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2009 MARÇO l VOLUME XVII l SUPLEMENTO 2 XXX REUNIÃO ANUAL DA SPAIC XXX SPAIC ANNUAL MEETING Alergia: da Criança ao Idoso PROGRAMA DA REUNIÃO / MEETING PROGRAMME RESUMOS DAS COMUNICAÇÕES LIVRES E DOS POSTERS ORAL COMMUNICATIONS AND POSTERS ABSTRACTS

Alergia: da Criança ao Idoso - Sociedade Portuguesa de

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2009 MARÇO l VOLUME XVII l SUPLEMENTO 2

XXX REUNIÃO ANUAL DA SPAIC XXX SPAIC ANNUAL MEETING

Alergia: da Criança ao Idoso

PROGRAMA DA REUNIÃO / MEETING PROGRAMME

RESUMOS DAS COMUNICAÇÕES LIVRES E DOS POSTERS ORAL COMMUNICATIONS AND POSTERS ABSTRACTS

Imuno (17) SUPL 2 - Capa.indd 1 05/08/2019 10:55:20

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[email protected]

CONSELHO EDITORIAL / EDITORIAL BOARD

Editor / Editor-in-chief: Manuel Branco Ferreira

Secretária-Geral / General Secretary: Emília Faria

Secretários Adjuntos / Adjoining Secretaries: Amélia Spínola Santos,

José Luís Plácido

Redactores / Associated Editors: Alice Coimbra, Celso Pereira,

Elisa Pedro, Elza Tomaz, Eva Gomes, Paula Leiria Pinto

Webmasters: José Ferreira, Rodrigo Rodrigues Alves, Suzana Lopes

da Silva

CONSELHO CIENTÍFICO / SCIENTIFIC BOARD

Ana Todo-Bom (Coimbra), Anthony Frew (Reino Unido), Antero Palma-Carlos

(Lisboa) António Pelaez (Espanha), António Bugalho Almeida (Lisboa), António

Segorbe Luís (Coimbra), Carlos Baena-Cagnani (Argentina), Carlos Loureiro

(Coimbra), Celso Chieira (Coimbra), Consuelo Cócera (Espanha), Dirceu

Solé (Brasil), Fernando Drummond Borges (Funchal), Enrique Buendia

(Espanha), Filipe Inácio (Setúbal), Graça Castel -Branco (Porto), Guy Dutau

(França), Jean Bousquet (França), José Costa Trindade (Lisboa), João

Ferreira de Mello (Brasil), José Lopes dos Santos (Porto), José Rosado

Pinto (Lisboa), Libério Ribeiro (Lisboa), Luís Delgado (Porto), Lurdes

Chieira (Coimbra), Marianela Vaz (Porto), Mário Morais -Almeida (Lisboa),

Maria João Marques Gomes (Lisboa), Muñoz Lopez (Es panha), Nelson

Rosário (Brasil), Nuno Neuparth (Lisboa), Philip Fireman (USA), Pierre Schei-

nmann (França), Paul van Cauwenberge (Bélgica), Sergio Bonini (Itália), Sergio

del Giacco (Itália), Ulrich Wahn (Alemanha)

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO / ADMINISTRATION BOARD

Direcção da Sociedade Portuguesa de Alergologia

e Imunologia ClínicaREVISTA PORTUGUESA DE

IMUNOALERGOLOGIA

ÓRGÃO OFICIAL DA SOCIEDADE PORTUGUESA

DE ALERGOLOGIA E IMUNOLOGIA CLÍNICA

OFFICIAL JOURNAL OF THE PORTUGUESE SOCIETY

OF ALLERGOLOGY AND CLINICAL IMMUNOLOGY

1R E V I S T A P O R T U G U E S A D E I M U N O A L E R G O L O G I A

Imuno (17) SUPL 2 - 2ª PROVA.indd 1Imuno (17) SUPL 2 - 2ª PROVA.indd 1 21-09-2009 9:45:0621-09-2009 9:45:06

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3R E V I S T A P O R T U G U E S A D E I M U N O A L E R G O L O G I A

Alergia: da criança ao idoso1 A 4 DE OUTUBRO DE 2009CENTRO DE CONGRESSOS SANTA EULÁLIA – ALBUFEIRA – PORTUGAL

PROGRAMA DA XXX REUNIÃO ANUAL DA SPAIC / XXX SPAIC ANNUAL MEETING PROGRAMME

R e v P o r t I m u n o a l e r g o l o g i a 2 0 0 9 ; 1 7 ( S u p l 2 ) : 3 - 8 4

PROGRAMA

Presidente de HonraAntero Palma-Carlos

Presidente da ReuniãoMário Morais de Almeida

Organização e Coordenação Científi ca Ana Todo-BomÂngela GasparCarlos LoureiroCarlos NunesFilipe InácioHelena FalcãoLuís Miguel BorregoMário Morais de AlmeidaRodrigo Rodrigues Alves

ParticipaçãoAssociação Brasileira de Alergia e Imunopatologia (ASBAI)European Academy of Allergology and Clinical Immunology

(EAACI)Sociedad Española de Alergología e Inmunología Clínica

(SEAIC)Sociedade Luso-Brasileira de Alergologia e Imunologia

Clínica (SLBAIC)Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP)Southern European Allergy Societies (SEAS)World Allergy Organization (WAO)

CreditaçãoOrdem dos Médicos – Conselho Nacional para a Avaliação da Formação EAACI – European Accreditation Council CME Créditos: 21 CME

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4R E V I S T A P O R T U G U E S A D E I M U N O A L E R G O L O G I A

PROGRAMA DA XXX REUNIÃO ANUAL DA SPAIC / XXX SPAIC ANNUAL MEETING PROGRAMME

Palestrantes e Moderadores

Estrangeiros

Alberto Martinez (Espanha)

Bárbara Gonçalves Silva (Brasil)

Borja Bartolomé (Espanha)

Carlos Baena-Cagnani (Argentina)

Dirceu Solé (Brasil)

Glenis Scadding (Reino Unido)

Ignacio Ansotegui (Espanha)

Jan Lötvall (Suécia)

Jean Bousquet (França)

Jhonas Lindholm (Suécia)

Juan Asturias (Espanha)

Kamal Hanna (Egipto)

Kerstin Wall (Suécia)

Livije Kalogjera (Croácia)

Maria José Torres (Espanha)

Neil Barnes (Reino Unido)

Ralph Mösges (Alemanha)

Ranny van Weissenbruch (Holanda)

Richard Lockey (Estados Unidos)

Roland Buhl (Alemanha)

Tomás Chivato Pérez (Espanha)

Wilson Tartuce Aun (Brasil)

Nacionais

Amélia Spínola Santos

Ana Morête

Ana Teresa Silva

Ana Todo-Bom

Anabela Lopes

Ângela Gaspar

Antero Palma-Carlos

António Bugalho de Almeida

António Segorbe Luís

António Vinhas de Sousa

Artur Teles de Araújo

Carlos Loureiro

Carlos Nunes

Celso Pereira

Cristina Arêde

Cristina Santa Marta

Elisa Pedro

Elza Tomaz

Emília Faria

Eunice Castro

Eva Gomes

Fernando Drummond Borges

Filipe Inácio

Francisca Carvalho

Francisco George

Helena Falcão

Isabel Carrapatoso

João Fonseca

Jorge Correia

José Agostinho Marques

José Dias Pereira

José Ferraz de Oliveira

José Ferreira

José Luís Plácido

José Lopes dos Santos

José Moreira da Silva

José Pinto Mendes

José Rosado Pinto

José Torres da Costa

José Trindade

Josefi na Rodrigues

Kim Stratton

Leonor Bento

Leonor Cunha

Libério Ribeiro

Luís Delgado

Luís Miguel Borrego

Luis Rocha

Luís Taborda Barata

Manuel Branco Ferreira

Margarida Trindade

Maria Conceição Santos

Maria Graça Castel-Branco

Marianela Vaz

Mário Miranda

Mário Morais de Almeida

Miguel Paiva

Nuno Sousa

Paula Alendouro

Paula Leiria Pinto

Paulo Vera-Cruz

Rita Câmara

Rodrigo Rodrigues Alves

Rui Silva

Sara Prates

Susana Lopes da Silva

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XXX REUNIÃO ANUAL DA SPAIC / CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO

Cursos Pós-GraduaçãoQuinta-feira – 1/10/2009

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO “ONDE ESTÁ A HISTAMINA?”

Centro de Congressos Santa Eulália (Sala 3) 3 de Outubro de 2009 – 9.00 – 13.00h

Apoio: AlmirallCoordenação: Manuel Branco Ferreira Dirigido: Internos e Especialistas de Medicina Geral e Fa-miliar e Imunoalergologia

09.00 – 09.30 hIntrodução – Anti-histamínicos = anti-alérgicos ?! Manuel Branco Ferreira

09.30 – 11.00 h“Olhar, cheirar e sentir a histamina - os casos” Histamina no nariz... – rinite alérgica e suas complicaçõesJosé Luís Plácido

... e nos olhos - rinoconjuntivite na criança Paula Leiria Pinto

11.00 – 11.30 h – Intervalo

11.30 – 13.00 h“Olhar, cheirar e sentir a histamina - os casos”Histamina e não só – das pápulas e máculas ao eczemaPaula Leiria Pinto

Histamina nas urgências – da urticária e do angioedema à anafi laxia Emília Faria

CURSO INFORM’09“FORMAÇÃO INTENSIVA PÓS-GRADUADA EM RINITE ALÉRGICA E RINOSSINUSITE”

Centro de Congressos Santa Eulália (Sala 3) 2 de Outubro de 2009 – 14.30 – 18.00h

Apoio: Schering-PloughCoordenação: Mário Morais de Almeida Dirigido: Internos e Especialistas de Medicina Geral e Familiar, Pediatria e Imunoalergologia

Discussão interactiva de casos clínicos “Rinite alérgica e rinossinusite da criança ao idoso” Ana Todo-BomCarlos NunesCristina Santa MartaMário Morais de AlmeidaPaulo Vera-Cruz

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XXX REUNIÃO ANUAL DA SPAIC / CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO “ASMA NA CRIANÇA”

Centro de Congressos Santa Eulália (Sala 3)3 de Outubro de 2009 – 14.30 – 18.00h

Apoio: Merck Sharp & DohmeCoordenação: Libério Ribeiro Dirigido: Internos e Especialistas de Medicina Geral e Fa-miliar, Pediatria e Imunoalergologia

14.30 – 14.45 hIntrodução

14.45 – 15.30 hHistória natural, Fenótipos de asma infantil, Diagnóstico, EducaçãoLibério Ribeiro

15.30 – 16.30 hAbordagem da asma, Medidas de evicção, Farmacoterapia, Dispositivos de inalação, Imunoterapia específi caJosé Lopes dos Santos

16.30 – 17.00 h – Intervalo

17.00 – 18.00 hDiscussão de casos clínicosLibério RibeiroJosé Lopes dos Santos

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XXX REUNIÃO ANUAL DA SPAIC / PROGRAMA GERAL

Programa GeralQuinta-feira – 1/10/2009

8.45 – 10.30 hSala 1

1ª SESSÃO DE COMUNICAÇÕES LIVRES

Moderadores: António Vinhas de Sousa / Maria Conceição Santos

8.45 – 10.30 hSala 2

2ª SESSÃO DE COMUNICAÇÕES LIVRES

Moderadores: Elisa Pedro / Rodrigo Rodrigues Alves

8.45 – 10.30 hSala 3

1ª SESSÃO DE POSTERS

Moderadores: Isabel Carrapatoso / Mário Miranda

8.45 – 10.30 hSala 4

2ª SESSÃO DE POSTERS

Moderadores: Cristina Arêde / Susana Lopes da Silva

10.30 - 11.00 hIntervalo

11.00 – 12.30 hSala 1

SESSÃO ESPECIAL DE COMUNICAÇÕES LIVRES *

Moderadores: José Torres da Costa / Luís Taborda Barata* Comunicações seleccionadas para atribuição do prémio SPAIC / Schering-

Plough 2009

11.00 – 12.30 hSala 2

SESSÃO ESPECIAL DE POSTERS *

Moderadores: Fernando Drummond Borges / Margarida Trindade * Posters seleccionados para atribuição do prémio SPAIC / Schering-Plough

2009

12.30 – 13.00 hSala 1

1ª CONFERÊNCIA

Presidente: Carlos Nunes

“A alergia no mundo – impacto social / Allergy in the world – social impact”Carlos Baena-Cagnani (Argentina)

13.00 – 14.30hAlmoço de trabalho

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14.30 – 16.00 hSala 1

1ª MESA-REDONDA: “ALERGIA RESPIRATÓRIA”

(MESA SEAS / SEAIC / SPAIC)

Presidente: Mário Morais de Almeida Moderadores: José Ferraz de Oliveira / José Ferreira

Rinite no idosoAna Todo-Bom

Síndrome de alergia oral / Oral allergy syndromeIgnacio Ansotegui (Espanha)

Guia Espanhol para manejo da asma / Spanish guide for asthma management Tomás Chivato Pérez (Espanha)

Apoio: Schering-Plough

16.00 – 16.30 hIntervalo

16.30 – 18.00 hSala 1

1º SIMPÓSIO: PHADIA – SPAIC: “DIAGNÓSTICO POR COMPONENTES

MOLECULARES (CRD): DESAFIOS E OPORTUNIDADES”

Moderador: Filipe Inácio

Alergénios moleculares e imunoterapia – IgE, IgG e IgG4 Filipe Inácio

Utilidade clínica de alergénios moleculares em imunoterapia / Clinical utility of component resolved diagnostics (CRD) in SITJhonas Lindholm (Suécia)

Alergénios moleculares e o poder da quantifi cação: casos clínicos / Power of components but also power of numbers: case reports Kerstin Wall (Suécia)

18.00 – 19.00 hSala 1

ABERTURA OFICIAL DA XXX REUNIÃO ANUAL DA SPAIC

Anúncio e entrega dos Prémios SPAIC 2009

“A WAO e as sociedades científi cas nacionais / WAO and the national scientifi c societies”Richard Lockey (Estados Unidos)

“Personalidades famosas com asma / Famous people with asthma”Kamal Hanna (Egipto)

20.00 h

EVENTO PARA CONGRESSISTAS

Exibição de PostersRecepção e Cocktail – Centro de Congressos Santa Eulália

XXX REUNIÃO ANUAL DA SPAIC / PROGRAMA GERAL

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Sexta-feira – 2/10/20098.45 – 10.30 h

Sala 1

3ª SESSÃO DE COMUNICAÇÕES LIVRES

Moderadores: Elza Tomaz / Rita Câmara

8.45 – 10.30 hSala 2

4ª SESSÃO DE COMUNICAÇÕES LIVRES

Moderadores: Ana Morête / José Dias Pereira

8.45 – 10.30 hSala 3

3ª SESSÃO DE POSTERS

Moderadores: Leonor Cunha / Sara Prates

8.45 – 10.30 hSala 4

4ª SESSÃO DE POSTERS

Moderadores: Francisca Carvalho / Paula Alendouro

10.30 – 11.00 hIntervalo

11.00 – 12.30 hSala 1

2º SIMPÓSIO: GLAXOSMITHKLINE – SPAIC: “ASMA E RINITE ALÉRGICA – INFLAMAÇÃO

DA VIA AÉREA ÚNICA”

Moderador: Luís Delgado

São os corticosteróides nasais igualmente consistentes no controlo dos sintomas oculares da rinite alérgica? / Are all INS equally consistent in managing ocular symptoms of allergic rhinitis? Glenis Scadding (Reino Unido)

Estratégias para alcançar e manter o controlo da asma / Strategies to achieve and maintain asthma control Neil Barnes (Reino Unido)

As doenças alérgicas não estão controladas!? Mário Morais de Almeida

12.30 – 13.00 hSala 1

2ª CONFERÊNCIA

Presidente: Maria Graça Castel-Branco

“Alergia a insectos: update / Update on insect allergy” Richard Lockey (Estados Unidos)

13.00 – 14.30hAlmoço de trabalho

XXX REUNIÃO ANUAL DA SPAIC / PROGRAMA GERAL

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10R E V I S T A P O R T U G U E S A D E I M U N O A L E R G O L O G I A

14.30 – 16.00 hSala 1

2ª MESA-REDONDA: “ASMA: DO DIAGNÓSTICO AO CONTROLO”

(MESA CONJUNTA SPAIC / SPP)

Presidente: Marianela VazModeradores: António Bugalho de Almeida / Luís Delgado

Avaliação funcional respiratória em idade precoce. Qual a importância?Luís Miguel Borrego

Questionários, espirometria e/ou FENOJoão Fonseca

Abordagem da asma graveAntónio Bugalho de Almeida

Considerações terapêuticas na asma de difícil controlo / Overall management considerations in diffi cult to treat asthmaJan Lötvall (Suécia)

Apoio: AstraZeneca

16.00 – 16.30 hIntervalo

16.30 – 18.00 hSala 1

3º SIMPÓSIO: STALLERGÈNES-IPI / STALLPHARMA – SPAIC:

“IMUNOTERAPIA ESPECÍFICA: A TERAPÊUTICA CERTA PARA A DOENÇA

ALÉRGICA”

Moderadores: Leonor Bento / Manuel Branco Ferreira

Efi cácia da imunoterapia específi ca: avaliação do efeito terapêutico / Effi cacy of specifi c immunotherapy: evaluation of the therapeutic effectRalph Mösges (Alemanha)

Imunoterapia sublingual em comprimidos: início de acçãoManuel Branco Ferreira

Imunoterapia sublingual em comprimidos: níveis avançados de evidência / Immunotherapy tablets: a new level of evidenceRanny van Weissenbruch (Holanda)

18.00 - 19.00 hSala 1

SIMPÓSIO SPAIC / GARD

Presidente: Francisco GeorgeModeradores: José Rosado Pinto / Mário Morais de Almeida

GARD-OMS: a aliança global contra as doenças respiratórias crónicas em PortugalJosé Rosado Pinto

Papel das sociedades científi cas no GARD / Role of the scientifi c societies in GARDCarlos Baena-Cagnani (Argentina)

As doenças respiratórias crónicas em PortugalArtur Teles de Araújo

20.00 h

EVENTO PARA CONFERENCISTAS / SESSÃO ESPECIAL DA REVISTA PORTUGUESA DE IMUNOALERGOLOGIA (RPIA) 2009

Jantar (por convite) – Quinta da Pomona, Silves

XXX REUNIÃO ANUAL DA SPAIC / PROGRAMA GERAL

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Sábado – 3/10/20098.45 – 10.30 h

Sala 1

3ª MESA-REDONDA: “ALERGIA A ANTIBIÓTICOS”

Presidente: Josefi na RodriguesModeradores: Emília Faria / Eva Gomes

Alergia aos antibióticos beta-lactâmicosAnabela Lopes

Alergia a antibióticos não beta-lactâmicosEunice Castro

Diagnóstico in vitro na alergia a antibióticos / Diagnosis in vitro of antibiotics allergyMaria José Torres (Espanha)

Hipersensibilidade a múltiplos antibióticos – factores de risco Ana Teresa Silva

Apoio: Siemens Healthcare Diagnostics

8.45 – 10.30 hSala 2

4ª MESA-REDONDA: “ALERGIA NA INFÂNCIA”

Presidente: José TrindadeModeradores: José Lopes dos Santos / Helena Falcão

Rinossinusite crónica e polipose nasal / Chronic rhinosinusitis and nasal polyps Livije Kalogjera (Croácia)

Diagnóstico da asma pré-escolar Libério Ribeiro

Alergia alimentar na criança Leonor Bento

Anafi laxia na criançaÂngela Gaspar

10.30 – 11.00 hIntervalo

11.00 – 12.30 hSala 1

4º SIMPÓSIO: MERCK SHARP & DOHME – SPAIC:

“VIVA AS QUATRO ESTAÇÕES”

Moderador: Maria Graça Castel-Branco

Sensibilização, sintomas de asma e infl amação Ana Todo-Bom

O impacto da rinite alérgica na asma, é sazonal? / The impact of allergic rhinitis on asthma, is seasonal? Jean Bousquet (França)

Recomendações e guidelines para diagnóstico e tratamento da asma em crianças com idade inferior a 5 anos Libério Ribeiro

12.30 – 13.00 hSala 1

3ª CONFERÊNCIA

Presidente: António Segorbe Luís

“Asma grave: uma nova defi nição? / Severe asthma: a new defi nition?” Jean Bousquet (França)

13.00 – 14.30hAlmoço de trabalho

XXX REUNIÃO ANUAL DA SPAIC / PROGRAMA GERAL

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14.30 – 16.00 hSala 1

5ª MESA-REDONDA: “SIMPÓSIO DA SOCIEDADE LUSO-

-BRASILEIRA DE ALERGOLOGIA E IMUNOLOGIA CLÍNICA (SLBAIC):

O ECZEMA ATÓPICO NA PERSPECTIVA GLOBAL”

Presidente: Antero Palma-CarlosModeradores: Dirceu Solé (Brasil) / Mário Morais de Almeida

Eczema atópico: evolução da criança ao adulto Cristina Santa Marta

Evicção alimentar no eczema. Faz sentido?Helena Falcão

Recomendações terapêuticas no eczema atópicoDirceu Solé (Brasil)

Imunoterapia específi ca no eczemaWilson Tartuce Aun (Brasil)

16.00 – 16.30 hIntervalo

16.30 – 18.00 hSala 1

5º SIMPÓSIO: BIAL – SPAIC: “CONTRIBUTOS CIENTÍFICOS

NO DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA ALERGIA”

Moderador: Marianela Vaz

Bial-Aristegui: Compromissos na investigação de alergénios / Commitments in the investigation of allergens Alberto Martinez (Espanha)

A importância dos alergénios major / The importance of major allergens Juan Asturias (Espanha)

Exemplos frutíferos da colaboração com grupos clínicos Portugueses / Examples of successful collaboration with clinical Portuguese groupsBorja Bartolomé (Espanha)

Imunoterapia sublingual com Pru p 3 Celso Pereira

18.00 – 19.00 hSala 1

ASSEMBLEIA-GERAL DA SPAIC

XXX REUNIÃO ANUAL DA SPAIC / PROGRAMA GERAL

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13R E V I S T A P O R T U G U E S A D E I M U N O A L E R G O L O G I A

Domingo – 4/10/20098.45 – 10.30 h

Sala 1

6ª MESA-REDONDA: “IMUNOTERAPIA NA PRÁTICA CLÍNICA”

Presidente: José Moreira da SilvaModeradores: Carlos Loureiro / Manuel Branco Ferreira

Imunoterapia: um ou mais alergéniosAmélia Spínola Santos

Imunoterapia versus farmacoterapia: custo-efi cáciaCarlos Nunes

Imunoterapia específi ca: quando começar?Filipe Inácio

Imunoterapia na prática clínica / Immunotherapy: practice parametersKamal Hanna (Egipto)

8.45 – 10.30 hSala 2

7ª MESA-REDONDA: “MESA DOS JOVENS

IMUNOALERGOLOGISTAS PORTUGUESES (JIPs): AEROBIOLOGIA E POLUIÇÃO”

Presidente: Luís Miguel BorregoModeradores: Bárbara Gonçalves Silva (Brasil) / Rodrigo Rodrigues Alves

Polinoses e poluiçãoNuno Sousa

Aerobiologia polínica em PortugalMiguel Paiva

Poluição indoor e doença respiratóriaRui Silva

10.30 – 11.00 hIntervalo

11.00 – 12.30 hSala 1

6º SIMPÓSIO: NOVARTIS – SPAIC: “FROM EVOLUTION TO REVOLUTION”

Moderador: Jorge Correia

Como é viver com asma grave Testemunho de doente

Omalizumab: dos ensaios clínicos ao impacto na vida real / Omalizumab in practice: demonstrating real lifeRoland Buhl (Alemanha)

Omalizumab no tratamento da asma grave na criança: evidências clínicas Mário Morais de Almeida

Novartis uma parceria para o futuro Luis Rocha

Doença respiratória crónica: o que valorizam os doentes? José Agostinho Marques

Como é viver com doença pulmonar obstrutiva crónica Testemunho de doente

Cuidar e curar / Caring and curingKim Stratton

12.30 - 13.00 hSala 1

4ª CONFERÊNCIA

Presidente: José Pinto Mendes

“Biomarcadores e clínica de autoimunidade” Antero Palma-Carlos

13.00 hSala 1

SESSÃO DE ENCERRAMENTO / EVENTO PARA CONGRESSISTAS

Anúncio dos Prémios SPAIC / Schering-Plough 2009

Almoço (inscrição necessária)Centro de Congressos Santa Eulália

XXX REUNIÃO ANUAL DA SPAIC / PROGRAMA GERAL

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14R E V I S T A P O R T U G U E S A D E I M U N O A L E R G O L O G I A

Programa Social

1/10/09 – Quinta-feira 20.00 h

EVENTO PARA CONGRESSISTAS

Exibição de PostersRecepção e Cocktail no Centro de Congressos Santa Eulália

2/10/09 – Sexta-feira 20.00 h

EVENTO PARA CONFERENCISTAS / SESSÃO ESPECIAL DA REVISTA

PORTUGUESA DE IMUNOALERGOLOGIA 2009

Jantar (por convite) – Quinta da Pomona, SilvesApoio: Menarini Portugal

4/10/09 – Domingo 13.00 h

EVENTO PARA CONGRESSISTAS

Divulgação dos Trabalhos Premiados Almoço (inscrição necessária)

1/10/09 a 3/10/09

ALMOÇOS DE TRABALHO

Apoio: Novartis

Agradecimentos

A Organização da XXX Reunião Anual da SPAIC e a Direc-ção da SPAIC agradecem aos Principais Patrocinadores

ALMIRALLASTRAZENECABIALBIOPORTUGAL / ALK-ABELLÓGLAXOSMITHKLINEMENARINI PORTUGAL MERCK SHARP & DOHMENOVARTISPHADIASCHERING-PLOUGHSIEMENS HEALTHCARE DIAGNOSTICS STALLERGÈNES-IPI / STALLPHARMA UCB PHARMALABORATÓRIOS VITÓRIA

e ainda a presença na exposição técnica / apoio de

DAIICHI-SANKYOHAL-ALLERGYLETILOFARMAMEDINFARMERCK SERONOOM PHARMAPIERRE-FABRE DERMO-COSMÉTIQUETECNIFARZELER FARMACÊUTICA

XXX REUNIÃO ANUAL DA SPAIC / PROGRAMA SOCIAL / AGRADECIMENTOS

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XXX REUNIÃO ANUAL DA SPAIC / RESUMOS DAS COMUNICAÇÕES LIVRES E DOS POSTERS

Resumos das Comunicações Livres e dos Posters

COMUNICAÇÕES LIVRES

1.ª SESSÃO DE COMUNICAÇÕES LIVRES

Dia: 1 de Outubro 2009Horas: 08.45 – 10.30 horasLocal: Sala 1

Moderadores: António Vinhas de Sousa / Maria Conceição Santos

C1 – Frequência de células Th17 e Tc17 circulantes na urti-cária crónicaCelso Pereira1,2, Daniel Machado1,2, Susana Pedreiro3, Ana Henriques3, Catarina Santos3,4, Mariana Magalhães3,5, Graça Loureiro1,2, Beatriz Tavares1,2, Gisela Calado1,2, Celso Chieira1, Manuel Fontes Baganha2, Maria Luísa Pais3, Artur Paiva3

1Serviço de Imunoalergologia, Hospitais da Universidade de Coimbra; 2Centro Pneumologia Universidade Coimbra; 3Centro de Histocom-patibilidade do Centro, Coimbra; 4Instituto Piaget de Macedo de Cavaleiros; 5Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra

C2 – Marcadores genéticos na urticária crónicaDaniel Machado1,2, Celso Pereira1,2, António Martinho3, Graça Lou-reiro1,2, Beatriz Tavares1,2, Paulo Santos3, Rodrigo Nunes3, Olívia Si-mões3, João Mendes3, Gisela Calado1,2, Celso Chieira1, Manuel Fontes Baganha2, Maria Luísa Pais3

1Serviço de Imunoalergologia, Hospitais da Universidade de Coimbra; 2Centro Pneumologia Universidade Coimbra; 3Centro de Histocom-patibilidade do Centro, Coimbra

C3 – Polimorfi smo da região promotora de citocinas e ex-pressão de HLA (ABDR) na alergia respiratória a Dermato-phagoides pteronyssinusDaniel Machado1,2, Celso Pereira1,2, António Martinho3, Graça Lou-reiro1,2, Beatriz Tavares1,2, Paulo Santos3, Rodrigo Nunes3, Olívia Si-mões3, João Mendes3, Gisela Calado1,2, Celso Chieira1, Manuel Fontes Baganha2, Maria Luísa Pais3

1Serviço de Imunoalergologia, Hospitais da Universidade de Coimbra; 2Centro Pneumologia Universidade Coimbra; 3Centro de Histocom-patibilidade do Centro, Coimbra

C4 – Caracterização clínico -laboratorial de doentes com urticária crónica autoimuneAna Célia Costa1, Alcinda Melo2, Maria Conceição Santos2, Antero Palma -Carlos3, Manuel Pereira Barbosa1

1Serviço de Imunoalergologia, CHLN -Hospital de Santa Maria, Lisboa; 2Unidade de Imunologia Clínica, Instituto de Medicina Molecular/Faculdade de Medicina de Lisboa; 3Centro de Alergologia e Imuno-logia Clínica (CAIC), Lisboa

C5 – Teste de Transformação Linfoblástica: análise compa-rativa dos métodos de incorporação de 3H -Timidina e mar-cação com CFSERegina Viseu1, Sara Correia1, M. João Peres1, Elza Tomaz1, Ana Mafalda Fonseca2, Filipe Inácio1

1Serviço de Imunoalergologia, Hospital São Bernardo, Centro Hos-pitalar de Setúbal; 2Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade da Beira Interior, Covilhã

C6 – Reacção imediata a anestésicos locais: contribuição diagnóstica dos métodos in vitroMaria Isabel Mascarenhas1, Alcinda Melo2, Susana Lopes da Silva1, Ana Mendes1, Elisa Pedro1, Manuel Pereira Barbosa1, M. Conceição Perei-ra Santos2

1Serviço de Imunoalergologia, Hospital de Santa Maria, Centro Hos-pitalar Lisboa Norte; 2Unidade de Imunologia Clínica, Instituto de Medicina Molecular/ Faculdade de Medicina de Lisboa

C7 – O pólen como bio -indicador das alterações ambientais. É possível prever o risco alérgico?Cristiana Pimenta de França1, Margarida Fernandes2, Irene Câmara2

1Centro de Competências das Ciências da Vida, Universidade da Madeira; 2Centro de Estudos da Macaronésia, Universidade da Ma-deira, Funchal

C8 – Avaliação do risco de cancro gástrico na imunodefi ci-ência comum variável – Revisão da literatura, estudo dum cohort e proposta de um protocolo de vigilânciaSara Pereira da Silva1, Fatima Dhalla2, Mary Lucas2, Simon Travis3,

Helen Chapel21Serviço de Imunoalergologia, Hospital de Santa Maria, Centro Hos-pitalar Lisboa Norte; 2Department of Clinical Immunology, Nuffi eld Department of Medicine, University of Oxford and Oxford Radcliffl e Hospitals, Oxford, Reino Unido; 3Department of Gastroenterology, John Radcliffe Hospital, Oxford, Reino Unido

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XXX REUNIÃO ANUAL DA SPAIC / RESUMOS DAS COMUNICAÇÕES LIVRES E DOS POSTERS

C1 – Frequência de células Th17 e Tc17 circulantes na urti-cária crónicaCelso Pereira1,2, Daniel Machado1,2, Susana Pedreiro3, Ana Henriques3, Catarina Santos3,4, Mariana Magalhães3,5, Graça Loureiro1,2, Beatriz Tavares1,2, Gisela Calado1,2, Celso Chieira1, Manuel Fontes Baganha2, Maria Luísa Pais3, Artur Paiva3

1Serviço de Imunoalergologia, Hospitais da Universidade de Coimbra; 2Centro Pneumologia Universidade Coimbra; 3Centro de Histocom-patibilidade do Centro, Coimbra; 4Instituto Piaget de Macedo de Cavaleiros; 5Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra

Introdução: As células Th17 e Tc17 são um subtipo de linfócitos T, distintos das células Th1/Tc1 e Th2/Tc2. Esta população tem enorme capacidade de produção de citocinas proinfl amatórias com aparente potencial na protecção infecciosa a agentes extracelulares, na pato-génese de doença autoimune e na doença alérgica.Objectivo: Quantifi car estas células circulantes, bem como a ex-pressão funcional citocínica em diferentes fenótipos celulares T em doentes com urticária crónica (UC).Métodos: Foram seleccionados 17 doentes (12 feminino, média idades 46,5±9,3 anos e evolução doença 8,1±7,8 anos) com os cri-térios de UC em seguimento na consulta e prévia caracterização clínico -laboratorial, 9 das quais autoimunes (UCAI), com teste soro autólogo positivo. Procedeu -se a estudo da frequência de células Th17 e Tc17 circulantes por citometria de fl uxo. Nestas procedeu -se a avaliação funcional pela produção de TNF -α, IFNγ ou IL -2, nome-adamente a quantidade de citocina produzida por célula, após acti-vação com PMA e Ionomicina, na presença de Brefeldina A, durante 4 horas. Os resultados foram comparados com um grupo de 13 indivíduos saudáveis (C), expressos em percentagem face ao núme-ro total. Na UC a autoimunidade foi objecto de ponderação.Resultados: Nos 3 grupos a frequência de células TCD4/Th17+ foi idêntica, mas com menor frequência da função de IFNγ ou TNFα (p<0,0001 e 0,011) ou da quantidade de TNFα por célula (p=0,044), nos dois tipos de doentes com UC. Relativamente às células TCD8 observou -se um aumento das células Tc17 em UC quando compa-rado com o grupo controlo (p=0,006), embora a quantidade desta citocina por célula se encontre diminuída (p=0,018). Nestas, a fre-quência de células Tc17 a produzir IFNγ, TNFα e IL -2 foi mais redu-zida na UC (p=0,003, 0,001 e 0,008), e de forma mais relevante na UCAI para IL -2 (p=0,036). Na UCAI a produção celular de IL -2 (p=0,025) e TNF -α (p<0,0001) foi maior na UCAI comparativamen-te aos doentes com UC sem autoimunidade.Conclusão: Apesar de o número de células Th17 ser igual nos 3 grupos em estudo, estas parecem ser funcionalmente diferentes, com menor tendência para a produção de citocinas do tipo Th1. Relativamente às Tc17, apesar do aumento encontrado na UC, estas apresentam igualmente uma diminuição na produção das mesmas citocinas. Porém, nos doentes com UCAI foi encontrada uma maior quantidade de IL -2 por célula, que pode representar o paradigma de maior severidade clínica e de maior difi culdade no controlo terapêutico.

C2 – Marcadores genéticos na urticária crónicaDaniel Machado1,2, Celso Pereira1,2, António Martinho3, Graça Lou-reiro1,2, Beatriz Tavares1,2, Paulo Santos3, Rodrigo Nunes3, Olívia Si-mões3, João Mendes3, Gisela Calado1,2, Celso Chieira1, Manuel Fontes Baganha2, Maria Luísa Pais3

1Serviço de Imunoalergologia, Hospitais da Universidade de Coimbra; 2Centro Pneumologia Universidade Coimbra; 3Centro de Histocom-patibilidade do Centro, Coimbra

Introdução: Na urticária crónica (UC) a participação celular tem sido paulatinamente reconhecida, mas não estão reconhecidos de-terminismos genéticos.Objectivos: Avaliar a infl uência dos haplótipos de HLA e a associa-ção do polimorfi smo genético de uma série de citocinas na UC.Métodos: Numa população de 15 doentes (10 feminino, média de idades 45,7±8,8 anos e evolução doença de 6,5±5,9 anos) com critérios clínicos de UC e com prévia caracterização clínico--laboratorial, foram colhidas amostras de sangue, após consentimen-to informado, para tipagem HLA classe I (locus A e B) e classe II (locus DR) e determinação do polimorfi smo (SNP’s) da região pro-motora das citocinas IL -1 (α,β,R,RA), IL -2, IL -4, IL -6, IL -10, IL -12, IFN -γ, TGF -β e TNF -α. Os resultados da tipagem HLA e os SNP’s de citocinas foram comparados com um grupo de 174 indivíduos saudáveis da população.Resultados: Foi observada uma maior frequência genotípica no locus A para A*26 (NS) e A*68 (p=0,048), em contraponto com A*01 (NS) que apresentou uma menor frequência em relação ao grupo controlo. Em relação ao locus B, o alelo B*51 (p=0,123) foi o mais frequente; salienta -se um aumento da frequência de B*38 face aos controlos (p=0,047). Quanto à classe II, os alelos DRB1*04, DRB1*07 e DRB1*15 foram mais frequentes, face ao grupo controlo, mas sem signifi cado estatístico. O haplotipo mais frequente foi o A*01 B*08 DRB1*03, tal como no grupo controlo; contudo o 2.º mais frequen-te foi o A*02 B*51 DRB1*11, correspondente ao 5.º mais frequente dos controlos (4,7% vs 1,4%, p 0,106). Foi encontrada uma maior frequência fenotípica para os seguintes SNP’s de citocinas: IL10--592CC (p=0,021), IL10 -819CC (p=0,021), TNFα -308GG (p=0,018), IL1a -889CC (p=0,043), TGFβ+869CT (p<0,0001), TGFβ+915CG (p=0,001) e IL2+166TT e GT (p=0,014 e 0,020). Por outro lado, encontraram -se frequências inferiores ao controlo para IFNγ+874TT (p=0,001), TGFβ+915GG (p=0,023), IL2 -166GG (p<0,0001). Salienta--se a inexistência de indivíduos heterozigóticos para TNFα -238AG (p<0,0001) e homozigóticos para TNFα -308AA (p<0,0001), TGFβ+869TT e +915CC (p<0,0001 e 0,030), IL2 -330TT (p=0,002) e IL4 -1098TT e -33TT (p=<0,0001 e 0,014).Discussão: As diferenças haplotípicas e no polimorfi smo de pro-motores de citocinas encontradas, sugerem um contributo imuno-genético na patogénese da UC. Foram identifi cadas variações signi-ficativas em citocinas de resposta Th1 e Th2, explicando a complexidade imunológica e clínica desta síndrome.

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XXX REUNIÃO ANUAL DA SPAIC / RESUMOS DAS COMUNICAÇÕES LIVRES E DOS POSTERS

C3 – Polimorfi smo da região promotora de citocinas e ex-pressão de HLA (ABDR) na alergia respiratória a Dermato-phagoides pteronyssinusDaniel Machado1,2, Celso Pereira1,2, António Martinho3, Graça Lou-reiro1,2, Beatriz Tavares1,2, Paulo Santos3, Rodrigo Nunes3, Olívia Si-mões3, João Mendes3, Gisela Calado1,2, Celso Chieira1, Manuel Fontes Baganha2, Maria Luísa Pais3

1Serviço de Imunoalergologia, Hospitais da Universidade de Coimbra; 2Centro Pneumologia Universidade Coimbra; 3Centro de Histocom-patibilidade do Centro, Coimbra

Introdução: A alergia expressa uma interacção complexa entre factores ambientais e predisposição genética.Objectivos: Avaliar a infl uência dos haplótipos de HLA e a associa-ção do polimorfi smo genético de algumas citocinas envolvidas na doença alérgica.Métodos: Numa população de 85 doentes (55 femininos) com aler-gia respiratória (rinite=36; rinite e asma=49), com média de idades 30,09±9,22 anos, sensibilizados a Dermatophagoides pteronyssinus (Dpt), após consentimento informado, foram colhidas amostras de sangue para tipagem genética de HLA classe I (locus A e B) e classe II (locus DR) e determinação do polimorfi smo (SNP’s) da região promotora das citocinas IL -1 (α,β,R,RA), IL -2, IL -4, IL -6, IL -10, IL -12, IFN -γ, TGF -β e TNF -α. Os resultados da tipagem HLA e os SNP’s de citocinas foram comparados com um grupo de 174 indivíduos sau-dáveis da população.Resultados: Foi observada uma maior frequência genotípica para os alelos A*01 e A*68 no grupo alérgico, em contraponto com A*02 que apresentou uma menor frequência em relação ao grupo contro-lo. Em relação ao locus B, o alelo B*51 foi o mais frequente, enquan-to que B*35 se encontra diminuído na população alérgica. Quanto à classe II, os alelos DRB1*03 e DRB1*11 são foram mais frequentes na população alérgica, face ao grupo controlo, enquanto que com DRB1*04 e DRB1*13 se verifi ca o oposto. O haplotipo mais frequen-te foi o A*01 B*08 DRB1*03, tal como no grupo controlo; contudo o 2.º mais frequente foi o A*02 B*51 DRB1*11, correspondente ao 5.º mais frequente dos controlos (5,8% vs 1,4%, p 0,059).Foi encontrada uma maior frequência fenotípica para os seguintes SNP’s de citocinas: TNFα -238GG (p<0,0001), TGFβ+869CT (p<0,0001) e IL4 -1098TT (p=0,003). Por outro lado, encontraram -se frequências inferiores ao controlo para TNFα -238AG (p<0,0001), TGFβ+915CC (p=0,024) e IL4 -1098GG (p=0,005). Salienta -se a ine-xistência de indivíduos homozigóticos para TGFβ+869TT (p<0,0001) na população alérgica, enquanto que no mesmo promotor se verifi -cou um aumento da heterozigotia (p=0,004).Discussão: As diferenças encontradas na tipagem HLA entre os indivíduos alérgicos e os saudáveis podem corroborar a infl uência da genética no desenvolvimento da alergia respiratória a Dpt. Nesta população homogénea de doentes foram encontradas alterações dos genes de citocinas com participação proeminente na resposta IgE. Esta constelação genética parece, pois, ser determinante na pre-disposição para a alergia.

C4 – Caracterização clínico -laboratorial de doentes com urticária crónica autoimuneAna Célia Costa1, Alcinda Melo2, Maria Conceição Santos2, Antero Palma -Carlos3, Manuel Pereira Barbosa1

1Serviço de Imunoalergologia, CHLN -Hospital de Santa Maria, Lisboa; 2Unidade de Imunologia Clínica, Instituto de Medicina Molecular/Faculdade de Medicina de Lisboa; 3Centro de Alergologia e Imuno-logia Clínica (CAIC), Lisboa

Introdução: A urticária crónica autoimune (UCAI) tende a ser mais grave, de maior duração e mais resistente à terapêutica convencional com anti -histamínicos, do que a UCI, condicionando uma maior mor-bilidade e elevados custos de saúde, sendo importante o seu diag-nóstico.Objectivos: Caracterizar clinica e laborarialmente uma população com UCI; identifi car outros parâmetros clinicos e/ou laboratoriais que possam contribuir para o diagnóstico precoce de doentes (dts) com UCAI, diagnosticada pelos testes do soro autólogo (TSA) e de activação dos basófi los (TAB).Métodos: Foram incluídos aleatoriamente 48 dts (38F,10M; média de idades -44±14,9) com UCI, submetidos a exaustiva investigação etiológica e 30 controlos, sem manifestação prévia de urticária – 10 saudáveis, 10 atópicos e 10 com doença autoimune. O soro dos dts com UCI e dos controlos foi utilizado na realização do TSA e do TAB. Efectuou -se avaliação clínica e laboratorial transversal dos dts com UCI, assim como ecografi a tiroideia e citologia aspirativa da tiroide na presença de anticorpos anti -tiroideus (ac anti -T). Estes últimos foram, também, pesquisados na população controlo.Resultados: Os dts com UCI apresentavam: 50% angioedema asso-ciado, com duração (anos) e a gravidade (score) médias da UC de 5,9±5,8 e 3,3±1,3 respectivamente; 42% basopenia, 42%, ac antinu-cleares ANA e 29% ac anti -T, dos quais 14% tinham hipotiroidismo e 14% evidência histológica de Tiroidite de Hashimoto (TH). Observou -se uma correlação signifi cativa entre duração e gravidade da UCI. A presença de basopenia estava associada a uma maior gra-vidade (p<0,001) e duração (p=0,02) da UCI. 28 (58%) dts com UCI tinham TSA+ e 31 (65%) TAB+. Os dts com TSA+ tinham uma UC de duração superior aos com TSA - (p=0,02). Os dts com TSA+/TAB+ apresentavam uma urticária mais grave (p<0,001). Observou -se uma correlação signifi cativa entre TSA+ e presença de basopenia (p=0,009) e ANA(p=0,04). A prevalência de ac anti -T foi semelhante nos dts com TSA+/TAB+ versus TSA -/TAB -. TH e hipotiroidismo foram de-tectados, apenas em dts com TSA+/TAB+. Não foram identifi cados ac anti -T nos controlos.Conclusões: Nesta população, a presença de urticária mais grave e basopenia estava associada a uma maior duração da UCI. Os doen-tes com UCAI apresentavam uma urticária mais grave e de maior duração. A presença de basopenia, autoanticorpos do tipo ANA, as-sim como de TH histológica e hipotiroidismo (e não apenas a simples presença de ac anti -T) parece estar associada com a UCAI.

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C5 – Teste de Transformação Linfoblástica: análise compa-rativa dos métodos de incorporação de 3H -Timidina e mar-cação com CFSERegina Viseu1, Sara Correia1, M. João Peres1, Elza Tomaz1, Ana Mafalda Fonseca2, Filipe Inácio1

1Serviço de Imunoalergologia, Hospital São Bernardo, Centro Hos-pitalar de Setúbal; 2Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade da Beira Interior, Covilhã

Introdução: A resposta imunitária mediada por linfócitos inclui uma fase de proliferação induzida por sinais específi cos. A avaliação dos níveis de proliferação (ou blastogénese) tem sido amplamente apli-cada na imunologia clínica. A análise da proliferação linfocitária por citometria de fl uxo com base no corante vital CFSE, que diminui para metade a sua intensidade de fl uorescência após divisão celular, tem sido amplamente utilizado por ser fácil de utilizar, seguro e permitir uma alta resolução.Objectivo: Comparar o Teste de Transformação Linfoblástica (TTL) pelo método clássico de incorporação de 3H -Timidina com o TTL baseado na marcação com CFSE, usando um estímulo mitogénico e antigénico. Fenotipar e determinar o número de gerações da popu-lação de células respondedoras marcadas com CFSE.Material e métodos: Foram efectuados 33 TTL por marcação com CFSE e por incorporação 3H -Timidina, em indivíduos sem história de imunodefi ciência, para avaliar a proliferação linfocitária utilizando como estímulos mitogénico e antigénico fi tohemaglutinina e Candida albicans, respectivamente. Os índices de estimulação no TTL por marcação com CFSE basearam -se nas subpopulações linfocitárias defi nidas pela expressão de CD3 e CD4 na membrana celular, na complexidade celular e na intensidade de fl uorescência da marcação com CFSE. A análise por citometria de fl uxo foi efectuada aplicando o software CellQuest (BD) e ModFit LT (Verity Software House). O estudo estatístico foi efectuado pela determinação do coefi ciente de correlação de Spearman.Resultados: Não se encontrou correlação entre os dois métodos. O método de TTL por marcação com CFSE permitiu discriminar uma proliferação positiva em todos os indivíduos nos dois estímulos, mas os valores médios dos índices de estimulação foram inferiores ao método de TTL clássico.Conclusão: O TTL por marcação com CFSE é útil nos estudos de proliferação sendo mais informativo que o TTL clássico. Permite determinar o fenotipo, o número de gerações das células que se dividem e o número de células em cada geração. Para o futuro será necessário estudar um grupo controlo e grupos clinicamente distin-tos, para estabelecer um valor cut -off dos índices de estimulação em resposta a um estímulo antigénico.

C6 – Reacção imediata a anestésicos locais: contribuição diagnóstica dos métodos in vitroMaria Isabel Mascarenhas1, Alcinda Melo2, Susana Lopes da Silva1, Ana Mendes1, Elisa Pedro1, Manuel Pereira Barbosa1, M. Conceição Perei-ra Santos2

1Serviço de Imunoalergologia, Hospital de Santa Maria, Centro Hos-pitalar Lisboa Norte; 2Unidade de Imunologia Clínica, Instituto de Medicina Molecular/ Faculdade de Medicina de Lisboa

Introdução: As reacções adversas aos anestésicos locais (AL) são raras, e <1% são reacções de hipersensibilidade (RH). A prova de provocação é o “gold standard” do diagnóstico das RH imediatas (RHI), na ausência de métodos in vitro validados.Objectivo: Avaliação do contributo de 2 métodos de estimulação celular: teste de activação de basófi los (TAB) com avaliação por ci-tometria de fl uxo e quantifi cação de leucotrienos (CAST) no diag-nóstico de RHI aos AL.Material e Métodos: Incluiram -se 10 doentes (2M/8F; idade média 42,4 anos) com história de RHI aos AL, submetidos a PP com lido-caina (L), procaina (P) e/ou mepivacaina (M) e 6 controlos (1M/5F, idade média 32 anos). No TAB foram usadas duplas marcações IgE -PE/CD63 -FITC (Basotest®, ORPEGEN Pharma, Germany) e IgE -FITC/CD203c -PE, após estimulação com P 20mg/ml, L 20mg/ml, M 26,13mg/ml nas diluições 1/10, 1/40, 1/160. Os valores de referência destes métodos para os AL não estão estabelecidos, tendo sido defi nidos a partir do grupo controlo e expressos para o TAB em % activação (%A; IgE/CD63) e índice de estimulação da intensidade média de fl uorescência (IEM; IgE/CD203c). O CAST (Bühlmann®, Switzerland) foi efectuado com as mesmas diluições dos AL e com o alergénio comercial da L (50μg/ml) e os resultados expressos em pg/ml.Resultados: Realizaram -se 22 PP com AL (7P; 8L; 7M); sendo 10 positivas e 12 negativas. A partir da avaliação da população controlo estabelecemos limiares de positividade para %A, IEM e CAST para P: 5,8; 1,21; 24pg/ml; L: 4,35; 1,38; 14pg/ml; M: 2,66; 1,29; 33pg/ml. Encontrou -se melhor concordância entre as PP positivas (10) e CAST (6 CAST positivos/ 2 TAB positivos). Em relação às PP nega-tivas (12) verifi cou -se pelo contrário melhor concordância com o TAB (12 TAB negativos/ 4 CAST negativos). Esta tendência manteve--se quando a avaliação foi feita para as PP diagnósticas (7) e para os AL individualmente. Os TAB positivos correspondem a 2 doentes com PP+ realizadas menos de 1 ano antes da avaliação laboratorial. O TAB IgE/CD203c foi negativo em todos os doentes, utilizando o limiar de positividade encontrado.Discussão e Conclusões: Os resultados sugerem que CAST e TAB parecem ter limitações como métodos de diagnóstico das RHI aos AL, mantendo -se a PP como “gold standard”. A baixa sensibilidade observada (sobretudo com IgE/CD203c) poderá dever -se não só ao tamanho da amostra, mas também ao tempo decorrido entre as PP e a avaliação laboratorial, que, nalguns doentes, foi superior a 5 anos.

