Upload
hathuan
View
218
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
Nova Petrópolis - RS
2016
FACULDADE CENECISTA DE NOVA PETRÓPOLIS – FACENP
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
SILVANA JULIANE LOESER
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DE
DISTRIBUIDORAS DE ENERGIA ELÉTRICA DO RIO
GRANDE DO SUL
Nova Petrópolis - RS
2016
Silvana Juliane Loeser
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DE
DISTRIBUIDORAS DE ENERGIA ELÉTRICA DO RIO
GRANDE DO SUL
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao
Curso de Graduação em Ciências Contábeis da
Faculdade Cenecista de Nova Petrópolis como
parte dos requisitos para obtenção do título de
Bacharel em Ciências Contábeis.
Orientador: Prof. Esp. Márcio Schumann dos Santos
SILVANA JULIANE LOESER
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DE DISTRIBUIDORAS
DE ENERGIA ELÉTRICA DO RIO GRANDE DO SUL
Trabalho de Conclusão de Curso, aprovado como requisito parcial para obtenção
do grau Bacharel em Ciências Contábeis no Curso de Ciências Contábeis da
Faculdade Cenecista de Nova Petrópolis.
Habilitação: Ciências Contábeis
Data de Aprovação:
02/12/2016
Banca Examinadora:
___________________________________________
Prof. Esp. Márcio Schumann dos Santos
Orientador
Faculdade Cenecista de Nova Petrópolis
___________________________________________
Prof. Ma. Gisela Schaffer
Presidente da Banca
Faculdade Cenecista de Nova Petrópolis
___________________________________________
Prof. Esp. Ricardo Grings
Secretário da Banca
Faculdade Cenecista de Nova Petrópolis
DEDICATÓRIA
A minha família, que é a base de tudo. O amor da família é o alicerce
para qualquer sucesso.
AGRADECIMENTO
Agradeço primeiramente a Deus, pois só ele tem o poder de permitir
que concluísse está etapa importante na minha vida.
Quero agradecer também especialmente ao professor Márcio
Schumann dos Santos pela paciência que teve ao longo do semestre
para me passar uma parte dos seus conhecimentos.
Agradeço também aos demais professores da FACENP, que ao longo
da minha vida acadêmica me passaram os conhecimentos necessários
para que eu pudesse concluir essa etapa.
Agradeço a minha família, que acreditarem em mim e me derem
forças sempre.
Por fim, ainda em especial, agradeço ao meu namorado Márcio, que
teve o mérito de me aguentar e me apoiar ao longo deste ano.
Obrigada!!
“Portanto, agora existem estas três coisas:
A fé, a esperança e o amor.
Porém a maior delas é o amor”.
Coríntios 13.13
RESUMO
O presente trabalho aborda uma análise econômica e financeira das demonstrações contábeis
apresentadas por três empresas distribuidoras de energia elétrica do Rio Grande do Sul. O
setor de energia elétrica é um importante segmento da economia brasileira. O objetivo geral
deste trabalho consiste em verificar como está a situação econômica e financeira destas
empresas. Como bases bibliográficas, o referencial teórico aborda a contabilidade em si, a
análise das demonstrações contábeis, as demonstrações contábeis obrigatórias e os principais
indicadores utilizados para a avaliação do desempenho nas empresas. A análise das
demonstrações por meio de indicadores auxilia aos usuários da informação contábil e demais
interessados na tomada de decisões. Neste trabalho é feito o uso da análise horizontal e
vertical do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício, bem como dos
principais indicadores de liquidez, rentabilidade, endividamento e estrutura, e atividades e por
fim a análise da alavancagem operacional e financeira das empresas. Em relação ao método
esta pesquisa é de natureza básica e aplicada, quanto à abordagem a pesquisa é qualitativa e
quantitativa, quanto aos objetivos é exploratória e descritiva e quanto aos meios a pesquisa é
bibliográfica, documental e estudo de caso. Em relação à coleta de dados, os dados utilizados
nesta pesquisa foram coletados no site da Bolsa de Valores de São Paulo e digitados em
planilhas Microsoft Excel® para que as análises propostas fossem realizadas. Foi objetivo
específico deste trabalho analisar a figura do profissional contador dentro da gestão nos dias
de hoje, um profissional que auxilia as empresas diretamente na tomada de decisões. Percebe-
se a partir das análises econômico-financeiras que a empresa CEEE-D apresenta os
indicadores mais insatisfatórios, sendo a empresa com a pior situação econômico-financeira
entre as demais analisadas. Já a AES Sul apresenta uma situação instável com uma tendência
de piora desde 2013 e a RGE é a melhor distribuidora gaúcha analisando a situação
econômico-financeira.
Palavras-chave: Análise Econômico-financeira. Indicadores. Demonstrações Contábeis.
ABSTRACT
This work discusses an economic and financial analysis of the financial statements submitted
by three electricity distributors in Rio Grande do Sul. The electricity sector is an important
segment of the Brazilian economy. The aim of this study is to check how the economic and
financial situation of these companies. As bibliographic databases, the theoretical framework
addresses the accounting itself, analysis of financial statements, the mandatory financial
statements and key performance indicators used to evaluate the performance of the
companies. The analysis of statements by indicators assists users of financial information and
other interested parties in making decisions. In this work, the use of horizontal and vertical
analysis of the Balance Sheet and the Income Statement as well as the main indicators of
liquidity, profitability, debt and structure, and activities and finally the analysis of operational
and financial leverage of companies. In relation to this research method, is basic and applied
in nature, the research approach is qualitative and quantitative, the aims are exploratory and
descriptive, and the means research are bibliographical, documentary and case study.
Regarding data collection, the data used in this study were collected on the site of BM&F
Bovespa and typed in Microsoft Excel® spreadsheets for the proposed analyzes were
performed. Still, it was a specific objective of this work to analyze the figure of the
professional accountant in management today, a professional who helps companies directly in
decision-making. It can be seen from the economic and financial analyzes that CEEE-D
company presents the most unsatisfactory indicators, being the company with the worst
economic and financial situation of the analyzed too. Already AES Sul has an unstable
situation with a tendency for worsening since 2013 and RGE is the best distributor analyzing
the economic and financial situation.
Key words: Economic and financial analysis. Indicators. Accounting statements.
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Estrutura do Balanço Patrimonial .......................................................................... 28
Quadro 2 – Estrutura do Ativo Não Circulante ........................................................................ 30
Quadro 3 – Divisão do Patrimônio Líquido ............................................................................. 32
Quadro 4 – Estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício ........................................ 34
Quadro 5 – Estrutura da Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados ......................... 35
Quadro 6 – Estrutura da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido ....................... 36
Quadro 7 – Estrutura da Demonstração dos Fluxos de Caixa .................................................. 37
Quadro 8 – Estrutura da Demonstração do Valor Adicionado ................................................. 39
Quadro 9 – Comparação entre Pesquisa Qualitativa x Quantitativa ........................................ 61
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Significado da Expressão Balanço Patrimonial ...................................................... 26
Figura 2 – Análise Vertical do Ativo da empresa AES Sul...................................................... 65
Figura 3 – Análise Horizontal do Ativo AES Sul .................................................................... 66
Figura 4 – Análise Vertical do Passivo AES Sul...................................................................... 67
Figura 5 – Análise Horizontal do Passivo AES Sul ................................................................. 68
Figura 6 – Análise Vertical do DRE AES SUL........................................................................ 69
Figura 7 – Análise Horizontal do DRE AES Sul...................................................................... 70
Figura 8 – Análise Vertical do Ativo da RGE .......................................................................... 70
Figura 9 – Análise Horizontal do Ativo da RGE...................................................................... 71
Figura 10 – Análise Vertical do Passivo da RGE ..................................................................... 72
Figura 11 – Análise Horizontal do Passivo da RGE ................................................................ 73
Figura 12 – Análise Vertical do DRE da RGE ......................................................................... 74
Figura 13 – Análise Horizontal do DRE da RGE ..................................................................... 74
Figura 14 – Análise Vertical do Ativo da CEEE-D.................................................................. 75
Figura 15 – Análise Horizontal do Ativo da CEEE-D ............................................................. 76
Figura 16 – Análise Vertical do Passivo da CEEE-D .............................................................. 77
Figura 17 – Análise Horizontal do Passivo da CEEE-D .......................................................... 78
Figura 18 – Análise Vertical do DRE da CEEE-D ................................................................... 78
Figura 19 – Análise Horizontal do DRE da CEEE-D .............................................................. 79
Figura 20 – Índice de Liquidez Geral ....................................................................................... 80
Figura 21 – Índice de Liquidez Corrente .................................................................................. 80
Figura 22 – Índice de Liquidez Seca ........................................................................................ 81
Figura 23 – Índice de Liquidez Imediata .................................................................................. 82
Figura 24 – Índice de Margem Bruta ....................................................................................... 83
Figura 25 – Índice de Margem Líquida .................................................................................... 83
Figura 26 – Índice de Giro do Ativo ........................................................................................ 84
Figura 27 – Índice de Retorno sobre o Ativo ........................................................................... 85
Figura 28 – Índice de Retorno sobre o Patrimônio Líquido ..................................................... 85
Figura 29 – Modelo Du Pont .................................................................................................... 86
Figura 30 – Índice de Endividamento Geral ............................................................................. 87
Figura 31 – Índice de Participação de Capital de Terceiros ..................................................... 88
Figura 32 – Índice de Imobilização do Patrimônio Líquido ..................................................... 89
Figura 33 – Índice de Prazo Médio de Recebimento ............................................................... 90
Figura 34 – Índice de Prazo Médio de Pagamento ................................................................... 91
Figura 35 – Alavancagem Financeira ....................................................................................... 92
Figura 36 – Alavancagem Operacional .................................................................................... 93
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
ANEEL: Agência Nacional de Energia Elétrica.
BM&FBOVESPA: Bolsa de Valores de São Paulo.
BP: Balanço Patrimonial.
CEEE-D: Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica.
CFC: Conselho Federal de Contabilidade.
CPC: Comitê de Pronunciamentos Contábeis.
CPFL: Companhia Paulista de Força e Luz.
CVM: Comissão de Valores Mobiliários.
DFC/DFLC: Demonstração dos Fluxos de Caixa.
DGC: Desempenho Global da Continuidade.
DLPA: Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados.
DRE: Demonstração do Resultado do Exercício.
DVA: Demonstração do Valor Adicionado.
DMPL: Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido.
LAJIR: Lucro antes dos Juros e Imposto de Renda.
LAIR: Lucro antes do Imposto de Renda.
RGE: Rio Grande Energia.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 15
1.1 CARACTERIZAÇÃO DAS EMPRESAS ............................................................. 16
1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ............................................................................. 16
1.3 OBJETIVOS ........................................................................................................... 17
1.3.1 Objetivo Geral ........................................................................................ 18
1.3.2 Objetivos Específicos. ............................................................................ 18
1.4 JUSTIFICATIVA ................................................................................................... 18
2 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 21
2.1 CONTABILIDADE ................................................................................................ 21
2.2 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ........................................... 22
2.3 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ...................................................................... 24
2.3.1 Balanço Patrimonial .............................................................................. 26
2.3.2 Principais Contas do Balanço Patrimonial .......................................... 28
2.3.2.1 Ativo Circulante ........................................................................ 29
2.3.2.2 Ativo Não Circulante ................................................................ 29
2.3.2.3 Passivo Circulante ..................................................................... 31
2.3.2.4 Passivo Não Circulante ............................................................. 31
2.3.2.5 Patrimônio Líquido ................................................................... 31
2.3.3 Demonstração do Resultado do Exercício ........................................... 33
2.3.4 Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados......................... 34
2.3.5 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido......................... 35
2.3.6 Demonstração dos Fluxos de Caixa ...................................................... 36
2.3.7 Demonstração do Valor Adicionado .................................................... 38
2.4 ANÁLISE VERTICAL .......................................................................................... 40
2.5 ANÁLISE HORIZONTAL .................................................................................... 40
2.6 INDICADORES ECONÔMICOS E FINANCEIROS ........................................... 41
2.6.1 Índices de liquidez .................................................................................. 42
2.6.1.1 Liquidez Geral ........................................................................... 43
2.6.1.2 Liquidez Corrente...................................................................... 44
2.6.1.3 Liquidez Seca ............................................................................ 44
2.6.1.4 Liquidez Imediata...................................................................... 45
2.6.2 Índices de rentabilidade ........................................................................ 45
2.6.2.1 Margem bruta ............................................................................ 46
2.6.2.2 Margem líquida ......................................................................... 47
2.6.2.3 Giro do Ativo ............................................................................ 47
2.6.2.4 Retorno sobre o ativo ................................................................ 47
2.6.2.4 Retorno sobre o patrimônio líquido .......................................... 48
2.6.2.5 Sistema de análise Du Pont ....................................................... 48
2.6.3 Índices de endividamento e estrutura .................................................. 50
2.6.3.1 Índice de endividamento geral .................................................. 50
2.6.3.2 Índice de participação de capital de terceiros ........................... 51
2.6.3.3 Índice de imobilização do patrimônio líquido .......................... 51
2.6.4 Índices de atividades .............................................................................. 52
2.6.4.1 Prazo médio de giro do estoque ................................................ 52
2.6.4.2 Prazo médio de recebimento ..................................................... 53
2.6.4.3 Prazo médio de pagamento ....................................................... 53
2.7 ALAVANCAGEM FINANCEIRA E OPERACIONAL ....................................... 54
2.7.1 Alavancagem financeira ........................................................................ 54
2.7.2 Alavancagem operacional ..................................................................... 55
2.8 A IMPORTÂNCIA DO PROFISSIONAL CONTÁBIL NA GESTÃO ................ 55
3 MÉTODO ............................................................................................................................. 58
3.1 TIPO DE PESQUISA QUANTO À NATUREZA ................................................. 59
3.2 TIPO DE PESQUISA QUANTO AOS OBJETIVOS ............................................ 59
3.3 TIPO DE PESQUISA QUANTO À ABORDAGEM ............................................ 60
3.4 TIPO DE PESQUISA QUANTO AOS MEIOS ..................................................... 61
3.5 COLETA DOS DADOS ......................................................................................... 62
3.6 ANÁLISE DOS DADOS ....................................................................................... 63
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ........................................................................................ 64
4.1 ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL ............................................................ 64
4.1.1 Análise vertical e horizontal da AES Sul ............................................. 64
4.1.2 Análise vertical e horizontal da RGE ................................................... 70
4.1.3 Análise vertical e horizontal da CEEE-D ............................................ 75
4.2 INDICADORES ECONÔMICOS E FINANCEIROS ........................................... 79
4.2.1 Índices de Liquidez ................................................................................ 79
4.2.2 Índices de Rentabilidade ....................................................................... 82
4.2.3 Índices de Endividamento e Estrutura ................................................ 87
4.2.4 Índices de Atividades ............................................................................. 89
4.2.5 Alavancagem Financeira e Operacional .............................................. 92
4.3 ANÁLISE ECONÔMICA E FINANCEIRA DAS EMPRESAS ........................... 94
4.3.1 Análise econômica e financeira da AES Sul ........................................ 94
4.3.2 Análise econômica e financeira da RGE .............................................. 95
4.3.4 Análise econômica e financeira da CEEE-D ....................................... 96
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 97
5.1 LIMITAÇÕES DO ESTUDO ................................................................................. 99
5.2 PESQUISAS FUTURAS ...................................................................................... 100
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 101
APÊNDICE 1 – QUADRO DE ÍNDICES AES SUL ......................................................... 104
APÊNDICE 2 – QUADRO DE ÍNDICES RGE ................................................................. 105
APÊNDICE 3 - QUADRO DE ÍNDICES CEEE-D ........................................................... 106
APÊNDICE 4 – DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DA EMPRESA AES SUL .......... 107
APÊNDICE 5 – DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DA EMPRESA RGE .................. 116
APÊNDICE 6 – DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DA EMPRESA CEEE-D ........... 124
15
1 INTRODUÇÃO
No cenário atual, com o processo de globalização, o ramo dos negócios encontra-se
cada vez mais concorrido e competitivo. A crise econômica mundial enfrentada atualmente
aumentou a necessidade das empresas analisarem seus concorrentes, buscando minimizar os
impactos dos seus pontos fracos e se fortificar no mercado.
Neste contexto, na busca incessante pela sobrevivência empresarial, a importância da
ciência contábil vem crescendo. Segundo Marion (2009) a contabilidade é o instrumento que
fornece o máximo de informações úteis para a tomada de decisões dentro e fora da empresa,
pois inúmeros usuários utilizam a contabilidade e buscam na análise de suas demonstrações a
resposta pelos seus questionamentos. Ainda conforme Iudícibus (2010, p. 5), a contabilidade
completa e caracteriza a análise de balanços como a “arte de saber extrair relações úteis, para
o objetivo econômico que temos em mente, dos relatórios contábeis tradicionais e de suas
extensões e detalhamentos, se for o caso”.
A globalização também proporcionou o desenvolvimento do setor elétrico brasileiro. A
energia elétrica produzida por meio de hidrelétricas consiste atualmente na principal fonte de
energia utilizada pela população brasileira. Nos últimos anos o setor elétrico, como os demais
setores, vem passando por dificuldades, a estagnação da economia e mudanças políticas nas
concessões das distribuidoras de energia afetaram diretamente o setor (FIGUEIRAS, 2016).
Nestas circunstâncias, a análise econômica e financeira passou a ser vista como uma
importante ferramenta para que se possa avaliar por meio de uma interpretação dos resultados
obtidos pela aplicação das fórmulas, como está representado o patrimônio das empresas e
principalmente, quais são os grupos ou contas de maior expressão e de que maneira estas
estão relacionadas e consequentemente, qual a dependência das mesmas com o mercado
externo (CARMONA et al., 2009).
O profissional contador ressurge neste ambiente com uma nova visão, tendo que se
adaptar com as novas exigências do mercado, representando hoje um dos principais responsáveis
em transformar os dados, quocientes advindos das fórmulas, em informações úteis e relevantes,
inter-relacionando todas as áreas da organização (FIGUEIREDO; CAGGIANO, 2008).
Desta maneira, tendo visto a relevância do setor, este trabalho busca uma abordagem
direta e conceitual com foco na análise das demonstrações contábeis publicadas por três
16
empresas distribuidoras de energia listadas na BM&FBOVESPA, objetivando assim verificar
por meio de indicadores econômicos e financeiros a situação que cada uma se encontra,
evidenciando os pontos mais relevantes e confrontando estes entre si a fim de verificar e
definir qual empresa está melhor estabelecida econômica e financeiramente.
1.1 CARACTERIZAÇÃO DAS EMPRESAS
Nesse trabalho, o objeto de estudo é a análise econômica e financeira das empresas de
distribuição de energia elétrica do estado do RS com base nas suas demonstrações contábeis
publicadas. Para caracterizar a representatividade de cada empresa, buscou-se informações no
site de cada entidade. As empresas analisadas serão a Rio Grande Energia S/A (RGE), a
Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica (CEEE-D) e a AES SUL
Distribuidora Gaúcha de Energia S/A.
Segundo informação obtida no site da empresa Rio Grande Energia (2016), a RGE é a
empresa gaúcha que mais atende municípios no estado: são 264 municípios que representam
54% do mercado consumidor gaúcho, sendo que sua abrangência engloba a região norte-
nordeste gaúcho. Atualmente a companhia pertence ao grupo CPFL Energia.
De acordo com o site da empresa CEEE (2016), a Companhia Estadual de Distribuição
de Energia Elétrica possui uma abrangência de 72 cidades entre as regiões sul-sudeste gaúcho,
o que representa cerca de 4,8 milhões de pessoas e 34% do mercado consumidor.
Conforme o site da AES SUL (2016), a empresa fornece energia elétrica para 118
municípios, sendo responsável pelo fornecimento de energia na região centro oeste do estado
e nesta região estima-se que a empresa atenda a um 1,21 milhão de clientes. Atualmente a
companhia pertence ao grupo americano The AES Corp.
1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA
Para Figueiras (2016), o setor elétrico brasileiro nos últimos anos tem sido vítima
constante do governo. A recessão econômica enfrentada atualmente pelo país também deixou
o setor elétrico fragilizado. O governo resolveu em 2012 mudar as regras de concessão do
17
setor, gerando uma confusão enorme que ainda não foi resolvida, pois desde então muitas
estatais quase faliram devastadas também pelo escândalo de corrupção “eletrolão”. No meio
de tanto problema, ainda faltou água para as hidrelétricas, diversas obras fundamentais
atrasaram e como consequência direta os preços dispararam.
De acordo com recente pesquisa da ANEEL, Agência Nacional de Energia Elétrica
(G1, 2016), publicada em 2014, foram avaliadas 35 distribuidoras brasileiras e a CEEE foi
eleita a sexta pior distribuidora de energia elétrica do país, já a distribuidora gaúcha AES Sul
foi a gaúcha melhor colocada, na 12° posição e a RGE ficou em 22° lugar. A pesquisa foi
elaborada com base no Desempenho Global da Continuidade (DGC) que por sua vez leva em
consideração qual o tempo que o consumidor fica sem energia por um determinado período e
qual a frequência que acontece a falta de energia elétrica para o consumidor.
Nos últimos anos, houve uma crescente procura das empresas pela abertura de capital
devido às necessidades de obter recursos para o crescimento e desenvolvimento das atividades.
O avanço de diversas tecnologias advindas da globalização resultou um mercado cada vez mais
voraz e exigente. Com as informações públicas na BM&FBOVESPA e o acesso ser livre para
todos os interessados, a concorrência empresarial passou a ser cada vez maior e direta.
O analista de balanços preocupa-se com as demonstrações financeiras que, por sua
vez, precisam ser transformadas em informações que permitam concluir se a
empresa merece ou não crédito, se vem sendo bem ou mal administrada, se tem ou
não condições de pagar suas dívidas, se é ou não lucrativa, se vem evoluindo ou
regredindo, se é eficiente ou ineficiente, se irá falir ou se continuará.
(MATARAZZO, 2010, p. 5).
Neste contexto, levando em consideração a importância da energia elétrica associada à
relevância das análises das demonstrações contábeis, a questão problema deste trabalho é a
seguinte: Como o desempenho da situação financeira e econômica de três companhias de
energia elétrica do Rio Grande do Sul oscilou nos últimos cinco anos?
1.3 OBJETIVOS
Os objetivos gerais e específicos deste trabalho são relacionados a seguir.
18
1.3.1 Objetivo Geral
O objetivo geral deste trabalho é analisar os desempenhos financeiro e econômico das
três empresas gaúchas distribuidoras de energia elétrica mais representativas em um período
de cinco anos.
1.3.2 Objetivos Específicos.
Compõem os objetivos específicos do trabalho:
Elaborar o referencial bibliográfico inerente ao tema abordado;
Apurar e analisar os principais indicadores econômicos e financeiros para
demonstrações contábeis, abordados no referencial teórico;
Comparar os resultados de cada empresa, verificando quais as mudanças mais
relevantes;
Confrontar os resultados das empresas entre si, verificando qual está melhor
econômica e financeiramente; e
Identificar a importância do profissional contábil na análise econômica e financeira.
1.4 JUSTIFICATIVA
No cenário atual de instabilidade e de crise econômica, vê-se cada vez maior a
necessidade de analisar as informações financeiras das empresas. A facilidade ao acesso e de
obtenção desta informação é ponto positivo para a análise, tornando as informações
publicadas pelas empresas um instrumento indispensável para todos os usuários que direta ou
indiretamente dependem dos resultados obtidos.
Conforme Matarazzo (2010), a análise de balanços é um dos elementos mais
importantes nas tomadas de decisões relacionadas a uma empresa. De acordo com o autor “É
através dela que se pode avaliar os efeitos de certos eventos sobre a situação financeira da
empresa” (MATARAZZO, 2010, p. 14).
19
Ferreira (2005) completa este ponto de vista ao afirmar que é necessária a realização
das análises das demonstrações contábeis não somente por um período, um ano, por exemplo,
e sim durante um período de vários anos. Ainda segundo Ferreira (2005, p. 41), somente desta
maneira se “revela a direção, velocidade, e extensão das linhas de tendência, comparando
também as tendências entre os itens relacionados”.
Com a globalização, a energia elétrica foi um dos setores da economia que se
desenvolveu. Desta forma, a energia elétrica torna-se indispensável na vida pública e privada
sendo necessária para o desenvolvimento de quase todas as atividades no mundo atual. De
acordo com Figueiras (2015), o Brasil é um dos países que mais recebeu investimento chinês
no setor de energia nos últimos dez anos: foram cerca de 21,5 bilhões de dólares.
Devido ao momento conturbado da economia brasileira nos últimos anos, o setor
elétrico também passou por dificuldades. Conforme Paduan (2014a), nos últimos anos o
Brasil optou por construir hidrelétricas com reservatórios pequenos, logo a capacidade de
armazenar água em meses de chuva diminui muito, e o racionamento foi uma consequência
direta. Paduan (2014b) também ressalta que em 2013 a oferta de energia cresceu 40% a
menos do que o previsto, pois as linhas de transmissão que estão em obras em sua grande
maioria, totalizando 71%, estão mais de 13 meses atrasadas.
Ainda segundo Paduan (2014b), uma parte dos problemas enfrentados pelas empresas
de energia é justamente o setor depender cada vez mais dos recursos do governo, que foi um
verdadeiro retrocesso para o setor elétrico, já que o país vive num momento de crise econômica.
Conforme Bôas (2015), a desaceleração do crescimento econômico em 2014 teve pelo
menos um ponto positivo: a diminuição do risco de racionamento de energia proporcionou ao
setor elétrico um tempo para se reorganizar. Ainda conforme Bôas (2015), a perspectiva era
de que a conta de energia iria aumentar 30% em 2015. Porém segundo estudo divulgado em
janeiro de 2016 (EBC, 2016) pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA),
o custo da energia elétrica aumentou 49% entre janeiro e outubro de 2015.
Neste contexto, a análise das demonstrações contábeis por meio de indicadores
econômicos e financeiros visa identificar a posição atual em que a empresa se encontra e
busca também definir e diagnosticar tendências dentro da organização. Entretanto, neste
estudo não se deve basear apenas em um só indicador, conforme afirma Assaf Neto (2009, p.
77), pois “um índice isolado, na realidade, dificilmente contribui com informações relevantes
para o analista”. Assim, para um diagnóstico mais preciso, faz-se necessária a utilização de
20
um conjunto de diversos índices econômicos e financeiros (ASSAF NETO, 2009). Os
resultados obtidos através dos indicadores econômicos e financeiros são de interesse de
inúmeros usuários internos e externos.
Evidentemente, os gerentes (administradores) não são os únicos que se utilizam a
contabilidade. Os investidores (sócios ou acionistas), ou seja aqueles que aplicam o
dinheiro na empresa, estão interessados basicamente em obter lucro por isso se
utilizam dos relatórios contábeis, analisando se a empresa é rentável; os fornecedores
de mercadoria a prazo querem saber se a empresa tem condições de pagar suas
dívidas; os bancos, por sua vez, emprestam dinheiro desde que a empresa tenha
condições de pagamento; o governo quer saber quanto de impostos foi gerado para os
cofres públicos; outros interessados desejam conhecer melhor a situação da empresa:
os empregados, os sindicatos, os concorrentes etc. (MARION, 2009, p. 29).
Diante desta situação, associada à relevância que a análise das demonstrações
contábeis tem para com os usuários, este trabalho se justifica pelo objetivo de verificar quais
foram as alterações mais significativas nos indicadores econômicos e financeiras com base
nas demonstrações contábeis divulgadas por três empresas de energia elétrica analisadas,
levando em conta o período conturbado recente em que a economia brasileira se encontra.
21
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Este capítulo visa abordar os conceitos teóricos que embasam o trabalho. Inicialmente
abordou-se a contabilidade e sua evolução, em seguida foi descrita e conceituada a análise das
demonstrações contábeis, bem como foi especificada cada demonstração obrigatória
conforme a legislação vigente. Por fim, foram apresentados e conceituados os principais
indicadores que serviram de alicerce para os usuários da informação contábil terem uma
posição clara e precisa dos resultados obtidos pelas empresas analisadas.
2.1 CONTABILIDADE
De acordo com Marion (2009), a forma primitiva da contabilidade tem seu surgimento
por volta de 4.000 a.C., onde foram encontrados os primeiros inventários de rebanhos. O
pastoreio era na época a principal atividade econômica e já se via a preocupação da variação
da riqueza analisada conforme ocorria a variação do rebanho.
