Amélia_e_Geraldo_Finalizado

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  • A BBLIA, O COTIDIANO DAS COMUNIDADES DE F E AS

    PESSOAS COM DEFICINCIA.

    Histria e consequncias

    Amlia Galan1

    Geraldo Rodrigues

    RESUMO: Este texto tem a inteno de contribuir no esclarecimento acerca da situao das

    pessoas com deficincia no Brasil nos dias atuais. Ao trilharmos um caminho entre o

    conceito de deficincia, importncia do quesito terminologia, e outros pontos, pretendemos

    alm de mostrar a situao das pessoas com deficincia na Igreja e sociedade, contribuir com

    a mudana de mentalidade, levantando elementos para que , num futuro breve, haja a criao

    de uma teologia que contemple a pessoa com deficincia e toda sua integridade e dignidade

    humana. Este artigo, portanto, visa contribuir com as reflexes sobre preconceito e a

    consequente excluso da pessoa com deficincia na igreja e da sociedade, demonstrar algumas

    das origens do preconceito s pessoas com deficincia; alm de delimitar aspectos mticos nos

    conceitos de vergonha, punio divina e demais entendimentos equivocados.

    PALAVRAS-CHAVE: Protagonismo, pessoas com deficincia, valor humano e promoo

    humana.

    INTRODUO

    A leitura da Bblia uma grande oportunidade de transformao para nossas vidas e

    nossas mentes, para isto precisamos buscar aprend-la, desvend-la e trazer tona o que nela

    Vida e promove a qualidade de Vida.

    Desenvolver este trabalho nos deixa muito felizes, pois, principalmente no meu caso,

    como pessoa com deficincia, tambm j sofri muito pela interpretao equivocada ou

    1 Graduanda em Teologia pela Faculdade de Teologia da Universidade Metodista de So Paulo,

    matrcula 193949. Trabalho de Concluso de Curso com vistas obteno de grau de Bacharel em Teologia, sob a orientao da Prof. Dra Elizabete Cristina Costa Renders. E-mail: [email protected]

    Graduando em Teologia pela Faculdade de Teologia da Universidade Metodista de So Paulo, matrcula 176296. Trabalho de Concluso de Curso com vistas obteno de grau de Bacharel em Teologia, sob a orientao da Prof. Dra Elizabete Cristina Costa Renders E-mail: [email protected]

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    muito focada no ser menos. Por vezes, se faz uma leitura bblica entendendo as pessoas com

    deficincia, como pobres coitadas e/ou pessoas castigadas, ou ainda, j salvas por levarem a

    marca da deficincia em seus corpos. No assim que entendemos Deus e sua criao.

    Existem formas muito mais humanas e coerentes de, na leitura bblica, entender O

    Criador. Buscaremos neste trabalho, nos abrir para este entendimento menos inferiorizante

    e assistencialista que na maioria das vezes, com a melhor das intenes, mas acaba

    perpetuando conceitos equivocados e que no so compatveis com as aes do Deus que se

    fez humano e habitou entre ns.

    Queremos neste trabalho resgatar um pouco da histria, tratando de alguns temas

    como: e que deficincia, conceitos, histria deste segmento social (manuteno de ideias e

    avanos), questo cultural em cada perodo, terminologia e caminhos para se pensar de forma

    mais inclusiva em relao s pessoas com deficincia. Digamos que queremos contribuir na

    construo de uma Teologia inclusiva.

    1. AS MENTALIDADES MTICAS E AS DEFICINCIAS: APROXIMAES

    COM O CONCEITO DE DEFICINCIA NA CONTEMPORANEIDADE

    Na matriz judaica, fonte do pensamento proto-cristo, a deficincia vista como uma

    punio divina ao pecado. Portanto, se estabelece uma clara relao entre pecado/punio e

    castigo divino, sendo revelado na deficincia.

    Outra fonte do pensamento que ajudou e muito para a disseminao do preconceito foi

    o mito de Hefesto, no mundo grego, onde, segundo algumas histrias, este teria sido jogado

    do Olimpo e sua queda resultou numa deficincia, onde alguns textos afirmam que Hefesto

    mancava, outros uma espcie de atrofia, mas em todos a anomalia causada pela queda gerou

    excluso, revolta e um sentimento de punio divina, tendo a deficincia como resultado.

    O modelo de perfeio grego, aliada ao pensamento de punio divina, foi transmitido

    atravs das artes, onde as estatuas feitas de Hefesto, mostram um ngulo de pernas de uma

    forma que impossvel se notar qualquer deformidade nas pernas desse deus, conotando

    claramente a vontade de esconder a imperfeio para enaltecer a beleza grega.

