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Sumário Executivo Soja – As cotações internacionais devem continuar em patamares mais baixos nos próximos meses, com o avanço da colheita da safra recorde dos EUA. Os preços domésticos tendem a seguir o movimento internacional, porque a safra brasileira já está finalizada. Milho – Os preços internacionais devem continuar baixos refletindo o volume recorde da safra norte-americana que está sendo colhida. Os preços domésticos tendem a se acomodar em níveis mais baixos, com o avanço da colheita da 2ª safra que terminará até outubro, mas não esperamos recuos acentuados, dada a forte quebra da safra. Café – O quadro global de oferta e demanda deverá continuar ajustado, como resultado do El Niño que provocou seca na Ásia e na Colômbia no primeiro semestre, contribuindo para a continuidade de alta dos preços internacionais. Preços domésticos devem seguir o movimento das cotações externas. Boi – Esperamos manutenção das cotações do boi nos patamares atuais, sem força para alta, pressionadas pelo enfraquecimento do consumo doméstico. Por outro lado, a melhora das exportações e a baixa oferta de animais prontos para abate impedirão uma queda acentuada de preços. Açúcar e Etanol – Tendência de alta permanece para os preços internacionais do açúcar, como resultado do déficit global de produção e dos baixos estoques mundiais. Isso levará a uma safra mais açucareira, o que deverá limitar a oferta de etanol e levar à alta de preços do combustível nos meses à frente. Setembro de 2016 Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos Panorama Macroeconômico O PIB do segundo trimestre, divulgado no final de agosto pelo IBGE, trouxe notícias mistas. Do lado positivo, o resultado do PIB indicou que o pior da recessão ficou para trás, com crescimento na margem dos investimentos e um menor ritmo de contração do consumo das famílias. Do lado negativo, esperávamos um desempenho mais robusto dos investimentos. A retomada neste e no próximo trimestre segue gradual e ainda condicionada à melhora da confiança. Assim, o PIB ainda recuará 3,0% neste ano, voltando a crescer 1,5% no ano que vem. A despeito disso, o ajuste do mercado de trabalho permanecerá presente, com a taxa de desemprego ainda mostrando altas moderadas e os salários deverão manter a tendência de descompressão. Esse cenário, por sua vez, segue sustentando nossas expectativas favoráveis para a inflação. Projetamos alta de 7,2% para o IPCA de 2016, com a expectativa de descompressão dos preços de alimentação nos meses à frente. Para 2017, a elevação deverá chegar a 5,0%. Favorecendo essas condições positivas, a taxa de câmbio – influenciada pelas condições internas e externas – segue em patamar compatível com nossa estimativa de que o Real encerrará o ano cotado em R$/US$ 3,20. Assim, o Banco Central deverá optar pelo início da queda de juros em sua reunião em outubro, levando a Selic a 13,25% no final do ano. Por fim, mesmo reconhecendo os desafios ainda elevados para as contas públicas, com piora dos resultados no curto prazo, devemos observar ao longo deste segundo semestre avanços das reformas, especialmente da PEC, que limita a expansão dos gastos à inflação do ano anterior. O déficit primário como proporção do PIB chegará a 2,5% e 2,1%, em 2016 e 2017, respectivamente. O cenário externo, bem gradualmente, tem mostrado alguma reversão, com expectativas de que a liquidez não precisa ser ampliada em relação ao nível atual, como sinalizado pelas autoridades monetárias dos principais bancos centrais do mundo. Isso tem trazido volatilidade aos mercados, à medida que se aproxima a subida da taxa de juros nos EUA. Assim, entendemos que essas condições serão pautadas nos próximos meses: (i) pelo Fed, que deverá subirá novamente a taxa de juros em dezembro e (ii) pelas preocupações, que estão se reduzindo de forma importante mas continuam presentes, relacionadas aos efeitos da saída do Reino Unido da União Europeia, o que deve manter o crescimento da região moderado em relação ao registrado no primeiro semestre. Por fim, a economia chinesa exibiu sinais mais favoráveis em agosto, sugerindo uma desaceleração mais leve no segundo semestre, em resposta às boas condições de oferta de crédito e à retomada de obras de infraestrutura. AGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCO AGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCO

AGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCO - economiaemdia.com.br³cio_Bras… · Sumário Executivo Soja – As cotações internacionais devem continuar em patamares mais baixos nos próximos

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Sumário Executivo

Soja – As cotações internacionais devem continuar em patamares mais baixos nos próximos meses, com o avanço da colheita da safra recorde dos EUA. Os preços domésticos tendem a seguir o movimento internacional, porque a safra brasileira já está finalizada.

