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REABILITAÇÃO DO CENTRO HISTÓRICO DE LEIRIA: ANÁLISE E ESTRATÉGIAS DE INTERVENÇÃO G.J.M. RAIMUNDO Mestrando de Eng.ª Civil ESTG/IPL Leiria – Portugal SUMÁRIO O presente artigo identifica os vários processos que visam a intervenção do edificado construído na zona histórica de Leiria, no âmbito da reabilitação de fachadas. No sentido de se definirem estratégias de intervenção, é necessário proceder a um levantamento das características arquitectónicas, construtivas e estruturais dos edifícios, bem como do seu estado de conservação actual. Será elaborado um modelo de registo das patologias diagnosticadas e das propostas de reabilitação não estrutural nas fachadas. Será salientada a importância dos Sistema de Informação Geográfica como apoio às acções de registo, análise da informação e identificação de problemas. Palavras-chave: Reabilitação, Patologia, Fachada, Inspecção, SIG. ABSTRACT This article identifies the various processes to the intervention of the buildings built in the historic district of Leiria, in the rehabilitation of facades. In order to define intervention strategies, it is necessary to conduct a survey of architectural features, structural and construction of buildings, as well to define their present state of conservation. There will be defined a model for the record of diagnosed diseases and rehabilitation proposals for non-structural facades. Will be stressed the significance of the Geographic Information System as support to the record activities, information analysis and troubleshooting. Keywords: Rehabilitation, Pathology, Facade, Inspection, GIS

Dissertação I - Gonçalo Raimundo

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REABILITAÇÃO DO CENTRO HISTÓRICO DE LEIRIA:

ANÁLISE E ESTRATÉGIAS DE INTERVENÇÃO

G.J.M. RAIMUNDO Mestrando de Eng.ª Civil

ESTG/IPL Leiria – Portugal

SUMÁRIO

O presente artigo identifica os vários processos que visam a intervenção do edificado construído na zona histórica de Leiria, no âmbito da reabilitação de fachadas. No sentido de se definirem estratégias de intervenção, é necessário proceder a um levantamento das características arquitectónicas, construtivas e estruturais dos edifícios, bem como do seu estado de conservação actual. Será elaborado um modelo de registo das patologias diagnosticadas e das propostas de reabilitação não estrutural nas fachadas. Será salientada a importância dos Sistema de Informação Geográfica como apoio às acções de registo, análise da informação e identificação de problemas. Palavras-chave: Reabilitação, Patologia, Fachada, Inspecção, SIG.

ABSTRACT

This article identifies the various processes to the intervention of the buildings built in the historic district of Leiria, in the rehabilitation of facades. In order to define intervention strategies, it is necessary to conduct a survey of architectural features, structural and construction of buildings, as well to define their present state of conservation. There will be defined a model for the record of diagnosed diseases and rehabilitation proposals for non-structural facades. Will be stressed the significance of the Geographic Information System as support to the record activities, information analysis and troubleshooting. Keywords: Rehabilitation, Pathology, Facade, Inspection, GIS

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1. INTRODUÇÃO

1.1 Enquadramento do Tema A consciencialização e valorização do edificado antigo tem sido, recentemente, alvo de uma abordagem muito mais cuidada por parte da sociedade, quer a nível nacional, quer a nível internacional. E porquê? Antes de se esclarecer a questão levantada, há a necessidade de balizar o edificado antigo, localizando-o no espaço e no tempo. A maioria da respectiva edificação, localiza-se no “centro histórico” ou “núcleo histórico” de uma cidade, o que por si só remete ao conceito de Património construído. Nesse sentido, a definição de Património, está intimamente ligada a uma herança do passado que nos “toca” a todos, independentemente de estarmos, ou não, conscientes desse legado e da sua importância [1]. Neste sentido, e em forma de resposta à questão anteriormente levantada, identifica-se que a sociedade em geral valoriza cada vez mais as problemáticas que surgem nos centros históricos. Que está invariavelmente ligada à herança deixada de geração para geração e sobretudo ao fenómeno urbano. Para além do legado geracional, conforme explicado na definição de Património, existe o fenómeno de expansão da população, para a periferia destes núcleos, ou até mesmo para zonas suburbanas, que outrora eram zonas rurais. Hoje em dia, esse êxodo leva a um abandono quase por completo destes centros, levando-os à sua degradação. Passando a ser imperativo a sua reabilitação. Este choque sociocultural reflecte-se também em espaços de comércio e serviços, que por norma ocupam o rés-do-chão dos edifícios destes centros. No caso de Portugal, a partir de meados dos anos 70, verificou-se uma tendência crescente em relação às intervenções de reabilitação urbana em zonas históricas [2]. Desde essa década até aos dias de hoje, assistiu-se a muitos casos de sucesso, como por exemplo as intervenções em alguns bairros históricos de cidades como o Porto, Lisboa, Guimarães, Évora, entre outros, que de uma forma suave, serão abordados neste trabalho. Trata-se portanto de uma área, que obriga a uma gestão integrada interdisciplinar. Leva deste modo à criação de um modelo de estratégia apoiada por uma equipa multidisciplinar. Independentemente de toda a articulação na promoção da gestão, definição de estratégias, formação de equipas e objectivos a atingir, há a necessidade de compreender os núcleos urbanos antigos numa perspectiva de intervenção articulada de edifícios, espaços públicos, infra-estruturas, condições socioeconómicas e culturais das populações. No sentido de reconhecer o edificado antigo, e numa fase prematura de um determinado projecto, o diagnóstico é uma peça de trabalho da máxima utilidade para a etapa de planeamento e posteriormente para uma análise fundamentada, que servirá de suporte para decisões ao nível de projecto. Desta forma, e por consequência, servirá de suporte para propostas de intervenções, sendo os maiores beneficiados os projectistas, promotores imobiliários, proprietários, decisores políticos, responsáveis autárquicos, bem como todos os intervenientes em processos de reabilitação, que interajam de forma directa ou indirecta, cada um na sua especialidade e âmbito [2]. Com o objectivo de complementar, toda a informação disponível de forma organizada, os Sistemas de Informação Geográfica (SIG), são uma ferramenta de grande valia. Na perspectiva de optimizar a informação recolhida, os SIG têm a potencialidade de resolver problemas de vários domínios,