    A viso mtica da deficincia, em Israel e na Grcia, contribuiu para a construo de

    mentalidades excludentes, onde h a necessidade de esconder a pessoa e/ou sua deficincia.

    O que gerou uma perda, ou at mesmo o extermnio das mesmas, por serem vistas com

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    empecilhos para a sobrevivncia dos grupos. Todavia, este cenrio tende a mudar na

    sociedade contempornea com o paradigma da incluso.

    1.1 Terminologias sobre a deficincia

    Pensamos que importante iniciar este trabalho definindo o conceito de deficincia

    segundo a legislao nacional. O tema deficincia , por vezes, entendido de maneiras to

    inadequadas, que no raro ouvirmos pessoas falando que tambm tm deficincias

    simplesmente porque usam culos ou porque sentem dores nas costas, etc,.. Generaliza-se a

    deficincia para dar consolo a quem realmente a tem, pois se entende a mesma como algo

    ruim. Esta atitude pode at denotar boa inteno, mas na prtica no contribui em nada com o

    segmento. Assim, importante termos clareza e ideia do nmeros de pessoas com deficincia,

    tipos de deficincias, quais tipos so mais incidentes e em quais regies do pas, etc.

    Exatamente por isto e para evitar confuses e incidentes, a lei conceitua quem quem neste

    quadro social. Consideramos esta lei como grande avano em nossa luta, uma vez que com os

    limites sociais colocados, as pessoas com deficincia tero mais condies de exigir seus

    direitos. Vejamos a conceituao no Decreto de Acessibilidade, N. 5296/04, art. I.:

    I - pessoa portadora de deficincia: que possui limitao ou incapacidade para o

    desempenho de atividade e se enquadra nas seguintes categorias: Deficincia fsica;

    auditiva; visual; deficincia mltipla - associao de duas ou mais deficincias.

    a) deficincia fsica: alterao completa ou parcial de um ou mais segmentos do

    corpo humano, acarretando o comprometimento da funo fsica, apresentando-se

    sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia,

    tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputao ou

    ausncia de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade

    congnita ou adquirida, exceto as deformidades estticas e as que no produzam

    dificuldades para o desempenho de funes;

    b) deficincia auditiva: perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibis

    (dB) ou mais, aferida por audiograma nas frequncias de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz

    e 3.000Hz;

    c) deficincia visual: cegueira, na qual a acuidade visual igual ou menor que 0,05

    no melhor olho, com a melhor correo ptica; a baixa viso, que significa acuidade

    visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor correo ptica; os casos nos

    quais a somatria da medida do campo visual em ambos os olhos for igual ou menor

    que 60 o; ou a ocorrncia simultnea de quaisquer das condies anteriores; d)

    deficincia mental: funcionamento intelectual significativamente inferior mdia,

    com manifestao antes dos dezoito anos e limitaes associadas a duas ou mais

    reas de habilidades adaptativas, tais como:1. comunicao; 2. cuidado pessoal; 3.

    habilidades sociais; 4. utilizao dos recursos da comunidade; 5. sade e segurana;

    6. habilidades acadmicas; 7. lazer; e 8. trabalho; e) deficincia mltipla -

    associao de duas ou mais deficincias. (Decreto N 5.296 de 2 de Dezembro de

    2004)

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    Muitas vezes, as pessoas se colocam como tendo deficincias ou limitaes, pois a

    ideia que fazem da deficincia negativa, ento, costumam querer amenizar a dor de quem

    carrega esta marca em seu corpo. Mais adiante refletiremos a deficincia por outra tica.

    verdade que em todo tempo existiram pessoas com deficincia e com os mais

    variados tipos de deficincia, sendo estas congnitas ou adquiridas, temporrias ou

    permanentes. A histria demonstra que, ao longo dos anos, as sociedades vm passando por

    grandes mudanas e isto acontece tambm na histria do segmento de pessoas com

    deficincia. E uma dessas grandes mudanas diz respeito terminologia, ou seja, a como a

    pessoa com deficincia chamada. Romeu Sassaki, consultor de incluso e especialista em

    reabilitao de pessoas com deficincia, diz o seguinte sobre a terminologia.

