Anais da III Mostra Técnico Científica - suframa.gov.br · Nilson Rodrigues Barreiros Ocileide Custódio da Silva Raimundo Kennedy Vieira Raimundo Pereira de Vasconcelos Área 6

Anais da III Mostra Técnico Científica

Edição

Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Miguel Jorge Superintendência da Zona Franca de Manaus – SUFRAMA Superintendente Flávia Skrobot Barbosa Grosso Superintendente Adjunto de Administração (interino) Plínio Ivan Pessoa da Silva Superintendente Adjunto de Planejamento e Desenvolvimento Regional Elilde Mota de Menezes Superintendente Adjunto de Projetos Oldemar Ianck Superintendente Adjunto de Operações Mauro Guimarães Ferreira Superintendência da Zona Franca de Manaus Rua Ministro Mário Andreazza, n.º 1.424 Distrito Industrial CEP: 69075-830 Manaus-Amazonas-Brasil www.suframa.gov.br

http://www.suframa.gov.br/


Responsável

COORDENAÇÃO GERAL DE ESTUDOS ECONÔMICOS E EMPRESARIAIS – COGEC

Edição

Copyright © 2009 Superintendência da Zona Franca de Manaus Organizador Ana Maria Oliveira de Souza Coordenação Editorial Aníbal Turenko Beça Capa Oana Publicidade Diagramação Fabiano Barreto

FICHA CATALOGRÁFICA Regina Coeli de Pinho Assi

Bibliotecária CRB-11 139

A532 Anais da III Mostra de Trabalhos Técnicos-cientificos apoiados pela

SUFRAMA. Organizado por Ana Maria Oliveira de Souza - Manaus:

SUFRAMA, 2010.

.

188p.

Conteúdo. Biotecnologia e Biodiversidasde; Tecnologia da /informação;

Ciências exatas e da Terra; Engenharias; Ciências Agrárias e Meio Ambiente;

Saúde; e Desenvolvimento Regional

ISBN 978-85-60602-12-4

1. Desenvolvimento regional – Amazônia 2. Inovação Tecnológica

I. SUFRAMA II. Souza, Ana Maria Oliveira (Org.)

CDU 347.77:332.1(811)

ORGANIZAÇÃO III Mostra de Trabalhos Técnico-Científicos Apoiados pela SUFRAMA Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA), através do Núcleo de Promoção Comercial, responsável institucional pela IV Feira Internacional da Amazônia. Coordenação Geral Ana Maria Oliveira de Souza Ana Claudia de Azevedo Monteiro Michelle Benchimol Bianchi Apoio Direto às Coordenações – Geral e Áreas de Conhecimento Luiza Magali Henriques Waltair Vieira Machado Coordenação Geral das Áreas de Conhecimento Altigran Silva Área 1 – Biotecnologia e Biodiversidade Luciana Leomil Comitê Carlos Gustavo Nunes da Silva Edmar Vaz de Andrade Leonor Alves de Oliveira da Silva Ormezinda Celeste Cristo Fernandes Área 2 – Desenvolvimento Regional Marcus Roberto Binda Afonso Comitê Jacó Araújo da Silva Marcelo Souza Pereira Maria das Graças Lopes e Oliveira Área 3 – Tecnologia da Informação Raimundo da Silva Barreto Comitê Edjair de Souza Mota Edleno Silva de Moura Eduardo Souto Edward David Moreno Ordonez Horácio Antonio Braga Fernandes de Oliveira José Francisco de Magalhães Netto Área 4 – Ciência Exatas e da Terra Valdir Florêncio da Veiga Junior

Comitê Adriana Maria Coimbra Horbe Afonso Duarte Leão de Souza Cláudia Cândida Silva Flávia Morgana de Oliveira Jacinto Jamal da Silva Chaar Puspitapallab Chaudhuri Raimundo Ribeiro Passos Rielva Solimairy Campelo do Nascimento Área 5 – Engenharias Silvana Dacol Comitê Antonio Marcos de Oliveira Siqueira Aristides da Rocha Oliveira Junior Cícero Ferreira Fernandes Costa Filho Fabiana Lucena Oliveira Luiza Maria Bessa Rebelo Marly Guimarães Fernandes Costa Nilson Rodrigues Barreiros Ocileide Custódio da Silva Raimundo Kennedy Vieira Raimundo Pereira de Vasconcelos Área 6 – Ciências Agrárias e Meio Ambiente José Ferreira da Silva Therezinha de Jesus Pinto Fraxe Comitê Antonio José Inhamuns Expedita Maria de Oliveira Pereira Norma Cecilia Rodrigues Bustamunte Área 7 – Saúde Adriana Malheiro Comitê Jaime Garnez Maldonado Kátia Luz Torres Silva Elisa Brosina de Leon Aya Sadahiro Área 8 – Água e Sustentabilidade Ana Maria Oliveira de Souza

APRESENTAÇÃO

A quinta edição da Feira Internacional da Amazônia (FIAM), em 2009, consolidou-

se como um dos mais completos espaços dedicados ao desenvolvimento amazônico. O

evento compreendeu: a Jornada de Seminários Internacionais sobre Desenvolvimento

Amazônico; Rodada de Negócios; Rodada de negócios de Turismo; Salão de Negócios e

Empreendedorismo Inovador; III Mostra Regional de Trabalhos Técnicos-Científicos

Sustentáveis; Vitrine de Lançamento de Produtos Amazônicos; Exposição de Produtos e

Serviços e visitas técnicas.

Convém ressaltar, a V Jornada de Seminários Internacionais sobre

Desenvolvimento Amazônico, realizada durante a FIAM, em Manaus, capital do

Amazonas, entre os dias 25 e 28 de novembro de 2009. O evento mostrou mais uma vez

ser um foro qualificado para o compartilhamento, debate, revisão e sistematização do

conhecimento gerado na região. São conhecimentos que servem de apoio e suporte

tanto ao setor produtivo regional quanto para o aperfeiçoamento de políticas e projetos

estratégicos, públicos e privados, na Amazônia.

A V Jornada de Seminários ensejou três objetivos de âmbitos distintos. O primeiro

expressa os ganhos coletivos que a sociedade regional obtém somente pelo fato de existir

tal iniciativa. O segundo traduz os ganhos institucionais relativos à possibilidade de

identificação e sistematização de contribuições capazes de alimentar um grande banco de

dados, com subsídios qualificados, para formação de inteligência de interesse público e

aperfeiçoamento das políticas e projetos estratégicos para a região.

O terceiro objetivo, mais orientado ao foco temático dos seminários, enseja o

ganho do conhecimento obtido por meio da matriz de conhecimento que fundamenta cada

um dos seminários, que permitirá a identificação de dinâmicas, bem como de

fundamentos técnicos-científicos, capazes de potencializar o desenvolvimento da região.

A V Jornada de Seminários contemplou 14 seminários com variadas matrizes de

conhecimento, que reuniram mais de 200 especialistas, mestres e doutores, entre

palestrantes, moderadores e relatores. Os resultados deste foro estão reunidos em Anais,

divididos em 14 volumes distintos, com mais de 3.000 páginas.

É, portanto, com fundamentada satisfação, que são colocados à disposição da

sociedade os anais deste exitoso evento, com a expectativa de que contribuam para o

progresso do conhecimento qualificado da região.

Ana Maria Oliveira de Souza

SUMÁRIO 1.INFLUÊNCIA DAS CONDIÇÕES DE CULTIVO SOBRE A PRODUÇÃO DE LACASE UTILIZANDO FUNGO AMAZÔNICO DEGRADADOR DE MADEIRA

Andréa Campos Barros; Fabrícia Farias de Menezes; Sergio Duvoisin Junior; Patrícia Melchionna Albuquerque 14

2.PROSPECÇÃO QUÍMICA DOS BREUS DA AMAZÔNIA

André Luis Rüdiger; Valdir Florêncio da Veiga Junior 17

3.O DISCURSO AMBIENTAL NO AMAZONAS - O PAPEL DO COMUNICADOR NA PRESERVAÇÃO DA FLORESTA

Anielly Laena Azevedo Dias; Luiza Elayne Azevedo Luíndia 20

4.COMPARAÇÃO ENTRE ABORDAGENS PARA DETECÇÃO DE AGLOMERADOS DE ALERTAS DE DESMATAMENTO

Antônio Alcirley da Silva Balieiro; James Dean Oliveira dos Santos Junior; Maria Ivanilde Silva Araujo 23

5.SISTEMA MÓVEL PARA APLICAÇÕES DE MONITORAMENTO USANDO REDES DE SENSORES SEM FIO

Antonio Ramos de Carvalho Júnior; Rodrigo Correia Rezende; André Luiz da Mota Passos; Eduardo Nakamura; Carlos Maurício Figueiredo. 26

6.UM MODELO DE ANÁLISE DA COMPETITIVIDADE LOGÍSTICA INDUSTRIAL

Augusto Cesar Barreto Rocha; Elton Fernandes; Waltair Vieira Machado. 29

7.ACESSO ÀS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

Caroline Teobaldo de Souza; Thiago Rodrigues Bonfim; Mauro Thury de Vieira Sá. 32

8.DIAGNÓSTICO INICIAL PARA AVALIAÇÃO MPS.BR NÍVEL G EM EMPRESA DO GRUPO AMAZONSOFT

Davi Viana dos Santos; Tayana Conte; Paulino Wagner Palheta; Clahildek Xavier. 35

10.ESTUDO DE ESPECIES AMAZÔNICAS DA FAMILIA LAURACEAE NO COMBATE A RADICAIS LIVRES

Deborah da Silva Braz; Thamires Mello da Silva; Joelma Moreira Alcântara; Valdir Florêncio da Veiga Júnior. 41

11.O AMAZONAS E AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS: NA BUSCA PELA SUSTENTABILIDADE SOCIOAMBIENTAL

Elane Conceição de Oliveira 44

12.FRONTEIRA DE RECURSOS: UMA REGIÃO AMEAÇADA

Elane Conceição de Oliveira 47

13.ANÁLISE DOS INVESTIMENTOS EM P&D E A PERSPECTIVA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO REGIONAL NO AMAZONAS: PERFIL DOS EMPREGOS OCUPADOS

Erlice Ramos Nobre1, Mauro Thury de Vieira Sá. 50

14.SELEÇÃO DE FUNGOS FILAMENTOSOS AMAZÔNICOS PRODUTORES DE ENZIMAS XILANOLÍTICAS.

Flávia de Carvalho Paiva; Leonor Alves de Oliveira da Silva. 53

15. A QUESTÃO HABITACIONAL NO DESENVOLVIMENTO REGIONAL: PROGRAMAS DE FINANCIAMENTO HABITACIONAL À POPULAÇÃO DE BAIXA RENDA

Flávio Machado Moita; Aristides da Rocha Oliveira Júnior; Adria Conceição Sabóia Rosas; Alfredo Augusto Sicsú Leite Junior; Tânia Maria Soares Corrêa.

16. A GESTÃO AMBIENTAL NA GERÊNCIA EMPRESARIAL: A ISO-14001 EM UMA EMPRESA NA CIDADE DE MANAUS

Flávio Machado Moita; Aristides da Rocha Oliveira Júnior; Pollyane Dias Ferreira; Roginaldo dos Santos. 59

17 ANÁLISE DO TEMPO DE TRÂNSITO AÉREO ENTRE XANGAI E MANAUS: UM ESTUDO DE CASO

Flávio Machado Moita; Augusto Paco; Fabio Guenka; Helido Montenegro; Rafael Oliveira. 62

18.ESTUDO DA DEGRADAÇÃO DE ÓLEO DIESEL POR FUNGO AMAZÔNICO EM MEIO SÓLIDO

Gabriel Pereira Pinheiro; Nádia Margareth Souza Soares; Janaínna Chaves Pereira; Sérgio Duvoisin Júnior; Patrícia Melchionna Albuquerque. 65

19. DETECÇÃO DO VÍRUS DA HEPATITE B EM AMOSTRAS ENDOCERVICAIS DE MULHERES COM LESÕES PRÉ-MALIGNAS E MALIGNAS

Jéssica Lorena dos Santos Mathias; Maria Cristina Borborema dos Santos. 68

20.CALAGEM E DOSES DE FOSFATOS PARA (Capsicum chinensis, Jacq) EM UM ARGISSOLO DE HUMAITÁ-AM

Julimar da silva fonseca; Luís Antônio Coutrim dos Santos; Raimundo Natalino de Azevedo; Heron Salazar costa. 71

21.A CASTANHA NO AMAZONAS: AGREGANDO RENDA PARA O INTERIOR

Cavalcante, Kátia V.; Franchi, Tassio; Lopes, Rute H.; Mota, J. Aroudo. 74

22.PRODUÇÃO DE BIOMASSA MICELIAL E PROTEASES DE LENTINUS CITRINUS SOB DIFERENTES FONTES DE CARBONO

Larissa de Souza Kirsch; Valéria de Carvalho Santos; Maria Francisca Simas Teixeira. 77

23. UTILIZAÇÃO DE INDICADORES DE ANÁLISE REGIONAL NA AVALIAÇÃO DE CRESCIMENTO DE ATIVIDADES INDUSTRIAIS EM MUNICÍPIOS NO ENTORNO DO GASODUTO COARI-MANAUS

Manoel Rodrigues Terceiro Neto; Luiz Roberto Coelho Nascimento. 80

24.TERAPIAS COMPLEMENTARES EM SAÚDE: ALTERNATIVA E COMPLEMENTO AO TRATAMENTO ALOPÁTICO

Mariana Machado dos Santos; Maria Jacirema Ferreira Gonçalves. 84

25.TECNOLOGIA DE IMPRESSÃO DE ELETRÔNICOS: INFLUÊNCIA DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS NAS PROPRIEDADES FUNCIONAIS DE DISPOSITIVOS IMPRESSOS

Marta Machado Pinheiro Salazar; Ocileide Custódio da Silva; Renato Bonadiman. 87

26.UM JOGO EDUCACIONAL DE PERGUNTAS E RESPOSTAS PARA CELULARES

Natasha Malveira da Silva Costa; José Francisco de Magalhães Netto. 90

27.PROPOSTAS DE MELHORIAS NA CONSTRUÇÃO DE EMBARCAÇÕES DE PEQUENO PORTE CONSTRUÍDAS EM MADEIRA NO AMAZONAS

Reinaldo Jose Tonete; Antonio Marcos de Oliveira Siqueira. 93

28.ENCADEAMENTOS DA ECONOMIA DO AMAZONAS

Renato Mendes Freitas; Mauro Thury de Vieira Sá. 96

29.INTERVENÇÃO ERGONÔMICA NAS EMBARCAÇÕES QUE ATENDEM ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS DA AMAZÔNIA OCIDENTAL

Rita Carolina Dias Santana Duarte; Nelson Kuwahara. 99

30.LIMITES DO CRESCIMENTO ECONÔMICO NA CIDADE DE MANAUS: UMA ANÁLISE EXPLORATÓRIA

Salomão Franco Neves; Lileane Praia Portela de Aguiar; Antônio Ribeiro da Costa Neto; José Aroudo Mota. 102

31. A PRODUTIVIDADE DO TRABALHO NAS INDÚSTRIAS ELETROELETRÔNICA E DUAS RODAS DO PIM NO PERÍODO 1991 – 2004

Salomão Franco Neves; Mauro Thury de Vieira Sá. 105

32.MERCADO DE TRABALHO, EMPREGO E INFORMALIDADE: UMA ANÁLISE PARA O AMAZONAS

Tayana Nazareth; Débora Santiago; Pery Teixeira. 108

33. FUNGOS PRESERVADOS NA COLEÇÃO DE CULTURA DPUA-UFAM COMO FONTE DE ENZIMAS DE INTERESSE INDUSTRIAL

Thayana Cruz de Souza; Mircela Marialva Alecrim; Taciana de Amorim Silva; Maria Francisca Simas Teixeira. 111

34.ARQUITETURA PDCCM EM HARDWARE E O MÉTODO MIC

Wanderson Roger Azevedo Dias; Edward David Moreno; Raimundo da Silva Barreto. 114


14

1.INFLUÊNCIA DAS CONDIÇÕES DE CULTIVO SOBRE A PRODUÇÃO DE

LACASE UTILIZANDO FUNGO AMAZÔNICO DEGRADADOR DE MADEIRA

Andréa Campos Barros1; Fabrícia Farias de Menezes1; Sergio Duvoisin Junior1,2; Patrícia

Melchionna Albuquerque1,2

1Estudante/Professor do Curso de Engenharia Química da Escola Superior de Tecnologia da

Universidade do Estado do Amazonas. E-mail: [email protected]

2Professor do PPG em Biotecnologia e Recursos Naturais da Amazônia da Universidade do Estado do

Amazonas – Laboratório de Biorgânica. E-mail: [email protected]

Resumo

In this work it was evaluated the influence of culture conditions on lacase production by a

wood degrading Amazon fungi. It was verified that the addition of L-asparagine to the

culture media increased the production of lacase by the microorganism. Higher enzyme

activities were also observed when CuSO4 was added. However, raising the CuSO4

concentration did not significantly increase the lacase activity.

Key-words: enzimas oxidativas, atividade enzimática, L-asparagina, sulfato de cobre

Introdução

O interesse industrial por novas fontes de enzimas utilizadas em processos como a

biocátalise tem contribuído para o desenvolvimento de estudos envolvendo a triagem de

microorganismos. O potencial sintético dos fungos é bastante conhecido, pois produzem

enzimas com ampla aplicação industrial. Devido à capacidade de catalisar a oxidação de

fenóis e outros compostos aromáticos, as lacases fúngicas estão sendo testadas em

diferentes processos industriais como remoção de lignina de polpas kraft em indústrias de

papel e celulose (BOURBONNAIS & PAICE, 1996), análise de drogas (BAUER, 1999),

remoção de compostos fenólicos de vinho (SERVILI et al., 2000), entre outros. A Região

Amazônica é uma fonte praticamente inesgotável destes microrganismos, que necessitam

ser avaliados para que se conheça o seu potencial de aplicações industriais. A otimização

das condições de cultivo também se faz necessária, a fim de viabilizar economicamente a

obtenção de lacase de fungos. Portanto, o presente trabalho tem como objetivo avaliar a

influência das condições de cultivo sobre a produção de lacase de um fungo degradador


15

de madeira isolado da Região Amazônica.

Metodologia

Foi utilizado o isolado fúngico UEA_105 degradador de madeira pertencente à coleção do

MBT/UEA. O fungo foi mantido em meio BDA (ágar, batata e dextrose) a 5°C. Para a

obtenção do inóculo, o isolado foi incubado em meio BDA a 30°C por 5 dias. Para avaliar

a produção de lacase, foram preparados o meio M1, composto por extrato de malte (5,0

g.L-1), glicose (20,0 g.L-1) e peptona (10,0 g.L-1) e o meio M2, onde foi adicionado

CuSO4.5H2O (0,005 g.L-1 ) ao meio M1. Para verificar o efeito da adição de uma fonte de

nitrogênio, foi preparado o meio M3, composto do meio M2 contendo L-asparagina (0,39

g.L-1). Para avaliar o influência do aumento da concentração de CuSO4.5H2O foi

preparado o meio M4, composto pelo meio M3 adicionado de 0,015 g.L-1 CuSO4.5H2O. O

crescimento foi realizado a 28°C por 30 dias sem agitação. Alíquotas do meio de cultivo

foram retiradas periodicamente para a medida da atividade enzimática, realizada através

de método colorimétrico em espectrofotômetro UV-Vis. O aumento da absorbância em

530 nm em função da oxidação da seringaldazina foi relacionado ao aumento da

atividade de lacase no caldo de cultivo filtrado, segundo a metodologia descrita por Ride

(1980).

Resultados e Discussão

Os valores de atividade enzimática do fungo UEA_105 cultivado nos diferentes meios

estão apresentados na Figura 1.

Figura 1. Atividade enzimática da lacase produzida pelo fungo Amazônico UEA_105 em meio M1 do tempo de cultivo.

Observa-se que o cultivo em meio M2 (com CuSO4) favoreceu a produção de lacase no


16

isolado degradador de madeira avaliado, onde maiores atividades enzimáticas foram

observadas, quando comparado ao cultivo em meio M1. A adição de L-asparagina

mostrou-se essencial para a produção da enzima, visto que os valores de atividade

enzimática obtidos em meio M3 foram muito superiores aos obtidos em meio M2.

Avaliando o efeito do aumento da concentração de CuSO4, observa-se que triplicando a

concentração de CuSO4 no meio M3 não promove um aumento significativo da atividade

de lacase no fungo UEA_105 (M4).

Conclusões

A partir dos resultados obtidos, percebe-se o grande potencial do fungo UEA_105 isolado

da Região Amazônica como produtor de lacase. A adição de L-asparagina e de CuSO4 no

meio de cultivo promoveram um aumento significativo na atividade enzimática do fungo.

Contudo, o aumento da concentração de CuSO4 não levou ao aumento esperado da

produção de lacase.

Referências

BAUER, C. G.; KUEHN, A.; GAJOVIC, N.; SKOROBOGAT'KO, O.; HOLT, P. J.; BRUCE, N. C.;

MAKOWER, A.; LOWE, C. R.; ESCHELLER, F. W. (1999), New enzyme sensors for morphine and

codeine based on morphine dehydrogenase andlaccase. Freseniu's Journal of Analytical Chemistry,

v. 364, p. 179-183.

BOURBONNAIS, R. E.; PAICE, M. G. (1996), Enzymatic delignification of Kraft pulp using laccase

and a mediator. Tappi Journal, v. 79, p. 1999-2004.

RIDE, J. P. (1980), The effects of induced lignification on the resistance of wheat cell walls to fungal

degradation. Physiological Plant Pathology, v. 16, p. 187-196.

SERVILI, M.; DE STEFANO, G.; PIACQUADIO, P. E SCIANCALEPORE, V. A. (2000), Novel

method for removing phenols from grape must. American Journal of Enology and Viticulture, v. 51, p.

357-361.


17

2.PROSPECÇÃO QUÍMICA DOS BREUS DA AMAZÔNIA

André Luis Rüdiger1; Valdir Florêncio da Veiga Junior2

1Estudante do Curso de Doutorado em Química do Programa de Pós-graduação em Química da

Universidade Federal do Amazonas; e‐mail: [email protected]

2Professor do Departamento de Química da Universidade Federal do Amazonas; Líder do Grupo de

Pesquisa em Química de Biomoléculas da Amazônia; e ‐mail: [email protected]

Abstract

Popularly known as ―breu‖, the oleoresin exudated f rom Burseraceae species are

widespread used in the Amazonian folk medicine. Using gas chromatography coupled to

mass spectrometry was possible to carry out a chemical triterpenic screening being

identified the groups of chemically different species and making possible to evaluate the

species where present the mixture of the triterpenes α- and β-amyrin in greater and minor

amount, substances with pharmacological potential.

Key-word: Burseraceae, oleoresin, triterpene, chromatography

Introdução

A família Burseraceae compreende 18 gêneros distribuídos nas várias regiões tropicais e

subtropicais do mundo. Na região do Neotrópico, a proximadamente 230 espécies desta

família foram catalogadas, sendo Protium e Bursera os gêneros com maior numero de

espécies (WEEKSet al., 2005).

Popularmente estas espécies são utilizadas na forma de chás e em usos tópicos,

apresentando potencial estimulante, anti-reumático,antiinflamatório entre outras atividades

(PIO CORREA, 1984). As amostras de breu exsudadas a mais tempo encontram-se

cristalizadas no tronco das árvores, tendo como a principal classe de substâncias os

triterpenos, destacando-se a mistura de α- e β-amirina. Com atividades antiinflamatórias e

analgésicas já descritas, estes compostos são considerados os constituintes majoritários

nestas resinas (RÜDIGER et al., 2007).

Entretanto, vários outros triterpenos já foram descritos. Sendo assim, uma prospecção

química se faz necessária buscando avaliar as possíveis variações químicas existentes

entre as diferentes espécies amazônicas.


18

Metodologia

Os oleoresinas de espécies de Burseraceae foram coletadas na Reserva Florestal Adolfo

Ducke, parte do Projeto Flora da Reserva Ducke. As amostras foram limpas e em

seguida pesadas e acondicionadas em frasco erlenmeyer para extração. Os extratos

foram obtidos por maceração com hexano a temperatura ambi ente e concentrados em

evaporador rotatório. O extrato foi transferido para frasco pr eviamente tarado e após a

eliminação do resíduo do solvente e dos demais constituintes voláteis foram

armazenadas em refrigerador.

Os perfís cromatográficos dos extratos em hexano foram obtidos em cromatógrafo em

fase gasosa modelo CG2010 da Shimadzu com detector de ionização de chamas. As

análises foram realizadas com coluna CP-Sil 5 CB da Varian (15 m x 0,25 mm x 0,25 µm).

A obtenção de espectros de massas foi em cromatógrafo em fase gasosa modelo QP-

2010 da Shimadzu com detector por impacto de elétrons (79eV) (CG-EM). As análises

foram realizadas com coluna VF-1MS da Varian (15m x 0,25 mm x 0,25 µm).


Uma análise preliminar dos extratos demonstra inicialmente um potencial de produção de

óleo resina por algumas espécies, como apresenta a tabela 1. As espécies PHB, PHP,

PHU, PPN, PPR, PST, TPA e TPE apresentaram um valor superior a 10 g nos indivíduos

coletados. Através de uma análise mais refinada, apesar de PFEapresentar um maior

REH (91,80%) a amostra TPE apresentou um rendimento de 67% para o extrato em

hexano, esta se apresenta como maior produtora de oleoresina que PFE.

Tabela 1: Espécies de Burseraceae

Nome Científico Abrev. Exsicata MA (g) MOH (g) REH (%) PRA (%)

Protium apiculatum PAP 178204 2,7736 1,1503 41,47 20,33

P. aracouchini PAR 178230 3,0986 1,5440 49,83 78,49

P. cf. ferrugineum PFE 178251 4,1815 3,8385 91,80 37,01

P. hebetatum PHB Estéril 50,4614 34,5640 68,50 53,59

P. cf. heptaphyllum PHP Estéril 50,0200 18,9312 37,85 68,76

P. heptaphyllum ssp. ullei PHU 191293 12,0048 5,4526 45,42 59,84

P. paniculatum var. "Nova" PPN 191303 45,3800 9,8987 21,81 56,13

P. paniculatum var. riedelianum PPR Estéril 25,1513 18,2432 72,53 54,46

P. spruceanum PSP 189706 5,8182 2,0922 35,96 78,73

P. strumosum PST Estéril 36,6724 18,0321 49,17 51,56


19

P. tenuifolium PTE Estéril 8,0093 2,4274 30,31 28,36

Tetragastris panamensis TPA 191311 14,0502 3,4997 24,91 17,15

Trattinnickia peruviana TPE Estéril 30,0026 20,1008 67,00 32,66

OBS.: Abrev.: Abreviatura; MA: Massa de amostra; MOH: Massa obtida em hexano; REH: Rendimento do extrato em

hexano; PRA: Percentagem relativa de α- e β-amirina.

Através da CG-EM, a avaliação de percentagem de produção de α- e β-amirina se revela

com maior potencial nas espécies PAR, PHP, PHU, PPN, PPR, PSP e PST, como

observado na tabela 1. Devido ao potencial destas substâncias, estas espécies podem se

destacar futuramente, podendo gerar um fitoterápico com capacidade antiinflamatória e

antinociceptiva, de uso tópico ou oral.

