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1 AMOR E ÓDIO: ESPAÇOS, PRÁTICAS E DIFUSÕES CULTURAIS OPERÁRIAS EM PORTO ALEGRE (1900-1910) EDUARDO DA SILVA SOARES Mestrando em História UFSM [email protected] GLAUCIA VIEIRA RAMOS KONRAD Doutora em História UFSM [email protected] INTRODUÇÃO Entre os anos 1900 a 1910 Porto Alegre vivencia momentos ímpares para a história social do trabalho. Foi neste período que grupos libertários e socialistas protagonizaram grandes eventos no interior do movimento operário. Citam-se dois exemplos para elucidar o contexto: a greve de 1906 e a fundação da Federação Operária do Rio Grande do Sul - FORGS. Das práticas experimentadas por estes militantes, destacam-se as necessidades de estudar as produções, os caráteres, os espaços ocupados e os meios de difusão cultural propagado pelos operários. Acreditou-se que a partir desta verificação, houve a possibilidade de identificar os ambientes e as preocupações culturais e destes militantes. A metodologia utilizada parte do pressuposto da necessidade de estudar o movimento operário para além de suas organizações, mas respeitando este espaço de interação e formação. Deste modo, realizou-se a leitura de obras bibliográficas que trataram a “vida fora da fábrica e dos sindicatos”, como também das obras que apresentam as práticas, disputas e conquistas no interior de suas organizações. Mas em linhas gerais, pode-se considerar que houve o trabalho de comparar as leituras bibliográficas com as fontes primárias, ou seja, os jornais A Luta (anarquista) e o A Democracia (socialista). Enfim, com a leitura do material a percepção dos valores, (re)significações e intencionalidades são apresentadas.

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AMOR E ÓDIO: ESPAÇOS, PRÁTICAS E DIFUSÕES CULTURAIS

OPERÁRIAS EM PORTO ALEGRE (1900-1910)

EDUARDO DA SILVA SOARES

Mestrando em História – UFSM

[email protected]

GLAUCIA VIEIRA RAMOS KONRAD

Doutora em História – UFSM

[email protected]

INTRODUÇÃO

Entre os anos 1900 a 1910 Porto Alegre vivencia momentos ímpares para a

história social do trabalho. Foi neste período que grupos libertários e socialistas

protagonizaram grandes eventos no interior do movimento operário. Citam-se dois

exemplos para elucidar o contexto: a greve de 1906 e a fundação da Federação Operária

do Rio Grande do Sul - FORGS.

Das práticas experimentadas por estes militantes, destacam-se as necessidades

de estudar as produções, os caráteres, os espaços ocupados e os meios de difusão

cultural propagado pelos operários. Acreditou-se que a partir desta verificação, houve a

possibilidade de identificar os ambientes e as preocupações culturais e destes militantes.

A metodologia utilizada parte do pressuposto da necessidade de estudar o movimento

operário para além de suas organizações, mas respeitando este espaço de interação e

formação. Deste modo, realizou-se a leitura de obras bibliográficas que trataram a “vida

fora da fábrica e dos sindicatos”, como também das obras que apresentam as práticas,

disputas e conquistas no interior de suas organizações. Mas em linhas gerais, pode-se

considerar que houve o trabalho de comparar as leituras bibliográficas com as fontes

primárias, ou seja, os jornais A Luta (anarquista) e o A Democracia (socialista). Enfim,

com a leitura do material a percepção dos valores, (re)significações e intencionalidades

são apresentadas.

2

Consequentemente, as representações quanto a um conjunto de elementos por

eles abordados e postos em pauta durante o período proposto, nos momentos de

reivindicações, tornaram-se visíveis e identificáveis. E com isso, houve a colaboração

com a memória cultural e as lutas sociais do movimento operário do Rio Grande do Sul.

Por fim, este artigo expõe a necessidade da discussão e da ampliação dos debates sobre

a vida cotidiana e os símbolos utilizados por estes grupos de militantes.

BREVE ESBOÇO DO CONTEXTO HISTÓRICO DA CIDADE: DIALOGOS

COM A PRODUÇÃO HISTORIOGRÁFICA E O MOVIMENTO OPERÁRIO

O movimento operário de Porto Alegre já foi estudado por diversos autores.

Cada qual estudou o estudaram por perspectivas diferentes, dentre estes pesquisadores,

uma se concentrou na investigação das formas de disciplina do trabalho e dominação do

capital. Neste sentido, Sandra Pesavento (1988) contrasta a vida operária com as formas

de execução do trabalho fabril. A obra de Pesavento explora a organização da produção

e as condições de trabalho.

