lactobacillus e Leuconostoc. Estudos demonstram que a espécie Leuconostoc

mesenteroides é comumente isolada da superfície de uvas (Coton et al., 2010; González-

Arenzana et al., 2013). Entretanto há poucos trabalhos analisando seu potencial probiótico

e aplicabilidade tecnológica. O isolamento de microrganismos do bagaço de uva com a

técnica ARDRA – 16s RNA por Maragkoudakis e colaboradores (2013) identificou as

seguintes espécies de bactérias: Tatumella terrea, Acetobacter ghanensis, Tatumella

ptyseos, Oenococcus oeni e Lactobacillus plantarum. Entretanto nenhuma das culturas

apresentaram atividade antimicrobiana.

Ainda é necessária a caracterização da substância antimicrobiana para classificá-la

como bacteriocina. O tratamento com proteinase é necessário para confirmar a natureza

protéica da substância antimicrobiana, além da determinação da atividade quantitativa do

antimicrobiano, produção e concentração da substância antimicrobiana, determinação do

espectro de ação, avaliação da sensibilidade química e física, susceptibilidade à enzimas,

determinação da massa molecular, análise da atividade bacteriostática ou bactericida e a

cinética de produção (Metsoviti et. al., 2011).

Além da produção de substância antimicrobiana semelhante à bacteriocina a

espécie identificada foi isolada em outros trabalhos e classificada como uma das

responsáveis pela fermentação malolática espontânea em vinhos, podendo ser usada para o

beneficiamento do vinho devido à produção de substâncias sensoriais de interesse (Ruiz et

al., 2010; García-Ruiz, 2012; Petri et al., 2013).

A xilana é um dos maiores componentes da hemicelulose na parede celular de

plantas, sendo o segundo polissacarídeo mais abundante após a celulose. Na natureza, a

completa hidrólise da xilana requer uma ação sinérgica entre diferentes enzimas

xilanolíticas. Ao longo dos anos, uma série de xilanases vêm sendo obtidas a partir de

microrganismos como bactérias, actinomicetos, fungos e leveduras. Estas enzimas são

principalmente investigadas para sua aplicação na hidrólise de resíduos agroindustriais. Os

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microrganismos celulolíticos são encontrados amplamente em ecossistemas, como no solo.

Um dos microrganismos mais usados para obtenção desse maquinário enzimático é o

Cellulosimicrobium sp., isolado neste trabalho. O uso de culturas comerciais com esta

propriedade é limitado pelo elevado custo e pelo baixo rendimento destas quando aplicados

na prática. Entretanto a hidrólise de lignocelulose presente no bagaço de uva por cepas

celulolíticas isoladas do próprio resíduo, aumenta o interesse por esses microrganismos. Na

tentativa de aumentar o rendimento e diminuir o custo, o próprio bagaço é aplicado no meio

de cultivo para estimular a produção da enzima. Dessa forma, há uma minimização do

impacto do resíduo agroindustrial no meio ambiente (Kim et al., 2009; Kim et al., 2009; Lo

et al., 2009; Daí et al., 2010; Song e Wei, 2010; Kim et al., 2011; Kim et al., 2011; Tanabe

e Oda, 2011; Kamble e Jadhav, 2012)

Estudos afirmam que apesar de avanços na genética na fisiologia microbiana terem

apresentado impacto na produção de enzimas, programas de screening para a seleção de

microrganismos aptos a produzir moléculas bioativas, continua tendo importância

biotecnológica. No caso de microrganismos pectinolíticos, um fator que influencia na

otimização da identificação da presença da enzima é a formulação do meio. De acordo com

Gogus (2006) há uma relação próxima entre a formulação do meio e a produção secundária

de produtos. Neste trabalho o meio formulado com 20% de pectina mostrou-se eficiente na

seleção de microrganismos pectinolíticos.

Dentre as culturas isoladas 18% apresentaram atividade pectinolítica, percentual

semelhante ao encontrado por Uenojo e Pastore (2006), que foi de 17%. Dados da literatura

relatam que os maiores produtores de pectinase são as leveduras. Isso também foi

observado neste trabalho onde mais de 60% das culturas positivas para atividade

pectinolítica, foram classificadas morfologicamente como leveduras. Perfil semelhante

também foi encontrado em isolados da floresta tropical brasileira (Buzzini e Martini, 2002).

