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Pág. 1 2 0 0 9 Actividades na área do AMBIENTE Enquadramento | http://projectocaboverde.no.sapo.pt/ EQUIPA RESPONSÁVEL: Filipa Silva Joana Nestor Rodrigues Rita Cunha Rita Freixieiro Salomé Matos COORDENAÇÃO: Margarida Marcelino

AMBIENTE · encontram-se cinco das sete espécies de tartarugas marinhas identificadas a nível ... tradicionais como a pesca para alimentação destes animais e dos seus ovos

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Actividades na área do

AMBIENTE

Enquadramento | http://projectocaboverde.no.sapo.pt/ EQUIPA RESPONSÁVEL: Filipa Silva Joana Nestor Rodrigues Rita Cunha Rita Freixieiro Salomé Matos COORDENAÇÃO: Margarida Marcelino

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AMBIENTE Enquadramento das actividades

Em 2009 o Projecto Cabo Verde dirigiu a sua acção, pela segunda vez em anos consecutivos, para a Ilha da Boavista, Vila de Sal Rei.

A Vila de Sal Rei tem sofrido grandes alterações desde 2001 devidas ao forte fluxo migratório de pessoas oriundas da Cidade da Praia, Guiné e Senegal, que se dirigem a esta Ilha para trabalhar na construção de grandes empreendimentos turísticos que desde essa data se estão a instalar na costa oeste da ilha. Para alojamento de todas estas pessoas foi crescendo, de modo desordenado e sem as infra-estruturas mais básicas, o Bairro das Barracas, ocupando o espaço onde anteriormente estiveram as salinas que deram o nome à Vila de Sal Rei. Desde 2008, no espaço de um ano, a população deste bairro duplicou, alojando neste momento cerca de 4.000 pessoas em condições de vida e salubridade extremamente precárias. Os problemas ligados à acumulação de lixo, a águas estagnadas e a dejectos tornam este local um potencial foco infeccioso grave para toda a população de Sal Rei, comprometendo a sustentabilidade do desenvolvimento da Ilha e do Arquipélago, e trazendo apreensivas as autoridades, sem que contudo tenham encontrado soluções adequadas para lhes fazer face. Acresce-se a toda esta situação a influência da crise financeira internacional, que se faz sentir na redução ou mesmo falência de muitas das empresas que laboram na área do turismo e da construção civil, repercutindo-se na elevação da taxa de desemprego, fundamentalmente entre a população migrante.

Pela natureza ainda resguardada e calma, com extensos areais, de toda a zona costeira da Boavista, esta ilha propicia condições para alimentação e “nursery” de muitas espécies marinhas, entre elas as tartarugas. No arquipélago de Cabo Verde encontram-se cinco das sete espécies de tartarugas marinhas identificadas a nível mundial, nomeadamente Caretta caretta, Lepidochelys olivacea, Eretmochelys imbricata, Dermochelys coriacea, Chelonia mydas). Todas estas espécies constam do Anexo I da Convenção CITES - Convenção Internacional sobre o Comércio Internacional de Espécies Selvagens de Flora e Fauna Ameaçadas de Extinção - e integram a lista vermelha da IUCN - União Internacional para a Conservação da Natureza – de espécies ameçadas de extinção (ou mesmo criticamente ameaçadas, como é o caso da Eretmochelys imbricata e da Dermochelys coriacea) cf. www.iucnredlist.org. Em Cabo Verde, o Projecto Natura 2000 iniciou actividades para proteger as tartarugas marinhas em 1999, nomeadamente as Caretta caretta (que desovam neste arquipélago), sendo o país que tem a terceira maior população desta espécie a nível mundial. No entanto, essa importante tarefa tem sido levada a cabo sem integrar e envolver adequadamente a população local, constituindo um obstáculo à boa aceitação de algumas das proibições impostas a práticas tradicionais como a pesca para alimentação destes animais e dos seus ovos.

A conjugação e parceria com a Vereação de Ambiente da Câmara Municipal da Boavista (CMB), desde o início da organização e durante o desenvolvimento da actividade de ambiente, foram determinantes para o bom êxito do Projecto Cabo Verde, também na dimensão ambiental. As reuniões do grupo organizador com o Vereador Dr. Joaquim Andrade e com a Directora de Ambiente / Coordenadora da Equipa Técnica do Plano Ambiental Municipal Dr.ª Dorys Rendall permitiram definir objectivos-chave conjugados com a actuação das autoridades municipais, facilitando a criação de sinergias tendo em vista o bem-estar da população de Sal Rei a médio-longo prazo.

Todas as actividades contaram também com o parecer e apoio de ONG locais, nomeadamente do Clube Ambiental da Boavista (CAB) e da Turtle Foundation.

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Número de pessoas abrangidas

As actividades programadas foram dirigidas a todas as crianças e jovens de idades compreendidas aproximadamente entre os 4 e os 16 anos inscritos no Projecto Cabo Verde 2008 (no total aproximadamente 200) e directa ou indirectamente toda a Vila de Sal Rei foi alcançada pelas acções levadas a cabo.

Objectivos

Os objectivos para 2009 deram continuidade aos estabelecidos para 2008, no sentido de sensibilizar a população da Vila de Sal Rei para a sua responsabilidade:

- no esforço geral por um ambiente com qualidade e, consequentemente, pela melhoria da saúde, com particular incidência para a problemática dos resíduos sólidos;

- na melhoria concreta do ambiente marinho e costeiro, se necessário deixando hábitos ancestrais como os de deitar as águas sujas e o lixo doméstico ao mar;

- na conservação da diversidade biológica, nomeadamente de espécies em vias de extinção que escolhem a Boavista como habitat durante parte do seu ciclo de vida, mais concretamente as tartarugas marinhas.

Através de actividades lúdicas e simultaneamente pedagógicas, e explorando mais intensamente a relação desta Vila com o mar, procuraram-se passar as seguintes mensagens para a população em geral:

• o mar e as ruas limpas são bons para a saúde e para o ambiente; • o lixo deve ser colocado nos contentores, se possível dentro de sacos; • as tartarugas são património natural valioso para Cabo Verde e para a

Boavista; não é bom nem para o País nem para a Ilha caçar ou comer carne de tartaruga ou os seus ovos.

Para as organizações governamentais e não governamentais procurou-se passar a ideia de que “com pouco pode fazer-se muito”, desde que haja conjugação de esforços e cooperação face a objectivos de bem comum partilhados, aliados à iniciativa e criatividade.

