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Agradecimentos Agradeço em primeiro lugar a Deus que iluminou o meu caminho durante esta caminhada. Agradeço também ao meu esposo, Carlos Dival, que de forma especial e carinhosa me deu força e coragem, me apoiando nos momentos de dificuldades, quero agradecer também as minhas filhas, Tays e Tâmara, que embora não tivessem conhecimento disto, mas iluminaram de maneira especial os meus pensamentos me levando a buscar mais conhecimentos. E não deixando de agradecer de forma grata e grandiosa meus pais, Celso e Odete, a quem eu rogo todas as noites a minha existência.

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Agradecimentos Agradeço em primeiro lugar a Deus que iluminou o meu caminho durante esta caminhada. Agradeço também ao meu esposo, Carlos Dival, que de forma especial e carinhosa me deu força e coragem, me apoiando nos momentos de dificuldades, quero agradecer também as minhas filhas, Tays e Tâmara, que embora não tivessem conhecimento disto, mas iluminaram de maneira especial os meus pensamentos me levando a buscar mais conhecimentos. E não deixando de agradecer de forma grata e grandiosa meus pais, Celso e Odete, a quem eu rogo todas as noites a minha existência.

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Sumário 1 - Introdução 2 1º-fundamentos

1.1. A Sociolingüística 3 1.2. A Variação Lingüística 4 1.3. A Geografia Lingüística 5 1.4. O Atlas Lingüístico 6

2º - Dados Sócio –Histórico –geográfico

2.1. O Estado do Pará 9 2.2. Benevides 10

3º - Metodologia

3.1. Descrição 17 3.2. Adequação do Questionário 18

4º - Fichas dos Informantes

4.1. Benevides 4.1.1. Primeiro Informante 19 4.1.2. Segundo Informante 20

4.1.3. Terceiro Informante 21 4.1.4. Quarto Informante 22 5º - Sistematização e Análise dos Dados

5.1.Tabelas por campo Semântico 23 5.2.Analise Por campo Semântico 38

5.3. Analise Final 40

Considerações Finais 41 Conclusão 42 Bibliografia 43 Anexos Transcrição Parcial do Corpus (disquete )

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Introdução É por meio deste trabalho monográfico, coordenado pelo professor Orlando Cassique, o qual apresenta um estudo realizado a partir da aplicação do questionário piloto de base semântico –lexical em um ponto de inquérito no Estado do Pará. Este trabalho encontra-se vinculado ao projeto do “Atlas Geo-Sociolingüístico do Pará. O referido trabalho está baseado nos postulados teóricos da sociolingüística e da geografia lingüística, tendo como base um corpus constituído de nove fitas de áudio, referentes a quatro informantes pertencentes ao município de Benevides. Seu objetivo foi o de experimentar a adequação do questionário piloto à realidade dos falantes paraenses e de identificar as possíveis variações lexicais existentes nesta localidade trabalhada. Ao final deste trabalho, foi possível fazer a identificação de variações lingüísticas, a partir da comparação feita entre os resultados de cada informante.

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Fundamentos O estudo aqui realizado concentra-se na investigação de base semântico

lexical fundamentado em algumas definições com base na sociolingüística , procurado também introduzir alguns aspectos da variação lingüística, procurando, e para finalizar faz uma breve abordagem referente à geográfica lingüística. No que tange a escolha destes três enfoques: sociolingüística , variação lingüística e geografia lingüística foi m particular por se tratar de um estudo que abarca tais aspectos.

1.1 A sociolingüística

De acordo com o trabalho, a sociolingüística estuda a relação entre a língua e a sociedade, buscando de forma mais clara analisar e sistematizar o universo aparentemente caótico da língua falada relação esta sutilmente abandonada pela escola gerativo - transformacional e defendida por seguidores do modelo de concepção estruturalista.

Segundo Chomsky (1965) o objeto dos estudos lingüísticos é á competência lingüística do falante – ouvinte ideal que pertence a uma comunidade lingüisticamente homogênea .

Em se tratando de falante ouvinte ideal pertencente a uma comunidade lingüística homogênea , foge do desafio de analisar e sistematizar uma língua, pois não haverá heterogeneidade, muito menos caos para serem sistematizados.

Ao observar esse falante – ouvinte ideal, percebe-se que este não parece tão “falante ouvinte” , muito menos ideal .O estudo de cada situação de fala em que se é inserido, e da qual participamos , percebemos que a língua falada é, ao mesmo tempo heterogênea e diversificada, por isso a sociolingüística apresenta como objetivo principal analisar e, aprender a sistematizar as variantes lingüística existentes numa mesma comunidade de fala. No momento em que se faz a aplicação do questionário de base semântico – lexical na pesquisa realizada , passa-se a ver o informante como um falante real , analisando as formas lingüísticas usada por esse falante em sua comunidade , uma vez que os elementos de sua , por vezes distante da língua utilizada pelo pesquisador , registram sinais próprios de seu falar , do meio em que vive, do grupo a que pertence. Esse sinais, são de grande valia e constituem a riqueza desta abordagem.

O iniciador desse modelo - teórico – metodológico é o americano William Labov. O modelo de análise proposto ele apresenta-se como uma reação à ausência do componente social no modelo gerativo. Foi portanto, Labov que voltou a insistir na relação entre língua e sociedade e na possibilidade, virtual e real de sistematizar a variação existente e própria da língua falada .

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4 Conforme Taralho (1986: 6-7), os estudiosos da língua que optam por uma

abordagem sociolingüística se propõe a “ analisar e aprender a sistematizar variantes lingüísticas usadas por uma mesma comunidade de fala”. Diz ainda que pode ser chamada de sociolingüísticas todos aqueles que entende por língua um veículo de comunicação , de informação e de expressão entre os indivíduos da espécie humana.

1.2 A variação Lingüística

No interior de uma mesma língua, há muitas variações. Variações essas

determinadas pelo espaço geográfico e pela influência das camadas socioculturais sofrida pelo falante. Ao nascer, o indivíduo se insere no contexto sócio- econômico–cultural pré existente. À medida em que vai crescendo, e já esta de posse de um sistema lingüístico, participa de um meio de expressão de indivíduos que vivem em sociedade também diversificadas social, cultural e geograficamente que o transforma em um indivíduo falante de uma determinada variedade da língua.

É, portanto, pelo processo de comunicação, que indivíduos se integram na sociedade, tornando-se um ser e adquirindo com isso sua identidade cultural. O processo de comunicação age seletivamente a respeito do quê, onde , quando e de como se fala. A estrutura social deste indivíduo é reforçada cada vez que ele se pronuncia , assim toma forma a sua identidade cultural , forma está que, consequentemente , se identificará com o modo de viver do meio o qual está inserido.

Neste meio social , os grupos sócio-econômicos-geográficos-culturais possuem seus próprios modos de falar, de acordo com cada maneira de viver. A influência da sociedade na língua, ou da língua na sociedade faz com surjam daí as variedades lingüísticas, que podem ser geográficos (dialetos sociais), ou grupos de idade (dialetos etários).

As variedades lingüísticas surgem nas diferentes formas de falas. O trabalho aqui apresentado se concentra no aspecto da variedade lexical.

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1.3 a geografia Lingüística

Segundo, Mattoso Câmara Jr. (1964 : 194) “Jules Gilliéron criou o método de pesquisa conhecido como pelo nome de geografia lingüística. Fazendo o levantamento de mapas de distribuição de cada forma vocabular num dado território, através de um inquérito lingüístico, onde o pesquisador interroga um ou mais informantes em cada localidade. A comparação das diferentes formas colhidas entre cada uma das localidades veio comprovar séries de empréstimos entre falantes locais. Acreditava-se, ingenuamente, na persistência de um mesmo vocábulo durante séculos”.

De acordo com Conseriu apud Brandão (1991), geografia lingüística designa-se “o método do dialectológico e comparativo [ ....] que pressupõe o registro em mapas especiais de um número relativamente elevado de formas lingüísticas (fônicas, lexicais ou gramaticais ) comprovadas mediante pesquisas direta e unitária numa rede de pontos de determinado território, ou que, pelo menos, tem em conta a distribuição das formas no espaço geográfico correspondente à língua, as línguas , aos dialetos ou aos falares estudados.

De acordo com Brandão (1991), embora nenhuma método seja capaz de abarcar, em sua totalidade , a variedade de uma língua : nunca possuiremos a realidade de qualquer fala , porque a realidade é mutável ( em cada comunidade , em cada indivíduo dessa coletividade e nos momentos distintos de cada indivíduo.”

Não se pode discorrer sobre geografia lingüística sem mencionar alguns conceitos fundamentais com os de língua, dialeto e falar .