Milho – Os preços internacionais devem continuar baixos refletindo o volume recorde da safra norte-americana que está sendo colhida. Os preços domésticos tendem a se acomodar em níveis mais baixos, com o avanço da colheita da 2ª safra que terminará até outubro, mas não esperamos recuos acentuados, dada a forte quebra da safra.

Café – O quadro global de oferta e demanda deverá continuar ajustado, como resultado do El Niño que provocou seca na Ásia e na Colômbia no primeiro semestre, contribuindo para a continuidade de alta dos preços internacionais. Preços domésticos devem seguir o movimento das cotações externas.

Boi – Esperamos manutenção das cotações do boi nos patamares atuais, sem força para alta, pressionadas pelo enfraquecimento do consumo doméstico. Por outro lado, a melhora das exportações e a baixa oferta de animais prontos para abate impedirão uma queda acentuada de preços.

Açúcar e Etanol – Tendência de alta permanece para os preços internacionais do açúcar, como resultado do déficit global de produção e dos baixos estoques mundiais. Isso levará a uma safra mais açucareira, o que deverá limitar a oferta de etanol e levar à alta de preços do combustível nos meses à frente.

Setembro de 2016

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Panorama Macroeconômico

O PIB do segundo trimestre, divulgado no final de agosto pelo IBGE, trouxe notícias mistas. Do lado positivo, o resultado do PIB indicou que o pior da recessão ficou para trás, com crescimento na margem dos investimentos e um menor ritmo de contração do consumo das famílias. Do lado negativo, esperávamos um desempenho mais robusto dos investimentos. A retomada neste e no próximo trimestre segue gradual e ainda condicionada à melhora da confiança. Assim, o PIB ainda recuará 3,0% neste ano, voltando a crescer 1,5% no ano que vem. A despeito disso, o ajuste do mercado de trabalho permanecerá presente, com a taxa de desemprego ainda mostrando altas moderadas e os salários deverão manter a tendência de descompressão. Esse cenário, por sua vez, segue sustentando nossas expectativas favoráveis para a inflação. Projetamos alta de 7,2% para o IPCA de 2016, com a expectativa de descompressão dos preços de alimentação nos meses à frente. Para 2017, a elevação deverá chegar a 5,0%. Favorecendo essas condições positivas, a taxa de câmbio – influenciada pelas condições internas e externas – segue em patamar compatível com nossa estimativa de que o Real encerrará o ano cotado em R$/US$ 3,20. Assim, o Banco Central deverá optar pelo início da queda de juros em sua reunião em outubro, levando a Selic a 13,25% no final do ano. Por fim, mesmo reconhecendo os desafios ainda elevados para as contas públicas, com piora dos resultados no curto prazo, devemos observar ao longo deste segundo semestre avanços das reformas, especialmente da PEC, que limita a expansão dos gastos à inflação do ano anterior. O déficit primário como proporção do PIB chegará a 2,5% e 2,1%, em 2016 e 2017, respectivamente.

O cenário externo, bem gradualmente, tem mostrado alguma reversão, com expectativas de que a liquidez não precisa ser ampliada em relação ao nível atual, como sinalizado pelas autoridades monetárias dos principais bancos centrais do mundo. Isso tem trazido volatilidade aos mercados, à medida que se aproxima a subida da taxa de juros nos EUA. Assim, entendemos que essas condições serão pautadas nos próximos meses: (i) pelo Fed, que deverá subirá novamente a taxa de juros em dezembro e (ii) pelas preocupações, que estão se reduzindo de forma importante mas continuam presentes, relacionadas aos efeitos da saída do Reino Unido da União Europeia, o que deve manter o crescimento da região moderado em relação ao registrado no primeiro semestre. Por fim, a economia chinesa exibiu sinais mais favoráveis em agosto, sugerindo uma desaceleração mais leve no segundo semestre, em resposta às boas condições de oferta de crédito e à retomada de obras de infraestrutura.

AGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCO AGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCO

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Fonte e projeção: Conab Elaboração: BRADESCO

Produção Nacional de soja

(em mil toneladas)

SO

JA

2

SOJA – As cotações internacionais devem continuar em patamares mais baixos nos próximos meses, com o avanço da colheita da safra recorde dos EUA. Os preços domésticos tendem a seguir o movimento internacional, porque a safra brasileira já está finalizada.