Actividades desenvolvidas

As actividades de ambiente do Projecto Cabo Verde 2009 cumpriram, genericamente, os objectivos propostos. A continuidade do Projecto permitiu, aliás, verificar uma melhoria patente em relação ao ano anterior, com resultados concretos como o aumento da frequência na recolha de lixo e uma maior aceitação por parte da população e das instituições da Boavista às mensagens transmitidas.

Para se atingirem estes objectivos, diariamente entre as 17h00 e cerca das 19h foram organizadas múltiplas acções de educação ambiental com as crianças e jovens do bairro – em média cerca de 100 por dia -, de idades compreendidas entre os 4 e os 16 anos.

A incidência directa das actividades num público-alvo jovem resulta da experiência generalizada de que, na sociedade, são as crianças quem mais estão empenhadas

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em proteger o ambiente e, ao influenciarem os seus familiares para fazerem escolhas sustentáveis, são quem mais promove a mudança.

Sendo actividades de dinamização de um grupo muito numeroso, foi muito importante ter havido uma planificação rigorosa e simultaneamente muito diversificada anterior ao início das actividades. A experiência do ano anterior facilitou uma melhor adaptação às circunstâncias reais, optimizando a sua realização e a consecução dos objectivos estabelecidos.

Para um maior rendimento pedagógico e melhor acompanhamento personalizado dos participantes, foram criados 5 grupos à semelhança do ano anterior, cada um dos quais com o nome científico das 5 espécies de tartarugas marinhas que se podem encontrar em Cabo Verde.

Neste ano procurou-se também cooperar na criação de condições físicas para a concretização das mensagens transmitidas nas actividades e nas músicas, nomeadamente no que se refere aos resíduos sólidos, criando mais postos de deposição dos mesmos, nomeadamente nas praias.

A interacção com a Vila de Sal Rei foi muito grande e, dado o cariz de muitas das actividades levadas a cabo, foi-se significativamente além da formação directa dos participantes, atingindo toda a população.

PROGRAMA GERAL DAS ACTIVIDADES DE AMBIENTE

DIA

DATA

ACTIVIDADE

LEMA DO DIA

1 03.08

2ª feira

Reunião do “núcleo duro” da actividade de ambiente com o Vereador do Ambiente da Câmara Municipal da Boavista, Dr. Joaquim Andrade, e a Directora de Ambiente / Coordenadora da Equipa Técnica do Plano Ambiental Municipal, Dr.ª Dorys Rendall. Foi feita uma avaliação da acção do Projecto Cabo Verde em 2008 e foram discutidas as propostas de actividades para 2009 de acordo com prioridades e necessidades de Sal Rei. Identificaram-se como os dois temas fortes a desenvolver o tratamento de resíduos sólidos e a biodiversidade marinha.

Marcha ambiental de divulgação com as crianças pela Vila, seguida de apanha selectiva de lixo na Praia Estoril com equipamento adequado (contabilização separada de plásticos, papéis, latas) e de um concurso de esculturas na areia (tema: vassouras), premiando-se as maiores quantidades recolhidas e a imaginação demonstrada.

Estamos aqui para trabalhar e a Boavista vamos limpar Força, força, tartarugas!

2 04.08

3ª feira

“Mostra e conta” na Praia Estoril: recolha de fauna e flora marinha em “aquários” improvisados com garrafas de água, premiando os grupos que apanharam maior variedade e que apresentaram contos sobre o mar com maior criatividade

Maior biodiversidade, mais felicidade

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DIA

DATA

ACTIVIDADE

LEMA DO DIA

3 05.08

4ª feira

Inquérito porta-a-porta aos habitantes de Sal Rei sobre resíduos e biodiversidade, enquadrado no tema mais genérico da relação entre a população, o mar e a praia.

Para proteger é preciso conhecer

4 06.08

5ª feira

Realização de diversos jogos alusivos ao ambiente na praça central de Sal Rei, muitos deles adaptando ao ambiente jogos tradicionais: jogo das gotas de água, barra do lenço, sonar, camaleão e bowling.

Mesmo a jogar do ambiente queremos cuidar

5 07.08

6ª feira

“Peddy-Paper” no bairro, com percursos e perguntas alusivas ao ambiente e à cidadania, com pedido de sugestões de melhoria para apresentar ao Presidente da Câmara.

Juntos a trabalhar, o ambiente vamos ajudar

6 08.08

Sábado

Mega evento ambiental: Limpeza do ilhéu com as crianças e jovens, chamando a atenção para o facto de que o lixo deitado no mar acaba em terra, em simultâneo com a limpeza da Praia Diante pela população local e turistas, e com a pintura de parte do muro do campo de basquete (tema alusivo à protecção das tartarugas marinhas). Estas actividades contaram com a colaboração directa da Turtle Foundation, do Clube Ambiental da Boavista e da Câmara Municipal da Boavista, apoiados por diversos parceiros destas organizações.

Seguiu-se um almoço oferecido a todos pela CMB e Turtle Foundation.

Foi feita uma entrevista aos organizadores – em concreto do Projecto Cabo Verde e da Turtle Foundation -, que passou na Televisão de Cabo Verde.

Praia limpa tem mais pinta

7 10.08

2ª feira

Gincana na praia com diversos jogos usufruindo de um espaço limpo entre-marés.

Limpeza é beleza

8 11.08

3ª feira

Início da pintura de murais: metade do muro da Praia Diante; parte do muro do campo de basquetebol, retoque do muro de 2008 e metade da fachada da OMCV. Recuperação e pintura de bidons de combustível oferecidos. Esta actividade permitirá manter vivas as mensagens que se procuraram transmitir durante estes dias, nomeadamente as relativas à necessidade de dar um destino adequado aos resíduos sólidos e de preservar a biodiversidade marinha, em concreto as tartarugas marinhas.

Se és amigo da Boavista não há sujidade que resista

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DIA

DATA

ACTIVIDADE

LEMA DO DIA

9 12.08

4ª feira

Continuação da pintura de murais e bidons. Se do lixo tratar a saúde vai melhorar

10 13.08

5ª feira

Festival de encerramento das actividades do Projecto Cabo Verde 2009. Apresentação de um número musical que recolheu as diversas canções e slogans usados pelos cinco grupos de crianças (com os nomes das cinco espécies de tartarugas marinhas em Cabo Verde).

Limpar? Prefiro não sujar!