    Comecemos por deixar bem claro que jamais houve ou haver um nico termo correto, vlido definitivamente em todos os tempos e espaos, ou seja, latitudinal e

    longitudinalmente. A razo disto reside no fato de que a cada poca so utilizados

    termos cujo significado seja compatvel com os valores vigentes em cada sociedade

    enquanto esta evolui em seu relacionamento com as pessoas que possuem este ou

    aquele tipo de deficincia. (...) Por exemplo, pensemos em um tempo no to

    distante da histria, at aproximadamente o ano de 1960 do sculo 20, o termo

    utilizado para designar pessoas com deficincia era incapacitados, ou seja,

    indivduos sem capacidade. Nem de pessoas ramos chamados, e sim, de

    indivduos. Tempos depois, h um reconhecimento de que nem todos/as eram

    totalmente incapazes e evolui-se para indivduos com capacidade residual

    (SASSAKI, 2003, p. 8)

    E ainda, segundo SASSAKI, aproximadamente de 1960 at 1980, o termo utilizado era

    defeituosos, ou indivduos com deformidade, principalmente quando se referia a pessoas

    com deficincia fsica. Para as pessoas com deficincia Intelectual, o termo era

    Excepcionais. Um pouco depois j se percebia que excepcionais no eram somente quem

    tinha dficit mental, mas tambm, as pessoas com Altas Habilidades (superdotados), pois

    estas estavam no outro lado da linha que definia os primeiros.

    Em 1981, por presso das organizaes de pessoas com deficincia, a ONU nomeia este

    ano como Ano Internacional da Pessoa Deficiente e o termo pessoa deficiente usado at

    aproximadamente 1987, e com o incio da utilizao da palavra pessoas, j contribui muito

    na melhoria da imagem das pessoas com deficincia. A palavra deficiente saiu da posio de

    substantivo para ocupar o lugar de adjetivo. E aps este perodo, no mais foi utilizado o

    termo indivduos e sim, pessoas e assim, tornando iguais em direitos e dignidade a qualquer

    outro membro social.

    De 1988 a 1993, lideranas do segmento contestam o termo pessoa deficiente, pois

    este d o entendimento que a pessoa toda deficiente. E em pases de Lngua Portuguesa foi

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    sugerida a utilizao do termo pessoas portadoras de deficincia e o mesmo foi adotado na

    Constituio Federal, Estadual e legislao como um todo. Mas portar d o sentido de

    carregar e ningum carrega uma deficincia e logo este termo tambm foi contestado. Neste

    nterim, outros termos foram sendo criados e usados, como: Portadores de Necessidades

    Especiais. Este termo no especfico do segmento de pessoas com deficincia, pois ele

    abrange as pessoas com mobilidade reduzida, pessoas com altas habilidades, entre outros.

    Sassaki diz que, no comeo, foi somente uma nova forma de chamar os que tm

    deficincia, mas aps da vigncia da Resoluo nmero 02, necessidades especiais passou a

    agregar um valor pessoa. O objetivo dentro do termo pessoas especiais diminuir a

    contundncia da palavra deficincia, como se ter uma deficincia fosse algo ruim ou feio. A

    sociedade cria estes caminhos quando est diante de seus preconceitos e um exemplo disso

    ao se referindo a uma pessoa negra, no usa o termo negro, pois se acredita ser ofensivo e

    ento troca-se para escurinho, moreninho...

    No ano de 1994 a Declarao de Salamanca, ao preconizar a Educao Inclusiva para

    todas as pessoas, tambm para as pessoas com deficincia, agrega valor a ns, pessoas com

    deficincia. Ao fazer parte do grande grupo de pessoas excludas, passamos tambm a ser

    entendidos/as como pessoas com poder pessoal para exigir sua incluso em todos os sentidos

    da vida da sociedade. Tal empoderamento s trouxe benefcios. E, ainda SASSAKI lembra

    que no ano de 2000, em um grande encontro de pessoas com deficincia, foi definido que o

    termo melhor a ser usado na atualidade pessoas com deficincia. Este termo no esconde ou

    encobre a deficincia, pelo contrrio, afirma-a como caracterstica da pessoa.

    Tendo em perspectiva as mentalidades sociais, no possvel fazer uma crtica e

    acusar os textos bblicos e outros textos de equivocados quanto aos termos usados, pois para

    aquele determinado local e perodo, se chamava a pessoa conforme a mesma era entendida

    socialmente. Mas para os dias atuais, precisamos estar atentos a esta linguagem, pois como

    percebemos na histria, toda e qualquer terminologia, vem carregada de uma ideologia.

    Ento, ser aleijado ou invlido para os tempos bblicos e no somente nos tempos bblicos,

    pois ainda hoje pessoas se utilizam de tais termos e assim, demonstram a ideia de que o

    entendimento que a pessoa era ou aquilo. O nome somente explicita a idia que se tem.