Para Alvar apud Brandão (1991), língua é o “ sistema lingüístico de que se utiliza uma comunidade falante e que se caracteriza por ser grandemente diferenciado, por possuir alto grau de nivelação, por ser veículo de importante tradição literária e, às vezes , por ter se imposto a sistemas lingüístico de sua própria origem.” Já dialeto pressupõe um “sistema divergente de uma língua comum, viva ou desaparecida, normalmente com uma concreta limitação geográfica, mas sem forte diferenciação frente a outros de origem comum.”

No tange o conceito de falar, faz uma distinção dos falares regionais em relação aos falares locais. Sendo que os primeiros caracterizam-se por apresentar peculiaridades expressivas próprias de uma região determinada, que carecem de coerência interna que possui o dialeto; já os segundos constituem “ estruturas lingüísticas de traços pouco diferenciados, mas com matizes características dentro da estrutura regional a que pertencem e cujo os usos estão limitados a pequenas circunscrições geográficas , normalmente de caracter administrativo.”

Segundo Brandão (1991), o estudo da modalidade oral do português do Brasil, não se confina nos limites da dialetologia e da sociolingüística; mas sim, ultrapassá-los, amparando-se também, em pressupostos históricos.

Como ressaltaram Serafim da Silva Neto, Celso Cunha, Sérgio Buarque de

Holanda e José Honório Rodrigues, a história deve subsidiara as pesquisas lingüística, normalmente aquelas que tenham por escopo a língua oral.

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6Deve-se aos escritores regionalistas conhecimento de nossa peculiaridades

etnográficas e lingüistica, que sensíveis à problemática e á singularidade de suas regiões de origem , retratam, por meio de más obras, nosso pluralismo cultural. No entanto é importante a elaboração de um atlas lingüístico que retrate a realidade da língua falada no Brasil .

1.4. O Atlas Lingüístico

Segundo Brandão (l99l), um atlas lingüistico é o conjunto de mapas em que se registram os traços fonéticos , lexicais e/ou morfossintáticos característicos de uma língua num determinado âmbito geográfico. Para que se chegue a uma descrição fidedigna da realidade lingüística de um país, região ou localidade, é fundamental não só que se recolham e analisem os dados, segundo rigorosa metodologia específica, mas também que se proceda a um estudo preliminar que possibilite conhecer as especificidades da região em que se desenvolverá a pesquisa e dos segmentos sociais que a constituem. A realidade de um atlas lingüístico de alcance nacional seria um grande desafio para a geografia-lingüística, pois um trabalho feito em uma pequena área já apresenta complexidade, por isso a elaboração do atlas lingüístico do Brasil foi feito por região devido a sua grande extensão territorial. Assim, hoje, torna-se imperativo incluir, entre os critérios de escolha dos informantes, variáveis como idade, sexo, nível de instrução, ou mesmo situação socioeconômica, a fim de que se busque ao máximo revelações peculiares do sistema dialetal e com isso se possam melhor conhecer os condicionamentos socioculturais que presidem à distribuição geográfica dos fenômenos lingüísticos. Para Brandão(1991), o trabalho da plenitude de um atlas lingüístico requer minucioso estudo preliminar de dados, servindo de base para o estabelecimento de critérios que norteiam a escolha de pontos de inquérito e de informantes, bem como à elaboração de questionários para a escolha de dados. Nessa fase de planejamento, procede-se ao levantamento e a leitura de obras de caráter históricos, geográficos, socioeconômicos, enfim, de forma global. A Segunda fase refere-se a fixação de pontos de inquérito. A seleção das localidades onde se realiza a recolha de dados baseia-se em geral, na relação entre a extensão territorial e a população da área em estudo. No entanto, depende das especificidades do projetos, dos objetivos do pesquisador a rede pode ser mais ou menos densa. Na determinação dos pontos de inquérito levam-se também em consideração, aspectos históricos e geoeconômicos, isto é, fatores que abranjam as peculiaridades gerais da região. O número de pontos de inquérito podem sofrer modificações ao longo da pesquisa. A fase seguinte defere-se a seleção de informantes. Nesta fase devem ser levados em consideração duas questões: a primeira é o número de informantes por pontos de inquérito e a Segunda, os critérios que devem nortear sua escolha. Há alguns princípios gerais que devem ser levados em conta, ao se proceder a sua seleção: o informante deve

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7ser nativo da localidade (o mesmo ocorrendo com seus pais e seu cônjuge), não deve apresentar problemas de dentição ou de formação, deve ser inteligente e loquaz. Por se tratar de um estudo socioligüístico faixa etária, sexo, grau de escolaridade, situação socioeconômica – são fatores de particular importância para a melhor compreensão dos fatores que determinam a mudanças ou conservação lingüística. A fase seguinte refere-se à escolha de dados. É feita a aplicação de um questionário, que serve de fio condutor da investigação por conter variáveis lingüisticas devidamente selecionadas, que permitirá a caraterização das área dialetais. A formulação das perguntas depende dos objetivos do projeto. O pesquisador deve Ter claro, se visa ao estudo de aspectos fonéticos, lexicais e/ou morfossintáticos e, ainda, se quer imprimir ao atlas um cunho etnográfico. É de grande importância na elaboração do questionário, o levantamento preliminar de dados, pois a tarefa, embora parecendo, não é simples, e o conhecimento da região facilitará o trabalho. No Brasil, devido o pouco conhecimento que se tem da língua falada, em suas diversa modalidades, há necessidade de se elaborar um pré-questionário, mais exaustivo, mais geral, que depois de aplicado, apresente as questões que devem ser objeto de maior atenção por parte do pesquisador e o leve à elaboração do questionário que lhe permitirá confeccionar as cartas lingüísticas e/ou etnográficas. Para Gilliéron apud Brandão(1991), o questionário ideal seria aquele feito ao termino da pesquisa, pois só ela dá a dimensão dos fatos relevantes e do grau de variação a que está sujeita uma língua num determinado espaço geográfico. No que diz respeito a organização do questionário, deve ser elaborado com base nas peculiaridades de cada região. Embora não havendo normas extremamente restritas para sua organização, existem alguns critérios gerais a serem observados, tais como a elaboração de dois questionários: um, geral, para todas ás localidades, outro (ou outros ), especial para investigar aspectos que só ocorrem em algumas regiões como: cultivos, industria, pesca, etc. O questionário deve ser organizado por matérias. Na parte do léxico serão apresentadas questões por campo semântico (Corpo humano, alimentação, vestuário, etc.), em cada parte, convém ordenar as perguntas em ordem lógica, com vista a desenvolver uma conversa coerente com o informante; cada pergunta deve Ter seu conceito preciso delimitado e único. Trudgill Apud Brandão (1991), em sua crítica aos métodos empregados em estudos dialectológicos propõe duas técnicas: gravação de elocuções livres e aplicação de questionário que considera essencial para se obter material lexical e útil para se apreenderem traços que raramente ocorrem. Quanto ao inquérito, o pesquisador, no trabalho de campo, depara-se com uma série de expectativas: o grau de receptividade das comunidades que pretende estudar, tipo de questionamento adequado ao elemento humano, postura a ser assumida durante a entrevista a fim de que se estabeleça uma maior identidade entre o documentados e o informante, modo de formulação das perguntas, para que o informante não seja induzido a dar resposta que fujam às estruturas lingüísticas que lhes são peculiares, o cuidado de abarcar os fatos que se quer focalizar. A realização de um inquérito experimental, é de grande importância. Este poderá levar à mudança de critérios de seleção de informantes à inclusão de perguntas, à

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8ampliação do número de pontos de inquérito. Assim, o pesquisador terá uma dimensão real das dificuldades materiais que enfrentará durante o trabalho de campo.

A fase de inquérito, quer a de cunho experimental , quer a de cunho definitivo, deve pautar-se pelo máximo rigor a fim de que se garanta um corpus fidedigno. Para isso, o documentador com sólida formação lingüística, deve estar bastante familiarizado com o questionário, Ter discutido com outros membros da equipe, a melhor forma de obter as respostas pretendidas, conhecer ao máximo as características culturais e lingüísticas da região e dominar o sistema de notação fonética a ser utilizado na fase de transcrição de dados.

No ponto de inquérito, a ele caberá estabelecer contato com membros da comunidade e com ela familiarizar-se; selecionar os informantes de acordo com os critérios preestabelecidos; aplacar o questionário e/ou registrar elocuções livres , utilizando um gravador de boa qualidade .

Quanto à distribuição dos trabalhos entre os membros da equipe pode se dar através da divisão de localidades, dos temas do questionário, quanto aos documentos, a equipe atua em conjunto, proporcionando assim uma discussão coletiva .

No que se refere ao arquivamento e transcrição de dados, como são usados gravadores portáteis, convém registrar a fala dos informantes em fitas magnetofônicas evitando assim o cansaço do ducumentador e possibilitando a investigação exaustiva dos dados . Opta-se pela transcrição gramática. Na fase de elaboração das cartas é conveniente transcrever, grafemáticamente, as elocuções livres, arquivando-se o material em disquetes de computadores. Já as respostas que ilustrarão as cartas fonéticas devem ser transcritas foneticamente em fichas ou cadernos especiais, por localidade. Dessa forma, além de facilitar o trabalho do pesquisador, se forma um arquivo que poderá ser utilizado em outros tipos de pesquisa lingüística.