A contabilidade é um instrumento que fornece diversas informações úteis para a
tomada de decisões dentro e fora da empresa. Ao longo dos anos, o governo passou a analisar
a contabilidade, usando-a como base para cobrar os impostos e tornou-a obrigatória para a
maioria das empresas. A contabilidade deve ser feita levando em consideração as exigências
do governo, assim como, sempre levando em conta auxiliar a tomada de decisões dentro e
fora da empresa (MARION, 2009). Marion (2009) completa ainda que atualmente os relatórios
contábeis elaborados não são mais de interesse somente da empresa e sim de diversos usuários
que através da análise dos relatórios contábeis buscam informações de acordo com o interesse.
Sá (2010) define a contabilidade como uma ciência que tem como finalidade o estudo
dos fenômenos patrimoniais, se preocupando com as realidades, evidências e comportamentos
dos mesmos em relação a sociedade. O autor completa a sua ideia afirmando que tal definição
pode ser enquadrada em dois campos: o científico e o tecnológico.
22
Cientificamente o estudo visa conhecer as relações que existem entre os fenômenos
patrimoniais observados e busca conhecer como tais relações se estabelecem;
busca, ainda, analisar para produzir explicações sobre os acontecimentos havidos
com a riqueza; visa conhecer verdades que sejam válidas para todos os lugares, em
qualquer que seja a época, em quaisquer empresas ou instituições.
Tecnologicamente, como foi visto a contabilidade preocupa-se com registros,
demonstrações, revisão apuração de resultados, de custos, ou seja, compromete-se
com a informação e com a adequação de evidencias numérica de fatos patrimoniais.
(SÁ, 2010, p. 46, grifo do autor).
De acordo com Franco (2009), a contabilidade desde o seu aparecimento é um
conjunto ordenado de conhecimentos, que tem objeto e finalidade definida. Segundo o
mesmo autor, a contabilidade tem sido considerada como arte, como técnica ou como
ciência, conforme a orientação que é seguida pelos doutrinadores que a enquadram no
elenco das espécies do saber humano.
É a ciência que estuda os fenômenos ocorridos no patrimônio das entidades,
mediante o registro, a classificação, a demonstração expositiva, a análise e a
interpretação desses fatos, com o fim de oferecer informações e orientação –
necessárias à tomada de decisões – sobre a composição do patrimônio, suas
variações e o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial
(FRANCO, 2009, p. 21, grifo do autor).
Ainda de acordo com Franco (2009), a contabilidade desempenha o mesmo papel que
a história na vida da humanidade, pois sem a contabilidade não seria possível conhecer o
passado nem o presente da vida econômica da entidade. Logo também não seria possível
realizar previsões para o futuro ou elaborar plano para uma orientação administrativa.
2.2 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Para Matarazzo (2010), a análise de balanços tem seu início no final do século XIX,
quando os banqueiros americanos começaram a solicitar balanços às empresas que queriam
tomar empréstimos. Com a ampla aceitação da medida, em 05 de fevereiro de 1895 o
Conselho Executivo da Associação de Bancos no Estado de New York decidiu recomendar
aos membros que pedissem declarações por escrito e assinadas do ativo e passivo para quem
quisesse tomar algum empréstimo.
23
Ao longo dos anos o recebimento de balanços foi crescendo e se desenvolveu a
comparação de diversos itens, entre os mais comuns Matarazzo (2010) ressalta a comparação
entre o ativo circulante e o passivo circulante. A partir de 1913 começou a aparecer a análise
de outros índices que levavam em consideração os depósitos bancários em relação ao
exigível, o valor em percentual que representa os clientes no ativo e o valor que o estoque
representa em relação às vendas anuais (MATARAZZO, 2010).
Ainda de acordo com Matarazzo (2010), em 1919 Alexandre Wall, que é considerado
o pai da Análise de Balanços, mostrou um modelo através de índices e afirmou a necessidade
da análise de outras relações que não fossem apenas o ativo circulante contra o passivo
circulante. Alexandre Wall juntamente com outros autores formulou cálculos matemáticos
para avaliar melhor as empresas, já considerando alguns índices de balanço. Completando
essa ideia, em 1925 Stephen Gilmann propõe que fossem analisados índices que
apresentassem as variações havidas de um ano base para outro, o que já evidenciava o
desenvolvendo da análise horizontal (MATARAZZO, 2010).
Na década seguinte, dentro da empresa Du Pont de Nemours surgiu uma técnica de
análise de rentabilidade, que consistia em decompor a taxa de retorno em taxas de margem de
lucro e giro dos negócios. Matarazzo (2010) ainda considera que foram levados cerca de 40
anos para se assentar as bases e as técnicas de análise.
No Brasil, a técnica de análise dos dados era um instrumento pouco utilizado até o ano
de 1968 quando foi criada a SERASA, empresa que passou a operar como central de análise
de balanços de bancos comercias (MATARAZZO, 2010).
De acordo com Matarazzo (2010), a análise de balanços tem como objetivo extrair
informações das Demonstrações Financeiras para a tomada de decisões. “As demonstrações
financeiras fornecem uma série de dados sobre a empresa de acordo com regras contábeis. A
análise de balanços transforma esses dados em informações e será tanto mais eficiente quanto
melhores informações produzir” (MATARAZZO, 2010, p. 3, grifo do autor). Matarazzo (2010)
afirma ainda que a análise de balanços permite obter uma visão estratégica dos planos da
empresa analisada, permitindo assim estimar o seu futuro, suas limitações e suas potencialidades.
É de primordial importância, portanto, para todos os que pretendam relacionar-se
com uma empresa, quer como fornecedores, financiadores, acionistas e até
empregados. A procura de um bom emprego deveria sempre começar com a análise
financeira da empresa. O que adianta um alto salário se as perspectivas da empresa
não são boas? (MATARAZZO, 2010, p. 15, grifo do autor).
24
Iudícibus (2010) completa e afirma ainda que a análise de balanços é uma arte de saber
extrair informações úteis, mas ressalta que embora existam alguns cálculos formalizados, ainda
não existe forma cientifica ou metodológica comprovada de relacionar os índices para obter o
diagnóstico preciso da situação da empresa. O autor completa e ressalta que se dois especialistas
bem estudados e entendidos da atividade da empresa avaliarem a mesma, provavelmente podem
chegar a conclusões muito parecidas sobre a situação da mesma, mas nunca iguais.
2.3 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Conforme o CPC 26, o objetivo das demonstrações contábeis é
[...] proporcionar informação acerca da posição patrimonial e financeira, do
desempenho e dos fluxos de caixa da entidade que seja útil a um grande número de
usuários em suas avaliações e tomada de decisões econômicas. As demonstrações
contábeis também objetivam apresentar os resultados da atuação da administração,
em face de seus deveres responsabilidades na gestão diligente dos recursos que lhe
foram confiados. (CPC, 2011, p. 5)
A Lei 6404/76 regulamenta as normas para publicações das demonstrações contábeis
no Brasil. Esta legislação permaneceu inalterada por muitos anos, mas em 2007, com a
publicação da Lei 11.938, a legislação foi finalmente aperfeiçoada e ajustada às normas para
apresentação das demonstrações contábeis, de acordo com as necessidades do mundo atual.
A seguir, segue artigo 176 da lei 6.404 (BRASIL, 1976) já atualizado com as
mudanças da lei 11.638 de 2007:
Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na
escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações contábeis, que
deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações
ocorridas no exercício:
I - balanço patrimonial;
II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;
III - demonstração do resultado do exercício; e
IV - demonstração dos fluxos de caixa; e (Redação dada pela Lei nº 11.638 de 2007)
V - se companhia aberta, demonstração do valor adicionado. (Incluído pela Lei nº
11.638 de 2007)
25
Santos et al. (2011) ressaltam que com a Lei 11.638/07, a obrigatoriedade da publicação
da demonstração de origens e aplicações de recursos foi substituída pela Demonstração de
Fluxos de Caixa. Conforme o mesmo autor, a nova lei passou a exigir a elaboração e publicação
da Demonstração do Valor Adicionado (DVA) pelas companhias abertas.
De acordo com Iudícibus (2010), a Lei 11.638 publicada em 2007 obrigou as
sociedades limitadas de grande porte, que possuem ativo superior a 240 milhões ou receita
bruta superior a 300 milhões, a seguir as normas de publicação conforme a Lei 6404 e seus
ajustes. Além disso, devem publicar suas demonstrações conforme a legislação aplicada às
companhias de capital aberto. As companhias de capital fechado que possuem patrimônio
líquido menor que dois milhões de reais na data do balanço, não serão obrigadas a elaborar e
publicar a DFC (Demonstração dos Fluxos de Caixa).
Iudícibus, Marion e Faria (2009) completam que, além das demonstrações contábeis
obrigatórias por lei, existem itens não obrigatórios complementares, chamados de notas
explicativas. As notas explicativas são um resumo das políticas contábeis aplicadas e outras
informações e esclarecimentos importantes das mudanças patrimoniais da empresa. Iudícibus
(2010, p. 27) ressalta que “para complementar dados das demonstrações relacionadas existem
as Notas Explicativas que, na verdade, não são demonstrações financeiras; servem apenas
para completá-las”. Conforme o CPC 26 (CPC, 2011, p. 31), as notas explicativas devem:
(a) apresentar informação acerca da base para a elaboração das demonstrações
contábeis e
das políticas contábeis específicas utilizadas, de acordo com os itens 117 a 124;
(b) divulgar a informação requerida pelos Pronunciamentos Técnicos, Orientações e
Interpretações do CPC que não tenha sido apresentada nas demonstrações contábeis; e
(c) prover informação adicional que não tenha sido apresentada nas demonstrações
contábeis, mas que seja relevante para sua compreensão.
Em relação à publicação das demonstrações contábeis, o artigo 176 da Lei 6.404/76
também estabelece que as demonstrações devem ser publicadas no fim de cada exercício
social, sempre levando em consideração e indicando os valores das demonstrações do
exercício anterior para fins de comparabilidade. Marion (2009) ressalta que preferencialmente
este ano social coincida com o ano civil, ou seja, sendo encerrado em 31/12, período usado
como base para apurar do Imposto de Renda. Segundo o mesmo autor, com a nova lei as
empresas de capital aberto e as instituições financeiras foram obrigadas a publicar suas
26
demonstrações semestralmente, com o objetivo de qualificar aos interessados, o acesso à
informação e os seus resultados.
Tendo em vista as alterações da legislação, as demonstrações contábeis sujeitas à análise
são: o Balanço Patrimonial, a Demonstração do Resultado do Exercício, a Demonstração dos
Lucros ou Prejuízos Acumulados, a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, a
Demonstração dos Fluxos de Caixa e a Demonstração do Valor Adicionado.
2.3.1 Balanço Patrimonial
A expressão Balanço Patrimonial advém do significado da palavra balanço que
carrega o significado de igualdade e equilíbrio, pois tão logo quando se escuta a expressão
balanço lembra-se de uma balança com dois pratos onde é encontrada a igualdade (vide
Figura 1). O termo Patrimonial se refere ao patrimônio da empresa, que representa o conjunto
de bens obrigações e direitos. Juntas, as palavras representam o equilíbrio patrimonial, ou
igualdade patrimonial (MARION, 2009).
Figura 1 – Significado da Expressão Balanço Patrimonial
Fonte: Adaptado Marion (2009, p. 62).
Marion (2009, p. 56) afirma que “o Balanço Patrimonial é o mais importante relatório
gerado pela contabilidade. Através dele pode-se identificar a saúde financeira e econômica da
empresa no fim do ano ou em qualquer data prefixada”.
O balanço patrimonial é subdividido em dois grupos. De um lado, encontra-se o ativo
e do outro lado o passivo mais o patrimônio líquido. Conforme Marion (2009, p. 56, grifo do
Ativo Passivo + PL
27
autor), “o termo Ativo pressupõe algo positivo, dinâmico, que produz que gera riqueza. O
termo Passivo, ao contrário, dá uma ideia de negativo, dividas obrigações”.
No ativo encontram-se todos os bens e direitos da empresa, sua propriedade e seu
patrimônio que são relevantes, trazem benefícios e ganhos para a empresa como, por
exemplo, o caixa, o estoque, o imobilizado e os títulos a receber (MARION, 2009).
No grupo passivo, encontram-se todas as obrigações que são exigidas da empresa, de
modo que nele se encontram as dívidas que a empresa deverá cobrar, sejam empréstimos
bancários, débitos com impostos, fornecedores, salários de funcionários e pró-labore, entre
outros (MARION, 2009).
De acordo com Matarazzo (2010) a diferença entre o passivo e o ativo encontra-se no
patrimônio líquido que representa o capital investido na empresa pelos seus proprietários
sendo estes obtidos internamente ou externamente.
A Lei 6404/76 (BRASIL, 1976) com os ajustes da lei 11.638, em seu artigo 178 traz
os regulamentos referentes à forma de apresentação e distribuição das informações dentro do
balanço patrimonial.
Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do
patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a
análise da situação financeira da companhia.
§ 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez
dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos:
I - ativo circulante; e (Incluído pela Lei 11.941, de 2009)
II - ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos,
imobilizado e intangível. (Incluído pela Lei 11.941, de 2009)
§ 2º No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos:
I - passivo circulante; (Incluído pela Lei 11.941, de 2009)
II - passivo não circulante; e (Incluído pela Lei 11.941, de 2009)
III - patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de
avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos
acumulados.
28
No quadro a seguir é apresentada a estrutura básica do balanço patrimonial:
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO
ANO X1 X2 ANO X1 X2
ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE
ATIVO NÃO CIRCULANTE PASSIVO NÃO CIRCULANTE
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
INVESTIMENTOS PATRIMONIO LÍQUIDO
IMOBILIZADO CAPITAL SOCIAL
INTANGÍVEL RESERVAS DE CAPITAL
AJUSTES DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL
RESERVAS DE LUCROS
ACÕES EM TESOURARIA
PREJUÍZOS ACUMULADOS
Quadro 1 – Estrutura do Balanço Patrimonial
Fonte: Adaptado de Iudícibus et al. (2010a, p. 3).
Santos et al. (2011) acrescentam que a estrutura do balanço deve seguir também as
normas do pronunciamento técnico do CPC 26, que nos seus artigos 54 a 80 prescreve as
regras de elaboração da demonstração do Balanço Patrimonial. Porém, nela não estão
prescritos a ordem ou o formato que devem ser utilizados na apresentação das contas da
demonstração, mas no Brasil a ordem padrão, legalmente instituída e que deve ser observada,
é a ordem decrescente de liquidez.
2.3.2 Principais Contas do Balanço Patrimonial
O Balanço Patrimonial é dividido em duas colunas, sendo o lado esquerdo o ativo e o
lado direito o passivo. Em seguida, estes dois grandes grupos são divididos em subgrupos de
contas: ativo circulante, ativo não circulante, passivo circulante, passivo não circulante e o
patrimônio líquido.
29
2.3.2.1 Ativo Circulante
De acordo o artigo 179 parágrafo I da 6404/76 (IUDÍCIBUS; MARION; FARIA,
2009, p. 168) serão classificados no ativo circulante: “I - no ativo circulante: as
disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício social subsequente e as
aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte.”
Neste grupo serão classificadas as contas que forem capazes de ser transformadas em
dinheiro no curto prazo. São as contas de caixa, bancos, duplicatas a receber e estoque.
(MARION, 2009). “O ativo circulante é o grupo que gera dinheiro para a empresa pagar suas
contas a curto prazo. Esse grupo é conhecido como capital de giro, pois seus itens estão
sempre se renovando” (MARION, 2009, p. 68, grifo do autor).
2.3.2.2 Ativo Não Circulante
Conforme Santos et al. (2011) o ativo não circulante subdivide-se em realizável a
longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível. De acordo com o art. 179, parágrafo II
da Lei 6.404/76 e 11.638/07 (IUDÍCIBUS; MARION; FARIA, 2009, p. 168), inclui-se no
ativo realizável a longo prazo:
II - no ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após o término do
exercício seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou
empréstimos a sociedades coligadas ou controladas (artigo 243), diretores, acionistas
ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem negócios usuais na
exploração do objeto da companhia.
De acordo com Matarazzo (2010, p. 29), no subgrupo investimentos encontram-se as
“participações permanentes em outras sociedades e direitos de qualquer natureza, não
classificadas no Ativo Circulante, ou no Realizável a Longo Prazo que não se destinem à
manutenção da atividade da companhia ou empresa”.
Para Matarazzo (2010), no subitem imobilizado classificam-se todos os bens usados
para a manutenção da atividade das companhias, sendo de propriedade comercial ou
30
industrial. O art. 179, parágrafo IV das Leis 6.404/76 e 11.638/07 (IUDÍCIBUS; MARION;
FARIA, 2009, p. 169) tem a seguinte redação:
IV - no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos
destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos
com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à
companhia os benefícios, riscos e controle desses bens.
No subitem Intangível, encontram-se as contas de bens imateriais. “São direitos que
tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção das atividades da empresa ou
exercidos com essa finalidade, inclusive aqueles representativos de fundo de comércio
adquirido a título oneroso” (RIBEIRO, 2009, p. 357).
De acordo com o art. 179, parágrafo VI das Leis 6.404/76 e 11.638/07 (IUDÍCIBUS;
MARION; FARIA, 2009, p. 169), classificam-se no Intangível: “os direitos que tenham por
objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa
finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido”. A seguir, quadro resumo explicativo
dos subgrupos do ativo não circulante com exemplos.
Subgrupo Resumo Exemplos
Realizável a
longo prazo
Reúne os itens que serão
transformados em dinheiro
num prazo superior ao final
do exercício seguinte.
-Venda de imobilizado para receber
somente daqui a cinco anos.
Investimentos Representam as aplicações
que não se relacionam com a
atividade fim da empresa.
-Compra de ações de outras empresas,
compra de obras de arte, prédios para
renda (aluguel).
Imobilizado São bens palpáveis,
corpóreos, que se destinam a
manutenção da atividade fim
da empresa.
-Máquinas
-Equipamentos
-Prédios (em uso)
-Ferramentas
-Móveis e utensílios
-Instalações
-Veículos
Intangível Referem-se aos bens que não
são palpáveis, mas tem como
finalidade a manutenção da
empresa;
Exemplos:
-Fundos de comércio
- Marcas e Patentes
-Software
Quadro 2 – Estrutura do Ativo Não Circulante
Fonte: Própria autora adaptado de Marion (2009, p. 69 e 70).
31
2.3.2.3 Passivo Circulante
Matarazzo (2010) define que no passivo circulante devem ser classificadas todas as
obrigações da companhia, incluindo financiamentos que possuem vencimento até o final do
exercício seguinte. Conforme Marion (2009, p. 72, grifo do autor), o passivo não circulante
“evidencia todas as dívidas com terceiros que serão pagas a curto prazo, dívidas com
fornecedores de mercadorias, salários a pagar, impostos a pagar, empréstimos bancários a
pagar, encargos a pagar, etc.”. A legislação que regulamenta este grupo é o artigo 180 da lei
6.404/76 (IUDÍCIBUS; MARION; FARIA, 2009, p. 169), conforme redação que segue:
Art. 180. As obrigações da companhia, inclusive financiamentos para aquisição de
direitos do ativo não circulante, serão classificadas no passivo circulante, quando se
vencerem no exercício seguinte, e no passivo não circulante, se tiverem vencimento
em prazo maior, observado o disposto no parágrafo único do art. 179 desta Lei.
2.3.2.4 Passivo Não Circulante
Neste grupo do Balanço Patrimonial são classificadas as obrigações da companhia ou
empresa que terão exigibilidade após o fim do exercício seguinte, ou seja, difere dos itens
classificados no passivo circulante devido a sua exigibilidade ser superior (SANTOS et al.,
2011). Marion (2009) acrescenta que as dívidas a longo prazo geralmente se referem aos
financiamentos obtidos com financeiras e banco de investimento e desenvolvimento.
2.3.2.5 Patrimônio Líquido
Santos et al. (2011) afirmam que o patrimônio líquido é o resultado da diferença entre
os valores de ativo e passivo. Esse valor contábil pertence à entidade, já que neste grupo
encontra-se o resultado do negócio e o capital próprio da organização, com enfoque na origem
dos recursos. Para Matarazzo (2010, p. 45), compõem o patrimônio líquido “os recursos dos
acionistas formados por Capital – dinheiro ou bens – entregues pelos acionistas à empresa ou
por lucros gerados pela empresa e retidos em diversas contas de reservas”.
32
Para Marion (2009) o patrimônio líquido representa os recursos dos proprietários que
foram aplicados na empresa, como o capital social investido no momento da abertura da
empresa ou companhia, acrescido de lucros ou reservas. Caso a empresa tenha auferido o
prejuízo, por exemplo, o investimento dos proprietários será deduzido deste prejuízo.
Conforme a Lei n° 11.638/07 (MATARAZZO, 2010) o patrimônio líquido subdivide-
se em: capital social; reservas de capital; ajustes de avaliação patrimonial; reservas de lucros;
ações em tesouraria; e prejuízos acumulados. A seguir o quadro explicativo com um resumo
dos subgrupos do patrimônio líquido.
Divisão do Patrimônio Líquido Definição
Capital Social Engloba os recursos iniciais auferidos pelos
acionistas ou sócios da empresa, os aportes
realizados posteriormente de capital na forma de
bens ou dinheiro, os aumentos por meio de
transferências da conta de reservas e Lucros
Acumulados. Neste grupo pode também figurar uma
parcela de capital ainda não integralizado, que deve
ser mencionado em conta redutora de Capital Social
a Integralizar, a diferença entre ambas resultará no
valor do capital social realizado.
Reservas de Capital Engloba neste item, os valores de acréscimos
patrimoniais que não transitaram como receitas nas
contas de resultados, por exemplo, receitas de ágio
na emissão de ações, ou do produto da alienação de
partes beneficiárias ou de bônus por subscrição.
Ajustes de avaliação Patrimonial Representam os aumentos ou diminuições de valores
do ativo ou do passivo que não foram considerados
no resultado.
Reservas de Lucros Constituído através de transferências de lucros pela
obtidos pela empresa.
Ações em Tesouraria Compreende as ações adquiridas pela empresa tendo
em vista operações de resgate, reembolso ou
amortização de ações/quotas ou diminuição de
capital.
Prejuízos Acumulados Neste subgrupo encontram-se os saldos dos prejuízos
apurados acumulados pela empresa até que sejam
compensados ou assumidos pelos sócios.
Quadro 3 – Divisão do Patrimônio Líquido
Fonte: própria autora e adaptado de Ribeiro (2009, p. 359) e Matarazzo (2010, p. 46-48).
33
2.3.3 Demonstração do Resultado do Exercício
A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) representa um resumo organizado
de receitas e despesas de uma empresa ou companhia num período de 12 meses. Sua
apresentação é feita verticalmente, de forma dedutiva, onde as receitas auferidas subtraem as
despesas do mesmo período, em seguida, obtém-se o resultado do período, sendo este lucro
ou prejuízo (IUDÍCIBUS, 2010).
Santos et al. (2011, p. 70) definem o DRE como “um conjunto de acontecimentos,
oriundos de decisões administrativas, que envolvem a entidade, isto é a administração, a gerência,
o ato de gerir a empresa”. Ainda conforme os mesmos autores, o objetivo desta demonstração é
evidenciar o resultado do exercício, partindo do confronto das receitas custos e despesas.
A demonstração do resultado de exercício (DRE) é um relatório contábil destinado a
evidenciar a composição do resultado formado em determinado período de
operações da entidade. Por meio dessa demonstração, pode-se verificar o resultado
que a empresa obteve (lucro ou prejuízo) no desenvolvimento e suas atividades
durante determinado período, geralmente igual a um ano (RIBEIRO, 2009, p. 368).
A legislação base para apresentação desta demonstração encontra-se no Art. 187 da Lei
6.404 (BRASIL, 1976). Segundo o artigo, a demonstração do resultado do exercício discriminará:
I - a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os
abatimentos e os impostos;
II - a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços
vendidos e o lucro bruto;
III - as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas,
as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais;
IV – o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas;
(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
V - o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o
imposto;
VI – as participações de debêntures, empregados, administradores e partes
beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou
fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem como
despesa; (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
VII - o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do
capital social.
§ 1º Na determinação do resultado do exercício serão computados:
a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da sua
realização em moeda; e
b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes
a essas receitas e rendimentos.
34
§ 2 º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.638, de 2007) (Revogado pela
Lei nº 11.638, de 2007)
Segue um modelo de demonstração do resultado do exercício:
RECEITA BRUTA DE VENDAS E SERVIÇOS
(-) Devoluções
(-) Abatimentos
(-) Impostos
RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS E SERVIÇOS
(-) Custo das Mercadorias e Serviços Vendidos
(=) LUCRO BRUTO
(-) Despesas com Vendas
(-) Despesas Financeiras (deduzidas das receitas Financeiras)
(-) Despesas Gerais e Administrativas
(-) Outras Despesas Operacionais
(+) Outras Receitas Operacionais
(=) LUCRO OU PREJUÍZO OPERACIONAL
(+) Receitas não Operacionais
(-) Despesas não Operacionais
(+) Saldo da Correção Monetária
= Resultados do Exercício antes do Imposto de Renda
(-) Imposto de Renda e Contribuição Social
(-) Participação de Debêntures
(-) Participação de Empregados
(-) Participação de Administradores e Partes Beneficiárias
(-) Contribuições para Instituições ou Fundo de Assistência ou Previdência de Empregados
(=) LUCRO OU PREJUÍZO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
(=) Lucro ou Prejuízo por ação
Quadro 4 – Estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício
Fonte: Matarazzo (2010, p. 31).
2.3.4 Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados
A demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados (DLPA) evidencia a destinação
do lucro do exercício (MARION, 2009). Para Ribeiro (2009, p. 372) o DLPA “é um relatório
contábil que tem por finalidade evidenciar a destinação do lucro líquido apurado no final de
cada exercício social”. A regulamentação da forma de apresentação e estruturação do DLPA
encontra-se no artigo 186 da Lei 6.404/76 (BRASIL,1976) que descreve o seguinte:
Art. 186. A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados discriminará:
I - o saldo do início do período, os ajustes de exercícios anteriores e a correção
monetária do saldo inicial;
II - as reversões de reservas e o lucro líquido do exercício;
35
III - as transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros
incorporada ao capital e o saldo ao fim do período.
§ 1º Como ajustes de exercícios anteriores serão considerados apenas os
decorrentes de efeitos da mudança de critério contábil, ou da retificação de erro
imputável a determinado exercício anterior, e que não possam ser atribuídos a fatos
subseqüentes.
§ 2º A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados deverá indicar o
montante do dividendo por ação do capital social e poderá ser incluída na
demonstração das mutações do patrimônio líquido, se elaborada e publicada pela
companhia.
A seguir segue o modelo da DLPA.
Companhia:
Elaborada em:
1. Saldo no início do Período
2. Ajustes de exercícios anteriores
3. Saldo Ajustado
4. Lucro ou prejuízo do exercício
5. Reversões de reservas
6. Saldo a disposição
7. Destinações do exercício:
Reserva legal
Reservas Estatutárias
Reservas para Contingências
Outras reservas
Dividendos obrigatórios ($_____por ação)
Juros sobre Capital próprio
8. Saldo no fim do exercício
Quadro 5 – Estrutura da Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados
Fonte: Ribeiro (2009, p. 373).
2.3.5 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido
A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) mostra todas as mudanças
que ocorreram nas contas do patrimônio líquido durante o período. Estas mudanças podem advir
de aumento de capital social, mediante novas integralizações ou incorporações de lucros gerados
ou mesmo a própria transferência de contas entre o patrimônio líquido (MATARAZZO, 2010).
De acordo com Padoveze (2010), a DMPL evidencia claramente aos sócios e aos acionistas o que
realmente aconteceu com a riqueza da empresa e a sua própria riqueza consequentemente.
36
Hoji (2010) considera a DMPL uma demonstração mais abrangente que a DLPA,
porque muitas vezes pode substituí-la, mesmo que a DLPA seja a demonstração obrigatória
por lei. Matarazzo (2010) acrescenta ainda que dentro de uma DMPL encontra-se embutida
uma coluna da DLPA e para fins de análise a DMPL é bem mais informativa e útil, por isso
vem sendo publicada não só pelas empresas obrigadas. A obrigatoriedade da publicação da
DMPL é somente para as companhias abertas, instituições financeiras, empresas seguradoras
e algumas outras empresas (IUDÍCIBUS et al., 2010b).