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sobretudo os que se relacionam com os processos de planeamento e gestão municipal. São de uma forma genérica um sistema de gestão de base de dados, que integra a componente espacial da informação e as ferramentas de análise espacial o que permite armazenar, consultar, manipular informação espacial e dar apoio às acções por exemplo, a nível de planeamento, de recolha de informação, sob a forma de inquérito, levantamento ou diagnóstico mais técnico [3]. 1.2 Conceitos e Princípios Gerais Provavelmente no seio da opinião pública, os conceitos como a conservação, reabilitação, reforço, restauro ou manutenção do património arquitectónico, confundem-se todos no mesmo significado. Na realidade, e pretendendo-se uma abordagem mais técnica, no âmbito do tema deste artigo, ir-se-á distinguir de forma concisa o significado de cada um [4]. A conservação é um conjunto de operações de manutenção, que visam dilatar a durabilidade de um edifício ou monumento, reduzindo e prevenindo a degradação destes [4]. A manutenção é um conjunto de actividades, tendo em vista a conservação de um bem. Estas actividades têm um carácter periódico com a finalidade de prevenir e corrigir algumas anomalias, para que o edificado se preserve fisicamente, sem perder o desempenho para o qual foi destinado [4]. A reabilitação de edifícios, é um processo que resulta na alteração do edificado a um novo uso ou função, permitindo um melhor nível de desempenho relativamente ao existente antes da intervenção. Todo este processo decorre sem alterar as partes da construção cruciais, de forma a manter o seu valor histórico [4]. O restauro representa a recuperação de um edifício ou monumento, devolvendo-lhe a forma original. Sempre que se exija por motivos de segurança a adição de trabalhos complementares. Estes devem estar previsto na concepção do existente de forma harmoniosa. Desta forma garante-se a autenticidade do edificado e a compatibilidade do novo ao antigo [4]. O reforço é um conjunto de intervenções, com a finalidade de aumentar a capacidade de carga de uma construção. Este último conceito, sai um pouco fora do âmbito deste artigo, no entanto é de esclarecer a sua importância, pois muitos dos processos anteriormente referidos, só são possíveis com o reforço do intervencionado [4]. Há que referir, que quer num restauro de um monumento ou na reabilitação de um edifício antigo, as intervenções (distintas para cada conceito acima referido), devem garantir sempre, três aspectos importantes: autenticidade, a reversibilidade e a compatibilidade [4]. Assim os pressupostos de intervenções, são essenciais e necessários para poder garantir a salvaguarda, durabilidade e autenticidade dos edifícios antigos para as gerações futuras, assegurando a continuidade do passado. Deve-se recorrer sempre que possível a materiais e técnicas originais ou que tenham compatibilidade (adaptando o novo ao antigo). Identificando as anomalias e suas causas, é possível solucionar os problemas a elas inerentes, aplicando técnicas e materiais antigos ou contemporâneos considerando sempre uma possível reversibilidade futura. Apesar de este artigo se direccionar no estudo do estado de conservação/degradação das fachadas do edificado da zona histórica de Leiria, é de salientar que o valor atribuído a cada construção histórica antiga, não se resume à “cosmética” realizada nestes elementos (o fachadismo). As exigências de

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conservação, vão para além dos definidos somente para fachadas, reunindo de uma forma integrada toda a envolvente e exigindo a manutenção da estrutura original, de forma a garantir as características e técnicas de construção tidas na época. Na decisão de uma intervenção, seja ela de que ordem for, dever-se-á sempre ter em conta todas as exigências de conservação e de segurança, sem nunca se descurar de uma prévia avaliação dos benefícios e dos prejuízos, que potencialmente poderão ocorrer sobre o património arquitectónico [4]. 1.3 Objectivos Este artigo tem como objectivo contribuir de uma forma integrada, para a abordagem das análises, estratégias e metodologias de intervenção no âmbito da reabilitação urbana, mais propriamente do centro histórico da cidade de Leiria. Enquadra-se portanto, no âmbito do tema proposto para a tese de mestrado. Realizada uma pesquisa bibliográfica e de trabalhos relacionados com intervenções de reabilitação em zonas históricas, subdivide-se o artigo em 3 áreas com todas as suas vertentes. Na figura 1, representa-se esquematizado os três grupos em discussão.

Figura 1 - Objectivos do trabalho proposto

Em primeiro lugar há a necessidade de enquadrar o tema da reabilitação de uma forma genérica. Aprofundar a sensibilidade para a realidade actual das zonas históricas urbanas em Portugal, com a finalidade de se conhecer o património construído e as suas tendências a níveis arquitectónicos, construtivos, sociais, económicos e culturais. Através de experiências e intervenções do mesmo âmbito, avalia-se as necessidades dos centros históricos, reportando para o caso de estudo deste projecto. E por fim pré-definir estratégias e metodologias traçando desta forma uma linha orientadora para os passos seguintes. Assim, no grupo II, o objectivo principal passa por identificar tipos de patologias que ocorrem em fachadas, com principal incidência em fachadas de alvenaria, através de técnicas de inspecções e ensaios específicos para os casos identificados. Pretende-se desenvolver um modelo de registo que permita a identificação e caracterização das patologias não estruturais das fachadas do edificado do centro histórico de Leiria. Prevê-se ainda a realização do levantamento da informação das patologias

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identificadas e um estudo das várias possibilidades de o fazer. Desta forma caracteriza-se o edificado, faltando a organização da informação disponível. Na terceira etapa, prevê-se o desenvolvimento de uma base de dados para registo da informação recolhida de forma a apoiar as acções de análise e diagnóstico, implementando-se um Sistema de Informação Geográfica (SIG) para apoio às acções de registo, análise da informação e identificação de problemas sistemáticos. Serão elaborados mapas de anomalias das fachadas do edificado do centro histórico e elaboradas propostas de intervenção nos edifícios levantados. Como qualquer estudo, em forma de conclusão, ir-se-á retirar ilações sobre o estado de conservação da área estudada. 1.4 Área de Estudo A cidade de Leiria é constituída por um núcleo mais antigo, com um tecido consolidado. Este tecido nasceu junto à base do Castelo de Leiria a partir do qual se desenvolveu o aglomerado urbano existente, onde alguns dos seus edifícios se encontram em estado de ruína, que à semelhança de outras cidades, se tem transformado em zonas deprimidas, sob o ponto de vista físico, social e económico. Na envolvente exterior ao núcleo urbano mais antigo, desenvolveu-se uma área urbana diversificada, com espaços públicos de qualidade e com a inserção de “novas” construções de variedade arquitectónica. Serão alvo de estudo 46 Quarteirões compostos por 319 Edifícios. Dada a época de construção do respectivo edificado, na sua globalidade remonta ao séc. XIX, era usual a construção de paredes de alvenaria de pedra. Em relação à restante edificação, remonta ao séc. XX, enquadrando-se entre a década de 40 e 70, onde existem construções com paredes duplas de tijolo vazado e caixa-de-ar. As paredes dos edifícios mais antigos, apresentavam-se com funções resistentes e pseudo-resistentes. Enquanto nos edifícios mais modernos as fachadas não tinham qualquer função resistente. Na figura 2, apresenta-se a zona que será alvo do referido estudo.

Figura 2 - Área de estudo - Centro Histórico de Leiria

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2. REVISÃO DO ESTADO DA ARTE 2.1 Imprensa Regional No presente artigo e como uma primeira abordagem à revisão do estado da arte, faz-se uma breve referência ao papel que a imprensa regional pode desempenhar (figura 3), no sentido de evidenciar as necessidades do centro histórico de Leiria, de forma a incentivar a sociedade em geral para a problemática do seu estado de degradação. Apesar da existência de vários estudos realizados, e o facto de a maioria ser de um cariz técnico, falta algo que um meio de comunicação faz como ninguém, ouvir e relatar o que a pouca população sabe de hábitos, cultura, quotidiano, rotinas, necessidades, etc. … Desta forma, existe uma maior sensibilidade para os problemas, que por vezes os vários levantamentos, estudos e ensaios demoram demasiado tempo a identificar.

