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ANÁLISE DE ARRANJO FÍSICO EM
UMA EMPRESA DE REFINAMENTO DO
SAL
Debora Cristina de Araujo Medeiros Fonseca (UFERSA )
CLEBIA KARINA DA ROSA (UFERSA )
Dayane Maria Teixeira Palitot (UFERSA )
RAMON NOLASCO DA SILVA (UFERSA )
Marcos Marcondes do Amaral Marinho (UFERSA )
Atualmente o interesse pelo arranjo físico das indústrias tem
aumentado significativamente, já que este pode interferir diretamente
na produtividade e no nível de qualidade dos produtos. Dessa forma,
este trabalho tem como objetivo conhecerr e analisar o arranjo físico
de uma Indústria Salineira, localizada na cidade de Mossoró/RN, e
com base neste, identificar e propor melhorias ao arranjo em estudo,
sugerindo ainda um novo modelo de layout que seja mais adequado ao
processo em análise, de modo que este proporcione uma melhor
utilização do espaço físico, em relação à disposição clara do
maquinário e das etapas do processo, assim como de todos os recursos
envolvidos no setor produtivo de maneira mais eficiente, possibilitando
ainda a diminuição dos custos e desperdícios relativos à produção.
Além de propor a utilização de alternativas para encontra a melhor
localização, como o centro de gravidade e o método de ponderação
qualitativa.
Palavras-chave: Arranjo físico, Indústria Salineira, layout
XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil
João Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016.
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João_Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016. .
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1. Introdução
No começo do século passado, o sal era considerado um Conservante Alimentar muito
importante, e com base na sua valorização, começou a ser produzido de várias formas: sal não
refinado (sal grosso), sal refinado (sal de cozinha) e o sal iodado. É composto por: Cloreto de
sódio e Íons; que são imprescindíveis para a sobrevivência dos seres vivos. (Contribuição do
Grupo Maranata).
No Brasil, o estado em maior destaque de produção salineira é o Rio Grande do Norte, cujas
cidades de Mossoró, Macau e Areia Branca são as principais produtoras, respondendo por
mais de 90% da produção nacional.
Diante na importância da produção de sal no estado do Rio Grande do Norte, o presente
trabalho vem com a proposta de analisar o arranjo físico de uma empresa salineira, fazendo
uma breve descrição sobre o processo produtivo, análise de mercado, capacidade produtiva da
empresa, além de tentar buscar contribuir com a mesma propondo melhorias.
2. Referencial Teórico
2.1. Arranjo físico
As decisões de arranjo físico definem como a empresa vai produzir. O layout, ou arranjo
físico, é a parte mais visível e exposta de qualquer organização. A necessidade de estudá-lo
existe sempre que se pretende implantar uma nova fábrica, unidade de serviços ou quando se
está promovendo a reformulação de plantas industriais ou outras operações produtivas
(DAVIS, AQUILANO E CHASE, 2001).
Um arranjo físico inadequado geralmente é responsável por problemas de produtividade ou
nível de qualidade baixo. Isto pode tornar necessária a transformação completa de layout para
reduzir os custos de operação (AGUIAR et al, 2007).
Segundo REBELATTO (2004), um arranjo físico mal elaborado pode conduzir fluxos
excessivamente longos ou confusos, grande estoques de materiais, filas e descortesia para
clientes, operações não flexíveis, altos custos e desperdícios com movimento de materiais e
pessoas etc.
Marques (2009) aborda que um arranjo físico adequado proporciona à empresa uma maior
economia e também produtividade, com base em uma boa disposição dos instrumentos de
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trabalho e por meio da utilização otimizada dos equipamentos de trabalho e das pessoas que
estão alocadas no sistema.
2.2. Análise de mercado
A análise de mercado é um dos componentes do plano de negócios que está relacionado ao
marketing da organização. “A pesquisa de marketing é um dos campos mais fascinantes do
marketing, cujo papel principal está em fornecer informações para que os gestores possam
tomar melhores decisões.” (MORITA, 2012 , p.9)
A análise de mercado pretende determinar a atratividade do mercado e de submercados e
compreender a dinâmica do mercado de forma que ameaças e oportunidades possam ser
detectadas e estratégias possam ser adaptadas (AAKER, 2012, p. 12).
Alguns mercados confusos tornam a criação de estratégias muito mais desafiadoras. A
estratégia tem que vencer não somente no mercado atual, mas pensando também no mercado
futuro (AAKER, 2012).
