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Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · Figura 3: Trilha ... Figura 4: Trilha da Pedra da Batata..... 12 Figura 5: Mirante do Mangue

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Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Placa de identificação do Parque ................................................................................... 12

Figura 2: Totem de identificação................................................................................................... 12

Figura 3: Trilha .............................................................................................................................. 12

Figura 4: Trilha da Pedra da Batata ............................................................................................... 12

Figura 5: Mirante do Mangue........................................................................................................ 13

Figura 6: Acesso à trilha ................................................................................................................. 13

Figura 7: Guarita de vigilância ...................................................................................................... 13

Figura 8: Bebedouro ao lado da guarita ........................................................................................ 13

Figura 9: Lixeira ............................................................................................................................. 13

Figura 10: Sede administrativa ...................................................................................................... 13

Figura 11: Extintores de incêndio ................................................................................................. 14

Figura 12: Auditório do Parque .................................................................................................... 14

Figura 13: Banheiro da sede administrativa.................................................................................. 14

Figura 14: Bebedouro ao lado da sede .......................................................................................... 14

Figura 15: Chafariz na entrada de acesso ...................................................................................... 18

Figura 16: Placa de identificação do Parque ................................................................................. 21

Figura 17: Guarita de vigilância .................................................................................................... 21

Figura 18: Sede Administrativa ..................................................................................................... 22

Figura 19: Parque Infantil ............................................................................................................. 22

Figura 20: Mesa para jogos ............................................................................................................ 22

Figura 21: Centro de Educação Ambiental .................................................................................. 22

Figura 22: Mirante ......................................................................................................................... 22

Figura 23: Lixeira ........................................................................................................................... 22

Figura 24: Capela ........................................................................................................................... 25

Figura 25: Interior da Capela ........................................................................................................ 25

Figura 26: Chafariz da Capixaba ................................................................................................... 25

Figura 27: Reservatório de água que data ..................................................................................... 25

Figura 28: Região do antigo Campinho ........................................................................................ 26

Figura 29: Parque Moscoso em obras ........................................................................................... 27

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Figura 30: Busto de Pedro Feu Rosa ............................................................................................. 30

Figura 31: Monumento a Ernestina Pessoa .................................................................................. 30

Figura 32: Busto de Alberto Santos Dumont ............................................................................... 30

Figura 33: Busto de Darcy Monteiro ............................................................................................. 30

Figura 34: Busto de Henrique Moscoso ........................................................................................ 31

Figura 35: Concha Acústica .......................................................................................................... 31

Figura 36: Ruínas Neo-Clássicas.................................................................................................... 31

Figura 37: Fonte do Cavalo ........................................................................................................... 31

Figura 38: Fonte Jerônimo Monteiro ............................................................................................ 32

Figura 39: Fonte Moderna ............................................................................................................. 32

Figura 41: Sinaleiro ........................................................................................................................ 32

Figura 42: Administração do Parque ............................................................................................ 35

Figura 43: Lanchonetes do Parque ................................................................................................ 35

Figura 44: Placa de identificação do Parque Moscoso .................................................................. 35

Figura 45: Parque Moscoso ........................................................................................................... 35

Figura 46: Alameda Central .......................................................................................................... 36

Figura 47: Alameda Paulo Motta .................................................................................................. 36

Figura 48: Ponte ............................................................................................................................. 36

Figura 49: Bebedouro .................................................................................................................... 36

Figura 50: Espaço Ecumênico ....................................................................................................... 36

Figura 51: Ponte ............................................................................................................................. 36

Figura 52: Ponte ............................................................................................................................. 37

Figura 53: Ponte e lago .................................................................................................................. 37

Figura 54: Academia Popular do Idoso ......................................................................................... 37

Figura 55: Telecentro ..................................................................................................................... 37

Figura 56 - Quadra de areia ........................................................................................................... 37

Figura 57 - Parque Infantil ............................................................................................................. 37

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 5

1. PARQUE DA FONTE GRANDE.............................................................................................. 7

1.1 Contexto histórico e origem do nome ................................................................................. 7

1.2 Localização e caracterização do parque ................................................................................ 8

