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I SEMINÁRIO TÉCNICO
GESTÃO DE RISCO EM PETRÓPOLIS
DIA 26 e 27 DE J
Secretaria de HabitaçãoCoordena
Serviço Geológico do Estado do Rio de Janeiro Ministério das Cidades
Ministério da Integração Nacional
ANAIS
I SEMINÁRIO TÉCNICO
GESTÃO DE RISCO EM PETRÓPOLIS
Volume I
JUNHO DE 2012 – SALA MULTIMIDIA MUSEU I
Realização: Secretaria de Habitação
Coordenadoria de Defesa Civil
Apoio: Serviço Geológico do Estado do Rio de Janeiro - DRM
Ministério das Cidades – Governo Federal Ministério da Integração Nacional – Governo Federal
Museu Imperial
GESTÃO DE RISCO EM PETRÓPOLIS – RJ
IMPERIAL
DRM-RJ
Governo Federal
PREFEITURA MUNICIPAL DE PETRÓPOLIS
Prefeito Municipal de PetrópolisPrefeito Paulo Mustrangi Secretaria Municipal de HabitaçãoKelson Vieira Senra Coordenação Municipal de Defesa CivilCoronel Carlos Francisco Departamento de Recursos Minerais Flavio Erthal
PREFEITURA MUNICIPAL DE PETRÓPOLIS
Prefeito Municipal de Petrópolis Prefeito Paulo Mustrangi
Secretaria Municipal de Habitação Kelson Vieira Senra
Coordenação Municipal de Defesa Civil Carlos Francisco De Paula
Departamento de Recursos Minerais DRM-RJ
PREFEITURA MUNICIPAL DE PETRÓPOLIS
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PREFEITURA MUNICIPAL DE PETRÓPOLIS
ANAIS
I SEMINÁRIO TÉCNICO DE GESTÃO DE RISCO
VOLUME I
Apresentação .............................................................................................
Objetivos......................................................................................................
O Seminário .................................................................................................
Mesas por Tema..........................................................................................
A Lei de Proteção e Defesa Civil Ne a União analisam as suas responsabilidades
Análise e Avaliação do Risco de Petrópolis vencido...............................................................
Prevenção – Como medidas simples podem gerar grem Petrópolis?.............................................................................................
Coordenação institucional para
órgão no momento da Contingência
Principais Conclusões e Recomendações
ANEXOS
Lei Federal 12.680/2012
Decreto Municipal 731/2011, GT de Plano de Risco
VOLUME II
Apresentações dos Palestrantes
PLANTAS ANEXAS
Mapa de Assentamentos Precários
Mapa de Manchas de Risco
PREFEITURA MUNICIPAL DE PETRÓPOLIS
I SEMINÁRIO TÉCNICO DE GESTÃO DE RISCO
.............................................................................................
......................................................................................................
............................................................................................
Tema..........................................................................................
A Lei de Proteção e Defesa Civil N0 12.608: como o Município, o Estado isam as suas responsabilidades............................................
Análise e Avaliação do Risco de Petrópolis – Um grande desafio a ser .......................................................................................................
Como medidas simples podem gerar grandes resultados .............................................................................................
Coordenação institucional para situações de desastre – O papel de cada
rgão no momento da Contingência...........................................................
Principais Conclusões e Recomendações.............................................
/2012, de Proteção e Defesa Civil.............................
Decreto Municipal 731/2011, GT de Plano de Risco...............................
Apresentações dos Palestrantes
PLANTAS ANEXAS
Mapa de Assentamentos Precários
has de Risco
PREFEITURA MUNICIPAL DE PETRÓPOLIS
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I SEMINÁRIO TÉCNICO DE GESTÃO DE RISCO
.............................................................................................pg. 4
......................................................................................................pg. 5
............................................................................................pg. 6
Tema..........................................................................................pg. 8
o Município, o Estado ............................................pg. 8
m grande desafio a ser .........................................pg. 19
andes resultados .............................................................................................pg. 25
O papel de cada
..........................................................pg. 30
.............................................pg. 36
.............................pg. 44
...............................pg. 60
PREFEITURA MUNICIPAL DE PETRÓPOLIS
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Apresentação
Petrópolis é o município brasileiro que tem o maior numero de vitimas
em decorrência de deslizamento de encostas e desastres ocasionados por
fortes chuvas e enchentes. Localizado na Serra do Mar, com topografia e
condições geológicas adversas à ocupação humana, o município encontra-se
em situação de grande vulnerabilidade. Levantamento recente indica a
existência de cerca de quatro mil unidades habitacionais em risco alto e muito
alto na cidade, localizadas, principalmente, nos assentamentos mais precários.
Cada vez mais freqüentes, eventos extremos causam ainda mais apreensão
para os petropolitanos e novos desabrigados a cada ano. Apesar dos esforços
das autoridades e da sociedade, Petrópolis acumula aproximadamente mil e
quinhentas famílias desabrigadas, sem previsão de moradia definitiva.
A necessidade de se antecipar a ocorrência de tragédias associadas a
movimentos de massa em encostas depende de políticas de prevenção de
desastres naturais, que nos últimos anos tem ganhado maior atenção do poder
público. A nova Lei Federal de Proteção e Defesa Civil, N0 12.608, de abril de
2012, faz parte dessa preocupação. Reconhecendo a importância da nova lei,
o município de Petrópolis tomou iniciativa de realizar este I SEMINÁRIO
TÉCNICO GESTÃO DE RISCO EM PETRÓPOLIS – RJ, com a participação
dos principais órgãos relacionados ao tema, das três esferas de governo, e
membros da sociedade civil, a fim de discutir suas experiências e ações, e
melhor enfrentar a gestão de risco, diante do novo marco legal.
Acredita-se que a integração de órgãos dos três entes federados, com o
devido o acompanhamento do Ministério Público, a participação da
comunidade e a difusão do conhecimento possibilitarão uma melhoria da
cultura de prevenção em Petrópolis. No entanto, para que isso ocorra, todos os
agentes envolvidos nas políticas gestão de risco devem agir de forma
coordenada. O Seminário logrou contribuir para a diminuição do risco de
desastres em Petrópolis e municípios vizinhos.
A organização agradece a colaboração e o apoio de todos aqueles que
ajudaram e participaram do Seminário.
PREFEITURA MUNICIPAL DE PETRÓPOLIS
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Objetivos
Promover a troca de experiências e maior integração das instituições
públicas e da comunidade Petropolitana na gestão de riscos de desastres
naturais em Petrópolis e:
- Debater a Lei de Proteção e Defesa Civil recentemente sancionada;
- Apresentar informações acumuladas sobre o risco em Petrópolis;
- Debater métodos de avaliação de risco, planos, mapas, índices, etc;
- Expor e debater medidas de prevenção, gestão e mitigação de risco;
- Discutir o acesso a fontes de recursos para a redução de risco;
- Apresentar e debater medidas e planos de contingenciamento de risco;
-Discutir e planejar a articulação entre os órgãos na gestão de risco.
O Seminário
O I Seminário Técnico de Gestão de Risco de Petrópolis foi
uma iniciativa pioneira da Prefeitura de Petrópolis, representado pela
Secretaria de Habitação e Coordenadoria de Defesa Civil, visando
melhorar as práticas na gestão do Risco Geológico, norteado pela nova Lei
de Proteção e Defesa Civil. Contamos com o apoio do Serviço Geológico
do Estado do Rio de Janeiro, do Ministério das Cidades e do Ministério da
Integração Nacional, e do Museu Imperial, que cedeu sua sala multimídia
para a realização do evento. O Seminário foi voltado para técnicos e
gestores municipais, estaduais e federais de diversos órgãos que estão
diretamente envolvidos com o risco geológico e contou com a
participação de mais de 100 pessoas.
No âmbito federal, contamos com a participação de representantes
do Ministério das Cidades, Ministério da Integração e do CENAD,
representando a Defesa Civil Nacional, e do Laboratório Nacional de
Computação Cientifica, LNCC. Infelizmente, dois órgãos federais
envolvidos diretamente na gestão do risco, não compareceram: o CPRM e
o CEMADEN, ligados aos MME e MCT, respectivamente. Na esfera
estadual, além do Serviço Geológico Estadual, o DRM-RJ, contamos com a
participação do SIMERJ, Defesa Civil Estadual, INEA, Comitê Piabanha, e
REDECs. Os municípios que participaram foram: Areal, Carmo, Levy
Gasparian, Paraíba do Sul, Petrópolis, São José do Vale do Rio Preto,
Sapucaia, Sumidouro, Teresópolis, Três Rios e Angra dos Reis.
O Seminário foi marcado também pela presença de associações da
Sociedade Civil, como a APG – Associação Profissional dos Geólogos do Rio
de Janeiro e APEA – Associação Petropolitana de Engenheiros e
Arquitetos, além de empresários e profissionais que contribuíram para
difundir os conceitos da gestão de risco além das fronteiras do Serviço
Público. No âmbito acadêmico, além dos palestrantes de universidades de
porte, como a UERJ, contamos com a presença de observadores da UFRJ,
PUC-RJ e UCP. A Prefeitura de Petrópolis se fez representar por grande
número de técnicos e autoridades.
PREFEITURA MUNICIPAL DE PETRÓPOLIS
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Sala Multimídia durante as apresentações
Sala Lotada durante as apresentações.
PREFEITURA MUNICIPAL DE PETRÓPOLIS
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Mesas por Tema
A seguir são disponibilizados resumos das manifestações dos
palestrantes do Seminário, destacando-se os aspectos mais relevantes, a
critério da organização do evento. As apresentações feitas em Power Point
complementam as falas e podem ser acessadas no Anexo II dos Anais desse
Seminário de Gestão de Risco.
Uma falha de gravação comprometeu as falas de palestrantes da mesa
de Prevenção de Riscos. Felizmente a apresentação do Secretário de Obras
do Município de Petrópolis, Stênio Nery e da Diretoria de Obras da URBEL,
Isabel Volponi, têm um conteúdo muito expressivo e revelam maior parte de
suas palestras. A organização do evento se desculpa com os palestrantes que
tiveram a transcrição de sua fala prejudicada.
TEMA - A Lei de Proteção e Defesa Civil N0 12.608: como o Município, o Estado e a União analisam as suas responsabilidades.
Cláudio Palmeiro do Amaral - Diretor de Geologia do DRM-RJ
Em 2009 nós criamos um Núcleo de Análise e Diagnóstico de
Escorregamentos – NADE. Hoje somos 10 geólogos especificamente voltados
para os estudos de escorregamentos. Os tópicos da Lei são muito claros. É
dever do estado e dos municípios adotarem as medidas necessárias para a
redução de áreas de risco a desastres. O artigo quarto discrimina que essa
integração tem que ser bem representada na atuação. No seu artigo quinto a
lei deixa claro que toda política de proteção deve promover a identificação e a
avaliação do risco atual e também potencial. Cabe também monitorar os riscos
geológicos e meteorológicos causadores de desastres. O artigo nono aponta
que cabe participar de ações que visem produzir alertas antecipados sobre a
ocorrência de desastres. E no artigo décimo cabe estimular o ordenamento da
ocupação do solo urbano. Estes são desafios colocados para todos os entes.
Algumas atribuições específicas para o estado: estimular a política nacional de
proteção de defesa civil em seu âmbito, coordenar as suas ações com o
sistema, instituir o plano estadual de proteção e defesa civil.
Neste momento estamos mapeando os locais de risco e fazendo
estudos sobre eles. Temos um programa muito ambicioso de levar a todos os
municípios do estado uma cartografia de risco iminente. No artigo sexto, a lei
aponta que cabe ao estado apoiar a união quando solicitado. Cabe também
apoiar, sempre que necessário e possível, os municípios no levantamento das
áreas de risco, criação de planos de proteção e de defesa civil.
Um objetivo desse seminário deve ser mostrar a importância de
organizar e constituir fóruns permanentes de discussão sobre riscos de
desastres. Também queremos com esse seminário fazer um fluxograma onde
as entidades federais, estaduais e municipais fiquem devidamente organizadas
em todos os momentos do desastre. Nós organizamos oficinas técnicas
exatamente para fazer essa articulação, para que todos saibam onde deve
entrar o auxilio federal ou estadual no município e quando devem sair para não
gerar sobreposição de recursos.
Outro aspecto é o monitoramento dos eventos geológicos e fazemos
isso com a ajuda da defesa civil estadual, com imagens de satélite, fotografia
de helicóptero, mapeamento constante das ocorrências e atualização do
diagnóstico sobre risco. Nós vamos fazer isso continuamente trabalhando para
melhorar esse tipo de produto.
Precisamos de tecnologia e pessoas com conhecimento técnico para
cada vez mais melhorar e efetivar as ações do estado no auxílio aos
municípios e quando solicitado pela federação. Com isso cada vez mais
capacitamos os funcionários do DRM com treinamentos de diferentes tipos.
Nós aqui estamos tendo uma oportunidade única de fazer avançar a questão
técnica, científica e operacional no que diz respeito a riscos.
Coronel Carlos Francisco De Paula – Coordenador de Defesa Civil de
Petrópolis
Na Lei 12.608 estão presentes as atribuições do município. Por questão
de didática, nós vamos procurar atrelar a competência exposta na lei ao que
está sendo feito aqui no município de Petrópolis.
PREFEITURA MUNICIPAL DE PETRÓPOLIS
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O item três, do artigo oitavo: incorporar as ações de defesa civil no
planejamento municipal. Prevenção, preparação para emergências, resposta
ao desastre, são ações que foram incorporadas ao planejamento do município,
foram inseridas no Plano Plurianual e no orçamento municipal. Com isso nós
conseguimos verbas para ter materiais para capacitar os funcionários, e
também os moradores de comunidades. Por exemplo, a Prefeitura procurou
adquirir gerador de energia, com verba da Defesa Civil, para possibilitar a
atividade durante desastres, quando ocorrem constantes quedas de energia
elétrica. Também foram adquiridos computadores, radio amadores, data show,
re equipado o Centro de Operações, que hoje é uma realidade. Poderíamos
dar outros exemplos. O orçamento não é o ideal mas podem fazer frente aos
problemas da Defesa Civil e está surtindo resultados.