Compreendendo que a dominação e disciplina não se limitam as fábricas, a

autora percebeu que o modo de produção se perpetua e controla através de vários

mecanismos, tendo como principal fim, e que por ela ficou evidenciado, o de manter o

operariado de forma ordeira no trabalho, no lar e nas organizações operárias. Assim,

autora refletiu sobre “os disfarces da dominação”, o que resultou em estudos sobre as

escolas, assistência social, lazer e habitação. Neste sentido, Pesavento (1994) (1992)

ainda produziu mais duas obras que dão conta de discutir sobre Os pobres da cidade:

vida e trabalho, iniciando os seus estudos retomando o debate do espaço da fábrica,

onde havia a instauração do lucro por parte do patrão e da disciplina pelos subalternos.

E outras questões foram apresentadas, cobrindo assim algumas lacunas e

gerando outros questionamentos para as investigações do mundos do trabalho. Afinal,

onde se encontravam os marginais sociais, ou seja, aqueles que estavam “na contramão

da ordem”? E não se limitando a verificar os vestígios históricos a partir dos projetos de

urbanização, que parecem ser impostos de “cima para baixo” através dos governantes, a

autora propôs o dialogo sobre onde moram os pobres. Para isso, ela percorreu as

páginas e publicações dos periódicos do período.

3

A segunda obra é O cotidiano da república na qual a pesquisadora realizou uma

investigação sobre os espaços e meios que os trabalhadores ocuparam no início da

república no Rio Grande do Sul. Este trabalho dialogou com o que foi citado

anteriormente, e o diferencial foi a ênfase dada aos assuntos que são estratégicos para a

compreensão da vida cotidiana, dos valores e das (re)significações que os trabalhadores

experimentaram no período. Enfim, as transformações que a vida em sociedade

enfrentaram no cenário porto-alegrense contrastam de forma que:

[...] a cidade na virada do século não oferecia apenas perigos à vida e à

propriedade de seus cidadãos. Ao crescer, o centro urbano passara a oferecer

ameaça à moral e aos bons costumes das famílias honradas. Entre seus

habitantes encontrava-se um contingente significativo de bêbados, jogadores,

prostitutas e vagabundos, pessoas que vivam na “contra-mão” da ordem

instituída e que apresentavam comportamentos desviantes daqueles que a

moral burguesa procurava impor. (PESAVENTO, 1992, p. 62)

As preocupações com a “marginalidade social”, o que instiga dizer e denominar

que tais marginais que aqui se refere são os que mantinham vícios em jogos ou em

álcool. Ainda existiam grandes inquietações com relação à prostituição e aqueles

sujeitos que não trabalhavam. Estas práticas eram concebidas como perturbações tanto

pelos patrões como também pelos governantes e lideranças operárias.

Seguindo de encontro a este sentido, Evangelia Aravanis (2005) investigou O

corpo em evidência nas lutas dos operários gaúchos (1890 a 1917). Nesta obra a autora

pesquisou como os líderes anarquistas e socialistas projetaram um corpo voltado para o

embate contra o modo de produção capitalista, tornando-se assim, a principal arma

utilizada pelos trabalhadores contra a exploração do capital. Porém, se o corpo operário

possuía este valor para os anarquistas e socialistas, para o patronato e o governo ele era

uma “peça” da grande máquina que era a fábrica. Em linhas gerais, para o ideário

positivista propagado pelo PRR, o progresso social só se daria através do trabalho,

sendo este último compreendido como uma forma de colaborar com a ascensão social

de todos, de forma ordeira e sem romper com as estruturas preponderantes do período.

Se por um lado o corpo deveria estar apto para a luta de classes, as condições

estudadas e publicadas por Nauber Gavski da Silva (2010) demonstraram que as

dificuldades econômicas não sugeriam que os trabalhadores fossem bem nutridos, que o

tempo entre uma jornada de trabalho e outra desse verdadeiramente tempo para o

repouso do corpo, como também sobre as residências que não davam conforto.

Resumidamente, nesta obra o autor apresentou as condições de vida do operariado

4

porto-alegrense. Nesta pesquisa, Silva (2010) percebeu as condições de habitação e

alimentação do operariado porto-alegrense, apresentando então, os cortiços e malocas a

partir de um levantamento demográfico e sob o ângulo dos projetos urbanos e a moradia

popular. Cobrindo os problemas de moradia, ainda foi realizada a discriminação de

alguns produtos tidos como básicos e os valores comparados ao salário e o preço do

aluguel. Enfim, os estudos de Silva (2010) oportunizam o conhecimento da realidade

que os trabalhadores viviam na cidade de Porto Alegre, e o que reforça uma velha

máxima de Karl Marx quando ele diz que “os homens fazem sua própria história, mas

não a fazem como querem; não a fazem sob circunstâncias de sua escolha e sim sob

aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado”1.

