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ANÁLISE DE TEXTO

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Português para

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Ênio Cavalcanti, esp.Ênio Cavalcanti, esp.

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CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA TODOS OS CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR E MÉDIO:

LÍNGUA PORTUGUESA:

1.Compreensão e interpretação de textos;2.Tipologia textual;3.Ortografia oficial; 4.Acentuação gráfica; 5.Emprego das classes de palavras; 6.Emprego do sinal indicativo de crase; 7.Sintaxe da oração e do período;8.Pontuação;9.Concordância nominal e verbal; 10.Regência nominal e verbal;11.Significação das palavras.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

http://www.cespe.unb.br/concursos/

Centro de Seleção e Promoção de Eventos

Page 3: ANÁLISE DE TEXTO

1.Ortografia oficial;2.Acentuação gráfica; 3.Flexão nominal e verbal; 4.Pronomes: emprego, formas de tratamento e colocação;5.Emprego de tempos e modos verbais;6.Vozes do verbo;7.Concordância nominal e verbal. Regência nominal e verbal;8.Ocorrência de crase; 9.Pontuação;10.Redação (confronto e reconhecimento de frases corretas e incorretas);11.Intelecção de texto.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICOCONTEÚDO PROGRAMÁTICO

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Análise de textos, objetivando reconhecer, entre outros aspectos:

1.1. O tema ou a idéia global do texto ou, ainda, o tópicode um parágrafo; 1.2. O argumento principal defendido pelo autor; 1.3. O objetivo ou finalidade pretendida; 1.4. A síntese do seu conteúdo global; 1.5. As características do tipo ou do gênero textual em que se realizam; 1.6. A função (referencial, expressiva, apelativa, poética) que desempenham; 2. Padrão escrito no nível culto: ortografia, acentuação gráfica, pontuação. 3. Categorias Gramaticais: funcionalidade no texto. 4. Flexão nominal e verbal. 5. Concordância Nominal e Verbal. 6. Regência nominal e verbal. 7. Uso do sinal indicativo de crase.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Page 5: ANÁLISE DE TEXTO

Leitura e Análise Leitura e Análise de Textosde Textos

Prof. Esp. Ênio CavalcantiProf. Esp. Ênio Cavalcanti

Page 6: ANÁLISE DE TEXTO

O QUE É UM TEXTO?O QUE É UM TEXTO?

Page 7: ANÁLISE DE TEXTO

Manifestação linguística falada ou

escrita, de qualquer extensão, produzida em um

contextocontexto sociocultural específico e com uma determinada intençãointenção.

O que é texto?O que é texto?

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Todo texto faz referência a uma

situação concreta.

Identificar o contexto é fundamental para que se

possa compreender bem o texto.

ContextoContexto

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Contexto e IntençãoContexto e Intenção

Uma Noite de Prazer

Certo dia, consegui o que tanto queria, ficamos sozinhos no quarto, você e eu. Você me mordia, fazia cócegas, me chupava, me deixava louca à noite inteira. Você parava em cima de mim, suspirava em meus ouvidos, eu não conseguia segurar suas pernas. O sol brilhava pela manhã, quando vi o lençol sujo de sangue. Seu sangue... Consegui realmente o que desejava.

Page 16: ANÁLISE DE TEXTO

Contexto e IntençãoContexto e Intenção

MATAR VOCÊ,MALDITA MURIÇOCA.

Page 17: ANÁLISE DE TEXTO

Três erros capitais na análise de textos

Três erros capitais na análise de textos

1. Extrapolação

É o fato de se fugir do texto. Ocorre quando se interpreta o que não está escrito. Muitas vezes são fatos reais, mas que não estão expressos no texto. Deve-se ater somente ao que está relatado.

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Três erros capitais na análise de textos

Três erros capitais na análise de textos

2. Redução

É a forma de se valorizar uma parte do contexto, deixando de lado a sua totalidade. Deixa-se de considerar o texto como um todo para se ater apenas à parte dele.

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Três erros capitais na análise de textos

Três erros capitais na análise de textos

3. Contradição

É o fato de se entender justamente o contrário do que está escrito. É bom que se tome cuidado com algumas palavras como: pode, deve, não, verbo ser, etc.

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Três erros capitais na análise de textos

Três erros capitais na análise de textos

O mistério O que podemos experimentar de mais belo é o mistério. Ele é a fonte de toda a arte e ciência verdadeira. Aquele que for alheio a essa emoção, aquele que não se detém a admirar as colinas, sentindo-se cheio de surpresa, esse já está, por assim dizer, morto e tem os olhos extintos. O que fez nascer a religião foi essa vivência do misterioso - embora mesclado de terror. Saber que existe algo insondável, sentir a presença de algo profundamente racional e radiantemente belo, algo que compreenderemos apenas em forma muito rudimentar - é esta a experiência que constitui a atitude genuinamente religiosa. Neste sentido, e unicamente neste sentido pertenço aos homens profundamente religiosos.

(Albert Einstein - Como vejo o mundo)

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Três erros capitais na análise de textos

Três erros capitais na análise de textos

1. Extrapolação

• O texto fala sobre a importância de Deus e da religião, e sobre o mistério da criação do universo.

      • O texto afirma que todo cientista precisa

ser artista e religioso, para poder compreender a natureza.    

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Três erros capitais na análise de textos

Três erros capitais na análise de textos

2.Redução

• O texto afirma que o terror fez nascer a religião.

•O texto afirma que a nossa compreensão dos fenômenos é ainda muito elementar.    

2.Redução

• O texto afirma que o terror fez nascer a religião.

•O texto afirma que a nossa compreensão dos fenômenos é ainda muito elementar.    

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Três erros capitais na análise de textos

Três erros capitais na análise de textos

3.Contradição

•O texto afirma que quem experimenta o mistério está com os olhos fechados e não consegue compreender a natureza.

•O texto afirma que a experiência do mistério é um elemento importante para a arte, não para a ciência.

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Análise de textosAnálise de textos

O texto apresenta, na verdade, várias idéias básicas:

• a beleza da experiência do mistério; • a emoção do mistério como raiz da ciência e da arte; • o homem incapaz de sentir essa emoção está com os olhos mortos; • a caracterização dessa vivência: saber e sentir que existe

algo - belo e racional - que compreendemos apenas rudimentarmente; • o sentido em que o autor se considera uma pessoa religiosa (e unicamente neste sentido).