Declaração de situação de emergência ou calamidade pública. Já vem
sendo feito, notificando o desastre ao Governo do Estado e ao Governo
Federal, e elabora o relatório de AVADAN - Avaliação de danos nas áreas
atingidas. A Defesa Civil também faz vistoria de edificações em áreas de risco
e promover as intervenções preventivas, se for o caso. O DRM tem dado apoio
a Defesa Civil, equipes de geólogos tem atendido as solicitações da Defesa
Civil, como no caso recente de uma pedra que está para rolar no bairro de São
Sebastião. As vistorias são feitas já com base na Lei 12.608.
Manter a população informada sobre as áreas de risco e ocorrência de
eventos extremos, bem como sobre o protocolo de prevenção e alertas de
ações emergenciais em circunstancias de desastre. Com base na orientação
do Estado, a Defesa Civil municipal tem utilizado comunicação através de
redes sociais e sites, buscando interagir com a população e as informações
ficam de fácil acesso. A Defesa Civil informa, por exemplo, que passou a
operar em Estado de Atenção, com base nas informações do INEA e a
população interage. Seguimos o protocolo de operações que aponta os
estágios de Vigilância, Atenção, Alerta, Alerta Maximo. As comunicações são
emitidas pelo INEA, e já existem pessoas cadastradas que recebem a
informação e prepara para situações riscos. Isso é um fator positivo, pois no
PREFEITURA MUNICIPAL DE PETRÓPOLIS
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caso de um alerta a população rapidamente saberá e todos ficarão atentos ao
que pode ocorrer. Dentro da incumbência, foram mobilizados e capacitados os
Rádios Amadores para atuar na ocorrência de desastre. Existe uma parceria
com uma ONG, a ROER, que muito apóia a Defesa Civil, e tem feito uma
diferença muito grande, organizando cursos e atividades, numa interação muito
positiva para o município.
Realizar regularmente simulados, conforme o Plano de Contingência de
Proteção e Defesa Civil. A Defesa Civil do Estado tem dado as orientações
pertinentes, e temos procurado fazer isso de maneira sistemática. Foi proposto
que todo dia 10 de cada mês às 10 horas da manhã, fosse feito um simulado
do Sistema de Alerta Alarme. O objetivo é fazer a população se acostumas ao
chamado do alarme e quando o alerta for para um caso real, todos da região
saberão o que fazer. São 18 comunidades com Sistema de Sirene, com 2s
pontos de apoio. De forma positiva, está aumentando número de participantes,
graças a conscientização das pessoas. O simulado realizado na escola foi
muito positiva. Alunos representando diferentes papeis, de Defesa Civil, de
Agentes de Saúde, e tiveram obrigação de mobilizar as pessoas. Tivemos
envolvimento das professoras e da população. Três semanas depois fizemos o
simulado na região, contando com grande participação dos pais os alunos. Foi
tão positivo que resolvemos fazer em mais 10 escolas.
Manter a União e o Estado informados sobre ocorrências de desastres e
atividades de proteção civil no município. Nós fazemos um relatório diário, com
quantitativo, com riscos e ameaças, com todas as solicitações feitas pelos
munícipes, para vistorias de imóveis e ameaças, como alagamentos,
deslizamentos de encostas, entre outras. É feito também um relatório mais
detalhado, por período, com endereço e dados do local. As informações do
relatório diário são recebidas pela SETRAC, Corpo de Bombeiros e passará a
ser enviada para o DRM.
São estas as principais atividades relacionadas a Lei de Proteção e
Defesa Civil em curso no município.
PREFEITURA MUNICIPAL DE PETRÓPOLIS
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Manoel Ribeiro – Secretaria de Planejamento – Coordenador da Revisão
do Plano Diretor
Eu sou coordenador da equipe técnica básica de revisão do Plano
Diretor de Petrópolis. Haverá também uma dimensão comunitária que vem
sendo consolidada, contando com atas de reuniões comunitárias, distribuição
de cédulas via Conselho das Cidades, e outras iniciativas que serão integradas
ao diagnóstico e de proposições do Plano Diretor. O documento preliminar de
diagnóstico será distribuído para que novas contribuições sejam agregadas.
Meus comentários a respeito da Lei 12.608 são aspectos relativos ao Plano
Diretor. Vários artigos dessa Lei foram incorporados ao conteúdo mínimo do
Plano Diretor, definido no Estatuto da Cidade.
Uma das contribuições mais importantes da Lei 12.608, é uma
proposição bastante clara de se utilizar bacias hidrográficas como unidades
básicas de planejamento. Geralmente bairros e distritos são utilizados com
base de planejamento, todos eles definidos de maneira aleatória,
independentes de condições geomorfológicas do território. Como é que você
vai sanear determinada bacia se a outra margem é de outro município. A
utilização de bacias hidrográficas é fundamental. Estranho que a lei 9.433, que
cria o Sistema Nacional de Recursos Hídricos não estimule consórcios
municipais para viabilizar o planejamento com base em bacias hidrográficas.
Alguns aspectos da Lei 12.608 me inquietam. Alguns por tratar com
imprecisão conceitos de planejamento e outros por duplicação de
responsabilidades. Para comentar, quero dizer, que Plano Diretor é uma
expressão genérica, que pode ter um Plano Diretor Regional, Plano Diretor
Metropolitano, entre outros, todos estes dependentes de territórios supra-
municipais. Abaixo do Plano Diretor Municipal você tem Plano de Saneamento,
Plano Diretor de Drenagem, e outros. Isso é para entender que a Lei não se
refere exatamente ao Plano que trata de diretrizes de desenvolvimento do
município. Vários conteúdos da lei 12.608 foram incorporados ao Estatuto da
Cidade, adotaram conceitos dessa lei. Assim, o Plano Diretor de Recursos
PREFEITURA MUNICIPAL DE PETRÓPOLIS
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Hídricos passa a fazer parte do Plano Diretor Municipal, o que é incongruente,
porque pode tratar de um território supra-municipal.
Quanto a atribuições duplicadas, no artigo 4, cabe ao estado mapear
áreas de risco, se repete no artigo 8, compete ao município mapear áreas de
risco. No caso de Petrópolis, há diálogo com o estado, mas isso pode não ser
possível em todos os municípios. Se isso não está explicito, de onde virão os
recursos. O mesmo ocorre com a lei dos recursos hídricos.
Estes aspectos são pautados para que eventualmente possa haver uma
reforma ou um aclaramento dessas questões, tanto no que se refere a
aspectos conceituais quanto a duplicação de atribuições.
Aqui em Petrópolis, a Secretaria de Habitação, em conjunto com a
Defesa Civil, estão elaborando um Plano de Controle de Riscos, com apoio do
estado. Pela lei, isso deverá ser um conteúdo do Plano Diretor, o que não é
necessário e é até um absurdo. O Plano Diretor de Redução de Risco está
sendo elaborado independentemente do Plano Diretor, como deve ser. O Plano
Municipal de Saneamento é uma atribuição da concessionária. Estas coisas
precisam ser vistas.
Nós temos também que tratar dos riscos de inundação. O que está se
fazendo em vários municípios é buscar no Código Florestal os parâmetros de
margens protegidas, que são conservação de matas ciliares, etc., não é a
limitação da área de risco, que segue outra metodologia muito mais complexa e
muito mais cara, que precisa medir as calhas dos rios, dimensionar as bacias,
etc. E os municípios terão recursos para isso?
A boa notícia é que na medida que o Governo Federal organize o
cadastro nacional de municípios sujeitos a riscos geológicos e hidrológicos e
Petrópolis solicitar a sua inclusão nesse cadastro, o município estará apto a
receber recursos para fazer planos e realizar obras para mitigar riscos.
Esta era a minha contribuição.
PREFEITURA MUNICIPAL DE PETRÓPOLIS
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Kelson Senra – Secretário Municipal de Habitação
A Lei 12.608 é uma lei recente, o conhecimento tem que ser
aprofundado e nem tudo pode ser aplicado, isolado de outras legislações.
Nosso papel aqui é procurar aprofundar o conhecimento da lei. A lei trata de
política nacional de proteção e defesa civil. O que está incluído nisso?
Prevenção: muita coisa incluída nisso, como o reassentamento de famílias, que
está no campo da habitação; Mitigação, que no município está muito associado
a Secretaria de Obras e será apresentado numa mesa amanhã. Outros órgãos
municipais também fazem isso, como a COMDEP, e órgãos estaduais. O
terceiro aspecto, Preparação, que está no campo da Defesa Civil; Resposta, e
Recuperação. Nós temos que ter um protocolo, que nos dê condição de discutir
o papel e a competência do município, estado e União para cada uma das
diretrizes propostas pela lei. Este protocolo pode ser útil para conseguir
coordenar os esforços para dar conta do espírito da lei. Por exemplo, a lei
prevê que o município tenha uma carta geotécnica. Se os estado pode fazer, o
município não precisa fazer. Talvez o DRM tenha as melhores condições para
fazer esta carta.
Também está previsto na lei que há recursos federais para a aquisição
de terrenos para a habitação de interesse social, desde que o município tenha
iniciativas baseadas no Estatuto das Cidades. Petrópolis tem um conjunto de
Áreas de Especial Interesse social, hoje privadas, que nós queremos
desapropriar mas não temos os recursos para tal. Isso tem que estar no
protocolo de intenções.
Se nós conseguirmos distribuir uma série de atividades, e organizar uma
matriz de responsabilidades, entre União, estado e municípios, inclusive com
prazos e metas, estaremos saindo com um resultado muito positivo do nosso
evento. Inclusive esclarecendo algumas dúvidas já levantadas aqui.
Quanto ao cadastro de municípios susceptíveis a desastres naturais, a
iniciativa de se incorporar pode partir do próprio município ou da indicação de
outros entes federados. Quanto ao município de Petrópolis, não temos
PREFEITURA MUNICIPAL DE PETRÓPOLIS
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nenhuma dúvida que estamos dentro desse cadastro, temos um histórico de
desastre que nos coloca como um dos primeiros em número de mortes por
escorregamento de encostas no país. Petrópolis deve fazer parte desse
cadastro. E assim, teremos que ter carta geotécnica, entre outros.
Se pegarmos a lei, e lemos só os verbos, fica engraçado. À União
compete fomentar, apoiar, incentivar, etc. Ao município compete fazer, vistoriar,
reassentar famílias, organizar o abrigo, chegar junto na hora do desastre, etc.
Entendo que a União e ao estado, quando fala em apoiar, se trata de repassar
recursos, seja físico, seja humanos, seja financeiros. Por exemplo, uma das
obrigações do município é abrigo provisório. Há em Petrópolis uma grande
instalação dos Correios, de uso eventual, que pode ser utilizada no momento
de um desastre como abrigo provisório. Isso pode estar no nosso mapeamento
de esforços.
Entendo que é possível ter uma atitude republicana para construir esta
articulação federativa, contando com união, estado e município, mas contando
também com a participação do Ministério Público, que nós convidamos para
estar presentes nesse evento. O MP tem feito cobranças muito rigorosas ao
município, para responder por situações que são históricas e o município não
consegue enfrentar. É importante o MP estar junto, entendendo que a
realização de obras e serviços na área de habitação depende de uma
seqüência, têm que ter plano, projetos, recursos para obras. Há problemas de
ocupações irregulares que o município não consegue enfrentar de imediato.
É importante a construção desse protocolo para que tenhamos
desdobramentos. Para que daqui a um ano ou dois posso se avaliar. O que foi
feito bem, o que não se conseguiu fazer. Por exemplo, a lei prevê um Conselho
Nacional. Quem vai representar os municípios? Nós podemos tirar aqui uma
proposta para os ministérios envolvidos propondo que uma representação
desses municípios possa fazer parte desse conselho que tem um papel
importante, irá definir a utilização de recursos.
Eu paro por aqui e agradeço a presença de todos.
PREFEITURA MUNICIPAL DE PETRÓPOLIS
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Celso Carvalho – Ministério das Cidades
A lei traz um monte de obrigações novas para os municípios. Estados e
a União têm que segurar isso junto. Eu me incluo na iniciativa de construir um
protocolo e uma ação conjunta a partir desse seminário. Acho que a sociedade
está mobilizada para isso também. Os desastres de 2001 mostraram que esta
situação pode ocorrer. A União tem um papel de apoiar os municípios e eu
trouxe aqui para ser apresentada três ações do Governo Federal: o programa
de gestão de riscos, as ações do PAC com obras de revisão de riscos e alguns
aspectos da lei que parte da iniciativa do Governo Federal.
O Governo Federal conseguiu um grande avanço ao construir um
programa que envolva uma articulação de vários ministérios, superando as
sobreposições que eram feitas anteriormente a ele. O Ministério de Minas e
Energia vão ser responsáveis por fazer mapas de risco, em articulação com os
órgãos estaduais e municipais. Recursos serão mobilizados para isso, de
maneira a teu um quadro nacional. O Ministério das Cidades tem programas de
contenção de encostas, outro de macro drenagem e o Ministério da Integração
Nacional tem um programa de controle de cheias regionais, em situações que
extrapolam um município. O Ministério da Ciência e Tecnologia montou um
Centro de Monitoramento de Desastres, que deve trazer informações para
estados e municípios. O Ministério da Integração deve investir nas Defesas
Civis, em capacitação e saneamento. O Ministério da Defesa está montando
cinco hospitais de campanha que podem ser montado onde ocorrer tragédias
como a que aconteceu aqui na Região Serrana.
No caso do programa de contenção de encostas, a gente definiu e
separou R$ 1 bilhão em recursos para contenção de encostas até 2014, para
todo o território brasileiro, e isso pode ser ampliado de acordo com os projetos
que forem mandados. Deste total, já contratamos R$ 600 milhões. Deste
montante, o Estado do Rio tem R$ 188 milhões, em seus diversos municípios.
Estão espalhadas diversas obras pelo Estado do Rio com os recursos que
disponibilizamos, mas são processos demorados que está levando um tempo
um pouco extenso para serem concluídos.