A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido é mais importante que a anterior,
tendo em vista informar resumidamente toda a movimentação ocorrida com as conta
integrantes do Patrimônio Líquido, como base no saldo inicial do exercício anterior até
o saldo final do exercício, contendo, portanto, além da demonstração da conta Lucros
ou Prejuízos Acumulados, a Demonstração do que ocorreu com as demais contas do
Patrimônio Líquido: Capital Social, Reservas de Capital, reservas de Reavaliação,
reservas de Lucros, Ações em Tesouraria etc. (IUDÍCIBUS et al., 2010b, p. 181).
No Quadro 6 segue o modelo de DMPL.
Capital
Realizado Reservas de Capital
Reserva Legal
Reservas de Lucros
Lucros Acumulados
Ajustes Total
Saldos em 31-12-X0
Correção Monetária
Aumentos de capital com Lucros e
Reservas por Subscrições realizadas
Lucro Líquido do Exercício
Destinação do Lucro Líquido
Reservas Legal
Reserva Estatutária
Dividendos
Saldos em 31-12-X1
Quadro 6 – Estrutura da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido
Fonte: Matarazzo (2010, p. 32).
2.3.6 Demonstração dos Fluxos de Caixa
A demonstração dos Fluxos de Caixa foi incluída pela Lei 11.638/07 (BRASIL, 2007).
A DFC possui a finalidade de mostrar como o dinheiro foi movimentado durante o exercício,
evidenciando assim as fontes e aplicações auferidas durante o exercício e no final apresentam
a variação do saldo de caixa. A demonstração do balanço patrimonial não auferia para os
investidores e demais interessados informações exatas e importantes sobre as mudanças de
37
posição dos investimentos e financiamentos, referentes aos recursos que a empresa utilizou no
período e nem onde foi aplicado (MATARAZZO, 2010).
ATIVIDADES OPERACIONAIS
Lucro líquido do exercício
Despesas (Receitas) que não afetam o caixa e equivalentes
Depreciações e amortizações
Variações Monetárias e cambiais
Valor residual do imobilizado baixado
Resultado de equivalência patrimonial
Outros
(Aumento) redução no Ativo Circulante Operacional
Contas a receber
Estoques
Outros
Aumento (redução) no Passivo Circulante Operacional
Fornecedores
Impostos a pagar
Salários e encargos
Outros
Caixa gerado (absorvido) pelas Atividades Operacionais
ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS
Títulos e valores mobiliários
Venda de investimentos/Imobilizado
Dividendos recebidos de controlada e coligada
Aquisição de bens do imobilizado
Caixa gerado pelas (Utilizado nas) Atividades de Investimento
ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO
Pagamento de dividendos e juros sobre o capital próprio
Captação de empréstimos e financiamentos
Amortização de empréstimos e financiamentos – principal/juros
Caixa gerado (utilizado) nas Atividades de Financiamento
GERAÇÃO (ABSORÇÃO) LÍQUIDA DE CAIXA
+ SALDO INICIAL DE CAIXA*
= SALDO FINAL DE CAIXA*
*Incluem DISPONÍVEL + APLICAÇÕES FINANCEIRAS, OS CHAMADOS CAIXA E EQUIVALENTES.
Quadro 7 – Estrutura da Demonstração dos Fluxos de Caixa
Fonte: Matarazzo (2010, p. 34).
38
Através da DFLC é possível conhecer como fluíram os recursos ao longo de um
exercício: quais foram os recursos obtidos, qual a participação das transações
comerciais no total dos recursos gerados, como foram aplicados os novos recursos
etc. Enfim a DFLC visa permitir a análise do aspecto financeiro da empresa, tanto
no que diz respeito ao movimento de investimentos e financiamentos quanto
relativamente à administração da empresa sob o ângulo de obter e aplicar
compativelmente os recursos (MATARAZZO, 2010, p. 33).
Quanto ao DFC, de acordo com Ribeiro (2009, p. 397), “trata-se de uma demonstração
sintetizada dos fatos administrativos que envolvem os fluxos de dinheiro incorridos durante
um determinado período, devidamente registrados a débito (entradas) e a crédito (saídas) da
conta Caixa”. A estrutura do DFC é dividida em três grandes grupos: fluxo de caixa das
atividades operacionais, fluxo de caixa das atividades de investimento e fluxo de caixa das
atividades de financiamento. O Quadro 7 apresenta o modelo básico da DFLC.
2.3.7 Demonstração do Valor Adicionado
A demonstração do Valor adicionado (DVA) foi incluída como uma demonstração
obrigatória para as companhias abertas pela Lei 11.638/07. Antes da sua obrigatoriedade a
Comissão de Valores Imobiliários (CVM) e o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) já
incentivavam as companhias abertas a elaborá-la (IUDÍCIBUS et al., 2010a).
Ainda de acordo com Iudícibus et al. (2010a, p. 5), “a DVA tem por objetivo principal
informar o valor da riqueza criada pela empresa e a forma de sua distribuição”. Iudícibus et al.
(2010a) completam afirmando que a DVA não deve ser confundido com a DRE, a diferença
entre ambos consiste que o DRE é uma demonstração somente quase voltada aos sócios e
acionistas enquanto o DVA está voltada diretamente para o governo e para a geração de riqueza
e sua respectiva distribuição pelos fatores de produção que consistem em capital e trabalho.
A demonstração do valor adicionado (DVA) é um relatório contábil que evidencia o
quanto de riqueza uma empresa produziu, isto é o quanto ela adicionou de valor aos
seus fatores de produção, e o quanto e de que forma essa riqueza foi distribuída
(entre empregados, governo, acionistas, financiadores de capital) bem como a
parcela de riqueza não distribuída (RIBEIRO, 2009, p. 409).
39
Ribeiro (2009, p. 409) completa a sua ideia afirmando que “o valor adicionado que é
mostrado no DVA, corresponde à diferença entre o valor da receita de vendas e os custos dos
recursos adquiridos por terceiros”. A seguir, segue modelo de DVA elaborado pela Fundação
Instituto de Pesquisas Contábeis, Autorais e Financeiras (FIPE-CAPI).
Companhia:
Demonstração do Valor Adicionado
Exercício Findo em:
Descrição Exercício
Atual $
Exercício
Anterior $
1. RECEITAS
1.1) Vendas de mercadorias, produtos e serviços
1.2) Provisão p/ devedores duvidosos – Reversão/ (Constituição)
1.3) Não operacionais
2. INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui ICMS e IPI)
2.1) Matérias-primas consumidas
2.2) Custo das Mercadorias e serviços vendidos
2.3) Materiais, energia, serviço de terceiros e outros
2.4) Perda / Recuperação de valores ativos
3. VALOR ADIDICIONADO BRUTO (1-2)
4. RETENÇÕES
4.1) Depreciação, amortização e exaustão
5. VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA
ENTIDADE (3-4)
6. VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANFERÊNCIA
6.1) Resultado de equivalência patrimonial
6.2) Receitas financeiras
7. VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)
8. DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO*
8.1) Pessoal e encargos
8.2) Impostos, taxas e contribuições
8.3) Juros e aluguéis
8.4) Juros s/ capital próprio e dividendos
8.5) Lucros retidos/ prejuízo do exercício
* O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7.
Quadro 8 – Estrutura da Demonstração do Valor Adicionado
Fonte: Ribeiro (2009, p. 373).
40
2.4 ANÁLISE VERTICAL
A análise vertical, o analista pode avaliar através de cálculos a estrutura do ativo e do
passivo, bem como avaliar o grau de representatividade de cada conta contábil na
demonstração do resultado do exercício, a fim de verificar quais foram as determinantes na
formação do lucro ou prejuízo do exercício (HOJI, 2010).
De acordo com Matarazzo (2010, p. 176) o objetivo da analise vertical é “mostrar a
importância de cada conta em relação à demonstração financeira a que pertence e, através da
comparação com padrões do ramo ou com percentuais da própria empresa em anos anteriores,
permitir inferir se há itens fora das proporções normais”. Hoji (2010) completa ainda que o cálculo
realizado para avaliar a participação das contas do balanço patrimonial consiste em dividir o valor
de cada item pelo valor total do grupo, sendo item do ativo divide-se pelo total do ativo, ou sendo
item do passivo divide-se o item pelo total do passivo. Em relação às contas da demonstração do
resultado do exercício a divisão do valor de cada item é feita pelo valor da receita líquida.
Ainda em relação aos percentuais obtidos pela análise vertical, para saber se os
mesmos são compatíveis com a realidade do segmento de atuação da empresa, o
analista poderá comparar os dados dessa empresa com os de outras empresas
atuantes no mesmo segmento, preferivelmente que sejam do mesmo porte e estejam
localizadas em região geográfica de características semelhantes. Ainda assim, as
políticas adotadas pelas empresas podem determinar estruturas diferentes de ativos
(SILVA, 2006, p. 229).
Iudícibus (2010) ressaltando que a análise vertical é uma importante forma de avaliar
os itens do balanço patrimonial e da demonstração do resultado do exercício em relação ao
tempo. Conforme a sua evolução é possível verificar, por exemplo, o aumento das
disponibilidades no balanço e participação das despesas na demonstração do resultado.
2.5 ANÁLISE HORIZONTAL
A análise horizontal tem por objetivo “mostrar a evolução de cada conta das
demonstrações financeiras e, pela comparação entre si, permitir tirar conclusões sobre a
evolução da empresa” (MATARAZZO, 2010, p. 176). Silva (2006) completa ainda que o
objetivo da analise horizontal é permitir avaliar a evolução histórica das contas das
41
demonstrações contábeis. “O item escolhido é comparado através do seu valor em um
exercício anual e no exercício anterior (ou exercícios anteriores) para se verificar a
percentagem de variação ocorrida nesses exercícios” (CHIAVENATO, 2005, p. 82).
A análise horizontal tem a finalidade de evidenciar a evolução dos itens das
demonstrações contábeis, por períodos. Calculam-se os números-índices
estabelecendo o exercício mais antigo como índice-base 100. Podem ser calculados
também, aumentos anuais (HOJI, 2010, p. 281, grifo do autor).
Chiavenato (2005) completa que as análises horizontais e verticais de balanço na verdade
se complementam e se completam, por isso geralmente devem ser utilizadas em conjunto.
2.6 INDICADORES ECONÔMICOS E FINANCEIROS
Para uma melhor análise das demonstrações contábeis apresentadas pelas empresas, os
analistas devem recorrer aos indicadores econômicos e financeiros. “A análise de índices
financeiros é um método de avaliação patrimonial das empresas que expressa as relações existentes
entre as contas ou grupos de contas relevantes para o setor específico de atividade no qual elas
atuam para retratar sua situação financeira e econômica” (CARMONA et al., 2009, p. 29).
De acordo com Silva (2010, p. 220, grifo do autor), “os índices financeiros são
relações entre contas ou grupos de contas das demonstrações contábeis, que têm por
objetivo fornecer-nos informações que não são fáceis de serem visualizadas de forma
direta nas demonstrações contábeis”.
A análise de índices ou quocientes relaciona itens e grupos de itens do Balanço
Patrimonial e da Demonstração de Resultados. O uso de índices reveste-se de grande
utilidade para a análise de crédito e de tendências. Além disso, auxilia a gerência e
analistas externos a entender o desempenho da empresa no passado além de, por meio de
comparação com padrões preestabelecidos, examinar a posição da empresa no seu setor
de mercado em relação a concorrência (CHING; MARQUES; PRADO, 2010, p. 109).
Ching, Marques e Prado (2010) e Marion (2010) consideram ainda que, para se obter
uma análise segura e confiável das demonstrações contábeis o analista dos índices deve se
atentar a três critérios importantes na hora de usar os indicadores:
42
Nunca considerar um indicador isoladamente; sempre que possível deverá se
associar a outros;
Analisar um mesmo indicador por mais de um ano, de preferência no mínimo 3
anos, para que o índice mostre sua evolução; e
Comparar os resultados encontrados com índices-padrão, (índices de empresas
concorrentes).
Seguindo esta ideia, Ferreira (2005, p. 41), ainda completa que
Os índices devem ser interpretados levando-se em consideração todos os fatores que
envolvem a situação da empresa, isto é, fatores geográficos, econômicos,
financeiros, mercadológicos, entre outros, de modo que o numerador de um índice
esteja bem correlacionado a seu respectivo denominador.
Devido a sua relevância, serão suscetíveis de análise neste trabalho os seguintes
indicadores:
Índices de liquidez;
Índices de rentabilidade;
Índices de endividamento e estrutura; e
Índices de atividade.
2.6.1 Índices de liquidez
Os índices de liquidez representam uma das mais importantes formas de avaliar a
capacidade de uma empresa cumprir com seus vencimentos de curto prazo (CHIAVENATO,
2005). Ainda conforme Chiavenatto (2005), a liquidez de uma empresa representa a sua
solvência, sua capacidade de obter os recursos que não estão imobilizados a fim de quitar suas
obrigações com terceiros.
São utilizados para avaliar a capacidade de pagamento da empresa, isto é,
constituem uma apreciação sobre se a empresa tem capacidade para saldar seus
compromissos. Essa capacidade de pagamento pode ser avaliada, considerando:
longo prazo, curto prazo ou prazo imediato (MARION, 2010, p. 73, grifo do autor).
43
De acordo com Carmona et al., (2009, p. 32),
A análise financeira da liquidez é desenvolvida para identificar o comportamento de
diversos elementos patrimoniais relacionados aos aspectos operacionais e é
considerada como uma das referências de avaliação mais importantes para o gestor
financeiro de qualquer empresa. A análise de liquidez consiste em uma abordagem
da avaliação da capacidade financeira que uma empresa possui para honrar os seus
compromissos financeiros de curto prazo perante terceiros.
Ainda de acordo com Carmona et al. (2009), os índices de liquidez são conhecidos
também como índices de solvência de curto prazo, pois eles são responsáveis diretamente pela
avaliação financeira de uma empresa podendo ser elaborados conforme as necessidades dos
gestores com o objetivo de obter um melhor controle gerencial.
Silva (2006, p. 308) completa afirmando que “no geral, a liquidez decorre da
capacidade da empresa ser lucrativa, da administração do seu ciclo financeiro e de suas
decisões estratégicas de investimento e financiamento”. Para a melhor análise da liquidez da
empresa, existem quatro quocientes de liquidez mais utilizados que serão abordados
separadamente a seguir: índice de liquidez geral, índice de liquidez corrente, índice de
liquidez seca e índice de liquidez imediata.
2.6.1.1 Liquidez Geral
Este índice indica o quanto de dinheiro, bens e direitos de curto e longo prazo a
empresa dispõe em relação as suas obrigações totais (SILVA, 2006). Marion (2010) considera
um critério que empobrece esse índice o fato de aceitar as divergências entre as datas de
recebimento e de pagamento que tendem a acentuar-se, principalmente quando se analisa um
período longo, um recebimento do ativo pode divergir com um pagamento do passivo.
A fórmula do cálculo de liquidez geral é a seguinte:
De acordo com Silva (2006, p. 309), “a interpretação do índice de liquidez geral é no
sentido de quanto maior, melhor, mantidos constantes os demais fatores”.
44
2.6.1.2 Liquidez Corrente
Conforme Hoji (2010), o índice de liquidez corrente é na maioria dos casos o melhor
indicador de capacidade de pagamento da empresa. “O índice de liquidez corrente (Current
ratio) indica quanto a empresa possui em dinheiro mais bens e direitos realizáveis no curto
prazo (próximo exercício) comparado com suas dívidas a serem pagas no mesmo período”
(SILVA, 2006, p. 311).
A fórmula para realizar o cálculo de liquidez corrente é a seguinte:
De acordo com Silva (2006, p. 312) “a interpretação do índice de liquidez corrente é
no sentido de que quanto maior, melhor, mantidos constantes os demais fatores”.
2.6.1.3 Liquidez Seca
É considerado um índice bastante conservador para avaliar a situação financeira da
empresa, pois elimina os estoques da sua base de cálculo (MARION, 2010).
O índice de liquidez seca (acid test) indica quanto a empresa possui em
disponibilidades (dinheiro, depósitos bancários a vista e aplicações financeiras de
liquidez imediata), as aplicações financeiras de curto prazo e duplicatas a receber,
para fazer face a seu passivo circulante (SILVA, 2006, p. 314).
A fórmula para o cálculo da liquidez seca é a seguinte:
A interpretação desse índice é igual aos índices de liquidez geral e liquidez corrente,
ou seja, “do ponto de vista de capacidade de pagamento, quanto maior, melhor, mantidos
constantes os demais fatores” (SILVA, 2006, p. 315).
45
2.6.1.4 Liquidez Imediata
O índice de liquidez imediata é considerado um avanço quanto à medição de liquidez
das empresas, pois relaciona as obrigações com vencimentos de curto prazo com o dinheiro e
títulos e aplicações que possam ser revertidos em dinheiro (CHIAVENATO, 2005).
De acordo com Hoji (2010, p. 288),
Esse índice indica quanto a empresa possui de recursos imediatamente disponíveis
para liquidar compromissos de curto prazo. As disponibilidades são recursos
imediatamente disponíveis, mas as obrigações de curto prazo podem estar
compostas por dívidas que vencem em 15 dias, 30 dias ou até 365 dias.
A fórmula para o cálculo da liquidez imediata é a seguinte:
Para Marion (2010), o índice de liquidez imediata é um índice sem muito realce, pois
leva em considerações justamente variáveis que relacionam o dinheiro disponível com
obrigações que vencerão em datas mais variáveis possíveis, porém dentro do curto prazo. O
autor completa citando que a empresa poderá adotar políticas mais rígidas não havendo a
necessidade de obter índices altos, pois por vezes a empresa reduz seus índices que considera
seguro, justamente devido à mudança de estratégia. Ainda de acordo com Marion (2010, p.
81), “sucessivas reduções na Liquidez Imediata, com constantes e crescentes atrasos no
pagamento a fornecedores (detectados mediante as informações obtidas na praça), já são um
indicador relevante de dificuldades financeiras”.
2.6.2 Índices de rentabilidade
Os índices de rentabilidade, conhecidos também como índices de lucratividade, são
indicadores que relacionam os retornos da empresa em relação as suas vendas, com seus
ativos ou com seu patrimônio líquido (CHIAVENATO, 2005). De acordo com Chiavenato
46
(2005, p. 89,), os índices de rentabilidade “permitem avaliar os lucros da empresa em relação
às suas vendas, a um certo nível de ativos ou a investimentos dos proprietários”.
A análise financeira da rentabilidade busca mensurar o grau de eficiência no qual as
empresas utilizam seus ativos. A análise da rentabilidade é uma ferramenta de
avaliação do perfil qualitativo das relações entre contas de resultado, bem como
mensura o desempenho financeiro das atividades operacionais realizadas.
(CARMONA et al., 2009, p. 37).
De acordo com Hoji (2010, p. 292), “os índices de rentabilidade medem quanto estão
rendendo os capitais investidos”. São indicadores muito importantes, pois evidenciam o
sucesso (ou o insucesso) empresarial. Carmona et al. (2009) afirmam que
os índices de rentabilidade são responsáveis pelo cálculo de alguns dos mais
importantes parâmetros financeiros inerentes as empresas. Ao mensurar taxas de
retorno, os índices de rentabilidade fornecem um parâmetro referencial interessante
para avaliar a viabilidade de futuros investimentos. (CARMONA et al., 2009. p. 38).
Os indicadores mais utilizados para avaliar uma empresa consistem em: margem bruta,
margem líquida, giro do ativo, retorno sobre ativo, retorno sobre o patrimônio líquido.
2.6.2.1 Margem bruta
Conforme HOJI (2010, p. 293), “esse índice indica quanto a empresa obtém de Lucro
Bruto para cada $1,00 de receita líquida”.
A fórmula para o cálculo deste indicador é a seguinte:
47
2.6.2.2 Margem líquida
Este indicador consiste em indicar qual foi o lucro líquido obtido em relação à receita
operacional líquida (HOJI, 2010).
A fórmula para o cálculo deste indicador consiste em:
A interpretação deste indicador, conforme Matarazzo (2010, p. 112), é “quanto maior,
melhor”.
2.6.2.3 Giro do Ativo
De acordo com Silva (2006), o giro do ativo representa um indicador muito importante
para a análise da rentabilidade. O indicador consiste em analisar o quanto uma empresa
vendeu para cada R$ 1,00 de investimento (MATARAZZO, 2010). Ainda de acordo com
Matarazzo (2010, p. 111), “o sucesso de uma empresa depende em primeiro lugar de um
volume de vendas adequado”.
A fórmula para o cálculo deste indicador consiste em:
A interpretação isolada deste indicador, conforme Silva (2006, p. 259, grifo do autor),
é de que “‘quanto maior, melhor’, indicando o nível de eficiência com que são utilizados os
recursos aplicados na empresa, isto é, o ativo total”.
2.6.2.4 Retorno sobre o ativo
O índice de retorno sobre o ativo “é um indicador que monitora a relação existente
entre lucro líquido (LL) obtido pela empresa em relação ao seu Ativo Total” (CARMONA et
48
al., 2009, p. 38). O objetivo deste indicador é identificar a relação entre o lucro líquido
resultado entre determinado período de tempo e o ativo total a fim de ilustrar a taxa de retorno
obtida em relação ao capital que fora investido na empresa (CARMONA et al., 2009).
A fórmula para o cálculo deste indicador consiste em:
A interpretação deste indicador, conforme Matarazzo (2010, p. 112), também é
“quanto maior, melhor”.
2.6.2.4 Retorno sobre o patrimônio líquido
De acordo com SILVA (2006, p. 268, grifo do autor),
o índice de retorno sobre o patrimônio líquido (Return on equity – ROE) indica
quanto de prêmio os acionistas ou proprietários da empresa estão obtendo em
relação a seus investimentos no empreendimento. O lucro, portanto, é o prêmio do
investidor pelo risco de seu negócio.
A fórmula para o cálculo deste indicador consiste em:
Nesta fórmula, o patrimônio líquido médio consiste em somar o patrimônio líquido
inicial com o patrimônio líquido final e o resultado disso dividir por 2 (SILVA, 2006). A
interpretação deste indicador conforme Matarazzo (2010, p. 115) é “quanto maior, melhor”.
2.6.2.5 Sistema de análise Du Pont
O sistema de análise Du Pont foi desenvolvido há mais de meio século pela Du Pont
Company e consiste em um método de analisar a taxa de retorno dos investimentos.
(BRAGA, 2013). De acordo com Gitman (2002), esta técnica objetiva encontrar os principais
49
elementos que são responsáveis diretamente pelo desempenho financeiro da empresa.
Seguindo esta ideia, Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2005, p. 77, grifo do autor) completam
e enfatizam ainda que “a análise por meio do Sistema Du Pont procura identificar, no
conjunto dos dados da Demonstração do Resultado e do Balanço Patrimonial, as chamadas
áreas-chaves do desempenho financeiro da empresa”. Este modelo de análise, portanto, é
utilizado pelos administradores como importante ferramenta para avaliar a situação financeira
da empresa (GITMAN, 2002). Braga (2013) diz ainda que este método é amplamente
utilizado também por se tratar de um método simples e eficaz.
Gitman (2002, p. 127) acrescenta também que a vantagem do Sistema Du Pont é que
permite à empresa desdobrar seu retorno sobre o patrimônio líquido em três
componentes: lucro sobre vendas (margem líquida), eficiência no uso dos ativos
(giro do ativo total) e uso da alavancagem (multiplicador de alavancagem
financeira). O retorno total para os proprietários pode ser, então analisado á luz
dessas importantes dimensões.
De acordo com Braga (2013) a realização da análise por meio do Sistema Du Pont
pode ser feita por meio da aplicação de duas fórmulas:
Retorno sobre o Ativo Operacional Margem Operacional x iro do ativo oper cional
1
ou
Retorno sobre o Investimento Total Margem Líquida x iro do investimento total
Em relação a este modelo de aplicação do método, Braga (2013) afirma ainda ao se
utilizar as duas versões da fórmula é possível detectar um possível aumento ou diminuição do
retorno, que pode ser influenciado pela lucratividade das vendas ou pela própria eficiência no
uso dos ativos.
1 Ativo Operacional – São os ativos usados pela empresa para a realização das atividades operacionais. Estes
compreendem a aplicação de recursos de caráter permanente na capacidade de produção instalada e no capital de
giro (SILVA, 2010).
50
2.6.3 Índices de endividamento e estrutura
O grau de endividamento de uma empresa também pode ser medido por meio de
indicadores. Nos últimos anos, o endividamento das empresas tem sido crescente em âmbito
não só brasileiro, mas também mundial (MARION, 2010). Conforme Chiavenato (2005, p. 97),
o endividamento significa o volume de dinheiro de terceiros que está sendo utilizado pela
empresa na tentativa de gerar lucros. Quanto maior o grau de endividamento. Tanto
maior o volume de compromissos da empresa com relação aos credores. Os índices de
endividamento servem para indicar o grau de risco da empresa, e medem a participação
de recursos financeiros por terceiros. São obtidos a partir do Balanço Patrimonial.
De acordo com Iudícibus (2010), os quocientes confrontam as fontes de fundos entre si,
com o objetivo de retratar a posição do capital próprio perante o capital de terceiros. Portanto,
são indicadores muito relevantes, pois retratam a dependência financeira com terceiros.
Para Carmona et al. (2009), a análise do endividamento de uma empresa foi
desenvolvida a fim de identificar as relações que existem entre as diversas fontes de capitais
de uma empresa. Ainda de acordo com os mesmos autores, a análise financeira de
endividamento veio para completar a análise de liquidez.
Carmona et al. (2009, p. 34) ressaltam que “a análise de endividamento é uma
ferramenta de avaliação do perfil qualitativo da estrutura financeira que uma certa entidade
possui para financiar suas atividades operacionais, bem como a manutenção de suas demais
atividades administrativas”.
A seguir, serão conceituados os principais indicadores para a análise endividamento de
uma empresa: o índice de endividamento geral, o índice de participação de capital de terceiros
e o índice de imobilização do patrimônio líquido.
2.6.3.1 Índice de endividamento geral
Tratando-se de endividamento geral, destaca-se que “O índice de endividamento
geral mede a proporção dos ativos totais da empresa financiada pelos credores. Quanto maior
51
for esse índice, maior será o montante do capital de terceiros que vem sendo utilizado para
gerar lucros” (GITMAN, 2002, p. 117, grifo do autor).
A fórmula do índice de endividamento geral de uma empresa é a seguinte:
Conforme Ferreira (2005, p. 34) “quanto maior for esse índice, maior será o montante
de capital de terceiros que vem sendo utilizado para gerar resultados”.
2.6.3.2 Índice de participação de capital de terceiros
Conhecido também como Debt To equity ratio, o índice de participação de capital de
terceiros, consiste em relacionar o quanto representa o percentual de capital de terceiros em relação
ao patrimônio líquido, demonstrando a dependência de terceiros da empresa (SILVA, 2006).
A fórmula do índice de participação de capital de terceiros é a seguinte:
Conforme Silva (2006, p. 294, grifo do autor) “A interpretação de índice de participação
de capitais de terceiros isoladamente, para o analista financeiro, cujo objetivo é avaliar o risco
da empresa, é de que quanto maior, pior, mantidos constantes os demais fatores”. O autor
completa ainda que a empresa pode recorrer para um endividamento maior para auferir maior
ganho. Mas usando esta política, pode-se também auferir maior risco para o sócio ou acionista.
2.6.3.3 Índice de imobilização do patrimônio líquido
O índice de imobilização do patrimônio líquido indica o quanto do patrimônio líquido
da empresa está aplicado no ativo imobilizado.
A fórmula do índice de imobilização do patrimônio líquido é a seguinte:
52
Conforme Silva (2006, p. 291, grifo do autor), “do ponto de vista de risco, a
interpretação do índice de imobilização do patrimônio líquido é de que quanto maior pior,
mantidos constantes os demais fatores”. De acordo com Assaf Neto (2009), se o índice
apresentar resultado maior que 1, os recursos permanentes da empresa não são capazes para
financiarem suas aplicações permanentes.
2.6.4 Índices de atividades
Os índices de atividade são indicadores que buscam retratar a situações relacionadas a
todas as atividades da empresa. Conforme Brealey, Myers e Marcus (2003, apud CARMONA
et al., 2009) os índices de atividade são indicadores de eficiência operacional da empresa.
São índices que medem a rapidez com que determinados ativos (e um item do
passivo) giram dentro de um exercício em relação ao volume de operações da
empresa, isto é, são convertidos em vendas ou caixa. São também chamados de
índices de eficiência operacional ou de desempenho (CHIAVENATO, 2005, p. 94).
Os índices de atividade mais relevantes para análise são: giro do estoque, prazo médio
de recebimento e prazo médio de pagamento.
