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PPP : Água na Indu´stria dea Cana –de-açúcar, Cetesb, SP, 16/04/2008. 1 Workshop Projeto PPP: “Aspectos Ambientais da Cadeia do Etanol de Cana-de-Açúcar” Painel I: Água na Indústria da Cana-de- açúcar André Elia Neto Eng° Especialista Tecnologia Agroindustrial – Meio Ambiente CTC – Centro de Tecnologia Canavieira São Paulo, SP, 16 de abril de 2008 Uso sem restrição desde que citada a fonte

Agua Em Usinas e Destilarias

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Workshop Projeto PPP:“Aspectos Ambientais da Cadeia do Etanol de Cana-de-Açúcar”

Painel I:

Água na Indústria da Cana-de-açúcarAndré Elia NetoEng° Especialista Tecnologia Agroindustrial – Meio AmbienteCTC – Centro de Tecnologia Canavieira

São Paulo, SP, 16 de abril de 2008

Uso sem restrição desde que citada a fonte

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Processo, Efluentes e Resíduos - Etanol

Abordagem• Água utilizada no processo industrial

• Uso de Água no Setor

• Efluentes

• Vinhaça (vinasse)

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Processo IndustrialFonte: folheto da Usina Santa Elisa

Recepção, preparo e extração do caldo

Produção de Energia

Preparo do caldo

Fábrica de Açúcar

Destilação de Álcool

Fermentação

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Processo: moagem

�Recepção e preparo da cana e extração do caldo

Resfriamento mancais

Bagaço

Caldo p/ processo

Extração:•Moendas ou•Difusores

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Processo: preparo do caldo

Caldo caleado

Caldo misto da extração

� Tratamento do caldo: sulfitação (aç. branco) e calea ção

Forno deenxofre

Enxofre sólido

Sulfitaçãodo

caldo

Calagem

01 02

Caldo filtrado

Caldo das Moendas

,

Leite de cal

Água de resfriaento

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Processo: preparo do caldo�Tratamento do caldo: aquecimento e decantação

Caldo caleado

Lodo

Caldo

Clarificado para

destilaria

condensados

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Processo: preparo do caldo

�Tratamento do caldo: Filtragem do lodoLodo

Caldo filtrado

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Processo: produção do xarope

�Fábrica: Evaporação do caldo (xarope 65° Brix)

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Processo: fábrica e açúcar

�Fábrica: Cozimento e cristalização

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Processo: fábrica e açúcar�Fábrica: Secagem e armazenamento

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Processo: fermentação�Fermentação: preparo e tratamento do mosto

Mosto para fermentação

produtos

Leite levedura

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Processo: fermentação �Fermentação (por batelada ou contínua) Mosto para

fermentação

Leite de Levedura

(p/ tratamento)

Vinho para destilaria

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Processo: destilação hidratado

�Destilação (álcool hidratado)Vinho

flegmaálcool

hidratado

flegmaçavinhaça

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V inhaça

V a p o r d e

e s c a p e

Aparelho de Desti lação

Ág u a

Q u e n t e

Ág u a

Q u e n t e

A B CP

K

Ág u a

F r i a

V i n h a ça

E n t r a d a

Ág u a

Q u e n t e

Ág u a

F r i aC o n d e n s a d o

Ág u a

F r i a

EEEH H H

HH

I1I

I

,C i c l o h e x a n o

Processo: destilação anidro�Destilação (álcool anidro) Vinho

flegma

álcool hidratado

álcool anidro

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Usos médios de água: setorial

Fonte: Elia Neto, A. Tratamento de Efluentes na Agroindústria Sucroalcooleira, RT 762-95/96, CTC, 19950,10,03070 l/funcionário.diaUso Potável

0,20,0500,050 m3/t.cana totalLimpeza Pisos e EquipamentosOutros

19,04,00080 m3/m3 álcoolResfriamento CondensadoresDestilaria (**)