Deste modo, por mais que os trabalhadores conseguissem protagonizar

elementos ímpares na história, eles estiveram limitados pela sua própria historicidade,

sujeitos ao contexto social, econômico, político, cultural e histórico. E as pesquisas

apresentadas demonstraram muito bem estes limites. Porém, enquanto que os limites

eram enfrentados no sentido de superá-los, surgem de diversas formas alguns operários

reivindicando e assumindo o papel de liderança da coletividade.

Neste sentido, Benito Schimidt (2002) realizou estudos sobre dois líderes

socialistas de Porto Alegre. No caso, o autor investigou a vida de Francisco Xavier da

Costa e Carlos Cavaco. Estas duas personagens colaboram em várias organizações

operárias, como também em algumas greves. Elas procuram fomentar uma identidade

militante socialista e investem em diversas frentes. Por serem figuras de destaque, Costa

e Cavaco foram rivais dos anarquistas do A Luta.

Por tanto, os embates dos socialistas eram contra os patrões, os políticos que

exerciam o poder no Estado e os anarquistas. Das rivalidades surgiu um processo-crime

que foi alvo de estudos de Isabel Bilhão (1999). As intrigas internas no movimento

operário surgiram, principalmente, após a greve de 1906, quando os anarquistas ficaram

descontentes com os acordos que Costa estabeleceu com o patronato para acabar com a

greve, sendo que o acordo não cobriu a proposta de 8 horas de jornada de trabalho,

ficando estabelecido então, às 9 horas de jornada.

1 Fonte: http://www.marxists.org/portugues/marx/1852/brumario/cap01.htm acesso em 30 de junho de

2014.

5

Os embates que existiam entre os anarquistas e socialistas girava num sentido de

duelo em torno da manutenção de uma identidade militante, seja ela anarquista ou

socialista. E foi neste sentido que Bilhão (2005) se preocupou em pesquisar sobre a

construção identitária dos operários de Porto Alegre. Para cumprir com os seus

objetivos, a autora investigou as percepções em relação ao trabalho, dignidade e honra,

seja pela visão dos operários quanto pelos patrões. Quanto ao mundos do trabalho, que

engloba inúmeras possibilidades de pesquisa, a autora deteve-se ainda em investigar a

suposta “babel operária” de Porto Alegre, ou seja, as questões étnicas contrastadas com

outras questões complexas a vida dos necessitados do período, ou seja, a utilização da

mão de obra feminina e infantil nas fábricas.

Mas pensar que existia uma grande diversidade étnica na cidade significa refletir

sobre as migrações de pessoas. E o magistral da obra de Bilhão (2005) foi o estudo

sobre a circulação de pessoas, textos e ideias. Estas possíveis redes foram

acompanhadas pelo ideário de uma coletividade internacional, fomentando assim, a

identidade almejada pelas lideranças socialistas e anarquistas locais. Foi possível

vislumbrar a preocupação pelo o que estava acontecendo por outras cidades do mundo,

sendo que algumas recebiam maior atenção que outras, e com a apreensão dos rumos do

“capitalismo”, os operários acabaram por gerir formas de boicote, como também

algumas trocas de correspondências e outros textos. Estas trocas já sinalizam uma rede

solidária, mas a articulação de boicotes a produtos e a convocatórias de empregos por

determinado patrão foi possível evidenciar. Estes elementos demonstraram

perfeitamente que os operários organizaram uma ampla rede internacional de

solidariedade.

Outra estudiosa da área publicou duas obras primordiais para os estudos do

trabalho no Rio Grande do Sul. A primeira publicação de Silvia Petersen teve coautoria

com Maria Elizabeth Lucas (1992) e visou que “o objetivo desta antologia comentada é

recuperar, para a análise dos pesquisadores, uma parcela da memória extraviada da

classe operária gaúcha” (p. 13). Com a delimitação de início no final do século XIX elas

avançam até a década de 1930, apresentando as diversas fontes e comentando-as,

orientando a localização sobre os caráteres dos materiais impressos pelos operários.

Petersen (2001) utilizou-se como “via de regra, as fontes principais desta

pesquisa são jornais ou outros documentos da iniciativa dos próprios operários e os

6

jornais da ‘grande imprensa’ (p. 20)”. Mesmo considerando-os como “pontas de

icebergs”, não contemplando toda a perspectiva real das ideologias e atividades que

aconteciam no período. Mas a apresentação comentada destes materiais objetivou:

analisar os instrumentos formais de organização e luta dos operários

(principalmente associações, sindicatos, partidos, greves), buscando explicar

as condições de emergência destas organizações e ações, como se formavam

as lideranças e as lutas pelo poder dentro delas e entre elas, suas relações com

o Estado e os grandes partidos políticos gaúchos, qual sua representatividade,

reivindicações, contradições e instrumentos de luta, como se deu a passagem

da orientação socialista para a anarquista, a ação dos operários anarquistas e

o esgotamento do anarquismo após a conjuntura das greves 1917-1920. (p.