Conclusões

Através da técnica de varredura por CG-DIC e CG-MSconseguiu-se avaliar as espécies

com maior potencial de produção de α- e β-amirina. Esta determinação faz parte de um

conjunto de análises na busca por fitoterápicoscom maior disponibilidade do principio

ativo. Assim, se pôde avaliar as espécies com maior produção das amirinas

desmistificando que todas as espécies de Burseraceae são produtoras em maior

quantidade destas substâncias.

Referências

PIO CORREA, M. Dicionários de plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas, volume 1.

Brasília: Ministério da Agricultura, 1984.

RÜDIGER, A.L.; et al. The chemistry and pharmacology of the South America genus Protium Burm.

f. (Burseraceae). Pharmacognosy Reviews, v.1, p.93-104, 2007.

WEEKS, A.; et al. The phylogenetic history and biogeography of the frankincense and myrrh family

(Burseraceae) based on nuclear and chloroplast sequence data. Molecular

Phylogenetics and Evolution, v.35, p.85-101, 2005.


20

3.O DISCURSO AMBIENTAL NO AMAZONAS - O PAPEL DO COMUNICADOR NA

PRESERVAÇÃO DA FLORESTA Anielly Laena Azevedo Dias1; Luiza Elayne Azevedo Luíndia1

1UFAM - Universidade Federal do Amazonas - Departamento de Comunicação [email protected];

[email protected]

Resumo

Este artigo tem por objetivo analisar as matérias publicadas no jornal ―Amazonas Em

Tempo‖ da cidade de Manaus a partir da perspectiva de jornalismo ambiental. Optamos

por utilizar a Análise do Discurso para analisarmos os conteúdos e o tratamento dado aos

temas. Dessa forma, a pesquisa servirá para delinear um perfil do discurso jornalístico

sobre o meio ambiente tendo por base o papel da mídia impressa na conservação da

floresta.

Palavras-Chave: Jornalismo, Meio Ambiente, Análise do Discurso.

Introdução

Discussões relacionadas ao papel da mídia perante a sociedade têm sido utilizadas para

pautar várias pesquisas. Será que jornalistas e veículos de comunicação estão

conscientes de seus papéis e da relevância dos conteúdos ambientais no cenário atual,

principalmente na Amazônia? Como o jornalismo ambiental pode ser um veículo de

sensibilização e de mudanças de posturas ambientais à sociedade? Como trabalhar esse

tema dentro das redações? Que tipos de matérias poderão ser feitas e como as mesmos

poderão servir tanto para informar quanto para educar? Diante dessas questões,

propomos uma análise para verificar como são abordadas as questões ambientais no

Jornal ―Amazonas Em Tempo‖, em Manaus.

Falar de meio ambiente é muito mais que relatar mudanças ocorridas no clima, na floresta

ou na temperatura. Informar temas ambientais atualmente é antes de tudo, procurar

responder aos inúmeros desastres relativos a enchentes, aquecimento global, seca,

desmatamento, uso inadequado da água, dentre outros. E, por essas e outras

transformações, que a surge à importância do Jornalismo Ambiental para discutir e

elaborar matérias específicas visando à formação da consciência do cidadão.


21

Metodologia

Escolhemos de forma aleatória 06 matérias publicadas no período de maio de 2008 a

junho de 2009. O artigo se estrutura em quatro seções: na primeira (introdução) traça um

pequeno panorama entre os temas ambientais e a relevância do jornalismo ambiental; na

segunda, tece-se comentários através de conceituação de Análise do Discurso a partir de

seus principais teóricos. Na terceira, discute os resultados. Por último, as conclusões.

Análise do Discurso (AD)

A Análise do Discurso (AD) surge na França na década de 60. E, atualmente, a Teoria

Semiolinguística, de Patrick Charaudeau (1992) vem ganhando destaque por tratar das

operações discursivas de sujeitos do discurso. Dentro do campo jornalístico, a AD permite

classificar uma determinada situação ou acontecimento que foi relatado, como afirma

Luíndia e Maia (2007) ―a análise discursiva tem como meta informar ao leitor o seu ponto

de vista em relação ao assunto tratado de maneira clara e objetiva, para que o receptor

daquela publicação, seja de que classe for, absorva aquela informação sem maiores

dificuldades‖ [3]. Neste artigo baseamos na estrutura argumentativa de Patrick

Charaudeau (2008) [2]: proposta, proposição, persuasão: a) Proposta: é composta por

uma ou mais asserções, que cause dúvida ou gere uma polêmica. No texto ela pode ser

explícita ou implícita. b) Proposição: parte de um questionamento baseado na

possibilidade de pôr em causa a Proposta, isto é, depende da posição do sujeito; que

pode estar de acordo ou desacordo com a proposta. Todavia, há também a possibilidade

do sujeito a priori ser, nem a favor nem contra. Neste caso, o sujeito coloca a Proposta

em questão. c) Persuasão: evidência o raciocínio persuasivo, destinado a resolver uma

das opções do questionamento: refutação, justificativa, ponderação.

Resultados

Notamos que em todas as reportagens a proposta está explicitamente apresentada. O

jornalista/sujeito utiliza dessa ferramenta para levantar questões e instigar o leitor no

decorrer do texto, tendo como característica do texto argumentativo (explícito). O

jornalista apresenta no primeiro parágrafo a proposta, nos demais parágrafos argumenta

(proposições – que podem ser de justificativa, refutação ou ponderação) e encerra com a

persuasão. O texto que melhor comprova essa afirmativa é: ―Sobra terra para a

agropecuária no Brasil‖ (05/06/2009) [5], o autor inicia o texto da seguinte maneira: ―A

bomba foi lançada‖, apresenta vários argumentos (ilustrativos, de autoridade) e encerra

com uma afirmativa ―Não falta terra no Brasil – nem na Amazônia‖.


22

Quando nos voltamos para a proposição observamos o seguinte, em todas as matérias

são apresentadas as mais diversas formas de proposição, isto é, refutação, justificativa e

ponderação (parcial e total). Verificamos que a proposição predominante é a de

justificativa. Utilizada para validar ainda mais as propostas apresentadas no início dos

textos; comprovamos isso no texto: ―Garimpo ilegal denunciado no EM TEMPO fica

caótico com alta do grama de ouro‖ (23/09/2008) [1].

Até para afirmar a proposta, notamos que a persuasão está presente em todos os textos,

em alguns momentos ela se apresenta como justificativa, como a refutação e observou-se

até a ponderação. Um exemplo de ponderação foi na matéria ―Título provisório será

entregue no rio Anebá‖ (19/04/2009) [4], em nenhum momento o autor/sujeito se

posiciona diante da proposta.

Conclusões

O estudo da Análise do Discurso nos permite compreender as diversas maneiras que o

jornalista/sujeito tem para escrever e conseqüentemente ―convencer‖ o leitor. Embora

alguns autores/jornalistas, não conheçam a AD, muitos deles empregam este recurso de

forma inconsciente, o resultado obtido pode ser de sedução ou repulsa por parte do leitor.

Entretanto, o papel do comunicador social (jornalista) deve estar pautado no compromisso

com a sociedade. Isso faz com que veículos e jornalistas assumam uma postura em

relação à informação, e que os mesmos estimulem – através de matérias – o interesse

coletivo, fazendo com que a comunidade intervenha mais conscientemente nos assuntos

referente à preservação ambiental.

Referências

[1] ALBUQUERQUE, Renan. Garimpo ilegal denunciado no EM TEMPO fuça caótico com alta do

grama de ouro‖. Amazonas Em Tempo, C/8, 23 de setembro de 2008.

[2] CHARAUDEAU, Patrick. ―Linguagens e discurso, modos de organização‖. São Paulo: Contexto,

2008.

[3] LUÍNDIA, Luiza Elayne Azevedo; MAIA, Charlene Duarte. ―Análise do Discurso sobre Educação

Indígena nos jornais ‗A Crítica‘, ‗Diário do Amazonas‘ e ‗Amazonas Em Tempo‘‖. In: Relatório Final

PIB-AS/009/2006, 2007.

[4] TEMPO, Amazonas Em. ―Título provisório será entregue no rio Anebá‖. Amazonas Em Tempo.

C/7, 19 de abril de 2009.

[5] ___________________. ―Sobra terra para a agropecuária no Brasil‖. Amazonas Em Tempo.

E/15, 05 de junho de 2009.


23

4.COMPARAÇÃO ENTRE ABORDAGENS PARA DETECÇÃO DE AGLOMERADOS

DE ALERTAS DE DESMATAMENTO

Antônio Alcirley da Silva Balieiro¹; James Dean Oliveira dos Santos Junior²; Maria Ivanilde

Silva Araujo³

¹Estatístico do Núcleo de Sistema de Informações da Fundação de Vigilância em Saúde do Estado do

Amazonas Participante do Grupo de Pesquisa Bioestatística; E-mail: [email protected]

²Doutorando em Engenharia de Produção da COPPE na Universidade Federal do Rio de Janeiro

Participante do Grupo de Pesquisa Bioestatística; E-mail: [email protected] ³Professora do

Departamento de Estatística da Universidade Federal do Amazonas Líder do Grupo de Pesquisa

Bioestatística; E-mail: [email protected]

Resumo

A partir dos dados publicados pelo INPE no programa DETER, duas abordagens foram

utilizadas para detecção de locais de maior incidência de alertas de desmatamentos, no

sul do Estado do Amazonas. Foram detectados aglomerados com dois modelos distintos.

Estes aglomerados são baseados na medida de áreas desmatadas (km²) ou na própria

contagem de alertas, ambas as abordagens utilizando uma análise espaço-temporal

retrospectiva. Lábrea foi o município com mais aglomerados de alertas independente da

abordagem.

Palavras-chave: Estatística Scan; alertas de desmatamento; área desmatada.

Abstract

From data published by INPE inside DETER program, two approaches were used to

detect places of major deforestation‘s alerts, in the south of Amazonas State. These

different clusters were detected using two different models. These clusters are based in

the deforested area measure (km²) or in the count of alerts; both approaches use a

retrospective space-temporal analysis. Lábrea was the most crowded city with alerts

regardless of the approach.

Key-word: Scan statistics; deforestation‘s alert; and deforested area.

Introdução

A busca de formas de monitorar melhor a floresta Amazônica tem sido um dos principais


24

objetivos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Referente ao

monitoramento da floresta Amazônica o IBAMA é o principal interessado nos produtos

oriundos do INPE. Para fazer o monitoramento o INPE faz uso de imagens de sensores

acoplados em determinados satélites (Balieiro, 2008). Ultimamente o INPE conduz vários

programas de monitoramento da floresta Amazônica. Dentre estes programas tem-se o

Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real na Amazônia (DETER). Os

dados referentes a este programa estão disponíveis ao público em geral no site do INPE.

Monitoramento da Amazônia está sendo feito com muita competência pelo INPE, o que

falta agora é traçar as melhores estratégias para transformar os dados, provenientes

deste monitoramento, em informações mais trabalhadas para os órgãos ambientais.

Enquadrando-se neste contexto, o presente trabalho propõe uma comparação entre dois

métodos de detecção de aglomerados para detectar locais de maior incidência de alertas

de desmatamento no sul do Amazonas.

Metodologia

Os municípios estudados estão localizados na região do sul do estado do Amazonas. A

base cartográfica foi obtida no site do IBGE. Os dados referentes aos desmatamentos

foram fornecidos pelo INPE. Os softwares utilizados foram R 2.9.0 e SATSCAN 8.0. No

aspecto espacial considerou-se a variável de interesse como dado pontual. Estes pontos

referem-se ao centróide do polígono do alerta de desmatamento. Para cada ponto

continha a informação da área desmatada em km² do polígono do alerta de

desmatamento. Empregou-se a estatística Scan com os modelos Permutação Espaço-

temporal (Balieiro, 2008) e o Normal (Huang et al, 2009), em uma análise retrospectiva

para detectar aglomerados ativos e históricos. O raio de busca espacial foi 20 km e o

intervalo temporal foi 1 ano. A varredura realizada teve ainda dois enfoques para

detecção de aglomerados no modelo Normal: aglomerados de média alta e baixa dentro

do aglomerado. Os testes foram realizados a um nível de 5% de significância.


O modelo Normal detectou apenas um aglomerado significativo de média alta,

caracterizado como histórico (2004), no município de Lábrea centrado no ponto 9,22 S e

66,10 W com raio de 16,38 km (λ=168,03; p=0,023). Neste local, o número de casos

encontrados foram 4. Em média a área desmatada dentro do aglomerado foi de 14,28 km²

enquanto que fora do aglomerado foi de 1,42 km². Por outro lado, no modelo Permutação

espaço-temporal o aglomerado mais verossímil foi detectado em 2007 (λ=17,31;


25

p=0,001). Localizado no município de Lábrea, as coordenadas do ponto central foram

8,74 S e 66,82 W, com raio de 16,41 km. Na área deste aglomerado, o número de alertas

foi igual a 52. Sob a hipótese nula, seriam esperados apenas 20,46 alertas. Detectaram-

se mais aglomerados significativos no modelo Permutação espaço-temporal, um total de

8 aglomerados. Apenas dois foram considerados ativos: o aglomerado de ordem 6 que

engloba área com raio de 16,53 km, cujo centróide possui coordenadas 6,48 S e 60,04 W

situado no município de Novo Aripuanã (λ=7,96; p=0,015) e o aglomerado de ordem 8

localizado no município de Manicoré (λ=7,43; p=0,037). Sua área engloba um raio 16,91

km centrado no ponto 7,83 S e 61,57 W. No modelo Normal o aglomerado ativo foi

detectado, somente, na abordagem que considera a média dentro do aglomerado menor

do que fora. Este aglomerado foi localizado em Apuí, no centróide 7,13 S e 59,90 W com

raio de 19,66 km (λ=2,26; p=0,039). Neste local foram verificados 25 casos com média

dentro do aglomerado de 0,53 km² sendo que fora dele foi de 1,47 km².

Conclusões

A estatística Scan mostra-se como uma boa ferramenta para detectar incidências de

alertas. Observa-se que os aglomerados, a maioria, são históricos. No entanto, em se

tratando de desmatamentos, locais onde aconteceu desflorestamento são, em geral, o

inicio das próximas áreas desmatadas. Esta informação, neste contexto, torna-se útil para

os órgãos ambientais. Verifica-se, a menos que o interesse seja específico, que os

modelos podem ser usados em conjunto, visto que o resultado de um é completado pelo

outro. Pois cada um dos modelos expõe uma informação distinta.

Referências

BALIEIRO, A. A. S. Detecção de conglomerados dos alertas de desmatamento no estado do

Amazonas utilizando estatística de varredura espaço-temporal. 75 f. Dissertação (Mestrado em

Estatística Aplicada e Biometria) – Universidade Federal de Viçosa - UFV, Viçosa, MG, 2008.

HUANG, L., TIWARI, R. C., ZOU, Z., KULLDORFF, M., FEUER, E. J. Weighted normal spatial scan

statistic for Heterogeneous population data. Disponível em: < http://www.satscan.org/papers/huang-

M2009.pdf > Acesso em: 20 de janeiro de 2009.


26

5.SISTEMA MÓVEL PARA APLICAÇÕES DE MONITORAMENTO USANDO REDES

DE SENSORES SEM FIO

Antonio Ramos de Carvalho Júnior1, Rodrigo Correia Rezende1, André Luiz da Mota

Passos1, Eduardo Nakamura2, Carlos Maurício Figueiredo2

1INdT/FUCAPI Mobile Linux Development Center; E-mail: {brankinhu, falasehrio,

andremottapassos}@gmail.com

2Núcleo de Estudos e Pesquisa em Computação - NEPComp/FUCAPI; E-mail:

{mauricio.figueiredo, eduardo.nakamura}@fucapi.br

Resumo

Redes de Sensores sem Fio (RSSFs) (Estrin, 2001; Akyldiz, 2002 )têm chamado atenção

da comunidade científica devido ao seu grande potencial de aplicação em diversos

contextos, como monitoramento ambiental e industrial (Arampatzis, 2005). Este trabalho

apresenta o projeto e a implementação de um sistema de monitoramento móvel, que

facilita a mobilidade do coletor em redes remotas permitindo interação in loco.

Palavras-chave: Redes de Sensores Sem Fio, Computação Móvel, Sensoriamento

Remoto

Introdução

O funcionamento básico das RSSFs consiste da interação sem fio entre os sensores para

a troca de informações medidas, de forma que sejam encaminhadas a um ponto de

concentração (gateway) com ligação a uma rede externa de maior capacidade.

Metodologia

Este trabalho apresenta uma forma de coleta de dados com dispositivos móveis,

observando a necessidade de economia de energia.

Como unidade de sensoriamento foram utilizados Nós Sensores MicaZ [1], baseado em

tecnologia ZigBee de comunicação sem fio; como dispositivo móvel o Internet Tablet

Nokia N810 [2], baseado no sistema operacional Linux/MAEMO e linguagens de

programação de alto nível, como Qt/Python [3]. O resultado foi avaliado com a utilização

prática de um protótipo em uma aplicação de monitoramento ambiental.

mailto:[email protected]



27

Resultados e discussão

–Visão Geral

Para coletar dados de uma RSSF com um dispositivo móvel, é necessário conectar o

Gateway no N810 através da porta USB. O Gateway, faz a leitura dos nós sensores ao

alcance e transfere os dados para o N810, que interpreta e armazena os dados no banco

de dados, para visualização e análise usando o aplicativo desenvolvido.

–Rede de Sensores Sem Fio

Uma Rede de Sensores Sem Fio é formada por vários nós sensores, que por sua vez é

composto basicamente por um processador de baixo consumo, um rádio transmissor,

memória flash para armazenamento de dados, baterias e os sensores em si. Todos esses

componentes são otimizados para consumir o mínimo de energia possível. A camada de

software apresenta o TinyOS como sistema operacional. O sistema exige no máximo 8

KB de memória e é flexível. Assim esta é uma escolha conveniente para a implementação

de uma RSSF que abstrai grande parte do hardware dos nós sensores. Já os programas

escritos para o TinyOS utilizam a linguagem de programação NesC (baseada na

linguagem C) que utiliza uma arquitetura de programação baseada em componentes.

Os nós sensores se comunicam através de um protocolo de comunicação Multihop, onde

cada nó da rede faz o roteamento de mensagens de outros nós, garantindo que a

mensagem seja entregue ao seu destino.

–Dispositivo móvel

A utilização de um dispositivo desta classe oferece ao Gateway a capacidade de

mobilidade, quando comparado ao uso de Notebooks ou PCs.

O primeiro passo foi implementar a interconexão do Gateway com o N810. Isto foi feito

modificando o Sistema Operacional Maemo para permitir a alimentação externa do

Gateway. Em seguida, o módulo (software necessário para o funcionamento do Gateway)

do MicaZ foi carregado no N810, estabelecendo assim, uma porta de comunicação entre

o Gateway e o N810 via porta USB. Tais modificações permitiram a coleta dos dados

fornecidos pelos nós sensores.

–Sistema de coletas

Após o recebimento dos dados dos nós sensores, o sistema proposto oferece uma

interface para apresentação coerente dos mesmos para o usuário final.

Os dados provenientes dos nós sensores são recebidos via comunicação serial, então


28

serão armazenados em um Banco de Dados. Dessa forma, o cliente de RSSF fica

independente do SGBD, o que possibilita a utilização do Banco de Dados externos ou de

outras aplicações, desde que a tabela de leitura tenha sido modelada de forma

compatível.

Para efetuarmos esse armazenamento, desenvolvemos um aplicativo para o Maemo

(N810) que possibilita a manipulação desses dados recebidos pelo Gateway, gerando

gráficos de Temperatura, Luminosidade e Voltagem.

Conclusões

O sistema proposto, embora simples, configura uma prova-de-conceito relevante que

mostra como dispositivos móveis de pequeno porte, como o N810, podem ser utilizados

para compor soluções práticas para coleta de dados em uma rede de sensores. Trabalhos

futuros incluem uma prototipação integrada de uma interface de comunicação ZigBee que

transforme o dispositivo móvel em um Gateway de maior portabilidade.

Referências

AKYLDIZ, I. F. et al., 2002. Wireless Sensor Networks: A Survey. Computer Networks, 38(4):393-

422, March 2002.

ARAMPATZIS, T. et al., 2005. A survey of applications of wireless sensors and wireless sensor

networks,‖ in Proc. of the Mediterranean Control Conference (Med05), Limassol Cyprus, 2005.

ESTRIN, D. et al., 2001. Instrumenting the World with Wireless Sensor Networks. In Proc. of the Int´l

Conf. on Acoustics, Speech, and Signal Processing. Salt Lake City, USA, May 2001.

o http://www.xbow.com/Products/productdetails.aspx?sid=164

o http://www.nokia.com.br/produtos/celulares/nokia-n810

o http://wiki.python.org/moin/PyQt

http://www.xbow.com/Products/productdetails.aspx?sid=164

http://www.nokia.com.br/produtos/celulares/nokia-n810

http://wiki.python.org/moin/PyQt


29

6.UM MODELO DE ANÁLISE DA COMPETITIVIDADE LOGÍSTICA INDUSTRIAL

Augusto Cesar Barreto Rocha1, Elton Fernandes2, Waltair Vieira Machado3

1Professor do Departamento de Administração da FUCAPI; e-mail: [email protected]

2Professor do Departamento de Engenharia de Produção da COPPE/UFRJ; e-mail: [email protected]

3Professor do Instituto de Tecnologia da UFAM; e-mail: [email protected]

Resumo

Este trabalho derivado de projeto de doutoramento financiado pela SUFRAMA apresenta

um modelo análise sobre a competitividade logística industrial. Para tal realizou um

estudo com as indústrias brasileiras do Distrito Industrial de Manaus. A partir de uma

pesquisa exploratória em 70 empresas nacionais, verifica os indicadores de desempenho

utilizados na prática por estas empresas para avaliar sua competitividade logística. Para

tal propõe um modelo para análise da competitividade logística na Amazônia,

apresentando discussões com respeito à prática da gestão de indicadores de

desempenho logístico.

Palavras chave: competitividade, indicadores de desempenho, logística.

Introdução

A obtenção de insumos para produção e a distribuição de produtos acabados para os

mercados sempre foram elementos importantes para a competitividade das empresas

industriais. O objetivo deste estudo foi realizar uma avaliação da competitividade logística

industrial na Amazônia, através de um estudo de caso com as indústrias brasileiras do

Distrito Industrial de Manaus. Foi realizada uma pesquisa com a prática das técnicas de

avaliação da competitividade logística empregadas pelas empresas brasileiras no Distrito

Industrial de Manaus, verificando-se as mais freqüentes. Em seguida é apresentada a

Metodologia.

Metodologia

A partir dos setores industriais do PIM selecionou-se uma lista de empresas a ser

pesquisada individualmente, contendo 110 empresas. Empresas com as seguintes

características:

1. Implantadas no PIM;


30

2. Faturamento anual superior a US$ 10 milhões;

3. Não receberam 51% ou mais de investimentos de origem não brasileira.

A partir desta base, durante a pesquisa foi realizado um refinamento final, reduzindo para

92 empresas, através da verificação de predominância de capital estrangeiro, conforme

roteiro de pesquisa, que perguntava se a predominância do capital da empresa era

nacional ou estrangeiro (em caso de ser estrangeiro a pesquisa não era realizada).

Desta forma foi aplicado o questionário apresentado. A seleção dos indicadores de

desempenho foi feita com base no modelo apresentado pelo SCOR e seus itens de

avaliação, conforme abordagem apresentada por Bolstorff e Rosenbaum (2003).

Resultados e discussões

Na pesquisa telefônica realizada foram obtidas respostas de 70 empresas em universo de

92 empresas. Isso significa que a pesquisa atingiu aproximadamente 76,1% do universo

de empresas, com 99,7% de confiança (σ = 3) e um erro de ±3,2% no resultado. A não

obtenção de resposta para 22 empresas foi primariamente em função da recusa de

atender ao pesquisador.

O perfil do respondente: (1) Diretor da empresa; (2) Diretor, gerente, supervisor ou

técnico responsável pela área de logística (dentre os quais administração, compras,

expedição, logística, materiais ou planejamento).

Os resultados obtidos pela pesquisa estão detalhados em Rocha (2009). Os quatro

indicadores de análise da competitividade que tem seu uso em mais de 80% das

empresas são: (a) tempo de entrega entre o produto final e sua chegada ao cliente; (b)

valor do frete; (c) tempo de trânsito; e (d) custos totais da cadeia de suprimento. Duas

variáveis temporais e duas variáveis financeiras. Este modelo é apresentado na Figura 1.

Figura 1: Modelo de análise da competitividade logística Fonte: Elaboração dos autores


31

Para interferir na competitividade logística de um Distrito Industrial a ação deverá ser em

torno do tempo de transporte e isso inclui todas as etapas que envolvem este processo,

desde transbordo até a liberação aduaneira e disponibilização do insumo para o

recebimento da empresa, bem como a saída do produto acabado, passando pelas

necessárias liberações até a chegada ao setor de recebimento do consumidor final.

Qualquer coisa que atrapalhe este processo afetará a competitividade do conjunto das

indústrias ou de uma indústria singular. Isso pode ser positivo, caso se reduza o tempo ou

os custos ou negativo caso sejam aumentados os tempos ou custos. No caso de Manaus

se observou que o tempo e custos estão diretamente associados aos processos de

liberação de cargas para ingresso e saída nas empresas.

Conclusões

O aumento da competitividade em um aglomerado de indústrias está associado à

capacidade que este aglomerado possua para ampliar de forma duradoura sua posição

no mercado de maneira sustentável. O modelo desenvolvido pode servir para a avaliação

do desempenho e demonstrar a competitividade logística de um Distrito industrial. Com

seu uso reiterado a partir de certo tempo poderá ser percebida se uma indústria, um

aglomerado de indústrias ou um Distrito industrial inteiro evoluirá em seus aspectos

logísticos. Verificou-se ainda que existe uma importante oportunidade de melhoria na

competitividade logística do Distrito Industrial de Manaus na redução do tempo entre a

chegada da carga na cidade e o ingresso nos almoxarifados das indústrias, bem como no

sentido oposto, entre a saída da expedição e o início do transporte, em função da

linearidade existente entre as atividades de fiscalização que impedem o rápido trânsito

dos insumos e produtos acabados.

Referências

Bolstorff, P. e Rosenbaum, R. (2003). Supply chain excellence: a handbook for

dramaticimprovement using the SCOR model. New York: Amacom.

Rocha, A. C. B. (2009) Um modelo de avaliação da competitividade logística industrial. Tese

(doutorado). Rio de Janeiro. UFRJ.


32

7.ACESSO ÀS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

Caroline Teobaldo de Souza¹; Thiago Rodrigues Bonfim²; Mauro Thury de Vieira Sá³

¹Autora: Bacharel de Ciências Econômicas do Departamento de Economia e Análise da Universidade

Federal do Amazonas; Email: [email protected]. ²Co-autor: Bacharel de Ciências Econômicas do

Departamento de Economia e Análise da Universidade Federal do Amazonas; Email:

[email protected]. ³Orientador: Professor Doutor do Departamento de Economia e Análise da

Universidade Federal do Amazonas. Líder do Grupo de Pesquisa em Economia Industrial, Internacional e da

Tecnologia (GETIT); Email: [email protected];

Abstract

The process of digital convergence has, over the years, is demarcate as something new

and revolutionized as a result of the impact this phenomenon has on different spheres of

society. So, the Digital Convergence brings to the center of discussions the issue of

Access to Information and Communication - ICT. The sector of Information Technology

and Communication and the Digital Convergence, over the last three decades, were

responsible for promoting profound changes in the global economy.

Key-word: Information, Technology and Communication.