XXX REUNIÃO ANUAL DA SPAIC / RESUMOS DAS COMUNICAÇÕES LIVRES E DOS POSTERS

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C7 – O pólen como bio -indicador das alterações ambientais. É possível prever o risco alérgico?Cristiana Pimenta de França1, Margarida Fernandes2, Irene Câmara2

1Centro de Competências das Ciências da Vida, Universidade da Madeira; 2Centro de Estudos da Macaronésia, Universidade da Ma-deira, Funchal

Fundamento: As alterações ambientais e a poluição actuam sobre a vegetação infl uenciando a sua alergencidade O “timing” do início e pico de abundância de determinados tipos polínicos pode constituir um bio -indicador dessas alterações. Estudos fenológicos têm de-monstrado eventos de polinização precoce na Primavera como con-sequência do aumento da temperatura. Outros estudos têm demons-trado ainda, a concordância ou o desfazamento das épocas de fl oração, com as concentrações polínicas na atmosfera, e inclusive, com a ocorrência dos picos de actividade alergénica. Neste sentido, a monitorização aerobiológica permite revelar os primeiros sinais da resposta da vegetação às alterações climáticas o que servirá para melhorar a previsão sobre o risco alérgico devido aos pólenes.Objectivo: Com este trabalho pretendeu -se determinar o período de ocorrência dos dois tipos polínicos mais frequentes na Região da Madeira (Poaceae e Urticaceae) e inferir o papel da temperatura entre Março de 2004 e Março de 2009.Métodos: A recolha de amostras de ar foi realizada com um poli-nómetro volumétrico, tipo Hirst (Burkard). A correlação entre a concentração de pólenes e as variáveis temperatura e precipitação foi analisada através do teste de Spearman.Resultados: Os pólenes de Poaceae e Urticaceae representam uma importante parcela de aeroalergénios da atmosfera do Funchal. A sua polinização coincide com o aumento da temperatura média anu-al, verifi cada entre Abril e Julho. De modo geral, a polinização das Urticaceae é desfasada em cerca de 1 a 2 meses das Poaceae, neces-sitando esta última, de um maior input de temperatura para fl orescer. Foi constatado um alargamento do período de polinização com ten-dência ao prolongamento do período de polinização, e não à ante-cedência deste. Verifi cou -se um potencial efeito de junção dos fac-tores climáticos temperatura e precipitação que condicionam a quantidade de grãos de pólen na atmosfera.Conclusões: Factores como a temperatura e a morfologia aerodi-nâmica dos tipos polínicos considerados, poderão constituir um risco acrescido para o doente com patologia alérgica. O prossegui-mento deste estudo permitirá delimitar ou redefi nir os actuais pe-ríodos de polinização das Poaceae e Urticaceae, ambas potenciais bio -indicadores face às alterações ambientais. Constituirá uma mais valia divulgar os intervalos redefi nidos de polinização dos tipos po-línicos mais prevalentes na atmosfera do País, juntamente com as previsões polínicas semanais.

C8 – Avaliação do risco de cancro gástrico na imunodefi ci-ência comum variável -Revisão da literatura, estudo dum cohort e proposta de um protocolo de vigilânciaSara Pereira da Silva1, Fatima Dhalla2, Mary Lucas2, Simon Travis3,

Helen Chapel21Serviço de Imunoalergologia, Hospital de Santa Maria, Centro Hos-pitalar Lisboa Norte; 2Department of Clinical Immunology, Nuffi eld Department of Medicine, University of Oxford and Oxford Radcliffl e Hospitals, Oxford, Reino Unido; 3Department of Gastroenterology, John Radcliffe Hospital, Oxford, Reino Unido

Introdução: A imunodefi ciência comum variável (IDCV) constitui um grupo heterogéneo de doenças, caracterizadas por défi ce primá-rio de anticorpos e aumento de susceptibilidade a infecções. Verifi ca--se ainda um risco acrescido de desenvolvimento de neoplasias.Objectivo: Revisão da literatura sobre carcinoma gástrico na IDCV e na população em geral; análise de um cohort de IDCV relativamen-te a patologia gástrica e diferentes factores de risco; proposta de protocolo de vigilância na IDCV.Métodos: Pesquisa bibliográfi ca na PubMed. Doze doentes com patologia gástrica documentada por biopsia foram seleccionados num cohort de 116 doentes com IDCV (Departamento de Imuno-logia do Hospital John Radcliffe, Oxford). Revisão dos processos relativamente à idade de diagnóstico de IDCV e de patologia gástri-ca, alterações observadas na biopsia gástrica incluindo infecção por Helicobacter pylori, défi ce de vitamina (vit) B12 e hábitos tabágicos.Resultados: Dados da literatura: aumento do risco de cancro gástri-co na IDCV, na anemia perniciosa e na infecção por H. pylori, relativa-mente à população em geral. Gastrite atrófi ca, hipocloridria e alteração nos metabolitos produzidos pela fl ora bacteriana parecem estar rela-cionados com maior frequência de cancro gástrico na IDCV. Resulta-dos do estudo dos doentes com IDCV e patologia gástrica: Tabela (Legenda: +: presente; –: ausente; ND: não descrito; NT: não testado)

Doente Idade IDCVIdade

patologia gástrica

Biopsia gástrica Défi ce de

vit B12H. pylori

Hábitos tabágicosGastrite

atrófi caGastrite crónica

Outros achados

1 34 47 Difusa + + – –

2 44 77 Antral –Metaplasia intestinal

+ – –

3 69 75 ND ND Adenocarcinoma + NT –4 18 43 Difusa + + + –5 31 33 Difusa – – + –

6 32 41 Difusa +Metaplasia intestinal

– NT –

7 66 67 Difusa + – – –

8 32 42 Difusa +Displasia marcada

– + –

9 58 59 Antral – – – +10 44 68 Antral + – NT –11 45 52 Antral + Úlceras – + –12 38 56 – + – NT +

Protocolo de vigilância de doentes com IDCV: pesquisa regular de sintomas dispépticos, determinação anual de vit B12 e teste respi-ratório para H. pylori no momento de diagnóstico/primeira avaliação. A endoscopia digestiva alta deverá ser realizada se qualquer destas avaliações apresentar alterações e repetida eventualmente em tem-pos específi cos.

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Conclusão: Uma abordagem sistematizada pode permitir detecção precoce de alterações que favoreçam a ocorrência de cancro gás-trico; a aplicação de um protocolo de vigilância uniforme e a análise prospectiva de um grupo maior de doentes poderá permitir a con-fi rmação de factores implicados no maior risco desta patologia na IDCV.

2.ª SESSÃO DE COMUNICAÇÕES LIVRES

Dia: 1 de Outubro 2009Horas: 08.45 – 10.30 horasLocal: Sala 2

Moderadores: Elisa Pedro / Rodrigo Rodrigues Alves

C9 – Casos de anafi laxia da Consulta de Alergia a Fármacos durante 1 anoEmília Faria, Eugénia Almeida, Luísa Geraldes, Nuno Sousa, Alexandra Santos, Daniel Machado, Celso ChieiraServiço de Imunoalergologia, Hospitais da Universidade de Coimbra

C10 – Anafi laxia peri -operatória: do evento ao diagnóstico fi nalEunice Castro, Carmen Botelho, Teresa Vieira, Ana Leblanc, Rui Silva, Ana Reis Ferreira, M. Graça Castel -Branco, Josefi na R. CernadasServiço de Imunoalergologia, Hospital de São João, Porto

C11 – Anafi laxia induzida por fármacos – experiência de um centro de referênciaCarmen Botelho, Ana Leblanc, Rui Silva, Ana Reis Ferreira, Eunice Castro, Josefi na R. CernadasServiço de Imunoalergologia, Hospital de São João, Porto

C12 – Reacções de hipersensibilidade imediatas e não ime-diatas a betalactâmicos: IgE e não IgE mediadas?Sofi a Campina Costa, Marta Neto, Margarida Trindade, Manuel Bar-bosaUnidade de Imunoalergologia do Hospital Pulido Valente, Serviço de Imunoalergologia do Centro Hospitalar Lisboa Norte

C13 – Reacções de hipersensibilidade a antibióticos não β -lactâmicos – 9 anos de experiênciaAna Leblanc, Ana Ferreira, Rui Silva, Carmen Botelho, Eunice Castro, Josefi na R. CernadasServiço de Imunoalergologia, Hospital de S. João, Porto

C14 – Hipersensibilidade a corticóides sistémicos na idade pediátrica – 20 anos de experiênciaNuno Sousa1,2, Cristina Santa Marta1, Mário Morais de Almeida1

1Unidade de Imunoalergologia, Hospital CUF -Descobertas, Lisboa; 2Serviço de Imunoalergologia, Hospitais da Universidade de Coim-bra

C15 – Reações de hipersensibilidade a fármacos: avaliação epidemiológica de pacientes ambulatoriais do Serviço de Alergia e Imunologia HSPE – São PauloAdriana Teixeira Rodrigues, Veridiana Aun Rufi no Pereira, Wilson Tartuce Aun, João Ferreira de Mello, Luciana Kase TannoHospital do Servidor Público Estadual de São Paulo, Brasil

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C16 – Reacções de hipersensibilidade aos meios de contras-te – da história à confi rmação do diagnósticoJosefi na R. Cernadas, Carmen Botelho, Ana Leblanc, Eunice Castro, Susana Cadinha, M. Graça Castel -BrancoServiço de Imunoalergologia, Hospital de S.João, Porto

C9 – Casos de anafi laxia da Consulta de Alergia a Fármacos durante 1 anoEmília Faria, Eugénia Almeida, Luísa Geraldes, Nuno Sousa, Alexandra Santos, Daniel Machado, Celso ChieiraServiço de Imunoalergologia, Hospitais da Universidade de Coimbra

Introdução: As reacções a fármacos constituem actualmente uma das principais causas de referência à consulta de Imunoalergologia. A reacção sistémica imediata grave impõe uma conduta diagnostica e orientação terapêutica particulares.Objectivos: Caracterizar os casos de anafi laxia na Consulta de Alergia a Fármacos (CAF) e conhecer as particularidades do diag-nóstico nos diferentes grupos farmacológicos.Métodos: Foi efectuado o estudo retrospectivo dos processos clí-nicos dos doentes com suspeita de anafi laxia a fármacos observados na CAF dos HUC de Junho de 2008 a Junho de 2009. A investigação incluiu a análise dos registos clínicos, com especial atenção ao regis-to da reacção adversa, fármacos envolvidos, terapêutica efectuada. A metodologia aplicada no diagnóstico dos diferentes grupos de fár-macos seguiu as recomendações propostas pelo ENDA/EAACI.Resultados: Neste período foram observados 232 doentes, 81 com suspeita de reacções de hipersensibilidade (HS) a analgésicos e/ou anti -infl amatórios não esteroídes (AINE), 66 a antibióticos, 24 a agen-tes utilizados no período peri -operatório (PO), 13 a anestésicos locais, 27 a outros fármacos e 21 com suspeita de SAMF. Dos 232 doentes, 33 (14,2%) apresentavam clínica de anafi laxia, (22F/11M), com média de idade de 47,8±14,6 anos e 15 atópicos. A anafi laxia foi reportada em 12 doentes com HS aos antibióticos, em 9 aos AINE, em 10 a agentes administrados no PO (4 a anestésicos gerais, 2 ao látex, 2 a antibióticos e 1 a metilprednisolona), 1 ao lansoprazol e 1 a gelatina (Haemacell®). Vinte cinco doentes apresentaram ma-nifestações cutâneas associadas a: sintomas respiratórios em 14 casos, a cardiovasculares em 4 casos, a gastrointestinais em 2 casos e em 5 casos respiratórias e cardiovasculares. As manifestações res-piratórias e/ou cardiovasculares apresentaram -se isoladamente como manifestação de anafi laxia nos 8 casos restantes. Os TC con-fi rmaram a HS a antibióticos em 8 casos e a prova de provocação oral (PPO) em 1 caso. Nos doentes com reacção PO os TC confi r-maram a sensibilização a pelo menos um fármaco. No grupo dos AINE as PPO permitiram encontrar pelo menos um AINE alterna-tivo em todos os doentes.Conclusões: A anafi laxia a fármacos é uma patologia relativamente comum nesta consulta diferenciada, sobreponível ao observado nou-tras séries. Neste doentes a investigação diagnostica efectuada mostrou -se um procedimento seguro mas moroso, pois em 42% dos casos foi necessário o estudo a diferentes grupos farmacológicos.

C10 – Anafi laxia peri -operatória: do evento ao diagnóstico fi nalEunice Castro, Carmen Botelho, Teresa Vieira, Ana Leblanc, Rui Silva, Ana R. Ferreira, M. Graça Castel -Branco, Josefi na R. CernadasServiço de Imunoalergologia, Hospital de São João, Porto

Introdução: A anafi laxia peri -operatória (AP) é uma complicação rara mas ameaçadora da vida, podendo ser desencadeada por múl-tiplos agentes.Objectivos: Avaliação dos procedimentos diagnósticos e resultados relativos ao estudo de doentes com AP.Métodos: Análise retrospectiva dos registos clínicos dos doentes referenciados ao Serviço de Imunoalergologia – Área de Alergia a Fármacos, com AP, de 2001 a Abril de 2009. Avaliou -se história clíni-ca, testes cutâneos (TC) (Segundo recomendações da SFAR) e aná-lises in vitro.Resultados: Análise de 26 casos (73% �), idade média 40.6 (19 -65 anos). Quatro doentes (15%) referiram hipersensibilidade prévia a fármacos não relacionados com anestesia. Catorze doentes (54%) foram submetidos previamente a anestesia local e/ ou geral, mas apenas 1 referiu reacção prévia. Os sintomas ocorreram durante o período de indução (PI) em 9 (35%) doentes, manutenção (PM) em 7 (27%) e recobro (PR) em 9 (35%). Manifestações respiratórias surgiram em 9 (35%), cardiovasculares em 15 (58%) e cutâneas na mesma percentagem. De acordo com a classifi cação de anafi laxia de Müller, 14 doentes (54%) desenvolveram anafi laxia grau IV (PI: 7, PM:5 e PR:1), e 5 (19%) grau III (PI:1, PM:1 e PR:3). Dos TC a todos os fármacos suspeitos, 27% foram positivos a antibióticos, 15% à atro-pina, 12% a bloqueadores neuromusculares e 12% a hipnóticos. Foram encontrados fármacos alternativos em todos os casos. Três doentes apresentaram TC positivos a diferentes grupos de fármacos. Os an-tibióticos foram a classe mais frequentemente envolvida em reacções grau IV (6 casos, 43%). A alergia ao látex foi também investigada e implicada em 3 casos. O doseamento de IgE específi cas e triptase foi efectuado quando aplicável.Comentários: Foi possível encontrar um agente potencialmente responsável pela AP em 54% dos doentes e em 93% dos casos de anafi laxia grau IV. O intervalo de tempo entre a reacção e avaliação alergológica foi inferior no grupo com estudo conclusivo. Os agentes mais frequentes foram os antibióticos – cefazolina, em 6, provavel-mente devido ao protocolo pré -cirúrgico hospitalar. A atropina foi implicada em 15% dos casos e dado não haver TC padronizados e publicados, foram testados 14 controlos expostos e não expostos nas mesmas concentrações, com resultados negativos. Os autores salientam a importância da colaboração entre a anestesiologia e imunoalergologia para o sucesso do estudo destes doentes e pro-põem um algoritmo para abordagem diagnóstica.

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C11 – Anafi laxia induzida por fármacos – experiência de um centro de referênciaCarmen Botelho, Ana Leblanc, Rui Silva, Ana Reis Ferreira, Eunice Castro, Josefi na R. CernadasServiço de Imunoalergologia, Hospital de São João, Porto

Introdução: A incidência, prevalência e etiologia de anafi laxia na população geral é desconhecida, devido ao seu sub -diagnóstico e sub -notifi cação. Vários estudos internacionais apontam os fármacos como um dos principais agentes implicados.Objectivo: Determinar a prevalência e caracterizar os casos de anafi laxia observados na Área Específi ca de Alergia a Fármacos de um Serviço de Imunoalergologia, de forma a obter um maior conhe-cimento sobre a demografi a, etiologia e características clínicas.Métodos: Dos doentes estudados de Janeiro de 2000 a Maio de 2009, foram seleccionados aqueles com reacções anafi lácticas (cri-térios de Sampson et al, JACI 2006). Para análise dos resultados foram usadas medidas de estatística descritiva.Resultados: De um total de cerca de 2000 doentes estudados por hipersensibilidade a fármacos, 66 (3,3%) apresentaram reacções ana-fi lácticas (67% �, média de idades de 47+14 anos; 27% com história pessoal de atopia). Dos 66 doentes com anafi laxia, 14 tiveram 2 ou mais reacções, perfazendo um total de 82 reacções. A maioria destas foram imediatas (83%) e o grupo farmacológico mais frequentemen-te envolvido foi o dos AINES (70%) seguindo -se o dos antibióticos (17%). Analisando os dados por fármaco, o diclofenac (23%), ASL (13%), AAS (10%), ibuprofeno (10%) e amoxicilina+ácido clavulânico (4%) foram os mais frequentes. Dos doentes com mais do que uma reacção, os AINES foram os que mais vezes causaram reacção (26 em 30 reacções – 87%). A via de administração mais utilizada foi a oral (70%). Quarenta e dois por cento dos doentes tinha história de contacto prévio com o fármaco envolvido, tendo 21% reacção pré-via documentada. Após a primeira reacção, 9 doentes voltaram a ter contacto com o medicamento, todos eles com reacção. Em 14 reac-ções procedeu -se ao internamento do doente (média de 2 dias). A maioria das reacções foi tratada com corticóides (n=34) e anti--histamínicos (n=28). A adrenalina apenas foi utilizada em 17.Comentários: A série relatada é a maior a nível nacional no que diz respeito a anafi laxia induzida por fármacos. Os AINES destacam--se como o grupo de fármacos mais frequentemente envolvido re-fl ectindo, possivelmente, a sua ampla utilização. Destaca -se a história prévia de reacção de hipersensibilidade em 21% dos doentes e 100% de recorrência em indivíduos re -expostos. De salientar ainda, a bai-xa utilização da adrenalina no tratamento destas reacções.

C12 – Reacções de hipersensibilidade imediatas e não ime-diatas a betalactâmicos: IgE e não IgE mediadas?Sofi a Campina Costa, Marta Neto, Margarida Trindade, Manuel Bar-bosaUnidade de Imunoalergologia do Hospital Pulido Valente, Serviço de Imunoalergologia do Centro Hospitalar Lisboa Norte

Introdução: As reacções de hipersensibilidade a betalactâmicos (BL) podem diferenciar -se de acordo com a cronologia em reacções imediatas (RI) e não imediatas (RNI) (que ocorrem <1h e >1h após a toma do fármaco, respectivamente). As RI são caracteristicamente IgE mediadas e as RNI envolvem geralmente mecanismos imunoló-gicos do tipo celular.Objectivo: Avaliar se a dicotomia RI e RNI a BL se correlaciona com o mecanismo imunológico envolvido IgE mediado e não IgE mediado.Métodos: Incluíram -se 48 doentes com alergia a BL, 25 com histó-ria de RI (Grupo RI), e 23 com história de RNI (Grupo RNI). Toda a população foi investigada com: IgE específi ca (ImmunoCAP, Phadia) para penicilina G/V, amoxicilina e cefaclor; testes de sensibilidade cutânea por picada e intradérmicos (ID) com leitura imediata (20min) e tardia (72h) a PPL/MDM (Laboratório Diater), penicilina G e amo-xicilina com clavulanato. As cefalosporinas foram testadas caso fos-sem o fármaco implicado ou em alternativa se se confi rmasse a alergia a benzilpenicilinas. Realizou -se prova de provocação (PP) com o fármaco implicado se toda a investigação se revelasse negativa.Resultados: O sexo feminino foi predominante em ambos os gru-pos (80% no Grupo RI e 91% no Grupo RNI), com uma idade média superior no Grupo RNI (51±15 anos e 44±14 anos no Grupo RI). O tempo mediano entre a reacção e a investigação foi de 5 anos (p25 -75: 1 -12 anos) no Grupo RI e de 2 anos no Grupo RNI (p25 -75: 0 -2 anos). No Grupo RI o diagnóstico de hipersensibilidade a BL foi estabelecido: em 20% (n=5) por IgE específi cas positivas; em 76% (n=19) por ID positivos, dos quais 100% na leitura imediata; e em 4% (n=1) por PP com reprodução da sintomatologia imediata. No Grupo RNI o diagnóstico de hipersensibilidade a BL foi estabelecido: em 22% (n=5) por IgE específi cas positivas; em 61% (n=14) por ID positivos, dos quais 86% (n=12) na leitura imediata e 14% (n=2) na leitura tardia; e em 17% (n=4) por PP com reprodução da sintoma-tologia às 72h.Conclusão: Na população estudada demonstrou -se uma boa cor-relação entre RI e mecanismo IgE mediado, o mesmo não se verifi cou entre RNI e mecanismo não IgE mediado. Na maioria dos doentes confi rmou -se hipersensibilidade IgE mediada a BL (IgE especifi ca positiva ou ID positivos na leitura imediata), independentemente de se tratarem de doentes com história de RI ou RNI, destacando -se que em apenas um quarto dos doentes do Grupo RNI pareceu estar envolvido um mecanismo não IgE mediado.

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C13 – Reacções de hipersensibilidade a antibióticos não β -lactâmicos – 9 anos de experiênciaAna Leblanc, Ana Ferreira, Rui Silva, Carmen Botelho, Eunice Castro, Josefi na R. CernadasServiço de Imunoalergologia, Hospital de S. João, Porto

Introdução: O uso crescente de antibióticos não β -lactâmicos tem sido acompanhado por um aumento signifi cativo das reacções de hipersensibilidade a estes fármacos. A avaliação diagnóstica destas reacções é habitualmente complexa, dado não existirem testes vali-dados para a sua confi rmação.Métodos: Análise retrospectiva dos doentes estudados na Área de Alergia a Fármacos, entre Março/2000 e Julho/2009, por suspeita de reacção a antibióticos não β -lactâmicos.Resultados: Neste período, foram estudados 58 doentes [45�; mé-dia de 42,5±17,2 anos (8 -82); 17 atópicos]. O intervalo médio entre a reacção e o estudo foi de 51 meses. Os antibióticos mais frequen-temente envolvidos foram as quinolonas -QN (21), os macrólidos -MC (18) e o cotrimoxazol -CT (11). Apresentavam reacção a mais de uma classe de antibióticos 8 doentes (4QN+MC, 2QN+CT, 2MC+CT). Em 27 doentes havia simultaneamente história de reacção a β -lactâmicos. As reacções foram imediatas em 36% dos casos, tardias em 48% e desconhecido em 16%. Excepto um doente que teve ape-nas manifestações respiratórias, todos os doentes tiveram manifes-tações cutâneas (associadas a respiratórias em 10 e digestivas em 4). Houve 8 (14%) reacções anafi lácticas (4QN, 2MC, 2CT). Onze do-entes tinham tomado anteriormente o mesmo fármaco, 5 deles com reacção. O estudo incluiu testes cutâneos por picada com o fármaco puro, intradérmicos -ID (com diluições consideradas não irritativas) e epicutâneos, bem como provas de provocação (PO).Foi possível confi rmar a suspeita de hipersensibilidade em 12 doen-tes (21%), através de resultados positivos – 4 às QN (2 ID ciprofl o-xacina, 1 PO ciprofl oxacina e 1 PO moxifl oxacina); 4 aos MC (1 ID azitromicina, 1 ID eritromicina, 1 ID claritromicina e 1 ID claritro-micina+eritromicina); 4 ao CT (4 ID). Em 3 doentes, confi rmou -se reacção a β -lactâmico. O estudo permitiu excluir hipersensibilidade em 14 casos (24%) e foi inconclusivo em 32 (55%). Em 27 doentes, foi necessário encontrar um antibiótico alternativo, através de PO (22 com amoxicilina, 3 com MC e 1 com QN).Comentários: As reacções aos antibióticos não β -lactâmicos, par-ticularmente às QN, têm aumentado ao longo do tempo, pela sua ampla utilização. As reacções são maioritariamente cutâneas e de manifestação tardia, sendo algumas de elevada gravidade. O proto-colo de estudo de reacções de hipersensibilidade a estes antibióticos não está ainda devidamente estabelecido, não permitindo frequen-temente um resultado defi nitivo. A sua estandardização, nomeada-mente as diluições a utilizar, assume particular importância.

C14 – Hipersensibilidade a corticóides sistémicos na idade pediátrica – 20 anos de experiênciaNuno Sousa1,2, Cristina Santa Marta1, Mário Morais de Almeida1

1Unidade de Imunoalergologia, Hospital CUF -Descobertas, Lisboa; 2Serviço de Imunoalergologia, Hospitais da Universidade de Coimbra

Introdução: Os corticóides são usados como terapêutica de pri-meira linha em múltiplas patologias. A hipersensibilidade a corticóides sistémicos (CS) é rara, especialmente na idade pediátrica.Objectivo: Caracterizar as crianças com antecedentes de hiper-sensibilidade a CS observados pelos autores em consulta de Imuno-alergologia no período de 20 anos.Material e métodos: Considerando todas as crianças observadas pelos autores, no período de 20 anos, por suspeita clínica de hiper-sensibilidade imediata a CS, incluímos 5 doentes. Analisámos quais os CS implicados, a via de administração, sintomas, terapêutica, patologias associadas, bem como o resultado dos testes cutâneos por picada (sem diluição) e intra -dérmicos, estes realizados em concentrações crescentes para os seguintes CS: succinato de prednisolona, 10mg/ml – parentérica (P), esteroil glicolato de prednisolona, 20mg/ml – oral (EP), succinato de metilprednisolona, 10mg/ml – parentérica (MP), dexametasona, 4mg/ml – parentérica (D), succinato de hidrocortiso-na, 100mg/ml – parentérica (H), e betametasona, 0.5 mg/ml – oral (B). Todos os doentes foram submetidos a prova de provocação com um corticóide oral alternativo, defl azacort ou betametasona.Resultados: Na tabela estão resumidas as características clínicas e os resultados dos testes cutâneos dos 5 doentes todos do sexo masculino, com uma média etária de 6,6 anos no momento da reac-ção (dos 2 aos 10). No doente 5, foi recusada a realização de testes cutâneos.

DoenteCorticóide

envolvido/via admin.Sintomas TCP TCID Patologia de base

1 Succ. Prednisolona – ev Rinoconjuntivite + Disp. + Hipot. + Urticária (U)

EP, P e MP – pos. neg. Picada insecto

2 Prednisolona – oral U. + Angioedema (Ag) + Vómitos

EP – pos.; restantes – neg.

P – pos.; restantes neg AB, RA

3 Betametasona – oral U. + Ag. + mal estar geral

Neg. B – 1/100 – pos.; restantes neg.

AB, RA

4 Betametasona – oral U. + Ag. + Disp. + Lipotímia

Neg. B – 1/10 – pos.; restante neg.

AB, RA, A.Alim.

5 Prednisolona – oral U + Ag. generalizado Não efectuado Não efectuado Sind nefrótico

Todas as provas de provocação com corticóide oral alternativo foram negativas.Discussão: Em 4/5 doentes a clínica e os testes cutâneos são com-patíveis com um mecanismo mediado por IgE. Um dos doentes apre-sentou testes cutâneos positivos para mais do que um CS, sugerindo a possibilidade de reactividade cruzada. Em 4/5 doentes o defl azacort demonstrou ser uma alternativa válida e segura.

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C15 – Reações de hipersensibilidade a fármacos: avaliação epidemiológica de pacientes ambulatoriais do Serviço de Alergia e Imunologia HSPE – São PauloAdriana Teixeira Rodrigues, Veridiana Aun Rufi no Pereira, Wilson Tartuce Aun, João Ferreira de Mello, Luciana Kase TannoHospital do Servidor Público Estadual de São Paulo, Brasil

Objetivo: Caracterização clínica e demográfi ca dos pacientes com história de hipersensibilidade a fármacos (HF) atendidos no ambu-latório de Alergia e Imunologia do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo.Método: Avaliamos 43 pacientes com história de HF através de questionário sugerido pela European Network for Drug Allergy no pe-ríodo de janeiro a junho de 2009.Resultados: De 268 pacientes atendidos, 43 (16%) apresentaram história de HF. Destes, 36 (84%) eram do sexo feminino, com idade média de 46,8 anos. Vinte e um pacientes (49%) apresentavam his-tória sugestiva de hipersensibilidade a antiinfl amatório não esteroi-dais (AINEs), 2 (5%) associados a antibiótico do grupo beta -lactâmico e 2 (5%) a anestésicos locais. Sete (16%) tinham hipersensibilidade a outros grupos farmacológicos, dentre os quais 4 (9%) envolvendo anticonvulsivantes. A média de medicamentos utilizados durante a reação foi de 2,18 por paciente, com máximo de 6 medicamentos por paciente. Oitenta por cento das medicações que causaram rea-ção eram de uso intermitente. As principais comorbidades foram manifestações atópicas, doenças que cursam com dor crônica e as doenças cardiovasculares. As manifestações clínicas mais prevalentes foram cutâneas em 98% e respiratórios em 16% dos casos. As reações foram imediatas em 72%. Quatro pacientes tiveram reações graves (Síndrome de Stevens -Jonhson e DRESS) associados ao uso de an-ticonvulsivantes.Conclusão: Apesar de o perfi l epidemiológico encontrado condizer com o descrito na literatura, observamos em nossa população um número grande de reações de hipersensibilidade à AINEs provavel-mente devido ao uso indiscriminado desta medicação em nosso País, além dos anticonvulsivantes terem sido associados unicamente às reações graves.

C16 – Reacções de hipersensibilidade aos meios de contras-te – da história à confi rmação do diagnósticoJosefi na R. Cernadas, Carmen Botelho, Ana Leblanc, Eunice Castro, Susana Cadinha, M. Graça Castel -BrancoServiço de Imunoalergologia, Hospital de S.João, Porto

Introdução: Os meios de contraste (MC) são cada vez mais utili-zados em exames radiológicos. Estes podem provocar reacções de hipersensibilidade imediatas (RI) e não imediatas (RNI). As RI graves parecem ser IgE -mediadas, enquanto as RNI são maioritariamente mediadas por células T. Os testes cutâneos têm sido realizados para confi rmar reacções aos MC, embora a sua especifi cidade e sensibi-lidade não estejam ainda totalmente defi nidas.Métodos: Desde 2004, estudamos 21 doentes (16�;média de idade: 50.14±16.46anos) com história de reacção a MC. O estudo foi efec-tuado segundo o protocolo do grupo ENDA. Todos os doentes re-alizaram testes cutâneos por picada (TCP) com MC puros e testes intradérmicos -ID [concentrações 1/1000 a 1/1]. Testes epicutâneos (TE) com as mesmas concentrações foram efectuados em 7 casos. Os MC testados foram: iodixanol, iohexol, iopamidol, ioversol, iopro-mida, iobitridol, ioxitalamato, amidotrizoato, iomeprol, gadodiamida e dimeglumina. Testaram -se também iodopovidona e iodeto de po-tássio. Não foram realizadas provas de provocação.Resultados: Tiveram reacção na 1.ªexposição a MC 15 doentes. Apenas um dos 6 previamente expostos, apresentara reacção ante-rior. Treze doentes tiveram RI (a maioria com envolvimento cutâneo/respiratório), 4 tiveram RNI (principalmente cutânea), 1 teve reacção bifásica e 3 eram desconhecidas. Os doentes foram estudados, em média, 4.1 anos após a reacção. O ioversol foi o MC suspeito na maioria dos casos (5). Os TCP foram negativos em todos os doentes. Sete doentes tiveram positividade nos ID com MC puros (1 era o suspeito -gadodiamida) e 5 com diluição 1/10 (2 MC eram da família do suspeito, sendo um deles positivo na leitura tardia). Um TE foi positivo para o iomeprol, MC suspeito de RNI.Conclusões: Como esperado, as reacções mais frequentes foram as imediatas, com envolvimento cutâneo/respiratório. Foi possível confi rmar 2 agentes suspeitos–iomeprol e gadodiamida. Não foi possível confi rmar nenhuma das reacções ao ioversol. Alguns dos resultados positivos foram obtidos na diluição 1/1, desconhecendo--se ainda se poderá corresponder a efeito irritativo. A baixa positi-vidade nos testes poderá ser explicada pelo longo intervalo entre a reacção e o estudo. Assim, recomenda -se a orientação atempada dos doentes com reacção a MC, o estudo segundo protocolo validado e em caso de re -exposição, o uso de MC alternativo, após estudo com resultados negativos e pertencente a família diferente do sus-peito, sendo ainda aconselhável pré -medicação.

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COMUNICAÇÕES LIVRES – SESSÃO ESPECIAL

Comunicações orais seleccionadas para atribuição do prémio SPAIC / Schering-Plough 2009

Dia: 1 de Outubro 2009Horas: 11.00 – 12.30 horasLocal: Sala 1

Moderadores: José Torres da Costa / Luís Taborda Barata

C17 – Asma e rinite na população nacional de idosos – ARPA SenioresMário Morais de Almeida1, Ângela Gaspar1,2, Ana Todo -Bom3, Carlos Nunes4, Carlos Loureiro3, Luís Miguel Borrego1,2, Rodrigo Rodrigues Alves5, Helena Falcão6, Filipe Inácio7

1Unidade de Imunoalergologia, Hospital CUF -Descobertas, Lisboa; 2Serviço de Imunoalergologia, Hospital de Dona Estefânia, Lisboa; 3Serviço de Imunoalergologia dos Hospitais da Universidade de Coimbra; 4Centro de Imunoalergologia do Algarve, Portimão; 5Uni-dade de Imunoalergologia, Hospital do Divino Espírito Santo, Ponta Delgada; 6Unidade de Imunoalergologia, Hospital Maria Pia, Porto; 7Serviço de Imunoalergologia, Hospital de São Bernardo, Setúbal

C18 – Crianças com sibilância recorrente: estudo da função respiratória em função dos factores de risco para asmaLuís Miguel Borrego1, Janet Stocks2, Paula Leiria -Pinto1, Isabel Peralta1, Ana Margarida Romeira1, José Rosado -Pinto1, Ah -Fong Hoo2

1Serviço de Imunoalergologia, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar Lisboa Central; 2Portex Respiratory Unit, UCL Institute of Child Health & Great Ormond Street Hospital NHS Trust, Londres, Reino Unido

C19 – Prevalência auto reportada de alergia alimentar e medicamentosa em idade pediátricaNuno Sousa1,2, Ângela Gaspar1, Cristina Santa Marta1, Mário Morais de Almeida1

1Unidade de Imunoalergologia, Hospital CUF -Descobertas, Lisboa; 2Serviço de Imunoalergologia, Hospitais da Universidade de Coim-bra

C20 – Diagnóstico de urticária crónica autoimune – contri-buição do Teste de Activação dos Basófi los e avaliação por citometria de fl uxoAna Célia Costa1, Alcinda Melo2, Manuel Pereira Barbosa1, Antero Palma -Carlos3, Maria Conceição Santos2

1Serviço de Imunoalergologia, CHLN -Hospital de Santa Maria, Lisboa; 2Unidade de Imunologia Clínica, Instituto de Medicina Molecular/Faculdade de Medicina de Lisboa; 3Centro de Alergologia e Imuno-logia Clínica (CAIC), Lisboa

C21 – Caracterização dos recursos por asma ao Serviço de Urgência (SU) de um Hospital CentralAna Leblanc, Rui Silva, Eunice Castro, M. Graça Castel -BrancoServiço de Imunoalergologia, Hospital de S. João, Porto

C22 – Anafi laxia e alergia alimentar: dessensibilização às proteínas do leite de vacaSusana Piedade, Ângela Gaspar, Nuno Sousa, Luís Araújo, Cristina Arêde, Cristina Santa Marta, Mário Morais de AlmeidaUnidade de Imunoalergologia, Hospital CUF -Descobertas, Lisboa

XXX REUNIÃO ANUAL DA SPAIC / RESUMOS DAS COMUNICAÇÕES LIVRES E DOS POSTERS

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C17 – Asma e rinite na população nacional de idosos – ARPA SenioresMário Morais de Almeida1, Ângela Gaspar1,2, Ana Todo -Bom3, Carlos Nunes4, Carlos Loureiro3, Luís Miguel Borrego1,2, Rodrigo Rodrigues Alves5, Helena Falcão6, Filipe Inácio7

1Unidade de Imunoalergologia, Hospital CUF -Descobertas, Lisboa; 2Serviço de Imunoalergologia, Hospital de Dona Estefânia, Lisboa; 3Serviço de Imunoalergologia dos Hospitais da Universidade de Coimbra; 4Centro de Imunoalergologia do Algarve, Portimão; 5Uni-dade de Imunoalergologia, Hospital do Divino Espírito Santo, Ponta Delgada; 6Unidade de Imunoalergologia, Hospital Maria Pia, Porto; 7Serviço de Imunoalergologia, Hospital de São Bernardo, Setúbal

Introdução: Asma e rinite são situações clínicas muito comuns, existindo pouca informação sobre a prevalência das doenças alérgi-cas em idosos. Muitos indivíduos com idade avançada apresentam sintomas de asma e de rinite, relacionados quer com situações ini-ciadas precocemente, quer decorrentes de manifestações com início apenas nesta fase da vida. Alguns estudos recentes têm permitido constatar que, também neste grupo etário, os alergénios são impor-tantes desencadeantes de infl amação.Objectivo: Na sequência das fases anteriores do projecto ARPA, com este estudo pretendeu -se avaliar a prevalência de asma e rinite na população portuguesa, com ≥65 anos, caracterizando a relação entre estas duas entidades clínicas.Métodos: De Maio a Julho de 2008, incluiu -se uma amostra repre-sentativa da população nacional com ≥65 anos, estratifi cada por sexo, idade e região, assumindo -se uma prevalência estimada de asma de 10% e de rinite de 25%, uma margem de erro inferior a 1,5% e um nível de signifi cância de 0,05. Os questionários normalizados foram aplicados por entrevistadores treinados, após obtenção de consen-timento informado.Resultados: Foi incluída uma amostra de 3678 individuos, 58% do sexo feminino, com idade compreendida entre os 65 e os 98 anos, sendo a idade média de 74±7 anos, 75% residindo em meio urbano. 11% da amostra tinha recebido diagnóstico médico de asma, sendo que destes 70% referiu tomar medicação anti -asmática; a prevalência epidemiológica de rinite foi de 30%; variáveis como sexo, sub -grupo etário ou local de residência (urbano versus rural) não infl uenciaram as taxas encontradas. Entre os inquiridos com clínica de rinite, exis-tia diagnóstico médico de asma em 30%, valor signifi cativamente superior face aos idosos sem rinite (3%, p<0,001); entre os indivídu-os com rinite persistente a percentagem de asmáticos foi também superior versus os casos de rinite intermitente (48 vs 24%, p<0,001), sendo a maior prevalência observada entre os entrevistados com clínica persistente moderada/grave (55%, p<0,001).Conclusão: Nesta pioneira fase do estudo ARPA e, à semelhança dos dados encontrados nos grupos etários anteriormente conside-rados, foram determinadas percentagens muito signifi cativas de ido-sos acometidos de doenças alérgicas respiratórias. É de salientar a intima relação entre asma e rinite, em especial a signifi cativa expres-são de asma entre os idosos com rinite persistente e, entre estes, nos que expressavam maior gravidade.

C18 – Crianças com sibilância recorrente: estudo da função respiratória em função dos factores de risco para asmaLuís Miguel Borrego1, Janet Stocks2, Paula Leiria -Pinto1, Isabel Peralta1, Ana Margarida Romeira1, José Rosado -Pinto1, Ah -Fong Hoo2

1Serviço de Imunoalergologia, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar Lisboa Central; 2Portex Respiratory Unit, UCL Institute of Child Health & Great Ormond Street Hospital NHS Trust, Londres, Reino Unido

Introdução: Nos últimos anos têm sido identifi cados vários facto-res de risco para asma brônquica em crianças com sibilância recor-rente, não se encontrando clara a importância da avaliação funcional respiratória nestas crianças.Objectivo: Inferir se as crianças com sibilância recorrente durante os primeiros 2 anos de vida e alto risco para asma (história de asma parental ou história pessoal de eczema ou pelo menos dois dos se-guintes: história pessoal de rinite alérgica, sibilância fora do contexto infeccioso e contagem de eosinófi los no sangue periférico > 4%) apresentam alteração dos parâmetros de função respiratória quando comparadas com crianças de baixo risco e com grupo controlo.Métodos: Entre Setembro de 2005 e Dezembro de 2007, foram efectuadas provas de função respiratória em volume aumentado através de técnicas de compressão torácica, em crianças até aos 2 anos de idade, com três ou mais episódios de sibilância, diagnostica-dos por um médico, sem qualquer terapêutica anti -infl amatória pré-via, com e sem factores de risco para asma brônquica e num grupo controlo.Resultados: Foram obtidas curvas débito -volume em 44 crianças sibilantes (15 de alto risco, 29 de baixo risco) e 29 controlos. Após ajustamento para sexo, idade, comprimento, peso e tabagismo ma-terno na gravidez, foram observados valores estatisticamente infe-riores para z -scores de FEV0.5 (diferença média [IC 95%]: -0.7 [ -1.2; -0.1]), FEF75 ( -0.6 [ -1.0; -0.2]) e FEF25 -75 ( -0.8 [ -1.2; -0.4]) nas crianças com sibilância recorrente em relação ao grupo controlo. Entre as crianças com sibilância recorrente, as crianças de alto risco para asma apresentavam em relação às de baixo risco, valores signifi cati-vamente inferiores de z -scores de FVC ( -0.7 [ -1.4; -0.04]) e FEF25 -75 ( -0.6 [ -1.2; -0.1]).Conclusões: Estes resultados realçam a eventual importância da avaliação das provas de função respiratória, em crianças com sibilân-cia recorrente e alto risco clínico para asma, nos primeiros dois anos de vida, em conjugação com os factores de risco clínico, apesar da sua controversa aplicabilidade individual. O seguimento prospectivo destas crianças poderá aferir o seu valor preditivo para asma em idade escolar.

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C19 – Prevalência auto reportada de alergia alimentar e medicamentosa em idade pediátricaNuno Sousa1,2, Ângela Gaspar1, Cristina Santa Marta1, Mário Morais de Almeida1

1Unidade de Imunoalergologia, Hospital CUF -Descobertas, Lisboa; 2Serviço de Imunoalergologia, Hospitais da Universidade de Coimbra

Introdução: A prevalência da alergia alimentar auto -referida na idade pediátrica, embora nitidamente sobre -estimada, é signifi cativa, podendo chegar aos 33%; por outro lado, pouco se sabe sobre a prevalência de hipersensibilidade a fármacos neste grupo etário.Objectivo: Conhecer a prevalência de alergia alimentar e a fárma-cos auto -referida pelos pais de crianças dos 3 aos 5 anos em Portu-gal continental.Material e métodos: Foram analisados questionários aplicados no âmbito de um estudo epidemiológico nacional, que incluíam questões sobre a presença de alergia alimentar ou medicamentosa; este estu-do incluiu crianças dos 3 aos 5 anos, numa amostra representativa da população portuguesa relativamente à região, sexo, idade e habi-tação rural ou urbana, de acordo com os dados do último censo nacional.Resultados: 5018 questionários foram considerados válidos (51% sexo masculino). A média de idades foi de 4,0 + 0,8 anos. Alergia alimentar foi referida por 7% e alergia medicamentosa por 3% dos pais questionados. Os alimentos mais frequentemente implicados foram os frutos frescos (98 casos), lacticínios (67 casos), chocolate (64 casos), ovo (37 casos), trigo (10 casos), marisco (9 casos) e frutos secos (8 casos). Os fármacos mais referidos incluíram os antibióticos (69 casos), anti -infl amatórios e antipiréticos (34 casos) e broncodilatadores (10 casos). A presença de alergia alimentar e medicamentosa auto -referida associou -se positivamente à existência de clínica sugestiva de doença alérgica das vias aéreas (p<0,01).Discussão: Relativamente à alergia a fármacos, os mais frequente-mente implicados foram os esperados, nomeadamente os antibióticos e os anti -infl amatórios. Por outro lado e no que diz respeito aos ali-mentos implicados, para além dos alergénios major, foram frequente-mente reportados outros que apenas excepcionalmente causam re-acções alérgicas, como os morangos, os citrinos ou o cacau, o que parece refl ectir uma má percepção de alergia na população. É de re-ferir a maior prevalência de clínica das vias aéreas no último ano entre os doentes com alergia alimentar e medicamentosa auto -referida, podendo signifi car uma expressão abrangente da doença alérgica ou apenas uma maior consciencialização dos pais destas crianças.

C20 – Diagnóstico de urticária crónica autoimune – contri-buição do Teste de Activação dos Basófi los e avaliação por citometria de fl uxoAna Célia Costa1, Alcinda Melo2, Manuel Pereira Barbosa1, Antero Palma -Carlos3, Maria Conceição Santos2

1Serviço de Imunoalergologia, CHLN -Hospital de Santa Maria, Lisboa; 2Unidade de Imunologia Clínica, Instituto de Medicina Molecular/Faculdade de Medicina de Lisboa; 3Centro de Alergologia e Imuno-logia Clínica (CAIC), Lisboa

Introdução: Em alguns doentes (dts) com urticária crónica idiopá-tica (UCI), a existência de autoanticorpos anti -FcεRIα e/ou anti -IgE tem sido considerada como um mecanismo patogénico. O teste do soro autólogo (TSA) e, mais recentemente, o teste de activação dos basófi los (TAB), têm sido utilizados para detectar a presença destes autoanticorpos no soro dos dts com UC autoimune (UCAI).Objectivos: Determinar, de forma indirecta, a presença de autoan-ticorpos anti -FcεRIα e/ou anti -IgE funcionais, através de métodos de diagnóstico in vivo (TSA) e in vitro (TAB) em dts com UCI e grupos controlo; Avaliar a correlação entre as respostas in vivo e in vitro no diagnóstico da UCAI.Métodos: Incluíram -se aleatoriamente 48 dts (38F,10M; média de idades -44±14,9) com UCI e 30 controlos, sem manifestação prévia de urticária – 10 saudáveis (CS), 10 atópicos (CA) e 10 com doença autoimune (DAI). O soro dos dts e controlos foi utilizado na reali-zação do TSA e incubado com o sangue de um dador atópico (DA) para quantifi cação da expressão de CD63 induzida nos basófi los activados do DA, com avaliação por citometria de fl uxo.Resultados: 28 (58%) dts com UCI tinham TSA+. A expressão de CD63 em basófi los de DA induzida pelo soro dos dts com UCI foi signifi cativamente superior à induzida pelo soro dos CS, CA e indi-víduos com DAI (p<0,001), assim como a do soro de dts com TSA+ versus TSA - (p<0,001). Quando 7,49% de expressão de CD63 nos basófi los activados é tido como limite inferior (= média da expressão de CD63 induzida pelo soro dos CS + DP) de positividade do TAB, 31 (65%) dos dts com UCI tinham TAB+ (27 TSA+ , 4 TSA -). Consi-derando ambos os critérios (TSA+, TAB+), 67% dos dts com UCI tinham pelo menos um teste positivo. Tendo como referência o TSA, a sensibilidade e especifi cidade do método in vitro (TAB) para o diagnóstico de UCAI foram de 96% e 80% respectivamente. Observou -se uma correlação signifi cativa entre os resultados do TSA e do TAB (p<0,001; r=0,79).Conclusões: Estes dados revelaram uma elevada concordância en-tre os 2 métodos, TSA e TAB, sugerindo que o TAB é um método útil para a detecção de ac anti -FcεRIα e/ou anti -IgE. Obtiveram -se valores positivos de TAB superiores aos de TSA, revelando uma maior sensibilidade do TAB no diagnóstico de UCAI. A combinação dos dois testes parece ser mais efi caz para a caracterização de dts com UCAI, embora o TAB possa vir a ser utilizado em alternativa ao TSA.