1.3 Infraestrutura e recursos humanos .................................................................................... 11

1.4 Principais problemas existentes .......................................................................................... 15

2. PARQUE GRUTA DA ONÇA .................................................................................................... 16

2.1Contexto histórico e origem do nome ................................................................................... 16

2.2 Localização e caracterização do parque .............................................................................. 19

2.3 infraestrutura e recursos humanos ..................................................................................... 21

2.4. Principais problemas existentes ......................................................................................... 24

3. PARQUE MOSCOSO .............................................................................................................. 26

3.1 Contextualização histórica e origem do nome .................................................................. 26

3.2 Localização e caracterização ................................................................................................ 29

3.3 Infraestrutura e recursos humanos ................................................................................... 35

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................... 38

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................... 41

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INTRODUÇÃO

Os Parques representam um constante despertar em relação ao homem e ao ambiente,

onde o processo de desenvolvimento urbano é bastante acelerado, principalmente aqueles

localizados nas zonas urbanas das cidades. Desse modo, os parques urbanos desempenham

diferentes funcionalidades e configurações nas cidades, os quais estão diretamente relacionados

às formas de gestão ambiental e padrões de crescimento dos núcleos urbanos, à medida que

essas áreas atuam como espaços legitimadores de inúmeras transformações urbanas.

Nessa linha de pensamento pode-se afirmar que os parques contribuem para a

sustentabilidade urbana, gerando melhoras na condição social e ambiental na cidade. Nesse

contexto, entre os diversos benefícios, pode-se destacar a recuperação ou manutenção das

condições microclimáticas confortáveis à população urbana, minimização das condições

atmosféricas críticas (poluição do ar), ação acústica e visual, além dos benefícios sociais e

econômicos.

Cada vez mais os problemas ambientais urbanos vêm sendo discutidos com ênfase e

frequência. A existência desses espaços contribui direta e indiretamente para a qualidade de

vida. Nessa conjuntura, tomando como referência o município de Vitória, buscar-se-á, discutir

nesse relatório a identificação da situação atual em que se encontram três parques urbanos:

Parque Estadual da Fonte Grande, Parque da Gruta da Onça e Parque Moscoso.

No município de Vitória há duas categorias que representam, em termos de

configuração, Parques Urbanos, quais sejam: os Parques Urbanos Municipais e os Parques

Naturais Municipais. Ademais, considerando o histórico de criação de parques urbanos e dos

integrantes do Sistema Nacional de Unidade de Conservação (SNUC), pode-se concluir que a

diferença entre essas categorias é dada pelos objetivos básicos de institucionalização. Enquanto

os parques urbanos são construídos para atender as necessidades de lazer e recreação do

cidadão, os parques (enquanto categoria de unidade de conservação) têm, em geral, como

objetivo principal a preservação dos recursos naturais e, em especial, a biodiversidade in situ.

Apesar de receber diferentes conceitos relacionados à concepções e enfoques, ora mais

paisagísticos, ora mais ambientalistas ou mais arquitetônicos, os parques urbanos, como

elementos dinâmicos de composição das cidades, são delineados por características físicas locais,

enriquecidos pela estrutura e equipamentos instalados e pelo perfil de seus usuários.

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A metodologia utilizada para a elaboração do relatório incluiu levantamento

bibliográfico-documental e de campo. Quanto ao primeiro (bibliográfico-documental) foi

realizado levantamento da fundamentação teórico-metodológica do estudo, abordando os

assuntos atinentes a ele, por meio de livros, artigos, dissertações, legislações, sites, entre outros.

Quanto ao segundo (de campo), a Equipe de Fiscalização realizou a aplicação de questionários

que foram respondidos pelos gestores/diretores dos parques da Região I. Além disso, durante as

visitas de fiscalização foi realizado registro fotográfico dessas áreas.