Figura 3 - Identificação da problemática "Degradação do Centro Histórico de Leiria"

2.2 Estudos e Intervenções Nacionais Neste item identificam-se, de forma sumária, alguns exemplos de experiências nacionais correspondentes a processos de reabilitação e renovação urbana, dando prioridade às preocupações, linhas de acção e estratégias de intervenção de uma forma abrangente. Guimarães – Foi realizada a reabilitação dos espaços públicos e edifícios municipais, cedendo a sua forma a novas funções, e o apoio técnico e financeiro à iniciativa privada, [5]. Porto – Foi realizada a recuperação urbana da área envolvente à Sé do Porto que tem vindo a ser alargada ao próprio Bairro da Sé [6]. Este projecto tem como objectivo principal inverter a tendência profundamente negativa que durante séculos caracterizou o centro histórico, intervindo no sentido do desenvolvimento económico e social, sem pôr em causa o valioso património existente e a substituição da população residente. Coimbra - Em Maio de 2003 a Câmara Municipal de Coimbra celebrou um protocolo com a Universidade de Coimbra no valor de um milhão de euros, visando o levantamento exaustivo da realidade urbana da Baixa de Coimbra, contemplando ainda o desenvolvimento de modelos de

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análise dos dados levantados. O levantamento pluridisciplinar e seu tratamento abrangem quatro especialidades: Arquitectura, Engenharia, Sociologia e Sistema de Informação e Gestão Urbana (SIGURB) [7]. Lisboa - É no início dos anos 90 que as iniciativas de reabilitação urbana e de conservação do património em Lisboa são mais evidentes. Um dos factores mais marcantes nestes processos foi o incêndio no Chiado. Por isso, foram criados diversos gabinetes técnicos exclusivamente centrados sobre a reabilitação de áreas específicas da cidade, articulados com outras iniciativas camarárias (criação de um gabinete de apoio ao RECRIA) [8]. Évora - Em Évora, o centro histórico foi sujeito a um cuidadoso estudo onde se desenvolveram as necessárias análises que permitiram definir os principais objectivos urbanísticos e as necessárias estratégias de intervenção. Para isso, houve necessidade do surgimento de planos e estudos, procurando estabelecer programas de intervenção integrados com a participação de organizações e agentes locais [9]. Beja - O Gabinete Técnico Local (GTL) de Beja começou por elaborar um “Plano de Salvaguarda e Recuperação do Centro Histórico”. Iniciado em 2004, teve uma primeira etapa concentrada no levantamento de todo o edificado do Centro Histórico de Beja. Em 2005, seguiu-se uma nova etapa, dando-se início ao levantamento das freguesias rurais, nas duas vertentes: arqueologia e arquitectura. O trabalho consistiu na recolha exaustiva de informação, com registo imediato em base de dados sustentada por um sistema de informação geográfica, desenvolvido especificamente para o efeito [10]. 2.3 Princípios de Inspecção e Diagnóstico Intelectuais, como Leonardo Da Vinci (figura 4) entenderam a analogia de reabilitar com a medicina, afirmando que só poderá operar quem bem conhece a doença, isto é, o sucesso de uma intervenção é apenas possível se for antecedido por um bom diagnóstico e inspecção [2].

Figura 4 - Leonardo Da Vinci, o Médico Arquitecto

Desta forma, é do conhecimento comum a comparação entre a forma como a engenharia aborda os seus problemas (patologia das construções), e como a medicina aborda as doenças [11]. Desta forma define-se os vários processos: anamnese (análise histórica ou clínica), diagnostico (identificação da patologia ou doença), terapia (tratamento) e controlo (monitorização após a intervenção ou tratamento), correspondem respectivamente a pesquisas em procura de informação relevante, focalização das causas de danos e degradação, escolha de soluções e controlo da eficiência dessas intervenções [2].

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2.4 Tipos de Inspecções e Ensaios Dados os objectivos deste trabalho, só serão estudadas as inspecções e ensaios considerados não destrutivos. Desta forma, define-se como Ensaio não-destrutivos (END) o desenvolvimento e aplicação de métodos técnicos, para examinar materiais ou componentes, por processos que não prejudicam a futura utilidade e desempenho, a fim de detectar, localizar, medir e avaliar falhas; para estimar a integridade, propriedades e composição e para medir as características geométricas [11].

2.4.1 Exame macroscópico A inspecção visual é o exame mais simples e importante forma de avaliação das anomalias. Nesta inspecção usa-se por norma lupas ou binóculos, para obter outra visão mais pormenorizada. Neste tipo de inspecção é usual a utilização de fichas de caracterização do estado de degradação do edificado, documentando com o apoio a fotografia, esquemas, desenhos ou realizar a colheita de amostras para possíveis análises [12]. Na monitorização de edifícios para além de máquina fotográfica, vídeo e equipamento topográfico, incrementa-se ainda aparelhos de monitorização de diversos tipos, como o Fissurómetro, para controlo de aberturas de fendas. Este tipo de intervenção visa dois tipos de objectivos: a caracterização do estado de conservação ou a monitorização do edifício intervencionado ou os circundantes. [12]. 2.4.2 Análise fotográfica As fotografias a tirar, devem focar pormenores como imagens amplas das fachadas. A elaboração de um catálogo fotográfico com todos os aspectos úteis do estado de conservação do elemento em estudo é importante para o apoio documental do estudo a efectuar [12]. As anomalias devem ser identificadas através de registo fotográfico detalhado e localizadas nas plantas, alçados ou cortes da construção. Desta forma é importante um registo fotográfico que contenha a identificação das fachadas no seu todo, documentando o aspecto geral do edificado e fotografias de pormenor, onde se consegue visualizar com maior exactidão as patologias detectadas que por norma não se visualizam devido à sua dimensão reduzida. 2.4.3 Modelação Fotorrealista É uma técnica realizada com apoio fotográfico e taqueométrico. Utilizando um software específico, manipula-se as imagens de forma a criar um modelo virtual [11]. 2.4.4 Varrimento laser Esta técnica consiste na utilização de radiação laser e na hipótese de se medir distâncias a partir do tempo de percurso do impulso, desde a emissão até ao respectivo retorno. Capta nuvens de pontos coordenados de vários ângulos, de forma a envolver o objecto em estudo. Depois da captação dos referidos pontos (centenas de milhares), estes recebem um tratamento de um software específico de forma a ter o levantamento da superfície [11]. Na figura 5, visualiza-se o resultado obtido a partir desta técnica no Palácio de Monserrate, em Sintra.

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Figura 5 – Modelo tridimensional em formato digital resultante do varrimento laser [13]

Com vista à recuperação do Palácio, foi desenvolvido um levantamento arquitectónico detalhado de todo o edifício e da envolvente próxima, com base na nova tecnologia de varrimento laser tridimensional (Laser Scanning). Do trabalho executado em gabinete, após o levantamento, obtiveram-se peças arquitectónicas CAD 2D (plantas, cortes e alçados); Ortofotos dos planos de corte e alçados; Modelo CAD 3D texturizado do Palácio; e Animações tridimensionais das nuvens de pontos e do modelo CAD 3D [13]. 2.4.5 Fotogrametria Os levantamentos fotogramétricos baseiam-se na reconstituição de uma visão espacial de um objecto, observado de dois ou três ângulos diferentes [11]. O processo fotogramétrico divide-se em três fases. A primeira consiste no levantamento fotográfico normal, a segunda fase corresponde ao levantamento topográfico, de preferência com estação total e a terceira fase e última, restitui-se em gabinete, com base num sistema informático específico, os pares de fotografias convergentes posicionadas no espaço através da tomada de pontos coordenados, para extrair a informação das fachadas. Esta reconstituição tem uma utilidade enorme para a representação fachadas onde se pretende fazer o rastreio dos tipos de anomalias que os elementos exibem. Permite a “leitura” das fachadas, das colunas, das abobadas em termos da sua descrição pormenorizada, com representação gráfica adequada que dá o tipo e a intensidade do fenómeno observado. É um precioso auxiliar da visão macroscópica e do registo fotográfico [12]. Actualmente a aplicação da Fotogrametria Terrestre vai além dos aspectos acima referidos podendo-se usar técnicas de extracção da informação aplicáveis aos dados de detecção remota. Esta última técnica, consiste num processo de captação e medição da radiação electromagnética emitida ou reflectida por uma superfície, e captada por um sensor, que não se encontra em contacto com esta. Aproveitando as propriedades de certos materiais e o seu estado, regista-se a quantidade de energia que é emitida ou reflectida, caracterizando o estado de degradação destes [14]. Foram desenvolvidos alguns estudos desta técnica, nomeadamente no âmbito do tema desta tese, de forma a identificar o tipo de alvenaria existente no edificado antigo ou o seu estado de conservação. O estudo consistiu em fazer um levantamento fotográfico às fachadas com a incidência do sol (abrangendo a totalidade da área da fachada em estudo) sobre estas, utilizando duas câmaras calibradas [16]. Num outro estudo idêntico, utilizou-se técnicas de análise multiespectrais para identificar anomalias nas fachadas dos edifícios onde foram detectadas humidades e colonizações biológicas [15].