2.3. Indústria Salineira
Ao longo da costa brasileira, apenas no litoral setentrional do Estado do Rio Grande do Norte
estão situadas as maiores empresas salineiras do país, principalmente nas margens dos seus
estuários. Estas salinas produzem a 97% parte do sal marinho consumido e exportado no país,
influenciando diretamente nas economias locais e regionais, principalmente através da
geração de empregos e pagamentos de impostos (Andrade, 1995).
Andrade (1995) relata que, na metade final do século XVI, começaram a ser descobertas
grandes salinas naturais que se formaram sem qualquer intervenção do homem. Estas salinas
estavam situadas ao longo da costa da capitania do Rio Grande (atual Rio Grande do Norte).
3. Metodologia
O presente trabalho consta de uma pesquisa bibliográfica de caráter qualitativo, onde será
realizado um estudo de caso, que de acordo com Gil (2002), é baseado em um estudo
aprofundado, que visa permitir o detalhamento do conhecimento. Já para Silva (2008), essa
pesquisa serve para abordar um tema baseado em referências publicadas em periódicos,
livros, revistas, jornais, teses, entre outros. E estudo de caso, que para Yin (2011), ultrapassa
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uma explanação de determinado tema, ou seja, este representa uma investigação através de
um conjunto de procedimentos pré-especificados.
Este artigo foi realizado de forma exploratória, através de visitas in loco com entrevistas
informais realizadas com funcionários e proprietários da Salina em análise, situada na cidade
de Mossoró/ RN. Tendo por finalidade conhecer e propor melhorias ao arranjo físico que a
empresa possui, sugerindo e disponibilizando um novo layout que seja adequado ao processo
produtivo, possibilitando maiores benefícios ao setor produtivo, evitando movimentação
desnecessária, além de uma melhor acomodação das máquinas, podendo observar e conhecer
o sequenciamento do processo de modo mais claro.
4. Estudo de Caso
4.1. Produto e processo produtivo
Na empresa em questão é utilizado o método de produção empurrado, pois, como o sal não
apresenta prazo de validade, a empresa planeja sua produção por previsões futuras de
demanda com a finalidade de determinar a escala de produção. Com relação ao tipo de arranjo
físico, considera-se por produto, pois a produção além de possuir grande volume, é bastante
repetitiva, ocorrendo de forma contínua.
Como a empresa trabalha na fabricação de vários tipos de sal como: sal refinado, sal
granulado, sal micronizado, sal moído, sal triturado e sal grosso. Optamos dessa forma, por
apresentar um produto de extrema relevância para a organização, o sal refinado, que segundo
pesquisa na empresa é o que possui maior demanda.
O sal refinando ou sal de cozinha como é mais conhecido, não apresenta um formato definido,
podendo ser chamado de rocha de sal por suas diferentes formas. Já quanto ao peso do sal
fabricado na empresa, varia bastante de acordo com a necessidade do cliente, pois eles são
embalados em pacotes de 1kg (consumo humano), e em pacotes de 25kg a 1 tonelada
(consumo industrial).
De acordo com informações cedidas pela empresa analisada, a produção de sal passa pelos
seguintes processos:
Captação da água do mar: a água do mar é captada com densidade de 3,5ºBe (27g/l
NaCl) pela estação de bombeamento inicial;
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Adição da água do mar: pelo bombeamento de captação inicial a água é levada para a
área de evaporação da salina, onde esta se subdivide em áreas menores, chamadas de
evaporadores. Onde, a circulação da salmoura na área de evaporação é realizada
através da gravidade e por meio de estações de bombeamento que são interligadas ao
processo;
Área de cristalização: à medida que a salmoura vai percorrendo a área de evaporação,
a concentração da evaporação da água atinge a densidade de 25 a 26ºBe (255-268g/l
NaCl), onde a mesma será transferida por meio da estação de bombeio para a estação
de cristalização, onde neste processo ocorre a cristalização do cloreto de sódio (NaCl),
além do descarte da salmoura após atingir uma densidade de 29º29ºBe (água mãe) no
mar;
Setor de lavagem: a precipitação do sal ocorre durante o período de colheita, onde, os
cristalizadores são drenados e a colheita do sal é realizada por máquinas que realizam
o transporte, por carretelas rebocadas por tratores de pneu, para o sistema de lavagem;
após isso, o sal colhido é transportado e descarregado num funil de alimentação do
sistema de lavagem;
Estocagem: depois de lavado, o sal é empilhado por esteiras e tratores na área de
estocagem;
Transporte do sal para refinaria: o sal é transportado das salinas, para a refinaria onde
passa pelo processo de refinação. Onde passará pelo processo de secagem,
peneiramento, envasamento, e por fim, armazenado para a comercialização.