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- identificar o gênero; a tipologia; as figuras de linguagem;- verificar o significado das palavras;- contextualizar a obra no espaço e tempo;- esclarecer fatos históricos pertinentes ao texto;- conhecer dados biográficos do autor;- relacionar o título ao texto; - levantar o problema abordado;- apreender a idéia central e as secundárias do texto;- buscar a intenção do texto;- verificar a coesão e coerência textual;- reconhecer se há intertextualidade. Qual o objetivo da análise?- levantar elementos para a compreensão e, posteriormente, fazer julgamento crítico.

O que se pretende com a análise textual?

O que se pretende com a análise textual?

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Narração

Consiste no relato de um fato real ou imaginário.

•exposição•enredo

•desfecho•personagens

Tipologia textualTipologia textual

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NarraçãoNarraçãoO Filho Revoltado

De manhã, o pai bate na porta do quarto do filho e grita: – Acorda, meu filho! Acorda, que está na hora de você ir para o colégio. O filho responde sonolento: – Ah, pai... Hoje eu não vou ao colégio. E não vou por três razões: primeiro, porque eu estou morto de sono; segundo, porque eu detesto aquele colégio; terceiro, porque eu não aguento mais aqueles moleques! E o pai respondeu lá de fora:–Você tem que ir por três razões: primeiro, porque você tem um dever a cumprir; segundo, porque você já tem 45 anos; terceiro, porque você é o diretor do colégio!

Page 30: ANÁLISE DE TEXTO

Descrição

Assemelha-se ao retrato. Num retrato observa-se detalhes.

Numa descrição, é preciso que o autor chame a atenção para

determinadas características do ser.

Tipologia textualTipologia textual

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"Era alto , magro, vestido todo de preto, com o pescoço entalado num colarinho direito. O rosto aguçado no queixo ia-se alargando até à calva, vasta e polida, um pouco amolgado no alto; tingia os cabelos que de uma orelha à outra lhe faziam colar por trás da nuca - e aquele preto lustroso dava, pelo contraste, mais brilho à calva; mas não tingia o bigode; tinha-o grisalho, farto, caído aos cantos da boca. Era muito pálido; nunca tirava as lunetas escuras. Tinha uma covinha no queixo, e as orelhas grandes muito despegadas do crânio. “

(Eça de Queiroz - O Primo Basílio)

DESCRIÇÃODESCRIÇÃO

Page 32: ANÁLISE DE TEXTO

"Ao lado do meu prédio construíram um enorme edifício de apartamentos. Onde antes eram cinco românticas casinhas geminadas, hoje  instalaram-se  mais de 20 andares. Da minha sala vejo a  varandas (estilo mediterrâneo) do novo monstro. Devem distar uns 30 metros, não mais.     E foi numa dessas varandas que o fato se deu.“ (Mário Prata. 100 Crônicas. São Paulo, Cartaz Editorial, 1997)

DESCRIÇÃODESCRIÇÃO

Page 33: ANÁLISE DE TEXTO

DissertaçãoForma de composição que consiste

na posição pessoal sobre determinado assunto.

•Expositivo;•Argumentativo.

Tipologia textualTipologia textual

Page 34: ANÁLISE DE TEXTO

• INTRODUÇÃO: apresenta o assunto e o posicionamento do autor. TESE ou IDÉIA PRINCIPAL

• DESENVOLVIMENTO: fundamenta a tese.comparação;alusão histórica;citação;exemplificação;oposição ou contraste;definição;apresentação de dados estatísticos;relação de causa e efeito.

• CONCLUSÃO: geralmente retoma a TESE, sintetizando as idéias gerais ou propondo soluções para o problema discutido. Pode vir em forma de interrogação, sendo meramente retórica.

Dissertação: estrutura convencionalDissertação: estrutura convencional

Page 35: ANÁLISE DE TEXTO

•TEMA;

•TESE;

•TÓPICO DE UM PARÁGRAFO;

•IDEIA GLOBAL.

Análise textualAnálise textual

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O preconceito nosso de cada diaPreconceito, nunca. Temos apenas opiniões bem definidas sobre as

coisas. Preconceito é o outro que tem...Mas, por falar nisso, já observou o leitor como temos o fácil hábito de

generalizar sobre tudo e todos? Falamos sobre “mulheres”, a partir de experiências pessoais; conhecemos “os políticos”, após acompanhar a carreira de dois ou três; sabemos tudo sobre os “militares” porque o síndico de nosso prédio é um sargento aposentado; discorremos sobre sogras, advogados, professores, motorista de caminhão, peões de obras, dançarinos, enfim, sobre tudo. Mas discorremos de maneira especial sobre raças e nacionalidades e, por extensão, sobre atributos inerentes a pessoas nascidas em determinados Estados.

Afinal, todos sabemos (sabemos?) que os franceses não tomam banho; os mexicanos são preguiçosos; os suíços, pontuais; os italianos, ruidosos; os japoneses, trabalhadores; e por aí afora. Sabemos também que cariocas são folgados; baianos, festeiros; nordestinos, pobres; mineiros, diplomatas etc. Sabemos ainda que o negro não tem o mesmo potencial que o branco, a não ser em algumas atividades bem-definidas como o esporte, a música, a dança e algumas outras que exigem mais do corpo e menos da inteligência.

Dissertação: estrutura convencionalDissertação: estrutura convencional

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O mecanismo funciona mais ou menos assim: estabelecemos uma expectativa de comportamento coletivo (nacional, regional, racial), mesmo sem conhecermos, pessoalmente, muitos ou mesmo nenhum membro do grupo sobre o qual pontificamos. Não nos detemos em analisar a questão um pouco mais a fundo. Não nos interessa estudar o papel que a escravidão teve na formação histórica de nossos negros. Nada disso. O importante é reproduzir, de forma acrítica e boçal, os preconceitos que nos são passados por piadinhas, por tradição familiar, pela religião, pela necessidade de compensar nossa real inferioridade individual por uma pretensa superioridade coletiva que assumimos ao carimbar o “outro” com a marca de qualquer inferioridade.