15.39419.419

25.934 26.16031.370 32.345

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Fundamentos O USDA divulgou o 5º levantamento da safra 2016/17 de grãos, que está em fase de desenvolvimento

nos EUA e começará a ser plantada em outubro no Brasil. Pelo terceiro mês consecutivo, o USDA elevou a estimativa para a safra norte-americana, que passou de 110,5 para 114,3 milhões de toneladas, refletindo a revisão da produtividade. As condições de clima e das lavouras estão boas nos EUA, favorecendo a produtividade. A safra norte-americana é recorde, com alta de 6,9% ante a safra passada. O USDA manteve o prognóstico de 57,0 milhões de toneladas para a Argentina e reduziu a estimativa para o Brasil, passando de 103 para 101 milhões de toneladas. A relação estoque consumo global subiu de 21,6% para 22,0% entre o mês passado e o atual, mas permanece abaixo do nível registrado na safra passada, que foi de 23%.

A Conab divulgou o 12º e último levantamento da safra 2015/16. Ante o mês passado a estimativa para a produção de soja se manteve no mesmo nível, mas ante a safra passada a produção caiu 0,8%, apesar do incremento de 3,6% da área plantada, como resultado dos efeitos da estiagem no Centro-Oeste e do excesso de chuva no Sul. A safra fechou em 95,4 milhões de toneladas, o que representa 5,5% a menos do que o recorde de 101 milhões de toneladas, que era esperado no início do ano.

O plantio da safra 2016/17 de grãos será iniciado a partir de outubro e, considerando a boa rentabilidade percebida com os elevados preços atuais, deveremos registar ampliação de área para o próximo plantio, o que deverá levar à acomodação dos preços internos da soja a partir do início da colheita em março.

Neste mês o NOAA (serviço de meteorologia dos EUA) reduziu para 50% a probabilidade de ocorrência de La Niña para este ano. Em junho, o instituto apontava probabilidade de 75% e em julho de 60%. O Instituto de Meteorologia da Austrália atribui a possibilidade de termos um La Niña de fraca intensidade e mais para o final do ano.

As cotações internacionais devem permanecer em níveis baixos nos próximos meses, refletindo a

entrada da safra recorde dos EUA. Os preços domésticos devem seguir o movimento internacional, levando em conta que a safra brasileira já está finalizada.

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

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Produtividade da lavoura de soja (em kg por ha)

Fonte e (*) projeção: Conab Elaboração: BRADESCO

Fonte: Deral Elaboração e Projeção: BRADESCO

Preço de soja em grão ao produtor – Praça Paraná - (em R$ por saca de 60 kg)

3

Fonte: Bloomberg Elaboração: Bradesco

Soja - Preço Futuro 1º vencimento (em US$ cents/bushel) Projeção de preço: média dos preços futuros

1.580

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2.1502.221

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2.419

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

MIL

HO

MILHO – Os preços internacionais devem continuar baixos, refletindo o volume recorde da safra norte-americana que está sendo colhida. Os preços domésticos tendem a se acomodar em níveis mais baixos, com o avanço da colheita da 2ª safra que terminará até outubro, mas não esperamos recuos acentuados, dada a forte quebra da safra.

Fonte e (*) projeção: Conab Elaboração : BRADESCO

Produção Nacional de milho

(em mil toneladas)

4

24.096

30.77133.174

37.442 35.71632.393

42.290

35.281

47.411

42.129

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58.652

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57.407

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Fundamentos O USDA divulgou o 5º levantamento da safra 2016/17 e, após duas revisões para cima nos meses

anteriores, apontou revisou baixista da estimativa de produção de milho nos EUA, passando de 384,9 para 383,4 milhões de toneladas, como resultado da menor estimativa para a produtividade. A safra norte-americana é recorde, com alta de 11% ante a safra passada. Para a Argentina, foi mantida a estimativa do mês anterior, de 36,5 milhões de toneladas. Para o Brasil, que começará a plantar em outubro, foi elevada a estimativa de 80 para 82,5 milhões de toneladas. A relação estoque consumo global sofreu pouca alteração, passando de 21,7% para 21,6% entre o mês passado e o atual e no mesmo nível da safra passada, que foi de 21,8%.

A Conab divulgou o 12º e último relatório de acompanhamento da safra 2015/16. A estimativa para a 1ª safra de milho foi revisada para baixo todos os meses desde março, refletindo a estiagem que atingiu as principais regiões produtoras. A produção da 1ª safra, inicialmente estimada em 28 milhões de toneladas, fechou em 25,9 milhões de toneladas. A estimativa para a 2ª safra também vem sendo revisada para baixo, desde maio, como resultado da estiagem ocorrida entre abril e maio no Centro-Oeste e das geadas no Paraná. A 2ª safra, antes prevista em 57 milhões de toneladas, fechou em 41,1 milhões de toneladas. A produção total de milho fechou em 66,9 milhões de toneladas, equivalente a uma quebra de 18 milhões de toneladas, recuando 20,9% ante a safra passada. A relação estoque consumo de milho no mercado doméstico caiu para 10,3%, ante o nível de 18,3% registrado na safra passada, provocando a disparada dos preços. Até maio, os preços tinham subido 65%, mas com o início da colheita retraíram 12% nos três últimos meses.