A figura 1 representa o esquema gráfico referente a produção do sal marinho.
Figura 1 - Esquema gráfico de produção do sal marinho
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Fonte: Cimsal Indústria Salineira (2014)
Após os processos realizados na salina o sal bruto extraído é levado à refinaria é passa pelos
seguintes processos:
Moinho: uma pá mecânica transporta o sal até a rosca, e essa alimenta o moinho para
ser triturado (moinho martelo) o sal grosso, durante a moagem é adicionado
ferrocianeto de sódio (antiaglomerante);
Secador: o sal que sai do moinho é transportado por calha até o secador para realizar a
retirada da umidade do sal a uma temperatura de 200 C a 300 C;
Exaustor: retira o pó do sal micronizado;
Peneira: a rosca (transportadores helicoidais) leva o sal até a peneira, passando por
uma tela de 20 cm que classifica o tipo de sal, em refinado ou não;
Aditivos: o iodo e potássio, que são adicionados após o refino do sal;
Empacotamento: o sal é trazido por roscas e levadas até calha principal para serem
empacotados de forma mecanizada em sacos de 30x1, 25x1, 25 Kg, 50 kg, 1g.
A figura 2 representa o fluxograma do processo produtivo.
Figura 2 - Fluxograma do Processo do Sal
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Fonte: Autoria do Grupo (2014)
4.2. Recursos
Os Recursos disponíveis no processo produtivo da salina e da refinaria em análise estão
citados no quadro 1:
Quadro 1 – Recursos Disponíveis da Salina e Refinaria
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Fonte: Autoria do Grupo (2014)
4.3. Análise de mercado
Neste tópico serão abordados os pontos analisados na realização da análise de mercado, como
por exemplo, os aspectos que envolvem clientes, concorrentes, fornecedores, produtos
substitutos e novos entrantes.
4.3.1. Clientes/ segmento de mercado/ previsão de demanda
O sal é um tipo de matéria prima utilizado na maioria dos produtos alimentícios. Sendo sua
previsão de demanda diária de 500 toneladas, onde desse total 60% da produção serve para
atender a demanda do sal refinado. O quadro 2 abaixo ilustra os principais clientes da
indústria em questão e os países no qual recebem seus produtos exportados.
Quadro 2 - Principais clientes e Países para Exportação
Fonte: Autoria do grupo (2014)
4.3.2. Concorrentes
O quadro 3 mostra os principais concorrentes da indústria à nível nacional.
Quadro 3 – Principais concorrentes da Indústria Salineira no Brasil
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Fonte: Autoria do Grupo (2014)
4.3.3. Fornecedores
A empresa não possui fornecedor de sal, pois a mesma possui três salinas, são localizadas, na
cidade de Areia Branca existe a salina Serra Vermelha, e na praia de Porto do Mangue
existem duas salinas, são elas Peixe Boi e Costa Branca. Entretanto, a empresa possui apenas
fornecedores dos aditivos de Iodo e ferrocianeto de sódio.
4.3.4. Produtos substitutos
Os substitutos do sal são condimentos que já contem sal na sua composição, como por
exemplo: tempero de garrafa, tempero em pó, tabletes de caldos.
4.3.5. Novos entrantes
Como novos entrantes, têm-se alguns empresários que tendem a investir no ramo salineiro, na
cidade de Mossoró e nas regiões circunvizinhas.
4.4. Planejamento da capacidade produtiva
Segundo Slack (1999) para se desenvolver um bom planejamento da capacidade produtiva é
necessário primeiramente administrar a produção, que significa gerir os recursos para a
obtenção de novos serviços e produtos em uma organização, realizando o processo de
conversão, além de transformar os insumos em produtos acabados e serviços.
4.4.1. Produção diária/ mensal/ anual
As três salinas pertencentes ao grupo empresarial, produzem em média 700 mil ton/ano, sendo
que, somente cerca de 200 mil toneladas são processadas na refinaria. Como a refinaria
analisada possui uma baixa capacidade produtiva, então destina o restante da produção
advinda da salina a outras refinarias.