O preparo das cartas, de acordo com os objetivos previamente traçados pelo pesquisador, nas cartas – todos numerados – podem registrar as variantes de um fonema ou as variantes fonéticas do significante de um vocábulo; as palavras que correspondam a um mesmo conceito, independente de sua variação fônica, as variações de uma determinada estrutura sintática.

Quanto à forma de apresentação dos dados, as cartas podem ser pontuais que apresenta uma transcrição das formas por ponto; sintéticos, após análise, se reúnem por zonas, as formas semelhantes documentadas; nestas, se assinala com um símbolo próprio, cada variante, sem, no entanto, se apresentar, em detalhe, cada segmento fônico obtido.

As informações complementares para que se interpretem adequada e produtivamente as cartas lingüísticas são o sistema de transcrição fonética empregado; as normas de apresentação das cartas e das respostas; os nomes dos informantes, seguido de seus dados pessoais; (idade, profissão, naturalidade, grau de instrução, etc.); o elenco de localidades em que se realizam os inquéritos (caracterizados fisiográfica, demográfica, histórica e economicamente ), os nomes e a área de atuação dos documentadores: a metodologia empregada (técnicas de recolha de dados, critérios de seleção de informantes e de pontos de inquérito).

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9Dente os atlas lingüísticos que se dispõe, encontrar-se o Atlas Prévio dos falares

Baianos, publicado em l963, organizado por Nélson Rossi; o Atlas Lingüístico de Sergipe, iniciado por Nélson Rossi em 1963, e publicado em 1987; O Atlas Lingüístico de Minas Gerais, iniciado em 1977, seus elaboradores foram José Ribeiro e Roberto Zagari; o Atlas lingüístico da paraíba, foi elaborado em 1967, coordenado por Maria do Socorro S. de Aragão e Creuza Palmeira . de Menezes.

Além dos atlas lingüísticos já publicados, outros encontram-se em processo de elaboração. O trabalho aqui realizado servirá de contribuição ao Atlas geo-sóciolingüístico do Pará, que encontra-se também em andamento; este projeto tem por objetivo geral; elaborar o atlas geo-sóciolingüístico do Pará; e como objetivo específico: elaborar o Atlas geo-sóciolingüístico da Mesorregião Metropolitana de Belém e do Nordeste Paraense identificando, analisando e mapeando a variação lingüística existente.

DADOS SÓCIO-HISTÓRICO-GEOGRÁFICOS O ESTADO DO PARÁ O Estado do Pará tem uma extensão territorial de 1.253.164,5 Km2, sendo o

segundo maior Estado da União - ficando atrás apenas do Estado do Amazonas.

A população paraense de acordo com os dados do último Censo, realizado pelo Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 1991 – é de 5.332.187 habitantes, dos quais

2.353.672 (47,54%) pertencem à zona rural e 2.596.388 (52,46%) à zona urbana. A população rural

conta com 1.237.787 homens (52,59%) e 1.115.885 mulheres (47,41%), enquanto que nas cidades a

população masculina é de 1.264.635 (48,71%) e a feminina de 1.331.753 (51,29%). No que se refere à

faixa etária, a população está estratificada conforme se segue:

Tabela 1: Distribuição da População do Estado do Pará por Sexo e por Faixa Etária (IBGE-1991)

Idade

0 a 14 anos

15 a 39 anos

40 a 59 anos

Mais de 60

anos

Homens

1.064.852

1.001.056

317.794

118.720

Mulheres

1.040.077

991.018

293.357

123.186

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10 A população paraense é composta de 2.798.149 pessoas alfabetizadas e por

1.439.121 que não sofreram processo de alfabetização.

A densidade demográfica é de 5,07 habitantes/Km2 e as maiores concentrações

populacionais se encontram na região metropolitana de Belém e nas micro-regiões de

Santarém, Cametá e Guamá, respectivamente.

BENEVIDES Benevides, município localizado a 23 Km da cidade de Belém, capital do Estado

do Pará, com sua sede localizada à margem direita da Rodovia BR – 316, hoje com

uma população aproximada de 40.000 habitantes. O topônimo Benevides foi em

homenagem ao Presidente da Província do Pará – Francisco Maria Corrêa de Sá

Benevides. Este município tem como limites originários: ao Norte Belém pela Ilha de

Mosqueiro; à Leste Santa Izabel do Pará e Santo Antônio do Tauá; a Oeste com o

município de Ananideua e ao Sul, com os municípios do Acará e Bujaru pelo Rio

Guamá.

Sua agricultura é baseada no plantio da mandioca que é transformada em farinha

d’água e farinha de tapioca; cultivo e transformação de acerola, maracujá, goiaba, açaí,

pupunha, abacaxi, etc. A avicultura é vastamente desenvolvida participando com um

grande percentual na economia do município. Outras atividades são a piscicultura, a

suinocultura e a apicultura. A oleiricultura, a floricultura e hortaliças são outras

atividades produtivas do município. A Indústria Oleira, com a produção de tijolos e

telhas de barro é uma importante fonte de economia.

MUNICÍPIO DE BENEVIDES FINANÇAS PÚBLICAS

ARRECADAÇÃO ESTADUAL, FEDERAL E MUNICIPAL - 1995

Estadual(R$) Federal(R$) Municipal(R$) 7.801.152 1.065.380 ...

FONTE: MINISTÉRIO DA FAZENDA / SEFA / SEFIM

TABULAÇÃO: IDESP/CEE

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11ARRECADAÇÃO DE ICMS POR SETOR DE ATIVIDADE - 1995

Primário(R$) Secundário(R$) Terciário(R$) 588.878,52 286.539,93 6.970.773,66

FONTE: SEFA

TABULAÇÃO: IDESP/CEE ARRECADAÇÃO E TRANSFERÊNCIAS DO ICMS E FPM - 1995

Anos Arrecadação Estadual Total (R$ 1,00)

Arrecadação do ICMS (R$ 1,00)

Transferência do ICMS (R$ 1,00)

Transferência do FPM (R$ 1,00)

1995 7.801.152 7.563.086 1.231.367 2.543.365

FONTE: SEFA/TCU TABULAÇÃO: IDESP/CEE

DEMOGRAFIA

POPULAÇÃO, ÁREA E DENSIDADE DEMOGRÁFICA - 1995

População Área Densidade (Hab.) (Km²) (Hab./Km²) 71.457 246,49 289,90

FONTE: IBGE/IDESP TABULAÇÃO: IDESP/CEE

POPULAÇÃO ESTIMADA - 1995 Urbana Rural Total 7.146 64.311 71.457

FONTE: IDESP/CEE

ELABORAÇÃO: IDESP/CEE HABITANTES POR DOMICÍLIO - 1995

População (Hab.) Número de Domicílios

Habitantes por Domicílios

71.457 14.782 4,83

FONTE: IBGE/IDESP TABULAÇÃO: IDESP/CEE

SAÚDE UNIDADE DE ATENDIMENTO - 1994

Estabelecimento Número

Hospital 1 Posto de Saúde 5 Centro de Saúde 1

Outros 1

FONTE: SESPA TABULAÇÃO: IDESP/CEE

LEITOS POR HABITANTES - 1994

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Número de População Leitos/1000 Leitos (Hab.) Habitantes

70 68.713 1,02

FONTE: SESPA/IBGE TABULAÇÃO: IDESP/CEE

TAXA DE NATALIDADE , MORTALIDADE E MORTALIDADE MATERNA, INFANTIL E FETAL - 1994

TAXA DE NATALIDADE TAXA DE MORTALIDADE MORTALIDADE Número de Nascimento População Taxa(%) Número de

Óbitos População Taxa(%) Materna Infantil Fetal

896 68.713 1,30 33 68.713 0,048 0 4 2

FONTE: SESPA/IBGE

TABULAÇÃO: IDESP/CEE

CORPO CLÍNICO E PESSOAL AUXILIAR 1995

Corpo Clínico e Pessoal Auxiliar Número Médicos 9

Enfermeiros 8 Auxiliar de Enfermagem 30

Agentes de Saúde 13 Assistente Social 5

Farmacêutico Bioquímico 3 Odontólogo 6 Nutricionista 1

Téc. em Patologia Clínica 11 Outras Categorias 48

FONTE: SESPA

TABULAÇÃO: IDESP/CEE EDUCAÇÃO

NÚMERO DE ESTABELECIMENTOS POR ESFERA E GRAUS DE ENSINO 1994

Número de Estabelecimentos

Graus Federal Estadual Municipal Particular Total 1º Grau - 20 17 - 37 2º Grau - 2 - - 2