PREFEITURA MUNICIPAL DE PETRÓPOLIS
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Deste montante, vários municípios receberam recursos para fazer ou
atualizar plano de risco, Petrópolis incluso. Outros municípios receberam
recursos para projeto de contenção de encostas, Petrópolis incluído. Em 2010
foram distribuídos recursos para obras de contenção de encostas e Petrópolis
não recebeu porque não pediu, porque não tinha projetos. Se fizermos um
cadastro de municípios críticos, ate 2011 Petrópolis estava em primeiro. Agora
Nova Friburgo esta disputando. Fizemos um contrato com a Prefeitura do Rio
de R$ 70 milhões, para o Governo do Estado tem R$ 82 milhões, porque
também não apresentou projetos e não incluiu Petrópolis. Agora existe uma
nova seleção e Petrópolis tem toda a condição de mobilizar recursos para 20 a
30 áreas de risco, envolvendo de R$ 50 a 100 milhões.
Os processos são demorados. Dos recursos liberados em 2010, até
agora foram iniciadas obras em três municípios.
Peguei alguns pontos da Lei 12608 para discutir. O artigo quatorze fala
de uma ação de prevenção de risco. O programa Minha Casa Minha Vida sem
dúvida diminui a ocupação de áreas impróprias para habitação. A própria lei
define que os moradores atingidos e residentes de áreas de risco têm a
prioridade para a ocupação de habitações sociais.O artigo quinze fala que a
União está autorizada a repassar recursos para os municípios comprar terras,
desde que ele tenha instrumentos para controlar a especulação imobiliária. A
minha proposta é que a gente passe recursos para comprar terras ou edifícios
que já estejam definidos como zona especial de interesse social. É claro que
isso é uma construção que está sendo feita no Governo Federal, porque a lei
fala que o Governo Federal vai regulamentar, mas que os municípios,
principalmente municípios emblemáticos como Petrópolis, têm que se colocar
diante das autoridades federais para mostrar o interesse nos recursos.
No artigo vinte e dois a lei cria o cadastro dos municípios. Como é que
vai ser feito? Para isso ser feito a gente tem que ter um decreto
regulamentando, mas é um cadastro que vai ser feito pela União.Petrópolis vai
estar em primeiro lugar. Ainda falta serem definidos os critérios para ter o
direito de entrar no cadastro, pois ainda não foi feito. Analisando quais critérios
PREFEITURA MUNICIPAL DE PETRÓPOLIS
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podem entrar, o primeiro a ser implementado, sem dúvida, é ter as áreas de
risco identificadas, ver o nível de risco de cada uma e colocar num mapa
georreferenciado para que todos possam ter o acesso e veja onde será
aplicado o recurso. Depois é obrigado ter um plano de contingência, para
quando começar a chover nortear o que vai ser feito. Nesse processo, o plano
de contingência precisa ter o conhecimento de todos os abrigos disponíveis
pelo município, seja abrigo federal, municipal e estadual. Deve ter o órgão de
Defesa Civil. Tem que ter um plano de intervenções, plano de controle e
fiscalização e a carta geotécnica.
A carta geotécnica é um documento geológico que analisa as condições
geológicas dos terrenos e dá a diretriz de como deve ser a ocupação segura,
dá os argumentos geológicos garantindo a segurança da ocupação. Estabelece
parâmetros para a ocupação, nos casos em que há restrições. O Ministério
está preparando uma metodologia, junto com a Universidade do Rio Grande do
Norte, vai colocar em debate público, e Petrópolis deve participar desse
debate. Nós achamos que devemos ter uma carta geotécnica de escala
pequena (1:25.000) que dê diretrizes pro plano diretor e outra na escala grande
(1:5.000) que dê diretrizes para o parcelamento do solo.
O artigo 22 da garantias ao direito a moradia. No artigo 27 da lei federal
fala que daqui a dois anos o município só vai poder aprovar um novo
parcelamento de terras se tiver a carta geotécnica e um projeto de um novo
bairro. Hoje o perímetro urbano cresce quando a cidade chega junto a uma
terra de fazenda, sem planejamento de como deve ser a cidade. A partir dessa
lei, o novo bairro deve ser aprovado pela Câmara de Vereadores.
Intervenções da Plenária
Há varias intervenções de participantes e respostas de palestrantes do
Seminário que a organização do evento não teve condições de relatar
pormenorizadamente, mas que procurou contemplar no momento das
conclusões e deliberações do Seminário.
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19
TEMA - Análise e Avaliação do Risco de Petrópolis – Um grande desafio a ser vencido.
Claudio Palmeiro do Amaral - Diretor de Geologia do DRM-RJ
Risco em Petrópolis é um desafio e uma política de enfrentamento de
desastres associados a escorregamentos tem pelo menos quatro estágios:
mapeamento de riscos, plano de redução de riscos, desenvolvimento de
projetos, realização de obras geológicas.
Num primeiro momento, cabe ao DRM a questão do mapeamento de
risco, que é responsabilidade do município, mas também do estado. Não
apenas de ordem espacial, onde pode ocorrer, mas também em que condições
ele pode ocorrer, ou seja, quais são as condições de chuva.
O DRM está trabalhando associado ao SIMERJ – Sistema de
Meteorologia do Estado RJ, para estabelecer correlações
chuva/escorregamento, mas também está interessado em tratar desse tema
junto com a Prefeitura.
A maior preocupação é reunir o conhecimento do DRM - RJ, ao
conhecimento de Universidades. O primeiro trabalho a ser lembrado é a
cartografia geotécnica feita pelo IPT, de 1988. O segundo foi o trabalho
desenvolvido pelo Prof. Guerra e Prof. Antonio Soares. O Grupo da PUC/RJ
também realizou os estudos para o 1º Distrito. Depois houve o Plano de
Redução de Risco para o Primeiro Distrito, desenvolvido para a Prefeitura de
Petrópolis.
Estes estudos têm que estar agrupados em banco de dados e fornecer
subsídios para um plano atualizado que traduz o conhecimento sobre o risco
em Petrópolis e indique um setor em Petrópolis responsável pelo risco na
cidade e estabeleça um interlocutor, principalmente para atender no momento
do desastre. É necessário que um grupo da Prefeitura assuma a coordenação
de atividades.
O Plano de Risco não depende de combinação de mapas temáticos, não
depende de imagens de satélite; o que este produto exige é a vistoria de
PREFEITURA MUNICIPAL DE PETRÓPOLIS
20
campo. Diferentemente de outros países, no Brasil deve-se sair do ponto local,
para uma zona e depois para o geral. Deve-se aproveitar os boletins de
ocorrências já realizadas, utilizar mapa de pontos, com todos os detalhes
possíveis. O boletim de campo deve elaborar modelagens de eventos de maior
porte, com apoio de programas específicos.
O Seminário deve propor uma Agenda de Atividades, com vistas a
atender a nova lei. O DRM se coloca a disposição para orientar tecnicamente a
elaboração do novo Plano de Risco, que tem recursos do Ministério das
Cidades. É um desafio manter um trabalho contínuo e sistêmico para manter e
estender as informações. O DRM assume o compromisso de atuar junto a
Prefeitura de Petrópolis.
Professor Pedro Leite – Diretor do LNCC/MCT
A troca de informações entre vários setores é uma preocupação
constante. Apesar da minha filiação acadêmica, tive responsabilidades
operacionais ao longo da carreira, no meu caso, em termos de previsão de
tempo. Vou trazer aqui algumas experiências relativas a este tema.
Quando vim para o LNCC, em 2007, havia um convênio com o Governo
do Estado com objetivo de desenvolver um protótipo de monitoramento e alerta
de escorregamentos em Petrópolis. Como muitos projetos no Brasil, este
carecia de continuidade, não necessariamente por falta de dinheiro, mas por
falta de recursos humanos. Neste projeto, a equipe teve que ser remontada.
Este Projeto foi finalizado e tem produtos como levantamento de áreas de risco
numa parte do município de Petrópolis, e um esforço grande de desenvolver
modelos de previsão de chuvas para a região.
Os modelos de previsão de chuva trabalham com uma incerteza muito
grande e dependem de condições locais. Os modelos de previsão de tempo
que são elaborados no sistema nacional, tanto no INEMET, em Brasília, quanto
no CEPETEC, em Cachoeira Paulista, trabalham com uma escala de 7 km a 10
km. Numa região como Petrópolis, você não vê uma série de detalhes.
Observando 10 km em Petrópolis, em direção ao Sul chega na Baixada
Fluminense. Bom exemplo disso é o que aconteceu em 11 de Janeiro de 2011.
PREFEITURA MUNICIPAL DE PETRÓPOLIS
21
As nuvens transportam calor para o espaço e neste processo ocorrem
as tempestades. Centros urbanos costumam ter chuvas extremamente fortes
por causa do calor da superfície. Montanhas também tem este papel e se
tornam “um prato cheio” para tempestades violentas. Foi o que aconteceu no
Vale do Cuiabá.
No dia do evento, havia um potencial risco, com Zona de Convergência
do Atlântico Sul, típico de verão, as vezes mais ao Sul ou ao Norte, e ao longo
dessa Zona se forma uma área de risco. Naquele período havia ainda vento
quadrante Noroeste, com risco maior de precipitação na Serra do Mar. A
criação de vórtices (rodamoinhos) tendem a intensificar a chuva. Mas as
previsões subestimaram a precipitação. Os modelos, naquele momento,
estavam trabalhando com resoluções de 40 km e 10 km de resolução.
Hoje, para a região de Petrópolis, há cerca de 50 a 70 previsões, e
variam muito. Porque variam? Variam porque o sistema é complexo e não se
tem condições ideais de sistemas de monitoramento das condições da
atmosfera. O fato de ter várias previsões é fundamental para estimar risco, em
função do nível de coincidência dos previsores. Isso não é muito comum, e os
operadores as vezes resistem. É necessário criar metodologias para facilitar o
trabalho do previsor, para viabilizar as tomadas de decisão rapidamente.
Em resumo. As previsões antecipam uma situação de risco mas não
acertam a quantidade de precipitação. O modelo que atende o Brasil inteiro
não atende regiões críticas como Petrópolis. É preciso ter um sistema de alerta
específico para regiões criticas.
O mais difícil é manter uma equipe que saiba interpretar as informações.
Treinar a população também é muito importante, mas esta atividade, acho que
avançou bastante.
Cabe também aproveitar os recursos existentes, por exemplo, os balões
metereológicos que são lançados pelos aeroportos. No dia 12 de janeiro, as
informações deste balão metereológico já indicavam uma situação crítica que
não foi utilizado para produzir alerta.
PREFEITURA MUNICIPAL DE PETRÓPOLIS
22
No trabalho realizado pelo LNCC buscou-se aumentar a resolução, para
alcançar um modelo com 1 km. Nessa escala, havia previsão de chuvas de 150
mm no dia 12 de janeiro, e você já começa a perceber os ajustes da atmosfera
e a intensidade das precipitações. Modelos com resoluções menores não
chegam nessa previsão. Se houvesse monitoramento no alto da montanha,
provavelmente chegaria a mais do que isso. É importante ter um sistema de
alerta e modelos mais sofisticados a serviço do setor operacional.
Há uma perspectiva de que a freqüência de eventos extremos seja
maior, fala-se em aquecimento global, e, independentemente disso, é
necessário aprender a viver com a variabilidade do clima.
Caber resgatar e organizar informações sobre vulnerabilidade,
identificação das áreas de risco. Cabe mencionar a necessidade de seguro (o
que é fundamental), promover praticas de construção adequadas, tratamento
de recursos hídricos. Vale ainda expandir o uso de informações sobre o clima.
Regiões críticas necessitam de um sistema local, não vai se resolver de
Brasília é necessário conhecer a dinâmica local. As vezes, temo que as
responsabilidades fiquem acumuladas no Governo Federal, mas é necessário
investir mais no desenvolvimento local, e não só em equipamentos, mas,
principalmente, em pessoal especializado, o que é a parte mais difícil.
Rafael Corrêa de Melo, Secretaria de Habitação - PMP
O projeto da Secretaria Municipal de Habitação foi disponibilizar ao GT-
Risco um produto que subsidiasse a atualização de um Plano de redução e
Prevenção de Desastres associados a Escorregamentos. Isto foi atendido por
duas frentes: a preparação de uma Carta Preliminar de Risco a
Escorregamentos; e a elaboração de um Termo de Referência para a
contratação de uma empresa para a produção de um Plano Municipal de
Redução de Risco.
A Carta de Risco a Escorregamentos em uma escala de visualização de
1:25.000 é apresentada em anexo; ela mostra, sob a forma de manchas, as
áreas urbanas onde há maior probabilidade de ocorrer escorregamentos com
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23
danos no caso de um evento climático significativo. O mapa foi preparado a
partir da plotagem das ocorrências reportadas pela Defesa Civil Municipal de
2005 a 2012. Trata-se de um mapa preliminar que pode e deve ser melhorado
com escalas de visualização de 1:5000 ou 1:2000. Hoje, como é inviável para o
município realocar milhares de pessoas e há escassez de terrenos que
viabilizem empreendimentos de habitação popular, é importante entender o que
é mais crítico, e por isto quanto mais detalhado forem os produtos, melhor.
O Termo de Referência para a contratação de uma empresa para a
produção de um PMRR é apresentado em anexo. Petrópolis já conta com um
Plano de Redução de Risco, de 2007, mas este só contempla o 1º Distrito,
onde está cerca de 60% da sua população. Este produto precisa ser estendido
aos demais distritos: Cascatinha (2º); Itaipava (3º); Pedro do Rio (4º) e Posse
(5º). Além disto, o PMRR que apontou 96 setores de risco precisa ser revisado
e adequado aos conceitos de Risco Alto e Muito Alto propostos pelo Ministério
das Cidades. Isto certamente permitirá o melhor planejamento de ações
futuras, seja no sentido de realocar a população mais vulnerável, seja no
sentido de pensar medidas estruturais para contenção das encostas.
Para entender a necessidade deste novo PMRR, basta considerar que
no PMRR de 2007 os setores de encosta da cidade foram divididos em sete
categorias de risco segundo uma avaliação hierárquica, para as quais, além do
risco geológico, havia considerações sobre o risco social e ambiental e sobre a
questão da infraestrutura básica. Uma casa indicada como em risco social ou
ambiental, por exemplo, podia não estar em risco geológico, ou seja, em casos
de chuvas extremas, aquela moradia dificilmente seria atingida por um
deslizamento. Para evitar conflitos desta natureza, o Termo de Referência
detalha os critérios de mapeamento de risco, garantindo, por exemplo, que
somente casas que oferecem risco iminente aos seus moradores sejam
indicadas de fato para realocação.