11 14.08

6ª feira

Finalização da pintura de murais e dos bidons do lixo, com a sua colocação nas praias Diante e Estoril, tendo alguns sido deslocados para o Festival Praia d’Cruz, a decorrer nesse fim-de-semana.

Ambiente é para toda a gente

Durante a estadia na Ilha da Boavista no mês de Agosto de 2009, e tendo como objectivo apoiar e dar continuidade ao longo de todo o ano a actividades do tipo das empreendidas, a equipa do Ambiente procurou transmitir todas as experiências adquiridas neste e noutros projectos semelhantes a diversos agentes de dinamização local:

• Antes de mais, à Vereação de Ambiente da CMB, que enquadrou tudo o que foi realizado;

• Ao CAB e à Turtle Foundation, com os quais se contou em várias actividades;

• À Delegada Escolar (Dr.ª Élida Mosso), que de modo especial irá lidar com a população infantil e juvenil, e seus formadores.

A todos eles se deixou algum material informativo e de apoio a actividades de educação ambiental e para a sustentabilidade oferecido pela APA - Agência Portuguesa do Ambiente.

Balanço do trabalho levado a cabo

Com base nas experiências recebidas do Projecto Cabo Verde na área do ambiente em anos anteriores, sobretudo do ano de 2008 (pois decorreu igualmente na Ilha da Boavista), foi possível realizar um programa eficaz em relação aos objectivos delineados.

A vertente organizativa e a assertividade das actividades empreendidas foram uma vez mais testadas com êxito, de que são testemunho a tabela anterior e as fotografias em anexo.

Destaca-se uma vez mais o êxito dos inquéritos feitos pelas crianças à população – além de ser uma fonte de informação, contribui para consciencializar algumas

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mensagens e levar as mensagens ambientais aos adultos -, e o impacte positivo da actividade inovadora “Mostra e Conta” associada à invenção de contos sobre o mar com as personagens da biodiversidade marinha identificadas. A gincana na praia também resultou bastante bem, mas podia-se ter dado um cariz mais ambiental às árias etapas.

No entanto, a variedade e a quantidade de acções programadas excederam a capacidade de intervenção in loco da equipa do Projecto Cabo Verde em Sal Rei. Dado interesse de todas elas, será desejável dar-lhes continuidade com as organizações governamentais e não governamentais locais, concretizando-as desde já ou em ocasiões subsequentes. Entre estas acções referem-se:

- Colocação de um placard no Ilhéu apelando à preservação da sua limpeza;

- Divulgação do local identificado pela CMB como adequado para a colocação de vidro, a fim de que este possa ser recolhido e reutilizado em materiais de construção civil (no futuro será um “vidrão”);

- Elaboração de folhetos para distribuir porta-a-porta (com especial incidência no Bairro das Barracas e na zona dos pescadores) com indicações concretas apelando de modo apelativo a uma participação activa de todos para melhorar o ambiente;

- Conferência / workshop sobre “O papel das empresas no desenvolvimento sustentável da Boa Vista” destinada a empresas na área do turismo e da construção civil, programada para incluir visionamento de partes do filme "Uma Verdade Inconveniente", palestras sobre “Os 3 pilares do desenvolvimento sustentável” e sobre “A responsabilidade social das empresas”, finalizando com uma apresentação de casos concretos de bons e maus exemplos ("blame & shame") na Ilha e em Cabo Verde, seguida de debate;

- Terminar de pormenores das pinturas murais efectuadas (testemunhos escritos sobre a impressão das mãos com os "compromissos com o ambiente"; parte final do desenho do muro do campo de basquetebol; retoques finais no muro da praia Diante);

- Implementação de uma gestão mais eficiente e sustentável da remoção de resíduos domésticos pela CMB da zona do Bairro das Barracas – a denominar por Bairro de Chã de Sal, remontando ao nome inicial daquela área - , através de uma cidadania participativa e responsabilidade partilhada entre todas as forças locais e etnias presentes.

Atribuímos a não concretização da maioria destas acções fundamentalmente a uma limitação de disponibilidade de tempo por parte da equipa de voluntárias do Projecto Cabo Verde durante o período de estadia em Sal Rei, mas também a alguns aspectos de logística que poderiam ter sido melhor endereçados (demasiado tempo perdido à procura de tintas, dificuldade no contacto com o Presidente da Câmara para desbloquear data de concretização do workshop, etc.). Tudo isto apesar do interesse e empenho da Vereação do Ambiente.

Uma vez que toda a dinâmica desenvolvida em torno das actividades de ambiente foi criada em conjunto e/ou com o conhecimento da Direcção de Ambiente da CMB, concretamente com a Dr.ª Dorys Rendall, que os acolheu favoravelmente, assim como com ONG como o CAB e a Turtle Foundation, consideramos que muitas das ideias debatidas e projectos elaborados poderão ir sendo gradualmente postos em prática.

Por tudo isto e pela grande receptividade da população ao trabalho levado a cabo, considera-se que será uma mais-valia a existência do “Projecto Cabo Verde 2010” na Ilha da Boavista.

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Perspectivas futuras

Tendo em conta a possibilidade de repetir o Projecto Cabo Verde na Ilha da Boavista - o que tem elevada probabilidade de acontecer dada a grande adesão da população, a receptividade das entidades locais e o seu impacte global positivo - e a fim de manter o nível de qualidade do Projecto dos anos anteriores na área do Ambiente, além dos aspectos que ficaram por concretizar já referidos, foram identificados alguns aspectos que podem ser melhorados e âmbitos de acção que podem ser alargados:

2. Continuar a rentabilizar a interface permanente com o oceano da Vila de Sal Rei, dirigindo muitas das actividades para a beira-mar, alertando as crianças para a sensibilidade dos ecossistemas da Boavista às pressões antrópicas. Para obviar a grande dispersão das crianças, nomeadamente para o mar ou para outras zonas da vila, o que naturalmente ocorre, as actividades deverão ter um acréscimo de preparação, e a utilização de um megafone é recomendável.

3. Transmitir conhecimentos sobre o ambiente mais teórico-científicos, mas num contexto prático, p. ex. com aulas / actividades ao ar livre e em pequenos grupos (tal como a actividade deste ano “Mostra e Conta”). Este aspecto deve ser preparado com antecipação, mas com o apoio de informação autóctone – a vereação de Ambiente já forneceu um ficheiro sobre a fauna ictiológica de Cabo Verde.