Introdução

O processo de Convergência Digital vem, ao longo dos anos, se delineando como sendo

algo novo e revolucionador em decorrência do impacto que tal fenômeno tem sobre

diferentes esferas da sociedade. Dessa forma, a Convergência Digital traz ao centro das

discussões a problemática do Acesso às Tecnologias de Informação e Comunicação -

TIC. O setor de Tecnologia da Informação e Comunicação e a Convergência Digital, ao

longo das três últimas décadas, foram responsáveis por promover mudanças profundas

na economia global. Neste sentido é que se destacam as TIC e a Convergência Digital

como propulsores de toda a cadeia do conhecimento, isto é, produção, distribuição e

consumo de informação. Desta forma o estudo propõe-se a analisar a realidade do

processo de Convergência Digital, tendo como referência o nível de Acesso às TIC e a

sua relevância para atividade econômica do país.


33

Metodologia

Pode-se afirmar que a partir do Plano PluriAnual 04/07, o interesse do Governo pelo setor

de Tecnologia de Informação e Comunicação aumentou, e desde então estudos, leis e

programas foram sendo criados para verificar e, consequentemente, melhorar tal setor. A

lei 11.196 de 21 de novembro de 2005, conhecida como Lei do Bem, acabou por

impulsionar as empresas a produzir um computador mais popular, através da redução de

alguns tributos e conseqüentemente aumentando a quantidade desse bem nos lares

brasileiros. Para a verificação da realidade do consumidor foi analisado o Índice de Preço

ao Consumidor Amplo (IPCA), no que concerne a variação dos preços de produtos

relacionados com o setor de TIC, com base na Pesquisa Nacional por Amostra por

Domicílio (PNAD), verificou-se a quantidade de bens do segmento de TIC nos domicílios

e a partir das análises dos indicadores industriais do Pólo Industrial de Manaus (PIM),

buscou-se identificar o seu potencial como plataforma produtiva.


Tomando como base a análise do IPCA ao longo do período 2000 – 2008, para a

verificação da realidade do consumidor em termos de preços dos equipamentos, foi

explicitado o comportamento do nível de preço de determinados produtos, como por

exemplo: Tv, Som e Informática onde pode ser constatado que houve uma maior

tendência ao acesso aos produtos e serviços integrantes desses grupos. Ao analisar a

PNAD pode-se observar ao longo do período 2003 – 2007, a maior presença nos

Domicílios Particulares Permanentes no ano de 2007 em comparação ao ano de 2003, de

Microcomputador e Telefone. A PNAD Brasil apontou para a importância do fator preço,

na tomada de decisão para aquisição dos equipamentos de TIC. Outro ponto relevante na

pesquisa foi fato do perfil da indústria do Amazonas ser visivelmente voltada para a

produção de bens eletroeletrônicos, os quais destacam- se equipamentos essenciais para

o acesso a TIC, como por exemplo, Telefones Celulares, Microcomputadores, Receptores

de Sinal de Televisão, Aparelhos Televisores dentre outros.

Conclusões

Ao longo das três últimas décadas, o setor de TIC impactou, de forma profunda, os pilares

da economia global. Fato que pode ser percebido através da importância do

conhecimento e da informação como geradores e acumuladores de riqueza. Neste

sentido é que se destacam as TIC e a Convergência Digital como propulsores de toda a

cadeia do conhecimento. Com base nisso pode-se dizer que a TIC têm propiciado uma


34

série de novos serviços e aplicações garantindo assim um maior acesso da sociedade.

Agradecimento

Agradecemos a Deus, por nos dar forças e nos ajudar a superar todas as dificuldades, o

incentivo da nossa família e dos amigos. Ao professor doutor, Mauro Thury, pelas

oportunidades e conhecimento passado a nós. Por fim, agradecemos a SUFRAMA que

proporcionou a consecução do projeto.

Referências

BRASIL Plano Plurianual 2004 – 2007 Disponível em:

http://www.sigplan.gov.br/arquivos/portalppa/41_(menspresanexo).pdf. Acessado: 5 jun. 2009

BRASIL. Lei nº. 11.196, de 21 de novembro de 2005. Institui regimes de incentivos fiscais para

inovações tecnológicas. Disponível em: www.planalto.gov.br. Acesso: 16 jun.2009 BAPTISTA,

Margarida Afonso Costa, Política Industrial - Uma interpretação heterodoxa, Campinas, SP:

UNICAMP. IE, 2000.

FRIDMAN, Thomas L, O Mundo é Plano – Uma Breve História do Século XXI. São Paulo: Objetiva,

2009

GOVERNO FEDERAL Inclusão digital. Disponível em:.

http://www.inclusaodigital.gov.br/inclusao/outros-programas. Acesso: 15 jun. 2009.

HASENCLEVER, Lia; KUPFER, David. Economia Industrial: fundamentos teóricos e práticos no

Brasil. Rio de Janeiro: Campus, 2002.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em:

http://www.ibge.gov.br/home/default.php Acesso em: 29 mai. 2009

SUFRAMA. Superintendência da Zona Franca de Manaus. Disponível em:

http://www.suframa.gov.br/ Acesso em: 10 jun. 2009


35

8.DIAGNÓSTICO INICIAL PARA AVALIAÇÃO MPS.BR NÍVEL G EM EMPRESA DO

GRUPO AMAZONSOFT

Davi Viana dos Santos1, Tayana Conte1, Paulino Wagner Palheta2, Clahildek Xavier3

1Departamento de Ciência da Computação/ICE - Universidade Federal do Amazonas; E-mail:

{dvs,tayana}@dcc.ufam.edu.br.

2Fundação Centro de Analise, Pesquisa e Inovação Tecnológica – FUCAPI, Instituto de Ensino Superior

FUCAPI (CESF); E-mail: [email protected].

3FabriQ – Soluções em tecnologia; E-mail: [email protected].

Abstract

This paper presents an initial diagnosis for MPS.BR evaluation and shows how the

company to be evaluated follows the G level processes. The processes to be evaluated

are the project management and requirement management, besides the process attributes

demanded for this level. This diagnosis was done by the company itself first and then with

consultant support. The results prove that before an evaluation is done, it is necessary to

make some changes in the company‘s organizational culture.

Key-words: Process Improvement; project management; requirement management.

Introdução

Atualmente organizações desenvolvedoras de software estão procurando melhorar seus

processos, com o objetivo de diminuir retrabalho, manter um alto nível de qualidade em

seus produtos desenvolvidos ou em desenvolvimento e aumentar seus lucros. Essa

procura fez com que organizações desenvolvedoras adotassem práticas de reengenharia

dos processos de negócio para aumentar a maturidade [2] que consiste em processos

que estão bem definidos e estruturados e onde os riscos podem ser bem avaliados.

Um meio de determinar o nível de maturidade no processo de desenvolvimento de

software é através do programa de Melhoria de Processo do Software Brasileiro

(MPS.BR) que é uma iniciativa nacional coordenada pela SOFTEX [3]. O MPS.BR é

dividido em 7 níveis de maturidade, são eles: G - Parcialmente Gerenciado, F -

Gerenciado, E - Parcialmente Definido, D - Largamente Definido, C - Definido, B -

Gerenciado Quantitativamente, A - Em Otimização. No Amazonas ainda não existe

nenhuma empresa avaliada em MPS.BR.


36

O objetivo principal deste trabalho é expor os primeiros passos rumo à avaliação MPS.BR

e o comportamento de uma empresa do grupo AmazonSoft - Pólo de Software do

Amazonas[1].

Metodologia

A Metodologia utilizada pode ser dividida em três etapas, são elas: Apresentação dos

processos, Diagnóstico inicial da empresa e Diagnóstico inicial com o apoio dos

consultores.

1. Apresentação dos processos: Apresentação para os colaboradores da empresa,

onde o objetivo é expor os processos e atributos do processo a serem implementados no

nível G, são eles: Gerência de Projetos (GPR) que estabelece e mantém planos do

projeto e controla as atividades de correções e Gerência de Requisitos (GRE) que

gerencia os requisitos do produto e dos componentes do produto e identifica

inconsistência entre requisitos, os planos do projeto e os produtos de trabalho e, por fim,

os atributos de processo descritos através de resultados de atributos de processo (RAPs).

2. Diagnóstico inicial da empresa: A empresa realiza uma auditoria para saber seu

estado atual em relação ao nível G, coletando os artefatos para comprovar todos os

resultados esperados.

3. Diagnóstico inicial com o apoio dos consultores: Procedimento realizado para

confirmar o estado atual da empresa que será avaliada, onde são esclarecidos pontos

que ficaram confusos e falso-positivos.

Resultados e Discussões

O diagnóstico inicial visou mostrar a aderência do processo atual da empresa em relação

ao exigido para a avaliação nível G do MPS.BR. Para isso foram coletados, por parte da

empresa, artefatos que comprovassem o alcance dos resultados esperados dos

processos e atributos de processo. Com o auxílio dos consultores MPS.BR foi possível

dar mais qualidade ao resultado do diagnóstico, pois os consultores são pessoas

treinadas para a implementação dos níveis de maturidade. O resultado da aderência ao

GRE é mostrado na Figura 1, onde T significa totalmente implementado, L significa

largamente, P parcialmente e N significa não implementado. O resultado da aderência do

GPR é mostrado na Figura 2.


37

Figura 1 – Gráfico de aderência Figura 2 – Gráfico de aderência do do processo atual ao GRE processo atual ao GPR

Todo o procedimento do diagnóstico inicial seguiu o manual de implementação do nível G

do MPS.BR descrito em [4]. Através dos gráficos apresentados foi constatado que a

empresa possui boas práticas não institucionalizadas de GRE e GPR que precisam ser

formalizadas, incrementadas, divulgadas, seguidas, avaliadas e melhoradas

continuamente para o alcance da excelência em desenvolvimento e manutenção de

software.

Este trabalho é uma das fases de todo o cronograma para a avaliação a ser realizada na

empresa em questão.

Conclusões

Este trabalho mostra os passos para a realização do diagnóstico inicial. Utiliza-se o

Manual oficial para implementação do nível G do MPS.BR. Um avanço importante no

trabalho é a detecção do que precisa ser melhorado, ajustado ou até mesmo criado para

que a empresa possa ser avaliada positivamente no nível. Uma medida que pode apoiar a

maturação do processo da empresa é a utilização de ferramentas de gerência do projeto

e ferramentas que possibilitem a rastreabilidade bidirecional entre os requisitos e os

produtos de trabalho.

Referências

AmazonSoft: O pólo de software do Amazonas. Disponível em: www.amazonsoft.br.

Pfleeger, S. L. (2001) ―Software Engineering: theory and practice‖, 2nd edition,

Prentice-Hall, Inc., ISBN 0-13-029049-1.

SOFTEX. MPS.BR – Guia Geral, maio 2009. Disponível em: www.softex.br.

SOFTEX. MPS.BR – Guia de Implementação – Parte 1: Fundamentação para Implementação do Nível G do MR-MPS:2009, maio 2009. Disponível em: www.softex.br.


38

9.FECUNDIDADE NA CIDADE DE MANAUS: DETERMINANTES

SOCIOECONÔMICOS E DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL

Débora Santiago1; Tayana Nazareth2; Pery Teixeira3

1Mestranda em Desenvolvimento Regional, PRODERE – UFAM; e-mail [email protected];

2Mestranda em Desenvolvimento Regional, PRODERE – UFAM; e-mail [email protected];

3Professor Dr. da Universidade Federal do Amazonas – Orientador; e-mail: [email protected].

ABSTRACT

The fecundity is an important determinant of the population dynamics, its levels and trends

decisively influence the demographic dynamics and the age distribution. For this research

it was used as main source of information the demographic Census of 2000 and the Atlas

of Human Development for 1991 and 2000. The fecundity in Manaus presents a declining

trend, however this decline does not occur uniformly to the different spaces of the city and

in social and economic categories, the fecundity is higher in the areas with poverty and

that presents the worse social and economic conditions.

Key-words: dinâmica demográfica; desigualdade social; políticas públicas.

INTRODUÇÃO

A fecundidade assim como a mortalidade e a migração, constitui um importante

determinante da dinâmica populacional. Seus níveis e tendências influenciam

decisivamente a dinâmica demográfica e a distribuição etária, tornando-se importantes

subsídios para o planejamento social e econômico. No Brasil, a fecundidade tem

apresentado, desde a década de 70, tendência declinante para todas as áreas

geográficas e camadas sociais, porém tem se apresentado mais lenta nas áreas mais

desenvolvidas, mantendo-se relativamente elevada nas áreas rurais, em parcelas das

áreas urbanas e nas áreas indígenas da Região Norte. Atualmente, existem muitos

estudos sobre a fecundidade, mas para a região Norte e para as suas áreas urbanas é

bastante reduzido. Essa situação é bastante preocupante, pois deixa-se de conhecer

elementos essenciais para que se proponham políticas públicas para a cidade. O objetivo

deste estudo foi contribuir para a compreensão da evolução dos níveis e tendências da


39

fecundidade em Manaus, destacando os seus principais determinantes, e o seu

comportamento entre os diferentes espaços da região.

METODOLOGIA

Para a realização dessa pesquisa utilizou-se como base principal de informações às

referentes ao Censo demográfico de 2000 e ao Atlas de Desenvolvimento Humano para

os anos de 1991 e 2000. A fecundidade foi analisada em nível nacional, regional e mais

detalhadamente em nível municipal, segundo as Unidades de Desenvolvimento Humano

e categorias socioeconômicas como renda, nível de instrução, raça/cor e emprego

feminino. Como indicador básico para a análise da fecundidade foi utilizada a Taxa de

Fecundidade Total (TFT), que se define como número de filhos nascidos vivos que uma

mulher teria no fim de seu período reprodutivo. Os dados do censo de 2000 foram

processados através do gerenciador de base de dados REDATAM, produzido pelo Centro

Latino-Americano de Demografia (CELADE), concebido para o processamento de dados

de natureza sócio-demográfica.

RESULTADOS

A fecundidade na cidade de Manaus, em 2000, apresentava-se relativamente reduzida,

em torno de 2,5 filhos por mulher. Porém, constatou-se a existência de diferenciais da

fecundidade entre os bairros da cidade, sendo mais elevada nos bairros que são

consideravelmente mais pobres, do que nos demais. Quanto às variáveis

socioeconômicas no período de 1991 e 2000, a escolaridade apresentou-se como uma

das mais importantes na determinação da fecundidade. Enquanto as mulheres sem

instrução ou com menos de um ano de estudo, apresentaram taxas de 4,1 filhos, as que

tinham 11 anos ou mais de estudo possuíam fecundidade em torno de 1,3 filhos.

Observou-se também que as mulheres com menos anos de estudo tem tido filhos em

idade mais jovens (15-19 e 20-24) do que as mulheres com mais anos de estudo. A

ausência da escolaridade é também um dos fatores responsáveis pela gravidez na

adolescência. Quanto à renda, as mulheres sem rendimento, tinham em média 3,3 filhos,

enquanto que entre as que ganhavam mais de 2 a 3 salários mínimos, a taxa era de 1,4

filhos. Em relação ao trabalho feminino, as mulheres que trabalham possuíam

fecundidade de 1,8 filhos, já as desempregadas tinham em média 2,8 filhos. Para a

variável cor, o município de Manaus segue o mesmo padrão do restante do país, cuja

fecundidade da mulher branca (2,1 filhos) é, em média, inferior a das mulheres pardas

(2.8) e pretas (3,6).


40

CONCLUSÕES

A fecundidade em Manaus tem apresentado tendência declinante, com níveis muito

próximos aos da taxa necessária para repor a população. Seu comportamento não se

manifesta uniformemente entre os diferentes espaços e extratos sociais, sendo maior nos

bairros mais desfavorecidos. A perspectiva para os próximos anos é de que a

fecundidade continue sua tendência de declínio. Sua redução modifica a demanda por

escolas, acesso à previdência, entre outros.

Portanto, essa nova estrutura demográfica deve ser entendida para que possam ser

atendidas as demandas sociais vigentes.

REFERÊNCIAS

BERQUÓ, E., et al. Um estudo das variáveis intermediárias e dos diferenciais socioeconômicos da

fecundidade. Série São Paulo 80, v. 1, São Paulo: Fundação SEADE, 1985.124 p.

BRASIL, M; SANTOS, C; TEIXEIRA, P. A população da Amazônia (1940 a 2000). In: Mendes, A. D.

(org.). Amazônia, Terra e Civilização: uma trajetória de 60 anos. 2a. ed.rev. aum. Belém: Banco da

Amazônia, 2004.

BRITO, F. Transição demográfica e desigualdades sociais no Brasil. Revista Brasileira de Estudos

Populacionais. São Paulo, v.25, n.1, p. 5-26, jan./jun. 2008.

CARVALHO, J. A.M., WONG, L.. La transición de La fecundidad em el Brasil. Causas y

consecuencias, Seminar on Fertility Transition in Latin America, IUSSP, Buenos Aires, 37p. 1990.

IBGE. Censo Demográfico de 2000: Nupcialidade e Fecundidade: Resultados da Amostra.

Disponível em: < www.ibge.gov.br/> acesso em: 26 de outubro de 2008.

IPEA, FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO, IBGE. Atlas de Desenvolvimento Humano em Manaus.

Manaus: PNUD. CD-ROM, 2003.

RIOS-NETO, E. L. G. Questões emergentes na análise demográfica. Revista brasileira de Estudos

Populacionais. São Paulo, v. 22, n. 2. p. 371-408 jul./dez, 2005


41

10.ESTUDO DE ESPECIES AMAZÔNICAS DA FAMILIA LAURACEAE NO

COMBATE A RADICAIS LIVRES Deborah da Silva Braz1; Thamires Mello da Silva2; Joelma Moreira Alcântara 3; Valdir Florêncio da Veiga Júnior4

1

Estudante do Curso de Graduação em Farmácia da Universidade Federal do Amazonas; email:

[email protected]

2 Estudante do Curso de Graduação em Química da Universidade Federal do Amazonas; email:

[email protected]

3 Estudante do Curso de Pós-Graduação em Química do Departamento de Química da Universidade

Federal do Amazonas; email: [email protected]

4 Professor do Departamento de Química da Universidade Federal do Amazonas; Líder do Grupo de

Pesquisa em Química de Biomoléculas da Amazônia; e-mail: [email protected]

Abstract

The Lauraceae family is one of the most important botanic families at Amazonia, since it

has a widespread economic use. Extracts from some species never studied before were

chemically analysed to their antioxidant activity: DPPH, ABTS inhibition; and Total

Phenolic Compounds. The results indicate that Licaria cannella angustata, L. martiniana,

Mezilaurus duckei, M. itauba, Pleurotyrium vasquezii and Sextonia rubra showed the

greater inhibition, pointing out to an alternative use to this family to preventive health as it

inhibits the oxidative stress.

Keyword: Lauraceae, antioxidante, radicais livres, estresse oxidativo.

Introdução

A busca por espécies florestais pouco conhecidas são fundamentais na identificação de

novas substâncias de interesse medicinal. Na região amazônica, a família Lauraceae

destaca-se por apresentar classes de metabólitos que têm demonstrado muita atividade

biológica, como neolignanas, flavonóides e taninos (ZSCHOCKE, 2000). Estes

metabólitos, por sua vez, são substâncias antioxidantes que têm a capacidade de

bloquear a ação dos radicais livres, promovendo o organismo contra patologias

relacionadas ao estresse oxidativo, resultando em doenças e aceleração do

envelhecimento dos tecidos (MORAES, et al, 2006).

O objetivo deste trabalho foi determinar a concentração de fenóis totais presentes em


42

amostras de espécies pouco conhecidas desta família, além de avaliar a atividade

antioxidante frente aos radicais livres DPPH e ABTS

Metodologia

Os ensaios biológicos foram realizados a partir do extrato etanólico. Fez-se o ensaio

DPPH qualitativo, aplicando os extratos e padrão (quercetina) em placa cromatográfica e

revelados com solução de DPPH 0,3mM.

Para os testes quantitativos, estudou-se a atividade antioxidante frente aos radicais

DPPH e ABTS e a determinação de compostos fenólicos. As atividades antioxidante

frente aos radicais DPPH e ABTS foram determinadas em leitor de microplaca. Para a

determinação da concentração de compostos fenólicos , utilizou-se o método Follin-

Ciocalteau, onde as absorbâncias obtidas em espectrofotômetro UV.


Através do ensaio DPPH qualitativo, pode-se verificar que todos os extratos

apresentaram alguma atividade antioxidante, com exceção dos extratos dos gêneros

Rhodostemonodaphne, Dicypelium e Ocotea.

O potencial antioxidante frente ao radical DPPH foi maior para os extratos da Aniba

panurensis, Sextonia rubra e Licaria matiniana. Para os resultados obtidos a partir da

atividade antioxidante frente ao radical ABTS, a maior parte dos extratos estudados

apresentaram uma alta capacidade antioxidativa, destacando a amostra de Licaria

martiniana.

Os extratos das folhas de Pleurotyrium vasquezii e Ocotea splendens apresentaram

maiores concentrações de fenóis totais, confirmando a existência de algum composto

antioxidante que contribui particularmente e eficientemente no sequestro de radicais

livres.

Tabela 1: Atividades antioxidantes frente aos Radicais Livres DPPH* e ABTS

+* e concentração de fenólicos totais para extratos

etan ólicos de espécies de Lauraceae

DPPH* ABTS

+* Fenóis totais

ESPÉCIES

(CS50 )2 µg/mL ± DP (AA%)

3 µg/mL ± DP (mgEAG/g)

4 ± DP

Aniba panurensis - f1 14,370 ± 0,096 20,489 ± 0,600 90,289 ± 19,064


43

Aniba panurensis - g1 27,586 ± 2,199 15,512 ± 0,850 110,525 ± 8,242

Dicypelium manausense - f1 23,670 ± 1,475 59,145 ± 3,114 70,723 ± 7,626

Dicypelium manausense - g1 16,814 ± 0,486 18,743 ± 0,753 -

Licaria martiniana - f1 11,168 ± 1,416 10,954 ± 0,480 135,344 ± 7,702

Licaria martiniana - g1 6,965 ± 0,131 5,274 ± 0,279 184,82 ± 3,3453

Mezilaurus duckei - f1 23,253 ± 0,556 13,212 ± 0,904 135,808 ± 18,641

Mezilaurus duckei - g1 13,494 ± 0,484 12,096 ± 0,772 116,550 ± 10,209

Ocotea splendens - f1 - 7,529 ± 0,254 205,372 ± 17,952

Pleurotyrium vasquezii - f1 - 7,529 ± 0,254 224,733 ± 3,554

Rhodostemonodaphne

238,542 ± 5,699 151,885 ± 4,328 34,421 ± 2,595

parvifolia - f1

Sextonia rubra - f1 10,043 ± 0,317 16,499 ± 0,639 129,268 ± 7,626

Obs.: 1f: folhas, g: galhos;

2CS50: capacidade de seqüestro de radicais livres DPPH a 50% da

amostra; 3AA%: Percentual de atividade antioxidante contra o radical ABTS;

4mgEAG/g: miligrama equivalente ao ácido gálico porgrama de extrato.

Conclusões

Os resultados obtidos confirmam os estudos da literatura sobre a família Lauraceae,

onde espécies pouco conhecidas desta família demonstraram grande atividade

biológica, servindo para o desenvolvimento de novos medicamentos. A partir dos

resultados obtidos, pode-se verificar quais extratos possuem maiores capacidades

antioxidativas diante dos métodos aplicados, notando que os melhores resultados

foram obtidos em amostras de folhas.

Referências

BOREK, C. Antioxidants and cancer. Science and Medicine, v.4, p.52, 1997.

FOLIN, O., CIOCALTEAU, V. On tyrosine and tryptophan determinations in proteins. The

Journal of Biological Chemistry, v.73, p.627, 1927.

MENSOR, L. L. Screning of brazilian plant extract for antioxidant activity by the use of DPPH free

radical method. Phytotherapy Research, v.16, p.127, 2001

ZSCHOCKE, S et al. Analytical and pharmacological investigation of Ocotea bullata (black

stinkwood) bark and leaves. Journal of Ethnopharcology, v.71, p.219, 2000.


44

11.O AMAZONAS E AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS: NA BUSCA PELA

SUSTENTABILIDADE SOCIOAMBIENTAL Elane Conceição de Oliveira1

1Estudante do Curso de Doutorado em Desenvolvimento Sustentável do DINTER UEA/UNB.

Email: [email protected]

Abstract

The objective of the work is to show to the contribution of the State of Amazonas for

preservation and maintenance of its forests. With 98% of the forests of the preserved, the

Amazon it is proud in being the first Unit of the Federation to institute a law on climatic

changes. In it the Government of the State has worked hard to interiorizar the

development with end to take social welfare for the peoples of the forest, true sages of the

value of the standing forests.

Key words: forest allowance program; value of the standing forests; State of Amazon.

Introdução

A dualidade entre preservação e desenvolvimento tem aquecido os debates sobre a quem

interessa manter a floresta Amazônica em pé, em grande medida, devido à expansão da

produção agropecuária nas regiões de floresta. Essas frentes de expansão têm sido

impulsionadas por racionalidades econômicas que pressupõem que as florestas podem

funcionar como verdadeiras fábricas a céu aberto, capazes de produzir alimentos e

manufaturados suficientes para abastecer toda a humanidade, sem, contudo, se

preocupar com ―os serviços ambientais prestados pelas florestas – biodiversidade,

ciclagem d‘água e seqüestro de carbono‖ (FEARNSIDE, 2003). Além do que, o clima, em

grande medida depende da floresta, pois é um grande reservatório de carbono (SALATI,

1983). Para tanto, este trabalho mostra a política ambiental desenvolvida pelo do Estado

do Amazonas para preservação das florestas amazonenses por meio do Programa Bolsa

Floresta.

Metodologia

O método consiste numa pesquisa qualitativa exploratória junto às Secretarias de Estado

responsáveis pelo desenvolvimento, implementação e monitoramento do Programa Bolsa



45

Florestas nas Unidades de Conservação do Amazonas.


No período de 2003-2007, a Secretaria do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

do Estado do Amazonas formulou e coordenou a implantação de uma série de

instrumentos inovadores de políticas públicas voltadas para a promoção do

desenvolvimento sustentável, com especial ênfase para a conservação ambiental,

combate à pobreza e mudanças climáticas, conhecido como Zona Franca Verde (VIANA,

2008). Uma das inovações do Programa Zona Franca Verde foi a criação do Programa

Bolsa Floresta – PBF. Sua concepção original deu-se em 2007, quando da promulgação

da Lei 3.135/2007 (Lei sobre Mudanças Climáticas, Conservação Ambiental e

Desenvolvimento Sustentável do Amazonas) e a Lei Complementar nr. 53 (Lei do Sistema

Estadual de Unidades de Conservação. O PBF é considerado um programa de Governo

do Estado do Amazonas, que busca a interiorização do desenvolvimento a partir da

compensação, da valorização e do reconhecimento dos povos da floresta como um fator

ímpar na luta a favor do equilíbrio mundial do clima, da manutenção da floresta em pé e

do desmatamento zero. O PBF é um conjunto positivo de ações que tem como objetivo

oferecer uma compensação financeira para os serviços prestados pelas populações

tradicionais e indígenas do Amazonas, ou seja, uma recompensa aos guardiões da

floresta que se comprometem com a conservação ambiental e o desenvolvimento

sustentável nas UC‘s do Estado do Amazonas. O Gráfico 1 e a Figura 1, respectivamente,

mostram o número de famílias beneficiadas e cadastradas pelo PBF e a quantidade de

UC que foram contempladas com o programa.

Gráfico 1: Famílias cadastradas e beneficiadas pelo PBF.

Fonte: VIANA (2008).