O anseio da secretaria de Habitação é juntar todo o conhecimento
acerca do risco geológico e gerar um produto. Esse produto gerado é a etapa
final da identificação do risco. Imagine que você tem um sistema de estudo
PREFEITURA MUNICIPAL DE PETRÓPOLIS
24
metereológico, do qual se consegue fazer uma previsão, entretanto não adianta
saber onde ocorrerá um evento climático significativo, se não sabe onde há
áreas de risco. Para que o sistema seja completo o governo federal exige dos
municípios o plano municipal de redução de risco, onde envolve a identificação
das áreas de risco , quantificação de moradias em risco, processo geológico e
todos os elementos que possam contribuir na identificação e posterior
mitigação.
A ampliação do Plano Municipal de Redução de risco para os demais
distritos e a revisão do Plano do primeiro distrito será adequada à metodologia
proposta pelo Ministério das Cidades. Será hierarquizado o Risco em Alto e
Muito Alto, para melhor identificação das áreas e para o melhor planejamento
de ações futuras, seja no sentido de realocar a população mais vulnerável, seja
no sentido de pensar medidas estruturais para contenção das encostas.
A avaliação do risco alto e muito alto é subjetiva e depende do olhar do
profissional em campo, porém, a partir de diretrizes pré estabelecidas, como
em um termo de referência, o profissional estará em campo seguindo alguns
critérios que vai norteá-lo às boas práticas de mapeamento. Outra dificuldade
apresentada é a da cartografação das ocorrências, pois cada ocorrência é um
ponto, se avaliarmos pela extensão do município, seria um trabalho quase
infinito, ficar procurando os pontos susceptíveis a ocorrências de movimentos
de massa.
Hoje é inviável para o município realocar milhares de pessoas. A cidade
tem escassez de terrenos que possam viabilizar empreendimentos de
habitação popular, ou pelo alto custo, devido à especulação imobiliária ou pela
morfologia do terreno, que necessitaria de obras pesadas para a estabilização
do local. Visto isso é necessário um mapeamento criterioso, indicando para
realocação, apenas casas que de fato, oferecem risco iminente aos seus
moradores.
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25
TEMA - Prevenção – Como medidas simples podem gerar grandes resultados em Petrópolis?
Isabel Volponi – URBEL – Prefeitura de Belo Horizonte
Isabel Volponi apresentou o Programa Estrutural em Áreas de Risco -
PEAR, que faz parte da Política de Habitação de Belo Horizonte, e visa
diagnosticar, prevenir e minimizar situações de risco geológico na cidade. A
gravação da fala de Isabel foi danificada e não pode ser transcrita.
Apresentamos, em seguida, alguns dados extraídos de sua apresentação em
Power Point, que pode ser encontrada no Anexo II dos Anais desse Seminário.
O PEAR foi criado em 1993. O Programa PEAR faz parte da Política de
Habitação de Belo Horizonte e visa diagnosticar, prevenir e minimizar situações
de risco geológico. Possui como premissa a convivência com o risco, mediante
ações de redução do risco, no que se refere à probabilidade e aos danos de
acidentes. Política centralizada, ação regionalizada, com vistorias
individualizadas realizadas por equipes multidisciplinares (geólogo, engenheiro,
técnico social). Gestão compartilhada e de proximidade. Foco no
gerenciamento do problema.
Investimento em ferramentas de planejamento urbano / análise dos
resultados: Diagnóstico das áreas de risco, com propostas de intervenção
atualizadas a cada 2 anos.Balanços semestrais discutidos com a comunidade,
através dos núcleos de defesa civil (NUDEC).
Gestão articulada com outros órgãos municipais e estaduais através do
Grupo Executivo de Áreas de Risco – GEAR que visa otimizar e agilizar as
ações da PBH na resolução dos problemas provocados pela chuva. (Atuação
permanente no período de outubro a Março – período chuvoso).
O programa atua através de três planos que variam de acordo com o
período do ano:
- Plano de Obras: consiste no planejamento de obras para eliminação do
risco geológico, dentro de uma escala de prioridade.
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26
- Plano de Mobilização Social: este plano prevê ações educativas junto
às populações moradoras em áreas de risco, com a participação dos NUDEC.
É uma das ações contínuas do PEAR, no entanto, são intensificadas no
período pré-chuva.
- Plano de Atendimento Emergencial: tem como objetivo propiciar
atendimento emergencial nas áreas de risco, são ações típicas do período
chuvoso.
A redução do risco em BH foi de 11.588 edificações de 1994 até 2011,
sendo que destas, 68% da redução ocorreram através da operacionalização do
PEAR sendo 25% em função das remoções e 43% em função das obras de
pequeno e médio porte. Outros programas, como OP, Vila Viva foram
responsáveis por 32% da redução do risco geológico-geotécnico.
Obras com mão de obra do morador e patrulhas representam 80% das
obras do PEAR e obras do contrato da manutenção representando 20% das
obras do PEAR. Este resultado mostra que o programa, ao longo dos anos de
atuação vem reduzindo o número de famílias expostas ao risco geológico-
geotécnico na cidade.
Stênio Nery dos Santos – Secretaria de Obras – Prefeitura de Petrópolis
A secretaria de Obras é responsável pela implantação de obras que
fazem a manutenção urbana. Dentre elas, podemos indicar os sistemas de
drenagem em diversas comunidades no Município de Petrópolis, como
mecanismos de aumento global da estabilidade de uma determinada região. As
intervenções realizadas em Petrópolis. A transcrição da fala do Secretário
Stenio Nery foi prejudicada por um defeito de gravação. Outras informações
pertinentes podem ser observadas na apresentação disponibilizada no Anexo II
dos Anais desse Seminário.
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27
Edson Falcão - Coordenador de Planejamento e Projetos Estratégicos do
INEA
A Idea é fazer uma correlação entre precipitação e inundação para criar
mais elementos para a Defesa Civil e para o gestor na parte de planejamento
para agir na hora de diminuir o risco, ajudando, por exemplo, na hora de
evacuar uma população em um local onde haverá inundação.
Outra parte importante é o papel do estado no fortalecimento municipal
na gestão de risco, através de melhorias como a rádio comunicação, que está
sendo feito agora, principalmente na região norte e noroeste. As sirenes
através de equipamentos voltados a picapes, que foram doadas para a defesa
civil estadual e por fim de a parte de emergência em si, quando ocorre o
problema e a gente tem recuperar e criar projetos.
Sempre são criados projetos no âmbito da recuperação de projetos
emergenciais priorizando uma visão de planejamento para que o projeto seja
efetivo hoje e daqui a 10 ou 20 anos e que o uso e ocupação do solo não deixe
inadequado tudo o que está sendo feito hoje.
As intervenções previstas em Itaipava são para o Rio Cuiabá, o Rio
Santo Antonio o outro para o Rio Carvão. São R$ 10 milhões no trecho mais
complicado. No sentido da engenharia em si, essa região é muito complicada.
Além disso há um problemas com as edificações que devem ser removidas
para a implantação da obra, entretanto já estão em execução as obras neste
trecho. Estamos com um pouco de dificuldade para a aprovação formal do
projeto, que já foi aprovado pelo Ministério das Cidades a algum tempo,
entretanto precisamos do aval da Caixa Econômica para poder utilizar os
recursos e até agora não conseguimos. Como não conseguimos a liberação do
Governo Federal, o estado já liberou aqui para Petrópolis R$ 10 milhões para
iniciar as obras, enquanto ocorre essa formalização da aprovação.
Um exemplo do que vem sendo feito é uma biomanta na área do rio que
apresenta uma velocidade grande, e por isso é necessário fazer a proteção da
área, recomeçando assim as intervenções para essa região, pois a principio
PREFEITURA MUNICIPAL DE PETRÓPOLIS
28
fizemos algumas intervenções no âmbito emergencial, como uma pequena
dragagem para dar uma pequena melhora no fluxo do rio. Agora que estamos
entrando com a obra na forma definitiva, com a implantação da calha como ela
deve ser.
Paulo Leite – Secretaria de Meio Ambiente / Comitê Piabanha – Prefeitura
de Petrópolis
Os comitês de bacias hidrográficas são um novo ente que surge na
gestão do território, ele é responsável pela gestão das águas de uma bacia
hidrográfica ou de bacias hidrográficas contíguas, como é o caso do nosso
comitê que atua na região hidrográfica 4 do Estado do Rio de Janeiro, que
inclui a bacia do Piabanha e as Bacias que deságuam no Rio Paraíba do Sul,
que cortam os municípios de Carmo, Sapucaia e Sumidouro.
Fazem parte da área de atuação da região hidrográfica 4, a área de
atuação do comitê Piabanha, dez municípios, sendo eles Petrópolis,
Teresópolis, Areal, São José do Vale do Rio preto, Paraíba do Sul, Levy
Gasparian, Paty do Alferes, Carmo, Sapucaia e Sumidouro. O Comitê
Piabanha tem se preocupado bastante com a questão de cheias, porque dos
sete municípios atingidos pela chuva de janeiro do ano passado cinco estão
aqui na região hidrográfica do Piabanha - Petrópolis, Teresópolis, Areal e São
José do Vale do Rio Preto e Sumidouro.
O Comitê foi instituído em dezembro de 2005, entretanto desde 2006 ele
luta para sua estruturação, que na verdade só aconteceu ano passado, depois
de um contrato de gestão entre o INEA e a AGEVAP, que nós tivemos o
escritório do comitê implantado. Uma das questões que preocupa o comitê, que
inclusive convidou o Paulo Canedo da Coppe para discutir e apresentar
projetos de obras de dragagem e recuperação do túnel extravasor do
Palatinato e outras obras que seriam feitas para reduzir as cheias no Centro de
Petrópolis. Nessa oportunidade o Paulo Canedo apresentou um estudo que a
Coppe fez com relação ao evento climático do dia 12 de Janeiro do ano
passado.
PREFEITURA MUNICIPAL DE PETRÓPOLIS
29
Outra questão é que desde 2004 foi implantada no estado do Rio de
Janeiro a cobrança pelo uso da água e dentro do Fundo Estadual de Recursos
Hídricos; existem sub-contas por cada região hidrográfica. Toda a cobrança
feita pelo uso das águas é feita por regiões hidrográficas e cada conta dessas
tem um determinado valor. Quem indica e determina para onde vai esses
recursos são os comitês de Bacias hidrográficas que aprovam a destinação
desse dinheiro do fundo estadual de recursos hídricos, não é um valor
extremamente significativo, mais é um valor que é possível ser acessado pelos
municípios.
O comitê esses dois últimos anos tem visitado as prefeituras que
compõem a região hidrográfica, conseguindo reuniões visando maior
articulação entre as prefeituras e o comitê. Na nossa região ainda tem outra
disponibilidade de recursos que são os recursos federais da Bacia federal do
Paraíba do sul, onde tem sido aplicado por ano entre 10 e 15 milhões de reais
mediante a apresentação de projetos, sendo mais um possibilidade de recursos
para viabilizar as necessidades dos municípios nas questões, basicamente de
saneamento.
O comitê já tem alguns projetos financiados aqui na região, tem um
projeto de saneamento financiado para a implantação de redes de tratamento
de esgoto com biossistemas, um projeto de 2006 que já está em execução,
sendo que algumas delas já foram implantadas e já estão sendo operadas pela
Águas do Imperador. Tem alguns outros projetos, com financiamento de
recursos para a elaboração de projetos de saneamento para Teresópolis e
recursos para o parque fluvial, com o foco principal na gestão das águas.
Os comitês de bacia hidrográfica não tem papel executivo, eles tem um
papel de gestão, de deliberar sobre as ações com relação a questão das
águas, ou seja, de um determinado recurso hídrico de uma região hidrográfica.
O comitê vem tentando atuar cada vez mais próximo as prefeituras e seria
interessante que aqui na região as prefeituras possam estreitar as relações
com os comitês, que tem um papel importante de deliberar o que pode ou não
PREFEITURA MUNICIPAL DE PETRÓPOLIS
30
ser feito em relação aos recursos hídricos de uma determinada região
hidrográfica ou bacia hidrográfica.
TEMA - Coordenação institucional para situações de desastre – O papel
de cada órgão no momento da Contingência.
Dr. Armin Augusto Braun – Diretor do CENAD
O Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres, que é uma
estrutura que existe desde 2005 no Governo Federal, mas foi recentemente
modernizada juntamente com outro órgão, o Centro Nacional de Alertas de
Desastres Naturais. A seguir farei uma curta apresentação do Centro Nacional
e apresentarei como o governo se porta frente a situações de risco e desastres.
A gente mostra de maneira didática pra que tenha uma fácil
compreensão, as ações da Defesa Civil, como a prevenção, ai entra também a
mitigação e ocorrido o desastre a fase de resposta e reconstrução. O CENAD
não faz as atividades de prevenção. As atividades possíveis de serem
realizadas para que se evite a ocorrência de um desastre não é o nosso tema
de trabalho. A gente trabalha em uma parte da preparação e especificamente
na resposta. A parte da preparação que é a preparação do Governo Federal,
ou seja, na ocorrência de um desastre, como o Governo Federal vai intervir
nesse desastre? Os mecanismos do Governo Federal, como eles vão atuar na
hora de um desastre e na resposta desencadeando as ações e coordenando a
parte relacionada as atividades de enfrentamento ao desastre.
De acordo como as fases do desastre, nós temos períodos de
normalidade, porém nesse período nós podemos verificar uma condição crítica
que pode ter causado um desastre ou um evento adverso, uma perturbação
climática ou qualquer fator desse tipo, que pode dar informações da
vulnerabilidade local permitindo ao CENAD desencadear um alerta. Esse
período entre o alerta e o impacto onde efetivamente ocorre o alerta, a gente
chama de pré-impacto e após isso a nós entramos na intervenção nos
desastre. Nosso grande objetivo quando a gente fala na mobilização,
especificamente falando do Governo Federal, mas também a nível estadual e
PREFEITURA MUNICIPAL DE PETRÓPOLIS
31
municipal, é a nossa capacidade de antecipação. Temos que aumentar esse
tempo de pré-impacto, ou seja, nós temos capacidade tecnológica e cada vez
se desenvolve mais conhecimento científico, o conhecimento das pessoas nas
comunidades e nós temos que aproveitar tudo isso, não só o Governo Federal
mas também o governo dos estados, dos municípios. A comunidade,
principalmente, deve fazer com que a informação desses desastres chegue
antes, dando tempo pra gente tomar as decisões necessárias frente a
ocorrência iminente.
