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RIO92: Conferência do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento de 1992, quando se definiu o desenvolvimento sustentável como prioridade mundial; RIO +20: Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, pedido de proposta feito em 2007; Local e Data: Presidiado pelo Brasil, Rio de Janeiro, 28 de maio a 06 de junho de 2012; Existe ampla expectativa, nacional e internacional, de que a Rio+20 constitua uma oportunidade única na geração de mobilização dos recursos políticos necessários para desenhar uma saída duradoura para a crise internacional, levando em conta a complexidade de seus aspectos econômicos, sociais e ambientais, ou seja, de que a Rio+20 ofereça uma solução permanente, sustentável e eficiente para a crise internacional. Para atender a essa expectativa, deverá ser cumprido o mandato da Conferência, definido na Resolução 64/236 da Assembleia-Geral das Nações Unidas. O mandato inclui: O tratamento dos desafios novos e emergentes do desenvolvimento sustentável (capítulo I deste documento); Os temas da “economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza” e da “estrutura institucional do

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RIO92: Conferncia do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento de 1992, quando se definiu o desenvolvimento sustentvel como prioridade mundial;RIO +20: Conferncia das Naes Unidas sobre Desenvolvimento Sustentvel, pedido de proposta feito em 2007;Local e Data: Presidiado pelo Brasil, Rio de Janeiro, 28 de maio a 06 de junho de 2012;Existe ampla expectativa, nacional e internacional, de que a Rio+20 constitua uma oportunidade nica na gerao de mobilizao dos recursos polticos necessrios para desenhar uma sada duradoura para a crise internacional, levando em conta a complexidade de seus aspectos econmicos, sociais e ambientais, ou seja, de que a Rio+20 oferea uma soluo permanente, sustentvel e eficiente para a crise internacional.Para atender a essa expectativa, dever ser cumprido o mandato da Conferncia, definido na Resoluo 64/236 da Assembleia-Geral das Naes Unidas.O mandato inclui: O tratamento dos desafios novos e emergentes do desenvolvimento sustentvel (captulo I deste documento); Os temas da economia verde no contexto do desenvolvimento sustentvel e da erradicao da pobreza e da estrutura institucional do desenvolvimento sustentvel (captulos II e III deste documento, respectivamente).

Principais resultados a serem alcanados pelo Brasil com a Rio+20 devero incluir:

1_ Incorporao definitiva da erradicao da pobreza como elemento indispensvel concretizao do desenvolvimento sustentvel; 2_ A plena considerao do conceito de desenvolvimento sustentvel na tomada de deciso econmica, social e ambiental; 3_ O fortalecimento do multilateralismo, com a clara mensagem de adequao das estruturas das Naes Unidas e das demais instituies internacionais ao desafio do desenvolvimento sustentvel; 4_ O reconhecimento do reordenamento internacional em curso e da mudana de patamar dos pases, com seus reflexos na estrutura de governana global.

Histrico do conceito de sustentabilidade e reponsabilidade mundial: Desde publicao do Relatrio da Comisso Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Relatrio Brundtland), em 1987, intitulado Nosso Futuro Comum, no qual o conceito foi apresentado como o desenvolvimento que atende s necessidades do presente sem comprometer a capacidade das geraes futuras de atenderem s suas prprias necessidades. Na Conferncia das Naes Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio-92, o conceito foi aprimorado e os documentos multilaterais ento assinados refletem esse avano , passando a enfocar o equilbrio entre o desenvolvimento econmico, o bem-estar social e a proteo ambiental, pilares interdependentes do desenvolvimento sustentvel. Na Cpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentvel, realizada em 2002 em Joanesburgo, as oportunidades e dificuldades de implementao das decises da Rio-92 foram identificadas e refletidas no Plano de Implementao de Joanesburgo. Vinte anos depois, o legado da Rio-92, com a Declarao do Rio e seus 27 Princpios, permanece atual, em particular o princpio de responsabilidades comuns, porm diferenciadas, segundo o qual os pases desenvolvidos devem tomar a dianteira nos desafios do desenvolvimento sustentvel, tendo em vista sua responsabilidade histrica pelo uso insustentvel dos recursos naturais globais. Os Princpios do Rio incluem a necessidade de que os pases desenvolvidos mantenham oferta adequada de recursos financeiros e de transferncia de tecnologia, de modo a auxiliar os pases em desenvolvimento a alcanar os objetivos do desenvolvimento sustentvel.