46

Figura 1: Programa Bolsa Floresta nas Unidades de Conservação.

Fonte: VIANA (2008).

Conclusão

PBF, com suas quatro modalidade (Bolsa Floresta Familiar, Bolsa Floresta Associação,

Bolsa Floresta Renda e Bolsa Floresta Social) é um reflexo das políticas ambientais a

favor da floresta em pé no âmbito da Convenção do Clima e da valorização das

populações ribeirinhas amazonenses. O que não se pode tolerar são as tendências

históricas do desmatamento na Amazônia, em que a floresta dá lugar a áreas de grandes

pastos e colheitas agrícolas. Esse é o nosso maior compromisso: ―a Floresta em pé para

os povos da floresta‖.

Referência

FEARNSIDE, Philip. A floresta Amazônica e as mudanças climáticas. Manaus, INPA, 2003. SALATI,

Enéas. Amazônia:desenvolvimento,integração e ecologia. São Paulo: Brasiliense, 1983.

VIANA, Virgilio M. Bolsa Floresta: um instrumento inovador para a promoção da saúde em

comunidades tradicionais na Amazônia. Estud. av. v.22 n.64. São Paulo, 2008. Disponível em

www.scielo.com.br. Acesso em 10/09/2009.


47

12.FRONTEIRA DE RECURSOS: UMA REGIÃO AMEAÇADA

Elane Conceição de Oliveira1

1Estudante do Curso de Doutorado em Desenvolvimento Sustentável do DINTER UEA/UNB. Email:

[email protected]

Abstract

The work analyzes the standard of advance of the agricultural border along to the south of

Amazon and its relation with the deforestation in the region. The analysis was made

through of a multiple linear regression having as independent variance the number of heat

focus and as reversion variance four regions of the Arch of the Deforestation, the localities

where areas had been cleared to farm cattle and to cultivate soy beans. The result showed

that the border advances differently in each region studied, assuming a standard of impact

to the environment.

Key-word: Amazon; agriculture border; deforestation.

Introdução

A Amazônia continua sendo a grande reserva de espaço do país, a sua última fronteira de

migração e de expansão (THÉRY, 2004). Em termos ecossistêmicos, a região presta

serviços ambientais – ciclagem da água, seqüestro de carbono e biodiversidade

(FEARNSIDE, 2003) extremamente relevantes para o equilíbrio do ecossistema global.

Mas, apesar de 80% da região ainda está coberta por florestas, o complexo e dinâmico

fenômeno dos desmatamentos tem ameaçado constantemente esse bioma, o qual

―coloca o Brasil entre os cinco maiores emissores atuais de CO2 para a atmosfera e entre

os países que mais desmatam‖ (ALENCAR et al, 2004). Os fatores determinantes do

desmatamento são atribuídos a produção de grãos, como a soja, e a pecuária bovina,

especialmente na região geográfica do chamado arco do desmatamento (PLANO DE

AÇÃO PARA PREVENÇÃO E CONTROLE DO DESMATAMENTO NA AMAZÔNIA,

2004). Logo, esse trabalho analisou o padrão de avanço da fronteira agrícola e sua

relação com o desmatamento na região, procurando detectar o grau de impacto entre as

mesoregiões do norte do Mato Grosso, Leste de Rondônia, Sul do Amazonas e Sudeste

do Pará.


48

Metodologia

Propôs-se um modelo de regressão linear múltipla com as variáveis: focos de calor, fc;

área plantada de soja, as; quantidade produzida de soja, qs ; valor da produção de soja,

vs; área da lavoura permanente, ap ; quantidade rebanho bovino – pecuária, qp; área

plantada de arroz, ar; área plantada de milho, am.

Fc = α + α1 as + α2 qs + α3 vs + α4 ap + α5 qp + α6 ar + α7 am + ε (1)

Durante os testes estatísticos o modelo 1 mostrou-se incongruente. Algumas variáveis

não permitiam que o modelo se ajustasse corretamente. Assim, para descrever o

fenômeno a variável resposta foi o logaritmo da quantidade de focos de calor e as

variáveis regressoras foram mesoregião, área plantada de soja e quantidade de rebanho

bovino. Para cada mesoregião o modelo adequado foi:

Log fc = β0 + β1 (as/1.000) + β2 (qp/100.000) + ε (2)

Foram levantados dados das variáveis para 39 municípios da mesoregião do norte do

Mato Grosso, 07 municípios do sudeste do Pará, 07 municípios do leste de Rondônia e

01 município do sul do Amazonas numa série temporal de 1994 a 2004. O pacote

estatístico utilizado foi o R 2.2.1 Language and Environment. Adotou-se fc como proxy do

desmatamento em face de dados insuficientes.


As hipóteses testadas foram β1 (área plantada de soja), sendo H0 : β1=0 (não há relação)

e H1: β1≠0 (há relação) e β 2 (quantidade de cabeças de gado), sendo H0: β2=0 (não há

relação) e H1:β 2≠0 (há relação). Com isto, o Quadro 1 mostra as estimativas dos

parâmetros observados. O teste ―t‖ β1 e β2 foi 3.631 e 4.294 respectivamente, indicando

que há uma relação de significância entre a área plantada de soja e a quantidade de

focos de calor, assim como para a pecuária bovina, uma vez que o tn -2 é inferior ao valor

de t, rejeitando, assim, a hipótese nula. Há, portanto, evidências de que as variáveis

regressoras do modelo propostas influenciam significativamente na média do número de

focos de calor. A região é uma variável regressora do tipo qualitativa. A inclusão dela no

modelo significa que se tem uma reta de regressão para cada região, mas todas com a

mesma inclinação, somente o intercepto é diferente. A região que apresentou maior

número de focos de calor foi a região 4, depois a 3, em seguida a região 2 e, por último, a


49

região 1 (leste de Rondônia) obteve estimativa de β01 igual a zero.

Quadro 1: estimativa para os parâmetros observados.

Fonte: banco de dados da pesquisa; tn-2 = 1,6449.

O teste F de igualdade entre as hipóteses foi realizada para H0:β01 =β02=β03=β0 4 e

H1:existe pelo menos um β diferente. Identificou-se que F=32,51, com P-valor <2,2x10-16,

evidenciando que a igualdade entre as hipóteses das mesoregiões não são verdadeiras,

pois p=nº de variáveis explicativas no modelo (2); n=tamanho da amostras (540). Logo,

F=32,51 > F2,537 = 3,00 rejeita-se a hipótese (H0) de que existe igualdade entre as

mesoregiões, ou seja, cada região possui um padrão diferente de expansão da fronteira

agrícola.

Conclusão

A expansão da fronteira agrícola para o sul do Amazonas assume um padrão de impacto

ao meio ambiente, ainda que em proporções baixas em relação a outras regiões

estudadas. A quantidade de fc nessa região mostrou-se relevante ao aumento da área

plantada de soja e da pecuária bovina, permitindo que um aumento na área plantada

aumente uma unidade de focos de calor na região, mantendo-se outras variáveis

constantes. A fronteira de recursos é ameaçada em maior grau no sudeste do PA, em

médio grau no norte do MT e em baixo grau no sul do AM, mas a verdade é que ela sofre

os danos ambientais da soja e do gado.

Referências

ALENCAR, Alencar; NEPSTAD, Daniel; MOUTINHO, Paulo; DIAZ, Maria del Carmem.

Desmatamento na Amazônia: indo além da emergência crônica. Instituto de Pesquisa Ambiental da

Amazônia (Ipam), 2004.

FEARNSIDE, Philip M. A floresta amazônica nas mudanças globais. Manaus: INPA, 2003.

THÉRY, Hervé. Pesos e Medidas da Amazônia. In: SAYAGO, Doris et al. (Orgs). Amazônia: cenas

e cenários. Brasília: Universidade de Brasília, 2004.

Parâmetro Estimativa Desvio Padrão Valor de t P‐valor

Intercepto 4.2497801 0.1577074 26.947 < 2e – 16

Região 2 (β02) – Sul do AM ‐0.5252559 0.3932610 ‐1.336 0.18246

Região 3 (β03) – Norte do MT 1.2947218 0.1553520 8.334 1.39e‐15

Região 4 (β04) – Sudeste do PA 1.5541642 0.2128838 7.301 1.66e‐12

Área plantada de soja (β1) 0.0019748 0.0005438 3.631 0.00032

pecuária (β2) 0.192216 0.044291 4.294 2.22e‐05


50

13.ANÁLISE DOS INVESTIMENTOS EM P&D E A PERSPECTIVA DE

DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO REGIONAL NO AMAZONAS: PERFIL DOS EMPREGOS OCUPADOS Erlice Ramos Nobre1, Mauro Thury de Vieira Sá2. 1

Universidade Federal do Amazonas – UFAM. E-mail: [email protected]

2 Professor do Departamento de Economia e Análise (DEA) da UFAM/FES. E-mail: [email protected] .

Abstract

To investigate the stress on innovation, knowledge and human resources training and

development for the professional R&D and S&T in the Amazon, we performed a survey on

employment data from RAIS by formal schooling for major industrial sectors of the ZFM,

were also examined structural components and differential occupation of the Amazon. In

the analysis found a concentration of education at the secondary level and that the

occupations in S&T in the Amazon showed greater dynamism in Brazil.

Key-words: Research; Development; Jobs; Busy.

Introdução

Houve, no Amazonas, a partir da operacionalização da Zona Franca de Manaus,

mudanças estruturais relevantes ao Estado (sociedade político-jurídico), e, assim, um

maior destaque na economia brasileira, todavia, é importante buscar um indicativo dos

reais impactos que este modelo tem ocasionado para o desenvolvimento da região. Logo,

torna-se importante efetuar uma análise dos dispêndios em pesquisa e tecnologia,

gerados a partir do modelo ZFM e se estes configuram retornos econômicos e sociais à

população do Amazonas. A partir dessa problemática, buscou-se testar a hipótese do

perfil dos empregos ocupados e se estes denotam melhor qualificação profissional e seu

aproveitamento na região, permitindo estabelecer uma correlação com a permanência do

modelo ZFM. Nesse sentido, tem-se como objetivo geral analisar se houve esforço em

inovação, conhecimento e capacitação de recursos humanos e havendo, se o mesmo

refletiu maior dinamismo nas profissões vinculadas a P&D e C&T no Amazonas.

Metodologia

Na consecução do trabalho, foram utilizados dados de emprego formal da RAIS por grau




51

de instrução para os dois principais segmentos industriais, partindo da classificação de

atividades do IBGE por subsetores. Posteriormente, foram utilizados dados da Secretaria

do Tesouro Nacional atinentes aos gastos estaduais na função C&T, de 2002 a 2005.

Esses dados foram extraídos da base de dados do IPEA. Também foram utilizados os

dados PINTEC, que tem por finalidade a construção de indicadores nacionais e regionais

das atividades de inovação tecnológica. Em seguida, com intuito de avaliar o dinamismo

das atividades econômicas de diferentes regiões, utilizou-se o método estrutural

diferencial. No presente caso, verificou-se o dinamismo das ocupações ao invés de

atividades econômicas, embora se saiba que as diferentes ocupações tendem a refletir os

comportamentos das distintas atividades econômicas. As ocupações foram agrupadas em

típicas de Ciência & Tecnologia e nas demais ocupações.


Com relação aos dispêndios da esfera estadual, observou-se que a criação da SECT e

FAPEAM possibilitou incrementos consideráveis nos investimentos na função de despesa

em P&D. A FAPEAM, com níveis acumulados entre 2003 e 2005 de R$ 53,2 milhões,

apresentou uma expressiva quantidade de recursos para investimentos em P&D. Todavia,

faz-se a ressalva de que os recursos disponibilizados pelo governo estadual estão em

desacordo com os dispositivos legais, tais como a Constituição do Estado do Amazonas,

que prevê o repasse sobre a receita tributária deduzindo-se apenas os 25% de ICMS

repassados aos municípios. Os valores efetivamente repassados, porém, são calculados

sobre a receita tributária líquida abatendo não somente o correspondente à parcela dos

25% de ICMS, mas também sobre o montante repassado aos municípios, inclusive 50%

de IPVA entre outros abatimentos. No âmbito federal a participação da SUFRAMA foi

relevante com investimentos em diversos programas. Os problemas detectados estão

relacionados aos altos níveis de contingenciamentos nos orçamentos da entidade pelo

Governo Federal, em alguns anos, chegam a 46,05%. Desse modo, as arrecadações com

as taxas de serviços administrativos da SUFRAMA alcançam valores sempre maiores que

o volume de recursos disponibilizados pelo governo federal para investimentos na área de

jurisdição da Superintendência. Isso demonstra que os investimentos em P&D, bem como

em outros tipos de gastos em prol da Amazônia Ocidental e de Macapá-Santana

poderiam ser ainda mais expressivos. Para se vislumbrar mais objetivamente, em 2005, o

volume arrecadado com a TSA alcançou R$ 211,7 milhões contra um orçamento

executado de R$ 147,6 milhões.


52

Conclusões

Observa-se que os investimentos em P&D e C&T no Amazonas divergem do previsto em

seus preceitos constitucionais. No âmbito Federal, notam-se elevados níveis de

contingenciamento acarretando redução nos investimentos na área. Verifica-se que

grande parte da mão-de-obra absorvida pelo PIM, possui nível médio, porém, de pouca

expressividade tecnológica. Acredita-se que a criação de cursos de curta duração e de

maior valor agregado em P&D e C&T, conduziria a uma melhor qualificação desses

recursos humanos.

Referências

BAPTISTA, Margarida Afonso Costa. Política Industrial - Uma interpretação heterodoxa, 1997.

Campinas, SP, UNICAMP, Fapesp, 120 p.

COSTA, Luciana Maria; Maia, Maria de Fátima Rocha. Caracterização setorial da mesorregião de

Montes Claros via Método de Análise Diferencial Estrutural e Quociente Locacional considerando-se

os efeitos da abertura economia. Unimontes Científica, Montes Claros v. 3 n.3 jun./2002.

DINIZ, Clélio Campolina; Santos, Fabiana; Crocco, Marco. Diretrizes para a formulação de políticas

de desenvolvimento regional e de ordenação do território brasileiro. Universidade Federal de Minas

Gerais (Faculdade de Ciências Econômicas). 2004.

FIGUEIREDO, Paulo N. Capacidade tecnológica e inovação em organizações de serviços intensivos

em conhecimento: evidências de institutos de pesquisa em tecnologias da informação e da

comunicação (TICS) no Brasil. R..Brasileira de Inovação. V5, n°2, julho/dezembro. 2006.

FONSECA, Renato. Inovação tecnológica e o papel do governo. 2001: Parcerias estratégicas, n°.

13, - MCT.


53

14.SELEÇÃO DE FUNGOS FILAMENTOSOS AMAZÔNICOS PRODUTORES DE

ENZIMAS XILANOLÍTICAS. Flávia de Carvalho Paiva1; Leonor Alves de Oliveira da Silva1,2.

1Estudante do Curso de Zootecnia da Faculdade de Ciências Agrárias da Universidade Federal do

Amazonas; E-mail: [email protected].

2Professora do Departamento de Química da Universidade Federal do Amazonas. Laboratório de

Fermentações. Centro de Apoio Multidisciplinar. E-mail: [email protected].

Abstract

The xylanases are enzymes of great industrial interest due to their wide application in

biotechnology. Therefore, the demand for xylan-degrading enzymes is growing in this

context fungi offer many advantages and the Amazon becomes a wide field of study, with

a great microbial diversity. Filamentous fungi were evaluated through Amazon enzymatic

determination of qualitative and quantitative xylan-degrading enzymes. Due to fungal

diversity analyzed, there was great variation in results.

Key-words: Xylanases; Industrial enzymes; Amazon region.

Introdução

A crescente preocupação com o ambiente, a qualidade dos produtos e a viabilidade da

produção incentiva a busca por tecnologias ―limpas‖, neste contexto a diversidade

microbiológica da Amazônia oferece rica fonte de enzimas fúngicas de interesse industrial

para a inovação da tecnologia enzimática. Os fungos são excelentes fontes de enzimas

devido à diversidade bioquímica, crescimento rápido em espaço limitado; produção

independente de variações sazonais e localização geográfica e utilização de resíduos

agroindustriais como fontes de carbono. As xilanases formam o maior grupo de hidrolases

envolvidas na degradação de xilanas, principal constituinte do complexo hemicelulósico

das plantas, oferecem diversas aplicações na indústria, podendo agir associada a outras

enzimas ou livre, são aplicadas na indústria alimentícia, visando clarificação de sucos e

vinhos, fabricação de pães e cerveja bem como nas indústrias têxtil e de celulose e papel

(MACIEL, 2006).




54

Metodologia

Os fungos foram isolados do solo no Campus da UFAM/Manaus, cultivados em meio

líquido de Czapeck modificado contendo farelo de trigo como fonte de carbono, por cinco

dias em condições estacionárias e a temperatura ambiente, obtendo-se assim o extrato

enzimático bruto para posteriores dosagens enzimáticas qualitativa e quantitativa.A

determinação qualitativa da atividade enzimática foi realizada pelo método de cup-plate

modificado, em meio de cultura sólido contendo ágar e xilano de aveia a 1%. A reação

positiva foi visualizada com formação de halos de degradação enzimática com adição de

solução corante vermelho congo 1% na superfície do ágar. A determinação enzimática

quantitativa foi verificada pelo método de MILLER (1959), através da determinação de

açúcares redutores, utilizando xilose como padrão, onde uma unidade de atividade foi

definida como a quantidade de enzima capaz de liberar um μmol de xilose por minuto. A

concentração de proteínas foi determinada pelo método de LOWRY (1951), utilizando

albumina de soro bovina como padrão.


Foram isolados 20 fungos filamentosos do solo no Campus da UFAM e posteriormente

avaliados quanto à capacidade em produzir enzimas xilanolíticas. Dos microrganismos

isolados ao todo 95% apresentaram atividade enzimática para xilanase, destes treze

fungos obtiveram resultados positivos quanto a capacidade em degradar o xilano de

aveia, apresentando índices enzimático variando de 0,1 a 1,1 (Tabela 1). Em ensaios

quantitativos, 19 fungos apresentaram a capacidade de excretar xilanase no meio líquido,

utilizando farelo de trigo como fonte de carbono, demonstraram resultados variados,

exibindo atividade enzimática de 1,67 U/mL a 45,96 U/mL, onde os complexos

enzimáticos que mostraram maiores atividades em U/mL foram F6, F7, F11, F13 e F33,

sendo que o F6 alcançou a maior atividade enzimática em U/mL, já o microrganismo que

apresentou maior atividade específica U/mg de proteína foi o F7 (Tabela 1).

Tabela 1 – Resultados dos testes qualitativos e quantitativo para Xilanase.

Isolados fúngicos I.E. Atividade (U/mL)

Atividade específica

(U/mg proteína)

F1 0,8 ± 0,0 21,78 ± 1,56 59,37 ± 0,91

F2 0 15,36 ± 0,52 22,03 ± 1,33

F4 0,1 ± 0,0 3,75 ± 0,04 4,89 ± 1,37

F5 0 17,78 ± 0,95 41,01 ± 2,98

F6 0 45,96 ± 1,25 35,64 ± 2,67


55

F7 1,0 ± 0,0 42,37 ± 0,26 133,99 ± 9,57

F8 0 2,29 ± 0,38 2,86 ± 0,31

F11 0,8 ± 0,0 38,37 ± 0,62 31,81 ± 1,61

F12 0,7 ± 0,1 20,20 ± 1,16 46,59 ± 3,12

F13 0,8 ± 0,0 25,51 ± 0,21 78,33 ± 2,63

F14 0 1,67 ± 0,14 1,78 ± 0,02

F15 0,4 ± 0,0 14,81 ± 0,30 33,15 ± 3,10

F17 1,1 ± 0,1 12,85 ± 1,20 5,50 ± 0,47

F18 0 0 0

F19 0,6 ± 0,0 16,80 ± 0,99 120,00 ± 8,27

F20 0,7 ± 0,0 17,03 ± 0,66 50,07 ± 3,15

F25 1,1 ± 0,0 15,23 ± 0,36 24,23 ± 1,01

F26 0,4 ± 0,0 5,93 ± 0,59 11,79 ± 0,25

F31 0 7,34 ± 0,88 7,76 ± 0,00

F33

0,9 ± 0,2

30,93 ± 0,78

52,23 ± 3,32

Os fungos isolados e avaliados neste estudo serão posteriormente identificados para

futuros estudos.

Conclusões

No presente trabalho foram isolados 20 fungos e submetidos a fermentações líquidas

utilizando-se o farelo de trigo como fonte de carbono onde 95% destes excretaram

enzimas xilanolíticas, confirmado a Região Amazônica como potencial fúngico com

possível aplicação biotecnológica.

Referências

LOWRY, O. H., Rosebrough, N. F., Farr, A. L., & Randall, R. J. (1951). Journal of Biological

Chemistry, 193, 265–275.

MACIEL, Gisele Mari. Desenvolvimento de Bioprocesso para produção de Xilanases por

Fermentação no estado sólido utilizando bagaço de Cana de açúcar e farelo de soja. 2006. 133f.

Dissertação (Mestrado em Processos Biotecnológicos) - Universidade Federal do Paraná, Curitiba.

MILLER, GH. Use of dinitrosalicylic acid reagent for determination of reducing sugar. Anal.

Chem., Amsterdan, v.31, p.426-428, 1959.


56

15. A QUESTÃO HABITACIONAL NO DESENVOLVIMENTO REGIONAL:

PROGRAMAS DE FINANCIAMENTO HABITACIONAL À POPULAÇÃO DE BAIXA RENDA Flávio Machado Moita1; Aristides da Rocha Oliveira Júnior2; Adria Conceição Sabóia Rosas3; Alfredo Augusto Sicsú Leite Junior4; Tânia Maria Soares Corrêa5. 1Professor do Curso de Especialização em Gerência Financeira Empresarial do Departamento de

Administração da Universidade Federal do Amazonas; E‐mail: [email protected].

2Professor do Curso de Especialização em Gerência Financeira Empresarial do Departamento de


3Aluna do Curso de Especialização em Gerência Financeira Empresarial do Departamento de


4Aluno do Curso de Especialização em Gerência Financeira Empresarial do Departamento de




Abstract

The housing problem in Brazil remains one of the biggest social problems facing the

population. The great challenge for governments is to establish a housing policy that

enables the service to families of lower income. This study aims to evaluate the main lines

of financing housing for the poor people and make a comparison between them. The

descriptions presented here are based on literature and documents.of using an

environmental management system for companies that want to enter the global market.

Key-words: Housing finance; Regional Development, Population Low Income.

Introdução

A questão habitacional tem grande importância social e política para as cidades e para o

desenvolvimento regional. Ela é um fator importante na criação de estabilidade, saúde

publica, justiça social e estimulo ao crescimento econômico, conforme Fundação João

Pinheiro (2001). A situação habitacional no Brasil continua sendo um dos maiores

problemas sociais enfrentados pela população. O trabalho apresenta o contexto da

situação habitacional no Brasil no que se refere à população de baixa renda. Em seguida,

serão apresentadas as principais de financiamentos, destinadas ao seguimento objeto da

pesquisa. Finalizando o trabalho, é feito um comparativo entre as linhas de financiamento


57

e um comentário sobre os resultados, indicando qual o melhor financiamento adequado

ao público de baixa renda.

Metodologia

A pesquisa, quanto aos fins, será exploratória, pois visa proporcionar maior familiaridade

com o problema com vistas a torná-lo explícito. Tentará mostrar as principais linhas de

financiamento de casa própria para população de baixa renda. Quanto aos meios, utilizou-

se o acervo documental e bibliográfico. O objeto de estudo se limitará aos financiamentos

de casa própria no Brasil, efetuados pela Caixa Econômica Federal, para população com

renda familiar até 6 salários mínimos.


Este estudo apresentou as principais linhas de financiamento, adequadas ao segmento

mencionado, oferecidas atualmente pela CEF. Foi caracterizada a descrição e

peculiaridades de cada linha de financiamento bem como comparativos entre taxas de

juros, Custos Efetivos Totais, prestações e prazo para pagamento. Os resultados

mostraram a melhor alternativa de financiamento para compra da casa própria, para

famílias com renda de R$ 1.300,00 a R$ 2.500,00 para aquisição de uma habitação

adequada.

A escolha da melhor alternativa para financiamento habitacional voltado ao seguimento

baixa renda, nesta simulação em estudo, considerou as taxas de juros ao ano e o Custo

Efetivo Total sobre o valor financiado demonstrados nos comparativos.

Para os dois níveis de renda familiar apresentados, nota-se que a alternativa de

financiamento Carta de Crédito atrelada ao PMCMV é a mais vantajosa, pois combina

menores taxas de juros ao ano, com menor percentual de Custos Efetivos Totais.

Conclusão

Conclui-se, portanto, que a dificuldade de acesso a financiamentos habitacionais é a

razão principal porque parte da população não consegue adquirir habitações. Parte dessa

dificuldade se deve ao desconhecimento das linhas de financiamento oferecidas

atualmente. Como a carta de credito vinculada ao FGTS com taxas menores para

trabalhadores que possuem mais de três anos de carteira assinada. Mostrou-se que para

as famílias com renda mensal até cinco salários mínimos, as quais são a maioria da

população, existem linhas de financiamento adequadas a cada renda, e que uma dessas

linhas é mais vantajosa, pois está vinculada ao Programa Minha Casa minha Vida.


58

Referências

BONDUKI, Nabil. Origens da habitação social no Brasil: Arquitetura Moderna, Lei do Inquilinato e Difusão

da Casa Própria. Estação Liberdade, 1998.

FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Déficit habitacional no Brasil 2000. Belo Horizonte: Fundação João

Pinheiro, 2001.


59

16. A GESTÃO AMBIENTAL NA GERÊNCIA EMPRESARIAL: A ISO-14001 EM

UMA EMPRESA NA CIDADE DE MANAUS Flávio Machado Moita1; Aristides da Rocha Oliveira Júnior2; Pollyane Dias Ferreira3; Roginaldo dos Santos4.







4Aluno do Curso de Especialização em Gerência Financeira Empresarial do Departamento de


Resumo

A implementação da ISO 14001 tem sido uma das estratégias de gestão ambiental mais

utilizada pelas organizações para garantir condições mínimas de sustentabilidade e

equilíbrio ambiental nos processos empresariais. O presente trabalho apresenta o

histórico da certificação e a importância que ela tem ganhado no meio empresarial através

de um estudo de caso de uma empresa instalada na cidade de Manaus. Além disso, o

presente artigo tem como objetivo demonstrar a importância da utilização de um sistema

de gestão ambiental para as empresas que querem se inserir no mercado globalizado.

Palavras Chave: ISO 14001; Gestão Ambiental; PIM.

Abstract

The implementation of ISO 14001 has been one of the environmental management

strategies most used by organizations to ensure minimum conditions of sustainability and

environmental balance in business processes. This paper presents the history of

certification and the importance it has gained in the business through a case study of a

firm established in the city of Manaus. Furthermore, this article aims to demonstrate the

importance of using an environmental management system for companies that want to

enter the global market.

Key-words: ISO 14001; Environmental Management; PIM.






60

Introdução

Para Carvalho (2008), o comportamento da sociedade e a forma das entidades lidarem

com a natureza têm sofrido alterações ao longo das ultimas décadas, principalmente em

decorrência da mudança de valores, de conhecimentos e crenças sobre o assunto. As

legislações sobre responsabilidade ambiental têm tratado com maior rigor as questões

ambientais, o que tem levado uma nova dimensão da ética e da responsabilidade das

empresas frente às questões ambientais.

