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N o . 2 Dezembro 2008/ Janeiro 2009 Publicação pela construção da Liga Internacional da Luta Árabe Socialista TODO O APOIO À RESISTÊNCIA PALESTINA E m 27 de dezembro Isra- el iniciou um massacre planejado em Gaza com o apoio do imperialismo, e a ca- pitulação dos governos árabes co- laboracionistas e Abbas, dirigente do Fatah e da Autoridade Nacional Palestina. Seu objetivo é acabar com a única experiência de ter- ritório palestino independente. Israel quer derrubar o Hamas e ocupar Gaza diretamente, ou indi- retamente através de seus agentes como Abbas, o governo egípcio ou mesmo as tropas da ONU. Com mais de 1200 palestinos mortos e milhares feridos em vinte dias, este massacre repete a atuação dos nazistas na II Guerra Mundial. O imperialismo americano e eu- ropeu apóiam a agressão. Querem retomar o controle do Oriente Mé- dio que é uma região estratégica para a dominação imperialista, seja pela localização entre Europa e Ásia, seja por possuir 60% das reservas conhecidas de petróleo. O imperialismo e seus cola- boradores colecionam derrotas na região. No Iraque não conseguem der- rotar a resistência. No Líbano, o Hezbollah venceu a guerra con- tra Israel em 2006, com força, in- clusive, para formar um governo próprio. Hoje tem condições de apoiar militarmente os palesti- nos abrindo uma segunda frente de batalha. Na Palestina, Mahmoud Abbas se transformou em marionete de Israel e perdeu muito apoio entre os palestinos. Governos colabora- cionistas no Egito, Arábia Saudita e Jordânia estão na mesma situa- ção. Uma vitória israelense seria fundamental para o imperialismo reforçar sua dominação e impe- dir a unificação das lutas dos po- vos árabes. Longe de estabilizar a situação, a agressão sionista agrava mais os conflitos na região. No Egito 300 mil pessoas foram às ruas em vá- rias cidades. Na Jordânia o gover- no reprime as mobilizações pales- tinas. Há manifestações diárias na Cisjordânia, Líbano, no Irã, Mar- rocos e Argélia Na Europa houve manifestações nas principais ca- pitais. Foram 250 mil em Madri, 100 mil em Barcelona, 150 mil em Londres. Nos EUA houve mani- festações em várias cidades. Em Nova Iorque 25 mil foram às rus. No Canadá a embaixada israelen- se foi ocupada por manifestantes. Até mesmo dentro de Israel há manifestações contra a agressão com centenas de presos. Estas mobilizações, aliadas à resistência palestina, apontam a verdadeira solução e possibilida- de: derrotar Israel. Entre em contato: [email protected] www.litci-arabe.org Contribuição R$ 2 Manifestação em Ramallah Nesta Edição Todo o apoio à resistência palestina • p. 1 Crise econômica abala o mundo • p. 2 PAQUISTÃO: A instabilidade ameaça o imperialismo • p. 3 PALESTINA: A 60 anos de Nakba • pp. 4 e 5 MARXISMO: A necessidade da Internacional • p. 6 PERSÉPOLIS: Autobiografia de uma lutadora no Irã• p. 6 Fim do bloqueio! Israel fechou a fronteira com Gaza após a vitória do Hamas em 2006. O bloqueio asfixia a economia e impede que os pa- lestinos tenham condições de vida dignas. O Egito também bloqueia Gaza. O fim do blo- queio é a principal reivindica- ção dos palestinos e o Hamas não deve abrir mão desta luta. Romper relações diplomáticas e comerciais! Temos que pressionar todos os governos a apoiar de fato a causa palestina e romper relações diplo- máticas e comerciais com Israel. Abaixo os governantes árabes cúmplices! Mubarak do Egito, Abdullah II da Jordânia e Mahmoud Ab- bas da ANP são cúmplices da agressão israelense e merecem ser depostos por colaborar com o inimigo. Síria e o Hezbollah têm que agir! É hora da terceira Intifada! Para derrotar Israel em Gaza é preciso novas frentes de batalha na Cisjordânia e nas fronteiras com Líbano e Síria. Voluntários e armas para Gaza! Os palestinos têm o direito a se defender. Todos os governos ára- bes e o Irã têm a obrigação de en- viar ajuda humanitária, armas e voluntários para lutar em Gaza. Ampliar a solidariedade em todo o mundo As mobilizações em todo o mundo são fundamentais para a vitória palestina. Chamamos um dia mundial de luta em apoio aos palestinos. Temos que formar comitês em todos os países para impulsionar essa campanha. Fora ONU e tropas imperialistas do Oriente Médio O imperialismo quer utilizar a ONU e tropas imperialistas para garantir o cerco sionista à Gaza e a dominação da região. Pelo fim do Estado de Israel! Por uma Palestina laica e democrática! Não haverá paz no Oriente Médio sem o fim do Estado racis- ta de Israel. A proposta de dois Estados só serviu para enganar os povos árabes. A única solução justa é a formação de um Esta- do palestino laico e democrático onde todos possam conviver em paz e com direitos iguais inde- pendente de religião ou raça DERROTAR ISRAEL EM GAZA

Al Bayan 2 Arabic / Portuguese

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Al Bayan stands for a revolutionary and socialist perspective for the Arab world

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Page 1: Al Bayan 2 Arabic / Portuguese

No. 2Dezembro 2008/

Janeiro 2009

Publicação pela construção da Liga Internacional da Luta ÁrabeSocialista

TODO O APOIO À RESISTÊNCIA PALESTINAE

m 27 de dezembro Isra-el iniciou um massacre planejado em Gaza com

o apoio do imperialismo, e a ca-pitulação dos governos árabes co-laboracionistas e Abbas, dirigente do Fatah e da Autoridade Nacional Palestina. Seu objetivo é acabar com a única experiência de ter-ritório palestino independente.

Israel quer derrubar o Hamas e ocupar Gaza diretamente, ou indi-retamente através de seus agentes como Abbas, o governo egípcio ou mesmo as tropas da ONU.

Com mais de 1200 palestinos mortos e milhares feridos em vinte dias, este massacre repete a atuação dos nazistas na II Guerra Mundial.

O imperialismo americano e eu-

ropeu apóiam a agressão. Querem retomar o controle do Oriente Mé-dio que é uma região estratégica para a dominação imperialista, seja pela localização entre Europa e Ásia, seja por possuir 60% das reservas conhecidas de petróleo.

O imperialismo e seus cola-boradores colecionam derrotas na região.

No Iraque não conseguem der-rotar a resistência. No Líbano, o Hezbollah venceu a guerra con-tra Israel em 2006, com força, in-clusive, para formar um governo próprio. Hoje tem condições de apoiar militarmente os palesti-nos abrindo uma segunda frente de batalha.

Na Palestina, Mahmoud Abbas se transformou em marionete de Israel e perdeu muito apoio entre os palestinos. Governos colabora-cionistas no Egito, Arábia Saudita e Jordânia estão na mesma situa-ção. Uma vitória israelense seria fundamental para o imperialismo reforçar sua dominação e impe-dir a unificação das lutas dos po-vos árabes.

Longe de estabilizar a situação, a agressão sionista agrava mais os

conflitos na região. No Egito 300 mil pessoas foram às ruas em vá-rias cidades. Na Jordânia o gover-no reprime as mobilizações pales-tinas. Há manifestações diárias na Cisjordânia, Líbano, no Irã, Mar-rocos e Argélia Na Europa houve manifestações nas principais ca-pitais. Foram 250 mil em Madri, 100 mil em Barcelona, 150 mil em Londres. Nos EUA houve mani-festações em várias cidades. Em Nova Iorque 25 mil foram às rus. No Canadá a embaixada israelen-se foi ocupada por manifestantes. Até mesmo dentro de Israel há manifestações contra a agressão com centenas de presos.

Estas mobilizações, aliadas à resistência palestina, apontam a verdadeira solução e possibilida-de: derrotar Israel.

Entre em contato: [email protected]

Contribuição R$ 2

Manifestação em Ramallah

Nesta EdiçãoTodo o apoio à resistência palestina • p. 1

Crise econômica abala o mundo • p. 2

PAQUISTÃO: A instabilidade ameaça o imperialismo • p. 3

PALESTINA: A 60 anos de Nakba • pp. 4 e 5

MARXISMO: A necessidade da Internacional • p. 6

PERSÉPOLIS: Autobiografia de uma lutadora no Irã• p. 6

Fim do bloqueio!Israel fechou a fronteira com

Gaza após a vitória do Hamas em 2006. O bloqueio asfixia a economia e impede que os pa-lestinos tenham condições de vida dignas. O Egito também bloqueia Gaza. O fim do blo-queio é a principal reivindica-ção dos palestinos e o Hamas não deve abrir mão desta luta.

Romper relações diplomáticas e comerciais!

Temos que pressionar todos os governos a apoiar de fato a causa palestina e romper relações diplo-máticas e comerciais com Israel.

Abaixo os governantes árabes cúmplices!

Mubarak do Egito, Abdullah II da Jordânia e Mahmoud Ab-bas da ANP são cúmplices da agressão israelense e merecem

ser depostos por colaborar com o inimigo.

Síria e o Hezbollah têm que agir! É hora da terceira Intifada!

Para derrotar Israel em Gaza é preciso novas frentes de batalha na Cisjordânia e nas fronteiras com Líbano e Síria.

Voluntários e armas para Gaza!

Os palestinos têm o direito a se defender. Todos os governos ára-bes e o Irã têm a obrigação de en-viar ajuda humanitária, armas e voluntários para lutar em Gaza.

Ampliar a solidariedade em todo o mundo

As mobilizações em todo o mundo são fundamentais para a vitória palestina. Chamamos um dia mundial de luta em apoio aos

palestinos. Temos que formar comitês em todos os países para impulsionar essa campanha.

Fora ONU e tropas imperialistas do Oriente Médio

O imperialismo quer utilizar a ONU e tropas imperialistas para garantir o cerco sionista à Gaza e a dominação da região.

Pelo fim do Estado de Israel! Por uma Palestina laica e democrática!

Não haverá paz no Oriente Médio sem o fim do Estado racis-ta de Israel. A proposta de dois Estados só serviu para enganar os povos árabes. A única solução justa é a formação de um Esta-do palestino laico e democrático onde todos possam conviver em paz e com direitos iguais inde-pendente de religião ou raça

DERROTAR ISRAEL EM GAZA

Page 2: Al Bayan 2 Arabic / Portuguese

No. 2 - Dezembro 2008 / Janeiro 20092

CONSELHO EDITORIAL

CRISE ECONÔMICA ABALA O MUNDO

Por Hassan Al Barazili

O

ano de 2008 se encer-ra em meio à maior crise econômica des-

de 1929.A mídia imperialista trata

a crise como uma crise no mercado imobiliário ame-ricano que contaminou os mercados financeiros, pela falta de crédito e de confian-ça dos investidores.

A verdade é que o capitalis-mo é um sistema que alter-na momentos de expansão e contração. No crescimento a burguesia enche os bolsos. Na crise, são os trabalhado-res e os países dominados que pagam a conta com de-semprego, arrocho salarial, redução de direitos e saque das riquezas nacionais.

A crise decorre da super-produção de riquezas e capi-tais que conduz à queda da taxa de lucros das empresas. Em 2001, para sair da crise, os países imperialistas recor-reram à guerra, apostando na indústria armamentista, e à oferta de crédito para as empresas e para a popula-ção. Hoje a crise nas grandes empresas como o General Motors, a quebra de bancos, a resistência no Afeganistão e no Iraque se combinam.

O imperialismo reage, in-jeta seis trilhões de dólares nos bancos e nas grandes empresas, patrocina Barack Obama para dar uma cara nova ao velho imperialismo, para continuar reinando.

Esta crise recoloca a neces-sidade de uma saída socialis-ta. Uma saída que nacionalize toda a economia e planifique a produção para atender to-das as necessidades humanas. Esta saída só será conquistada pela ação de milhões de tra-balhadores em todo o mundo, que una a luta dos povos do Afeganistão e do Iraque con-tra o imperialismo às lutas contra a carestia dos operá-rios egípcios e professores li-baneses. Daí a necessidade de construirmos um partido so-cialista mundial para guiar a resistência dos trabalhadores na direção da revolução e do socialismo.

. Crise chega às monarquias petrolíferas e se espalha pelo mundo árabe

A crise chegou aos países árabes produtores de pe-tróleo através da queda dos preços do petróleo e da crise financeira global.

Os efeitos da crise impac-tam toda a região. As eco-nômicas dos países que não

produzem petróleo depen-dem das monarquias petrolí-feras. Sessenta por cento do turismo no Egito vêm das ri-cas economias do Golfo. Vin-te por cento do PIB da Jordâ-nia e Líbano dependem das remessas de trabalhadores imigrantes que estão majo-ritariamente nesses países. Dois milhões de trabalhado-res egípcios e um milhão de sírios também trabalham na região.

Não é por acaso que neste ano tivemos greves operárias no Egito no início de abril contra a alta dos preços dos alimentos, e a greve dos pro-fessores libaneses em novem-bro por aumento de salários.

O mito das economias petrolíferas independentes

Esta crise demonstrou de forma cabal o caráter subordi-nado das economias árabes. A região continua tendo o mes-mo papel: prover petróleo ba-rato para o mercado mundial.

As burguesias árabes nun-ca aproveitaram o petróleo para acabar com a pobreza e diversificar a economia. Pelo contrário regrediram em áre-as chave como a produção de alimentos, a maioria dos quais são importados. O petróleo encheu os bolsos da burgue-

sia e xeiques, mas manteve os países árabes dependentes das potências imperialistas.

Uma verdadeira independência e o socialismo são as saídas

Para os trabalhadores a solução passa pela ruptura econômica e política com os países imperialistas para por fim à espoliação dos pa-íses árabes. Junto com isso é necessário se opor à ajuda aos bancos e outros setores burgueses, e investir estes recursos para melhorar qua-litativamente a vida dos tra-balhadores. É preciso reorga-nizar toda a economia para garantir emprego e salário digno, um plano de obras pú-blicas para prover moradia, escolas e hospitais, e investi-mento no campo para acabar com a fome.