A partir do próximo mês, terá início o plantio da safra 2016/17 de grãos e, dada a boa rentabilidade percebida com os preços atuais, poderemos observar ampliação de área para o próximo plantio, o que deverá levar à acomodação dos preços domésticos de milho a partir do início da colheita em março.

Neste mês, o NOAA (serviço de meteorologia dos EUA) reduziu para 50% a probabilidade de ocorrência de La Niña para este ano. Em junho o instituto apontava probabilidade de 75% e em julho de 60%. O Instituto de Meteorologia da Austrália atribui a possibilidade de termos um La Niña de fraca intensidade e mais para o final do ano.

As cotações internacionais de milho devem permanecer em baixos patamares nos próximos meses com a entrada da safra recorde norte-americana. No mercado doméstico, os preços tendem a recuar um pouco, com o avanço da colheita da 2ª safra que termina até outubro. Mas os preços não deverão registrar queda acentuada e não deverão devolver toda a alta já registrada no ano, por conta da forte quebra da safra brasileira.

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Produtividade – milho (em kg por ha)

Fonte: Conab Elaboração : BRADESCO

Fonte: Deral Elaboração e Projeção: BRADESCO

Preço de milho ao produtor – Praça

Paraná (em R$ por saca de

60 kg)

5

Milho - Preço Futuro 1º vencimento (em US$ cents por bushel) Projeção de preço: média dos preços futuros

Fonte: Bloomberg Elaboração: Bradesco

217235

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215

316

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413

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3.279

3.655

3.972

3.599

4.3114.158

4.808

5.149 5.057

5.396

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Fundamentos Em junho, o USDA divulgou o 1º levantamento semestral da safra 2016/17 e apontou redução da

relação estoque consumo de 23,7% na safra passada para 20,9% na atual. Para o Brasil, o USDA estimou safra de 55,9 milhões de sacas, o que representa uma ampliação de 13,3% ante a safra passada e acima da estimativa da Conab, que é de 50 milhões de sacas. Para o Vietnã e a Colômbia, a estimativa é de 27,3 e 13,3 milhões de sacas, nessa ordem, recuando 6,9% e 2,2% respectivamente em relação ao ano anterior, como efeito da estiagem. Para a Indonésia, a estimativa é de recuo de 14,9%, somando 10 milhões de sacas. Os efeitos do El Niño no primeiro semestre foram diversos para os principais produtores. No Brasil, ocorreram chuvas durante o desenvolvimento e a floração das plantas, o que permitiu melhora da produtividade do café arábica. Na Ásia e na América Central, ocorreram estiagens, afetando a produtividade das plantas. O próximo levantamento do USDA será divulgado em dezembro.

Consultorias especializadas estão apontando que essa safra será a segunda com déficit global de produção.

No final de maio, a Conab divulgou o 2º levantamento da safra de café. Na comparação entre os dois levantamentos, de maio e de janeiro, a estimativa para a produção de arábica subiu de 38,8 milhões de sacas de 60 quilos para 40,3 milhões, uma alta de 3,8% beneficiada pelas boas condições climáticas nas regiões produtoras. Para o robusta, a estimativa recuou de 11,7 milhões de sacas para 9,4 milhões, queda de 19,9%. No Espírito Santo, a queda da estimativa foi mais acentuada, de 22,7%, e na Bahia foi de 29,1%, regiões mais afetadas pela estiagem. A próxima safra 2017/18, que começará a ser colhida a partir de abril, também poderá registrar baixa produtividade de café robusta, já que as plantas estão em período de florada e o clima continua seco no Espírito Santo. O próximo levantamento da Conab será divulgado no final de setembro.

Como resultado do El Niño no início deste ano que levou estiagem às lavouras da Ásia e da Colômbia, o quadro global de oferta e demanda deverá continuar ajustado, contribuindo para a continuidade de alta dos preços internacionais. Os preços domésticos deverão seguir a tendência dos preços externos.

CAFÉ – O quadro global de oferta e demanda deverá continuar ajustado, como resultado do El Niño que provocou seca na Ásia e na Colômbia, contribuindo para a continuidade de alta dos preços internacionais. Preços domésticos devem seguir o movimento das cotações externas.