Temos pesos, medidas e até um vocabulário diferente para nos referirmos ao “nosso” e ao do “outro”, numa atitude que, mais do que autocondescendência, não passa de preconceito puro. Por exemplo, a nossa, é religião, a do outro é seita; nós temos fervor religioso, eles são fanáticos; nós temos hábitos, eles, vícios; nós cometemos excessos compreensíveis, eles são um caso perdido; e, finalmente, não temos preconceito, apenas opinião formada sobre as coisas.

Ou deveríamos ser como esses intelectuais que para afirmar qualquer coisa acham necessário estudar e observar atentamente? Observar, estudar e agir respeitando as diferenças é o que se espera de cidadãos que acreditam na democracia e, de fato, lutam por um mundo mais justo. De nada adianta protestar contra limpezas raciais e discriminação pelo mundo afora, se não ficamos atentos ao preconceito nosso de cada dia.

Page 38: ANÁLISE DE TEXTO

TESE

O ser humano é

preconceituoso,

embora não o admita.

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O tema é o eixo sobre o qual o texto se estrutura. A percepção do tema responde a uma questão essencial para a leitura: “O texto trata de quê?” Em muitos textos, o tema não vem explicitamente marcado, mas deve ser percebido pelo leitor quando identifica a função dos recursos utilizados, como o uso de figuras de linguagem, de exemplos, de uma determinada organização argumentativa, entre outros.

Para a identificação do tema, é necessário relacionar as diferentes informações para construir o sentido global do texto.

Page 40: ANÁLISE DE TEXTO

1. Leia o texto e procure apreender aspectos gerais de sua composição e construção textual.

I. A ideia central do texto em análise gira em torno do papel que a escravidão teve na formação histórica de nossas diferenças nacionais.

II. A finalidade do texto é ressaltar a precariedade de fundamentação com que certos tipos e comportamentos sociais são rotulados.

III. A forma de composição do texto nos leva a admitir que se trata de um texto narrativo, cuja continuidade é dependente da seqüência dos eventos relatados.

IV. O canal de produção do texto respeitou as normas gerais da escrita formal, embora certos fragmentos (o início do texto, por exemplo) se aproximem de usos do oral informal.

V. A forma como o texto foi produzido mostra que o autor pretendeu sentir-se alheio ao grupo a quem se dirige. O uso do verbo na primeira pessoa do plural evidencia esse aspecto.

A afirmativa é verdadeira nos itensa. II, III e IV apenas. b. II e IV apenas.c. I, II e III apenas. d. I, II, IV e V apenas.e. IV e V apenas.

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Leia atentamente os textos abaixo. 1. “Era uma vez um menino que juntava latinha e ia todas as manhãs vender latinha, e, um dia, uma senhora chamada Maria convidou o menino que se chamava Rui para morar com ela. E ele aceitou e parou de vender latinhas e foi estudar e conseguiu um curso de informática. E ele conseguiu um trabalho de informática e parou de morar com ela e comprou uma casa para ele morar...”

2. A casa, a montanhaDuas nuvens no céuE um sol a sorrir no papel...

3. O calor continuava. Nada diminuía sua intensidade, de manhã o sol se levantava apoplético, sumindo ao entardecer raivoso e vermelho. A terra permanecia sedenta, com bocarras abertas à espera de água. No céu esplendidamente azul, nem uma nuvem, nenhum sinal de chuva. Um azul límpido, tranquilo, um imenso borrão azul, nada mais.Na cidade, apareciam bandos de retirantes, famélicos, trêmulos, magros, como bambus ao vento.

Page 42: ANÁLISE DE TEXTO

Após a leitura, você conclui que

a)o 1 é narrativo, e o 2, descritivo.b)o 2 é descritivo, e o 3, dissertativo. c)o 2 é descritivo, e o 3, narrativo. d)o 2 é narrativo, e o 3, descritivo.e)o 1 e o 2 são argumentativos.

Page 43: ANÁLISE DE TEXTO

Texto

O que Drummond quis nos transmitir através desses versos?a)Que devemos pensar sempre em coisas pequenas.b)Que seremos sempre pequenos, porque o melhor é difícil de ser instalado.c)Que, mediante muitas lutas e anseios pelo melhor, as coisas pequenas não terão espaço em nossa vida.d)Que o melhor em nossa vida será instalado mediante menor esforço.e)Que bastam lutas para que se instale, em nossa vida, o melhor.

“Se pensarmos pequeno.... coisas pequenas teremos,mas, se desejarmos fortemente o melhor e,principalmente, lutarmos pelo melhor...o melhor vai se instalar em nossa vida.”

Carlos Drummond de Andrade

Page 44: ANÁLISE DE TEXTO

Texto

Em seus versos, Drummond utilizou-se de argumentações para nos mostrar como podemos conseguir o melhor em nossa vida. Logo, podemos afirmar que o poeta fez uma produção textual a)narrativa. b)descritiva. c)dissertativa. d)narrativa e descritiva.e)dissertativa e narrativa

“Se pensarmos pequeno.... coisas pequenas teremos,mas, se desejarmos fortemente o melhor e,principalmente, lutarmos pelo melhor...o melhor vai se instalar em nossa vida.”

Carlos Drummond de Andrade

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Não é sem motivo que o comércio decidiu alongar os prazos neste fim de ano para enfrentar a concorrência do comércio popular, que vende itens de baixo valor. Em novembro, a taxa de crescimento das consultas para vendas à vista superou a expansão do crédito, o que não ocorria desde abril.

No mês passado, o número de consultas para vendas quitadas com cheque à vista e pré-datado cresceu 6,1% em relação ao mesmo período de 2004, segundo pesquisa da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Enquanto isso, o volume de consultas para negócios a prazo aumentou em ritmo menor: 3,9% em novembro, na comparação anual.

Para o Presidente da ACSP, a mudança preocupa por indicar uma receita menor para as lojas, já que as vendas financiadas geralmente são de maior valor. Na análise do Presidente, o forte movimento registrado nas ruas de comércio popular com grande presença de itens importados reflete com clareza duas variáveis que estão desajustadas na economia: o juro alto e o câmbio baixo.