2.6.4.1 Prazo médio de giro do estoque
O indicador de giro do estoque busca ilustrar a relação existente entre o estoque e as
vendas realizadas. “Uma vez que o valor total das vendas, bem como os níveis dos estoques,
variam em função da escala de operações das empresas, esse índice será capaz de representar
a magnitude da agilidade com que os estoques se renovam” (CARMONA et al., 2009, p. 39).
O prazo médio de giro de estoque “indica, em média, quantos dias a empresa leva para vender
seu estoque” (MARION, 2010, p. 113).
De acordo com Carmona (2009), a fórmula do índice de giro do estoque é a seguinte:
53
A interpretação desse índice consiste em quanto maior, melhor será o giro dos
estoques (CARMONA et al., 2009).
2.6.4.2 Prazo médio de recebimento
Este índice consiste em indicar, qual é a média de dias que uma determinada empresa espera
até receber o pagamento de suas vendas (MARION, 2010). Portanto, o objetivo deste indicador é
ilustrar qual é a velocidade que a empresa está habilitada a cobrar as vendas realizadas. “Indica, em
média, quantos dias a empresa espera para receber suas vendas” (MARION, 2010, p. 113).
A fórmula para o cálculo deste indicador, conforme Marion (2010), é a seguinte:
A interpretação desse índice consiste em quanto maior, pior será o giro de contas a
receber (SILVA, 2006).
2.6.4.3 Prazo médio de pagamento
Conforme Marion (2010), este indicador mostra qual é o prazo médio que uma
empresa tem para pagar seus fornecedores. “O prazo médio de pagamento das compras é
um índice do tipo “quanto maior, melhor”, mantidos constantes os demais fatores e desde
que o seu volume de fornecedores não se mantenha alto por atraso nos pagamentos”
(SILVA, 2006, p. 284, grifo do autor).
Conforme Marion (2010) a fórmula para cálculo deste indicador é a seguinte:
54
2.7 ALAVANCAGEM FINANCEIRA E OPERACIONAL
A alavancagem é um estudo que considera a utilização dos custos operacionais e ou
financeiras de uma empresa. De acordo com Ferreira (2005, p. 191), seu objetivo consiste,
portanto, em “financiar as atividades das operações de uma empresa, maximizando seu
resultado e proporcionando maior retorno aos acionistas”. Ferreira (2005, p. 191)
complementa ainda que “[...] as variações no grau de alavancagem resultam em mudanças no
resultado da empresa, e consequentemente, no risco associado a ela”.
O nível de alavancagem na estrutura de capital de uma empresa - o mix de
empréstimos a longo prazo e capital próprio mantidos pela empresa – pode afetar de
ativos significativamente seu valor, devido ás mudanças no risco e no retorno. Ao
contrário de algumas causas de risco, os administradores têm quase que um controle
completo sobre o risco introduzido através do uso da alavancagem. Os níveis e
recursos de custo fixo que a administração seleciona afetam a variabilidade dos
retornos, ou seja, o risco que, por sua vez, pode ser controlado pelos administradores.
Uma vez que a alavancagem afeta o valor da empresa, o administrador financeiro deve
saber como medi-la e avalia-la, particularmente quando estiver tentando criar a melhor
estrutura de capital (GITMAN, 2002, p. 418, grifo do autor).
O estudo do grau de alavancagem de uma empresa pode ser mensurado em duas áreas:
o grau de alavancagem financeira e o grau de alavancagem operacional.
2.7.1 Alavancagem financeira
A alavancagem financeira consiste no estudo da interferência do capital de terceiros no
patrimônio da organização. De acordo com Hoji (2010, p. 189), “o processo é como se o
capital de terceiros, utilizando-se de uma ‘alavanca’, produzisse efeitos (positivos ou
negativos) sobre o patrimônio líquido”. Ainda de acordo com Matarrazo (2010, p. 316) a
expressão alavancagem financeira significa “o que a empresa consegue alavancar, ou seja,
aumentar o lucro líquido através da estrutura de financiamento”.
A seguir é apresentada a fórmula para o cálculo da alavancagem financeira:
55
Aplicando a fórmula, a interpretação do resultado obtido consiste no seguinte: se o
valor do resultado for maior que 1 existe alavancagem financeira favorável na empresa.
Quanto maior esse valor, maior o grau de alavancagem financeira. Se o valor for igual a 1
existe uma alavancagem financeira neutra e se o valor for menor que 1 existe uma
alavancagem financeira desfavorável (GITMAN, 2002; HOJI, 2010).
2.7.2 Alavancagem operacional
As mudanças numa empresa em relação ao aumento de atividades provocam reflexos
sobre seus resultados. O estudo deste fenômeno é chamado alavancagem operacional. A
alavancagem operacional permite avaliar a existência de custos operacionais fixos nos lucros
da empresa (GITMAN, 2002).
Para Matarazzo (2010), a expressão alavancagem operacional representa o quanto a
empresa consegue aumentar o lucro através de suas atividades operacionais em função da
margem de contribuição que ela estabelece. A margem de contribuição consiste na diferença
entre todas as receitas e custos variáveis, desde que sejam mantidos sempre os custos fixos.
A fórmula para cálculo do grau de alavancagem operacional é a seguinte:
A interpretação do resultado obtido é igual à interpretação do resultado da
alavancagem financeira. Se o valor do resultado for maior que 1 existe algum grau de
alavancagem operacional (favorável) na empresa. Se é igual a 1 alavancagem é neutra e se é
menor que 1 existe uma alavancagem desfavorável (GITMAN, 2002; HOJI, 2010).
2.8 A IMPORTÂNCIA DO PROFISSIONAL CONTÁBIL NA GESTÃO
Ao longo dos últimos anos, muitas mudanças advindas do processo de globalização
proporcionaram ao profissional formado em contabilidade um campo de trabalho muito mais
amplo, muito além da contabilidade tradicional e primitiva que este profissional estava
56
acostumado. Hoje o profissional contador assume o campo da contabilidade gerencial visando
uma contabilidade muito mais estratégica (PADOVEZE, 2010).
Figueiredo e Caggiano (2008) completam o pensamento de Padoveze ao afirmarem que
houve a necessidade do profissional contábil evoluir com o mercado. “A evolução tecnológica e o
desenvolvimento de novos métodos de trabalho representam a fronteira entre o sucesso e o
fracasso” (FIGUEIREDO; CAGGIANO, 2008, p. 25). Ainda conforme Figueiredo e Caggiano
(2008, p. 25), “o mercado profissional dos contadores, consequentemente, tem sido diversificado,
impactado por novas tecnologias, exigindo dos contadores adaptação ao de seu perfil profissional”.
Diante deste cenário atual, a função da contabilidade pode ser vista e definida como
um “[...] sistema de informação e mensuração de eventos que influencia a tomada de decisão,
partindo do conhecimento de fatos passados e delineando ações futuras a fim de contribuir
com o processo decisório” (NASCIMENTO; RE INATO, 2009, p. 9). Neste contexto,
Figueiredo e Caggiano (2008, p. 22) definem a tarefa dos contadores afirmando que “é tarefa
dos contadores transformar dados em informações, pois os dados são simplesmente um
conjunto de fatos expressos como símbolos ou caracteres incapazes de influenciar decisões,
até serem transformados em informações”. Nascimento e Reginato (2009, p. 9) também
acrescentam quais são as atribuições necessárias do profissional contábil hoje:
A referida área, por seu turno se responsabiliza pela manutenção e integridade dos
registros contábeis e analisa as variações das demonstrações contábeis e dos indicadores
econômico-financeiros em relação ao planejamento, compilando os dados relevantes e
reportando o seu produto aos gestores. Na verdade, essa é a base para que possa
cumprir uma das facetas de sua missão, que é a de prover os gestores com informações
precisas e oportunas para a tomada de decisão que leve à eficácia organizacional.
Seguindo também nesta linha de pensamento Barros apud Consenza (2005, p. 111)
considera também que
Não há dúvida de que a profissão contábil caminha para a intelectualidade, em lugar
do exagerado pragmatismo atual. Assim, a atuação do contabilista deverá ultrapassar
sua área específica atuação e se integrar com as diversas áreas de conhecimento
aplicado aos negócios, como Economia, Administração, Direito etc. Isto tudo leva a
crer que o contador que terá maiores condições de sobreviver, nesse novo milênio,
será aquele que se propuser a mover-se da cultura analítica retrospectiva para a visão
prospectiva holística, além de estar sempre aberto para aprender novos conceitos.
57
Conforme Silva e Azevedo (2002), no cenário atual, o contador deve ser visto como
um verdadeiro comunicador de informações dentro da empresa. Ainda conforme estes
mesmos autores, o profissional contábil possui habilidade de avaliar os fatos ocorridos no
passado, perceber os fatos presentes e pode também através de análises diagnosticar fatos e
tendências que poderão se concretizar futuramente, isso consequentemente está diretamente
relacionado ao sucesso ou fracasso empresarial.
Cardoso, Souza e Almeida apud Cosenza (2006, p. 277) ressaltam ainda que “aqueles
profissionais que, hoje, ainda ficam presos ao passado e só conhecem, exclusivamente, a
contabilidade, em termos de ‘partidas dobradas’, debitando e creditando sem agregar nenhum
valor à empresa, estarão com seus dias contados”.
Assim, pode-se compreender que no cenário atual o contador ganha papel de destaque
e de relevante importância dentro do ramo empresarial. Porém é necessária uma atualização
constante do mesmo para continuar fornecendo inúmeras informações confiáveis que
evidenciam a situação real da empresa, bem como continuar suprindo aos gestores com
elementos adequados para a tomada de decisões mais certeiras, levando em consideração todo
o negócio (NASCIMENTO; REGINATO, 2009).
58
3 MÉTODO
O método usado no desenvolvimento do trabalho é considerado por Acevedo e Nohara
(2009) a parte mais importante do trabalho científico. Conforme os autores, se não houver a
utilização do método científico, o trabalho de monografia ou artigo não pode ser considerado
como científico, pois conforme ressaltam os autores, “o método científico caracteriza o estudo
científico” (ACEVEDO; NOHARA, 2009, p. 45).
O método, portanto, pode ser caracterizado como
[...] o conjunto de atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e
economia, permite alcançar o objetivo – conhecimentos válidos e verdadeiros –
traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do
cientista” (MARCONI; LAKATOS, 2010a, p. 65).
Já Prodanov e Freitas (2009, p. 33) acrescentam que o “método científico é o conjunto
de processos ou operações mentais que devemos empregar na investigação. É a linha de
raciocínio adotada no processo de pesquisa”. Gil (2010, p. 25) considera que
cada pesquisa é naturalmente diferente de qualquer outra. Daí a necessidade de
previsão e provisão de recursos de acordo com a sua especificidade. Mas quando o
pesquisador consegue rotular seu projeto de pesquisa de acordo com um sistema de
classificação, torna-se capaz de conferir maior racionalidade as etapas requeridas
para sua execução. O que pode significar a realização da pesquisa em tempo mais
curto, a maximização da utilização de recursos e certamente a obtenção de
resultados mais satisfatórios.
Ainda de acordo com Gil (2010), existem várias diferenças e semelhanças em relação às
modalidades de pesquisa, que surgem a partir de sua classificação. O ordenamento permite o
melhor entendimento dos fatos e, consequentemente, o pesquisador passa a obter mais elementos
para decidir sobre a aplicabilidade e sobre a solução dos problemas apresentados para investigação.
59
3.1 TIPO DE PESQUISA QUANTO À NATUREZA
Em relação à natureza, este trabalho é uma pesquisa básica e aplicada. A pesquisa
básica, conhecida também como pesquisa fundamental, caracteriza-se por se tratar de uma
pesquisa que procura a ampliação do conhecimento teórico e o progresso científico sem ter o
interesse e aplicação na prática. Esse tipo de pesquisa é bastante formal, levando em
consideração as leis e princípios universais (MARCONI; LAKATOS, 2010b). Ainda de
acordo com Prodanov e Freitas (2009, p. 62) a pesquisa básica “[...] objetiva gerar
conhecimentos novos úteis para o avanço da ciência sem aplicação prática prevista. Envolve
verdades e interesses universais”.
Já a pesquisa aplicada caracteriza-se por se tratar de uma pesquisa com interesse
prático onde os resultados obtidos serão usados para a solução imediata dos problemas que
ocorrem na realidade (MARCONI; LAKATOS, 2010b). Para Prodanov e Freitas (2009, p. 62)
a pesquisa aplicada “[...] objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática dirigidos à
solução de problemas específicos. Envolve interesses locais”.
3.2 TIPO DE PESQUISA QUANTO AOS OBJETIVOS
Em relação aos objetivos, o presente trabalho adotou a pesquisa exploratória e a
descritiva. De acordo com Gil (2010), a pesquisa exploratória tem por objetivo proporcionar
familiaridade com a questão problema, tornando-a mais explicita e fácil de construir
hipóteses. Possui campo amplo de planejamento, sendo este muito flexível, pois no seu estudo
considera diversos aspectos relacionados ao fato abordado.
[...] quando a pesquisa se encontra na fase preliminar, tem por finalidade
proporcionar mais informações sobre o assunto que vamos investigar, possibilitando
sua definição e delineamento, isto é, facilitar a delimitação do tema da pesquisa;
orientar a fixação dos objetivos e a formulação das hipóteses ou descobrir um novo
tipo de enfoque para o assunto (PRODANOV; FREITAS, 2009, p. 63).
Ainda de acordo com Prodanov e Freitas (2009), os dados são coletados através de
levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que tiveram experiências com o mesmo
problema e a também ocorre a análise de exemplos que estimulem a própria compreensão.
60
Conforme Gil (2010, p. 27), a pesquisa descritiva tem como objetivo
[...] a descrição das características de determinada população. Podem ser elaboradas
também com a finalidade de identificar possíveis relações entre variáveis. São em
grande número as pesquisas que podem ser classificadas como descritivas e a
maioria das que são realizadas com objetivos profissionais provavelmente se
enquadra nesta categoria.
Prodanov e Freitas (2009, p. 63) definem ainda que “nas pesquisas descritivas, os fatos
são observados, registrados, analisados, classificados e interpretados, sem que o pesquisador
interfira sobre eles, ou seja, os fenômenos do mundo físico e humano são estudados, mas não
são manipulados pelo pesquisador”.
3.3 TIPO DE PESQUISA QUANTO À ABORDAGEM
Em relação à abordagem, este trabalho adota tanto a abordagem qualitativa quanto a
quantitativa. A pesquisa quantitativa consiste em considerar que tudo pode ser quantificado,
traduzindo os dados numéricos em opiniões e informações a fim de analisar e classificar os
mesmos. A pesquisa quantitativa utiliza as técnicas estatísticas como a porcentagem, média,
moda, desvio-padrão entre outros recursos (PRODANOV; FREITAS, 2009).
A pesquisa qualitativa considera que existe uma dinâmica entre as relações do mundo
real e o sujeito que não pode ser transformada em números. Diferentemente da pesquisa
quantitativa, a pesquisa qualitativa não se utiliza de recursos estatísticos, pois a interpretação
dos fatos e a sua significância são básicas para o processo de pesquisa qualitativa, já que
consiste basicamente numa pesquisa descritiva (PRODANOV; FREITAS, 2009).
61
A seguir um quadro que compara as pesquisas qualitativas e quantitativas.
Ponto de comparação Pesquisa Qualitativa Pesquisa Quantitativa
Foco de pesquisa Qualidade (natureza e essência) Quantitativa (quantos, quanto)
Raízes filosóficas Fenomenologia, interação simbólica Positivismo, empírico, estatístico
Frases associados Trabalho de campo, etnografia,
naturalismo, subjetivismo
Experimental, empírico, estatístico
Metas de investigação Entendimento, descrição, descoberta,
generalização, hipótese
Predição, controle, descrição.
Confirmação, teste de hipótese
Ambiente Natural, familiar Artificial, não-natural
Amostra Pequena, não representativa Grande, ampla
Coleta de dados Pesquisador como principal instrumento
(entrevista, observação)
Instrumentos manipulados (escala, teste,
questionário etc.)
Modo de análise Indutivo (pelo pesquisador) Dedutivo (pelo método estatístico)
Quadro 9 – Comparação entre Pesquisa Qualitativa x Quantitativa
Fonte: Prodanov e Freitas (2009, p. 82).
3.4 TIPO DE PESQUISA QUANTO AOS MEIOS
De acordo com il (2010, p. 28), “para que se possa avaliar a qualidade dos resultados de
uma pesquisa, torna-se necessário saber como os dados foram obtidos, bem como os
procedimentos adotados em sua análise e interpretação”. Em relação aos meios, a presente
pesquisa adota a pesquisa bibliográfica, a pesquisa documental e o estudo de caso. A pesquisa
bibliográfica tem como base o estudo de materiais que já foram publicados por outros autores.
Tradicionalmente, esta modalidade de pesquisa inclui material impresso, como
livros, revistas, jornais, teses, dissertações, e anais de eventos científicos. Todavia
em virtude da disseminação de novos formatos de informação, estas pesquisas
passaram a incluir outros tipos de fontes, como discos, fitas magnéticas, CDs, bem
como o material disponibilizado pela Internet (GIL, 2010, p. 29).
Prodanov e Freitas (2009, p. 68) acrescentam ainda que
em relação aos dados coletados na Internet devemos atentar à confiabilidade e
fidelidade das fontes consultadas eletronicamente. Na pesquisa bibliográfica, é
importante que o pesquisador verifique a veracidade dos dados obtidos, observando
as possíveis incoerências ou contradições que as obras possam apresentar.
62
A pesquisa documental assemelha-se à pesquisa bibliográfica, pois também se utiliza
de dados já existentes, porém diferencia-se principalmente na questão que diz respeito à
natureza das fontes de estudo.
A pesquisa bibliográfica fundamenta-se em material elaborado por autores com o
propósito específico de ser lido por públicos específicos. Já a pesquisa documental
vale-se de toda sorte de documentos, elaborados com finalidades diversas, tais como
assentamento, autorização, comunicação etc. (GIL, 2010, p. 30).
Em relação a este trabalho, os documentos a serem levantados para a análise dos dados
são as demonstrações contábeis publicadas pelas empresas.
Já o estudo de caso consiste em uma “[...] investigação empírica que investiga um
fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto da vida real, especialmente quando os limites
entre o fenômeno e contexto não estão claramente definidos” (YIN, 2001, p. 32 apud
PRODANOV; FREITAS, 2009, p. 74). Também é possível dizer que
consiste em coletar e analisar informações sobre um determinado indivíduo, uma
família, um grupo ou uma comunidade, a fim de estudar aspectos variados de sua
vida, de acordo com o assunto da pesquisa (PRODANOV; FREITAS, 2009, p. 66).
Prodanov e Freitas (2009) complementam ainda que o estudo de caso é um minucioso,
exaustivo e profundo estudo de um ou mais objetos, permitindo seu conhecimento amplo e
detalhado. Ainda através dele se pode descobrir coisas que não foram previstas anteriormente,
por isso o pesquisador precisa ter grande equilíbrio intelectual e bom “olho clínico” além de
muita moderação na análise dos resultados encontrados.
3.5 COLETA DOS DADOS
De acordo com Gil (2010, p. 120), “a coleta dos dados é feita mediante entrevistas,
observação e análise de documentos”. O autor afirma ainda que “a consulta a fontes
documentais é imprescindível em qualquer estudo de caso” ( IL, 2010, p. 121).
63
A coleta dos dados foi realizada diretamente no site da Bolsa de Valores Brasileira, a
BM&FBOVESPA, no qual foram coletadas as demonstrações contábeis das três companhias
distribuidoras de energia abordadas neste trabalho, no período de 2011 até 2015.
3.6 ANÁLISE DOS DADOS
Segundo Gil (2009, p. 156),
a análise tem como objetivo organizar e sumariar os dados de forma tal que
possibilitem o fornecimento de respostas ao problema proposto para investigação. Já
a interpretação tem como objetivo a procura do sentido mais amplo das respostas, o
que é feito mediante sua ligação a outros conhecimentos anteriormente obtidos.
Marconi e Lakatos (2010b, p. 22) acrescentam ainda que para proceder à análise e
interpretação dos dados devem ser levados em consideração dois itens importantes:
planejamento bem elaborado da pesquisa, para facilitar a análise e a interpretação;
complexidade ou simplicidade das hipóteses ou dos problemas, que requerem
abordagem adequada, mas diferente; a primeira exige mais tempo, mais esforço.
Sendo mais difícil sua verificação; na segunda, ocorre o contrário.
Após os dados terem sido coletados e digitados nas planilhas Excel®, foi realizada a
aplicação das fórmulas propostas pelos principais indicadores e por fim foi realizada a análise
e interpretação dos resultados obtidos.
Conclui-se neste capítulo as definições das diretrizes metodológicas necessárias e em
seguida se dará a realização das análises dos resultados, buscando assim solucionar a questão
problema desta pesquisa.
64
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS
Na análise dos resultados apresentam-se os dados avaliados, confrontando-os com os
assuntos desenvolvidos no referencial teórico, buscando por meio da aplicação das fórmulas
propostas alcançar os objetivos deste trabalho. A coleta dos dados ocorreu no período de
agosto e setembro de 2016, sendo retiradas todas as informações do site da Bovespa de São
Paulo. Procurou-se coletar as últimas demonstrações publicadas referentes a cada ano, dentro
do período proposto de 2011 a 2015. Para o cálculo das análises e indicadores não foram
levadas em consideração as variações inflacionárias ocorridas no período.
4.1 ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL
Inicia-se a análise dos dados através da análise vertical e horizontal de cada empresa.
Conforme já citado no referencial teórico, na análise vertical é possível visualizar como estão
dispostas as contas e qual a sua representatividade dentro do grande grupo, bem como sua
representatividade perante o resultado obtido pela empresa no ano. Já a análise horizontal
demonstra ao analista a evolução da conta com o passar do tempo, sendo utilizada para uma
comparação de quanto aumentou ou diminui a mesma, dentro do período definido.
4.1.1 Análise vertical e horizontal da AES Sul
Através da análise vertical da empresa AES Sul, pode-se perceber a representatividade
do grupo do ativo, dividido em ativo circulante e ativo não circulante no período de 2011 até
2015, sendo representado conforme mostra a figura a seguir.
65
Figura 2 – Análise Vertical do Ativo da empresa AES Sul
Fonte: própria autora
Através da análise vertical, pode-se verificar que o ativo não circulante representa ao
longo de todos os últimos 5 anos a maioria da composição do grupo do ativo no balanço
patrimonial, ficando bem à frente em todos os períodos analisados.
Na análise vertical do ativo, pode-se dizer que o ativo circulante representava 19,99%
no ano de 2011, tendo uma queda em 2012 e 2013 e crescendo em 2014 e 2015, passando a
representar 26,22% do ativo total. Dentro do grupo houveram poucas variações, podendo-se
citar que este crescimento se deve em parte ao aumento da conta contas a receber que
dispunha verticalmente de 11,54% em 2011 e agora representa 15,04%. Também é possível
observar que teve considerável aumento a conta “Outros” do ativo circulante que comporta as
contas “Devedores Diversos, Outros Créditos e Ativo Financeiro Setorial” que em 2011
representava 0,61% e em 2015 já significava 8,25%.
Ainda conforme a análise vertical, no ano de 2011 se verifica que o grupo do ativo não
circulante teve o seu auge de representatividade, alcançando a o índice de 80,01%, tendo
como destaque a conta do ativo intangível que engloba os contratos de concessão que
representavam neste ano 59,36% do ativo não circulante. Entretanto, observa-se que nos
últimos dois anos a representatividade do grupo vem diminuindo gradativamente, encerrando
2015 com 73,78% de representatividade, o que se deve à redução da própria conta ativo
intangível que encerrado o ano de 2015 representava verticalmente apenas 36,30%.
66
Na figura a seguir, é apresentada a análise horizontal do ativo para comparar as
mudanças nos grupos ao longo do período analisado.
Figura 3 – Análise Horizontal do Ativo AES Sul
Fonte: própria autora
No âmbito horizontal, nota-se que entre o período de 2012 e 2013 o ativo não
circulante teve maior crescimento e o grupo do ativo circulante apresentou declínio, mas em
2014 e 2015 o ativo circulante cresceu e superou o ativo não circulante nos indicadores. Ao
comparar com 2011, pode-se afirmar que e o grupo do ativo circulante aumentou 100,32% e o
ativo não circulante encerrou 2015 com 40,86% de aumento em relação a 2011.
Dentre as contas com mudanças mais representativas através da análise horizontal,
destacam-se no ativo circulante a conta contas a receber com um aumento horizontal de 98,95%,
a conta “outros” que comporta as contas “devedores diversos, outros créditos e ativo financeiro
Setorial” com um aumento horizontal de 1.970%, a conta de estoques da empresa que obteve um
aumento 142,64% e a conta de despesas antecipadas que obteve 1.192,67% de aumento.
No ativo não circulante, conforme se verifica através da análise horizontal, o subgrupo
imobilizado obteve um aumento significativo ao longo dos últimos 5 anos, crescendo 1.311,63%.
Seguindo esta linha de análise horizontal, observa-se também que a conta investimentos teve um
aumento significativo de 3.151,09% comparando com os valores de 2011.
67
Já a representatividade, através da análise vertical do grupo do passivo da empresa
AES Sul, entre o período de 2011 até 2015, pode ser observada na Figura 4.
Figura 4 – Análise Vertical do Passivo AES Sul
Fonte: própria autora
Por meio da análise vertical do passivo, observa-se um declínio dos grupos do passivo
não circulante e do patrimônio líquido. Também é evidente o crescimento do grupo do
passivo circulante ao longo dos anos. Em 2011 o passivo circulante representava
verticalmente 25,65% do passivo total e o grupo passivo circulante passou a representar
62,61% do passivo total em 2015. A conta com mudanças mais significativas foi a conta de
empréstimos e financiamentos. Em 2011 a conta empréstimos e financiamentos de longo
prazo representavam apenas 23,52% e encerrou 2015 com 1,17% e a mesma conta no ativo
circulante em 2011 representava 1,54% em 2011, e em 2015 a mesma conta passou a
representar 33,31% do total do grupo.
Por meio da análise vertical, observa-se ainda que a representatividade do patrimônio
líquido diminuiu em 4 dos 5 anos analisados, representando em 2011 30,21% da composição
do passivo e no último exercício apenas 22,99%. Como conta de destaque da análise vertical
observa-se em 2011 a conta capital social realizado que neste ano representava 16,28% e em
2015 apenas 11,39%, tendo uma diminuição vertical de 4,89%.
68
A análise horizontal do passivo pode ser verificada conforme a figura apresentada em
seguida.
Figura 5 – Análise Horizontal do Passivo AES Sul
Fonte: própria autora
Ao realizar a análise horizontal, nota-se um crescimento do grupo passivo circulante, e
em contrapartida é notável a diminuição de 49,37% em relação ao ano anterior do grupo
passivo não circulante. Isso se deve muito também às contas de empréstimos e financiamentos
do passivo não circulante que passaram para o curto prazo. Pode-se dizer também, analisando
por meio da analise horizontal o período de 5 anos, que a diminuição da conta de empréstimos e
financiamentos do longo prazo foi de 92,40% e o aumento da conta de empréstimos e
financiamentos do curto prazo foi de 3.202,40%.
Horizontalmente, também se observa no Patrimônio Líquido um aumento de 16,24%
comparando os anos de 2011 a 2015. A maior mudança foi em relação à conta outros
resultados abrangentes que aumentou 122,48%. Também é possível dizer que a conta reserva
legal aumentou 64,60% em relação ao ano de 2011.
69
A análise da Demonstração do Resultado do Exercício, por meio da análise vertical,
mostra variações conforme a figura apresentada a seguir.
Figura 6 – Análise Vertical do DRE AES SUL
Fonte: própria autora
Por meio da análise vertical, pode-se verificar que é representativa a conta de custo
dos produtos/serviços vendidos que está sempre muito próxima a conta de receita líquida.
Analisando os 5 anos passou de 81,51% de representatividade sobre a receita em 2011,
superando a mesma em 2013, passando para 102,16% e encerrou 2015 representando
96,12%, um decréscimo de 3,88% em relação ao ano base de 2011. Sendo o custo dos
produtos/serviços vendidos apresentado nas demonstrações com valores elevados, em
consequência a representatividade dos resultados bruto, financeiro e o lucro, diminuem.
Adiante, a análise horizontal das principais contas da DRE.
70
Figura 7 – Análise Horizontal do DRE AES Sul
Fonte: própria autora
Conforme se verifica na Figura 7, a análise horizontal da DRE permite dizer que a
receita líquida aumentou 61,04% nos cinco anos e o custo neste período teve um aumento
maior do que a variação da receita, encerrando em 2015 com um aumento de 89,90%. Na
análise horizontal do DRE da AES Sul não foi possível avaliar a evolução da conta de
resultado financeiro em decorrência do ano base (2011) apresentar valor negativo.