A necessidade de se criar mecanismos de proteção que auxiliem na redução dos

impactos ambientais, visto que esses também podem reduzir os custos dos produtos por

demonstrar como eliminar custos de materiais, reduzir o desperdício e simplificar projetos,

tem levado as empresas a investir na implantação do Sistema de Gestão ambiental ISO

14001.

Diante desse contexto, o presente trabalho pretende demonstrar a importância da

utilização de um sistema de gestão ambiental para as empresas que querem se inserir no

mercado globalizado.

Metodologia

O presente trabalho foi realizado através de um levantamento bibliográfico e documental

sobre os sistemas de gestão ambiental e ISO-14000. Também foram identificadas as

empresa do Pólo Industrial de Manaus (PIM) que já possuem esta certificação. O principal

objetivo do trabalho foi apresentar um estudo de caso de implantação de um sistema de

gestão ambiental em uma empresa de cimento na cidade de Manaus. Para tanto, foram

feitas entrevistas com os responsáveis por esse processo, bem como levantados dados e

informações documentais sobre a empresa e seus sistemas.


Atualmente, apesar de não ser obrigatória a aplicação de normas de certificação

ambiental por parte das empresas do PIM, estão cadastradas na Suframa 58 empresas

como certificadas pela Norma NBR ISO 14001, distribuídas em diversos segmentos.

Segundo o levantamento na empresa estudada, com a implementação da norma de

qualidade ambiental, ocorreram melhorias quando do cumprimento dos requisitos das

normas e na satisfação dos clientes da empresa. O ganho de produtividade deu-se em

decorrência de mudanças no processo tanto para adequação aos requisitos normativos,

quanto para atendimento ao mercado.


61

Conclusões

A busca da certificação da ISO 14001 em uma organização poderá ter inúmeros

benefícios, entretanto o processo de implementação pode ser demorado e com certeza é

muito trabalhoso. Entre as dificuldades encontradas nesse estudo de caso, destacam-se

a interpretação dos requisitos, sem falar nos custos com a certificação, que começa com

a contratação de uma empresa de consultoria, gastos com treinamento operacional e com

o processo de certificação. Outra dificuldade é a resistência dos funcionários à mudança

de hábitos e falta de comprometimento com o resultado.

Referências

CARVALHO, Gardênia Maria Braga de. Contabilidade Ambiental – Teoria e Prática. Curitiba: Juruá

Editora, 2008.

CASTRO, Newton II. Setti, Arnaldo Augusto III. Gorgonio, Antonio de Souza IV. Faria, Sueli Correa

de. A Questão Ambiental e as Empresas. Ed. Sebrae, 1998.

DIAS, Sandro. Revista Banas Qualidade: Qual a real importância das certificações ISO?. Ano XVII

Editora: Banas Qualidade. Janeiro de 2008.

MOREIRA, M. S. Estratégia e implantação de sistema de gestão ambiental modelo ISO 14000. Belo

Horizonte: Editora de Desenvolvimento Gerencial, 2001.

ORSATO, Renato J. Posicionamento ambiental estratégico. Identificando quando vale a pena

nvestir no verde. READ – Edição Especial 30, v. 8, n.6, nov-dez 2002.

PAIVA, Paulo Roberto de. Contabilidade Ambiental. São Paulo: Editora Atlas, 2009.


62

17 ANÁLISE DO TEMPO DE TRÂNSITO AÉREO ENTRE XANGAI E MANAUS:

UM ESTUDO DE CASO Flávio Machado Moita1; Augusto Paco2; Fabio Guenka3; Helido Montenegro4; Rafael Oliveira5



2Aluno do Curso de Mestrado em Engenharia de Produção da Universidade Federal do Amazonas; E‐mail:

[email protected].

3Aluno do Curso de Mestrado em Engenharia de Produção da Universidade Federal do Amazonas; E‐mail:

[email protected].

4Aluno do Curso de Mestrado em Engenharia de Produção da Universidade Federal do Amazonas; E-mail:

[email protected].

5Aluno do Curso de Mestrado em Engenharia de Produção da Universidade Federal do Amazonas; E-mail:

[email protected].

RESUMO

O trabalho teve como objetivo realizar um estudo detalhado do tempo de trânsito aéreo

total entre Xangai (China) e Manaus (Brasil), corredor logístico de vital importância para o

suprimento do Pólo Industrial de Manaus. O estudo de caso foi realizado através da coleta

de dados levantados ao longo dos últimos 8 meses de observação em uma empresa do

distrito industrial. Foram utilizados métodos estatístico de análise de dados de forma a

avaliar tando as médias como as variações ocorridas durante o período.

Palavras-chave: Logística internacional; Pólo Industrial de Manaus; Transporte aéreo.

ABSTRACT

The study aimed at mapping out the time of total air traffic between Shanghai (China) and

Manaus (Brazil), the logistics of vital importance for the supply of the Industrial Pole of

Manaus. The case study was conducted by collecting data gathered over the last 8

months of observation in a company's industrial district. Were relied upon statistical

methods of data analysis to assess the average Tando as changes occurred during the

period.

Keywords: international logistics, the Industrial Pole of Manaus; Aviation


63

Introdução

Para LAMBBERT (1998), as atividades logísticas precisam estar integradas em suas

diversas fases, iniciando-se no momento da aquisição, passando pela movimentação e

finalizando no seu armazenamento. Observando a crescente necessidade de aprimorar a

cadeia de suprimento com ações de melhoria envolvendo todas as partes relacionadas,

especialmente no que tange ao gerenciamento de fornecedores, não somente produtivos,

mas inclusive de serviços prestados, a empresa estudada reconhece como parte

importante desta estratégia também a gestão da performance do suprimento de carga. A

pontualidade no cumprimento dos tempos de trânsito estimados em seus contratos,

denominados ―Cargo Flow Map‖ é um fator importante para o desempenho produtivo.

Dentre as diversas origem dos produtos da empresa em questão, foi escolhida para

avaliação a cidade de Xangai na China, de onde grande parte das matérias-primas são

despachadas para a organização. A empresa em questão atua no ramo de

eletroeletrônico, tendo como principal alvo de atendimento o mercado nacional. O

fornecimento é oriundo, em grande parte, de fornecedores fora do Brasil.

Metodologia

O presente trabalho foi realizado através de uma análise de dados obtidos a partir da

coleta do histórico de dados reais dos embarques realizados entre o período de Janeiro

de 2009 até agosto de 2009, obtidos através do sistema de importação de uma empresa

do setor de eletroeletrônico do Pólo Industrial de Manaus. Os dados foram agrupados e

analisados através de estudos de classe, freqüência individual, freqüência relativa e

acumulada. O objetivo foi analisar se os prazos e serviços oferecidos pelos agentes de

carga estão sendo respeitados, ou se há alguma extrapolação quanto aos prazos

estabelecidos.


Notou-se que a maioria dos embarques (90%) conseguiu atingir o tempo máximo de nove

dias de trânsito entre Xangai e Manaus. Porém, analisando com mais detalhes os dados,

notou-se que os embarques que tiveram um desempenho de 9 a 13 dias ocorreram no

período de fevereiro de 2009, no mesmo período que existe o feriado de uma semana

referente ao ano novo chinês. Baseando-se nesta observação, foram isolados os dados

de fevereiro de 2009, que estavam fora do ponto médio, de forma que a analise fosse

feita em condições normais, sem a influência das circunstancias excepcionais, onde um


64

feriado de uma semana poderia comprometer a análise correta dos dados.

Conclusões

O desempenho padrão dos embarques provenientes de Xangai para o período em estudo

foi de sete dias, ou seja, em situações normais um embarque desta origem não passaria

deste período para chegar a Manaus. Recomenda-se, entretanto, intensificar a

organização a padronização deste desempenho, de modo a melhorar o planejamento e

controle dos processos de suprimento internacional. Entre as principais dificuldades

encontradas nesse estudo de caso, merece destaque a conciliação dos dados levantados

nos períodos considerados normais com os sazonais, onde existe a possibilidade destes

sofrerem influência de fatores externos ao processo.

Referências

BALLOU, H Ronald Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: Logística Empresarial. 5. ed. São

Paulo: Bookman, 1999.

KEEDI, Samir. Transportes e Seguros no Comércio Exterior. São Paulo: Aduaneiras, 2000.

LAMBERT, R., COOPER, M., PAGH. C. Supply Chain Management: implementation issues and

research opportunities. The International Journal of Logistics Management, vol.9, nº 2, 1998.


65

18.ESTUDO DA DEGRADAÇÃO DE ÓLEO DIESEL POR FUNGO AMAZÔNICO

EM MEIO SÓLIDO Gabriel Pereira Pinheiro1; Nádia Margareth Souza Soares1; Janaínna Chaves Pereira1; Sérgio Duvoisin Júnior1,2; Patrícia Melchionna Albuquerque1,2

1Estudante/Professor do Curso de Engenharia Química da Escola Superior de Tecnologia da Universidade

do Estado do Amazonas. E-mail: [email protected]

2Professor do PPG em Biotecnologia e Recursos Naturais da Amazônia da Universidade do Estado do

Amazonas – Laboratório de Biorgânica. E-mail: [email protected]

Resumo

In this work it was evaluated the diesel degradation by an Amazon fungi on solid media

with different nitrogen sources. The sporulated microorganism presented an excellent

growth after five days when incubated on solid media containing diesel and urea. When

the inoculant used was not sporulated, it was observed that the media without nitrogen

source promoted the fastest growth. These results indicate the great potential of this

Amazon strain for being used on bioremediation of oil contaminated soil.

Key-words: biodegradation, hydrocarbon, nitrogen sources

Introdução

A identificação de novos microrganismos que possuam propriedades adequadas para

aplicações em processos de tratamento de efluentes e biorremediação de solos aparece

como uma estratégia bastante atraente para solucionar os problemas decorrentes da

poluição ambiental (HUGENHOLZ et al., 2007). Os fungos possuem excelente potencial

para a degradação de compostos xenobióticos e vêm sendo empregados em muitos

processos de biorremediação de solos contaminados com diferentes tipos de poluentes

(MALAVIYA et al., 2007; GADD, 2007; URURAHY et al.,1998), incluindo os

hidrocarbonetos de petróleo.

Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o crescimento do fungo amazônico degradador

de madeira UEA_115 em meio sólido contendo óleo diesel, variando a fonte de nitrogênio,

bem como o estado fisiológico do inóculo (esporulado e não esporulado), a fim de verificar

o potencial de degradação do óleo pelo microrganismo.


66

Metodologia

Foi utilizado o fungo UEA_115 pertencente à micoteca do MBT/UEA. O fungo foi mantido

em meio BDA (ágar batata dextrose) a 5°C. Os inóculos não-esporulados foram cultivados

em meio BDA durante 7 dias a 28°C em estufa. Os esporulados foram cultivados sob as

mesmas condições durante 30 dias. O óleo diesel foi cedido pela Refinaria da

PETROBRÁS Isaac Sabbá (REMAN) localizada no Distrito Industrial de Manaus-AM.

O meio sólido foi preparado com ágar, fonte de nitrogênio (uréia ou sulfato de amônio ou

nitrato de sódio) e água destilada. O óleo diesel foi adicionado às placas após a

autoclavagem. Os experimentos foram realizados em quadruplicata. O meio sólido foi

inoculado com um disco cortado do meio BDA com o fungo esporulado ou não

esporulado. As culturas foram incubadas em estufa por 7 dias a 28°C, sendo avaliado o

crescimento radial do fungo a cada dois dias.


O crescimento do fungo Amazônico UEA_115 em meio sólido contendo óleo diesel está

apresentado na Figura 1.

Figura 1. Crescimento do fungo UEA_115 (A) não- esporulado e (B) esporulado em meio sólido contendo 7,1 mL/L de

óleo diesel, 18,0 g/L de ágar e 0,12 g/L de uréia ( ); ou nitrato de sódio ( ); ou sulfato de amônio ( ), ou sem

adição de fonte de nitrogênio ( ).

O fungo esporulado colonizou toda a placa de petri após cinco dias de cultivo na presença

de uréia (Figura 1B) apresentando um crescimento mais rápido que o fungo não-

esporulado (Figura 1A). Para o inóculo esporulado, a uréia foi a fonte de nitrogênio que


67

favoreceu o crescimento do fungo, proporcionando um crescimento mais rápido em

relação às outras fontes de nitrogênio avaliadas. Já para o fungo não-esporulado, as

fontes de nitrogênio retardaram seu crescimento, como pode ser observado na Figura 1A.

Conclusões

Os resultados avaliados em meio sólido indicaram que o fungo amazônico UEA_115

possui potencial para degradar o óleo diesel. O uso do inóculo esporulado e a adição de

uréia melhoram o desempenho do fungo durante a degradação do óleo diesel. Portanto, o

fungo UEA_115 deve ser considerado como uma alternativa na biorremediação de solos

contaminados por óleo diesel. Experimentos complementares devem ser realizados a fim

de avaliar a viabilidade do uso do isolado em processos de biorremediação.

Referências

BARBOSA, F. (2000), A moderna biotecnologia e o desenvolvimento da Amazônia. Cadernos de

Ciência & Tecnologia, Brasília, v. 17, n. 2, p. 43-79.

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radionuclides by fungi, bioweathering and bioremediation. Mycological Research, v. 111, p.3-49.

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Effect of aeration on biodegradation of petroleum waste. Revista de Microbiologia, v. 29, n. 4, p.

254-258.


68

19. DETECÇÃO DO VÍRUS DA HEPATITE B EM AMOSTRAS ENDOCERVICAIS

DE MULHERES COM LESÕES PRÉ-MALIGNAS E MALIGNAS

Jéssica Lorena dos Santos Mathias1; Maria Cristina Borborema dos Santos1

1Centro de Apoio Multidisciplinar - CAM – UFAM E-mail: [email protected],

[email protected]

Abstract

The attendance of the virus from Hepatitis B on the secretions of vagina facility the

passage of particles infector via the surfaces mucous, during the sexual intercourse, on

which can if asso- ciate with the HPV & another DST‘s, unchain cancer. This interaction

he may be uncertainty, verified the need to research VHB on endocervice into the State of

Amazonas, due on the high endemicity from region.

Palavras-chave: Hepatite B; Endocérvice; Co-infecção com HPV; Semi-Nested PCR.

Introdução

O Vírus da Hepatite B (VHB) é um agente infeccioso cuja a presença no sêmen e

nas secreções vaginais facilita a passagem de partículas infectantes através das

superfícies de mucosas, sendo assim considerada uma das mais importantes DST‘s do

homem (FERREIRA, 2000).

Sabe-se que os efeitos da interação de HPV-VHB relacionada a gênese do câncer de

colo uterino ainda é incerto (NADAL, 2004).

Baseado no fato que o Amazonas encontra-se no perfil de alta prevalência do vírus da

hepatite B, além de alta prevalência de câncer de colo uterino verificou-se a necessidade

de pesquisar VHB na endocérvice. Além disso, os efeitos destas doenças nas mulheres

são muito severas, e as seqüelas resultantes destas infecções são mais sérias. A

investigação do VHB na cérvice uterina de pacientes com lesões pré-malignas e

malignas é um fator importante para que possamos verificar se há agentes infecciosos

que podem estar agindo concomitantemente com outros agentes de DST como HPV,

potencializando a transformação maligna.




69

Metodologia

Foram analisadas um total de 164 amostras da endocérvice, as quais foram

primariamente submetidas ao método de extração DNA (Fenol-clorofórmio) e,

posteriormente foram expostas à amplificação por Reação em Cadeia da

Polimerase (PCR) pra verificar a viabilidade das mesmas, objetivando a comprovação

do DNA genômico. Em seguida, as amostras viáveis foram submetidas à reação de semi-

Nested PCR para detecção de VHB. A detecção do produto de amplificação, fora

realizada por eletroforese em gel de agarose 1,5%, e os resultados obtidos foram

analisados estatisticamente em programa MICrosoft Office Excel 2003.


Dentre as 164 amostras analisadas, 11 amostras foram excluídas por não apresentaram

algum tipo de lesão pré-maligna ou maligna. Entre as 153 amostras em estudo,

14,38% (n = 22) foram positivas para a presença de VHB (Figura 1). No entanto,

houveram 4 amostras HPV- negativas, as quais foram excluídas da análise de co-

infecção, resultando em ,76% (22/149) de co-infecção ( HPV-VHB).

Figura 1 - Perfil eletroforético em gel de agarose 1,5% evidenciando-se um fragmento de 680pb resultante da amplificação

por Semi-Nested PCR do gene S do genoma do VHB, localizado nas reações 63, 129, 130 e 133. Amostras negativas = 64

e 116; Marcador (M) = 100 pb; C+01 = 1926(Controle positivo), C+02 = VHB (Controle positivo); Br = Branco.

Figura 2 - Frequência do vírus da Hepatite B nas amostras de mulheres com diferentes tipos de lesões do colo do útero.

Conclusões

O presente estudo demonstrou uma frequência de VHB de 14,38% em amostras

endocervicais de mulheres com lesões pré-malignas e malignas, apontando para uma


70

eficiência do método de PCR para determinar este vírus no material biológico utilizado.

Em relação à co-infecção de VHB-HPV, de 149 amostras HPV-positivas, 22 amostras

foram positivas para HBV. Não foi encontrado VHB em amostras HPV-negativas. A

idade predominante entre as pacientes que apresentaram positividade para VHB (n =

22) variou entre os 27 a 56 anos. A frequência encontrada quanto ao tipo de lesão foi

diversificada, com predominância de adenocarcinoma (66.66%), seguido de 15,38% de

LSIL, 14,28% de carcinoma e 12,93% de HSIL.

Referências

FERREIRA, Marcelo Simão. Diagnosis and treatment of hepatitis B. Revista da Sociedade

brasileira de Medicina Trocpical, 2000, vol.33, no.4, ISSN 0037-86822. Similarity: 0.418571.

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NATIV, O; BARBARA, J.; TAL, J.; POTASMAN, I.; SRUGO, I. Diagnostic and terapeutic

approach to sexually transmitted diseases. Harefuah: 1996 Jun 16; 130(12): 811-4, 880, 879.

NADAL SR; MANZIONE CR. Os Agentes Sexualmente Transmissíveis e o Câncer

Anorretal. Revista Brasileira Coloproct, 2004; 24(3):274-277.

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0037-86822000000400010&nrm=iso&lng=en&tlng=en


71

20.CALAGEM E DOSES DE FOSFATOS PARA (Capsicum chinensis, Jacq) EM

UM ARGISSOLO DE HUMAITÁ-AM Julimar da silva fonseca1, Luís Antônio Coutrim dos Santos 1, Raimundo Natalino de Azevedo1, Heron Salazar costa2

1Acadêmico do Instituto de Agricultura e Ambiente daUFAM Humaitá-AM. Email:

[email protected],[email protected], [email protected]

2Professor do Instituto de Agricultura e Ambiente da UFAM, líder do grupo de pesquisa Agricultura e

Ambiente. e-mail: [email protected]

Resumo

Frutos da Pimenta de cheiro (Capsicum chinensis, Jacq.) são bastante usados na

culinária Amazonense. Esse trabalho objetivou gerar informações que contribuam para o

estabelecimento de práticas de cultivo mais adequadas da pimenta de cheiro em

Humaitá-AM. Após avaliação do efeito da calagem e doses de fósforo sobre o

desenvolvimento das plantas, conclui-se que a aplicação de 3 t de CaCO 3/ha é

imprescindível, e que doses equivalentes de P2O5 inferiores a 50 ppm, necessitam ser

avaliadas.

Abstract

Chili pepper (Capsicum chinensis, Jacq.) are generally used in the Amazon culinary. The

aim of this study was to generate information to help the establishment of farming

practices of this specie on Humaita´s soils. Liming effects and phosphorus applications on

plants of this specie were evaluated to check the best quantities to adequate production.

It was concluded that applying 3 t of CaCO3/ha is necessary, and doses of P2O5 lower

than 50 ppm must be evaluated.

Key Word: calcário; Pimenta de cheiro; Argissolo; Adubação fosfatada.

Introdução

Os solos da Amazônia, geralmente, são ácidos, com baixa capacidade de troca catiônica

e, conseqüentemente, baixa fertilidade (MOREIRA e M ALAVOLTA, 2002). Isso ocorre em

razão da pobreza em base do material de o rigem ou de processos pedogenéticos. Em

qualquer caso, a acidificação se inicia, ou se acentua, devido à remoção de bases da

superfície dos argilominerais ( LOPES; 1990). Tais solos só produzem de maneira


72

satisfatória com calagem e adubação adequada, para melhorar as condições de baixa

fertilidade. A calagem consiste na aplicação de calcário no solo. O Fósforo é exigido em

menores quantidades pelas plantas, no entanto é um dos nutrientes aplicado em maiores

quantidades no Brasil. A explicação para este fato relaciona-se com a baixa

disponibilidade de fósforo nos solos brasileiros e pelo o fato do P reagir com componentes

do solo para forma composto de baixa solubilidade (TUCCI, 1991). A pimenta de cheiro é

uma planta bastante cultivada por produtores da região de Humaitá.

Metodologia

O experimento foi realizado em casa de vegetação, a qual está localizada na

Universidade Federal do Amazonas - UFAM. Na preparação do substrato para compor as

unidades experimentais utilizou-se um o mesmo solo coletado na escola Agrícola de

Humaitá e usado anteriormente em um ensaio de calagem. Esse solo foi destorroado,

colocado para secar ao ar livre e passado em uma peneira com abertura de 4 mm. Para

garantir a homogeneidade do solo antes da aplicação dos tratamentos, foi feito um

intenso e cuidadoso trabalho de mistura das amostras que comporão as unidades

experimentais do ensaio sobre calagem. Os tratamentos e delineamento experimental

consistiram na aplicação de doses permanentes de 3, 0 t/há de CaCO. Todos os

vasos com doses crescentes P. O delineamento adotado foi o de fatorial 2 x 3, com duas

fontes de fósforo. Com 7 tratamentos e 4 repetições, num total 28 parcelas e cada

unidade experimental consiste de uma planta, em vasos plástico contendo 7 quilos de

solo.


Os efeitos sobre as propriedades químicas do solo o alumínio é, portanto o que causa a

acidez excessiva dos solos sendo um dos responsáveis pelos os efeitos desfavoráveis da

acidez dos solos sobre vegetais, por ser um elemento fitotoxico, cabe ressaltar que a

acidez potencial dos solos é constituída por hidrogênio e alumínio, mas somente o Al é

um cátion trocável. O principal efeito da calagem decorre da neutralização de alumínio e

manganês, fornecendo cálcio e magnésio como nutrientes e aumenta a disponibilidade do

fósforo, favorecendo a nitrificação da matéria orgânica e tem efeito positivo na fixação

simbiótica do nitrogênio, e melhor aproveitamento da água e nutrientes existente no solo,

e o aumento do sistema radicular das plantas. Os efeitos sobre o crescimento das plantas

logo após o plantio não tiveram um crescimento e desenvolvimento desejado, pois

morriam após o trans plante. Contudo, pode se afirmar que houve bom desempenho do


73

tratamento de Superfosfato triplo em todas as dosagens 100, 200, 400 kg P2O5, deve a

boa associação pela a incorporação de P no solo combinado ao efeito da calagem. A

altura foi a variável que mais destaca a diferença entre os tratamentos, no entanto, a

massa seca do sistema radicular e massa seca da parte aérea também apresentou

diferenças significativas entre os tratamentos.

Conclusão

Contudo com bases nos resultados analisados da variável altura, massa seca da parte

aérea, massa seca do sistema radicular, e pela as analise químicas do solo podemos

afirmar que para a cultura da pimenta de cheiro em Humaitá-AM, em um Argissolo as

doses recomendadas de P para a incorporação no solo e melhoria da produção da

pimenta de cheiro são 100 kg P 2O5, 200 kg P2O5, 400 kg P2O5, de superfosfato triplo.

Referencia Bibliográfica

LOPES. A, S. Acidez do solo e calagem. 3 ed. Ver. / A S. Lopes, M. de C. Silva e L.R. G.

Guilherme, São Paulo, ANDA 1990. 22 p. (Boletim Técnico, 1)

MOREIRA, A.; MALAVOLTA, E. Variação das propriedade s químicas e físicas do solo e na

matéria orgânica em agroecossistemas da Amazônia Ocidental (Amazonas). Piracicaba:

CENA/USP, 2002. 79p.

TUCCI, C. A. F. Disponibilidade de fósforo em solos da Amazônia. Viçosa: UFV, Impr. Univ., 1991

142p. (Tese D.S.)


74

21.A CASTANHA NO AMAZONAS: AGREGANDO RENDA PARA O INTERIOR

Cavalcante, Kátia V.1; Franchi, Tassio1; Lopes, Rute H.1; Mota, J. Aroudo2

1

Doutorandos em desenvolvimento sustentável Dinter UEA/UnB-CDS E-mail: [email protected];

[email protected]; [email protected] 2 Prof. Dr. do Dinter UEA/UnB-CDS

RESUMO

A castanha, que embora nunca tenha sido um produto principal na formação de renda no

Amazonas, sempre se manteve como uma alternariva de renda para o interior do estado.

Apesar das flutuações e oscilações de mercado, entrada de concorrentes externos e de

estados vizinhos, ainda é o maior produto extrativo na pauta de exportação ocupando o

vigésimo segundo lugar entre todos os produtos exportados pelo Amazonas.

PALAVRAS CHAVE: Extrativismo; Castanha; Renda; Amazonas.

INTRODUÇÃO

A discussão que aqui se segue busca compreender de que forma a castanha (Bertholletia

excelsa) contribui como alternativa de renda para o interior do estado do Amazonas no

início do século XXI. A escolha da castanha se deu por ser um produto importante da

economia extrativista estadual, a qual pode ser agregada outros valores indiretos, estando

intimamente ligada à cultura das populações tradicionais e que vem contribuindo na

manutenção da floresta em pé.

É um dos mais importantes produtos extrativos exportados pelo estado do Amazonas, e

sua demanda no mercado internacional é elástica, em função de ser facilmente

substituída por outras amêndoas, sujeita à variação cambial e de preços e pela forte

competição exercida por outros países produtores - Bolívia e Peru. Atualmente, o Brasil

exporta a castanha (com casca e sem casca) para 24 países (SOUZA, 2006).

MATÉRIAS E MÉTODOS

A metodologia para a elaboração do presente estudo partiu-se de uma revisão da

literatura existente: Primeira fase, acervos e base em dados bibliográficos. Dados

referentes à produção e exportação nas seguintes bases de dados: IBGE – Sidra e a

Cidades@; MDIC – Radar Comercial –Análise de Mercado e Produtos; Ministério das

Relações Exteriores – MRE/AliceWeb; SEPLAN-AM e SEPROR-AM, e em diversos tipos


75

de materiais (folder, cartaz, panfleto).

Segunda fase: localizados os principais núcleos de produção, os registros da castanha

como produto de exportação internacional do Brasil e do Amazonas. Nos dados advindos

das bases foram realizadas analises e construção de gráficos e tabelas a partir do

objetivo do trabalho.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A exportação de castanha ocorre desde o século XIX. Entre 1826 a 1850, a exportação

média anual foi da ordem de 31.000 hectolitros. Em 1930, já no século XX, a castanha

torna-se o principal produto extrativo de exportação do Amazonas. No século XXI a

castanha segue sendo um importante produto do estado ocupando a vigésima segunda

colocação entre os produtos de exportação do estado.