(Adaptado de O Estado de S. Paulo, B4 Economia, 4 de dezembro de 2005)

Banco Central do BrasilBanco Central do Brasil

Page 46: ANÁLISE DE TEXTO

A ideia principal do texto está expressa em:

a. Cai o volume de vendas, à vista ou a crédito, neste final de ano, em comparação com o anterior.

b. Comerciantes dispensam consultas para a concessão de créditos, por serem baixos os valores das compras.

c. A oferta mais ampla de crédito busca concorrer com o comércio popular, identificado com as vendas de menor valor.

d. O final de ano garante habitualmente maior volume de vendas, tanto à vista quanto a prazo.

e. Negócios realizados a prazo caracterizam as vendas específicas de final de ano.

Banco Central do BrasilBanco Central do Brasil

Page 47: ANÁLISE DE TEXTO

Infere-se corretamente do texto que, com a expansão docrédito,

I.há riscos de ocorrer inadimplência de consumidores.II.a venda de itens de maior valor passa a ser equivalente ao volume dos mais acessíveis à população.III.com o aumento das vendas à vista diminui a receita no comércio, pois o crédito contempla compras de maior valor.

Está correto o que se afirma SOMENTE em:a)II e III.b)II.c)I e II.d)I e III.e)I.

Banco Central do BrasilBanco Central do Brasil

Page 48: ANÁLISE DE TEXTO

A educação é uma função tão natural e universal da comunidade humana que, pela própria evidência, leva muito tempo a atingir a plena consciência daqueles que a recebem e praticam, sendo, por isso, relativamente tardio o seu primeiro vestígio na tradição literária. O seu conteúdo, aproximadamente o mesmo em todos os povos, é ao mesmo tempo moral e prático. Também entre os Gregos foi assim. Reveste, em parte, a forma de mandamentos, como honrar os deuses, honrar pai e mãe, respeitar os estrangeiros; consiste, por outro lado, numa série de preceitos sobre a moralidade externa e em regras de prudência para a vida, transmitidas oralmente pelos séculos afora; e apresenta-se ainda como comunicação de conhecimentos e aptidões profissionais a cujo conjunto, na medida em que é transmissível, os Gregos deram o nome de techné.

Agente Fiscal de RendasAgente Fiscal de Rendas

Page 49: ANÁLISE DE TEXTO

Os preceitos elementares do procedimento correto para com os deuses, os pais e os estranhos foram mais tarde incorporados à lei escrita dos Estados. E o rico tesouro da sabedoria popular, mesclado de regras primitivas de conduta e preceitos de prudência enraizados em superstições populares, chegava pela primeira vez à luz do dia, através de uma antiquíssima tradição oral, na poesia rural gnômica de Hesíodo. As regras das artes e ofícios resistiam naturalmente, em virtude da sua própria natureza, à exposição escrita dos seus segredos, como esclarece, no que se refere à profissão médica, a coleção dos escritos hipocráticos.

Agente Fiscal de RendasAgente Fiscal de Rendas

Page 50: ANÁLISE DE TEXTO

Da educação, neste sentido, distingue-se a formação do Homem por meio da criação de um tipo ideal intimamente coerente e claramente definido. Essa formação não é possível sem se oferecer ao espírito uma imagem do homem tal como ele deve ser. A utilidade lhe é indiferente ou, pelo menos, não essencial. O que é fundamental nela é o kalón, isto é, a beleza, no sentido normativo da imagem desejada, do ideal. A formação manifesta-se na forma integral do Homem, na sua conduta e comportamento exterior e na sua atitude interior. Nem uma nem outra nasceram do acaso, mas são antes produtos de uma disciplina consciente. Já Platão a comparou ao adestramento de cães de raça. A princípio, esse adestramento limitava-se a uma reduzida classe social, a nobreza. Obs: gnômico = sentencioso

(Adaptado de Werner Jaeger, Paidéia: a formação do homem grego. Trad. Artur M. Parreira, 4.ed., São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 23-24)

Da educação, neste sentido, distingue-se a formação do Homem por meio da criação de um tipo ideal intimamente coerente e claramente definido. Essa formação não é possível sem se oferecer ao espírito uma imagem do homem tal como ele deve ser. A utilidade lhe é indiferente ou, pelo menos, não essencial. O que é fundamental nela é o kalón, isto é, a beleza, no sentido normativo da imagem desejada, do ideal. A formação manifesta-se na forma integral do Homem, na sua conduta e comportamento exterior e na sua atitude interior. Nem uma nem outra nasceram do acaso, mas são antes produtos de uma disciplina consciente. Já Platão a comparou ao adestramento de cães de raça. A princípio, esse adestramento limitava-se a uma reduzida classe social, a nobreza. Obs: gnômico = sentencioso

(Adaptado de Werner Jaeger, Paidéia: a formação do homem grego. Trad. Artur M. Parreira, 4.ed., São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 23-24)

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Page 51: ANÁLISE DE TEXTO

No primeiro parágrafo o autor:

a)defende a ideia de que universalmente a sociedade humana se dedica à educação porque sua necessidade é inconteste.b)abandona a grande importância de a educação tratar, como ocorre na maioria dos povos, de temas associados a questões éticas e pragmáticas.c)atribui o caráter, de certa forma tardio, da referência à educação em textos escritos, ao fato de ser ela uma atividade absolutamente inerente aos grupos humanos.d)evidencia que todo processo educativo é naturalmente longo, implicando que a conscientização dos educandos acerca do que lhes é ensinado não seja imediata.e)confere à tradição literária uma natureza relativamente vagarosa, visto que só registrou vestígio da atividade educativa quando cada indivíduo da comunidade humana já a praticava natural e espontaneamente.

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Page 52: ANÁLISE DE TEXTO

A educação é uma função tão natural e universal da comunidade humana que, pela própria evidência, leva muito tempo a atingir a plena consciência daqueles que a recebem e praticam, sendo, por isso, relativamente tardio o seu primeiro vestígio na tradição literária. O seu conteúdo, aproximadamente o mesmo em todos os povos, é ao mesmo tempo moral e prático. Também entre os Gregos foi assim. Reveste, em parte, a forma de mandamentos, como honrar os deuses, honrar pai e mãe, respeitar os estrangeiros; consiste, por outro lado, numa série de preceitos sobre a moralidade externa e em regras de prudência para a vida, transmitidas oralmente pelos séculos afora; e apresenta-se ainda como comunicação de conhecimentos e aptidões profissionais a cujo conjunto, na medida em que é transmissível, os Gregos deram o nome de techné.