A análise foi desenvolvida com base no referencial teórico, nos dados obtidos com a

aplicação do questionário e nos registros fotográficos, sendo analisados aspectos históricos,

aspectos paisagísticos e ambientais, a estrutura e os equipamentos instalados, dentre outros

pontos. Cabe destacar que os resultados coletados no 1° e no 2° ciclo de visitas do Fiscaliza

Vitória, bem como os registros fotográficos encontram-se para consulta no site do Fiscaliza

Vitória (www.fiscalizavitoria.com.br).

O resultado esperado com a produção deste trabalho é a construção de um documento

técnico que possa subsidiar a discussão de propostas de intervenção para a melhoria das

condições de cada parque, tanto no que se refere aos aspectos ambientais, quanto na integração

deles com o ambiente urbano onde estão inseridos. Nesse contexto, no município de Vitória os

parques possuem variadas funções em relação ao uso e natureza, a presença do poder público

na criação e instalação dessas áreas é de suma importância, pois estas se caracterizam como

complexos de lazer e importantes instrumentos na preservação ambiental.

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PARQUE DA FONTE GRANDE

1.1 Contexto histórico e origem do nome

Para se entender a criação do Parque Estadual da Fonte Grande é necessário analisar a

história da região no contexto de seu desenvolvimento. Realizando uma retrospectiva histórica é

possível constatar que com a morte de Vasco Fernandes Coutinho em fevereiro de 1561,

assume seu sucessor Vasco Coutinho Filho que tomou posse da capitania do Espírito Santo em

1563, ficando no cargo até a sua morte em 1589, sendo sucedido pela sua esposa, Luísa

Grimaldi, única mulher que governou o Espírito Santo por quase quatro anos.

Ela doou uma área de terra aos recém-chegados frades franciscanos para que

construíssem o Convento de São Francisco, no Morro da Fonte Grande. Na encosta do morro

foram erguidas a residência e a capela e, na parte mais alta, o convento, iniciado em 1591, pelo

frade franciscano Antônio dos Mártires. Foi à primeira construção abastecida com água

canalizada em domicílio, em Vitória, a partir de 1643 (CAUS, 2012).

A Fonte Grande foi assim denominada pela presença de numerosas fontes e bicas de

água que atraíram para suas proximidades os colonizadores na escolha dos lugares propícios

para as edificações da nova sede da Capitania, conciliando a necessidade de se proteger e se

defender dos ataques dos rivais europeus e dos povos indígenas, originários daquelas terras,

com o aproveitamento dos recursos hídricos que abasteceram a cidade até começo do século XX

(CICCARONE, 2010).

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1.2 Localização e caracterização do parque

O Parque Estadual da Fonte Grande (PEFG) é uma Unidade de Conservação situada na

região sudeste, no Estado do Espírito Santo, no Município de Vitória. O Parque situa-se no

centro da Ilha de Vitória sob as coordenadas de 20°18'11'' e 20°04'00'' de latitude S e 40°20'02''

e 40°20'39'' de longitude O.

Limita-se ao norte com a região próxima ao bairro São Pedro, ao sul com o centro da

cidade, a leste com propriedades vizinhas dos bairros de Fradinhos e Jucutuquara e a oeste com

propriedades vizinhas dos bairros Santo Antônio e Caratoíra. O Parque também é conhecido

como Mirante das torres de TV, devido à presença de aproximadamente 23 torres de

comunicação próximas ao seu ponto culminante de 308,8m.

O governo do estado através do decreto nº 3.095, de 30 de setembro de 1985, definiu a

área do atual Parque Estadual da Fonte Grande, como de preservação permanente com uma

área inicial de 257 hectares. No ano seguinte, em 31 de julho de 1986, através da Lei nº 3.875,

Mapa 1: Localização do Parque da Fonte Grande

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foi ratificada a proteção da área, com a criação do Parque Estadual da Fonte Grande, porém a

área do parque foi reduzida para 216 hectares (VITÓRIA, 1992). O Parque está dividido em

duas porções distintas. Sendo que a área A corresponde a cerca de 195 hectares,

compreendendo o morro da Fonte Grande, Santa Clara, Bastos e Pedra dos Dois Olhos,

enquanto e a área B possui aproximadamente 23 hectares e compreende o morro do Mulúndu

e a Pedra do Vigia (SEAG-IDAF et al., 1996)

O Parque é definido como Unidade de Conservação de Proteção Integral1 e possui

todos os seus limites envolvidos pela APA do Maciço Central2 que atua como zona de

amortecimento. No ano de 1996, foi assinado um convênio entre o município de Vitória e o

estado do Espírito Santo, dando início à sua gestão municipal, após dez anos de gestão pelo

Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Espírito Santo (IDAF). Nesse

contrato de gestão do parque a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMMAM) passa a

gerenciar a área, numa cessão em regime de comodato, sendo inaugurado pela administração

municipal em junho de 2001.