4. Aumentar o repertório de canções com mensagem ambiental e de protecção da saúde.

5. Actualizar um quadro diário com as pontuações dos diversos grupos nas várias tarefas classificáveis, de modo a estimulá-los e a aumentar a competitividade entre grupos e a solidariedade no próprio grupo.

6. Variar o tipo de jogos, introduzindo jogos tipo “Quiz”. Aproveitando o anfiteatro ao ar livre, proporciona-se simultaneamente a oportunidade para promover o trabalho organizado e em equipa, a disciplina e o cumprimeto de regras; aqueles em que intervier uma parte escrita, serão também ocasião de melhorar a expressão escrita do português, língua oficial de Cabo Verde.

7. Fazer acções de formação para adultos ao final do dia, aproveitando o facto de estarem disponíveis e acompanharem os seus filhos em actividades lúdicas (p. ex. Peddy-paper familiar, conferências sobre temas específico, visionamento de algum filme comentado, …). Desta forma consideramos que os valores ambientais poderão ficar mais arreigados na sociedade boavistense.

8. Propor actividades para o grupo de jovens com 16 – 20 anos, não actividades lúdicas como habitualmente se tem feito para idades inferiores, mas sim actividades que apelem à consciência social, isto é, atribuindo-lhes pequenas responsabilidades relacionadas com o ambiente e com atitudes de cidadania activa, desenvolvendo o sentido crítico e reflexivo. Deste modo poderão abrir-se “janelas de oportunidade” para que esses jovens não enveredem pelo vandalismo, alcoolismo, etc. Havendo monitoras da área do desporto, ensinar-lhes alguns desportos tais como natação (visto que existem as condições necessárias com o “mar à porta”), voleibol, ténis, basquetebol (sempre num campo de jogos), e simultaneamente com o passar de informações e regras das várias modalidades, transmitir-lhes o sentido de disciplina, responsabilidade, espírito de equipa, “fair play”, etc.

9. Tendo sido constatado que os resíduos encontrados no ilhéu provinham não só da utilização doméstica mas também da actividade da construção civil,

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será este um grupo alvo a atingir, com meios que deverão ser oportunamente estudados.

10. Consideramos importante cruzar a acção de sensibilização ambiental com a área da saúde procurando reduzir comportamentos que penalizam o ambiente resultantes de um consumo de álcool excessivo (diariamente encontram-se espalhadas pelas ruas e muros centenas de garrafas de cerveja, etc.).

11. Por serem as zonas mais afectadas pela poluição, e por vezes as mais insalubres e esquecidas, pensamos que o futuro Projecto deverá continuar a fazer incidir mais a sua acção no Bairro das Barracas e também na zona dos pescadores da Vila. Nesta última ainda se verificam costumes ancestrais avessos a comportamentos cívicos, como o “balde das nove” – quando são deitados para o mar os dejectos e todo o tipo de lixo efectuado durante esse dia – e a convicção de que “o mar leva tudo”.

Sugestões ao Presidente da Câmara de Sal Rei

Registam-se as principais sugestões para melhorar o ambiente em Sal Rei que foram dadas pela população durante o Inquérito e o Peddy-Paper feitos na Vila:

• Colocar mais caixotes e contentores para o lixo;

• Fazer uma recolha mais frequente do lixo dos contentores;

• Promover a recolha selectiva de resíduos: vidro, plástios, latas, orgânico;

• Colocar ecopontos na Vila para recolha selectiva de lixo

• Ensinar como se faz a separação do lixo;

• Escolher melhor a localização dos contentores do lixo;

• Melhorar o estado das ruas e a iluminação;

• Combater o vandalismo;

• Reorganizar o Bairro das Barracas e construir casas novas

• Limpar as praias

• Limpar a Praia de Diante e a Rua de S.ta Bárbara

• Sensibilizar os pescadores e as peixeiras para não deixarem peixes na praia

• Promover mais actividades para jovens

Anexos:

1. Inquérito à população

2. Contos sobre o mar, da actividade “Mostra e Conta”

3. Registo fotográfico

4. Apoios ao Projecto Cabo Verde 2009

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ANEXO 1 

Resultados do inquérito à população 

 

CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA 

Na  tarde do dia 5 de Agosto de 2009  foram  inquiridas 84 pessoas na Vila de  Sal Rei pelos grupos de crianças e jovens participantes nas actividades de ambiente do Projecto Cabo Verde 2009. Os 5 grupos dividiram‐se por 5 zonas, cobrindo toda a parte central de Sal Rei. A maioria das pessoas inquiridas (cerca de 70%) era do sexo feminino e a idade média global de 38 anos, numa amostra que variou dos 20 e os 70 anos. A maioria dos  inquiridos era de origem cabo‐verdiana, da  Ilha de Sal Rei, mas com algumas pessoas eram de outras  ilhas do arquipélago. Foram ainda entrevistadas 4 pessoas da Guiné, 1 do Senegal e 1 de  Itália. Relativamente ao grau de escolaridade, uma parte da população  inquirida  tinha a 4ª classe  (36) e outra parte estudos  superiores  à  4ª  classe  mas  inferiores  ao  secundário  (38),  tendo  ainda  sido entrevistados 5  licenciados e 5 pessoas que não estudaram. Vinte das pessoas entrevistadas estavam desempregadas. Em média vivem 5 pessoas em cada agregado habitacional.  

 

 

 

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ANÁLISE DOS RESULTADOS  

Relação com o mar 

A  relação da população de  Sal Rei  com o mar é muito próxima, manifestando‐se em  várias vertentes.  A  maior  parte  das  pessoas  entrevistadas  (73)  utiliza  a  praia  frequentemente, deslocando‐se até lá 3x por semana, em média. O peixe é a base da alimentação, sendo, com o marisco, os produtos do mar mais consumidos – cerca de 4kg por semana. É na Praia de Diante que a maioria das pessoas o adquire. Pela auscultação de várias peixeiras vendedoras nesse local,  a  abertura  da  nova  peixaria  é  bem‐vinda  e  o  seu  início  de  laboração  esperado  com expectativa,  por  vir  permitir  melhorar  substancialmente  os  actuais  padrões  de  higiene  e salubridade, actualmente precários,  fontes de poluição e doença. Quanto à carne e ovos de tartaruga, a maioria das pessoas entrevistadas acha que não deve ser consumida e, de facto, ninguém assumiu que o tivesse feito no ano transacto. 