Produção Nacional de Café (em mil sacas de 60 kg)

Fonte e projeção (*): Conab Elaboração: Bradesco

CA

6

26.000

16.800

27.500

18.860

34.547

27.170

31.10028.137

48.480

28.820

39.272

32.944

42.512

36.070

45.992

39.470

48.095

43.484

50.82649.152

45.34243.235

49.669

11.000

21.000

31.000

41.000

51.000

61.000

94/9

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Fonte: CEPEA ESALQ Elaboração: Bradesco

Preço Café Arábica (em R$ por saca de 60 kg) Projeção de preço: média dos preços futuros BMF

7

Fonte: Bloomberg Elaboração: Bradesco

Café Arábica - NYBOT Preço Futuro 1º vencimento (em US$ cents por libra peso) Projeção de preço: média dos preços futuros

115,06

63,07 65,9567,78

99,48

127,53

96,55

131,18

152,04

108,67

142,45

272,07

180,03

150,03

117,62

197,02

118,14

147,80

157,10

25,0

75,0

125,0

175,0

225,0

275,0

325,0

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223.6239.8

337.0

230.4

291.4269.8

247.5

328.0

530.8

408.6

247.7

366.3

480.1

424.0

491.1

583.5635.1

90.0

190.0

290.0

390.0

490.0

590.0

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

BO

I

BOI – Esperamos manutenção das cotações do boi nos patamares atuais, sem força para alta, pressionadas pelo enfraquecimento do consumo doméstico. Por outro lado, a melhora das exportações e a baixa oferta de animais prontos para abate impedirão uma queda acentuada de preços.

Fundamentos Favorecidas pela abertura de mercados e pelo câmbio, que se manteve em nível mais depreciado

nos primeiros meses do ano, as exportações estão em expansão. Entre janeiro e agosto, os volumes embarcados cresceram 7,7% ante o mesmo período do ano passado e deverão continuar em expansão em resposta à abertura de mercados para a carne brasileira (EUA, China, Japão, África do Sul, Iraque, Irã e Arábia Saudita). As principais ampliações foram: de 7,2% para Europa e de 16,8% para países Árabes. Para a China e para a Arábia Saudita, que não importaram carne do Brasil no ano passado, os embarques somaram 95,5 e 20,2 mil toneladas respectivamente. Já a Venezuela e a Rússia, muito dependentes das receitas com petróleo, reduziram os volumes comprados do Brasil em 72,4% e 26,8% nessa ordem.

Refletindo a piora do mercado de trabalho, o consumidor final está trocando o consumo de carne bovina por carne de frango, cujos preços estão mais acessíveis. Prova disso é o movimento dos preços no atacado. Desde o início deste ano, os preços da carne bovina de 1ª subiram apenas 1%, enquanto os preços da carne avícola subiram 9,6%.

Os EUA liberaram a entrada da carne bovina in natura brasileira, passando a aceitar a carne oriunda de regiões onde o gado é vacinado contra a febre aftosa. Antes só aceitavam carne proveniente de Santa Catarina, estado considerado livre da doença sem vacinação. As estimativas são de que os primeiros embarques ocorram a partir de setembro. Os embarques destinados ao mercado norte-americano não devem alcançar volumes muito expressivos, pois a cota anual sem pagamento de taxas de exportação é de 64 mil toneladas, que será disputada com países da América Central. Mas a abertura do mercado norte-americano significa para o Brasil um selo sanitário que poderá permitir a liberação da carne brasileira para outros países como Coreia do Sul, Canadá, Japão e México.

A oferta de animais prontos para abate continua apertada. No ano até agosto, os abates caíram 2,4% ante o mesmo período do ano passado, após recuo de 8% no ano passado. Os elevados custos com ração à base de milho e soja limitarão a expansão dos confinamentos, que não deverão contribuir de forma relevante para a ampliação da oferta. O IMEA, do Mato Grosso, estima queda de 24% do volume confinado neste ano ante 2015, em razão dos elevados custos com ração combinados aos preços estagnados do boi.

As cotações do boi deverão continuar nos patamares atuais, sofrendo pressão de baixa pelo enfraquecimento do consumo doméstico, que representa 80% da produção de carnes. Por outro lado, a melhora das exportações e a baixa oferta de animais prontos para abate impedirão baixa acentuada de preços.