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C21 – Caracterização dos recursos por asma ao Serviço de Urgência (SU) de um Hospital CentralAna Leblanc, Rui Silva, Eunice Castro, M. Graça Castel -BrancoServiço de Imunoalergologia, Hospital de S. João, Porto

Introdução e Métodos: A asma é uma patologia crónica, com gravidade variável e frequentes exacerbações, que podem constituir motivo de recurso ao SU. Com o objectivo de caracterizar os asmá-ticos que, no ano 2008, recorreram ao SU do HSJ por agudização da doença, foi feita uma análise retrospectiva dos registos dos episódios do SU, em que a asma foi o diagnóstico principal de alta.Resultados: Foram analisados 306 episódios de urgência, corres-pondendo a 260 doentes (60%�; média de 41,1±20,1 anos), dos quais 36 com mais de 1 recurso ao SU em 2008. Os meses com maior afl uência de asmáticos ao SU foram Abril e Junho. De acordo com a triagem de Manchester, 53,3% foram classifi cados como ama-relos, 43,5% laranjas, 2,3% vermelhos e 0,9% verdes/brancos. Pelo fl u-xograma, 58,2% apresentava dispneia, 31% asma e 5,2% dor torácica. Eram já seguidos em consulta de especialidade -IA/Pneumologia - 23,5% dos doentes, sendo 76,5% seguidos pelo Médico de Família -MF. Quanto à medicação prévia: 12,4% não faziam qualquer medicação; 16,7% β2 em SOS; 3% aminofi lina isolada; 3% β2 de longa acção (β2LA) isolado diariamente; 5,6% corticóide inalado (CCI) e 21,2% associação β2LA/CCI; 9,2% anti -leucotrienos+outros; 6% nebuliza-ções (NBL) com β2+ipratrópio; 7% aminofi lina+β2LA/CCI; 4% cor-ticóide sistémico (CCS) e 2 sob tratamento com omalizumab. No SU, 14 doentes não fi zeram medicação; 27 apenas BD em NBL; 256 NBL+CCS (30 necessitaram também de aminofi lina e/ou MgSO4). Foi ainda necessário usar adrenalina em 8 e VNI em 3. Foi pedida colaboração de outras especialidades em apenas 28 (9.2%) episódios (11 a IA). Na alta, foi mantida a medicação prévia em 61 casos, re-forçada em 136 (49% com necessidade de CCS) e reduzida em 1. Havia infecção respiratória associada em 96 doentes e em 86% des-tes foi prescrito antibiótico. Cerca de 70% teve alta para o MF, 11% para consulta de especialidade; 18% foram internados (3 em IA) e 5 tiveram alta contra parecer médico. Estavam grávidas 5 doentes (2 já seguidas em IA); nenhuma das outras 3 foi orientada para espe-cialidade.Comentários: Durante o ano de 2008, um elevado número de doentes recorreu ao SU por exacerbações da asma, alguns em mais que um episódio e com acentuada gravidade. De realçar que, apenas ¼ destes doentes era previamente seguido em consulta de especia-lidade, em muitos a medicação prévia não era adequada (alguns faziam apenas β2LA ou aminofi lina isolados), o uso excessivo da aminofi lina (que pelas guidelines actuais é de 3.ª linha), a pouca solicitação das especialidades, os múltiplos recursos ao SU de alguns e as grávidas que se mantiveram sem seguimento especializado.

C22 – Anafi laxia e alergia alimentar: dessensibilização às proteínas do leite de vacaSusana Piedade, Ângela Gaspar, Nuno Sousa, Luís Araújo, Cristina Arêde, Cristina Santa Marta, Mário Morais de AlmeidaUnidade de Imunoalergologia, Hospital CUF -Descobertas, Lisboa

Introdução: Nas últimas 2 décadas a alergia alimentar na criança, particularmente a alergia às proteínas do leite de vaca (APLV), assu-me uma prevalência, gravidade e persistência crescentes. As opções terapêuticas actualmente disponíveis limitam -se frequentemente à evicção alimentar e tratamento sintomático das reacções alérgicas. Nas formas mais persistentes a dessensibilização oral (DO), nome-adamente para as proteínas do leite de vaca (DOPLV), parece cons-tituir uma forte alternativa terapêutica embora os mecanismos imunológicos subjacentes permaneçam por esclarecer.Métodos: Na nossa Unidade tem sido utilizado um protocolo de DO com leite de vaca (LV) em crianças com APLV de longa duração de apresentação IgE mediada com risco anafi láctico, que tem permi-tido alcançar, num curto intervalo e de forma segura, a ingestão diá-ria de doses signifi cativas de LV. Para documentação e troca de ex-periências, apresentam -se 2 casos clínicos de crianças alérgicas ao LV, discutindo metodologia, vantagens do procedimento e resultados.Resultados: Caso 1 – JG, sexo masculino, 5 anos de idade, com asma e APLV IgE mediada desde o 4.º mês de vida; contactos acidentais com PLV relacionados com urticária/angioedema. Diminuição pro-gressiva da reactividade dos testes cutâneos (TC) e dos níveis de IgE específi ca para LV. Em Dezembro de 2008 prova de provocação oral (PPO) positiva – anafi laxia com dose cumulativa de 6ml. Posterior-mente DOLV, iniciando com doses sub -linguais até 200ml LV/dia em 6 semanas e apenas 4 sessões de Hospital -de -Dia (HD). Tolera ac-tualmente ingestão diária de LV superior a 200ml. Caso 2 – FC, sexo masculino, 8 anos de idade, com asma e APLV IgE mediada desde o 3.º mês de vida; contactos acidentais com LV relacionados com epi-sódios de anafi laxia. TC positivos e concentrações de IgE específi ca para LV persistentemente elevadas apesar da evicção. Iniciou DOLV em Junho de 2009 – de dose sub -lingual a 100ml LV/dia em 4 sema-nas e 4 sessões de HD. Em ambos os casos apenas se verifi caram reacções ligeiras, controladas com anti -histamínicos orais.Discussão: Demonstrámos que é possível induzir, de forma segura, um estado de tolerância oral, pelo menos transitório, em crianças asmáticas com APLV IgE mediada e risco anafi láctico. À medida que os mecanismos de tolerância vão sendo elucidados torna -se promis-sor o futuro de novas abordagens terapêuticas desta patologia.

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3.ª SESSÃO DE COMUNICAÇÕES LIVRES

Dia: 1 de Outubro 2009Horas: 08.45 – 10.30 horasLocal: Sala 1

Moderadores: Elza Tomaz / Rita Câmara

C23 – Aquisição de tolerância às proteínas do peixe: altera-ção do padrão de sensibilização identifi cado por immuno-blottingAna Célia Costa1, Fátima Cabral Duarte1, José Costa Trindade2, Maria Leonor Bento2, Maria da Conceição Pereira Santos3

1Serviço de Imunoalergologia, Hospital de Santa Maria, Centro Hos-pitalar Lisboa Norte; 2Serviço de Pediatria, Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar Lisboa Norte; 3Unidade de Imunologia Clínica, Instituto de Medicina Molecular/Faculdade de Medicina de Lisboa

C24 – Ingestões / contactos acidentais na alergia alimen-tarFilipa Sousa1, João Antunes2, Maria João Paes3, Marta Chambel2, Sara Prates2, Paula Leiria Pinto2

1Unidade de Imunoalergologia, Hospital Central do Funchal; 2Serviço de Imunoalergologia, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central; 3Serviço de Imunoalergologia, Hospital Pulido Valen-te, Centro Hospitalar de Lisboa Norte

C25 – Dessensibilização às proteínas do leite de vaca – ava-liação prospectivaMário Morais de Almeida, Susana Piedade, Ângela Gaspar, Nuno Sou-sa, Cristina Arêde, Cristina Santa MartaUnidade de Imunoalergologia, Hospital CUF -Descobertas, Lisboa

C26 – Avaliação de auto -diagnóstico de alergia alimentarPedro Silva1, Isis Monteiro1, Joana Soares1, Manuel Branco -Ferreira1, Anabela Lopes1, Ana Célia Costa1, Rodrigo Alves2, Manuel Pereira--Barbosa1

1Serviço de Imunoalergologia, Hospital de Santa Maria, CHLN, Lisboa; 2Serviço de Imunoalergologia, Hospital de Ponta Delgada, Açores

C27 – Sensibilização a Helix aspersa na Região Centro de PortugalDaniel Machado1, Beatriz Tavares1, Graça Loureiro1, Ana Morete2, Gisela Calado1, Borja Bartolomé3, Celso Pereira1,4

1Serviço de Imunoalergologia, Hospitais da Universidade de Coimbra; 2Serviço Imunoalergologia, Hospital Infante D.Pedro, Aveiro; 3Bial--Aristegui, Departamento I&D, Bilbao, Espanha; 4Serviço Imunoaler-gologia, Centro Diagnóstico, Covilhã

C28 – Angioedema recorrente e infecção por Helicobacter PyloriRodrigo Rodrigues Alves1, Sandra Medeiros2

1Unidade de Imunoalergologia, Hospital do Divino Espírito Santo, Ponta Delgada; 2Serviço de Dermatologia, Hospital do Divino Espí-rito Santo, Ponta Delgada

C29 – Imunoterapia a veneno de abelha: experiência de um centro de referênciaAna Reis Ferreira, Alice Coimbra, M.Graça Castel -BrancoServiço de Imunoalergologia, Hospital S. João, Porto

C30 – Inquérito de satisfação sobre imunoterapia em grupos etários pediátricosLeonor Cunha1, Luís Araújo1,2, Helena Falcão1

1Serviço de Imunoalergologia, Unidade Maria Pia, Centro Hospitalar do Porto; 2Serviço de Imunoalergologia, H.S. João, Porto

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C23 – Aquisição de tolerância às proteínas do peixe: altera-ção do padrão de sensibilização identifi cado por immuno-blottingAna Célia Costa1, Fátima Cabral Duarte1, José Costa Trindade2, Maria Leonor Bento2, Maria da Conceição Pereira Santos3

1Serviço de Imunoalergologia, Hospital de Santa Maria, Centro Hos-pitalar Lisboa Norte; 2Serviço de Pediatria, Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar Lisboa Norte; 3Unidade de Imunologia Clínica, Instituto de Medicina Molecular/Faculdade de Medicina de Lisboa

Introdução: Na alergia ao peixe já estão identifi cadas várias pro-teínas, sendo a parvalbumina considerada o alergénio major e res-ponsável pela reactividade cruzada. O immunoblotting tem sido utili-zado na caracterização e avaliação de doentes (dts) com alergia alimentar.Objectivo: Avaliação do perfi l de sensibilização, por immunoblotting, no follow -up de dts alérgicos ao peixe.Materiais e métodos: 10 dts (6M,4F; média de idades -12,2 anos) alérgicos ao peixe, com urticária/angioedema e/ou vómitos após ingestão de peixe, testes cutâneos (TC) e IgE específi cas (sIgE, UniCap®, Phadia, Sweden) positivas para: bacalhau, sardinha, salmão e atum, foram seleccionados aleatoriamente (T0) e seguidos duran-te 3 anos (T1). Foram avaliados por immunoblotting (AlaBLOT, DPC, Amerlab) para os 4 extractos de peixe em T0 e após 3 anos (T1).Resultados: 6 dts mantiveram alergia ao peixe -Grupo I; 4 adquiri-ram tolerância, 3 parcial e 1 total, entre 7 -9 anos de idade -Grupo II. Os valores médios de sIgE (kU/L) diminuíram signifi cativamente en-tre T0 e T1 para: bacalhau: T0 -69,5; T1 -19,5 (p=0.04) e não signifi ca-tivamente para: salmão: T0 -42,6; T1 -10,9; sardinha: T0 -48; T1 -15,6 e atum: T0 -9,2; T1 -7,5. O immunoblotting (4 extractos) identifi cou pro-teínas de 12 -14kDa (GadcI), 24 -25kDa (GadmI) e 40 -41kDa (homó-loga de APDH) em todos os dts, com bandas mais intensas naqueles com reacções mais graves. Grupo I – Sem alteração do padrão de sensibilização entre T0 -T1. Grupo II: T0 - No extracto de bacalhau, presença de GadcI e GadmI em todos os dts; T1 -diminuição de in-tensidade em 2 dts e ausência nos restantes (1 -tolerância total; 1 -tolerância parcial). Nos extractos de atum, salmão e sardinha: Gad-cI identifi cada em 2 dts -T0, diminuindo de intensidade em T1; GadmI, no extracto de atum, foi identifi cada em 1 dt -T0 e não detectada em T1; no extracto de sardinha GadmI identifi cada em 2 dts -T0, dimi-nuindo de intensidade num e no outro não detectada em T1; no extracto de salmão GadmI não detectada em nenhum dt. A banda de 40 -41kDa foi reconhecida e diminuiu de intensidade entre T0 -T1 nos extractos de bacalhau e sardinha em 2 dts; no extracto de atum foi identifi cada num dt só em T0.Conclusões: Em todos os dts -T1, os níveis de sIgE diminuíram para todos os extractos de peixe, menor intensidade ou perda de bandas no immunoblotting, sendo mais evidente naqueles que adquiriram tolerância. Estes resultados sugerem que o immunoblotting poderá ser útil tanto no diagnóstico, como no follow -up de dts alérgicos ao peixe.

C24 – Ingestões / contactos acidentais na alergia alimentarFilipa Sousa1, João Antunes2, Maria João Paes3, Marta Chambel2, Sara Prates2, Paula Leiria Pinto2

1Unidade de Imunoalergologia, Hospital Central do Funchal; 2Serviço de Imunoalergologia, Hospital Dona Estefânia (HDE), Centro Hospi-talar de Lisboa Central; 3Serviço de Imunoalergologia, Hospital Puli-do Valente, Centro Hospitalar de Lisboa Norte

Introdução: A recomendação habitual no tratamento da alergia alimentar é a evicção completa, até que seja adquirida tolerância. É importante perceber em que situações ocorrem as falhas na evicção, de forma a orientar o melhor possível o dia -a -dia do doente com alergia alimentar.Objectivo: Conhecer a frequência das ingestões /contactos aciden-tais (I/C), as situações em que ocorrem e o que as condiciona num grupo de doentes com alergia alimentar.Material e Métodos: A partir dos registos do Serviço de Imuno-alergologia do HDE, foram seleccionados doentes com idade ≤ 10 anos, com alergia às proteínas do leite de vaca, ovo, peixe, amendoim e frutos secos. Os pais/tutores, contactados telefonicamente, res-ponderam a um inquérito: dados demográfi cos, alimento implicado, caracterização da 1.ª reacção e das I/C acidentais.Resultados: Contactou -se um grupo de 64 doentes. A idade média foi de 4,3 anos (62,5% do sexo masculino). O alimento mais impli-cado foi o leite n=42, seguindo -se o peixe n=11, o ovo n=10, frutos secos n=5 e o amendoim n=1. A 1.ª reacção foi desencadeada, na maioria, por ingestão (95,6%) e foi imediata (60,9%). Manifestou -se por sintomas mucocutâneos (MC) em 75,4% dos casos, sintomas gastrointestinais em 33,3% e respiratórios em 23,2%. Houve falhas na dieta de evicção em 63,3%, com sintomas em 88,6%. Geralmente os sintomas surgiram no contexto de ingestão acidental; menos ve-zes surgiram por contacto e raramente por inalação. A maior parte das I/C ocorreram em casa (36,8%) e na escola (29,4%) e a sintoma-tologia foi MC. No caso do leite e do peixe, o alimento foi identifi -cado em cerca de metade dos casos, relativamente ao ovo e frutos secos o alimento estava mais vezes oculto. A atitude perante a reac-ção foi aguardar resolução espontânea em 38,2%, administrar tera-pêutica em casa em 41,2% e recurso ao Serviço de Urgência em 20,6% dos casos.Discussão e Conclusão: As falhas na dieta de evicção foram fre-quentes, a maioria com sintomas. As I/C acidentais aconteceram maioritariamente no contexto do dia -a -dia da criança (casa e esco-la), o que pode sugerir que o conhecimento que está a ser transmi-tido aos pais/prestadores de cuidados pode não ser sufi ciente. A caracterização das ingestões/contactos acidentais, numa amostra de doentes com alergia alimentar, poderá ajudar a optimizar a transmis-são de informação aos doentes e seus responsáveis relativamente à identifi cação de situações de risco potencial e aos cuidados a ter na evicção.

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C25 – Dessensibilização às proteínas do leite de vaca – ava-liação prospectivaMário Morais de Almeida, Susana Piedade, Ângela Gaspar, Nuno Sousa, Cristina Arêde, Cristina Santa MartaUnidade de Imunoalergologia, Hospital CUF -Descobertas, Lisboa

Introdução: Classicamente, a abordagem terapêutica da alergia ali-mentar passa por dieta de evicção e avaliação regular do estado de tolerância, recorrendo -se a provas de provocação. Como fundamen-to para esta atitude conservadora, assumia -se que a história natural seria muito favorável, nomeadamente para alergénios como o leite de vaca (LV). É também consensual que a anafi laxia contra -indicaria a realização de provas de provocação, mas sabe -se que a probabili-dade anual de ocorrerem acidentes graves será superior a 20%.Objectivo: Relatar a prática de 6 anos de dessensibilização oral às proteínas do leite de vaca (DOLV) em jovens asmáticos com APLV e anafi laxia como clínica predominante, discutindo 2 casos clínicos.Métodos: De entre as crianças com APLV grave e idades entre os 2 e os 13 anos, todas do sexo masculino, seleccionámos os 2 primei-ros casos (2003 e 2005) que concluíram com êxito DOLV (ingestão ≥100ml LV/dia). Discutimos efi cácia e segurança do procedimento, bem como a ocorrência de efeitos adversos.Resultados: Caso 1 – CL, nascido em 1990, APLV desde o 1.º mês de vida; prova de provocação oral (PPO) positiva (anafi laxia) em 2001 com dose cumulativa de 76ml e em Julho 2003 com 38ml. Em Agosto de 2003, iniciou DOLV – de 30 a 200ml de LV/ dia em 2 semanas, necessitando de tratamento de reacções sistémicas graves; após 6 anos negativação da IgE específi ca para LV e aeroalergénios. Tolera ingestão LV >1000ml/dia. Sem tratamento ou clínica de asma. Caso 2 – DC, nascido em 1994, APLV desde o 4.º mês de vida. Níveis crescentes de sIgE para LV apesar da evicção (até 350 kU/L). PPO positiva (anafi laxia) em 2004 com 11ml e Julho de 2005 com 10ml, seguida de DOLV de 5 a 100ml em 8 semanas – necessidade de tratamento de reacções sistémicas graves; após 4 anos sIgE LV=10 kU/L. Tolera ingestão LV>200ml/dia, referindo episódios es-porádicos de urticária, predominantemente após esforço físico, controlados com anti -histamínicos orais. Sem tratamento ou clínica de asma.Discussão: A DOLV constitui uma abordagem com grande impac-to social, modifi cando a história natural numa percentagem signifi -cativa dos indivíduos, mantendo -se o seu efeito ao longo do tempo, condicionado à ingestão do alimento. No entanto, esta estratégia terapêutica deve ser criteriosamente utilizada, sempre com a super-visão de imunoalergologistas experientes, em centros diferenciados, garantindo a segurança do procedimento.

C26 – Avaliação de auto -diagnóstico de alergia alimentarPedro Silva1, Isis Monteiro1, Joana Soares1, Manuel Branco -Ferreira1, Anabela Lopes1, Ana Célia Costa1, Rodrigo Alves2, Manuel Pereira--Barbosa1

1Serviço de Imunoalergologia, Hospital de Santa Maria, CHLN, Lisboa; 2Serviço de Imunoalergologia, Hospital de Ponta Delgada, Açores

Objectivo: Caracterizar uma amostra de doentes (dtes) referen-ciados à consulta de Alergologia quanto ao diagnóstico auto--reportado de alergia alimentar (AA) e sua relação com a clínica e o resultado de testes cutâneos prick (TC).Material e Métodos: Dtes de 1.ª Consulta de Alergologia (Jul07--Mar08) submetidos a questionário clínico e a TC para aeroalergenos e alimentos.Resultados: Avaliaram -se 754 dtes (63% F), idade média 35±17 anos (1 -85). 30% dos dtes auto -reportou AA (Quadro).

Frutos frescos 35% morango 33%, laranja 26%Mariscos 25% camarão 80%Peixes 12% atum 25%Frutos secos/leguminosas 8% amendoim 67%, noz 50%Ovo 9% Leite 9%

Os dtes referiam como sintomas de AA: eritema (55%), edema (26%), prurido labial (20%), dispneia (18%), obstrução nasal (16%) e outros (22%). Dispneia, obstrução nasal, prurido labial e lipotímia foram mais frequentes <6 horas pós -exposição (62%). Vómitos, eritema, cefaleias e dor abdominal surgiam sobretudo nas 6 -24 horas. A % de TC po-sitivos (TC+) a alimentos era maior nos que auto -reportavam AA versus(vs) nos que a negavam: 17vs6% para frutos frescos; 17vs6% para frutos secos/leguminosas; 16vs7% para camarão; 14vs1% para ovo; 10vs4% para leite. 73% dos que reportavam AA tinham TC ne-gativos. Observaram -se 13% de sensibilizações assintomáticas. Quan-to à clínica respiratória, comparando quem reporta AA vs quem a nega, nos últimos 12 meses, referiam asma (50%vs45%), rinite (85%vs79%), associação de asma e rinite (46%vs20%;p<0,001) e ecze-ma (57%vs37%;p<0,001). Quem reportou vs quem não reportou alergia a camarão não teve maior sensibilização a ácaros (63%vs56%), nem a frequência de TC+ a ácaros foi superior naqueles com TC+ a camarão. Quem reportou alergia a frutos frescos não teve maior sensibilização a pólens (gramíneas, Parietaria e bétula: 39%vs31%; 14%vs13%; 5%vs2%). TC+ a maçã/pêssego associaram -se a maior frequência de TC+ a pólens (30%vs12%; 24%vs11%; 10%vs2%). 21% dos que reportaram AA tinham TC+ para Artemisia e apenas 10% dos que não referiam AA (p<0,001). Dos 61 dtes com TC+ a frutos, 28% tiveram TC+ a Artemisia, enquanto que nos não sensibilizados a frutos apenas 10% reagiram à Artemisia (p<0,001).Conclusões: Uma elevada % da população reportou AA. Apesar da % de TC+ aos alimentos implicados ser maior nesses dtes, apenas 27% tinham TC+. Verifi cou -se associação signifi cativa entre auto--diagnóstico de AA e TC+ para Artemisia, os quais estavam associados à presença de TC+ para frutos. Eczema, asma e/ou rinite associavam--se a uma maior frequência do auto -diagnóstico de AA.

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C27 – Sensibilização a Helix aspersa na Região Centro de PortugalDaniel Machado1, Beatriz Tavares1, Graça Loureiro1, Ana Morete2, Gisela Calado1, Borja Bartolomé3, Celso Pereira1,4

1Serviço de Imunoalergologia, Hospitais da Universidade de Coimbra; 2Serviço Imunoalergologia, Hospital Infante D.Pedro, Aveiro; 3Bial--Aristegui, Departamento I&D, Bilbao, Espanha; 4Serviço Imunoaler-gologia, Centro Diagnóstico, Covilhã

Introdução: A reactividade cruzada entre ácaros e caracol está bem documentada, bem como a sensibilização subsequente à imunotera-pia específi ca a Dermatophagoides.Objectivo: Pretendeu -se avaliar a sensibilização a caracol em do-entes com alergia respiratória no interior e litoral da Região Centro do país que apresenta um consumo expressivo nestes gastrópo-des.Métodos: Durante um período de 3 meses, foram efectuados testes cutâneos de alergia por picada (Bial -Aristegui, Espanha) a aeroaler-génios (bateria ibérica) e extractos alergénicos de Helix aspersa (cru e cozido de corpo e pé, 5mg/mL) e tropomiosina de caracol (0,1 mg/mL), a todos os doentes com sintomas de alergia respiratória que recorreram pela primeira vez à consulta. Os diagnósticos clínicos de asma, rinite, conjuntivite e alergia alimentar foram ponderados; sen-do excluídos todos os que referiam tratamento prévio com imuno-terapia. Foram considerados para estudo três grupos de acordo com a região de residência: I - centro interior, II - centro litoral norte e III - centro litoral sul.Resultados: Foram incluídos um total de 567 doentes (350, femi-nino): grupo I=306, grupo II=155; grupo III=106. A média de idades no grupo I foi de 22,86 ±16,62, grupo II de 31,83±18,16 e grupo III de 32,51±18,98 (p<0,0001). A distribuição grupo I vs grupo II vs grupo III em relação aos diagnósticos de asma, rinite e conjuntivite foi respectivamente de 37,3/52,3/59,4; 50,3/38,1/84,0 e 3,6/5,8/23,6%. Nesta amostra, a prevalência de sensibilização a pelo menos um dos extractos de caracol foi de 4,4%. Dos 25 doentes sensibilizados, 5 foram observados no Grupo I, 19 no Grupo II e apenas 1 no Grupo III (p<0,001), associando -se positivamente com a sensibilização aos ácaros (p<0,0001). Apenas 1 doente apresentava correlação com a ingestão. Não se verifi cou correlação com o diagnóstico de asma, rinite ou conjuntivite. A sensibilizações para as várias espécies de ácaros testados foi claramente superior nos grupos II e III, nomea-damente para Lepidoglyphus (p<0,0001).Conclusão: A prevalência de sensibilização a caracol nesta amostra e nesta região do país é reduzida e apenas correlacionada com a ingestão em 1 doente. A área litoral norte apresentou a maior pre-valência. Apesar do consumo deste gastrópode ser frequente em toda a região, os resultados observados não preconizam que esta sensibilização seja pesquisada por rotina. Será importante a compa-ração destes resultados com um grupo de doentes submetidos a imunoterapia a ácaros.

C28 – Angioedema recorrente e infecção por Helicobacter PyloriRodrigo Rodrigues Alves1, Sandra Medeiros2

1Unidade de Imunoalergologia, Hospital do Divino Espírito Santo, Ponta Delgada; 2Serviço de Dermatologia, Hospital do Divino Espí-rito Santo, Ponta Delgada

Introdução: A existência de uma relação entre a urticária crónica e a infecção por Helicobacter Pylori (HP) já foi sugerida, tendo já sido também reportada melhoria do angioedema hereditário após a sua erradicação.Objectivo: Determinar a prevalência de infecção por HP em do-entes com angioedema recorrente e quantifi car a efectividade da terapêutica de erradicação na melhoria desta dermatose.Métodos: Foram incluídos 20 doentes referenciados consecutiva-mente às consultas de Imunoalergologia e Dermatologia do nosso hospital por angioedema recorrente sem urticária. Todos os pacien-tes efectuaram: testes cutâneos em picada, provas de provocação e testes físicos, de acordo com a história clínica; hemograma; leuco-grama; VS; urina II; teste do soro autólogo; T3; T4; TSH; autoanticorpos; pesquisa de parasitas nas fezes; Ag Hbs; anti -HCV; anti -HIV I/II; C1q; C3; C4; CH50; C1 -INH; C1 -INH funcional; serologia HP (IgG e IgA) e teste da urease (UBT). Os doentes com infecção por HP efectua-ram terapêutica combinada (amoxicilina, claritromicina e omeprazol) durante 8 dias. O resultado da erradicação foi verifi cado um mês depois por UBT. Em caso de UBT positivo foi efectuada terapêutica de segunda linha, sendo o seu resultado novamente avaliado por UBT. Os sintomas cutâneos e gastrointestinais foram avaliados antes e três meses após a erradicação.Resultados: A prevalência de infecção por HP foi 80% (16/20) mas apenas 50% (8/16) apresentavam queixas gastrointestinais. Não se constataram diferenças em relação à idade (35,7 vs. 36,5 anos), à gravidade dos sintomas cutâneos ou à sua duração (24,6 vs 23,5 meses) entre os doentes UBT positivos ou negativos, respectivamen-te. A taxa de erradicação após o primeiro tratamento foi de 69% (11/16). A erradicação do HP resultou em melhoria dos sintomas cutâneos em 62,5% (10/16) dos doentes (resolução total em 4 do-entes e parcial em 6). Os doentes com melhoria clínica após erradi-cação do HP apresentavam títulos de UBT signifi cativamente mais elevados (p< 0,05).Conclusões: Embora a prevalência de infecção por HP nesta popu-lação seja semelhante à população em geral, a melhoria clínica do angioedema recorrente após erradicação do HP em doentes com UBT positivo sugere que o diagnóstico e tratamento da infecção por HP pode ter utilidade nestes doentes. Adicionalmente, títulos mais elevados de UBT associaram -se a uma melhor resposta cutânea à erradicação do HP, sugerindo um papel para o nível de colonização por HP na patogénese desta doença cutânea.

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C29 – Imunoterapia a veneno de abelha: experiência de um centro de referênciaAna Reis Ferreira, Alice Coimbra, M.Graça Castel -BrancoServiço de Imunoalergologia, Hospital S. João, Porto

Introdução: A imunoterapia a veneno de himenópteros (VIT) é uma terapêutica efi caz na redução do risco de reacção sistémica em doentes com alergia a veneno de himenópteros.Objectivos: Caracterizar a população estudada no Hospital de São João por suspeita de alergia a veneno de abelha e posteriormente submetida a VIT.Métodos: Estudo retrospectivo dos doentes submetidos a VIT de Janeiro 1993 a Dezembro 2008. Foi feita análise descritiva dos dados clínicos e do estudo alergológico realizado. Foi utilizado o teste χ2 para comparação de frequências (p<0,05 considerado signifi cativo).Resultados: Foram estudados 45 doentes (60% �), dos 16 aos 87 anos, (50,0±14,9 anos), 24,4% atópicos. As reacções mais frequentes foram de grau III (escala de gravidade de Mueller), em 45,2%; as re-acções de grau IV foram 26,2%. No estudo inicial, os testes cutâneos por picada (TCP) foram positivos em 3 doentes (7,3%), na concen-tração 10 μg/mL. Os testes intradérmicos (ID) foram positivos em 94,9% (concentrações: 1 μg/mL – 15,4%; 0,1 μg/mL – 25,6%; 0,01 μg/mL – 28,2%; 0,001 μg/mL – 25,6%). Os valores de IgE específi ca para Apis mellifera (IgEAm) foram determinados em 38 doentes, tendo sido <0,35 kU/L em apenas 1 (mediana – 4,64 kU/L; Q1 - 1,02; Q3 -14,38) e > 100 kU/L em 2 doentes. Após termo de VIT, os TCP foram nega-tivos nos 29 doentes testados. Repetiram ID 30 doentes e estes foram positivos em 36,7% (diferença estatisticamente signifi cativa entre pré e pós VIT – p<0,001). Os valores de IgEAm foram determinados em 28 doentes, sendo <0,35 kU/L em 5 doentes (mediana – 2,45 kU/L, Q1 - 0,50; Q3 – 5,89, máximo – 35,5 kU/L). A diferença do número de doentes que apresentou IgEAm <0,35kU/L antes (1) e após VIT (5) não foi estatisticamente signifi cativa. Foram naturalmente re -expostos a veneno de abelha após termo da VIT 4 doentes; 2 referiram reacção local e 2 reacção grau III (reacção prévia grau III e IV).Conclusões: Apesar de terem sido realizados TCP nas concentra-ções 0.1, 1 e 10 μg/mL, os TCP pré -VIT foram positivos num núme-ro reduzido de doentes e apenas na concentração 10 μg/mL. A pro-porção de doentes com testes ID positivos diminuiu signifi cativamente após VIT. O número de doentes com redução da IgEAm para valores <0,35 kU/L após VIT não foi signifi cativo. Dado o baixo número de doentes que foi naturalmente re -exposto após VIT, não foi possível comprovar a redução da gravidade da reacção rela-tivamente ao período pré -VIT.

C30 – Inquérito de satisfação sobre imunoterapia em grupos etários pediátricosLeonor Cunha1, Luís Araújo1,2, Helena Falcão1

1Serviço de Imunoalergologia, Unidade Maria Pia, Centro Hospitalar do Porto; 2Serviço de Imunoalergologia, H.S. João, Porto

Objectivos: Avaliar a satisfação de pais e doentes em tratamento com imunoterapia (IT) específi ca.Métodos: Através de um questionário estruturado foi avaliada a opinião e satisfação do médico, cuidador e do doente em relação ao tratamento com IT. Foram seleccionados, sequencialmente, doentes a fazer IT há mais de 12 meses no ambulatório do Serviço de Imu-noalergologia do Centro Hospitalar do Porto – Unidade Maria Pia. Os questionários foram preenchidos de forma independente e com-paradas as respostas entre os 3 grupos: Médicos; Cuidadores e Do-entes (idade ≥ 12 anos). Para a gradação das respostas foram usadas escalas visuais com 5 níveis nos quais 0 representava menor satisfa-ção ou efi cácia e 4 maior efi cácia ou satisfação.Resultados: Foram incluídos 152 doentes, 53% do sexo masculino, com idade média (±DP) de 11,5 (±3,6) anos; 47% com idade ≥12 anos. Sessenta e um % apresentavam asma e rinite, 38% rinite e 1% asma. Setenta e sete % eram monossensibilizados e 23% polissensi-bilizados. A via de administração utilizada foi a sublingual (SLIT) em 77% e subcutânea (SCIT) em 23% dos casos. Os extractos utilizados foram ácaros em 88% dos casos e pólens de gramíneas e ervas em 12%. A duração média de IT na avaliação era de 39±20 meses. A adesão à IT foi considerada, pelo médico, como boa ou muito boa em 98% dos casos. A IT foi considerada efi caz nos sintomas de asma e rinite (Mediana (P25 -75) de 3,5 (3 -4)) sem diferenças entre grupos. A efi cácia global da IT foi considerada elevada por todos os grupos, sem diferenças entre grupos. Todos os grupos referem uma redução da medicação anti -alérgica, com os cuidadores a consideram a redu-ção terapêutica mais importante (p<0,01). Cuidadores e Doentes consideraram as reacções adversas praticamente inexistentes. Ses-senta e seis % dos cuidadores consideraram a IT cara ou muito cara. A satisfação global em relação à IT foi signifi cativamente superior nos doentes – 3,5 (3 -4) – do que nos cuidadores – 3 (2 -3,5)(p=0,01).Conclusões: Apesar de apenas avaliarmos doentes em IT há mais de um ano (pelo que pode existir um efeito de selecção positiva dos doentes), este estudo revela uma opinião favorável dos doentes e seus cuidadores em relação aos diferentes aspectos da IT específi ca em idade pediátrica.

XXX REUNIÃO ANUAL DA SPAIC / RESUMOS DAS COMUNICAÇÕES LIVRES E DOS POSTERS

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4.ª SESSÃO DE COMUNICAÇÕES LIVRES

Dia: 2 de Outubro 2009Horas: 08.45 – 10.30 horasLocal: Sala 2

Moderadores: Ana Morête / José Dias Pereira

C31 – Avaliação da qualidade de vida e nível de controlo da asma a curto e a longo prazo, em doentes sob tratamento com omalizumabTeresa Vieira, José Ferraz de Oliveira, M. Graça Castel -BrancoServiço de Imunoalergologia, Hospital de São João, Porto

C32 – Opções de Prescrição Em Rinite Alérgica – (OPERA II)Manuel Branco FerreiraServiço de Imunoalergologia, Hospital de Santa Maria, Centro Hos-pitalar Lisboa Norte; Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa

C33 – Sensibilização a pólens de Plantago lanceolata e Pa-rietaria judaica na população da Região Norte de Portugal: distribuição geográfi caMário Miranda, Mariana Couto, José Ferraz de Oliveira, M. Graça Castel -BrancoServiço de Imunoalergologia, Hospital de São João, Porto

C34 – Polisensibilização a pólenes em doentes com rinite alérgica – estudo por método ImmunoCAP ISAC®

Miguel Paiva1, Marta Chambel1, Maria João Paes2, Helena Pité1, Ânge-la Gaspar1, Pedro Martins1, Sara Prates1, Virgínia Loureiro3, Paula Leiria Pinto1

1Serviço de Imunoalergologia do Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central; 2Unidade de Imunoalergologia do Hos-pital Pulido Valente, Centro Hospitalar de Lisboa Norte; 3Serviço de Patologia Clínica do Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central

C35 – Perfi l de sensibilização a aeroalergenos numa popu-lação do ambulatório de ImunoalergologiaIsis Monteiro, Pedro Silva, Joana Soares, Manuel Branco -Ferreira, Ana-bela Lopes, Rodrigo Rodrigues Alves1, Manuel Pereira BarbosaServiço de Imunoalergologia, Hospital de Santa Maria, Centro Hos-pitalar Lisboa Norte; 1Unidade de Imunoalergologia, Hospital do Divino Espírito Santo, Ponta Delgada

C36 – Correlação entre positividade nos testes cutâneos por picada com Plantago lanceolata e Parietaria judaica e os níveis de IgE específi ca e totalMariana Couto, Mário Miranda, Luís Araújo, José Ferraz de Oliveira, M. Graça Castel -BrancoServiço de Imunoalergologia, Hospital de São João, Porto

C37 – Exposição a poluentes e alterações das vias aéreasPedro Martins1,2, Iolanda Caires1, Simões Torres3, José Martins1, Pedro Lopes da Mata4, Joana Valente5, Ana Luísa Papoila6, José Rosado -Pinto2, Carlos Borrego5, Nuno Neuparth1,2

1Departamento Universitário de Fisiopatologia, CEDOC, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Nova de Lisboa; 2Serviço de Imu-noalergologia, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa; 3Serviço de Pneumologia, Hospital de São Teotónio; 4Institu-to Clínico de Alergologia; 5Departamento de Ambiente e Ordena-mento, Universidade de Aveiro; 6Departamento de Bioestatística e Informática, Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa, CEAUL

C38 – Frequência de hiperinsufl ação pulmonar em doentes sem obstrução brônquicaFátima Cabral Duarte1, Pedro Martins2,3, Miguel Paiva2, Susana Car-valho2, Marta Chambel2, Isabel Almeida2, Isabel Peralta2, Nuno Neu-parth2,3, Paula Leiria Pinto2

1Serviço de Imunoalergologia, Hospital de Santa Maria, Centro Hos-pitalar Lisboa Norte; 2Serviço de Imunoalergologia, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar Lisboa Central; 3Departamento de Fi-siopatologia, Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa, Universidade Nova de Lisboa

XXX REUNIÃO ANUAL DA SPAIC / RESUMOS DAS COMUNICAÇÕES LIVRES E DOS POSTERS

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C31 – Avaliação da qualidade de vida e nível de controlo da asma a curto e a longo prazo, em doentes sob tratamento com omalizumabTeresa Vieira, José Ferraz de Oliveira, M. Graça Castel -BrancoServiço de Imunoalergologia, Hospital de São João, Porto

Introdução: Está demonstrado o impacto da asma grave na quali-dade de vida (QV) dos doentes. Neste trabalho é efectuada a avalia-ção do efeito do omalizumab na QV e nível de controlo (C) da asma. São objectivos secundários a avaliação da função pulmonar, infl ama-ção brônquica e uso de corticoterapia (CT).Métodos: Estudo retrospectivo de 10 doentes (9�, idade média: 49.6±10.6 anos) com asma alérgica grave, não controlada, sob trata-mento ≥16 semanas (s) com omalizumab.Análise comparativa entre os valores basais da pontuação total e por domínios dos testes de QV da asma (ALQ) e C da asma (ACT), e os valores às 16s (curto prazo) e 48s (longo prazo), quando apli-cável. Análise do ACT e dos parâmetros secundários obtidos através de entrevista clínica, espirometria e fracção de óxido nítrico no ar exalado (FeNO), com periodicidade quinzenal e/ ou mensal e pon-deração a nível basal, 16 e 48s. Análise descritiva de todos os parâ-metros às 80s.Resultados: Dos 10 doentes, 7 e 4 completaram 48 e 80s de tra-tamento, respectivamente. Foi observada uma redução signifi cativa na pontuação total do ALQ (15.8 para 11.8 às 16s, p<0.005; 12.1 às 48s, p<0.017) e a curto e longo prazo nos domínios visitas médicas não programadas (p<0.025 e p<0.034) e medicação (p<0.02 e p<0.014). A variação nos domínios actividades/sono e sintomas foi apenas signifi cativa às 16s e psicológico às 48s (p<0.01, p<0.016 e p<0.046, respectivamente). Relativamente ao ACT verifi cou -se um aumento signifi cativo na pontuação total (11.1 para 16.5 às 16s, p<0.009; 17.1 às 48s, p<0.018) e nas 5 questões individuais. Às 80s a pontuação total foi de 20.8±3.3. Na avaliação da função pulmonar demonstrou -se uma melhoria signifi cativa da FVC (76.1% para 86.2% às 16s, p<0.007; 91.1% às 48s, p<0.018) e do FEV1 (53.2% para 62.2% às 16s, p<0.017; 63.6% às 48s, p<0.018). Em relação à CT oral, 60, 40 e 14.3% dos doentes mantinham tratamento diário, a nível basal, às 16 e 48s, respectivamente. Não foram detectadas variações signifi -cativas na FeNO e dose diária de CT inalada.Conclusões: O omalizumab promoveu uma melhoria global na QV essencialmente no recurso a visitas médicas não programadas e uso de medicação. Verifi cou -se um aumento na pontuação do nível de C da asma, a curto e longo prazo, que contudo se manteve “fora do alvo”, de acordo com a interpretação do teste. Houve redução ao longo do tempo do número de doentes com necessidade de CT oral. Foi constatado aumento signifi cativo do FEV1, habitualmente não descrito.

C32 – Opções de Prescrição Em Rinite Alérgica – (OPERA II)Manuel Branco FerreiraServiço de Imunoalergologia, Hospital de Santa Maria, Centro Hos-pitalar Lisboa Norte; Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa

Objectivo: Caracterizar as opções de prescrição na rinite, avalian-do eventuais diferenças entre especialistas de Imunoalergologia (IA) e de Medicina Geral e Familiar (MGF).Material/Métodos: Questionário anónimo com 3 casos clínicos de resposta por escolha múltipla e 4 de resposta aberta, aplicado a 398 MGF e 73 IA, que voluntariamente preencheram o inquérito, os IA durante a reunião da SPAIC/08. Com o software SPSS 15.0 procedeu--se a análises descritivas através de frequências absolutas e relativas, sendo a relação entre respostas de MGF e IA avaliada através de tabelas de contingência e teste de qui -quadrado ou de Fisher (signi-fi cativo p<0,05).Resultados: De forma geral, nos 2 grupos de médicos, os antihista-mínicos orais não sedantes (AH) são os fármacos mais usados no conjunto dos diversos casos de rinite (intermitente(I) / persistente(P), ligeira(L) / moderada -grave(MG)). Em geral, há menor escolha de antagonistas dos receptores dos leucotrienos (AL) por IA, excepto no caso de rinite PMG com cansaço e sibilância. Nos casos ligeiros, os vasoconstritores nasais (VC) são menos escolhidos pelos IA, ocorrendo o inverso nos casos moderados -graves, mas >¾ dos IA que os usam fazem -no por <15 dias, um cuidado menos frequente nos MGF. Também os corticosteróides sistémicos (CS) são menos usados por IA, quer nas 3 questões de escolha múltipla quer nas 4 de resposta aberta, sendo apenas no caso de rinite PMG com quei-xas sugestivas de asma, que 6% IA optam por CS por via oral vs 11% MGF. Nos CS depot registou -se 0% de uso nos IA vs 5% nos MGF (Quadro).Conclusões: AH e CTN são os fármacos mais utilizados por MGF e IA. Contudo, e à excepção do caso de rinite IL, os IA usam mais CTN e, particularmente, mais doses duplas de CTN nos casos de rinite PMG. Nos IA registaram -se maiores diferenças nas opções terapêuticas entre casos de diferente gravidade e melhor adequação das escolhas dos fármacos e suas posologias, com menor uso de VC e CS. Julgamos que uma melhor afi nação (“fi ne tuning”) da terapêu-tica da rinite face a casos clínicos específi cos deverá ser o objectivo de futuras formações para MGF.

Rinite IL(tosse e AF de asma)

%MGF %IA

Rinite PL

%MGF %IA

Rinite PMG (sazonal)

%MGF %IA

Rinite PMG(perianual, com

episódios desibilância)

%MGF %IAAH 64 78* 78 88 67 82* 40* 25AH 2x 3 0 7* 1 19 11 6 6CTN 25 19 36 56* 63 69 51 56CTN 2x 1 1 1 1 11 21* 11 30*AL 22 22 18* 1 22* 6 38 47VC 3,5 0 4 0 9 11 18 22CS p.o. 0,5 0 0 0 4,8 0 11 6CS i.m. 0,5 0 0 0 2,5 0 2 0

Legenda: AF -antecedentes familiares; 2x -dose dupla; * p<0,05

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C33 – Sensibilização a pólens de Plantago lanceolata e Pa-rietaria judaica na população da Região Norte de Portugal: distribuição geográfi caMário Miranda, Mariana Couto, José Ferraz de Oliveira, M. Graça Castel -BrancoServiço de Imunoalergologia, Hospital de São João, Porto

Introdução: A sensibilização a pólens está relacionada com a inten-sidade da exposição sazonal em diferentes áreas com fl oras distintas e portanto com concentrações polínicas qualitativa e quantitativa-mente heterogéneas, ainda que moduladas por factores climatéricos e orográfi cos próprios da região. A sensibilização a Parietaria é causa comum de polinose nos países mediterrâneos. Em 2004 foi revista a bateria de aeroalergénios usada nos testes cutâneos por picada (TCP) e introduzido pela primeira vez no H.S.João o extracto de Plantago lanceolata isolado.Objectivo: Estimar as diferenças regionais de sensibilização global a pólens na população do Norte de Portugal. Comparar a distribui-ção da sensibilização a Plantago lanceolata e Parietaria judaica.Métodos: Análise retrospectiva dos TCP realizados em 2004 e 2005 na consulta de Imunoalergologia do HSJoão, utilizando a bateria de aeroalergénios revista. Os concelhos de residência foram agrupados em regiões: Litoral Norte (LN), Grande Porto Litoral (GPL) e Inte-rior (GPI), Minho Interior e Vale do Sousa (MIVS) e Trás -os -Montes e Alto Douro (TMAD). Calcularam -se as razões TCP+/”total de re-ferenciados” (TCP/R) e TCP+/”total de polínicos” (TCP/P) para reduzir o viés da referenciação.Resultados: Dos 2323 doentes, 472 (38% �, idade média 34,8) com TCP+ para P lanceolata (371 -79%) e/ou P judaica (305 -65%). Destes, 165 (35%) sensibilizados apenas a P lanceolata, 105 (22%) a P judaica e 203 (43%) a ambas (independente de co -sensibilização a outros alergénios). Motivo de consulta: patologia respiratória 438, urticária e/ou angioedema 17; indeterminado 17. Distribuição regional: TCP(pólens)/R: LN 32,8%; GPL 39,7%; GPI 39,4%; MIVS 40,8%; TMAD 50,4%; TCP(plantago)/P e TCP(plantago)/R respectivamente: LN 47.6% e 15.6%; GPL 39.6% e 15.8%; GPI 36.3% e 14.3%; MIVS 41.1% e 16.8%; TMAD 56.7% e 28.6%. TCP(parietaria)/P e TCP(parietaria)/R respectivamente: LN 47.6% e 15.6%; GPL 35.5% e 14.1%; GPI 30.2% e 11.9%; MIVS 30.4% e 12.4%; TMAD 43.3% e 21.8%.Conclusão: Verifi cou -se uma diferença signifi cativa de sensibilização polínica global, a P judaica e a P lanceolata entre TMAD e as restantes regiões. No caso da P judaica identifi cou -se uma maior proporção no litoral (LN e GPL) versus regiões interiores contíguas (GPI e MIVS). Encontrou -se uma proporção superior de sensibilização a P lanceo-lata versus P judaica. Estes resultados justifi cam a implementação de contagem polínica diferencial mais alargada na Região Norte.

C34 – Polisensibilização a pólenes em doentes com rinite alérgica – estudo por método ImmunoCAP ISAC®

Miguel Paiva1, Marta Chambel1, Maria João Paes2, Helena Pité1, Ânge-la Gaspar1, Pedro Martins1, Sara Prates1, Virgínia Loureiro3, Paula Leiria Pinto1

1Serviço de Imunoalergologia do Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central; 2Unidade de Imunoalergologia do Hos-pital Pulido Valente, Centro Hospitalar de Lisboa Norte; 3Serviço de Patologia Clínica do Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central

Introdução: A polisensibilização (PSB) a pólenes pode constituir um obstáculo à prescrição de imunoterapia específi ca (IE) em doen-tes com rinite alérgica (RA). O ImmunoCAP ISAC® (Immuno Solid--phase Allergen Chip) é um teste semi -quantitativo de detecção de IgE específi cas séricas que permite avaliar de forma simultânea a sensi-bilização a múltiplos alergénios moleculares que se encontram imo-bilizados num substrato sólido sob a forma de microarray.Objectivos: Avaliar o contributo da tecnologia ImmunoCAP ISAC®

no estudo da PSB a pólenes em doentes com RA e identifi cação de doentes mono ou oligosensibilizados com indicação para IE.Métodos: Seleccionaram -se doentes com diagnóstico clínico de RA e PSB a pólenes, defi nida como testes cutâneos por picada (TCP) positivos para 2 ou mais pólenes de diferentes famílias e clínica de RA associada a estação polínica. Realizou -se estudo de IgE específi -cas séricas por ImmunoCAP ISAC® (Phadia).Resultados: Estudaram -se 16 doentes, mediana etária de 30,5 anos, distribuição equitativa por género. 12 doentes tinham diagnóstico de conjuntivite alérgica, 8 de asma e 4 de alergia alimentar. Os resul-tados nos TCP foram: todos os doentes sensibilizados a mistura de gramíneas (Gram), 11 a oliveira (Ole), 9 a parietária (Par), 9 a salso-la (Sal), 9 a artemísia (Art), 8 a plátano (Pla), 7 a bétula (Bet) e 4 a cipreste (Cup). Média de TCP pólenes positivos/doente: 4,5. Sensibi-lização a outros aeroalergénios em 10 doentes. Os resultados do ISAC® para alergénios específi cos foram: 15 doentes sensibilizados a Gram, 7 a Oliv, 6 a Sal, 6 a Art, 5 a Pla, 5 a Cup e 1 a Bet. Em 6 doentes com TCP positivo para Bet, foi detectada IgE para profi lina (4 casos) e/ou proteínas de ligação ao cálcio (2 casos). A sensibiliza-ção a Par ocorreu exclusivamente através de LTPs (rPar j 2). Para valores de IgE>1 no ISAC®, o n.º de sensibilização a pólenes por doente foi de 2,9 pólenes e 8 doentes apresentavam sensibilizações relevantes a 1 ou 2 pólenes.Discussão: O ISAC® possibilitou uma melhor compreensão dos mecanismos de sensibilização aos pólenes e sua relevância clínica no estudo de doentes com RA sensibilizados a múltiplos pólenes. Se os resultados dos TCP dissuadiam o clínico de prescrever IE nestes doentes, os resultados do ISAC sugerem que 8 doentes têm sensi-bilização relevante a apenas 1 ou 2 pólenes, o que permitiria ponde-rar IE respeitando as linhas de orientação actuais.