O CENAD tem um conceito dual, é como ele fosse dois centros dentro
de um só, isso segue alguns modelos que existem no mundo. A gente chama
de situação, basicamente é um centro que cuida do monitoramento, alerta e de
coleta de informações, por este lado nós trabalhamos com diversas
organizações relacionadas à meteorologia, com o próprio CEMADEM,
CEPETEC e assim por diante. E a outra parte do CENAD é como se fosse
outro centro e ele cuida da reposta. É um centro que em momentos de
normalidade ele basicamente planeja e organiza e quando acontece um
desastre é quem apóia e subsidia as ações de resposta.
Assim como o município tem um plano de contingência, ou seja, um
plano onde as organizações se preparam ou se desenha a participação de
cada um frente a um cenário de desastre, o Governo Federal tem a mesma
coisa. O plano é desenhado junto às organizações, só que no município você
trabalha com a secretaria de obras, o corpo de bombeiros local, com a
secretaria de meio ambiente, etc. Lá nós trabalhamos com o Ministério da
Defesa, com o Ministério da Saúde, com o Gabinete de Segurança
Institucional, com a Agência Brasileira de Inteligência. O tipo de atuação do
Governo Federal é outro, a resposta do Governo Federal é de maneira
complementar ao que o estado já está fazendo no município. Então, planejar
tudo isso, fazer nossos planos, especificar o quê que cada órgão faz em cada
emergência este é um trabalho muito novo. A gente esta começando a
desenvolver agora e cada vez mais o Governo Federal tem conseguido se
organizar melhor em situações críticas e dar uma resposta eficiente e eficaz.
PREFEITURA MUNICIPAL DE PETRÓPOLIS
32
A premissa da nossa atuação é a capacidade de se antecipar aos
desastres, pois, se soubermos o que vai acontecer de forma mais eficientes e
eficazes são as intervenções.
Há dois tipos de integração que o CENAD faz, a integração vertical e a
horizontal. A gente se integra com os estados, principalmente na parte de
emissão dos alertas e na avaliação das necessidades dos recursos de
resposta. A gente tenta colocar os recursos onde são necessários no momento
necessário para evitar sobreposições, porque isso tem um custo muito grande
como foi dito anteriormente.
O sistema de informação é muito importante, porque são das
informações que vamos saber como devemos agir. A recorrência desses
desastres gera informações preciosas que subsidiam mapeamentos de risco,
áreas de recorrência de desastre e nos permitem que façamos a prevenção,
que não é um tema do CENAD, entretanto com essas informações
sistematizadas, nós saberemos como subsidiar não só a Defesa Civil, como
qualquer órgão do Governo Federal e saber como agir na prevenção. Onde há
maior recorrência de desastres, onde há maior numero de perdas, onde se
gasta maior recurso, são nesses locais que devemos priorizar a prevenção.
Logística é outro tema importante, pois, em um cenário de desastre é
muito difícil conseguir a locomoção e o armazenamento dos mantimentos
necessários. A nossa articulação principal no monitoramento e na preparação
para os desastres ela se da a partir do organismo do governo federal e a partir
dessa articulação, a gente tenta levar informações aos estados e municípios
para tomar as decisões corretas.
Major Alexandre Pitaluga – Defesa Civil Estadual
Sou Major do Corpo de Bombeiros, e atualmente estou trabalhando na
regional Defesa Civil Serrana. Minha área compreende desde Cachoeira de
Macacu até Santa Maria Madalena passando por Nova Friburgo. Na defesa
Civil Estadual estamos entre a esfera federal, que tem alcance em todos os
municípios brasileiros, mas não está tão próxima dos municípios como o
estado, para tomar decisões a nível de Defesa Civil Municipal.
PREFEITURA MUNICIPAL DE PETRÓPOLIS
33
Citando riscos, podemos apontar como agentes, já citados nos anos
anteriores, a ação antrópica e mais as mudanças climáticas recorrentes no
nosso ambiente. Isso mostra que nós temos que mudar a filosofia do que é a
Defesa Civil, temos que buscar novas soluções e pra isso temos que ter uma
integração maior com a comunidade. Em termos de ações feitas por ai, estão
sendo desenvolvidos alguns projetos, um deles é o Alerta por Alarme, onde
esse sistema conta com 80 estações automáticas controladas via internet onde
nós podemos acionar um alarme com base na informação do SIMERJ e do
DRM. A fim de passar a informação à comunidade sobre a chegada de novas
chuvas com probabilidades de deslizamento.
Outro projeto em desenvolvimento são as Unidades de Proteção
Comunitária que será lançado entre final de 2012 e inicio de 2013. Trata-se de
um contêiner que tem a contratação de pessoas da própria comunidade e mais
dois profissionais da Defesa Civil do estado, no caso são dois bombeiros e
Servirá para monitorar, cadastrar e analisar as condições de risco da
comunidade. Com isso traria uma integração maior do município com a
comunidade. Foram distribuídos, também, trezentos telefones celulares para as
equipes de Defesa Civil em toda a região serrana dando uma conexão para
comunicação via SMS e telefone, pois, os celulares falam entre si. Com isso
diminui o distanciamento que o estado tinha frente ao município.
Cel. Carlos Francisco De Paula – Coordenador de Defesa Civil de
Petrópolis
Dentro da incumbência do município perante a lei, está a Coordenação
Institucional para Situação de Desastres, fomentando o papel de cada órgão no
momento da contingência do desastre. Até por conta dessa atribuição do
município, o prefeito de Petrópolis decretou uma norma para a criação de um
comitê para ações emergenciais.
Esse comitê tem o objetivo de mobilizar e articular todos os órgãos que
não fazem parte necessariamente da prefeitura, os órgão que naturalmente
tem a incumbência de participar de situações de desastres. O comitê não foi
feito para interferir nas ações da Secretaria de Obras e nas ações da Defesa
PREFEITURA MUNICIPAL DE PETRÓPOLIS
34
Civil ou outros órgãos do município, e sim, dar agilidade a situação, ou seja,
digamos que a Secretaria de Obras precise de dez caminhões para uma ação,
cabe ao presidente do comitê agilizar a entrega dos caminhões, porque o
Secretario de Obras estará envolvido em outra situação e para que ele possa
ter tempo e disponibilidade para solucioná-los. Essa organização faz com que
os processos fiquem mais acelerados.
Em tempos de normalidade, a população solicita vistorias preventivas ou
emergenciais a Defesa Civil, um técnico faz essas vistorias e cumpre todos os
procedimentos necessários fazendo um relatório que será inserido em um
sistema formando um histórico do local, que é uma coisa muito importante para
ações futuras. Além disso, cada órgão tem sua incumbência e sabe o que
fazer, em uma situação de desastre. Eles são acionados, existe uma sala para
reunir as pessoas que são responsáveis por tomar as decisões e ali trocarem
suas informações com mais agilidade e tomarem as decisões mais articuladas,
até porque tem decisões que não dependem de somente um órgão.
Onório Matheus dos Santos Filho – Diretor do SIMERJ
O SIMERJ foi criado dentro da Secretaria de Estado de Ciência e
Tecnologia, entretanto no dia 28 de novembro de 2011 o SIMERJ passou a
fazer parte da Secretaria de Estado de Defesa Civil.
O trabalho de previsão é feito 24 horas por dia com previsão para 48
horas. Normalmente a equipe começa seu trabalho às nove horas da manhã e
quando chega, recebe o relatório do seu antecessor e começa a trabalhar. No
decorrer do trabalho. São feitas consultas aos demais órgãos de meteorologia.
Após essas consultas, em caso de confirmação dos dados, dirigi-se um técnico
para o SIMERJ e emite os alertas para os outros órgão competentes. Em
seguida ele entra em contato com o DRM. Até a situação voltar à normalidade
se tem a presença de um responsável no SIMERJ.
Claudio Palmeiro do Amaral – Diretor de Geologia do DRM-RJ
Nós temos um problema de gestão, causando problemas
principalmente nas transferências de informação entre os órgãos que cuidam
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35
da resposta a desastres. Isso é muito ruim, pois, tem gerado superposição das
equipes em diversos lugares gerando investimentos de recursos humanos
indevidamente e sem necessidade.
Temos uma proposta de correlação para chuvas deflagradoras de
escorregamentos na região serrana. Nós operamos um plano de contingência
que foi uma tentativa que relacionava quatro índices onde a gente faz um
tratamento estatístico de chuvas passadas, que estão relacionadas a
escorregamentos e aquelas que não tiveram relacionadas a escorregamentos,
isso não entra no que foi relacionado pela manhã que era um tratamento de um
talude específico, isso é uma estatística. Baseado nessa análise que é um
histórico de casos antecedentes e também de outros grupos que trabalham
com isso, chegamos a quatro índices que tem que se somar para a ocorrência
de escorregamento generalizado. Primeiro, o índice de chuva horária: 30 mm
por hora, é uma precipitação que excede o valor crítico, acompanhado de 100
mm em 24 horas faz com que a piscina encha, 115 mm em quatro dias, faz
com que a piscina cheia se distribua por uma região mais ampla e 270 mm em
um mês essa chuva mensal faz com que o terreno perca a estabilidade do solo
então o fator de resistência a escorregamento do solo diminui bastante. Mas
isso varia muito de acordo com cada caso.
A proposta do DRM no desastre é participar efetivamente do
organograma do atendimento emergencial. As equipes da Defesa Civil tem que
fazer as vistorias locais e plotar isso no mapa, por isso as fotografias de
helicóptero são essenciais para um estudo mais detalhado da região de
desastre e para ter uma visão geral da área.
Principais Conclusões e Recomendações
ANAIS DO SEMINÁRIO DE GESTÃO DE RISCO, PETRÓPOLIS, RJ Museu Imperial, Junho de 2012
As conclusões e propostas apontadas a seguir foram apuradas pela
organização do Seminário Gestão de Risco em Petrópolis, foram mencionadas
ao longo do evento e compreendem as principais recomendações gerais, para
os três entes da federação, e para cada um deles separadamente, além de
questões específicas para o município de Petrópolis. Algumas atividades e
responsabilidades já previstas na Lei 12.608 foram ressaltadas; outras
mereceram destaque por necessitarem de revisão ou regulamentação. As
conclusões e propostas foram organizadas em blocos, buscando-se promover
melhor apresentação e compreensão.
Articulação e Cooperação Federativa
- União, estados e municípios devem organizar e constituir fóruns
permanentes de discussão sobre riscos de desastres, incluindo novo evento
sobre Gestão de Risco em Petrópolis, no prazo de até dois anos, com objetivo
de avaliar a evolução das políticas, dos investimentos e resultados alcançados;
- União, estados e municípios devem organizar uma Agenda de
Atividades, com vistas a atender a nova Lei, mobilizando os três entes da
federação, sociedade organizada, comunidades, universidades, entre outros
agentes;
- União, estados e municípios devem elaborar um protocolo, com
organograma / fluxograma das entidades federais, estaduais e municipais,
além de outros órgãos, onde fique devidamente organizado o papel, a
competência, as atribuições e encargos de cada participante, para cada uma
das etapas prevista na Lei 12.608, ou seja, Prevenção, Mitigação, Preparação,
Resposta e Recuperação;
- A União, contando com a participação de estados e municípios, deve
garantir que a regulamentação da Lei 12.608 trate de promover a revisão ou
aclaramento de conceitos referentes a Planos Diretores Municipais, Planos de
Gestão de Recursos Hídricos, entre outros, indicando que não cabe a
submissão de planos regionais a planos municipais, entre outros aspectos;
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37
- União, estados e municípios devem tomar medidas para evitar as
sobreposições de atividades e a duplicação de esforços, em todas as etapas
de proteção e defesa civil, horizontalmente e verticalmente, por meio de maior
articulação federativa, regulamentação da legislação em vigor, esforços
administrativos, entre outras medidas;
- União e estados, diante da ampliação das responsabilidades impostas
aos municípios pela Lei Federal 12608, devem promover o apoio aos
municípios, previsto na mesma lei, na forma de repasse de recursos
financeiros, físicos e humanos suficientes para enfrentar os novos papéis;
- A União deve promover a organização e garantir que estados e
municípios sejam incluídos no Cadastro Nacional de Municípios com Áreas
Suscetíveis à Ocorrência de Deslizamentos de Grande Impacto, Inundações
Bruscas ou Processos Geológicos ou Hidrológicos Correlatos façam parte do
Conselho Nacional de Proteção e Defesa Civil – CONPDEC;
- O Ministério Público deve reconhecer a importância da articulação
federativa, bem como o papel da União, estados e municípios, necessários
para a realização das atividades previstas na Lei 12.608, cobrando,
simultaneamente, a participação proporcional de todos os entes federados, a
fim de alcançar solução mais rápida e adequada as questões apresentadas;
Atividades da União
- A União deve revisar os valores do programa Minha Casa Minha Vida,
para a Região Serrana, que hoje são menores que os praticados para a Região
Metropolitana, o que tem inviabilizado a construção de habitação social em
Petrópolis, bem como não possibilita atender determinações de
reassentamento de famílias previstas na Lei 12.608;
- A União deve promover a transferência de recursos federais para a
aquisição de terrenos para a habitação de interesse social, conforme previsto
na Lei 12.608, no menor prazo possível, alertando aos municípios sobre a
necessidade de adotarem medidas previstas no Estatuto da Cidade; no caso
de Petrópolis, que já adotou estas medidas, transferência urgente de recursos;
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38
- A União deve disponibilizar recursos físicos, humanos e financeiros
para as atividades de Defesa Civil nos municípios; no caso de Petrópolis foi
lembrada a instalação dos Correios, de uso eventual, que pode ser utilizada no
momento de um desastre como abrigo provisório;
- A União deve disponibilizar recursos financeiros para estados e
municípios, por meio de programas federais, como os já existentes,
mencionados no Seminário, como o Programa de Contenção de Encostas,
Programa de Macro-drenagem (Ministério das Cidades); Programa de Controle
de Cheias Regionais e Programa de Apoio a Defesas Civis (Ministério da
Integração Nacional); Ações do PAC para obras de Gestão de Riscos
(Ministério do Planejamento) entre outras.