FONTE: SEDUC TABULAÇÃO: IDESP/CEE

NÚMERO DE ALUNOS, TURMAS E MÉDIA DE ALUNOS POR GRAUS

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13DE ENSINO - 1994

Grau Número de Alunos Número de Turmas Média

1º Grau 11.419 372 30,70 2º Grau 664 15 44,27

FONTE: SEDUC

TABULAÇÃO: IDESP/CEE NÚMERO DE FUNÇÕES DOCENTES POR

GRAUS DE ENSINO -1994

Grau Número de Professores 1º 452 2º 32

FONTE: SEDUC TABULAÇÃO: IDESP/CEE ENERGIA ELÉTRICA

NÚMERO DE CONSUMIDORES E CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA POR CLASSE - 1995

Classe Consumidores Consumo (Kw/h)

Residencial 3.876 5.104.349 Comercial 396 1.527.356 Industrial 19 718.721

FONTE: CELPA

TABULAÇÃO: IDESP/CEE

LIGAÇÕES DE ENERGIA ELÉTRICA POR DOMICÍLIO RESIDENCIAL - 1995

Município Domicílios Domicílios Total de Ligações Ligações / Urbanos Rural Domicílios Domicílio

Benevides 1.867 12.915 14.782 6.478 0,44

FONTE : IBGE / CELPA ELABORAÇÃO : IDESP / CEE POLÍTICO ELEITORAL

ELEITORES INSCRITOS, SEÇÃO E ZONA ELEITORAL 1996

Zona Eleitoral Número de Seções

Número de Eleitores

36ª. 50 15.569

FONTE: TRE TABULAÇÃO: IDESP/CEE

NOTA: Posição em 03.05.96 NÚMERO DE ELEITORES POR SEXO E IDADE - 1996

Sexo Eleitores - 16 anos

Eleitores - 17 anos

Eleitores - 18anos e mais

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14Feminino 87 208 7.072 Masculino 79 272 7.837

S/Informação - - 14 TOTAL 166 480 14.923

FONTE: TRE ELABORAÇÃO: IDESP/CEE NOTA: Posição em 23.08.96

VEÍCULOS NÚMERO DE VEÍCULOS POR TIPO

1995

Tipo Quantidade Motocicleta 4 Automóvel 48

Ônibus 1 Reboque 1

Semi-Reboque 2 Camioneta 29

Caminhão-Trator 1 Caminhão 19

FONTE: DETRAN/SIDET - Posição em 07.02.96

TABULAÇÃO: IDESP/CEE NÚMERO DE VEÍCULOS LICENCIADOS E NÃO

LICENCIADOS - 1995

Licenciados Não Licenciados Total 75 31 106

FONTE: DETRAN/SIDET - Posição em 04.03.96

TABULAÇÃO: IDESP/CEE PECUÁRIA

PRINCIPAIS REBANHOS EXISTENTES - 1993

Rebanhos Efetivo Bovinos 4.565 Suínos 14.334

Bubalinos 488 Equinos 418 Coelhos 151

Codornas 39 Asininos 24 Muares 27 Ovinos 272

Caprinos 269 Galinhas 67.515

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15Galos, Frangas, Frangos e Pintos 157.535

FONTE; IBGE TABULAÇÃO: IDESP/CEE

EXTRATIVISMO VEGETAL QUANTIDADE E VALOR DOS PRODUTOS DA EXTRAÇÃO VEGETAL -

1993

Produtos Quantidade (T) Valor (Cr$ 1000 ) Açai 54 816

Carvão Vegetal 205 1.640 Lenha (m3) 15.860 3.172

Madeira em Tora (m3) 20.475 26.618

FONTE: IBGE TABULAÇÃO: IDESP/CEE

AGRICULTURA ÁREA COLHIDA, QUANTIDADE PRODUZIDA E VALOR DA PRODUÇÃO DOS PRINCIPAIS

PRODUTOS DAS LAVOURAS TEMPORÁRIAS - 1994

Produtos Área Colhida Quantidade Produzida Valor (HA) (T) (Mil Reais)

Abacaxi (Mil Frutos) 50 1.250 375 Arroz (em casca) 30 27 7 Feijão (em Grão) 35 24 7

Mandioca 132 1.056 158 Milho ( em Grão) 10 4 0

FONTE: IBGE

TABULAÇÃO: IDESP/CEE ÁREA COLHIDA, QUANTIDADE PRODUZIDA E VALOR DA PRODUÇÃO DOS PRINCIPAIS PRODUTOS

DAS LAVOURAS PERMANENTES - 1994

Produtos Área Colhida Quantidade Produzida Valor

(Ha) (Mil Frutos) (R$ 1000) Cacau (em amêndoa) (T) 218 72 36

Café (em côco) (T) 2 2 0 Coco-da-Baia 76 380 57

Dendê 1.090 13.093 2.618 Laranja 46 3.832 459

Maracujá 48 475 38 Pimenta-do-Reino (T) 8 22 22

Mamão 50 1.050 157 Urucum (Semente) (T) 21 26 7

FONTE: IBGE

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16TABULAÇÃO: IDESP/CEE PRODUÇÃO MINERAL

PRODUÇÃO E VENDA DOS PRODUTOS DA EXTRAÇÃO MINERAL - 1995

SUBSTÂNCIA PRODUÇÃO VENDAS BRUTA BENEFICIADA (T) QUANTIDADE VALOR (R$)

FONTE: DNPM

TABULAÇÃO: IDESP/CEE SEGURANÇA PÚBLICA

EFETIVO POLICIAL E VIATURAS EXISTENTES - 1995

Discriminação Número Delegado de Polícia Civil 4 Escrivão de Polícia Civil 5

Investigador de Polícia Civil 18 Motorista 4

Viaturas Existentes 2

FONTE: SEGUP ELABORAÇÃO: IDESP/CEE

CRIMES OCORRIDOS POR TIPO - 1995

Discriminação Número Homicídio 2

Roubo 5 Furto 55

L. Corporal 19 Ameaça 34

Atentado ao Pudor 4 Outros 59

FONTE: SEGUP

TABULAÇÃO: IDESP/CEE

COMUNICAÇÃO

TIPO DE SERVIÇO, TELEFONES INSTALADOS, EM SERVIÇO E TERMINAIS COMERCIALIZADOS - 1995

Telefones Terminais Tipo de Serviço Instalados Em Serviço Comercializados

DDD/DDI 488 457 6

FONTE: TELEPARÁ TABULAÇÃO: IDESP/CEE

3. Metodologia

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3.1 Descrição

A aplicação do questionário semântico-lexical procedeu em um ponto de inquérito previamente selecionado pelo projeto do “Atlas geo-Sociolingüístico do Pará”. Uma localidade de um município da Mesorregião Metropolitana de Belém – localidade de Murinim – pertencente ao município de Benevides. Esta localidade constitui a zona rural do referido município.

A comunidade de Murinim fica localizada a cerca de quinze quilômetros da sede do município de Benevides.

O questionário utilizado para a aplicação do inquérito foi elaborado com base no questionário semântico-lexical elaborado para o “Atlas lingüístico do Brasil”, acrescido de itens contidos nos questionários utilizados para a elaboração de outros atlas lingüísticos, inclusive o Atlas lingüístico do Pará.

Os informantes foram selecionados com base no critério geo-sóciolingüístico indicado no projeto. Os critérios do projeto prevê a aplicação do questionário com quatro informantes: dois do sexo masculino e dois do sexo feminino. As faixas etárias exigidas são as seguintes: dois informantes (um do sexo feminino e outro do sexo masculino), entre 18 e 30 anos e dois (também de sexos diferentes ), entre 40 e 80 anos. A escolaridade dos informantes deve ser no máximo até a 4ª série primária. Devem ser nativos(nascidos na localidade sem terem morado em outro lugar) e seus pais também devem ser nativos.

A seleção dos informantes com essas características exigidas pelo projeto não foi difícil de ser atendida, embora saiba-se que a facilidade de ingresso na escola seja muito grande.

Na medida do possível, procurou-se buscar a espontaneidade do informante deixando-o se sentir livre de qualquer pressão. Para isso assumir-se uma postura natural, sugerindo de certa forma um envolvimento familiar com o informante, procurando de forma amiga mostrar interesse pela realidade do local. A cada aplicação, o pesquisador ficava mais familiarizado com o inquérito, facilitando assim o melhor esclarecimento a respeito das questões pedidas.

O questionário é constituído de 252 questão. Encontra-se dividido em quatorze campos semânticos: natureza e acidentes geográficos, fenômenos atmosféricos, astros e tempos, flora, atividades agro–pastoris, agricultura, instrumentos agrícolas), fauna, corpo humano, cultura e convívio, ciclo da vida, religião e crenças, festas e divertimentos, habitação, alimentação, cozinha e vestuário.