São os trabalhadores e tra-balhadoras árabes, unidos a seus irmãos trabalhadores de todo o mundo, quem tem as condições de levar até o fim esta luta. A crise econômica coloca em discussão os des-tinos da humanidade. É hora dos trabalhadores lutarem pela saída socialista para por fim às guerras, ao sofrimen-to e privação de bilhões de seres humanos. •

Professores em greve protestam em Beirute. A saída dos trabalhadores é a luta

Al Baian é o jornal pela construção da Liga Inter-nacional da Luta Árabe. Ele está aberto a todos realmente comprometi-dos com a causa árabe e o socialismo. Nosso ob-jetivo é acompanhar e analisar os acontecimen-tos da luta de classes em nossos países árabes e no mundo dentro de uma perspectiva socialista de combate ao imperialis-mo e seu aliado, o estado sionista de Israel.

Estamos no mesmo campo de batalha de todos os movimentos árabes de resistência ao imperialis-mo e ao sionismo. Nenhum governo árabe, colaboracio-nista ou nacionalista, de-fende até o fim esta luta.

Apoiamos a resistência iraquiana, libanesa, afegã e palestina mas ao mesmo tempo não depositamos a menor confiança nas suas direções, que pelo seu cará-ter pequeno-burguês, estão sempre dispostas a nego-ciar um acordo de acomo-dação com o imperialismo.

Defendemos o direito dos povos árabes às li-berdades democráticas, a autodeterminação dos povos, salário e empregos dignos para os trabalha-dores, e a emancipação da mulher. Defendemos o fim do estado racista de Is-rael e lutamos pela Pales-tina Laica, Democrática e Não Racista rumo a uma Palestina socialista numa federação das repúblicas árabes socialistas.

NOSSO JORNAL AL BAIAN

Sadek Amin, Ahmad Naim, Aziz Nasser, Nadia Khalil, Hassan Al Barazili, Tarik Khader, Muhssen Daoud, Khalid Al-Mair

e Indra K. Habash.

Conselho editorial

Page 3: Al Bayan 2 Arabic / Portuguese

No. 2 - Dezembro 2008 / Janeiro 2009 3

PAQUISTÃO

A INSTABILIDADE AMEAÇA O IMPERIALISMO Por Sadek Amin

O Paquistão é um país estra-tégico pela importância

geopolítica, pelas armas atômi-cas e que sempre cumpriu um papel decisivo para a dominação imperialista no sul da Ásia.

O apoio da ditadura do general Pervez Musharraf à ocupação imperialista no Afeganistão foi essencial para garantir o fluxo de armas das forças de ocupação e para tentar fechar a fronteira para os combatentes do Talibã.

Depois de anos de desgaste por seu apoio incondicional a Bush e o espantoso massacre de militantes muçulmanos, a dita-dura militar neste país passou por uma completa decomposi-ção, e foi substituída para evitar o colapso iminente do regime pró-imperialista.

A saída de Musharraf deixou o poder nas mãos de políticos bur-gueses que tem que enfrentar um permanente levante popu-lar e a insurgência na fronteira, num quadro de deteriorização da economia e da aliança com os Estados Unidos.

O levante popular dá a resposta

Toda a crise se resume ao fato que o país é o principal aliado do imperialismo nesta região e a queda deste regime significa um brusco agravamento da cri-se mundial.

O apoio à intervenção impe-rialista no Afeganistão provocou dentro do país uma ira crescen-te assim como um verdadeiro ascenso popular e uma onda de violência e de atentados contra o governo e seus aliados. Mushar-raf para manter o controle da si-tuação declarou estado de exce-ção em todo o país: suspendeu a Constituição e substituiu o Tribunal Superior. Este autogol-pe decretado era a expressão da crise crescente do regime.

Esta situação não era esperada pelo imperialismo que pressio-nava Musharraf a acabar com as forças do Talibã que cruzam a fronteira para combater no sul do Afeganistão. Esta tarefa resultou em um fracasso para o exército do Musharraf. Por isso o imperialismo o obrigou a aceitar um co-governo com o Partido do Povo Paquistanês (PPP) que era outra alternativa capitalista.

Após a repressão ao levante dos estudantes na Mesquita Ver-melha em julho de 2007 ficou evidente que o governo não ti-

nha mais capacidade de contro-lar a situação.

Foi feita uma operação de emergência para substituir a di-tadura militar por um governo pseudo-constitucional, em uma manobra típica diante da contes-tação popular em um país capi-talista semi-colonial. A situação era tão delicada que foi trazida de volta uma “oposição” disposta a aceitar a manobra promovida pelo imperialismo, para garan-tir o poder num falso processo democrático. Para o imperialis-mo a preservação de Musharraf sempre foi central para a ma-nutenção do atual regime. Mas ele acabou tendo que renunciar. Isto mostra a dimensão da crise e a rapidez dos acontecimentos.

A oposição e a manobra imperialista

Os dois principais líderes des-sa oposição foram a ex-premiê, Benazir Bhutto, e o ex-presiden-te da Suprema Corte, Iftikhar Chaudhry, que convocaram a população civil a se manifestar contra o estado de emergência imposto por Musharraf, que in-cluiu a censura sobre os meios de comunicação, partidos e a suspensão da Constituição de 1973. O PPP (partido de Bhutto) não foi colocado na ilegalidade.

Dirigentes de partidos oposi-tores como Imran Khan (Parti-do da Justiça) e Shah Mehmood (PPP) foram presos em mani-festações de protesto.

Um grupo de advogados tam-bém convocava manifestações contra a decisão de Musharraf de cassar o presidente da Su-prema Corte, Iftikhar Chaudhry - preso em regime domiciliar - e mais sete magistrados.

Tanto a ex-premiê como o grupo de advogados sempre apoiaram e mantiveram acor-dos com a ditadura de Mushar-raf. Somente diante do agrava-mento da crise e do repúdio popular ao golpe de Musharraf, chamaram a população a se manifestar para canalizar os protestos dentro de um limite tolerável para o regime e evitar uma derrubada revolucionária do governo Musharraf. Ao que tudo indica, o imperialismo norte-americano estava por trás dessa política.

O ex-premiê Sharif retornara ao país com autorização impe-rialista como parte da oposição burguesa, mas não tinha um acordo fechado com o regime. O acordo de divisão de poder

feito naquela época era entre Bhutto e Musharraf.

O assassinato de Bhutto e a saída de Musharraf

Bhutto retornou de seu exílio para cumprir a missão de sal-var o regime e dar estabilida-de ao governo, formando com Musharraf uma aliança política e uma divisão do poder para ab-sorver a revolta das massas.

Bhutto era a principal al-ternativa burguesa, caso fos-se derrotado Musharraf, para afastar as massas e também evitar que os fundamentalis-tas cheguem ao poder.

Este plano não funcionou. No primeiro dia de sua volta, um atentado contra sua comitiva matou mais de 150 pessoas. A ex-ministra foi obrigada a se co-locar como oposição diante do enorme repúdio ao estado de emergência. Sua importância para conter a revolta generaliza-da da população era vital.

O assassinato de Benazir Bhutto durante um comício para as eleições parlamentares em dezembro de 2007 foi uma demonstração de que ela não representava a unidade nacio-nal nem era aceita como uma conciliação entre as forças em choque. Após sua morte, as eleições de fevereiro de 2008 deram aos partidos de oposi-ção uma vitória estrondosa so-bre Musharraf.

O desgaste do governo au-mentava a cada dia. A turbu-lência política tomou conta do país: as marchas, protestos, e inclusive uma onda de atenta-dos à bomba nas principais ci-dades, mesmo com a presença constante do exército nas ruas. Esta situação obrigou Musharraf a se afastar em agosto de 2008. Sua renúncia teve como objeti-vo conduzir a crise novamen-te para a disputa parlamentar dentro dos limites considerados seguros do regime político já bastante abalado.

O conflito decisivo no Afeganistão

A zona da fronteira entre Pa-quistão e Afeganistão se estende por menos de 10.000 km² entre os rios Tochi e Goma e tem cer-ca de 20 milhões de habitantes. São tribos e famílias de cultura religiosa hostis ao imperialismo e à colaboração com as forças de repressão paquistanesas. A rede de organizações dispersas que constitui o Talibã e a Al Qaeda dominam a região.

Nos anos oitenta o imperialis-mo e os governantes árabes uti-lizaram esta região contra a en-tão ocupante do Afeganistão, a URSS. Hoje esta região é um dos maiores desafios encontrados pelo imperialismo para estabili-zar a invasão do Afeganistão.

A incapacidade do imperialis-mo e dos governos do Paquistão e Afeganistão de impor uma derrota militar às forças de resis-tência mostra sua fragilidade e aprofunda sua crise.

Para culminar uma situação já crítica, a situação da econo-mia paquistanesa se deteriora rapidamente diante da crise global do sistema capitalista que atingiu fortemente o país, que já tem um dos maiores índices de pobreza do mundo. Isto vai significar sofrimentos tremendos e vai aumentar a revolta contra a opressão e a corrupção do novo governo.

A desestabilização do Pa-quistão, arrastado pela crise política e econômica interna-cional para o centro dos acon-tecimentos, pode significar a perda simultânea de controle pelo imperialismo sobre duas crises que se desenvolvem paralelamente, no Oriente Médio e no sul da Ásia. Por isso, depois de negar catego-ricamente, os governos impe-rialistas, inclusive Bush, acei-taram propor negociações entre o governo paquistanês, o títere afegão Karzai e repre-sentantes do Talibã.

A alternativa revolucionária

Na falta de alternativa re-volucionária socialista como força de massas, o funda-mentalismo religioso bur-guês que é produto da polí-tica capitalista no país, usa a força das massas em busca de negociações e acordos com o imperialismo. Esta política burguesa abre espaço para qualquer manobra imperia-lista que engane as massas num momento histórico e decisivo para luta do povo.

O Talibã e Al Qaeda não oferecem soluções para as massas oprimidas, ao contrá-rio, desintegram a classe tra-balhadora, confundem sua identidade combativa e rou-bam sua vitória.

A população paquistanesa deve se organizar em oposi-ção ao novo governo pró-im-perialista de forma indepen-dente dos fundamentalistas que levam a luta ao beco sem saída da alternativa burguesa religiosa. Os trabalhadores devem levantar um progra-ma revolucionário classista, ou seja, de completa oposi-ção à burguesia e ao imperia-lismo, reivindicando um go-verno socialista dos próprios trabalhadores da cidade e do campo.

Embora haja uma tradição socialista e organizações sin-dicais importantes no país, nenhuma delas apresenta um programa revolucionário marxista.

Para expulsar o imperialis-mo e o governo capitalista apontando para uma perspec-tiva socialista, a grande ta-refa colocada é a construção de um partido revolucioná-rio munido de um programa marxista, único capaz de or-ganizar e dirigir a luta contra o plano imperialista na pers-pectiva de um governo socia-lista dos trabalhadores.•

Manifestantes contrários a Musharraf

Policiais paquistaneses reprimem manifestação

Page 4: Al Bayan 2 Arabic / Portuguese

No. 2 - Dezembro 2008 / Janeiro 20094

Por Tarik Khader

N o dia 14 de maio comple-taram-se 60 anos da funda-

ção do Estado de Israel, fundado sobre uma resolução da ONU de 1948, ocupando 55% do territó-rio do então Mandato Britânico na Palestina.

A lenda criada pelo sionismo afirma que ali se uniu “um povo sem terra” (os judeus) com uma “terra sem povo” (Pales-tina). A realidade, no entanto, foi completamente diferente. A organização sionista mun-dial e as potências imperialis-tas (EUA, em 1947 e Inglaterra desde 1917), com o aval da bu-rocracia estalinista governante nos antigos estados da União Soviética, utilizaram como pre-texto o drama dos milhares de refugiados judeus da Europa, brutalmente perseguidos pelo nazismo, para deslocar uma parte destes até a Palestina, de modo totalmente artificial e com respaldo financeiro.

Por outro lado, a Palestina não era “uma terra sem povo” e sim a pátria histórica dos árabes pa-lestinos, dentro da qual havia, convivido em paz, por muitos séculos, uma minoria de ju-deus de origem árabe. Em sua própria fundação, Israel não se limitou a usurpar o território ad-judicado pela ONU: o movimen-to sionista planejou e executou uma ofensiva para apropriar-se de uma parte das terras outorga-das aos palestinos (cerca de 20% da superfície total) e expulsar a seus habitantes.

Realizaram isso através de suas organizações armadas e com métodos terroristas contra a população civil. Desta forma, 800 mil palestinos foram ex-pulsos de sua terra e iniciaram o drama dos refugiados. Os pa-lestinos recordam essa data como a NAKBA (catástrofe) já que significou o início de uma

dolorosa realidade. Atualmente, o povo palestino está dividido entre aqueles que vivem dentro de Israel, discriminados e trata-dos como habitantes de segunda classe; os habitantes de Gaza e Cisjordânia, submetidos ao cer-co e à agressão permanente do sionismo, e os mais de seis mi-lhões de refugiados nas nações árabes, que vivem em acampa-mentos precários muitas vezes perseguidos e reprimidos pelos próprios governos árabes.

Por isso, desde então, o povo palestino, e também o conjunto das massas árabes, têm planeja-do a necessidade de lutar pela libertação de sua terra expulsan-do o invasor sionista.

Israel: agente militar do imperialismo no Oriente Médio

O objetivo do imperialismo, especialmente o norte-ame-ricano, com a fundação de Is-rael, foi ter um agente militar direto no Oriente Médio. Uma região que, além de possuir as maiores reservas de petróleo do mundo, vivia em forte pro-cesso de luta antiimperialista e contra as corruptas “monar-quias petroleiras”. Se tratava de ter uma “tropa particular” a seu serviço contra o povo palestino e as massas árabes.

Desde sua criação, como ver-dadeiro “posto militar avança-do”, Israel sempre viveu em es-tado de guerra oficial ou de fato.

Por estes “serviços militares”, os EUA envia “oficialmente” 3 bilhões de dólares anualmente e 2 bilhões adicionais chegam por outros meios. Ao mesmo tempo, a fabricação de arma-mentos e tecnologia militar e de segurança se transformaram, há anos, na principal atividade econômica do país e no prin-cipal item de suas exportações (12 bilhões de dólares, por volta de 40% do total), disfarçado nas

estatísticas como “exportação de alta tecnologia”.

Por isso, as forças armadas são, na realidade, a instituição mais importante do estado. Não é por acaso que a maioria dos líderes políticos de maior destaque da história do país foram antes che-fes militares.

Um estado racista

Outra grande mentira do sio-nismo é que Israel é um estado “democrático e progressista”. Nada mais falso. Desde sua fun-dação, se constituiu como um estado racista, pela sua ideologia e suas leis destinadas à expro-priação das casas e das terras dos palestinos.