14,33,00061 m3/m3 álcoolResfriamento de Dornas

0,00,0010,01 m3/m3 álcoolPreparo do Pé-de-cuba

0,00,0010,01 m3/m3 álcoolPreparo do Mosto

4,81,00010 a 30 m3/m3 álcoolResfriamento do CaldoFermentação (**)

1,00,2000,20 m3/t.cana totalResfriamento Turbogeradores

2,40,500424 a 602 kg/t.cana totalProdução de VaporGeração de Energia

0,00,0050,01 m3/t.cana p/açúcarLavagem de Açúcar

0,20,0500,10 m3/t.cana p/açúcarResfriamento Cristalizadores

0,10,0300,06 m3/t.cana p/açúcarDiluição de Méis

19,04,0008 a 10 m3/t.cana p/açúcarCondensadores/Multijatos Cozedores

9,52,0004 a 6 m3/ t.cana p/açúcarCondensadores/Multijatos EvaporaçãoConcentração do Caldo (*)

1,40,3000,30 m3/ t.cana totalCondensadores dos Filtros

0,20,0400,04 m3/ t.cana totalEmbebição dos Filtros

0,20,0500,10 m3/ t.cana p/açúcarResfriamento Coluna de Sulfitação (*)

0,10,0300,03 m3/ t.cana totalPreparo de Leite de CalTratamento de caldo

0,70,1500,15 m3/ t.cana totalResfriamento de Mancais

1,20,2500,25 m3/ t.cana totalEmbebiçãoExtração (moendas)

25,45,3301,4 a 8,26 m3/ t.cana totalLavagem de CanaAlimentação

Distribuição (%)Uso Médio (m3/t.cana total)Uso EspecíficoFinalidadeSetor

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Usos médios de água: tipo

� O uso específico de água é maior na produção do açúcar (30m3/t.cana), caso de uma usina que só produza açúcar (o que atualmente é muito raro).

� Já destilaria autônoma de produção de álcool tem a menor necessidade relativa de água para o seu processo industrial, cerca de 15 m3/tonelada de cana processada.

� Usinas com destilaria anexa usa cerca de 21 m3/t.cana, tipo de unidades que representam a maioria do parque industrial, com a produção de cerca de 50% de cana para açúcar e 50% para a produção do álcool.

pesoUso (m3/t.cana

Tipo de unidade industrial

72 %15Destilaria autônoma de álcool (100%álcool)

100 %21Usina c/ destilaria anexa (50% açúcar e 50% álcool)

143 %30Usina 100% açúcar

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Uso e Reuso da Água

Diretrizes: captação mínima e Lançamento zero� Prática de redução e reuso de água� Circuitos fechados com torres� Águas residuárias para

lavoura

Metas para gerenciamento de águas para o setor

zeroLançamento (m3/t.cana)

1,0consumo (m3/t.cana)

1,0Captação (m3/t.cana)

Uso médio = 21 m3/t.cana (usina)15 m3/t.cana (destilaria)

Outros13%Cond. Álcool

19%

Resf. Dornas14%

Multijatos29%

Lavagem de Cana25%

Existem usinas que captam água com taxas menores ainda de até 0,5 m 3/tcana

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Água: Captação e Lançamento

� Apesar do uso de água ser grande, os volumes de captação e de lançamento de despejo podem ser reduzidos devido aos controles internose reusos.

Resultados de alguns levantamentos:

(1) Com dados do PERH-1994/95(2) Levantamento CTC (39 usinas de SP)(3) Novo levantamento CTC (34 usinas de SP)(3) Levantamento UNICA/CTC em 2005

Fonte: Elia Neto, A. Captação e uso de água no proocessamento da cana-de-açúcar in: Macedo I.C.et al A Energia da Cana-de-AçúcarUNICA, SP, 2005

4,15

0,92

5,07

1997 (3)

1,22

1,60

2,92

1994 (2)

nd3,8Lançamento

nd1,8Consumo

1,835,6Captação

2005 (4)1990 (1)Usos (m3/t.cana)

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Disponibilidade e Demanda: SP