 

 

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Produção e tratamento de resíduos 

Apesar de, na Vila de Sal Rei, a maioria das casas ter instalações sanitárias e existirem diversos contentores e caixotes do lixo, muitas das pessoas inquiridas ainda vão deitar as águas sujas ao mar ou mesmo na  rua.  Já em  relação ao  lixo doméstico a maioria dos entrevistados  referiu usar os contentores e, quando vão à praia, apesar de até 2009 não existirem recipientes para o lixo, guardam aquele que produzem para posteriormente o colocarem nos locais devidos. É de referir que a maioria da população se apercebeu do esforço das autoridades em aumentar o nº de  contentores  e  caixotes  do  lixo  e  a  frequência  do  seu  despejo.  A  quase  totalidade  dos inquiridos usaria caixotes de lixo caso estes existissem na praia. 

 

 

 

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Motivação para a participação cívica 

Encontrámos interesse em participar em campanhas de melhoria ambiental da Boavista entre a maioria das pessoas que foram inquiridas, nomeadamente em campanhas de recolha de lixo. Ou  seja,  encontrou‐se  um  potencial  de  participação  e  cidadania  activa,  o  que  se  pode considerar  muito  positivo.  Contudo,  existem  ainda  muitas  pessoas  (cerca  de  metade  das entrevistadas)  que  desconhecem  a  existência  de  uma  ONG  de  ambiente  na  Boavista, nomeadamente  do  Clube  Ambiental  da  Boavista  (CAB), mas  19  das  pessoas  entrevistadas (23%)  afirmam  inclusive  já  terem  participado  em  acções  por  ele  promovidas.  Ainda  é  do desconhecimento  da  população  a  existência  de  uma  empresa  que  reutiliza  o  vidro  usado incorporando‐o  em materiais  de  construção,  o  que  sugere  uma melhor  e mais  concertada divulgação desta  iniciativa particular; a CMB reconhece‐a e já  identificou o  local onde o vidro para  reciclar  pode  de modo  organizado  ser  colocado;  formalizando‐se  a  parceria  pública‐privada, fica por fazer uma informação adequada à população, sendo desejável que, em futuro próximo, se adquiria a estrutura própria para receber este tipo de resíduos: um “vidrão”. 

 

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Projecto Cabo Verde INQUÉRITO 2009

Inquérito às atitudes e comportamentos face ao Ambiente e à Saúde

A - CARACTERIZAÇÃO 1. Idade:

2. Sexo: Feminino………….Masculino………….

3. Nacionalidade:…………………………………

4. Nível de escolaridade ………

5. Trabalha? SIM……NÃO…….. Profissão: …………………….

6. Quantas pessoas vivem em sua casa?……………………………

B - RELAÇÃO COM O MAR 1. Costuma ir à praia? SIM……. NÃO……. 2. Se sim, quantas vezes por semana? 3. Qual a base da sua alimentação, ou o que costuma comer mais? PEIXE…. CARNE… TARTARUGA… FEIJÃO…. GRÃO… FRUTA…. LEGUMES… UMA MISTURA DE TUDO ISTO EQUILIBRADO….. 4. Que tipo de produtos do mar consome? ……………………………………………………………. 5. Que quantidade de produtos do mar consome por semana (em kg)? …………………… 6. Onde compra o peixe? DIRECTAMENTE NO PONTÃO…. NO MERCADO… NO SUPERMERCADO…. NAS PEIXEIRAS DA PRAIA DIANTE… 7. Comeu tartaruga durante este último ano? SIM… NÃO….. 8. Se sim, mais ou menos que no ano anterior? MAIS… MENOS… IGUAL… 9. E onde comprou? …………………………………………………………… 10. Acha bem comer tartaruga ou os seu ovos? SIM… NÃO…. 11. Pode dar-nos uma receita culinária com produtos do mar?

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12. Tem alguma história relacionada com o mar que nos possa contar? C – PRODUÇÃO E TRATAMENTO DE RESÍDUOS 1. Onde deita o lixo? NO CONTENTOR… NO MAR, AO FINAL DO DIA (‘BALDE DAS 9’)… NA RUA… 2. Se usa o ‘balde das 9’ onde o despeja? ……………………….. 3. Tem casa de banho? SIM… NÃO… 3.1. Se não, onde vai fazer as suas necessidades?................................................... 3.2. E onde despeja a agua suja? NO CONTENTOR… NA RUA…. NO MAR… 4. Quando vai a praia onde despeja o lixo? NO MAR… NUM SACO E LEVO PARA CASA… NUM SACO E DEIXO NA PRAIA… NO CAIXOTE DE LIXO PUBLICO… DEIXO NA AREIA 5. Se existissem caixotes de lixo na praia, utilizava-os? SIM… NÃO… 6. Notou alguma melhoria neste último ano:

- na quantidade de contentores e caixotes do lixo disponíveis: SIM… NÃO… - na frequência da recolha do lixo: SIM…. NÃO…

D – MOTIVAÇÃO PARA A PARTICIPAÇÃO CÍVICA – AMBIENTAL 1. Se houvesse uma campanha de recolha de lixo, participaria? SIM… NÃO…. 2. Sabia que na Boa Vista já se faz reutilização dos vidros (garrafas, etc) para incorporar no material da construção civil? SIM… NÃO… 2.1. Se sim, já contribuiu? SIM… NÃO… 3. Sabe que existe uma organização não governamental de ambiente, o Clube Ambiental? SIM… NÃO… 4. Já alguma vez participou em actividades do clube do ambiente, ou de outra sobre ambiente? SIM… NÃO… 5. Se pudesse mudar alguma coisa em Sal Rei, o que seria?

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PEDDY PAPER EM SAL REI 2009 CIRCUITO 1 Bem-vindo ao mais espectacular jogo do ambiente! Para ganhar têm de ser muito rápidos, e responder acertadamente às próximas perguntas. AH!! E PRESTEM MUITA ATENÇÃO… ao longo do percurso vão encontrar 4 tarefas mistério que têm de cumprir com MUITO empenho! Vão para a zona mais central da vila… 1. Quantos candeeiros conseguem contar? Repuxos? Caixotes do lixo? Contentores? Dirijam-se ao edifício onde trabalha o senhor Djo Pinto 2. Qual o nome do vereador do Ambiente?