A Rio+20 dever visar ao futuro e no ao passado, buscando antecipar os temas e os debates das prximas dcadas.Confiante na renovao do papel do sistema multilateral como foro de soluo dos grandes problemas globais, o Brasil almeja que os resultados da Rio+20 sirvam como referncia internacional, sinalizando uma inflexo na forma como o mundo pensado.Os resultados devero assegurar que todos os pases se sintam capazes de implementar as decises adotadas no Rio, a partir da criao de condies adequadas os necessrios recursos financeiros, tecnolgicos e de capacitao para implement-los, construindo, assim, uma viso compartilhada de sustentabilidade vlida para as prximas dcadas.

Para o xito da mudana, essencial a mobilizao de todos os atores: governos nacionais e locais, cientistas, acadmicos, empresrios, trabalhadores, organizaes nogovernamentais, movimentos sociais, jovens, povos indgenas e comunidades tradicionais.

CAPTULO I:CAPTULO I DESAFIOS NOVOS E EMERGENTES DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL

1. Erradicao da pobreza extrema

A erradicao da pobreza extrema condio necessria para a realizao dos objetivos assumidos rumo ao desenvolvimento sustentvel. Esse consenso, consolidado no Princpio 5 da Declarao do Rio e em outros compromissos, tem constitudo a base de diversas iniciativas e processos internacionais voltados ao combate pobreza, como os Objetivos de Desenvolvimento do Milnio (ODMs). A prioridade tambm est refletida no grande conjunto de polticas pblicas nacionais que, nas ltimas dcadas, tm sido empregadas para o combate pobreza extrema.

2. Segurana alimentar e nutricional

A principal causa de insegurana alimentar e nutricional a falta de renda necessria para obter acesso aos alimentos, no sua produo, que suficiente para alimentar toda a humanidade. O atual cenrio mundial da segurana alimentar e nutricional est marcado pelos altos preos dos alimentos devido a fatores como a especulao financeira das commodities agrcolas e as variaes climticas. O crescimento da demanda por alimentos nos pases em desenvolvimento, embora contribua para o aumento dos preos internacionais, revela o xito de polticas de incluso social nesses mesmos pases e gera oportunidades de crescimento da produo no longo prazo, com efeitos benficos para a garantia de emprego e renda.O Estado brasileiro busca consolidar o direito alimentao. No plano internacional, a estratgia brasileira de segurana alimentar e nutricional tem duas dimenses: estrutural e humanitria.

3. Equidade

A ideia de equidade transversal a vrios dos desafios novos e emergentes, como gnero, raa e etnia, consumo, acesso energia, trabalho decente, segurana alimentar e nutricional, entre outros. Deve estar refletida nas decises que vierem a ser adotadas em torno desses temas, inclusive em eventuais novos objetivos e indicadores para medio de progresso e de desenvolvimento.

4. Acesso sade

Polticas de proteo e promoo social na rea da sade devem sertratadas de maneira prioritria, tendo em conta seus benefcios para o bem-estar social, a economiae o meio ambiente.Os sistemas de sade devem incluir em suas prticas a participao social e o dilogopermanente entre sociedade e governo sobre as polticas pblicas, constituindo espao privilegiadode governana setorial. Entre os principais desafios para a garantia do direito sade esto o envelhecimentopopulacional, a alta incidncia de doenas crnicas no-transmissveis e o aumento de bitos eincapacidades por causas externas (acidentes e violncias). Uma srie de fatores explica a tendncia para a crescente globalizao da sade.Certos problemas, como a transmisso de doenas, so transfronteirios, e impactam negativamenteos esforos nacionais de desenvolvimento. Outros fatores esto relacionados a financiamento.Evolues internacionais recentes tm ampliado o financiamento para o combate s chamadasdoenas negligenciadas.

5. Trabalho decente, emprego e responsabilidade social das empresas

O relacionamento das empresas com seusfornecedores, no contexto do exerccio de sua responsabilidade social corporativa, deve ser pautadopelo conceito de empresas sustentveis e trabalho decente, com respeito s condies e prioridadeslocais.

6. Educao

acesso de todos a uma educao de qualidade condio essencial para odesenvolvimento sustentvel. A educao constitui um dos principais vetores de incluso eascenso social, principalmente quando democrtica e respeita a diversidade.

