Alpinismo e Morte

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    TEMPO QUENTEEverest vive em 2006

    uma temporadaf recheada de

    açanhas, mortes econstrangimento s.

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    ALPINISTAS

    aioele2006./\0 100Igode todoo mês, pelo menos uma vez

    por semana chega\a : redu-çã o de 'I'1'~Rlv\ um e-mai]di zendo: OU Seguem une-

    xos textos e folm LI expedição elos moulauhixlusVilor I egrele e Rodrigo Raincri . Cada uma des-sas memag ellS clcs crcv ia em 10111ufórico algllI liaetapa da avcnturu. () qlle ninguélll esp erava eraqlle, 110e1i,122 daquele mês, os computadores eleIIOSS,Iedação cxibisseu: um texto igualzildlO aosunícriorcs > iucluxivc notom pu blicil.irio > , infor-mando ela morte elo a ipiuistu, ocorrida três e1iasantcs.' I'Jo chocan te quanto ,I I ragédia em si era o

    fato ele ela ser 'Ulunciael.1 de modo mec ânico.como se fossellIais umgr'lllele passo L uvcn litr

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    V)

    ãi ouZoV )

    <:Ezoo

    PARADOXORADICALCad a vez m ai s g e nte

    d es p re p arada v ai

    às m on ta nh as - u ma

    teme rid a de em setr at a ndo d e trec h o s

    té cn ico s, co m op ar edões de gelo .

    dos ao longo das rotas de suh icla ela moulauhu de

    H H- Hmelros de al t itu de - o resgate seria a rriscadoe caro demai s, O coq)O do brasileiro Vi tor ;'\egre-te é um de les, se pult ado sob um punhado elepedras ali colocadas por ajudantes de outras cxpc-cliçõcs,a apenas alguns melros do caminho po ronde centenas de montuuliistas passarão no alioque l'e111e pelos anos seguintes.

    Ao s leigos, esse cenário choca. I;:difícil evitarque uma dona de casa assisti lido ao Jornal Nacio-na l pense que essesalpinistas são tod os loucossuicidas . Os montanh istas, porém, apressam-seem refutar essa afirm ação. Um pi loto de F6r-

    mula I também corre riscos aodirigir a300quilô-metros por hora, e ne111 por isso é consideradoum suicida , compara o paulista [ clson Burrctta,36 anos, protagonista do documcntário [

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    ALPINISTAS

    \ 1;1)sc m alpilli,las IÚ> ,;10 loucos romúuli-co sdi,pO\lo\ adar a da pelo ClIlIlC , cnl.io COIIlOexplrcar 0\ números c as hi,lóri;ls cada l l;li,Ir;í ,;ica, por tr;Í\ dcles: '\ i iSuél l vai para a 111011-

    lal lha paral lorrcr, IllaS;1 II1 argcm entre OIlsadi;1c sllicídio é pCqUCII , dil Thom az Iklmlolill,Sempre foi axxnn, IIIas .uualmcn c doi, lcnómc-110.\Ira/CIII a mnrtc para 1I1;lisperto: por 11111ado,a 11I1\CIobsl ill,,(la ele recordes c El~' ;lllllas illédi l,,\por parte dos ,dpillistas de .ilto uívcl. 1-:,Ila oulrapoul.: da corda, a chcgacb ele cada c/ Illais PC\-,nas dcsprcpar;lcbs ;'1\Illolllallll; CI II razão da di\-\cllJill;lc.;iio ch, c,calada\ luristicus .

    i'\o ,;ralJdc .u-iclcnlc ele 1

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    . I

    tanhi slas para a perigosa borda qll e scpara a consa-

    graçi ío da tragédia.

    Ocaso de Vitor Neg rete é embl emati co. C hega rao topo do Fvcrest é UIll feitu que j,í havia sido lo-

    grado por ele mesmo e por outros co mpatr iotas,como o parananensc valdcmar Niclevicz, Com ainvasão elas companluas qlle levam turi stas às a ltu-

    ras, isso j,í não é uma f açanh a tão espantosa : recen-

    temente Ulll cego e um h omem com pernas mecâ-nicas con seguiram atingir essa meta.

    Assim, para ga nhar d estaqu e na mídia, Ncg reteoptou por algo inédito em se trat ando de um br asi-leiro: subir sem oxigênio suplementar. Um m éto-

    do muit o mais difí cil, arriscado e por isso mesmo

    admira do entre os mo ntanhi stas. Algo que soa ria

    muit o ma is sensacional n os meios de co muni ca-ção .Ele conseguiu , mas pagou com a v ida confiraquadro sob re eleito: d a altitude) .

    lá quem tenha coragem de atirar a prim eira

    pedra nessa nova mentalidad e. I-Uuma realida-de chocante: (I Iase sempre são os alpini stas de bai-

    ...• . ..•

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    ALPINISTAS

    28 T E R R A [JULHO /2006 ]

    \0011 médio nível qllcconquivl.un 11111patrocí-n io, grac,;as a '1II1i/,adcs. COIIhcci Illclllos 110meioclllprcsarialc markcl i111,;essoal , clenuncia Pau-lctlo. Co rn o o patroc inador pOlICO 011 nada CIl-tende de alpinismo. acaba clltralldo nessa. Assiu),alglllls olcmcutos illI'CIlI,11 1I objetivos acima desuux possib ilidades para atrair patro cínio. 11;.íatéos quc sabe m quc lI,IO serão capazcs de rcaliz.i-10, mas até aí .. ,o markcl illg j

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    RUEL FORMOSUREvere s t ac ima é o ápice da belez a

    indescrit ível e ta mbé m dolorosa

    q ue as mo nt an has en car nam

    para a vida humana . No meu tempo, a pr iorida-de era sa lvar quem estivesseem apu ros. Nuncadeixaríamos uma pe,soa morrer em troca de al-cançar o cu me , disse ao jornal inglês Times aosaber do caso David Sharp .

    Mas ta lvez a análise mais coerente desse qua-dro aparentemente surreal pintado nas monta-nhas do mundo seja afeita pela psicanalista ga-úcha Eda Tavares ,out ra especialista em psicolo-gia dos esportes radicais. Secompramos o riscoem funçã ode um patrocínio, aceitamos um ide-

    al de vitória a qualquer custo. Eé isto q ue os pa -trocinadores nec essitam: a vitór ia . Porque na so-ciedade atual h,í pouco espaço paraaceita r fra -cassos. Ademanda é pela perfeição.

    Perfeiçã o tão perseguida na era do monta-nh ismo business que nem mesmo na hora damorte am aquininha do marketing e da promo-ção p.ira de funcionar. IOP R IR M IS LON G No R R REFEITO JONKRAKAUER, CiA, DAS LETRAS E V EREST V I GE M MON -

    T NH ABENÇOADA ,T H OMAZ BRANDOLlN, L&PM EDITO-

    RES E X TRE M O SUL (OVO), M. SCHMIEDT PRODUÇÕES.

    [ JULHO/2006] T E R R A 29