    Veja como os termos so complicados: chamar algum de invlido, segundo Sassak, significa

    estar dizendo que a pessoa no tem valor. Incapacitados, pessoas sem capacidade, mas no

    caminhar da histria aconteceram avanos e, com o passar do tempo, vai se chegando mais

    prximo ao ideal na perspectiva inclusiva.

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    O adequado hoje dizer pessoas com deficincia assim, se assume a deficincia e se

    mostra que ela mais que uma caracterstica, A deficincia no a pessoa toda e nem a

    inferioriza. Muitas vezes, usamos termos para encobrir a deficincia e penso que assim, da

    mesma forma estamos discriminando. Chamar a pessoa de ESPECIAL algo corriqueiro,

    porm, inadequado. Todo ser humano especial, porque nico e essa unicidade que leva a

    sermos especiais, no a deficincia. Chamar algum de especial significa que a deficincia

    no pode ser pronunciada, no pode ficar explcita. E se no pode aparecer, sinal que a

    entendemos como algo feio, que desvaloriza e torna a pessoa menos.

    Abrimos este captulo dentro deste trabalho, justamente por acreditarmos que tambm,

    por causa da terminologia, o preconceito vai perpassando de gerao em gerao. A

    terminologia um dos focos do preconceito e por isto, na atualidade, o segmento pede para

    no se ocultar os termos pessoa e nem deficincia, pois somos pessoas e temos deficincia em

    alguma parte do corpo, mas esta no nos torna incapazes, invlidos, nem especiais.

    A autora Ligia Assumpo do Amaral, em algumas de suas obras, cita o conceito de

    deficincia e desvantagem. A saber:

    Deficincias: relativas a toda alterao do corpo ou aparncia fsica, de um rgo ou

    de uma funo, qualquer que seja sua causa; em princpio significam perturbaes em

    nvel de rgo.Perda ou alterao temporria ou permanente;Exteriorizao de um

    estado patolgico;

    Incapacidades: refletem as consequncias das deficincias em termos de desempenho

    e atividade funcional do indivduo; as incapacidades representam perturbaes ao

    nvel da prpria pessoa

    Desvantagens: dizem respeito aos prejuzos que o indivduo experimenta devido

    sua deficincia e incapacidade; refletem, pois a adaptao do indivduo e a interao

    dele com o meio; [...] A desvantagem representa a expresso social de uma deficincia

    ou incapacidade, e como tal reflete as consequncias culturais, sociais, econmicas e

    ambientais que, para o indivduo, derivam da existncia da deficincia ou da

    incapacidade. Provem da falha ou impossibilidade em satisfazer as expectativas ou

    normas do universo em que o indivduo vive. (AMARAL, 1995, p.64)

    Ao lidar com esta desvantagem, precisamos considerar o conceito de Acessibilidade.

    Neste momento, a histria muda de figura, como veremos a seguir.

    Modelo Mdico x Modelo Social da Deficincia

    Segundo Werneck, (2004) o modelo mdico da deficincia d suporte ideolgico para

    o paradigma da integrao, ou seja, integrar a pessoa no seu meio, mas olhando somente para

    as correes no corpo que precisam ser feitas para que elas possam se integrar ao contexto

    social. Este modelo foi bem aceito por ns ocidentais e vem da dcada de 1960.

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    Para os/as profissionais de sade fica a incumbncia de consertar o corpo, pois esta

    uma condio para estar dentre as demais pessoas e para a sociedade, Segundo este

    entendimento, a sociedade est l em seu lugar e este para todos/as, desde que a pessoa

    esteja o mais prximo possvel da normalidade, ou seja, iguais as demais. Sendo assim, com a

    sociedade, os espaos fsicos, as igrejas esto todos dentro dos padres, falta a pessoa se

    consertar para fazer parte deste todo. Como a pessoa no pode se consertar, permanece a

    barreira social e a legitimao da excluso.

    J o modelo social da deficincia tambm se desenvolve nos anos 60 no Reino Unido

    e nasce pela indignao de pessoas que fazem parte de grupos e movimentos organizados.