O parque é a última área contígua de grande porte e em seus limites estão protegidas

diferentes formações florestais como rupestre, campos e diferentes estágios de regeneração da

Floresta Atlântica. Essa formação abriga fauna variada onde se podem observar aves, répteis e

pequenos mamíferos, entre outros. De forma geral, o plano de manejo classifica a vegetação

como Floresta Ombrófila Densa, sub-montana de influência eólica.

O Parque se caracteriza por possuir relevo acidentado e ondulado, formando vales e

pontões. A topografia do Parque é representada em grande parte por encostas, com a presença

de matacões3 de dimensões variadas. Além disso, várias fontes e bicas são localizadas em suas

encostas, com destaque para São Benedito, Cazuza e Morcego, no morro da Fonte Grande.

No Parque há alguns maciços graníticos representativos de grande significado para a

sociedade capixaba, pois está inserido na cultura local e são de grande valor paisagístico. Dentre

os quais se destaca: Pedra dos Olhos, a Pedra da Batata, a Caverna dos Morcegos, o afloramento

1 As Unidades de Conservação (UC), divididas em dois grupos, são protegidas pelo Governo Federal e gerenciadas pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC. Esse sistema estabelece critérios e normas para a criação, implantação e gestão das unidades de conservação e é regido pela Lei nº 9.985, de julho de 2000. As Unidades de Conservação podem ser Unidades de Proteção Integral ou Unidades de Uso Sustentável. 2 Essa é uma porção do território com pouca ocupação humana, limitada apenas a suas bordas ou a pequenas sedes administrativas, visto que está atualmente protegida por lei e contém Unidades de Conservação em sua área de abrangência. 3Bloco de rocha compacta, de forma arredondada, produzido pela esfoliação tipo casca de cebola, que resulta de causas como intemperismo, atividade glacial, transporte fluvial e ação das ondas no litoral.

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rochoso onde se encontra o Mirante Natural das Cactáceas, entre outros. Nesses locais são

desenvolvidos, por exemplo, atividades turísticas, recreativas e esportes de aventura.

Já a rede hidrográfica é limitada a cursos d'água de pequena extensão, constituídos

basicamente por fontes e nascentes, algumas delas intermitentes. Entre as fontes e nascentes

mais significativas do Parque, é possível citar o Córrego Fradinhos, Fonte Grande e Fonte do

Moscoso.

O Parque da Fonte Grande possui plano de manejo4, elaborado em 1996, por uma

equipe multidisciplinar composta por técnicos do IDAF e da SEMMAM, com assessoria de

duas empresas de consultoria ambiental, a Cepemar Engenharia, Meio Ambiente e Energia e a

Hardt Planejamento (SEAG-IDAF et al.; 1996), ambas demostrando diagnósticos físicos,

bióticos e antrópicos, além dos programas de manejo, e especificando as atividades permitidas e

proscritas dentro das unidades de conservação.

Ressalta-se que o plano de manejo, ainda não foi atualizado. Embora este Parque ainda

não possua um regimento interno aprovado, trata-se da única Unidade de Conservação (UC)

municipal devidamente implantada e com conselho próprio em atividade, criado pelo Decreto

Municipal nº 11.947, de 2 de junho de 2004. Desta forma, a categoria de manejo desta UC

encontra-se perfeitamente enquadrada, atendendo as características gerais de uso atual

(GRIFFO; SILVA, 2013).