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A Fotogrametria abordada anteriormente (Fotogrametria Terrestre), não é a única existente. As imagens e informações também podem ser colhidas a partir de levantamentos aéreos e espaciais. Se por um lado a Fotogrametria Terrestre incide em particular na documentação do estado actual da fachadas de edifícios ou monumentos, a Fotogrametria Aérea é uma técnica que se enquadra no âmbito da realização de: mapas topográficos, modelos digitais de terreno, ortofotomapas (fotografias rectificadas), coordenadas de pontos específicos e estudos diversos (geológicos, ambientais e florestais), podendo ainda ser aplicada à identificação das anomalias não estruturais das coberturas [15] e [16]. 2.4.6 Termografia A termografia tem por princípio, que a temperatura de um objecto pode ser obtida em função da energia radiante que ele emite e que é proporcional à temperatura a que se encontra [12]. Desta forma, com o auxílio de aparelhagem adequada, visualiza-se e regista-se os diferentes graus de emissão na faixa do infravermelho [11]. Assim, a termografia, é um excelente tipo de inspecção, pois têm a capacidade de avaliar as heterogeneidades de paredes ou outros elementos, sem os violar. É um processo rápido e limpo sem recorrer à remoção de amostras para os variadíssimos ensaios, mantendo incólumes revestimentos de fachadas [12]. É um excelente instrumento para o estudo de infiltrações de águas, humidades localizadas ou ascendentes. Na figura 6 esquematiza-se a proporção da radiação vinda do exterior reflectida na superfície e captada pela câmara termográfica.

Figura 6 – Esquema de recepção de dados pela câmara termográfica [17]

2.4.7 Boroscopia A observação boroscopica de cavidades e fendas é uma técnica que constitui uma forma reduzidamente intrusiva de efectuar observações no interior de cavidades e fendas de pequenas dimensões existentes em materiais ou elementos. Baseia-se na utilização de um instrumento óptico, o boroscópio que é formado por uma haste delgada dotada, numa das extremidades, de uma ocular e, na outra, de uma objectiva e um prisma. A fim de permitir a iluminação da cavidade a observar, um segundo sistema óptico e montado no interior da mesma haste e conduz um feixe luminoso intenso que é dirigido para o campo observado [12]. 2.4.8 Medição expedita da humidade superficial em paredes A resistência eléctrica ou a capacidade de um meio poroso como a pedra variam com a quantidade de água presente nos poros, sendo possível, para um dado material, estabelecer uma correlação entre as duas grandezas. Repetindo as observações ao longo de um determinado período, é possível acompanhar a evolução da distribuição da humidade na parede, avaliando, por exemplo, o efeito de medidas conectivas introduzidas. As determinações são feitas electronicamente, utilizando um

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aparelho portátil, dotado de dois eléctrodos pontiagudos, que se vão posicionando sucessivamente sobre a superfície da parede ao longo de uma malha de referência, previamente marcada [11]. 2.4.9 Identificação de sais em eflorescências e na água em contacto com a construção Esta identificação e feita através de ensaios in situ de caracterização rápida da água em contacto com as construções, do ponto de vista da presença de sais potencialmente nocivos para essas construções, e de identificação das eflorescências salinas por vezes presentes nessas mesmas construções [12].

2.4.10 Determinações ultra-sónicas A tomografia ultra-sónica permite a obtenção de um mapa detalhado da distribuição da velocidade de propagação do som numa secção plana da estrutura em estudo, com o objectivo de identificar heterogeneidades e áreas de deficiente resistência. O equipamento é constituído por um gerador da onda de tensão, um martelo ou um impacto calibrado, um acelerómetro receptor e um dispositivo para registar o impulso inicial e a onda recebida. O uso dos ultra-sons na avaliação de descontinuidades e defeitos nos materiais pétreos (e outros) e de aplicação corrente. Os ultra-sons tem a propriedade de percorrer um dado objecto a uma velocidade de alguns milhares de metros por segundo (consoante os materiais) e de serem reflectidos quando encontram materiais com densidades diferentes como e o caso de uma descontinuidade do meio (fractura, poro, etc.) ou quando encontram a superfície que limita o objecto em estudo. O tempo de atraso e a intensidade da onda reflectida dão indicações sobre a posição e a natureza do defeito encontrado [12]. 2.4.11 Ensaio de Kartsen Trata-se de uma técnica de ensaio muito simples e expedita destinada a avaliar a porosidade superficial de uma alvenaria ou de um revestimento. Como equipamento, utiliza-se apenas um tubo de plástico, designado por tubo de Kartsen. A superfície do bordo do tubo que ira ficar em contacto com a parede e coberta com mástique e pressionada contra a superfície. Após o endurecimento da mástique, o tubo e cheio com agua ate ao seu nível máximo, sendo o abaixamento do mesmo medido aos 5, 10 e 15 minutos [12]. 2.4.12 Detecção de elementos metálicos ocultos Existem detectores de metais que permitem identificar a localização / existência de elementos metálicos dentro da alvenaria (por exemplo, esticadores) que tem, no entanto, o inconveniente de também detectarem outros elementos metálicos não pretendidos [12]. 2.5 Agentes de Deterioração / Agressores Agente de deterioração, é algo que actue sobre o edifício ou seus elementos e afecte o seu desempenho [11]. Na maioria dos casos de ocorrências de anomalias nos materiais de construção, as suas causas, na globalidade surgem de uma forma combinada. Isto é, um agente agressor isolado, não tem a mesma capacidade e a eficácia de ter uma acção transformadora sobre os materiais e suas características que a ele está exposto. Desta forma, as anomalias surgem da combinação de vários factores que

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poderão ocorrer em simultâneo ou no somatório das suas acções, originando uma alteração ao estado original dos materiais, tendo como sequência uma majoração no processo de degradação destes [12]. Neste artigo, apresentam-se de seguida os agentes de deterioração de materiais mais relevantes, enquadrando-os quanto à importância, origem e formas de ingresso.

