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ALBERTINE, O CONTINENTE CELESTE 07 NOV’15 TEATRO DE GONÇALO WADDINGTON © Mário Melo Costa

ALBERTINE, O CONTINENTE CELESTE · escrever é um processo físico.es-crever é um processo termodinâmi- co. escrever cansa. o universo expande-se com a força da energia escura

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ALBERTINE, O CONTINENTE CELESTE

07 NOV’15TEATRO

de GONÇALO WADDINGTON

© M

ário

Mel

o Co

sta

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90 min.

m/12 anos

texto e encenação Gonçalo Waddington

interpretação Carla Maciel e Gonçalo Waddington

espaço cénico e desenho de luz Thomas Walgrave

vídeo Mário Melo Costae Gonçalo Waddington

figurinos Carla Maciel

espaço sonoro Gonçalo Waddington

construção de maquetas Ângela Rocha

chefe de iluminação (vídeo) Pedro Paiva

direção técnica Manuel Alão

coordenação de produçãoMónica Talina e Manuel Poças

coprodução rede 5 sentidos (Teatro Nacional São João), São Luiz Teatro Municipal e GW

apoio às residências artísticasAlkantara e O Espaço do Tempo

agradecimentos Stage One; António Pedro Braga e Paulo Fonseca; Casa Santa Maria da Câmara Municipal de Cascais; Fernanda Oliveira e Natividade Oliveira; Fernando Mota; Hugo Leitão; João Paulo Esteves da Silva; Mala Voadora; Maria Gonzaga Atelier; Mundo Perfeito; Prof. Dr. Pedro Gil Ferreira ( University of Oxford); Prof.ª Dr.ª Ana Maria Mourão e Dr. Vincenzo Vitagliano (CENTRA – Centro Multidisciplar de Astrofísica, Instituto Superior Técnico); Teatro Nacional D. Maria II, Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves e Bairro dos Museus/ Casa de Santa Maria

no âmbito da rede

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escrever é um processo físico. es-

crever é um processo termodinâmi-

co. escrever cansa.

o universo expande-se com a força

da energia escura. essa expansão é o

próprio tempo. o texto que eu tenho

na minha cabeça, a imagem das fo-

lhas a passar à medida que vou de-

bitando as suas palavras, é um bom

exemplo de energia escura e matéria

escura. as letras, as palavras, as fra-

ses, os parágrafos, as estrofes são

a matéria escura; os espaços vazios,

ou em branco, são a energia escura,

responsável pela expansão do texto.

quanto maior o espaço, the bigger

the timetext; le plus grand le temps-

texte; più grande il tempotesto.

é claro que a repercussão deste

exemplo, nas vossas cabecinhas,

depende de uma questão muito bá-

sica e concreta: se escrevem a preto

em folha branca, ou a branco em fo-

lha preta. que é a mesma coisa, mas

não é. tal como uma partícula e a sua

antipartícula são a mesma coisa sem

o serem. as civilizações intergalácti-

cas tipo 3 – e não me estenderei so-

bre os tipos de civilizações, lamento

– escrevem a preto sobre preto ou a

branco sobre branco.

ALBERTINE, O CONTINENTE CELESTE

LEFTOVERS A BAIXA TEMPERATURA

© M

ário

Mel

o Co

sta

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é um facto curioso, no mínimo, se

pensarem bem no seguinte: desde

que começaram a ler este pequeno

texto, já viajaram – moins ou plus! –

vinte segundos para o futuro que é,

agora!, o presente. ou melhor: via-

jaram vinte segundos no futuro; ao

colo do futuro; empurrados pelo fu-

turo. é mais interessante pensarmos

que estamos a ser empurrados pelo

futuro, que o futuro nos empurra pe-

las costas, e, à nossa frente, está o

passado, que, mais do que nos per-

seguir, foge de nós.

infelizes dos que, por terem vergo-

nha do passado, tentam, a todo o

custo, deixá-lo para trás, sem nunca

se aperceberem de que é o passado

que tem vergonha deles – dos infe-

lizes – e os deixa para trás, para o

futuro. Os antigos diziam que os nos-

sos antepassados nos ultrapassa-

ram e vão lá à frente, muito lá à fren-

te, para além de qualquer esquina

espácio-temporal. a nós, cabe-nos

tentar apanhá-los, na medida do

possível. e, por medida, entendam o

que quiserem. eu estou por tudo.