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C35 – Perfi l de sensibilização a aeroalergenos numa popu-lação do ambulatório de ImunoalergologiaIsis Monteiro, Pedro Silva, Joana Soares, Manuel Branco -Ferreira, Ana-bela Lopes, Rodrigo Rodrigues Alves1, Manuel Pereira BarbosaServiço de Imunoalergologia, Hospital de Santa Maria, Centro Hos-pitalar Lisboa Norte; 1Unidade de Imunoalergologia, Hospital do Divino Espírito Santo, Ponta Delgada

Introdução: O perfi l de sensibilização a aeroalergenos de uma população depende de vários factores e o seu conhecimento pode ter impacto na intervenção sobre a alergia respiratória na comuni-dade.Objectivo: Caracterizar uma amostra de doentes de 1.ª consulta de Imunoalergologia quanto à sensibilização a aeroalergenos e rela-ção com clínica.Material/Métodos: Doentes de 1.ª consulta de Imunoalergologia do nosso Hospital (Jul/07 a Mar/08) que responderam a questionário clínico e que efectuaram bateria normalizada de testes cutâneos em picada (TC) a ácaros, pólenes (gramíneas, ervas, árvores), fungos, epitélios e látex.Resultados: Avaliámos 754 doentes (63% do sexo feminino), idade média 34,8 ± 17 anos (1 -85 anos). 87% têm pelo menos 1 TC+. Os grupos de alergenos mais prevalentes foram ácaros (59%: 52%Dpt; 48%Df; 31%Eurog; 28%Lepido; 23%Tyro), gramíneas (36%), ervas (25%: 13%Pariet 11%Artem; 9%Plant) e epitélios (23%: 12%Cão; 10%Gato; 1%Penas). Obtivemos 3% TC+ a látex (19% dos quais em profi ssionais de saúde); destes, 24% referiam sintomas no contacto com o látex (dos quais 60% são profi ssionais de saúde). Encontrámos 11% de monosensibilizados (MS) e 89% polisensibilizados (PS). Nos MS, os alergenos mais prevalentes são ácaros (62%), ervas (22%) e gramíneas (20%). Nos PS, 24% são -no para 2 grupos e 76% para ≥3 grupos. As associações mais frequentes são: ácaros -epitélios (8,9%); ácaros -gramíneas -ervas (4,1%); ácaros -gramíneas -ervas -oliveira (3,8%); ácaros -epitélios -gramíneas -ervas (3,6%). Em relação à sensi-bilização para ácaros, em 22% verifi ca -se apenas para Dpt e/ou Df e em 13% apenas para pelo menos um dos outros ácaros. Em 65% coexiste sensibilização para ácaros do pó doméstico e de armaze-namento. Quanto à clínica auto -reportada, 16% refere sintomas de apenas 1 órgão (2% asma, 10% rinite, 4% conjuntivite), 38% de 2 órgãos (7% asma e rinite, 29% rino -conjuntivite, 2% asma e conjun-tivite) e 36% de asma, rinite e conjuntivite (ARC). A associação ARC é a mais frequente em todos os grupos de alergenos excepto nos TC+ a fungos (38% ARC vs. 40% de rino -conjuntivite) e oliveira (40% de ARC vs. 41% de rino -conjuntivite).Conclusões: Ácaros, gramíneas e ervas constituem os principais grupos de sensibilização em doentes da consulta de Imunoalergolo-gia. Predomina a PS a ≥3 alergenos e a associação de sintomas de ≥2 órgãos -alvo. Apenas 3% dos doentes tiveram TC+ para látex, na sua maioria sem sintomas no contacto com o látex.

C36 – Correlação entre positividade nos testes cutâneos por picada com Plantago lanceolata e Parietaria judaica e os níveis de IgE específi ca e totalMariana Couto, Mário Miranda, Luís Araújo, José Ferraz de Oliveira, M. Graça Castel -BrancoServiço de Imunoalergologia, Hospital de São João, Porto

Introdução: Testes cutâneos por picada (TCP) e doseamentos de IgE total (tIgE) e específi ca (sIgE) constituem métodos clássicos de avaliação de sensibilização alérgica. Este estudo tem como objectivo avaliar a relação entre a reactividade nos TCP com extractos de Plantago lanceolata e Parietaria judaica e os valores de sIgE e tIgE.Métodos: Análise retrospectiva dos doentes com TCP positivos para Plantago lanceolata e Parietaria judaica e doseamentos de sIgE durante o biénio 2004 -05 no Serviço de Imunoalergologia do H.S. João. Foram considerados positivos os TCP que apresentavam média do maior e menor (perpendicular) diâmetros da pápula ≥ 3 mm em relação ao controlo glicero -salino. Foram efectuadas 2 medições por observadores independentes e utilizada a média das avaliações. A tIgE e sIgE foram doseadas usando as UniCap® (Phadia, Sweden). A correlação entre variáveis foi avaliada pelo teste de Spearman, con-siderando um nível de signifi cância de 0,05.Resultados: Foram avaliados 83 doentes com TCP + para P lance-olata, com mediana de 33 (12 -79) anos. Nos TCP os valores de mediana (P25 -75) foram de 5 (4 -7) mm, para a sIgE mediana de 0 (0 -1,21) kUA/L e para a tIgE de 68,1 (7,39 -224,75) kU/L. Verifi caram--se correlações positivas entre a dimensão da pápula nos TCP e a sIgE (r=0,397; p<0,001) e a razão sIgE/tIgE (r=0,473; p<0,001) e uma correlação negativa entre TCP e tIgE (r= -0,645; p<0,001). Quarenta e sete (57%) dos doentes com TCP + apresentavam sIgE < 0,35 kUA/L. Foram avaliados 98 doentes com TCP + para P judaica, com mediana de 35 (15 -66) anos. Apresentavam nos TCP valores de me-diana (P25 -75) de 6 (4 -9) mm, mediana para sIgE de 1,32 (0 -13,8) kUA/L e para tIgE de 179 (78 -370,75) kU/L. Foram detectadas cor-relações positivas entre dimensão da pápula nos TCP e sIgE (r=0,726; p<0,001) e razão sIgE/tIgE (r=0679; p<0,001). Não existe uma cor-relação signifi cativa entre TCP e tIgE (r=0,068; p=0,58). Quarenta e um (42%) dos doentes com TCP + apresentavam sIgE < 0,35 kUA/L.Conclusões: Foi observada uma correlação positiva entre os valo-res da dimensão da pápula nos TCP e os valores de sIgE para ambos os alergéneos estudados. A elevada percentagem de doentes com sIgE indoseável permite especular se o critério de positividade uti-lizado para a valorização dos TCP será o mais adequado. Para uma melhor interpretação da relevância clínica destes resultados seria importante a comparação dos resultados com um gold -standard, nes-te caso a provocação específi ca.

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C37 – Exposição a poluentes e alterações das vias aéreasPedro Martins1,2, Iolanda Caires1, Simões Torres3, José Martins1, Pedro Lopes da Mata4, Joana Valente5, Ana Luísa Papoila6, José Rosado -Pinto2, Carlos Borrego5, Nuno Neuparth1,2

1Departamento Universitário de Fisiopatologia, CEDOC, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Nova de Lisboa; 2Serviço de Imu-noalergologia, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa; 3Serviço de Pneumologia, Hospital de São Teotónio; 4Institu-to Clínico de Alergologia; 5Departamento de Ambiente e Ordena-mento, Universidade de Aveiro; 6Departamento de Bioestatística e Informática, Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa, CEAUL

Introdução: O Projecto “Saud’Ar” teve como objectivo determinar a relação entre os níveis de exposição a poluentes atmosféricos e as alterações nas vias aéreas, num grupo de crianças com história de sibilância, seleccionadas na cidade de Viseu através do questionário ISAAC.Material e Métodos: Durante uma semana de Inverno e Verão dos anos de 2006 e 2007, avaliaram -se 51 crianças através dos seguintes exames: Medição FENO, medição do pH no condensado brônquico (EBC), espirometria, registo ambulatório do PEF e testes cutâneos por picada (TC) para aeroalergenos. Mediram -se nas casas e escolas das crianças os níveis de poluentes interiores: NO2, O3 e COV’s (benzeno, tolueno, xileno e formaldeído). Mediu -se também a polui-ção atmosférica de Viseu no período em questão (O3, NO2, PM10, COV’s). Depois de defi nidos os perfi s actividade -tempo de cada criança e as concentrações dos diversos poluentes em cada momen-to e em cada microambiente (através da medição no local, modela-ção da qualidade do ar e utilização de relações exterior/interior) calculou -se a exposição individual de cada criança para os vários poluentes. Efectuou -se um estudo de regressão linear múltipla para avaliar a associação entre exposição a poluentes e os parâmetros das vias aéreas, ajustada para a sensibilização a aeroalergenos.Resultados: 28 crianças eram do sexo masculino (idade média: 8.8±1.1 anos em Junho 2007). 23 tiveram TC positivos. Encontraram--se associações signifi cativas para incrementos de exposição a 10μg.m -3 COV’s em todas as semanas do estudo, obtendo -se no en-tanto os melhores resultados nas avaliações do Verão de 2007: por cada aumento de exposição a 10μg.m -3 de xileno observou -se em média uma diminuição de 4.7% da relação FEV1/FVC (p=0.046) e um aumento do ∆PEF em média de 7.4% (p=0.016). O aumento de ex-posição a 10μg.m -3 de benzeno e tolueno associou -se com um au-mento em média do ∆PEF de 4.5% (p=0.007) e de 2.7% (p=0.005) respectivamente. Observaram -se associações negativas entre aumen-tos de exposição a 10μg.m -3 de tolueno, etil -benzeno e mp -xileno e o pH do EBC, obtendo -se diminuições em média, respectivamente, de 0.18 (p=0.001), 0.46 (p=0.001) e 1.27 (p=0.000) unidades de pH.Conclusões: A maior exposição a COV’s associou -se com uma maior gravidade das variáveis médicas, suportando a hipótese de que a exposição a este tipo de poluentes infl uencia o comportamento das vias aéreas de crianças com história de sibilância.Financiamento: Fundação Calouste Gulbenkian; FEDER/ POCTI

C38 – Frequência de hiperinsufl ação pulmonar em doentes sem obstrução brônquicaFátima Cabral Duarte1, Pedro Martins2,3, Miguel Paiva2, Susana Car-valho2, Marta Chambel2, Isabel Almeida2, Isabel Peralta2, Nuno Neu-parth2,3, Paula Leiria Pinto2

1Serviço de Imunoalergologia, Hospital de Santa Maria, Centro Hos-pitalar Lisboa Norte; 2Serviço de Imunoalergologia, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar Lisboa Central; 3Departamento de Fi-siopatologia, Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa, Universidade Nova de Lisboa

Introdução: A hiperinsufl ação pulmonar corresponde ao aumento de volumes pulmonares absolutos (% previsto) de volume residual (RV), volume de gás intratorácico (ITGV) e capacidade pulmonar total (TLC). A hiperinsufl ação pulmonar tem uma associação indis-cutível com a limitação do débito aéreo, podendo preceder no en-tanto a existência de parâmetros funcionais respiratórios de obstru-ção brônquica.Objectivo: Determinar a frequência de hiperinsufl ação pulmonar em doentes sem obstrução brônquica.Materiais e Métodos: Durante duas semanas consecutivas foi efec-tuada pletismografi a a todos os indivíduos referenciados ao labora-tório de exploração funcional respiratória do Serviço de Imunoaler-gologia do Hospital de Dona Estefânia. A obstrução brônquica foi defi nida como a existência de FEV1<80% do valor teórico, FEV1/VC<75% ou existência de concavidade na curva débito volume. Defi niu -se como hiperinsufl ação pulmonar a existência de um de três critérios: RV>140%, ITGV>130% ou TLC>120% do valor previsto.Resultados: No período analisado efectuaram -se 147 pletismogra-fi as: 83 correspondiam a indivíduos do sexo masculino (55,7%), sen-do a mediana de idades de 15 anos (p25 -p75: 10 -25 anos). A maioria (76,5%) encontrava -se sensibilizada a aeroalergénios. Dos 121 do-entes que não apresentavam parâmetros de obstrução brônquica, verifi cou -se a existência de: RV>140% em 26% dos doentes, ITGV>130% em 18% dos doentes, TLC>120% em 17% dos doentes. O valor médio da razão RV/TLC foi de 0,28±0,4. Não se encontrou nenhuma associação negativa entre volumes pulmonares e FEV1, re-lação FEV1/VC ou FEF25 -75%.Conclusões: A frequência da hiperinsufl ação pulmonar observada demonstra o interesse da pletismografi a no âmbito duma consulta de Imunoalergologia.

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POSTERS

1.ª SESSÃO DE POSTERS

Dia: 1 de Outubro 2009Horas: 08.45 – 10.30 horasLocal: Sala 3

Moderadores: Isabel Carrapatoso / Mário Miranda

P1 – O papel da poluição outdoor na bioquímica do pólen de PoaceaeIrene Câmara, Anísia Correia, Miguel CarvalhoCentro de Estudos da Macaronésia, Universidade da Madeira, Fun-chal

P2 – Caracterização de aeroalergénios durante eventos de “bruma” no Arquipélago da MadeiraSandra Lima Teixeira1, Cristiana Pimenta de França1, Roberto Cama-cho1, Irene Câmara2

1Centro de Competências das Ciências da Vida, Universidade da Madeira; 2Centro de Estudos da Macaronésia, Universidade da Ma-deira, Funchal

P3 – Monitorização dos 10 tipos fúngicos mais prevalentes na Cidade do Funchal (2004 – 2008): uma estratégia de pre-venção na alergia respiratóriaCristiana Pimenta de França1, Margarida Fernandes2, Irene Câmara2

1Centro de Competências das Ciências da Vida, Universidade da Madeira; 2Centro de Estudos da Macaronésia, Universidade da Ma-deira, Funchal

P4 – Abcessos recorrentesMaria Isabel Mascarenhas1, Susana Lopes da Silva1,2, José Gonçalo Marques2, Adriana Albuquerque2, Alcinda Melo2, Manuel Branco Fer-reira1, Maria Conceição Santos2, Ana Espada de Sousa2, Manuel Pe-reira Barbosa1,2

1Serviço de Imunoalergologia, CHLN – Hospital de Santa Maria, Lis-boa; 2Centro de Imunodefi ciências Primárias CHLN – HSM/ FML/ IMM

P5 – Aspergilose cutânea e infi ltrados pulmonares recor-rentes – progressão para linfoma de células B do pulmão numa doente com imunodefi ciência comum variávelSara Pereira da Silva1, Helen Chapel21Serviço de Imunoalergologia, Centro Hospitalar Lisboa Norte, Hos-pital de Santa Maria, Lisboa; 2 Department of Clinical Immunology, Nuffi eld Department of Medicine, University of Oxford and Oxford Radcliffe Hospitals, Oxford, Reino Unido

P6 – Asma brônquica na gravidez: atitudes e conhecimentos práticos dos especialistas em Ginecologia -ObstetríciaSusana Carvalho1, Ana Margarida Reis2, Ana Margarida Romeira1, Sara Prates1, Paula Leiria -Pinto1

1Serviço de Imunoalergologia, Hospital Dona Estefânia, Centro Hos-pitalar Lisboa Central; 2Unidade de Imunoalergologia, Hospital Puli-do Valente, Centro Hospitalar Lisboa Norte

P7 – Rinite na gravidez: atitudes e conhecimentos práticos dos especialistas em Ginecologia -ObstetríciaAna Margarida Reis1, Susana Carvalho2, Ana Margarida Romeira2, Sara Prates2, Paula Leiria -Pinto2

1Unidade de Imunoalergologia, Hospital Pulido Valente, Centro Hos-pitalar Lisboa Norte; 2Serviço de Imunoalergologia, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Lisboa Central

P8 – Pneumonia como agravante da agudização de asma brônquicaTiago Alfaro1,2, Ana Todo Bom1, Celso Chieira1

1Serviço de Imunoalergologia dos Hospitais da Universidade de Coimbra (Director: Dr. Celso Cheira); 2Serviço de Pneumologia dos Hospitais da Universidade de Coimbra (Director: Dr. Mário Lourei-ro)

P9 – Relação entre asma e refl uxo gastro -esofágico: a per-cepção do doenteGisela Calado, Daniel Machado, Graça Loureiro, Beatriz Tavares, Cel-so Pereira, Celso ChieiraServiço de Imunoalergologia, Hospitais da Universidade de Coim-bra

P10 – Qualidade de vida e Psicopatologia em crianças e adolescentes com asmaCarlos Carona1, Tiago Faria -Morais2, Sara Leitão3, Neuza Silva4, Daniel Marques5, Maria Cristina Canavarro6

Psicólogo, Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra, Doutoran-do em Psicologia Clínica na Universidade de Coimbra, Instituto de Psicologia Cognitiva da Universidade de Coimbra; 2Psicólogo, Mes-trando em Psicologia Clínica na Universidade de Trás -os -Montes e Alto Douro; 3Psicóloga, Mestranda em Psicologia Clínica e da Saúde na Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universi-dade de Coimbra (FPCE -UC); 4Psicóloga, Mestranda em Psicologia Clínica e da Saúde na FPCE -UC; 5Psicólogo, Mestrando em Psicolo-gia Clínica e da Saúde na FPCE -UC; 6Psicóloga, Professora Associada (com Agregação) da FPCE -UC, Coordenadora da UnIP – Unidade de Intervenção Psicológica da Maternidade Dr. Daniel de Matos – Departamento de Medicina Materno -Fetal, Genética e Reprodução Humana dos HUC, Instituto de Psicologia Cognitiva da Universidade de Coimbra

P11 – Anafi laxia provocada por aeroalergénios de cavaloHelena Pité, Graça Pires, Paula Leiria PintoServiço de Imunoalergologia, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central

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P12 – Testes cutâneos por picada na avaliação de cavalos com obstrução recorrente das vias aéreasPaula Pimenta Tilley1, Manuel Branco Ferreira2, José Paulo Sales Luís1

1Departamento de Clínica, Faculdade de Medicina Veterinária, Lisboa; 2Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa

P13 – Fibrose quística e alergiaJoão Antunes1, Ana Fernandes3, Sónia Antunes3, Luís Miguel Borrego1,2, Paula Leiria Pinto1, José Cavaco3

1Serviço de Imunoalergologia, Hospital Dona Estefânia, Centro Hos-pitalar de Lisboa Central; 2Departamento de Imunologia, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Nova de Lisboa; 3 Unidade de Pneumologia, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central (Coordenador: Gonçalo Cordeiro Ferreira)

P14 – Papel do ImmunoCAP ISAC® no estudo de doentes polissensibilizados a pólensMarta Salgado, Ana Paula Pires, Rute Reis, Elza Tomaz, Irina Didenko, Vinhas de Sousa, Fátima Jordão, Filipe InácioServiço de Imunoalergologia, Hospital S. Bernardo, Centro Hospita-lar de Setúbal

P15 – Papel do ImmunoCAP ISAC® no estudo de um doen-te polissensibilizado com anafi laxia alimentarMarta Salgado, Rute Reis, Elza Tomaz, Ana Paula Pires, Filipe InácioServiço de Imunoalergologia, Hospital S. Bernardo, Centro Hospita-lar de Setúbal

P16 – Sensibilização a ácaros em profi ssional de pastelaria – caso clínicoAna Todo Bom, Jorge Viana, Filipa RibeiroServiço de Imunoalergologia, Hospitais da Universidade de Coim-bra

P17 – Hipersensibilidade a sulfi tos em doente atópicaFilipa Ribeiro, Isabel Carrapatoso, Eugénia Almeida, Jorge Viana, Luísa Geraldes, Celso ChieiraServiço de Imunoalergologia, Hospitais da Universidade de Coim-bra

P1 – O papel da poluição outdoor na bioquímica do pólen de PoaceaeIrene Câmara, Anísia Correia, Miguel CarvalhoCentro de Estudos da Macaronésia, Universidade da Madeira, Fun-chal

Fundamento: A poluição atmosférica, em particular a proveniente dos veículos motorizados, constitui um dos principais factores res-ponsáveis pelo aumento da incidência das alergias nos países indus-trializados. As alterações nos grãos de pólenes provocadas por po-luentes têm suscitado o interesse da comunidade científi ca Estes fenómenos demonstram a sensibilidade do pólen, tornando -o um óptimo bio -indicador de poluição.Objectivo: Determinar o efeito dos poluentes atmosféricos nalguns parâmetros da composição bioquímica, nomeadamente no conteúdo proteico do pólen de Avena barbata; Brachypodium sylvaticum e Hypar-renhia hirta (Poaceae). Tratam -se de plantas muito comuns, que ocor-rem em locais próximos de aglomerados habitacionais do Funchal (Região da Madeira, Portugal) e cujo signifi cado alergológico impor-ta determinar.Métodos: Os grãos de pólen foram colhidos no meio urbano ex-postos à poluição atmosférica da cidade do Funchal (Madeira) e em meio sub -urbano, reduzida poluição atmosférica. Para determinar o efeito da poluição na expressão das proteínas, os extractos de pólen foram analisados pelos métodos de Bradford e por SDS -PAGE.Resultados: A aglomeração de partículas e a libertação de material polínico foram observados apenas nos pólenes expostos à poluição. Nos pólenes expostos de A. barbata e H. hirta observou -se um au-mento do conteúdo de proteína, e uma diminuição em B. silvatycum relativamente aos pólenes colhidos no meio pouco poluído. Os pó-lenes colhidos no meio urbano e expostos à poluição apresentam as mesmas bandas proteicas que o do meio menos poluído, constatando -se contudo diferenças de intensidade nalgumas delas. A análise de lípidos e carbohidratos revelou que a sua quantidade di-minui com o aumento de poluição.Conclusões: Constatou -se a acumulação de partículas na superfície polínica após exposição atmosférica, induzindo alterações morfoló-gicas. As condições climatéricas e a contínua emissão de poluentes, permitiu a libertação do material polínico, ocorrendo alterações na intensidade das bandas proteicas. Tratam -se de factores que permi-tem a libertação do material polínico e de alergénios, bem como a síntese de alergénios com alergenicidade alterada. Nestas condições, os indivíduos sensíveis estão mais em contacto com as proteínas do pólen (alergénios) do que os indivíduos que habitam em locais menos poluídos.

XXX REUNIÃO ANUAL DA SPAIC / RESUMOS DAS COMUNICAÇÕES LIVRES E DOS POSTERS

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P2 – Caracterização de aeroalergénios durante eventos de “bruma” no Arquipélago da MadeiraSandra Lima Teixeira1, Cristiana Pimenta de França1, Roberto Cama-cho1, Irene Câmara2

1Centro de Competências das Ciências da Vida, Universidade da Madeira; 2Centro de Estudos da Macaronésia, Universidade da Ma-deira, Funchal

Fundamento: O transporte de poeiras do Norte de África a lon-ga distância é um fenómeno observado com particular atenção em diversas regiões, sobretudo no Atlântico Norte e Mediterrâneo. O fenómeno é designado por “bruma” e pode ser visualizado do espa-ço quando atinge o território português. O fenómeno apresenta mecanismos de transporte e variações sazonais, surtindo impacto a nível dos ecossistemas marinhos e terrestres, bem como na quali-dade do ar e na saúde pública.Objectivo: Estabelecer uma relação entre a incidência de microor-ganismos, nomeadamente fungos e bactérias, presentes no ar no Arquipélago da Madeira, com os eventos de “bruma” resultantes de tempestades de areia do Norte de África.Métodos: As amostras do ar outdoor foram recolhidas entre No-vembro de 2008 e Março de 2009. A escolha dos dias de bruma e controlo (céu limpo) foi feita por inspecção visual. Utilizou -se um captador portátil Burkard Manufacturing Co Ltd. contendo meio de cultura selectivo para fungos, Gelose Sabouraud Cloranfenicol. O meio de cultura para bactérias utilizado foi o Gelose Tripcase Soja (TSA). As colónias de fungos foram contabilizadas e repicadas para posterior análise microscópica. As colónias bacterianas foram con-tabilizadas, repicadas e submetidas à coloração de Gram. Os parâ-metros meteorológicos relativos ao período em estudo foram ce-didos pelo Instituto de Climatologia e Meteorologia do Funchal. Os dados foram analisados nos programas Microsoft Excel 2003, SPSS versão 14.0.Resultados: Os aeroalergénios fúngicos Fusicladium, Coprinus, Peri-conia, Epicoccum e Drechlera surgiram regra geral em dia de “bruma”. Os tipos Coprinus, Epicoccum e Drechlera foram detectados nos dias de bruma intensa. Os tipos Penicillium / Aspergillus ocorreram com frequência ao longo do período de estudo. Para as bactérias não se estabeleceu uma relação directa entre as UFC´s do dia de “bruma” com um dia sem “bruma”, mas verifi cou -se um aumento da variabi-lidade e quantidade bacteriana nos dias de “bruma” intensa, compa-rativamente aos dias controle.Conclusões: Embora se trate dum fenómeno normal, as tempes-tades de “bruma” representam uma consequência das alterações climáticas a nível global. Estes episódios tendem a aumentar de fre-quência e intensidade, bem como a densidade de microorganismos aerotransportados, infl uenciando negativamente na qualidade do ar nas regiões afectadas. Importa observar o fenómeno de forma con-tinuada, a par da monitorização aerobiológica regular.

P3 – Monitorização dos 10 tipos fúngicos mais prevalentes na Cidade do Funchal (2004 – 2008): uma estratégia de pre-venção na alergia respiratóriaCristiana Pimenta de França1, Margarida Fernandes2, Irene Câmara2

1Centro de Competências das Ciências da Vida, Universidade da Madeira; 2Centro de Estudos da Macaronésia, Universidade da Ma-deira, Funchal

Fundamento: A aeromicologia ocupa -se da ocorrência e distribui-ção de esporos de fungos na atmosfera. Os estudos nesta área são úteis para compreender a dinâmica de variação destes aeroalergé-nios, permitindo a realização de melhores diagnósticos de alergias e tratamentos de hiposensibilização Dado que os fungos constituem uma fracção signifi cativa das partículas na atmosfera do Funchal, cerca de 11 vezes superior à dos pólenes, importa avaliar a sua im-portância em termos de epidemiologia e terapêutica.Objectivo: O objectivo deste trabalho consistiu na monitorização dos 10 tipos fúngicos mais prevalentes na atmosfera da cidade do Funchal (Região da Madeira, Portugal) entre 2004 e 2008. Pretende--se fornecer dados que permitam aos especialistas delinear estraté-gias de prevenção da doença alérgica respiratória na Região da Ma-deira bem como a melhoria na abordagem diagnóstica desta patologia.Métodos: A recolha de amostras de ar foi realizada com um poli-nómetro volumétrico, tipo Hirst (Burkard). A correlação entre a concentração de esporos de fungos e as variáveis meteorológicas foi analisada através do teste de Spearman.Resultados: Os esporos de fungos estão presentes na atmosfera ao longo de todo o ano, sobretudo na Primavera, início do Verão, e no Outono. Os Deuteromicetes representaram a classe predomi-nante, com 17 tipos fúngicos, sendo Cladosporium o fungo mais abun-dante na atmosfera do Funchal, correspondendo a 73% do número total de esporos da classe. Seguidamente, prevalecem os tipos fún-gicos Ascosporos, Leptosphaeria, Ganoderma, Coprinus, Agaricus, Alter-naria e Fusarium, e com menor expressão, Torula e Stemphylium. A humidade relativa representa a variável ambiental que mais infl uen-cia no aparecimento de um maior número de fungos.Conclusões: Foram detectados os 10 tipos fúngicos mais comuns na atmosfera do Funchal, aeroalergénios potencialmente implicados na manifestação da doença alérgica respiratória da população local. A elevada incidência destes aeralergénios deve -se sobretudo ao fac-tor humidade, ao geoclima e coberto vegetal peculiares. O conheci-mento da aeromicologia local constitui um pré -requisito para a prevenção, diagnóstico e tratamento mais efi caz da doença alérgica respiratória.

XXX REUNIÃO ANUAL DA SPAIC / RESUMOS DAS COMUNICAÇÕES LIVRES E DOS POSTERS

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P4 – Abcessos recorrentesMaria Isabel Mascarenhas1, Susana Lopes da Silva1,2, José Gonçalo Marques2, Adriana Albuquerque2, Alcinda Melo2, Manuel Branco Fer-reira1, Maria Conceição Santos2, Ana Espada de Sousa2, Manuel Pe-reira Barbosa1,2

1Serviço de Imunoalergologia, CHLN – Hospital de Santa Maria, Lis-boa; 2Centro de Imunodefi ciências Primárias CHLN – HSM/ FML/ IMM

Introdução: O Sindrome de Hiper IgE (SHIE) é uma imunodefi ci-ência primária rara, caracterizada por IgE sérica elevada (>2000kU/L), a que se associam frequentemente infecções cutâneas e respiratórias frequentemente causadas por Staphylococcus aureus, facies grosseiro, alterações do tecido ósseo e conectivo, atraso na queda da dentição primária e hiperextensibilidade articular. Existem 2 formas autossó-micas: dominante (AD) e recessiva.Caso Clínico: Apresentamos o caso de um rapaz caucasiano de 16 anos referenciado à consulta de Imunodefi ciências Primárias por abcessos cutâneos e profundos recorrentes, desde os 4 anos de idade, com isolamento de S. aureus, má resposta à antibioterapia e necessidade de drenagem cirúrgica (abcesso axilar direito aos 4 e 6 anos; linfadenite inguinal esquerda e abcesso pararenal direito aos 15; abcesso da parede abdominal e retroperitoneal aos 16). Nos antecedentes pessoais salientava -se impétigo generalizado (6 meses), sem febre, meningite pneumocócica (13 anos) e atraso na queda da dentição primária. No exame objectivo observava -se fácies grossei-ro, com proeminência frontal e alargamento da pirâmide nasal, e hiperextensibilidade articular. Analiticamente destacava -se eosinofi lia (590 eosinófi los/μL) e IgE sérica total >5000kU/L, com IgG, IgA e IgM normais. O estudo das populações linfocitárias revelou défi ce de células T produtoras de IL17, sem alterações major de outras subpopulações. As respostas proliferativas linfocitárias estavam man-tidas para mitogénios e ausentes para Candida albicans e PPD. A ca-pacidade fagocítica e oxidativa dos neutrófi los, bem como a produ-ção de anticorpos após vacina anti -tetânica e anti -pneumocócica polissacárida estavam normais. Em Outubro de 2008 foi internado por abcessos retroperitoneal e pélvico extensos, com isolamento de S. aureus. Foi colocado catéter de drenagem percutânea e iniciada fl ucloxacilina endovenosa com boa evolução. Desde então mantém profi laxia diária com cotrimoxazol, sem intercorrências infecciosas.Conclusão: O SHIE deve ser considerado no diagnóstico diferencial de doentes com infecções cutâneas frequentes, com sinais infl ama-tórios escassos e IgE sérica elevada. São também muito frequentes as infecções respiratórias com bronquiectasias/pneumatocelos se-quelares, ausentes no caso apresentado. A caracterização imunoló-gica é muito útil na orientação terapêutica de cada caso. Encontra -se em curso o estudo genético deste doente, para confi rmação de provável forma AD.

P5 – Aspergilose cutânea e infi ltrados pulmonares recor-rentes – progressão para linfoma de células B do pulmão numa doente com imunodefi ciência comum variávelSara Pereira da Silva1, Helen Chapel21Serviço de Imunoalergologia, Centro Hospitalar Lisboa Norte, Hos-pital de Santa Maria, Lisboa; 2 Department of Clinical Immunology, Nuffi eld Department of Medicine, University of Oxford and Oxford Radcliffe Hospitals, Oxford, Reino Unido

Introdução: A imunodefi ciência comum variável (IDCV) caracteriza--se por défi ce na produção de anticorpos, embora sejam comuns alterações variáveis nas células T. Os doentes com IDCV apresentam risco aumentado de linfomas, sendo os linfomas do tecido linfóide associado à mucosa (MALT) reconhecidos nestes doentes, em pro-vável relação com a estimulação antigénica crónica.Caso clínico: Doente de sexo feminino, inicia aos 61 anos quadro de nódulos cutâneos recorrentes, sobretudo nos membros inferio-res, em cuja biopsia se identifi cou paniculite por Aspergillus(A.) fumi-gatus. Simultaneamente verifi cou -se a existência de múltiplos infi l-trados pulmonares e hipogamaglobulinemia. Foi diagnosticada IDCV, iniciando terapêutica substitutiva com imunoglobulina G. Os infi ltra-dos pulmonares persistiram, sem evidência de A. fumigatus em me-diastinoscopia e biopsia de gânglio mediastinico. Os nódulos cutâne-os desapareceram, após cerca de 10 meses, sem terapêutica específi ca. Linfopenia T, sobretudo CD8 acentuou -se progressiva-mente. Aos 67 anos, iniciou tosse seca e dispneia. A broncofi brosco-pia mostrou folículos linfóides proeminentes na parede brônquica e a biopsia transbrônquica foi sugestiva de linfoma MALT. Não apre-sentava adenopatias, hepatoesplenomegalia ou aumento da ß2--microglobulina sérica. Verifi cou -se resolução espontânea dos sinto-mas respiratórios, sem tratamento específico. Aos 74 anos apresentava nódulos subpleurais e discretas adenopatias mediastini-cas, estáveis até aos 76 anos, embora tendo iniciado dispneia para esforços progressivamente menores. Um ano depois iniciou perda ponderal signifi cativa, foram detectadas opacifi cações pulmonares mais extensas e múltiplas adenopatias, revelando a biopsia pulmonar linfoma não Hodgkin de grandes células B. A doente faleceu após o primeiro ciclo de quimioterapia, aos 78 anos.Discussão: As amostras histológicas de pulmão disponíveis encontram -se em estudo, para pesquisa de Aspergillus por técnicas de biologia molecular. A aspergilose cutânea secundária surge no contexto de disseminação hematogénea de um foco primário, mais frequentemente no pulmão, estando descrita em imunodefi ciências graves. A aspergilose pulmonar necrotizante pode ter uma apresen-tação silenciosa, evoluindo ao longo de anos sem sintomas signifi ca-tivos. Os linfomas MALT têm sido associados a infecções por um número crescente de microrganismos, reforçando o papel da esti-mulação antigénica crónica como causa da transformação linfóide.

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P6 – Asma brônquica na gravidez: atitudes e conhecimentos práticos dos especialistas em Ginecologia -ObstetríciaSusana Carvalho1, Ana Margarida Reis2, Ana Margarida Romeira1, Sara Prates1, Paula Leiria -Pinto1

1Serviço de Imunoalergologia, Hospital Dona Estefânia, Centro Hos-pitalar Lisboa Central; 2Unidade de Imunoalergologia, Hospital Puli-do Valente, Centro Hospitalar Lisboa Norte

Introdução: A asma brônquica é uma das patologias mais frequen-tes durante a gravidez, apresentando potencial para causar compli-cações materno -fetais graves. O risco do não tratamento é superior aos efeitos adversos potenciais dos fármacos administrados, de onde se deduz a necessidade de um controlo adequado.Objectivos: Avaliação de atitudes e conhecimentos práticos de diagnóstico e terapêutica da asma brônquica por parte dos médicos especialistas em Ginecologia -Obstetrícia, no sentido de perceber necessidades de formação e optimizar a abordagem interdisciplinar.Métodos: Aplicação de questionário de preenchimento voluntário e anónimo com 9 perguntas de escolha múltipla (apenas uma alínea correcta) aos médicos de Ginecologia -Obstetrícia de três Hospitais de referência de Lisboa.Resultados: 24 dos 61 médicos abordados concordaram responder ao questionário. A maioria (16/24) observou grávidas com asma brônquica ≥ 1 vez/mês e < 1 vez/semana, ao nível da Consulta Ex-terna (13/24). A maioria das mulheres manteve os sintomas de asma brônquica prévios à gravidez (12/24) e apenas numa minoria dos casos (2/24) houve agravamento da sintomatologia durante a gravi-dez. 19 dos 24 inquiridos optam pela manutenção do tratamento anti -asmático prévio à gravidez e referenciação a médico especialis-ta. Apenas 5/24 admitem a associação entre asma brônquica na gra-videz e recém -nascidos de baixo peso. A maioria (16/24) respondeu correctamente à questão sobre a prevalência da asma na gravidez. Relativamente a aspectos terapêuticos: perante uma lista de monte-lucaste, cetirizina e associação de propionato de fl uticasona e sal-meterol inalado 9/24 suspenderiam de imediato o montelucaste e 6/24 manteriam todos; 11/24 assinalaram os corticóides inalados como o fármaco de primeira linha no tratamento preventivo da asma brônquica e 10/24 assinalaram quer corticóides sistémicos, beta--agonistas de longa duração de acção ou anti -leucotrienos como terapêutica preventiva de primeira linha. 15/24 apontaram os beta--agonistas de curta duração de acção como primeira linha para o tratamento da exacerbação da asma brônquica e 6/24 consideram os corticóides inalados nestas situações.Conclusões: Os resultados deste estudo revelam que, apesar de algumas insufi ciências nos conhecimentos diagnósticos e terapêuticos, a atitude dos médicos perante as suas pacientes grávidas com asma é globalmente razoável, benefi ciando seguramente de uma abordagem interdisciplinar no sentido de optimizar o controlo da asma.

P7 – Rinite na gravidez: atitudes e conhecimentos práticos dos especialistas em Ginecologia -ObstetríciaAna Margarida Reis1, Susana Carvalho2, Ana Margarida Romeira2, Sara Prates2, Paula Leiria -Pinto2

1Unidade de Imunoalergologia, Hospital Pulido Valente, Centro Hos-pitalar Lisboa Norte; 2Serviço de Imunoalergologia, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Lisboa Central

Introdução: A rinite afecta cerca de 20% das mulheres grávidas. Apesar do impacto negativo na qualidade de vida, da possibilidade de causar exacerbação na asma e evolução para rinossinusite, esta doença é muitas vezes subdiagnosticada e subtratada. O risco do não -tratamento é superior aos potenciais efeitos secundários dos fármacos, pelo que a terapêutica deve sempre ser optimizada para se obter o melhor controlo dos sintomas.Objectivo: Avaliação de atitudes e conhecimentos práticos de diag-nóstico e terapêutica da rinite por parte dos médicos especialistas em Ginecologia -Obstetrícia, no sentido de perceber necessidades de formação e optimizar a abordagem interdisciplinar.Métodos: Aplicou -se um questionário anónimo e voluntário com 7 questões de escolha múltipla a médicos de Ginecologia -Obstetrícia de 3 Maternidades de Lisboa (H. Dona Estefânia, Maternidade Alfre-do da Costa e H. S. Francisco Xavier).Resultados: De todos os médicos de Ginecologia -Obstetrícia so-licitados, apenas 24 responderam ao questionário. 10 dos 24 obser-varam 1 grávida com rinite > 1 vez/mês e < 1x/semana e 7/24 não observaram nenhuma. A maioria (12/24) das doentes manteve a si-tuação clínica anterior à gravidez e em 6/24 ocorreu um agravamen-to dos sintomas de rinite. 11 em 24 dos médicos Obstetras mante-ve o tratamento e referenciou as grávidas com rinite a um médico especialista. A maioria reconheceu que a obstrução unilateral per-sistente não é uma característica da rinite (16/24) e que os testes cutâneos não devem ser utilizados para o diagnóstico da rinite du-rante a gravidez (19/24). Apenas 5/24 responderam correctamente à questão sobre a prevalência da rinite na gravidez, a maioria (14/24) considerava uma prevalência menor que 8%. Nas questões sobre terapêutica, apesar de 10/24 saberem que os corticóides intranasais são a terapêutica de primeira linha, 9/24 indicavam a lavagem nasal com soro fi siológico para tratamento da rinite.Discussão e Conclusão: A frequência das grávidas com rinite ob-servadas pelos médicos de Ginecologia -Obstetrícia é menor que o esperado, o que se pode dever a um sub -diagnóstico desta patologia. O resultado dos questionários indica que apesar da maioria dos médicos de Ginecologia -Obstetrícia ter um conhecimento correcto nos aspectos relativos ao diagnóstico, existem falhas sobre terapêu-tica revelando que uma colaboração próxima entre as especialidades de Imunoalergologia e Ginecologia -Obstetrícia é decisiva para uma correcta orientação destas doentes.

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P8 – Pneumonia como agravante da agudização de asma brônquicaTiago Alfaro1,2, Ana Todo Bom1, Celso Chieira1

1Serviço de Imunoalergologia dos Hospitais da Universidade de Coim-bra (Director: Dr. Celso Cheira); 2Serviço de Pneumologia dos Hos-pitais da Universidade de Coimbra (Director: Dr. Mário Loureiro)

A asma brônquica é uma doença infl amatória crónica das vias aére-as, clinicamente caracterizada por episódios de dispneia, pieira, aper-to torácico e tosse. As exacerbações são uma componente impor-tante da doença, quer por estarem associadas a possível risco de vida, quer a maiores custos económicos e redução da qualidade de vida. É reconhecido o papel das infecções respiratórias víricas nas exacerbações da asma, enquanto as infecções bacterianas parecem ser menos relevantes. Os autores pretendem estudar o papel da pneumonia como agravante da agudização de asma brônquica.Foi assim realizado um estudo retrospectivo dos internamentos por exacerbação de asma brônquica (diagnóstico principal), durante um ano nos Serviços de Imunoalergologia e Pneumologia e de um Hos-pital Universitário.Foram incluídos 101 internamentos, correspondendo a 92 doentes (55F/36M). A idade média foi de 44,1 anos (F: 47,2 / M: 38,8). O diagnóstico de pneumonia foi estabelecido em 17 episódios (16,8%) e as queixas mais frequentes foram a dispneia (97%), a pieira (70,3%), a tosse (85,2%) e a febre (23,8%). À entrada foi observada insufi ci-ência respiratória parcial em 60,4% e global em 8,9% dos episódios. A PCR estava elevada em 72% dos episódios e havia leucocitose em 63,36%. O tempo médio de internamento foi de 9,98 dias. Foi pres-crita antibioterapia em 92% dos doentes. Na análise por grupos observou -se que a gravidade dos episódios, traduzida pelos sintomas, tempo de internamento, ou grau de hipoxemia, não apresentava di-ferenças signifi cativas entre os dois grupos, tendo sido no entanto observada uma tendência para um maior tempo de internamento nos doentes com pneumonia. Analiticamente observou -se uma dife-rença estatisticamente signifi cativa no valor da proteína C reactiva entre os dois grupos, mas não na leucocitose.Os autores concluem assim que a pneumonia é uma entidade fre-quente nas exacerbações de asma brônquica, mas que na amostra estudada, não apresenta diferenças signifi cativas na gravidade da exa-cerbação quando comparada com os restantes casos. Esta pequena diferença entre os dois grupos pode dever -se a uma grande preva-lência de infecção bacteriana nestes doentes sofrendo uma agudiza-ção parcticularmente grave (motivando internamento em hospital central).

P9 – Relação entre asma e refl uxo gastro -esofágico: a per-cepção do doenteGisela Calado, Daniel Machado, Graça Loureiro, Beatriz Tavares, Cel-so Pereira, Celso ChieiraServiço de Imunoalergologia, Hospitais da Universidade de Coimbra

Introdução: Tem sido admitido que o refl uxo gastro -esofágico (RGE) e a asma brônquica (AB) são co -morbilidades que se inter-condicionam sob o ponto de vista etiopatogénico. No entanto, ape-sar de alguns doentes terem vindo a reportar o agravamento da AB condicionado pelo RGE, esta relação continua controversa.Objectivo: Caracterização de uma população de asmáticos que reporta agravamento da AB com o RGE.Métodos: Inclusão de 30 doentes com AB e suspeita clínica de RGE, submetidos a EDA. Foram divididos em 2 grupos: grupo I – doentes com noção de agravamento da asma pelo RGE; grupo II – doentes que negam relação entre AB e RGE. 11 doentes foram submetidos a pH -metria das 24 horas. Analisou -se: caracterização demográfi ca, caracterização (início, gravidade e terapêutica) da AB e do RGE.Resultados: A tabela apresenta os dados demográfi cos e clínicos observados.

Grupo I Grupo II pn 13 17Sexo � (%) 84,6 82,4 nsMédia de idades (anos) 51,38±14,67 54,82±13,55 nsIMC (Kg/m2) 27,95±4,90 28,06±4,67 ns

AB

Idade de início (anos) 32,77±17,86 25,12±19,08 nsPersistente moderada e grave (%) 46,2 41,2 nsAlérgica (%) 15,4 64,7 0,007Não ou parcialmente controlada (%) 100 76,5 nsBroncodilatadores Consumo (%) 84,6 82,4 ns

Duração (anos) 3,83±3,74 4,80±3,51 nsXantinas Consumo (%) 23,1 0

Duração (anos) 6,0±6,54

RGE

Idade de início (anos) 37,23±15,90 28,4±11,15 nsIBP Consumo (%) 92,3 82,4 ns

Duração (meses) 39,77±42,85 18,07±18,12 ns

EDA: esofagite e/ou hérnia do hiato (%) 69,2 82,4 nspH -metria das 24h n.º 11 4 7

Confi rma RGE (%) 75 85,7 nsManometria N.º11 4 7

Sugestivo de RGE (%) 25 16,7 nsRGE comprovadoRGE excluídoRGE não esclarecido

5/13 (38,5%)3/13 (23%)

5/13 (38,5%)

11/17 (64,7%)2/17 (11,8%)4/17 (23,5%)

ACT nos doentes com RGE comprovado:– não ou parcialmente controlado 5/5 (100%) 9/11 (81,8%)

Discussão: O RGE manifestou -se posteriormente ao início da AB em ambos os grupos, sem no entanto se poder admitir que terá decorrido do consumo de antiasmáticos. A percepção do RGE como factor de agravamento da AB ocorreu predominantemente em do-entes com AB não alérgica, não ou parcialmente controlada. Neste grupo de doentes verifi cou -se uma discrepância entre a percepção do doente e a existência de RGE. Admite -se que o RGE é uma co--morbilidade que condiciona um pior controlo da AB.

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P10 – Qualidade de vida e Psicopatologia em crianças e adolescentes com asmaCarlos Carona1, Tiago Faria -Morais2, Sara Leitão3, Neuza Silva4, Daniel Marques5, Maria Cristina Canavarro6

Psicólogo, Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra, Doutorando em Psicologia Clínica na Universidade de Coimbra, Instituto de Psi-cologia Cognitiva da Universidade de Coimbra; 2Psicólogo, Mestrando em Psicologia Clínica na Universidade de Trás -os -Montes e Alto Dou-ro; 3Psicóloga, Mestranda em Psicologia Clínica e da Saúde na Facul-dade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra (FPCE -UC); 4Psicóloga, Mestranda em Psicologia Clínica e da Saúde na FPCE -UC; 5Psicólogo, Mestrando em Psicologia Clínica e da Saúde na FPCE -UC; 6Psicóloga, Professora Associada (com Agre-gação) da FPCE -UC, Coordenadora da UnIP – Unidade de Interven-ção Psicológica da Maternidade Dr. Daniel de Matos – Departamento de Medicina Materno -Fetal, Genética e Reprodução Humana dos HUC, Instituto de Psicologia Cognitiva da Universidade de Coimbra

Objectivos: (1) Avaliar a qualidade de vida (QV), de crianças e adolescentes com asma; (2) avaliar o grau de concordância entre jovens e pais/cuidadores na avaliação da QV; (3) analisar a relação entre QV e sintomatologia psicopatológica em crianças e adolescen-tes asmáticos.Metodologia: Amostra – 35 crianças e adolescentes com asma (gru-po de estudo), e 30 crianças e adolescentes com epilepsia (grupo de referência), com idades entre os 8 e os 18 anos, recolhidos nos ser-viços de Imunoalergologia dos HUC e Hospital Pediátrico do CHC. Instrumentos – ficha de dados clínicos e sociodemográficos; DISABKIDS -37*; KIDSCREEN -10*; SDQ*. As medidas assinaladas com um (*) foram simultaneamente administradas à criança/adolescente (auto -avaliação) e aos seus pais/cuidadores (hetero -avaliação). Proce-dimentos – O estudo privilegiou a inclusão de múltiplos informadores na sua implementação (i.e. crianças/adolescentes, pais/cuidadores familiares, clínico). Ao nível da análise estatística, recorreu -se aos tes-tes t de Student e U de Mann -Whitney para comparações de médias; ao cálculo dos coefi cientes de correlação de Pearson para estudo das medidas de associação; e aos coefi cientes de correlação intraclasse para avaliação do grau de concordância entre avaliadores.Resultados: As crianças/adolescentes com asma apresentaram va-lores inferiores no domínio Físico de QV, quando comparadas com o grupo de epilepsia que, no entanto, apresentou uma QV mais deteriorada no domínio Social. A concordância entre a auto - e a hetero -avaliação da QV de crianças/adolescentes asmáticos foi mo-derada para a maior parte das facetas do DISABKIDS. Foi observa-da uma associação negativa moderada entre psicopatologia e QV, e os jovens com níveis clínicos de psicopatologia apresentaram uma QV mais afectada em diversos domínios. Quando comparada com o grupo de adolescentes (13 -18a), a avaliação feita pelos pais/cuida-dores evidenciou níveis superiores de sintomatologia psicopatológi-ca, internalizante e externalizante, em crianças (8 -12a) com asma.Conclusões: Os resultados descritos sublinham a importância da avaliação da adaptação global e psicológica no contexto clínico da asma infantil/juvenil, e sugerem a necessidade de intervenção tera-pêutica dirigida à redução da psicopatologia e promoção da QV. Na prática clínica e na investigação científi ca, a avaliação da QV de crian-ças/adolescentes com asma deverá privilegiar a inclusão de múltiplos informadores.