Israel é oficialmente um “esta-do judeu”. Quer dizer, não é um estado de todos os que residem no país ou que nasceram nele senão que somente podem ser cidadãos aqueles que se consi-deram de fé ou de descendência judaica. Cerca de 90% das ter-ras se reservam exclusivamente para os judeus, através do Fun-do Nacional Judeu, cujo estatuto define que essas “terras de Isra-el” pertencem a esta instituição e não podem ser vendidas, ar-rendadas ou, nem sequer, serem trabalhadas por um “não-judeu”. Os palestinos são proibidos de comprar ou, inclusive, arrendar as terras anexadas pelo Estado desde 1948.

Desde a fundação do país, existe um sistema de discrimi-nação racial que domina abso-lutamente todos os destinos das vidas palestinas. Esse critério é legal em Israel, através de uma série de instituições e leis que afetam somente seus habitantes não-judeus.

Apesar de todo esse perfil, a imprensa ocidental, em especial os meios imperialistas, não se cansam de repetir que Israel é a “única democracia do Orien-te Médio”. No entanto, como

podem chamar “democracia” a um regime que persegue pes-soas pela sua raça ou religião? Como podem ser chamado “de-mocrático” um regime no qual os habitantes originais expulsos em 1948 não têm o direito de re-tornar às suas casas e terras e os habitantes dos territórios ocupa-dos em 1967 não têm nenhum direito civil?

O genocídio dos palestinosIsrael necessita exercer uma

violência permanente contra a população dominada. Para man-ter seu caráter colonial e racista, não pode tolerar nenhuma resis-tência interna, nem desafios em suas fronteiras.

Por isso, Israel sempre prati-cou uma política de “limpeza étnica” dos palestinos, arrancan-do-os de suas terras ancestrais ou reprimindo com dureza tan-to aqueles que vivem dentro de suas fronteiras como nos territó-rios de Gaza e Cisjordânia.

Por volta de 11 mil presos polí-ticos palestinos apodrecem nos cárceres sionistas, centenas des-tes são menores e mulheres. A tortura é praticada com autoriza-ção da justiça e os “assassinatos seletivos” de lutadores nos terri-tórios são uma rotina diária.

A terrível contradição histó-rica é que são os descendentes dos perseguidos pelo nazismo na Europa quem agora aplica os mesmos métodos contra ou-tro povo.

Uma Palestina Laica, Democrática e não Racista

Hoje, mais do que nunca, a única solução real para a situa-ção de conflito permanente da região é a construção de uma Palestina Laica, Democrática e Não Racista.

A proposta da ONU de “dois estados”, um judeu e outro pa-lestino, reivindicada, com va-riações, por várias organizações

A 60 ANOS DA NAKBAPALESTINA

de esquerda é reacionária. Em primeiro lugar, tal “estado pales-tino”, limitado à Faixa de Gaza e a uma parte da Cisjordânia, não teria nenhuma possibilidade real de autonomia econômica ou política. A aceitação desse “mini-estado” significaria, além disso, negar o “direito de retor-no” a sua pátria dos milhões de refugiados já que suas casas e terras expropriadas permanece-riam em Israel.

Desde o ponto de vista militar, esse pequeno estado viveria ro-deado de uma permanente ame-aça de agressão por parte de um inimigo armado até os dentes.

A essa Palestina Unida, Laica, Democrática e Não racista, sem muros nem campos de con-centração, poderão retornar os milhões de refugiados expulsos de sua terra e os milhões que permaneceram e hoje são opri-midos, recuperarão seus plenos direitos.

Também poderão permane-cer na terra todos os judeus que estejam dispostos a conviver em paz e em igualdade. Nesse senti-do, chamamos os trabalhadores e o povo israelense a se somar a esta luta contra o estado racista e gendarme de Israel.

Mas a construção desta Pales-tina Unida, baseada na recupe-ração de seu território histórico, tem seu principal obstáculo na existência do Estado de Israel, como enclave colonial e estado gendarme do imperialismo. Por isso, afirmamos que não have-rá paz no Oriente Médio nem uma verdadeira solução para o povo palestino até que se derro-te definitivamente e se destrua o Estado de Israel. Essa tarefa histórica está hoje na ordem do dia, equivalente ao que foram a destruição do estado nazista alemão ou o estado de apartheid sul-africano.

Ao mesmo tempo, a luta por uma Palestina Laica, Democrá-tica e não Racista é uma parte fundamental das lutas das mas-sas árabes e um passo na cons-trução de uma Federação Socia-lista de Repúblicas Árabes.

É possível derrotar IsraelAté há alguns anos, a tarefa de

derrotar Israel parecia impos-sível, em função de suas con-tundentes vitórias militares até 1973. Essa foi a desculpa que utilizaram muitos governos ára-bes e a direção do Al Fatah para justificar sua capitulação a Israel e sua traição à causa palestina. No entanto, a realidade mudou muito desde 1973: as duas intifa-das palestinas e a retirada do Lí-bano, em 2000, foram os primei-ros sintomas de sua debilitação. De modo mais evidente, a derro-ta das tropas sionistas no Líbano frente à resistência encabeçada pelo Hezbollah, em 2006, colo-cou a derrota e o fim do Estado de Israel como tarefa possível e presente. Esta debilitação, além disso, se dá no marco de uma crescente crise da política de Bush na região (“a guerra contra o terror”), empantanada no Ira-que e no Afeganistão e profun-damente questionada dentro do próprio EUA. Israel é uma peça-

Depois dos massacres, os grupos terroristas sionistas expulsam quem sobrevive. Crianças e mulheres camponesas expulsos da Galiléia. O carro ao fundo é de um grupo terrorista sionista.

Page 5: Al Bayan 2 Arabic / Portuguese

No. 2 - Dezembro 2008 / Janeiro 2009 5

A imagem mundial do sio-nismo, como um movi-

mento “progressista” e, até para alguns “socialista”, vai sendo desmascarada, desnudando seu verdadeiro caráter. A destrui-ção causada no Líbano e a ação genocida em Gaza fizeram que cada vez mais intelectuais e se-tores democráticos, que antes simpatizavam com Israel, agora o critiquem e denunciem com dureza. O isolamento do sionis-mo vai ficando cada vez maior no mundo, especialmente en-tre os trabalhadores e nos mo-vimentos sociais.

Como resultado, uma campa-nha similar à que foi desenvol-vida contra o apartheid da Áfri-ca do Sul nos anos 70 e 80, vai crescendo na Europa, envolven-do sindicatos, associações de do-centes e universidades, além de intelectuais de prestígio.

Na Inglaterra, vários sindi-catos nacionais de peso assu-miram a posição de boicotar os produtos devido às políticas criminosas de Israel nos terri-tórios palestinos. Os poderosos TGWU (sindicato nacional dos trabalhadores do transporte) e a UNISON (servidores públi-cos) votaram em seus respecti-vos congressos essa posição. A Associação Nacional Britânica de Professores em Educação Superior aprovou um boicote contra as instituições educacio-nais israelenses que não con-

denarem a “política de Apar-theid” do governo israelense.

Na Irlanda, o congresso na-cional da central sindical ir-landesa votou em 2007 uma moção exigindo sanções eco-nômicas contra Israel pela po-lítica anti-Palestina e estimular uma “ativa política de boicote e desinvestimento”. A União dos Professores Canadenses seguiu essa mesma orientação. Decidiu boicotar Israel, até que o país reconheça o direito de autodeterminação dos árabes palestinos.

O último dado demonstrativo dessa mudança foi uma emocio-nante carta ao jornal inglês The Guardian, em que cem intelec-tuais judeus, encabeçados pelo dramaturgo Harold Pinter, se declararam contra as comemo-rações pelos 60 anos de Israel. Desta carta, reproduzimos um pequeno trecho:

“No total, 750.000 palestinos se converteram em refugiados. Umas 400 aldeias foram varri-das do mapa. Não acabou aqui a limpeza étnica. Milhares de pessoas palestinas (com cidada-nia israelense) foram expulsas da Galiléia em 1956. E muitos milhares mais quando Israel ocupou a Cisjordânia e Gaza. Segundo a Lei Internacional e a Resolução 194 da ONU, a população refugiada por causa de uma guerra tem o direito a retornar ou a ser compensada.

É uma vergonha que quando mais cresce

essa campanha, o governo brasileiro se una ao argen-tino para assinar um acor-do do Mercosul com Isra-el, legitimando e tornando um parceiro privilegiado esse estado racista. Como é possível que governos de partidos que se dizem “de esquerda” como o PT de Lula façam o serviço de respaldar a ação genocida do estado de Israel”! Todo socialista e todo defensor das liberdades democrá-ticas deve repudiar esse acordo nefasto e exigir dos governos do Brasil, Argen-tina, Paraguai e Uruguai sua anulação imediata.

Abaixo o Acordo Mercosul/Israel!

chave do dispositivo militar imperialista no Oriente Médio e, como tal, será defendido até as últimas conseqüências pelos EUA. Todavia, esta situa-ção de conjunto abre um novo período na região, inclusive no terreno militar.

Estes fatos apontam como possível e presente a tarefa histórica de derrotar o estado racista de Israel, a 60 anos de sua criação. A condição para isso é o desenvolvimento de uma luta política e militar unificada do povo palestino e do conjunto das massas ára-bes e muçulmanas.

Em função disso, os sionis-tas tratam de derrotar Gaza a qualquer preço.

Israel faz uma ação combi-nada primeiro para destruir sua infra-estrutura de geração de eletricidade e distribuição de água e logo com bombar-deios sobre a população civil em Gaza, e um bloqueio para impedir o regresso de alimen-tos, medicamentos e combus-tíveis. Israel quer derrotar a qualquer custo a resistência do povo de Gaza e obrigá-lo a se render.

A extrema crueldade des-ta política israelense, seu bloqueio e seus ataques ge-nocidas, não são mais que a continuidade dos numerosos crimes que os sionistas come-teram nos 60 anos de existên-cia de Israel. Esta política re-lembra aquela que os nazistas

tiveram contra os judeus du-rante a Segunda Guerra Mun-dial, especialmente a criação do Gueto de Varsóvia que, em 1943, se levantou contra a ocupação nazista. Um minis-tro do governo israelense de Ehud Olmert, inclusive, che-gou a falar de fazer um “holo-causto” em Gaza.

No entanto, a resistência das massas de Gaza mantêm-se com toda sua força. Poucos me-ses atrás, chegaram a derrubar os muros de uma parte da fron-teira com Egito e obrigaram o governo deste país, a ditadura proimperialista de Hosni Mu-barak, a deixar passar, por um tempo, a população palestina para que se abastecessem de comida e medicamentos.

Atos de repúdio no território de 1948

Como expressão da resis-tência mais geral e do repúdio crescente, a população árabe com residência nos territó-rios expropriados em 1948 se manifestou em 2008. No dia 8 de maio se comemorou o Dia da Nakba em Sarfuria, numa marcha na qual participaram cerca de seis mil pessoas se-gundo os organizadores. Até a imprensa oficial informou que foram dezenas de feridos hospitalizados. Esta repres-são, com numerosos feridos e detidos, demonstrou o que significa na prática a pseudo-democracia de Israel.•

O BOICOTE CRESCE, HÁ QUE ISOLAR O SIONISMO COMO NA ÉPOCA DO APARTHEID SUL-AFRICANO

Maha Nassar, presente!

Morre o poeta Mahmoud Darwish

Acordo do Mercosul com Israel é um tapa na cara dos lutadores antiimperialistas

Israel jamais aceitou este di-reito. Nós não o celebraremos. Nós não podemos celebrar o nascimento de um Estado fun-dado no terrorismo, massacres e na expulsão de sua terra de outro povo”. •

Por Indra K. Habash

“O Comitê das Mulheres Pales-tinas anunciou no dia 10 de

outubro de 2008 o triste falecimento de sua presidente Maha Nassar (Um Wadie), líder e lutadora progressista palestina, educadora, ex-prisioneira política, membro da Frente Popular para a Liberação da Palestina e da Liga Socialista Palestina.

Maha lutou com uma determina-ção incansável, até o último instante de sua vida, mesmo sofrendo doen-te de um câncer, contra o opressor que insiste na matança de seu povo e, internamente, contra o desastroso oportunismo burguês. Maha plan-tou, em cada um de nós, que tive-mos a honra de conhecê-la, o espí-rito incansável e absoluto da revolta contra toda desigualdade, opressão e abuso. A casa de Maha era conhe-cida como a casa de todos, pois ela

protegia e abrigava a todos que vies-sem pedir sua ajuda e, literalmente, abdicava do que fosse necessário para dar ajuda e defender os pobres e necessitados. Maha, minha mãe e companheira quão feliz sou eu de ter tido teu exemplo, de ter sido acolhi-da em sua casa, de ter acompanhado de perto todo o sangue, labor, todo sacrifício e vida que ofereceste à sua terra e gente. Firme como as olivei-ras da sua pátria, continua a luta, tão bravamente travada por nossa com-panheira Maha Nassar!

Como escreveu brilhantemente nosso Exc. Embaixador Arnaldo Car-rilho “Maha não é apenas matéria de memória, pois é a própria vida na Pa-lestina que resiste há mais de 60 anos. Lamentar sua partida não basta. Há que continuar o seu empenho, com o mesmo tipo de coragem que ela sem-pre demonstrou a todos nós.” Viva Maha Nassar! Viva a Palestina livre!”

Por Nadia Khalil

E m 9 de agosto, o povo pales-tino perdeu seu “poeta nacio-

nal”. Mahmoud Darwish, de 67 anos, faleceu devido à complicações de uma cirurgia no coração.

Ficou conhecido por divulgar a luta pela independência de seu povo além de criticar a ocupação israe-lense e as lideranças palestinas. Foi perseguido por Israel devido às suas declarações e atividades políticas.

Darwish continuará vivo em nos-sos corações e mentes.

Jovens palestinos manifestam-se contrários a Israel

Ralph Schoenman se apóia em ampla pesquisa documental e historio-gráfica para desmontar a argumentação sionista da expulsão dos palesti-nos e criação de um Estado religioso e armado até os dentes. Analisa o verdadeiro papel do Estado de Israel como ponta-de-lança do imperialismo na região e como agente colonialista. Recupera a verdadeira trajetória das principais lideranças sionistas, como Herzl, Jabotinsky, Meir e Ben Gu-rion, e demonstra seus vínculos espúrios com as potências imperialistas e inclusive com a Alemanha nazista — o que os levou a trair mesmo a resistência judaica ao nazismo.

A HISTÓRIA OCULTA DO SIONISMOA verdadeira história da formação do Estado de IsraelRalph SchoenmanEditora SundermannISBN: 978-85-99156-26-1 | 248 pp.