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Portanto, a produção diária da refinaria chega em média a ser 24 ton/h, 556 ton/dia, 16667
ton/mês.
4.4.2. Máquinas e postos de trabalho
Analisando cada processo, levando em consideração a produção diária que equivale a 556
ton/dia e a capacidade das máquinas, obtemos o número de operações realizadas no processo
diariamente. Além de calcular a utilização das máquinas no decorrer do processo. Portanto, de
acordo com o processo, temos: pá-carregadeira, moinho de martelos, secador,exaustor,
peneira, aditivos, paletização e empacotamento.
Pá-Carregadeira:
A pá-carregadeira possui capacidade de suportar 16,5 ton. Então:
Considerando que o tempo de uma operação realizada pela pá-carregadora é de 120 segundos,
logo o tempo de utilização do equipamento seria igual a:
34 operações ×120 segundos = 4080 seg ⟺ 68 min⟺ 1,13 horas
Portanto o tempo de utilização da máquina foi igual a 68 minutos, durante todo o processo.
Moinho de Martelos:
O moinho de martelos possui uma capacidade suportar de 24 toneladas. Então:
Considerando que o tempo de uma operação realizada pelo moinho de martelos é de 50
segundos, logo o tempo de utilização do equipamento seria igual a:
24 operações ×50 segundos = 1200 seg ⟺ 20 min ⟺ 0,33 horas
Portanto o tempo de utilização da máquina foi igual a 20 minutos, durante todo o processo.
Secador:
O secador possui uma capacidade de suportar 18 toneladas. Então:
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Considerando que o tempo de uma operação realizada pelo secador é de 180 segundos, logo o
tempo de utilização do equipamento seria igual a:
31 operações ×180 segundos = 5580 seg ⟺ 93 min ⟺ 1,55 horas
Portanto o tempo de utilização da máquina foi igual a 93 minutos, durante todo o processo.
Exaustor:
Como o exaustor é utilizado apenas para tirar o pó da matéria-prima, não é necessário calcular
sua utilização.
Peneira:
A peneira possui uma capacidade de suportar 8 toneladas. Então:
Considerando que o tempo de uma operação realizada pelo secador é de 60 segundos, logo o
tempo de utilização do equipamento seria igual a:
70 operações ×60 segundos = 4200 seg ⟺ 70 min ⟺ 1,16 horas
Portanto o tempo de utilização da máquina foi igual a 70 minutos, durante todo o processo.
Aditivos:
Os aditivos são adicionados a cada 15seg uma quantidade de 25ml, portanto, são
acrescentados diariamente o equivalente a 144 litros de aditivos (Iodo e Ferrocianeto de
Sódio).
Paletização:
Um palete suporta 1,68ton de sal, onde são armazenados em fardos, onde cada fardo tem 30
pacotes de 1 kg. Portanto, cada palete suporta 56 fardos.
Empacotamento:
A empacotadeira possui capacidade para suportar 1ton. Então:
Considerando que o tempo de uma operação realizada pelo secador é de 30segundos, logo o
tempo de utilização do equipamento seria igual a:
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70 operações × 30 segundos = 2100 seg ⟺35 min ⟺ 0,58 horas
Portanto o tempo de utilização da máquina foi igual a 35 minutos, durante todo o processo.
Armazenamento:
Como o processo de armazenamento é feito com ajuda de empilhadeiras, obtemos 331 paletes
necessários para acomodar o sal empacotado. Dessa forma o número de operações é o
carregamento de cada palete, então as empilhadeiras realizam diariamente 331 operações para
armazenar o produto. Então:
Considerando que o tempo de uma operação realizada pelo secador é de 180segundos, logo o
tempo de utilização do equipamento seria igual a:
331 paletes ×180 segundos = 59580 seg ⟺993 min ⟺ 16,55 horas
Portanto, o tempo de utilização da máquina foi igual a 993 min, durante todo o processo.
4.4.2.1. Cálculo de mão de obra
De acordo com as características de demanda e maquinário necessário para realizar a
operação, a necessidade de mão de obra é dada pela seguinte formula:
Onde:
N: Demanda diária para a atividade, ou seja, o número de vezes que a atividade é cumprida;
t: duração média da atividade (minutos);
e: eficiência média do pessoal, fração de tempo útil dedicada ás atividades;
T: duração do dia de trabalho (em horas).