As medidas do raio total do halo das colônias produtoras de pectinase variaram de 0,4 a 1,5

centímetros. Os resultados obtidos neste trabalho são semelhantes aos encontrados por

Hankin, Zucker e Sands (1971), onde as medições de halo total das colônias variou de 0,4 a

1,3 cm, entretanto menor do que as medições encontradas em isolados de resíduos

agroindustriais por Uenojo e Patore, em 2006 (1,3 a 7,0 cm).

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A presença de cocos gram negativos, com atividade pectinolítica tem sido

reportada como de origem de resíduos agro-industriais. Portanto a identificação de novas

espécies é desejada. Entretanto uma maior caracterização da enzima para aplicação no

manejo desses resíduos e outras aplicações deve se realizada (Kumar e Sharma, 2012;

Sharma, Rathore e Sharma, 2012).

O gênero Bacillus possui mais de 60 espécies e é comumente encontrado no

ambiente. Existem muitas classificações para esse gênero, a mais utilizada divide as

diferentes cepas em 3 grandes grupos, que contém as espécies mais relevantes e

conhecidas, agrupadas principalmente pelo tamanho das células e características dos

esporos. O grupo I é formado por espécies semelhantes ao Bacillus cereus, o grupo II

espécies semelhantes ao Bacillus subtilis e o grupo III espécies relacionadas

taxonomicamente com Bacillus circulans, relacionada ao controle biológico e

principalmente relacionada à atividade antifúngica, com produção de quitinase (Estay,

2006). Neste trabalho foram isolados dois Bacillus sp e dois Bacillus subtilis, produtores de

pectinase. Podendo ser aplicados na degradação do bagaço resultante da vitinivicultura já

que estudos desmonstram que são capazes de produzir pectinaliase, poligalacturonase,

xilanase e celulase (Das et al., 2012). Neste trabalho foram identificados 3 Bacillus

produtores de pectinase. De acordo com Ping e colaboradores (2011) o bagaço de uva é

composto por 36% celulose, 34% lignina, 24% hemicelulose e 6% tanino, desse modo um

microrganismo com capacidade para secretar celulase é de grande importância para a

aplicação na diminuição do resíduo da vitivinicultura.

As culturas de uva são suscetíveis a fitopatógenos, e agrotóxicos como fungicidas,

utilizados na tentativa de evitar danos às uvas e seus derivados. Devido os riscos agregados

a estas substâncias, aumenta o interesse de microrganismos que possam proteger as plantas

desses agressores. Em um trabalho prévio, estirpes isoladas do gênero Paenibacillus

apresentaram ação inibitória contra fungos patogênicos de plantas (Antonopoulos et al.,

2008). No presente trabalho 12 cepas destes microganismos também foram isoladas com

atividade pectinolítica, porém mais estudos são necessários para a aplicação deste

microrganismo para essa finalidade. Entretanto, a presença de estirpes desse gênero na

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superfície da uva pode indicar uma possível ação de proteção específica da própria

microbiota da uva em defesa contra patógenos externos.

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8. CONCLUSÃO

� Nove cepas de Leuconostoc mesenteroides (U86, U133, U259, U135, U3, U42, U41,

U26, U128) produziram substância antimicrobiana contra L. inoccua e S. aureus

ATCC 6538. Esta propriedade deve ser melhor caracterizada e suas propriedades

tecnológicas avaliadas a fim de serem usadas na vitivinicultura;

� As nove cepas de Leuconostoc mesenteroides (U86, U133, U259, U135, U3, U42,

U41, U26, U128) mostraram-se boas candidatas para o uso como probióticos

embora sejam necessários estudos adicionais para assegurar suas propriedades

benéficas à saúde e de segurança, incluindo ensaios in vivo;

� Doze cepas de Paenibacillus sp. (U16, U5, U1, U75, U55, U113, U118, U474,

U463, U454, U430 e U417) e duas cepas de Bacillus sp. (U35 e U37) apresentaram

atividade pectinolítica, entretanto tais enzimas devem ser caracterizadas;

� Foi isolada uma cepa de Cellulosimicrobium funkei (U145) bactéria descrita com

presença de ação celulolítica, podendo ser usada na degradação do resíduo

agroindustrial da vitivinicultura;

� Três cepas de Leuconostoc sp. (U239, U4 e U132) apresentaram atividade

pectinolítica podendo ser utilizado simultaneamente para o clareamento do suco e

como possibilidade de agir como agente probiotizante. Entretanto suas propriedades

benéficas e seguranças devem ser caracterizadas assim como as enzimas pectinases;

� O meio desenvolvido que apresentou melhor resultado para o isolamento e cultivo

de lactobacilos foi composto por 50% de uva e 50% de suco, com pH de 5,5 e

autoclavado por 5 minutos.

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9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

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