Disponibilidade e demanda de captação de água superficiais no Estado de S. Paulo

Fontes:(*1) Plano Estadual de Recursos Hídricos–1994/95 (1 °Plano do Estado de São Paulo–1990 – Síntese)(*2) Plano Estadual de Recursos Hídricos – 2004/2007 – Resumo (DAEE, 2006)

100453,73100880100354Total

----1347Sucroalc

30,5138,532219032112Industrial

39,2177,875549044154Irrigação

30,3137,32232002587UrbanaDemanda

893 m3/s888 m3/sQ7,10

2.020 m3/s2.105 m3/sQreferênciaDisponi-bilidade

%m3/s%m3/s%m3/s

Estim p/ 2007Ano 2010 (pior)1990

PERH – 2004/07(*2)PERH – 1990 (*1)Disponibilidade e Demanda

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Disponibilidade e Demanda: setor� Em um passado recente o setor utilizava água em abundância, chegando até

cerca 15 m3/t.cana (ou mais ainda)• circuitos abertos para a lavagem de cana e resfriamento de águas

• tratamentos realizados em lagoas enormes, com tempo de detenção que podiam chegar à cerca de 2 meses

• problemas pontuais de lançamento de efluentes com carga orgânica ou temperatura não condizente com a capacidade de assimilação dos corpos de água, sobretudo os com menores vazões.

� Considerando a racionalização do uso de água, a demanda média do setor ésignificativa quando comparada com os outros setores.

• Considerando a média de 1,83 m3/t.cana , na safra, o setor demandaria 31,4 m3/s, ou seja, 7 % da demanda estadual de todos os setores,

• Apesar do grande crescimento nas duas últimas décadas (125 % de 1990 a 2007 no ESP), a demanda proporcional de água diminuiu quase que pela metade (de 13 % em 1990, para 7 % em 2007).

• Em relação à demanda industrial , estima-se que o setor sucroalcooleiro seja responsável por cerca de 23 % da demanda estadual por água (quase ¼ das capptadaspelas demais industrias).

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Reuso e Tratamento dos Efluentes Líquidos

�Controle Externo (corretivo)• decantação da água de lavagem de cana

• lagoas de estabilização da água de lavagem de cana (circuito aberto)

• torres de resfriamento

• tanques aspersores

• decantador/flotador de água de lavagem de gases da chaminé

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�Efluente da lavagem da cana :• Taxa de uso de água e impurezas minerais no despejo da lavagem

de cana:

Taxa de uso de água Impurezas minerais

─ CMAI 1996: 3,80 m3/ton.cana; 0,65% impurezas na cana

─ CMAI 2004: 2,58 m3/ton.cana; 0,55 %impurezas na cana

• Médio potencial poluidor em termos de matéria orgânica (180 a 500mg/ de DBO5) e alta concentração de sólidos.

• O tratamento consiste em decantação (lagoas) e lagoas de estabilização, para o caso de lançamento em corpos d’água.

• O reuso se dá pela recirculação após decantação (decantadores circulares ou caixas de areia) e correção do pH entre 9 a 10.

• Evolução : Limpeza da cana a seco =>Eliminação da lavagem (em cana picada a perda de açúcar é muito grande e não é feito lavagem). Com a eliminação da queimada se terá cana colhida com máquina (picada).

Tratamento: Água de Lavagem de Cana

Obs. CMAI, Controle Mutuo Agroindutrial do CTC

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Sistemas: Tratamento de Água de Lavagem de Cana

Decantador circular de água de lavagem de cana

Caixas de areia p/ água de lavagem de cana

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�Águas dos multijatos e condensadores barométricos

• Despejo originado nos evaporadores e vácuos do setor de concentração e cozimento

• Apresentando um baixo potencial poluidor (10 a 40 mg/DBO5) e alta temperatura (~ 50°C).

• O tratamento consiste de tanques aspersores (ou não convencional, torres para resfriamento), com as águas frias recirculando ao processo (ou lançamento).