3. Já agora, digam os nomes do Presidente da República e do Primeiro Ministro de Cabo

Verde Mmmmmm… está-me mesmo a apetecer uma fruta fresquinha… e preciso de legumes para o jantar… Onde é que os posso comprar? 4. Digam o nome de 7 produtos da Boavista? 5. Qual o preço de dois deles. 6. Qual o animal que dá o leite para fazer o queijo típico da Boavista? 7. Que outro nome se dá aos Boavistenses? Já que estamos a pensar em produtos da terra e do mar, gostávamos de saber algumas coisas sobre a biodiversidade na Boavista. 8. Já agora: o que é a biodiversidade?

9. Digam o nome de 5 dos seres vivos que encontrámos na praia do Estoril 10. Digam o nome de mais 3 seres vivos que conheçam e existam nos mares, na terra ou nos

ares da Boavista 11. Comentem a frase do lema ‘Maior biodiversidade, mais felicidade’? Quando queremos brincar e à noite refrescar, onde vamos parar? 12. Quantos candeeiros e caixotes do lixo aqui existem? 13. A quem é dedicada a Igreja católica de Sal Rei? 14. Quando se festeja o feriado municipal? A quem é dedicado? 15. Qual é o próximo feriado nacional? A quem é dedicado?

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Mesmo ao lado da Igreja, na casa da estrela e das luas, espreitem à janela e verão um tapete na parede com a bandeira de um grande país do continente americano e a cara do seu presidente há mais de 40 anos. Qual é o nome do actual presidente desse país? Estava mesmo a calhar um descansozinho… e ouvir um conto era o que mais gostavamos. Escolham um dos contos que mais gostaram de ouvir e expliquem qual era a ideia principal. Se as tartarugas querem proteger, um longo caminho têm de percorrer… Dirijam-se à sede de uma organização de cientistas que estudam as tartarugas da Boavista. Pelo caminho pensem e escrevam… 16. Quais as zonas e ruas mais sujas que encontraram em Sal Rei? 17. Qual o tipo de lixo que mais se recolheu no outro dia na praia? FINALMENTE CHEGÁMOS à sede das tartarugas!!!! 18. Escrevam o nome científico completo, e o nome comum da tartaruga que representam. Vão ter ao jardim infantil mais próximo do liceu… 19. O quer dizer OMCV? 20. Qual o nome da sua presidente? Entrem na loja dos senhores de olhos em bico mesmo aí ao lado… 21. De que continente vêm? 22. Digam o nome de 2 países desse continente. 23. Qual o preço do produto mais barato à venda? 24. Quantas lojas do mesmo tipo existem em Sal Rei? Dirijam-se ao local mais seguro de Sal Rei... Vejam se conseguem descobrir… 25. Qual o nome do comandante? 26. Quantas pessoas trabalham aqui? E em toda a ilha? 27. De quantas horas são os turnos? De quantas pessoas? 28. Qual o procedimento utilizado quando se apanha um ASSASSINO de tartarugas? Quanto

vale a multa?

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Procurem o edifício onde podem ir à Internet, o mais próximo da escola…Aqui, tentem responder às próximas perguntas. 29. Quantos computadores existem? 30. Quanto custa 1hora/ 30 minutos / 15 minutos na Internet, para estudantes? 31. Qual é a capacidade de lugares sentados do auditório? 32. Quem está pintado no quadro da entrada? 33. Qual é o tema da próxima reunião a realizar-se aqui? Quando é? Quando querem jogar futebol… 34. Como se chama o Polivalente? Quem foi? 35. Quantos lugares sentados existem no Polidesportivo? 36. Quantas equipas federadas existem na Boavista? E em Sal Rei? 37. Qual o nome do presidente da Associação Regional de Futebol da Boavista? E se nos queremos refrescar, um bom banho vamos tomar…mesmo ali em DIANTE! Enquanto não chegamos… Perguntem às peixeiras: 38. Quantos tipos de peixe vendem? 39. Que tipo de peixe vende mais? 40. Hoje, qual o preço do quilograma de garoupa? 41. Já visitaram a nova peixaria? O que falta para abrir? E queremos ter a vossa opinião: 42. Escrevam 3 coisas positivas e 3 negativas do turismo na ilha. 43. Qual a coisa pior e a coisa melhor do Djéu? 44. Quais são os estilos musicais típicos da Boavista? 45. Diga o nome de 3 cantores cabo-verdianos conhecidos? PARABÉNS, CHEGARAM AO FIM!! Mas não pensem que se vão embora assim…! Para ajudar o presidente da Câmara como melhorar o ambiente da Boavista, dêem duas ideias. Inventem, e cantem para as monitoras, uma música que contenha o lema de hoje. Ainda te lembras?

SE ÉS AMIGO DA BOAVISTA, NÃO HÁ SUJIDADE QUE RESISTA!!!

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ANEXO 2 

Contos sobre o mar 

 

 

 

Estes  textos  foram  elaborados  pelas  crianças  e  jovens  participantes  nas  actividades  de ambiente do Projecto Cabo Verde 2009, no âmbito da acção “Mostra e Conta”, decorrida na Praia  do  Estoril  no  dia  4  de  Agosto  de  2009.  Depois  de  identificarem  o maior  número  de espécies  de  fauna  e  flora  marinhas  e  de  se  ter  chamado  a  atenção  para  a  riqueza  da biodiversidade marinha, colocando‐as em “aquários” provisórios antes de serem devolvidas ao mar,  cada  um  dos  5  grupos  elaborou  e  apresentou  aos  restantes  vários  contos  em  que  os personagens eram as espécies encontradas.  

 

 

 

 

 

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Volta ao mundo do coral em 80 dias 

Era uma vez um pequeno coral que andava feliz  e  contente  agarrado  à  sua  família numa  qualquer  costa  africana.  Certo  dia veio  um  tsunami  e  arrancou  o  pequeno coral. Viajou 80 dias até que chegou a uma zona do fundo do mar muito poluída. Foi aí que  encontrou  um  peixinho  que  ficou  seu amigo. Um dia, em conversa, decidiram em conjunto que  iriam  limpar o fundo do mar. Chamaram então a Sr.ª Baleia e meteram dentro  da  sua  boca  todo  o  lixo  do  mar. Nadou até à costa e devolveu aos humanos o  que  era  dos  humanos:  o  lixo.  Assim ficaram  todos  mais  felizes  porque  o  mar estava de novo limpo. 