R$ 30,00

CARTEIRA DE IDENTIDADE (Fragmento)

(...)Escreve! Sou árabe. Roubaste os pomares dos meus antepassados e a terra que eu cultivava

com os meus filhos; não me deixaste nada, apenas estas rochas; O governo vai

tirar-me as rochas, como me disseram?

(...)

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No. 2 - Dezembro 2008 / Janeiro 20096

Por Nadia Khalil

E m branco e preto e com traços bastante expres-

sivos e simples, Persépolis é uma das Histórias em quadri-nhos mais importantes das úl-timas décadas.

Conta as memórias de Mar-jane Satrapi ou Marji que tinha apenas 10 anos quando ocorreu a revolução iraniana de 1979 que derrubou o Xá Mohamed Reza Pahlevi.

Nesta revolução houve uma participação popular muito grande, com a formação dos shoras (conselhos popula-res similares aos sovietes da revolução russa), dos quais faziam parte setores expres-sivos do movimento operário como os petroleiros. O Xá era uma marionete do imperia-lismo norte-americano e as pessoas lutavam para, com a queda de Pahlevi, conquistar maior democracia.

Os pais de Marji eram parte de uma classe média intelectualiza-da socialista. Todos os dias iam às manifestações contrárias ao regime. No início, Marji não en-tendia o motivo que levava seus pais a fazerem isto. Tampouco entendia por que tinha vergonha em andar no cadillac de seu pai. No entanto, pouco a pouco, entre conversas imaginárias com Deus e Karl Marx, entre participações escondidas em manifestações e a leitura de livros e quadrinhos, acabou compreendendo que a razão de sua vergonha e da revo-lução era a mesma: “a diferença entre as classes sociais”.

Como em todo o trabalho de Marjane, suas memórias fami-liares se fundem com a histó-ria e a situação política do Irã. Conforme escrito na introdu-ção dos quadrinhos, Marjane herdou toda a história da região da antiga Pérsia e foi a partir desse material que produziu o “primeiro álbum de história em quadrinhos iraniano”.

A revolução foi vitoriosa. Mar-jane conta que no dia em que o Xá foi embora, “o país fez a maior festa de sua história”. Co-memoravam a conquista efetiva de sua liberdade. Comemora-vam o retorno dos milhares de presos políticos às suas casas. Pela primeira vez em 30 anos, a avó de Marji pôde, enfim, reu-nir seus seis filhos. Entre eles, estava o tio Anouche, parte da esquerda socialista iraniana que foi massacrada pela direção teo-crática depois da revolução.

A queda de Pahlevi significou uma terrível derrota para os Es-tados Unidos. O imperialismo buscava o controle dos ricos poços de petróleo do Irã e evi-dentemente não iria abandonar uma de suas peças-chave na região. Armaram o Iraque para que declarasse guerra ao Irã. Como disse o pai de Marji, “A verdade é que, enquanto existir

petróleo no Oriente Médio, não vamos saber o que é paz...”.

A hierarquia religiosa aprovei-tou a guerra contra o Iraque para desmobilizar as massas, atacan-do os comitês operários, perse-guindo o movimento sindical independente e massacrando a esquerda socialista. Com violen-to esforço reacionário, acabaram com a revolução estabelecendo um Estado burguês ditatorial de ideologia religiosa.

Marji mostra toda a sua alegria e exaltação na queda do Xá e sua confusão com a ascensão dos cléricos. Após ter estudado em uma escola laica e bilíngüe, Mar-ji foi obrigada a freqüentar um colégio religioso, a usar o véu e a se submeter a uma série de novas proibições particulares às mulheres. Bastante influenciada pelos questionamentos feminis-tas de sua avó e pela experiência sofrida com o choque cultural dos tempos nos quais viveu na Áustria, Marjane não entendia o motivo daquela peça obrigatória de vestuário. Tampouco via sen-tido nas desigualdades cada vez mais abismais entre mulheres e homens em seu país e entre a hierarquia clerical e os traba-lhadores e jovens. Estes últimos eram mandados em atacado à guerra em troca de uma preten-sa garantia de entrada no paraí-so. Em seus oito anos, a guerra entre Irã e Iraque produziu mais de um milhão de mortos.

Em 2007, os quadrinhos foram transformados em animação. No dia de sua exibição oficial, o governo iraniano divulgou uma nota de repúdio condenando a forma como o país é represen-tado na obra de Marjane Satra-pi. Transitando entre o humor e o drama, ao contrário das acusações do governo iraniano, Persépolis não condena o Irã, tampouco idealiza o Ocidente. Em tom confessional, os qua-drinhos projetam o aspecto humano das convulsões polí-ticas e sociais que resultaram da deposição revolucionária de uma monarquia ditatorial pró-imperialista, da disputa dos destinos da revolução en-tre os cléricos e a esquerda so-cialista, e a formação de uma república islâmica capitalista e repressiva. Um retrato poé-tico, ousado e único. •

PERSÉPOLIS

A AUTOBIOGRAFIA DE UMA LUTADORA NO IRÃ

Por Khalid Al-Mair

J á no século 19, o marxis-mo apontava o capitalismo

como um sistema internacio-nal, cuja superação pelos tra-balhadores só seria possível se estes lutassem unidos em nível internacional. É famoso o chamado final do Manifesto Comunista: “Trabalhadores de todos os países, uni-vos!”

Mas foi no século 20 que o ca-pitalismo demonstrou toda sua característica mundial. A com-petição de conglomerados de capitalistas cada vez mais po-derosos levou a uma situação em que algumas poucas em-presas dividem entre si as eco-nomias dos países do mundo – e geralmente guerreiam por elas. Esses monopólios chan-tageiam os países, impõem os preços das mercadorias, criam organismos como o FMI para impor cortes nos gastos sociais e privatização. Quando vêem cair a taxa de crescimento de seus já altos lucros, preferem fazer especulação a aumentar salários e o emprego. No mo-mento em que essa pirâmide começa a desmoronar, man-dam a conta para os trabalha-dores e verbas públicas dos Estados. Para lutar contra esses efeitos, os trabalhado-res organizam associações, grêmios, sindicatos, fede-rações. Mas para eliminar as causas definitivamente, eles devem tomar o poder político em suas mãos para reorganizar a economia e as empresas de acordo com um plano de produção e empre-go para todos os oprimidos. No momento de uma crise econômica, por exemplo, a primeira medida de um Es-tado dos trabalhadores deve ser estatizar todos os bancos para garantir a circulação de moeda e o crédito para os trabalhadores, comerciantes e lavradores mais pobres. Essa é a primeira das respos-tas socialistas para a falência do capitalismo, para a crise.

Mas para tomar o poder os trabalhadores precisam de

um organismo que os oriente a isso, convença-os. Precisam de um partido que preserve a história e as experiências das lutas e que tenha uma pro-posta de soluções para o con-junto da classe trabalhadora adotar como suas e aplicar na revolução.

Recuperar o internacionalismo proletário

Um partido revolucionário pode entender as especificida-des de seu país. Mas pode se enganar com sua importância real, se impressionar com fatos distorcidos, escolher momen-tos errados para lançar a ação. Para ter uma apreciação corre-ta do conjunto da economia e da política mundial, precisa se aliar aos partidos revolucioná-rios de outros países e consti-tuir uma Internacional.

Um partido revolucionário que consiga orientar os tra-balhadores a uma revolução precisa mais ainda de uma Internacional, pois a partir desse momento a revolução em outros países passa a ser obrigatória para a sobrevi-vência da economia daquele primeiro país, precisamente porque as economias de cada país formam um conjunto co-eso. E só um plano econômi-co mundial, numa economia socialista mundial, pode corri-gir as desigualdades que o im-perialismo impôs, gerar e dis-tribuir riqueza e prosperidade para todos os seres humanos. Esse foi o grande acerto e o le-gado da IIIª Internacional de Lênin, Trotsky e tantos outros revolucionários.

Um Estado operário isolado e de um país atrasado pode se ver vítima de uma nova casta de privilegiados, que abusa do desespero geral. Foi assim na URSS, com o stalinismo, e de-pois na China e em Cuba. Essa casta de burocratas, quando eliminou a democracia dos trabalhadores, já estava se pre-parando para se tornar uma nova classe de capitalistas do-nos das fábricas e fazendas, como aconteceu depois.

Esses burocratas mancha-ram o nome da Internacional Comunista, III Internacional, criada por Lenin para conti-nuar a revolução em outros países. O stalinismo levou os Partidos Comunistas (PCs) de vários países a praticar várias traições. Por isso, hoje foi ficando cada vez mais des-prestigiado. No mundo árabe, a URSS e os PCs apoiaram a criação do Estado de Israel, in-clusive fornecendo as armas para os sionistas genocidas do povo palestino. Mas hou-ve uma resistência dentro da III Internacional, que tentava levá-la a lutar seriamente con-tra o imperialismo no mundo e contra a burocratização na URSS, a Oposição de esqueda. Esta só considerou a III Inter-nacional perdida para a revo-lução quando Stalin menos-prezou o perigo do nazismo e fez pactos com Hitler.

Foi assim que, há setenta anos, foi fundada a IV In-ternacional, que se propôs a ser a continuidade dos princípios e objetivos revo-lucionários da IIIª; por isso foi contra a fundação de Is-rael em 48 e convocou a luta contra ele. Hoje quando a In-ternacional revolucionária é cada dia uma necessidade mais urgente, é necessário que todos os revolucioná-rios leais, especialmente os árabes, venham ajudar a re-construir a IVª.

Os trabalhadores e pobres de todos os países do mundo árabe, já tão explorados pelo imperialismo, não podem arcar com a crise e a falência de um sistema de que eles não usufruíram! Enfrentar essa nova etapa de crise e decadência do capitalismo exigirá dos revolucionários retomar o internacionalismo para derrotar de vez o impe-rialismo. Hoje o chamado de 1848 “Trabalhadores de todos os países, uni-vos!” se traduz na luta pelo partido mundial da revolução socia-lista, na reconstrução da IV Internacional.•

MARXISMO

A NECESSIDADE DA INTERNACIONAL

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Page 7: Al Bayan 2 Arabic / Portuguese

البيان

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الماركسية

ضرورة األممية بيرسيبوليس

خالد المير

القرن منذ الماركسية أشارت لقد الرأسمالي النظام الى عشر, التاسع يمكن ال الذي بالنظام ووصفته العالمي وناضلوا العمال اتحد اذا اال تجاوزه على صعيد عالمي ليحلوا محله. و جاء الشهيرة:»يا بالمقولة الشيوعي البيان في فقط ولكن اتحدوا»!. العالم, عمال الرأسمالية أظهرت العشرين, القرن المتزايدة فالمنافسات العالمية. سماتها تقوى أخذت الرأسمالية المجموعة بين بات التي المرحلة الى وصلت حتى فيما تتقاسم الشركات من قليل عدد بها من وحاربوا العالم, دول أقتصاد بينها االحتكارات هذة الغرض. هذا أجل وفرضت الدول, في عربدت التي منظمات خلقت السلع, على االسعار مثل صندوق النقد الدولي بهدف تقليص والخصخصة. االجتماعي االنفاق معدل نسبة في انخفاضا يرون فعندما زيادة يفضلون المرتفعة, االرباح االجور زودة من بدل المضاربات به يهتز الذي الوقت وفي والتوظيف. هذا يدفعون العمال يجعلون الهرم, هذا عند الشعب اموال ويستخدموا الثمن

الدولة.يقوم المعطيات, هذة فلمكافحة اطار ضمن صفوفهم بتنظيم العمال ولكن واتحادات. ونقابات جمعيات السبب على ونهائيا فعليا للقضاء يتولوا ان العمال على هذا, كل في االنتاج هيكلية العادة السياسية السلطة االنتاج يضمن لبرنامج وفقا والشركات والعمل لجميع الضطهدين والمحرومين. خطوة اول حال في المثال, سبيل فعلى جميع تأميم هي العمال دولة بناء من النقد حركة لضمان والبنون المصارف والمزارعين والتجار للعمال واالئتمان

الفقراء.االشتراكيين اجوبة أولى هي هذة

الرأسمالية. امام أزمة افالس العمال السلطة, على وللسيطرة ذلك على لترشدهم منظمة الى بحاجة

الذي الحزب الى الحاجة لذلك وتقنعهم. التاريخية النضالية التجارب يمتلك حلول بتقديم الكفيل الثوري والطرح

وثورتها. العاملة الطبقة لقضية

العالمية البروليتاريا استعادة الحزب الثوري لديه القدرة على فهم ممكن لكنه خاصة, بصورة بلده وضع ويتصرف اهميته حجم مع ينخدع ان على مقدما لحظة اي في خاطئ بشكل الضروري من لذلك ما. عمال اطالق الدولي والسياسي االقتصلدي التقييم ضرورة تكمن هذا أجل ومن الصحيح العالم كل في الثورية االحزاب تحالف

االممية. لبناء الحزب الثوري الذي يستطيع توجيه أكثر بحاجة الثورة, الى العمال وقيادة تصبح اللحظة هذة فمنذ وذلك لألممية, ملزمة االخرى البالد في الثورات اقتصاد بفضل الحياة قيد على بالبقاء االقصادية العملية ألن االول, البلد هذا

بينها. فيما متماسكة االشتراكي االقتصادي الطرح فقط التي التفاوتات تصحيح يمكنه العالمي, توزيع اعادة ويمكنه االمبريالية تضعها

البشر. جميع بين والرخاء الثروات والكبير الصائب االنجاز كان هذا قادها التي العالمية الثالثة لالممية من الكثيرغيرهم و وتروتسكي لينين

الثوريين.بلد في معزولة عمالية دولة اي جديدة ضحية اال تكون لن متأخر وحب اليأس اال عليهم يعم ال للذين اتحاد في الحال كان وهكذا السلطة. الستالينية, السوفياتية الجمهوريات كوبا. الى ووصوال الصين ثم ومن حين البيروقراطيين, من الفئة فهذة كانوا العمال, ديموقراطية على قضوا الطبقة ليكونوا االستعداد هبة على الشركات وأصحاب الجديدة الرأسمالية ذلك. بعد فعال حصل كما والمزارع,

شوهت البيروقراطيين, من النخبة هذة اسم االممية العالمية الثالثة, التي أسسها بالد في الثورات في تستمر كي لينين