por agora, ouçam e não me inter-

rompam. não é que tenham falado,

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mas ao mínimo indício de que estão

a formular algum tipo de erudição,

em forma de pergunta basilar, por

exemplo, provoca um ruído de tal or-

dem perturbador que me poderá le-

var ao vómito. no mundo quântico, o

espectro sonoro aumenta: ouvimos

muito abaixo dos vinte hertz, os in-

frassons, e muito acima dos vinte mil

hertz, os ultrassons. somos como

milhões de morcegos-cão a entrar

em pânico ao mínimo indício de que

vocês estão a pensar em intervir. e,

por intervir, entendam o que quise-

rem. quero lá saber.

antes de dar por terminada esta

entrée, a little piece of advice de

quelqu’un qui vous aime beaucoup,

ma non troppo: há que saber fre-

quentar este género de salões. de-

veriam – todos vocês – ter chegado

mais tarde, dando assim muito mais

importância à vossa insignifican-

te existência. e deverão sair muito

mais cedo, ignorando todos os ou-

tros convidados e, sobretudo, sem

se despedirem do anfitrião, na espe-

rança de que ele – eu – entenda que,

com essa vossa atitude de desprezo

e sobranceria, todos os dispara-

tes que terei verbalizado, durante o

tempo que se dignaram a ficar, não

significaram absolutamente nada.

agora cantem estas frases, grave

e arrastadamente, nas vossas ca-

beças, usando as vossas melhores

vozes interiores: it’s Ali versus Clay,

both pummeling away, a champ al-

ways fights themself. se não sabem

quem cantou estas belas palavras,

problema vosso. não podemos saber

tudo. mas isso não me impedirá, a

mim, de falar do que bem me ape-

tecer.

e, lembrem-se, sejam amáveis. al-

ways shoot your lover in the face com

uma caçadeira de canos serrados.

assim, aquela doce e indescritível

sensação que tanto prazer vos dá –

amo-a tanto que mal me recordo das

feições dela – acompanhar-vos-á

pela eternidade adentro.

yours sincerely, beyond a shadow of a

doubt.

o anfitrião

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Ator, encenador, realizador, drama-

turgo, argumentista e produtor. Re-

centemente, escreveu e encenou a

peça Albertine, O Continente Celeste,

numa coprodução do São Luiz Teatro

Municipal e TNSJ/TeCA. A peça irá

iniciar uma digressão no segundo se-

mestre de 2015 que continuará no ano

de 2016. Participou como ator no filme

As Mil e Uma Noites, de Miguel Gomes.

Cocriador, com Carla Maciel, da peça

Macbain, um texto original, escrito

para os dois atores, pelo dramaturgo

holandês Gerardjan Rijnders, estreada

em outubro de 2013 no Teatro Maria

Matos e ainda em digressão.

Cocriador e coargumentista da série

Odisseia.

Produziu, escreveu e realizou a curta-

-metragem Imaculado, estreada no

Festival IndieLisboa‘13.

Produziu e realizou a curta-metragem

Nenhum Nome, coescrita com Marco

Martins, estreada internacionalmente

no Festival de Cine Las Palmas de Gran

Canaria. A estreia nacional foi no Indie-

Lisboa’10, onde ganhou uma menção

honrosa Prémio SIGNIS Árvore da Vida.

Cocriou o espetáculo At Most Mere Mi-

nimum com Carla Maciel e a dupla de

bailarinos e coreógrafos, Sofia Dias &

Vítor Roriz.

Protagonizou a série Até Amanhã Ca-

maradas de Joaquim Leitão e copro-

tagonizou a série Noite Sangrenta de

Tiago Guedes e Frederico Serra.

No cinema, participou em Alice de

Marco Martins, Coisa Ruim e Entre Os

Dedos de Tiago Guedes e Frederico

Serra, Yvone Kane de Margarida Cardo-

so, Mal Nascida de João Canijo e prota-

gonizou Águas Mil de Ivo M. Ferreira.

Encenou e protagonizou a peça Ros-

mersholm, de Henrik Ibsen em feverei-

ro de 2011.

GONÇALO WADDINGTON

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Nasceu em 1974, é atriz, estreou-se

em 1992 na Companhia Seiva Trupe e

tem trabalhado em teatro, cinema e

televisão.