2.5.1 Água A água é o principal condutor para praticamente todos os agentes químicos, mesmo sob a forma de humidade. Pode ter acesso às construções de diversas formas, nomeadamente através da, ascensão por capilaridade, condensação, água retida, penetração das águas da chuva (infiltrações) de fachadas muito expostas à chuva e ao vento e de deficiências na construção, podendo actuar por um mecanismo físico ou químico. A água da chuva pode ainda ter uma acção de erosão, principalmente se acompanhada de ventos. Diagnosticar correctamente a origem da água na construção é essencial para a escolha das medidas preventivas e/ou correctivas adequadas [11]. Na figura 7 exemplifica-se esquematicamente, as várias origens da água nos materiais, mais especificamente em paredes de alvenaria.

Figura 7 - Diferentes origens da água na construção [12]: (a) humidade depositada na massa isoladora; (b) humidade do ar depositada na parede; (c) humidade ascendente do terreno; (d) humidade de chuva

batente

2.5.2 Gelo e os Sais A porosidade é uma particularidade comum à maioria dos materiais de construção civil. Define-se porosidade, como a relação, normal expressa em percentagem, do volume de vazios num material sobre o volume total do material, incluindo os vazios. Característica esta, que permite a fácil penetração de água e soluções salinas nos poros dos materiais [11]. Quando se coloca a água em contacto com os materiais, esta é absorvida para o seu interior, com força inversamente proporcional ao diâmetro dos seus vasos capilares. Quando se verifica um abaixamento da temperatura do material, especialmente ao ponto de congelação, observam-se danos aliados à formação de gelo, provocando um aumento de volume. Contribuindo para a degradação do material de revestimento [11].

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Os efeitos da cristalização de sais solúveis derivam de um processo idêntico ao anterior. Tendo em conta que os cristais formam-se nos espaços porosos, exercendo uma pressão de cristalização sobre as paredes dos mesmos [11]. 2.5.3 Variações de Temperatura As variações de temperatura fomentam deformações nos materiais, na medida em que estas provocam tensões internas nos mesmos que por estarem confinados não se podem dilatar livremente [18].

2.5.4 A Poluição Atmosférica As substâncias contidas na atmosfera, cujo movimento é influenciado por acção do vento e de variações de temperatura, atingem as superfícies planas e salientes das fachadas. Essas substâncias, que se depositam nas fachadas dos edifícios, podem, quando presentes em concentrações elevadas, exercer uma acção agressiva sobre os materiais de revestimento e por acção da água da chuva, quer directa, quer escorrida, provocar o aparecimento de manchas [18]. 2.5.5 Biodeteorização A biodeteorização, traduz-se em qualquer alteração indesejada nas propriedades dos materiais, em resultado da actividade de microrganismos e/ou organismos pertencentes a vários grupos sistemáticos [11]. Desta forma, é de ter em conta o processo de agressão dos agentes orgânicos, realçando os seguintes: Musgos, Algas, Vegetação diversa; Líquenes; Animais; Fungos. 2.6 Materiais e Elementos das Fachadas e Paredes Exteriores No que diz respeito às paredes exteriores, a pedra e o tijolo maciço, estão nos materiais mais utilizados nas construções antigas e principalmente nas que se enquadram no âmbito deste trabalho. Relativamente ao revestimento das fachadas, é feito com um reboco sobre o qual se aplica uma pintura, ou se aplica um azulejo, ou até mesmo pedra. As portas e janelas, são constituídas em grosso modo por caixilharias e carpintarias de madeira [11]. No caso da existência de gradeamentos estes são na maioria dos casos em ferro, fixados às fachadas. Destacam-se assim os materiais das alvenarias, que podem ser constituídas por blocos ou unidades de maiores ou menores dimensões. A classificação das alvenarias pode ser feita quanto ao tipo de material, ou quanto ao método construtivo. Em relação à natureza dos materiais, pode ser feita de pedra, de tijolo, de adobe, etc. Quanto ao método de construção para edifícios antigos existem: alvenaria regular (cantarias); alvenaria mista (composto por pedra irregular no pano interior e pedra talhada no pano exterior); alvenaria de aparelho médio (composta por pedra talhada, ex. cintas, cunhais, soleiras, etc. …); e alvenaria ordinária (pedras irregulares assentes com argamassa). As paredes de alvenaria podem ainda ser classificadas consoante a morfologia das suas secções. Na figura 8, distingue-se as diversas secções.

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Figura 8 - Representação da morfologia das secções de paredes de alvenaria de pedra [11]: (a) Folha simples; (b) duas folhas sem ligação; (c) duas folhas com ligação; (d) três folhas com núcleo

Outro elemento constituinte da alvenaria é a argamassa, que tem objectivamente dois papéis: assentamento e revestimento. As argamassas de edifícios antigos, por norma são constituídas por cal e areia. A terra aparece como um elemento demonstrativo da evolução da técnica. Em tempos imemoriais, utilizava-se a terra crua (adobe, taipa e o tabique), mais recentemente é aplicada em forma de terra cozida (tijolo) [11]. A madeira, surge nos edifícios antigos, em forma de elementos estrutural, ou em forma de caixilharias exteriores, portas e portadas. Na construção Portuguesa a madeira é o segundo material estrutural mais usado em edificações antigas. Por este motivo, a madeira dever ser alvo de cuidados especiais quanto à sua manutenção, pois a sua deterioração, por vezes não é visível [11]. Por fim, o ferro é um material que se pode apresentar sob três formas, em edifícios antigos: o ferro forjado, o ferro fundido e aço macio. O mecanismo de deterioração mais comum é a corrosão em todos eles. A nível estrutural é um material de alta importância, no entanto como elemento de fachadas assume um papel não tão decisivo ou preocupante. Surge por norma em fachadas através de gradeamentos, caleiras ou tubos de queda, ou esticadores em paredes de alvenaria onde a maior preocupação centra-se nas suas fixações, que por vezes originam fissurações graves, abrindo um meio de entrada de água, originando em muito casos infiltrações. 2.7 Tipo de Patologias e Anomalias em Fachadas Patologia consiste em todas as manifestações (anomalias), que ao longo da vida útil de determinado edifício, prejudicam o seu desempenho. Neste estudo serão estudadas apenas as que ocorrem nos revestimentos das fachadas de edifícios antigos. Neste sentido, é da máxima importância conhecer as várias origens que levam ao aparecimento da patologia. Podem classificar-se em quatro tipos [18]:

• Congénitas – são aquelas originárias da fase de projecto. • Construtivas – quando a sua origem está relacionada com a fase de execução da obra. • Adquiridas – quando ocorrem durante a vida útil dos revestimentos. • Acidentais – caracterizadas pela ocorrência de algum fenómeno atípico, resultado de uma

solicitação invulgar, como a acção da chuva com ventos de intensidade superior ao normal e até mesmo incêndio.