De acordo com os cálculos dos números de operações diárias de cada máquina, temos o N, a
eficiência dedicada a cada atividade é 74%, o restante do tempo os funcionários ficam ociosos
ou realizando outro tipo de atividade dentro da empresa. Os funcionários trabalham em dois
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turnos de oito horas. Dessa forma, o número mínimo de trabalhadores para as atividades
como: Pá mecânica, Empacotamento, Paletização e Armazenamento são:
Pá mecânica: o quadro 4 abaixo indica algumas informações referentes à pá mecânica.
Quadro 4 - Informações sobre à pá mecânica
Fonte: Autoria do Grupo (2014)
Empacotamento: o quadro 5 abaixo indica algumas informações referentes ao
empacotamento.
Quadro 5 - Informações sobre o empacotamento
Fonte: Autoria do Grupo (2014)
Paletização: como um palete suporta 1,68 toneladas de sal e a produção diária são 556
toneladas, fazendo uma regra de três obtemos necessários para essa atividade. O quadro 6
abaixo indica algumas informações referentes à paletização.
Quadro 6 - Informações sobre à paletização
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Fonte: Autoria do Grupo (2014)
Armazenamento: o quadro 7 abaixo indica algumas informações referentes ao
armazenamento.
Quadro 7 - Informações sobre ao armazenamento
Fonte: Autoria do Grupo (2014)
4.5. Alternativas de localização
Neste tópico serão analisadas várias alternativas para obter a melhor localização.
4.5.1. Método de centro de gravidade
Segundo Chase et al (2006), o método de centro de gravidade tem como finalidade localizar
uma nova instalação, se utilizando da demanda e da coordenada das possíveis cidades,
tentando minimizar os custos relativos a transporte, como mostrado na tabela X. Segue a
fórmula.
Tabela 1 - Aplicação do método de centro de Gravidade
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Fonte: Autoria do Grupo (2014).
A cerca da coordenada Gx e Gy seguem os cálculos.
Após a utilização das formulas citadas e com base na tabela X, verificou-se que a nova
coordenada para instalação da nova refinaria seria (5,023 e 36,905), cuja localidade se
encontra próxima à praia de Ponta do Mel, o que se mostra assertivo, pois essa nova
coordenada define um local entre as salinas. Porem, o local citado não possui infraestrutura
adequada para tal instalação, pois se trata de uma praia. O que nos remete a afirmação de que
o melhor local para a acomodação de uma refinaria é o local onde a mesma já está instalada,
com localidade na cidade de Mossoró-RN.
4.5.2. Método ponderação qualitativa
Segundo Corrêa (2012), a ponderação qualitativa é realizada quando não se consegue
apropriar uma estrutura de custos a cada localidade. Dessa forma, após aplicarmos o método
do centro de gravidade e identificadas às coordenadas de melhor localização da refinaria em
relação as suas salinas (matéria-prima), a nova localidade ficaria situada na praia de Ponta do
Mel, mas como a mesma não possui infraestrutura e condição adequada para se instalar uma
fábrica utilizou-se a ponderação qualitativa para identificar uma série de fatores julgados
relevantes para a decisão em relação à instalação na praia Ponta do Mel (Localidade A) ou a
permanência na cidade de Mossoró (Localidade B), conforme ilustrado no quadro 1.
Quadro 1 - Ponderação Qualitativa Praia de Ponta do Mel (Localidade A) e Cidade de Mossoró (Localidade B)
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Fonte: Autoria Própria (2014)
Depois de aplicado o método, percebe-se que cada fator atribui-se um peso segundo sua
importância relativa 1 (menos importante) e 4 (mais importante). E cada alternativa recebeu
um julgamento e converte-se esse julgamento em nota. Dessa forma, a soma das notas pelos
pesos de cada localidade deu a soma ponderada. Segundo o método, a cidade de Mossoró
(Localidade B) teve a maior soma ponderada e com resultado a refinaria deve permanecer
onde se encontra atualmente.
4.6. Projeto de arranjo físico
De acordo com Slack (1999), arranjo físico é a maneira segundo a qual se encontram
depósitos fisicamente os recursos que ocupam espaço dentro da instalação de uma operação.
4.6.1. Tipo de arranjo físico da empresa
O arranjo físico da empresa é por produto, pois as máquinas, equipamentos e as estações de
trabalhos são colocados de acordo com a sequência do processo de refinamento do sal, sem
caminhos alternativos do fluxo produtivo. A matéria-prima percorre um caminho
determinando dentro do processo. No processo da empresa o fluxo de refinamento do sal é
bastante rápido, padronizado, onde suas operações produtivas são sempre iguais (Moreira
2012).