O Parque é detentor de um extraordinário ecossistema natural, está localizado dentro de

um complexo urbanístico na zona urbana da cidade de Vitória. Entre outras propriedades, o

Parque tem a função de regulador da temperatura e purificador do ar, além de servir como área

de lazer, educação ambiental, pesquisa científica, observação da natureza e turismo ecológico

para todos que vivem no município.

O Parque da Fonte Grande é um espaço representativo que ficou protegido ao longo

dos anos por ser no passado sede de sítios que proporcionaram uma barreira à aglomeração

urbana, evitando assim a ocupação das encostas onde hoje está inserido a Unidade de

Conservação. A periferia do Parque encontra-se atualmente circundada por ocupação urbana e

outros usos, dando à Unidade de Conservação um caráter especial por ainda apresentar uma

fauna representativa do ecossistema, apesar de ter sofrido ao longo dos anos grandes alterações.

4 Plano de manejo é o documento técnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos gerais de uma unidade de conservação, se estabelecem o seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da unidade.

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1.3 Infraestrutura e recursos humanos

No sentido de ampliar o conhecimento sobre como se encontra a manutenção do

parque como um todo, bem como alguns itens específicos como espaço administrativo,

jardinagem, limpeza em geral, quadro de funcionários, segurança, condições de pavimentação,

rotas de acesso ao parque, sinalização, bebedouros, banheiros, iluminação e atividades de

educação ambiental foi realizado verificação in loco pela equipe de fiscalização da Câmara

Municipal de Vitória.

Na oportunidade, foi possível verificar que o parque dispõe de quatro mirantes,

denominados de Mirante do Mangue, Mochuara, Sumaré e da Cidade. Além disso, possui

trilhas, sede administrativa com auditório, guarita de vigilância, lixeiras, bebedouro,

pavimentação em concreto. Todos esses equipamentos/itens apresentam bom estado de

conservação, apenas necessitando em alguns casos de reparos pontuais já informados a

Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMMAM) através de requerimento.

O parque possui três acessos, podendo ser realizado pela Rua Antônio Dell Antônia

(Fradinhos), Rua Alziro Viana (Centro de Vitória acesso somente a pedestres) e pela Rodovia

Serafim Derenzi e Estrada Tião Sá (Subida para veículos).

O Parque desenvolve um trabalho de Educação Ambiental que realiza atividades com

orientações aos visitantes nas questões relativas ao meio ambiente, com palestras, caminhadas

em trilhas, valoração e proteção de recursos naturais. Dentro dos projetos de educação

ambiental pode ser destacado o uso das trilhas ecológicas que possibilitam aos usuários um

melhor conhecimento do parque, além de levar seus visitantes a perceber o meio ambiente.

No caso de visitas agendadas por escola as trilhas no interior do parque são feitas com a

companhia de monitores que auxiliam os professores – caso seja preciso – no repasse de

conhecimento para os interessados. Além disso, as trilhas ecológicas são uma maneira prática

de combinar a observação de flora e fauna, ao mesmo tempo em que se faz orientação

ambiental aos usuários.

Em relação aos aspectos levantados no parque pode-se destacar a presença da Sede

Administrativa que contempla os espaços administrativos que se apresenta em condições

adequadas. Ressalta-se que toda a infraestrutura do parque está aberta ao público.

Na verificação in loco realizada pela Equipe do Fiscaliza Vitória foi constatado que o

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quadro de funcionários se encontra distribuído da seguinte maneira: 2 (dois) Auxiliares de

Serviços Gerais; 1 (um) Monitor; 2 (dois) Estagiários; 1 (um) Administrador; 1 (um) Assistente

Administrativo; 6 (seis) Vigilantes, sendo três por turno e 7 (sete) Vigilantes Florestais, sendo

dois motorizados para ronda, um de apoio na base e quatro fazem a fiscalização nas trilhas do

parque. Torna-se necessário ressaltar que o quantitativo de funcionários, segundo o

responsável/gestor do Parque é adequado para a demanda de atendimento.

Nesse contexto, ressalta-se que o parque deve oferecer condições de acesso adequado,

buscando sempre a mobilidade. Ao analisar alguns locais do parque a Equipe de Fiscalização

identificou que alguns espaços não apresentavam acessibilidade adequada. Em relação aos

banheiros e bebedouros estes não estão adequados para a utilização de pessoas com deficiência.