االحزاب الستالينية قادت ولقد أخرى. وعلمتها البالد من العديد في الشيوعية العربي العالم في لهذا الخيانة. تطبيق واالحزاب السوفياتي االتحاد اصبح الدولة اقامت أيدت التي الشيوعية للحركة االسلحة وارسلت االسرائيلية, الشعب المجرمةالبادة الصهيونية بهم. مرغوب غير الفلسطين, العربي اعمال من الثالثة االممية وعانت الذين بداخلها المعارضين وسلبيات طرح ضد بأرائهم متشددين كانوا قدما بالمضي المتعلق الثالثة االممية في االمبريالية ضد الثورات في في البيروقراطية وضد أخرى بالد المعارضين قبل من السوفياتي االتحاد الثورة ان اتضح وفقط اليساريين. استخدم حين الثالثة, االممية خسرت ستالين خطر النازية ووقع االتفاقات مع هتلر. وهكذا اسست االممية الرابعة منذ االستمرار على تعهدت والتي عاما 70الثورية واالهداف المبادئ كل وتطبيق اقامة ضد فهي ولهذا الثالثة, لالممية عام وفي االسرائيلية, الدولة وتأسيس

1948 دعت للنضال ضد هذا الكيان.أكثر ضرورة هناك يوم كل في لالممية العالميين الثوريين لدى الحاحا الثوار كل على فان ولهذا الرابعة, وخاصة االرض انحاء كل في الشرفاء صفوفنا الى ينضموا أن منهم العرب

الرابعة. االممية بناء العادة العالم كل في والفقراء العمال ان قبل من مضطهدون هم العربي, وال العميلة, وانظمتها االمبريالية االزمة لهذة وحدهم التحدي يمكنهم لم لنظام االفالس أزمة ومواجهة يسقطوه. لمواجهة هذة المرحلة الجديدة فعلى وانحاللها الرأسمالية االزمة من نهزم كي اممين يكونوا ان الثوار كل

االمبريالية. نهائي بشكل فاليوم هناك صرخة 1848 «عامل من كل أنحاء العالم, اذ تقول, اتحدوا»! وهذا ما يترجمه الحزب الثوري العالمي اعادة أجل من نضاله في االشتراكي

الرابعة. لالممية بنائه

نادية خليل

بسيطة مالمح واألسود, باألبيض ومعبرة جدا, بيرسيبوليس واحدة من القصص بالرسم اآلكثر أهمية التي عرفت خالل العقود األخيرة.هي تحكي ذكريات مرجاني ساترابي أو مارجي, التي كانت تملك من العمر فقط عشرة سنوات حين حصلت الثورة االيرانية

عام 1979 والتي أطاحت بالشاه. شعبية مشاراكات الثورة لهذة كانت كبيرة وواسعة عبر تشكيل مجالس الشورى ( وهي شبيهة بالمجالس الشعبية السوفياتية ابان الثورة الروسية) والتي كانت تنتمي اليها العمالية, الحركة من وفعالة كبيرة شرائح كتلك العاملة في مجال النفط. كان الشاه دمية الناس وكان االمريكية, االمبريالية يد في يناضالون من أجل اسقاطه لكسب المزيد من

الديمقراطية والحرية.اشتراكيين مثقفين مرجاني والدا كان ينحدران من الطبقة االجتماعية المتوسطة. المظاهرات في يوم كل يشاركان وكانا المناهضة للشاه. مارجي في البداية لم تكن للقيام بأبواها يدفع كان الذي السبب تفهم بالمشاركة في هذة المظاهرات وال حتى سبب خجلها للتجول بسيارة والدها الكاديالك. ولكن رويدا رويدا, بعد تحدثها الخيالي الى كارل ماركس والى هللا وبعد مشاركات بالمخفي في الكتب قراءات على واالطالع المظاهرات سبب أن أدركت الرسوم, عبر القصصية السبب بالحقيقة هما الثورة وسبب خجلها

نفسه: «الفرق بين الطبقات االجتماعية».كما في كل أعمال مرجاني, تأتي ذكريات في السياسي الوضع مع المندمجة عائلتها ايران. وكما جاء في مقدمة كتاب قصص عبر الرسوم, مرجاني ورثت, عن البالد الفارسية كل تاريخها, ومن خالل هنا استطاعت انتاج

أول عمل قصصي ايراني عبر الرسم. لنا: تروي ومرجاني انتصرت, الثورة في اليوم الذي سقط به الشاه كيف «أقام الشعب االحتفال كان تاريخه», في احتفال أكبر للتعبير عن الكسب الفعلي للحرية, واقيمت االحتفاالت مرحبة بعودة أالالف السجناء الى ديارهم. كانت المرة االولى التي استطاع بها

السيرة الذاتيةلمناضلة في ايرن

جد مرجاني أن يجتمع بأوالده الستة, وكان من بين هؤالء عمها أنوشي, واحد من اليساريين االشتراكيين الذين أعدمتهم القيادة الثيوقراطية

بعد الثورة. سقوط الشاه كان بمثابة هزيمة للواليات تسعى كانت االمبريالية االمريكية. المتحدة للسيطرة على اآلبار الغنية بالنفط في ايران, وبالطبع لم تكن على استعداد للتخلي عن هذا الركن االساسي لها في المنطقة, فقامت ردا واعالن العراق بتسليح الشاه سقوط على الحرب على ايران. وكما يقول والد مرجاني, «الحقيقة هي, أنه طالما وجد نفط في الشرق

االوسط لن نعرف السالم...».ضد الحرب استغلت االيرانية القيادة العراق فشلت التحركات الجماهيرية وقمعتها الحركة وطاردت العمالية اللجان وهاجمت النقابية المستقلة وأعدمت اليسار االشتراكي. على قضوا الرجعي والتشدد العنف بهذا الثورة واقاموا دولة برجوازية وديكتاتورية ذو

ايديولوجية دينية.يسقط حين فرحتها كل تبدي ومارجي أية يتولى حين حيرتها تبدي ولكنها الشاه هللا الحكم. فبعد ان كانت تدرس في مدرسة علمانية وثنائية اللغة, أجبرت على الذهاب الى مدرسة دينية وارتداء الحجاب وعلى الخضوع لسلسلة من الممنوعات الخاصة بالمرأة. متأثرة جدا بالقضايا النسائية التي تعلمتها من جدتها, ومتأثرة من الصدمة الثقافية من خالل التجربة التي عاشتها في النمسا, مرجاني لم تفهم السبب الذي يلزم بذاك الملبس. ولكنها أيضا لم تكن تقدر على استيعاب سبب وجود تلك الفجوة الكبيرة بين الرجال والنساء من عدم المساواة ونفس الشئ لم تستوعب الفرق الموجود بين

رجال الدين و طبقة العمال والشباب.فالعمال والشباب كان يرسل بهم بالجملة الى الحرب, مقابل ضمان دخولهم الى الجنة. خالل الثمانية سنوات, هذة الحرب بين ايران

والعراق تركت اكثر من مليون قتيل.تحولت بالرسم القصص ,2007 سنة الى فيلم عبر رسوم متحركة, وفي اليوم الذي عرضت به بشكل رسمي, أصدرت الحكومة االيرانية مذكرة تدين وتنبذ بها أعمال مرجاني

ساترابي لالسلوب في تصويرها للبلد.خالفا والدراما, الهزل بين ما سفر الدعاءات الحكومة االيرانية, من يتجول في رسومات بيرسيبوليس يكتشف أن مرجاني ال

تدين ايران وال تروج بالغرب.الهزلي, الفني االبداع من نغمة فعلى االنساني الجانب تتناول قصصية رسوم التي واالجتماعية السياسية لالضطرابات اسفرت عن الترسب الثوري لنظام ديكتاتوري. اضطرابات حصلت نتيجة الصراع المصيري حول مستقبل الثورة بين رجال الدين واليسار االشتراكي وحول اقامة الجمهورية االسالمية الرأسمالية القمعية. وثمة صور شعرية, جريئة

وفريدة من نوعها.

وجد طالما أنه هي, الحقيقة لن االوسط الشرق في نفط

السالم... نعرف

ومرجاني تروي لنا: في اليوم الذي سقط به الشاه«كيف «أقام الشعب أكبر احتفال في تاريخه

عدد 02 - يناير2009 \ ديسمبر 2008 6

Page 8: Al Bayan 2 Arabic / Portuguese

البيان

سيشاس اندرا

أعلنت الفلسطينية المرأة «لجنة الماضية, السنة من اكتوبر 10 بتاريخ مها رئيستها وفاة عن المحزن الخبر ومناضلة قائدة وديع). (أم نصار سابقة سياسية سجينة معلمة, تقدمية, فلسطين لتحرير الشعبية الجبهة وعضو

الفلسطينية. االشتراكية والرابطة مها صممت على النضال, وناضلت حياتها, من لحظة آخر حتى كلل دون السرطان, مرض من معاناتها وبرغم الظالم ضد تناضل ظلت انها اال وداخليا شعبها, قتل على يصر الذي البرجوازية كارثة ضد تقاتل كانت

االنتهازية. مها زرعت في كل واحد منا الروح عدم ضد للتمرد والمطلقة تكل ال التي

المعاملة. وسؤ والظلم المساواة الجميع, بوطن يعرف كان مها بيت

حيث كانت تحمي وترعى كل من يأتيها هو ما كل تقدم كانت المساعدة, طالبا ضروري لمساعدة الفقراء والمحتاجين.

عليك. نتعرف ان لنا فخر كان انا كم ورقيقتي والدتي مها مها, كم به, امتثل الذي مثلي بأنك سعيدة وكم منزلك, في لي السقبالك سعيدة تضحياتك كل لك لمشاركتي سعيدة والى شعبك الى قدمت التي والحياة الثابتة, وطنك زيتون كشجر أرضك. رفيقتنا, نضال ويستمر يستمرالنضال

نصار. مها الشجاعة السفيرالبرازيلي كتب ومثلما ليست «مها كاريليو أرنالدو: السابق في الحياة هي مها للذاكرة, مادة فقط عاما. ستون منذ الصامدة فلسطين فعلينا رحيلك, على نحزن ان اليكفي التي الشجاعة بنفس التزامك, نكمل ان نصار! مها تحيا دائما». لنا ابديتيها

فلسطين!». تحيا

خليل نادية

الشعب فقد أغسطس من 9 بيوم محمود الوطني شاعره الفلسطيني العمر من عنده وكان رحل درويش, عملية مضاعفات بسبب توفي 67عاما.

القلب. في جراحة نشر اجل من الدؤوب بعمله عرف القضية الفلسطينية ونضال شعبه من اجل لالحتالل بانتقاده عرف كما االستقالل, الفلسطينية. والقيادات االسرائيلي ونشاطاته بياناته بسبب اسرائيل الحقته قلوبنا في حي سيبقى درويش السياسية.

وذاكرتنا.درويش: للشاعر قصيدة من مقطع

طارق قادر

كحركة العالمية الصهيونية صورة ان يقول كما «اشتراكية» وحتى «تقدمية» الذي فالتدمير وتنكشف. تقع بات البعض, سببته في لبنان واعمال االبادة الجماعية في من المزيد اكثر مرة كل في جعلت غزة المثقفين والقطاعات الديمقراطية الذين كانوا سابقا متعاطفين مع الصهيونية, على أن ينتقدوا وينددوا بشدة هذا الكيان. ان عزل الصهيونية بات يتسع في كل انحاء العالم, وخاصة بين العمال والحركات االجتماعية. ونتيجة لذلك, فهناك حملة مماثلة للتي حصلت ضد الفصل العنصري في جنوب أفريقيا ما بين السبعينات والثمانينات, بدأت تتزايد في أوروبا, وتشمل النقابات وجمعيات من المعلمين والجامعيين الى جانب نخبة من المثقفين. ففي بريطانيا, تعهدت مهم, وطني وزن ذو نقابات عدة بوضع مقاطعة المنتوجات االسرائيلسة حيز الفعل, بسبب السياسة االسرائيلية االجرامية في االراضي الفلسطينية المحتلة. ومن بين هذة النقابات القوية, هي نقابة نقابة االتحاد الوطني للنقل ونقابة الخدمة المدنية, فكالهما صوتا أما االسرائيلية. للمنتوجات المقاطعة على نقابة المعلمين في المؤسسات التعليمية العالية التعليم مقاطعة على صوتت فهي الوطنية, االسرائيلي ولم تندد بسياسة الفصل العنصري وفي االسرائيلية. الحكومة تستخدمها التي ايرلندا, خالل المؤتمر العام المركزي للنقابات

االيرلندية الذي اقيم عام 2007 تقدمت عديد من النقابات وطالبت بوضع عقوبات اقصادية ضد اسرائيل جراء سياستها بحق الفلسطينيين وحفز سياسة المقاطعة وسحب االستثمارات. هذة نفس اتبعت الكنديين, المعلمين نقابة المنتوجات مقاطعة وقررت االرشادات, االسرائيلية حت تعترف هذة بحق الفلسطينيين العرب في تقرير مصيرهم. واخر ما ظهر من تغيير في هذا الصدد, هي الرسالة المثيرة التي قدمها مائة مثقف يهودي بريطاني الى جريدة الكاتب ترئسهم والتي The Guardian,المسرحي الشهير هارولد بينتر, وفيها عبروا الحياء تقام التي لالحتفاالت رفضهم عن

ستون عاما على تأسيس دوالة اسرائيل.من صغيرة مقتطفات على ولنضطلع فلسطيني 75000 «مجموع الرسالة: هذة دمرت قرية 400 ونحو الجئين, أصبحوا تكتفي ولم الخريطة, من ومحيت تماما سياسة التطهير العرقي بهذا, بل قامت بطرد االسرائيلية) الجنسية (يحملون فلسطينيين من الجليل عام 1956. والعديد من االالف الغربية والضفة غزة من طردوا االخرين عندما احتلمتهما اسرائيل. وفقا للقانون الدولي وبموجب القرار 194 لالمم المتحدة, فان اي في الحق له الحروب, بسبب يشرد شعب العودة او بالتعويض عنها. اسرائيل لم تقبل ابدا بهذة الحق. فنحن ال نحتفل وال يمكنا ان نحيي هذة الذكرة لوالدة دولة اسست على االرهاب

والمجازر وطرد الشعب من ارضه».