    Esse movimento tem o objetivo apontar que as dificuldades enfrentadas pelas pessoas com

    deficincia e tm origem na forma que a sociedade se organiza e lida com as pessoas com

    deficincia. Atravs da conscientizao, percebe-se mais claramente que a deficincia tem

    uma construo coletiva entre as pessoas e sociedade e que reabilitao e demais tratamentos

    de sade no podem ser o foco principal na vida. Se o meio se torna acessvel, as limitaes e

    incapacidades, como ditas acima, podem ser amenizadas e at desaparecer. Com declarao

    do ano de 1981 como o Ano Internacional das Pessoas Portadoras de Deficincia (AIPPD,

    ONU), esta ao foi marcante para o segmento, se deu grande visibilidade questo da

    deficincia e se contribuiu para gradualmente ir mudando toda a condio desfavorvel em

    relao a este segmento populacional.

    Foram criadas organizaes de pessoas com deficincia, onde as mesmas tinham

    funes de coordenar e difundir os trabalhos, visando emancipao destas pessoas; a mdia

    focou esta questo, levando ao interesse e dando oportunidades de conscientizao acerca do

    tema. No Brasil, as pessoas foram incentivadas a lutar pelos seus direitos, garantindo- os na

    Constituio Federal de 1988.

    Neste contexto, uma mudana importante foi o quebrar as barreiras arquitetnicas,

    que sempre foram impedimentos para esta emancipao. Tambm se optou pelo estar junto

    com todos e todas atravs da solicitao de acessibilidade. O, que de forma bem mais ampla,

    atende a necessidade, no somente das pessoas cadeirantes e com problemas de locomoo e

    sim, mas da sociedade como um todo: um degrau pode atrapalhar a vida de pessoas com

    deficincia, idosos, obesos, mes com crianas em carinhos de beb, etc. E se este degrau for

    substitudo por uma rampa, esta vai atender a todas as pessoas e no atrapalhar ningum.

    Acessibilidade tambm se refere comunicao, englobando as pessoas com deficincia

    visual, auditiva e intelectual. Enfim, o Desenho Universal acolhe a todos/as e cria melhores

    condies de participao e oportunidades.

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    O modelo mdico, parte do entendimento de que para ser feliz, tem que se

    abolir a deficincia. J o paradigma da incluso, busca naturalizar a deficincia e combater

    tudo aquilo que limita a vida e produz incapacidades. Vida pra ser vivida e com qualidade,

    portanto gastar todo o tempo tentando curar-se, significa deixar a vida passar e no olhar

    para o quanto humanamente somos e amplos e repletos de oportunidades e forma de ser feliz.

    Sendo assim, este modelo social expande o sentido da palavra deficincia e provoca reflexes

    sobre o valor da discusso das diferenas individuais e diversidade humana. Passa a se pensar

    em acessibilidade em todas as suas dimenses e em uma sociedade consertada, adequada

    para acolher todas as pessoas e suas caractersticas humanas.

    As principais diferenas entre os modelos mdico e social da deficincia esto

    exatamente na forma de se entender a pessoa humana e seu valor. O modelo mdico concebe

    a deficincia como um incidente isolado, individual e qui familiar, enquanto o modelo

    social a entende como um assunto da alada dos direitos humanos e de desenvolvimento

    inclusivo que tem a pobreza como eixo desta reflexo e discusso; Para o modelo mdico, a

    deficincia um caso mdico e funcional a ser resolvido at onde puder, para o modelo

    social se trata de um assunto de interesse pblico e universal. (WERNECK, 2004, p. 16 a 20)

    Ainda, no modelo mdico, as pessoas ficam vitimizadas e sobrevivendo de

    assistencialismos, sendo entendida como um peso para a famlia e sociedade, tem-se o

    entendimento de que a pessoa doente e que doena um fatalismo e que tem que ser

    encarado e que esta condio especfica e no se entrelaa com outras questes sociais

    (gnero, etnia ou religio). Enfim, o entendimento que a deficincia tem que ser combatida e

    se possvel, retirada da vida da pessoa para ela poder viver em comunidade e sociedade.

    Como no eugenismo, que GALTON (1883) define como o estudo dos agentes sob

    controle social que podem melhorar ou empobrecer as geraes futuras, seja fsica ou

    mentalmente, a pessoa humana no era valorizada e sim, a tinha-se a idia de uma raa pura.

    J no modelo social, que nasce da prpria conscientizao das pessoas com deficincia, que

    cansadas de serem entendidas equivocadamente, repensam e de forma nova e corajosa prope

    uma nova forma de conceber a deficincia ocupando seu espao e exigindo atravs da

    acessibilidade, fazer parte do todo.