20)

Desta forma, conhecer as organizações operárias foi primordial para as pesquisas

que se aventuraram na história social do trabalho. Conhecer os mecanismos e

ferramentas de luta que representavam a coletividade acabou sendo uma forma de

descobrir um pouco da vida cotidiana, das utopias e necessidades que os trabalhadores

sofriam. Enfim, a partir dos periódicos e de outras publicações foi possível verificar a

existência de uma resistência e a ação prática de lutas contra os seus opositores, sejam

eles os patrões, os políticos do governo quanto os grupos rivais no interior do

movimento operário.

Mesmo que muitas outras obras tenham ficado de fora desta breve abordagem

historiográfica, que, diga-se de passagem, procurou vislumbrar o contexto histórico da

cidade e do próprio movimento operário, elas acabaram se apresentando entre uma

lacuna e outra. E a partir das leituras apresentadas foi possível perceber que os operários

se organizaram em associações, sindicatos ou partidos findando o embate contra a

burguesia e os governantes. Mesmo que não tenha sido massiva a composição destas

organizações, conforme destacou Loner (2007), elas representam muito de o que eram

as necessidades da vida dos trabalhadores.

Foi possível perceber a preocupação pela moradia, salário e educação que os

operários tinham. Nas publicações operárias e constatações dos autores, existiam

realmente vários problemas referentes à qualidade de vida e instrução dos trabalhadores

porto-alegrenses. A instrução e a baixa fomentação por parte do Estado dividiu os

grupos anarquistas e socialistas, quando que os anarquistas rejeitavam o Estado em toda

sua forma de existência, inclusive com o patrocínio de escolas, os socialistas desejavam

exercer o poder a partir da dominação do Estado, e enquanto não o faziam, cobravam

dele a criação e fomentação de escolas.

7

Outra característica interessante do movimento operário foi o de protagonizar a

realização de eventos, seja para convocar, aproximar e fazer participar aqueles sócios do

sindicato ou associação que não estivessem tão engajados “na causa”, e/ou também

como formas de lazer e sociabilidade entre pares.

E com esta preocupação de estudar estes espaços que se passa agora para o

segundo capítulo deste artigo. Afinal, quais eram os espaços de sociabilidade dos

operários? Quais os caráteres dos eventos que as associações e sindicatos ofertavam

para os seus sócios e próximos? E a troca de ideias e informações entre os anarquistas e

socialistas, será que existiam o amor e o ódio entre estes grupos que são verificáveis

pelos seus discursos, impressos e atividades?

ESPAÇOS, PRÁTICAS E DIFUSÕES CULTURAIS OPERÁRIAS EM PORTO

ALEGRE (1900-1910)

Neste capítulo foi examinado as experiências anarquistas e socialistas referentes

a publicações de jornais, eventos de sociabilidade e/ou formação militante, além de

algumas rivalidades e solidariedades nas atividades mais marcante dos operários, para

informar, o 1º de Maio2. Para o caso, utilizou-se como exemplo o ano de 1907. E

aproveita-se deste evento para dialogar com os diversos espaços e mecanismos

utilizados pelos operários para difundir os seus ideais e fomentar uma cultura de classe.

O 1º de Maio3 do referido ano exemplificou uma série de recursos e mecanismos

utilizados pelos socialistas para chamar a atenção do operariado. As reuniões com

discursos de oradores inflamados4 aparecem várias vezes no seu periódico, e nesta data

já iniciaram de manhã com Carlos Cavaco convocando e organizando as sociedades

2 Bilhão (2005) apresentou um histórico da presença da reivindicação pelo 1º de Maio em Porto Alegre.

Segundo a autora, foi em 1896 que o evento foi encontrado nas páginas do jornal Gazetinha. Os

organizadores foram os participantes da Liga Operária Internacional. Como uma consideração de grande

relevância, Bilhão considera que este evento tornou-se “assim um momento-chave que, ao ser apropriado

de diferentes maneiras por grupos operários em todo o mundo, transformou-se num dos mais importantes

símbolos de identificação internacional do operariado” (p. 219) 3 Tanto os socialistas quanto os anarquistas organizaram as atividades para rememorar e marcar o 1º de

Maio conforme os seus critérios. Enquanto que os socialistas realizaram um evento ritualizado que

marcasse todo o dia, dialogando com o máximo possível de operários, buscando em vários momentos

acentuar a presença de suas lideranças quanto os rumos que o operariado deveria seguir, demonstrando a

união e a força que os trabalhadores unidos em um ideal possuem. 4 A concentração por parte da manhã iniciou no salão da rua Ramiro Barcellos e se estendeu por diversas

áreas da cidade.