4.1.2 Análise vertical e horizontal da RGE
A seguir, figura com a análise vertical do ativo da companhia RGE.
Figura 8 – Análise Vertical do Ativo da RGE
Fonte: própria autora
71
Verticalmente, pode-se analisar que o grupo do ativo vem aumentando devido a conta
de disponibilidades da empresa que em 2011 representava somente 2,90% do ativo e
encerrado 2015 representava 13,99%, um aumento significativo de 11,09. Em contrapartida,
nota-se ainda que a conta de contas a receber no circulante está decaindo, pois representava
no período inicial 13,36% e no último exercício passou a representar verticalmente 9,56%.
Ainda pela análise vertical, no ativo não circulante nota-se importante queda na conta
de ativo intangível, já que em 2011 a conta representava 58,48% e em 2015 caiu para 31,81%
de representatividade dentro do grupo.
A demonstração das variações horizontais do ativo da empresa RGE é demonstrada na
figura a seguir.
Figura 9 – Análise Horizontal do Ativo da RGE
Fonte: própria autora
Ao analisar horizontalmente os ativos da RGE, pode-se dizer que o ativo circulante e o
ativo não circulante cresceram ao longo dos últimos anos. Em números, comparando com 2011
pela análise horizontal, o ativo circulante cresceu 211,87 e o ativo não circulante 41,64%.
No ativo circulante, nota-se que a conta caixa e equivalentes cresceu 743,28% em
relação ao ano de 2011, representando 639,62% de crescimento em relação ao ano anterior. A
conta contas a receber no ativo circulante aumentou 25,13% em relação a 2011 e 41,20% em
relação ao último ano.
72
Observa-se ainda que no grupo de outros ativos circulantes houve a maior alteração,
pois foram 808,51% de crescimento em relação a 2011, sendo que a conta de Derivativos teve
um crescimento de 8.895,19% em relação a 2011.
No ativo não circulante observa-se que o grupo de outros ativos não circulantes houve
a maior alteração, já que foram 372,55% de crescimento em relação a 2011, sendo que a conta
de derivativos teve um crescimento de 399.998,98% em relação a 2011.
As variações verticais do passivo da RGE podem ser vistas na figura a seguir.
Figura 10 – Análise Vertical do Passivo da RGE
Fonte: própria autora
Através da analise vertical do passivo da RGE, pode-se verificar a grande
representatividade do patrimônio líquido entre os períodos de 2011 a 2015. Porém, esta
representatividade vem caindo devido à queda de representatividade do capital social
realizado que representava 31,22% em 2011 e em 2015 representou apenas 24,21% do grupo.
É evidente a estabilidade do passivo circulante não variando mais de 11% no período,
bem como o crescimento do passivo não circulante. Através da análise vertical, observa-se no
passivo circulante que a empresa vem diminuindo os seus empréstimos a curto prazo que em
2011 representavam 12,74% e em 2015 representam somente 5,56%. Já no ativo não
circulante na conta empréstimos e financiamentos observa-se a situação oposta: um aumento
na respectiva conta, sugerindo-se que a empresa venha a pegar valores com mais prazo de
pagamento. Em 2011 a conta representava 21,69% do grupo e em 2015 já representa 39,80%.
Observa-se ainda que em 2014 e 2015 a empresa passou a buscar recursos no exterior.
73
A análise horizontal do passivo pode ser observada na figura apresentada a seguir.
Figura 11 – Análise Horizontal do Passivo da RGE
Fonte: própria autora
Analisando a Figura 11, nota-se uma gradativa tendência de crescimento no passivo
em relação ao patrimônio líquido, que encerrado 2015 obteve 24,56% de aumento horizontal.
Pode-se destacar a conta de capital social realizado, que aumentou 35,59% em relação ao ano
de 2011 e a conta reserva de lucros com um aumento de 61,81% e a conta reserva legal com
um aumento de 167,46% entre o período analisado.
Sobre o passivo circulante, observa-se um decréscimo de representatividade nos anos
de 2012, 2013 e 2014 e no ano de 2015 nota uma elevação de 57,77% em relação ao ano
anterior. Pode-se citar que os fornecedores foram a conta de destaque, pois em relação a 2014
o grupo aumento 64,52%, Também no período analisado é notável a redução percentual dos
empréstimos e financiamentos do passivo circulante, já que no ano de 2013 representava
53,44%, uma redução de 46,56% em relação a 2011 e em 2014 representava 37,79%, 62,21%
a menos e encerrou 2015 representando 76,40%, uma redução de 23,90%.
Ainda analisando horizontalmente o passivo não circulante, nota-se um crescimento
em todos os anos analisados, auferindo em 2015 um crescimento de 196,69% em relação ao
ano de 2011. Em parte este crescimento justifica-se nas contas empréstimos e financiamentos
ao longo prazo que comparando com o ano anterior aumentou 68,26% e comparado com 2011
obteve-se um aumento de 220,89%.
74
A seguir, a análise vertical do DRE da empresa RGE.
Figura 12 – Análise Vertical do DRE da RGE
Fonte: própria autora
Na Figura 12 observa-se as variações verticais no DRE da empresa RGE. Nota-se que o
custo dos bens e/ou serviços vendidos vem apresentando anualmente uma elevação,
representando em 2015 84,41% da receita líquida auferida. Sobre o resultado financeiro, nota-se
que este ficou negativo em todos os anos analisados. Embora a representatividades dos custos
tenha aumentado, o custo da RGE terminou com resultado positivo nos cinco anos de análise.
A seguir as variações horizontais ocorridas no DRE da empresa RGE.
Figura 13 – Análise Horizontal do DRE da RGE
Fonte: própria autora
Através da figura anterior é possível verificar que a receita líquida vem aumentando ao
longo do período, encerrando 2015 com 47,36 % de aumento em relação a 2011 e 31,17% em
75
relação a 2014. Os custos dos bens e/ou serviços prestados também aumentaram nos últimos
anos tendo a maior variação ocorrido entre 2014 e 2015 com um aumento de 44,27%.
Ainda pela análise horizontal, conforme se verifica o lucro auferido pela companhia,
o mesmo diminuiu nos últimos três anos representando em 2015 apenas 57,99% do lucro
obtido em 2011. Isso representa uma queda de 42,01% no período. Não foi possível realizar
a análise da evolução da conta de resultado financeiro em decorrência do ano base (2011)
apresentar valor negativo.
4.1.3 Análise vertical e horizontal da CEEE-D
A seguir, segue a análise vertical e horizontal da empresa CEEE-D.
Figura 14 – Análise Vertical do Ativo da CEEE-D
Fonte: própria autora
Conforme pode ser observado na Figura 14, é notável o decréscimo do ativo circulante
nos últimos 3 anos e o aumento do ativo não circulante neste período, que encerrado o ano de
2015 representava quase 3/4 do ativo total. Pode-se dizer que isso se deve muito à diminuição
da conta contas a receber no ativo circulante que em 2011 representava 44,84% do ativo total
e em 2015 somente 23,05%. Já no ativo não circulante, pode-se justificar o grande
crescimento em parte pela conta intangível representava 10,78% do total do ativo em 2011 e
chegou em 2015 à representatividade de 45,97%, um crescimento vertical de 35,19%.
76
A seguir segue figura com a análise horizontal do ativo da CEEE-D.
Figura 15 – Análise Horizontal do Ativo da CEEE-D
Fonte: própria autora
Ao analisar horizontalmente o ativo da CEEE-D, nota-se uma tendência de crescimento
do ativo não circulante. Comparando o ano de 2015 com o ano de 2011, o grupo apresentou um
aumento de 20,10% e no mesmo período comparando o passivo circulante houve um
decréscimo de 51,27%, encerrando 2015 com apenas 48,73% do valor obtido em 2011.
No ativo circulante houve uma redução significativa da conta de aplicação financeira
com redução de 24,30% comparando os anos de 2011 e 2015. A conta contas a receber teve
uma redução de 55,47% comparada com 2011. Entretanto, comparado com o ano de 2014,
ambas as contas tiveram um crescimento de 66,34% e 4,59% respectivamente.
No ativo não circulante, ocorreu um aumento da conta imobilizado de 184,94%
comparado com 2011 e uma diminuição de 55,75% comparado com o último ano. A conta
intangível também aumentou 269,26% em relação a 2011, e apresentou um aumento ainda
mais expressivo de 344,66% se comparado com o exercício de 2014.
Adiante, figura da composição do passivo através da análise vertical.
77
Figura 16 – Análise Vertical do Passivo da CEEE-D
Fonte: própria autora
A partir da análise vertical do passivo, percebe-se que ao longo dos últimos 5 anos a
grande representatividade do grupo do passivo não circulante. Destaque aos empréstimos que
aumentaram de 7,70% de representatividade em 2011 para 14,32% em 2015. Pode-se citar
também a conta outras obrigações que em 2011 representava 1,82% e encerrado 2015 já
representavam 30,56%.
Observa-se ainda que o grupo patrimônio líquido vem decaindo significativamente,
muito devido à conta Lucros/Prejuízos Acumulados, que vem aumentando devido aos
resultados negativos obtidos. Em relação ao passivo circulante, pode-se dizer que o grupo não
apresenta variações significativas no período analisado.
Já a análise horizontal do passivo da empresa CEEE-D é apresentada na Figura 17.
Horizontalmente, é possível dizer que quase todos os percentuais diminuíram
comparando com os valores base de 2011, exceto em 3 anos em que o grupo do passivo não
circulante cresceu. Em 2012 o aumento foi de 36,61 % comparado com 2011, em 2014 este
aumento foi de 31,01% e 2015 verificou-se 88,44% de aumento.
No passivo circulante, destaca-se uma queda significativa na conta de empréstimos e
financiamentos de curto prazo, que apresentou uma diminuição de 97,56% no período
analisado e de 55,99% comparado com o ano anterior.
No passivo não circulante o aumento em 2012, 2014 e 2015 muito se deveu ao
crescimento da conta de empréstimos e financiamentos no longo prazo que, comparado com
2011 aumentou 38,04% em 2012, 61,19% em 2015 e comparado com o ano de 2014 ocorreu
um aumento de 70,33%. Além disso, desde 2012 a empresa passou a adquirir dinheiro em
78
moeda estrangeira que atualmente concentra a maior representatividade dentro do grupo de
empréstimos e financiamentos.
Em relação ao patrimônio líquido, o resultado obtido pela empresa nos últimos 5 anos
fez com que a conta de Lucros/prejuízos acumulados aumentasse 293,31% em relação a 2011
e 107,06% em relação ao ano anterior.
Figura 17 – Análise Horizontal do Passivo da CEEE-D
Fonte: própria autora
A seguir segue análise vertical do DRE da empresa CEEE-D.
Figura 18 – Análise Vertical do DRE da CEEE-D
Fonte: própria autora
Através da análise vertical do DRE da CEEE-D, percebe-se que os custos
apresentaram um aumento significativo, chegando a ultrapassar a receita líquida nos anos de
2013 e 2015. Estima-se ainda que estes influenciaram diretamente no resultado de prejuízo
obtido em todos os últimos 5 anos.
79
A análise horizontal do DRE da CEEE-D pode ser observada na figura seguinte.
Figura 19 – Análise Horizontal do DRE da CEEE-D
Fonte: própria autora
Através da análise horizontal do DRE da CEEE-D, observa-se que a receita líquida
aumentou 66,47% comparado com 2011. Porém, o aumento dos custos foi de 15,92% em
2012, 31,92% em 2013, 61,78% em 2014 e 105,49% em 2015. Não foi possível realizar a
análise da evolução das contas de resultado financeiro e lucro/prejuízo em decorrência do ano
base (2011) apresentar valores negativos.
4.2 INDICADORES ECONÔMICOS E FINANCEIROS
Dando continuidade aos objetivos propostos, neste subcapítulo será feita a análise dos
resultados obtidos a partir das fórmulas de indicadores econômicos apresentados no
referencial teórico. A análise se dará por meio de comparação de cada indicador entre as 3
empresas durante os 5 anos.
4.2.1 Índices de Liquidez
A liquidez de uma empresa representa a sua capacidade em cumprir com seus
vencimentos a curto prazo (CHIAVENATO, 2005). A figura a seguir é uma representação
gráfica do índice de liquidez geral calculado.
80
Figura 20 – Índice de Liquidez Geral
Fonte: própria autora
Analisando a liquidez geral das empresas, nota-se que a CEEE-D vem decaindo
anualmente, tendo a liquidez geral mais favorável em 2011 com 1,23 e a mais desfavorável
em 2015 com 0,43. Houve uma queda relevante do ativo da empresa CEEE-D em 2015 em
decorrência da redução expressiva do ativo realizável ao longo prazo no não circulante, assim
como o aumento do passivo não circulante. A AES Sul apresentou poucas variações ao longo
dos anos e encerrou 2015 também com liquidez geral desfavorável, ou seja, abaixo de 1.
Somente a RGE auferiu aumentos anuais e liquidez favorável em 2015, tendo para cada R$
1,00 de dívida, R$ 1,02 de recursos alocados no ativo da empresa.
A liquidez corrente dos últimos 5 anos das 3 empresa pode ser visualizada na Figura 21.
Figura 21 – Índice de Liquidez Corrente
Fonte: própria autora
81
A maior liquidez corrente apresentada foi da empresa CEEE-D em 2012, com 1,72, ou
seja, para cada R$ 1,00 de dívida e empresa possuía R$ 1,72 de recursos próprios para o
pagamento. Entretanto, os indicadores da empresa vêm decaindo aos longos dos anos e
apresentou em 2015 liquidez desfavorável (0,65), o que representa que a empresa possuía
apenas R$ 0,65 para cobrir cada R$ 1,00 de dívidas no curto prazo. No período, a AES Sul foi a
empresa que apresentou menor índice, com 0,42 em 2015. A RGE foi a única empresa que
aumentou sua liquidez corrente nos últimos 5 anos, tendo liquidez favorável nos últimos 4 anos.
O índice obtido no cálculo da liquidez seca pode ser observado na Figura 22.
Conforme se verifica, a empresa CEEE-D novamente foi a empresa que inicialmente
apresentava a melhor liquidez seca ao longo do período analisado representando 1,71 em
2012, ou seja, excluindo os estoques do ativo circulante a empresa possuía R$ 1,71 de
recursos do ativo circulante para cobrir cada R$ 1,00 de obrigações do passivo circulante.
Entretanto, neste indicador também a empresa vem apresentando pioras e encerrou 2015 com
apenas 0,64 de liquidez seca. O pior resultado apresentado foi da AES Sul em 2015 com 0,41
de liquidez seca. A RGE novamente apresentou melhoras progressivas e encerrou 2015 como
a única empresa com liquidez seca favorável (1,37).
Figura 22 – Índice de Liquidez Seca
Fonte: própria autora
Os índices obtidos no cálculo da liquidez seca seguem muito parecidos com os obtidos
no cálculo da liquidez corrente. Isso ocorre devido ao fato das empresas analisadas não
possuírem estoques significativos, pois são empresas prestadoras de serviços e seu estoque é
composto apenas por materiais de uso, consumo e almoxarifado.
82
Como último indicador de liquidez para ser avaliado tem-se a liquidez imediata, que
pode ser observada na figura a seguir.
Figura 23 – Índice de Liquidez Imediata
Fonte: própria autora
Os valores de liquidez imediata apresentados foram os mais baixos entre todos os
outros tipos de liquidez avaliados, tanto que o ideal é que a empresa possua recursos
suficientes em disponibilidades imediatas para quitar seus passivos de curtíssimo prazo. O
maior valor auferido foi no ano de 2013 pela empresa RGE com 0,59, ou seja, a empresa
possuía R$ 0,59 de disponibilidades para cada R$ 1,00 de obrigações em curto prazo. Assim,
pode-se constatar que a empresa possuía excessos de disponibilidades imediatas, as quais
poderiam estar sendo utilizadas para gerar outras fontes de receitas.
Encerra-se assim a análise da liquidez destas três empresas, podendo-se dizer que a
empresa que apresentou melhores quocientes foi a RGE, que ao longo dos anos vem
melhorando os resultados, tendo índice superior a 1 em 2015 nos indicadores de liquidez
geral, corrente e seca. Já na avaliação imediata, o melhor desempenho foi da empresa CEEE-
D que aloca menos ativos na sua disponibilidade imediata.
4.2.2 Índices de Rentabilidade
A rentabilidade de uma empresa consiste, de acordo com Hoji (2010), num dos
principais indicadores para se avaliar o sucesso ou fracasso empresarial. Estes indicadores
83
retratam a eficiência com a qual as empresas usam seus ativos (CARMONA, 2009). Quanto
maior os quocientes, melhor a rentabilidade.
Figura 24 – Índice de Margem Bruta
Fonte: própria autora
O primeiro indicador de rentabilidade analisado é o índice de margem bruta.
Analisando a Figura 24, percebe-se que somente a empresa RGE possui os quocientes
positivos em todos os anos, visto que as demais empresas em alguns períodos sequer
obtiveram receitas suficientes para suprir seus custos.
A margem líquida das empresas analisadas pode ser observada na figura a seguir.
Figura 25 – Índice de Margem Líquida
Fonte: própria autora
84
Analisando os quocientes obtidos pelo cálculo da margem líquida, constatam-se
resultados insatisfatórios principalmente para a CEEE-D, visto que a situação da rentabilidade
ficou negativa em todos os períodos analisados. As demais empresas seguem com valores
positivos, exceto a AES Sul em 2013. Porém, nota-se que estes estão de deteriorando
anualmente e mantendo-se próximo de zero.
O giro do ativo é um indicador que relaciona as receitas de vendas com o valor total
do ativo, mostrando de que maneira as receitas são aplicadas no ativo.
Novamente analisando a rentabilidade através do índice do giro do ativo, verifica-se
que os quocientes são próximos nos anos de 2011 a 2014 e não atingem um resultado mínimo
de 1 giro do ativo por período. Nota-se um aumento gradativo para a CEEE-D desde 2011 que
encerra com o maior e melhor índice do período: 1,02 em 2015. O menor quociente obtido foi
da empresa CEEE-D em 2011 com 0,53. A RGE e a AES Sul obtiveram em todos os anos os
quocientes abaixo de 1.
A figura a seguir mostra as variações obtidas no índice do Giro do Ativo.
Figura 26 – Índice de Giro do Ativo
Fonte: própria autora
O retorno sobre o ativo relaciona a representatividade do lucro líquido pelo ativo total.
Como pode se perceber na Figura 27, novamente todas as empresas apresentaram valores
baixos ao longo de todos os anos. Destaca-se a empresa CEEE-D que apresentou os piores
quocientes em 2014 e 2015, com -0,15 e -0,16 respectivamente.
85
Figura 27 – Índice de Retorno sobre o Ativo
Fonte: própria autora
O retorno sobre o patrimônio líquido pode ser observado na Figura 28.
Figura 28 – Índice de Retorno sobre o Patrimônio Líquido
Fonte: própria autora
A relação observada entre o lucro líquido e o patrimônio líquido é muito desfavorável.
O pior resultado obtido foi da CEEE-D em 2014, com -5,06. Esse resultado obtido em 2014
pela CEEE-D advêm de uma queda brusca no valor do patrimônio líquido da empresa
ocorrida em 2014 em relação aos demais anos anteriores. Comparando os anos de 2013 e
2014, constata-se que o patrimônio líquido da empresa que era de R$ 511.341,00 passou para
apenas R$ 88.009,00, influenciado diretamente pelo resultado negativo de R$ 445.282,00
86
auferido pela empresa em 2014. Ressalta-se também que a análise do retorno do patrimônio
líquido da empresa CEEE-D em 2015 não foi realizada devido ao patrimônio líquido
apresentado pela empresa ser negativo, ocorrendo a situação de “Passivo a descoberto2”.
A análise Du Pont foi feita tendo como base a fórmula abaixo, devido não ser possível
identificar, através das demonstrações contábeis, de forma precisa o ativo operacional.
Através da aplicabilidade da fórmula da análise se verifica o aumento ou diminuição
do retorno dos investimentos. Pode-se ver os quocientes na figura a seguir.
Figura 29 – Modelo Du Pont
Fonte: própria autora
Analisando o retorno do patrimônio líquido, verifica-se um crescimento desfavorável
constante dos índices da CEEE-D, que encerra 2015 com o pior resultado da série histórica
analisada: -0,16. Ainda analisando a Figura 29 nota-se que a AES Sul e a RGE também vêm
diminuindo o seu retorno ao longo dos anos.
Encerrado a análise da rentabilidade pode-se dizer que em geral todas as empresas
apresentaram em sua maioria piora nesta categoria de indicadores.
2 Passivo a Descoberto – ocorre quando o Patrimônio Líquido da empresa é negativo, sendo o valor das
obrigações com terceiros superior ao valor dos ativos.
87
4.2.3 Índices de Endividamento e Estrutura
Os indicadores de análise do endividamento e estrutura são importantes ferramentas
usadas para avaliar como está estruturado e a dependência de qual dinheiro a empresa usa
para manutenção de suas atividades operacionais e não operacionais. E geral a interpretação é
de o quanto maior a dependência, maior é risco. A figura a seguir apresenta a análise do
endividamento geral das companhias.
Por meio do indicador de endividamento geral, pode-se dizer que a CEEE-D vem
aumentando gradativamente o seu nível de endividamento aos longos dos anos. A empresa
possui o maior índice (1,15), obtido em 2015. Ou seja, as obrigações com terceiros são
superiores ao seu ativo, a cada R$ 1,00 de ativo a empresa deve R$ 1,15.
Figura 30 – Índice de Endividamento Geral
Fonte: própria autora
Pressupõe-se que a empresa aumentou seus empréstimos em longo prazo nesse
período, por causa dos resultados negativos. Houve a necessidade de obter o capital para
cobrir seus custos e despesas, pois nos anos de 2013 e 2015 o custo dos itens/serviços superou
a receita líquida. Além disso, desde 2012 a empresa passou a obter recursos estrangeiros.
As outras duas empresas também aumentaram seus índices de endividamento. A AES
Sul aumentou seus recursos de curto prazo, destacando-se o arrendamento financeiro. A RGE,
assim como a CEEE-D, destaca-se pela busca de recursos estrangeiros desde o ano de 2014.
A figura a seguir apresenta o índice de participação no capital de terceiros.
88
Figura 31 – Índice de Participação de Capital de Terceiros
Fonte: própria autora
A empresa CEEE-D possui a maior participação de capital de terceiros perante o seu
patrimônio líquido, auferindo o maior quociente em 2014, onde a empresa possuía 3.265,75%
do capital próprio pertencente a terceiros, em razão de brusca queda do seu patrimônio
líquido. No ano de 2015 não foi possível avaliar o quociente de participação de capital de
terceiros da empresa CEEE-D devido à mesma apresentar o patrimônio líquido com valores
negativos. A RGE e a AES Sul apresentaram quocientes de endividamento estáveis durante o
período analisado, exceto no último ano, quando ocorreu um avanço do indicador.
O cálculo do indicador de imobilização do patrimônio líquido só foi aplicado para as
empresas CEEE-D e AES Sul devido a RGE não apresentar imobilizado em seus balancetes.
Em razão do fato atípico, buscaram-se informações sobre essa questão nas notas explicativas
da companhia, porém não se obteve nenhuma informação. A CEEE-D possuía em 2014 o seu
maior quociente (2,29) e em 2015 o seu menor quociente (-0,35) em razão do patrimônio
líquido negativo. Sobre a AES Sul, os valores foram baixos também.
89
Figura 32 – Índice de Imobilização do Patrimônio Líquido
Fonte: própria autora
Ao fim da análise dos indicadores de endividamento é possível deduzir que a RGE
apresenta os melhores resultados nos quesitos de endividamento geral e participação de
capital de terceiros. Ao contrário da RGE, a CEEE-D apresentou os maiores valores de
endividamento geral e participação de capital de terceiros. No quesito imobilização do
patrimônio Líquido a empresa CEEE-D também apresentou em 2014 o maior índice, não
sendo capaz o imobilizado de cobrir o patrimônio líquido da companhia. Houve na CEEE-D
uma grande queda no patrimônio líquido da companhia devido ao resultado negativo auferido
em 2014 e em 2015. Na análise geral de endividamento, a AES Sul foi uma empresa que nos
três índices apresentou resultados estáveis ao longo dos 5 anos.
De modo geral, pode-se afirmar que os indicadores de endividamento das companhias
analisadas apresentaram deteriorações na sua evolução, visto que as mesmas aumentaram os
seus financiamentos e empréstimos, principalmente a companhia AES Sul no curto prazo e a
RGE e a CEEE-D no longo prazo.
4.2.4 Índices de Atividades
O indicador de atividades relaciona as operações da empresa com os prazos de
pagamento aos fornecedores e os recebimentos dos clientes, bem como o prazo médio do giro
dos estoques. Este último indicador não foi avaliado nesta análise devido as empresas serem
90
prestadoras de serviços e não possuírem valores relevantes em seus estoques, pois não
realizam operações de venda de mercadorias.
A Figura 33 apresenta os prazos de recebimento conforme análise feita dos últimos 5
anos. Foram usados como base no cálculo dos quocientes apenas os valores a receber no curto
prazo.
Figura 33 – Índice de Prazo Médio de Recebimento
Fonte: própria autora
Ao fazer a análise do prazo médio de recebimento, é possível ver que a CEEE-D vem
melhorando anualmente seus prazos. Observa-se um prazo de recebimento elevado de 305
dias em 2011 e uma redução significativa ao longo dos últimos 5 anos de análise, encerrando
o ano de 2015 com o prazo de 81 dias. A interpretação deste indicador consiste em quanto
maior pior. Ou seja, é importante as empresas trabalharem para diminuírem sempre os prazos
de recebimentos para dar maior fluxo de caixa e evitar ter que pagar suas contas antes de
terem recebido as suas receitas.
Observa-se na Figura 34 a análise dos prazos de pagamento em dias que as empresas
possuem. Destaca-se que para este cálculo também foram usadas as obrigações com os
fornecedores do passivo circulante. Como não foi possível descobrir os fornecedores ligados ao
CMV, todo o custo dos Bens e/ou Serviços Vendidos foi considerado no valor das compras.
91
Figura 34 – Índice de Prazo Médio de Pagamento
Fonte: própria autora
A CEEE-D possui o menor prazo na relação de pagamento de suas obrigações com
terceiros. Supõem-se que tal fato se justifica devido aos resultados ruins obtidos pela empresa
nos últimos anos. Supõe-se ainda que a falta de credibilidade no mercado fez que os seus
fornecedores diminuíssem os seus prazos. A empresa AES Sul também obteve prazos
menores analisando os últimos 2 anos, provavelmente também associado aos prejuízos
apresentados em 2013 e 2015.
A RGE, entretanto, supõe-se que foi a companhia que mais investiu internamente na
política de aumentar os prazos de pagamento das suas contas. Nos últimos cinco anos a
empresa conseguiu em todos os períodos aumentar os dias que tem para fazer as quitações das
contas, encerrando 2015 com o prazo de 61 dias para realizar o pagamento para terceiros.
A empresa CEEE-D encerrou o ano de 2015 com os piores prazos tanto de
recebimento quanto de pagamento, recebendo suas contas após 81 dias e pagando seus
compromissos em 46 dias. Entretanto, analisando a companhia ao longo dos anos, a CEEE-D
foi a empresa mais eficiente nos setor de contas a receber, com a melhora expressiva nos
prazos tendo em 2011 o prazo expressivo de 305 dias e em 2015 de 81 dias.
A empresa AES Sul teve uma melhora no prazo de recebimento em 2013, quando
conseguiu diminuir o prazo de 55 para 52 dias. Porém, nos últimos anos o seu prazo de
recebimento novamente tem aumentado encerrando o último ano de análise com o prazo de
recebimento de 67 dias. O prazo de pagamento da empresa também vem diminuindo ao longo
dos anos, sendo que em 2013 obteve o melhor prazo de pagamento: 97 dias. Em 2015
92
encerrou com um prazo de pagamento de 66 dias. Comparada com as demais empresas, a
AES Sul foi a empresa que maior prazo de pagamento apresentou em 2015.
Já a RGE foi à única empresa que encerrou os últimos três anos alcançando os
melhores resultados pelo setor de contas da empresa, supondo-se poder ter o melhor setor de
contas entre as empresas analisadas. Desde 2013, a empresa recebe sempre as suas receitas
antes de precisar efetuar o pagamento das suas contas, encerrando o último ano com um prazo
de 51 dias e necessitando pagar suas dívidas com um prazo de 61 dias.