    Dentro deste entendimento, fica mais fcil perceber que para Deus, a melhor proposta

    esta do modelo social, que tira a pessoa do gueto e a coloca no centro, pois este o lugar de

    ficar de todo ser humano, criao de um Deus de Amor e Bondade. E este Deus nos ama

    tanto, que enviou seu Filho para nos trazer a Boa Nova e atravs dEle, nossos pecados foram

    perdoados e a (charis ) Graa, concedida a todos os homens e mulheres.

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    2. A PESSOA COM DEFICINCIA DENTRO DAS COMUNIDADES RELIGIOSAS

    Apesar de, desde a dcada de 70, a luta e participao social das pessoas com

    deficincia ser grande e j haver bastante avano, nas igrejas percebemos poucas mudanas.

    J existe na Igreja Catlica, por exemplo, propostas que partem do segmento para construo

    de missas com recurso de acessibilidade, mas de fato so raras as igreja que se preocupam em

    garantir acessibilidade em seus eventos religiosos. As igrejas deveriam se ocupar de

    acessibilizar seus espaos e cuidar para que recursos como udio-descrio, folhetos em

    Braille, intrpretes de LIBRAS fossem assegurados para possibilitar a participao de todos e

    todas em condies e igualdade.

    Na verdade, preciso ocupar um espao para que se possa transform-lo e como

    ocupar um lugar, se na sua grande maioria ele no tem condies de acesso? As igrejas

    deveriam cumprir bem seu papel de acolhedora dos/as fiis, porm fica sempre a pergunta: e o

    dever moral das igrejas? Mais do que cumprir leis, o interesse dos cristos/s deve ser o de

    incluir a todos e todas, pois esta a proposta central do Evangelho.

    Para desconstruir a cultura da pessoa coitadinha e sem direitos, vai ser preciso

    muita luta e esforo. Assim, todos os espaos sociais devero ser ocupados e questionados na

    sua inacessibilidade e inadequao e todas as pessoas tero que contribuir, transformar e se

    transformar. Neste sentido, segundo Elizabete Renders, a contribuio do Brasil tem sido

    significativa. Em suas palavras,

    O Brasil tem construdo uma poltica pblica de incluso que referncia mundial,

    so vrios os documentos que indicam os princpios fundamentais para a construo

    de uma sociedade para todos. Tambm existem inmeras leis com disposies para a

    construo da acessibilidade (fsica, comunicacional e atitudinal) nos diversos espaos

    sociais. Podemos citar: Constituio Federal de 1988; a Lei de Cotas na Empresas

    3298/1999; o Decreto de Acessibilidade -5296/2004; as Normas de Acessibilidade -

    NBR 9050/2004; o Decreto de LIBRAS - 5626/2005; a Poltica Nacional de Educao

    Especial na Perspectiva da Educao Inclusiva, etc. (RENDERS, 2011 ).

    Tambm o texto da cartilha uma igreja de todos e para todos. contribui muito com a

    discusso de que a deficincia tem sido a todo tempo entendida como perda, tragdia que a

    pessoa pode experimentar, muitas vezes entendida tambm, como prmio, castigo, falta de f

    ou ao demonaca e tantas outras coisas mais. A Fraternidade Crist de Pessoas com

    Deficincia (FCD), diz que:

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    A FCD testemunha e anuncia que a doena e a deficincia no so prmio nem

    castigo de Deus, mas limitao da natureza descuidada pelos homens; e que,

    assumidos com amor e sabedoria, trazem rica experincia ao corao humano,

    proclama a grandeza de Deus (CF, JO, 9,1-3), e revelam a importncia da luta

    verdadeira pela sade e pela vida, no meio de um mundo que se apoia s em

    aparncias (DOCUMENTO BASE DA FCD, 1986. Pg 07 )

    Quando pensamentos como novas formas de entender a deficincia aparecem na

    sociedade, isto muito nos motiva a aprofundar o tema. O texto acima citado tambm aponta

    este olhar diferente da sociedade para com as pessoas com deficincia tem sido muito

    importante e aparece tambm no texto base da CF-2006:

    Deficincia no sinnimo de incapacidade. Cada vez mais as pessoas com

    deficincia emergem como protagonistas de suas vidas e destinos, deixando de ser

    meros objetos de aes de assistncia individual e social. Elas fundam suas prprias

    organizaes, lutam por seus direitos e questionam a sociedade e o papel

    marginalizado que muitos lhe atribuem. A luta pela incluso familiar, escolar, eclesial,

    social e no mundo do trabalho e da cultura mobiliza hoje as pessoas com deficincia,

    seus movimentos e organizaes, as comunidades eclesiais, e deve transformar a

    sociedade, marcada por contra valores que ameaam os princpios de humanidade

    (CNBB. 2005, p. 15,)

    Entendemos que, para que a Igreja possa cumprir seu papel, sendo sal e luz no mundo,

    preciso acolher as diversidades em seu bojo e desta forma, auxiliar na transformao social

    que no sentido da incluso de todas as pessoas, inclusive as pessoas com deficincia.