Tratamento de Água da Fábrica

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Tratamento de Água de Resfriamento da Destilaria

�Águas de resfriamento de dornas e de condensadores de álcool• Sem potencial poluidor em termos de matéria

orgânica, porém com alta temperatura (~50°C).

• O tratamento visando diminuir a temperatura consiste de torres de resfriamentos (ou não convencional tanques aspersores) para retorno (circuito fechado).

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Tratamentos: Resfriamento de Água da Fábrica e Destilaria

Aspersores para resfriamento de águas multijatos

Torres de resfriamento de águas

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Tratamento dos Despejos da Lavagem de Gases da Chaminé

Decantadores/Flotadores� Água do circuito de lavador de gases e cinzas das caldeiras

• Baixo potencial poluidor em termos de matéria orgânica (100 a 150mg/ de DBO5), alta concentração de sólidos e alta temperatura (80°C).

• O tratamento consiste em decantação/flotação e o reuso do tratado se dá pela recirculação.

• O RS formado pelo lodo é enviado para a lavoura (aplicação com a torta de filtro)

Retentores Via Úmida� Operam por lavagem com água� Vazão de água 0,7 a 1,0 litro/Nm³� Pressão de água 1,5 kgf/cm²� Atende a escala Ringelmann 1� Requer sistema de decantação

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Sistema: Tratamento dos Despejos da Lavagem de Chaminé

Decantador/ /flotador de fuligem

Retentor de fuligem caldeiras

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Água Residuárias (diluindo ou não a vinhaça/fertirr igação).• Constituídas pelos efluentes de lavagem de piso e equipamentos,

purgas dos circuitos fechados e efluentes diversos.

• Quantidade : depende do índice de reuso na usina, podendo chegar com o fechamentos dos principais circuitos, em torno de 1 m3 de água captada/t.cana.

• Assim uma dosagem de vinhaça pura que tem uma lâmina de água pequena (15 a 30 mm/ano) pode ter esta lâmina aumentada para 80 a 120 mm/ano, com a mistura com água residuária.

• Caracterização : com médio teor de matéria orgânica (1.500 mgDBO5 em média) e sólidos. Podem conter OG no caso das águas de oficinas e das moendas não passarem por caixa de óleo.

Tratamento: Águas Residuárias

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(*) Fonte: Rosenfeld, U. Irrigação e Fertirrigação nas Sub egiões de SP e CO. Palestra; Simpósio de Tcnologia de Produção de Cana-de-Açúcar, GAPE/FEALQ, Piracicaba, 04/07/2003

� Deficiência de água - irrigação de salvamento (*):• Para cana planta 80 a 120 mm (4º ao 8º mês em 2 aplicações)

• Para cana soca 40 a 60 mm (15 dias após o corte em aplicação única)

Sistema: Irrigação e Fertirrigação

Ganhos médios de produtividade (*):Cana planta de 12 a 20 %Cana soca de 6 a 12 %

Reuso : diminui a necessidae de novas captação para irriga ção.

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RS: Vinhaça

� Definição (N.Cetesb P4.231):• Vinhaça: líquido derivado da destilação do vinho, que é resultante da

fermentação do caldo da cana de açúcar ou melaço.

� Conhecida conforme a região como: • vinhaça, vinhoto, restilo,..

� Resíduo Sólido Não Inerte (ABNT 10.004):pelo fato de não ter tratamento convencional que possibilite o lançamento

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Vinhaça: Origem OrgânicaMatéria-prima:

caldo, méis, melaço, xarop, água

Tratamento fermento :

ácido sulfúrico

Produtos auxiliares:

desinfectantes, nutrientes, anti-

espumantes

Vinho:

p/ destilação

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Vinhaça: Origemciclo-hexano

A B

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Vinhaça: Quantificação

�Quantificação• Volume varia basicamente conforme o teor alcoólico do

vinho e o vapor direto utilizado (10 a 15 litro/litro de álcool)