8

federadas5, denotando a característica de sessão solene. Destas ditas sessões eram os

momentos em que algum líder aparecia e realizava um discurso convocando os

trabalhadores a participarem do movimento operário, que se unam enquanto classe6,

aparecendo ainda os pedidos de que assinem e leiam os seus periódicos.

Um recurso de impacto nas ruas, que inclusive pode ter sido o que teve maior

alcance territorial na cidade, foi à passeata. A caminhada simbólica que levava os

operários de um lugar de concentração e encontro até outro, acabando por preencher

diversos espaços das “ruas”, era dotada de símbolos que marcava a identidade operária

do grupo. Mas o caráter ritualístico desta organização era preenchido por vários

discursos, os quais procuravam “conscientizar” dos deveres de classe. Então, enquanto

se organizavam as fileiras operárias, Carlos Araújo (Cavaco) discursou da sacada do

prédio. Percebeu-se a presença forte e acentuada de Cavaco pelo periódico A

Democracia. Sendo que ele demonstrou ser um orador diferenciado na greve de 1906,

ocupando diversos momentos e dialogando com os grevistas, tornando-se assim, um

líder que conseguiria convocar mais trabalhadores para participarem dos eventos

organizados pela FORGS.

Seguindo a programação noticiada pelos socialistas, percebeu-se que após o

discurso, uma banda musical se apresentou enquanto que os operários ajustavam as

bandeiras de várias sociedades obreiras. Na descrição das duas edições que relatam as

“festividades” do 1º de Maio, não foi encontrada maiores informações sobre as

bandeiras, seja da cor ou de alguma possível inscrição, e ficou como especulação que

sejam bandeiras das associações, sindicatos e agremiações que os trabalhadores

participavam. Mas o fato delas existirem e ocuparem aquele momento, que conforme já

destacado, o de maior relevância para os líderes operários, quer dizer que as diversas

organizações de classe estavam unidas em torno da FORGS e reivindicando o “dia dos

trabalhadores”. E a ausência de informações aparece em relação à banda musical, o que

força a refletir sobre quais eram os caráteres das músicas e sobre a composição de seus

integrantes, seriam trabalhadores músicos?

5 Participantes da Federação Operária do Rio Grande do Sul – FORGS. Naquele momento o comando da

FORGS estava sob responsabilidade dos socialistas, o que mudaria apenas em 1911 com o advento dos

anarquistas nesta organização. 6 Neste sentido, no discurso do referido 1º de Maio, Carlos Cavaco convocou os trabalhadores para que se

filiassem na FORGS.

9

Mas seguindo a descrição do periódico, volta-se a discutir sobre a passeata. Na

publicação consta que durante o percurso foram saudados com “vivas”7, além de

foguetes e salvas de palmas por grupos de populares. E a mesma situação ocorreu ao se

aproximarem do salão 1º de Maio, quando Cavaco realizou um discurso que acabava

por convocar todos os trabalhadores a se associarem na FORGS e seguirem os preceitos

da sua Comissão Central. Seguindo o trajeto, a marcha encontrou os operários da

fábrica do sr. Ferreira de Pinho, que estavam acompanhados por uma banda de música

da Brigada Militar do Estado. Num pronunciamento realizado por Cavaco, ele concita

os trabalhadores que sejam “unidos, solidários sempre com os que se esforçam pela

libertação da classe e esperam que, nos momentos precisos, o elemento proletário saiba

mostrar-se, como é mister, arregimentado, intrépido e refletido em todas as suas ações”

(A DEMOCRACIA, 09 de maio de 1907, p. 01).

Na chácara Petersen8

, vários oradores pronunciaram discursos, entre eles

destacaram-se: Cavaco, Isaias Nunes Pereira e José Francesch, presidente da Sociedad

Española de Socorros Mutuos9. As 5h 30m retornaram para o salão da rua Ramiro

Barcellos. Ali, Cavaco discursou exaltando “o operário ativo, enérgico, porém, ordeiro,

aconselhando-os a união como base para a luta contra os inimigos dos trabalhadores” (p.