É relevante apontar ainda que as deficiências no setor de contas a pagar e a receber das
empresas refletem diretamente na necessidade das mesmas buscarem recursos com terceiros
para financiarem as suas operações. Exemplo disso são os aumentos no financiamento a curto
prazo da empresa AES Sul e a longo prazo da empresa CEEE-D. Deduz-se que o aumento dos
empréstimos da empresa RGE não esteja atrelado ao setor de contas a pagar, pois a mesma
consegue receber suas receitas antes de quitar suas obrigações.
4.2.5 Alavancagem Financeira e Operacional
Conforme a interpretação do indicador, ocorre alavancagem somente quando o
resultado estiver acima de 1. Quando o resultado for igual a 1 a alavancagem é considerada
neutra e quando estiver abaixo de 1 não ocorre nenhum tipo de alavancagem. A figura a
seguir é uma representação gráfica da alavancagem financeira das e empresas analisadas.
Figura 35 – Alavancagem Financeira
Fonte: própria autora
93
Conforme se verifica na Figura 35, a alavancagem financeira das empresas é positiva
em todos os períodos analisados somente para a empresa RGE. A CEEE-D apresentou
quociente positivo apenas em 2012, sendo que nos demais períodos o resultado antes dos
juros e dos impostos já era negativo, não havendo alavancagem. A alavancagem da AES Sul
em 2013 não pôde ser avaliada devido à empresa ter apresentado LAJIR negativo. Observa-se
também que a empresa AES Sul encerra o ano de 2015 com o pior desempenho entre as
empresas analisadas. Isso representa que os recursos financeiros utilizados pela empresa não
geraram resultado operacional suficiente a fim de cobrir as despesas financeiras. Esse
resultado pode ser justificado pelo aumento significativo das despesas financeiras que
comparadas aos anos de 2014 e 2015 aumentaram R$ 262.053,00.
A figura a seguir apresenta a alavancagem operacional de cada empresa. Seguindo a
mesma linha de interpretação que a alavancagem financeira, a RGE novamente apresentou
uma alavancagem positiva em todos os períodos analisados. Sobre a CEEE-D, pode-se dizer
que nos últimos três anos não houve alavancagem operacional. Os custos dos bens e/ou
serviços vendidos apresentados pela empresa em 2013 e em 2015 foram superiores à receita
líquida e em 2014 o LAJIR negativo influenciou também no resultado ruim do quociente.
Figura 36 – Alavancagem Operacional
Fonte: própria autora
A alavancagem operacional da empresa AES Sul não pôde ser avaliada, pois a mesma
considera seus custos e despesas como sendo todos custos embutidos dentro do custo dos
itens/serviços vendidos no DRE.
94
4.3 ANÁLISE ECONÔMICA E FINANCEIRA DAS EMPRESAS
Como objetivo específico de estudo, descrevem-se a seguir as análises econômico-
financeiras das empresas que foi realizada com base na análise dos dados.
4.3.1 Análise econômica e financeira da AES Sul
A empresa AES Sul nos últimos 5 anos apresentou uma liquidez desfavorável em
todos os períodos. Possui poucas disponibilidades imediatas para quitar suas obrigações com
terceiros. Como exemplo, podem-se citar os elevados empréstimos e financiamentos a curto
prazo que a companhia possui. Também conforme se verifica, os estoques da companhia são
pouco representativos por se tratar de uma prestadora de serviço. Portanto, os índices de
liquidez corrente e seca possuem a mesma tendência de representatividade.
Em relação à rentabilidade, a companhia AES Sul também obteve baixo desempenho,
muito devido ao prejuízo obtido em dois encerramentos de exercício: 2013 e 2015.
Analisando o endividamento da AES Sul, verifica-se uma estabilidade ao longo dos
anos, com uma tendência de crescimento da participação do capital de terceiros no último
ano, podendo-se verificar o montante das obrigações com empréstimos e financiamentos a
vencer no período de curto prazo da companhia. Supõe-se que a elevação dos financiamentos
foi necessária para cobrir os resultados ruins de 2013 e 2015. Por ter indicadores de atividade
ineficientes, a empresa necessita de recursos para a manutenção das atividades.
No índice de atividades, a empresa possui instabilidade na manutenção dos seus
prazos, tendo encerrado o último ano (2015) com um prazo de recebimento superior ao prazo
para quitar suas obrigações com terceiros. Isso não é saudável financeiramente para a
companhia, pois estima-se que a mesma busca empréstimos em curto prazo para conseguir
cumprir com as suas obrigações.
A alavancagem operacional da AES Sul não pôde ser avaliada, pois a mesma considera
seus custos e despesas gerais embutidos nos custos dos produtos/serviços vendidos. Já a
alavancagem financeira só ocorreu nos dois primeiros anos de análise. Em 2013 não foi
calculada a alavancagem, pois a empresa apresentou LAJIR negativo. Ou seja, seus resultados
antes dos juros e imposto de renda já não cobriam as operações da empresa. Em 2014 o
95
quociente apresentou resultado abaixo de 1, também não havendo alavancagem. Já no ano de
2015 a empresa obteve LAIR negativo, ou seja, os recursos financeiros utilizados pela empresa
não geraram resultado operacional suficiente a fim de cobrir as despesas financeiras da empresa.
Conclui-se que a companhia apresenta instabilidade econômica e financeira.
Entretanto, conforme se verifica na análise de alguns indicadores, constata-se que nos últimos
anos têm havido uma tendência de piora dos indicadores econômico-financeiros da AES Sul.
4.3.2 Análise econômica e financeira da RGE
A empresa RGE apresentou liquidez favorável em grande parte dos quesitos avaliados
e em quase todos os anos analisados. Observou-se um aumento considerável nas
disponibilidades imediatas, podendo-se deduzir que possui parcela de excesso de ativo
alocado nas disponibilidades imediatas que podiam estar sendo melhor aproveitados. Devido
aos baixos estoques da companhia, por se tratar de uma prestadora de serviço, a liquidez
corrente e seca possuem a mesma tendência ao longo dos 5 anos.
Em relação à rentabilidade, pode-se verificar que os quocientes obtidos são baixos.
Porém, apresentaram resultados positivos em todos os quocientes de rentabilidade avaliados,
tendo sido estes melhores que as demais empresas analisadas.
O índice de endividamento da empresa RGE mostra que a representatividade da sua
participação com terceiros é menor que as demais empresas. Conforme se verifica, a empresa
possui uma estabilidade nos empréstimos e financiamentos a curto prazo e um crescimento
nos empréstimos e financiamentos para pagamentos superiores ao final do exercício seguinte.
Afere-se que a RGE aumentou seus empréstimos, para alavancar o seu alavancar o lucro.
Em relação aos prazos de pagamento de suas obrigações com terceiros, a RGE se
encontra numa situação favorável, pois consegue receber suas contas sempre antes de ter que
arcar com as suas obrigações. Avaliando esse quesito, a RGE se destaca por ter sido única
empresa que alcançou o objetivo de receber antes de pagar suas obrigações nos últimos três
períodos analisados. Ainda conforme a análise do indicador de atividades, ao longo dos cinco
anos a empresa conseguiu aumentar anualmente o seu prazo de pagamento.
Na avaliação da alavancagem financeira e operacional também se verifica quocientes
favoráveis em todos os anos de análise.
96
A partir da análise dos indicadores, conclui-se que a RGE apresenta boa saúde
financeira. Supõe-se que a empresa usa o endividamento para alavancar seus lucros. Ou seja,
a empresa é a que melhor utiliza o capital de terceiros para incrementar seu lucro líquido.
4.3.4 Análise econômica e financeira da CEEE-D
A CEEE-D possui os resultados mais insatisfatórios nos quocientes avaliados. Em
geral, conforme se verifica, a liquidez da empresa foi favorável nos dois primeiros anos de
análise e encontra-se desfavorável em todos os quesitos nos últimos 2 anos de análise.
Na avaliação da rentabilidade, a empresa apresentou pouco retorno aos sócio-
acionistas da companhia. Considerando a avaliação dos indicadores econômico-financeiros, a
rentabilidade apresentada é negativa. A empresa encerrou o ano de 2015 com o patrimônio
líquido negativo, em uma situação totalmente adversa de passivo a descoberto.
A representatividade do endividamento geral e da participação do capital de terceiros
na companhia apresentou o maior quociente comparado com as demais empresas. Estima-se
que o aumento do endividamento a longo prazo se justifica pela busca de financiamento para
manutenção das suas atividades, pois a empresa apresenta um setor de contas ineficiente, e os
resultados obtidos ao longo do período analisado foram negativos.
Na avaliação do índice de atividades, os prazos de recebimento vêm melhorando
significativamente, sendo que a empresa é a melhor das 3 no quesito redução de prazos de
recebimento. Em 2010 levava 305 dias para receber suas contas e encerrado 2015 levava 81
dias. Entretanto, o prazo de pagamento da companhia vem se reduzindo também, supondo-se
que seja motivada pelos resultados ruins obtidos pela empresa nos últimos anos. A CEEE-D
encerrou 2015 tendo que pagar suas contas em 46 dias.
A avaliação da alavancagem financeira da CEEE só pôde ser realizada em 2012, pois
o LAJIR apresentado foi negativo nos demais anos. A avaliação da alavancagem operacional
da empresa apresentou o melhor quociente quando comparado com as demais empresas em
2012, com alavancagem de 3,02. Porém, nos anos seguintes a empresa apresentou valores
abaixo de 1, não havendo mais nenhum tipo de alavancagem operacional.
A partir da análise dos indicadores é possível concluir que a CEEE-D é a companhia
que apresenta os maiores problemas econômicos e financeiros.
97
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A análise de balanços no cenário atual torna-se essencial para que os diversos usuários
das demonstrações contábeis que tiverem interesse possam obter informações sobre a situação
econômica e financeira das empresas. Neste contexto, este trabalho teve como objetivo geral
analisar as demonstrações contábeis publicadas por três empresas do ramo de distribuição de
energia do Rio Grande do Sul a fim de verificar a situação econômica e financeira em que
cada empresa se encontra.
A população depende do setor elétrico e a falta de energia gera diversos transtornos
tanto para a realização das atividades diárias em casa, bem como para qualquer empresa, seja
do ramo do comércio, de serviços ou da indústria.
Seguindo os objetivos propostos no trabalho, inicialmente foi feita uma busca pelas
principais bibliografias do assunto, a fim de oportunizar um melhor entendimento da
legislação acerca das demonstrações contábeis e indicadores usados para realização das
análises, com o propósito de melhor interpretar os resultados posteriormente. Também se
buscou no método as diretrizes necessárias para a realização do trabalho científico.
Ainda como objetivo específico deste trabalho, foi realizada a busca do papel do contador
dentro da gestão nos dias atuais. Este profissional deixou de ter apenas a tarefa de debitar e
creditar os dados e gerar as demonstrações contábeis. O contador pode tornar-se um analista
finnaceiro para a empresa, o profissional que melhor conhece e analisa a organização, tratando os
resultados das demonstrações econômico-financeiras. O contador como conhecedor dos
resultados da organização tem papel decisivo em auxiliar no processo de gestão das empresas.
Na análise dos resultados, foram elaboradas as análises verticais e horizontais do
Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício, bem como foram
realizados os cálculos propostos inicialmente dos indicadores de liquidez, rentabilidade,
endividamento e estrutura, assim como de atividades. Seguindo ainda os objetivos, foram
também verificados os graus de alavancagem financeira e operacional de cada companhia.
Na análise da liquidez destaca-se a empresa RGE vem melhorando seus resultados e
encerrou 2015 com a melhor liquidez geral, seca e corrente. Já na CEEE-D ocorre uma
situação adversa, pois esta vem deteriorando os seus resultados anualmente.
98
Já na análise da rentabilidade, em geral as empresas possuem quocientes baixos.
Destaque Para a CEEE-D que em 2015 apresentou o patrimônio líquido negativo, onde ocorreu
uma situação atípica onde o ativo da empresa não cobre mais as obrigações com terceiros.
Na análise do endividamento e sua estrutura em todas as empresas, verifica-se que
estes indicadores estão aumentando. Neste quesito o destaque vai novamente para a empresa
CEEE-D, que possui os maiores índices na avaliação do endividamento geral, com 1,17 em
2015 e a maior participação no capital de terceiros com 3.265,75% em 2014. O ano de 2015
não pôde ser avaliado, pois a empresa apresentou o patrimônio líquido negativo.
Na análise do indicador de atividades, destaque para a RGE que possui os melhores
prazos no que se referente aos pagamentos e recebimentos. A RGE foi a única empresa que
em 2015 pagava suas obrigações após ter recebido suas receitas. Já a CEEE-D encerrou o ano
de 2015 com os piores prazos tanto de recebimento quanto de pagamento, recebendo suas
contas após 81 dias e pagando seus terceiros em 46 dias. Porém, ressalta-se que se for
comparar com os últimos anos, a CEEE-D foi a empresa que melhor conseguiu diminuir seus
prazos de recebimento, sendo o setor de contas a receber o mais eficiente.
Na análise da alavancagem financeira e operacional, o melhor desempenho foi da
RGE que apresentou quocientes positivos nos cinco anos de análise. Em contrapartida, a AES
Sul não obteve alavancagem financeira nos últimos três anos, sendo que em 2015 devido ao
aumento da conta despesas financeiras a empresa auferiu o pior quociente: -24,65. A CEEE-D
não apresentou alavancagem operacional e financeira nos últimos 3 anos de análise.
Em geral, conclui-se neste trabalho, conforme as análises dos indicadores propostos,
que a CEEE-D é a distribuidora gaúcha com os piores indicadores, auferindo resultado
econômico de prejuízo ao longo de todos os anos de análise. Possui ainda um quociente de
endividamento superior às demais, onde se deduziu que a mesma busca recursos com
terceiros para cobrir seus resultados ruins que vem obtendo, bem como para cobrir o seu setor
de contas que é o que trabalha com os piores prazos de pagamento e recebimento. Ressalta-se
ainda que a empresa apresentou uma situação atípica em 2015, onde o seu patrimônio líquido
ficou negativo, de modo que o total do ativo não cobriu o patrimônio líquido.
Já em situação oposta está a RGE que apresentou os melhores resultados na avaliação
dos indicadores e os resultados econômicos obtidos foram de lucro em todos os períodos
analisados. Credita-se esta situação à boa gerência, que busca manter o nível de liquidez
favorável, bem como uma rentabilidade estável e um setor de contas eficiente que desde o ano
99
de 2013 consegue realizar os pagamentos após o recebimento das receitas. Estima-se também
que o aumento do endividamento da empresa ao longo dos anos serve de alavanca pra
permanecer auferindo resultados positivos.
Quanto a AES Sul, trata-se de uma empresa instável, com uma tendência de piora
desde 2013, quando empresa apresentou resultado de exercício negativo pela primeira vez no
período avaliado. A empresa apresenta um aumento no nível de endividamento no curto
prazo. Deduz-se que a mesma necessita de capital de giro para pagar as suas contas devido à
empresa possuir deficiências no setor de contas, tendo que desembolsar antes de receber as
receitas no ano de 2015.
De um modo geral, entende-se que o objetivo geral e os objetivos específicos
propostos no início deste trabalho foram alcançados.
5.1 LIMITAÇÕES DO ESTUDO
Durante a análise foram encontrados os seguintes limitadores do estudo:
A pesquisa se baseou apenas em três empresas que distribuem energia no
Estado do Rio Grande do Sul;
Não foram consideradas as variações inflacionárias entre os períodos
analisados;
As informações contábeis foram retiradas do site da Bolsa de Valores, onde
algumas informações/explicações/justificativas/particularidades não foram
encontradas; e
Como base de análise dos dados foram somente utilizados o Balanço
Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício, não sendo base deste
trabalho as demais demonstrações contábeis.
100
5.2 PESQUISAS FUTURAS
Sugere-se que para pesquisa futura seja realizada a análise das demais demonstrações
contábeis obrigatórias, como a DFC, a DMPL e o DVA. Também sugere-se que seja feita
uma análise dos resultados auferidos pelas distribuidoras de outros Estados brasileiros para
verificar se existe uma correlação entre os índices obtidos pelas distribuidoras gaúchas com as
demais distribuidoras brasileiras.
Sobre as análises neste trabalho foi realizada a análise econômica e financeira da
CEEE-D, que assim como a RGE e AES Sul somente distribuem energia. No entanto, para
um melhor entendimento da situação da empresa, sugere-se para pesquisas futuras que se
realize uma análise de todas as empresas que compõem o grupo CEEE.
101
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ACEVEDO, Claudia Rosa; NOHARA, Jouliana Jordan. Monografia do Curso de
Administração. 3 ed. São Paulo: Editora Atlas, 2009.
AES SUL. Disponível em: <https://www.aessul.com.br/site/empresa/Perfil.aspx> Acesso em:
12 mar. 2016 às 21:10.
ASSAF NETO, Alexandre. Finanças Corporativas e Valor. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
BARROS, Vaine de Magalhães. O Novo Velho Enfoque da Informação Contábil: Um Estudo
Exploratório. Contabilidade e Finanças, São Paulo, v. 16, n. 38, p. 102-112, maio/ago. 2005.
BOLSA DE VALORES DE SÃO PAULO. Disponível em:
<http://www.bmfbovespa.com.br/pt_br/index.htm>. Acesso em: 1 ago. 2016 às 12:20.
BÔAS, Bruno Villas. Um ano para o ajuste. Exame, São Paulo, ed. 1081, Ano 49, n. 1, p. 30-32,
21 jan. 2015.
BRAGA, Roberto. Fundamentos e Técnicas de administração financeira. 1. ed. 21. reimpr.
São Paulo: Atlas, 2013.
BRASIL. Lei das Sociedades por Ações. Dispõe sobre as Sociedades por Ações. Lei nº 6.404,
de 15 de dezembro de 1976. Disponível em:
<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6404consol.htm>. Acesso em: 17 nov. 2016 às 18:20.
______. Altera e revoga dispositivos da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da Lei
no 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e estende às sociedades de grande porte disposições
relativas à elaboração e divulgação de demonstrações financeiras. Lei nº 11.638, de 28 de
dezembro de 2007. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2007/lei/l11638.htm>. Acesso em: 17 nov. 2016 às 18:46.
CARDOSO, Jorge Luiz; SOUZA, Marcos Antonio de; ALMEIDA, Lauro Brito. Perfil do
Contador na Atualidade: Um Estudo Exploratório. Revista de Administração e
Contabilidade da Unisinos, São Leopoldo, v. 3, n. 3, p. 275-284, set./dez. 2006.
CARMONA, Charles Ulises de Montreuli et al. Finanças Corporativas e Mercados. São
Paulo: Atlas, 2009.
CEEE-D. Disponível em:
<http://www.ceee.com.br/pportal/ceee/Component/Controller.aspx?CC=1755>. Acesso em:
12 mar. 2016 às 20:59.
CHIAVENATO, Idalberto. Administração Financeira: uma abordagem introdutória. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2005.
CHING, Hong Yuh; MARQUES, Fernando; PRADO, Lucilene. Contabilidade e Finanças
para não especialistas 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010.
102
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. CPC 26 (R1) - Apresentação das
Demonstrações Contábeis. Disponível em: <http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-
Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=57>. Acesso em: 06 abr. 2016 às 22:01.
EBC. Aumento da oferta de energia pode estabilizar tarifas em 2016. Disponível em:
<http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2016-01/aumento-da-oferta-de-energia-
pode-estabilizar-tarifas-em-2016>. Acesso em: 15 mar. 2016 às 22:22.
FERREIRA, José Antonio Stark. Finanças Corporativas: Conceitos e Aplicações. São
Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.
FIGUEIRAS, Maria Luiza. Parece que não pode piorar, mas... Exame, São Paulo, ed. 1083,
ano 49, n. 3, p. 56-58, 18 fev. 2015.
______. De pilar a pária. Exame, São Paulo, ed. 1111, ano 50, n. 7. p. 64-66, 13 abr. 2016.
FIGUEIREDO, Sandra; CAGGIANO, Paulo Cesar. Controladoria: Teoria e Prática. 4. ed.
São Paulo: Atlas, 2008.
FRANCO, Hilário. Contabilidade Geral. 23. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
G1- Aneel aponta CEEE como a pior distribuidora de energia elétrica do RS. Disponível
em: <http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2014/03/aneel-aponta-ceee-como-pior-
distribuidora-de-energia-eletrica-do-rs.html>. Acesso em: 11 maio 2016 às 21:30.
GIL, Antonio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
______. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. 7. ed. São Paulo: Harbra,
2002.
HOJI, Masakazu. Administração Financeira e Orçamentaria: matemática financeira
aplicada, estratégias financeiras, orçamento empresarial. 8 ed. São Paulo: Atlas, 2010.
IUDÍCIBUS, Sergio de. Análise de Balanços: Análise da Liquidez e do Endividamento,
Análise do Giro, Rentabilidade e Alavancagem Financeira, Indicadores e Análises especiais.
10. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
IUDÍCIBUS, Sergio de; MARION, José Carlos; FARIA, Ana Cristina de. Introdução à
Teoria da Contabilidade. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
IUDÍCIBUS, Sergio et al. Manual de Contabilidade Societária. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2010a.
______. Contabilidade Introdutória. 11 ed. São Paulo: Atlas, 2010b.
LEMES JÚNIOR, Antônio Barbosa; RIGO, Cláudio Miessa; CHEROBIM, Ana Paula Mussi
Szabo; Administração Financeira: Princípios, Fundamentos e Práticas Brasileiras. 2. ed. Rio
de Janeiro: Elsevier, 2005.
MARCONI, Mariana de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de Metodologia
Científica. 7 ed. São Paulo: Atlas, 2010a
103
______. Técnicas de Pesquisa. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010b
MARION, José Carlos. Contabilidade Básica. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
______. Análise das Demonstrações Contábeis: contabilidade empresarial 6. ed. São Paulo:
Atlas, 2010.
MATARAZZO, Dante Carmine. Análise Financeira de Balanços: Abordagem Gerencial. 7
ed. São Paulo: Atlas, 2010.
NASCIMENTO, Auster Moreira; REGINATO, Luciane. Controladoria: Um enfoque na
eficácia organizacional. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
PADOVEZE, Clóvis Luís. Manual de Contabilidade Básica. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
PADUAN, Roberta. O Jeito é Racionar. Exame, São Paulo, ed. 1065, ano 48, n. 1, p. 142-
147, 14 maio 2014a.
______. O calcanhar de Aquiles de Dilma. Exame, São Paulo, ed. 1060, ano 48, n. 4, p. 44-
48, 05 mar. 2014b.
PASSIVO A DESCOBERTO. Disponível em:
<http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/passivodescoberto.htm>. Acesso em: 23
out. 2016 às 09:48.
PRODANOV, Cleber Cristiano. FREITAS, Ernani Cesar de. Metodologia do trabalho
científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. Novo Hamburgo:
Feevale, 2009.
RGE. Disponível em: <http://www.rge-rs.com.br/institucional/quem-somos/a-
rge/Paginas/default.aspx>. Acesso em: 12 mar. 2016 às 20:53.
RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade Intermediária. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
SANTOS, José Luiz dos et al. Introdução à Contabilidade. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2011.
SÁ, Antônio Lopes de. Teoria da Contabilidade. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
SILVA, Antônio Carlos Ribeiro da; AZEVEDO, Tânia Cristina. Visão Prospectiva do Papel
no Auxílio à Gestão. Sitientibus, Feira de Santana, n. 27, p. 219-227, jul./dez. 2002.
SILVA, José Pereira da. Análise Financeira das Empresas. 8 ed. São Paulo: Atlas, 2006.