Ainda de acordo com Moreira (2012), esse tipo de arranjo físico tem um custo fixo bem alto
para a empresa, mas o custo variável geralmente é baixo, esse tipo de arranjo é bastante
utilizado pela indústria. Com os dados coletados e conhecendo o tipo de arranjo físico da
organização será aplicado o projeto detalhando do arranjo físico por produto.
4.6.2. Projeto detalhado do arranjo físico
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A empresa possui nas suas instalações 246 funcionários distribuídos em diferentes postos de
trabalhos. As informações dentro da organização são passadas entres os departamentos via e-
mail, Protheus (sistema próprio) e boca a boca. E todo ambiente fabril é sinalizado.
Após colher todas as informações necessárias do arranjo físico foram percebidas as principais
unidades do relacionamento entre os centros de trabalho e as suas movimentações, dessa
forma pode-se estabelecer o nível de relacionamento entre os setores e estabelecer o quão
próximo cada um deve ficar do outro, como mostra a figura 3 o diagrama de relacionamento
será aplicado em uma relação dos fatores de proximidade relativos através de um quadro de
relacionamento.
Os critérios qualitativos de decisões do diagrama de relação da figura 3 são:
Absolutamente necessário – A;
Especialmente Importante – E;
Importante – I;
Se aceita uma proximidade normal – O;
Pouco Importante – U;
Indesejável;
Figura 3 - Diagrama de Relação
Fonte: Autoria Própria (2014).
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Depois de aplicado o método do diagrama de relacionamento figura 3, procurou-se
estabelecer o melhor posicionamento entre os setores, atribuindo pesos as unidades com nível
de relacionamento A, como pode ser visto na figura 4, o novo arranjo físico para refinaria de
sal.
Figura 4 - Novo Layout de acordo com o diagrama de relacionamento
Fonte: Autoria Própria
Com o novo arranjo físico pode-se perceber a proximidade entre as áreas de maior relevância,
ajudando assim a diminuir as distancias e consequentemente diminuindo os custos de
movimentação.
5. Considerações finais
O presente trabalho teve como objetivo conhecer a empresa estudada, e propor um novo
layout, para a empresa salineira, de modo que, esse novo arranjo propicie uma melhor
movimentação e acomodação dos recursos dentro do processo produtivo, o que foi cumprido
com êxito, já que ao se utilizar das ferramentas corretas podemos chegar a uma conclusão
viável para adaptação e aceitação desse novo arranjo pela empresa. Através do uso do
diagrama de relacionamento foi possível a obtenção de um resultado satisfatório, pois os
ambientes foram acomodados de acordo com as regras que o modelo impõe, de modo que
visualmente é possível observar tais mudanças de forma significativa.
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A cerca das dificuldades para execução deste, identificamos como empecilho a dificuldade na
aquisição de alguns dados que eram fundamentais para o bom desenvolvimento deste
trabalho, de modo que o resultado saísse a contento do grupo e da empresa, no que diz
respeito ao cumprimento das expectativas de ambos.
Elencamos com sugestão para trabalhos futuros o aprofundamento das técnicas utilizadas
aqui, além de outras técnicas disponíveis na literatura que também podem ser aplicadas para a
definição do arranjo físico. Ressaltamos ainda, a importância de se apresentar esse trabalho a
empresa alvo desse estudo, já que tais informações são importantes e relevantes para âmbito
laboral, pois influenciaram de forma positiva na constituição de um espaço físico mais
adequado a necessidade da empresa de forma ampla e eficiente.
Referências
AGUIAR, Giancarlo F.; PEINADO, Jurandir; GRAEML, Alexandre R. Simulações de arranjos físicos por
produto e balanceamento de linha de produção: O estudo de um caso real no ensino para estudantes de
engenharia. In: XXXV Congresso Brasileiro de Educação em Engenharia. 2007.
ANDRADE, M. C. O território do sal: a exploração do sal marinho e a produção do espaço geográfico no Rio
Grande do Norte. Mossoró. Coleção Mossoroense, vol. 848, 1995.CHASE, R.B., JACOBS, F. R., AQUILANO,
N. J. Administração da produção para vantagens competitivas. São Paulo: Mc Graw Hill, 2006.
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