- A União deve investir utilizando-se de seus recursos: Ministério de
Minas e Energia - elaboração de mapas de risco, em articulação com os
órgãos estaduais e municipais; Ministério da Integração Nacional - capacitação
e saneamento; Ministério da Ciência e Tecnologia - Monitoramento de
Desastres; Ministério da Defesa - Hospitais de Campanha.
- O CENAD deve promover a integração vertical e horizontal, com
estados e municípios, principalmente na parte de emissão dos alertas e na
avaliação das necessidades dos recursos de resposta, preparando a
participação frente a um cenário de desastre;
- A União deve apoiar e investir no desenvolvimento de sistemas locais
de previsão de chuvas para regiões críticas como Petrópolis, que deve contar
com um sistema de alerta específico, com resolução para alcançar 1 km2,
aproveitando os recursos existentes, por exemplo, os balões metereológicos
que são lançados pelos aeroportos e, principalmente, mobilizando pessoal
especializado, disponível 24 horas por dia; considera-se, baseado no histórico
recente, que o modelo que atende o Brasil inteiro, não tem condições de
atender as particularidades de regiões como Petrópolis;
- A União deve agilizar os procedimento burocráticos e administrativos
realizados pela Caixa Econômica Federal a fim de diminuir os prazos entre a
liberação dos recursos e aplicação na execução das obras;
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39
- A União deve liberar recursos para obras de dragagem e recuperação
do túnel extravasor do Palatinato, a fim de reduzir as cheias em Petrópolis;
Atividades Estaduais
- Os estados devem promover a coordenação das atividades de Defesa
Civil no âmbito do seu território, buscando estreitar a relação com demais
órgãos estaduais e com os municípios, evitando-se a sobreposição de recursos
e equipes técnicas, quer sejam federais, estaduais ou municipais, garantindo a
troca de informação entre os órgãos que cuidam de resposta aos desastres;
- Os estados devem normalizar os procedimentos de Defesa Civil no seu
território, promovendo-se uma regionalização das atividades, considerando o
parecer dos municípios abrangidos; no caso do Estado do Rio de Janeiro foi
organizada uma divisão do território em nove regiões de atuação, cada região
tem entorno de dez municípios, cada uma com uma Regional de Defesa Civil -
REDEC, que deve transmitir informações e apoiar os municípios;
- O Estado RJ deve atuar na informação à comunidade sobre a chegada
de novas chuvas com probabilidades de deslizamento, utilizando o Sistema de
Alerta por Alarme, contando com cerca de oitenta estações automáticas
controladas via internet, pelo INEA, considerando a informação do Sistema de
Metereologia do Estado RJ - SIMERJ e do Departamento de Recursos Minerais
do Estado RJ - DRM.
- O Estado RJ deve considerar a atuação da Defesa Civil Municipal ao
promover a instalação de Unidades de Proteção Comunitária, a ser lançado
entre final de 2012 e inicio de 2013, a fim de monitorar, cadastrar e analisar as
condições de risco da comunidade;
- Os estados devem apoiar as Defesas Civis municipais, por meio do
fornecimento de equipamentos, viaturas, sistemas de comunicação, entre
outras iniciativas, a fim de melhorar a atuação dessas unidades;
- O Estado RJ deve promover a capacitação de agentes da Defesa Civil
e comunitários, por meio da Escola de Defesa Civil, onde são dados cursos
gratuitos para os agentes, e por meio da UFRJ, em convênio em vigor;
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- O Estado RJ deve apoiar os municípios na elaboração de Carta
Geotécnica prevista na Lei Federal 12608, contando com orientação técnica do
DRM e, inclusive, nos casos em que for possível, se responsabilizar pela
elaboração da mesma diretamente;
- Os estados devem apoiar e participar com recursos nos processos de
remoção de moradias de áreas de risco e reassentamento de famílias,
promovendo a complementação de recursos de programas federais, bem
como, a construção de habitação de interesse social para desabrigados;
- Os estados devem apoiar os municípios, com recursos físicos,
humanos e financeiros, no levantamento das áreas de risco e na elaboração de
Planos de Proteção e de Defesa Civil;
- O Departamento de Recursos Minerais do Estado RJ deve promover o
monitoramento de eventos geológicos e participar efetivamente do
organograma do atendimento emergencial e auxiliar os municípios no estudo
mais detalhado das regiões de desastre, contando com fotografias de
helicóptero, essenciais para este tipo de estudo;
Atividades dos Municípios
- Os municípios devem organizar uma Coordenação Institucional para
Situação de Desastres, articulando e coordenando o papel de cada órgão no
momento da contingência do desastre;
- Os municípios devem incorporar as ações de Defesa Civil no
planejamento municipal, buscando equipar e qualificar as suas atividades, bem
como dotá-la de recursos humanos suficientes e perfilados com as funções;
- Os municípios devem manter a população informada sobre as áreas de
risco e ocorrência de eventos extremos, utilizando a comunicação através de
redes sociais e sites, buscando interagir com a população, rádios amadores,
imprensa local, e outros meios disponíveis;
- Os municípios devem promover parcerias com universidades e
organizações não governamentais que tratem de apoiar as atividades da
Defesa Civil, em particular a capacitação de agentes comunitários;
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41
- Os municípios devem promover a capacitação das comunidades em
áreas de risco, por meio da realização de simulados regulares, conforme o
Plano de Contingência de Proteção e Defesa Civil, utilizando inclusive eventos
em escolas, com mobilização de alunos, representando diferentes papéis, alem
de professores, pais de alunos e comunidade escolar;
- Os municípios devem realizar vistorias preventivas ou emergenciais a
Defesa Civil, um técnico faz essas vistorias e cumpre todos os procedimentos
necessários fazendo um relatório que será inserido em um sistema formando
um histórico do local;
- Os municípios devem organizar planos e programas que objetivem
diagnosticar, prevenir e minimizar situações de risco geológico, considerando a
premissa de convivência com o risco, mediante ações de redução do risco, no
que se refere à probabilidade e aos danos de acidentes, com o foco no
gerenciamento do problema, a exemplo do já realiza a Prefeitura de Belo
Horizonte, MG, considerando os Planos abaixo.
- Os municípios devem elaborar Plano de Obras, consistindo no
planejamento de obras para eliminação do risco geológico, estabelecendo uma
escala de prioridade e um planejamento de investimentos;
- Os Planos de Mobilização Social: prevendo ações educativas junto às
populações moradoras em áreas de risco, com a participação da comunidade,
em contínuas, intensificadas no período pré-chuva;
- Plano de Contingenciamento: tem como objetivo propiciar atendimento
emergencial nas áreas de risco, são ações típicas do período chuvoso;
- Os municípios devem elaborar projetos de saneamento, parques
fluviais, entre outros, e solicitar recursos para os Comitês Gestores de Bacias
Hidrográficas, de rios estaduais e federais, além de Fundos Estaduais e
Nacionais de Recursos Hídricos; Petrópolis deve solicitar recursos ao Comitê
do Rio Piabanha e ao Comitê do Rio Paraíba do Sul;
- Os municípios devem considerar a utilização de bacias hidrográficas
como unidades básicas de planejamento municipal;
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Diretrizes Técnicas
- Carta Geotécnica – as diretrizes para elaboração da Carta Geotécnica
devem ser discutidas com a sociedade e com as organizações de profissionais;
a princípio a Carta deve ser um documento que analisa as condições
geológicas dos terrenos e dá a diretriz de como deve ser a ocupação segura;
uma escala pequena (1:25.000) que dê diretrizes pro Plano Diretor Municipal e
outra em escala grande (1:5.000) que dê diretrizes para o parcelamento do
solo;
- Banco de Dados - deve reunir o conhecimento sobre risco acumulado
nos órgãos federais, estaduais, municipais e Universidades sobre determinada
região; no caso de Petrópolis, o primeiro trabalho a ser lembrado é a
cartografia geotécnica feita pelo IPT, de 1988; o segundo foi o trabalho
desenvolvido pelo Prof. Guerra e Prof. Antonio Soares; o Grupo da PUC/RJ
também realizou os estudos para o 1º Distrito; incluir o Plano de Redução de
Risco para o Primeiro Distrito;
- Plano de Risco - este produto exige vistorias de campo, deve-se sair do
geral para os pontos locais, aproveitando os boletins de ocorrências da defesa
civil. O produto não depende exclusivamente da combinação de mapas
temáticos e imagens de satélite, podendo estes ser ferramentas
complementares. O boletim de campo deve elaborar modelagens de eventos
de maior porte, com apoio de programas específicos.
- Diretrizes para Levantamento de Campo - pré estabelecidas, como em
um termo de referência, orienta o profissional para trabalhar de maneira segura
em campo, seguindo alguns critérios que vai norteá-lo às boas práticas de
mapeamento, mantendo maior correlação entre diferentes áreas;
- Mapa de Manchas de Ocorrência de Riscos – mapa elaborado a partir
das ocorrências registradas pela Defesa Civil, com série histórica,
georeferenciado, possibilitando a identificação de áreas urbanas com maior
índice de ocorrências;
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43
- Índices da correlação chuva x escorregamento – estes índices que
apontam a necessidade de acionar sistemas de alertas devem ser
profundamente estudados levando em consideração as características
geológicas de cada região; é necessária a participação de universidades,
capacitando e sempre melhorando as tecnologias de estudo e análise das
feições e condicionantes geológicas que provocam escorregamentos.
- Metodologia de Análise Metereológica - devem-se criar metodologias
para facilitar o trabalho do previsor metereológico, para viabilizar as tomadas
de decisão rapidamente, considerando várias previsões disponíveis;
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Lei N° 12.608 de 10 de Ab
LEI N° 12.608, DE 10 DE ABRIL DE 2012
Institui a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil sobre o Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil Conselho Nacional de Proteção e Defesa Civil criação de sistema de informações e monitoramento de desastres; altera as Leis n°s 12.340, de 1° de dezembro de 2010, 10.257, de 10 de julho de 2001, 6.766, de 19 de dezembro d1991, e 9.394, de 20 de dezembro de 1996; e dá outras providências.
O VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no exercício do cargo de PRESIDENTE DA REPÚBLICA Fazdecreta e eu sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1° Esta Lei institui a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil PNPDEC, dispõe sobre o Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil SINPDEC e o Conselho Nacional de Proteção e Defesa Civil CONPDEC, autoriza a crimonitoramento de desastres e dá outras providências.
Parágrafo único. As definições técnicas para aplicação desta Lei serão estabelecidas em ato do Poder Executivo federal
Art. 2° É dever da União, dos Estados, do DistritMunicípios adotar as medidas necessárias à redução dos riscos de desastre.
§ 1° As medidas previstas no caput poderão ser adotadas com a colaboração de entidades públicas ou privadas e da sociedade em geral.
§ 2° A incerteza quanto ao riscoadoção das medidas preventivas e mitigadoras da situação de risco.
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10 de Abril de 2012 “Lei de Proteção e Defesa Civil”
Senado Federal Subsecretaria de Informações
LEI N° 12.608, DE 10 DE ABRIL DE 2012
Institui a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil - PNPDEC; dispõe sobre o Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil - Conselho Nacional de Proteção e Defesa Civil - CONPDEC; autoriza a criação de sistema de informações e monitoramento de desastres; altera as Leis n°s 12.340, de 1° de dezembro de 2010, 10.257, de 10 de julho de 2001, 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.239, de 4 de outubro de 1991, e 9.394, de 20 de dezembro de 1996; e dá outras providências.
PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no exercício do cargo de PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faz saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1° Esta Lei institui a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil PNPDEC, dispõe sobre o Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil SINPDEC e o Conselho Nacional de Proteção e Defesa Civil CONPDEC, autoriza a criação de sistema de informações e monitoramento de desastres e dá outras providências.
Parágrafo único. As definições técnicas para aplicação desta Lei serão estabelecidas em ato do Poder Executivo federal.
Art. 2° É dever da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios adotar as medidas necessárias à redução dos riscos de
§ 1° As medidas previstas no caput poderão ser adotadas com a colaboração de entidades públicas ou privadas e da sociedade em geral.
§ 2° A incerteza quanto ao risco de desastre não constituirá óbice para a adoção das medidas preventivas e mitigadoras da situação de risco.
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“Lei de Proteção e Defesa Civil”
PNPDEC; dispõe SINPDEC e o
CONPDEC; autoriza a criação de sistema de informações e monitoramento de desastres; altera as Leis n°s 12.340, de 1° de dezembro de 2010, 10.257, de 10 de julho
e 1979, 8.239, de 4 de outubro de 1991, e 9.394, de 20 de dezembro de 1996; e dá outras providências.
PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no exercício do cargo de saber que o Congresso Nacional
Art. 1° Esta Lei institui a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil - PNPDEC, dispõe sobre o Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil - SINPDEC e o Conselho Nacional de Proteção e Defesa Civil -
ação de sistema de informações e
Parágrafo único. As definições técnicas para aplicação desta Lei serão
o Federal e dos Municípios adotar as medidas necessárias à redução dos riscos de
§ 1° As medidas previstas no caput poderão ser adotadas com a colaboração de entidades públicas ou privadas e da sociedade em geral.
de desastre não constituirá óbice para a adoção das medidas preventivas e mitigadoras da situação de risco.
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CAPÍTULO II
DA POLÍTICA NACIONAL DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL - PNPDEC
Seção I
Diretrizes e Objetivos
Art. 3° A PNPDEC abrange as ações de prevenção, mitigação, preparação, resposta e recuperação voltadas à proteção e defesa civil.
Parágrafo único. A PNPDEC deve integrar-se às políticas de ordenamento territorial, desenvolvimento urbano, saúde, meio ambiente, mudanças climáticas, gestão de recursos hídricos, geologia, infraestrutura, educação, ciência e tecnologia e às demais políticas setoriais, tendo em vista a promoção do desenvolvimento sustentável.