احتجاجات ومواجهات في الضفة الغربية بين الفلسطينيين المؤييدين للمقاومة وقوات االحتالل االسرائيلية

يعتمد رالف شويمن في كتابه على بحث واسع المجال في االوراق التاريخية ليبرهن الدولة واقامة القلسطيني الشعب تهجير الى ادت التي الصهيونية الحجج حقيقة لنا بالسالح كرأس حربة بيد االمبريالية في المنطقة وكممثل استعماري الدينية المدججة و هرتزل مثل الصهاينة, الزعماء ألهم الحقيقي المسار لنا يستعيد بحثه, في لها. وحتى االمبريالية القوى مع عالقتهم على ويدل غوريون وبن ومائير جابوتينسكي

للنازية. اليهودية المقاومة خيانة الى بهم أدت التي العالقة النازية-هذة ألمانيا مع والبرتغالية. باالنكليزية فقط موفر الكتاب هذا مالحظة:

تاريخ الصهيونية المخبئالقصة الحقيقية لتأسيس الدولة االسرائيلية

رالف شوينمندار النشر سندرمان

حقوق النشر 1-26-99156-85-97 من 248 صفحة

لایر. 30 السعر

المقاطعة تكبر, ويجب عزل الصهيونية كما فيعهد نظام الفصل العنصري في جنوب أفريقيا

أتفاقية المركوسور التجارية مع اسرائيل هي صفعة في وجه الذين يناضلون ضد

االمبريالية !مها نصار, ما زالت حاضرة

رحل الشاعر محمود درويش

من المؤسف أنه عندما كبرت الحملة الحكومة أقدمت االتفاقية, بهذة المنددة البرازيلية و االرجنتينية للتعاون من أجل توقيع هذة االتفاقية مع اسرائيل, جاعلة دولة العنصرية الدولة هذة من بذلك شرعية من خالل االعتراف بها والتعامل معها. كيف يمكن ان تقدم حكومات تدعي أنها يسارية, مثل حكومة «حزب العمال البرازيلي, التابع للرئيس لوال على خدمة كهذة, التي هي بمثابة تأييد لالبادة الجماعية التي تقوم بها حكومة اسرائيل ضد الشعب

الفلسطيني». كل اشتراكي وكل مدافع عن الحريات الديمقراطية يجب عليه أن يرفض ويندد يطالب وأن الضارة, االتفاقية بهذة الحكومة البرازيلية واالرجنتينية وحكومة البراغواي واالوروغواي بااللغاء الفوري

لهذة االتفاقية.فلتسقط اتفاقية المركوسور التجارية!

على الصهيوني الجيش انهزم حين لبنان جنوب في هللا حزب مقاتلي يد ان أكدت الهزيمة هذة ان .2006 عام وحاضرة. جدا ممكنة الكيان هذا دحر االمبريالية تشهده لما ذلك, عن ناهيك المنطقة وحل في بها تتخبط ازمة من وأفغانستان العراق على حربها جراء االرهاب», على «الحرب بحجة الواليات داخل شكوك من سببته وما

نفسها. االمريكية المتحدة العسكري االسفين هي اسرائيل وعلى االوسط, الشرق في لالمبريالية دائما االمبريالية ستقوم االساس هذا النهاية حتى الكيان هذا عن بالدفاع هذا ان بيد ذلك. ثمن كلف ومهما الشرق منطقة به تمر الذي الواقع في بما جديدة مرحلة يفتح بدأ االوسط هذة االرض. على منها العسكرية ذلك الوقائع تؤكد أن المهمة التاريخية الزالة ستون قبل انشأ الذي الصهيوني الكيان عاما, هي ممكنة جدا في الحاضر. لكن وضع هو المهمة لهذة االساسي الشرط لنضال وعسكري سياسي موحد نظام والمسلم. والعربي الفلسطيني الشعب الكيان يقوم كيف نرى الواقع, هذا أمام غزة مع للتعامل اليوم الصهيوني فاسرائيل ثمن. بأي تدميرها بهدف فمن الشامل التدمير اسلوب تعتمد ومياه كهرباء من التحتية للبنية ناحية وقتل بقصف تقوم ثانية ناحية ومن دخول لمنع الحصار ووضع المدنيين واالدوية والمحروقات الغذائية المواد من هذا كل اليومية. الحياة ومقومات واجبارها المقاومة على القضاء أجل

االستسالم. على في المعتمدة االنتهاكات هذة ان الجماعية واالبادة االسرائيلية, السياسة الصور, أبشع على الوحشية والجرائم بحق الصهيوني الكيان هذا يرتكبها

ستون مدار على الفلسطيني الشعب تذكر السياسة هذة ان زال. وما عاما خالل النازيين استخدمها التي بتلك حين وخاصة الثانية, العالمية الحرب الذي 1943 عام أرسو في الغيتو انشأ ويقول النازي. االحتالل ضد وقف ايهود االسرائيلسة, الحكومة وزير الممكن من أنه له, حديث في ألمرت ولكن غزة. في «محرقة» اقامة الوحشية, الهجمة هذة كل من الرغم المناضلة الفلسطينية الجماهير فان متماسكة ومقاومته صامدة زالت ما

وقوية. وشديدة القريبة, الماضية االشهر وخالل هدم الفلسطينية الجماهير استطاعت مع الحدود على الجدار من جزء في المصرية الحكومة اجبر مما مصر, االمبريالية, لصالح تعمل التي الخائنة للفلسطينيين بالمرور السماح على

اآلغذية. توفير أجل من الوقت لبعض

أراضي داخل المناهضة االحتجاجات 1948

هي للعدو المناهضة النشاطات هذة الشاملة, المقاومة عن تعبير اال ليست تظاهرت التي المتزايدة والرافضة الدولة ضد 2008 عام مايو 14 في والتي بالنكبة, للتذكير االسرائيلية, في وشارك صرفوريا مدينة في اقيمت شخص 6000 نحو الحاشدة المسيرات اشتباكات وحصلت المنظمين بحسب ارادت التي الصهيونية القمع قوى مع الصحافة وحتى النشاطات, هذة منع عشرات وقوع عن تكلمت الرسمية المتظاهرين صفوف في الجرحى من واعتقال المستشفيات نقلهم الى الذين تم وال يبرهن ال العمل وهذا منهم, العديد الديمقراطية على اال الواقع في يدل

السرلئيل. المزيفة

ل سجأنا عربي

سلبت كروم أجداديوأرضا كنت أفلحهاأنا وجميع أوالدي

ولم تترك لنا... ولكل أحفادي...سوى هذي الصخور

فهل ستأخذها حكومتكم.. كما قيال!؟(...)

بطاقة هوية

5عدد 02 - يناير2009 \ ديسمبر 2008

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ستون عاما على نكبة فلسطينالنكبة

العمال المضربين يتحدون سياسة النظام

طارق قادر

في 14 مايو أكمل ستون عاما على أقيم الذي االسرائيلي, الكيان تأسيس عام المتحدة األمم من قرار على بنائه األراضي من 55% واحتالل ,1948انذاك تخضع كانت التي الفلسطينية التي االسطورة البريطاني. لالنتداب مبدأ على تقوم الصهيونية اخترعتها بدون شعب اجتمع فلسطين في أن شعب بدون أرض مع (اليهود) أرض

(فلسطين). تماما. مختلفة كانت الحقيقة أن اال والقوى العالمية الصهيونية فالمنظمة االستعمارية (الواليات المتحدة االمريكية ,(1917 عام منذ وبريطانيا 1947 عام الستالينية البيروقراطية من بتاييد وذلك القديم, السوفياتي االتحاد لدول الحاكمة من االآلف مأساة كذريعة استخدموا والمطاردة أوروبا, في الالجئين اليهود لالنتقال النازيين, أيدي على الوحشية مزيفة بطريقة فلسطين, من جزء الى

مالي. وبدعم و تماما ومصنعة تكن لم فلسطين الثانية الناحية من يوما أرض بال شعب, ال بل وكانت دائما الفلسطينيين. للعرب التاريخي الوطن مع سالم في يتعايشون كانوا الذين االقلية اليهودية العرب منذ قرون عديدة. على تقتصر ال اسرائيل تأسيسها في منحتها التي اآلراضي على االستيالء الصهيونية الحركة المتحدة: االمم اياها جزء وسلبت هجمات ونفذت خططت للفلسطينيين (نحو الممنوحة االرض من الكلية), المساحة من اضافية 20%خالل من بذلك قامت سكانها. وطرد االرهابية واالساليب المسلحة المنظمات 800 طرد وهكذا, المدنين. السكان ضد وبدأت ارضهم عن فلسطيني الف يتذكرون الفلسطينيين الالجئين. مأسات النكبة, ويسمونه التاريخي الحدث هذا

فان حاليا مؤلم. لواقع بداية هذا ويعني أولئك بين منقسم, الفلسطيني الشعب المحتلة االرض داخل يعيشون الذين ثانية درجة من كسكان ومميزين الغربية, والضفة غزة قطاع وسكان والعدوان الحصار تحت يعيشون الذين الصهيوني, وأكثر من ستة ماليين الجئ يعيشون العربية, الدول في موزعون مقومات اية من خالية مخيمات في االستقرار لعدم دائما ومعرضين العيش الحكومات قبل من والقمع واالضطهاد بدأ الحين ذلك فمنذ نفسها. العربية بالتخطيط والعربي الفلسطيني الشعب تحرير أجل من النضال ضرورة لعملية الصهاينة. الغزاة وطرد فلسطين أرض

ممثال العسكري الطاغي اسرائيل: االوسط الشرق في االمبريالية

وباالخص االمبريالية هدف اسرئيل, دولة تأسيس من االمريكية مباشر بشكل عسكري طاغي وضع هو المنطقة هذة االوسط. الشرق منطقة في احتياط الكبر احتوائها على باالضافة تعيش كانت انها اال العالم, في نفطي وضد االمبريالية ضد صراع عملية في الواقع, هذا أمام فقط, النفط. ملوك فساد على مرغمة نفسها االمبريالية وجدت لحساب يعمل خاص جيش لها يكون ان ضد صراعها في الخاصة مصالحها

العربية. والجماهير الفلسطيني الشعب عسكري «كمعسكر نشأتها, فمنذ حالة في دائما تعيش واسرئيل متقدم» واستيطان. وتوسيع حقيقية حرب الخدمة هذة من االهداف ولتحقيق المتحدة الواليات فان العسكرية, مليارات 3 السرائيل ترسل االمريكية بليون و2 رسمي بشكل سنويا دوالر وسائل عبر تصل سنويا اضافية دوالر تصنيع فان نفسه, الوقت في اخرى. العسكرية والتكنولوجيا االسلحة

سنوات منذ اصبحوا االمن, ومسألة للكيان الرئيسي االقتصادي النشاط الصهيوني وأصبحوا من اهم الصادرات بنحو اي دوالر, مليار 12) االسرائيلية هذة وحقيقة المجموع) من 40%من ستار خلف العدو يخفيها الصادرات من «تصديرات وكأنها االحصائيات القوات فان لذلك, العالية». التكنولوجيا مؤسسة أهم هي الواقع في المسلحة من فليس االسرائيلية. للدولة بالنسبة الصهاينة القادة معظم ان الصدفة قبيل ان التاريخ في برزوا الذين السياسيين

عسكريين. زعماء يكونوا

العنصرية الدولة الصهيونية اخترعتها أخرى كذبة «دولة هي االسرائيلية الدولة أن هي شيئ هناك ليس وتقدمية». ديمقراطية فمنذ القول. هذا من وأزيف أكذب على الصهيوني الكيان اعتمد تأسيسه, مستخدما العنصرية, االيديولوجية اسس والمنازل االمالك وسلب لنزع قوانين فالدولة الفلسطينية. واالراضي يهودية». «دولة رسميا هي االسرائيلية يقيم من كل دولة ليست أنها يعني هذا يعتبر فقط انما أرضها, على يولد أو اليهودي, بااليمان يشعر من كل مواطن 90% حوالي يهودي. اصل من او لليهود, مخصصة هي االراضي من اليهودي, القومي الصندوق خالل من والذي ينص نظامه على أن «هذة أرض وال المؤسسة لهذة ملكية وهي اسرائيل العمل حتى او تأجيرها او بيعها, يمكن

يهودي». هو ليس لمن بها الفلسطينيين على يحظر وهكذا ضمتها التي االراضي ايجار او شراء

.1948 عام منذ االسرائيلية الدولة االسرائيلية, الدولة تاسيس فمنذ العنصري للتمييز نظام هناك وضع بالسبة الحياة اشكال كل على المسيطر

في قانوني المعيار هذا للفلسطينيين. القوانين من جملة في يتمثل اسرائيل, الغير السكان على اال تطبق ال التي الذي الملف هذا كل من بالرغم يهود. الكيان, هذا وجوهر حقيقة على يدل وخاصة الغربية, الصحافة ان اال يملوا ال االعالم ووسائل االمبريالية هي اسرائيل بأن الوصف تكرار من منطقة في الوحيدة الديمقراطية «الدولة وصف يمكن فكيف االوسط». الشرق على تقوم وهي بالديمقراطية الدولة هذة اساس على للشعب االضطهاد نظام وصفها يمكن كيف الدين. او العرق الذي النظام وهي ديمقراطية بأنها االصليين فلسطين سكان وشرد طرد العودة في حق لديهم وليس 1948 عام المناطق وسكان وأرضهم, ديارهم الى المحتلة عام 1967 ليس لديهم اي قانون

مدني؟

للفلسطينيين الجماعية االبادة لممارسة دائمة بحاجة اسرائيل تحت المقيمين السكان ضد العنف الطابع على تحفاظ كي فهي سيطرتها. واالستعماري, العنصري والجوهر اليمكن أن تتسامح مع أية مقاومة داخلية لذلك, حدودها. على تحدي اي مع أو «التصفية سياسة تنتهج دائما اسرائيل واقتالعهم الفلسطينيين» ضد العرقية بوحشية قمع أو اجدادهم, ارض من حدودها داخل يعيشون الذين اولئك كل غزة قطاع اراضي في الحال هو كما

الغربية. والضفة سياسي سجين ألف 11 نحو السجون في يتعفنون فلسطيني من باذن يمارس التعذيب االسرائيلية. من االنتقائية» «واالغتياالت العدالة من جزء هي الفلسطينيين المناضلين غير الصهيوني. للنظام اليومي الروتين ان هو: الرهيب التاريخي التناقض أن

من الماضي في يعانون اجداده كان من نفس بتطبيق االن يقوم, النازين مالحقة

أخر. شعب ضد االساليب

الغير الديمقراطية العلمانية فلسطين ية عنصر

مضى, وقت اي من واكثر اليوم لحالة والحقيقي الوحيد الحل يبقى بناء هو المنطقة في الدائر الصراع الغير العلمانية الفلسطينية الدولة عنصرية. االقتراح الذي تقدمت به االمم يهودية واحدة «دولتين» القامة المتحدة من بها والمطالب فلسطينية, وواحدة المختلفة, اليسارية المنظمات بعض قبل هذة ألن رجعية. طروح اال ليست هي عنها يتكلمون التي الفلسطينية الدويلة هي أوال, تقوم مقتصرة فقط على قطاع ولن الغربية, الضفة من وجزء غزة اقتصادية حقيقية امكانية أي لها يكون او سياسية او حكم ذاتي. فضال عن ذلك, نفي هو المصغرة» بهذة «الدولة القبول لماليين الوطن الى العودة» «لحق واراضيهم ديارهم بقت الذين االجئين