A destruição de castanhais nativos pelos desmatamentos e o surgimento de barreiras

não-tarifárias pela imposição de padrões fitossanitários mais rígidos devido a

contaminação por aflatoxina influenciou negativamente a produção e exportação

brasileiras de castanha (IBANES, 2003). Em função desses fatores, as exportações

nacionais do produto sofreram uma queda 34% em 2003. Após este período a exportação

se recupera permanecendo acima das 12.000 tons/ano até 2008. A exportação do

Amazonas também acompanha as flutuações do mercado, atingindo seu ápice em

quantidade 2007 com 4.021 toneladas. (Figura 1)

Figura 1. Quantidade de castanha exportada Brasil e Amazonas 2001-2007 (em toneladas)

Fonte: Dados do MRE – Aliceweb, 2009

Atualmente, o mercado para produtos ―ecologicamente corretos‖, as certificações como

produtos orgânicos, identificados pelos consumidores como mais saudáveis, são um

nicho de mercado que está em expansão nos países desenvolvidos. Isto vem atraindo

alguns produtores de castanha, que buscam a certificação orgânica internacional junto ao


76

Forest Stewarship Council - Conselho de Manejo Florestal (GONZAGA e GOMES, 2008;

COSTA, CARVALHO e RIBEIRO, 2001).

A coleta da castanha varia de acordo com os aspectos ecológicos micro-regionais. As

regiões que apresentam os pólos de produção no estado são: na área Purus; na área

Solimões; na região do Madeira. Os maiores produtores em 2007 foram: Novo Aripuanã

1.054 t, Alvarães 1303 t, Lábrea, 1.240 t, Boca do Acre 868 t, Humaitá 831 t, Tefé 668 t,

Manicoré 655 t e Tabatinga 564 t, Juntos, esses municípios responderam por 81% da

produção estadual (IBGE, 2008). A agroindustrialização da castanha (amêndoas

desidratadas, castanhas dry) geraram em cinco municípios (Boca do Acre, Lábrea,

Manicoré, Beruri e Amaturá) 250 empregos diretos e aproximadamente 1750 indiretos

(IDAM, 2008).

A produção de castanha é representativa na renda advinda do extrativismo vegetal destes

municípios, uma vez que na média ela supera os 50% sendo que em alguns casos ela

representa 98% de todo o produto extrativista municipal.

CONCLUSÃO

A renda oriunda da atividade extrativa da castanha não é significante para a composição

da renda total do país ou do Amazonas, entretanto, ela é expressiva como produto

extrativo para vários municípios do interior do estado. A produção de castanha, por ser de

origem extrativa, não necessita de um processo produtivo básico (PPB), o que dificulta o

controle e registro de sua produção e venda. Devido a sazonalidade, a extração da

castanha não garante, per si, a viabilidade econômica, tendo que ser pensada e praticada

em parceria com outras atividades.

REFERÊNCIAS

IDAM. Relatório de atividades 2007. Manaus, 2008.

IBANES, José. Desmatamento reduz produção de castanha, 2003. Disponível em:

<http://negocios.amazonia.org.br/?fuseaction=noticia&id=78652> Acessado em: 25/07/2009.

IBGE – Anuário Estatístico. 2008.

GONZAGA, Dorila Silva de Oliveira Mota¹; GOMES, Mario Conill. Castanha-do-brasil: estratégias

para o desenvolvimento da cadeia produtiva no estado do acre. 2008. Disponível em:

<http://www.ufpel.edu.br/cic/2008/cd/pages/pdf/CA/CA_01484.pdf> Acessado em; 26/07/2009.

SOUZA, I. F. de. (2006) - Cadeia produtiva de castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa) no Estado

de Mato Grosso. Campo Grande, MS. 2006. UFMT. Dissertação.


77

22.PRODUÇÃO DE BIOMASSA MICELIAL E PROTEASES DE LENTINUS

CITRINUS SOB DIFERENTES FONTES DE CARBONO Larissa de Souza Kirsch1; Valéria de Carvalho Santos2; Maria Francisca Simas Teixeira1

1Estudante/Professor de Pós-graduação em Biotecnologia da Universidade Federal do Amazonas. E-

mail: [email protected]; [email protected]

2Estudante de Pós-graduação em Tecnologia e Bioquímica Farmacêutica da Universidade de São Paulo.

E-mail: [email protected]

Abstract

Proteases are the most important group of enzymes from an industrial point of view, with

many applications. The aim of this study was to analyze the influence of different carbon

sources on growth and proteases production by L. citrinus DPUA 1535. The results

obtained showed that among the carbohydrates tested maltose and fructose stimulated

the mycelial biomass and proteases production, respectively. The results demonstrate the

importance of screen new nutritional sources to optimizate enzymes in submerged culture.

Key-words: Basidiomycetes; submerged fermentation; proteolytic enzymes; growth.

Introdução

As proteases correspondem cerca de 60% das enzimas comercializadas no mundo e a

razão para o êxito desses biocatalisadores decorre da eficiência no processamento de

alimentos, bebidas, detergentes, têxteis, fármacos, dentre outros. Embora as proteases

sejam encontradas em vegetais e animais, os microrganismos representam excelentes

fontes destas enzimas devido à facilidade de manipulação genética, diversidade

bioquímica e reprodução em larga escala (Xu et al, 2008).

Nesse contexto, os cogumelos são considerados importantes produtores de proteases,

embora o conhecimento da atividade proteolítica esteja limitado a decomposição da

matéria orgânica por espécies saprofíticas, micorrízicas e ao fator de virulência de certos

patógenos (Sabotic et al., 2007). O objetivo deste trabalho foi verificar a influência de

diferentes fontes de carbono na produção de biomassa micelial e proteases pelo

cogumelo comestível L. citrinus DPUA 1535.


78

Metodologia

Culturas viáveis de L. citrinus foram obtidas em ágar Batata Dextrose com extrato de

levedura 0,5% (p/v) e mantidas a 25º C/8 dias. O meio de cultivo padrão foi constituído

por (g/L): KH2PO4 (0,5), MgSO4.7H2O (0,5) e peptona (5). As fontes de carbono testadas

foram glicose, maltose, galactose, manose, sacarose, lactose, glicerol, frutose e amido

solúvel (20g/L). Em frascos Erlenmeyers (125 mL) adicionou-se 30 mL de meio de cultivo

(pH 6,5), esterilizados a 121°C/1 atm/ 15 minutos. Após resfriamento, 8 plugs miceliais

(Ø=8mm) foram transferidos para os meios e a fermentação submersa foi conduzida

agitador orbital a 150 rpm/28 ºC/5 dias. A biomassa resultante foi separada por filtração à

vácuo em papel de filtro com peso conhecido, lavada com água destilada e desidratada a

40 ºC para quantificação. O extrato bruto obtido foi submetido à determinação do pH e

quantificação de proteases, utilizando-se azocaseína 1% (p/v) em tampão Tris-HCl, 0,2 M,

pH 7,2. (Leighton, 1973; Gbolagade et al., 2006).


As Figuras 1A e 1B indicam os resultados referentes à produção de biomassa micelial,

produção de proteases e pH final dos extratos de L. citrinus em diferentes fontes de

carbono, respectivamente. Dentre as 9 fontes testadas, a maltose proporcionou o maior

crescimento (4,90 mg/mL), seguida por amido (4,38 mg/mL), glicose e manose (4,24

mg/mL) e frutose (3,84 mg/mL). Por outro lado, o crescimento micelial foi mais reduzido

quando L. citrinus foi cultivado com glicerol (3,24 mg/mL), sacarose (3,13 mg/mL) e

galactose (2,90 mg/mL). A lactose foi a fonte que menos estimulou o crescimento do

cogumelo (2,41 mg/mL).

Com relação a produção de proteases, os dados mostraram que a frutose favoreceu a

maior produção de proteases (23,22 U/mL), seguida de galactose e manose, com 22,44

U/mL e 15,33 U/mL, respectivamente. A preferência de L. citrinus pela frutose pode ser

atribuía pela facilidade com que esse açúcar é metabolizado durante a respiração celular

(Deacon, 1998). Estes resultados sugerem que, nas condições experimentais, os

monossacarídeos influenciaram positivamente na produção de proteases em relação aos

demais carboidratos, condição esta não verificada em relação ao crescimento micelial. O

pH variou em todas as condições estudadas, sendo que somente no padrão houve um

aumento neste parâmetro, nas demais condições de cultivo o pH diminuiu.


79

A B

Figura 1. Efeito de diferentes fontes de carbono no crescimento micelial (A) pH e produção de proteases (B).

Conclusão

Os dados obtidos neste trabalho sugerem que L. citrinus se apresenta como fonte

alternativa de enzimas proteolíticas e os resultados são promissores e fortalecem a

realização de estudos adicionais relacionados a caracterização dessas enzimas.

Referências

Deacon, J.W. Modern mycology: Blackwell Science, Oxon, NY, 303pp. 1997.

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Xu, H.; Sun, L-P.; Shi, Y-Z.; Wu, Y-H.; Zhang, B.; Zhao, D-Q. Optimization of cultivation conditions

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As51620. Biochemical Engineering Journal, v. 39, p. 66-73, 2008.


80

23. UTILIZAÇÃO DE INDICADORES DE ANÁLISE REGIONAL NA AVALIAÇÃO

DE CRESCIMENTO DE ATIVIDADES INDUSTRIAIS EM MUNICÍPIOS NO ENTORNO DO GASODUTO COARI-MANAUS Manoel Rodrigues Terceiro Neto1; Luiz Roberto Coelho Nascimento2

1Administrador – Mestre em Desenvolvimento Regional. Docente do departamento de Administração da

Universidade do Estado do Amazonas . E-mail: [email protected] 2Economista – Doutor em

Economia. Docente do departa mento de Economia da Universidade Federal do Amazonas. E-mail:

[email protected]

ABSTRACT

This study intends to diagnose the productive activities, which offer real conditions to

become prosperous, in the towns around the gas pipeline. The conceptual mark of this

study is based on the endogenous development, social infrastructure and externalities.

The analysis method primed, firstly, in effecting a grouping analysis, intending to identify

economic heterogeneity among the towns, by means of productive activities. Besides

that, a regional analysis indicators were also considered to define the location of the

industrial enterprises according to the industrial consumption of electric energy. The

final results show that it is possible, in spite of the economic heterogeneity among the

seven towns, to gather them in three groups. It is concluded that the industrial activity

―manufacturing of ceramic products‖, concentrated in Groups 1 and 2, specific ally in the

towns of Iranduba and Manacapuru, is the most suitable activity for the use of natural

gas or electrical energy generated from it, followed by ―butchery‖, ―ice pro duction‖ and

―wood production‖ activities.

Key-words: Regional Development, Endogenous Development, Regional Analysis

Indicators.

INTRODUÇÃO

O dinamismo da economia do Estado do Amazonas centra-se quase completamente

em Manaus, sua capital. Ao mesmo tempo em que a economia urbana centrada em

Manaus cresce, os demais municípios situados no interior das fronteiras do Estado não

dão mostra de grande dinamismo econômico. Apesar disso, os esforços continuam na

direção da criação de condições endógenas de crescimento, para que os

rendimentos crescentes de escala surjam espontaneamente no processo produtivo e,


81

por conta deste fenômeno, resultem em crescimento econômico. Nesse contexto,

espera-se que a construção do Gasoduto Coari-Manaus seja um condicional para esse

modelo de desenvolvimento nos municípios do entorno: Coari, Codajás, Anamã, Anori,

Caapiranga, Manacapuru e Iranduba.

METODOLOGIA

Consistiu, inicialmente, em reunir uma bibliografia para estudar a relação intersetorial e as

potencialidades do crescimento setorial a partir da oferta de infra-estrutura energética.

Estruturou-se um levantamento das atividades industriais que consomem energia elétrica

como insumo produtivo. Feita esta seleção, pôde-se vislumbrar a capacidade endógena

de desenvolvimento dos municípios, isto é, o crescimento pela via do aproveitamento dos

próprios recursos naturais, humanos e culturais existentes no local. Enfim, recorreu-se a

análise de agrupamentos e às técnicas de análise regional. A análise de agrupamentos

utilizou dados do período 2002-2005 das variáveis consumo industrial de energia,

consumo total de energia, PIB industrial, PIB total, população e transferências federais e

estaduais, com o objetivo de selecionar grupos de municípios com atividades econômicas

e níveis de desenvolvimento similares entre si. A partir dos agrupamentos gerados,

técnicas de análise regional identificarmos setores produtivos que se destacam na região.

Foram utilizados indicadores de análise regional para definir a localização dos

empreendimentos industriais a partir do consumo industrial de energia elétrica, a saber: o

Quociente de Localização (QL ik), o Coeficiente de Localização (CL k), o índice de

Herfindahl (Hk) e o índice de Entropia (Ek). Complementarmente, foram utilizados também

indicadores de especialização: o quociente de localização (QL ik), o coeficiente de

especialização (CE i), o índice de bruto de diversificação de Rogers (IBDR i) e o índice de

entropia (Ei).

RESULTADOS

Os resultados obtidos com a análise de agrupamentos mostraram que é possível, apesar

da heterogeneidade econômica entre os sete municípios, reuni-los em três grupos,

compreendendo no Grupo 1 Anori, Anamã, Caapiranga e Codajás, no Grupo 2,

Manacapuru e Coari e, no Grupo 3, Iranduba. Verificou-se, assim, que algumas atividades

econômicas estão altamente concentradas em um ou dois municípios e dispersa em

outros, mas em menor escala, significando que as forças de mercado cuidam de repartir

as diversas atividades econômicas no espaço geográfico de forma desigual, de modo que

isso reflete no consumo de insumos produtivos, na remuneração dos fatores, e


82

conseqüentemente na renda. A análise do valor do quociente de localização permitiu

determinar que grupos acomodam relativamente, ou não, pólos de concentração de cada

atividade econômica. Os demais indicadores de localização permitiram identificar

atividades econômicas de maior dinamismo em uma região e em diferentes regiões do

ponto de vista do nível de especialização das estruturas produtivas. Já a partir dos valores

do coeficiente de especialização, pôde-se verificar que o Grupo 1 é o que apresenta uma

estrutura produtiva mais especializada face ao conjunto da economia dos municípios do

traçado do Gasoduto Coari-Manaus. Pôde-se afirmar, também, que nenhum grupo tem

um padrão de especialização muito próximo do espaço de referência, uma vez que o

Grupo 2 tem especialização em várias atividades e o grupo 3 especificamente na

―fabricação de produtos cerâmicos‖.

CONCLUSÃO

As forças endógenas que determinam o crescimento dos municípios deste estudo sofrem

de insuficiência acumulativa de capital, de irregularidades no melhor uso alternativo de

seus fatores de produção. De acordo com a localização no grupo de municípios, existem

atividades econômicas que possuem mais chance de prosperar, a partir da maior

disponibilidade de energia elétrica gerada pelo Gás Natural ou pela própria utilização do

mesmo. A atividade ―fabricação de produtos cerâmicos‖, concentrada nos Grupos 2

(especificamente em Manacapuru, na fronteira com Iranduba) e 3, de tal ordem que

responde por 65,97% do consumo industrial de energia de toda a região estudada, sem

dúvida, é a mais promissora. As duas atividades industriais complementares, ―frigorífico‖ e

―fabricação de gelo‖, merecem destaque pelo consumo e similaridade , isto é, 16,10% e

5,96% respectivamente, estando especializadas nos Grupos 1 e 2. Uma última atividade

econômica característica da Amazônia, com abundância de matéria-prima, que consome

4,66% do consumo industrial de energia de toda a região estudada, encontra-se

especializada no Grupo 2: o ―desdobramento de madeira‖, principalmente com o apelo de

se usar técnicas de manejo sustentável ambientalmente corretas e, também, encadear

para trás o extrativismo florestal característico da região estudada. A localização da s

atividades industriais no espaço regional sugerido é importante para o desenvolvimento

dos mercados em torno do uso gás natural, visando desestimular a concentração do

recurso em u m único grupo de municípios e possibilitar, assim, um uso mais diversificado

e abrangente, contribuindo para o surgimento de novos pólos de desenvolvimento

regional.


83

REFERÊNCIAS

BARQUERO, Antonio Vásquez. Desenvolvimento endógeno em tempos de globalização. Porto

Alegre: Fundação de economia e estatística, 2001. DELGADO, Ana Paula; GODINHO, Isabel

Maria. Medidas de localização das actividades e de especialização regional. In: COSTA, José

Silva. Compêndio de Economia Regional. Coimbra: APDR, 2002.


84

24.TERAPIAS COMPLEMENTARES EM SAÚDE: ALTERNATIVA E

COMPLEMENTO AO TRATAMENTO ALOPÁTICO

Mariana Machado dos Santos1

; Maria Jacirema Ferreira Gonçalves2

1

Estudante do Curso de Mestrado em Saúde, Sociedade e Endemias na Amazônia do Centro de

Pesquisas Leônidas e Maria Deane/ UFAM/ UFPA.; E-mail:[email protected].

2Professora da Escola de Enfermagem de Manaus da Universidade Federal do Amazonas. E- mail:

[email protected].

Resumo

The Ministry of Health has approved the use of complementary therapies in order to

expand their repertoire and look holistically within the Unified Health System (SUS). This

article discusses the uses and possibilities of expansion of therapies in the SUS,

motivated by the alternative therapies‘ discipline offered by the Universidade Federal do

Amazonas (UFAM). Reports of application of these therapies are published showing its

effectiveness, recognizing that care can be varied to suit patient and applied by a

multidisciplinary team.

Palavras-chave: Saúde holística, terapias alternativas, Sistema Único de Saúde.

Introdução

A medicina fragmentou-se em especialidades que visam curar partes para melhorar o

todo (Barbosa et.al., 2001), embasadas por teorias que buscam justificativa, muitas

vezes biológica, para enfermidades (Fonseca et al., 2006). Com isso emergiu a

necessidade de pensar aspectos mente-corpo-ambiente de forma articulada (Scorsolini-

Comin, 2008).

No Brasil, o SUS, por meio da Portaria 971, instituiu Política Nacional de Práticas

Integrativas e Complementares (PNPIC), buscando apoio em diversas abordagens para

prevenção e terapêutica de seus usuários, recomendando a adesão e adequação ao

programa que oferece homeopatia, fitoterapia, termalismo social/crenoterapia e

acupuntura (Brasil, 2006), mas há outras formas de cuidar holisticamente, ou seja,

considerando as diversas dimensões que compõem o ser humano, envolvendo seu

contexto, crenças e valores.

mailto:E-mail:[email protected]




85

O objetivo deste trabalho é apresentar a biodança, as terapias com imagens e o

alongamento, como possibilidades alternativas ao tratamento alopático.

Metodologia

Este é um trabalho qualitativo que discute questões teórico-conceituais e técnico-

operacionais, as quais fundamentam o emprego da biodança, terapias com imagens e

alongamento como possibilidades terapêuticas de saúde, alternativas ao tratamento

alopático.

A motivação da pesquisa surgiu na disciplina Terapias Alternativas para Enfermagem, na

qual se acrescentou os referidos temas às terapias propostas pelo SUS. Deste modo,

desenvolveu-se uma pesquisa bibliográfica, identificando artigos que abordam terapias

alternativas na teoria e prática, apontando possibilidades de utilização.

Os temas foram utilizados em sala de aula, e assim, foi amadurecida a discussão

acadêmica, proporcionando esta abordagem, na qual se busca situar, no novo arranjo

organizacional do SUS, com a introdução de práticas complementares/alternativas, os

limites e desafios postos ao desenvolvimento e aplicação de práticas

complementares de saúde capazes de contribuir para ampliação da resolutividade e da

integralidade das intervenções de saúde.


Alguns relatos publicados mostram diferentes formas de cuidar holisticamente, como as

terapias apresentadas a seguir:

Rolando Toro criou a Biodança que objetiva a reconstrução da identidade e

transformação da evolução humana por meio da irrupção das emoções advindas da

interação grupal. A relação paciente — terapeuta não existe, mas uma relação "amigo-

amigo", em que cada um cura os demais com seu amor e sua energia vital. Acontece

como um sistema além de encontro é aberto, diversificado e livre de discriminação, uma

possibilidade de contato.

Há diversos conceitos de imagens. Então, as terapias com imagens alcançarão seus

objetivos de diferentes formas, as que acreditam que as imagens podem ser

interpretadas, usarão metáforas para captar sensações e pensamentos através de

imagens formadas ou por imagens apresentadas, como fotos, paisagens. Já aquelas

que não apresentam interpretações ou teorias, como as destinadas à saúde física e

mental que acreditam que imagens saudáveis encaminham à realidade saudável, irão


86

promover imagens que levem a sensações boas, levando em consideração a história

pessoal dos participantes.

O alongamento pode ser usado em reabilitação de problemas na coluna, como desvios

posturais não estruturais, que são flexíveis e corrigidos com o equilíbrio das

contenções, sendo uma delas as cadeias musculares que devem estar em equilíbrio para

manter a coluna ereta. Outra função seria a de relaxamento muscular, pois alguns

pacientes geram tensões musculares devido a pensamentos ruins que atuam em

terminações nervosas e aumentam a sensação de dor. Cuidados devem ser tomados,

como em casos de Hérnias de disco e Espondilolistese que apresentam protrusões

(do núcleo pulposo e de vértebra, consecutivamente) exigindo cuidado ao realizar

alongamentos que possam pinçar as projeções ou favorecer o deslizamento das mesmas.

Conclusões

A proposta do SUS de oferecer tratamentos, não só alopáticos, é um grande progresso

para a saúde holística no Brasil. Porém há muitos outros tratamentos reportados na

literatura como eficientes, que devem ser discutidos para aumentar o leque de

oportunidades de tratamento e possibilitar a terapêutica realizada por outros

profissionais na área da saúde habilitados para tal, numa dialógica com os tratamentos

convencionais, pois por haver diversidade, não quer dizer que sejam excludentes

(Fonseca et. al., 2006). Resta-nos, então, investir na capacitação de profissionais de

saúde que estejam sensibilizados ao emprego das terapias complementares em saúde.

Referências

BARBOSA MA, FONSECA APM BM, SOUZA JTD, ET AL. Terapias alternativas de saúde x

alopatia: Tendências entre acadêmicos de medicina. Revista eletrônica de enfermagem. V.3, N. 2.

2001. Disponível em: http://wwwfenufgbr/revista.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 971, de 3 de Maio de 2006. Aprova a Política

Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema Único de Saúde. Diário

Oficial da União, Brasília, 4 Maio 2006. Seção 1, p.20.

FONSECA KCD, BARBOSA MA, SILVA DG, et al.. Credibilidade e efeitos da música como

modalidade terapêutica em saúde. Revista eletrônica de enfermagem. V.8, N. 3, p.398-

403.2006. Disponível em: http:// wwwfenurgbe/revista/revista 8 3 / v8n3a10htm. SCORSOLINI-COMIN, F.,

AMORIM, K. S. Corporeidade: uma revisão crítica da literatura científica. Psicologia em Revista, Belo

Horizonte, v. 14, n. 1, p. 189-214, jun. 2008.

http://wwwfenufgbr/revista


87

25.TECNOLOGIA DE IMPRESSÃO DE ELETRÔNICOS: INFLUÊNCIA DAS

CONDIÇÕES AMBIENTAIS NAS PROPRIEDADES FUNCIONAIS DE DISPOSITIVOS IMPRESSOS Marta Machado Pinheiro Salazar1; Ocileide Custódio da Silva2; Renato Bonadiman3

1Estudante do Curso de Engenharia Química da Universidade do Estado do Amazonas. E-mail:

[email protected] 2Professora do Curso de Engenharia de Produção da Universidade do Estado do Amazonas. E-

mail:[email protected] 3Engenheiro Pesquisador do Instituto Nokia de Tecnologia. E-mail: [email protected]

Abstract

The advent of printable technology comes with the chance to produce conductive traces

through the arrangement of dots brings to this industry advantages as, large and faster

production compounding low cost. Reliability is an important topic for the new technologies

evaluation. Printed samples were submitted to accelerated tests in order to evaluate

traces reliability. Samples with 1 and 5 layers have similar reliability in the 85/85 tests. It

was not possible to observe delimitation in the samples submitted to cycling tests.

Key-word: printable; eletrônicos; impressos; nanotecnologia.

Introdução

A Tecnologia de Impressão de Eletrônicos surge no mercado de produção de dispositivos

eletrônicos por jato de tinta como uma técnica inovadora. Esta possui características

positivas, quando comparada à tecnologia tradicional, com relação à redução no número

de etapas do processo de produção, redução de perda de material, não utilização de

meios corrosivos e rapidez na fabricação. Este projeto teve como objetivo o estudo da

qualidade dos traços impressos por jato de tinta. Foram realizados ensaios a fim de

verificar a influência de fatores como temperatura e umidade nas propriedades funcionais

destes dispositivos. Através do entendimento do processo de degradação dos traços

condutivos impressos foi possível a realização de estimativa da confiabilidade deste

sistema sendo esta estimativa uma ferramenta importante na previsão do comportamento

em campo.

Metodologia

Foram utilizadas para a impressão dos traços, tintas à base de nanopartículas metálicas


88

de fornecedores conhecidos. A suspensão é tipicamente composta de 50% de material

sólido (nanopartículas metálicas) e 50% de solvente polar. Os traços condutivos de prata

foram impressos sobre o substrato polimérico foi o filme de poliimida. Após a cura a

microestrutura foi analisada através de um microscópio eletrônico. Os traços impressos

foram submetidos a dois tipos de testes ambientais diferentes: 85/85 e de Ciclagem

Térmica (-40oC à 125oC com um tempo de 30 min e uma rampa de 1 hora). Variou-se

número de camadas impressas e assim as amostras foram agrupadas, foram impressos

traços com 1, 5 e 10 camadas.Uma variação de 20% na resistência dos traços fora

considerada como falha do mesmo.

Resultados e Discussões

Após os ensaios a resistência elétrica dos traços impressos foi verificada. É possível

observar que as amostras com 1 e 5 camadas possuem confiabilidade similar após os

testes de 85/85. Entretanto, nas amostras em que foram impressas 10 camadas verificou-

se maior confiabilidade dos traços.

Foi possível verificar um aumento na resistência dos traços, que possivelmente está

relacionada à degradação da microestrutura do traço impresso causado após o processo

de cura, liberando assim, gases que ocasionaram o surgimento de uma grande

quantidade de poros que tendem a facilitar o processo de corrosão. A oxidação dos

traços, mostrou-se mais significante em traços de 1 camada e de 5 camadas quando

comparados aos de 10 camadas.

Isso ocorre pelo fato de que o processo de oxidação tende a reagir muito mais rápido e de

forma mais significativa nos traços de 1 e 5 camadas , respectivamente, do que quando

comparado aos traços de 10 camadas, já que estes últimos possuem uma maior

quantidade de material impresso depositado tornando o processo de degradação muito

mais lento.

Como se produziu uma variação na temperatura, falhas de delaminação podem ocorrer,

prejudicando a condutividade dos traços, induzindo à um aumento da resistência e a falha

da amostra.

Feitos os testes, não se observou nenhuma delaminação visível. Entretanto, fora

observada uma relação direta entre o número de camadas impressas e a confiabilidade

das amostras.

Conclusão

Foi possível através deste trabalho a aplicação de conhecimentos obtidos através de


89

pesquisas relacionadas à Tecnologia de Impressão de Eletrônicos e a verificação da

confiabilidade dos traços condutivos impressos, o que é muito importante, já que esta

técnica é recente no mercado tecnológico e ainda carente de pesquisas que visam

desenvolvê-la. O domínio da técnica é extremamente positivo para o desenvolvimento da

região e do país também para o reconhecimento do PIM como um pólo de tecnologia

avançada.

Referências

M. Ohring, Reliability and Failure of Electronic Materials and Devices, Academic Press, Boston,

1998.