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De seguida apresentam-se alguns tipos de anomalias mais frequentes, que ocorrem nos diversos elementos e unidades que compõem as fachadas. Optou-se por fazer uma abordagem genérica em relação às várias patologias existentes, sem as enquadrar por grupos em relação à origem, fases de concepção, fases de construção, fases de utilização, agentes agressores, mecanismos de alteração ou por materiais. Todas as anomalias a seguir descritas, de uma forma geral surgem sistematicamente em todos os materiais consoante a natureza das suas características. 2.7.1 Empolamento / Bolha A expressão empolamento é usada de uma forma particular em revestimentos de reboco, azulejo e pintura, correspondendo à existência de uma camada superficial do revestimento não aderente ao substrato. Este tipo de anomalia é associado ao termo destaque. Em relação ao termo bolha, é uma elevação superficial e localizada [12]. Os empolamentos caracterizam-se pela presença de bolhas no revestimento e o seu aparecimento deve-se fundamentalmente à presença de excesso de humidade na base. Os empolamentos podem ser também consequência da falta de aderência motivada por uma deficiente execução do revestimento ou até a utilização de métodos de aplicação incompatíveis com o produto aplicado [18]. A identificação visual desta anomalia é difícil de se realizar, em certas condições de luminosidade. Desta forma, o empolamento de um revestimento é apenas visível na presença de luz rasante [19]. 2.7.2 Destacamentos / Descolamento Os sintomas caracterizam-se por uma falta de aderência entre o revestimento e o suporte. As consequências traduzem-se na queda de porções ou da totalidade do revestimento [12]. O descolamento das placas de pedra ou revestimentos cerâmicos, ocorre na sua maioria das vezes, devido a uma colagem deficiente, quer por não cobrir a totalidade da área da placa, quer devido ao produto utilizado na colagem não ser o apropriado ou por o material aplicado apresentar um peso e dimensões superiores às mínimas admissíveis para o tipo de fixação adoptado [20]. Também, a falta de resistência mecânica por parte do reboco do suporte ou a falta de planeza do mesmo contribuem para que a colagem não seja eficaz [18]. Em rebocos, estas anomalias surgem após um empolamento prévio do revestimento, na maioria das vezes devido a um ataque de sulfatos solúveis na água [12]. Da mesma forma e origem a manifestação deste fenómeno afecta as pinturas, verificando-se uma separação espontânea da película de pintura da sua base de aplicação por falta de aderência [18]. 2.7.3 Fendilhação / Fissuração Partindo da premissa que uma fissura constitui a primeira etapa de uma fenda, apesar de possuir origens e evoluções diferentes, é de salientar a importância de se reconhecer a diferença entre elas, para ajudar na realização de um diagnóstico correcto [12]. Assim, denomina-se como fenda, uma abertura longitudinal incontrolada que abrange toda a espessura do elemento. Enquanto, fissura, são aberturas longitudinais que abrangem a superfície dos elementos ou o seu acabamento. O aparecimento deste tipo de anomalias, afecta a capacidade de impermeabilização do revestimento, pois permite o acesso da água e de outros agentes agressivos, reduzindo a durabilidade deste [18].

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No caso concreto de fissuras / fendas, em revestimentos à base de cimentos, são visíveis os seguintes tipos [12]:

• Sem orientação preferencial e de pequena largura afectando por norma todo o paramento; • Com orientação preferencial horizontal, acompanhando juntas de paredes de alvenarias; • De traçado contínuo acompanhando as junções de materiais de suporte diferente; • Com origem em cantos de vãos abertos; • Fissuras finas e sem orientação preferencial, mais conhecido como fissuras “mapeadas” ou

“pele de crocodilo”, devido à retracção de secagem inicial das argamassas do revestimento.

2.7.4 Desagregação As desagregações são um fenómeno mais generalizado e estão na maioria dos casos ligadas à acção da humidade na alvenaria, que provoca a deterioração da argamassa e consequente diminuição da resistência da alvenaria (nomeadamente a resistência à compressão e ao corte) [21]. Este tipo de anomalia pode ainda resultar da evolução de fendas existentes, com a consequência de destacamento de grânulos ou cristais à mínima solicitação mecânica [12]. 2.7.5 Eflorescências / Criptoflorescências As eflorescências consistem na migração de sais através da pedra, sendo a origem dos sais a própria pedra, ou originários das argamassas de assentamento, ou das águas infiltradas e ascendentes do solo. As anomalias mais frequentes podem surgir na sequência do desenvolvimento deste processo e consistem na formação de placas e seu destacamento, ou a arenização ou pulverização da pedra [4]. Assim, as Eflorescências é um processo em que os sais cristalizam sobre a superfície da parede, enquanto as Criptoflorescências ocorrem quando a cristalização dos sais ocorre sob os revestimentos da parede. De acordo com a figura 9, consegue-se visualizar a diferença entre as duas patologias de origem idêntica mas com manifestações distintas.

Figura 9 - Representação esquemática de Eflorescências (1) e Criptoflorescências (2) [22]

2.7.6 Deterioração das juntas Durante o assentamento de revestimento ou parede de alvenaria, devem executar-se juntas com a largura necessária para que haja uma adequada acomodação às movimentações, quer do próprio revestimento, quer da argamassa de assentamento, quer da parede de alvenaria. A deterioração das juntas dá-se com a diminuição da estanquidade destas, ou do envelhecimento natural do material de preenchimento. A perda de estanquidade das juntas, tem origem na sua execução, ou se a limpeza

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adoptada não for a mais apropriada, podendo provocar dano no material aplicado, que, quando exposto a agentes atmosféricos agressivos e/ou solicitações mecânicas, podem originar o aparecimento de fissuras, que se tornam locais privilegiados para a ocorrência de infiltrações [18]. 2.7.7 Erosão A erosão é um processo de deterioração provocada pela acção abrasiva de fluidos ou sólidos em movimento [12]. O vento tem um papel activo no transporte de produtos contaminantes, sendo nas partes baixas da fachada e em zonas abrigadas, onde este incide com menor intensidade, facilitando a sua deposição. Nas zonas mais expostas das fachadas, o vento tem um efeito abrasivo [18]. De outra forma, a chuva, atinge sobretudo a parte superior da fachada e as extremidades laterais, que, através de uma acção em simultâneo com o vento, proporciona uma acção de limpeza, que actua sobre os depósitos retidos nas fachadas. Após a saturação do material de revestimento, a água começa a escorrer pela fachada, provocando uma erosão físico-química [18]. As causas da erosão podem ser mecânicas (resultado do impacto de partículas), quando assim é designa-se como abrasão. Quando as causas são químicas ou biológicas, designa-se como corrosão

[12]. 2.7.8 Arenização / Pulverulência A pulverulência manifesta-se com o aparecimento de uma poeira fina pouco aderente à superfície, oriunda da erosão superficial do ligante. [18]. A arenização consiste na desintegração dos paramentos em fragmentos arenosos com queda espontânea do material [12]. 2.7.9 Alteração Cromática

A cor de um edifício é uma característica da sua imagem estética. A cor original deverá ser preservada, permitindo manter a autenticidade da sua imagem, preservando-se a riqueza cromática e técnica da região na qual se insere [4]. Desta forma, a importância do conhecimento da alteração cromática, que se define como uma variação dos parâmetros da cor, são as alterações químicas que estão na base do aparecimento desta anomalia, podem conduzir à erosão química, correspondendo a alterações moleculares [12]. 2.7.10 Sujidade / depósito superficial A poluição atmosférica é responsável por uma aceleração da degradação dos materiais que constituem as fachadas de edifícios, sobretudo dos mais antigos, com alguma particularidade em monumentos [11]. Devido a este agente agressor o aparecimento da sujidade leva a uma descaracterização das fachadas, para além do contributo para a sua degradação. Assim, entende-se por sujidade, um depósito compacto de extensão limitada, com crescimento não paralelo à superfície e que resulta numa alteração cromática do material numa zona bem definida. A origem do material depositado é de natureza diversa [12]. Associado à sujidade, existe o fenómeno de depósito superficial, traduzindo-se numa patologia mais grave. Este último, pode originar as famosas “crostas negras”.