Art. 4° São diretrizes da PNPDEC:
I - atuação articulada entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios para redução de desastres e apoio às comunidades atingidas;
II - abordagem sistêmica das ações de prevenção, mitigação, preparação, resposta e recuperação;
III - a prioridade às ações preventivas relacionadas à minimização de desastres;
IV - adoção da bacia hidrográfica como unidade de análise das ações de prevenção de desastres relacionados a corpos d'água;
V - planejamento com base em pesquisas e estudos sobre áreas de risco e incidência de desastres no território nacional;
VI - participação da sociedade civil.
Art. 5° São objetivos da PNPDEC:
I - reduzir os riscos de desastres;
II - prestar socorro e assistência às populações atingidas por desastres;
III - recuperar as áreas afetadas por desastres;
IV - incorporar a redução do risco de desastre e as ações de proteção e defesa civil entre os elementos da gestão territorial e do planejamento das políticas setoriais;
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V - promover a continuidade das ações de proteção e defesa civil;
VI - estimular o desenvolvimento de cidades resilientes e os processos sustentáveis de urbanização;
VII - promover a identificação e avaliação das ameaças, suscetibilidades e vulnerabilidades a desastres, de modo a evitar ou reduzir sua ocorrência;
VIII - monitorar os eventos meteorológicos, hidrológicos, geológicos, biológicos, nucleares, químicos e outros potencialmente causadores de desastres;
IX - produzir alertas antecipados sobre a possibilidade de ocorrência de desastres naturais;
X - estimular o ordenamento da ocupação do solo urbano e rural, tendo em vista sua conservação e a proteção da vegetação nativa, dos recursos hídricos e da vida humana;
XI - combater a ocupação de áreas ambientalmente vulneráveis e de risco e promover a realocação da população residente nessas áreas;
XII - estimular iniciativas que resultem na destinação de moradia em local seguro;
XIII - desenvolver consciência nacional acerca dos riscos de desastre;
XIV - orientar as comunidades a adotar comportamentos adequados de prevenção e de resposta em situação de desastre e promover a autoproteção; e
XV - integrar informações em sistema capaz de subsidiar os órgãos do SINPDEC na previsão e no controle dos efeitos negativos de eventos adversos sobre a população, os bens e serviços e o meio ambiente.
Seção II
Das Competências dos Entes Federados
Art. 6° Compete à União:
I - expedir normas para implementação e execução da PNPDEC;
II - coordenar o SINPDEC, em articulação com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
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III - promover estudos referentes às causas e possibilidades de ocorrência de desastres de qualquer origem, sua incidência, extensão e consequência;
IV - apoiar os Estados, o Distrito Federal e os Municípios no mapeamento das áreas de risco, nos estudos de identificação de ameaças, suscetibilidades, vulnerabilidades e risco de desastre e nas demais ações de prevenção, mitigação, preparação, resposta e recuperação;
V - instituir e manter sistema de informações e monitoramento de desastres;
VI - instituir e manter cadastro nacional de municípios com áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos;
VII - instituir e manter sistema para declaração e reconhecimento de situação de emergência ou de estado de calamidade pública;
VIII - instituir o Plano Nacional de Proteção e Defesa Civil;
IX - realizar o monitoramento meteorológico, hidrológico e geológico das áreas de risco, bem como dos riscos biológicos, nucleares e químicos, e produzir alertas sobre a possibilidade de ocorrência de desastres, em articulação com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
X - estabelecer critérios e condições para a declaração e o reconhecimento de situações de emergência e estado de calamidade pública;
XI - incentivar a instalação de centros universitários de ensino e pesquisa sobre desastres e de núcleos multidisciplinares de ensino permanente e a distância, destinados à pesquisa, extensão e capacitação de recursos humanos, com vistas no gerenciamento e na execução de atividades de proteção e defesa civil;
XII - fomentar a pesquisa sobre os eventos deflagradores de desastres; e
XIII - apoiar a comunidade docente no desenvolvimento de material didático-pedagógico relacionado ao desenvolvimento da cultura de prevenção de desastres.
§ 1° O Plano Nacional de Proteção e Defesa Civil conterá, no mínimo:
I - a identificação dos riscos de desastres nas regiões geográficas e grandes bacias hidrográficas do País; e
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II - as diretrizes de ação governamental de proteção e defesa civil no âmbito nacional e regional, em especial quanto à rede de monitoramento meteorológico, hidrológico e geológico e dos riscos biológicos, nucleares e químicos e à produção de alertas antecipados das regiões com risco de desastres.
§ 2° Os prazos para elaboração e revisão do Plano Nacional de Proteção e Defesa Civil serão definidos em regulamento.
Art. 7° Compete aos Estados:
I - executar a PNPDEC em seu âmbito territorial;
II - coordenar as ações do SINPDEC em articulação com a União e os Municípios;
III - instituir o Plano Estadual de Proteção e Defesa Civil;
IV - identificar e mapear as áreas de risco e realizar estudos de identificação de ameaças, suscetibilidades e vulnerabilidades, em articulação com a União e os Municípios;
V - realizar o monitoramento meteorológico, hidrológico e geológico das áreas de risco, em articulação com a União e os Municípios;
VI - apoiar a União, quando solicitado, no reconhecimento de situação de emergência e estado de calamidade pública;
VII - declarar, quando for o caso, estado de calamidade pública ou situação de emergência; e
VIII - apoiar, sempre que necessário, os Municípios no levantamento das áreas de risco, na elaboração dos Planos de Contingência de Proteção e Defesa Civil e na divulgação de protocolos de prevenção e alerta e de ações emergenciais.
Parágrafo único. O Plano Estadual de Proteção e Defesa Civil conterá, no mínimo:
I - a identificação das bacias hidrográficas com risco de ocorrência de desastres; e
II - as diretrizes de ação governamental de proteção e defesa civil no âmbito estadual, em especial no que se refere à implantação da rede de monitoramento meteorológico, hidrológico e geológico das bacias com risco de desastre.
Art. 8° Compete aos Municípios:
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I - executar a PNPDEC em âmbito local;
II - coordenar as ações do SINPDEC no âmbito local, em articulação com a União e os Estados;
III - incorporar as ações de proteção e defesa civil no planejamento municipal;
IV - identificar e mapear as áreas de risco de desastres;
V - promover a fiscalização das áreas de risco de desastre e vedar novas ocupações nessas áreas;
VI - declarar situação de emergência e estado de calamidade pública;
VII - vistoriar edificações e áreas de risco e promover, quando for o caso, a intervenção preventiva e a evacuação da população das áreas de alto risco ou das edificações vulneráveis;
VIII - organizar e administrar abrigos provisórios para assistência à população em situação de desastre, em condições adequadas de higiene e segurança;
IX - manter a população informada sobre áreas de risco e ocorrência de eventos extremos, bem como sobre protocolos de prevenção e alerta e sobre as ações emergenciais em circunstâncias de desastres;
X - mobilizar e capacitar os radioamadores para atuação na ocorrência de desastre;
XI - realizar regularmente exercícios simulados, conforme Plano de Contingência de Proteção e Defesa Civil;
XII - promover a coleta, a distribuição e o controle de suprimentos em situações de desastre;
XIII - proceder à avaliação de danos e prejuízos das áreas atingidas por desastres;
XIV - manter a União e o Estado informados sobre a ocorrência de desastres e as atividades de proteção civil no Município;
XV - estimular a participação de entidades privadas, associações de voluntários, clubes de serviços, organizações não governamentais e associações de classe e comunitárias nas ações do SINPDEC e promover o treinamento de associações de voluntários para atuação conjunta com as comunidades apoiadas; e
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XVI - prover solução de moradia temporária às famílias atingidas por desastres.
Art. 9° Compete à União, aos Estados e aos Municípios:
I - desenvolver cultura nacional de prevenção de desastres,
destinada ao desenvolvimento da consciência nacional acerca dos riscos de desastre no País;
II - estimular comportamentos de prevenção capazes de evitar ou minimizar a ocorrência de desastres;
III - estimular a reorganização do setor produtivo e a reestruturação econômica das áreas atingidas por desastres;
IV - estabelecer medidas preventivas de segurança contra desastres em escolas e hospitais situados em áreas de risco;
V - oferecer capacitação de recursos humanos para as ações de proteção e defesa civil; e
VI - fornecer dados e informações para o sistema nacional de informações e monitoramento de desastres.
CAPÍTULO III
DO SISTEMA NACIONAL DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL - SINPDEC
Seção I
Disposições Gerais
Art. 10. O SINPDEC é constituído pelos órgãos e entidades da administração pública federal, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e pelas entidades públicas e privadas de atuação significativa na área de proteção e defesa civil.
Parágrafo único. O SINPDEC tem por finalidade contribuir no processo de planejamento, articulação, coordenação e execução dos programas, projetos e ações de proteção e defesa civil.
Art. 11. O SINPDEC será gerido pelos seguintes órgãos:
I - órgão consultivo: CONPDEC;
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II - órgão central, definido em ato do Poder Executivo federal, com a finalidade de coordenar o sistema;
III - os órgãos regionais estaduais e municipais de proteção e defesa civil; e
IV - órgãos setoriais dos 3 (três) âmbitos de governo.
Parágrafo único. Poderão participar do SINPDEC as organizações comunitárias de caráter voluntário ou outras entidades com atuação significativa nas ações locais de proteção e defesa civil.
Seção II
Do Conselho Nacional de Proteção e Defesa Civil - CONPDEC
Art. 12. O CONPDEC, órgão colegiado integrante do Ministério da Integração Nacional, terá por finalidades:
I - auxiliar na formulação, implementação e execução do Plano Nacional de Proteção e Defesa Civil;
II - propor normas para implementação e execução da PNPDEC;
III - expedir procedimentos para implementação, execução e monitoramento da PNPDEC, observado o disposto nesta Lei e em seu regulamento;
IV - propor procedimentos para atendimento a crianças, adolescentes, gestantes, idosos e pessoas com deficiência em situação de desastre, observada a legislação aplicável; e
V - acompanhar o cumprimento das disposições legais e regulamentares de proteção e defesa civil.
§ 1° A organização, a composição e o funcionamento do CONPDEC serão estabelecidos em ato do Poder Executivo federal.
§ 2° O CONPDEC contará com representantes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e da sociedade civil organizada, incluindo-se representantes das comunidades atingidas por desastre, e por especialistas de notório saber.
CAPÍTULO IV
DISPOSIÇÕES FINAIS
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Art. 13. Fica autorizada a criação de sistema de informações de monitoramento de desastres, em ambiente informatizado, que atuará por meio de base de dados compartilhada entre os integrantes do SINPDEC visando ao oferecimento de informações atualizadas para prevenção, mitigação, alerta, resposta e recuperação em situações de desastre em todo o território nacional.
Art. 14. Os programas habitacionais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios devem priorizar a relocação de comunidades atingidas e de moradores de áreas de risco.
Art. 15. A União poderá manter linha de crédito específica, por intermédio de suas agências financeiras oficiais de fomento, destinada ao capital de giro e ao investimento de sociedades empresariais, empresários individuais e pessoas físicas ou jurídicas em Municípios atingidos por desastre que tiverem a situação de emergência ou o estado de calamidade pública reconhecido pelo Poder Executivo federal.
Art. 16. Fica a União autorizada a conceder incentivo ao Município que adotar medidas voltadas ao aumento da oferta de terra urbanizada para utilização em habitação de interesse social, por meio dos institutos previstos na Lei n° 10.257, de 10 de julho de 2001, na forma do regulamento.
Parágrafo único. O incentivo de que trata o caput compreenderá a transferência de recursos para a aquisição de terrenos destinados a programas de habitação de interesse social.
Art. 17. Em situações de iminência ou ocorrência de desastre, ficam os órgãos competentes autorizados a transferir bens apreendidos em operações de combate e repressão a crimes para os órgãos de proteção e defesa civil.
Art. 18. Para fins do disposto nesta Lei, consideram-se agentes de proteção e defesa civil:
I - os agentes políticos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios responsáveis pela direção superior dos órgãos do SINPDEC;
II - os agentes públicos responsáveis pela coordenação e direção de órgãos ou entidades públicas prestadores dos serviços de proteção e defesa civil;
III - os agentes públicos detentores de cargo, emprego ou função pública, civis ou militares, com atribuições relativas à prestação ou execução dos serviços de proteção e defesa civil; e
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IV - os agentes voluntários, vinculados a entidades privadas ou prestadores de serviços voluntários que exercem, em caráter suplementar, serviços relacionados à proteção e defesa civil.
Parágrafo único. Os órgãos do SINPDEC adotarão, no âmbito de suas competências, as medidas pertinentes para assegurar a profissionalização e a qualificação, em caráter permanente, dos agentes públicos referidos no inciso III.
Art. 19. Aplicam-se ao Distrito Federal as competências atribuídas nesta Lei aos Estados e aos Municípios.
Art. 20. A ementa da Lei n° 12.340, de 1° de dezembro de 2010, passa a vigorar com a seguinte redação: "Dispõe sobre as transferências de recursos da União aos órgãos e entidades dos Estados, Distrito Federal e Municípios para a execução de ações de resposta e recuperação nas áreas atingidas por desastre, e sobre o Fundo Especial para Calamidades Públicas; e dá outras providências."
Art. 21. Os arts. 4° e 5° da Lei n° 12.340, de 1° de dezembro de 2010, passam a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 4° São obrigatórias as transferências da União aos órgãos e entidades dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios para a execução de ações de resposta e recuperação, observados os requisitos e procedimentos previstos nesta Lei.
§ 1° As ações de que trata o caput serão definidas em regulamento, e o órgão central do SINPDEC definirá o montante de recursos a ser transferido, mediante depósito em conta específica mantida pelo ente beneficiário em instituição financeira oficial federal, de acordo com sua disponibilidade orçamentária e financeira e com base nas informações obtidas perante o ente federativo.
§ 2° No caso de execução de ações de recuperação, o ente beneficiário deverá apresentar plano de trabalho ao órgão central do SINPDEC no prazo máximo de 90 (noventa) dias da ocorrência do desastre." (NR)
"Art. 5° O órgão central do SINPDEC acompanhará e fiscalizará a aplicação dos recursos transferidos na forma do art. 4°.