1). Mencionou-se sobre o modo de produção e ideologia hegemônica do período:

o capitalismo absorptor e tirano e os falsários que instigam o operário a

estupidas violências, procuram infiltrar no espírito dele o ódio, a calunia, a

infâmia até contra companheiros inatacáveis, a quem invejam, e, nas ocasiões

em que se devem mostrar francos combatentes, em face do burguês, fogem

covardemente, como relés miseráveis que são10

(p. 1)

Ainda nesta sessão do evento, apareceu Francisco Xavier da Costa, que não

tinha aparecido até então por causa de uma doença. Comparando brevemente com as

histórias que forjam a construção de um herói, ele superou as adversidades físicas em

7 Estes “vivas” foram dados para os transeuntes e residentes que olhavam e admiravam a manifestação

operária. O grupo passou pelo bairro industrial, seguindo para a chácara de Germano Petersen. 8 Germano Petersen foi o operário que cedeu o espaço para o evento.

9 Os oradores Isaias Nunes Pereira e José Francesch despertam a atenção dos redatores do jornal A

Democracia. Nesta edição eles elogiam e dizem que os discursos pronunciados por eles falou de

socialismo e da “causa operária”. 10

Manteve-se a grafia da palavra “absorptor” por falta de certeza de seu real significado. Especulou-se

que seja “absorção”, que significaria: muita concentração, o que o torna distraído ou alheio aos demais;

absorvido. Porém, pode-se ter o significado de “absorção” que na física é um processo de absorver. Na

química, a reação de absorção só ocorre com dois elementos, quando um em contato com o outro dá uma

resultante. Enfim, por não ter contato com um dicionário do período, ou ainda, ter conseguido no tempo

hábil descrito melhor o termo, preferiu-se ficar nas especulações e não determinar um fim exato da

utilização da palavra.

10

nome da “classe”, para assim participar daquele evento. Quando as suas dificuldades

pessoais foram superadas, ele discursou sobre o histórico do 1º de Maio, além de

reafirmar as colocações anteriores11

, ou seja, instruindo os trabalhadores a partir dos

ideários socialistas e ponderando-os a se organizarem contra o patronato e o

capitalismo. “E assim finalizou a comemoração organizada pela Federação Operária”

(p.2)

Um detalhe que chamou a atenção foi a remessa dos lucros da comemoração

para a viúva de José Macchi. Desta forma, o 1º de Maio além de festivo foi um evento

de solidariedade para uma viúva necessitada (A DEMOCRACIA, 9 de maio de 1907,

p. 2).

Os socialistas projetaram as atividades em diversos pontos da cidade,

conclamando os seus principais líderes para discursar. Sendo assim, utilizaram-se de

vários mecanismos para agradar o operariado, o que inflige dizer que o 1º de Maio foi

realizado em diversos momentos e diversas sessões durante o dia. Mas nem tudo era

“comemoração”, pois os anarquistas criaram um espaço de debate e contrariedade em

relação aos socialistas ao que tange a forma de rememorar a data. Existia uma critica

profunda a esta “festividade operária”, o que fazia com que os anarquistas dessem

ênfase no termo “dia do trabalhador” em oposição às “comemorações” do “dia do

trabalho”. No caso dos libertários, eles organizavam palestras e debates relativos aos

“mártires” de Chicago de 1886. Mas isso não quer dizer que os anarquistas não

organizavam bailes e atividades de lazer em outros momentos.

Para marcar o 1º de Maio do ano de 1907, o jornal A Luta publicou uma edição12

com seis páginas e ilustrado. Nesta edição13

, os libertários criticaram o posicionamento

festivo dos socialistas e dos patrões, reforçando, por fim, a questão dos mártires de

Chicago. Neste exemplo, a sessão solene ocorreu “no salão 1º de Maio, á avenida

Missões” (A LUTA, 1º de Maio de 1907, p. 5). E os organizadores foram os integrantes

do Sindicato dos Marceneiros e Anexos. Diferentemente da estratégia dos socialistas,

11

As já pronunciadas palavras de Carlos Cavaco. 12

Jornal do Ano I e número 16. 13

Os anarquistas não economizaram na publicação da edição do 1º de Maio de 1907. A tiragem saiu com

seis páginas contando com ilustração na primeira página. A forma personificada da luta pela liberdade é

impressa como uma mulher conduzindo os homens à redenção. A Libertadora, assim como é intitulada, é

acompanhada de textos explicando todos os valores simbólicos referidos à data.

11

ficou registrado no periódico A Luta apenas estas considerações, deixando assim um

espaço de um evento para outro. Enquanto que os socialistas se aproveitavam de

diversos recursos, tais como: banda musical, bandeiras e passeatas. Já os anarquistas

com as breves linhas publicadas não discriminam o que planejaram, mas deixaram

várias criticas aos seus opositores políticos por unirem duas “classes irreconciliáveis”,

que seriam a do operariado com o patronato.

Neste exemplo ainda apareceram as criticas sobre os “que comemoram”,

negligenciando, quando também, omitindo o real caráter do evento. Desta forma, os

anarquistas realizaram uma conferência junto ao Salão 1º de Maio, terminando as ações

junto a Escola Eliseu Réclus. Por fim, assistiram uma passeata protagonizada pelos

socialistas.