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18

3.2.Analise Adequação do Questionário

O primeiro campo semântico – acidentes geográficos – é constituído de 18

questões, trata sobre aspectos gerais referentes à natureza: tipos de terrenos, de rios, para se atravessar o rio por onde se passa? Em relação a última pergunta contatou-se uma grande dificuldade por parte dos informantes em respondê-la.

Quanto ao segundo campo semântico – fenômenos atmosféricos –constituídos de 17 questões, se percebe a grande dificuldade em que ambos informantes apresentaram em fazer diferença entre nomes específicos de chuvas. Observou-se que entre eles há um consenso em determinadas respostas.

No terceiro campo semântico – astros e tempos - constituídos de 22 questões, observou-se que com relação ao léxico referente a este assunto, os informantes apresentaram dificuldades em algumas questões. Nas questões 39ª,40ª,41ª,42ª,48ª - não se consegui estabelecer diferença entre as respostas. Usavam na maioria das vezes idéias contrárias: o sol vai subindo, o sol vai descendo, o sol vai chegando, o sol vai embora.

Sobre o quarto campo semântico – flora : árvores e frutas, constitui 14 questões, constatou – se que a questão 67ª não está inscrito no vocabulário dos informantes dos pontos pesquisados.

Referindo – se ao quinto campo semântico agro – pastoris, com 28 onde se observa um certo desconhecimento em relação ao léxico sugerindo pelo questionário com a questões 82ª e 91ª. A dificuldade em encontrar a resposta desejada.

Quanto ao sexto campo semântico –fauna –constituído 44 questões faz –se a seguinte observação nas questões 105ª e 106ª verificamos que a denominação lagarto e lagartixa não é típica da nossa região, já a questão 129ª também não se obteve a resposta desejada, apenas dois informantes responderam. Observou –se neste campo semântico resposta inesperada, isso mostra que a variedade lexical local é maior do que contempla a questionário.

No sétimo campo semântico –corpo humano. Partes do corpo funções e doenças, com 30 questões, o oitavo campo, referente à cultura e convívio, constituído de 7 questões e o novo campo –ciclos da vida –constituído de 15 questões, divido as perguntas serem claras e bem organizadas, não se encontrou dificuldades na aplicação das questões dos mesmos.

No que tange o décimo campo semântico –religião e crenças, formado por 8 itens, onde alguns deles não foram preenchidos. Nas questões 198ª e 203ª observou –se também desconhecimento em relação ao léxico sugerido pelo questionário.

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4- FICHAS DOS INFORMANTES 4.1- BENEVIDES 4.1.1- PRIMEIRO INFORMANTE Universidade Federal do Pará Licenciatura Plena em Letras Disciplina: Sociolingüística

Trabalho Monográfico: Atlas Lingüístico do Pará Aplicação do Questionário: Edegleuma Oliveira Mata Data da Aplicação: 27 de Outubro de 1999 Transcrição dos Dados: Adenias Pereira de Souza Município: Benevides

Localidade: Murinin

1) NOME: Elivaldo Batista de Lima

2) ENDEREÇO: Murinin-Benevides

3) ALCUNHA(Apelido): Toco

4) SEXO: Masculino

5) IDADE: 18 anos

6) ESTADO CIVIL: Casado

7) LOCAL DE NASCIMENTO: Murinin-Benevides

8) VIAGENS: Nunca viajou

9) LOCAL DE NASCIMENTO DO PAI: Capitão Poço

9.1) PROFISSÃO DO PAI: Empreiteiro

10) LOCAL DE NASCIMENTO DA MÃE: Benevides

10.1) PROFISSÃO DA MÃE: Doméstica

11) ESCOLARIDADE DO INFORMANTE: 1ª Série Primária

12) OBSERVAÇÕES: O informante é comunicativo, extrovertido.

13) PROFISSÃO DO INFORMANTE: Padeiro

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204.1.2- SEGUNDO INFORMANTE Universidade Federal do Pará Licenciatura Plena em Letras Disciplina: Sociolingüística

Trabalho Monográfico: Atlas Lingüístico do Pará Aplicação do Questionário: Edegleuma Oliveira Mata Data da Aplicação: 01 de Novembro de 1999 Transcrição dos Dados: Adenias Pereira de Souza Município: Benevides

Localidade: Murinin

1. NOME: Leandro de Souza Ribeiro

2. ENDEREÇO: Murinin-Benevides

3. ALCUNHA(Apelido): Leandro

4. SEXO: Masculino

5. IDADE: 75 anos

6. ESTADO CIVIL: Casado

7. LOCAL DE NASCIMENTO: Bragança

8. VIAGENS: Já morou em Belém, quando era jovem. Viajou para o Maranhão por alguns meses.

9. LOCAL DE NASCIMENTO DO PAI: Maranhão

9.1) PROFISSÃO DO PAI: Lavrador

10. LOCAL DE NASCIMENTO DA MÃE: Maranhão

10.1) PROFISSÃO DA MÃE: Doméstica

11. ESCOLARIDADE DO INFORMANTE: Analfabeto

12. OBSERVAÇÕES: O informante é comunicativo, extrovertido, se expressa muito bem. É um elemento de luta diante da comunidade.

13. PROFISSÃO DO INFORMANTE: Trabalhou como motorista, hoje como aposentado.

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214.1.3- TERCEIRO INFORMANTE Universidade Federal do Pará Licenciatura Plena em Letras Disciplina: Sociolingüística

Trabalho Monográfico: Atlas Lingüístico do Pará Aplicação do Questionário: Edegleuma Maria de Oliveira Mata Data da Aplicação: 01 de Novembro de 1999 Transcrição dos Dados: Adenias Pereira de Souza Município: Benevides

Localidade: Murinin

1. NOME: Elizabete B. de Lima

2. ENDEREÇO: Murinin-Benevides

3. ALCUNHA(Apelido): Beta

4. SEXO: Feminino

5. IDADE: 43 anos

6. ESTADO CIVIL: Casada

7. LOCAL DE NASCIMENTO: Benfica-Benevides

8. VIAGENS: Nunca viajou

9. LOCAL DE NASCIMENTO DO PAI: Paraíba

9.1) PROFISSÃO DO PAI: Carvoeiro

10. LOCAL DE NASCIMENTO DA MÃE: Murinin-Benevides

10.1) PROFISSÃO DA MÃE: Doméstica

11. ESCOLARIDADE DO INFORMANTE: 1ª Série Primária

12. OBSERVAÇÕES: A informante é um pouco tímida.

13. PROFISSÃO DO INFORMANTE: Doméstica.

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224.1.4- QUARTO INFORMANTE Universidade Federal do Pará Licenciatura Plena em Letras Disciplina: Sociolingüística

Trabalho Monográfico: Atlas Lingüístico do Pará Aplicação do Questionário: Edegleuma Maria de Oliveira Mata Data da Aplicação: 17 de Novembro de 1999 Transcrição dos Dados: Adenias Pereira de Souza Município: Benevides

Localidade: Murinin

1. NOME: Sueli L. de Moraes

2. ENDEREÇO: Murinin-Benevides

3. ALCUNHA(Apelido): Sueli

4. SEXO: Feminino

5. IDADE: 21 anos

6. ESTADO CIVIL: Casada

7. LOCAL DE NASCIMENTO: Capitão-Poço

8. VIAGENS: Passou um ano em Belém quando criança

9. LOCAL DE NASCIMENTO DO PAI: Capitão-Poço

9.1) PROFISSÃO DO PAI: Trabalha por conta própria

10. LOCAL DE NASCIMENTO DA MÃE: Benevides

10.1) PROFISSÃO DA MÃE: Doméstica

11. ESCOLARIDADE DO INFORMANTE: 3ª Série Primária

12. OBSERVAÇÕES: A informante aparenta ser introvertida, mas mostra-se vivaz.

13. PROFISSÃO DO INFORMANTE: Doméstica.

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23

5 Sistematização e Análise dos dados

5. SISTEMATIZAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

5.1. Tabelas por Campo Semântico 1.1.1. I CAMPO: Natureza e Acidentes Geográficos INFORMANTES DO MUNICÍPIO DE BENEVIDES ELIVALDO (1) LEANDRO (2) ELIZABETE (3) SUELI (4)

01 Ilha Rurais, urbanos, litoral

Bera do rio Bera do rio

02 Garapé Garapé Garapé Garapé 03 Canal Correnteza Correnteza ? ? ? ? ? 04 Bera Bera do rio Bera Bera 05 Ponte Estiva Ponti Ponti 06 Jangada Giga de madeira Prancha ? ? ? ? ? 07 Mar, nascente Nascente Nacente Nascente 08 Oceano Fim do rio Findô Poente 09 Redemoinho Remoinho (de água) Remoinho Redemoinho 10 Lagoa Rasa (parte rasa) Lagoa Lagoa 11 Ilha Ilha ? ? ? ? ? Praia 12 Mangal Terreno alagado Brejado Charcado 13 Lago Pequenas poças

d’água Poça d’água ? ? ? ?