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Page 53: ANÁLISE DE TEXTO

Os preceitos elementares do procedimento correto para com os deuses, os pais e os estranhos foram mais tarde incorporados à lei escrita dos Estados. E o rico tesouro da sabedoria popular, mesclado de regras primitivas de conduta e preceitos de prudência enraizados em superstições populares, chegava pela primeira vez à luz do dia, através de uma antiquíssima tradição oral, na poesia rural gnômica de Hesíodo. As regras das artes e ofícios resistiam naturalmente, em virtude da sua própria natureza, à exposição escrita dos seus segredos, como esclarece, no que se refere à profissão médica, a coleção dos escritos hipocráticos.

Agente Fiscal de RendasAgente Fiscal de Rendas

Page 54: ANÁLISE DE TEXTO

Considerado o processo de argumentação desenvolvido no texto, é correto afirmar: a)Deuses e pais foram citados como modelos do procedimento correto, origem dos preceitos elementares do comportamento grego.b)A menção à lei dos Estados foi feita para realçar um típico traço da cultura grega, o cultivo da legalidade.c)A poesia rural gnômica de Hesíodo foi citada como confirmação da riqueza da sabedoria popular.d)A referência à palavra de Hipócrates constitui argumento de reforço para o que se diz acerca das artes e ofícios.e)A alusão feita a Platão constitui argumento de autoridade para fundamentar a idéia de que a educação despreza o pragmatismo.

Agente Fiscal de RendasAgente Fiscal de Rendas

Page 55: ANÁLISE DE TEXTO

O direito que se realiza pacificamente é o ideal — praticamente inatingível — de uma sociedade que se queira justa. Justiça, a seu turno, exige efetivação de direitos humanos, configuração da verdadeira cidadania, a qual abrange, obrigatoriamente, direitos civis, sociais e políticos; adoção de políticas públicas amplas e eficazes. Justiça não é simplesmente acesso ao Poder Judiciário, o qual, por mais estruturado e eficiente que seja, não a promove sozinho.

Não se pode exercer, pacífica ou contenciosamente, um direito de que não se sabe titular. E a grande maioria da população brasileira não exerce seus direitos simplesmente porque os desconhece — o que é mais grave —, em uma ignorância hábil para provocar grande parte das mazelas sociais que lotam os jornais brasileiros contemporâneos. Dizimar tal ignorância é papel essencial da defensoria pública.

Amélia Soares da Rocha. Defensoria pública e igualdade materialno acesso à justiça. Internet: <www.adital.com.br> (com adaptações).

DEFENSORIA PÚBLICA – GERAL DA UNIÃO

Page 56: ANÁLISE DE TEXTO

Com relação às ideias e à estrutura do texto, assinale a opção correta.a)De acordo com o texto, a parcela da população brasileira que não exerce seus direitos não tem acesso à defensoria pública.b)De acordo com o texto, justiça e Poder Judiciário são matérias complementares.c)O texto é imparcial com relação ao tema tratado, limitando-se a descrever os conceitos de direito e justiça; é, por isso, essencialmente descritivo.d)O texto, por defender uma tese — a de que a cidadania só pode ser exercida de forma plena quando os indivíduos têm conhecimento de seus direitos e deveres —, é predominantemente dissertativo-argumentativo.e)Não exercer os direitos que se tem por desconhecê-los é bastante grave, segundo o texto, porque esse é um caso muito difícil de ser resolvido.

DEFENSORIA PÚBLICA – GERAL DA UNIÃOCESPE-UNB 2010

Page 57: ANÁLISE DE TEXTO

Está surgindo no mundo uma nova tendência de consumo. De acordo com uma pesquisa mundial divulgada no final de 2009, consumidores reconhecem as boas causas e estão cada vez mais dispostos a apoiar as marcas e empresas que as praticam, percebendo o poder que possuem de determinar as tendências do mercado.

Uma das mudanças de valores mais significativas é que encontrar felicidade em consumir parece fazer parte do passado. Apenas 16% dos consumidores ouvidos disseram tirar satisfação em fazer compras. Em 2008, eram 25%. Entre os consumidores brasileiros, a diferença é ainda maior: 29% disseram encontrar satisfação em ir às compras em 2008, 13 enquanto em 2009 foram apenas 14%.

Esse cenário faz emergir um paradoxo para as empresas e para o mercado em geral: como atender as demandas de inclusão social e transformar a base do consumo no mundo? É necessária uma revolução nos processos industriais e isso inclui os aspectos relacionados ao consumo, que precisa urgentemente ser reinventado. E é aqui que surge a frustração. As empresas não estão preparadas para enfrentar as mudanças que estão em curso no mundo hoje.

Page 58: ANÁLISE DE TEXTO

Os grandes líderes de mercado parecem ainda ter dificuldade para entender o que está acontecendo de fato. O discurso e a prática dessas empresas ainda estão baseados em modelos ultrapassados, que veem os custos ainda da maneira tradicional, deixando as externalidades para a sociedade. E mais, não são apenas os grandes líderes do setor privado que demonstram essa dificuldade. Uma manchete recente em um grande jornal diário mostra que pesquisadores e jornalistas também não entenderam as oportunidades que estão surgindo a partir das transformações que estamos vivendo. Eis o título da matéria: ―Só estagnação econômica pode reduzir aquecimento global, diz estudo . ‖

O relatório da Fundação Nova Economia explica que, segundo a NASA, a agência espacial norte-americana, a concentração máxima de gás carbônico na atmosfera para manter o aquecimento global dentro dos 2 ºC deveria ser de 350 ppm (partículas por milhão). E, para atingir essa meta até 2050, a humanidade teria de reduzir a intensidade das emissões de gás carbônico relacionadas às atividades econômicas em 95%.

Page 59: ANÁLISE DE TEXTO

Então, o estudo classifica essa drástica

redução na intensidade das emissões de gás carbônico relacionadas às atividades econômicas de ―sem precedente e, provavelmente, impossível , reforçando ‖a defesa da estagnação econômica. Porém, esse é um grande equívoco. Uma análise desse tipo está claramente baseada em uma visão ultrapassada de desenvolvimento. As demandas provenientes das mudanças climáticas nos obrigam a repensar e recriar nossos modelos, com inovação e visão de futuro. É isso que estão fazendo (ou deveriam estar fazendo) os líderes mundiais. É possível e imprescindível criar uma nova economia, com base em novos modelos, que incluam de fato os aspectos sociais e ambientais.