A’ noite, da sacada da escola Eliseu Reclus vimos a passeata ridícula da

crumirada da Companhia Progresso Industrial, acompanhados por uma banda

marcial, queimando fogos e foguetes, de volta do pic-nic, que, conforme

haviam anunciado, realizou-se num pinturesco lugar da Tristeza. (A LUTA,

15 de maio de 1907, p. 1)

No número dezessete14

, datado do dia 15 de maio, os anarquistas apresentaram

um levantamento das principais atividades do 1º de Maio pela cidade e, também, de

algumas localidades do Estado. Sem esconder a critica em relação aos rivais do

movimento operário, eles relatam que “o sindicato dos Marceneiros foi a única

associação que soube rememorar com coerência e dignidade a mais tétrica de todas as

páginas que compõem a história proletária” (A LUTA, 15 de maio de 1907, p. 1). E

pontuam criticamente que “os demais, além de cometerem uma ignomínia a memória

dos nossos irmãos abnegados, cujo sangue ainda clama vingança, fizeram deste dia um

pacto de paz entre forças irreconciliáveis: o trabalho e o capital” (A LUTA, 15 de maio

de 1907, p. 1).

O objetivo dos encontros e eventos pareceram ser pedagógicos, até então foram

encontradas notas sobre palestras, bailes e outras atividades que em determinado

momento algum orador discursava em prol dos ideais das lideranças e da ideologia que

eles seguiam. Neste sentido, Adhemar Lourenço da Silva Jr (1996) alertou que os

sindicatos não possuíam em seus estatutos o posicionamento ideológico que seguiam,

sendo que:

14

Posterior ao publicado no 1º de Maio, ou seja, na data de 15 de maio de 1907.

12

[...] mesmo que os socialistas quisessem construir grandes associações de

trabalhadores, com o objetivo de manter uma política autônoma de classe, as

associações “socialistas” deveriam se declarar politicamente neutras. As

relações das associações operárias com os grupos de orientação política –

fossem socialistas ou anarquistas – eram informais: não são os sindicatos os

que subscrevem programas de grupos políticos, mas as lideranças desses

sindicatos. (SILVA JR, 1996, p. 13)15

Deste modo, evidenciou-se que as lideranças acabavam sendo os norteadores dos

projetos políticos das associações e dos sindicatos. E estas instituições organizavam

atividades em que se faziam presentes estes lideres. O fato de não haver descrição sobre

outros mecanismos utilizados para difundir os seus ideais a partir do 1º de Maio, não

significa afirmar que os libertários não utilizassem: banda musical, dramatização de

peças teatrais, bailes ou até piqueniques.

A solidariedade de classe foi algo projetado e bem articulado para manter a

esperança dos trabalhadores que enfrentassem qualquer eventualidade ter algum “caixa”

para resgatar alguns fundos para a economia doméstica. Ou ainda, para uma viúva

conforme ficou constatado em relação aos lucros do 1º de Maio dos socialistas. Deste

modo, os anarquistas realizaram uma Quermesse em prol dos libertários16

.

Outra forma de difundir os seus ideais foi a organização de grupos

filodramáticos,. E foi no ano de 1907 que eles anunciam com empolgação a formação

de um Grupo Filodramático Libertário. Então destacam que:

A importância que poderá ter uma agremiação de tal gênero é nos

desnecessário encarecer; em nosso meio vejetam as sociedades dramáticas

particulares que, ao em vez de se tornarem centros educativos são antes

embrutecedores com os seus detestáveis e imoralíssimos dramalhões. Além

disso essas sociedades servem mais para dar largas á vaidade de meia dúzia

de indivíduos e para o proletário não só são prejudiciais moralmente como

economicamente, pois exigem um certo luxo dos frequentadores e cobram

uma mensalidade relativamente pesada para as bolças pobres. (A LUTA, 15

de maio de 1907 p. 3)

O Grupo Filodramático utilizar-se-ia de peças para repertório traduzidos pelos

próprios militantes, e finalizam convocando “em nome dos camaradas que compõem a

novel e útil agremiação pedimos aos nossos coideanos do exterior que se interessam por

15

Grifo do autor. 16

Constou na publicação que: “Um grupo de amigos da Luta tomou a incumbência de procurar com que

se leve a efeito uma quermesse em beneficio do nosso periódico. Essa ideia tem encontrado apoio e

simpatia por parte de muitos trabalhadores, dentre os quais alguns já enviaram objetos para aquele fim.