R. Bonadiman; M. Marques; G. Freitas and T. Reinikainen. Evaluation of printing parameters and

substrate treatment over the quality of printed silver traces, Electronics System-Integration

Technology Conference, 2008.

R. Bonadiman; O.Silva; e M.Salazar. Reliability of Ag Ink Jet Printed Traces on Polyimide Substrate,

ICAM 2009


90

26.UM JOGO EDUCACIONAL DE PERGUNTAS E RESPOSTAS PARA

CELULARES Natasha Malveira da Silva Costa1; José Francisco de Magalhães Netto2

1Graduanda do Curso de Ciência da Computação da Universidade Federal do Amazonas; Bolsista

PIBIC/CNPq; Email: [email protected].

2Professor do Departamento de Ciência da Computação da Universidade Federal do Amazonas; Email:

[email protected].

Abstract

This paper presents a project for Scientific Initiation in progress, which has as goal

develop a multiplayer game, using Java ME as platform, to be used for educational

purpose, providing interaction between differents players, with differents cell phones,

which will be connected under Bluetooth connection. The development of game through

several stages, from the bibliographic searches, installation of the tools, the removal and

testing of games available, the choice of devices which were tested the games, to design

and test of the game.

Key words: Educational Game; Multiuser Game; Java ME; Bluetooth.

Introdução

Os muitos jogos existentes para celular no mercado pouco acrescentam no que diz

respeito à associação de conhecimentos formais de sala de aula, ainda que privilegiem o

entretenimento e a diversão do usuário e sirvam para desenvolver o raciocínio rápido, a

imaginação, o reflexo e a coordenação motora de quem os utilizam.

Em contrapartida, os Jogos Educacionais possuem objetivos pedagógicos especializados

para o desenvolvimento do raciocínio, das demais capacidades cognitivas e do

aprendizado do jovem, permitindo também a interação entre diferentes usuários, o que é

um dos principais atrativos dos chamados Jogos Multiusuários, pois é muito mais

excitante disputar um jogo com outra pessoa do que sozinho.

Diante desse contexto, surge o projeto de desenvolvimento de um jogo multiusuário,

baseado na plataforma Java ME [JAVA ME] e na Tecnologia Bluetooth [BLUTOOTH] a fim

de ser usado com finalidades educacionais de fácil manuseio, proporcionando a interação

entre jogadores munidos de diferentes celulares, que estarão interligados por meio do


91

Bluetooth.

Metodologia

O uso do celular para o desenvolvimento desse projeto se dá por ser um item bastante

popular, mas pouco utilizado no meio educacional. A tecnologia Bluetooth foi escolhida

por seu baixo consumo de energia, por ter um baixo custo e porque é encontrada na

maioria dos celulares vendidos atualmente [COSTA e NETTO, 2009].

A pesquisa referente ao Java ME revelou tratar-se de uma plataforma que implementa a

linguagem Java em dispositivos com capacidade limitada, com pouca memória e baixo

processamento. Daí a mesma ter sido utilizada para desenvolver este jogo.

Após a fase das pesquisas, foram escolhidas as ferramentas que foram utilizadas no

desenvolvimento do protótipo, listadas a seguir: Java SDK, Java WTK, Eclipse SDK e

EclipseME. Estas foram testadas com dois jogos: Asteroids e Blocks. A partir daí, foi feito

um roteiro de instalação, como Instalar, Configurar e Testar as ferramentas.

O jogo desenvolvido chama-se Jogo de Perguntas e Respostas e foi criado com o objetivo

inicial de dominar as tecnologias citadas anteriormente. Até o presente momento ele

aborda perguntas relacionadas à Geografia, porém, um dos próximos objetivos é melhorá-

lo, estendendo-o a outras disciplinas e torná-lo um Jogo Multiusuário. O Jogo Perguntas e

Respostas possui algumas classes, sendo as principais: MyMidlet, Questoes e Resultado.

A classe ―MyMidlet‖ funciona como a classe principal, onde é feito o gerenciamento de

todas as outras classes. Ela foi usada para fazer o Menu do Jogo. Caso o aluno selecione

Novo Jogo, aparecerão na tela do celular algumas informações de como será o jogo.

Caso ele selecione Ajuda, aparecerão algumas orientações. Caso ele selecione Sair, o

jogo é encerrado.

A classe ―Questoes‖ tem a função de mostrar as questões e suas alternativas (Figura 1),

sendo que todas as questões e alternativas são fixas, ou seja, não poderão ser

modificadas. O aluno deve escolher qual a alternativa ele considera a correta e digitá-la

no teclado do celular. Após ter digitada a opção, o aluno deve apertar o botão Próxima.

Este Botão chamará a próxima questão e assim sucessivamente, até chegar à quinta

questão. Quando chegar na quinta questão, após o aluno digitar sua Opção, ele deve

apertar no botão Resultado.


92

Figura 1 – Tela da Questão 1

do Jogo Perguntas e Respostas.

A classe ―Resultado‖ tem a função de mostrar o resultado do jogo, onde será possível ver

quantas questões você acertou. Para voltar ao Menu, basta apertar no botão Voltar.

Conclusões

A tecnologia está cada vez mais presente no cotidiano das pessoas e é bastante comum

vê-la sendo agregada ao meio educacional. Porém, algumas dessas tecnologias, como os

telefones celulares, ainda são pouco usadas como uma ferramenta auxiliar na

aprendizagem. A solução desse problema pode ser parcialmente abordada com o

desenvolvimento de jogos para celulares, especialmente modelados e implementados

com finalidades didáticas, facilitando a interação entre alunos em ambiente escolar. É

neste contexto que surge o Jogo de Perguntas e Respostas, no qual o aluno explora um

ambiente educacional, sendo a cada momento motivado e atraído. A pesquisa, no

momento, trata da extensão do jogo para a modalidade multiusuário.

Referências

BLUETOOTH. Disponível em: <http://www.bluetooth.com/>. Acesso em: 20 de Abril de 2008.

COSTA, N. M. S; NETTO. J. F. M. ―Desenvolvimento de Um Jogo Educacional Multiusuário usando

Bluetooth‖. ERIN 2009 - I Escola Regional de Informática – Região Norte 1, Manaus, 2009.

JAVA ME. Disponível em: <http://java.sun.com/javame/index.jsp>. Acesso em: 5 de Maio de 2008.


93

27.PROPOSTAS DE MELHORIAS NA CONSTRUÇÃO DE EMBARCAÇÕES DE

PEQUENO PORTE CONSTRUÍDAS EM MADEIRA NO AMAZONAS Reinaldo Jose Tonete1; Antonio Marcos de Oliveira Siqueira2

Universidade Federal do Amazonas – UFAM, Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia

– ICET. Av. N. S. do Rosário, 3863 B. Tiradentes, 69100-00- Itacoatiara, Amazonas,

Brasil [email protected]; [email protected]

Resumo

O objeto de análise deste trabalho é a atual condição da construção naval no estado do

Amazonas, com foco na construção de barcos de até seis metros de comprimentos. Este

artigo foi elaborado, observando às necessidades dos povos ribeirinhos, somado com a

práxis do autor. Verificou-se que qualidade da mão-de-obra dos carpinteiros navais é

indiscutível, cujo ensinamento é passado de pai para filho, mas o estado da técnica para a

construção não acompanhou a necessidade dos usuários. Na avaliação das dificuldades,

dos procedimentos, dos processos, da qualidade da mão-de-obra empregada e da

organização dos construtores de pequenas embarcações ficou evidente o descaso com a

introdução das novas tecnologias.

Palavras-chave: Processo de Fabricação, Embarcação de Pequeno Porte, Navegação

Interior.

Introdução

No estado do Amazonas, em um labirinto de rios, lagos e igarapés, em uma área de 1,57

milhões de km2 (IBGE, 2008), seus moradores são dependentes da navegação interior.

Os habitantes da região (comumente, chamados de ribeirinhos) fazem destes canais

navegáveis, uma via de acesso em busca de seu sustento e para o translado de uma

comunidade ou cidade a outra (TONETE, 2008).

Pode-se então perguntar: Qual é o estado da construção naval no estado do

Amazonas? Os estaleiros são organizados? Este artigo, portanto visa avaliar as

dificuldades, os procedimentos, os processos, a qualidade da mão-de-obra empregada

e a organização dos construtores de pequenas embarcações na região em estudo.

Existem duas classes fundamentais de embarcação na região. Uma que atende os



94

municípios, partindo da capital Manaus, fazendo a ligação entre duas ou mais cidades do

interior do estado. São embarcações de médio porte que navegam até 5 dias para

alcançarem seus destinos. E a outra corresponde a embarcações sem fins lucrativos, ou

seja, atende a necessidades das famílias ribeirinhas e são fabrica das com comprimento

médio de até 8 metros, que são os cascos, canoas e voadeiras, objetos de estudo neste

trabalho.

O casco é o de fabricação mais simples, porém de maior demanda de tempo, uma vez

que a fabricação se baseia num único tronco de arvore. Este tipo de embarcação é

insegura e com pequena capacidade de carga sem possibilidade de motorização, porém

a de menor custo ao ribeirinho. Na maioria das vezes, é o próprio ribeirinho quem a

constrói.

A canoa é normalmente construída com apenas 3 tábuas, de construção também

simples, pouco maior que os cascos, mas com problemas semelhantes em termos de

segurança e capacidade de carga.

As voadeiras são embarcações mais trabalhadas, ou seja, existe uma estrutura de

sustentação do casco, são maiores, têm boa capacidade de carga, são mais seguras e

permitem a motorização, porém são bastante pesadas ao manuseio do ribeirinho.

Durante a fabricação destas embarcações, observou-s e que a diversificação das

formas e dimensões não permite que exista um processo de construção mais uniforme,

de modo que seja possível a utilização de dispositivos de fabricação ou montagem.

Esta condição não permite custos baixos, portanto é necessária uma padronização nas

formas e dimensões, mas que atendam a necessidade do ribeirinho.

Outro elemento que não contribui com custos baixos, são as perdas de matéria prima

verificadas, pois não é utilizada a técnica de fabricação de peças em laminados de

madeira.

Metodologia

Neste trabalho desenvolveu-se de uma pesquisa exploratória com o objetivo clássico de

tornar explícito e familiar os referidos processos de fabricação.

Por outro lado, desenvolveu-se uma pesquisa descritiva aplicada nos estaleiros e com

os usuários, objetivando-se conhecer as diferenças e a possibilidade de padronização

da forma e facilitar o processo de construção.

A pesquisa descritiva não esclareceria a necessidade de as embarcações de pequeno

porte com formas geométricas diferenciadas, logo, foi necessário realizar uma pesquisa

explicativa, cujos resultados foram obtidos através das questões apresentadas.


95


A construção artesanal não contempla custos baixos, e para que ocorram alterações no

processo é imperativo que os construtores tenham dimensões previamente definidas

para embarcações de pequeno porte, permitindo então o uso racional de dispositivos

para fabricação.

Fabricar cavernas em laminados de madeira, cuja forma se daria por moldes, com

redução sensível no consumo da matéria prima e utilização de madeira não tão nobre

como ocorre nos dias atuais.

O alumínio tem maior desempenho na construção de voadeiras, mas é interessante

destacar, que existem procedimentos que permitem que a madeira seja muito mais

competitiva em termos de desempenho, se comparada ao alumínio. A construção no

sistema Strip Plank ou uma inserção do sistema Strip Planck, é uma boa opção para

redução de custos e melhor qualidade de fabricação e do produto final.

Conclusões

Em visitas aos estaleiros da região e entrevistas com os proprietários dos estaleiros e

usuários, percebe-se que há muito por fazer. A limpeza e arrumação devem ser

estimuladas, não somente no sentido de oferecer maior segurança aos funcionários como

também oferecer aos compradores e visitantes, maior confiabilidade no tocante a

qualidade de fabricação. Não é possível gerar e manter qualidade num ambiente de

trabalho desorganizado e inseguro. Portanto, é necessário introduzir uma filosofia de

organização fabril. Mudando procedimentos, design e adotando os conhecimentos da

produção seriada, o tempo de fabricação desta voadeira, seria consideravelmente menor,

levando a uma forte redução nos preços de venda, sem contar com uma sensível melhor

a na qualidade do produto final.

Referências

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2008). Disponível em

<http://www.ibge.gov.br/estadosat/perfil.php?sigla=am> Acesso em 25/06/2009.

TONETE, Reinaldo Jose. Análise do Sistema de Produção para Embarcação de Pequeno Porte

Construído em Madeira na Cidade de Itacoatiara/AM. Dissertação de Mestrado, Manaus:

Universidade Federal do Amazonas, 2008.


96

28.ENCADEAMENTOS DA ECONOMIA DO AMAZONAS

Renato Mendes Freitas1; Mauro Thury de Vieira Sá, DSc2

1Estudante do Curso de Mestrado Acadêmico em Desenvolvimento Regional da UFAM;

E-mail: [email protected]

2Professor do Departamento de Economia e do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional

da UFAM; E-mail: [email protected]

Abstract

This work studies the forward linkage and backward linkage of the economy of the

Amazon from the analysis of SAM - Regional Social Accounting Matrix of the Amazon in

2004. The calculations of the indicators of forward linkage and backward linkage were

made as proposed by Hirschman and Jones, respectively. The result showed the activities

of Mineral Industry, Production and Distribution of Electricity, Gas and Water, Information

Services and Financial Intermediation in the mining industry for more threads.

Key-word: Social Accounting Matrix, forward end backward linkages, Input-Output Matrix.

Introdução

Os recursos escassos são fatores limitantes do planejamento de políticas públicas e as

decisões para alocá-los devem se pautar nas alternativas para melhor aproveitamento.

Baseado nessa premissa, Hirschman (1958) propõe, via informações contidas na Matriz

de Insumo-Produto, desenvolvida por Wassily W. Leontief, que os estímulos do poder

público para induzir o desenvolvimento econômico deveriam focar os chamados setores-

chave da economia.

Entende-se por efeitos de encadeamento ―os impactos que diferentes atividades exercem

sobre às demais, quando aumentam sua produção‖ (SOUZA, 2007, p. 190) e por setores-

chaves aqueles cujos encadeamentos para frente e para trás impactam mais fortemente

que a média do conjunto das atividades econômicas. Logo, objetiva-se analisar os

indicadores de encadeamento para trás medindo quanto cada setor depende dos insumos

dos demais e os indicadores de encadeamento para frente mensurando a capacidade que

cada setor possui para atender às mudanças unitárias da demanda final (SANTANA,

2006, p. 51).




97

Metodologia

O estudo teve por base a MCS - Matriz de Contabilidade Social Regional do Amazonas de

2004 elaborada por Freitas & Sá (2008) com nível de agregação de 16 grupos de

atividades produtivas e mais 8 componentes de acumulação, alocação, distribuição e

contas exógenas, formalizando uma matriz de 24x24.

Os encadeamentos para trás são calculados utilizando a matriz de efeitos globais, ou de

Leontief, que é o resultado da inversão da matriz diferença da identidade com a matriz de

coeficientes técnicos. Já para o cálculo dos encadeamentos para frente, foi utilizado o

procedimento proposto por Jones (1976) para evitar a dupla contagem, como resultado da

inversão da matriz diferença da identidade com a matriz de coeficientes diretos de

produtos.

Segue-se, a partir daí, com o cálculo da normalização através da média global da soma

dos coeficientes diretos e indiretos dos produtos possibilitando ―comparações entre os

índices de encadeamento entre os setores de uma economia e enumerá-las em uma lista

de posicionamento‖ (FREITAS & SÁ, 2008). Assim, os setores-chave podem ser

reconhecidos como aqueles cujos encadeamentos para frente e para trás normalizados

superem a unidade.


A Tabela 01 mostra o resultado para as 16 atividades produtivas da MCS do Amazonas

em 2004. Os setores-chave da economia amazonense são: Indústria Extrativa Mineral;

Produção e Distribuição de Eletricidade, Gás e Água; Serviços de Informação e

Intermediação Financeira. Surpreendeu o fato da Indústria de Transformação não obter

encadeamentos maiores que a unidade, tendo em vista que é a atividade de maior

participação no estado. Isso pode indicar que seu campo de influência (compras de

insumos e vendas no estado) ainda não está densamente relacionado com os demais

segmentos produtivos, ao menos não para além da própria Indústria de Transformação.

Uma análise com maior abertura na Indústria de Transformação possibilitaria identificar se

existem atividades desse grupo acima da média e quais atividades seriam. Também

sinaliza para a necessidade de se realizar uma MCS ascendente, nos moldes de Costa

(set-dez, 2008).


98

Tabela 01 – Resumo dos efeitos de encadeamento – Amazonas, 2004

Item Descrição da Atividade Efeito para trás Efeito para frente

A01 AGRICULTURA, SILVICULTURA E EXPLORAÇÃO FLORESTAL 0,5398 1,5163

02 PECUÁRIA E PESCA 0,9551 2,6583

03 INDÚSTRIA EXTRATIVA MINERAL 1,1543 1,2429

04 INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO 0,7991 0,3224

05 PRODUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ELETRICIDADE, GÁS E ÁGUA 1,2533 1,1493

06 CONTRUÇÃO CIVIL 1,0309 0,2168

07 COMÉRCIO E SERVIÇOS DE MANUTENÇÃO E REPARAÇÃO 1,0115 0,0990

08 TRANSPORTE, ARMAZENAMENTO E CORREIO 1,0448 0,6927

09 SERVIÇOS DE INFORMAÇÃO 1,0042 1,5667

010 INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA, SEGUROS E PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 1,0640 2,0212

011 ATIVIDADES IMOBILIÁRIAS E ALUGUEL 0,9664 1,3788

012 SERVIÇOS DE ALOJAMENTO E ALIMENTAÇÃO 1,0080 0,2109

013 SERVIÇOS PRESTADOS ÀS EMPRESAS 0,9908 1,2657

014 SAÚDE E EDUCAÇÃO MERCANTIS 1,0545 0,3277

015 OUTROS SERVIÇOS 1,0363 0,9755

016 ADMINSITRAÇÃO, SAÚDE E EDUCAÇÃO PÚBLICAS 1,0476 0,3558

Fonte: Elaborado pelos autores

Conclusões

Os encadeamentos retratam de que modo os elos intersetoriais e a intensidade de suas

ligações se traduzem em maiores ou menores impactos nas atividades econômicas

quando ocorre uma variação da produção. O conhecimento desse ferramental pode

auxiliar os formuladores de políticas públicas na elaboração de planos de maior

efetividade para o desenvolvimento econômico regional. O trabalho também mostrou a

necessidade de aprofundamento, em especial quanto ao grau de agregação que deve ter

maior nível de abertura das atividades.

Referências

COSTA, Francisco Assis. Corporação e economia local: uma análise usando contas sociais alfa

(CSα) do programa de investimentos da CVRD no Sudeste Paraense (2004 a 2010). Nova

Economia, Volume 18, Número 3,set-dez de 2008.

FREITAS, R. M.; SÁ, M.T.V. Matriz de Contabilidade Social Regional e as Relações Intersetoriais do

Amazonas – 2004, II Mostra Técnico-Científica, SUFRAMA, Manaus, 2008.

SOUZA, Nali de Jesus de. Desenvolvimento Econômico. 5ª. Ed – São Paulo : Atlas, 2007.

SANTANA, Antônio Cordeiro (Coord.) et al. Matriz de Contabilidade Social e Crescimento

Intersetorial da Amazônia. ADA – Agência de Desenvolvimento da Amazônia, Belém, 2005.


99

29.INTERVENÇÃO ERGONÔMICA NAS EMBARCAÇÕES QUE ATENDEM

ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS DA AMAZÔNIA OCIDENTAL Rita Carolina Dias Santana Duarte1; Nelson Kuwahara2

1Pesquisadora do Projeto de Pesquisa PLOGAMAZON do Laboratório Transportar da Universidade Federal

do Amazonas; [email protected]

2Professor do Departamento de Design e Expressão Gráfica da Faculdade de Tecnologia da Universidade

Federal do Amazonas, Líder do Projeto de Pesquisa PLOGAMAZON; [email protected]

RESUMO

Este projeto tem como objetivo a proposição organizacional da armazenagem e

transferência de cargas nas embarcações que atendem arranjos produtivos locais - APL‘s

- da Amazônia Ocidental, visto que problemas de acesso das cargas, de locais para

armazenagem de produtos e de segurança são verificados. A partir das necessidades

observadas e considerando conceitos de design e ergonomia, fundamentação teórica

referente às normas portuárias e utilizando a metodologia ergonômica, chega-se a

algumas soluções que otimizam o transporte e armazenagem de cargas nestas

embarcações.

Palavras-chave: Proposta organizacional; armazenagem de cargas; ergonomia.

ABSTRACT

This project has as objective the load storage and transference organizational proposal in

the vessels that serve Western Amazon local productive systems - APL's - as problems of

loads access, locals to storage products and security troubles are checked. Based on the

needs and considering design and ergonomics concepts, theoretical background on port

rules and using ergonomics methodology, it reached some solutions that optimize the

transport and load storage in those vessels.

Key-words: Organizational proposal; load storage; ergonomic.

Introdução

O transporte fluvial na Amazônia Ocidental apresenta deficiências, principalmente, no que

diz respeito às condições das embarcações que, em geral, encontram-se inadequadas


100

para a armazenagem e transporte de cargas.

Os porões destas embarcações, geralmente, não comportam a quantidade de

mercadorias transportadas, bem como não atendem às especificidades das mesmas. E o

convés principal - único permitido para transporte de carga, de acordo com as normas da

Marinha do Brasil (2006) - na maioria dos casos, não é organizado para o recebimento de

produtos.

Além disso, em função da ausência de equipamentos para transporte de mercadorias,

improvisos são realizados por parte dos estivadores para que as perdas de produtos

sejam amenizadas. Em muitos casos, trabalhadores carregam excesso de peso sobre a

cabeça e coluna. Segundo Bridger apud Iida (2005), o manuseio de cargas é responsável

por grande parte dos traumas musculares entre os trabalhadores.

Com base nas necessidades observadas, este projeto visa desenvolver uma intervenção

ergonômica na armazenagem e transferência de cargas nas embarcações que atendem

aos arranjos produtivos locais da Amazônia Ocidental.

Metodologia

Este projeto é norteado por alguns procedimentos propostos nas metodologias de Moraes

e Mont‘Alvão (2003), além de Bonsiepe apud Puerto (2005), conforme necessário.

Considerando tais autores, as atividades projetuais foram desenvolvidas nas cinco etapas

a seguir:

1) Apreciação Ergonômica

Registros fotográficos dos usuários realizando suas tarefas; delimitação dos problemas

ergonômicos.

2) Levantamento Bibliográfico

Fundamentação teórica referente às normas portuárias e ergonômicas para

embarcações.

3) Diagnose Ergonômica

Aplicação de questionários aos usuários do sistema; análise da tarefa com os registros

comportamentais de usuários transportando e armazenando cargas de APL‘s.

4) Estudo de Similares

Análise de equipamentos existentes para otimização do transporte e armazenagem de

cargas no sistema em estudo.

5) Projetação Ergonômica

Requisitos de uso, parâmetros ativos, fatores influenciáveis propostos por Bonsiepe apud

Puerto (2005); geração de alternativas; escolha da alternativa; desenvolvimento da


101

proposta escolhida; detalhamento do modelo proposto; rendering.


Com base nos requisitos e parâmetros propostos, foram desenvolvidas duas alternativas,

sendo uma para armazenagem de cargas no convés principal e outra para transporte de

mercadorias. Estas se encontram em fase de análise para possíveis modificações.

Figura 1 - Alternativas de Convés e Equipamento de Transporte

Conclusões

O artigo apresentado atende o objetivo principal de promover melhorias nas condições de

trabalho dos usuários de embarcação que atendem APL‘s da Amazônia Ocidental.

Através de soluções simples, observa-se que mudanças são possíveis no quadro

existente do transporte fluvial amazônico, necessitando apenas de mais incentivos

governamentais e conscientização por parte da população usuária deste modal de

transporte.

Referências

IIDA, Itiro. Ergonomia: Projeto e Produção. 2.ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2005. MORAES, A.;

MONT‘ALVÃO, C. Ergonomia: Conceitos e Aplicações. 3.ed. Rio de Janeiro: iUsEr, 2003.

Puerto, H. B. Proposta Metodológica para o Desenvolvimento de Projetos de Desenho

Industrial. Manaus, 2005.

Ministério da defesa. Disponível em: <www.dpc.mar.mil.br/pagina.html> Acesso em: 28 de maio

de 2009.


102

30.LIMITES DO CRESCIMENTO ECONÔMICO NA CIDADE DE MANAUS: UMA

ANÁLISE EXPLORATÓRIA Salomão Franco Neves

1, Lileane Praia Portela de Aguiar

2, Antônio Ribeiro da Costa Neto

2,

José Aroudo Mota3

1Professor do Departamento de Economia e Análise (DEA) da UFAM/FES e participante do Grupo de

Pesquisa em Economia Industrial, Internacional e da Tecnologia (GETIT). Email: [email protected]

2Professores da Escola Superior de Artes e Turismo da Universidade do Estado do Amazonas.

Email: [email protected] e [email protected].

3Professor do Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília (CDS/UnB) e

membro do Grupo de Pesquisa em Desenvolvimento Sustentável. Email: [email protected]

Abstract

The objective of this study is to investigate population growth of Manaus from the creation

of their free zone was accompanied by the development indicators and quality of life. In

terms of sources, worked with the National Accounts and National Census from 1970 to

2000 and obtained by the database provided by the IPEA. It was found that GDP grew in

intensity than the other variables.

Key-words: Manaus, Development, Free Zone.

Introdução

O crescimento demográfico observado na cidade de Manaus a partir de 1960 é digno de

nota, principalmente quando analisado sob o ponto de vista das migrações. O motivo

para tal fenômeno está pautado em parte na expectativa de obtenção de empregos e

melhoria na qualidade de vida via Pólo Industrial de Manaus (PIM). Porém, este

crescimento populacional pode comprometer a disponibilidade de bens e serviços que

são necessários para que se tenha um patamar aceitável de qualidade de vida. Portanto,

o objetivo deste estudo é investigar se o crescimento populacional observado na cidade

de Manaus a partir da criação de sua Zona Franca foi acompanhado dos indicadores de

desenvolvimento e de qualidade de vida.

Metodologia

No que concerne às fontes dos dados, trabalhou-se com as Contas Nacionais e os

Censos Demográficos do IBGE de 1970 a 2000 e obtidas pela base de dados






103

disponibilizada pelo IPEADATA. De posse dos dados, realizou-se análise de regressão

linear múltipla de caráter exploratório, organizada da seguinte forma:

PIB = + 1POP+ 2IDH

Onde o PIB, POP e IDH são os valores correspondentes ao Produto Interno

Bruto do Amazonas1, a população residente em Manaus e o Índice de

Desenvolvimento Humano Municipal de Manaus, respectivamente. Os dados foram

organizados sob a forma de índices de volume tendo como ano-base o ano de 2000.


A fim de que se possa compreender a dinâmica do crescimento econômico na

cidade de Manaus, torna-se necessário verificar como a produção de bens e serviços

responde em relação ao crescimento populacional, como também à melhoria da

qualidade de vida. De acordo com o modelo estimado, verifica-se que o PIB possui

relação direta tanto com a população residente quanto com o IDH. A razão para tal pode

estar baseada no fato de que o crescimento populacional proporciona expansão na

demanda, o que pressiona o aumento da produção, e também se reflete no

comportamento do IDH. Como o termo qualidade de vida engloba as questões

relacionadas à renda, maiores índices desvelam expansões na renda per capita.