Ricardo Young. Mudanças no consumo. In: CartaCapital, 26/2/2010. Internet: <www.cartacapital.com.br> (com adaptações).

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De acordo com as ideias apresentadas no texto, julgue os itens que se seguem.

1.A valorização, pelo consumidor, do trabalho de empresas que demonstram responsabilidade social e ambiental está ligada à conscientização desse consumidor acerca de seu poder de influenciar o mercado. 2.No Brasil, as pessoas tendem a consumir menos do que em outros países, fato que se verificou especialmente a partir do ano de 2008. 3.Se compreendessem, de fato, a necessidade de mudança nos parâmetros de produção e de consumo, provavelmente os pesquisadores e os jornalistas levariam para os diversos setores da sociedade a responsabilidade pela redução do aquecimento global.

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De acordo com as ideias apresentadas no texto, julgue os itens que se seguem.

1.A valorização, pelo consumidor, do trabalho de empresas que demonstram responsabilidade social e ambiental está ligada à conscientização desse consumidor acerca de seu poder de influenciar o mercado. 2.No Brasil, as pessoas tendem a consumir menos do que em outros países, fato que se verificou especialmente a partir do ano de 2008. 3.Se compreendessem, de fato, a necessidade de mudança nos parâmetros de produção e de consumo, provavelmente os pesquisadores e os jornalistas levariam para os diversos setores da sociedade a responsabilidade pela redução do aquecimento global.

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E

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4. Segundo o autor, a visão que se tem de economia é ultrapassada porque o sistema econômico vai de encontro ao que se almeja no mundo de hoje nos aspectos social e ambiental.

5. O texto põe em xeque a atuação das empresas diante do cenário mundial, visto que as mudanças climáticas continuam acontecendo.

6. O conceito de consumo precisa ser revisto porque é ele que determina os padrões de consumo e que, portanto, dita as regras na hora de as empresas decidirem o que produzir e como.

7. Apenas empresas com boas práticas de produção, isto é, que levam em conta fatores sociais e ambientais, são valorizadas pelos consumidores.

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TEXTO

É uma grande ilusão imaginar que o Brasil estará entre as cinco maiores economias do mundo na década atual se não realizar investimentos pesados em um novo padrão de energia, independente da utilização de petróleo. Apesar do abandono do planejamento estratégico e de nossa fraca vocação para pensarmos a longo prazo, a verdade é que mantemos algumas características de país altamente inovador. Temos realizado avanços extraordinários no desenvolvimento de processos e na pesquisa em energias alternativas, em razão da antiga (e, felizmente, superada) dependência das importações de petróleo. Não atendemos, porém, às necessidades de financiamento na medida exigida pela continuidade das pesquisas.

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O rápido crescimento da economia chinesa tem atraído a atenção geral, mas devíamos orientar o nosso interesse em acompanhar, prioritariamente, as inovações que se estão processando nos Estados Unidos da América (EUA), na Alemanha e nos países nórdicos. A China, por enquanto, continua sendo uma economia que copia muito mais do que investe em inovação. Os norte-americanos, com todos os problemas de suas finanças, mantêm a dianteira nos investimentos em desenvolvimento tecnológico: no governo Obama, decidiram recuperar a autonomia energética, investindo pesadamente no desenvolvimento de novas modalidades de energia. De seu lado, alemães e escandinavos estão ampliando os investimentos em energia alternativa e já colhem resultados expressivos da utilização de energia eólica.

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O rápido crescimento da economia chinesa tem atraído a atenção geral, mas devíamos orientar o nosso interesse em acompanhar, prioritariamente, as inovações que se estão processando nos Estados Unidos da América (EUA), na Alemanha e nos países nórdicos. A China, por enquanto, continua sendo uma economia que copia muito mais do que investe em inovação. Os norte-americanos, com todos os problemas de suas finanças, mantêm a dianteira nos investimentos em desenvolvimento tecnológico: no governo Obama, decidiram recuperar a autonomia energética, investindo pesadamente no desenvolvimento de novas modalidades de energia. De seu lado, alemães e escandinavos estão ampliando os investimentos em energia alternativa e já colhem resultados expressivos da utilização de energia eólica.

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Em termos imediatos, o que acontece de importante nos EUA e na China é a ênfase total dos investimentos públicos na expansão e modernização da infraestrutura dos transportes e comunicações de modo geral.

O caminho brasileiro não deve ser diferente: temos de acelerar os investimentos na infraestrutura dos transportes para eliminar, o mais rápido possível, os gargalos que encarecem a circulação interna e as exportações da produção agrícola e industrial.

Não é preciso repetir que o Brasil é um país inovador. O que nos falta é o suporte do crédito, de forma contínua, para sustentar as inovações, é claro que com algumas notáveis exceções: alcançamos o estado da arte na produção de combustíveis para transporte, e a EMBRAPA fez, em 30 anos, uma revolução na produtividade de nossa agricultura e pecuária, dando um enorme retorno aos parcos recursos de investimentos que recebeu.

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Para que o Brasil se transforme, efetivamente, em protagonista importante da revolução que vai mudar, profundamente, os processos de produção industrial e agropastoril em todo o mundo, os próximos governos terão de dar prioridade absoluta aos investimentos em inovação e ao desenvolvimento tecnológico.

A fórmula do crescimento é inovação mais crédito. Sua aplicação foi fundamental para a construção da mais poderosa economia global no século passado. Não há razão alguma para ignorá-la.

Delfim Netto. Fórmulas de crescimento. Internet: <www.cartacapital.com.br> (com adaptações).

Page 68: ANÁLISE DE TEXTO

Com base nas ideias do texto, julgue os itens a seguir.

1.Os investimentos em pesquisa e desenvolvimento são essenciais para que uma nação se torne um expoente mundial. 2.No Brasil, a utilização de energias alternativas não tem recebido investimento suficiente devido à escassez de financiamentos estrangeiros. 3.EUA, Alemanha e países escandinavos tornaram-se independentes no que se refere à importação de petróleo. 4.É correto inferir do texto que a precariedade de rodovias, ferrovias e instalações portuárias marítimas e fluviais brasileiras representa uma barreira para a expansão econômica nacional. 5.Em relação à produção de combustíveis para transporte, o Brasil precisa avançar sobremaneira para se equiparar às grandes potências. 6.No Brasil, a dependência do petróleo estrangeiro em décadas passadas promoveu o desenvolvimento tecnológico.