Ficam encarregados de receber dádivas os seguintes camaradas: Adão Michalski: Andradas 64; Augusto

Schimmelfonning, Caminho Novo; Paulino de Oliveira, rua Dr. Timóteo, n. 2; Cecílio Dinorá, 24 de

Maio, 56 AA; Guilherme Binscke, rua General Neto n. 1; João Piäs, G. Caçdwell, n. 96 R. Foram-nos

enviados os seguintes objetos: Ana Chimelfenig, uma mesa de centro; P. Mayer, um banheiro sistema

Kuhne; Gomez Ferro, um copo; Sás L. Santos um porta-estrato; Maria R. Gil, um trabalho de croché.” (A

LUTA, 3 de setembro de 1907, p. 1)

13

esse meio de propaganda de nos remeter peças teatrais que obtiverem e que julguem

atingir o nosso desiderato” (A LUTA, 15 de maio de 1907, p. 3).

Os socialistas citaram no jornal A Democracia e envolveu o Clube 7 de

Dezembro, onde teve uma celebração que tocou o hino nacional, e a encenação do

drama Brasão do Artista. Esta peça recebeu alguns elogios e o principal foi “sobretudo

no 3º ato, onde Francisco, como operário, estigmatiza a sociedade atual na sua

organização e vícios”. (A DEMOCRACIA, 19 de maio de 1907, p. 4) Neste evento

quem se fez presente e discursou foi Carlos Cavaco, sendo, segundo o periódico, muito

saudado pelo público.

De modo geral, o teatro era de tendência social, com cunho critico as relações

sociais existentes17

. Dentre as características, pode-se dizer que os dramaturgos, em sua

maioria eram amadores motivados pelas identificações ideológicas. Sendo assim, os

dramas que os anarquistas apresentavam davam conta de narrar às explorações vividas

pelo cotidiano dos trabalhadores. Já os socialistas aproveitavam peças de gêneros

distintos. Com isso, não se quer dizer que os anarquistas não realizassem apresentações

ligadas à comédia. E mesmo as comédias, como todas as peças em geral, foram

inspiradas pela realidade experimentada pelos operários.

Resumidamente, percebeu-se que houve o caráter pedagógico nas diversas

práticas dos anarquistas e socialistas. Os mecanismos e as ferramentas para difundir os

seus ideais foi acompanhado pelo papel de instrução, ou melhor, de disciplinar o

operariado nas formas de luta de classe. A conscientização dos trabalhadores não se

limitou aos discursos, sendo que os anarquistas e socialistas foram influenciados a

elaborar musicas, dramas, bailes, piqueniques e outras atividades que além de socializar

o grupo ligado à associação ou sindicato, dava a formação de uma identidade militante e

operária.

RESULTADOS PARCIAIS

Iniciam-se as conclusões situando que os espaços, práticas e difusões culturais

operárias em Porto Alegre se esforçaram para exemplificar alguns acontecimentos que

17

Isabel Bilhão (1999) na sua dissertação que foi publicada em forma de livro constatou a presença de um

Grêmio Dramático Operário Xavier da Costa, porém, nada mais foi identificado em relação a este

grêmio. No caso, a notícia encontrada é do Correio do Povo de 17 de setembro de 1911 (p.1).

14

marcaram profundamente a sociedade desta cidade. E que houve a iniciativa pedagógica

em praticamente todas as ações relacionadas aos eventos promovidas pelas associações,

sindicatos e lideranças ligadas às ideologias trabalhadas na presente pesquisa.

Os espaços e práticas que os militantes organizaram para difundir os seus ideais

foram vastos. Vão, em linhas gerais, de chácara, associações, sindicatos até as ruas da

cidade. Os socialistas incrementaram as suas práticas utilizando-se de bandeiras, o que

os poderia identificar em uma marcha. As conferências, palestras e oratórias eram

frequentes nos eventos, e costumeiramente parece que eram proferidas entre alguma

atividade ou outra. Já sobre as práticas, elas vão da dramatização de peças escritas por

amadores, bandas musicais e textos publicados nos jornais, revistas e livros.

Enfim, as ideias difundidas eram de solidariedade enquanto classe

revolucionária quanto de embates, o que significa dizer que havia conflitos internos ao

movimento operário quanto principalmente contra a burguesia. Os anarquistas

apresentavam os ideais sindicalistas, a importância da greve e as suas concepções sobre

família e política. Já os socialistas escreviam sobre as reformas propicias através das

eleições de representantes dos trabalhadores, quando também criticavam a religiosidade

e os valores burgueses.

Como última consideração ressalta-se a importância de realizar tal

empreendimento. Por fim, este estudo visa colaborar com a construção da memória

regional dos trabalhadores e da luta de classe. Assim como também com os estudos

sobre a vida cotidiana e cultura experimentada pelos operários e pobres dos anos de

1900 a 1910.

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