7. Cultura

A cultura um diferencial na construo de uma resposta aos desafios dasustentabilidade nos mbitos global, nacional e local. A contribuio da cultura indispensvel parao desenvolvimento sustentvel, perpassando os pilares social, econmico e ambiental. a dimensoonde so reconhecidos os significados e sentidos das aes que podem transformar sociedades.Nesse contexto, so fundamentais a consolidao dos direitos culturais como parte dos direitoshumanos, o acesso cultura, a garantia da diversidade cultural e o reconhecimento dos saberes dospovos originrios e tradicionais.Cabe ao Estado e sociedade civil organizada desenvolver aes abrangentes ecolaborativas que visem ao fortalecimento da dimenso cultural do desenvolvimento levando emconsiderao a construo de sociedades mais justas e conscientes. Para atingir esse objetivo preciso combinar polticas de cultura, meio ambiente, educao, sade, infraestrutura, planejamentoterritorial, entre outras.A Conferncia Rio+20 deve levar em conta o potencial da cultura na gerao dealternativas para superao do consumismo como hbito tpico do modelo atual e apontar paramudana de paradigma. A sustentabilidade, na sociedade do conhecimento e da informao, precisaconjugar os modelos culturais da diversidade, das cadeias produtivas e das solues inovadoraspropostas pela economia criativa. O desenvolvimento sustentvel deve consolidar uma cidadaniacultural que garanta a todos o direito de participar desse processo de transformao.

8. Gnero e empoderamento das mulheres

Relatrio da ONU2 demonstra que a persistncia das desigualdades entre gneros omaior entrave ao desenvolvimento humano nos pases. Essa desigualdade, segundo a ONU, chega aprovocar perdas de at 85% no ndice de Desenvolvimento Humano (IDH) e apresenta diferenasentre o meio rural e urbano.As mulheres desempenham, entretanto, papel central para o xito das polticas dedesenvolvimento sustentvel, especialmente na promoo de padres de produo e consumosustentveis. Responsveis pela maior parte das decises de compra e investimento das famlias, asmulheres devem ser o foco prioritrio de polticas de educao e conscientizao para odesenvolvimento sustentvel.A perspectiva de gnero e as medidas para a promoo da participao da mulher emposies de poder devem ser consideradas de forma transversal no desenvolvimento sustentvel,perpassando o conjunto das polticas pblicas nacionais e iniciativas internacionais. A importnciado recorte do gnero para o desenvolvimento sustentvel deve ser reconhecida tanto nos espaosurbanos quanto nos rurais, bem como na administrao pblica e nas atividades produtivas.

9. Promoo da igualdade racial 10. Reforo do multilateralismo com participao da sociedade civil 11. Papel do Estado 12. Produo e consumo sustentveis 13. Energia 14. Cidades e desenvolvimento urbano 15. Transportes 16. Agropecuria e desenvolvimento rural 17. Promoo da inovao e acesso tecnologia 18. Financiamento para o desenvolvimento sustentvel 19. Mudana do clima 20. Biodiversidade 21. Combate desertificao 22. gua 23. Oceanos, mares e zonas costeiras 24. Pesca e aquicultura 25. Florestas CAPTULO II - ECONOMIA VERDE NO CONTEXTO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL E DAERRADICAO DA POBREZA 23CAPTULO III - ESTRUTURA INSTITUCIONAL DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL 25CAPTULO IV PROPOSTAS DO BRASIL PARA A RIO+20 27P1. Programa de Proteo Socioambiental Global 27P2. Objetivos de Desenvolvimento Sustentvel 27P3. Pacto Global para Produo e Consumo Sustentveis 28P3. A. Compras Pblicas Sustentveis 29P3. B. Classificaes de Consumo e Eficincia Energtica 29P3. C. Financiamento de Estudos e Pesquisas para o Desenvolvimento Sustentvel 29P4. Repositrio de Iniciativas 30P5. Protocolo Internacional para a Sustentabilidade do Setor Financeiro 30P6. Novos Indicadores para Mensurao do Desenvolvimento 31P7. Pacto pela Economia Verde Inclusiva 31P7. A. Relatrios de Sustentabilidade 31P7. B. ndices de Sustentabilidade 32P8. Propostas para a Estrutura Institucional do Desenvolvimento Sustentvel 32P8. A. Mecanismo de coordenao institucional para o desenvolvimento sustentvel 32P8. B. Reforma do Conselho Econmico e Social das Naes Unidas (ECOSOC), transformando-o emConselho de Desenvolvimento Sustentvel das Naes Unidas 33P8. C. Aperfeioamento da governana ambiental internacional: estabelecimento da participao universale de contribuies obrigatrias para o PNUMA 33P8. D. Lanamento de processo negociador para uma conveno global sobre acesso informao,participao pblica na tomada de decises e acesso justia em temas ambientais 34P8. E. Participao dos atores no-governamentais nos processos multilaterais 35P8. F. Governana da gua