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A despeito da retórica que chama atenção para avanços obtidos pelo país no plano econômico, é mais do que evidente que o Brasil ainda se enquadra no elenco dos chamados países em desenvolvimento, com índices verdadeiramente escandalosos em termos de qualidade de vida, saúde e educação, com significativa parcela da população alijada do que os estudiosos costumam designar como mínimo existencial para uma vida digna.

Ressalte-se que a doutrina diverge quando se trata de estabelecer a acepção do termo democracia. Apesar das divergências acerca de conceitos, teses ou doutrinas, há consenso de que a democracia constitui a melhor forma de governo de um Estado, visto que impede atos de violência e de intolerância, buscando a integração e a inclusão. Cumpre acrescentar que, no enfrentamento do desafio de inclusão social, emerge cristalina a necessidade de fortalecer as instituições democráticas.

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Nessa linha de pensamento em que se procura reverter um processo de descrença, a defensoria pública, erigida na Constituição Federal de 1988 (CF) à condição de instituição essencial à justiça, precisa preencher relevante espaço no compromisso constitucional de redução das desigualdades, com promoção do integral acesso à justiça. Assim definida, cabe-lhe não só a assistência judiciária, pois pouco, ou nada, valem direitos formalmente reconhecidos, sem que se concretizem na vida das pessoas e dos grupos sociais. Aquilo de que se precisa, de uma vez por todas, compreende igualmente um conjunto de atividades extrajudiciais e de informação, extremamente imprescindível em um país de analfabetos e semianalfabetos, com o intuito de proporcionar aos necessitados consciência de seus direitos, fazendo-os se verem como partes integrantes desse país, ou seja, como cidadãos.

Tatiana de Carvalho Camilher. O papel da defensoria pública para a inclusão social rumo à concretização do estado democrático de direito. Internet: <www.conpedi.org>

(com adaptações)

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8. Com base nas informações apresentadas no texto, assinale a opção correta.

a)Constitui o escopo da defensoria pública o acesso integral à justiça, o que se traduz na elevação do indivíduo analfabeto e semianalfabeto à condição de cidadão. b)Como em todos os países em desenvolvimento, a população brasileira não tem acesso à informação. c)Regimes democráticos de governo estorvam condutas denotadoras de coação e de preconceito. d)No Brasil, a CF é elemento garantidor suficiente para asseverar o tratamento igualitário dos cidadãos pelo Estado. e)O Brasil não constitui, de fato, um governo de Estado democrático, uma vez que necessita de ações promotoras da redução do índice de desigualdades sociais.

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Muita gente parece achar que a última flor do Lácio,

além de inculta e apesar de bela, como Bilac a descreveu, é pobre demais: precisa de injeções frequentes de outros idiomas, de preferência o inglês.

São aqueles que nunca estacionam seus carros: parqueiam-nos. Suas amadas jamais têm encantos: são cheias de glamour. Emoções são trips, e o pessoal fica down em vez de deprimido, o que não é nada o.k. Uma turma, sem dúvida, muito over.

E quem entende a nossa importação dos billboards americanos (anúncios em grandes cartazes ao ar livre), batizando-os de outdoors?

Combater as importações bobocas ou desnecessárias não é simples. Existem as necessárias.

Nenhum vocabulário é imutável, fechado. Toda sociedade absorve experiências e criações de outros povos, e nem sempre dispõe de expressões que definam as novidades necessárias. Muitas vezes, é preciso adotar simultaneamente o termo e a atividade ou a coisa.

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Não há nada errado em surfar e andar de skate -

este, mesmo sem ter virado esqueite, diferente do esqui. Ou comer uma pizza, tomar um sakê. Seria insensato rejeitar o bar dos ingleses ou a sauna dos finlandeses. Enfim, é tão importante zelar pelo nosso vocabulário como não rejeitar aquisições indispensáveis ou obviamente convenientes.

A importação de palavras é indispensável quando trazemos para o dia a dia algo de novo. Quando o futebol veio da Inglaterra, trouxe na bagagem o córner, o gol, o pênalti, o chute. O zagueiro, fomos buscar, sabe-se lá por quê, na Espanha.

A regra deveria ser óbvia: importar o indispensável, por sê-lo. E evitar a frescura de usar expressões estrangeiras gratuitamente. Há óbvia diferença entre aceitar um termo sem equivalente nacional e trazer outro, que tem apenas o suposto encanto (não o charme, claro) de tornar a comunicação mais sofisticada ou elegante.

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Ressuscito este arrazoado provocado por praga

recente: o Rio (ou o Brasil inteiro, sei lá) está cheio de estabelecimentos que entregam compras em domicílio apregoando em cartazes que fazem a tal delivery. São fornecedores de pizzas, sanduíches e outras comidinhas (para os que não sabem o que seja uma comidinha, informo, resignado: é o que vocês chamam de fast food).

Será possível que esses comerciantes estão convencidos de que o serviço anunciado em inglês tornase mais confiável? O alimento delivered chega mais depressa e mais quentinho? Não acredito. Deve ser frescura mesmo.

GARCIA, Luiz. O Globo, 5 ago. 2008. (com adaptações)

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9. Segundo o texto, o autor considera indispensável a adoção de palavras de outro idioma na língua portuguesa quando há:

a)necessidade de sofisticar o vocabulário para atrair clientela. b)sonoridade da palavra importada que cai no gosto popular. c)algo de novo que não tenha termo correspondente em nossa língua. d)a garantia da incorporação do novo termo ao conjunto vocabular do português. e)a intenção de dar maior confiabilidade à introdução de produtos importados.

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“Em nossa época, os estrangeirismos existentes na língua portuguesa do Brasil advêm principalmente da língua inglesa, devido à forte presença norte-americana em nossas vidas. (...) Foi assim no séc. XIX, quando a França era o centro cultural do mundo ocidental: a língua portuguesa, nessa época, viu-se invadida por expressões francesas.”

NEGREIROS, Gil Roberto Costa. O estrangeirismo no português do Brasil: fator descaracterizante?.

Disponível em: www.filologia.org.br/revista/artigo/11(31)06.