اسرئيل. داخل المصادرة فان العسكرية, النظر وجهة من تحت ستبقى المصغرة» «الدويلة هذة من للعدوان الدائم والتهديد السيطرة ان باالسلحة. المدجج العدو جانب الديمقراطية العلمانية الموحدة فلسطين جدران اي دون من عنصرية, والغير وحدها االعتقال, معسكرات أو فاصل الالجئين ماليين تستعيد ان يمكنها فقط وأرضهم, ديارهم الى طردوا, الذين في بقوا الذين للماليين الحقوق وتسترد على تبقي ان يمكنها كما االرض. هذة يرغبون الذين اليهود جميع االرض وامان سالم في المشترك العيش في العمال ندعو فأننا لذلك وتبعا ومساواة. والشعب االسرائيلي أن ينضموا الى هذا التي العنصرية الدولة هذة ضد النضال

العسكري. الطاغي بمثابة اال ليست الموحدة, فلسطين دولة بناء لكن االراضي تحرير على سيعتمد أمام والعقبة المغتصبة, الفلسطينية وجود هو االراضي هذة استرداد االسفين يمثل الذي الصهيوني, الكيان االمة. قلب في العسكري االمبريالي هناك يكون لن أنه على نؤكد, فأننا لذا, اية ايجاد أو االوسط الشرق في سالم لم وطالما الكيان هذا وجد طالما حلول التاريخية النضالية المهمة فان يهزم, الصهيوني الكيان ودحر تدمير هي النازي النظام هزيمة غريرة على في العنصري الفصل نظام أو االلماني فان نفسه, الوقت وفي افريقيا. جنوب العلمانية فلسطين بناء اجل من النضال جزء هو عنصرية, والغير الديمقراطية أساسيا من نضال الجماهير العربية وهو بناء عملية في وأساسية مهمة خطوة

االشراكية. العربية الجمهوريات اتحاد

نعم دحرها يمكن اسرائيل هزيمة كانت سنوات بضع قبل اسرائيل تبدو وكأنها مهمة صعبة ومعقدة لالنتصارات نظرا ومستحيلة, بل جدا, .1973 عام حتى حققتها التي العسكرية تستخدمها التي الذريعة هذة وكانت عملية لبرير العربية االنظمة من العديد الفلسطينية. القضية وخيانة االستسالم عام منذ كثيرا تغير قد الواقع لكن الفلسطينية االنتفاضة وكانت :1973عام لبنان من االسرائيلي واالنسحاب الضعف معالم أولى الى تشير 2000وضوحا أكثر بدا وهذا الكيان. لهذا

أطفال ونساء ومسنين شردتهم المجموعات الصهيونية االرهابية من ديارهم ومن أرضهم في جنين, ويبدو في الصورة الى اليسار ارهابي صهيوني مسلح.

البيان

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بغية النظام يتحملها حدود ضمن اسقاط يمكنه ثوري انقالب أي تفادي أن يدل كان هذا كل مشرف. حكومة وراء كانت االمريكية اآلمبريالية الوزراء رئيس السياسة. اللعبة تلك من بتصريح للبالد عاد شريف السابق المعارضة من جزء ليشكل االمبريالية اتفاق أي لديه يكن ولم البرجوازية, على االتفاق بحيث النظام. مع مغلق بين انذاك قائما كان السلطة تقاسم

ومشرف. بوتو

مشرف واستقالة بوتو اغتيال النجاز المنفى من عادت بوتو وضع واستقرار النظام انقاذ مهمة سياسي تحالف تشكيل بهدف الحكومة واستيعاب السلطة لتقاسم مشرف مع تمثل بوتو فكانت الشعبي. التمرد بحال الوحيد البرجوازي البديل وراء من مشرف,والهدف اسقاط واالصوليين الجماهير ابعاد هو ذلك لم الخطة هذة السلطة. الى للوصل عودتها من اآلول اليوم ففي تنجح, أكثر وقتل موكبها على هجوم حصل الوضع هذا أمام شخصا. 150 من السابقة الوزراء رئيسة اضطرت لتفادي المعارضة صفوف في للسير الحكومة ضد المتزايد الشعبي الغضب احتواء بهدف منها كوسيلة الطارئة,

الواسع. الجماهيري التمرد دعائي تجمع خالل بوتو اغتيال ديسمبر في البرلمانية لالنتخابات تمثل تكن لم بوتو أن أوضح 2007يكن ولم زعمت كما الوطنية الوحدة بين للمصالحة كوسيط بها مقبول جاءت مقتلها, وبعد المتقاتلة. القوي نصرا لتعطي 2008 عام االنتخابات على المعارضة ألحزاب مدويا

مشرف.اليومي الحكومة وضع ارتداء ان السياسية واالضطرابات وتدهوره, المسيرات فقامت البالد, اجتاحت الهجمات من والعديد واالحتجاجات المدن اهم في الحكومة مصالح ضد

الشعبية التحركات هذه تسيطر بدأت الدائم الوجود من بالرغم البالد على للجيش في الشوارع. هذا الوضع أجبر عن والتنحي االستقالة على مشرف اسقالته .2008 أغسطس في السلطة طريق في اآلزمة لتسيير تهدف كانت ضمن البرلمانية الكراسي على النزاع على للحفاظ هامة تعتبر استراتيجية والمعرض لمهتز السياسي النظام

للسقوط.

أفغانستان في الحاسم الصراع الباكستان بين الحدود منطقة وأفغانستان تمتد على مساحة 10,000 وغوما توشي نهر بين مربع, كيلومتر من نسمة. مليون 20 حوالي ويسكنها معادية دينية ثقافة ذو وعائالت قبائل الباكستانية. القمع ولقوى لالمبريالية هناك منتشرة والقاعدة طالبان منظمة ومهيمنة على المنطقة. خالل الثمانينات العربية والحكومات االمبريالية كانت االحتالل ضد المنطقة هذة تستخدم هذة تشكل واليوم انذاك. السوفياتي التحديات أصعب من واحدة المنطقة االمبريالية تواجهها التي الرئيسية غزو عملية في االستقرار لتحقيق االمبريالية فشل ان أفغانستان. وأفغانستان, الباكستان وحكومتي صفوف في العسكرية الهزيمة وفرض وعمق ضعفهم يظهر المقاومة قوى الفعلي, الحرج حالة لتتوج اآلزمة. تتدهور الباكستانية االقتصاد حالة فان االقتصادية اآلزمة أمام بسرعة والتي العالمي الرأسمالي للنظام اآلن فيه والذي بشدة, البالد ضربت لدول بالنسبة الفقر معدالت أعلى هائلة المعانة أن يعني وهذا أخرى. لهب من تزيد وسوف تزداد وسوف في المتمثل والفساد الظلم على الثورة

الجديدة. الحكومة جراء الباكستان, استقرار زعزعة العالمية واالقتصادية السياسية اآلزمة في يعني مما اآلحداث, وسط في جعلته االمبريالية السيطرة فقدان واحد وقت

على وضعين في الشرق االوسط وجنوب الحكومات قبول عدم فان ولهذا أسيا. هذا بوش حكومة فيها بما االمبريالية المفاوضات على ليوافقوا عادوا الواقع, العميل وحكومة الباكستان حكومة بين

اآلفغاني كرزاي وممثلوا حركة طالبان.

الثوري البديل الثوري البديل غياب ظل في فان للجماهير, كقوة االشتراكي التي الدينية البرجوازية اآلصولية المحلية الرأسمالية انتاج من هي عن بحثا الجماهير قوة تستخدم والتي االمبريالية. مع واتفاقيات مفاوضات تفتح البرجوازية, السياسة هذة التي االمبريالية المناورة أمام مجاال تاريخية لحظة في الجماهير تخدع الشعبي. النضال مسار في وحاسمة يقدمان ال والقاعدة طالبان حركة ان وحسب, المقهورة للجماهير حلول العاملة, الطبقة ويفككان بل ال ويسرقون النضالية هويتها ويشوهون

انتصاراتها.ينبغي على الشعب الباكستاني تنظيم الجديدة للحكومة المعارضة صفوفه مستقل بشكل لالمبريالية الموالية المعركة يقودون الذين اآلصولين عن البرجوازية وضعوا كلما الموت الى وضع العمال على ان كبديل. الدينية معارض أي طبقي, ثوري برنامج مطالبا ولالمبريالية, للبرجوازية تماما حكومة االشتراكية, الحكومة لبناء

والفالحين. العمال المنظمات وجود من الرغم على المهمة والنقابات التقليدية االشتراكية منهم أحد ال أن غير الباكستان, في فلطرد ماركسي. ثوري برنامج يقدم الرأسمالية, والحكومة االمبريالية المهمة االشتراكية, النظر وجهة من الثوري الحزب بناء هي الكبرى وحده يكون ماركسي, ببرنامج المزود النضال ومباشرة تنظيم على القادر حكومة بناء أجل من االمبريالية ضد

للعمال. اشتراكية عسكري يضرب مسن,,, الشرطة تحاول منع التحركات الشعبية الباكستانية.

يحرقون دمية تمثل مشرف,,,الجماهير الباكستانية تعبر عن غضبها من سياسة الحكومة الموالية للالمبريالية.

الباكستان

أمين صادق

مكانة يحتل ألباكستان أن شك ال قطرية وجيوسياسية استراتيجية مهمة جدا, نظرا لما يمتلكه من أسلحة والحاسم الفاعل ولدوره نووية, بالهيمنة المتعلق و المنطقة في فمن أسيا. جنوب في االمبريالية ديكتاتورية قدمته الذي الدعم خالل لالحتالل مشرف بريفيز الجنرال من بد ال كان الفغانستان, االمبريالي االحتالل قوات أسلحة تمرير ضمان واغالقها الحدود, عبر االمبريالية سنوات وبعد طالبان. مقاتيلي امام من االرتداء جراء سياسة الدعم الغير المذبحة وبعد بوش, لسياسة مشروط مسلمين, ناشطين بحق المذهلة العسكرية الديكتاتورية حكومة بدأت من مرحلة في تدخل البلد هذا في بغيرها وأستعيض الكامل, االنحالل والوشيك الكامل االنهيار لتجنب خروج لالمبريالية. الموالي للنظام أبقى السلطة, عن وتنحيه مشرف البرجوازية يد على السياسي النظام الشعبية االنتفاضة لمواجهة أتت التي المتزايد التمرد ولمواجهة الدائمة, من ظروف بظل الحدود, على التحالفات وفي االقتصاد في التدهور

المتحدة. الواليات مع

الجواب تعطي الشعبية أالنتفاضة الواقع, في اآلزمة هذة وتلخص الرئيسي الحليف هو البلد هذا أن في يعني وسقوطه المنطقة في لالمبريالية ان العالمية. لآلزمة مفاجئ تفاقم ألباكستان حكومة قدمته الذي الدعم أفغانستان, في االمبريالي للتدخل وموجة متزايد شعبي غضب سبب الحكومة ضد والهجمات العنف من على يحافظ كي مشرف وحلفائها. لذلك الوضع, على السيطرة مسألة جميع في استثناء حالة عن أعلن وحل للدستور تعليق من المناطق: افتى االنقالب هذا العليا. المحكمة للنظام. المتزايدة االزمة عن التعبير االمبريالية قبل من متوقع يكن لم هذا التي كانت تضغط على مشرف للقضاء البالد. جنوب في طالبان قوات على مشرف. جيش بها فشل المهمه فهذة

على مشرف االمبريالية أجبرت لذلك من الحكومة في له مشاركين قبول كانت الذي الباكستاني الشعب حزب الرأسمالي البديل االمبريالية تعتبره

المالئم.في الطالب انتفاضة قمع فبعد 2007 يوليو في اآلحمر المسجد الحكومة بامكان يعد لم أنه اتضح الوضع. على السيطرة في المقدرة مكان لالحالل طارئة عملية فحضرت مزيفة بحكومة العسكرية الديكتاتورية للجماهير تضليلية دستوريا, كمناورة مستعمر. وشبه رأسمالي بلد في يكن لم المتفاقم, الوضع ولحساسية المعارضة اعادة اال االمبريالية أمام المناورة هذه لقبول جاهزة كانت التي االمبريالية, بهدف الحفاظ على السلطة ديمقراطي مشروع عبر الحالية التنحي, على أجبر مشرف مزيف.لكن وسرعة اآلزمة حجم على دل مما

اآلحداث. تدهور

االمبريالية والمناورة المعارضة لهذة الرئيسييت الزعيمين بوتو, بينازير كانا, المعارضة العليا للمحكمة السابق والرئيس قد كان من هما شودراي, افتخار حالة ضد للتظاهر المدنيين دعا والتي مشرف, فرضها التي الطوارئ االعالم وسائل على الرقابة تضمنت دستور وتعليق واآلحزاب واالتصال (حزب الشعب حزب أن غير .1973اآلحزاب الئحة في يوضع لم بوتو) أحزاب زعماء أما الالشرعية, (حزب خان عمران مثل المعارضة العدالة) (حزب محمود وشاه العدل) االحتجاجية. المظاهرات في أعتقال التي المحامين من مجموعة وهناك مشرف قرار ضد للمظاهرات دعت من العليا المحكمة رئيس أقال الذي ووضعه شودراي) (افتخار منصبه سبعة الى اضافة الجبرية االقامة تحت

القضاة. من السابقة الوزراء رئيسة من فكل دائما كانوا المحامين ومجموعة مشرف. ديكتاتورية ابقاء يؤيدون والغضب االزمة تفاقم موجة أمام فقط من وللتنصل المتصاعد الجماهيري لالحتجاج الشعب لدعوة قاما مواقفهما

عدم االسقرار الذي يهدد االمبريالية3عدد 02 - يناير2009 \ ديسمبر 2008 البيان

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عدد 02 - يناير2009 \ ديسمبر 2008 البيان2

CONSELHO EDITORIAL

أالزمة االقتصادية التيهزت العالم

البيان هو جريدة الرابطة العالمية من أجل النضال العربي. وهو يفتح الباب لكل الذين هم ملتزمين حقا مع القضية العربية واالشتراكية. هدفنا وتحليل وبحث ومتابعة رصد هو مسار على الجارية لالحداث العربية بالدنا في الطبقي الصراع وفي بالد العالم, تحليلنا لألحداث هو بهدف علمي اشتراكي منظور من مناهضة االمبريالية وحليفتها الدولة في ونحن االسرائيلية. الصهيونية جميع مع المعركة ساحة نفس ضد تقاتل التي العربية الحركات االمبريالية وضد الصهيونية. ليست هناك اية حكومة عربية, متعاونة مع العدو المحتل او قومية تدافع عن هذة

المقاومة.النضال! هذا ونؤيد ندعم نحن فلسطين في المقاومة ونؤيد ندعم وفي أفغانستان وفي العراق وفي لدينا ليس الوقت بذات لكنا لبنان, على العاملة القيادات بهذة ثقة اي جوهرها في ألنها المقاومة, رأس هي من البرجوازية الصغيرة, وهي مع للتفاوض استعداد على دائما

االمبريالية بحثا عن مصالحها.الشعب حق عن ندافع نحن العربي في نيل حرياته الديمقراطية وعن حقه في تقرير المصير, وعن الحصول اجل من العمال حق على االجور العادلة والعمل الكريم

والوظائف وتحرير المرأة.دحر أجل من القتال مع نحن العنصري الصهيوني الكيان فلسطين بناء أجل من ونناضل والغير والديمقراطية العلمانية االشتراكية فلسطين نحو عنصرية العربية الجمهوريات اتحاد ضمن

االشتراكية.