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2.7.11 Alveolização / Picadura A alveolização e um tipo de degradação do material que se caracteriza pela formação de cavidades (alvéolos) na superfície petrea. A picadura ou picamento e semelhante a alveolização mas as cavidades formadas têm dimensões inferiores (milimétricas) [23]. Uma anomalia muito particular em pedra. 2.7.12 Intumescimento

Esta patologia caracteriza-se pelo aumento de volume do revestimento, resultante da absorção de líquido ou vapor, durante o processo de secagem [18]. Absorção essa, que pode dar origem a perdas de elasticidade e a uma consequente perda de aderência do revestimento. 2.7.13 Manchas Esta anomalia surge, após a saturação do material de revestimento, a água começa a escorrer pela fachada, provocando uma erosão físico-química sobre o mesmo, arrastando as partículas de sujidade depositadas, originando a formação de manchas [18]. 2.7.14 Presença de Vegetais A abundância de elementos vegetais nas fachadas de edifícios de alvenaria é uma situação que exige cuidado, pois alguma da degradação visível em edifícios antigos tem como origem o nascimento de ervas ou outros arbustos [12]. Após alojarem-se, as suas raízes fazem pressão sobre os revestimentos existentes (mais fácil quando existe fendas), ou sobre os suportes, no caso de paredes de alvenaria (sobretudo os de pedra). 2.7.15 Bolores e Fungos Em grande parte dos casos identificados como sujidade, vêem-se mais tarde a verificar que eram os primeiros sintomas da presença de entidades orgânicas. Quando surgem estes tipos de organismos, em muitos casos tem de se recorrer á esterilização das fachadas para impedir a progressão e desenvolvimento destes agentes. Os bolores e fungos, constituem um grave ataque químico aos paramentos das fachadas [12]. 2.7.16 Agentes biológicos diversos Enquadram-se excrementos de aves, de animais (gado variado), térmitas (no caso de caixilharias, portas e portadas de madeira) entre muitos outros que afectam as fachadas com a denominada decomposição microbiana dos referidos detritos. A decomposição dos excrementos originam a formação de ácido fosfórico e enxofre, tendo uma acção de corrosão sobre os materiais. Para além da acção química, sobretudo as aves exercem uma acção física, com bicadas, unhadas e construção de ninhos. 3. ELABORAÇÃO DE FICHAS DE INSPECÇÃO E REGISTO A elaboração de um modelo de registo para a acção da realização de um diagnóstico estruturado e credível é da máxima importância. Se associado a isto, se identificar e tipificar a construção na sua globalidade, as suas condições de degradação e principais problemas, mais informação útil temos.

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Nesse sentido, serão criadas e adaptadas à zona em estudo (centro histórico de Leiria) um conjunto de fichas de levantamento e caracterização das anomalias das construções antigas, que permitirão registar a avaliação das condições existentes, analise dos aspectos técnicos e identificação das patologias de natureza não-estrutural. Para apoio às acções de consulta e análise das informações obtidas, com estes levantamentos, desenvolver-se-á uma base de dados onde será introduzida toda a informação do edificado, de forma a apoiar o estudo do mesmo. Com esta informação organizada, facilmente estabelecer-se-á um plano de intervenção integrado, definindo metodologias adequadas às intervenções e hierarquizando as prioridades das intervenções ao nível do edifício ou do quarteirão [2]. A Figura 10 ilustra a ficha de registo relativa a caracterização de fachadas, que será sempre complementada pelo registo fotográfico, desenhos, esquemas explicativos e outra pormenorização e descrição detalhada quando necessário.

Figura 10 - Exemplo de uma ficha de registo

As fichas desenvolvidas e apresentadas na Figura 10 foram testadas, no âmbito deste trabalho, a 5 quarteirões da zona em estudo O trabalho efectuado serviu de base para adaptar e testar as fichas ao edificado existente. Estas fichas deverão ter sempre um carácter personalizado segundo o local, ano de construção, valor cultural e estado geral de degradação, em resumo, às necessidades do centro urbano antigo em estudo. As fichas deverão ainda, ser realizadas de uma forma esclarecedora e de fácil interpretação, pois serão úteis em estudos futuros. Considera-se também, que nos referidos registos, devem-se considerar: as localizações das patologias e a sua identificação, descrição da patologia, registar as causas, especificar o tipo de exame ou ensaio utilizado e sugerir o tipo de intervenção. 4. PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO As técnicas de reparação não estrutural são função do desempenho final a atingir, atendendo às anomalias existentes, meios disponíveis e custos envolvidos. Existem várias estratégias possíveis: eliminação de anomalias; substituição dos elementos e materiais afectados; protecção contra os agentes agressivos; ocultação das anomalias; eliminação da causa da anomalia; reforço do comportamento relativo às exigências funcionais [12].

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Um dos objectivos deste trabalho será elaborar um catálogo / caderno de encargos onde se propõem técnicas de reabilitação de fachadas, integrando as apresentadas na tabela 1, com outras mais modernas e adequadas às necessidades levantadas no centro histórico de Leiria. Todas as propostas apresentadas e alvo de estudo em fase de dissertação mais avançada, terão o relevo que merecem, pois só desta forma se poderá explicar as técnicas propostas e não toda a panóplia de intervenções existentes. Desta forma ir-se-á recorrer, a algumas marcas de materiais de construção, que irão colaborar nas propostas de intervenção para este trabalho, com os reconhecidos métodos tradicionais, bem como, métodos mais inovadores que foram e são presentemente alvo de estudos e experiências por parte destas. Resta assim, apresentar a tabela 1, em forma de resumo, algumas técnicas mais correntes nos dias actuais.

Tabela 1 - Resumo de intervenções proposta para anomalias Anomalias Intervenções

Soluções para humidades ascendentes

Formação de barreiras químicas Execução de valas drenantes

Drenos atmosféricos Corte mecânico com inserção de barreiras impermeáveis

Sistemas electro-osmóticos Remoção de cogumelos

Remoção de bolores Soluções para

infiltrações Barreiras físico-químicas exteriores

Técnicas para evitar infiltrações (precipitação) Soluções para humidades

de condensação Reforço do isolamento térmico

Rebocos desumidificadores

Tratamento de fundo à base de produtos antisalinos e/ou hidrófugos

Rebocos armados em alvenarias

Reabilitar/substituir o revestimento da parede de alvenaria, aumentando a resistência da parede

Argamassas projectadas em alvenarias

Argamassa projectada quando se pretendem maiores espessuras de contenção (superiores a 3cm)

Destacamentos e degradação das

argamassas de ligação

Tratamento de Juntas

Sujidade Limpeza com pastas de argila absorventes ou com pastas gelatinosas dissolventes