P11 – Anafi laxia provocada por aeroalergénios de cavaloHelena Pité, Graça Pires, Paula Leiria PintoServiço de Imunoalergologia, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central

Introdução: As faneras de animais constituem aeroalergénios co-muns causadores de morbilidade signifi cativa. Apesar da sensibilização a estes alergénios ser frequente, casos de anafi laxia por inalação foram raramente reportados.Caso clínico: Criança de 7 anos, sexo masculino, com história de rinoconjuntivite alérgica, sensibilizado a ácaros, pólenes e faneras de gato e cão. É praticante amador de equitação desde os 2 anos de idade, hábito partilhado por vários membros da sua família. Desde os 5 anos, menciona agravamento signifi cativo imediato das queixas de rinoconjuntivite sempre que em contacto com cavalos. Há 7 e 6 meses refere dois episódios de rinoconjuntivite e urticária com lo-calização na cabeça e pescoço, bem como tosse acessual, cerca de 10 minutos após montar a cavalo, quadro com resolução cerca de 2 horas após a toma de cetirizina. Tendo em conta estes episódios, a mãe da criança decidiu afastá -lo da prática de equitação. Três meses depois, após cerca de 10 minutos em contacto com crianças que haviam estado recentemente a praticar equitação, inicia quadro sú-bito de rinoconjuntivite, urticária da cabeça e pescoço, tosse aces-sual e disfonia, seguido de prostração. Foi transportado a Serviço de Urgência hospitalar, onde foi medicado com antihistamínico e soro fi siológico endovenoso, com resolução das queixas em cerca de 4 horas. Nega outros desencadeantes, nomeadamente ingestão de alimentos ou toma de medicamentos. Os testes cutâneos por pica-da com epitélio de cavalo (Merck®), realizado 3 meses depois, foi positivo (8,5mm de diâmetro médio), observando -se, 12 minutos após a picada, urticária da face, seguida de rinoconjuntivite, tendo sido medicado com cetirizina com efeito. O doseamento de IgE específi ca para epitélio de cavalo (Unicap®, Phadia) foi de 8,36kU/L.Discussão: Os dados da anamnese são sugestivos de anafi laxia por exposição a faneras de cavalo. O resultado fortemente positivo do teste cutâneo com epitélio de cavalo vem reforçar esta hipótese diagnóstica. Alergénios deste animal são transportados nas roupas dos cavaleiros, podendo assim existir em ambientes interiores. A abordagem do doente passa por medidas de evicção e por um plano terapêutico em caso de reacção alérgica, que inclui o dispositivo injector de adrenalina. O uso de imunoterapia específi ca pode ser discutido. Este caso vem realçar casos raros de reacção grave por exposição inalatória a alergénios de cavalo, salientando esta entidade como potencial causa de anafi laxia.

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P12 – Testes cutâneos por picada na avaliação de cavalos com obstrução recorrente das vias aéreasPaula Pimenta Tilley1, Manuel Branco Ferreira2, José Paulo Sales Luís1

1Departamento de Clínica, Faculdade de Medicina Veterinária, Lisboa; 2Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa

Introdução: Embora dados recentes sugiram que a alergia possa ser importante na obstrução recorrente das vias aéreas (RAO) no cavalo, são necessárias mais avaliações objectivas.Objectivos: Avaliar a resposta a testes cutâneos por picada (TCP) com aeroalergenos comuns, em cavalos com RAO.Material/Métodos: Estudámos 25 cavalos com RAO e 10 contro-los saudáveis. Os cavalos com RAO foram admitidos com base na história clínica e exame físico, complementados por Rx e ecografi a torácicos, endoscopia respiratória e lavado broncoalveolar. Foram efectuados TCP com 16 aeroalergenos comuns (Dermatophagoides (D.) pteronyssinus, D. farinae, Lepidoglyphus destructor, Tyrophagus pu-trescentiae, Alternaria alternata, Aspergillus fumigatus, Cladosporium mix, Mucor mucedo, Penicillium notatum, epitélio de cão, Dactylis glomerata, Lollium perenne, Phleum pratense, Secale cereale, Olea europaea, Parie-taria judaica), soro fi siológico como controlo negativo e cloridrato de histamina 10mg/ml como controlo positivo. Em cada cavalo os TCP foram feitos em duplicado, utilizando ambos os lados do pes-coço onde se procedeu à tricotomia de um rectângulo com 20x30 cm, de modo a permitir um intervalo de 5cm entre os locais de pi-cada. As pápulas foram avaliadas após 20 -25min e calculou -se a mé-dia de 2 diâmetros ortogonais para cada alergeno.Resultados: O diâmetro (Ø) médio das pápulas da histamina foi de 23mm. Todos os cavalos com RAO tiveram TCP positivos a pelo menos 6 dos aeroalergenos testados. Em 4 cavalos do grupo con-trolo (GC) os TCP foram todos negativos e em 6 registaram -se TCP positivos a 1 -3 alergenos, embora com muito menor reactividade média: Ø das pápulas no GC varia entre 8,3 -18,8mm (27% com Ø médio>10mm), versus 9,5 -33mm nos cavalos com RAO (98% com Ø médio>10mm), grupo onde a Alternaria foi o alergeno com maior reactividade cutânea (Ø médio 17±6mm). O extracto de Tyrophagus foi o que originou mais respostas no GC (4 cavalos, Ø médio 12±4mm).Conclusão: Os resultados preliminares nesta população altamente seleccionada mostram que a hipersensibilidade a aeroalergenos é muito signifi cativa em todos os cavalos com RAO, sendo a alergia um mecanismo etiopatogénico possível neste grupo. Os TCP, utiliza-dos neste trabalho pela 1.ª vez no cavalo, podem vir a ser um meio valioso para identifi car factores imunopatológicos potenciais, de forma a se tentar intervir nas causas ambientais de RAO. O Tyropha-gus não parece ser um alergeno adequado para inclusão num painel de TCP em cavalos.

P13 – Fibrose quística e alergiaJoão Antunes1, Ana Fernandes3, Sónia Antunes3, Luís Miguel Borrego1,2, Paula Leiria Pinto1, José Cavaco3

1Serviço de Imunoalergologia, Hospital Dona Estefânia, Centro Hos-pitalar de Lisboa Central; 2Departamento de Imunologia, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Nova de Lisboa; 3 Unidade de Pneumologia, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central (Coordenador: Gonçalo Cordeiro Ferreira)

Introdução: A fi brose quística (FQ) constitui uma doença multis-sistémica, autossómica recessiva, que afecta cerca de 1:3300 recém--nascidos na população caucasiana. Estudos recentes reportam uma prevalência de atopia idêntica à população geral, sem repercussão signifi cativa na progressão da doença. A sensibilização a fungos, no-meadamente A. fumigatus, é frequente em doentes com FQ e aumen-ta com a idade, podendo atingir 50% dos casos. Parece estar relacio-nada com agravamento da função pulmonar, embora sejam frequentes os casos de sensibilização assintomática. O presente es-tudo visa caracterizar doentes com FQ do ponto de vista imunoa-lergológico.Métodos: Foram estudados retrospectivamente 31 doentes, segui-dos em consulta especializada de FQ do Hospital de Dona Estefânia. Através da consulta dos processos clínicos recolheram -se dados anamésticos referentes aos níveis de IgE total, sensibilização a A. fu-migatus, dados bacteriológicos (culturas convencionais de secreções respiratórias) e dados imagiológicos (tomografi a computorizada).Resultados: Foram analisados 31 doentes, 16 do sexo masculino e 15 do sexo feminino, com idades compreendidas entre os 3 e 23 anos, com média de 11 anos. Os níveis de IgE total estavam elevados em 42% dos doentes e 19% apresentavam sensibilização a A. fumiga-tus. Cerca de 55% dos doentes estudados apresentavam bronquiec-tasias e destes, 59% tinham elevação de IgE total e colonização bac-teriana crónica em 82%. Dos doentes com elevação dos níveis de IgE total, 77% apresentavam bronquiectasias. Entre os doentes com sen-sibilização a A. fumigatus, 83% apresentavam bronquiectasias e destes, 67% estavam cronicamente colonizados. A colonização bacteriana crónica afectava 58% dos doentes e os principais agentes identifi ca-dos foram S. aureus em 50% dos casos e P. aeruginosa em 33%.Discussão: A FQ parece estar associada a sensibilização a A. fumi-gatus. A sensibilização em crianças parece ser mais rara do que em doentes adultos, assumindo -se o tempo de doença como um factor de risco importante. A relação entre atopia, sensibilização a A. fumi-gatus, colonização crónica e desenvolvimento de bronquiectasias continua por defi nir. O estudo imunoalergólogico assume -se como um importante instrumento de avaliação dos doentes com FQ. Fu-turos trabalhos nesta área permitirão esclarecer melhor a relação entre alergia e FQ.

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P14 – Papel do ImmunoCAP ISAC® no estudo de doentes polissensibilizados a pólensMarta Salgado, Ana Paula Pires, Rute Reis, Elza Tomaz, Irina Didenko, Vinhas de Sousa, Fátima Jordão, Filipe InácioServiço de Imunoalergologia, Hospital S. Bernardo, Centro Hospita-lar de Setúbal

Introdução: O ImmunoCAP ISAC® é um método laboratorial re-centemente desenvolvido, representa uma mais valia no diagnóstico alergológico permitindo a identifi cação das sensibilizações de um indivíduo a um conjunto de alergenos recombinantes ou purifi cados (103), num único ensaio. Frequentemente, no estudo de doentes com polinose, a positividade a vários pólens quer nos testes cutâneos, quer nas IgE´s específi cas, torna necessário distinguir entre verda-deiras polissensibilizações e reactividade cruzada. O ISAC® permite efectuar a distinção entre estas situações, uma vez que determina o perfi l molecular dos doentes, o que tem implicações quer ao nível do diagnóstico, quer na atitude terapêutica a adoptar.Objectivos: O objectivo deste trabalho foi avaliar a contribuição deste método no estudo dos doentes polissensibilizados a pólens, verifi cando se a sua utilização proporciona informação adicional para o seu diagnóstico e terapêutica, nomeadamente a imunoterapia es-pecífi ca.Material e Métodos: Foram seleccionados 7 doentes com clínica de rinoconjuntivite sazonal, com testes cutâneos prick e IgE especí-fi cas (método imunoenzimático -Phadia), positivos para pelo menos 3 pólens. Três destes doentes apresentavam positividade para 7 pó-lenes diferentes, dois para 6 pólens diferentes e os restantes dois doentes para 4 e 3 pólens diferentes. O soro desses doentes foi analisado pelo ImmunoCAP ISAC® (método imunológico em fase sólida, formato microarray).Resultados: Dos doentes seleccionados, um apresentava apenas sensibilização primária apenas para pólen de Gramíneas. Em quatro destes doentes verifi cou -se sensibilização primária para 2 tipos de pólens (Gramíneas e Salsola Kali; Gramíneas e Oliveira; Gramíneas e Artemísia; Oliveira e Artemísia). Nos dois doentes restantes havia sensibilização primária a 4 e 5 pólens diferentes.Conclusões: Verifi cou -se que nestes doentes um importante nú-mero de testes cutâneos e RAST´s positivos eram explicados por sensibilização a panalergénos. Em cinco dos doentes estudados o diagnóstico por alergenos moleculares possibilitou a identifi cação de apenas um ou dois alergenos como sensibilizantes primários, mostrando a importância deste método no diagnóstico mais preciso, permitindo nestes doentes, instituição de imunoterapia adequada.

P15 – Papel do ImmunoCAP ISAC® no estudo de um doen-te polissensibilizado com anafi laxia alimentarMarta Salgado, Rute Reis, Elza Tomaz, Ana Paula Pires, Filipe InácioServiço de Imunoalergologia, Hospital S. Bernardo, Centro Hospita-lar de Setúbal

Caso Clínico: Doente, sexo masculino, 24 anos, com AP de psorí-ase, asma e rinite perianuais, recorre à consulta de Imunoalergologia por quadro de rash urticariforme, edema laríngeo e dispneia, cerca de 15´ após ingestão de pizza de frango e natas. Após este primeiro episódio de anafi laxia repetem -se 4 episódios semelhantes, em oca-siões diferentes, todos cerca de 30´ após ingestão de: pizza de atum; amendoins e batata frita; broa de amêndoa; refeição de choco frito (tendo o doente tolerado posteriormente choco grelhado). Todos os episódios motivaram o recurso ao serviço de urgência hospitalar. Realizaram -se testes cutâneos prick a extractos comerciais de aero-alergenos comuns e alergenos alimentares.Consideraram -se positi-vos os testes com diâmetro superior ou igual a 3 mm. Em função dos resultados dos testes cutâneos, procedeu -se ao doseamento de IgE específi ca. Os testes cutâneos foram positivos para os seguintes alergenos: D.pteronyssinus, alternária, oliveira, artemisia, noz, amen-doim, amêndoa, avelã, milho, paprica e mostarda. O doseamento sérico das IgE específi cas, revelou valores aumentados para os se-guintes alergenos: D.pteronyssinus, artemisia, milho, noz, avelã, amen-doim, mostarda e paprica. Com o objectivo de identifi car as proteí-nas envolvidas na alergia alimentar, rinite e asma deste doente, o seu soro foi avaliado pelo método semi -quantitativo de determinação de IgE específi ca, usando o ImmunoCAP ISAC® CRD 103 Phadia, avaliando 103 componentes alergénicos recombinantes ou purifi ca-dos. Este método permitiu a identifi cação da sensibilização a três proteínas do grupo das proteínas transportadoras de lípidos – LTP´s – (Cora8 -Avelã, Prup3 -Pêssego e Artv3 -Artemísia) que podem jus-tifi car o quadro clínico de alergia alimentar do doente. Detectou também discreta sensibilização a Fel d1 e a Phl p1, não detectadas nos testes cutâneos, que representam sensibilização primária a gato e Phleum, respectivamente. Ainda, contrariamente ao detectado ini-cialmente nos testes cutâneos e IgE específi cas este teste não de-tectou sensibilização D. Pteronyssinus. Dado a gravidade das manifes-taçoes de alergia alimentar, não se realizou a prova de provocação oral específi ca com nenhum dos alimentos suspeitos. Em função dos resultados obtidos neste estudo aconselhou -se a evicção de frutos secos, amendoim, milho, mostarda, paprica tendo -lhe sido ainda pres-crita adrenalina auto -injectável.

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P16 – Sensibilização a ácaros em profi ssional de pastelaria – caso clínicoAna Todo Bom, Jorge Viana, Filipa RibeiroServiço de Imunoalergologia, Hospitais da Universidade de Coimbra

A sensibilização a aeroalergénios pode ser condicionada por ele-mentos presentes em diversos ambientes nomeadamente no local de trabalho ou externos a este. Estas situações implicam um estudo aprofundado pois podem condicionar as oportunidades laborais do doente.Os autores descrevem o caso clínico de um doente de 37 anos de idade do sexo masculino que trabalha como pasteleiro e que apre-senta clínica persistente de asma e eczema atópico que não resolve nos períodos de férias com afastamento do local de trabalho. O valor dos débitos expiratórios avaliados por debitómetros durante o período de férias não diferiu dos observados em período laboral. Nega relação das queixas com ingestão de alimentos ou fármacos. Reside numa zona rural onde nas proximidades se encontra gado, mas com o qual nega contacto directo. Nos testes cutâneos realiza-dos para aeroalergénios comuns (Bateria Ga2len), para farinhas e látex obteve -se presença de sensibilização a Dermatophagoides pte-ronyssinus 6mm, Dermatophagoides farinae 6mm, Lepidoglyphus destruc-tor 6mm, Alternaria alternata 4mm, Aspergillus fumigatus 4mm, Trigo 4mm e Gramíneas 3mm sendo a resposta à histamina de 6mm e ausente ao controlo negativo. Relativamente às IgE específi cas (Pha-dia) obteve -se presença de IgE específi ca de farinha de trigo 4,5 UI/mL (cl 3), cevada 19,5 UI/mL (cl 4), milho 6,5 UI/mL (cl 3), centeio 4,5 UI/mL (cl 3), clara de ovo 0,45 UI/mL (cl1), ovalbumina 0,42UI/mL (cl 1), Dermatophagoides pteronyssinus >100 UI/mL (cl6), Derma-tophagoides farinae >100 UI/mL (cl6), Aspergillus fumigatus 5,5 UI/mL (cl 3), Alternaria alternata 0,9 UI/mL (cl 2), gramíneas 0,65 UI/mL (cl 1), latex <0,35UI/mL e IgE alfa -amilase <0,35UI/mL. No estudo ISAC® fi cou confi rmado a sensibilização intensa a alergénios de áca-ros e ainda a alergénios equinos.Para além da recomendação de afastamento da manipulação directa de farinhas em pó, os autores discutem, face aos resultados, a perti-nência de recomendar a mudança de profi ssão do doente.

P17 – Hipersensibilidade a sulfi tos em doente atópicaFilipa Ribeiro, Isabel Carrapatoso, Eugénia Almeida, Jorge Viana, Luísa Geraldes, Celso ChieiraServiço de Imunoalergologia, Hospitais da Universidade de Coim-bra

Introdução: Descrevemos o caso de uma doente de 27 anos, com antecedentes de asma brônquica e rinite alérgica desde a adolescên-cia e eczema atópico na infância. A partir dos 25 anos inicia episódios de dispneia sibilante desencadeados nos primeiros 60 minutos após ingestão de múltiplos alimentos não relacionados e de alimentos processados, principalmente quando ingeridos em refeições fora de casa.Métodos: Efectuaram -se testes cutâneos a bateria estandardizada de aeroalergénios e doseamentos de IgE total e específi ca de acordo com os resultados dos testes cutâneos. Para avaliação de eventual hipersensibilidade mediada por IgE a alimentos foram realizados testes cutâneos a uma bateria extensa de alergénios alimentares. A análise do diário de dieta levantou a suspeita de uma eventual hipersensibilidade a sulfi tos, pelo que a doente iniciou dieta restriti-va. A melhoria com a dieta restritiva conduziu à realização de prova de provocação oral (PPO) com metabissulfi to de sódio, controlada com placebo. A prova foi realizada em regime de internamento, com controlo espirométrico seriado.Resultados: A doente apresentava sensibilização a alergénios de ácaros e barata. Os testes cutâneos a todos os alergénios alimenta-res testados foram negativos. A melhoria observada no decurso da dieta restritiva foi objectivada pela ausência de episódios de dispneia na sequência de ingestão alimentar. A PPO com metabissulfi to de sódio foi interrompida ao 2.º dia, pela ocorrência de aperto orofa-ríngeo, difi culdade respiratória e dispneia sibilante após dose cumu-lativa de 35mg. A sintomatologia reverteu com a administração de broncodilatador nebulizado, corticoesteróide e anti -histamínico pa-rentéricos. Após a alta, a doente manteve dieta restritiva em alimen-tos contendo sulfi tos, não se observando novos episódios de dispneia sibilante após ingestão alimentar. Os níveis de IgE total no início do estudo eram de 1020UI/ml e cerca de 1 ano após o início de dieta restritiva baixaram para 489UI/ml.Conclusão: A PPO positiva em doente assintomática seguindo die-ta de eliminação permitiu o diagnóstico de hipersensibilidade a sul-fi tos. Embora o mecanismo de hipersensibilidade não tenha sido possível demonstrar, admitimos a possibilidade de um mecanismo mediado por IgE atendendo à ocorrência de manifestações imediatas e à diminuição signifi cativa dos níveis de IgE total com manutenção da dieta restritiva.

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2.ª SESSÃO DE POSTERS

Dia: 1 de Outubro 2009Horas: 08.45 – 10.30 horasLocal: Sala 4

Moderadores: Cristina Arêde / Susana Lopes da Silva

P18 – Atopia e alergia ao veneno de himenópteros (165 doentes)Teresa Azevedo Conde, Teresa Moscoso, Ana Margarida Reis, Marga-rida TrindadeServiço de Imunoalergologia, Hospital Pulido Valente, Centro Hos-pitalar Lisboa Norte

P19 – Testes de diagnóstico na alergia ao veneno de hime-nópterosTeresa Moscoso, Teresa Azevedo Conde, Ana Margarida Reis, Marga-rida TrindadeServiço de Imunoalergologia, Hospital Pulido Valente, Centro Hos-pitalar Lisboa Norte

P20 – Impacto da clínica – no diagnóstico e no perfi l sensi-bilizaçãoJoana Soares1, Isis Monteiro1, Pedro Silva1, Manuel Branco -Ferreira1, Anabela Lopes1, Rodrigo Rodrigues Alves2, Manuel Pereira Barbosa1

1Serviço de Imunoalergologia, Hospital de Santa Maria, Centro Hos-pitalar Lisboa Norte; 2Unidade de Imunoalergologia, Hospital do Divino Espírito Santo, Ponta Delgada

P21 – Abordagem das doenças atópicas no âmbito dos cui-dados de saúde primáriosOlena Lourenço, Ana Isabel Caetano, Rui AlvesCentro de Saúde Sete Rios, Lisboa

P22 – Testes cutâneos por picada – avaliação de dor em idade pediátricaFátima Cabral Duarte1, Eduarda Serôdio2, Marta Chambel2, Ana Pa-trícia Pedro2, Idalina Bordalo2, Susana Mendes2, Selma Carrilho2, Pedro Martins2,3, Paula Leiria Pinto2

1Serviço de Imunoalergologia, Hospital de Santa Maria, Centro Hospi-talar Lisboa Norte; 2Serviço de Imunoalergologia, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar Lisboa Central; 3Departamento de Fisiopa-tologia, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Nova de Lisboa

P23 – Valores indicativos para a pesquisa de precipitinas aviárias e precipitinas de Aspergillus, pelo doseamento de IgG específi ca numa população portuguesaCristina Marcelo, Rafaela Mateus, Carlos CardosoDr. Joaquim Chaves – Laboratório de Análises Clínicas

P24 – Síndrome de Hiper -IgM no sexo feminino – caso clí-nicoRui Silva, José Torres da Costa, M.Graça Castel -BrancoServiço de Imunoalergologia do Hospital S. João, Porto

P25 – Difi culdade no diagnóstico de imunodefi ciência co-mum variável na infância: a propósito de um caso clínicoEugénia Almeida1, Teresa Silva2, Sónia Lemos1, Miguel Félix2, Emília Faria1,2

1Consulta de Imunodefi ciência Primária, 2Consulta de Pneumologia, Hospital Pediátrico de Coimbra, Centro Hospitalar de Coimbra

P26 – Prevalência de sensibilização ao látex em dadores de sangue PortuguesesPaulo Tavares -Ratado1,2, Ana Sofi a Domingos1, Marina Costa2, Luís Taborda -Barata1,3, Cândida Tomaz1

1CICS – Centro de Investigação em Ciências da Saúde, Universidade da Beira Interior, Covilhã; 2Laboratório de Patologia Clínica, Hospital Sousa Martins – ULS da Guarda; 3Serviço de Imunoalergologia, Cen-tro Hospitalar Cova da Beira, Covilhã

P27 – Perfi l demográfi co e epidemiológico dos pacientes com alergia a látex do Ambulatório de Alergia e Imunologia do Hospital das Clínicas – FMUSPAlessandra Carvalho Toledo Machado, Adriana Teixeira Rodrigues, Fábio Morato Castro, Jorge Kalil, Clóvis Eduardo GalvãoDisciplina de Imunologia Clínica e Alergia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; Serviço de Imunologia Clínica e Aler-gia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universi-dade de São Paulo, Brasil

P28 – Sensibilização ao látex em profi ssionais médicos em formação nos HUCDaniel Machado1, Nuno Santos1, Gisela Calado1, Celso Pereira1, Be-atriz Tavares1, Graça Loureiro1, Isabel Antunes2, Isabel Fonseca3, Fran-cisco Parente3, Celso Chieira1

1Serviço Imunoalergologia, 2Serviço Medicina Ocupacional, 3Direcção Clínica Hospitais da Universidade de Coimbra

P29 – Eritema periorbitário no contexto de síndrome pa-raneoplásicoIrina Didenko1, Fátima Ferreira1, Jacobo Bacariza2, Sílvia Rodrigues2, Vitor Augusto2, Filipe Inácio1

1Serviço de Imunoalergologia, 2Serviço de Medicina Interna, Centro Hospitalar de Setúbal, Hospital São Bernardo

P30 – Prurido ocular bilateral – a propósito de um caso clínicoMagda Sousa1, Teresa Ferreira 2, João Matias2, Manuel Mariano2, Ana Morête3

1Serviço de Medicina 1, Hospital Infante D.Pedro; 2Serviço de Oftal-mologia, Hospital Infante D.Pedro; 3Serviço de Imunoalergologia, Hospital Infante D.Pedro

P31 – Edema labial crónico – caso clínicoIrina Didenko1, Fátima Ferreira1, Carla Rodrigues2, Marta Salgado1, Filipe Inácio1

1Serviço de Imunoalergologia, 2Serviço de Dermatologia, Centro Hospitalar de Setúbal, Hospital São Bernardo

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P32 – Urticária solar – caso clínicoJoana Soares1, Anabela Lopes1, Amélia Spínola Santos1, Paulo Filipe2, Manuel Pereira Barbosa1

1Serviço de Imunoalergologia, 2Serviço de Dermatologia, Centro Hospitalar Lisboa Norte

P33 – Marcadores serológicos no diagnóstico da doença celíacaAna Margarida Reis1, Vitória Matos2, Virgínia Loureiro2, José Cabral31Serviço de Imunoalergologia, Hospital Pulido Valente, Centro Hos-pitalar Lisboa Norte; 2Serviço de Patologia Clínica, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central; 3Unidade de Gas-trenterologia Infantil, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central

P18 – Atopia e alergia ao veneno de himenópteros (165 doentes)Teresa Azevedo Conde, Teresa Moscoso, Ana Margarida Reis, Marga-rida TrindadeServiço de Imunoalergologia, Hospital Pulido Valente, Centro Hos-pitalar Lisboa Norte

Objectivo: Avaliar a relação entre atopia e alergia ao veneno de himenópteros.Métodos: Análise retrospectiva de doentes com história de alergia à picada de Himenópteros admitidos consecutivamente entre os anos de 1993 e 2008. Foram avaliadas as categorias demográfi cas, tipo e gravidade de reacção à picada (classifi cação de Müller) e a existência de história clínica de doença atópica. Foram realizados testes de sensibilidade cutânea (TSC) por prick a aeroalergénios comuns com extractos alergénicos estandardizados (ácaros, pólens de gramíneas, mistura de ervas, Artemisia vulgaris, Parietaria judaica e Olea europaea, derivado epidérmico de cão e gato, Alternaria alterna-ta, Aspergillus fumigatus, Cladosporium herbarum e Candida albicans). Estes testes foram considerados positivos quando apresentavam diâmetro médio da pápula ≥ 3 mm acima do controlo negativo. Foi ainda determinada a IgE sérica total e considerada elevada quando ≥ 120 UI/mL.Resultados: Foram incluídos 165 doentes no total (99 homens e 66 mulheres), idade média de 42.3±16 anos. Não foi possível obter resultados de TSC em 43 casos bem como doseamentos de IgE total em 32 casos. Em 65 casos (42.8%) estavam presentes antece-dentes de atopia, TSC positivos a pelo menos 1 aeroalergénio em 52 doentes (42.6%) e em 66 doentes (49.6%) o valor de IgE total encontrava -se elevado. Clinicamente 53 doentes apresentaram re-acções locais exuberantes, 18 reacções sistémicas de grau I/II e 91 doentes com reacções sistémicas grau III/IV. Considerando neste último subgrupo de doentes os que tinham realizado TSC a aeroa-lergénios comuns (69 doentes) e que tinham resultado de IgE total (80 doentes), 21 (30.0%) tinham TSC positivos a pelo menos 1 ae-roalergénio comum e 50.0% tinham IgE total elevada.Conclusão: Observou -se no conjunto de doentes estudados com alergia à picada de himenópteros que quase metade apresentava antecedentes de atopia e sensibilização a pelo menos um aeroaler-génio comum. No grupo de doentes com reacção sistémica mais grave verifi cou -se uma maior proporção de doentes com IgE total elevada apesar de a mesma tendência não se verifi car em relação aos TSC a aeroalergénios comuns.

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P19 – Testes de diagnóstico na alergia ao veneno de hime-nópterosTeresa Moscoso, Teresa Azevedo Conde, Ana Margarida Reis, Marga-rida TrindadeServiço de Imunoalergologia, Hospital Pulido Valente, Centro Hos-pitalar Lisboa Norte

Objectivo: Identifi car relação entre os diferentes testes de diag-nóstico na alergia a veneno de Himenópteros e gravidade de reac-ção.Métodos: Análise retrospectiva de doentes com história de alergia à picada de Himenópteros admitidos consecutivamente entre os anos de 1993 e 2008. Foram avaliadas as categorias demográfi cas, tipo e gravidade de reacção à picada (Classifi cação de Müller) e qual o insecto responsável. Foram ainda efectuados testes de sensibilida-de cutânea (TSC) por prick e intradérmicos (ID) com venenos de abelha/Vespula/Polistes e determinada a IgE específi ca aos venenos de abelha/VespulaPolistes e respectivas classes. Finalmente para cada in-secto foi feito cruzamento dos valores de concentrações ID das reacções positivas, classes de IgE específi cas e tipo de reacção à picada (de acordo com classifi cação de Müller).Resultados: Foram incluídos 165 doentes (99 homens e 66 mulhe-res), idade média de 42.3±16 anos. Clinicamente 53 doentes apre-sentaram reacções locais exuberantes e 109 reacções sistémicas sendo de grau IV em 36 doentes (22.2% das reacções). Foi confi r-mado o diagnóstico por testes ID de alergia a veneno de abelha em 91 casos, de Vespula em 53 casos e a veneno de Polistes em 18 casos. Não foi identifi cado (em TSC e doseamento de IgE específi ca) o insecto responsável em 22 casos (13.3%). Parece existir nesta amos-tra associação signifi cativa entre concentrações de testes ID positi-vos e classes de IgE específi ca tanto para a abelha (p=0.001) como para Vespula (p=0.02). Na nossa amostra não foi encontrada asso-ciação entre tipo de reacção à picada com concentração dos testes ID ou classes de IgE específi cas tanto para a abelha como Vespula ou Polistes.Conclusão: A maioria dos doentes apresentou quadro de reacção sistémica moderada a grave, predominando a alergia a veneno de abelha. O diagnóstico foi confi rmado por testes ID na grande maio-ria dos casos. Parece existir na amostra uma associação signifi cativa entre testes ID e classes de IgE específi cas tanto no grupo da abelha como para Vespula. No grupo com diagnóstico de alergia a veneno de Polistes, dado o pequeno número da amostra, não foi possível estabelecer qualquer tipo de relação estatisticamente signifi cativa. Não parece existir associação entre o tipo de reacção à picada e a concentração dos testes ID ou classes de IgE específi cas para os insectos estudados.

P20 – Impacto da clínica – no diagnóstico e no perfi l sensibi-lizaçãoJoana Soares1, Isis Monteiro1, Pedro Silva1, Manuel Branco -Ferreira1, Anabela Lopes1, Rodrigo Rodrigues Alves2, Manuel Pereira Barbosa1

1Serviço de Imunoalergologia, Hospital de Santa Maria, Centro Hos-pitalar Lisboa Norte; 2Unidade de Imunoalergologia, Hospital do Divino Espírito Santo, Ponta Delgada

Introdução: Os estudos de impacto da clínica permitem a optimiza-ção da intervenção médica, no âmbito do diagnóstico e tratamento.Objectivo: Caracterizar população da consulta de Imunoalergologia (IA), quanto à frequência da clínica respiratória e/ou cutânea e sen-sibilização a aeroalergenos.Material/Métodos: Doentes (dtes) de 1.ª consulta de IA do HSM (Jul/07 a Mar/08), que responderam a questionário clínico e efectu-aram testes cutâneos a aeroalergenos.Resultados: Avaliámos 754 dtes (63% mulheres), idade média 34,8±17anos (1 -85 anos). 610 (81%) referiram sintomas de rinite, 70% de conjuntivite (conj), 47% de asma e 43% de eczema. 44% ti-nham queixas conjuntas de rinite, asma e conj. Dos dtes com rinite, 79% tinham sintomas de conj, 52% de asma e 42% de eczema. Dos dtes com asma, 91% também tinham queixas de rinite e 43% de eczema. Um diagnóstico prévio existia em 40% dos com sintomas de rinite, 40% dos com asma e 17% dos com eczema. A presença de associações de sintomas não infl uenciava estes valores. As sensibili-zações nos 672 dtes com doença respiratória foram: Dermatophagoi-des (57%), ácaros de armazenamento (Lepido 30%, Glycyph 24%, Tyro-ph 24%, A. siro 23%, Blomia 13%), gramíneas (38%), ervas (27%), epitélios (25%), árvores (24%) e fungos (12%). O perfi l de sensibili-zação é semelhante nos dtes com rinite e/ou conj (ác. Dermat.[58%], de armazenamento[41%], e gramíneas[39%]). Em todos os grupos com asma, é evidente um aumento da sensibilização aos ácaros (62%) e aos epitélios (26%), comparando com as outras patologias. O ecze-ma associa -se a menor frequência de sensibilização para todos os alergenos, efeito mais acentuado no eczema isolado mas também observado em associação. A maioria da população é polissensibiliza-da, independentemente da patologia. A monossensibilização (MS) é pouco frequente (MS a ácaros 3%; gramíneas 1%; outras MS 0,1%; tendo em conta o n.º total de dtes por patologia). Não eram sensi-bilizados 9% dos dtes com rinite, 7% dos com asma, 10% dos com conj e 13% dos com eczema.Conclusões: A rinite é a patologia mais prevalente, seguida da conj e da asma, existindo signifi cativo subdiagnóstico. Uma alta % de dtes tem queixas de >1 órgão, o que não diminui a probabilidade de subdiagnóstico. As sensibilizações mais frequentes foram a ácaros e gramíneas, predominando a polissensibilização. Os dtes com asma têm maior % de sensibilização a epitélios/ácaros. O eczema associa--se a menor frequência de sensibilização para todos os grupos de alergenos.

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P21 – Abordagem das doenças atópicas no âmbito dos cui-dados de saúde primáriosOlena Lourenço, Ana Isabel Caetano, Rui AlvesCentro de Saúde Sete Rios, Lisboa

Objectivo do trabalho: Apresentar as manifestações clínicas, o per-curso diagnóstico em cuidados de saúde primários das doenças ató-picas mais frequentes e recomendações terapêuticas mais recentes.Métodos: Pesquisa de artigos em publicações periódicas nos últimos 2 anos, pesquisa bibliográfi ca na medline via PUBMED, sites nacionais e internacionais utilizando como palavras -chave alergia e doenças atópicas.Resultados: As doenças atópicas mais frequentes na práctica diária do médico de família são a dermatite atópica, a asma e a rinite alér-gica. No presente trabalho resumimos as principais manifestações clínicas e testes necessários para o diagnóstico. Estudamos, também, as opções terapêuticas recentes e indicações para a referenciação hospitalar.Conclusões: As alergias constituem uma causa importante de sin-tomas com o impacto negativo no desempenho profi ssional, social, afastamento escolar e do desporto, assim como perturbação do sono. Um controlo inadequado pode predispor para a sinusite crónica, otite, asma ou até pneumonia. Deste modo, revela se a importância do diagnóstico correcto e precoce, como abordagem terapêutica e preventiva das doenças comuns. É igualmente importante estar in-formado sobre o papel dos testes de alergologia em cada uma destas situações e o momento de referenciação mais apropriada.

P22 – Testes cutâneos por picada – avaliação de dor em idade pediátricaFátima Cabral Duarte1, Eduarda Serôdio2, Marta Chambel2, Ana Pa-trícia Pedro2, Idalina Bordalo2, Susana Mendes2, Selma Carrilho2, Pedro Martins2,3, Paula Leiria Pinto2

1Serviço de Imunoalergologia, Hospital de Santa Maria, Centro Hos-pitalar Lisboa Norte; 2Serviço de Imunoalergologia, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar Lisboa Central; 3Departamento de Fi-siopatologia, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Nova de Lisboa

Introdução: Os testes cutâneos por picada (TCP) são um instru-mento fundamental no diagnóstico da doença alérgica. Apesar de se considerar que a dor provocada por estes testes é mínima, não existem estudos de avaliação da dor para este procedimento.Objectivo: Avaliar a dor provocada pelos TCP numa população pediátrica seguida em consulta de Imunoalergologia.Materiais e Métodos: Durante duas semanas consecutivas, foi feita uma avaliação da dor associada aos TCP, pela equipa de enfer-magem, às crianças com idades compreendidas entre os 2 e 12 anos. Foram utilizadas 3 escalas de avaliação de dor de acordo com a faixa etária da criança: escala de hetero -avaliação de OPS modifi cada sem o registo da pressão arterial (score de 0 a 8) dos 1 aos 5 anos de idade; escalas de auto -avaliação de faces (Wong -Baker) (score de 0 a 10) dos 5 aos 8 anos de idade e numérica (score de 0 a 10) dos 8 aos 12 anos. Estas escalas foram implementadas no Hospital de Dona Estefânia pelo grupo de trabalho contra a dor. A avaliação da dor foi efectuada imediatamente após os TCP e 15 minutos depois. Os acom-panhantes das crianças responderam a um questionário que avaliou se era a primeira vez que as crianças realizavam os TCP e qual a percepção da dor que tinham dos TCP (num score de 0 a 10).Resultados: 50 crianças dos 2 aos 12 anos de idade realizaram TCP, 76% do sexo masculino com uma média de idades de 7±3 anos. A maioria das crianças (82%) tinha como acompanhante a mãe. Em 60% dos casos era a primeira vez que realizavam TCP. A escala nu-mérica foi utilizada em 23, a de faces em 12 e a de OPS em 15 crianças. Imediatamente após os TCP obteve -se para a numérica um score mediano de intensidade da dor de 2 (p25 -p75: 1 -3) e prevista pelos seus acompanhantes de 2,5 (p25 -p75: 1 -3). Para a de faces obteve -se um score mediano de dor de 2 (p25 -p75: 2 -2) e prevista pelos seus acompanhantes de 3 (p25 -p75: 1 -6). Para a escala de hetero -avaliação de OPS modifi cada verifi cou -se um score mediano de dor de 4 (p25 -p75: 2 -5) e prevista pelos seus acompanhantes de 2 (p25 -p75: 0 -5). Após os 15 minutos o score mediano de dor foi de 0 para todas as escalas. Não se observou qualquer associação entre o score da criança e o dos pais.Conclusões: Globalmente, verifi cou -se um score baixo de dor pro-vocada pelos TCP associado ao procedimento, sendo esta dor tran-sitória. Este estudo veio confi rmar as nossas expectativas face à dor provocada pelos TCP.

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P23 – Valores indicativos para a pesquisa de precipitinas aviárias e precipitinas de Aspergillus, pelo doseamento de IgG específi ca numa população portuguesaCristina Marcelo, Rafaela Mateus, Carlos CardosoDr. Joaquim Chaves – Laboratório de Análises Clínicas

Objectivos: Estabelecimento de valores indicativos numa população portuguesa para a pesquisa de Precipitinas aviárias e de Aspergillus spp pelo doseamento da IgG específi ca.Métodos: População: 67 utentes de consulta de medicina do traba-lho com análises de rotina efectuadas no nosso laboratório. A popu-lação teve origem em diversas empresas oriundas de vários pontos de Portugal continental (Braga, Porto, Ovar, Coimbra, Caldas da Rai-nha, Rio Maior e Lisboa). Doseamento de IgG específi ca por ensaio imunofl uorimétrico (UniCap®, Phadia) para três conjuntos de aler-genos: ex71 (multi -alergeno que inclui penas de galinha, ganso, pato e peru); ex72 (multi -alergeno que inclui penas de periquito, canário, caturra, papagaio e tentilhão) e mx4 (multi -alergeno que inclui 4 espécies de Aspergillus: fumigatus, niger, fl avus e terreus). Os valores de referência foram calculados considerando o percentil 95 e as com-parações efectuadas utilizaram o Teste “t Student”.Resultados: Do total de 67 amostras analisadas, foram 34 amostras do sexo masculino e 32 do sexo feminino. A média de idades global foi de 33 anos (17 -66). Após exclusão de uma amostra considerada “outlier” foram obtidas os seguintes resultados, em mg/L:

(n=66) ex71 ex72 mx4Média 7.8 6.7 18.7SD 3.9 4.5 14.1Mínimo 2.5 <2.0 <2.0Máximo 22.8 26.1 60.8Percentil 95 15.3 14.7 44.1

Comparando as amostras provenientes do interior com as do litoral, a IgG específi ca para o ex71 é signifi cativamente mais elevada no interior do que no litoral (p=0.001). Não existem diferenças signifi -cativas para o ex72 nem para o mx4. Se compararmos as amostras provenientes do norte com as do sul, não existem diferenças signi-fi cativas para nenhum dos analitos.Discussão: Em relação ao doseamento da IgG específi ca/ Precipi-tinas aviárias, encontra -se na literatura referência, em concreto, a algumas aves e que reportam valores de referência <11 mg/L para as penas, excrementos e proteínas do soro de pombo, periquito e papagaio. Em relação à IgG específi ca/ Precipitinas de Aspergillus, existem laboratórios a considerar 70 e 83 mg/L para Aspergillus fu-migatus (dados não publicados) e o relatório do NEQAS de 2007 que sugere a utilização do “cut -off” de 40 mg/L.Conclusão: Embora o desenho do nosso estudo não permita ex-cluir totalmente indivíduos com patologia, os dados permitem que consideremos como valores indicativos para as Precipitinas aviárias e para as Precipitinas de Aspergillus, 15 e 44 mg/L, respectivamente.

P24 – Síndrome de Hiper -IgM no sexo feminino – caso clí-nicoRui Silva, José Torres da Costa, M.Graça Castel -BrancoServiço de Imunoalergologia do Hospital S. João, Porto

Introdução: A síndrome de hiper -IgM é uma das imunodefi ciências primárias mais raras. É caracterizada por uma defi ciência no switching de IgM para IgG, IgA e IgE, com presença de níveis séricos elevados ou normais de IgM e baixos das restantes classes. Estão descritos 5 sub -tipos principais, consoante a mutação responsável. A maioria dos casos está ligada ao cromossoma X, afectando apenas o sexo mas-culino. Nos restantes casos a hereditariedade é autossómica reces-siva, afectando ambos os sexos.Caso Clínico: Doente do sexo feminino, 28 anos de idade, com antecedentes de infecções bacterianas de repetição desde a infância e múltiplos internamentos por pneumonia. Aos 13 anos de idade, por apresentar bronquiectasias, foi submetida a lobectomia à esquer-da e lingulectomia. Actualmente com lesões fi bróticas e espessamen-to pleural sequelares, desvio do mediastino para a esquerda e bron-quiectasias varicosas cilíndricas. Sem história familiar relevante. Efectuou estudo analítico, com hemograma e bioquímica sumária sem alterações. No doseamento de imunoglobulinas séricas apre-sentava: IgG <0,08 g/L (N: 6,5 -15,0); IgA <0,06 g/L (N: 0,78 -3,12); IgM=7,33 g/L (N: 0,55 -3,0); IgE <0,02 g/L (N <1,14). A imunofi xação das proteínas séricas e urinárias demonstrou ausência de gamapatia monoclonal e de cadeias leves livres na urina. Foi feito o diagnóstico de hipogamaglobulinemia com hiper -IgM, e instituído tratamento regular com imumoglobulina endovenosa (400 mg/kg, 4/4 semanas), com boa tolerância e sem novos episódios infecciosos nos últimos meses.Comentários: A síndrome de hiper -IgM está associada a uma inci-dência aumentada de patologia infecciosa, auto -imune e neoplásica. A imunoglobulina ev é a base do tratamento, que não somente for-nece os anticorpos IgG ausentes, como também reduz os anticorpos IgM e diminui a recidiva de infecções. O diagnóstico precoce é fun-damental para diminuir a incidência e gravidade das complicações associadas.

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P25 – Difi culdade no diagnóstico de imunodefi ciência co-mum variável na infância: a propósito de um caso clínicoEugénia Almeida1, Teresa Silva2, Sónia Lemos1, Miguel Félix2, Emília Faria1,2

1Consulta de Imunodefi ciência Primária, 2Consulta de Pneumologia, Hospital Pediátrico de Coimbra, Centro Hospitalar de Coimbra

Introdução: A Imunodefi ciência comum variável (IDCV) levanta problemas de diagnóstico que se relacionam com manifestações clínicas comuns a outras doenças em idade pediátrica e ainda à de-fi ciência de produção considerada “natural” até aos 7 anos de idade. Por outro lado, o atraso no diagnóstico e na instituição da terapêu-tica de reposição com imunoglobulinas, poderá resultar em lesões irreversíveis.Caso clínico: Apresenta -se o caso clínico de uma criança com sete anos de idade, sexo feminino, que iniciou aos 3 meses de vida otites seromucosas e pneumonias de repetição (em média 1 a 2 vezes por ano). Quando referenciada ao Hospital Pediátrico de Coimbra, aos 5 anos de idade, apresentava valores normais de imunoglobulinas, he-mograma e TAC torácica sem alterações. Nesta altura, foram excluí-das atopia, fi brose quística, defi ciência do complemento e doença granulomatosa crónica. Nos últimos 2 anos assistiu -se a um agrava-mento clínico com queixas de tosse produtiva diárias, sem outros sintomas associados. O exame bacteriológico das secreções brônqui-cas mostrou colonização por Haemophilus infl uenza e a TAC torácica revelou bronquiectasias, infi ltrados alveolares e atelectasias. No estu-do imunológico detecta -se ausência de IgA (<0,06 g/L) e subclasse IgG2 (< 0,09g/L) e diminuição progressiva de IgG (5,5 g/L; 3,5 g/L) e IgM (0,28 g/L; 0,19 g/L), em 2008 e 2009, respectivamente. A avaliação da resposta produção de anticorpos a anti -polissacaridos mostrou -se defi ciente a antigenios do Pneumococus. Iniciou terapêutica de repo-sição com imunoglobulina subcutânea aos 7 anos de idade.Conclusão: Trata -se de um caso de IDCV em que se assiste a uma deterioração do perfi l imunológico, cumprindo, aos 7 anos de idade, os critérios de IDCV. Os autores discutem a oportunidade do início da terapêutica, antes de cumprir os critérios de diagnóstico.

P26 – Prevalência de sensibilização ao látex em dadores de sangue PortuguesesPaulo Tavares -Ratado1,2, Ana Sofi a Domingos1, Marina Costa2, Luís Taborda -Barata1,3, Cândida Tomaz1

1CICS – Centro de Investigação em Ciências da Saúde, Universidade da Beira Interior, Covilhã; 2Laboratório de Patologia Clínica, Hospital Sousa Martins – ULS da Guarda; 3Serviço de Imunoalergologia, Cen-tro Hospitalar Cova da Beira, Covilhã

Introdução: Indivíduos sensibilizados ao latex podem ter reacções alérgicas severas quando expostos ao latex, incluindo manifestações como urticária alérgica de contacto, angioedema, rinoconjunctivite, asthma, e anafi laxia. Assim, é particularmente importante avaliar o risco de sensibilização na população em geral.Objectivo: Analisar a prevalência de sensibilização ao látex em da-dores de sangue Portugueses.Materiais e Métodos: Os níveis séricos de IgE total e de IgE es-pecífi ca para extracto do látex e aeroalergénios foram quantifi cados em 440 dadores de sangue. Os níveis de IgE específi ca para as pro-teínas recombinants do latex rHev b1, rHev b3, rHev b5, rHev b6.01, rHev b6.02, rHev b8, rHev b9 e rHev b11, bem como para alergénios de frutos tropicais foram determinados em indivíduos sensibilizados ao extracto total de látex.Resultados: A idade média dos dadores foi de 35 anos (18 -65), sendo 171 do sexo feminino (38,9%) e 269 do sexo masculino (61,1%). A prevalência de sensibilização ao extracto total de látex foi de 3,9 % (95% CI = 2,1% a 5,7%). Este grupo apresentou sensibiliza-ção às proteínas recombinantes do látex rHev b 5 (5,9%), rHev b 6.01 (5,9%) e rHev b 8 (23,5%). Todos os indivíduos sensibilizados eram atópicos e a prevalência da atopia nesta amostra populacional foi de 23,4 % (95% IC= 19,5% a 27,4%). Cerca de 88% dos indivídu-os sensibilizados ao látex também estavam sensibilizados ao abacate, 82,4% à ameixa, 52,9% ao ananás, 76,5% à manga, 70,6% à banana, 52,9% à castanha, 70,6% ao fi go e ao kiwi, 76,5% à lichia, 70,6% ao maracujá, 76,5% ao melão, 64,7% à papaia, 82,4% ao pêssego e 35,3% à uva.Conclusão: Este estudo mostrou que a prevalência de sensibilização ao látex em dadores de sangue Portugueses é similar à observada noutros países. Apesar de sensibilização não reveler necessariamen-te um diagnóstico de alergia ao látex, estes resultados salientam a importância de medidas preventivas em indivíduos sensibilizados.

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P27 – Perfi l demográfi co e epidemiológico dos pacientes com alergia a látex do Ambulatório de Alergia e Imunologia do Hospital das Clínicas – FMUSPAlessandra Carvalho Toledo Machado, Adriana Teixeira Rodrigues, Fábio Morato Castro, Jorge Kalil, Clóvis Eduardo GalvãoDisciplina de Imunologia Clínica e Alergia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; Serviço de Imunologia Clínica e Aler-gia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universi-dade de São Paulo, Brasil

Objetivo: Descrever o perfi l demográfi co e epidemiológico dos pacientes sensibilizados aos alérgenos do látex, no Ambulatório de Alergia e Imunologia do Hospital das Clínicas – FMUSP.Método: Realizado um levantamento dos pacientes com história de hipersensibilidade ao látex, no Ambulatório de Alergia e Imunologia do Hospital das Clínicas, no período de Janeiro de 2006 a Maio de 2009 e avaliados quanto a idade, sexo, grupo de risco, sintomas, atopia e pesquisa de IgE específi ca in vitro.Resultados: Analizamos um total de 30 pacientes, 21 (70%) mulhe-res com idade variando de 8 a 64 anos (média 37,2 anos). Estabele-cido grupo de risco de acordo com a exposição no trabalho ou história de múltiplas cirurgias, encontramos 7 (24,3%) profi ssionais da saúde, 4 (13,4%) profi ssionais de limpeza, 9 (30%) cirurgias e 10 (33,3%) não faziam parte dos grupos de risco descritos. Os principais sintomas relatados foram sintomas sistêmicos generalizados 13 (43,4%), sintomas cutâneos 12 (40%) e respiratórios 5 (16,6%). Des-ses pacientes, 9 (30%) apresentavam previamente rinite e/ou asma, 3 (10%) história de síndrome látex -fruta e 5 (16,6%) ambos. O diag-nóstico laboratorial in vitro com pesquisa de IgE específi ca (Immu-noCAP) variou de 0,39 a 100 KU/L com 22 (73,3%) maior ou igual ao correspondente a classe 2.Conclusão: Alergia ao látex é um problema relativamente novo, que afeta não apenas profi ssionais que manipulam o látex e pacien-tes submetidos a várias cirurgias, como também um grupo aparen-temente fora de risco, devido sua grande utilização em diversos produtos de consumo. Por isso a importância em conhecer e iden-tifi car esses pacientes para que se tenha um diagnóstico, prevenção e tratamento efi cazes.