14 Area branca Barro, areia Areia Areia 15 Maresia Inchente, vazante Banzero Balanço da Água 16 Agua corrente,

maresia Preamar Maresia Balanço da água

17 Molhada Bastante úmida Molhada Molhada 18 Pouça Lagoas Poça Poço de água

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24II- CAMPO: Fenômenos Atmosféricos INFORMANTES DO MUNICÍPIO DE BENEVIDES ELIVALDO (1) LEANDRO (2) ELIZABETE (3) SUELI (4)

19 Redemoinho Redimoinho de vento Remoinho Redemoinho 20 Raio Relâmpagos Corisco Sol, relâmpago 21 ? ? ? ? Relâmpago Relâmpago ? ? ? ? 22 Trovão Trovão Trovão Trovão 23 Tempestade Trevoada Ventania Trevoada 24 Chuva rápida Tempestade Tempo de chuva ? ? ? ? 25 Tempestade ? ? ? ? Tá azul ? ? ? ? 26 Chuva forte, chuva

pesada Chuva pesada, forte Chuva forte Chuvada

27 Sereno Chuva passageira Chuvisco Chuvisco 28 Nuvem Nuvens Nuve Nuvem 29 Sereno Neblina Sereno Chuvisco 30 Passageira Chuva passageira Passageira Chuva rápida 31 Enxorrada Enxorradas Enxorrada Xorrada 32 Arco-íris Arco-íris Arco-íris Arco-íris 33 Leblina Orvalho Serenado Sereno 34 Neve Neblina Uma nuve Nevoada, neve 35 Um bora sair que o

sol vem raiando Raposa tá se casando Passou a chuva Chuva parou e

nasceu o sol

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25III- CAMPO: Astros e Tempo INFORMANTES DO MUNICÍPIO DE BENEVIDES ELIVALDO (1) LEANDRO (2) ELIZABETE (3) SUELI (4)

36 Lua Lua Lua Lua 37 ? ? ? Etapas: lua cheia,

crescente, minguante Lua cheia, nova, minguante

Lua crescente, nova, cheia

38 Sol Sol Sol Sol 39 O sol vai subindo O movimento da

terra passa pelo sol Amanhecendo O sol vai cada vez

subindo 40 Vai descendo A terra vai

incumbrindo nele Escurecendo, o sol senta

O sol vai embora e a noite a lua

41 O sol da manhã Raiar do dia O sol vem nascendo ? ? ? ? 42 Sol da tarde Boca da noite A luz Boca da noite

43 Inverno, verão

Há mudanças: noite escura, noite clara, primavera, verão

Inverno, verão

Inverno, verão

44 Eclipse Eclipses Eclipse Eclipse 45 Estrela Firmamento, estrelas Estrela Estrela 46 Três Maria ? ? ? ? Estrela Dalva, estreli Três Maria 47 Estrela hindalva Estrela Dalva Estrela Dalva Estrela Dalva 48 ? ? ? ? Cruzeiro do Sul ? ? ? ? ? ? ? ? 49 Amanhecer Raiar do sol O dia clareou De manhã 50 Anoitecendo O por do sol Escureceu Noite 51 ? ? ? ? Boca da noite Boca da noite ? ? ? ?

52

Janeiro, fevereiro, março, abril, maio, junho, julho, agosto, setembro, outubro, novembro, dezembro

Janeiro, fevereiro, março, abril, maio, junho, julho, agosto, setembro, outubro, novembro, dezembro

Janeiro, fevereiro, março, abril, maio, junho, julho, agosto, setembro, outubro, novembro, dezembro

Dezembro, Janeiro, fevereiro, março, abril, maio, junho, julho, agosto, setembro, outubro, novembro, dezembro

53 ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? 54 Ontem Ontem Ontem Ontem 55 Ontonte Antiontem Antiontem Ontonte 56 Ontonteotem Quatro dias antes Antiontem Ontonteonteontem 57 Amanhã Amanhã Manhã Amanhã

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26IV- CAMPO: Flora- Árvores e frutos INFORMANTES DO MUNICÍPIO DE BENEVIDES ELIVALDO (1) LEANDRO (2) ELIZABETE (3) SUELI (4)

58 Árvore Selva, matos Árvore Árvore 59 Mata Mata Mata Sítio 60 Raiz Raiz da árvore Raiz Caule, raiz 61 Flor Haste da árvore Flô Flor 62 Caroço, bagaço Bagaço, sementes Bagaço Bagaço, semente 63 Caroço Caroço Caroço Caroço 64 Gêmeas Gêmeas Gêmeas Gêmeas 65 Umbigo Mangará Mangará Ponta 66 Amendoim Mudubim Arroz, amendoim Amendoim 67 Erva-doce Alfazema, erva-doce Erva-doce Erva-doce 68 Espinho Espinho Espinho Espinho 69 Galeto, limãozinho Limão caiano,

galego, simples Limão galego, limãozinho

Limãozinho, galego

70 Avaí, branco Mamão japonês, brasileiro

Mamão avaí, mamão mesmo

Avaí, comum

71 Buriti, açaí, abacaba Coco, açaí, marajá, najá, bacaba, bacabi

Açaí, bacaba Açaí

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27V- CAMPO: Atividades Agro-Pastorais (Agricultura Instrumentos agrícolas) INFORMANTES DO MUNICÍPIO DE BENEVIDES ELIVALDO (1) LEANDRO (2) ELIZABETE (3) SUELI (4)

72 Ferro-de-cova Draga Enxadeco Enxadeco 73 Machado, motô-serra Machado, foice Motô-serra Motor-serra,

machado 74 Poço Poço artesiano, poço

boca-aberta Poço Poço

75 Balde Balde Bálde Balde 76 Passadô Coador Saco Saco de coar café 77 Palha Espiga Palha-de-milho Espiga de milho 78 Sabugo Sabugo Sabugo Sabugo 79 Tronco, raiz Raiz da planta Tronco Tronco da raiz 80 Girassol Girassol Girassol Girassol 81 Dentro de casca Bage Dentro da casca Palha, casca 82 Adubo ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? 83 Macaxera Macaxeira,

mandioca, maniçoba, cenoura

Macaxera Macaxera

84 Mandioca Mandioca Mandioca Mandioca 85 Carro-de-mão Carrinho de mão Carro-de-mão Carro-de-mão 86 Cabo Varal Cabo Mão dele 87 Cabresto Canga Cabresto ? ? ? ? 88 Sela Cangalha Cangalha Sela 89 Caçuá Caçua Caçual Jacá 90 Cesto Bornal Cesto Cesto 91 Gancho Canga do carro ? ? ? ? ? ? ? ? 92 Ovelhinha Filhote Ovelhinha Ovelhinha 93 Ovelha Ovelha nova Ovelha Ovelha Grande 94 Buchuda Tá gestante Tá gestante Está grávida 95 Aborto Perdeu a cria Abortou Aborto 96 Velha Égua velha Égua velha Égua velha 97 Pião Trabalhador Pião Pião 98 Pico Vereda Pico Capoeira, mato

fechado 99 pico Caminho Caminho Caminho

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28VI- CAMPO: Fauna INFORMANTES DO MUNICÍPIO DE BENEVIDES ELIVALDO (1) LEANDRO (2) ELIZABETE (3) SUELI (4) 100 Aranha Mucura, rato Aranha Aranha 101 Telha Casa da mucura Telha Casa da aranha 102 Carpão, rede Acapão Irapuca Laço 103 Carrapato Inseto, carrapato Capa Carrapato

104

Surucucu, jararaca, pico-de-jaca, cobra coral

Cascavel, mata-boi, jibóia, jararaca, surucucu, pico-de-jaca, sucuri

Surucucu, pico-de-jaca

Surucucu, pico-de-jaca, cobra coral

105 Jacuraru Jacuraru Jacuraru Camaleão 106 Osga Lagatixa Osga Osga 107 Ponha-mesa Põia-mesa Ponha-mesa Tucura 108 Ovo, dois ovos Ovo, ovos Ovo, dois ovos Ovo 109 Clara Clara Clara Clara 110 Gema Gema Gema Gema 111 Piramutaba, pescada,

acará, jacundá Dorada, pescada, talmata, mapará, aracu, outros

Piramutaba, dorada Pescada, tucunaré, traíra

112 Guerra Guerra Guerra ? ? ? ? 113 Isca Fortalecer a terra,

pescar, isca Isca Isca

114 Calango, passarinho, rato

Passarinho, pexe, rato, carne

Rato, calango Calango

115 Carapanâ Carapanâ Carapanâ Carapanã 116 Piolho Piolho, puga,

mucurana Piolho Piolho

117 Lêndia Lêndia Lêndia Lêndia 118 Puga Pulga Puga Puga 119 Vaga-lumi Vaga-lumi Vaga-lumi Vaga-lumi

120

Bem-te-vi, rolinha, pica-pau, tucano

Nambu, Aracuá, papagaio, curió, pipiras pretas, basu, canário

Rolinha, juruti, sururina, nambu

Sabiá, curió

121 Urubu Corvo, urubu Urubu Urubu 122 Beija-flô Beja-flor Beija-flô Beja-flô 123 Galinha d’água Picota Picote Avestruz 124 Papagaio Papagaio Papagaio Papagaio 125 Sururina ? ? ? ? Sururina Socó 126 Cotó Cotó Cotó Cotó 127 Canguru Gambá Mucura Canguru 128 ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? 129 Mãos Mão ? ? ? ? ? ? ? ? 130 Crista Clina Crina Cabelo dele 131 Rabo Rabos Rabo Rabo 132 Costa Lombo Costa Costa 133 Cadeira Garupa Cadera Quartos 134 Chifre Chifre Chifre Chifre