Em teatro, nomeadamente com Miguel

Seabra, Gonçalo Amorim, Solveig

Nordlung, Nuno P. Custódio, Tiago

Rodrigues, Marco Martins, Gonçalo

Waddington, João Lourenço, Sofia

Dias & Vítor Roriz e, recentemente,

com Beatriz Batarda. Em cinema,

participou em Alice, de Marco Martins,

A Morte de Carlos Gardel, de Soveig

Nordlung, Adriana, de Margarida Gil,

Jaime, de António Pedro Vasconcelos.

Em Espanha, integrou o elenco da

série Pepe Carvalho. Participou na

série francesa Maison Close e em

Odisseia uma série para a RTP 1, com

realização de Tiago Guedes.

Participou ainda em projetos de

televisão como Laços de Sangue na SIC

e Os Nossos Dias na RTP.

CARLA MACIEL

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Sostenuto Abyss & Habidecor • Dão · Quinta do Perdigão • Allegro BMC CAR • Quinta das Marias • Tipografia Beira Alta • Moderato Família Caldeira Pessanha • Ladeira da Santa • Quinta da Fata • UDACA • Andante Farmácia Avenida • Grupo de Amigos do Museu Grão Vasco • Adágio Amável dos Santos Pendilhe • Ana Mafalda Seabra Abrantes • Ana Maria Ferreira de Carvalho • Ana Paula Ramos Rebelo • António Cândido Rocha Guerra Ferreira • Benigno Rodrigues • Centro de Saúde Familiar de Viseu, Lda. • Fernanda de Oliveira Ferreira Soares de Melo • Fernando Figueiredo Augusto • Fernando Soares Poças Figueiredo e Maria Adelaide Seixas Poças • Geraldine de Lemos • Isabel Pais e António Cabral Costa • Isaías Gomes Pinto • João José Garcia da Fonseca e Maria José Agra Regala da Fonseca • João Luís Veiga Fernandes • João Pedro Lopes Simões e Litao Huang • José Luís Abrantes • Magdalena Rondeboom e Pieter Rondeboom • Maria de Fátima Ferreira • Maria de Lurdes Poças • Maria Isabel Oliveira • Marina Bastos • Martin Obrist e Maria João Obrist • Miguel Costa e Mónica Sobral • Nanja Kroon • Patrícia Morgado Santos • Paula Nelas • Paulo Marques • Raul Albuquerque e Vitória Espada • Ricardo Jorge Brazete e Silva e Maria da Conceição e Silva • Vítor Domingues • 3XL Segurança Privada • Júnior Beatriz Afonso Delgado • Carla Filipa Seabra Abrantes • Eduardo Miguel de Amorim Barbosa • Maria Leonor Teixeira Ferreira • David Martins • Matilde Figueiredo Alves • Pedro Dinis de Amorim Barbosa • E outros que optaram pelo anonimato.

Paulo Ribeiro Diretor-geral e de Programação • José Fernandes Diretor Administrativo • Paula Garcia Diretora Adjunta • Sandra Correia Assessora Administrativa e Financeira • Raquel Marcos Assistente de Direção • Maria João Rochete Responsável de Produção • Carlos Fernandes Assistente de Produção • Nelson Almeida, Paulo Matos e Pedro Teixeira Técnicos de Palco • Ana Filipa Rodrigues Técnica de Comunicação e Imprensa • Teresa Vale Produção Gráfica • Gisélia Antunes Bilheteira • Emanuel Lopes Técnico de Frente de Casa • Consultores Maria de Assis Swinnerton Programação • Colaboradores António Ribeiro de Carvalho Assuntos Jurídicos • José António Loureiro Eletricidade • Contraponto Contabilidade • Paulo Ferrão Coordenação Técnica de Palco • José António Pinto Informática • Cathrin Loerke Design Gráfico • Acolhimento do Público Ana Rilho, André Rodrigues, Bruna Pereira, Bruno Marques, Carla Silva, Catarina Ferreira, Daniela Fernandes, Franciane Maas, Francisco Pereira, Joana Rita, Joel Fernandes, João Almeida, Lucas Daniel, Luís Sousa, Neuza Seabra, Roberto Terra, Ricardo Meireles, Rui Guerra, Sandra Amaral, Sara Cerdeira, Soraia Fonseca e Vania Silva • Colaboração Técnica

Próximo espetáculo

estrutura financiada por:

TEATRO13 NOV

BARULHEIRAde JOÃO SOUSA CARDOSO a partir da obra de ÁLVARO LAPA

100 min. aprox. sex 21h30 | m/ 12 anos | preço único 53 // descontos não aplicáveis

// ESPAÇO CRIANÇA DISPONÍVEL© C

atar

ina

Oliv

eira

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