P28 – Sensibilização ao látex em profi ssionais médicos em formação nos HUCDaniel Machado1, Nuno Santos1, Gisela Calado1, Celso Pereira1, Be-atriz Tavares1, Graça Loureiro1, Isabel Antunes2, Isabel Fonseca3, Fran-cisco Parente3, Celso Chieira1

1Serviço Imunoalergologia, 2Serviço Medicina Ocupacional, 3Direcção Clínica Hospitais da Universidade de Coimbra

Introdução: Apesar de todo o conhecimento, persiste a exposição ao látex em ambiente hospitalar, aparentemente sem uma real per-cepção dos riscos pelos profi ssionais de saúde.Objectivo: Avaliar a sensibilização ao látex em médicos internos deste Hospital, correlacionando com o tempo de exposição ocorri-do no decurso da actividade profi ssional.Métodos: Com a participação da Direcção Clínica, Medicina Ocu-pacional e Imunoalergologia da Instituição foi desenvolvido um in-quérito enviado (segundo semestre de 2008) a todos os médicos a cumprir Internato Médico na Instituição: IC=283 (Internato Com-plementar); AC=127 (Ano Comum). Foram ponderados a patologia atópica prévia, repercussões associadas ao uso de luvas (L), perma-nência em locais com utilização de látex, ingestão de alguns alimen-tos; bem como aferir a utilização do número de pares de L (com e sem pó) por semana, tempo de exposição e relacionar a duração da actividade e área profi ssional. A carta personalizada foi enviada em 3 meses consecutivos a todos os Internos. Nos respondedores foram realizados testes cutâneos por picada (TC) a aeroalergénios (Leti), incluindo controlos, e a 3 extractos de látex (Leti, Stallergènes e ALK -Abelló). Nos indivíduos positivos a um ou mais extractos de látex foram realizados TC a alergénios alimentares com reconhecida reactividade cruzada.Resultados: Do total de 410 Internos apenas 77 acederam partici-par (AC=11, IC=66), sendo 56 em área médica, 9 médico -cirúrgica, 10 cirúrgica e 2 laboratorial. Patologia atópica prévia esteve presen-te em 57,1% da amostra; 14,3% agravamento com início da activida-de (16,9% com o uso ou proximidade a material com látex). Gene-ricamente, as L empoeiradas têm utilização mais frequente. Nestes, 59,8% mantinha utilização até 2 horas semanais e 7,8% por períodos superiores a 20 horas. No entanto nos utilizadores frequentes (su-perior a 25 pares e mais de 20 horas semana) a preferência por L sem pó foi superior, 11,7%. Os TC a aeroalergénios foram positivos em 43 IC e 7 AC e ao látex em 16 IC e 1 AC. A positividade a ali-mentos foi observada em 6 IC, com predomínio para frutos.Discussão: A adesão ao estudo foi muito reduzida, apesar dos 3 envios e do alerta ao risco potencial nesta população. As áreas pro-fi ssionais com maior exposição foram as menos colaborantes. Nes-ta amostra a prevalência de sensibilização ao látex foi de 22%, mas a baixa participação não permitiu correlacionar a duração e área da actividade profi ssional com o risco de sensibilização.

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P29 – Eritema periorbitário no contexto de síndrome pa-raneoplásicoIrina Didenko1, Fátima Ferreira1, Jacobo Bacariza2, Sílvia Rodrigues2, Vitor Augusto2, Filipe Inácio1

1Serviço de Imunoalergologia, 2Serviço de Medicina Interna, Centro Hospitalar de Setúbal, Hospital São Bernardo

Introdução: A dermatomiosite (DM) é caracterizada por fraqueza muscular proximal associada a eritema cutâneo típico. Pode dividir--se em DM idiopática, DM associada a neoplasia e DM associada a doenças do tecido conectivo.Caso clínico: Doente do sexo feminino, 43 anos, internada no Serviço de Medicina Interna por quadro de eritema da face, pescoço, membros superiores; dor e diminuição da força muscular a nível da região escapular e pélvica e cansaço fácil. Este quadro clínico tinha 1 mês de evolução, mas o eritema, de predomínio periorbitário, surgiu 7 meses antes da restante sintomatologia. Pelas lesões cutâ-neas foi observada em Consultas de Especialidade não tendo as terapêuticas propostas obtido qualquer efeito. Na altura da admissão a doente referiu um diagnóstico recente (20 dias) de carcinoma mamário metastizado. Ao exame objectivo apresentava edema e eritema pruriginoso da face, especialmente na região periorbitária (eritema heliotrópico), eritema na área do decote e superfícies de extensão dos membros superiores. Palpava -se conglomerado gan-glionar na axila esquerda e nódulo no quadrante inferior esquerdo da mama esquerda. Apresentava diminuição da força muscular pro-ximal a nível dos membros superiores e inferiores. A sensibilidade e reflexos osteotendinosos estavam mantidos. Analiticamente salientava -se elevação de enzimas musculares (CK >9000U/L, ALT/AST 386/246U/L, LDH 1420 U/L), com função renal e outros parâ-metros dentro da normalidade. O estudo da autoimunidade (ANA, anti -dsDNA, anti Jo1, anti M2, anti LKM1, anti -histonas, anti--fosfolípidos) foi negativo. Foi colocada a hipótese de DM no con-texto de síndrome paraneoplásica, pelo que a doente realizou elec-tromiografi a e biópsia cutânea e muscular. A electromiografi a foi compatível com miopatia infl amatória em fase activa. O resultado do exame histológico da biópsia cutânea revelou dermatite da inter-face e perivascular superfi cial, compatível com dermatomiosite. A biópsia muscular mostrou infl amação linfohistiocitária perivascular e atrofi a muscular. A doente iniciou prednisolona oral 80 mg/dia com melhoria progressiva dos parâmetros clínico -analíticos.Conclusão: A asssociação de DM e neoplasia está descrita em 42% dos casos. De acordo com a literatura o diagnóstico de DM prece-de o diagnóstico de neoplasia e são feitos com intervalo inferior a um ano. Nos primeiros 2 -3 anos após o estabelecimento do diag-nóstico de dermatomiosite deve ser realizada a investigação dum tumor oculto.

P30 – Prurido ocular bilateral – a propósito de um caso clínicoMagda Sousa1, Teresa Ferreira 2, João Matias2, Manuel Mariano2, Ana Morête3

1Serviço de Medicina 1, Hospital Infante D.Pedro; 2Serviço de Oftal-mologia, Hospital Infante D.Pedro; 3Serviço de Imunoalergologia, Hospital Infante D.Pedro

Os autores descrevem o caso de uma doente do sexo feminino, 77 anos de idade, que recorreu ao Serviço de Urgência do Hospital In-fante D.Pedro, de forma repetida entre Janeiro e Fevereiro de 2009 por prurido ocular bilateral, do pavilhão auricular e zona posterior do pescoço, tendo sido diagnosticada conjuntivite alérgica. Por per-sistência da sintomatologia é colocada como hipótese diagnóstica uma conjuntivite alérgica refractária à terapêutica pelo que foi pedida observação por Imunoalergologia que referencia para a consulta de Oftalmologia. Ao exame objectivo apresentava crostas junto às bordas palpebrais, bem como numerosos casulos e múltiplos Phtirius pubis aderentes às bases dos cílios que se encontravam já rarefeitos. Assim, tendo como diagnóstico ftiríase palpebral, procedeu -se à remoção mecânica de dezenas de ovos e de parasitas e prescreveu -se tetraci-clina pomada. A doente faltou à consulta de acompanhamento.A ftiríase palpebral, uma parasitose das pestanas por Phtirius pubis, é uma causa pouco frequente de blefaroconjuntivite, pelo que o seu diagnóstico pode passar despercebido. O sintoma principal consiste numa blefarite pruriginosa. Macroscopicamente, na zona da picada, observa -se uma lesão azulada (mácula cerúlea), que resulta da acção da saliva do parasita sobre o sangue e da resposta infl amatória local. Perante um caso de tiríase palpebral é necessário procurar piolhos noutras localizações e excluir outras doenças sexualmente trans-missíveis. Deve -se sempre considerar este diagnóstico diferencial numa criança com blefaroconjuntivite pruriginosa e, nesse caso, des-pistar a hipótese de abuso sexual.Os autores descrevem o caso clínico e discutem a importância da história clínica numa blefarite pruriginosa, que pode ter como etio-logia muito mais que a causa alérgica. Aborda -se a importância e o papel do oftalmologista na blefarite pruriginosa, bem como o desafi o terapêutico que esta constitui, quer pela toxicidade do tratamento, quer pela inexistência de alguns agentes tópicos. Chamam também a atenção para este grave problema de saúde pública, provavelmen-te sub -diagnosticado na nossa população.

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P31 – Edema labial crónico – caso clínicoIrina Didenko1, Fátima Ferreira1, Carla Rodrigues2, Marta Salgado1, Filipe Inácio1

1Serviço de Imunoalergologia, 2Serviço de Dermatologia, Centro Hospitalar de Setúbal, Hospital São Bernardo

Introdução: O diagnóstico diferencial do edema labial crónico inclui doenças imunológicas (reacções IgE -mediadas, dermatites de con-tacto, défi ce de C1 -inibidor), infecções, neoplasias, doenças infl ama-tórias e infi ltrativas, doenças granulomatosas e autoimunes. A quei-lite de Miescher é um edema crónico do lábio devido a infl amação granulomatosa. A prevalência é desconhecida, mas esta patologia é rara.Caso clínico: Doente do sexo masculino, 33 anos, acompanhado na Consulta de Imunoalergologia por rinite e asma brônquica alér-gica desde Dezembro de 2001. Em Janeiro de 2009 refere queixas de edema dos lábios superior e inferior, insidioso, indolor, não pru-riginoso, não acompanhado de hiperemia mas de sensação de tensão, com início 3 meses antes. Inicialmente os episódios eram de curta duração, predominantemente matinais, com regressão espontânea em poucas horas. Posteriormente o edema passou a ser persistente, pelo que recorreu à Consulta de Dermatologia, onde lhe foi pres-crito corticóide oral e anti -histamínico com resposta transitória. O doente tinha sensibilização conhecida a ácaros do pó doméstico e ácaros de armazenamento, tendo feito imunoterapia injectável com extracto de Dermatophagoides pteronyssinus a 100% entre 2002 e 2007 e encontrava -se estável da sua doença respiratória. Não tinha história de alergia alimentar, medicamentosa ou de contacto. Não referia possíveis associações com infecções, traumatismos, factores físicos ou produtos de higiene oral. Negava queixas constitucionais, gastrintestinais, auditivas, oftalmológicas, sialorreia e lacrimejo. No exame objectivo apresentava edema homogéneo do lábio superior, indolor à palpação, de consistência elástica. A cavidade oral não apre-sentava alterações. A investigação laboratorial orientada para o diag-nóstico diferencial do edema do lábio foi negativa. Os testes cutâ-neos de contacto com bataria standartd (TRUE -test) e produtos de higiene oral foram negativos. O exame histológico da biópsia do lábio superior foi compatível com queilite granulomatosa. Foi inicia-da terapêutica com dapsona 200 mg/dia/oral com regressão parcial do edema fi xo cerca de 1 mês após o início da terapêutica.Conclusão: Na presença de um edema labial devem excluir -se cau-sas de edema muco -cutâneo para além das imunoalérgicas, dado que a abordagem terapêutica é diferente. Nestes doentes está indicado o follow -up para excluir o desenvolvimento de doença de Crohn e sarcoidose.

P32 – Urticária solar – caso clínicoJoana Soares1, Anabela Lopes1, Amélia Spínola Santos1, Paulo Filipe2, Manuel Pereira Barbosa1

1Serviço de Imunoalergologia, 2Serviço de Dermatologia, Centro Hospitalar Lisboa Norte

Introdução: A urticária solar (US) é uma fotodermatose rara, ao contrário da erupção polimorfa solar e da lucite estival benigna, que são muito frequentes e erradamente diagnosticadas como US. A US é caracterizada, pelo aparecimento de lesões de urticária alguns min após exposição à luz solar ou artifi cial, desaparecendo quando cessa esta exposição. A US atinge sobretudo adultos jovens e pode ser induzida por UVB, UVA e/ou luz visível. O diagnóstico é clínico e deve ser confi rmado por testes fotobiológicos. O tratamento con-siste em fotoprotecção, anti -H1 e fototerapia, embora frequente-mente tenham um efeito terapêutico limitadoCaso clínico: Mulher de 27 anos observada por quadro de lesões máculo -papulares pruriginosas desde os 25 anos. As lesões cutâneas surgem 10 min após exposição à luz solar e regridem cerca de 2 horas após o seu termo, distribuem -se às áreas expostas. A doente (dte) nega administração de fármacos ou tópicos cutâneos. As quei-xas condicionam a rotina diária da dte, como a deslocação de casa para o carro, interferindo com a qualidade de vida pessoal e profi s-sional. Referia ainda que cetirizina diária (10 mg) não prevenia o aparecimento das lesões. Tem antecedentes de rinite persistente alérgica desde os 10 anos. Nega antecedentes familiares de porfíria e refere que a mãe tem diagnóstico de LES. Realizou testes cutâne-os que foram positivos para D.pt (15x10mm), D.f (17x7mm) e E.maynei (12x10mm). Analiticamente: hematologia, bioquímica, autoan-ticorpos e porfi rinas dentro dos valores normais. IgE total 45 kU/L, IgE específi cas (kU/l) para D.pt e D.f respectivamente 18,6 e 8,32. Os estudos fotobiológicos efectuados mostraram eritema mínimo para a radiação UVB e UVA e aparecimento de lesões de urticária com o espectro de luz vísivel, confi rmando o diagnóstico de US. Iniciou tratamento diário com associação de anti -histamínicos (deslorata-dina 10 mg e levocetirizina 10 mg) e protector solar com barreira fi síca (SPF 50+), sem melhoria e referindo sedação importante com os anti -H1 em altas doses.Discussão: Em cerca de um terço dos dtes com diagnóstico de US, a terapêutica de 1.ª linha é inefi caz. A qualidade de vida da nossa dte é condicionada pela doença e efeitos sedativos dos anti -H1. A dte não iniciou hidroxicloraquina já que a efi cácia deste tratamento não está demonstrada. Pondera -se avançar outra terapêutica de 2.ª linha como da imunoglobulina IV estando descritos alguns casos com sucesso ou da anti -IgE em que está descrito 1 caso.

XXX REUNIÃO ANUAL DA SPAIC / RESUMOS DAS COMUNICAÇÕES LIVRES E DOS POSTERS

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P33 – Marcadores serológicos no diagnóstico da doença celíacaAna Margarida Reis1, Vitória Matos2, Virgínia Loureiro2, José Cabral31Serviço de Imunoalergologia, Hospital Pulido Valente, Centro Hos-pitalar Lisboa Norte; 2Serviço de Patologia Clínica, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central; 3Unidade de Gas-trenterologia Infantil, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central

Introdução: A doença celíaca caracteriza -se por uma intolerância permanente às proteínas do glúten que se apresenta em indivíduos geneticamente predispostos e se manifesta por uma atrofi a da mu-cosa duodenal, podendo também atingir outros órgãos e sistemas, sendo nestes casos, o diagnóstico mais difícil. Os marcadores sero-lógicos utilizados para o seu diagnóstico são Anti -transglutaminase IgA/IgG (TG), Anti -gliadina IgA/IgG (AGG) e Anti -endomísio IgA (EMA). Embora sejam importantes numa abordagem inicial e para seguimento da evolução da doença, o diagnóstico defi nitivo é dado pela biópsia duodenal.Objectivo: Avaliar o custo -benefício dos marcadores serológicos (TG, AGG e EMA) no diagnóstico da doença celíaca.Material e métodos: Foram seleccionados os doentes da Consul-ta de Gastrenterologia Infantil do Hospital de Dona Estefânia, sem o diagnóstico de doença celíaca, que no período entre 01/01/2006 a 28/04/2008 tiveram pelo menos 1 dos 3 marcadores serológicos positivos e realizaram biópsia duodenal. Comparou -se o resultado laboratorial dos marcadores serológicos com o resultado histológi-co da biopsia duodenal.Resultados: Foram estudados 57 doentes (35F: 22M), com uma média de idades de 4,2 anos (min -1, máx -15). A TG (estudada em 57 doentes) teve uma sensibilidade de 97%, especifi cidade de 33%, valor positivo preditivo (VPP) – 71%, valor negativo preditivo (VNP) -88% e uma associação estatisticamente signifi cativa entre marcador e biopsia (p=0.002). A AGG (estudada em 56 doentes) revelou uma sensibilidade de 46%, especifi cidade 58%, VPP -62%, VNP -50%, sem associação estatisticamente signifi cativa com a biopsia (p= 0,43). O EMA (estudado em 43 doentes) mostrou uma sensibilidade de 83%, especifi cidade 46%, VPP -71%, VNP -63%, e uma associação estatisti-camente signifi cativa com a biopsia (p= 0,002).Conclusão: De acordo com outros estudos publicados, a nossa casuística revela que a Anti -transglutaminase e o Anti -endomisio IgA são os marcadores mais fi áveis no diagnóstico da doença celíaca, embora apresentem uma especifi cidade baixa, pelo que em termos de custo benefi cio será uma mais valia optarmos por estes 2 mar-cadores simultaneamente.

POSTERS – SESSÃO ESPECIAL

Posters seleccionados para atribuição do prémio SPAIC / Schering -Plough 2009

Dia: 1 de Outubro 2009Horas: 11.00 – 12.30 horasLocal: Sala 2

Moderadores: Fernando Drummond Borges / Margarida Trindade

P34 – Testes epicutâneos a corticosteróides num período de 10 anosAlexandra Santos1, Pedro Andrade2, Carlos Loureiro1, Margarida Gonçalo2

1Serviço de Imunoalergologia, Hospitais da Universidade de Coimbra; 2Serviço de Dermatologia, Hospitais da Universidade de Coimbra

P35 – Utilização dos recombinantes de parvalbumina (rCypc1; rGadc1) no diagnóstico e prognóstico da alergia ao peixeFátima Cabral Duarte1, Ana Célia Costa1, José Costa Trindade2, Maria Leonor Bento2, Maria da Conceição Pereira Santos3

1Serviço de Imunoalergologia, Hospital de Santa Maria, Centro Hos-pitalar Lisboa Norte; 2Serviço de Pediatria, Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar Lisboa Norte; 3Unidade de Imunologia Clínica, Instituto de Medicina Molecular/Faculdade de Medicina de Lisboa

P36 – Reacção de hipersensibilidade IgE mediada a betalac-tâmicos: será a primeira hora determinante?Sofi a Campina Costa, Marta Neto, Margarida Trindade, Manuel Bar-bosaUnidade de Imunoalergologia do Hospital Pulido Valente, Serviço de Imunoalergologia do Centro Hospitalar Lisboa Norte

P37 – Monitorização clínica de provas de provocação espe-cífi ca com Dermatophagoides pteronyssinus: nasal versus con-juntivalGisela Calado1, Daniel Machado1, Graça Loureiro1, Beatriz Tavares1, Borja Bartolomé2, Celso Pereira1, Celso Chieira1

1Serviço de Imunoalergologia, Hospitais da Universidade de Coimbra; 2Departamento de I&D, Bial Aristegui, Bilbao, Espanha

P38 – Resultados do estudo de validação do questionário upKids no rastreio de asma alérgica em crianças portugue-sas em idade escolarTeresa Vieira1, João Fonseca1,2, Linda Cruz1, Rui Silva1, Ana Reis Fer-reira1, Ana Leblanc1, M.Graça Castel -Branco1, Patrícia Padrão3, Pedro Moreira3, André Moreira1

1Serviço de Imunoalergologia, Hospital de São João, Porto; 2Depar-tamento de Bioestatística e Informática Médica, Universidade do Porto; 3Faculdade de Nutrição e Ciências da Alimentação, Universi-dade do Porto

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P39 – Angioedema hereditário – casuística 2009Amélia Spínola Santos, Manuel Branco Ferreira, Ana Célia Costa, Anabela Lopes, Estrela Allonso, Joana Caiado, Ana Margarida Reis, Margarida Trindade, Elisa Pedro, Manuel Pereira BarbosaServiço de Imunoalergologia, Centro Hospitalar Lisboa Norte

P40 – Validação do doseamento de IgE total e específi ca para Dermatophagoides pteronyssinus no sobrenadante do esputo induzido em doenças pulmonares não -IgE media-dasLuís Araújo1,2, Carmo Palmares1, Marília Beltrão1, João Fonseca2,3, Tiago Jacinto2,3, Tari Haahtela4, Pedro Moreira5, Maria da Graça Castel--Branco2, André Moreira1,2, Luís Delgado1

1Serviço e Laboratório de Imunologia, Faculdade de Medicina da Universidade do Porto; 2Serviço de Imunoalergologia, Hospital de S. João, Porto; 3CINTESIS e Serviço de Biostatística e Informática Mé-dica, Faculdade de Medicina do Porto; 4Skin and Allergy Hospital, Helsinki University Central Hospital, Helsinki, Finlândia; 5Serviço de Nutrição Humana, Faculdade de Ciências da Nutrição, Universidade do Porto

P41 – Suspeita de alergia a fármacos em idade pediátricaAna Reis Ferreira, Ana Leblanc, Rui Silva, Eunice Castro, Carmen Botelho, M. Graça Castel -Branco, Josefi na R. CernadasServiço de Imunoalergologia, Hospital de São João (HSJ), Porto

P34 – Testes epicutâneos a corticosteróides num período de 10 anosAlexandra Santos1, Pedro Andrade2, Carlos Loureiro1, Margarida Gonçalo2

1Serviço de Imunoalergologia, Hospitais da Universidade de Coimbra; 2Serviço de Dermatologia, Hospitais da Universidade de Coimbra

Introdução: A alergia de contacto a corticóides é excepcional, sen-do necessário um elevado nível de suspeição e experiência clínica na interpretação dos resultados dos testes epicutâneos para o seu diagnóstico.Objectivo: Caracterizar doentes sensibilizados a corticosteróides em testes epicutâneos.Métodos: Analisámos os resultados dos testes epicutâneos de 2323 doentes (715 sexo masculino, 1588 sexo feminino) com suspeita de dermatite de contacto alérgica, realizados num período de 10 anos (Maio 1999 a Abril 2009). Todos os doentes foram testados com uma série padrão, que incluiu budesonido 0,1% vas (BUD), 17 -butirato de hidrocortisona 0,1% vas (BHC) e 21 -pivalato de tixocortol 1% vas (TIX) (Chemotechnique Diagnostics). Em 136 doentes, foram adi-cionalmente testadas outras moléculas de glicocorticóides utilizados topicamente em Portugal. As leituras foram realizadas em D2 e D4 e, adicionalmente, em D7 no caso de reacções tardias. Para os do-entes que reagiram a pelo menos um corticóide, foram analisados os dados demográfi cos e clínicos e os resultados dos testes epicu-tâneos.Resultados: 35 doentes (1,5%), com média de idades de 53±16 anos, 71% sexo feminino, reagiram a pelo menos um corticóide na série padrão: 28 a BUD, 14 a BHC e 5 a TIX. A série de corticóides não permitiu identifi car mais nenhum doente. A maioria das reacções a outras moléculas ocorreu com a alclometasona (4), amcinonido (2) e hidrocortisona (2). Dos 35 doentes, 57%, 28%, 9% e 6% reagiram respectivamente a 1, 2, 3 ou mais moléculas de corticóides, maiori-tariamente do grupo B (49%), D2 (25%) e A (16%), com 15 doentes reagindo a corticosteróides pertencentes a grupos diferentes. Em 57% dos doentes, os resultados positivos foram considerados clini-camente relevantes. Entre estes, as lesões eram maioritariamente de eczema de contacto alérgico e as patologias concomitantes mais frequentes eram eczema de estase, úlcera de perna, asma e rinite.Conclusões: A série padrão incluindo BUD, BHC e TIX foi adequa-da na identifi cação de doentes sensibilizados a corticosteróides. Neste contexto, a realização da série de corticóides tópicos revelou sensibilização a outras moléculas e permitiu melhorar o diagnóstico e o aconselhamento dos doentes, mas não detectou outros pacien-tes além dos detectados pela série padrão. A sensibilização por con-tacto a corticosteróides estendeu -se além dos grupos de corticos-teróides previamente estabelecidos.

XXX REUNIÃO ANUAL DA SPAIC / RESUMOS DAS COMUNICAÇÕES LIVRES E DOS POSTERS

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P35 – Utilização dos recombinantes de parvalbumina (rCypc1; rGadc1) no diagnóstico e prognóstico da alergia ao peixeFátima Cabral Duarte1, Ana Célia Costa1, José Costa Trindade2, Maria Leonor Bento2, Maria da Conceição Pereira Santos3

1Serviço de Imunoalergologia, Hospital de Santa Maria, Centro Hos-pitalar Lisboa Norte; 2Serviço de Pediatria, Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar Lisboa Norte; 3Unidade de Imunologia Clínica, Instituto de Medicina Molecular/Faculdade de Medicina de Lisboa

Introdução: A parvalbumina foi identifi cada como alergénio major em várias espécies de peixe, sendo considerada responsável pela reactividade cruzada na alergia ao peixe. A caracterização desta sen-sibilização, nomeadamente através do uso de alergénios recombi-nantes, parece ser uma das áreas promissoras.Objectivo: Caracterização e avaliação de prognóstico duma popu-lação de doentes (dts) com alergia ao peixe, utilizando recombinan-tes da parvalbumina (carpa -rCypc1 e bacalhau -rGadc1).Materiais e Métodos: Foram incluídos 23 dts alérgicos ao peixe (14M, 9F; média de idades -8,78 anos) e 6 controlos (4M, 2F; média de idades -9,75 anos): 4 atópicos e 2 não atópicos. Os dts apresen-tavam clínica de reacções imediatas (urticária/angioedema e/ou vó-mitos) após ingestão de peixe, testes cutâneos (TC) positivos para todos os peixes testados e IgE específi cas (sIgE,kU/L -UniCap®, Phadia -Sweden) positivas para: bacalhau -100% dos doentes, sardinha -91%, salmão -96%, linguado -87%, pescada -96%, atum -100%, rCypc1 e rGadc1 -100%. 10/23 dts (6M, 4F; média de idades -12,2 anos) foram seleccionados aleatoriamente e seguidos durante 3 anos (grupo I).Resultados: Valores médios sIgE (kU/L) no grupo de dts: bacalhau -38,1; sardinha -26,6; salmão -23,4; pescada -12,5; linguado -7,1; atum -5,5; rCypc1 -12,64 e rGadc1 -10,98. Os dts com sintomas mais graves tinham valores de sIgE mais elevados. Grupo I -os valores médios de sIgE diminuíram para todos os peixes testados, signifi ca-tivamente para o bacalhau:T0 -69,5, T1 -19,5 (p=0,04) e não signifi ca-tivamente para: sardinha: T0 -48, T1 -15,6; salmão:T0 -42,7, T1 -10,9; atum:T0 -9,21; T1 -7,5; pescada:T0 -16,8; T1 -16,7; linguado:T0 -10,6; T1--8,3; rCypc1:T0 -18,4; T1 -14,8; rGadc1:T0 -16,8; T1 -13,6. 4 destes 10 dts desenvolveram tolerância ao peixe (3 -tolerância parcial e 1 to-lerância total), entre os 7 -9 anos de idade, confi rmada por prova de provocação oral e apresentavam em T0 valores médios de sIgE mais baixos do que os outros 6 para: rCypc1 (2,5/ 29; p=0,0095) e rGadc1 (2,9/ 26; p=0,0190). Grupo controlo: TC e sIgE negativas para todos os extractos de peixe.Conclusões: Estes resultados não revelaram diferenças entre sIgE para rCypc1 e rGadc1, sugerindo a sua implicação no diagnóstico e na reactividade cruzada da alergia ao peixe. Valores mais elevados de sIgE parecem estar associados a sintomas mais graves após ingestão de peixe. No grupo I, os valores iniciais mais baixos destas proteínas sugerem ser um parâmetro predictivo importante da aquisição de tolerância ao peixe.

P36 – Reacção de hipersensibilidade IgE mediada a betalac-tâmicos: será a primeira hora determinante?Sofi a Campina Costa, Marta Neto, Margarida Trindade, Manuel Bar-bosaUnidade de Imunoalergologia do Hospital Pulido Valente, Serviço de Imunoalergologia do Centro Hospitalar Lisboa Norte

Introdução: As reacções de hipersensibilidade a betalactâmicos (BL) do tipo imediato (RI) envolvem classicamente um mecanismo IgE mediado e defi niam -se como ocorrendo nas primeiras 6h após a toma do fármaco. Nas recentes recomendações do ENDA (Euro-pean Network for Drug Allergy) as RI foram redefi nidas como as ocorrendo na primeira hora de exposição e as RNI após esse perí-odo.Objectivo: Avaliar o padrão temporal das reacções IgE mediadas a betalactâmicos e a adequação da terminologia RI versus RNI às mes-mas.Métodos: Incluíram -se 42 doentes com hipersensibilidade IgE me-diada a pelo menos um BL que efectuaram a seguinte investigação: IgE específi ca (ImmunoCAP, Phadia) para penicilina G/V, amoxicilina e cefaclor; testes de sensibilidade cutânea por picada e intradérmicos (ID) com leitura imediata (20min) a PPL/MDM (Laboratório Diater), penicilina G e amoxicilina com clavulanato. As cefalosporinas foram testadas caso fossem o fármaco implicado ou em alternativa se se confi rmasse a alergia a benzilpenicilinas. Realizou -se prova de pro-vocação (PP) com o fármaco implicado se toda a investigação se revelasse negativa.Resultados: O sexo feminino foi predominante (86%) e a idade média foi de 47±15 anos. O tempo mediano entre a reacção e a investigação foi de 2 anos (p25 -75: 1 -9 anos). No que respeita à cronologia da reacção: 60% (n=25) reportaram sintomas na primei-ra hora (Grupo<1h), 26% (n=11) entre 1 -6h (Grupo1 -6h) e 14% (n=6) depois de 6h após a toma do fármaco (Grupo>6h). Dos do-entes com IgE específi ca positiva para BL (n=9): 44% (n=4) eram do Grupo<1h, 44% (n=4) do Grupo1 -6h e 11% (n=1) do Grupo>6h. Dos doentes com ID positivos na leitura imediata (n=32): 63% (n=20) eram do Grupo<1h, 22% (n=7) do Grupo1 -6h e 16% (n=5) do Grupo>6h. Apenas um doente, incluído no Grupo <1h, fez o diag-nóstico de hipersensibilidade a BL por PP positiva aos 30min.Conclusão: Nesta população, as primeiras 6 horas após a exposição ao fármaco foram determinantes para a ocorrência de uma reacção de hipersensibilidade IgE mediada refl ectindo -se na positividade das IgE específi cas e dos ID na leitura imediata. Se considerarmos como RI as que surgem <1h de exposição ao BL incluiremos 60% das re-acções IgE mediadas, mas se alargamos a defi nição para as primeiras 6h englobaremos cerca de 85% destas reacções. De uma ou de outra forma, fi ca claro para os autores que a dicotomia RI e RNI não abrange a complexidade imunológica das reacções de hipersensibi-lidade aos BL.

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P37 – Monitorização clínica de provas de provocação espe-cífi ca com Dermatophagoides pteronyssinus: nasal versus con-juntivalGisela Calado1, Daniel Machado1, Graça Loureiro1, Beatriz Tavares1, Borja Bartolomé2, Celso Pereira1, Celso Chieira1

1Serviço de Imunoalergologia, Hospitais da Universidade de Coimbra; 2Departamento de I & D, Bial -Aristegui, Bilbao, Espanha

Introdução: O score de sintomas é um método de monitorização da resposta às provas de provocação específi ca (PPE), não estando padronizada a resposta clínica.Objectivo: Comparar a resposta clínica induzida pelas PPE nasal (PPNE) e conjuntival (PPCE).Métodos: Submeteram -se 42 doentes com rinite/rinoconjuntivite alérgicos a D. pteronyssinus (Dp) a PPE com extracto de Dp (concen-tração de 23 μg/ml de Der p 1), na diluição de 1/10 (Bial -Aristegui). Consideraram -se 2 grupos: PPNE – aplicação nasal unilateral de 2 pulverizações sucessivas (volume total de 160μl); PPCE – aplicação conjuntival unilateral de 1 gota. Avaliou -se a resposta clínica por score de sintomas ao 1.º e 5.º minutos, considerando -se positiva se score ≥3 (PPNE) e score ≥5 (PPCE). A monitorização clínica foi in-terrompida após o 5.º minuto devido a recolha de liquores.Resultados: Dados demográfi cos, clínicos e score de sintomas nas PPE na tabela.

PPNE PPCE pn 21 21Média de idades (anos) 28,0±9,0 28,1±5,7Sexo � (%) 57,1 66,7RiniteRinoconjuntivite

201

165

Asma associada (%) 42,8 90,5Reactividade cutânea a Dp (mm)IgE específi ca a Dp (KU/L)

6,5±2,129±24,9

8,6±3,636,3±37,2

Tempo de evolução clínica (anos) 13±10 12,3±8,5N.º de provas positivas:1.º min5.º min

1521

621

0,005

Sintomas nasaisSintomas oculares

21 (100%)10 (47,6%)

20 (95,2%)21 (100%)

ns<0,0001

Score de sintomas

Total1.º min5.º min5.º – 1.º

5,2±3,89,9±4,44,6±4,57

4,7±3,612,7±4,48±3,87

nsns0,011

Nasal1.º min5.º min

4,28±2,68,29±2,9

1,24±2,14,95±2,8

<0,00010,001

Ocular1.º min5.º min

0,95±1,81,57±2,3

3,4±37,7±3

<0,0001<0,0001

Nas PPNE, a obstrução foi mais frequente (92,8%), enquanto a ri-norreia teve scores de maior intensidade. As PPCE induziram invaria-velmente rubor e queimor, sendo que o rubor apresentou scores de maior intensidade. Apesar de se ter procedido à inoculação unilate-ral, a PPNE induziu sintomas nasais e oculares bilateralmente, en-quanto a PPCE induziu sintomas oculares unilaterais e sintomas nasais bilaterais. Não ocorreram sintomas brônquicos nem reacções sistémicas.Conclusão: Este estudo salienta a aplicabilidade da PPE nasal ou conjuntival na indução de resposta clínica nasal e conjuntival. Na

monitorização das PPE, obtiveram -se respostas signifi cativamente mais rápidas nas PPNE e respostas de maior intensidade (ao 5.º minuto) nas PPCE, embora sem signifi cado estatístico. Estes dados sustentam a aplicabilidade da PPCE na caracterização diagnóstica da alergia respiratória, mesmo na ausência de sintomas oculares, redu-zindo o risco das PPE.

XXX REUNIÃO ANUAL DA SPAIC / RESUMOS DAS COMUNICAÇÕES LIVRES E DOS POSTERS

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P38 – Resultados do estudo de validação do questionário upKids no rastreio de asma alérgica em crianças portugue-sas em idade escolarTeresa Vieira1, João Fonseca1,2, Linda Cruz1, Rui Silva1, Ana Ferreira1, Ana Leblanc1, M. Graça Castel -Branco1, Patrícia Padrão3, Pedro Mo-reira3, André Moreira1

1Serviço de Imunoalergologia, Hospital de São João, Porto; 2Depar-tamento de Bioestatística e Informática Médica, Universidade do Porto; 3Faculdade de Nutrição e Ciências da Alimentação, Universi-dade do Porto

Introdução: Em estudos epidemiológicos para avaliação de asma alérgica são necessários instrumentos válidos e simples. Neste tra-balho é efectuada a avaliação de questões do questionário ISAAC para rastreio de asma alérgica em crianças de idade escolar, através da comparação das respostas dos pais ao questionário upKids com medidas objectivas utilizadas na prática clínica.Métodos: Amostra com 173 crianças portuguesas (51.4% raparigas), dos 8 aos 12 anos, pertencentes a 3 escolas da área urbana do Porto. Auto -preenchimento pelos pais de um questionário, incluindo questões do ISAAC reportando asma, diagnóstico médico de asma e medicação antiasmática. Nas escolas foram realizados testes cutâ-neos por picada (TCP) a 7 aeroalergénios (Leti, Espanha) e determi-nada a fracção de óxido nítrico no ar exalado (FeNO) utilizando o NIOX MINO (Aerocrine, Sweden). Na análise de validação foram defi nidos 2 grupos: 1) atópicos (≥1 TCP positivo) com FeNO au-mentado (≥25ppb), como marcadores de asma alérgica e 2) todos os outros.Resultados: Doze e 15% dos pais referiram diagnóstico médico de asma e uso de medicação antiasmática no último ano, respectiva-mente. A FeNO encontrou -se signifi cativamente aumentada nas crianças atópicas (média ± SD ppb) (34 ± 27 vs 13 ± 8; p<0.001), com história de sibilância (27 ± 25 vs 17 ± 15; p=0,002), sibilância com o exercício nos últimos 12 meses (34 ± 28 vs 19 ± 19; p=0,005) e nas que utilizaram medicação antiasmática nos últimos 12 meses (31 ± 24 vs 19 ± 15; p=0.01) . Todas as questões apresentaram baixa sensibilidade, desde 16% (“alguma vez teve asma”) a 73% (“alguma vez teve sibilância”). A especifi cidade das questões variou entre 60% (“alguma vez teve sibilância”) e 88% (“diagnóstico médico de asma” e “sibilância com o exercício nos últimos 12 meses”). Não foram observadas diferenças com a composição de um score de 3 questões (“alguma vez teve asma”, “alguma vez teve sibilância” e “sibilância com o exercício nos últimos 12 meses”).Conclusões: As respostas dos pais às questões individuais apresen-taram pouca capacidade na identifi cação de crianças atópicas com FeNO aumentado. A questão mais útil para rastreio foi “alguma vez teve sibilância”. As questões relacionadas com “diagnóstico prévio de asma pelo médico” e “alguma vez teve asma” apresentaram as capacidades discriminatórias mais baixas. Em rastreios escolares de asma alérgica, os questionários e medidas objectivas como a FeNO e TCP podem melhorar a identifi cação destas crianças.

P39 – Angioedema hereditário – casuística 2009Amélia Spínola Santos, Manuel Branco Ferreira, Ana Célia Costa, Anabela Lopes, Estrela Allonso, Joana Caiado, Ana Margarida Reis, Margarida Trindade, Elisa Pedro, Manuel Pereira BarbosaServiço de Imunoalergologia, Centro Hospitalar Lisboa Norte

Introdução: O Angioedema Hereditário (AH) é uma doença rara, ameaçadora da vida, muitas vezes de diagnóstico tardio.Objectivo: Caracterização do perfi l clínico, laboratorial e terapêu-tico de uma população de doentes (dts) com AH.Material e métodos: Entrevista e consulta do processo clínico de 57 dts seguidos no HSM e 7 dts do HPV.Resultados: Registaram -se 64 dts admitidos entre 1995 e 2009 (média 4,3/ano; max. 9, mín. 2). As características demográfi cas e clínicas estão descritas no Quadro 1. Ocorreu asfi xia em 5 dts (2 dts com 1 episódio de entubação;1 doente com 2 episódios de entubação; 2 dts com 1.º episódio de traqueostomia e um 2.º epi-sódio de entubação). Nos dts sob androgénios registou -se esteato-se hepática (27%), alterações da função hepática (9%) e nódulo he-pático numa doente (3,3%).

Quadro 1 – Características demográfi cas e clínicas

% História Familiar 89Idade média actual ±DP

(mín./max.) (anos)42±16(4 / 81)

% mulheres / homens 56 / 44Idade média início sintomas ±DP

(mín./max.) (anos)13±8

(1 / 36)

% Tipo I / Tipo II 56 / 44Idade média diagnóstico ±DP

(mín./max.) (anos)30±16(3 / 73)

N.º de famílias 31

Referenciação (%): Desencadeantes + frequentes (%) Familiar 50 Trauma / Stress / Infecções 41/27/23 Imunoalergologia 22 Med Geral e Familiar 10 Terapêutica longo prazo (%) 61 S. Urgência 10 Androgénios 53,2 Med Interna 4 Anti -fi brinolíticos 6,3 ORL / Gastro 2 / 2 C1 -inibidor (C1 -inib) 1,5

Sintomas Iniciais (%) Data diagnóstico (%) Durante a evolução (%)Cutâneos (C) 53 18 11Gastrintestinais (G) 22 7 2Laríngeos (L) 9 7C+G 13 33 29C+L 19 15G+L 2 2C+G+L 14 44

Terapêutica a longo prazo Androgénios 53,2%

Anti -fi brinolíticos6,3%

C1 -inib1,5%

O consumo de C1 -inib resume -se no Quadro 2. O elevado consumo em 2008/09 deve -se a uma doente que suspendeu androgénios por nódulo hepático, tendo iniciado subsequentemente terapêutica pre-ventiva a longo prazo com C1 -inib. A classifi cação da gravidade no último ano foi: grave 17%, moderada 40%, leve 26%, mínima 9% e assintomática em 8% dos dts.

XXX REUNIÃO ANUAL DA SPAIC / RESUMOS DAS COMUNICAÇÕES LIVRES E DOS POSTERS

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Quadro 2 – Evolução do consumo de C1 -inib

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009N.º doentes / n.º ampolas

8 / 28 11 / 33 14 / 41 16 / 49 18 / 63 10 / 107 13 / 176

Conclusão: Verifi cou -se um atraso médio no diagnóstico de cerca de 17 anos. Inicialmente os sintomas isolados são mais frequentes mas durante a evolução da doença predominam as associações sin-tomáticas. A maioria (57%) tem doença moderada -grave, 8% já com crises asfíxicas (entubação/traqueostomia), o que justifi ca a elevada % de dts sob androgénios e o consumo de C1 -inib.

P40 – Validação do doseamento de IgE total e específi ca para Dermatophagoides pteronyssinus no sobrenadante do esputo induzido em doenças pulmonares não -IgE MediadasLuís Araújo1,2, Carmo Palmares1, Marília Beltrão1, João Fonseca2,3, Tiago Jacinto2,3, Tari Haahtela4, Pedro Moreira5, Maria da Graça Castel--Branco2, André Moreira1,2, Luís Delgado1

1Serviço e Laboratório de Imunologia, Faculdade de Medicina da Universidade do Porto; 2Serviço de Imunoalergologia, Hospital de S. João, Porto; 3CINTESIS e Serviço de Biostatística e Informática Mé-dica, Faculdade de Medicina do Porto; 4Skin and Allergy Hospital, Helsinki University Central Hospital, Helsinki, Finlândia; 5Serviço de Nutrição Humana, Faculdade de Ciências da Nutrição, Universidade do Porto

Objectivo: A indução de esputo é um método seguro e não -invasivo de avaliação da infl amação das vias aéreas. Alguns autores dosearam a IgE total e específi ca (sIgE) no sobrenadante, no entanto, nenhum procedeu à validação da metodologia. Este estudo tem como objec-tivo validar o doseamento de IgE total e específi ca para Dermatopha-goides pteronyssinus (Dp) no sobrenadante do esputo induzido.Métodos: A indução foi realizada de acordo com as recomendações internacionais. Os níveis de IgE total e específi ca foram doseados no sobrenadante de 2 adultos saudáveis e 18 doentes com patologia pulmonar não IgE mediada utilizando o ImmunoCAP (Phadia AB, Uppsala, Sweden). Foram realizados doseamentos após a adição de diferentes quantidades conhecidas de IgE total e específi ca (spiking), permitindo calcular uma taxa de recuperação para níveis elevados, médios e baixos de IgE. Para avaliar o efeito do dithiothreitol (DTT) no doseamento, foram realizadas medições em amostras processadas com DTT (de acordo com as normas internacionais) e sem a adição do mesmo. OS resultados são apresentados com medianas e P25 -75. O teste de Wilcoxon foi usado para comparações entre grupos e o coefi ciente de correlação intraclasse foi usado para avaliar a concor-dância entre as diferentes medições. Valores de p<0,05 foram con-siderados signifi cativos.Resultados: Os resultados encontram -se sumariados na tabela. IgE total foi doseada em baixos níveis enquanto a sIgE foi indetectável. As taxas de recuperação após os ensaios de spiking foram superio-res a 80% para todos os níveis testados. Não foram encontradas diferenças entre as taxas de recuperação com os diferentes níveis de IgE total e específi ca. Não foram encontradas diferenças entre os doseamentos nas amostras processadas com e sem DTT.Tabela – Níveis de IgE total e específi ca no sobrenadante e taxas de recuperação após ensaios de spiking.

MediadorDoseamento na amostra (kU/l)

Spiking níveis baixos(% Recuperação)

Spiking níveis altos(% Recuperação)

Total IgE 5.4 (4 -6)80 kU/l

84 (78 -98)400 kU/l

107 (98 -224)

sIgE Dp < 0.3514.8 kUA/l

96 (87 -106)73.9 kUA/l(75 -102)

sIgE Ph < 0.350.53 kUA/l

112 (100 -123)2.64 kUA/l

103 (96 -113)

Conclusões: O método utilizado é um válido e reprodutível para o doseamento da IgE total e específi ca no sobrenadante do esputo induzido. O DTT utilizado durante o processamento da amostra não parece afectar a medição.

XXX REUNIÃO ANUAL DA SPAIC / RESUMOS DAS COMUNICAÇÕES LIVRES E DOS POSTERS

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P41 – Suspeita de alergia a fármacos em idade pediátricaAna Reis Ferreira, Ana Leblanc, Rui Silva, Eunice Castro, Carmen Botelho, M. Graça Castel -Branco, Josefi na R. CernadasServiço de Imunoalergologia, Hospital de São João (HSJ), Porto

Introdução: As reacções de hipersensibilidade a fármacos são me-nos frequentes na idade pediátrica, associando -se habitualmente a antibióticos (ATBs) e anti -infl amatórios não esteróides (AINEs).Objectivo: Caracterizar os fármacos envolvidos, manifestações clí-nicas e resultado do estudo alergológico na população pediátrica referenciada ao HSJ por suspeita de alergia a fármacos.Material e métodos: Estudo retrospectivo dos doentes com ida-de inferior a 18 anos avaliados entre Julho 2004 e Junho 2009. A população foi dividida em 3 grupos etários (0 -5, 6 -11 e 12 -17 anos). Foi utilizado o teste χ2 para comparação de frequências, com p<0,05 signifi cativo.Resultados: Foram estudados 42 doentes dos 2 aos 17 anos (me-diana – 8; Q1 – 4; Q3 – 13,75), 22 do sexo feminino (52,4%); 47,6% atópicos. Dezanove (45,2%) apresentavam suspeita de reacção a mais de 1 fármaco. A reacção foi imediata em 15 doentes e tardia em 19. Ocorreram manifestações cutâneas 90,5%, sendo o único sintoma em 28 doentes (66,7%). Cinco doentes tiveram necessidade de in-ternamento, 4 tinham história de anafi laxia e 2 reacções ocorreram em contexto peri -operatório. Trinta e dois doentes (76,2%) referiam reacção a ATBs, 26 a 1 β -lactâmico (4 a cefalosporinas), 1 a macró-lidos, 2 a penicilinas e cefalosporinas e 3 a múltiplos antibióticos. A IgE específi ca a penicilinas foi >0,35 kU/L em 2/27 doentes e a pro-va de provocação oral diagnóstica foi positiva em 4/22 doentes (18,2% – amoxicilina e amox/clav). Neste grupo, o diagnóstico foi confi rmado em 28,1% e excluído em 56,3%. Catorze doentes (33%) referiam hipersensibilidade a AINEs. Destes, oito (57,1%) referiam reacção de hipersensibilidade a ATBs e 1 a metoclopramida. Cinco doentes referiam reacções a outros fármacos. O estudo foi conclu-sivo em 83,3% dos doentes (alergia confi rmada em 33,3% e excluída em 50%).

Grupo etárioFármaco

0 -5 anos(n=14)

6 -11 anos(n=13)

12 -17 anos(n=15)

Antibióticos 14 (100%)* 9 (69,2%) 9 (60%)*AINEs 2 (14%)* 2 (15,4%) 10 (66,6%)*Outros 0 2 (14,2%) 3 (20%)

*p<0,05

Conclusões: Os fármacos mais frequentemente envolvidos foram os antibióticos β -lactâmicos. A suspeita de reacção a ATBs foi signi-fi cativamente superior no grupo etário 0 -5 anos, comparativamente ao 12 -17 anos. No entanto, a proporção de doentes em que se confi rma o diagnóstico é semelhante. A suspeita de reacção a AINEs foi superior no grupo etário 12 -17 anos, quando comparado com 0 -5 anos (p<0,05). A abordagem diagnóstica utilizada permitiu con-fi rmar ou excluir o diagnóstico em 88,3% dos casos.