 Os caçadores de caranguejos 

Um dia o Roni estava na praia a brincar nas rochas  aos  caçadores  de  caranguejos.  Ao apanhar um  caranguejo este mordeu‐o no dedo,  escapando  de  ser  apanhado.  O caranguejo, ao voltar para o fundo do mar, reuniu‐se  com  os  outros  caranguejos  e planearam  um  ataque  aos  caçadores  de caranguejos. No dia combinado, quando os caçadores estavam à caça de caranguejos, atacaram‐nos.  Os  caçadores  fugiram  com medo e aprenderam uma vez por todas que têm que respeitar os animais marinhos.  

 Tartarugas e crianças juntos 

Era uma vez uma tartaruga Caretta careta que  vivia no mar da  Ilha da Boavista. Um dia a tartaruga foi ter com os seus amigos para brincar. A tartaruga Careta era amiga de todos os animais e plantas do mar: dos peixes,  dos  caranguejos,  das  lapas,  das algas,  dos  ouriços,  …  Mas  nesse  dia  os amigos  da  tartaruga  estavam  cansados  e tristes.  Quando  disseram  à  tartaruga  que 

estavam doentes por  causa do  lixo que as pessoas  deitavam  no  mar,  a  tartaruga encheu‐se  de  coragem  e  foi  falar  com  os pescadores  da  praia.  Contudo,  eles  não quiseram ouvi‐la. A  tartaruga afastou‐se e começo a  chorar, muito  triste. Entretanto, dois  meninos  que  brincavam  na  praia animaram‐na e foram ter com ela. Quando falaram,  perceberam  que  tinham  que  a ajudar a salvar o mar. Por isso foram todos para  a  rua  e  cantaram  muito  alto  para todos os ouvirem: “Sou tartaruga e vivo no mar.  Se  és  meu  amigo  não  me  podes matar”.  As  pessoas  da  ilha  perceberam então e nunca mais deitaram lixo no mar. 

 

Mais biodiversidade, maior felicidade 

No mar da Ilha da Boavista existem muitas tartarugas:  as  caretas,  as  coriácias,  as imbricatas,  as mydas  e  as  olivácias.  Estas tartarugas não eram lá muito amigas entre si e andavam sempre a discutir sobre quais eram  as mais  bonitas.  Um  dia,  os  outros animais  do  mar,  já  cansados  de  tantas discussões, reuniram‐se e foram ter com as tartarugas  e  disseram‐lhes:  “Já  se esqueceram  do  que  as  monitoras  do Projecto  Cabo  Verde  disseram?  Quanto mais  biodiversidade, maior  felicidade!”.  A partir daquele dia as  tartarugas passaram a  ser  mais  amigas  e  a  valorizar  as diferenças entre elas.  

 A união faz a força 

Era uma vez um peixinho que ao nadar no mar  ficou  preso  num  plástico  sem conseguir sair. Encontrou um caranguejo e pediu‐lhe  ajuda.  Este,  sozinho,  não conseguiu salvá‐lo, e por isso chamou outro caranguejo.  Os  dois  caranguejos  não conseguiram libertar o peixinho do plástico 

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e  chamaram  o  ouriço.  Os  três  juntos conseguiram  finalmente  libertar  o  belo peixinho e, depois de devolverem o plástico a  terra,  voltaram  todos  a  nada  pelo  lindo mar.  

 Limpeza é beleza 

Era uma vez um senhor que tinha uma casa em  cima  do mar  e  sempre  que  tomava  o pequeno‐almoço na varanda atirava o  lixo para o mar. Certo dia quis ir fazer mergulho para apanhar búzios, mas encontrou tanto lixo  no  mar  que  não  conseguiu  apanhar nenhum. Voltou triste para casa e chegou à conclusão  que  nunca mais  iria  deitar  lixo para o mar, para assim poder voltar a fazer mergulho de que tanto gostava. 

 Juntos podemos melhorar 

Os homens de Sal Rei gostavam  imenso de apanhar e comer tartarugas. Mas cada vez que  apanhavam  e  tiravam  uma  tartaruga do mar, os outros seres vivos que moravam lá ficavam muito tristes. Os meninos de Sal Rei,  que  brincavam  diariamente  com  os amigos do mar, ficaram também tristes ao saber  isso  e  foram  dizer  aos  homens  e  a toda  a  ilha  para  nunca  mais  comerem tartaruga. E conseguiram que assim fosse! 

 Cadeia alimentar 

Num  dia  de  Verão  a  família  Ramos,  uma família  de  caranguejos,  decidiu  encontrar‐se  para  uma  bela  almoçarada.  A  ementa seria uma caldeirada de peixe …, era então preciso  ir  à  pesca!  Assim  foi.  O  casal responsável pela preparação do almoço foi à  pesca.  Foram  a  uma  zona  escondida  de lindas  plantas  marinhas  e  corais  e  lá pescaram  um  grande  peixe,  …  o  pobre 

Óscar!  O  Óscar  foi,  pois,  o  almoço  da família Ramos e que bela almoçarada!  

Melhor  para  o  mar,  melhor  para  as pessoas 

Era  uma  vez  um  pescador  de  Sal  Rei  que costumava ir pescar para a Praia de Diante. Um dia enquanto pescava saltou um peixe do mar que gritou “Olá” para o pescador. O pescador,  que  ficou  bastante  assustado, largou logo a sua cana. Logo depois o peixe saltou  para  dentro  do  balde  do  pescador, que  de  tão  pasmado  não  saiu  do  lugar,  e começou a conversar com ele: ‐ Ando mesmo  triste com vocês, humanos, que  vivem  na  Ilha  da  Boavista  –  disse  o peixe. O pescador respondeu: ‐ Andas triste connosco porquê? ‐ Porque vocês deitam o  lixo  todos os dias no  mar,  e  assim  a  minha  casa  feita  de corais brancos está preta; as minhas algas preferidas  para  eu  comer  já  quase  não existem  e  as  que  há  têm  um  sabor muito mau – disse o peixe. O pescador disse: Como te chamas? Respondeu o peixe: Chamo‐me Gustavo. ‐  Está  bem,  Gustavo.  Vou  ajudar‐te. Amanhã  volto  com  ideias. Até  amanhã!  – disse o pescador. O peixe respondeu:  ‐ Até amanhã. Durante esse dia o pescador pelo caminho para  sua  casa  a  pensar  e  decidiu  que  iria juntar  toda a população de Sal Rei e  fazer uma grande  limpeza pela praia. E também decidiu  construir  muitos  caixotes  do  lixo para pôr na praia.  Após  uns  dias  de  trabalho  o  pescador voltou a encontrar‐se com o peixe e o peixe agradeceu‐lhe  tudo  o  que  o  pescador  fez por  ele. Mas  o  pescador,  no  seu  interior, pensou que o bem que  fez a peixe  foi um 

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bem ainda maior para ele e para  todos os habitantes de Sal Rei.  