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29135 Um chifre Rinoceronte Um chifre Um chifre só 136 ? ? ? ? Moca Mocha Num tem chifre 137 Alejado Moco Mocho Num tem também 138 Peito Ubre, peito Teta Peito 139 Alejado Capenga Coxo Aleijado 140 Varejera Varigera Varigera Varejera 141 Sunixuga Sanguessuga Samixunga Samixuga 142 Jacinta Jacinta Jacinta Jacinta 143 Tapuru Bicho-do-coco,

bicho-de-goiba Bicho Micróbio

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30VII- CAMPO: Corpo Humano: partes do corpo, funções, doenças, etc. INFORMANTES DO MUNICÍPIO DE BENEVIDES ELIVALDO (1) LEANDRO (2) ELIZABETE (3) SUELI (4) 144 Cabeça Cabeça Cabeça Cabeça 145 Nuca Nuca, gangote Pescoço Nunca 146 Nó Gogó Gogó Gogó 147 Cravícola Cravícola Cavica Cavícula 148 Seio Seios Seio Leito 149 Barriga Utero, matriz Ventre Barriga, útero 150 Calcanhá Calcanhar Carcanhal Calcanhar 151 Junta Rótula Joelho, rota Junta 152 Cosca Cócega Cosca Cosca 153 Presa Presas Presa Presa 154 Dente do juízo Dente do juízo Quexal Quexal 155 Quexal Quexais Do juízo Quexal 156 Banguelo Banguela Desdentado Desdentado 157 Fanhoso ? ? ? Fanhoso Fanhoso 158 Cisco Cisco Cisco Cisco 159 Cegueto Caolho Cego Só dum olho 160 Vesgo Zanoio Zanoio Zanoio 161 Treçol treçol Treçol Treçol 162 Contivite Conjuntiviti, dordolho Dordolho Dordolho 163 Carne crescida Catarata Catarata ? ? ? 164 Soluço Soluço Soluço Soluço 165 Bustela Bustela Bustela Bustela 166 Cacundo Lombinho Cacundo Aleijado 167 Canhoto Canhoto Esquerdo Canhoto 168 Alejado Maneta Coxo Aleijado 169 Perna torta Cambota Perna torta Perna torta 170 Suvaco Axilas, suvaco Suvaco Suvaco 171 Suvaqueira Odor, suor Mau cheiro Inhaca 172 Suó Suor Suol Suol 173 Vomitando Arrotando Vomitô Vomitô

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31VII- CAMPO: Cultura e Convívio INFORMANTES DO MUNICÍPIO DE BENEVIDES ELIVALDO (1) LEANDRO (2) ELIZABETE (3) SUELI (4) 174 Quebranto Mal olhado,

quebranto Quebranto Quebranto

175 Linguarudo Falador Faladô Faladera 176 Nafabeto Rude Rude Interessada 177 Miserável Trancado,Miserável Miseráve Mão fechada, ruim 178 Calotero Mau pagador,

maquiavélico Mau pagadô Trambiquero, não

quer pagar 179 Matador de aluguel Pistoleiro Criminoso Matador 180 ? ? ? Alugado Invasô ? ? ?

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32IX- CAMPO: Ciclos da vida INFORMANTES DO MUNICÍPIO DE BENEVIDES ELIVALDO (1) LEANDRO (2) ELIZABETE (3) SUELI (4) 181 Mestruação Ciclo mestrual Mestruação Mestruação 182 Pausa Menopausa Menopausa Menopausa 183 Resquade Ganhou nenê Descansou Tá de parto, teve o

filho 184 Partera Partero, médico,

partera Partera Dotô, partera

185 Gêmeos Gêmeos ? ? ? Gêmeos 186 Bortá Aborto Abortá Abortar 187 Mãe-de-peito Mãe-de-leite Mãe-de-leite Mãe-de-leite 188 Mãe-de-leite Irmãos-de-leite Irmãos-de-leite Irmãos-de-leite 189 Adotivo Adotados Adotivo Adotivo 190 Caçula Caçula Caçula Filho mais novo,

caçula 191 Menino Macho, menino Menino Criança, menino 192 Menina Menina, fêmea Menina Menina 193 Pastel Responsáveis Pastel Pastel 194 Corno Corno, chifrudo Chifrudo Corno 195 Puta Desonesta Prostituta prostituta

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33X- CAMPO: Religião e Crenças INFORMANTES DO MUNICÍPIO DE BENEVIDES ELIVALDO (1) LEANDRO (2) ELIZABETE (3) SUELI (4) 196 Fantasma Visage, assombração Fantasma Visage 197 Mucumba Nada Macumba Espirito mau,

macumba, bestera 198 Rabo de cobra ? ? ? ? ? ? ? ? ? 199 Feiticeira Vidente, curandeiras Benzedora Curadera 200 Feiticeiro Macumbeiro,

curandeiro Curador Benzador

201 Curadera Pessoas fazem medicina natural vegetal

Curadera ? ? ?

202 Pingente Medalha Medelha Intelígencia dele 203 ? ? ? Presépio Ave-de-Natal ? ? ?

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34XI- CAMPO: Festas e Divertimentos INFORMANTES DO MUNICÍPIO DE BENEVIDES ELIVALDO (1) LEANDRO (2) ELIZABETE (3) SUELI (4) 204 Calambela Ginástica Carambela Calambela 205 Peteca, bola Peteca Peteca Bola de basquete 206 Baladera Baladeira Baladera Baladera 207 Rabiola Pipa, papagaio Rabiola Papagaio 208 Balão Pipa, papagaio Balão Balão 209 Pira-se-esconde Pira Pira-cola Pira-se-esconde 210 Pata-cega Amigo invisível Pata-cega Pata-cega 211 Pira-mãe Brincar mãe Pira-cola Pira-mãe 212 Mãe Mãe Mãe Mãe 213 Anel, pira-cipó ? ? ? ? ? ? Anelzinho, grilo 214 Balanço Balanço Balanço Balanço 215 Amarelinha Macaca Macaca Macaca 216 Ladrão Desonesto Ladrão Ladrão 217 Sorte Felizardo Tem sorte Campeão 218 Azalado Não tem sorte Não tem sorte Sem-sorte 219 Jogador Bom jogador Bom jogador ? ? ? 220 Mau jogador Não sabe jogar Mau jogador Mau-jogador 221 Dançarino Dançarino Dançarino Dançarino

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35XII- CAMPO: Habitação INFORMANTES DO MUNICÍPIO DE BENEVIDES ELIVALDO (1) LEANDRO (2) ELIZABETE (3) SUELI (4) 222 Fechadura Chave Chave Chave 223 Prego Trancado c/ trancas Tramela Trinco 224 Grade, tela Trancas Grade Grade 225 Fumaça Fumaça, fumeiro Fumaça Fumaça 226 Fogo Fogo Isquero Isquero, palito 227 Lanterna Lanterna Lanterna Lanterna 228 Brasa Cinza Cinza Borralho

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36XIII- CAMPO: Alimentação e Cozinha INFORMANTES DO MUNICÍPIO DE BENEVIDES ELIVALDO (1) LEANDRO (2) ELIZABETE (3) SUELI (4) 229 Picadinho Picadinho Moído Moído, picadinho 230 Molesa Empaxado Muito cheio Cheia, aguniada 231 Comilão Comilão Golumenta Galumida 232 Beberrão Consumidor de

cachaça Beberrão Beberrão

233 Tabaco ? ? ? Charuto Cigarrinho 234 Cabeça Bagana Bagana Bagana 235 Cachaça Aguardente, cachaça Cachaça Cachaça 236 Bar Bar mercearia

botiquim Bar ? ? ?