3.ª SESSÃO DE POSTERS

Dia: 2 de Outubro 2009Horas: 08.45 – 10.30 horasLocal: Sala 3

Moderadores: Leonor Cunha / Sara Prates

P42 – Estudo genético e clínico em duas gémeas homozi-góticas com alergia a caracolDaniel Machado1, António Martinho2, Celso Pereira1, Borja Bartolo-mé3, Beatriz Tavares1, Graça Loureiro1, Gisela Calado1, Paulo Santos2, Rodrigo Nunes2, Olívia Simões2, João Mendes2, Maria Luísa Pais2, Celso Chieira1

1Serviço de Imunoalergologia, Hospitais da Universidade de Coimbra; 2Centro Histocompatibilidade Centro, Coimbra; 3Bial -Aristegui, De-partamento I&D, Bilbao, Espanha

P43 – Alergia a fórmulas extensamente hidrolisadasJoão Antunes1, Luís Miguel Borrego1,2, Ana Margarida Queiroz3, Mar-ta Chambel1, Sónia Rosa1, Ana Romeira1, Paula Leiria Pinto1

1Serviço de Imunoalergologia, Hospital Dona Estefânia, Centro Hos-pitalar de Lisboa Central; 2Departamento de Imunologia, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Nova de Lisboa; 3Serviço de Pe-diatria, Hospital Garcia Orta

P44 – Prevalência de alergias alimentares em adolescentes do 2º e 3º ciclos da Beira InteriorMónica Lopes1, Olga Lourenço1, Ana Mafalda Fonseca1, Luís Taborda--Barata1,2

1Departamento de Ciências Médicas, Faculdade de Ciências da Saú-de, Universidade da Beira Interior, Covilhã; 2Serviço de Imunoaler-gologia, Centro Hospitalar Cova da Beira

P45 – Alergia alimentar ocupacional: caso clínicoAnna Sokolova1, Natália Páris Fernandes1, Anabela Lopes1, Conceição Pereira Santos2, Manuel Pereira Barbosa1

1Serviço de Imunoalergologia, Centro Hospitalar de Lisboa Norte; 2Unidade de Imunologia Clínica, Instituto de Medicina Molecular

P46 – Alergia respiratória ao látex e alergia alimentar. Que opções terapêuticas?Filipa Ribeiro, Isabel Carrapatoso, Alexandra Santos, Daniel Machado, Celso ChieiraServiço de Imunoalergologia, Hospitais da Universidade de Coimbra

P47 – Alergias alimentares – a perspectiva do nutricionis-taCatarina Peixoto, Joana Sousa, Neuza Canhoto, Patrícia Rodrigues, Rita NascimentoAlunas do 4.º ano da Licenciatura em Dietética e Nutrição da Facul-dade de Medicina da Universidade de Lisboa

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P48 – Alergia às rosáceas na criança – caso clínicoJoão Gaspar Marques, Fátima Duarte, Pedro Martins, Paula Leiria PintoServiço de Imunoalergologia do Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central

P49 – Aquisição de tolerância em alergia a percevesHelena Pité, João Antunes, Luís Miguel Borrego, Graça Pires, Paula Leiria PintoServiço de Imunoalergologia, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central

P50 – Alergia alimentar múltipla em criança de 5 anosLiliana Dias Macedo, Alberto Costa, Paula Alendouro, Pedro Carvalho, Águeda de Matos, Borja BartoloméCentro Hospitalar do Alto Ave – Unidade de Guimarães

P51 – Alergia a frutos frescos e secos: um caso clínicoMaria João Paes1, Ana Margarida Reis1

, Natália Fernandes2, Francisca Carvalho1, Teresa Conde1, Margarida Trindade1, Manuel Pereira--Barbosa2

Serviço de Imunoalergologia do Centro Hospitalar Lisboa Norte – Hospital Pulido Valente1, Hospital Santa Maria2

P52 – Alergia ocupacional ao peixeMaria João Paes1, Ana Margarida Reis1

, Teresa Moscoso1, Natália Fer-nandes2, Francisca Carvalho1, Margarida Trindade1, Manuel Pereira--Barbosa2

Serviço de Imunoalergologia do Centro Hospitalar Lisboa Norte – Hospital Pulido Valente1, Hospital Santa Maria2

P53 – A prevenção primária da alergia às proteínas do leite de vaca pode não ser possívelCristina Arêde, Susana Piedade, Nuno Sousa, Mário Morais de AlmeidaUnidade de Imunoalergologia, Hospital CUF -Descobertas, Lisboa

P54 – Anafi laxia a suplementos dietéticosNuno Sousa1,2, Ângela Gaspar1, Mário Morais de Almeida1

1Unidade de Imunoalergologia, Hospital CUF -Descobertas, Lisboa; 2Serviço de Imunoalergologia, Hospitais da Universidade de Coim-bra

P55 – Síndrome ave -ovoMaria João Paes1, Ana Margarida Reis1, Teresa Moscoso1, Francisca Carvalho1, Margarida Trindade1, Manuel Pereira -Barbosa2

Serviço de Imunoalergologia do Centro Hospitalar Lisboa Norte – Hospital Pulido Valente1, Hospital Santa Maria2

P56 – Alergia ao feijão fradeJoão Antunes1, Susana Carvalho1, Luís Miguel Borrego1,2, Paula Leiria Pinto1

1Serviço de Imunoalergologia, Hospital Dona Estefânia, Centro Hos-pitalar de Lisboa Central; 2Departamento de Imunologia, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Nova de Lisboa

P57 – Alergia a noz e/ou amendoim – padrões clínico--laboratoriaisSofi a Luz, Anabela Lopes, Amélia Spínola Santos, Rodrigo Alves, Ana Célia Costa, Maria Conceição Santos, Manuel Pereira BarbosaServiço de Imunoalergologia – Centro Hospitalar Lisboa Norte, Hospital de Santa Maria; Laboratório de Imunologia Clínica, Institu-to de Medicina Molecular/ Faculdade de Medicina de Lisboa

P58 – Avaliação da especifi cidade dos testes cutâneos por picada com extractos de peixesFilipa Sousa1, Helena Pité2, Sara Prates2, Paula Leiria Pinto2

1Unidade de Imunoalergologia, Hospital Central do Funchal; 2Serviço de Imunoalergologia, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central

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P42 – Estudo genético e clínico em duas gémeas homozi-góticas com alergia a caracolDaniel Machado1, António Martinho2, Celso Pereira1, Borja Bartolo-mé3, Beatriz Tavares1, Graça Loureiro1, Gisela Calado1, Paulo Santos2, Rodrigo Nunes2, Olívia Simões2, João Mendes2, Maria Luísa Pais2, Celso Chieira1

1Serviço de Imunoalergologia, Hospitais da Universidade de Coimbra; 2Centro Histocompatibilidade Centro, Coimbra; 3Bial -Aristegui, De-partamento I&D, Bilbao, Espanha

Caso clínico: Gémeas homozigóticas, sexo feminino, 8 anos de idade. 1.ª gémea com história de sibilância recorrente nos primeiros 18 meses de vida e posterior resolução. Rinite com início aos 2 anos e asma aos 6 anos com agravamento sazonal e exposição a empo-eiramento doméstico. 2.ª gémea, rinite com início aos 3 anos e asma aos 6 anos com agravada pelos mesmos desencadeantes. Em ambas destaca -se crise de tosse seca, sibilância audível e dispneia, sem sin-tomatologia cutânea, cerca de 15 -20 minutos após a ingestão de caracol. Antecedentes familiares maternos de asma e rinite.Metodologia: Ambas as gémeas e progenitores foram submetidas a estudo para caracterização alergológica com testes cutâneos a aeroalergénios e Helix aspersa (cru e cozido; corpo e pé, 5mg/mL) e tropomiosina de caracol (0,1 mg/mL), Bial -Aristegui; medida de IgE específi ca a ácaros e caracol, SDS -PAGE (immunoblotting); o estudo genético, efectuado por PCR -RSSO, para caracterização HLA e dos SNP’s da região promotora das citocinas (IL -4, TNFα e IFNγ).Resultados: Foi demonstrada positividade a extractos de ácaros (Dermatophagoides) em ambas as gémeas com valores de IgE sérica muito relevantes. Os testes com extractos de caracol e tropomio-sina específi ca foram positivos. A IgE específi ca (EAST) para extrac-to cru de caracol/pé foi de 0,5 e 0,4kU/L e negativas em ambos os progenitores. Apesar do valor reduzido foi possível determinar fi xa-ção de IgE em bandas com peso molecular de 17 e 50kDa para pé de caracol em ambas as crianças. O estudo de inibição com extrac-to de D pteronyssinus demonstrou a reactividade cruzada. Como gémeas homozigóticas, herderam o haplótipo paterno HLA A*24, B*45, DRB1*10 e materno HLA A*66, B*57 e DRB1*04. Relativa-mente aos SNP’s dos promotores de citocinas salienta -se um idên-tico fenótipo para mãe e fi lhas: TNFα -238 (A/G) e -308 (G/G); IL4--1098 (T/T); e IFNγ+874 (A/T).Discussão: Nestas gémeas homozigóticas admite -se que a sensibi-lização primária a ácaros do género Dermatophagoides condicionou uma sensibilização secundária a alergénios de caracol, resultando sintomatologia clínica na primeira ingesta. Relativamente aos SNP’s de citocinas, foi observado a existência na mãe e fi lhas um fenótipo menos comum (TNFα na posição –238, AG), relativamente à popu-lação saudável portuguesa.

P43 – Alergia a fórmulas extensamente hidrolisadasJoão Antunes1, Luís Miguel Borrego1,2, Ana Margarida Queiroz3, Mar-ta Chambel1, Sónia Rosa1, Ana Romeira1, Paula Leiria Pinto1

1Serviço de Imunoalergologia, Hospital Dona Estefânia, Centro Hos-pitalar de Lisboa Central; 2Departamento de Imunologia, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Nova de Lisboa; 3Serviço de Pe-diatria, Hospital Garcia Orta

Introdução: A alergia a proteínas do leite de vaca (PLV) é a alergia alimentar mais comum na infância. As fórmulas extensamente hidro-lisadas (FEH) constituem a melhor alternativa terapêutica nestas situações. Contudo, um número crescente de casos de alergia a estas fórmulas tem sido reportado nos últimos anos.Métodos: Os autores reportam seis casos de alergia a FEH refe-renciados a consulta da especialidade entre 2005 e 2008. Todos os doentes realizaram testes cutâneos por picada (TCP) e doseamentos de IgE específi cas para leite e fracções.Resultados: Cinco doentes ingeriram formulas não hidrolisadas no período neo -natal. Todas as crianças desenvolveram reacções sisté-micas imediatas com FEH e quatro apresentaram anafi laxia. Todos os doentes apresentaram TCP positivos para leite, fracções lácteas e com FEH implicada na reacção prévia. Todos apresentaram também IgE específi cas positivas. Duas crianças iniciaram fórmula de soja por motivos económicos e nas restantes instituiu -se dieta com fórmula de aminoácidos. Todos os doentes toleraram a fórmula prescrita respectiva. Duas das crianças que inicialmente receberam dieta ele-mentar passaram a fórmula de soja, com bons resultados. Três do-entes apresentam alergia alimentar múltipla e outras manifestações de atopia foram detectadas também em metade dos casos.Conclusões: A alergia a FEH é um fenómeno raro. O diagnóstico é mais simples nos casos mediados por IgE. Estudos anteriores re-ferem que os casos de alergia persistente são mais comuns em do-entes com outras alergias alimentares concomitantes. As fórmulas de aminoácidos constituem a primeira opção na abordagem destas crianças mas fórmulas de soja poderão também ser adoptadas em casos específi cos.

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P44 – Prevalência de alergias alimentares em adolescentes do 2º e 3º ciclos da Beira InteriorMónica Lopes1, Olga Lourenço1, Ana Mafalda Fonseca1, Luís Taborda--Barata1,2

1Departamento de Ciências Médicas, Faculdade de Ciências da Saú-de, Universidade da Beira Interior, Covilhã; 2Serviço de Imunoaler-gologia, Centro Hospitalar Cova da Beira

Introdução: A prevalência das alergias alimentares tem vindo a aumentar, particularmente em países industrializados. Estudos acer-ca da prevalência das alergias alimentares faltam em Portugal.Objectivo: Avaliação da prevalência de reacções alimentares em adolescentes da Beira Interior.Materiais e Métodos: Foi efectuada uma selecção aleatória de Escolas do 2.º e 3.º Ciclos do Distrito de Castelo Branco. Foi estu-dada uma população de 448 adolescentes, de forma a obter um in-tervalo de confi ança de 95% e uma margem de erro de 2%, para uma prevalência estimada de 1%. Os adolescentes foram estudados atra-vés de um questionário geral sobre atopia e reacções adversas ali-mentares, seguido, no caso deste primeiro questionário ser positivo para reacções adversas alimentares, de um segundo questionário mais detalhado acerca dessas reacções. Foram efectuados testes cutâneos de alergia por picada, com extractos de alergénios alimen-tares (LETI) e testes “prick -prick”, quando apropriado, bem como foi colhido sangue para determinação de níveis séricos de IgEs es-pecífi cas para os alimentos suspeitos e para Phadiatop e fx5E, a todos os adolescentes com 1.º questionário positivo, corroborado pelo 2.º questionário. Foram efectuados testes de provocação oral aberta nos casos de IgE’s específi cas e /ou TCA para alimentos positivos. Efectuou -se teste de provocação confi rmatório, duplamente cego, controlado com placebo, nos casos em que houve positividade na provocação aberta.Resultados: Dos 448 inquiridos, 25 (5,6%) referiram reacções ad-versas a alimentos, nos questionários. As reacções consistiam em urticária isolada (56%), associada a angioedema labial (5%) ou asso-ciada a manifestações gastrointestinais (2%); edema labial (4%) e dispneia associada a edema labial (2%). Os alimentos mais implicados foram chocolate, marisco, moluscos, frutas, ovo e peixe, nos ques-tionários. Em 32% dos alunos havia reacções adversas a 2 ou mais alimentos. Os TCA só foram positivos em 2 adolescentes, ambos atópicos, nos quais também as IgE específi cas eram positivas. Em ambos os casos, havia sensibilização ao marisco. As provas de pro-vocação oral aberta e com ocultação foram positivas.Conclusões: A prevalência de alergias alimentares em adolescentes da Beira Interior é baixa (0,44%; 0,07 – 1,78% dos casos), estando mais frequentemente associada à ingestão de marisco em indivíduos atópicos.

P45 – Alergia alimentar ocupacional: caso clínicoAnna Sokolova1, Natália Páris Fernandes1, Anabela Lopes1, Conceição Pereira Santos2, Manuel Pereira Barbosa1

1Serviço de Imunoalergologia, Centro Hospitalar de Lisboa Norte; 2Unidade de Imunologia Clínica, Instituto de Medicina Molecular

Introdução: Descreve -se o caso clínico de uma doente de 62 anos, trabalhadora em fábrica de bolachas a partir dos 45, que desde os 48 anos tem prurido nasal/ocular, esternutos e rinorreia (> 4 dias/semana em 4 semanas consecutivas, interferindo na rotina diária). Desde os 50 anos tem dispneia e sibilância (recorrente, >1 episódio/semana, múltiplas idas à urgência). As queixas surgiam no trabalho e melhoravam com afastamento superior a 24h. Aos 51 anos teve episódio de vómitos e dispneia após ingestão de leite em pó frio, que ingeria previamente sem queixas. Seguiram -se vários episódios re-produtíveis após ingestão de alimentos contendo leite. Inicia evicção estrita de leite de vaca, com clínica se ingestão acidental. Mantém ingestão de leite de ovelha, cabra e de soja sem queixas.Métodos: Realizaram -se testes cutâneos em picada (TC) com ex-tracto (Bial®) de aeroalergénios comuns, leite total, α -lactolbumina, β -lactoglobulina, caseína, leite de ovelha e de cabra, soja, clara e gema de ovo, ovoalbumina, ovomucóide, chocolate, cacau, farinhas de aveia, cevada, centeio, milho e trigo, α -amilase, amêndoa, avelâ, amendoim, noz e látex. Dosearam -se IgE específi cas (UniCAP Phadia®) para leite total, α -lactoalbumina, β -lactoglobulina, caseína, soro de leite de vaca, leite de cabra e de ovelha. Efectuou -se SDS -PAGE/immunoblot-ting (AlaBLOT® – DPC) com extracto de leite total. Efectuaram -se provas de provocação conjuntivais (PPC) com extracto (Stallergè-nes®) de α -lactoalbumina, β -lactoglobulina e caseína. Realizou -se estudo funcional respiratório (espirometria, pletismografi a e prova de broncodilatação).Resultados: Os TC foram positivos para leite total (9 mm), α -lactoalbumina (8 mm), β -lactoglobulina (6 mm) e caseína (5,5 mm), com controlo negativo (0 mm) e histamina (8 mm). Analiticamente: leite total 2,3 kUA/L, α -lactoalbumina 3,7, β -lactoglobulina 0,10, ca-seína 0,17, soro de leite de vaca 1,22, leite de cabra <0,10 e leite de ovelha 0,55. O immunoblotting identifi cou proteína com peso mole-cular de 14 kDa. As PPC com α -lactoalbumina e β -lactoglobulina foram positivas e a PPC com caseína negativa. O estudo funcional respiratório revelou obstrução brônquica e bronquiolar ligeira, re-versível à broncodilatação.Conclusão: Propõe -se o diagnóstico de alergia alimentar ocupa-cional às proteínas de leite de vaca. Salienta -se a importância da exposição ocupacional, papel do immunobloting (que identifi cou pro-teína de peso molecular idêntico ao da α -lactoalbumina) e da PPC.

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P46 – Alergia respiratória ao látex e alergia alimentar. Que opções terapêuticas?Filipa Ribeiro, Isabel Carrapatoso, Alexandra Santos, Daniel Machado, Celso ChieiraServiço de Imunoalergologia, Hospitais da Universidade de Coimbra

Introdução: Descreve -se o caso de uma doente de 50 anos, auxiliar de acção médica em enfermaria de cirurgia que inicia aos 27 anos, quadro de asma persistente moderada, com agravamento progres-sivo, acompanhado de rinite persistente moderada a grave. Neces-sidade frequente de corticoterapia oral e de vários internamentos. A partir dos 38 anos desenvolve quadro cutâneo -mucoso com an-gioedema e/ou urticária após ingestão de alimentos, nomeadamente castanha, banana e kiwi. Refere ainda prurido cutâneo generalizado em contacto com luvas de látex.Objectivo: Com a apresentação deste caso pretende -se discutir e optimizar as opções terapêuticas disponíveis na alergia ao látex.Métodos: Enviada à consulta de Imunoalergologia aos 46 anos, o estudo alergológico realizado incluiu: estudo funcional respiratório (EFR), testes cutâneos para aeroalergénios usando uma bateria es-tandardizada, desdobramento para alimentos e látex; determinação de IgE específi ca de acordo com resultado de testes cutâneos; im-munoblotting de inibição látex -castanha e látex -banana e determina-ção de IgE específi ca a componentes (ISAC®). Para além das medidas de evicção e terapêutica anti -infl amatória, broncodilatadora e de recurso, aos 46 anos foi iniciada dessensibilização ao látex, interrom-pida por reacção local exuberante. A deterioração funcional respi-ratória progressiva impediu novas tentativas de imunoterapia ao látex. Aos 50 anos (Maio/09) iniciou terapêutica com omalizumab (225mg de 2/2 semanas)Resultados: A doente encontrava -se sensibilizada ao látex, ácaros, pólenes e alimentos com descrita reactividade cruzada com látex. A IgE específi ca ao látex baixou abruptamente (34,8 para 12,3kU/L) desde que foi mudado o local de trabalho. A IgE específi ca a kiwi, banana e castanha foi, respectivamente, de 0,74; 0,46 e <0,35kU/L. Nos estudos de inibição de immunoblotting efectuados não foi com-provada reactividade cruzada. O resultado do método ISAC® foi positivo para alergénios do látex (Hev b 5 – 8,66, Hev b 6 – 7,63, Hev b 11 – 1,96kUA/L). O EFR mantinha um padrão obstrutivo das grandes e pequenas vias aéreas, apesar dos sucessivos reajustes te-rapêuticos. Após início de terapêutica com omalizumab observou -se melhoria clínica e funcional da asma com diminuição dos sintomas diários e recurso a medicação de alívio e melhoria do DEMI e EFR.Conclusão: Nesta doente a melhoria clínica e da função ventilató-ria poderá permitir o reinício de uma imunoterapia específi ca ao látex para a qual existe indicação.

P47 – Alergias alimentares – a perspectiva do nutricionistaCatarina Peixoto, Joana Sousa, Neuza Canhoto, Patrícia Rodrigues, Rita NascimentoAlunas do 4.º ano da Licenciatura em Dietética e Nutrição da Facul-dade de Medicina da Universidade de Lisboa

Objectivo: O presente trabalho teve como objectivo a revisão dos principais aspectos relacionados com a intervenção nutricional nas alergias alimentares.Métodos: Foi feita uma revisão da literatura através de pesquisa na base de dados “Pubmed” e outras fontes bibliográfi cas, tendo sido recolhidos os dados mais relevantes relacionados com o tratamen-to nutricional das alergias alimentares.Resultados: A prevalência das alergias alimentares tem vindo a aumentar nos últimos anos, em especial nos países desenvolvidos, devido a vários factores como os hábitos alimentares. As alergias alimentares são mais frequentes em crianças; em Portugal a preva-lência é de 8,5% até aos 18 anos, sendo a alergia às proteínas do leite de vaca (PLV) a mais frequente (45,9%). A exclusão rigorosa do(s) alergénio(s) após o diagnóstico é a terapêutica essencial das alergias alimentares. As dietas de exclusão consistem na eliminação da dieta de todos os alimentos responsáveis pela reacção alérgica, tanto os mais óbvios, como as fontes ocultas e escondidas sob outras designações. Por exemplo na alergia às PLV, além da exclusão do leite de vaca, é necessário excluir também, por exemplo, as massas (fonte oculta) e os produtos alimentares que contém lactoalbumina (PLV sob outra designação). Assim, as restrições mais signifi cativas apresentam diversas difi culdades de cumprimento, relacionadas prin-cipalmente com a identifi cação do alergénio em diversos produtos alimentares. Por outro lado, muitas vezes o alimento, ou os alimentos excluídos, são fonte de nutrientes essenciais, sendo necessário en-contrar uma fonte alternativa desses nutrientes. As restrições pode-rão mesmo resultar em malnutrição específi ca. As crianças com alergias múltiplas requerem mesmo um acompanhamento, pelo me-nos anual, de modo a prevenir problemas de crescimento e ingestão inadequada de nutrientes. No que diz respeito à prevenção das aler-gias alimentares, o aleitamento materno é uma importante medida, pois apresenta numerosos constituintes protectores como a imu-noglobulina A, macrófagos e outros factores imunológicos.Conclusões: O nutricionista desempenha um papel fundamental no tratamento oferecido a doentes com alergias alimentares, pois a intervenção alimentar é o tratamento essencial. É importante tanto na aderência e cumprimento da dieta, como na adequação nutricio-nal e adaptação da vida social.

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P48 – Alergia às rosáceas na criança – caso clínicoJoão Gaspar Marques, Fátima Duarte, Pedro Martins, Paula Leiria PintoServiço de Imunoalergologia do Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central

Introdução: A alergia às rosáceas em doentes não sensibilizados a pólenes, associa -se a reacções de maior gravidade, sendo as proteí-nas transportadoras de lípidos (LTP’s) os principais panalergénios envolvidos. Os autores apresentam um caso clínico duma criança com história de alergia às rosáceas.Caso clínico: Trata -se duma criança de 3,5 anos, com eczema ató-pico desde os 6 meses, do sexo masculino, que foi referenciada ao Serviço de Imunoalergologia do Hospital de Dona Estefânia, aos 2,5 anos, por suspeita de alergia alimentar. Os pais da criança referiam desde os dois anos de idade, episódios de urticária peribucal asso-ciada à ingestão de pêssego, fi go, morangos, ameixa, melão e ananás. Referência ainda a dor abdominal intensa, seguida de diarreia, 2 a 5 horas após a ingestão de maçã e pêra. A criança apresentava um bom desenvolvimento estaturo -ponderal, sem alterações relevantes ao exame objectivo. No âmbito da consulta de Imunoalergologia efec-tuou testes cutâneos (TC) por picada para aeroalergénios, que foram negativos. Os testes com extractos comerciais de fi go, pêssego, al-perce, maçã, morango, cereja e ameixa foram positivos. Foram tam-bém realizados TC com alimento em natureza (polpa e casca) para maçã, pêra e banana, tendo sido positivos para a maçã (casca e pol-pa) e pêra (polpa); Analiticamente, salienta -se um doseamento de IgE total de 147 UI/mL, IgE específi ca para maçã 5.49 KU/L e IgE espe-cífi ca para pêssego de 9.95 KU/L. Efectuou estudo por ImmunoCAP ISAC® (Phadia) que evidenciou existência de sensibilização a LTP’s, para n Pru p3 (1.34 ISU).Conclusão: A alergia às rosáceas origina restrições dietéticas, que na criança são particularmente signifi cativas. A caracterização desta alergia é importante, dado os alergénios implicados poderem associar -se a reacções sistémicas.

P49 – Aquisição de tolerância em alergia a percevesHelena Pité, João Antunes, Luís Miguel Borrego, Graça Pires, Paula Leiria PintoServiço de Imunoalergologia, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central

Introdução: A alergia a crustáceos é comum, especialmente na idade adulta, tendendo a ser persistente. De entre a hipersensibili-dade IgE -mediada aos crustáceos, a alergia a perceves (Pollicipes polli-cipes) é rara, desconhecendo -se a história natural desta patologia.Caso clínico: Descreve -se o caso clínico de uma criança de 12 anos de idade, sexo feminino, com história de rinite alérgica, asma brôn-quica e eczema atópico, desde a primeira infância, sensibilizada a ácaros do pó doméstico. Aos 5 anos de idade, imediatamente após a ingestão de perceves cozinhados, ocorreram episódios sobrepo-níveis de urticária e angioedema generalizado, tendo necessitado de terapêutica com anti -histamínico e corticosteróide orais. Referia também urticária de contacto com perceves. Na altura tolerava ou-tros crustáceos e moluscos. O teste cutâneo por picada com per-ceves em natureza foi positivo (diâmetro médio da pápula de 8,5mm), bem como o immunoblotting realizado com o extracto de perceves cru e cozinhado. Salientam -se bandas de 60, 52 e 37kDa, a última podendo corresponder a tropomiosina (Marinho S, et al. J Investig Allergol Clin Immunol 2006; 16(2):117 -22). As determinações de IgE específi ca para extracto de perceves e para tropomiosina recombi-nante, bem como os testes cutâneos para outros crustáceos e mo-luscos foram negativos. Durante 6 anos foi cumprida a evicção de perceves, tendo a criança mantido a ingestão regular e sem sintomas de outros crustáceos e de moluscos. Aos 12 anos de idade, re--introduziu perceves na sua dieta, com tolerância. Foram realizados testes cutâneos por picada, que revelaram sensibilização sobreponí-vel a ácaros do pó, sendo negativo o teste utilizando perceves em natureza.Discussão: Nos indivíduos com clínica de alergia a crustáceos, esta tende a ser persistente apesar da evicção. Contudo, no caso clínico apresentado, de alergia IgE -mediada a perceves, observou -se aquisi-ção de tolerância ao fi m de 6 anos de evicção deste alimento. Salienta--se ainda o facto da criança ter sempre tolerado outros crustáceos e moluscos, alimentos que fi zeram regularmente parte da sua dieta. Este caso clínico vem também corroborar a possibilidade de aquisi-ção de tolerância a alimentos no grupo etário pediátrico, reforçando a utilidade da avaliação regular do estado de tolerância alimentar destes doentes.Conclusão: A alergia IgE -mediada a perceves pode ser reversível, quando as queixas se iniciam em idade pediátrica.

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P50 – Alergia alimentar múltipla em criança de 5 anosLiliana Dias Macedo, Alberto Costa, Paula Alendouro, Pedro Carvalho, Águeda de Matos, Borja BartoloméCentro Hospitalar do Alto Ave – Unidade de Guimarães

A alergia alimentar simultânea ao fruto kiwi (Actinidea deliciosa) e ao amendoim é rara na criança em idade pré -escolar. Descreve -se o caso clínico de uma criança de 5 anos de idade, referenciada a con-sulta externa hospitalar por clínica de asma. Na anamnese é descri-to o aparecimento aos 4 anos de idade, de edema facial após a in-gestão conjunta de kiwi e bolo de chocolate, com desparecimento espontâneo. A IgE sérica foi positiva para alimentos (fx5e) e negati-va para ácaros e gramineas. Os testes cutâneos positivaram para o amendoim e valor limite para o kiwi de extracto comercial (5 mm, com histamina de 6 mm). Fizemos prick to prick com fruto fresco de kiwi, que foi claramente positivo (10 mm, com histamina de 6 mm). Realizámos prova de tolerância oral com kiwi que originou sibilos, prurido oral e disfagia após a ingestão de pequena porção deste fruto. Prescrevemos adrenalina autoinjectável para o domicílio. Re-petimos testes cutâneos alargados para a pesquisa de reacções cruzadas descritas ao kiwi e amendoim. Foi pedido immunobloting para estes dois alergénios. Este caso revela a importância do prick to prick com fruto fresco e da anamenese na avaliação da alergia alimentar.

P51 – Alergia a frutos frescos e secos: um caso clínicoMaria João Paes1, Ana Margarida Reis1

, Natália Fernandes2, Francisca Carvalho1, Teresa Conde1, Margarida Trindade1, Manuel Pereira--Barbosa2

Serviço de Imunoalergologia do Centro Hospitalar Lisboa Norte – Hospital Pulido Valente1, Hospital Santa Maria2

Objectivo: Descrever o caso de uma adolescente com história de alergia alimentar rapidamente progressiva a múltiplos frutos frescos e secos.Apresentação do caso: Jovem do sexo feminino, 12 anos de idade, com antecedentes de alergia às proteínas do leite de vaca e ao ovo e queixas actuais de rinite intermitente, referenciada a consulta de Imunoalergologia por alergia alimentar com 1 ano de evolução. Da história salientava -se prurido orofaríngeo, angioedema da face e ur-ticária generalizada com ingestão de pêssego, cereja, ananás e romã. Apresentava também dor abdominal imediata com maçã e pêra, sín-drome de alergia oral com alguns frutos tropicais, laranja e frutos secos, bem como angioedema da face com amêndoa e avelã. Tolera-va pêssego e ananás em conserva. Sem sintomas com leguminosas ou relacionados com o látex. O estudo alergológico revelou sensi-bilização a aeroalergénios (artemísia e quenopódio). Do ponto de vista alimentar, apresentava testes cutâneos por picada positivos para: maçã, pêra, pêssego, alperce, amêndoa, morango, groselha, manga, papaia, kiwi, noz, avelã, caju, amendoim, lentilha, feijão, grão -de -bico e tremoço. Os testes foram negativos para látex e kiwi. Analitica-mente é de salientar: IgE específi cas (kUA/L) (Phadia®): maçã -15,6; pêra -11,0; pêssego -15,5; cereja -8,7; ameixa -3,5; laranja -6,84; maracujá -1,7; ananás -1,12; kiwi -0,22. Nunca tendo ingerido kiwi an-teriormente, a doente fez uma prova de provocação oral, que foi negativa. Nessa altura passou a ingerir 1 kiwi por dia associado a suplemento vitamínico, com apoio da consulta de nutrição, no sen-tido de manter um aporte nutricional o mais completo possível. Manteve evicção dos restantes frutos frescos, de todos os frutos secos e do amendoim. Cerca de 6 meses depois, iniciou episódios de dor abdominal imediata e reprodutível com a ingestão de kiwi, que interrompeu por este motivo. À reavaliação, os testes por pica-da tornaram -se positivos, com discreta elevação da IgE específi ca (1,11 kU/L).Conclusão: Neste caso, verifi cou -se uma sensibilização progressiva a frutos de famílias diversas, com presumível envolvimento de pana-lergénios. Salienta -se a importância de uma abordagem multidiscipli-nar na alergia alimentar, nomeadamente no aconselhamento dieté-tico.

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P52 – Alergia ocupacional ao peixeMaria João Paes1, Ana Margarida Reis1

, Teresa Moscoso1, Natália Fer-nandes2, Francisca Carvalho1, Margarida Trindade1, Manuel Pereira--Barbosa2

Serviço de Imunoalergologia do Centro Hospitalar Lisboa Norte – Hospital Pulido Valente1, Hospital Santa Maria2

Introdução: O aumento da alergia ao peixe tem acompanhado o seu crescente consumo. Está descrito maior risco de sensibilização dos trabalhadores de indústria expostos intensivamente por contac-to directo ou por inalação de partículas aerossolizadas de peixe. Nestes indivíduos a atopia é igualmente factor de risco relevante.Caso clínico: Mulher de 36 anos, trabalhadora de peixaria, com eczema das mãos e rinoconjuntivite intermitente, sensibilizada a ácaros e barata. Apresentava história com 2 anos de evolução de episódios de urticária de contacto e rinoconjuntivite ao manusear peixe, que motivaram transferência para outra secção de trabalho. Seis meses depois, iniciou prurido orofaríngeo, edema dos lábios e posteriormente dispneia alta e sensação de aperto faríngeo poucos minutos após ingestão de numerosas espécies de peixe. Desde então excluiu peixe da sua dieta. Simultaneamente iniciou urticária de con-tacto com frango cru e prurido orofaríngeo e angioedema labial após ingestão de frango cozinhado, tolerando peru, pato e ovo cru ou cozinhado. Referia também prurido orofaríngeo após ingestão de kiwi, sem queixas com outros frutos, bem como urticária perioral ao encher balões e agravamento de eczema das mãos com o uso de luvas de látex. Os testes cutâneos por picada foram positivos para: extracto (Bial®) – linguado, sardinha, tamboril, truta, robalo, dourada, atum, bacalhau, besugo, frango, galinha e kiwi; em natureza – perca crua e cozida, pescada crua e cozida, frango cru, kiwi (pele e polpa) e pêssego (pele). Foram negativos para: ovo, frango cozido, frutos frescos e látex. Os testes epicutâneos demonstraram sensibilização ao níquel, compatível com agravamento do eczema das mãos ao manusear moedas. Analiticamente: IgE total -4632 UI/mL; IgE especí-fi cas (kUA/L) (Phadia®): pescada -166,0, bacalhau -99,1, salmão -35,0, carne de galinha -0,45, kiwi -2,1, látex -2,1. Actualmente evita peixe, frango, galinha, kiwi, pêssego e marisco (por probabilidade elevada de contaminação nos postos de venda). Aconselhada evicção de látex. Os episódios de exposição acidental traduziram -se por urticária de contacto ou por rinoconjuntivite e dispneia alta e baixa após inalação de partículas aerossolizadas de peixe.Conclusão: Trata -se de uma doente com alergia alimentar múltipla (peixe, carne de frango, síndrome látex -kiwi), rinoconjuntivite alér-gica e eczema das mãos. A alteração prévia da barreira cutânea terá tido um papel importante na sensibilização ao peixe em contexto ocupacional.

P53 – A prevenção primária da alergia às proteínas do leite de vaca pode não ser possívelCristina Arêde, Susana Piedade, Nuno Sousa, Mário Morais de AlmeidaUnidade de Imunoalergologia, Hospital CUF -Descobertas, Lisboa

Introdução: A alergia alimentar afecta até 10% das crianças, sendo de 2 a 4% a prevalência estimada de alergia às proteínas do leite de vaca (APLV) no 1.º ano de vida, estando indicada a instituição de medidas preventivas. Mas quando se pensa em prevenção primária importa defi nir o conceito de criança de risco alérgico que se veri-fi ca se existe doença alérgica num familiar directo ou história pes-soal de atopia, identifi cando crianças de muito alto risco a existência de doença alérgica em ambos os progenitores ou num progenitor e num irmão.Objectivo e métodos: Com o intuito de documentar um exemplo da insufi ciência das medidas de prevenção primária que habitualmen-te recomendamos e que foram rigorosamente implementadas, os autores apresentam o caso clínico de uma criança de muito alto risco alérgico, do sexo masculino, com 7 meses de idade, fi lho de pais alérgicos e irmão de uma criança com antecedentes de APLV não -IgE mediada (incluindo às fórmulas extensamente hidrolisadas – FEH) no qual promovemos desde o início da vida aleitamento materno exclusivo e, na sua impossibilidade, uma FEH.Resultados: Desde os primeiros dias de vida, sob estes 2 tipos de leite, a criança inicia quadro progressivo de obstipação, eczema e colite hemorrágica que resolve após implementação de fórmula de aminoácidos (FA). Aos 6 meses de idade, dado que uma dieta ele-mentar, por um período de tempo prolongado, se torna economica-mente incomportável e sabendo que, na quase totalidade destas crianças, o risco de reacção alérgica à soja durante o 1.º ano de vida é elevado, foi introduzido na sua dieta leite de soja de um modo progressivo; inicialmente numa sessão de Hospital -de -Dia com 50ml/dia que manteve no domicílio durante 1 semana e, posteriormente, com inclusão em semanas consecutivas de 50ml, 100ml e 150ml em cada refeição láctea. Não se registaram reacções, ingerindo actual-mente 150ml de leite de soja em cada refeição, com consequente diminuição do consumo de FA.Conclusão: São conhecidas medidas preventivas efi cazes para as quais existem indicações indiscutíveis embora, num número reduzi-do de casos, estas possam ser insufi cientes, nomeadamente nas for-mas não -IgE mediadas da APLV. A soja, geralmente não considerada nestes casos pela conhecida elevada co -existência de reacção alér-gica à mesma, poderá constituir uma alternativa à FA se introduzida precocemente numa estratégia de indução de tolerância oral. Estudos controlados serão necessários para validar esta abordagem.

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P54 – Anafi laxia a suplementos dietéticosNuno Sousa1,2, Ângela Gaspar1, Mário Morais de Almeida1

1Unidade de Imunoalergologia, Hospital CUF -Descobertas, Lisboa; 2Serviço de Imunoalergologia, Hospitais da Universidade de Coimbra

Introdução: A auto -medicação com suplementos dietéticos é cada vez mais comum, sendo muitas vezes considerados inócuos por se-rem “naturais”. No entanto, cada vez mais são associados a efeitos secundários graves, nomeadamente nefro e hepatotoxicidade, psico-ses e reacções alérgicas. Os autores apresentam 2 casos de reacções anafi lácticas a suplementos dietéticos.Caso 1: Doente do sexo feminino, 22 anos, com antecedentes de rinoconjuntivite alérgica e alergia alimentar a moluscos gastrópodes, que refere quadro imediato de urticária generalizada e edema da glote, com difi culdade respiratória alta, após ingestão de geleia real (suplemento usado como “tónico fortifi cante”). Foi medicada no SU com corticóide e anti -histamínico, com resolução das queixas. O teste cutâneo (TC) prick -prick com geleia real foi positivo. Apresen-tou ainda positividade nos TC por picada para ácaros e caracol. Encontra -se em evicção de geleia real e gastrópodes. O TC com geleia real efectuado em controlos atópicos (n=10) foi negativo. Caso 2: Doente do sexo feminino, 56 anos, com antecedentes de rinite e asma desde a infância, não atópica, que refere quadro de urticária generalizada, angioedema da face e difi culdade respiratória com hipoxémia (Sat.O2 de 88%) imediatamente após a ingestão de suplemento alimentar com o intuito de perder peso (Hepatocom-plex®, Biocol laboratórios). Medicada no SU com adrenalina, corti-cóide e anti -histamínico, com regressão dos sintomas. Foi feito TC prick -prick com Hepatocomplex®, que foi positivo, acompanhado de tosse que regrediu após broncodilatador. Efectuou ainda TC prick--prick com alcachofra, rábano, rabanete e alecrim, que fazem parte da composição deste suplemento – foram positivos para rábano e rabanete, sendo os restantes negativos. Encontra -se em evicção de alimentos do género Raphanus. Ambas as doentes são portadoras de dispositivo para auto -administação de adrenalina.Discussão: Os doentes frequentemente omitem a toma destes suplementos, já que os consideram inócuos, pelo que é essencial que os profi ssionais de saúde questionem especifi camente o seu uso. Salienta -se a gravidade e raridade dos casos, bem como o facto de aparentemente se tratar da primeira descrição de anafi laxia a ali-mentos do género Raphanus. É necessária uma maior conscienciali-zação da população relativamente aos potenciais efeitos adversos dos suplementos dietéticos, aconselhando o seu uso apenas com acompanhamento médico.

P55 – Síndrome ave -ovoMaria João Paes1, Ana Margarida Reis1, Teresa Moscoso1, Francisca Carvalho1, Margarida Trindade1, Manuel Pereira -Barbosa2

Serviço de Imunoalergologia do Centro Hospitalar Lisboa Norte – Hospital Pulido Valente1, Hospital Santa Maria2

Introdução: A alergia a carne de aves é rara, apesar do seu elevado consumo. Ocorre geralmente no contexto de alergia primária ao ovo na idade pediátrica ou, em adulto, como consequência de sen-sibilização a aves por via inalatória.Caso clínico: Trata -se de um homem com 62 anos com queixas de rinite intermitente e asma controlada, sensibilizado a Aspergillus. O doente tinha antecedentes de contacto prolongado com galinhas na infância, em meio rural. Na idade adulta veio a desenvolver sintomas de rinite quando exposto a penas de aves. Aos 55 anos iniciou epi-sódios reprodutíveis de urticária generalizada poucos minutos após a ingestão de ovo cozinhado. Desde então passou a evitar ovo e carne de aves (apesar de ingestão prévia sem sintomas). Seis anos depois, a ingestão acidental de ovo cozinhado desencadeou epigas-tralgia intensa, vómitos e mal -estar geral, necessitando de terapêu-tica em meio hospitalar. Os testes cutâneos por picada foram posi-tivos para ovo total, gema e clara de ovo e carne de frango em extracto (Bial®) bem como para carne de frango e peru em natu-reza. A investigação laboratorial revelou IgE total – 587 UI/mL, IgE específi cas (kUA/L): clara de ovo – 27,5; gema de ovo – 10,2; oval-bumina – 28,7; ovomucoide < 0,35; carne de galinha – 2,2; carne de frango – 3,0; penas de aves (multi – ex 72) – positivo, penas de aves domésticas (multi – ex 71) – positivo. O doente recusou realização de prova de provocação oral com carne de galinha. Actualmente mantém evicção de ovo e carne de aves.Conclusão: Este caso clínico é sugestivo de síndrome ave -ovo, com provável sensibilização primária por via inalatória a alergénios de galinha na infância. Já na idade adulta surge então alergia alimentar ao ovo, com sensibilização a carne de aves de relevância clínica des-conhecida.

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P56 – Alergia ao feijão fradeJoão Antunes1, Susana Carvalho1, Luís Miguel Borrego1,2, Paula Leiria Pinto1

1Serviço de Imunoalergologia, Hospital Dona Estefânia, Centro Hos-pitalar de Lisboa Central; 2Departamento de Imunologia, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Nova de Lisboa

Introdução: As leguminosas constituem um ingrediente comum na dieta mediterrânica. Os casos de alergia a leguminosas são pouco frequentes. Não existem, contudo, dados epidemiológicos disponíveis em adultos. As espécies mais frequentemente implicadas em reacções alérgicas são a lentilha (80%), grão (59%) e ervilhas (50%) enquanto as leguminosas mais toleradas são o feijão verde e feijão branco. Os casos reportados de alergia a feijão frade são muito raros.Caso clínico: Os autores reportam o caso de um doente com 68 anos de idade, com antecedentes pessoais de hepatite C, hipertensão arterial, insufi ciência venosa dos membros inferiores, rinite alérgica, ansiedade e obstipação, medicado com valsartan, diltiazem, AAS, clo-nazepam e diazepam. Aos 68 anos refere episódio de eritema e prurido cutâneo, localizados aos membros superiores e região cer-vical, cerca de 2 horas após ingestão de salada de atum e feijão frade, com boa resposta a antihistamínico oral. Três meses depois refere episódio de urticária generalizada, angioedema palpebral e da língua, com sensação de aperto orofaríngeo e difi culdade respiratória alta, durante refeição de atum e feijão frade. Sem queixas gastrintestinais ou cardiovasculares. Recorreu ao Serviço de Urgência onde foi me-dicado com hidrocortisona e ácido aminocapróico, com reversão das queixas. Em consulta de especialidade realizou testes cutâneos por picada que foram positivos para Acarus siro e com feijão frade e feijão branco em natureza (cozidos). Resultados negativos com ex-tractos de outras leguminosas (grão, lentilha, fava, ervilha, feijão ver-de); pólenes (gramíneas, parietária, bétula, oliveira, cipreste) e peixes (atum, salmão, bacalhau e pescada). Apresenta IgE total 49,1 UI/mL. Mantém ingestão de amendoim, grão, ervilha e fava sem reacções adversas. Iniciou dieta de evicção de feijão, tolerando ingestão de atum sem intercorrências, e dispõe de medicação de urgência com antihistamínico e corticóide oral e dispositivo de auto -administração de adrenalina.Discussão: Trata -se de um caso raro de alergia a feijão frade com início aos 68 anos de idade, com sensibilização a feijão branco. A reactividade cruzada serológica entre leguminosas é frequente mas a sua relevância clínica é controversa. Estudos em populações me-diterrânicas revelam alergia a várias leguminosas em cerca de 70% dos casos. Serve o presente caso como alerta para ocorrência de reacções alérgicas raras, requerendo um alto grau de suspeição até alcançar o diagnóstico correcto.

P57 – Alergia a noz e/ou amendoim – padrões clínico -labora-toriaisSofi a Luz, Anabela Lopes, Amélia Spínola Santos, Rodrigo Alves, Ana Célia Costa, Maria Conceição Santos, Manuel Pereira BarbosaServiço de Imunoalergologia – Centro Hospitalar Lisboa Norte, Hospital de Santa Maria; Laboratório de Imunologia Clínica, Institu-to de Medicina Molecular/ Faculdade de Medicina de Lisboa

Introdução: A sensibilização a proteinas de armazenamento pare-ce ser um factor de prognóstico de reacções graves a amendoim e frutos secos. Na Europa do Sul, a sensibilização a lipid transfer protein (LTP) está associada a maior risco de reacções sistémicas.Objectivos: Caracterização clínico -laboratorial de uma população portuguesa alérgica a noz e/ou amendoim.Material e Métodos: Foram estudados 15 doentes (10 F e 5 M; média de idades 37,95 ± 16,2 anos) com alergia a noz e/ou amendoim. Os dados clínicos foram recolhidos através de um inquérito padrão. Realizaram -se testes cutâneos: noz, amendoim, castanha, amêndoa, avelã, caju, pinhão, pistachio e aeroalergenos. Foram efectuadas de-terminações de IgE específi cas (sIgE) – KU/l UniCap®, Phadia, para: noz, amendoim, Phleum pratense, parietária, artemísia, determinantes de carbohidratos – CCD, recombinantes do amendoim (r Ara h 2 , Ara h 3, Ara h 8 r Ara h 9), do vidoeiro (r Bet v2), do Phleum praten-se (r Phl p12) e da noz brasil (r Ber e1,).Resultados: Os valores médios de sIgE encontrados foram: amen-doim – 14,1; noz – 4,4; artemísia – 1,96, e r Ara h9 (LTP) – 13,9 e negativos para profi linas (r Bet v2, r Phl p12), proteínas de armaze-namento (r Ber e1, r Ara h 2 , Ara h 3), PR -10 (Ara h 8) e CCD em 14 doentes. O único doente monosensibilizado ao amendoim apre-sentou níveis de sIgE> 100 para rAra h2 e de 46,6 para rAra h3. A sIgE para r Ara h 9 (LTP) foi positiva em 12 doentes, dos quais 11 sensibilizados a artemísia, 7 com anafi laxia e 4 com urticária e/ou angioedema. Dos 8 doentes com anafi laxia, 6 (75%) apresentavam sensibilização a poléns (todos sensibilizados a artemísia).Conclusões: Não foi possível associar a gravidade das reacções com a sensibilização às PR10, profi linas e proteínas de armazenamento. No entanto verifi cou -se haver relação entre anafi laxia, sIgE positivas para LTP e concomitante sensibilização a artemísia. Estes dados su-gerem que as LTP podem ser responsáveis pela reactividade cruzada entre artemísia e frutos secos.

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P58 – Avaliação da especifi cidade dos testes cutâneos por picada com extractos de peixesFilipa Sousa1, Helena Pité2, Sara Prates2, Paula Leiria Pinto2

1Unidade de Imunoalergologia, Hospital Central do Funchal; 2Serviço de Imunoalergologia, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central

Introdução: O peixe é frequentemente responsável por reacções alérgicas na nossa população. Os testes cutâneos (TC) por picada são uma ferramenta básica no diagnóstico de alergia IgE mediada. O seu desempenho na alergia ao peixe não está ainda sufi cientemente validado, admitindo -se uma elevada prevalência de falsos positivos e a sua especifi cidade é desconhecida. O objectivo deste estudo foi avaliar a frequência de resultados positivos nos testes cutâneos com extractos comerciais de peixes, num grupo controlo de doentes sem história de alergia ao peixe e adicionalmente avaliar a frequência de positividade obtida num grupo de doentes com alergia ao peixe, previamente estudado, testado com os mesmos extractos.Material e métodos: Foram recrutados 38 doentes seguidos na Consulta de Imunoalergologia do HDE, sem história de alergia ao peixe e 23 doentes com alergia ao peixe IgE mediada. Foram efec-tuados TC por picada com 7 extractos comerciais (Stallergènes®, Leti®): atum, bacalhau, pescada, tamboril, linguado, sardinha, salmão, controlo negativo, histamina (10 mg/ml). Os resultados dos 2 grupos foram comparados (teste de Fischer) e foi calculada a especifi cidade para cada extracto.Resultados: A idade média do grupo controlo foi 26 anos (8 -53). A razão F/M = 1,1/1. 71% eram atópicos (n=27). 87% tinha rinite, 34% asma, 16% conjuntivite, 3% eczema atópico e 3% urticária. No grupo controlo, os TC por picada foram positivos para os extractos de peixe em apenas 2/38 casos. A frequência de TC positivos foi de 1/38 para o atum e 1/38 para a pescada e 0/38 para o bacalhau, tamboril, linguado, sardinha, salmão. A especifi cidade dos TC variou entre 97% (atum e pescada) e 100%. Tendo em conta o grupo com alergia ao peixe, todos os doentes tinham TC positivos para pelo menos 1 peixe; variando entre 57% para o salmão e 96% para o bacalhau e pescada. A frequência de TC positivos no grupo com alergia ao peixe foi signifi cativamente superior em relação ao grupo controlo (p<0,0001) para todos os extractos.Conclusão: A frequência de falsos positivos para os extractos de peixe no grupo controlo foi baixa. O grupo com alergia ao peixe apresentava uma frequência elevada de TC por picada para o peixe positivos, salientando -se o bacalhau (96%). Os extractos de peixe analisados parecem ter boa especifi cidade no estudo da alergia. De acordo com estes resultados, o extracto para bacalhau pode ser usado no screening da alergia ao peixe.