8

Exportações brasileiras de carne bovina (em mil toneladas)

Fonte: Secex Elaboração: Bradesco

1.412

1.361

1.702

1.208

1.297

1.069

1.592

1.428

800

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1.200

1.300

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1.600

1.700

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Boi Gordo – Preço ao Produtor – Praça São Paulo (em R$ por arroba)

Fonte: CEPEA Elaboração: Bradesco

9

Projeção de preço: média dos preços futuros BMF BOVESPA

Abate de bois em mil cabeças

Fonte: MAPA Elaboração: Bradesco

2.485

2.2562.239

2.052

1.993

2.044

1.800

2.000

2.200

2.400

2.600

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

2014

2015

2016

61,8

93,3

74,5

109,6 106,9

90,897,0

108,4

125,2

150,7157,7

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20,0

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

222.429 223.460240.944

287.810314.969

257.592

320.650359.316

431.413

474.800

559.432

604.514623.905

560.364588.916

658.822634.767

665.586684.774

150.000

250.000

350.000

450.000

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AÇÚCAR E ETANOL – Tendência de alta permanece para os preços internacionais do açúcar, como resultado do déficit global de produção e dos baixos estoques mundiais. Isso levará a uma safra mais açucareira, o que deverá limitar a oferta de etanol e levar à alta de preços do combustível nos meses à frente.

Fundamentos Em seu relatório semestral divulgado em maio, o USDA estimou a produção global da safra 2016/17 em

169,3 milhões de toneladas e o consumo em 173,6 milhões de toneladas, configurando um déficit global 4,3 milhões de toneladas. Na safra anterior, o déficit chegou a 6,9 milhões de toneladas. A relação estoque consumo está estimada em 18,9%, abaixo do nível de 22,0% da safra anterior. Consultorias especializadas também estão estimando déficit global de açúcar pela segunda safra seguida.

A Conab divulgou o 2º levantamento da safra 2016/17 em agosto, apontando redução para a estimativa de produção de cana, antes estimada em 690,9 milhões de toneladas em abril, agora em 684,8 milhões de toneladas. Isso representa uma queda de 0,9% ou de 6 milhões de toneladas, incorporando os efeitos da estiagem em abril e maio no Centro-Oeste. Ante a safra passada, a produção é 2,9% maior, como resultado da melhora do clima e da expansão da área. A produção de açúcar está estimada em 39,96 milhões de toneladas, um recorde, com alta de 6,5% ante o levantamento anterior e de 19,3% em relação à safra passada. A produção de etanol total está estimada em 27,87 milhões de litros, caindo 8,1% em relação ao levantamento de abril e 8,5% ante a safra passada. Para o etanol hidratado (usado diretamente nos veículos flex), a estimativa foi reduzida em 11,9% entre os dois levantamentos, enquanto o etanol anidro (misturado à gasolina) caiu 2,1% na mesma base de comparação. Assim, a atual safra configura-se mais voltada para o açúcar, que vem registrando melhor rentabilidade com a alta dos preços internacionais. O próximo levantamento da Conab será divulgado em meados de dezembro.

Segundo apuração da Unica, até meados de agosto, o volume de cana processada no Centro-Sul foi 10,1% superior ao volume processado no mesmo período do ano passado. Segundo comentários da Unica, o avanço do processamento ocorreu graças ao clima mais seco que possibilitou os trabalhos de colheita. No mesmo período, o processamento de açúcar foi 22% superior, enquanto o de etanol total foi 4,1%. As usinas estão direcionando mais cana para a produção de açúcar, em detrimento do etanol, em razão da melhor rentabilidade do primeiro.

Cotações internacionais do açúcar continuam com tendência de alta, em resposta ao déficit global de produção e ao recuo dos estoques mundiais. Assim, a safra está se voltando mais para a produção de açúcar, o que limitará a oferta de etanol durante a entressafra, devendo pressionar a alta de preços do combustível nos próximos meses.

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ÚC

AR

E

E

TAN

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Produção nacional de cana-de-açúcar em mil toneladas

Fonte e projeção (*): Conab Elaboração: Bradesco

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Preço de Etanol Hidratado (em R$ por metro cúbico)

Fonte: BMF BOVESPA Elaboração: Bradesco

11

Preços internacionais de açúcar (em US$ cents por bushel) Projeção de preço: média dos preços futuros

Fonte: Bloomberg Elaboração: Bradesco

Produção nacional de açúcar (em mil toneladas) Produção nacional de etanol (em mil litros)