Uma historieta da Vila dos Ouriços 

A  ouriça  Rebeca  e  a  Estela,  ouriça cabeleireira,  encontraram‐se  ao  telemóvel a  partilhar  fofoquices.  Durante  o telefonema a Rebeca  estava‐se a pentear, quando a escova ficou presa no seu cabelo. –  Ah!,  gritou  a  Rebeca.  Estela  assustada pergunta  o  que  tinha  a  Rebeca  e  esta contou‐lhe  o  sucedido.  Estela  convida então  a  sua  amiga  a  cortar  as  pontas espigadas! A Rebeca adorou a ideia. No dia combinado a Rebeca foi ter ao salão da sua amiga, e esta fez‐lhe o corte mais “fashion” lá da Vila dos Ouriços. 

 Todos diferentes, todos iguais 

As  manas  conchas  decidiram  fazer  uma festa para a  comunidade. Começaram por organizar  os  preparativos  procurando  as melhores  algas,  para  fazer  os  melhores efeitos!  Mas  as  algas  revoltaram‐se  …, estavam  fartas  da  vida  boémia!  Assim surgiu um enorme conflito entre as manas conchas  e  as  algas.  Mas  felizmente apareceu o sábio búzio que pôs  termos ao conflito, apelando à paz a à generosidade e partilha  de  todos.  As  algas  ganharam finalmente  os  mesmo  direitos  que  as conchas,  deixando  de  ser  vistas  como  um simples  instrumento decorativo, não sendo valorizadas  apenas  pela  sua  aparência, mas pelo seu coração. 

Aventuras do futuro 

Era uma vez uma Pepita do Mar que vivia na Ilha Géo, e que um dia teve dois filhotes. Mas a Pepita  ficou muito  triste porque os seus  filhos  eram  dois  caranguejos  muito feios, muito diferentes daquilo que a Pepita esperava.  No  entanto,  com  o  passar  do tempo, os dois filhotes cresceram e ficaram muito  fortes!  E  decidiram  assim  construir uma  casa de  corais muito grande e muito bonita  para  a  mãe  Pepita.  A  mãe  ficou muito feliz e decidiu fazer festa para todos os habitantes do mar, onde comeram algas verdes  muito,  muito  gostosas.  Assim viveram todos felizes para sempre! 

 

A escola do mar 

Era  uma  vez  um  caranguejo  que  vivia  no Bairro dos Corais. Na escola ele não  tinha amigos porque era muito tímido. Logo, nos intervalos, estava sempre sozinho. Até que um dia um novo aluno chegou à escola: o búzio.  Então  o  búzio,  vendo  o  caranguejo sozinho, perguntou: ‐ Queres ser meu amigo? E o caranguejo respondeu: ‐ Sim, quero. Então  vamos  jogar  futebol  no  jardim  das algas – disse o búzio. Foram  os  dois  jogar  e  todas  as  outras crianças os seguiram. Foi assim que o caranguejo ficou amigo de todas as crianças da escola.  

 

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Prep

   

paração da actividade de

Registo f

e Ambiente e

fotográfic

e das campan

o das acti

nhas de rua:

ividades realizadas 

AANEXO 3

 

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Recoplás

olha  selectivticos, latas, p

va  de  lixo  napapel e cartã

a  Praia  do  Eão: 

Estoril,  contaabilizando  ee  registando  o  número  de  elementoos  de  cada  tipo: 

 

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   Identificação  de  espécies  de  fauna  e  flora marinha  e  criação  de  contos  com  os  personagens  recolhidos,  do  tipo “Mostra e Conta”: 

 

 

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  Jogoos na praia, eesculturas naa areia, pedddy‐paper na VVila, etc.: 

 

 

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Limppeza do Ilhéuu: 

 

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Pintura de muraais: 

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  Pintura de bidons para o lixo: 

  Festa final das actividades: as tartarugas sempre presentes: 

 

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ANEXO 4 

 

 

APOIOS AO PROJECTO CABO VERDE 2009  ‐ Destaque aos apoios directos às actividades de Ambiente ‐  

 

 

 

Abbott Laboratórios, Lda.  Agência Portuguesa de Ambiente  Águas de Gaia, EM  Águas do Porto, EM  Alves & Alexandre, Lda.  Ana Resende & Arminda Resende, Lda. Associação Bandeira Azul da Europa Babyoga  Barata & Ramilo, S.A. (Parfois)  Caixa Económica de Cabo Verde  Câmara Municipal da Boavista  Cenário Eterno, Arq. e Design de Interiores, Lda.  Clube Ambiental da Boavista  Costa Duarte ‐ Corretor de Seguros, S.A.  Dagoberto da Silva  Delegação Escolar da Boa Vista  Dôrez Ozorio  Embaixada de Cabo Verde  FAMO ‐ Ind. Mobiliário de Escritório, Lda.  Farmácia Boavista  Farmácia Central Cláudia Ramos Unipessoal, Lda.  Farmácia Central Catassol, Lda. Farmácia Cortes Pinto  Farmácia Guimarães  Farmácia Peixinho, Unipessoal, Lda.  Farmácia Pinhais da Foz  Farmácia Ramos  

Farmácia Salutar  Farmácia Saúde  Fundação AJB ‐ A Junção do Bem Fundação Maria António Barreiro Galeria Nazareth's  INFORSAL‐ Informática e Telecomunicações  Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca José de Mello, SGPS, S.A.  Júlia Ribas, Lda.  Lumarca ‐ Representações Lda.  Lusitânia Companhia de Seguros, S.A. Manuel Pedro & Ana Sousa, Lda. Manuela Taxa  Maria José Boutique Lda.  Marlene F. Fernandes, Lda. (BIJU) Orlanda Martins e Ferreira, Lda.  Pneuval ‐ Centro de Pneus, Lda.  Primor ‐ Joaquim Moreira Pinto & Filhos, Lda.  Renova ‐ Fábrica de Papel do Almonda, S.A.  Rita Santos ‐ Porcelanas e Cristais  Sameca TME, Lda.  Sociedade  de  Desenvolvimento  Turístico  das Ilhas de Boavista e Maio  Sogenave, S.A.  Teixeira Trigo, Lda.  Turtle Foundation  Vinhos Cavaca Dourada, S.A.