.........................................................................................................
§ 2° Os entes beneficiários das transferências de que trata o caput deverão apresentar ao órgão central do SINPDEC a prestação de contas do total dos recursos recebidos, na forma do regulamento.
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§ 3° Os entes beneficiários manterão, pelo prazo de 5 (cinco) anos, contados da data de aprovação da prestação de contas de que trata o § 2°, os documentos a ela referentes, inclusive os comprovantes de pagamentos efetuados com os recursos financeiros transferidos na forma desta Lei, ficando obrigados a disponibilizá- los, sempre que solicitado, ao órgão central do SINPDEC, ao Tribunal de Contas da União e ao Sistema de Controle Interno do Poder Executivo federal." (NR)
Art. 22. A Lei n° 12.340, de 1° de dezembro de 2010, passa a vigorar acrescida dos seguintes arts. 3°-A, 3°-B e 5°-A:
"Art. 3°-A. O Governo Federal instituirá cadastro nacional de municípios com áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos, conforme regulamento.
§ 1° A inscrição no cadastro previsto no caput dar-se-á por iniciativa do Município ou mediante indicação dos demais entes federados, observados os critérios e procedimentos previstos em regulamento.
§ 2° Os Municípios incluídos no cadastro deverão:
I - elaborar mapeamento contendo as áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos;
II - elaborar Plano de Contingência de Proteção e Defesa Civil e instituir órgãos municipais de defesa civil, de acordo com os procedimentos estabelecidos pelo órgão central do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil - SINPDEC;
III - elaborar plano de implantação de obras e serviços para a redução de riscos de desastre;
IV - criar mecanismos de controle e fiscalização para evitar a edificação em áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos; e
V - elaborar carta geotécnica de aptidão à urbanização, estabelecendo diretrizes urbanísticas voltadas para a segurança dos novos parcelamentos do solo e para o aproveitamento de agregados para a construção civil.
§ 3° A União e os Estados, no âmbito de suas competências, apoiarão os Municípios na efetivação das medidas previstas no § 2°.
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§ 4° Sem prejuízo das ações de monitoramento desenvolvidas pelos Estados e Municípios, o Governo Federal publicará, periodicamente, informações sobre a evolução das ocupações em áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos nos Municípios constantes do cadastro.
§ 5° As informações de que trata o § 4° serão encaminhadas, para conhecimento e providências, aos Poderes Executivo e Legislativo dos respectivos Estados e Municípios e ao Ministério Público.
§ 6° O Plano de Contingência de Proteção e Defesa Civil será elaborado no prazo de 1 (um) ano, sendo submetido a avaliação e prestação de contas anual, por meio de audiência pública, com ampla divulgação."
"Art. 3°-B. Verificada a existência de ocupações em áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos, o município adotará as providências para redução do risco, dentre as quais, a execução de plano de contingência e de obras de segurança e, quando necessário, a remoção de edificações e o reassentamento dos ocupantes em local seguro.
§ 1° A efetivação da remoção somente se dará mediante a prévia observância dos seguintes procedimentos:
I - realização de vistoria no local e elaboração de laudo técnico que demonstre os riscos da ocupação para a integridade física dos ocupantes ou de terceiros; e
II - notificação da remoção aos ocupantes acompanhada de cópia do laudo técnico e, quando for o caso, de informações sobre as alternativas oferecidas pelo poder público para assegurar seu direito à moradia.
§ 2° Na hipótese de remoção de edificações, deverão ser adotadas medidas que impeçam a reocupação da área.
§ 3° Aqueles que tiverem suas moradias removidas deverão ser abrigados, quando necessário, e cadastrados pelo Município para garantia de atendimento habitacional em caráter definitivo, de acordo com os critérios dos programas públicos de habitação de interesse social."
"Art. 5°-A. Constatada, a qualquer tempo, a presença de vícios nos documentos apresentados, ou a inexistência do estado de calamidade pública ou da situação de emergência declarados, o ato administrativo que tenha autorizado a realização da transferência obrigatória perderá
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seus efeitos, ficando o ente beneficiário obrigado a devolver os valores repassados, devidamente atualizados.
Parágrafo único. Sem prejuízo do disposto no caput, ocorrendo indícios de falsificação de documentos pelo ente federado, deverão ser notificados o Ministério Público Federal e o Ministério Público Estadual respectivo, para adoção das providências cabíveis."
Art. 23. É vedada a concessão de licença ou alvará de construção em áreas de risco indicadas como não edificáveis no plano diretor ou legislação dele derivada.
Art. 24. O inciso VI do art. 2° da Lei n° 10.257, de 10 de julho de 2001, passa a vigorar acrescido da seguinte alínea h:
"Art. 2° .....................................................................................
VI - ..........................................................................................
h) a exposição da população a riscos de desastres.
.............................................................................................." (NR)
Art. 25. O art. 41 da Lei n° 10.257, de 10 de julho de 2001, passa a vigorar acrescido do seguinte inciso VI:
"Art. 41. ...................................................................................
VI - incluídas no cadastro nacional de Municípios com áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos.
.............................................................................................." (NR)
Art. 26. A Lei n° 10.257, de 10 de julho de 2001, passa a vigorar acrescida dos seguintes arts. 42-A e 42-B:
"Art. 42-A. Além do conteúdo previsto no art. 42, o plano diretor dos Municípios incluídos no cadastro nacional de municípios com áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos deverá conter:
I - parâmetros de parcelamento, uso e ocupação do solo, de modo a promover a diversidade de usos e a contribuir para a geração de emprego e renda;
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II - mapeamento contendo as áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos;
III - planejamento de ações de intervenção preventiva e realocação de população de áreas de risco de desastre;
IV - medidas de drenagem urbana necessárias à prevenção e à mitigação de impactos de desastres; e
V - diretrizes para a regularização fundiária de assentamentos urbanos irregulares, se houver, observadas a Lei n° 11.977, de 7 de julho de 2009, e demais normas federais e estaduais pertinentes, e previsão de áreas para habitação de interesse social por meio da demarcação de zonas especiais de interesse social e de outros instrumentos de política urbana, onde o uso habitacional for permitido.
§ 1° A identificação e o mapeamento de áreas de risco levarão em conta as cartas geotécnicas.
§ 2° O conteúdo do plano diretor deverá ser compatível com as disposições insertas nos planos de recursos hídricos, formulados consoante a Lei n° 9.433, de 8 de janeiro de 1997.
§ 3° Os Municípios adequarão o plano diretor às disposições deste artigo, por ocasião de sua revisão, observados os prazos legais.
§ 4° Os Municípios enquadrados no inciso VI do art. 41 desta Lei e que não tenham plano diretor aprovado terão o prazo de 5 (cinco) anos para o seu encaminhamento para aprovação pela Câmara Municipal."
"Art. 42-B. Os Municípios que pretendam ampliar o seu perímetro urbano após a data de publicação desta Lei deverão elaborar projeto específico que contenha, no mínimo:
I - demarcação do novo perímetro urbano;
II - delimitação dos trechos com restrições à urbanização e dos trechos sujeitos a controle especial em função de ameaça de desastres naturais;
III - definição de diretrizes específicas e de áreas que serão utilizadas para infraestrutura, sistema viário, equipamentos e instalações públicas, urbanas e sociais;
IV - definição de parâmetros de parcelamento, uso e ocupação do solo, de modo a promover a diversidade de usos e contribuir para a geração de emprego e renda;
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V - a previsão de áreas para habitação de interesse social por meio da demarcação de zonas especiais de interesse social e de outros instrumentos de política urbana, quando o uso habitacional for permitido;
VI - definição de diretrizes e instrumentos específicos para proteção ambiental e do patrimônio histórico e cultural; e
VII - definição de mecanismos para garantir a justa distribuição dos ônus e benefícios decorrentes do processo de urbanização do território de expansão urbana e a recuperação para a coletividade da valorização imobiliária resultante da ação do poder público.
§ 1° O projeto específico de que trata o caput deste artigo deverá ser instituído por lei municipal e atender às diretrizes do plano diretor, quando houver.
§ 2° Quando o plano diretor contemplar as exigências estabelecidas no caput, o Município ficará dispensado da elaboração do projeto específico de que trata o caput deste artigo.
§ 3° A aprovação de projetos de parcelamento do solo no novo perímetro urbano ficará condicionada à existência do projeto específico e deverá obedecer às suas disposições."
Art. 27. O art. 12 da Lei n° 6.766, de 19 de dezembro de 1979, passa a vigorar com a seguinte redação, renumerando-se o atual parágrafo único para § 1°:
"Art. 12. ...................................................................................
§ 1°O projeto aprovado deverá ser executado no prazo constante do cronograma de execução, sob pena de caducidade da aprovação.
§ 2° Nos Municípios inseridos no cadastro nacional de municípios com áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos, a aprovação do projeto de que trata o caput ficará vinculada ao atendimento dos requisitos constantes da carta geotécnica de aptidão à urbanização.
§ 3° É vedada a aprovação de projeto de loteamento e desmembramento em áreas de risco definidas como não edificáveis, no plano diretor ou em legislação dele derivada." (NR)
Art. 28. O art. 3° da Lei n° 8.239, de 4 de outubro de 1991, que regulamenta os §§ 1° e 2° do art. 143 da Constituição Federal, que dispõem sobre a prestação de Serviço Alternativo ao Serviço Militar Obrigatório, passa a vigorar acrescido dos seguintes §§ 4° e 5°:
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"Art. 3° .....................................................................................
§ 4° O Serviço Alternativo incluirá o treinamento para atuação em áreas atingidas por desastre, em situação de emergência e estado de calamidade, executado de forma integrada com o órgão federal responsável pela implantação das ações de proteção e defesa civil.
§ 5° A União articular-se-á com os Estados e o Distrito Federal para a execução do treinamento a que se refere o § 4° deste artigo." (NR)
Art. 29. O art. 26 da Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, passa a vigorar acrescido do seguinte § 7°:
"Art. 26. ..................................................................................
§ 7° Os currículos do ensino fundamental e médio devem incluir os princípios da proteção e defesa civil e a educação ambiental de forma integrada aos conteúdos obrigatórios." (NR)
Art. 30. Ficam revogados os arts. 1°, 2° e 17 da Lei 12.340, de 1° de dezembro de 2010.
Art. 31. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, com exceção do disposto no § 2° do art. 12 da Lei n° 6.766, de 19 de dezembro de 1979, que entrará em vigor após decorridos 2 (dois) anos da data de sua publicação oficial.
Brasília, 10 de abril de 2012; 191° da Independência e 124° da República.
MICHEL TEMER
José Eduardo Cardozo
Luiz Antonio Rodríguez Elias
Izabella Mônica Vieira Teixeira
Alexandre Navarro Garcia
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DECRETO Nº 731 de 16 de dezembro de 2011
(Criação do GT- Plano de Risco)
Constitui Grupo de Trabalho do Plano de Riscos de Escorregamentos de Encostas – GT – PLANO DE RISCOS, não contemplando riscos associados à inundações.
O Prefeito do Município de Petrópolis, usando de
suas atribuições legais, e
CONSIDERANDO o histórico de acidentes de escorregamentos de encostas ocorridos no município de Petrópolis, particularmente aqueles causados pelas chuvas de verão;
CONSIDERANDO a necessidade de integração das ações e medidas de prevenção e mitigação de riscos, bem como, de articulação de investimentos das diferentes secretarias municipais, órgãos estaduais e federais e instituições da sociedade civil;
CONSIDERANDO a necessidade de constante revisão e aperfeiçoamento do Plano Municipal de Redução de Riscos, bem como de adoção de medidas que visem a prevenção e a mitigação de riscos de acidentes relacionados a escorregamentos de encostas;
CONSIDERANDO a necessidade de participação do município de Petrópolis no cadastro nacional de municípios com áreas propícias à ocorrência de deslizamentos de grande impacto ou de processos geológicos correlatos, estabelecido pela Medida Provisória (MP) 547, de 13 de outubro de 2011
D E C R E T A
Art. 1º – Fica instituído o Grupo de Trabalho do Plano de Riscos de Escorregamentos de Encostas – GT – PLANO DE RISCOS, com a finalidade de planejar as ações visando a prevenção e a mitigação dos riscos de escorregamentos no município de Petrópolis.
Art. 2o – Para o cumprimento da sua finalidade, o GT – PLANO DE RISCOS deverá realizar atividades tais como:
a) formulação de planos, programas e projetos que visem a realização de obras e serviços que tratem da redução de riscos de escorregamentos de encostas;
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b) formulação, indicação e acompanhamento de medidas que visem a mitigação de riscos em assentamentos humanos já existentes e áreas de entorno;
c) formulação, indicação e acompanhamento de medidas que visem a prevenção de riscos futuros, como o impedimento de ocupação de áreas inadequadas;
d) promoção de articulação de medidas das secretarias participantes, de outras secretarias municipais, de órgãos públicos estaduais e federais e sociedade civil;
e) busca de recursos e financiamentos em órgãos públicos federais, estaduais e instituições internacionais para redução de riscos;
f) realização de atividades afins, assessórias ao funcionamento da GT – PLANO DE RISCOS.
Art. 3º – O GT – PLANO DE RISCOS será composto por 01 (um) representante e 01 (um) suplente das Secretarias Municipais de: Planejamento e Urbanismo,
Obras, Habitação, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Trabalho, Assistência Social e Cidadania e da Coordenadoria de Defesa Civil.
§ 1º – Os titulares dos órgãos deverão indicar seu representante em até 05 (cinco) dias a partir da data de publicação deste Decreto, à Secretaria de Habitação.
§ 2º – Os membros definirão em Regimento Interno sua metodologia de trabalho e coordenação das atividades.
§ 3º – O GT – PLANO DE RISCOS poderá convidar representantes de outros órgãos públicos e de entidades da sociedade civil para participar das suas reuniões e atividades.
Art. 7º – Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. (Proc. nº 18532/2011) Gabinete do Prefeito de Petrópolis, em 16 de dezembro de 2011.
PAULO MUSTRANGI Prefeito
HENRY DAVID GRAZINOLI Procurador Geral
KELSON VIEIRA SENRA Secretário de Habitação