4.ª SESSÃO DE POSTERS

Dia: 2 de Outubro 2009Horas: 08.45 – 10.30 horasLocal: Sala 4

Moderadores: Francisca Carvalho / Paula Alendouro

P59 – Reacção de hipersensibilidade cutânea grave em do-ente polimedicado: um suspeito incomumCarmen Botelho1, Ana Reis Ferreira1, Natália Ribeiro2, Josefi na R. Cernadas1

1Serviço de Imunoalergologia, Hospital de São João, Porto; 2Serviço de Doenças Infecciosas, Hospital de São João, Porto

P60 – Hipersensibilidade ao interferão alfa peguilado: dois casos de dessensibilização com sucessoAndreia Ferrão1, Elza Tomaz1, Fátima Augusto2, Cristina Lobato2, Fili-pe Inácio1

1Serviço Imunoalergologia, Centro Hospitalar Setúbal, Hospital São Bernardo; 2Serviço Gastroenterologia, Centro Hospitalar Setúbal, Hospital São Bernardo

P61 – Doença respiratória exacerbada pelo ácido acetilsa-licílico (AAS): indução de tolerânciaJosé Geraldo Dias, Ana Célia Costa, Joana Caiado, Elisa Pedro, Manuel Pereira BarbosaServiço de Imunoalergologia, Centro Hospitalar Lisboa Norte, Hos-pital de Santa Maria, Lisboa

P62 – Alergia IgE -mediada ao metamizolÂngela Gaspar, Susana Piedade, Mário Morais de AlmeidaUnidade de Imunoalergologia, Hospital CUF -Descobertas, Lisboa

P63 – Dessensibilização à penicilina em altas doses em do-ente HIV+ e neurossífi lis graveJosefi na R. Cernadas1, Carmen Botelho1, Danina Ferreira2, Susana Silva2, M. Helena Gomes2

1Serviço de Imunoalergologia, Hospital S. João, Porto; 2Serviço de Doenças Infecciosas, Hospital S. João, Porto

P64 – Reacções de hipersensibilidade a corticosteróides – a reactividade cruzada e o alternativo seguroEunice Castro, Ana Leblanc, Maria da Graça Castel -Branco, Josefi na R. CernadasServiço de Imunoalergologia, Hospital de S.João, Porto

P65 – Rentabilidade das provas de provocação com anesté-sicos locaisGisela Calado, Emília Faria, Nuno Sousa, Daniel Machado, Celso ChieiraServiço de Imunoalergologia, Hospitais da Universidade de Coimbra

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P66 – Síndrome de hipersensibilidade induzida pela carba-mazepinaIrina Didenko, Fátima Ferreira, Elza Tomaz, Marta Salgado, Vinhas de Sousa, Filipe InácioServiço de Imunoalergologia – Centro Hospitalar de Setúbal, Hos-pital São Bernardo

P67 – Choque anafi lático peri -operatório induzido por cor-ticóides sistémicos: caso clínicoEugénia Almeida, Nuno Sousa, Filipa Ribeiro, Emília Faria, Celso Chiei-raServiço de Imunoalergologia, Hospitais da Universidade de Coim-bra

P68 – Anafi laxia peri -operatória à cefazolina – caso clínicoTeresa Vieira, Eunice Castro, M. Graça Castel -Branco, Josefi na R. Cer-nadasServiço de Imunoalergologia, Hospital São João, Porto

P69 – Indução de tolerância à mesalazina – um caso difícil, mas de sucessoJosefi na R. Cernadas, Teresa Vieira, M. Graça Castel -Branco, Eunice CastroServiço de Imunoalergologia, Hospital de São João, Porto

P70 – Hipersensibilidade ao paracetamol – caso clínicoFilipa Sousa1, Susana Carvalho2, Ana Margarida Romeira2, Paula Leiria Pinto2

1Unidade de Imunoalergologia, Hospital Central do Funchal; 2Serviço de Imunoalergologia, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central

P71 – Vacinação para a febre amarela em doente com aler-gia ao ovo: caso clínicoIrina Didenko, Fátima Ferreira, Rute Reis, Elza Tomaz, Filipe InácioServiço de Imunoalergologia, Centro Hospitalar de Setúbal, Hospital São Bernardo

P72 – Dermatite de contacto alérgica em cabeleireira: caso clínicoSandra Medeiros1, Rodrigo Rodrigues Alves2

1Serviço de Dermatologia, Hospital do Divino Espírito Santo, Ponta Delgada; 2Unidade de Imunoalergologia, Hospital do Divino Espírito Santo, Ponta Delgada

P73 – Dermite de contacto alérgica/airbone a Apuleia Leio-carpa – a propósito de um caso clínicoAndreia Ferrão1, Ivone Fernandes2, Elza Tomaz1, Filipe Inácio1

1Serviço Imunoalergologia, Centro Hospitalar de Setúbal; 2Serviço Pneumologia, Centro Hospitalar de Setúbal

P74 – Fitodermatite alérgica a Hedera helix ssp. – a propó-sito de um caso clínicoAndreia Ferrão1, Daniela Cunha2, Paula Maio2, Cristina Amaro2, Raquel Santos2

1Serviço Imunoalergologia, Centro Hospitalar de Setúbal; 2Consulta de Alergologia Cutânea e Dermatoses Ocupacionais, Serviço de Dermatologia, Hospital de Curry Cabral

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P59 – Reacção de hipersensibilidade cutânea grave em do-ente polimedicado: um suspeito incomumCarmen Botelho1, Ana Reis Ferreira1, Natália Ribeiro2, Josefi na R. Cernadas1

1Serviço de Imunoalergologia, Hospital de São João, Porto; 2Serviço de Doenças Infecciosas, Hospital de São João, Porto

Introdução: As reacções de hipersensibilidade a fármacos em do-entes com várias comorbildades e polimedicados são um desafi o diagnóstico.Descrição do caso: Homem de 59 anos, reformado, fumador, HIV1 +. Amputação do membro inferior esquerdo em Novembro/2008 por insufi ciência arterial; medicado com gabapentina, amitriptilina e cotrimoxazol. Internado no Serviço de Doenças Infecciosas em fi nais de Fevereiro/2009 por astenia, anorexia e emagrecimento progres-sivo desde Novembro/2008. Tinha iniciado terapêutica anti -retrovírica com entricitabina -tenofovir disoproxil e nevirapina antes do inter-namento, que suspendeu após 16 dias por agravamento de pancito-penia já documentada e hepatotoxicidade. Por apresentar síndrome febril prolongado e agravamento do estado geral, iniciou tratamento de tuberculose de presunção com isoniazida, rifampicina, pirazinami-da e etambutol, com persistência da febre. Estes fármacos foram suspensos em Abril após aparecimento de eritema pruriginoso exu-berante em toalha, com áreas de infi ltração subcutânea e descama-ção intensa. Iniciou hidroxizina 25 mg tid e prednisolona (2 mg/Kg/dia), suspendeu amitriptilina e cotrimoxazol e alguns dias depois iniciou redução gradual da gabapentina (completa à data da alta). A biópsia cutânea mostrou “infi ltrado infl amatório linfohistiocitário com participação de neutrófi los, eosinófi los e raros plasmócitos, sugestivo de toxidermia”, excluindo linfoma cutâneo. Constatou -se serologia positiva (IgM) para Coxiella (Febre Q). A introdução de doxiciclina, protelada até resolução da toxidermia (1 mês após início do quadro), decorreu sem intercorrências, com resolução da febre e alta. No decurso da redução do corticóide, sem introdução de qualquer fármaco, reaparecimento de eritrodermia e angioedema da face e mãos de novo. O reajuste da dose de prednisolona, hidroxi-zina e rupatadina conduziram à resolução lenta do quadro.Comentários: Considerada um fármaco seguro, estão descritas raras reacções de hipersensibilidade à gabapentina. Estas podem enquadrar -se na síndrome de hipersensibilidade a anti -convulsivantes, caracterizando -se por exantema de início tardio (> 3 semanas após introdução do fármaco), febre e persistência dos sintomas após sus-pensão do mesmo. Neste doente, após suspensão dos fármacos, a eritrodermia persistiu e agravou com a redução do corticóide. Este quadro sugere a gabapentina como fármaco responsável, dadas as suas características farmacológicas (semi -vida longa, necessidade de redução da dose lenta e gradual).

P60 – Hipersensibilidade ao interferão alfa peguilado: dois casos de dessensibilização com sucessoAndreia Ferrão1, Elza Tomaz1, Fátima Augusto2, Cristina Lobato2, Fili-pe Inácio1

1Serviço Imunoalergologia, Centro Hospitalar Setúbal, Hospital São Bernardo; 2Serviço Gastroenterologia, Centro Hospitalar Setúbal, Hospital São Bernardo

Introdução: O aumento crescente do diagnóstico de doença he-pática crónica devida ao vírus da hepatite C (HCV) leva cada vez mais doentes a efectuar terapêuticas combinadas de ribavirina e interferão alfa (IFN). O desenvolvimento do (IFN) peguilado, molé-cula com semi -vida mais longa, permite uma única administração semanal e uma maior adesão terapêutica. As reacções de hipersen-sibilidade, com quadros cutâneos generalizados, surgem em 6% a 10% dos pacientes e podem limitar a terapêutica.Objectivo: Descrever dois casos clínicos de hipersensibilidade ao (IFN) peguilado. Apresentar um protocolo de dessensibilização de-senvolvido no nosso serviço.Métodos: Caso 1: Doente do sexo feminino, de 48 anos de idade, com diagnóstico de HCV crónica. Na primeira administração de 180 microgramas (μmg) de (IFN) peguilado (α2a) a doente desenvolveu apenas reacção no local da injecção. Após 20 minutos da segunda injecção de (IFN) peguilado (α2a) surgiu exantema maculopapular generalizado, pruriginoso, no tronco e membros. A terapêutica foi suspensa e a doente enviada à nossa consulta. Caso 2: Doente do sexo masculino, de 43 anos de idade, ex -toxicodependente, com abandono da consulta de gastroenterologia da terapêutica com (IFN) peguilado (α2a) há um ano. Nessa altura referia exantema difuso caracterizado por grandes placas eritematosas e dolorosas, 48 horas após a injecção de (IFN). Após um ano, retomou à consulta e iniciou terapêutica com 100 μmg (IFN) peguilado (α2b). Um dia depois, desenvolveu dermatose generalizada e exuberante de características semelhantes à do ano anterior. Foi suspensa a terapêutica e enviado à nossa consulta. Efectuamos teste de transformação linfocitária aos (IFN) peguilados em ambos os pacientes e iniciamos o protocolo de dessensibilização. O nosso protocolo consiste em injecções subcu-tâneas semanais, com aumentos graduais da dose até a dose tera-pêutica pretendida em um mês.Resultados: O teste de transformação linfocitária foi positivo ao interferão alfa peguilado e negativo à ribavirina em ambos os pacien-tes. Este protocolo permitiu terminar a terapêutica com (IFN) pe-guilado em ambos os doentes.Conclusão: Os regimes de dessensibilização são cruciais neste tipo de doentes. Apesar de efi cazes devem sempre ser encarados com grande precaução e realizados apenas por especialistas em meios hospitalares.

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P61 – Doença respiratória exacerbada pelo ácido acetilsa-licílico (AAS): indução de tolerânciaJosé Geraldo Dias, Ana Célia Costa, Joana Caiado, Elisa Pedro, Manuel Pereira BarbosaServiço de Imunoalergologia, Centro Hospitalar Lisboa Norte, Hos-pital de Santa Maria, Lisboa

Introdução: Em 1922 Widal descreveu a tríade: asma, hipersensibi-lidade ao AAS e polipose nasal. Actualmente designa -se por doença respiratória exacerbada pelo AAS (AERD) a entidade constituída por rinite persistente grave, pansinusite, polipose nasal, asma brônquica e hipersensibilidade ao AAS e/ou outros anti -infl amatórios não--esteróides (AINEs).Caso clínico: Constructor civil, 45 anos, referenciado por episódios de difi culdade respiratória e obstrução nasal marcada. Desde os 30 anos: rinite persistente, moderada a grave, sinusopatia e anósmia. Diagnosticada em ORL polipose nasal, submetido a polipectomia nasal aos 38 e 42 anos. Tomografi a computorizada dos seios perina-sais (TC -SPN) aos 43 anos: extensa polipose nasal bilateral e pansi-nusopatia. Desde os 30 anos: episódios de dispneia, pieira e tosse seca que relacionava com infecções respiratórias e exercício. Medi-cação: formoterol 12μg 12/12h, budesonido 200μg 12/12h, fl uticaso-na nasal 1 inalação 12/12h, cetirizina 10mg, salbutamol 100μg em SOS (2 vezes/mês) e ciclos de betametasona im 6/6 meses. Aos 30 anos: episódio de difi culdade respiratória com pieira, rinorreia ante-rior serosa e tosse seca, 15 min. após 500mg de AAS. Fez evicção de AINEs desde então. Aos 43 anos: episódio semelhante 15 min. após ingestão inadvertida de 50mg de diclofenac. Exame objectivo: polipo nasal à esquerda e hipertrofi a dos cornetos inferiores. Aumentou -se a dose de budesonido e formoterol, iniciou montelucaste e manteve restante terapêutica. Exame funcional respiratório: padrão obstruti-vo das pequenas vias e prova de broncodilatação positiva. Testes cutâneos em picada negativos. IgE total: 41,4 KU/L. Por persistência dos sintomas e da polipose nasal refractária a polipectomia, foi pro-posta indução de tolerância ao AAS. Realizou o protocolo em 3 dias, tendo alta com AAS 500 mg/dia e restante terapêutica. Após 6 meses, referia recuperação ligeira do olfacto, melhoria das queixas nasais e controlo total da asma; rinoscopia anterior: diminuição do polipo; TC -SPN: diminuição dos polipos nasais e do processo infl amatório dos SPN.Discussão/Conclusão: A indução de tolerância ao AAS como te-rapêutica adicional na AERD, permitiu uma melhoria sintomática sem necessidade de corticoterapia sistémica. Embora na literatura a me-lhoria clínica e radiológica seja mais evidente após 12 meses, neste doente conseguiu -se o controlo da asma e das queixas nasais, a re-cuperação ligeira do olfacto e a diminuição dos polipos nasais em apenas 6 meses.

P62 – Alergia IgE -mediada ao metamizolÂngela Gaspar, Susana Piedade, Mário Morais de AlmeidaUnidade de Imunoalergologia, Hospital CUF -Descobertas, Lisboa

Introdução: O metamizol é o anti -infl amatório não esteróide (AINE) do grupo das pirazolonas que se associa a maior número de reacções de hipersensibilidade, onde se incluem reacções alérgicas IgE -mediadas potencialmente graves. No presente trabalho apresen-tamos 3 casos de hipersensibilidade ao metamizol, focando aspectos clínicos e abordagem diagnóstica realizada.Caso 1: MIR, 46 anos, sexo feminino, com antecedentes pessoais (AP) de alergia a menta. Dois episódios de reacção anafi láctica com metamizol: 1.ª reacção 30 min após toma de 575mg de metamizol (urticária generalizada e edema da glote) que resolveu após trata-mento no SU com adrenalina im, hidrocortisona e clemastina ev; 2.ª reacção 4 meses depois, imediatamente após metamizol ev (urticária generalizada, angioedema das mãos, difi culdade respiratória e perda de consciência) que regrediu após tratamento em internamento com adrenalina im, hidrocortisona e clemastina ev. Efectuou teste cutâneo (TC) por picada com metamizol (concentração 0,4 g/mL): positivo (11x7mm). Caso 2: JHM, 30 anos, sexo feminino, AP de rinite alér-gica, com sensibilização a ácaros (Dermatophagoides pteronyssinus e Lepidoglyphus destructor) e cão. Desenvolveu urticária generalizada e angioedema da face 20 min após toma de metamizol 575mg, que regrediu após tratamento no SU com hidrocortisona ev e hidroxi-zina im. Efectuou TC intradérmico com metamizol (diluição 1/100): positivo (11x9mm). Caso 3: MMA, 49 anos, sexo feminino, não ató-pica. Desenvolveu urticária da face e edema da língua, com disfonia, 15 min após toma de metamizol 575mg, que resolveu após trata-mento no SU com hidrocortisona e clemastina ev. Efectuou TC in-tradérmico com metamizol (diluição 1/100): positivo (12x9mm). O CAST para metamizol foi negativo nas 3 doentes. As doentes toleram paracetamol e outros AINEs.Discussão: As reacções alérgicas ao metamizol são frequentemen-te IgE mediadas, ao contrário do observado com outros AINEs. A potencial gravidade destas reacções constitui uma limitação à reali-zação de provas de provocação com metamizol. Os testes cutâneos revelaram ser um bom método para o diagnóstico de alergia IgE--mediada ao metamizol. O CAST foi negativo nas 3 doentes suge-rindo baixa sensibilidade diagnóstica deste método. A identifi cação dum mecanismo IgE -mediado associado ao metamizol indica, em princípio, ausência de reactividade cruzada a outros AINEs, evitando evicções desnecessárias destes fármacos.

XXX REUNIÃO ANUAL DA SPAIC / RESUMOS DAS COMUNICAÇÕES LIVRES E DOS POSTERS

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P63 – Dessensibilização à penicilina em altas doses em do-ente HIV+ e neurossífi lis graveJosefi na R. Cernadas1, Carmen Botelho1, Danina Ferreira2, Susana Silva2, M. Helena Gomes2

1Serviço de Imunoalergologia, Hospital S. João, Porto; 2Serviço de Doenças Infecciosas, Hospital S. João, Porto

Introdução: As situações clínicas em que a penicilina é claramente o tratamento de primeira linha e o mais efi caz não são raras e têm tendência a aumentar, devido à elevada prevalência desta infecção em doentes com infecção HIV. Nestas circunstâncias a história de alergia à penicilina complica a orientação terapêutica visto que, até à data, não se dispõe de alternativas de tratamento efi cazes.Material e Métodos: Os autores descrevem o caso clínico de um doente de 30 anos de idade, internado por quadro de crise tónico--clónica generalizada, défi ces sensitivo -motores à esquerda e ataxia de novo. Durante a investigação etiológica fez -se o diagnóstico de infecção VIH1 (150 CD4+/mm3 e RNA do VIH de 178 000 cp/mL). A TC cerebral revelou “áreas hipodensas de edema vasogénico e/ou desmielinização fronto -basais bilaterais irregulares assim como tem-poral direito, sem reforço após contraste iv” que foram corrobora-das com a realização de RM cerebral. Este último exame mostrou também “Espessamento meníngeo difuso, de predomínio paquime-níngeo com áreas nodulares na convexidade frontal bilateral e tem-poral direita, e realce nas cisternas da base e ao longo dos espaços perivasculares nos núcleos da base, com áreas de captação nodular”. Atendendo ao tipo de imagens foi levantada hipótese de neurossífi -lis, que foi confi rmada por serologias positivas no sangue periférico e LCR. Iniciou -se tratamento com penicilina 24 000 000 U/dia iv. No início do tratamento verifi cou -se reacção de hiperensibilidade ime-diata à penicilina com envolvimento cutâneo generalizado. Solicitada colaboração de Imunoalergologia. Atendendo à história clínica, sin-tomas e sinais sugestivos de alergia à penicilina e clínica de doença aguda grave contra -indicando procedimento diagnóstico, o doente iniciou procedimento de dessensibilização (DZT) à penicilina.Resultados e Conclusão: No início do procedimento de DZT verifi cou -se reacção de hipersensibilidade com características seme-lhantes à inicial. Reiniciou -se novo procedimento, sem pré -tratamento, com steps adicionais na face inicial. O doente completou o procedi-mento e completou tratamento com penicilina diária, 24.000.000 U, por um período de 3 semanas sem novas reacções. Teve alta assin-tomático, sem registo de novas crises convulsivas e com melhoria signifi cativa da hemiparesia esquerda e da instabilidade da marcha.

P64 – Reacções de hipersensibilidade a corticosteróides – a reactividade cruzada e o alternativo seguroEunice Castro, Ana Leblanc, Maria da Graça Castel -Branco, Josefi na R. CernadasServiço de Imunoalergologia, Hospital de S.João, Porto

Introdução: Os corticosteróides (CCT) são fármacos amplamente utilizados devido às suas propriedades anti -infl amatórias e imunos-supressoras. Contudo, casos de hipersensibilidade aos CCT tópicos e sistémicos têm sido descritos. De acordo com a classifi cação de Coodman, os CCT são divididos em 4 grupos -ABCD -podendo haver reactividade cruzada no mesmo grupo ou entre alguns grupos dis-tintos. A identifi cação de um fármaco alternativo seguro torna -se ainda mais difícil, mas essencial.Casos clínicos: Descrevem -se 2 casos de suspeita de hipersensibi-lidade a CCT. Caso 1: Criança de 5 anos, �, com rinite alérgica e asma não controlada, medicada com montelucaste e cetotifeno. De-senvolveu reacção imediata com eritema generalizado e edema labial, quando tratada com defl azacorte para uma crise de asma. Posterior-mente teve reacção tardia à betametasona (grupo D), com eritema e prurido generalizados. Duas semanas depois de iniciar fl uticasona (D) / salmeterol surgiram equimoses nos membros -suspeita de vasculite. Com a aplicação de fl uticasona, budesonido (B) ou beclo-metasona (D) nasais, referia dor e sensação de queimadura, não apresentando, no entanto, sintomas com a mometasona nasal (D). Caso 2: Criança de 9 anos, �, com asma não controlada, medicado com fl uticasona / salmeterol e que, após o 5.º tratamento, desenvol-veu reacção imediata com edema da língua, dispneia intensa e pru-rido palmar e plantar. Foi tratado no SU e o episódio foi atribuído a uma provável alergia alimentar. Após resolução do quadro reiniciou a medicação, com reaparecimento da sintomatologia. O mesmo acon-teceu após ser medicado com budesonido. Nos 2 doentes realizaram--se testes cutâneos por picada, intradérmicos e epicutâneos com prednisolona (A), metilprednisolona (A) e budesonido (B), com re-sultados negativos. Uma vez que, no 1.º caso, a criança não apresen-tava sintomatologia com a mometasona nasal, decidiu -se efectuar provocação com mometasona brônquica nos 2 doentes, não haven-do qualquer reacção. Embora este fármaco não seja comercializado em Portugal na forma brônquica, foi possível fornecê -lo aos doentes, após pedido ao Infarmed. O controlo da asma nos 2 doentes foi assim conseguido.Conclusões: Nos 2 casos, os doentes tinham história de reacção a CCT dos grupos B e D, que têm reactividade cruzada entre si. Con-tudo, ambos toleraram um fármaco alternativo do grupo D. Existem, portanto, casos em que a classifi cação ABCD não é sufi ciente para prever a reactividade entre diferentes CCT. A procura de um alter-nativo seguro torna -se então um desafi o para o Imunoalergologista.

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P65 – Rentabilidade das provas de provocação com anesté-sicos locaisGisela Calado, Emília Faria, Nuno Sousa, Daniel Machado, Celso ChieiraServiço de Imunoalergologia, Hospitais da Universidade de Coimbra

Introdução: A investigação dos doentes com suspeita de reacção adversa aos anestésicos locais (AL) reveste -se de grande importân-cia pela necessidade de confi rmar uma eventual reacção de hiper-sensibilidade e de encontrar um AL seguro. As provas de provocação constituem o gold -standard no diagnóstico.Objectivo: Avaliar a utilidade clínica das provas de provocação sub-cutâneas (PP sc) com AL em doentes com suspeita de reacção ad-versa a AL.Métodos: Contactaram -se telefonicamente 51 doentes submetidos a pelo menos 1 PP sc com AL em regime de Hospital de Dia, no período de Janeiro 2005 a Dezembro de 2008. Aplicou -se um ques-tionário sobre o contacto posterior com AL e respectiva tolerância, se este ocorreu em ambiente hospitalar, qual o AL usado, eventual associação de vasoconstritor, toma de medicação profi láctica e pos-se de informação escrita sobre o AL seguro.Resultados: Dos 51 doentes, 29 estavam contactáveis e responde-ram ao questionário (idade média – 46,6 ± 16,7 anos, 22 do sexo feminino,). 23 doentes (79,3%) voltaram a contactar com um AL, todos em procedimentos estomatológicos. Destes 23 doentes, 21 referiram ter sido administrado o AL recomendado em informação escrita fornecida no dia da PP sc; 2 desconheciam qual o AL admi-nistrado mas afi rmaram ter recebido informação escrita. 47,8% dos doentes negaram a administração de vasoconstrictor durante o pro-cedimento, enquanto os restantes desconheciam. 39,1% dos doentes fi zeram primeira administração de AL, após PP sc, em ambiente hos-pitalar. 47,8% dos doentes fi zeram medicação profi láctica pré--anestesia local. À excepção de 1 doente, que reportou urticária generalizadas após AL, todos os outros toleraram o AL. Relativamen-te aos 6 doentes que não voltaram a contactar com AL (20,7%), não o fi zeram por: 1 por contra -indicação médica (anafi laxia após PP AL), 3 por receio e 2 por não terem necessitado.Conclusão: Neste estudo, as PP sc com AL apresentaram elevada rentabilidade clínica. A informação fornecida aos doentes mostrou -se efi caz, permitindo a re -administração segura de um AL na maioria dos casos.

P66 – Síndrome de hipersensibilidade induzida pela carba-mazepinaIrina Didenko, Fátima Ferreira, Elza Tomaz, Marta Salgado, Vinhas de Sousa, Filipe InácioServiço de Imunoalergologia – Centro Hospitalar de Setúbal, Hos-pital São Bernardo

Introdução: A carbamazepina é um fármaco utilizado no tratamen-to das convulsões tónico -clónicas parciais e generalizadas. Este an-ticonvulsivante tem sido associado a síndrome de hipersensibilidade induzida por fármacos (DIHS). A DIHS pode ser fatal e é caracteri-zada por rash cutâneo, febre, linfadenopatias, hepatite e leucocitose com eosinofi lia.Caso clínico: Doente de 63 anos de idade, sexo feminino, foi me-dicada com carbamazepina 400 mg/dia na sequência de uma crise convulsiva. Quatro semanas depois do início da terapêutica desen-volveu erupção cutânea máculo -papular pruriginosa na face e pes-coço, tendo sido medicada com hidroxizina 50 mg/dia oral. Dois dias depois, por generalização da erupção cutânea, dirigiu -se ao SU do Hospital de São Bernardo, tendo sido prescrita adicionalmente pred-nisolona 40 mg/dia oral. No dia seguinte por aparecimento de febre (38,3.ºC), edema facial e lipotímia recorre novamente ao SU. No exame objectivo apresentava hiperemia e edema da face, erupção máculo -papular generalizada, linfadenopatias cervicais, axilares, in-guinais e hepatomegalia. As mucosas estavam coradas, hidratadas e não apresentavam lesões. Analiticamente apresentava leucocitose, linfopenia e eosinofi lia (leucócitos 13X103/μL, neutrófi los 61, 8 %, linfócitos 11,5%, monócitos 8,5%, eosinófi los 17,7% ou 2300 células) e aumento das enzimas hepáticas (ALT 105 U/L, FA 97 U/L, GGT 343 U/L, LDH 250 U/L). Nos antecedentes pessoais havia a salientar diabetes mellitus tipo 2, HTA e dislipidémia. Sem história pessoal ou familiar de atopia e alergia medicamentosa. Foi colocada a hipótese de síndrome de hipersensibilidade induzida pela carbamazepina (an-ticonvulsivante aromático) e foi interrompida a terapêutica com este fármaco. Foi medicada com prednisolona 2 mg/kg/dia endovenosa e hidroxizina 75 mg/dia oral. Houve agravamento clínico e analítico nos dias seguintes. Uma semana depois fi cou apirética, houve re-gressão das linfadenopatias e descamação da epiderme. Foram rea-lizados patch -tests com carbamazepina (concentração de fármaco 5, 10, 20%, em vaselina) com leitura positiva em todas as concentrações ás 48 horas.Conclusão: A síndrome de hipersensibilidade induzida por fármacos deve ser considerada em qualquer doente medicado com antiepi-lépticos aromáticos, que desenvolva febre, rash e linfadenopatias. A medicação deve ser imediatamente interrompida. Estes doentes não devem ser medicados com anticonvulsivantes do grupo da fenitoina, carbamazepina ou fenobarbital.

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P67 – Choque anafi lático peri -operatório induzido por cor-ticóides sistémicos: caso clínicoEugénia Almeida, Nuno Sousa, Filipa Ribeiro, Emília Faria, Celso ChieiraServiço de Imunoalergologia, Hospitais da Universidade de Coimbra

Caso Clínico: Apresenta -se o caso clínico de uma doente do sexo feminino de 41 anos, que no período pré -operatório neurocirúrgico por “Quisto de bolsa de Rathke”, apresentou urticária e prurido li-geiro, cerca de 2 a 3 minutos após administração de 100 mg de hi-drocortisona ev. A sintomatologia regrediu, cerca de 2 horas, após a administração de hidroxizina ev. Foi proposta para cirurgia no dia seguinte e imediatamente após a administração de 125 mgs de me-tilprednisolona ev desenvolveu mau estar, hipotensão, opressão to-rácica, urticária e angioedema da face sem resolução completa após instituição de corticoterapia, adrenalina e soro polielectrolítico. Tre-ze horas depois registou -se agravamento do quadro clínico com hipotensão e alterações do equilíbrio electrolítico, revertidas par-cialmente com adrenalina e solutos. Foi observada em consulta de alergia a fármacos nesse dia e o doseamento da triptase sérica uma hora e meia após a reacção foi de 57,5ug/L. O estudo alergológico, realizado 6 semanas depois, excluiu alergia ao látex e revelou acen-tuada positividade aos testes cutâneos prick para a prednisolona (P), metilprednisolona (MP) e hidrocortisona (H) e testes cutâneos prick e intradérmicos (ID) negativos para a dexametasona (D). Realizou -se prova de provocação com defl azacort até à dose cumulativa de 60 mgs sem complicações. Foi submetida posteriormente a defl azacort 60 mg no pré -operatório e a cirurgia ocorreu sem complicações. Os testes epicutâneos série standard europeia foram postivos para ti-merosal e níquel e a série a corticoides foi negativa. A triptase séri-ca basal foi de 7 ug/L. Os testes cutâneos a corticoides foram repe-tidos 2 anos depois e revelaram -se positivos aos testes ID a MP, P, H na concentração de 2mg/ml e na diluição de 1/1000 e negativos a dexametasona e betametasona. Foi efectuada prova de provocação oral com D até a dose cumulativa de 7,5 mg, referindo mau estar generalizado, 12 horas depois, pelo que recusou prova de provocação ev com D. O doseamento da IgE específi ca a metilprednisolona (Pha-dia®) foi positivo: 1,6 kU/L.Conclusão: Nesta doente comprovou -se anafi laxia a corticoide sistémico por um mecanismo mediado por IgE e possível reactivida-de cruzada da MP com P e H. A alergia a corticoides sistémicos, apesar de rara, deve ser equacionada quando há reacções imprevi-síveis no decurso de administração de corticoterapia sistémica.

P68 – Anafi laxia peri -operatória à cefazolina – caso clínicoTeresa Vieira, Eunice Castro, M. Graça Castel -Branco, Josefi na R. CernadasServiço de Imunoalergologia, Hospital São João, Porto

Introdução: A anafi laxia durante a anestesia é uma complicação rara mas ameaçadora da vida, podendo ser desencadeada por múl-tiplos agentes. A identifi cação do factor etiológico e de alternativas seguras é uma tarefa difícil, nem sempre alcançada.Métodos: Os autores descrevem um caso de anafi laxia peri--operatória no decorrer de uma cirurgia cardíaca num homem de 32 anos de idade, sem alergias conhecidas. Referenciado para estudo dada a necessidade de nova intervenção com carácter emergente. Vinte minutos após a indução da anestesia geral com fentanil, eto-midato, rocurónio, midazolam e teicoplanina e cefazolina para pro-fi laxia, o doente desenvolveu quadro de hipotensão, taquicardia, edema facial e eritema generalizado. A triptase sérica foi doseada 2h após o episódio agudo. No sector de Alergia a Fármacos, foi realiza-do estudo específi co: história clínica detalhada, testes cutâneos por picada (TCP) e testes intradérmicos (TID) aos fármacos envolvidos e a alternativos, análises in vitro e investigação de alergia ao látex.Resultados: A tripatase sérica encontrava -se elevada (12.4mcg/L). Foi excluída alergia ao látex. Os TCP aos fármacos envolvidos e al-ternativos (propofol, tiopental e vecurónio) foram negativos. Os TID foram positivos apenas para a cefazolina na diluição de 1:10. A reac-tividade cruzada entre penicilinas e cefalosporinas foi excluída por testes cutâneos e quantifi cação de IgE específi ca para penicilloyl G, penicilloyl V e amoxycilloyl – CAP/Phadia. Posteriormente o doente foi submetido a nova cirurgia cardíaca, sem quaisquer complicações, com a administração do antibiótico alternativo (teicoplanina).Conclusões: Todos os casos de anafi laxia peri -operatória requerem uma investigação cuidadosa no sentido de identifi car o(s) agente(s) responsáveis e alternativas seguras. Embora a anafi laxia às cefalos-porinas seja um acontecimento raro, permanece como uma causa potencial e relevante. Para além da cefazolina estar incluída no pro-tocolo hospitalar de profi laxia pré -cirúrgica, esta pode ser utilizada em outras situações não relacionadas com procedimentos cirúrgicos. Os autores salientam a importância do doseamento da triptase sé-rica no diagnóstico de anafi laxia bem como a exclusão de alergia ao látex na abordagem inicial destes doentes.

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P69 – Indução de tolerância à mesalazina – um caso difícil, mas de sucessoJosefi na R. Cernadas, Teresa Vieira, M. Graça Castel -Branco, Eunice CastroServiço de Imunoalergologia, Hospital de São João, Porto

Introdução: A mesalazina, um derivado do ácido 5 -aminosalicílico (5 -ASA) está preconizada no tratamento da doença infl amatória intestinal. A sulfasalazina é constituída por sulfapiridina e 5 -ASA, sen-do esta última a porção activa da molécula. Têm sido desenvolvidos novos fármacos derivados do 5 -ASA no sentido de evitar as reacções de hipersensibilidade relacionadas com o componente sulfapiridina.Métodos e resultados: Os autores descrevem o caso de uma jovem de 21 anos de idade, com diagnóstico de colite ulcerosa des-de há 6 meses e hipersensibilidade à mesalazina. O esquema tera-pêutico com mesalazina indicado e prescrito foi de 3g per os. Após a segunda ingestão, a doente apresentou quadro de diarreia, vómitos e desidratação grave com necessidade de internamento hospitalar. Dado a mesalazina ter sido o fármaco de escolha devido às suas propriedades anti -infl amatórias e ausência de controlo da doença, a doente foi referenciada à Unidade de Alergia a Fármacos, para orien-tação. Um protocolo clássico de dessensibilização à mesalazina foi iniciado, com doses diárias crescentes até à dose total. No entanto, após as primeiras doses, surgiram sintomas gastrointestinais e gerais. O procedimento foi interrompido até recuperação completa da doente e um protocolo modifi cado, com aumento de doses mais lento foi posteriormente instituído. A doente, muito sensível, teve recorrência dos sintomas na fase inicial coincidente com o aumento de doses ainda muito baixas. Os ajustes de dose quase diários e vi-gilância contínua da doente em regime de Hospital Dia, permitiram atingir a dose terapêutica (3g/dia) ao 63.º dia. A doente mantém terapêutica diária, sem intercorrências e interrupções, com contro-lo da doença infl amatória intestinal, desde então.Comentários: Na nossa experiência a dessensibilização à sulfasa-lazina foi sempre alcançada utilizando um protocolo rápido de 5 a 10 dias. Este caso (dessensibilização completa ao 63.º dia), ilustra a necessidade e capacidade de adaptar protocolos já descritos e apli-cados. Considerar os problemas particulares e as necessidades de cada doente e assegurar o tratamento mais apropriado, com boa tolerância e efi cácia são muitas vezes desafi os que o alergologista tem que enfrentar e que deve abraçar.

P70 – Hipersensibilidade ao paracetamol – caso clínicoFilipa Sousa1, Susana Carvalho2, Ana Margarida Romeira2, Paula Leiria Pinto2

1Unidade de Imunoalergologia, Hospital Central do Funchal; 2Serviço de Imunoalergologia, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central

Introdução: O paracetamol é um fármaco amplamente utilizado na prática clínica, sendo as reacções de hipersensibilidade ao paraceta-mol pouco frequentes. As manifestações clínicas associadas são ge-ralmente urticária/angioedema, dispneia e rinite e mais raramente reacções anafi lácticas. Os mecanismos fi siopatológicos subjacentes podem ser alérgicos/imunológicos ou envolver a via da ciclo--oxigenase.Caso clínico: Doente do sexo feminino, 14 anos de idade, com antecedentes pessoais de rinoconjuntivite alérgica com sensibilização aos ácaros e pólens e antecedentes familiares alérgicos (mãe com asma brônquica e rinite alérgica). Aos 12 anos, 6 horas após a inges-tão de paracetamol (500 mg) no contexto de síndrome gripal, surgiu exantema micropapular pruriginoso no tronco e abdómen. Nove horas depois, repetiu a toma de 500 mg de paracetamol e cerca de 4 horas após a ingestão, iniciou queixas de sensação de calor, náuse-as, angioedema palpebral e labial, opressão torácica e orofaríngea, dispneia, tonturas e lipotímia. Recorreu ao SU onde fez corticóide por via oral e medicação injectável que não soube especifi car; foi prescrito corticóide por via oral para ambulatório, com regressão completa da sintomatologia em 48 horas. Não fez outra medicação concomitante. Tolerava previamente o paracetamol e o ibuprofeno. Realizou testes cutâneos por picada e intradérmicos ao paracetamol que foram negativos. Fez prova de provocação com nimesulide que foi negativa. Já fez nimesulide para síndrome gripal sem queixas.Discussão/Comentários: Os autores apresentam um caso curio-so, de hipersensibilidade ao paracetamol com uma forma de apre-sentação rara, de reacção anafi láctica. O diagnóstico baseou -se na história clínica sugestiva. O mecanismo fi siopatológico subjacente ainda não está esclarecido embora pareça estar envolvida a inibição da via da ciclo -oxigenase.

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P71 – Vacinação para a febre amarela em doente com aler-gia ao ovo: caso clínicoIrina Didenko, Fátima Ferreira, Rute Reis, Elza Tomaz, Filipe InácioServiço de Imunoalergologia, Centro Hospitalar de Setúbal, Hospital São Bernardo

Introdução: A febre amarela (FA) é uma doença viral com a taxa de mortalidade superior a 20%. A vacina da febre amarela é produ-zida utilizando culturas em líquido extra embrionário de embriões de galinha. A taxa de reacções anafi lácticas à vacina é estimada em 1: 131000 e algumas destas reacções são devidas a alergia ao ovo não reconhecida.Caso clínico: Doente do sexo feminino, 36 anos, foi avaliada em consulta de Imunoalergologia para eventual administração da vacina da FA, por “alergia ao ovo” (sic). A doente pretendia aceitar contra-to de trabalho em Angola. Referia hipersensibilidade ao ovo desde o primeiro ano de idade. Descrevia também dois episódios graves relacionados com a ingestão acidental de produtos com maior quan-tidade de ovo: aos 15 anos, 30 minutos após ingestão de uma fatia de pizza, surgiu mal -estar geral, angioedema da face, náuseas e vómi-tos, que motivaram internamento no serviço de Urgência. Aos 32 anos, 5 minutos após ingerir uma fatia de bolo, teve que dirigir -se ao Serviço de Urgência hospitalar por mal -estar geral, palidez genera-lizada, sensação de lipotímia, angioedema da face e dispneia alta. Nos antecedentes pessoais não existe história de alergia respiratória nem queixas sugestivas de outra alergia alimentar ou medicamentosa. A vacinação foi realizada segundo o PNV (incluindo as vacinas do sa-rampo e parotidite epidémica). Os testes cutâneos por prick com extratos de ovo, (Merck, Allergopharma) – positivos para gema de ovo (7 mm), clara de ovo (10 mm) e ovalbumina (13 mm); avaliação in vitro confi rmou alergia ao ovo (IgE específi ca/UI/mL: clara de ovo 52,7; gema de ovo 64,50; ovalbumina 23,00; ovomucóide 29, 40). Realizou -se teste cutâneo por prick com vacina em diluição 1:10 em soro fi siológico. A leitura do teste aos 20 minutos foi positiva com eritema e pápula de 5 mm. Iniciou -se a administração da vacina em doses crescentes, administradas por via subcutânea de 20 em 20 minutos, que foi completado com sucesso, apenas tendo sido regis-tadas reacções locais.Conclusão: Os cuidados a ter na vacinação dos indivíduos alérgicos ao ovo dependem da quantidade de ovalbumina que a vacina contém. A vacina da gripe e febre amarela são cultivadas no líquido extraem-brionário e podem conter quantidade importante de ovalbumina, devendo por isso ser realizados testes cutâneos com a vacina antes da sua administração e, caso exista positividade, a imunização deve ser realizada em protocolo de indução de tolerância.

P72 – Dermatite de contacto alérgica em cabeleireira: caso clínicoSandra Medeiros1, Rodrigo Rodrigues Alves2

1Serviço de Dermatologia, Hospital do Divino Espírito Santo, Ponta Delgada; 2Unidade de Imunoalergologia, Hospital do Divino Espírito Santo, Ponta Delgada

Introdução: A dermatite de contacto ocupacional em cabeleireiros é frequente sendo que muitas vezes o seu início é subsequente a vários anos de dermatite de contacto irritativa, na sequência do contacto continuado com água e outras substâncias irritativas.Métodos: Descreve -se o caso de uma doente do sexo feminino, com 38 anos de idade, ajudante de cabeleireira há 8 anos, e que recorre à nossa consulta por dermatose com 6 meses de evolução, inicialmente localizada ao dorso de ambas as mãos, com posterior envolvimento dos restantes membros superiores, tronco e face. A dermatose caracterizava -se por múltiplas pápulas e placas erite-mato -descamativas, algumas de superfície liquenifi cada. A doente referia intenso prurido associado e mencionava agravamento do quadro cutâneo no local de trabalho. Negava queixas respiratórias e/ou oculares.Resultados: Efectuou provas epicutâneas com as séries standard, cabeleireiros, borrachas, cosméticos e produtos de uso pessoal que revelaram forte positividade a parafenilenodiamina, nitro--fenilenodiamina, diaminotolueno -sulfato, sulfato de níquel, mistura de tiurans, disulfi to de dipentametilenotiuram e disulfi to de tetrae-tiltiuram. Foram ainda positivas as tintas capilares contendo parafe-nilenodiamina. A avaliação laboratorial revelou IgE específi ca para o látex negativa. Observou -se progressiva melhoria da dermatose com evicção de contacto com parafenilenodiamina e uso permanente no local de trabalho de luvas de algodão e luvas com baixo teor em tiurans.Conclusões: Salienta -se a importância deste caso pela exuberância das queixas, atribuível à sensibilização simultânea a tintas capilares e aos aditivos da borracha A parafenilenodiamina é um constituinte frequente das tintas capilares e uma causa frequente de alergia às mesmas. Este alergénio pode também fazer parte de outros materiais: tintas de vestuário e calçado, gasolina, óleos, massas de lubrifi cação, borrachas negras, plásticos, cosméticos, material de fotografi a, bem como reagentes laboratoriais. Os tiurans são substâncias que se utilizam como aditivos no fabrico de artigos em borracha. Podem ainda ser utilizadas em alguns pesticidas, ou como insecticidas, esca-bicidas e bactericidas em sabões, champôs e sprays antissépticos.

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P73 – Dermite de contacto alérgica/airbone a Apuleia Leio-carpa – a propósito de um caso clínicoAndreia Ferrão1, Ivone Fernandes2, Elza Tomaz1, Filipe Inácio1

1Serviço Imunoalergologia, Centro Hospitalar de Setúbal; 2Serviço Pneumologia, Centro Hospitalar de Setúbal

Introdução: Dermatoses crónicas causadas por alergénios aero-transportados apresentam quadros clínicos variados que exigem um diagnóstico diferencial muitas vezes complexo. Os autores apresen-tam um caso de um doente com dermite de contacto ocupacional associada a pneumonite subaguda causada pela exposição ao pó de madeira tropical: Grapa, “Apuleia Leiocarpa”.Caso Clínico: Doente do sexo masculino, de 64 anos de idade, carpinteiro de profi ssão, internado em Novembro de 2008, no nos-so hospital por quadro com 2 meses de evolução, caracterizado por rinorreia, tosse e expectoração aquosa sem resposta à antibiotera-pia. Posteriormente surgiu febre (38C), dispneia, erupção maculopa-pular eritematosa generalizada, não pruriginosa e conjuntivite bila-teral. Referia contacto profi ssional recente (desde há dois meses) com madeira exótica (Grappa / Apuleia Leiocarpa). Apresentava fer-vores bibasais, insufi ciência respiratória parcial (PaO2=55mmHg) e infi ltrado intersticial bibasal. Admitiu -se pneumonite de hipersensi-bilidade subaguda. Três meses após a alta reinicia a actividade laboral, evitando o manuseamento directo da madeira. Após 3 semanas re-corre à nossa consulta com dermatose pruriginosa generalizada (fi ssuras e descamação das palmas das mãos, pálpebras, punhos, san-gradouro e região crural). Efectuaram -se os seguintes testes epicu-tâneos: serie Standart (True Test), serradura de Apuleia Leiocarpa a 10% em vaselina e serradura de madeira de Apuleia Leiocarpa a 1% em vaselina (vas), extracto (ext) de compostas 10% em vas, ext e serradura de pinheiro 10% em vas, ext de eucalipto 2% vas, ext e serradura de carvalho 10% em vas e ext e serradura de Faia 10% em vas. Verifi cou -se positividade às 48h e às 96h para a serradura (+++) de Apuleia Leiocarpa 10% vas e 1% em vaselina (++). Efectuou -se relatório clínico de dermite ocupacional com mudança do doente para a secção administrativa. Presentemente está assintomático mas mantêm vigilância periódica na consulta de Imunoalergologia e Pneu-mologia.Conclusão: Este caso chama a atenção para a sensibilização à ma-deira de Grappa, cujos principais alergénios descritos são a ayanin, a oxyayanin -A e oxyayanin -B, originar dermites contacto e pneumo-nites intersticiais.

P74 – Fitodermatite alérgica a Hedera helix ssp. – a propó-sito de um caso clínicoAndreia Ferrão1, Daniela Cunha2, Paula Maio2, Cristina Amaro2, Raquel Santos2

1Serviço Imunoalergologia, Centro Hospitalar de Setúbal; 2Consulta de Alergologia Cutânea e Dermatoses Ocupacionais, Serviço de Dermatologia, Hospital de Curry Cabral

Introdução: A Hera comum é uma planta trepadeira bastante usa-da nos nossos espaços verdes. Os seus principais alergénios de con-tacto são álcoois poliacetilados como o falcarinol e o dihidrofalca-rinol. Estas substâncias encontram -se em vários óleos essenciais voláteis extraídos através de processos químicos dos frutos (Ginkgo bilola), das fl ores (Chamomilla recutita) e folhas (Eucalypthus globu-lus).Caso clínico: Doente do sexo feminino, de 80 anos de idade, do-méstica, com antecedentes pessoais de osteoartropatia, que em Abril 2009 recorre à consulta de Dermatologia do Hospital Curry Cabral por lesões de eczema agudo localizado aos antebraços, sangradouros, face lateral do pescoço e mão direita, com 48 horas de evolução. A doente referia outros episódios semelhantes, menos exuberantes, sempre nesta época do ano, quando efectuava limpezas no jardim. Negava antecedentes pessoais ou familiares de atopia. Realizaram -se provas epicutâneas com a série básica e série de plantas do Grupo Português de Estudo das Dermites de Contacto (GPEDC) e a pro-vas em semioclusão com folha de Hera e folha de arbusto (não identifi cado) que revelaram positividade para bálsamo de peru (++), mistura de Compostas (+++), extracto (ext) de Camomila 2,5% vaselina (vas) (++), ext. de Yarrow (mil -em -rama) 1% vas (++), ext. de Tansy (erva de São Marcos) 1% vas (++) , folha de Hera (+++), óleo de cedro 10% vas (++), óleo de eucalipto 2% vas (++) e ext. de Matricária (++).Discussão: Estão descritas reacções cruzadas entre a Hera e a fa-mília de plantas Umbelifereae (ambas possuem álcoois poliacetilados, como o falcarinol). A existência de cosensibilização à Hera e a plan-tas da família Compositae (Camomila, Margarida, Matricária) nunca foi descrita. Os autores especulam se neste caso a positividade para as família Compositae se deve à presença de hidrocarbonetos aromá-ticos, da classe dos acetilenos (radical acetil C2H2) que existe igual-mente na molécula falcarinol ou se existirá uma sensibilização con-comitante sem aparente relevância actual, uma vez que a doente não refere queixas com outras plantas. A doente teve também positivi-dade ao bálsamo de peru com provável relevância clínica passada. O bálsamo de peru é uma resina complexa, com reacções cruzadas com vários bálsamos (oléos de cedro, eucalipto) e especiarias como o gengibre.Conclusão: Este caso mostra a importância dos testes epicutâneos, no diagnóstico das fi todermatites.

XXX REUNIÃO ANUAL DA SPAIC / RESUMOS DAS COMUNICAÇÕES LIVRES E DOS POSTERS

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Page 86: Alergia: da Criança ao Idoso - Sociedade Portuguesa de

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