• Volume médio obtido do CMAI-Controle Mútuo Agroindustrial do CTC: ─Safra 1999/00 10,80 L/L─Safra 2000/01 10,32 L/L─Safra 2001/02 10,20 L/L ─Safra 2002/03 10,41 L/L─Safra 2003/04 10.46 L/L─Safra 2004/05 11.40 L/L─Safra 2005/06 11.98 L/L─Safra 2006/07 11.96 L/L─Safra 2007/08 11.96 L/L

•Associadas ao CTC (Copersucar)

•Associadas ao CTC (Canavieiro) -maior representatividade na Região CS

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Vinhaça: Quantificação

Fonte: CTC - Elia Neto, A & Nakahodo, T (1995).

Taxa de produção de vinhaça pura (sem flegmaça)

Variação da taxa de produção de vinhaça•De 7 litros/litro álcool(pura, fermentação c/ alto grau alcoólico)•Até 15 litros/litros de álcool (com vapor incorporado e baixo grau na fermentação)•A flegmaça também pode ser incorporada a vinhaça, aumentando-a em cerca de 2 l/litro (c/vapor)

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Taxa de Produção Média: 10,80 a 11,96 l/l.álcool (CM AI 1999-2007)

Fonte: Elia Neto, A & Nakahodo, T Caracterização da Vinhaça, CTC - 1995

Vinhaça: Caracterização Físico-Química (CTC)

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Fonte: Elia Neto, A & Nakahodo, T Caracterização da Vinhaça, CTC - 1995

Vinhaça: Caracterização Físico-química (CTC)

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Vinhaça: Caracterização média

� Caracterização média da vinhaça• PH 4• Temperatura 90°C• Vazão de vinhaça 10,85 L/L.álcool• DBO5 16.950 mg/L• DQO 28.450 mg/L• Sólidos Totais 25.155 mg/L• Potássio 2 kg.K/m 3

�Carga orgânica 300 g DQO/L.álcool

Fonte: Elia Neto, A & Nakahodo, T Caracterização da Vinhaça, CTC - 1995

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Vinhaça: Impactos – Potencial Poluidor

�Resíduo com alto potencial poluidor• Alto teor de matéria orgânica , impossibilitando o

tratamento e lançamento em corpos de água• Concentrações de sais (potássio, nitrogênio e outros)

que podem ser lixiviados e contaminar as águas subterrâneas

• Cheiro objetável no armazenamento e disposição no solo (matéria orgânica e enxofre, formando mercaptanas)

• A produção de 500 m 3 álcool/dia (1.000.000 t.cana/safra) equivale a poluição orgânica de uma cidade com 1.700.000 habitantes (durante a safra)

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Vinhaça: Histórico• Problema imediato: poluição hídrica pelo lançamento

─Não há solução técnica e econômica para o tratamento convencional da vinhaça:

• Solução: Uso na Fertirrigação da Lavoura de Cana─ Inicialmente: disposição do resíduo no solo, em áreas de

infiltração (áreas de sacrifício da lavoura). Eliminan do o problema imediato de poluição hídrica superficial (a ntes dos anos 70)

─Posteriormente: Uso racional da vinhaça:• com dosagens controladas trazendo benefícios na sub stituição

de parte da adubação mineral;• Diminuição do risco de poluição das águas subterrân eas.

─Atualmente: Aplicação altamente tecnificada:• Maiores benefícios agronômicos (produtividade);• Substituição de parte da adubação química (potássio )• Reciclagem parcial de recursos naturais (N,K e micr onutrientes)

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Vinhaça: Aplicação Tecnificada

�Tecnologias:• Alto custo na aplicação

(equipamentos e distâncias)Travessias de rios (APP)

Resfriamento e impermeabilização de tqs

Transporte

Aplicação – Aspersão (hidro-roll)

Canais - impermeabilizações

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Source: Penatti et alii – Vinasse a liquid fertilizer. Pr oceedings of ISCCT Congress, Guatemala, 2005