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37XIV- CAMPO: Vestuário INFORMANTES DO MUNICÍPIO DE BENEVIDES ELIVALDO (1) LEANDRO (2) ELIZABETE (3) SUELI (4) 237 Custureiro Alta costura, alfaiate Faiate Costureiro 238 Blusa blusa Brusa Brusa 239 ? ? ? Botas Bota Bota 240 ? ? ? Calça Calça Calça 241 ? ? ? Camisa Brusa, camisa Brusa, camiseta 242 ? ? ? Chapéu Chapéu Chapéu 243 ? ? ? Vestido Vestido Vestido 244 ? ? ? Meias Meia Meia 245 ? ? ? Ternos Palitó Terno 246 ? ? ? Saia Saia Saia 247 Sapato Sapatos Sapato Sapato 248 Sutiã Sutiã Sutiã Sutiã 249 Cueca Cueca Cueca Cueca 250 Calcinha Calcinha Calcinha Biquine 251 Compacto Ruge Compacto Compacto 252 Grampo Brocho Pregadô brocho

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5.2.Análise por campo semântico

No primeiro campo semântico –natureza e acidentes geográficos –os informantes de Benevides utilizaram 41 palavras, das quais três foi citada pelos quatro informantes. Com base, neste campo semântico, a variedade lexical é preponderante em Benevides pela variação. No segundo campo semântico –fenômenos atmosféricos – os informantes de Benevides utilizaram 35 palavras, das quais quatro foram citadas pelos quatro informantes. Com base neste campo semântico, a variação neste município é preponderante as variações dadas aos relâmpago como: raio, corisco, assim como os tipos de chuva que foi bastante diversificados pelos informantes. Para o terceiro campo semântico –astros e tempos –os informantes de Benevides utilizaram 54 palavras, das quais 8 foram citadas pelos quatro informantes. Com base nestes dados, neste campo semântico , a variação neste município é preponderante uma vez que usaram palavras diferentes para responder as questões 39ª, 40ª,49ª, 56ª, e a questão 48ª era desconhecida para os quatro informantes apenas um designou de “cruzeiro do sul “ para Via láctea. Para o quarto campo semântico – flora: árvores e frutos – os informantes de Benevides utilizaram 38 palavras, das quais 7 foram citadas pelos quatro informantes. Com base nestes dados, neste campo semântico, a variação lexical neste município é preponderante pelos variados produtos existentes. Para o quinto campo semântico –atividades agro-pastoris – os informantes de Benevides utilizaram 53 palavras, das quais 8 foram citadas pelos quatro informantes com base nestes dados, deste campo semântico, a variação é grande neste município pelo uso de : passadô , coada, saco, cesto, bornal, pico, vereda, carimbo, ..

Para o sexto campo semântico –fauna os informante de Benevides utilizaram 108 palavras, das quais 19 foram citadas pelos quatro informantes. Com base nestes dados deste campo semântico percebe-se a grande variação lexical deste município. Para sétimo campo semântico- corpo humano-os informantes de Benevides utilizaram 58 palavras, das quais 11 foram citadas pelos quatro informantes. Com base neste dados, deste campo semântico a variação e preponderante neste município uma vez que apareceram designações como: suvaqueira, odor, suor, mau cheiro, inhaca, útero, barriga, ventre, aleijado, maneta, coeso , etc. Para oitavo campo semântico- cultura e convívio- os informantes de Benevides utilizaram 22 palavras, não houve nenhuma repetição de termo feito pelos quatro informantes. Para o nono campo informantes de Benevides utilizaram 29 palavras, das quais 8 foram utilizadas pelos quatro informantes . com base nestes dados, deste campo semântico é preponderante a variação lexical neste município ao observarmos termos como: resguarde, ganhou nenê, descansou, teve filho, ou até mesmo puta desonesta (para mulheres que vendem o corpo). Para o décimo campo semântico –religião e crenças –os informantes utilizam 19 palavras, sendo que nenhum delas foi utilizada pelos quatro informantes. Com base

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39neste dados, a variação lexical é imprescindível quando se verifica expressões como: rabo de cobra(com objeto que dá sorte), vidente (para que reza). Para o décimo primeiro campo semântico –festas e divertimentos –os informantes de Benevides utilizaram 34 palavras, das quais 5 foram citadas pelos quatro informantes. Com base nestes dados, deste campo semântico a variação lexical é preponderante neste município, porem observa –se a ocorrência de certas variantes como: rabiola, amigo invisível, anelzinho. Para o décimo segundo campo semântico –habitação – os informantes de Benevides utilizaram 17 palavras, das quais 2 foram utilizadas pelos quatro informantes. Com base nestes dados, a variação lexical observada não apresenta discrepância enter os informantes. Para o décimo terceiro campo semântico – alimentação e cozinha os informantes de Benevides utilizaram 21 palavras, sendo que apenas uma palavras foi citada pelos quatro informantes. Com base neste dados, a variação lexical é preponderantes deste município. Para o décimo quarto campo semântico –vestuário- os informantes de Benevides utilizaram 25 palavras, das quais 10 foram citadas pelos quatro informantes. Com base nestes dados, deste campo semântico, a variação lexical é equivalente aos informantes deste município.

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5.3. Analise final Com base nos dados analisados, constatou-se uma grande variação lingüística no município de Benevides. Vale ressaltar que 554 palavras foram mencionadas no corpus, e todas registradas no município de Benevides. O que mostra a grande riqueza semântica lexical da região. É importante acrescentar que algumas palavras se mantiveram unânimes entre os informantes. Sendo elas: igarapé, beira, nascente, nuvem, trovão, enxurrada, arco-íris, sol , lua, eclipse, ontem, amanhã, raiz, caroço, açaí, gêmea, espinho, poço, carro-de-mão, sabugo, ovos, piolho, gema, clara, beija –flor, rabo e etc.

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Considerações Finais É importante que se faça alguns comentários sobre a pesquisa realizada. Os nossos informantes por serem pessoas semi-analfabetas não possui certas noções técnico –cientificas acerca de determinados assuntos envolvidos nesta pesquisa. A falta de conhecimento leva o informante a ficar em dúvida no momento da complementação de algumas respostas, causando a eles, muitas vezes um breve embaraço. Vale lembrar também que a realização dessa pesquisa nos trouxe algumas dificuldades. O deslocamento de uma cidade para outra, a procura pelo informante adequado aos critérios exigidos, assim como a aceitação do informante em contribuir com a pesquisa. Alguns procuravam uma justificativa para o projeto outros eram tímidos, desconfiados e até mesmos envergonhados. Outro ponto importante a ser citado é o grande número de questões a serem respondidas. Algumas delas sem significância para o entrevistado, levando-o a criticar o projeto. Para que o trabalho seja satisfatório é preciso tempo, dedicação e seriedade, além de um amplo conhecimento da língua, principalmente por ser um trabalho de base semântico-lexical. Entendemos que o pesquisador tem que Ter um ótimo preparo e que a pesquisa de campo seja feita num ambiente favorável para que o questionário seja aplicado de forma clara e objetiva. A partir daí reconhecemos que a realização deste trabalho nos proporcionou uma visão mais ampla do conceito de linguagem e da impotência da variação lingüística, pois na verdade, ele representa o nosso inventário léxico, morfosintático e fonético, determinante cultural de um povo. Este é um trabalho de grande valia. As variações apresentadas, devem ser respeitadas e principalmente preservadas. Temos certeza que o levantamento dessas variações assegurará o valor histórico e cultural de uma localidade.

Este trabalho vem registrar os diversos fatores pontuados pela variedade dialetológica das línguas indígenas e também das línguas de povos de outras regiões que se estabeleceram aqui no Brasil.

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Conclusão

A elaboração de um atlas lingüístico prevê um questionário que contemple as peculiaridades de cada região. Porém durante a aplicação do mesmo, observou-se em determinados momentos dificuldades na colocação de algumas questões de forma clara ao informante para obtenção da resposta desejada, tendo-se que, por vezes, repetir ou fazer gestos tornando cansativo o questionário tanto para o informante quanto para o pesquisador. O modo como foi elaborado deve ser revisto e repensado e com isso seja encontrado uma forma mais rápida e prática de se obter as respostas.

O questionário deveria vir de acordo com a realidade de cada localidade. Existem perguntas que não condizem com o meio em que vive o informante. Por exemplo no campo semântico –natureza e acidentes geográficos –faz referência a rios, igarapés. Município centralizados, o informante tende a Ter dificuldade no conhecimento do assunto, já municípios ribeirinhos, o informante não em muito a falar de agricultura. Mesmo assim com base nos dados coletados e analisados, constatou-se, ao término deste trabalho, possíveis variações lexicais entre os informantes num mesmo ponto de inquérito.

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Bibliografia

Brandão, Silvia Figueiredo. A geografia Lingüística no Brasil. São Paulo: Ática, 1991.

Trabalho, Fernando. A pesquisa Sociolingüística. São Paulo: Ática, 1986. IBGE, 1991, Censo Demográfico. 1995, Produção Agrícola Municipal. Produção Pecuária.