    Mesmo com os avanos j conseguidos (criao de leis favorveis, uma terminologia

    mais apropriada, espao no mercado de trabalho, na educao, meios de transportes, etc),

    infelizmente a pessoa com deficincia, na maioria das vezes, ainda tem um papel de

    invisibilidade tanto dentro das igrejas como na sociedade. Os espaos no so acessveis, no

    h preocupao com a plena participao de todas as pessoas, garantindo recursos de

    comunicao e pessoas preparadas para receber e entender a todos e todas. Existe tambm a

    barreira atitudinal, que, por vezes, se mostra pior do que as outras, pois acaba barrando mais

    a participao das pessoas que no esto dentro dos padres pr-estabelecidos.

    No h como desconsiderar o importante caminho j traado at aqui em prol da

    incluso, porm, parece que enquanto no houver a mudana maior, ou seja, de mentalidades

    e paradigmas, parece que as pessoas com deficincia sempre estaro em posio de

    desigualdade frente s outras pessoas.

    Segundo o Pe. Antonio Carlos Depizzoli (2013) em sua dissertao de mestrado, para

    mudar esta situao desigual em que vivem as pessoas com deficincia e para se perceber

    melhor que nenhuma condio fsica, intelectual ou sensorial leva as pessoas a serem

  • 11

    cidados de segunda classe, ser necessrio partir da concepo da dignidade e inviolabilidade

    do homem todo e de todo homem advindo da antropologia teolgica crist. E como fazer isto

    se no houver uma gradual mudana de mentalidade? O que ser necessrio para que esta

    mudana possa ocorrer? Ser preciso enfrentar obstculos e traar caminhos com ideias

    desconhecidas ainda, mas que elevem a condio humana ao seu patamar de origem, pois

    pessoas, independente das suas condies fsicas, so pessoas e no podem ser deixadas para

    trs, ou serem simplesmente ignoradas por no estarem dentro dos padres sociais.

    3. DESAFIOS PASTORAIS: INCLUSO E COMUNHO

    Na busca de materiais sobre este tema, encontramos alguns de grande valor e dos

    quais sero extrados idias de uma teologia mais abrangente e que inclua a pessoa com

    deficincia em toda sua dimenso e dignidade humana e citamos ento alguns deles: o Texto-

    base da CF 2006, o livreto Uma Igreja de Todos e Para Todos do Conselho Mundial de

    Igrejas, os textos As pessoas com deficincia nos discursos e espaos eclesiais e Incluso de

    Pessoas com Deficincia: a responsabilidade social das igrejas de Elizabete Costa Renders.

    Textos de Lgia Assumpo do Amaral, O Documento Base da FCD Fraternidade Crist de

    Pessoas com Deficincia, entre outros. Este valorizar novos conceitos e ideias que apontam

    para uma direo menos preconceituosa e mais condizente com a vontade de Deus, muito

    importante neste processo, por isto o faremos, com a inteno de poder auxiliar nesta

    discusso.

    Os desafios que se apresentam so muitos, desde olharmos pra ns mesmos e

    reconhecermos nossos preconceitos e buscar transformar ideias, conceitos, atitudes e ainda,

    ser agente de transformao em nossas igrejas e comunidades, levando a todos e todas

    incentivo a esta mudana de olhar para as pessoas com deficincia. Tambm ser preciso

    tornar acessvel os espaos, mas faz-lo de verdade e no somente dar um jeitinho.

    Tornar acessvel uma igreja, significa acessibilizar desde a entrada at o altar e

    tambm seus entornos e da mesma forma com a comunidade. preciso tornar acessvel

    tambm a comunicao e mudar comportamentos, se abrir s outras pessoas e conviver com

    as diferenas, que por vezes exige bastante.

  • 12

    Para o ato de evangelizar as pessoas com deficincia, ser preciso vontade,

    criatividade e empenho, cada rea de deficincia vai pedir um tipo de ateno e recursos e

    tambm, muita fora de vontade e amor de ambas as partes.

    As pessoas com deficincia quando evangelizadas, tero tambm a misso de

    evangelizar e para tanto, ser preciso quebrar todos os tipos de barreiras e buscar novas

    formas de enxergar a beleza e diversidade da criao.