� Fertirrigação Racionalmente Aplicada

Vinhaça: Benefícios Agronômicos

Ganhos médios de 10 t.cana/ha com dosagens de 300 m3 .vinha/ha (cerca de 10 % de aumento de produdividade)

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onde:0,05 = 5% da CTCCTC = Capacidade de Troca Catiônica, expressa em cmolc/dm³ a pH 7,0, dada pela análise de fertilidade do solo.ks = Concentração de potássio no solo, expresso em cmolc/dm³, àprofundidade de 0,80 metros, dada pela análise de fertilidade do solo.3744 = Constante para transformar os resultados da análise de fertilidade para kg de potássio em um volume de um hectare por 0,80 metros de profundidade.185 = kg de K2O extraído pela cultura por ha, por corte.kvi = Concentração de potássio na vinhaça, expressa em kg de K2O/ m³.

• Solos saturados a dosagem mais restritiva• Áreas cada vez mais distantes• Incentivos a redução do volume (transporte econômic o)

Vinhaça: NT CETESB P4.231Dosagem de K2O

Critérios e Procedimentos para Aplicação no Solo Ag rícola

m³ de vinhaça/ha = [(0,05 x CTC - ks) x 3744 + 185] / kvi

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Vinhaça: Aspersão

Sistema de maior utilização nas usinas

• Canal + Montagem Direta

• Canal + Autopropelido (rolão - hidro-roll)

• Caminhão + Autopropelido (rolão - hidro-

roll)

Montagem Direta (canhão hidráulico)

Rolão (hidro-roll) acoplado em caminhão

Rolão (hidro-roll) em canal

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Conclusões� O CTC tem sugerido metas para o setor de 1 m3/t.cana para captação e zero de

lançamento de efluente. • Carga orgânica seria tratada através da utilização dos despejos na fertirrigação da

lavoura conjuntamente com a vinhaça. • O consumo de água que é a diferença entre o captado e o lançado ficaria ao redor da

captação, ou seja, 1 m3/t.cana.

• Os benefícios são muitos: ─ a própria reutilização dos despejos na lavoura (matéria orgânica e água na irrigação de

salvamento), ─ a diminuição dos custos da cobrança de água, e ─ menor dispêndio com tratamento externo de efluente.

� A política pública de cobrança de água mostrou ser um adequado instrumento de gestão das águas,

• mesmo ainda não totalmente implantada incentivou em grande parte o uso racional das águas no setor.

• Este instrumento pode e deve ser constantemente aperfeiçoado através da participação equânime entre Estado e Sociedade Civil, dando-se maior voz aos setores usuários de água.

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Conclusões� Em relação às pesquisas:

• Pode se dizer que o setor atingiu um patamar de engenharia básica no seu balanço hídrico industrial, com os sistemas de tratamento e fechamento de circuitos

• Há necessidade de desenvolvimento de tecnologia que possibilite uma relação custo-benefício para a reutilização da própria água da cana. ─ São cerca de 0,7 m3/t.cana, apesar de uma parte se incorporar ao bagaço, sobrando então

pelo menos 0,55 m3/t.cana, que são as águas condensadas vegetais , com algum reaproveitamento no processo e as águas contidas na vinhaça .

─ Pesquisas neste sentido poderiam colocar o setor no rumo de auto-suficiência de água, a exemplo da auto-suficiência energética com o bagaço da cana, aumentando mais ainda o grau de sustentabilidade ambiental do setor.

� Muito ainda pode-se realizar em prol da reuso de água do setor• Mesmo considerando a meta de 1 m3/t.cana, o setor tem capacidade de reduzir mais

ainda o percentual de captação próximo a 4 % da atual demanda estadual

• E uso de tecnologias de ponta em desenvolvimento e a serem desenvolvidas para aproveitar melhor a água contida na cana, dentro de uma óptica de custo-benefício.

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OBRIGADO

CTC - CENTRO DE TECNOLOGIA CANAVIEIRAPiracicaba - SP

André Elia Neto [email protected]

Água na Indústria da Cana-de-açúcar