O parque possui infraestrutura de maneira geral adequada, apenas necessitando de alguns

reparos pontuais e adequações específicas.

Figura 3: Trilha

Figura 4: Trilha da Pedra da Batata

Figura 2: Totem de identificação Figura 1: Placa de identificação do Parque

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Figura 5: Mirante do Mangue

Figura 6: Acesso à trilha

Figura 9: Lixeira

Figura 10: Sede administrativa

Figura 7: Guarita de vigilância Figura 8: Bebedouro ao lado da guarita

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Figura 11: Extintores de incêndio

Figura 13: Banheiro da sede administrativa

Figura 14: Bebedouro ao lado da sede

Figura 12: Auditório do Parque

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1.4 Principais problemas existentes

O Parque da Fonte Grande integra-se à paisagem de Vitória como um geoecossitema

florestal-urbano. Nesse sentido, devido as suas condicionantes históricas, apresenta-se

submetido a um contexto histórico-geográfico que lhe confere singular complexidade, inserido

na malha urbana do município de Vitória. Nesse contexto, a importância do parque, respalda-

se não apenas nas funções de conservação dos recursos naturais, mas na função auto-reguladora

da biota5 em interação como o solo. E, por conseguinte, na regulação da hidrologia e

estabilidade das encostas. Ademais, essa unidade de conservação apresenta muitas

peculiaridades em suas características paisagistas, com grande potencialidade para a prática da

conservação da biodiversidade no âmbito local.

Entretanto, pelo fato de estar inserida em uma área urbana, esta unidade enfrenta

grandes desafios à sua conservação. Assim, ao analisar os problemas existentes no parque torna-

se importante ressaltar as atividades conflitantes com os objetivos de proteção ambiental na área

do parque e na sua zona de amortecimento, conforme o Plano de Manejo (publicado em 1996),

de acordo com as informações prestadas pela SEMMAM e das observações realizadas, com

destaque para os seguintes pontos: focos de incêndio, invasão por espécies exóticas, entrada de

animais domésticos, necessidade de regularização fundiária, dentre outros. Destaca-se que o

Parque possui quatro áreas que precisam de regularização fundiária, sendo que uma área é de

responsabilidade do Estado e as outras três áreas são de responsabilidade da Prefeitura de

Vitória, segundo informações da SEMMAM.

Embora este parque apresente grandes potencialidades como umas das poucas áreas de

preservação ambiental no município de Vitória, é um espaço público, inserido na área urbana

de Vitória, que sofre com diversos problemas de ordens sociais (pressão antrópica6 ao longo dos

últimos anos) e administrativas. Destacam-se, principalmente, os impactos causados no entorno

decorrentes do crescimento urbano acelerado. Em síntese, este parque se constitui em uma das

poucas áreas públicas que objetiva preservar o que ainda se tem de fauna e flora nativa da

floresta Atlântica, em especial, no município de Vitória. Enfim, destacamos a sua importância

não somente em relação aos aspectos que contribuem para a qualidade ambiental, mas também

no que se refere a sua relevância para a preservação.

5 Biota é o conjunto de seres vivos de um ecossistema, o que inclui a flora, a fauna, os fungos e outros grupos de organismos. 6 É o impacto causado na natureza pela ação do homem.

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PARQUE MUNICIPAL GRUTA DA ONÇA

2.1 Contexto histórico e origem do nome

Revisitando a história torna-se imprescindível entender a função e a importância dessa

área para o município de Vitória, bem como relacionar o contexto histórico-geográfico de

surgimento do Parque da Gruta da Onça. Nesse sentido, não podemos deixar de mencionar,

ainda que de forma breve, que o Chafariz da Capixaba foi construído por ordem do presidente

da Província Ignácio Accioli Vasconcellos, em 12 de fevereiro de 1828.