حسن البرازيلي

أزمة أكبر وسط 2008 سنة انتهت اقتصادية منذ عام 1929, وراحت وسائل في أزمة وكأنها معها تتعامل االعالم سوق العقارات االمريكية, التي تأثرت من األزمة المالية, مما طرأ عليها من نقص في

االئتمان وثقة المستثمرين.نظام هو الراسمالية أن هي والحقيقة يمر بمراحل من التوسع واالنكماش. فخالل وفي جيوبها, البرجوازية تملئ التوسع, المسيطر والبالد العمال يكونوا األزمة, عليها هم من يدفع الحساب, عبر البطالة, وتخفيض االجور, وسحب الحقوق ونهب

الثروات الوطنية.في االفراط عن ناتجة هي االزمة االنتاج وتزايد الثروات والرأسمال والذي نسب معدل في انخفاض الى يؤدي للخروج ,2001 سنة الشركات. ارباح االمبريالية الدول لجأت الألزمة, من تصنيع على وراهنت الحرب, الى األعمال لرجال االئتمان وتوفير االسلحة

والمواطنين.اليوم األزمة كبيرة في الشركات مثل هناك و ,General Motors شركة وهناك والبنوك, المصارف في انكسار مقاومة في أفغانستان والعراق تضاف الى

األزمة.

وردا عالى هذة األزمة قامت االمبريالية المصارف في دوالر تريليون 6 بضخ والشركات الكبيرة, وصرفت على الحملى الدعائية لباراك أوباما, العطاء وجه جديد

لالمبريالية القديمة, كي تواصل حكمها.هذة األزمة تضع أمامنا مجددا ضرورة الحل االشتراكي. فالخروج من هذة األزمة خطة ووضع االقتصاد كل تأميم يتطلب االحتياجات كل تضمن لالنتاج جديدة عبر اال يمكن ال الحل وهذا االنسانية, نضال ماليين العمال في كل انحاء االرض, الشعب نضال جانب الى واندماجهم العراقي واآلفغاني ضد المحتل االمبريالي, ودعم نضال الجماهير المصرية من العمال والمعلمين في لبنان. ولهذا فنحن بحاجة لبناء الحزب الثوري االشتراكي العالمي لقيادة وتوجيه مقاومة ونضال العمال نحو

الثورة من أجل االشتراكية.

المنتجة العربية الدول الى تصل األزمة للنفط

العربية الدول الى االزمة وصلت المنتجة للنفط عبر االنخفاض في أسعار النفط وعبر األزمة المالية العامة. وصدت أثار األزمة في المنطقة كلها, فالدول الغير النفطية الدول على تعتمد للنفط منتجة 60% بحيث السياحة, مجال وعلى من يأتي مصر في السياحة قطاع من

النفطية. الخليج لدول المزدهر االقتصاد في االجمالي المحلي الناتج من و20% التحويالت على يعتمد ولبنان االردن في وأغلبيتهم العاملين للعمال المالية عامل مليون 2 هناك الخليج, بلدان أيضا سوري عامل ومليون مصري موزعين يعملون في المنطقة. وليس من قبيل الصدفة ان يقوم العمال في مصر في بالمظاهرات الماضي أبريل شهر مطلع المعلمين وكذلك األجور بزيادة مطالبين نوفمبر في تظاهروا الذين اللبنانيين تحسين وفي األجور في بزيادة مطالبين

أوضاعهم.

النفطية البلدان اقتصاد أسطورة المستقلة

الطابع أظهرت قد األزمة هذة ان الخاضع الكامل لالقتصاد العربي, فالمنطقة ال تزال تقوم بذات الدور: توفير البترول البرجوازية العالمية. لالسواق الرخيص العربية لم تستغل البترول لتضع حد للفقر ولتنويع االقتصاد. ال بل على العكس فهيي في تراجع في بعض المجاالت الهامة, حيث وتقوم الكافية الغذائية المواد تنتج ال انها العربي النفط ان أكثريتها. استوراد في قد ملئ جيوب أمراء وشيوخ البرجوازية باالموال, وجعل منهم تبعيين لالمبريالية

وسياستها االستعمارية وما زالوا.

عن اال يكون لن الحقيقي االسقالل ان طريق االشتراكية, التي تضمن الحقوق

فعلى العمال ان يناضلوا من أجل قطع العالقات االقتصادية والسياسية مع الدول االمبريالية, لوضع حد على انتهاك العالم العربي. كما ويجب منع منح االموال الى البنوك والمصارف والقطاع البرجوازي, االموال هذة الستخدام المطالبة وانما لتحسين أحوال العمال النوعية ومعيشتهم

وحياتهم.في الترتيبات العادة بحاجة نحن الوظائف لضمان االقتصادي, المستوى واالجور الكريمة ولتوفير مقومات الحياة والمستشفيات والمدارس السكن من للقضاء العامة المجاالت في واالستثمار

على الفقر والجوع.المتحدين العرب العمال فوحدهم العالم, انحاء كل في العمال اخوانهم مع العملية هذة في المضي على القادرين األزمة ان النهاية. حتى النضالية حول النقاش ضرورة تجلب االقتصادية

مصير االنسانية.كي المالئمة الفرصة أمام فنحن وهو الوحيد الحل أجل من نناضل للحروب حدا نضع كي االشتراكية, ونقضي على المعاناة والحرمان وعزاب الماليين من البشر. ان الخروج الوحيد من

األزمة هي االشتراكية.

جريدتنا البيان

المعلمين اللبنانيين يتظاهرون في بيروت من أجل رفع االجور وتحسين األوضاع, المخرج الوحيد للعمال هو النضال...

هيئة التحريرصادق أمين, أحمد نعيم, عزيز ناصر, حسن البرازيلي, طارق قادر, نادية خليل, محسن داوود,

خالد المير و اندرا سيشاس.

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كل الدعم للمقاومة الفلسطينية

من اجل بناء الرابطة العالمية للنضال العربي

اسرائيل بدأت ديسمبر 27 يوم في التخطيط لمجزرة في غزة, وبدعم كامل من المتعاونة العربية والحكومات االمبريالية من والهدف فتح. حركة زعيم وعباس تقضي التي للتجربة حد وضع هو ذلك باستقالل اي ارض فلسطينية. ان اسرائيل بشكل غزة واحتالل حماس اسقاط تريد مباشر او غير مباشر عبر عمالئها عباس والحكومة المصرية او حتى عبر قوات من من 1200 اكثر سقوط مع المتحدة. االمم

شهيد فلسطيني واالف الجرحى خالل 20 االداء للذهن تعيد المذبحة هذة فان يوما, أثناء طبقها التي وأسليبه وطرقه النازي

الحرب العالمية الثانية.االمريكية المتحدة الواليات ان وأوروبا االمبريالية يدعمون هذا العدوان, انهم يريدون استئناف السيطرة على منطقة االستراتيجية االهمية ذو االوسط الشرق المنطقة فهذة االمبريالية, للهيمنة بالنسبة تمتلك 60% وهي وأسيا, أوروبا بين تقع

من احتياطات النفط المعروفة.ان االمبريالية وحلفاؤها باتوا يحصون لم العراق ففي المنطقة. هذة في الهزائم يتمكنوا من قمع المقاومة. وفي لبنان, فان سنة حرب في اسرائيل هزم هللا حزب 2006, والذي كان بمقدرته تشكيل حكومته تقوم أن الممكن من كان التي الخاصة, الفلسطينية للمقاومة العسكرية بالمساعدة مع للقتال الثانية الجبهة فتح عبر اليوم,

العدو على الحدود.

في فلسطين اصبح محمود عباس دمية في يد اسرائيل وفقد الكثير من التأييد الشعبي كمصر المتخاذلة الحكومات الفلسطيني. كلهم واالردن السعودية العربية والمملكة سيكون اسرائيل فوز ان الموقع. نفس في االمبريالية الهيمنة لتعزيز األهم المفتاح

ومنع توحيد نضاالت الشعوب العربية. فان الوضع, استقرار عن وبعيدا العدو الصهيوني بعدوانه هذا هو يزيد من خرج مصر ففي المنطقة, في الصراعات في الشوارع الى متظاهر ألف ثالثمائة الحكومة زالت ما االردن في مدن, عدة هناك الفلسطينية, الشعبية التحركات تقمع في وايران, لبنان في يومية مظاهرات المغرب تظاهر ماليوني عربي للتنديد ضد

الدول من والعديد الجزائر وفي اسرائيل هامة تظاهرات هناك اوروبا في العربية. في معظم العواصم, كتلك التي حصلت في باريس حيث جمعت 25 الف شخص, في اسبانيا تظاهر 250 الف في مدريد و100 الف في برسلونا و150 الف في لندن. في كندا المتظاهرين احتلوا السفارة االسرائيلية, في الواليلت المتحدة االمريكية تحصل عدة مظاهرات منددة باالجرام االسرائيلي كتلك 25 وضمت يورك نيو في حصلت التي هناك اسرائيل داخل وحتى متظاهر, الف

تظاهرات ضد هذا العدوان الهمجي.وتعبئتها الشعبية التحركات هذة ان الحل هي الفلسطينية, المقاومة لصالح الوحيد والحقيقي المكانية هزيمة اسرائيل.

البيان اإلشتراكي

عدد 02ديسمبر 2008 \ يناير2009

كل الدعم للمقاومة الفلسطينية. ص 1األزمة االقتصادية التي هزت العالم. ص 2

الباكستان: عدم االستقرار يهدد االمبريالية. ص 3فلسطين: ستون عاما على النكبة. ص 4 و 5

بيرسيبوليس: السيرة الذاتية لمناضلة في ايران. ص 6الماركسية: ضرورة األممية. ص 6

طبعت في البرازيلالمساهمة ما يعادل 1500 ليرة لبنانية

إقرأ في هذا العدد

لهزيمة اسرائيل في غزة

شعب العراق الذي يذبح على ايدي قوات االحتالل االمبريالية, يتظاهر منددا بالجريمة الصهيونية ومتضامنا مع الشعب الفلسطيني ومقاومته.

فليسقط الحصار!اسرائيل اغلقت المعابر مع غزة بعد فوز حماس عام 2006. ان هذا الحصار يخنق االقتصاد ويمنع الفلسطينيين من ظروف العيش الكريم. مصر ايضا اغلقت الحدود مع غزة. ان فتح المعابر والحدود ونهاية رئيسي و اساسي مطلب هو الحصار حماس على ويجب الفلسطيني للشعب

عدم التنازل عن هذا المطلب.

مع والتجارية الدبلوماسية العالقات قطع اسرائيل!

لقطع الحكومات كل على الضغط علينا بالواقع سيكون وهذا اسرائيل مع العالقات دعم للقضية الفلسطينية. كما وندعو البرازيل

اللغاء اتفاقية المركوسول للتجارة الحرة.

فلتسقط الحكومات العربية المتواطئة!عباس ومحمود مبارك حسني أمثال ملك الثاني وعبدهللا الفلسطينية والسلطة العدو مع المتعاونيين من ونظيرهم االردن

الصهيوني الذين ال يستحقون اال أن يخلعوا من مناصبهم بصفتهم خائنين.

على سوريا وحزب هللا التحرك! وقد أن أوان االنتفاضة الثالثة!

تفتح ان يجب غزة, في اسرائيل لهزيمة الغربية الضفة في جديدة قتالية جبهات

والحدود مع لبنان وسوريا.

يجب توفير المتطوعين والسالح الى غزة! ان من حق الشعب الفلسطيني ان يدافع عن

نفسه !وايران العربية الحكومات كل على واجب ارسال مساعدات انسانية واسلحة ومتطوعين

للقتال في غزة.هي العالم انحاء في الشعبية التحركات ان الفلسطيني. الشعب النتصار ومهمة اساسية علينا تعيين يوم عالمي الحياء نضال الشعب تشكيل علينا البرازيل في الفلسطيني. هيئات ولجان في كل المقاطعات لدعم حملة

التضامن.

الكيان دحر اجل من النضال علينا الصهيوني!

العلمانية فلسطين بناء اجل ومن والديمقراطية!

لن يكون هناك سالم في الشرق االوسط ان لم يدحر الكيان الصهيوني. ان مشروع الدولتين ليس اال تضليل للشعوب العربية. الحل العادل والوحيد هو بناء الدولة الفلسطينية العلمانية المشترك العيش تضمن التي الديمقراطية للجميع في سالم ومساواة في الحقوق بغض

النظر عن الدين او العرق.

تشكيل لجان شعبية في كل أنحاء العالم!علينا تشكيل لجان شعبية في كل أنحاء العالم

لدعم هذة الحملة المؤيدة للشعب الفلسطيني.

وجيوش المتحدة االمم قوات فلتخرج االمبريالية من منطقة الشرق االوسط !

االمم قوى استخدام تريد االمبريالية ان المتحدة لترسخ الحصار الصهيوني على غزة

ولتضمن سيطرتها على المنطقة.

[email protected] يمكنكم اإلتصال بنا عبر هذا البريد اإللكترونيwww.litci-arabe.org