Crostas Limpeza por micro-jacto de precisão de partículas abrasivas. No caso de crostas negras, limpeza com laser

pulsado ou ultra-sons Eflorescências Limpeza com compressas biológicas

Vegetação Limpeza com biócidas e aplicação de herbicida próprio. Após secagem, remoção total das plantas com recurso a

ferramentas manuais Fungos, algas e líquenes Pré-escovagem a seco, com recurso a escovas macias e

seguidamente limpeza com biócidas Pátina, película Limpeza por micro-jacto de precisão de partículas

abrasivas e com produtos químicos

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5. GESTÃO DA BASE DE DADOS - SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA 5.1 Origem e Conceito de Sistemas de Informação Geográfica O conceito de Sistema de Informação Geográfica (SIG), engloba os sistemas de informação que possibilitam a realização de tarefas de análise espacial com dados referenciados em relação à superfície da terra (geo-referenciados). Fazendo um enquadramento cronológico, o aparecimento dos SIG, remonta à década de 60, surgindo pelo nome Canada Geographical Information System (CGIS) [24]. A potencialidade dos primeiros SIG era já na altura de grande relevo, pois verificava-se a grande vantagem de manipulação ao nível da informação geográfica. Contudo, estes sistemas primários tinham problemas de compatibilidade. Com a falta de avanço tecnológico ao nível de equipamento informático apropriado para sustentar a enorme carga de informação, o processamento de dados nas operações pretendidas era altamente prejudicado [24]. Nas últimas duas décadas verificou-se um avanço tecnológico significativo na área dos equipamentos informáticos e nos sistemas de informação e as ferramentas de SIG acompanharam essa evolução. Actualmente, são ferramentas de extrema importância, pois têm a capacidade de tratar em grande escala a informação geográfica e alfanumérica obtida, de forma multidisciplinar. Dada a capacidade multidisciplinar destes sistemas, as definições podem ser amplamente divergentes, ou resultar em diversos conceitos. Assim, pode-se definir um SIG como um conjunto manual ou computacional de procedimentos utilizados para armazenar e manipular dados geo-referenciados, bem como um sistema de suporte à decisão que integra dados referenciados espacialmente num ambiente de respostas a problemas [25]. 5.2 Áreas de aplicabilidade de um SIG Inicialmente a aplicação dos Sistemas de Informação Geográfica, enquadravam-se unicamente no campo de organizações militares. Temos como exemplo em Portugal, o Instituto Geográfico do Exército (IGEOE). No entanto, com a evolução da tecnologia, as áreas de aplicação expandiram-se, sobretudo para outras empresas privadas de vários ramos ou de serviços públicos, como empresas de gestão de águas, saneamentos, electricidade, telefones, entre outras com algum relevo ao nível de função pública e gestão de infra-estruturas [25]. Apresenta-se de seguida algumas áreas de aplicação que um SIG, de uma forma integrada, pode abordar: Planeamento e Ordenamento do Território; Uso da terra; Análise de Recursos Naturais; Meio Ambiente; e Actividades Sócio-Económicas. 5.3 Aplicabilidade de um SIG na Área em Estudo Na presente proposta de estudo na Zona Histórica de Leiria, o SIG assume um papel relevante na organização de toda a documentação levantada, quer ao nível da manipulação dos dados geográficos, quer ao nível dos dados alfanuméricos. Deste modo, será desenvolvido uma base de dados com toda a informação recolhida de forma a apoiar as acções de análise e diagnóstico. Implementar-se-á um SIG para apoio às acções de registo, análise da informação e identificação de problemas sistemáticos, recorrendo-se à elaboração de mapas de anomalias das fachadas do

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edificado do centro histórico. Todos estes dados serão complementados com outras características do edificado, que de alguma forma sejam relevantes para a caracterização dos edifícios estudados e que se tornem úteis numa perspectiva de um SIG municipal, vocacionado para a gestão do território e principalmente para o estado conservação do edificado. No caso deste trabalho será adoptado o programa ArcGIS 9 – ArcMap Version 9. 6. REFERÊNCIAS

[1] QUEIROZ F. et al de 2009 – “Conservação Urbana e Territorial Integrada, Horizonte Universitário”, ISBN 978-972-24-1597-2, 200p.

[2] VICENTE, R. de 2008 – “Estratégias e metodologias para intervenções de reabilitação urbana”. Aveiro: UA. Tese de Doutoramento em Engenharia Civil.

[3] NETO, P. de 1998 – “Sistemas de Informação Geográfica”, FCA, 2ª edição, ISBN: 972-722-121-1, 224 p.

[4] GUIMARÃES, J. de 2009 – “Técnicas tradicionais de construção, anomalias e técnicas de intervenção em

fachadas e coberturas de edifícios antigos”. Vila Real: UTAD. Tese de Mestrado em Engenharia Civil.

[5] IGESPAR de 2011. “Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico”, http://www.igespar.pt/pt/patrimonio/mundial/portugal/119/

[6] IGESPAR de 2011. “Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico”, http://www.igespar.pt/pt/patrimonio/mundial/portugal/116/

[7] Coimbra Viva SRU de 2011. “Coimbra Viva - Sociedade de Reabilitação Urbana”, http://www.coimbravivasru.pt/coimbraviva.php

[8] CML de 2011. Câmara Municipal de Lisboa, http://www.cm-lisboa.pt/?idc=389&idi=36974

[9] IGESPAR de 2011. “Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico”, http://www.igespar.pt/pt/patrimonio/mundial/portugal/112/

[10] CMB de 2011. Câmara Municipal de Beja, http://www.cm-beja.pt

[11] CÓIAS, V. de 2006 – “Inspecções e Ensaios na Reabilitação de Edifícios”, IST Press, ISBN 972-8469-53-5, 448p.

[12] BRITO, J. de 2004 – “Diagnóstico, Patologia e Reabilitação de Elementos não estruturais em Construção”. Lisboa: IST. Mestrado da Construção.

[13] PARQUES DE SINTRA de 2011. http://www.parquesdesintra.pt/

[14] FONSECA, A. & FERNANDES, J de 2004 - Detecção Remota, Edições Lidel.

[15] HEMMLEB, M. et al, de 2005 - “Damage detection on buildings surfaces with multi-spectral techniques”, Proc XX CIPA international symposium, Torino, Italy.

[16] LERMA, J. de 2005 – “Automatic Plotting of Architectural Facades with Multispectral Images”, Journal of Surveying Engineering 131, 73-77.

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[17] DINIS, B. de 2009 – “Termografia Aplicada à Física das Construções”. Porto: U. Fernando Pessoa. Tese de Mestrado em Engenharia Civil.

[18] CHAVES, A. de 2009 – “Patologia e Reabilitação de Revestimentos de Fachada”. Minho: UM. Tese de Mestrado em Engenharia Civil.

[19] LOPES, T. de 2005 – “Fenómenos de Pré-Patologia em manutenção de edifícios – Aplicação ao

revestimento ETICS”. Porto: UP. Tese de Mestrado em Engenharia Civil.

[20] SOUSA, M. de 2004 – “Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo”. Porto: FEUP. Tese de Mestrado em Construção de Edifícios.

[21] TEIXEIRA, M. de 2010 – “Reabilitação de edifícios pombalinos – análise experimental de paredes de

frontal”. Lisboa: IST. Tese de Mestrado em Engenharia Civil.

[22] PALMA, A. de 2010 – ”Principais Métodos de Diagnóstico de Anomalias de Paredes de Edifícios Antigos.

Exemplos de Aplicação”. Lisboa: FCTUNL. Tese de Mestrado em Engenharia Civil, Perfil de Construção.

[23] SILVA, A. de 2009 – “Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes”. Lisboa: IST. Tese de Mestrado em Engenharia Civil.

[24] MATOS, João et al de 2001 – “Modelação de Sistemas de Informação Geográfica” em UML, ESIG2001.

[25] RESENDE, M. de 2005 – “GeoPlanos: Sistema Geográfico de Monitorização de Planos Municipais de

Ordenamento do Território”. Porto: FEUP. Tese de Mestrado em Gestão de Informação.

GONÇALO JOSÉ MARQUES RAIMUNDO Engenheiro Civil

ESTG - IPL Licenciado em Eng.ª Civil

2005 a 2006 – Adj. Director de Obra – Larisil Lda. 2006 a 2009 – Director de Obra – Bosogol S.A.

2009 a 2011 – Gestor de Projectos – Lena Imobiliária S.A.