Variável

Explicada

Variáveis Explicativas

Indicadores de Análise de

Variância

Equação Amostra

PIB

Constante POP IDH

R2

Teste F DW

1 n = 4 PIB

Teste t

-62,7 0,911 0,753

-1,08 2,8

0,92

98,20% 26,66 3,15457

Tabela 1. Estatísticas de regressão.

Fonte: Elaborado pelos autores.

No que concerne aos testes de significância do modelo, este se mostrou significativo ao

nível de 5%, tanto do ponto de vista agregado (teste F) quanto do ponto de vista da

significância individual das variáveis explicativas (teste t), com bom poder explicativo,

posto que o valor do coeficiente de determinação foi de 98,2%. Quanto aos testes para a


104

verificação de problemas econométricos, não foi verificado indício de

multicolinearidade, dado que os valores VIF2 ficaram dentro do limite aceitável3.

Quanto à análise dos resíduos, pelo o que foi constatado pelo teste de Glejser, o modelo

não apresentou problema de heterocedasticidade, enquanto que o teste para a

verificação de autocorrelação serial mostrou-se inconclusivo, dado o baixo número de

observações.

Apesar do crescimento econômico verificado, o número de domicílios na cidade não

acompanhou o crescimento do PIB (112%), crescendo apenas 85%, ocorrendo o mesmo

com a educação, explicado pelo crescimento de 24,98% da média de anos de

estudo entre as pessoas de 25 anos ou mais, enquanto que a população residente

cresceu 65,23%. Quanto ao comportamento do IDH-M, este cresceu 12,47% no

período estudado, sendo que, nos quesitos: educação, longevidade e renda, o

crescimento foi de 11,88%, 18,15% e 8,26%, respectivamente.

Conclusões

O baixo crescimento do IDH-M verificado explica que, apesar do crescimento econômico

pujante observado em Manaus, a melhoria na qualidade de vida não ocorreu de

forma homogênea, o que pode ser comprovado pelo baixo crescimento do IDH-M-R4, o

que reflete indícios de concentração da renda, que é uma das mazelas do

crescimento desordenado e desigual nas cidades. Logo, os Policy Makers não devem

priorizar o crescimento, mas sim a qualidade deste.

Referencias

GUJARATI, Damodar. Basic Econometrics. 4ª edição. McGraw-Hill, 2004. 1009 p.

HARDIN, G.Tragedy of the Commons. In: NELISSEN, Nico; STRAATEN, Jan Van Der;

KLINKERS, Leon (orgs).Classics in Enviromental Studies: An Overview of Classic Texts in

Enviromental Studies. Ulrecht: International Books, 1997.

2 Variance Inflaction Factor.

3 De acordo com Gujarati (2004) a multicolinearidade passa a não ser aceitável quando o VIF é

acima de 9.

4 Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – Renda.


105

31. A PRODUTIVIDADE DO TRABALHO NAS INDÚSTRIAS

ELETROELETRÔNICA E DUAS RODAS DO PIM NO PERÍODO 1991 – 2004

Salomão Franco Neves1 2

, Mauro Thury de Vieira Sá 1 2

1Professores do Departamento de Economia e Análise (DEA) da UFAM/FES. Email:

[email protected] e [email protected].

2O autor é participante e o co-autor é líder do Grupo de Pesquisa em Economia Industrial, Internacional e

da Tecnologia (GETIT).

Abstract

The research aims to verify the behaviour of labor productivity in industries

Eletroeletronica and Duas Rodas of PIM in the period 1991 – 2004, by ratio of the rates

of Value Added and Hours Worked in Production, through data from FIEAM and

SEPLAN/AM. As in the results, there was expansion in this indicator during the study

period, with an average growth rate of 25.31% and 10.35% for industries Eletroeletronica

and Duas Rodas, respectively.

Key-words: Productivity; Eletroeletrônica industry; Duas Rodas industry.

Introdução

Segundo dados da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Econômico

(SEPLAN-AM) e da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM), no Pólo

Industrial de Manaus (PIM), o valor adicionado (VA) dos principais setores da indústria

de transformação, o eletroeletrônico e o de duas rodas, experimentaram forte

expansão, com taxas de 10,28% a.a. e 21,09% a.a., respectivamente, no período 1991-

2004. Paralelamente, o nível de horas trabalhadas (HT) nessas indústrias cresceu em -

2,29% e 9,73%, afetando a produtividade do trabalho (VA/HT). Logo, considerando

válida a Lei de Kaldor-Verdoorn, pela qual a produtividade – variável dependente –

aumenta quando a produção – variável independente – cresce, o objetivo deste estudo é

analisar o comportamento da produtividade do trabalho nas indústrias Eletroeletrônica e

de Duas Rodas no PIM no período 1991 – 2004.

Metodologia

Estimou-se a produtividade do trabalho pela razão entre os índices de volume do




106

valor adicionado calculados para ambos os pólos pela SEPLAN, seguindo diretrizes do

IBGE, e as horas trabalhadas na produção, levantadas pela FIEAM. Para explicar a

diferença de comportamento entre os pólos, foram feitas duas regressões lineares

múltiplas, tendo como variável explicada o VA dos aludidos pólos e como variáveis

explicativas o PIBBrasil, PIBMundo- PIBBrasil como Proxy da demanda mundial, Taxa

Real de Câmbio e uma variável Dummy para explicitar o efeito da expansão do crédito

proporcionada com o Plano Real. Os dados para o PIB são do Banco Mundial,

critério paridade do poder de compra, para que suas evoluções reflitam aspectos de

demanda. A Taxa Real de Câmbio teve como fonte a FUNCEX.


No setor eletroeletrônico, a relação VA/ HT teve queda apenas nos anos de 98 e 99,

caracterizados pela crise cambial e em 2001, período praticamente de estagnação do

VA.

Quanto ao setor de duas rodas, a produtividade do trabalho se comportou de forma

pujante dentro do período estudado, o que pode estar ligado às mudanças nos padrões

de consumo e na estabilidade de preços promovidos pelo plano real e, sobretudo,

à consolidação na utilização das motocicletas, assim acarretando estímulos no setor,

com queda somente nos anos de 1998 e 2001.

Gráfico 1: Evolução do Índice de Produtividade do Trabalho nas indústrias Eletroeletrônica e de Duas Rodas no período 1991-2004. Fonte: Elaboração Própria, baseado nos dados da SEPLAN e FIEAM.

Comparando as duas indústrias, o setor eletroeletrônico (equação 1) mostrou-se mais

sensível às variações do PIB, assim explicitando a natureza do setor ter um

comportamento mais volátil a acontecimentos conjunturais ou que afetem

substancialmente a demanda agregada da economia, o que não acontece

necessariamente com a indústria de duas rodas (equação 2).


107

Tabela 1: Geração de Valor Adicionado nas indústrias Eletroeletrônica e de Duas Rodas no período 1991-2004.

Fonte: Elaboração própria, utilizando o Software Minitab 14.2

Conclusões

Sobre o setor eletroeletrônico, verifica-se ganhos de produtividade do trabalho, com uma

taxa média de crescimento de 12,87%, enquanto que o setor de duas rodas obteve uma

taxa média de crescimento de 10,35%. Sobre o diferencial de comportamento entre as

duas indústrias, a eletroeletrônica apresentou maior sensibilidade no que concerne à

variação do PIB do País proporciona a determinação do VA, em relação à de duas

rodas, refletindo assim a sua importância para o PIM.

Referências

CARVALHO, Paulo Gonzaga Mibielli de. As vertentes teóricas da produtividade. Rio de Janeiro:

Revista Economia Contemporânea, 2001 5(2): 67-92, jul/dez.

FEIJÓ, Carmem Aparecida; CARVALHO, Paulo Gonzaga M. de. Heterogeneidade intra- setorial da

produtividade do trabalho na Indústria brasileira nos anos 90. Rio de Janeiro: Revista Economia

Contemporânea, 2003 7(2): 213-236, jul./dez.

GONÇALVES, Eduardo; CASTRO, Cristina Márcia Barros de; MEDEIROS,Tharsila Reis de.

Diferenciais de Produtividade do Trabalho no Brasil e o Processo de Catching Up.

Rio de Janeiro: Revista Economia Contemporânea, 2003 7(2): 195-212, jul./dez.

SILVA, Renilson. Rodrigues da O Pólo Industrial de Manaus como modelo de desenvolvimento

econômico avaliado sob o enfoque da lei de Kaldor-Verdoorn. BELÉM: UFPA/NAEA, 2006. 123p.

(Dissertação – Mestrado Planejamento do Desenvolvimento).


108

32.MERCADO DE TRABALHO, EMPREGO E INFORMALIDADE: UMA ANÁLISE

PARA O AMAZONAS

Tayana Nazareth1; Débora Santiago1; Pery Teixeira2

1

Estudante do curso de Mestrado em Desenvolvimento Regional - UFAM; e-mail:

[email protected]; [email protected]

2 Professor do Departamento de Economia e Análise/UFAM; e-mail: [email protected]

Resumo

This work attempts to verify the behavior of the labor market of the state of Amazon,

in the years 2001 to 2007. Data from National Household Survey - PNAD is used

to construct several indicators that characterize the aspects of the labor market.

The results obtained, showed that several indicators, during the period analyzed,

presented deficit in the Amazon. The unemployment rate showed high and above the

national average. Informality also grew in the period analyzed.

Key-words: nível de ocupação; desemprego; proteção social.

Introdução

Nas últimas décadas, foram intensas as modificações estruturais na economia, assim

como as transformações ocorridas no mercado de trabalho. Essas transformações, que

acompanham a integração da economia, ocasionam o surgimento de novas formas de

trabalho e exigem maior capacitação do trabalhador. Assim, verifica-se o aumento do

desemprego, da informalidade e da precariedade do trabalho com menor proteção

social. Devido às mudanças ocorridas na economia e no mercado de trabalho nas

últimas décadas, estudos que busquem entender mudanças desta natureza tornam-

se importantes. Neste sentido, o objetivo deste estudo foi a discussão sobre a real

situação do mercado de trabalho do estado do Amazonas. Para isso, elaborou-se uma

análise descritiva e crítica dos principais indicadores relacionados ao trabalho no

período de 2001/2007.

Metodologia

Os dados brutos utilizados são oriundos do levantamento da PNAD – Pesquisa





109

Nacional por Amostras de Domicílio, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística - IBGE. Os indicadores construídos foram: taxa de participação; taxa de

desemprego; nível de ocupação; taxa de informalidade; incidência de trabalho

infantil; trabalhadores com rendimento mensal de 1 salário mínimo ou mais; excesso

de horas trabalhadas; permanência de 1 ano ou mais no emprego; taxa de segregação

por sexo; proporção dos ocupados com contribuição de previdência e taxa de

sindicalização. Através destes indicadores foram mensurados os principais aspectos

relacionados ao trabalho no estado do Amazonas. A análise foi feita utilizando o

Brasil e Região Norte como parâmetro de comparação.


Em 2007 o Amazonas apresentou taxa de participação de 56,36%, abaixo da Região

Norte (60,37%) e do Brasil (62,03%), mantendo níveis inferiores durante todo o

período estudado. O aumento da taxa de participação deu-se tanto para homens

como para mulheres. O desemprego no Amazonas mostrou-se elevado durante o

período analisado: em 2007 chegou a 10,29%, revelando-se acima da taxa de

desemprego brasileira (8,15%) e abaixo da Região Norte (11,17%). Metade das

pessoas em idade ativa estavam ocupadas no Amazonas em 2007. Ainda em

relação ao nível de ocupação, os homens mantiveram-se acima das mulheres durante

todo o período analisado. Quanto à informalidade, o estudo mostrou que no âmbito do

estado do Amazonas o mercado informal continua em crescimento. Em 2004, o estado

chegou a ter metade dos trabalhadores na informalidade. Houve arrefecimento deste

crescimento nos anos posteriores, chegando, em 2007, à taxa de 44,73%. Observou-se

um pequeno aumento da incidência de trabalho infantil, que, em 2007 chegou a

8%. Apesar disso, o Amazonas manteve-se com taxas inferiores à Região Norte

(11,33%) e ao Brasil (10,84%). Há uma pequena proporção (menos da metade) de

ocupados que contribui para a Previdência Social. O estudo mostrou, além disso, que

houve queda desse indicador nos últimos anos. Em 2001, quase a metade dos

trabalhadores ocupados trabalhava mais de 45 horas semanais. Em 2007, este

número caiu consideravelmente.

Conclusões

O estudo mostrou que vários indicadores apresentaram déficit no Amazonas durante o

período analisado. A taxa de desemprego mostrou-se elevada e acima da média

brasileira, resultando no crescimento da informalidade e do trabalho infantil. A


110

segregação por sexo revelou-se expressiva no período estudado, as mulheres

possuem taxa de participação, nível de ocupação e renda inferior aos homens e estão

mais desempregadas que os homens. A porcentagem dos trabalhadores com jornadas

excessivas recuou, mas ainda é elevada.

Referências

DUPAS, Gilberto. Economia global e Exclusão social: Pobreza, Emprego e o Futuro do

Capitalismo. 3ª Ed. Editora Paz e Terra, 2001.

IBGE. SIDRA - PNAD. Disponível em: <http://www.bme.ibge.gov.br>>. Acesso em: 25 de julho de

2009.

IPEA. Brasil: o estado de uma nação - mercado de trabalho, emprego e informalidade, 2006 -

Rio de janeiro: IPEA, 2006.

___________________. Emprego, Desenvolvimento Humano e Trabalho Decente: a

Experiência Brasileira Recente. CEPAL/PNUD/OIT, Brasília, 2008.

JAYME, Frederico. MACHADO, A. Liberalização comercial: impactos sobre a composição do

emprego no Brasil in Mercado de trabalho: Uma análise a partir das pesquisas domiciliares no

Brasil. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2003.

MOURA, Edila Arnaud Ferreira et all. A utilização do trabalho feminino nas indústrias de

Belém e Manaus. Disponível em: <http://www.abep.org.br/usuario>. Acesso em: 25 de julho de

2009.

PAULINO, Ana; VILMAR, Maria; BALTAR, Ronaldo. Índice de Trabalho Decente nas

Empresas: Proposições para uma metodologia. Observatório Social, São Paulo, 2007. RAPOSO,

D. e MACHADO, A. Abertura comercial e mercado de trabalho: uma resenha bibliográfica.

Texto para discussão no. 177, Cedeplar/UFMG, Belo Horizonte, 2002. Disponível em:

<http://www.abep.org.br>>. Acesso em: 10 de janeiro de 2009.

SINGER, Paul. Globalização e desemprego: Diagnóstico e alternativas. 6 ed. - São Paulo:

Contexto, 2003.

http://www.bme.ibge.gov.br/

http://www.abep.org.br/usuario

http://www.abep.org.br/


111

33. FUNGOS PRESERVADOS NA COLEÇÃO DE CULTURA DPUA-UFAM

COMO FONTE DE ENZIMAS DE INTERESSE INDUSTRIAL

Thayana Cruz de Souza1

; Mircela Marialva Alecrim1; Taciana de Amorim Silva

1; Maria

Francisca Simas Teixeira1

1

Estudante de Biologia/Bióloga/Professora/Coleção de Cultura DPUA (Lab. de Micologia),

Departamento de Parasitologia, Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Amazonas.

E-mail: [email protected], [email protected].

Abstract

Many enzymes produced by fungi have relevant applications in several industrial

areas. The objective of this study was to evaluate the enzymatic potential of fungi

preserved under mineral oil and distilled water. Of the 33 tested fungal, 72.73%

produced cellulase, 36.36% protease, 57.57% amylase and 45.45% lipase. From the

data obtained can be inferred that most of fungi tested have a great potential lipolytic,

cellulolytic, amylolytic and proteolytic activities.

Key-words: protease, lipase, cellulase, amylase

Introdução

Os fungos filamentosos são potenciais produtores de enzimas de interesse industrial

devido à alta diversidade e produção de enzimas extracelulares (Guimarães et al.,

2006). Muitos trabalhos relatam a aplicação das enzimas amilolíticas, celulolíticas,

lipolíticas e proteolíticas nos diversos segmentos industriais. As amilases apresentam

aplicação em indústrias têxteis, detergentes, bebidas, panificação, indústria química,

entre outras (Pandey et al., 2001). As lipases podem ser aplicadas em indústrias de

detergentes (Kirk et al., 2002) e também na síntese de compostos de alto valor

agregado (Jaeger; Eggert, 2002). As proteases neutras são muito utilizadas na

formulação de detergentes, de couro e na m indústria alimentícia (Bon; Pereira, 1999).

As celulases participam na extração e clarificação de sucos de frutas cítricas (Orberg,

1981). O objetivo deste trabalho foi avaliar o potencial lipolítico, celulolítico, amilolítico e

proteolítico de fungos preservados sob óleo mineral e água destilada.






112

Metodologia

Foram analisadas 33 culturas fúngicas cedidas pela Coleção de Cultura

DPUA/UFAM. Os fungos foram repicados em meio específico (Agar Czapek Extrato

de Levedura para os gêneros Aspergillus e Penicillium; Ágar Batata Dextrose e

Sabouraud para os demais gêneros) e incubados a 25°C durante 7 dias,

posteriormente, realizou-se a análise qualitativa para a detecção de enzimas

extracelulares, transferindo-se fragmentos de cultura ou esporos para placas de Petri

contendo meio com substrato especifico para cada enzima: Tween 80 (1%) para

lipase, amido (1%) para amilase, leite desnatado (5%) para protease e

carboximetilcelulase (0,2%) para celulase. Os resultados foram obtidos medindo-se o

halo de degradação formado (quando presente) com uma régua milimétrica, num

período de 3 a 7 dias após a inoculação. Para revelar o halo de celulase adicionou-se

vermelho congo a 0,1% por 20 minutos e posteriormente adicionou-se NaCl 1M por 20

minutos, enquanto o de amilase utilizou- vapor de Iodo.


Dos 33 fungos testados quanto a atividade celulolítica, proteolítica, amilolítica e

lipolítica, 72,73% deles produziram celulases, resultado superior ao de RUEGGER et

al. (2003) que trabalhando com essas enzimas, em 36 fungos isolados de solos da

estação ecológica Júreia- Itatins-SP, detectou 45% de atividade celulolítica. Os

mesmos autores não verificaram a produção de celulases em nenhuma dos três T.

koningii estudadas e nem no P. decumbens resultados que corroboram com os

obtidos neste trabalho (gráfico 1).

Gráfico 1. Halos em mm resultantes da atividade enzimática de fungos crescidos em substrato indutor.


113

Em se tratando das proteases, 36,36% dos fungos estudados degradaram proteínas,

resultado expressivo quando comparando com o trabalho de Silva et al. (2006) que

pesquisou atividade enzimática em 29 fungos isolados da pinha e da graviola

obtendo apenas 17,2% de positividade para essas enzimas. Quanto á atividade

amilolítica e lipolítica, 57,57% e 45,45 % respectivamente degradaram amido e tween

80. Entre os fungos investigados, 15,15% (Penicillium) produziram todas as enzimas,

contudo, Candida tropicalis, Fonsecaea pedrosoi e Tricoderma koningii não

produziram nenhum dos biocatalizadores e os Aspergillus se destacaram como bons

produtores de celulase (76,92%).

Conclusão

A partir dos dados obtidos pode-se inferir que os fungos analisados, em sua

maioria, apresentam um grande potencial lipolítico, celulolítico, amilolítico e

proteolítico. Conclui-se também que apesar dos fungos estudados serem mantidos

preservados em água destilada esterilizada e em óleo mineral ainda expressam

atividade biocatalítica demonstrando que os métodos de conservação tem reduzida

interferência no metabolismo desses microrganismos nas condições ambientais da

Amazônia.

Referências

BON, E. P. S.; PEREIRA Jr., N. Tecnologia enzimática. Rio de Janeiro: E.P.S. Bon, 1999. 110 p.

GUIMARÃES, L. H. S. et al. Screening of Filamentous Fungi for Production of Enzymes of

Biotechnological Interest. Brazilian Journal of Microbiology 37:474-480. 2006.

JAEGER, K. e EGGERT, T. (2002) Lipases for biotechnology. Current Opinion in Biotechnology. v. 13, p.

390-397.

KIRK, O.; BORCHERT, T.V. e FUGLSANG, C.C. (2002) Industrial enzyme applications. Current

Opinion in Biotechnology. v. 13, p. 345-351.

ORBERG, P.K. 1981. Studies on cellulase production from annual ryegrass straw by Trichoderma reesei.

Dissertação de mestrado, Oregon State University, Oregon.

6.PANDEY; et al. Enzyme Technology. 1ª ed. New Delhi: Asiatech Publishers, Inc, 2005.

RUEGGER, M. J.S. & TAUK-TORNISIELO, S. M. Atividade da celulase de fungos isolados do solo da

Estação Ecológica de Juréia-Itatins, São Paulo, Brasil. Revista Brasil. Bot., V.27, n.2, p.205-

211, abr.-jun. 2004.

SILVA, R. L. de O. et al. Fungos endofíticos em Annona spp.: isolamento, caracterização enzimática e

promoção do crescimento em mudas de pinha (Annona squamosa L.). Acta bot. bras.

20(3): 649-655. 2006.


114

34.ARQUITETURA PDCCM EM HARDWARE E O MÉTODO MIC

Wanderson Roger Azevedo Dias1; Edward David Moreno2; Raimundo da Silva Barreto1

1UFAM - Universidade Federal do Amazonas - Departamento de Ciência da Computação {wradias,

xbarretox}@gmail.com

2UFS - Universidade Federal de Sergipe - Departamento de Ciência da Computação

[email protected]

Resumo

Este trabalho propõe o desenvolvimento de uma arquitetura, com respectiva prototipação

em hardware (usando VHDL e FPGAs), para o processo de compressão/descompressão

de código. A técnica proposta denomina-se PDCCM (Processor Decompressor Cache

Compressor Memory). Os resultados são obtidos via simulação e prototipação. Na análise

usaram-se programas do benchmark MiBench. Foi também proposto um método de

compressão, denominado de MIC (Middle Instruction Compression), que foi comparado

com o método de compressão de Huffman. Na arquitetura PDCCM o método MIC

apresentou melhores desempenhos computacionais, com relação ao método de Huffman,

para programas do MiBench (específico para sistemas embarcados); pois foram obtidos

26% a menos dos elementos lógicos do FPGA, 71% a mais na freqüência do clock em

MHz e 36% a mais na compressão das instruções, além de permitir a compressão e a

descompressão em tempo de execução.

Palavras-Chave: Compressão/Descompressão de Código, Processador, Memória,

Cache.

Introdução

Sistemas embarcados são quaisquer sistemas digitais que estejam incorporados a outros

sistemas com a finalidade de acrescentar ou otimizar funcionalidades [6].

Sabe-se que muitos sistemas embarcados são alimentados por baterias. Por essa razão,

é de suma importância que estes sistemas sejam capazes de controlar e gerenciar sua

potência, possibilitando assim a redução no consumo de energia e no controle do

aquecimento. Então, projetistas e pesquisadores concentraram-se no desenvolvimento de

técnicas que diminuam o consumo de energia mantendo os requisitos de desempenho.


115

Uma dessas técnicas é a compressão do código das instruções em memória.

Portanto, este artigo apresenta o desenvolvimento de uma nova arquitetura com

respectiva prototipação em hardware denominada de PDCCM e um novo método de

compressão e descompressão de instruções (em tempo de execução), que foi

implementado em VHDL [3] e prototipado em uma FPGA [2]. O novo método é

denominado de MIC, e foi comparado com o tradicional método de Huffman [5], que

também foi implementado em hardware; o MIC mostrou ter mais eficiência que o método

de Huffman a partir de uma comparação usando

alguns benchmark MiBench [4].

Metodologia

A metodologia empregada no desenvolvimento deste trabalho foi: a escolha de uma

arquitetura que permitisse tanto a compressão quanto a descompressão dos códigos de

instrução dos sistemas embarcados em tempo de execução. Em seguida foi

implementado em VHDL e prototipado em uma FPGA da ALTERA® o método MIC e uma

versão do método de Huffman. Na seqüência foi realizado as simulações da arquitetura

PDCCM com alguns benchmark MiBench (específicos para sistemas embarcados).


A arquitetura PDCCM trabalha com instruções do tamanho de 32 bits, ou seja, cada linha

da cache de instrução é composta por 4 bytes. Assim, a arquitetura desenvolvida é

compatível com sistemas que usam o processador ARM [1] como núcleo do seu sistema

embarcado, pois este processador tem como característica um conjunto de instruções de

32 bits.

Importante salientar que se pode usar qualquer técnica de compressão. Neste trabalho,

usamos o tradicional método de Huffman e o novo método denominado de MIC. Na

arquitetura PDCCM com o método de compressão/descompressão MIC todas as

instruções que serão gravadas na cache de instrução sofrerão uma compressão de 50%

no seu tamanho original.

A Figura 1 mostra a arquitetura PDCCM que é composta por quatro componentes

básicos, sendo eles:

[1] LAT (Line Address Table): é uma tabela que tem por função fazer o mapeamento

dos endereços das instruções com o seu novo endereço na cache de instrução;


116

[2] ST (Sign Table): é uma tabela que contém bits que servem como flags para

indicar ao descompressor qual dupla de bits deverá ser reconstituída, ou seja,

descomprimida;

• Compressor: tem por função fazer a compressão de todos os códigos das instruções

que serão salvas na cache de instrução. O compressor é acionado toda vez que a

memória RAM tiver um acesso e uma nova instrução for repassada para ser salva na

cache de instrução;

• Descompressor: tem por função fazer a descompressão de todas as

instruções que estão armazenadas na cache de instrução e serão repassadas ao

processador. O descompressor é acionado toda vez que a LAT for consultada e

retornar um acerto.

Figura 1 – Arquitetura PDCCM

Conclusões

O artigo descreveu um novo método de compressão/descompressão (MIC), o qual foi

prototipado em FPGAs, e mostrou-se viável para os sistemas embarcados que usam

arquitetura RISC. Pois futuramente esta técnica pode tornar-se um componente

necessário em projetos de sistemas embarcados. Com a utilização das técnicas de

compressão de código, as arquiteturas RISC conseguem minimizar um de seus maiores

problemas, que é a quantidade de memória para armazenar os programas.

Mediante as simulações realizadas com alguns programas do benchmark MiBench

verificamos que o método MIC apresentou as seguintes médias: 26% a menos na

utilização dos elementos lógicos do FPGA, uma freqüência (MHz) de operação em

aproximadamente 3 vezes maior para os processos de compressão/descompressão dos

códigos de instruções e 36% mais eficiente na taxa de compressão dos MiBench

analisados em relação ao método de Huffman, que também foi prototipado em hardware.


117

Referências

ARM. An Introduction to Thumb. Advanced RISC Machines Ltd., March 1995.

COSTA, C. da. Projetando Controladores Digitais com FPGA. – São Paulo: Novatec Editora, 2006,

159p.

D'AMORE, R. VHDL - Descrição e Síntese de Circuitos Digitais. – Rio de Janeiro: LTC, 2005, 259p.

GUTHAUS, M.; RINGENBERG, J.; ERNST, D.; AUSTIN, T.; MUDGE, T.; BROWN, R. MiBench: A

Free, Commercially Representative Embedded Benchmark Suite. In Proc. of the IEEE 4th Annual

Workshop on Workload Characterization, pages 3-14, December 2001.

HUFFMAN, D. A. A Method for the Construction of Minimum-Redundancy Codes. Proceedings of

the IRE, 40(9):1098-1101, September 1952. OLIVEIRA, A. S. de; ANDRADE, F. S. de. Sistemas

Embarcados - Hardware e Firmware na Prática. – São Paulo: Editora Érica, 2006, 316p.


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