______. Análise Financeira das Empresas. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
104
APÊNDICE 1 – QUADRO DE ÍNDICES AES SUL
AES SUL
Índices de Liquidez 2011 2012 2013 2014 2015
Liquidez geral 0,58 0,72 0,69 0,81 0,82
Liquidez Corrente 0,78 0,61 0,48 0,63 0,42
Liquidez Seca 0,77 0,59 0,47 0,63 0,41
Liquidez Imediata 0,04 0,05 0,02 0,04 0,23
Índices de Rentabilidade
Margem Bruta 0,18 0,11 -0,02 0,10 0,04
Margem Líquida 0,12 0,11 -0,01 0,08 0,00
Giro do Ativo 0,76 0,78 0,65 0,74 0,80
Retorno sobre o Ativo 0,09 0,09 -0,01 0,06 0,00
Retorno sobre o Patrimônio Líquido 0,31 0,26 -0,02 0,20 -0,01
Sistema de Análise Dupont 0,09 0,09 -0,01 0,06 0,00
Índices de Endividamento e
Estrutura
Endividamento Geral 0,70 0,68 0,71 0,71 0,77
Participação de Capital de Terceiros 230,99% 208,36% 250,15% 250,41% 334,93%
Imobilização do Patrimônio Líquido 0,00 0,00 0,00 0,02 0,02
Índices de Atividades
Prazo Médio de Giro de Estoques - - - - -
Prazo Médio de Recebimento 55 61 52 57 67
Prazo Médio de Pagamento 93 90 97 74 66
Alavancagem Financeira 1,23 1,04 0,00 0,88 -24,65
Alavancagem Operacional 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00
Fonte: própria autora
105
APÊNDICE 2 – QUADRO DE ÍNDICES RGE
RGE
Índices de Liquidez 2011 2012 2013 2014 2015
Liquidez geral 0,77 0,86 0,85 0,91 1,02
Liquidez Corrente 0,67 1,03 1,28 1,17 1,38
Liquidez Seca 0,66 1,02 1,27 1,17 1,37
Liquidez Imediata 0,10 0,39 0,59 0,22 0,55
Índices de Rentabilidade
Margem Bruta 0,26 0,26 0,25 0,21 0,16
Margem Líquida 0,11 0,12 0,05 0,07 0,04
Giro do Ativo 0,80 0,76 0,68 0,70 0,68
Retorno sobre o Ativo 0,09 0,09 0,03 0,05 0,03
Retorno sobre o Patrimônio Líquido 0,19 0,23 0,09 0,13 0,09
Sistema de Análise Dupont 0,09 0,09 0,03 0,05 0,03
Índices de Endividamento e
Estrutura
Endividamento Geral 0,54 0,61 0,63 0,64 0,67
Participação de Capital de Terceiros 116,34% 157,14% 173,06% 178,45% 203,74%
Imobilização do Patrimônio Líquido - - - - -
Índices de Atividades
Prazo Médio de Giro de Estoques - - - - -
Prazo Médio de Recebimento 60 56 44 43 51
Prazo Médio de Pagamento 44 48 57 60 61
Alavancagem Financeira 1,18 1,03 1,86 1,34 1,17
Alavancagem Operacional 1,46 1,50 1,99 1,73 2,00
Fonte: própria autora
106
APÊNDICE 3 - QUADRO DE ÍNDICES CEEE-D
CEEE-D
Índices de Liquidez 2011 2012 2013 2014 2015
Liquidez geral 1,23 1,07 1,08 0,93 0,43
Liquidez Corrente 1,25 1,72 0,86 0,70 0,65
Liquidez Seca 1,24 1,71 0,85 0,69 0,64
Liquidez Imediata 0,04 0,18 0,03 0,04 0,05
Índices de Rentabilidade
Margem Bruta 0,14 0,08 -0,02 0,01 -0,06
Margem Líquida -0,10 -0,10 -0,10 -0,16 -0,15
Giro do Ativo 0,53 0,63 0,76 0,96 1,02
Retorno sobre o Ativo -0,05 -0,06 -0,08 -0,15 -0,16
Retorno sobre o Patrimônio Líquido -0,19 -0,33 -0,45 -5,06 -
Sistema de Análise Dupont -0,05 -0,06 -0,08 -0,15 -0,16
Índices de Endividamento e
Estrutura
Endividamento Geral 0,71 0,81 0,83 0,97 1,15
Participação de Capital de Terceiros 250,62% 421,72% 486,22% 3265,75% -
Imobilização do Patrimônio Líquido 0,05 0,26 0,40 2,29 -0,35
Índices de Atividades
Prazo Médio de Giro de Estoques - - - - -
Prazo Médio de Recebimento 305 150 85 87 81
Prazo Médio de Pagamento 86 57 51 50 46
Alavancagem Financeira 0,00 1,07 0,00 0,00 0,00
Alavancagem Operacional 2,61 3,02 -0,12 -0,08 -0,42
Fonte: própria autora
107
APÊNDICE 4 – DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DA EMPRESA AES SUL
DFs Individuais/Balanço Patrimonial Ativo - (Reais Mil)
Conta Descrição 31/12/2011 31/12/2012 31/12/2013 31/12/2014 31/12/2015
1 Ativo Total 2.661.628 2.989.756 3.091.616 3.629.896 4.065.514
1.01 Ativo Circulante 532.117 525.915 445.537 906.967 1.065.960
1.01.01 Caixa e Equivalentes de Caixa 30.636 45.039 15.628 58.641 22.302
1.01.02 Aplicações Financeiras 155.808 42.201 49.603 150.708 58.237
1.01.02.01 Aplicações Financeiras Avaliadas a Valor Justo 155.808 42.201 49.603 150.708 58.237
1.01.02.01.01 Títulos para Negociação
1.01.02.01.02 Títulos Disponíveis para Venda 155.808 42.201 49.603 150.708 58.237
1.01.02.02 Aplicações Financeiras Avaliadas ao Custo Amortizado
1.01.02.02.01 Títulos Mantidos até o Vencimento
1.01.03 Contas a Receber 307.267 397.430 289.445 424.759 611.322
1.01.03.01 Clientes 307.267 397.430 289.445 424.759 611.322
1.01.03.01.01 Consumidores, Concessionárias e Permissionárias 299.764 390.227 281.564 414.502 598.246
1.01.03.01.03 Contas a Receber - Acordos 7.503 7.203 7.881 10.257 13.076
1.01.03.02 Outras Contas a Receber
1.01.04 Estoques 5.896 15.463 11.112 11.392 14.306
1.01.04.01 Almoxarifado 5.896 15.463 11.112 11.392 14.306
1.01.05 Ativos Biológicos
1.01.06 Tributos a Recuperar 15.614 16.540 17.322 14.573 15.345
1.01.06.01 Tributos Correntes a Recuperar 15.614 16.540 17.322 14.573 15.345
1.01.06.01.01 Imposto de Renda e Contribuição Social Compensáveis 376 690 977 888 5.039
1.01.06.01.02 Outros Tributos Compensáveis 15.238 15.850 16.345 13.685 10.306
1.01.07 Despesas Antecipadas 696 864 5.481 6.859 8.997
1.01.08 Outros Ativos Circulantes 16.200 8.378 56.946 240.035 335.451
108
1.01.08.01 Ativos Não- Correntes a Venda
1.01.08.02 Ativo de Operações Descontinuadas
1.01.08.03 Outros 16.200 8.378 56.946 240.035 335.451
1.01.08.03.02 Devedores Diversos 6.969 2.970 1.426 1.153 3.234
1.01.08.03.03 Outros Créditos 9.231 5.408 55.520 130.604 71.497
1.01.08.03.04 Ativo Financeiro Setorial 0 0 108.278 260.720
1.02 Ativo Não-Circulante 2.129.511 2.463.841 2.646.079 2.722.929 2.999.554
1.02.01 Ativo Realizável a Longo Prazo 547.668 918.700 1.072.351 1.183.234 1.486.581
1.02.01.01 Aplicações Financeiras Avaliadas a Valor Justo
1.02.01.01.01 Títulos para Negociação
1.02.01.01.02 Títulos Disponíveis para Venda
1.02.01.02 Aplicações Financeiras Avaliadas ao Cuso Amortizado
1.02.01.02.01 Títulos Mantidos até o Vencimento
1.02.01.03 Contas a Receber 11.533 15.256 18.152 52.371 128.731
1.02.01.03.01 Clientes 3.518 3.528 2.494 14.731 93.398
1.02.01.03.02 Outras Contas a Receber 8.015 11.728 15.658 37.640 35.333
1.02.01.04 Estoques
1.02.01.05 Ativos Biológicos
1.02.01.06 Tributos Diferidos 286.561 353.367 448.193 410.118 411.037
1.02.01.06.01 Imposto de Renda e Contribuição Social Diferidos 286.561 353.367 448.193 410.118 411.037
1.02.01.07 Despesas Antecipadas
1.02.01.08 Créditos com Partes Relacionadas
1.02.01.08.01 Créditos com Coligadas
1.02.01.08.02 Créditos com Controladas
1.02.01.08.03 Créditos com Controladores
1.02.01.08.04 Créditos com Outras Partes Relacionadas
1.02.01.09 Outros Ativos Não Circulantes 249.574 550.077 606.006 720.745 946.813
1.02.01.09.01 Ativos Não- Correntes a Venda
1.02.01.09.02 Ativos de Operações Descontinuadas
109
1.02.01.09.04 Cauções e Depósitos Vinculados 23.430 26.248 29.571 32.872 38.089
1.02.01.09.06 Outros Tributos Compensáveis 24.511 28.325 22.795 16.761 14.912
1.02.01.09.08 Ativo Financeiro da Concessão 201.531 495.504 553.640 652.135 824.738
1.02.01.09.09 Outros Créditos 102
1.02.01.09.10 Ativo Financeiro Setorial 0 0 18.977 69.074
1.02.02 Investimentos 647 637 641 12.046 21.041
1.02.02.01 Participações Societárias
1.02.02.01.01 Participações em Coligadas
1.02.02.01.02 Participações em Controladas
1.02.02.01.03 Participações em Controladas em Conjunto
1.02.02.01.04 Outras Participações Societárias
1.02.02.02 Propriedades para Investimento
1.02.03 Imobilizado 1.144 859 441 66 16.149
1.02.03.01 Imobilizado em Operação
1.02.03.02 Imobilizado Arrendado 1.144 859 441 66 16.149
1.02.03.03 Imobilizado em Andamento
1.02.04 Intangível 1.580.052 1.543.645 1.572.646 1.527.583 1.475.783
1.02.04.01 Intangíveis 1.580.052 1.543.645 1.572.646 1.527.583 1.475.783
1.02.04.01.01 Contrato de Concessão 1.580.052 1.543.645 1.572.646 1.527.583 1.475.783
1.02.05 Diferido
DFs Individuais/Balanço Patrimonial Passivo - (Reais Mil)
Conta Descrição 31/12/2011 31/12/2012 31/12/2013 31/12/2014 31/12/2015
2 Passivo Total 2.661.628 2.989.756 3.091.616 3.629.896 4.065.514
2.01 Passivo Circulante 682.737 867.247 934.028 1.428.740 2.545.439
2.01.01 Obrigações Sociais e Trabalhistas 2.608 1.161 2.077 3.211 3.537
2.01.01.01 Obrigações Sociais
2.01.01.02 Obrigações Trabalhistas 2.608 1.161 2.077 3.211 3.537
2.01.02 Fornecedores 426.723 521.018 556.043 493.232 574.774
2.01.02.01 Fornecedores Nacionais 426.723 521.018 556.043 493.232 574.774
110
2.01.02.02 Fornecedores Estrangeiros
2.01.03 Obrigações Fiscais 40.906 46.949 31.894 70.824 86.099
2.01.03.01 Obrigações Fiscais Federais 21.748 24.683 16.460 44.490 34.092
2.01.03.01.01 Imposto de Renda e Contribuição Social a Pagar 1.460 5.599 924 27.515 0
2.01.03.01.02 Outros Tributos a Pagar 20.288 19.084 15.536 16.975 34.092
2.01.03.02 Obrigações Fiscais Estaduais 18.564 21.844 14.972 25.895 51.719
2.01.03.03 Obrigações Fiscais Municipais 594 422 462 439 288
2.01.04 Empréstimos e Financiamentos 41.002 99.520 162.471 618.032 1.354.048
2.01.04.01 Empréstimos e Financiamentos 40.448 99.211 151.126 604.715 71.264
2.01.04.01.01 Em Moeda Nacional 38.587 99.211 151.126 604.715 71.264
2.01.04.01.02 Em Moeda Estrangeira 1.861
2.01.04.02 Debêntures 0 0 10.909 13.019 1.277.833
2.01.04.03 Financiamento por Arrendamento Financeiro 554 309 436 298 4.951
2.01.05 Outras Obrigações 128.539 165.632 147.132 211.662 504.062
2.01.05.01 Passivo com Partes Relacionadas 12.554
2.01.05.01.01 Débitos com Coligadas
2.01.05.01.02 Débitos com Controladas
2.01.05.01.03 Débitos com Controladores
2.01.05.01.04 Débitos com Outras Partes Relacionadas 12.554
2.01.05.02 Outros 115.985 165.632 147.132 211.662 504.062
2.01.05.02.01 Dividendos e JCP a Pagar 2 48.485 40.395 90.465 215.019
2.01.05.02.02 Dividendo Mínimo Obrigatório a Pagar
2.01.05.02.03 Obrigações por Pagamentos Baseado em Ações
2.01.05.02.04 Subvenções Governamentais 1.817 2.169 2.031 1.752 1.875
2.01.05.02.05 Obrigações Estimadas 21.499 23.366 23.318 22.340 26.974
2.01.05.02.06 Encargos Tarifários e do Consumidor a Recolher 23.163 18.214 2.402 3.137 111.183
2.01.05.02.07 Pesquisa e Desenvolvimento e Eficiência Energética 19.146 16.462 15.344 17.256 18.994
2.01.05.02.08 Outras Obrigações 50.358 56.936 63.642 76.712 130.017
2.01.06 Provisões 42.959 32.967 34.411 31.779 22.919
111
2.01.06.01 Provisões Fiscais Previdenciárias Trabalhistas e Cíveis 42.959 32.967 34.411 31.779 22.919
2.01.06.01.01 Provisões Fiscais
2.01.06.01.02 Provisões Previdenciárias e Trabalhistas
2.01.06.01.03 Provisões para Benefícios e Empregados
2.01.06.01.04 Provisões Cíveis
2.01.06.01.05 Provisões para Processos Judiciais e Outros 42.959 32.967 34.411 31.779 22.919
2.01.06.02 Outras Provisões
2.01.06.02.01 Provisões para Garantias
2.01.06.02.02 Provisões para Reestruturação
2.01.06.02.03 Provisões para Passivos Ambientais e de Desativação
2.01.07 Passivos sobre Ativos Não-Correntes a Venda e Descontinuados
2.01.07.01 Passivos sobre Ativos Não-Correntes a Venda
2.01.07.02 Passivos sobre Ativos de Operações Descontinuadas
2.02 Passivo Não-Circulante 1.174.743 1.152.933 1.274.644 1.165.253 585.313
2.02.01 Empréstimos e Financiamentos 626.093 635.918 804.368 678.251 47.570
2.02.01.01 Empréstimos e Financiamentos 625.387 635.514 515.057 388.539 36.476
2.02.01.01.01 Em Moeda Nacional 625.387 635.514 515.057 388.539 36.476
2.02.01.01.02 Em Moeda Estrangeira
2.02.01.02 Debêntures 0 0 289.031 289.375 0
2.02.01.03 Financiamento por Arrendamento Financeiro 706 404 280 337 11.094
2.02.02 Outras Obrigações 528.192 501.939 456.381 470.657 514.275
2.02.02.01 Passivos com Partes Relacionadas
2.02.02.01.01 Débitos com Coligadas
2.02.02.01.02 Débitos com Controladas
2.02.02.01.03 Débitos com Controladores
2.02.02.01.04 Débitos com Outras Partes Relacionadas
2.02.02.02 Outros 528.192 501.939 456.381 470.657 514.275
2.02.02.02.01 Obrigações por Pagamento Baseadas em ações
2.02.02.02.02 Adiantamento para Futuro Aumento de Capital
112
2.02.02.02.03 Custos a Amortizar
2.02.02.02.04 Outros Tributos a Pagar 5.596 2.711 0 0 32.221
2.02.02.02.05 Subvenções Governamentais 9.727 11.066 9.487 7.386 4.646
2.02.02.02.06 Dividendos a Pagar 471.342 412.848 412.848 412.848 412.848
2.02.02.02.07 Obrigações com Entidade de Previdência Privada 31.604 59.962 22.265 31.099 29.504
2.02.02.02.08 Encargos Tarifários e do Consumidor a Recolher 3.382 4.446
2.02.02.02.09 Pesquisa e Desenvolvimento e Eficiência Energética 5.454 9.281 9.981 14.189 26.556
2.02.02.02.10 Obrigações Estimadas 608 56 57 52 142
2.02.02.02.12 Outras Obrigações 479 1.569 1.743 5.083 8.358
2.02.03 Tributos Diferidos
2.02.03.01 Imposto de Renda e Contribuição Social Diferidos
2.02.04 Provisões 20.458 15.076 13.895 16.345 23.468
2.02.04.01 Provisões Fiscais Previdenciárias Trabalhistas e Cíveis 20.458 15.076 13.895 16.345 23.468
2.02.04.01.01 Provisões Fiscais
2.02.04.01.02 Provisões Fiscais e Trabalhistas
2.02.04.01.03 Provisões para Benefícios e Empregados
2.02.04.01.04 Provisões Cíveis
2.02.04.01.05 Provisões para Processos Judiciais e Outros 20.458 15.076 13.895 16.345 23.468
2.02.04.02 Outras Provisões
2.02.04.02.01 Provisões para Garantias
2.02.04.02.02 Provisões para Reestruturação
2.02.04.02.03 Provisões para Passivos Ambientais e de desativação
2.02.05 Passivos sobre Ativos Não-Correntes a Venda e Descontinuadas
2.02.05.01 Passivos sobre Ativos Não-Correnetes a Venda
2.02.05.02 Passivos sobre Ativos de Operações Descontinuadas
2.02.06 Lucros e Receitas a Apropriar
2.02.06.01 Lucros a Apropriar
2.02.06.02 Receitas a Apropriar
2.02.06.03 Subvenções de Investimentos a Apropriar
113
2.03 Patrimônio Líquido 804.148 969.576 882.944 1.035.903 934.762
2.03.01 Capital Social Realizado 433.236 433.236 433.236 433.236 463.235
2.03.02 Reserva de Capital -2.628 -2.570 -2.520 -2.470 -2.295
2.03.02.01 Ágio na Emissão de Ações 1.089 1.089 1.089 1.089 1.089
2.03.02.02 Reserva Especial de Ágio na Incorporação
2.03.02.03 Alienação de Bônus de Subscrição
2.03.02.04 Opções Outorgadas 1.864 1.922 1.972 2.022 2.197
2.03.02.05 Ações em Tesouraria -8.056 -8.056 -8.056 -8.056 -8.056
2.03.02.06 Adiantamento para Futuro Aumento de Capital
2.03.02.07 Remuneração de Bens e Direitos 2.475 2.475 2.475 2.475 2.475
2.03.03 Reservas de Reavaliação
2.03.04 Reservas de Lucros 384.305 578.485 466.496 627.248 497.772
2.03.04.01 Reserva Legal 36.028 48.761 48.761 59.302 59.302
2.03.04.02 Reserva Estatuária 175.481 175.481 175.481 201.138 201.138
2.03.04.03 Reserva para Contigências
2.03.04.04 Reservas de Lucros a Realizar 0 89.536 69.458 69.458 64.536
2.03.04.05 Reserva de Retenção de Lucros
2.03.04.06 Reserva Especial para Dividendos Não Distribuídos 172.796 172.796 172.796 172.796 172.796
2.03.04.07 Reserva de Incentivos Fiscais
2.03.04.08 Dividendo Adicional Proposto 0 91.911 0 124.554 0
2.03.04.09 Ações em Tesouraria
2.03.05 Lucros/Prejuízos Acumulados
2.03.06 Ahustes de Avaliação Patrimonial
2.03.07 Ajustes Acumulados de Conversão
2.03.08 Outros Resultados Abrangentes -10.765 -39.575 -14.268 -22.111 -23.950
DFs Individuais/Demonstrações do Resultado - (Reais Mil)
Conta Descrição 2011 2012 2013 2014 2015
3.01 Receita de Venda de Bens e /ou Serviços 2.027.923 2.341.357 2.022.943 2.679.272 3.265.691
3.02 Custo dos Itens e/ou Serviços Vendidos -1.652.938 -2.083.013 -2.066.642 -2.404.177 -3.138.985
114
3.02.01 Energia Elétrica Comprada para Revenda -693.906 -957.117 -1.174.188 -1.572.326 -2.040.998
3.02.02 Energia Elétrica Comprada para Revenda - Proinfa -35.023 -41.423 -46.598 -48.589 -48.078
3.02.03 Encargos do Uso do Sistema de Transmissão e Distribuição -244.644 -325.501 -140.553 -111.010 -279.447
3.02.04 Taxa de fiscalização -3.905 -3.975
3.02.04 Pessoal e administradores -94.269 -96.281 105.836 -113.742 -160.404
3.02.05 Entidade de Previdência Privada -9.263 -5.456 -7.635 -4.164 -4.888
3.02.06 Serviços de Terceiros -133.454 -139.927 -133.124 -158.008 -139.883
3.02.07 Material -9.610 -10.020 -10.287 -11.013 -17.239
3.02.08 Custo de Construção -275.959 -366.257 -296.415 -226.146 -238.156
3.02.09 Provisão/Reversão para Créditos de Liquidação Duvidosa -1.216 -1.808 -1.416 17.591 11.015
3.02.10 Provisão/Reversão para Processos Judiciais e Outros -8.379 -7.711 -12.672 -11.939 -17.701
3.02.11 Depreciação e Amortização -114.681 -115.443 -111.487 -128.249 -131.656
3.02.12 Outros Custos -28.629 -12.094 -26.431 -36.582 -49.520
3.03 Resultado Bruto 374.985 258.344 -43.699 275.095 126.706
3.04 Despesas/Receitas Operacionais
3.04.01 Despesas com Vendas
3.04.02 Despesas Gerais e Administrativas
3.04.03 Perdas pela Não Recuperabilidade de Ativos
3.04.04 Outras Receitas Operacionais
3.04.05 Outras Despesas Operacionais
3.04.06 Resultado de Equivalência Patrimonial
3.05 Resultado Antes do Resultado Financeiro e dos Tributos 374.985 258.344 -43.699 275.095 126.706
3.06 Resultado Financeiro -70.435 -10.109 -70.852 36.281 -131.847
3.06.01 Receitas Financeiras 63.985 103.009 19.353 99.593 193.518
3.06.02 Despesas Financeiras -134.420 -113.118 -90.205 -63.312 -325.365
3.06.02.01 Despesas Financeiras -132.167 -111.014 -85.947 -57.770 -292.384
3.06.02.02 Variações Cambiais -2.253 -2.104 -4.258 -5.542 -32.981
3.07 Resultado Antes dos tributos sobre o Lucro 304.550 248.235 -114.551 311.376 -5.141
3.08 Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro -58.261 7.052 94.473 -100.554 219
115
3.08.01 Corrente -28.065 -44.590 -13.390 -58.438 248
3.08.02 Diferido -30.196 51.642 107.863 -42.116 -29
3.09 Resultado Líquido das Operações Continuadas 246.289 255.287 -20.078 210.822 -4.922
3.10 Resultado Líquido de Operações Descontinuadas
3.10.01 Lucro/Prejuízo Líquido das Operações Descontinuadas
3.10.02 Ganhos/Perdas Líquidas sobre Ativos de Operações Descontinuadas
3.11 Lucro/Prejuízo do Período 246.289 255.287 -20.078 210.822 -4.922
3.99 Lucro por Ação - (Reais Mil)
3.99.01 Lucro Básico por Ação
3.99.01.01 ON 862,65229 894,96434 -93,83928 735,29571 17,52793
3.99.01.02 PN 955,72913 988,04112 -0,76250 828,37249 -17,52793
3.99.02 Lucro Diluído por ação
3.99.02.01 ON 862,65229 894,96434 -93,83928 735,29571 17,52793
3.99.02.02 PN 955,72913 988,04112 -0,76250 828,37249 -17,52793
Fonte: Bolsa de Valores de São Paulo (2016)
116
APÊNDICE 5 – DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DA EMPRESA RGE
DFs Individuais/Balanço Patrimonial Ativo-(Reais Mil)
Conta Descrição 31/12/2011 31/12/2012 31/12/2013 31/12/2014 31/12/2015
1 Ativo Total 2.832.261 3.459.757 3.570.070 3.766.499 4.952.936
1.01 Ativo Circulante 553.013 851.480 837.823 911.246 1.724.694
1.01.01 Caixa e equivalentes de Caixa 82.186 319.770 383.541 167.378 693.058
1.01.02 Aplicações Financeiras
1.01.02.01 Aplicações Financeiras Avaliadas a Valor Justo
1.01.02.01.01 Títulos para Negociação
1.01.02.01.02 Títulos disponíveis para Venda
1.01.02.02 Aplicações Financeiras Avaliadas ao Custo Amortizado
1.01.02.02.01 Títulos Mantidos até o vencimento
1.01.03 Contas a Receber 378.414 414.395 298.273 317.620 473.520
1.01.03.01 Clientes 378.414 414.395 298.273 317.620 473.520
1.01.03.02 Outras Contas a Receber
1.01.04 Estoques 11.900 10.963 6.218 5.097 8.708
1.01.05 Ativos Biológicos
1.01.06 Tributos a Recuperar 24.769 26.790 27.084 36.552 42.967
1.01.06.01 Tributos Correntes a Recuperar 24.769 26.790 27.084 36.552 42.967
1.01.07 Despesas Antecipadas
1.01.08 Outros Ativos Circulantes 55.744 79.562 122.707 384.599 506.441
1.01.08.01 Ativos Não Correntes a Venda
,1.01.08.02 Ativo de Operações Descontinuadas
1.01.08.03 Outros Ativos Circulantes 55.744 79.562 122.707 384.599 506.441
1.01.08.03.01 Ativo Financeiro setorial 0 0 110.752 215.790
1.01.08.03.02 Derivativos 312 327 0 0 28.065
1.01.08.03.20 Outros créditos 55.432 79.235 122.707 273.847 262.586
117
1.02 Ativo Não Circulante 2.279.248 2.608.277 2.732.247 2.855.253 3.228.242
1.02.01 Ativo Realizável a Longo Prazo 622.947 967.774 1.082.792 1.275.117 1.652.689
1.02.01.01 Aplicações Financeiras Avaliadas a Valor Justo
1.02.01.01.01 Títulos para Negociação
1.02.01.01.02 Títulos disponíveis para Venda
1.02.01.02 Aplicações Financeiras Avaliadas ao Custo Amortizado
1.02.01.02.01 Títulos Mantidos até o vencimento
1.02.01.03 Contas a Receber 58.453 48.917 49.334 39.733 26.068
1.02.01.03.01 Clientes 58.453 48.917 49.334 39.733 26.068
1.02.01.03.02 Outras Contas a Receber
1.02.01.04 Estoques
1.02.01.05 Ativos Biológicos
1.02.01.06 Tributos Diferidos 235.139 236.073 252.096 194.518 70.266
1.02.01.06.01 Imposto de Renda e Contribuição Social Diferidos
1.02.01.06.02 Créditos fiscais diferidos 235.139 236.073 252.096 194.518 70.266
1.02.01.07 Despesas Antecipadas
1.02.01.08 Crédito com Partes Relacionadas
1.02.01.08..0
1
Créditos com Coligadas
1.02.01.08.02 Créditos com Controladas
1.02.01.08.03 Créditos com Controladores
1.02.01.08.04 Créditos com Outras Partes Relacionadas
1.02.01.09 Outros Ativos Circulantes 329.355 682.784 781.362 1.040.866 1.556.355
1.02.01.09.01 Atvos Não Correntes a Venda
1.02.01.09.02 Ativos de Operações Descontinuadas
1.02.01.09.03 Tributos a compensar 22.511 29.232 23.667 17.124 19.754
1.02.01.09.04 Depósitos judiciais 79.465 86.182 52.727 55.041 47.171
1.02.01.09.05 Derivativos 98 17.473 71.116 138.702 392.097
1.02.01.09.06 Entidades de previdência privada
118
1.02.01.09.07 Ativo financeiro de concessão 226.930 546.901 628.727 777.217 1.002.362
1.02.01.09.08 Ativo financeiro setorial 351 0 0 48.166 81.192
1.02.01.09.20 Outros créditos 2.996 5.125 4.616 13.778
1.02.02 Investimentos
1.02.02.01 Participações Societárias
1.02.02.01.01 Participações em Coligadas
1.02.02.01.02 Participações em Controladas
1.02.02.01.03 Participações em Controladas em Conjunto
1.02.02.01.04 Outras Participações Societárias
1.02.02.02 Propriedades para Investimento
1.02.03 Imobilizado
1.02.03.01 Imobilizado em Operação
1.02.03.02 Imobilizado Arrendado
1.02.03.03 Imobilizado em Andamento
1.02.04 Intangível 1.656.301 1.640.503 1.649.455 1.580.136 1.575.553
1.02.04.01 Intangíveis 1.656.301 1.640.503 1.649.455 1.580.136 1.575.553
1.02.04.01.01 Contrato de Concessão
1.02.04.01.02 Intangíveis 1.656.301 1.640.503 1.649.455 1.580.136 1.575.553
1.02.05 Diferido
DFs Individuais/Balanço Patrimonial Passivo - (Reais Mil)
Conta Descrição 31/12/2011 31/12/2012 31/12/2013 31/12/2014 31/12/2015
2 Passivo Total 2.832.261 3.459.757 3.570.070 3.766.499 4.952.936
2.01 Passivo Circulante 825.885 824.957 655.264 776.562 1.253.727
2.01.01 Obrigações Sociais e Trabalhistas 9.483 12.149 9.510 9.664 11.022
2.01.01.01 Obrigações Sociais 9.483 12.149 9.510 9.664 11.022
2.01.01.01.01 Obrigações estimadas com pessoal 9.483 12.149 9.510 9.664 11.022
2.01.01.02 Obrigações Trabalhistas
2.01.02 Fornecedores 207.338 261.373 287.974 346.491 480.249
2.01.02.01 Fornecedores Nacionais 207.338 261.373 287.974 346.491 480.249
119
2.01.02.02 Fornecedores Estrangeiros
2.01.03 Obrigações Fiscais 42.555 62.272 24.657 30.716 52.543
2.01.03.01 Obrigações Fiscais Federais 24.059 44.187 11.557 14.204 28.974
2.01.03.01.01 Imposto de Renda e Contribuição Social a Pagar 3.430 20.441 234 0 0
2.01.03.01.02 Programa de Integração Social - PIS a pagar 2.458 2.735 1.405 1.921 4.436
2.01.03.01.03 Contrib.Financ.Seguridade Social - COFINS a pagar 11.317 12.598 6.471 8.850 20.733
2.01.03.01.04 Instituto Nacional de Seguridade Social - INSS a pagar
2.01.03.01.05 Outros 6.854 8.413 3.447 3.433 3.805