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10. O trecho do artigo acima e o texto têm pontos de

vista semelhantes no que se refere à(ao) :

a)necessidade de banir termos estrangeiros de qualquer idioma para a purificação da língua nativa. b)condescendência com a língua francesa na incorporação de termos desse idioma ao português. c)compreensão de que a influência de línguas estrangeiras se deve à intensidade de sua presença em um contexto cultural. d)importância do acolhimento de termos estrangeiros na língua portuguesa como requisito do processo de globalização. e)afastamento do inglês de nosso idioma em função da dominação cultural norte-americana.

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11. Não é a primeira vez que o autor trata do assunto estrangeirismos, conforme se constata quando ele escreve:

a)“E quem entende a nossa importação...?”(l. 8) b)“Combater as importações bobocas ou desnecessárias não é simples.” (l. 10) c)“Toda sociedade absorve experiências...”(l. 12-13) d)“é tão importante zelar pelo nosso vocabulário...”(l. 19) e)“Ressuscito este arrazoado provocado por praga recente:”(l. 30)

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12. Os exemplos citados no 2o parágrafo do texto contrariam o enunciado em

a)“Combater as importações bobocas ou desnecessárias não é simples.”(l. 10) b)“Nenhum vocabulário é imutável, fechado.”(l. 12) c)“Toda sociedade absorve experiências e criações de outros povos,”(l. 12-13) d)“... não rejeitar aquisições indispensáveis ou obviamente convenientes.”(l. 19-20) e)“A regra deveria ser óbvia: importar o indispensável, por sê-lo.” (l. 25)

Page 80: ANÁLISE DE TEXTO

13. Em qual das frases abaixo o cronista mostra-se irônico?

a)“Combater as importações bobocas ou desnecessárias não é simples.” (l. 10) b)“Não há nada errado em surfar e andar de skate”(l. 16) c)“Quando o futebol veio da Inglaterra, trouxe na bagagem o córner,”(l. 22-23) d)“está cheio de estabelecimentos que entregam compras em domicílio apregoando em cartazes que fazem a tal delivery.”(l. 31-32) e)“(para os que não sabem o que seja uma comidinha, informo, resignado: é o que vocês chamam de fast food)”. (l. 34-35)

Page 81: ANÁLISE DE TEXTO

Leia atentamente os textos abaixo. 1. “Era uma vez um menino que juntava latinha e ia todas as manhãs vender latinha, e, um dia, uma senhora chamada Maria convidou o menino que se chamava Rui para morar com ela. E ele aceitou e parou de vender latinhas e foi estudar e conseguiu um curso de informática. E ele conseguiu um trabalho de informática e parou de morar com ela e comprou uma casa para ele morar...”

2. A casa, a montanhaDuas nuvens no céuE um sol a sorrir no papel...

3. O calor continuava. Nada diminuía sua intensidade, de manhã o sol se levantava apoplético, sumindo ao entardecer raivoso e vermelho. A terra permanecia sedenta, com bocarras abertas à espera de água. No céu esplendidamente azul, nem uma nuvem, nenhum sinal de chuva. Um azul límpido, tranquilo, um imenso borrão azul, nada mais.Na cidade, apareciam bandos de retirantes, famélicos, trêmulos, magros, como bambus ao vento.

Page 82: ANÁLISE DE TEXTO

Após a leitura, você conclui que

a)o 1 é narrativo, e o 2, descritivo.b)o 2 é descritivo, e o 3, dissertativo. c)o 2 é descritivo, e o 3, narrativo. d)o 2 é narrativo, e o 3, descritivo.e)o 1 e o 2 são argumentativos.

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Texto

O que Drummond quis nos transmitir através desses versos?a)Que devemos pensar sempre em coisas pequenas.b)Que seremos sempre pequenos, porque o melhor é difícil de ser instalado.c)Que, mediante muitas lutas e anseios pelo melhor, as coisas pequenas não terão espaço em nossa vida.d)Que o melhor em nossa vida será instalado mediante menor esforço.e)Que bastam lutas para que se instale, em nossa vida, o melhor.

“Se pensarmos pequeno.... coisas pequenas teremos,mas, se desejarmos fortemente o melhor e,principalmente, lutarmos pelo melhor...o melhor vai se instalar em nossa vida.”

Carlos Drummond de Andrade

Page 84: ANÁLISE DE TEXTO

Texto

Em seus versos, Drummond utilizou-se de argumentações para nos mostrar como podemos conseguir o melhor em nossa vida. Logo, podemos afirmar que o poeta fez uma produção textual: a)narrativa. b)descritiva. c)dissertativa. d)narrativa e descritiva.e)dissertativa e narrativa

“Se pensarmos pequeno.... coisas pequenas teremos,mas, se desejarmos fortemente o melhor e,principalmente, lutarmos pelo melhor...o melhor vai se instalar em nossa vida.”

Carlos Drummond de Andrade

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A Internet está explodindo como a mídia mais promissora desde a implantação da televisão. É a mídia mais aberta, descentralizada e, por isso mesmo, mais ameaçadora para os grupos políticos e econômicos hegemônicos. Cada um pode dizer nela o que quer, conversar com quem desejar, oferecer os serviços que considerar convenientes.

José Moran

ASSISTENTE ADMINISTRATIVO

Page 86: ANÁLISE DE TEXTO

2. O autor Moran considera a Internet:

a. um meio de comunicação inferior à televisão.b. a mídia mais eficaz de todos os tempos,

embora seja ela antidemocrática.c. uma mídia que promove a interação de

pessoas pertencentes, apenas, a grupos políticos.

d. um instrumento de comunicação que ameaça aqueles que detêm o poder.

e. um meio de interação promissor, que limita a ação dos seus usuários.

ASSISTENTE ADMINISTRATIVO

Page 87: ANÁLISE DE TEXTO

3. O autor José Moran se utilizou:

a. da argumentação, uma vez que defendeu a idéia de que a Internet é a mídia mais promissora desde que a televisão foi implantada, produzindo um texto dissertativo.

b. das características das mídias, produzindo um texto narrativo.

c. da imaginação para criar um fato irreal sobre a mídia mais aberta da atualidade, produzindo um texto descritivo.

d. de um fato irreal e de argumentações para produzir um texto com passagens descritivas e narrativas.

e. de um fato real, caracterizando todas as passagens, produzindo um texto dissertativo.

ASSISTENTE ADMINISTRATIVO