Fonte: Conab Elaboração: Bradesco

Projeção de preço: preços futuros BMF BOVESPA

11.700

16.020

27.500

35.968

37.878

33.489

39.963

12.692

13.07810.518

14.640

23.007

25.763

27.595

23.640

30.462

27.870

8.000

15.000

22.000

29.000

36.000

43.000

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10,79,0 8,8

6,3

9,0

8,4

17,9

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11,3

28,4

14,6

32,1

21,9

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1.291

1.025

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

FONTE: Bloomberg ELABORAÇÃO: BRADESCO

Posições não comerciais e preços internacionais de soja

FONTE: Bloomberg ELABORAÇÃO: BRADESCO

Posições não comerciais e preços internacionais de milho

FONTE: Bloomberg ELABORAÇÃO: BRADESCO

Posições não comerciais e preços internacionais de café

Acompanhamento das posições não comerciais

-24414

260.845

168.209

-130.404

89.446

1.613

940,8

1025

-160.000

-120.000

-80.000

-40.000

0

40.000

80.000

120.000

160.000

200.000

240.000

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0

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Posição não-comercial

preço soja

16-ju

n-

80.111

149.456

-113.383

109136

142245

-90966

746,8

789,5

545,3

340,5

429,5

-300000

-200000

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6

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6

US$ cents por bushel

posição não comercial

preço milho

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6

posição não comercial

Café

US$ c / libra em número de contratos

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

SO

JA

Complexo Soja Da soja em grão produzida no Brasil, 60% do volume é exportado e 40% é destinado à moagem. O

processo de moagem resulta em 72% de farelo e 18% de óleo. Os 10% restantes são sementes e perdas. Do farelo produzido, 50% são exportados e, do óleo, 20% são embarcados.

A soja é uma cultura de exportação, visto que o nível de produção excede o consumo em torno de 40%.

Isso significa dizer que qualquer crescimento da produção nacional gera excedente exportável.

No mercado doméstico, a soja é utilizada na fabricação de alimentos, como mortadelas e salsichas, e cerca de 80% são utilizados na fabricação de rações. A soja responde por 25% a 30% da ração de aves e suínos.

Países de destino Grão: 75% China, 10% Europa.

Farelo: 56% Europa, 14% Indonésia, 8% Tailândia.

Óleo: 48,8% Índia, 12% China. Sazonalidade Safra de verão: plantio ocorre entre outubro e dezembro e colheita se concentra entre fevereiro e maio. Regionalização Centro-Oeste: 46%; Sul 37%; 8% Sudeste; 5% Nordeste Ranking O Brasil é o segundo maior player global na produção, com 31,2%, atrás dos EUA, com 33,4%, mas é o

maior exportador, com 43,0% do total, seguido pelos EUA, com 38,2%.

Retrato do mercado

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O milho é base das rações para os principais tipos de criação. Na composição das rações, o produto representa:

64% da avicultura

65% da suinocultura

23% da pecuária de leite Países de destino As exportações de milho respondem por 32% do volume produzido. Os principais mercados de destino

são: 15% Irã, 10% Coréia do Sul, 9,6% Japão. Sazonalidade O milho tem duas safras: Safra de verão: plantio ocorre entre outubro e dezembro e a colheita se concentra entre fevereiro e

maio. Representa 40% da safra total. Tem a seguinte distribuição regional: 45% Sul; 26% Sudeste; 13% Nordeste; 10% Centro-Oeste.

Safra de inverno: plantio ocorre entre fevereiro e junho e a colheita se concentra entre julho e novembro.

Responde por 60% da safra total. Tem a seguinte distribuição regional: 64% Centro-Oeste; 24% Sul (somente Paraná); 7% Sudeste; 3% Nordeste (somente Bahia).

Ranking O Brasil é o terceiro maior produtor global, com 8% de participação no mercado e o terceiro maior

exportador, com 16% de participação.

MIL

HO

Retrato do mercado

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

O Brasil exporta 70% do café produzido, sendo 96% de café verde e 4% de café solúvel

A cultura de café tem elevados custos com mão de obra, que representam cerca de 52% dos custos totais, pois a maior parte da colheita é manual.

Países de destino Europa 50,3%, 21,6% EUA, Japão 6,7%. Regionalização Distribuição regional da produção de café arábica: 70,6% Minas Gerais 12,7% São Paulo 8,9% Espírito Santo 3,4% Bahia 2,7% Paraná

Distribuição regional da produção de café robusta: 65,6% Espírito Santo 14,3% Rondônia 15,7% Bahia 2,9% Minas Gerais Sazonalidade A florada do café ocorre entre setembro e novembro no Brasil. A colheita tem início em maio e se

estende até setembro. Ranking O Brasil é o maior player global, com participações de 33% na produção e de 27% na exportação. Os

demais players, como Vietnã e Colômbia, têm baixo consumo interno, ao contrário do Brasil, que responde por 14% do consumo mundial.

CA

Retrato do mercado

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O rebanho bovino nacional é estimado em quase 200 milhões de cabeças. O rebanho comercial para abate é estimado em 40 milhões de cabeças, ou seja, este é o volume de gado em idade e peso ideais para o abate. O restante do rebanho se divide entre vacas de leite, bezerros e boi magro.