2.01.03.02 Obrigações Fiscais Estaduais 18.496 18.085 13.100 16.512 23.569
2.01.03.03 Obrigações Fiscais Municipais
2.01.04 Empréstimos e Financiamentos 360.709 373.885 192.763 136.316 275.596
2.01.04.01 Empréstimos e Financiamentos 220.502 221.510 161.977 98.841 229.822
2.01.04.01.01 Em Moeda Nacional 220.502 221.510 161.977 96.127 86.107
2.01.04.01.02 Em Moeda Estrangeira 0 0 2.714 143.715
2.01.04.02 Debêntures 140.207 152.375 30.786 37.475 45.774
2.01.04.02.01 Debêntures 126.667 126.667
2.01.04.02.02 Encargos de debêntures 13.540 25.708 30.786 37.475 45.774
2.01.04.03 Financiamento por Arrendamento Financeiro
2.01.05 Outras Obrigações 205.800 115.278 140.360 253.375 434.317
2.01.05.01 Passivos com Partes Relacionadas
2.01.05.01.01 Débitos com Coligadas
2.01.05.01.02 Débitos com Controladas
2.01.05.01.03 Débitos com Controladores
2.01.05.01.04 Débitos com Outras Partes Relacionadas
2.01.05.02 Outros 205.800 115.278 140.360 253.375 434.317
2.01.05.02.01 Dividendos e JCP a Pagar 106.482 25 25.064 132.219 131.912
2.01.05.02.02 Dividendo Mínimo Obrigatório a Pagar
2.01.05.02.03 Obrigações por Pagamentos Baseados em Ações
2.01.05.02.04 Derivativos
120
2.01.05.02.05 Taxas regulamentares 25.424 17.088 2.378 3.727 176.379
2.01.05.02.06 Entidade de previdência privada 1.415 1.465 418 4 127
2.01.05.02.20 Outras contas a pagar 72.479 96.700 112.500 117.425 125.899
2.01.06 Provisões
2.01.06.01 Provisões Fiscais Previdenciárias Trabalhistas e Cíveis
2.01.06.01.01 Provisões Fiscais
2.01.06.01.02 Provisões Previdenciárias e Trabalhistas
2.01.06.01.03 Provisões Provisões para Benefícios a Empregados
2.01.06.01.04 Provisões Cíveis
2.01.06.02 Outras Provisões
2.01.06.02.01 Provisões para Garantias
2.01.06.02.02 Provisões para reestruturação
2.01.06.02.03 Provisões para Passivos Ambientais e de Desativação
2.01.07 Passivos sobre Ativos Não-Correntes a Venda e Descuntinuados
2.01.07.01 Passivos sobre Ativos Não-Correntes a Venda
2.01.07.02 Passivos sobre Ativos de Operação Descontinuadas
2.02 Passivo Não Circulante 697.206 1.289.320 1.607.363 1.637.284 2.068.559
2.02.01 Empréstimos e Financiamentos 614.298 1.205.827 1.516.215 1.551.923 1.971.211
2.02.01.01 Empréstimos e Financiamentos 417.932 637.755 848.236 883.605 1.302.554
2.02.01.01.01 Em Moeda Nacional 417.932 637.755 848.236 248.409 343.168
2.02.01.01.02 Em Moeda Estrangeira 0 0 635.196 959.386
2.02.01.02 Debêntures 196.366 568.072 667.979 668.318 668.657
2.02.01.03 Financiamento por Arrendamendo Financeiro
2.02.02 Outras Obrigações 36.704 35.139 12.714 19.762 28.007
2.02.02.01 Passivos com Partes Relacionadas
2.02.02.01.01 Débitos com Coligadas
2.02.02.01.02 Débitos com Controladas
2.02.02.01.03 Débitos com Controladores
2.02.02.01.04 Débitos com Outras Partes Relacionadas
121
2.02.02.02 Outros 36.704 35.139 12.714 19.762 28.007
2.02.02.02.01 Obrigações por Pagamentos Baseados em Ações
2.02.02.02.02 Adiantamento para Futuro Aumento de Capital
2.02.02.02.03 Derivativos 0 0 2.950 2.868 7.534
2.02.02.02.04 Entidade previdência privada 16.779 26.527 3.132 6.279 0
2.02.02.02.05 Obrigações Estimadas com Pessoal
2.02.02.02.20 Outras Contas a Pagar 19.925 8.612 6.632 10.615 20.473
2.02.03 Tributos Diferidos
2.02.03.01 Imposto de Renda e Contribuição Social Diferidos
2.02.04 Provisões 46.204 48.354 78.434 65.599 69.341
2.02.04.01 Provisões Fiscais Previdenciárias Trabalhistas e Cíveis 46.204 48.354 78.434 65.599 69.341
2.02.04.01.01 Provisões Fiscais 20.336 19.438 22.733 10 152
2.02.04.01.02 Provisões Previdenciárias e Trabalhistas 11.378 15.842 16.355 23.046 28.686
2.02.04.01.03 Provisões para Benefícios a Empregados
2.02.04.01.04 Provisões Cíveis 14.490 13.074 39.306 41.388 39.523
2.02.04.01.20 Outros 0 0 1.155 980
2.02.04.02 Outras Provisões
2.02.04.02.01 Provisões para Garantias
2.02.04.02.02 Provisões para reestruturação
2.02.04.02.03 Provisões para Passivo Ambientais e de Desativação
2.02.05 Passivos sobre Ativos Não Correntes a Venda e Descontinuados
2.02.05.01 Passivos sobre Ativos Não- Correntes a Venda
2.02.05.02 Passivos sobre Ativos de Operações Descontinuádas
2.02.06 Lucros e Receitas a Apropriar
2.02.06.01 Lucros a Apropriar
2.02.06.02 Receitas a Apropriar
2.02.06.03 Subvenções de Investimento a Apropriar
2.03 Patrimônio Líquido 1.309.170 1.345.480 1.307.443 1.352.653 1.630.650
2.03.01 Capital Social Realizado 884.328 901.787 919.464 934.472 1.199.071
122
2.03.02 Reservas de Capital 280.595 263.136 245.459 230.451 215.852
2.03.02.01 Ágio na Emissão de Ações
2.03.02.02 Reserva Especial de Ágio na Incorporação
2.03.02.03 Alienação de Bônus de Subscrição
2.03.02.04 Opções Outorgadas
2.03.02.05 Ações em Tesouraria
2.03.02.06 Adiantamento para Futuro Aumento de Capital
2.03.03 Reservas de Reavaliação
2.03.04 Reservas de Lucros 137.070 216.896 132.531 192.860 221.797
2.03.04.01 Reserva Legal 13.271 13.271 19.472 28.310 35.494
2.03.04.02 Reserva Estatuária 0 0 20.817 37.042 98.868
2.03.04.03 Reserva para Contingências
2.03.04.04 Reserva de Lucros a Realizar 0 52.441
2.03.04.05 Reserva de Retenção de Lucros 0 0 46.890 46.890
2.03.04.06 Reserva Especial para Dividendos Não Distribuídos
2.03.04.07 Reserva de Incentivos Fiscais
2.03.04.08 Dividendo Adicional Proposto 123.799 151.184 92.242 80.618 40.545
2.03.04.09 Ações em Tesouraria
2.03.05 Lucros/Prejuízos Acumulados 7.177 -23.318
2.03.06 Ajustes de Avaliação Patrimonial
2.03.06.01 Reserva de Avaliação Patrimonial
2.03.07 Ajustes Acumulados de Conversão
2.03.08 Outros Resultados Abrangentes 0 -13.021 9.989 -5.130 -6.070
DFs Individuais/Demonstrações do Resultado - (Reais Mil)
Conta Descrição 01/01/2011 à
31/12/2011
01/01/2012 à
31/12/2012
01/01/2013 à
31/12/2013
01/01/2014 à
31/12/2014
01/01/2015 à
31/12/2015
3.01 Receita de Venda de Bens e /ou Serviços 2.279.458 2.641.916 2.421.550 2.648.483 3.359.012
3.02 Custo dos Bens e /ou Serviços Vendidos -1.697.729 -1.950.801 -1.819.589 -2.083.813 -2.835.320
3.02.01 Custo com energia elétrica -1.275.651 -1.427.357 -1.360.532 -1.676.606 -2.327.667
123
3.02.02 Custo de operação -177.313 -174.843 -171.724 -203.210 -225.306
3.02.03 Custo de serviço prestado por terceiros -244.765 -348.601 -287.333 -203.997 -282.347
3.03 Resultado Bruto 581.729 691.115 601.961 564.670 523.692
3.04 Despesas/Receitas Operacionais -184.300 -230.289 -298.802 -237.647 -262.011
3.04.01 Despesas com Vendas -70.282 -94.470 -63.915 -76.258 -84.079
3.04.02 Despesas Gerais e Administrativas 91.420 -99.753 -185.682 -116.668 -139.437
3.04.03 Perdas pala Não-Recuperação de Ativos
3.04.04 Outras Receitas Operacionais
3.04.05 Outras Despesas Operacionais -22.598 -36.066 -49.205 -44.721 -38.495
3.04.06 Resultado de Equivalencia Patrimonial
3.05 Resultado Antes do Resultado Financeiro e dos Tributos 397.429 460.826 303.159 327.023 261.681
3.06 Resultado Financeiro -60.805 -15.577 -140.373 -83.571 -38.802
3.06.01 Receitas Financeiras 75.348 115.295 84.398 96.552 224.090
3.06.02 Despesas Financeiras -136.153 -130.872 -224.771 -180.123 -262.892
3.07 Resultado Antes dos Tributos sobre o Lucro 336.624 445.249 162.786 243.452 222.879
3.08 Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro -88.849 -129.743 -38.773 -66.698 -79.200
3.08.01 Corrente -47.059 -126.452 -47.103 -18.621 42.543
3.08.02 Diferido -41.790 -3.291 8.330 -48.077 -121.743
3.09 Resultado Líquido das Operações Continuadas 247.775 315.506 124.013 176.754 143.679
3.10 Resultado Líquido das Operações Descontinuadas
3.10.01 Lucro/Prejuízo Líquido das Operações Descontinuadas
3.10.02 Ganhos/Perdas Líquidas sobre Ativos de Operações
Descontinuadas
3.11 Lucro/Prejuízo do Período 247.775 315.506 124.013 176.754 143.679
3.99 Lucro por ação-(reais/ação)
3.99.01 Lucro Básico por ação
3.99.01.01 ON 0,30134 0,38372 0,15082 0,21497 0,1729
3.99.01.02 PN 0,33148 0,42209 0,16591 0,23647 0,1902
3.99.02 Lucro Diluído por ação
Fonte: Bolsa de Valores de São Paulo (2016)
124
APÊNDICE 6 – DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DA EMPRESA CEEE-D
DFs Individuais/Balanço Patrimonial Ativo - (Reais Mil)
Conta Descrição 31/12/2011 31/12/2012 31/12/2013 31/12/2014 31/12/2015
1 Ativo Total 3.829.171 3.492.784 2.997.582 2.962.165 3.315.964
1.01 Ativo Circulante 1.797.489 1.805.094 1.045.580 816.901 875.873
1.01.01 Caixa e Equivalentes de Caixa 54.142 193.677 39.717 42.715 73.961
1.01.01.01 Numerário Disponível 37.641 72.162 32.799 41.171 61.469
1.01.01.02 Aplicações Financeiras 16.501 121.515 6.918 1.544 12.492
1.01.02 Aplicações Financeiras 0 652.035 423.009 46.998 0
1.01.02.01 Aplicações Financeiras Avaliadas a Valor Justo 0 652.035 423.009 46.998 0
1.01.02.01.01 Títulos para Negociação
1.01.02.01.02 Títulos Disponíveis para Venda 0 652.035 423.009 46.998 0
1.01.02.02 Aplicações Financeiras Avaliadas ao Custo Amortizado
1.01.02.02.01 Títulos Mantidos até o Vencimento
1.01.03 Contas a Receber 1.716.882 912.011 533.597 685.683 764.475
1.01.03.01 Clientes 274.075 313.585 269.771 308.217 454.955
1.01.03.01.01 Consumidores, Concessionárias e Permissionárias 274.075 313.585 269.771 308.217 454.955
1.01.03.02 Outras Contas a Receber 1.442.807 598.426 263.826 377.466 309.520
1.01.03.02.01 Contas de Resultados a Compensar - CRC 1.342.073 529.286 0
1.01.03.02.02 Outros Créditos a Receber 100.734 69.140 259.194 174.904 132.851
1.01.03.02.03 Conta de Compensação dos Itens da Parcela A -CVA 4.632 202.562 176.669
1.01.04 Conta de Compensação dos Itens da Parcela A -CVA 11.040 12.544 13.972 13.042 16.984
1.01.05 Ativos Biológicos
1.01.06 Tributos a Recuperar 15.425 34.827 35.285 28.463 20.453
1.01.06.01 Tributos Correntes a Recuperar 15.425 34.827 35.285 28.463 20.453
1.01.06.01.01 Créditos Tributários 15.425 34.827 35.285 28.463 20.453
125
1.01.07 Despesas Antecipadas
1.01.08 Outros Ativos Circulantes
1.01.08.01 Ativos Não-Correntes a Venda
1.01.08.02 Ativos de Operações Descontinuadas
1.01.08.03 Outros
1.02 Ativo Não Circulante 2.031.682 1.687.690 1.952.002 2.145.264 2.440.091
1.02.01 Ativo Realizável a Longo Prazo 1.559.673 1.210.949 1.635.976 1.842.040 747.052
1.02.01.01 Aplicações Financeiras Avaliadas a Valor Justo
1.02.01.01.01 Títulos para Negociação
1.02.01.01.02 Títulos Disponíveis para Venda
1.02.01.02 Aplicações Financeiras Avaliadas ao Custo Amortizado
1.02.01.02.01 Títulos Mantidos até o Vencimento
1.02.01.03 Contas a Receber 164.493 155.487 160.209 128.949 113.069
1.02.01.03.01 Clientes 164.493 155.487 160.209 128.949 113.069
1.02.01.03.02 Outras Contas a Receber
1.02.01.04 Estoques
1.02.01.05 Ativos Biológicos 40.027 39.926 0
1.02.01.06 Tributos Diferidos 226.035 0 0
1.02.01.06.01 Imposto de Renda e Contribuição Social Diferidos 226.035 0 0
1.02.01.07 Despesas Antecipadas
1.02.01.08 Créditos com Partes Relacionadas
1.02.01.08.01 Créditos com Coligadas
1.02.01.08.02 Créditos com Controladas
1.02.01.08.03 Créditos com Controladores
1.02.01.08.04 Créditos com Outras Partes Relacionadas
1.02.01.09 Outros Ativos Não Circulantes 1.129.118 1.015.536 1.475.767 1.713.091 633.983
1.02.01.09.01 Ativos Não- Correntes a Venda
1.02.01.09.02 Ativos de Operações Descontinuadas
1.02.01.09.03 Aplicações Financeiras 18.590 24.777 31.780 27.446 9.751
126
1.02.01.09.04 Depósitos Judiciais 105.321 107.566 101.596 72.638 90.169
1.02.01.09.05 Ativo Financeiro da Concessão 557.313 845.413 1.250.350 1.546.936 472.579
1.02.01.09.06 Tributos a Recuperar 10.493 11.936 15.711 14.038 10.065
1.02.01.09.07 Conta de Resultados a Compensar - CRC 411.131 0 0
1.02.01.09.08 Bens e Direitos Destinados a Alienação 13.062 12.631 74.460 50.158 49.543
1.02.01.09.09 Outros Créditos a Receber 13.208 13.213 1.870 1.875 1.876
1.02.02 Investimentos
1.02.02.01 Participações Societárias
1.02.02.01.01 Participações em Coligadas
1.02.02.01.02 Participações em Controladas
1.02.02.01.03 Participações em Controladas em Conjunto
1.02.02.01.04 Outras Participações Societárias
1.02.02.02 Propriedades para Investimento
1.02.03 Imobilizado 59.198 173.499 206.898 201.681 168.676
1.02.03.01 Imobilizado em Operação
1.02.03.02 Imobilizado Arredado
1.02.03.03 Imobilizado em Andamento
1.02.04 Intangível 412.811 303.242 109.128 101.543 1.524.363
1.02.04.01 Intangíveis 412.811 303.242 109.128 101.543 1.524.363
1.02.04.01.01 Contrato de Conecessão 402.934 275.103 82.216 32.945 1.446.867
1.02.04.01.02 Software 9.877 28.139 26.912 68.598 77.496
1.02.05 Diferido
DFs Individuais/Balanço Patrimonial Passivo - (Reais Mil)
Conta Descrição 31/12/2011 31/12/2012 31/12/2013 31/12/2014 31/12/2015
2 Passivo Total 3.829.171 3.492.784 2.997.582 2.962.165 3.315.964
2.01 Passivo Circulante 1.437.770 1.048.352 1.212.085 1.171.999 1.351.208
2.01.01 Obrigações Sociais e Trabalhistas 42.172 48.037 50.055 49.130 50.799
2.01.01.01 Obrigações Sociais
2.01.01.01.01 Contribuição ao Instituto Nacional de Seguridade Social - INSS
127
2.01.01.01.02 Contribuição para Financiamento da Seguridade Social-Confins
2.01.01.01.03 Contribuição ao Programa de Integração Social - PIS/PASEP
2.01.01.01.04 Contribuição do Fundo de Garantia por tempo de Serviço-FGTS
2.01.01.01.05 Outros
2.01.01.02 Obrigações Trabalhistas 42.172 48.037 50.055 49.130 50.799
2.01.02 Fornecedores 414.895 320.596 328.413 392.409 458.390
2.01.02.01 Fornecedores Nacionais 414.895 320.596 328.413 392.409 458.390
2.01.02.02 Fornecedores Estrangeiros
2.01.03 Obrigações Fiscais 57.957 60.682 162.474 141.311 260.398
2.01.03.01 Obrigações Fiscais Federais 34.786 35.449 55.079 88.523 134.079
2.01.03.01.01 Imposto de Renda e Contribuição Social a Pagar 0 431 402 653 716
2.01.03.01.02 Contribuição ao Instituto Nacional de Seguridade Social - INSS 5.897 5.850 5.679 5.466 7.672
2.01.03.01.03 Contribuição para Financiamento da Seguridade Social-Confins 21.143 12.515 27.972 62.465 73.660
2.01.03.01.04 Contribuição ao Programa de Integração Social - PIS/PASEP 4.554 2.717 6.073 13.562 15.876
2.01.03.01.05 Parcelamento PIS/CONFINS 0 10.211 10.964 2.437 32.300
2.01.03.01.06 Contribuição ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço - FGTS 2.046 2.198 2.333 2.322 2.596
2.01.03.01.07 Outros 1.146 1.527 1.656 1.618 1.259
2.01.03.02 Obrigações Fiscais Estaduais 23.171 25.233 107.395 52.788 126.319
2.01.03.02.01 Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços - ICMS 22.736 23.848 106.010 26.298 32.635
2.01.03.02.02 Parcelamento ICMS 435 1.385 1.385 26.490 93.684
2.01.03.03 Obrigações Fiscais Municipais
2.01.04 Empréstimos e Financiamentos 203.108 165.818 233.003 118.681 4.954
2.01.04.01 Empréstimos e Financiamentos 203.108 165.818 233.003 118.681 4.954
2.01.04.01.01 Em Moeda Nacional 203.108 165.818 233.003 118.681 4.954
2.01.04.01.02 Em Moeda Estrangeira
2.01.04.02 Debêntures
2.01.04.03 Financiamento por Arrendamento Financeiro
2.01.05 Outras Obrigações 432.355 176.723 247.705 303.520 389.725
2.01.05.01 Passivos com Partes Relacionadas
128
2.01.05.01.01 Débitos com Coligadas
2.01.05.01.02 Débitos com Controladas
2.01.05.01.03 Débitos com Controladores
2.01.05.01.04 Débitos com Outras Partes Relacionadas
2.01.05.02 Outros 432.355 176.723 247.705 303.520 389.725
2.01.05.02.01 Dividendos e JCP a Pagar
2.01.05.02.02 Dividendo Mínimo Obrigatório a Pagar
2.01.05.02.03 Obrigações por Pagamentos Baseados em Ações
2.01.05.02.04 Obrigações da Concessão 259.409 130.656 139.063 155.110 230.602
2.01.05.02.05 Outros Passivos 172.946 46.067 108.642 148.410 159.123
2.01.06 Provisões 287.283 276.496 190.435 166.948 186.942
2.01.06.01 Provisões Fiscais Previdenciárias Trabalhistas e Cíveis 287.283 276.496 190.435 166.948 186.942
2.01.06.01.01 Provisões Fiscais
2.01.06.01.02 Provisões Previdenciárias e Trabalhistas 125.333 113.588 53.415 30.427 29.586
2.01.06.01.03 Provisões para Benefícios a Empregados 112.576 113.290 95.970 105.527 105.426
2.01.06.01.04 Provisões Cíveis 49.374 49.618 41.050 30.994 51.930
2.01.06.02 Outras Provisões
2.01.06.02.01 Provisões para Garantias
2.01.06.02.02 Provisões para Reestruturação
2.01.06.02.03 Provisões para Passivos Ambientais e de Desativação
2.01.07 Passivos sobre Ativos Não-Correntes a Venda e Descontinuados
2.01.07.01 Passivos sobre Ativos Não-Correntes a Venda
2.01.07.02 Passivos sobre Ativos Ativos de Operações Descontinuadas
2.02 Passivo Não-Circulante 1.299.292 1.774.955 1.274.156 1.702.157 2.448.352
2.02.01 Empréstimos e Financiamentos 294.669 406.773 218.069 267.725 474.965
2.02.01.01 Empréstimos e Financiamentos 294.669 406.773 218.069 267.725 474.965
2.02.01.01.01 Em Moeda Nacional 294.669 336.153 137.113 30.367 23.893
2.02.01.01.02 Em Moeda Estrangeira 0 70.620 80.956 237.358 451.072
2.02.01.02 Debêntures
129
2.02.01.03 Financiamentos por Arrendamento Financeiro
2.02.02 Outras Obrigações 69.834 125.435 74.208 399.144 1.013.287
2.02.02.01 Passivo com Partes Relacionadas
2.02.02.01.01 Débitos com Coligadas
2.02.02.01.02 Débitos com Controladas
2.02.02.01.03 Débitos com Controladores
2.02.02.01.04 Débitos com Outras Partes Relacionadas
2.02.02.02 Outros 69.834 125.435 74.208 399.144 1.013.287
2.02.02.02.01 Obrigações por Pagamentos Baseados em Ações
2.02.02.02.02 Adiantamento para Futuro Aumento de Capital
2.02.02.02.03 Comercialização de Energia na CEEE
2.02.02.02.04 Obrigações com a Concessão 13.127 15.375 14.633 17.378 195.562
2.02.02.02.05 Obrigações Fiscais 0 37.426 27.676 111.210 198.795
2.02.02.02.06 Fornecedores 0 237.217
2.02.02.02.06 Outros Passivos 56.707 72.634 31.899 270.556 381.713
2.02.03 Tributos Diferidos 0 117.946 29.967 95.384 59.290
2.02.03.01 Imposto de Renda e Contribuição Social Diferidos 0 117.946 29.967 95.384 59.290
2.02.04 Provisões 934.789 1.124.801 951.912 939.904 900.810
2.02.04.01 Provisões Fiscais Previdenciárias Trabalhistas e Cíveis 934.789 1.124.801 951.912 939.904 900.810
2.02.04.01.01 Provisões Fiscais 58 0 0 0 1.648
2.02.04.01.02 Provisões Previdenciárias e Trabalhistas 123.127 66.384 99.310 113.563 87.634
2.02.04.01.03 Provisões para Benefícios a Empregados 726.632 972.852 753.806 739.350 763.172
2.02.04.01.04 Provisões Cíveis 84.972 85.565 98.796 86.991 48.356
2.02.04.02 Outras Provisões
2.02.04.02.01 Provisões para Garantias
2.02.04.02.02 Provisões para Reestruturação
2.02.04.02.03 Provisões para Passivos Ambientais e de Desativação
2.02.05 Passivos sobre Ativos Não-Correntes a Venda e Descontinuados
2.02.05.01 Passivos sobre Ativos Não-Correntes a Venda
130
2.02.05.02 Passivos sobre Ativos de Operações Descontinuadas
2.02.06 Lucros e Receitas a Apropriar
2.02.06.01 Lucros a Apropriar
2.02.06.02 Receitas a Apropriar
2.02.06.03 Subvenções de Investimento a Apropriar
2.03 Patrimônio Líquido 1.092.109 669.477 511.341 88.009 -483.596
2.03.01 Capital Social Realizado 23.703 23.703 23.703 23.703 23.703
2.03.02 Reservas de Capital
2.03.02.01 Ágio na Emissão de Ações
2.03.02.02 Reserva Especial de ágio na Incorporação
2.03.02.03 Alienação de Bônus de Subscrição
2.03.02.04 Opções Outorgadas
2.03.02.05 Ações em Tesouraria
2.03.02.06 Adiantamento para Futuro Aumento de Capital
2.03.03 Reservas de Reavaliação
2.03.04 Reservas de Lucros 1.592.060 1.592.060 1.592.060 1.592.060 1.592.060
2.03.04.01 Reserva Legal
2.03.04.02 Reserva Estatuária
2.03.04.03 Reservas para Contingências
2.03.04.04 Reserva de Lucros a Realizar
2.03.04.05 Reserva de Retenção de Lucros
2.03.04.06 Reserva Especial para Dividendos Não Distribuídos
2.03.04.07 Reservas de Incentivos Fiscais 1.592.060 1.592.060 1.592.060 1.592.060 1.592.060
2.03.04.08 Dividendo Adicional Proposto
2.03.04.09 Ações em Tesouraria
2.03.05 Lucros/Prejuízos Acumulados -480.310 -701.013 -929.584 -1.374.866 -1.889.110
2.03.06 Ajustes de Avaliação Patrimonial
2.03.07 Ajustes Acumulados de Conversão
2.03.08 Outros Resultados Abrangentes -43.344 -245.273 -174.838 -152.888 -210.249
131
DFs Individuais/Demonstrações do Resultado - (Reais Mil)
Conta Descrição 31/12/2011 31/12/2012 31/12/2013 31/12/2014 31/12/2015
3.01 Receita de Venda de Bens e/ou Serviços 2.028.501 2.188.950 2.263.719 2.849.004 3.376.936
3.01.01 Fornecimento de Energia Elétrica 1.095.995 1.187.503 1.047.825 1.174.019 3.099.076
3.01.02 Suprimento de Energia Elétrica 471 1.015 1.026 2.311 2.200
3.01.03 Disponibilização do Sistema de Distribuição 1.738.006 1.965.499 1.612.694 1.852.042 1.890.209
3.01.04 Energia Elçétrica de Curto Prazo 286 563 21.401 128.818 110.057
3.01.05 Receita de Construção 134.862 116.543 205.099 392.967 359.616
3.01.06 Outras Receitas Operacionais 60.218 28.248 138.166 150.243 131.944
3.01.07 ICMS -631.621 -702.773 -602.499 -691.536 -1.054.911
3.01.08 PASEP e CONFINS -147.699 -157.618 -105.510 -104.814 -206.498
3.01.09 Quota RGR -10.741 -24.170 -1.307
3.01.10 Outros Encargos -7.646 -8.500 -3.151 -4.705 -326.258
3.01.11 Encargos do Consumidor - PeD/EE/MME/FNDCT/PEE -17.931 -21.424 -20.427 -24.013 -29.932
3.01.12 Subvenções CCC -106.860 -107.664 -5.231 -88 0
3.01.13 Conta de Desenvolvimento Energético - CDE -78.839 -88.272 -24.367 -26.240 -595.442
3.01.14 Taxa de Fiscalização dos Serviços de Energia Elétrica 0 -3.125
3.02 Custo dos Bens e/ou Serviços Vendidos -1.742.720 -2.020.188 -2.299.047 -2.819.325 -3.581.106
3.02.01 Custo com Energia Elétrica -1.169.863 -1.494.361 -1.564.304 -1.875.469 -2.700.978
3.02.02 Custo da Operação -572.857 -525.827 -734.743 -943.856 -880.128
3.03 Resultado Bruto 285.781 168.762 -35.328 29.679 -204.170
3.04 Despesas/Receitas Operacionais -395.280 -224.557 -256.646 -417.619 -278.665
3.04.01 Despesas com Vendas -51.635 -38.045 -19.843 -26.680 -54.869
3.04.02 Despesas Gerais e Administrativas -71.756 -135.876 -130.268 -89.046 -78.682
3.04.03 Perdas pela Não Recuperabilidade de Ativos
3.04.04 Outras Receitas Operacionais 107.077 258.818 106.452 29.204 65.364
3.04.05 Outras Despesas Operacionais -378.966 -309.454 -212.987 -331.097 -210.478
3.04.05.01 Outras Despesas Operacionais -369.928 -279.839 -207.162 -281.638 -169.296
3.04.05.02 Outras Despesas -9.038 -29.615 -5.825 -49.459 -41.182
132
3.04.06 Resultado de Equivalência Patrimonial
3.05 Resultado Antes do Resultado Financeiro e dos Tributos -109.499 55.795 -291.974 -387.940 -482.835
3.06 Resultado Financeiro -93.393 108.023 60.125 -905 -72.175
3.06.01 Receitas Financeiras 85.008 281.714 192.540 234.905 460.746
3.06.02 Despesas Financeiras -178.401 -173.691 -132.415 -235.810 -532.921
3.07 Resultado Antes dos Tributos sobre o Lucro -202.892 52.228 -231.849 -388.845 -555.010
3.08 Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro 0 -272.931 3.278 -56.437 40.766
3.08.01 Corrente
3.08.02 Diferido 0 -272.931 3.278 -56.437 40.766
3.09 Resultado Líquido das Operações Continuadas -202.892 -220.703 -228.571 -445.282 -514.244
3.10 Resultado Líquido das Operações Descontinuadas
3.10.01 Lucro/Prejuízo Líquido das Operações Descontinuadas
3.10.02 Ganhos/Perdas Líquidas sobre Ativos de Operações Descontinuadas
3.11 Lucro/Prejuízo do Período -202.892 -220.703 -228.571 -445.282 -514.244
3.99 Lucro por Ação - ( Reais/Ação)
3.99.01 Lucro Básico por Ação
3.99.01.01 ON -0,52000 -0,57000 -0,59000 -1,15000 -1,33000
3.99.01.02 PN -0,52000 -0,57000 -0,59000 -1,15000 -1,33000
3.99.02 Lucro Diluído por Ação
3.99.02.01 ON -0,52000 -0,57000 -0,59000 -1,15000 -1,33000
3.99.02.02 PN -0,52000 -0,57000 -0,59000 -1,15000 -1,33000
Fonte: Bolsa de Valores de São Paulo (2016)