    CONSIDERAES FINAIS

    Ao partir do texto bblico que diz que no ltimo dia da criao, disse Deus: Faamos

    o homem nossa imagem, conforme a nossa semelhana (Gnesis 1:26), podemos afirmar

    que Deus ao criar, no ficou apegado a uma nica forma, Ele Trino. Ele fez uso da

    diversidade na sua criao, considerou as diferenas e achou bom. Amou tudo o que fez!

    Deus criou a deficincia dentro da beleza diversa, a mesma pode contribuir com a

    completude da riqueza na criao divina. Partindo deste pressuposto tambm, a deficincia

    no precisa ser encarada como perda, punio ou prmio e sim, como parte desta diversidade

    que expressa grandeza e criatividade de Deus.

    A criao homognea com certeza no fazia parte dos planos de Deus, pois ao olharmos a

    natureza, vemos muitas e diferentes espcies de animais, plantas, pedras, ecossistemas...

    Muito provavelmente tambm, Deus contou com uma vivncia fraterna entre as pessoas que

    Ele criava, por isto, fez a deficincia como parte das diferenas e desta forma, contou com a

    sensibilidade, humanidade e relao de amor entre seus filhos e filhas, onde na cooperao

    mtua, ningum sentiria qualquer falta ou desvantagem.

    Quando cria o ser humano de maneira nica, no permitindo ningum ser igual a outro

    algum, Ele demonstra toda importncia e amor individual que sentiu por cada um e cada uma

    e esta unicidade completa a ideia de que a deficincia tambm foi percebida e valorizada.

    Com esta afirmao, pode se suscitar o questionamento: Se a deficincia parte da

    diversidade, porque ento Jesus curava as pessoas? Este ponto tambm conforme j levantado

    pelo CMI e na cartilha Uma Igreja de todos e para todos reflete que a cura feita por Cristo

    tinha carter de restaurao da pessoa na sociedade e no do corpo em si. Se Jesus contasse

    com uma sociedade que estava preparada para receber todas as pessoas, porque gastaria seu

    precioso tempo tornando corpos disformes em corpos perfeitos? A grande importncia todas

    as pessoas estarem acolhidas em sociedade, dentro dela.

  • 13

    Entendemos que propiciar a presena de todas as pessoas em todos os espaos faz parte deste

    ministrio de cura. Contemplar a todos/as estar participando deste processo de restaurao

    de Jesus e dentro deste restaurar, significa levar pessoa de encontro com sua humanidade,

    dignidade, inteireza e encontro com Deus.

    Toda criatura humana possui em sua natureza, dons e estes precisam ser partilhados,

    caso contrrio, sobrar espao vago neste imenso rico mosaico que a vida. Ento, nos cabe

    valorizar a todas as pessoas e assumirmos o desafio de tornar a presena e participao de

    todos/as agradvel e confortvel.

    Como famlia humana, necessitamos parar de esperar que outros faam e partirmos para a

    ao. Devemos desempenhar nosso papel de agentes de transformao e abrir nossas portas

    para acolher o ser humano em sua plenitude.

    Para as pessoas com deficincia poderem participar de fato da vida, tanto da Igreja,

    como sociedade, tanto a igreja como a sociedade , tm que se preparar para acolher e desta

    forma, ser necessrio quebrar barreiras de todas as ordens: fsica, de comunicao e de

    atitudes. Destas trs, a mais difcil justamente a atitudinal, porm, toda mudana possvel e

    merece investimento, basta acreditarmos e seguirmos confiantes de que os desafios se

    apresentam para nos provocar e movimentar.

    possvel a construo de uma teologia mais apropriada a todas as pessoas? Ns, e

    vrios autores citados neste trabalho acreditamos que sim, por isto, nos dedicamos a escrever,

    partilhar novos conceitos e desafiar mais e mais pessoas nesta construo.

    Em todo tempo e lugar ser pensado novos rumos e novas formas de entender a Deus

    e todos Seus feitos e em todos os momentos, grandes desafios se apresentaro, mas so

    justamente os desafios que daro os impulsos necessrios para avanar-nos frente e nos

    lanar mais prximos do Reino de Deus.

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    Paulo: Robe Editorial, 1995.

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    RENDERS, Elizabete Costa. Incluso de pessoas com deficincia: a responsabilidade social

    das igrejas. Revista Caminhando v. 16, n. 2, jul./dez. 2011.

    REVISTA CAMINHANDO, Elizabete Cristina COSTA-RENDERS: Incluso de pessoas

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