As exportações respondem por 20% da produção nacional de carne bovina. Países de destino Os principais mercados de destino em 2015 foram: 19,4% Hong Kong, 14,4% Egito, 13,2% Rússia,

8,6% União Europeia, 7,2% Irã, 7,2% China e 6,9% Venezuela. Regionalização Os abates de bovinos têm a seguinte distribuição regional: 36,1% Centro-Oeste; 21,2% Sudeste; 20,8%

Norte; 11,5 Sul; 10,4% Nordeste. Ranking O Brasil é o segundo maior produtor global de carne bovina, com 16,3% de participação, antecedido

pelos EUA, que representam 19,2%.

O Brasil é o maior exportador mundial, com 20% do mercado. Sazonalidade O ciclo da pecuária bovina é longo – 2,5 anos, contando desde o nascimento do bezerro até o abate do

animal com aproximadamente 15 arrobas.

O sistema de criação de bovinos no Brasil é a pecuária extensiva, ou seja, o boi é criado solto no pasto, alimentado à base de capim.

O sistema de confinamento, que é a criação do boi à base de ração em pequenos espaços, responde por apenas 5% do total de abates.

A safra bovina ocorre no primeiro semestre do ano, no período de chuvas, quando há pastagens abundantes. Com maior oferta de boi para abate, os preços do boi gordo nesse período são menores.

A entressafra bovina ocorre no segundo semestre, período da seca, quando o frio e as geadas secam as pastagens. O boi perde peso e há menor oferta de boi para abate. No entanto, os preços se elevam nesse período, pois a oferta é maior de boi de confinamento, cujo custo de produção é mais elevado. No pico da entressafra (outubro) ocorre o maior abate de boi macho confinado.

Nos confinamentos há dois turnos: 1º turno: aloja o boi magro entre maio-junho e entrega em agosto-setembro 2º turno: aloja o boi magro em agosto-setembro e entrega em novembro-dezembro

BO

I Retrato do mercado

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Complexo Sucroalcooleiro Da cana-de-açúcar produzida no Brasil, 47% se destinam à produção de açúcar e 53% à produção de

etanol.

O açúcar tem a seguinte destinação: 70% exportação e 30% mercado doméstico. O etanol tem a seguinte destinação: 6% exportação e 94% mercado interno.

Do total de etanol produzido, o hidratado representa 60% (usado como combustível nos carros flex fuel) e o anidro 40% (misturado à gasolina na proporção de 20% a 25%).

O açúcar é uma cultura de exportação, visto que o nível de produção excede o consumo em torno de 70%. Isso significa dizer que qualquer crescimento da produção nacional gera excedente exportável.

Países de destino Açúcar: 10,4% China, 10,3% Bangladesh, 6,8% Argélia, 6,3% Índia. Etanol: 49,2% EUA, 25,2% Coreia do Sul. Sazonalidade A cana é uma cultura perene, pois o tempo entre o plantio e a colheita da cana é de 18 meses, e da

mesma planta é possível fazer até 6 cortes, em média.

O período de colheita da ocorre entre abril e novembro. Nesse período, as usinas operam 24 horas. Entre os meses de janeiro e março as plantas industriais são desmontadas para manutenção.

O Brasil é o único grande player mundial com safra no primeiro semestre do ano. Os demais produtores relevantes (EUA, Europa, Índia, Tailândia e Austrália) têm início de safra a partir do segundo semestre.

Regionalização 65% Sudeste; 16,8% Centro-Oeste; 10,3% Nordeste; 7,3% Sul. Ranking O Brasil é o maior produtor mundial de açúcar, com participação de 20,3%. Os demais players são:

Índia 16,6%; União Europeia 9,4%; Tailândia 6,3%.

O Brasil é o maior exportador, com participação de 43,4% no mercado global. Os demais exportadores são: Tailândia 16,1%; Austrália 6,7%.

Os maiores produtores mundiais de etanol são: 57,5% EUA e 27,7% Brasil.

ÚC

AR

E

E

TAN

OL

Retrato do mercado

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Economistas: Ana Maria Bonomi Barufi / Andréa Bastos Damico / Ariana Stephanie Zerbinatti / Constantin Jancso / Daniela Cunha de Lima / Ellen Regina Steter / Estevão Augusto Oller Scripilliti / Fabiana D’Atri / Igor Velecico / Leandro Câmara Negrão / Marcio Aldred Gregory / Myriã Tatiany Neves Bast / Priscila Pacheco Trigo / Regina Helena Couto Silva / Thomas Henrique Schreurs Pires Estagiários: Bruno Sanchez Honório / Carlos Henrique Gomes de Brito / Christian Frederico M. Moraes / Fabio Rafael Otheguy Fernandes / Mariana Silva de Freitas / Rafael Martins Murrer

Octavio de Barros - Diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos Fernando Honorato Barbosa - Superintendente executivo

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Equipe Técnica

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