Cabe ressaltar que o chafariz servia como fonte de abastecimento da população do

entorno, que utilizava sua água cristalina nos afazeres domésticos. Em 1848 existia anexo à

fonte um local para lavagem de roupas. E, em 1878, foi construída por Alfeu Adelfo

Monjardim uma casa de banhos frios (anexo ao chafariz), sendo que a água que abastecia era

canalizada, através de um aqueduto (uma pequena caneleta na rocha), até o chafariz, na parte

baixa, em frente à residência do Barão de Monjardim. A água da Capixaba era proveniente do

morro da Vigia7 e sua fonte estava protegida por uma densa vegetação. Vale ressaltar que além

da sua função pública, os chafarizes eram também monumentos artísticos e arquitetônicos que

tiveram dupla função: distribuir água e embelezar as cidades à moda artística europeia (CAUS,

2012).

Em 1894 foi aberta a Rua Barão de Monjardim, que partia da chácara da família

Monjardim em direção à Chácara do Bispado (atualmente onde hoje localizado o Colégio

Estadual) e passou a ser a via mais usada pelos pedestres que quisessem chegar a Bento Ferreira

e a Praia do Canto. No ano de 1896 o governador Muniz Freire iniciou a canalização das águas

que desciam pela Capixaba com a construção de caixas coletoras e caneletas. Dessa forma, para

conservar a perenidade das águas o governador desapropriou os terrenos do entorno, que

deram origem à área de preservação.

Nesse contexto, torna-se interessante resgatar a descrição realizada no livro Vitória Física

de Adelpho Monjardim, sobre a região onde hoje se encontra o Parque Municipal da Gruta da

Onça.

7 O Morro da Vigia foi assim batizado pelos ocupantes do Forte São João, no século XVII, porque servia de observatório para proteção da entrada da Baía de Vitória. E, era ponto de observação importante, porque dali se avistava toda a entrada da baia, dando aos soldados tempo suficiente para avisar as autoridades dos possíveis ataques de corsários e invasores.

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O autor faz uma minuciosa descrição da região, exaltando principalmente a exuberante

vegetação, ressaltando a existência das nascentes e aborda aspectos geomorfológicos da região.

Reforçando, assim, a importância dessa área para o município de Vitória.

A origem do Parque remonta o ano de 1904 (antes era propriedade do Barão de

Monjardim onde era destinada a plantação de café), após a desapropriação pelo governo

municipal com a finalidade de proteger as nascentes que minavam no Chafariz da Capixaba8,

importantíssima no abastecimento do município de Vitória no início do século XX.

Nessa região funcionava também o Parque Orquidário Barbosa Rodrigues, criado em

janeiro de 1943, depois que as terras foram adquiridas dos herdeiros do Barão de Monjardim.

8 A construção do Chafariz da “Capichaba”, de 1828, é uma iniciativa do governo do presidente Ignácio Accioli de Vasconcellos. Executadas pelo mestre-pedreiro Francisco Pinto de Jesus, iniciadas em 12 de fevereiro de 1828 e finalizadas em 02 de março do mesmo ano, as obras do Chafariz da “Capichaba” compreendem a construção do pórtico protetor da nascente de água da Fonte Grande e de um aqueduto. Construído em alvenaria de pedra, o Chafariz compreendia os terminais de uma canalização, um reservatório, onde se dava a captação de água propriamente dita, e estava provido de duas bicas ou torneiras. Na sua base, encontrava-se uma bacia constituída de placas de pedra, de borda larga e espessa. Granítica, a bacia é o elemento de maior vínculo histórico funcional. Fonte: http://monumentoscapixabas.com.br/monumentos/chafariz-da-capixaba/

(...) A fim de elucidar o mistério e esquadrinhar a região da melhor forma possível, uma caravana composta dos vereadores Dr. Aristóteles Santos e Hermógenes Fonseca, do inseparável Firmino e outros, subiu o morro partindo do chafariz da Capixaba, às primeiras horas de uma tarde de outubro de 1948. Ao lado do chafariz, a ladeira Cristóvão Colombo dá acesso ao morro. A subida é extremamente pitoresca e se faz pela vertente do Morro da Capixaba, através de espessa mata cortada por largo e bem cuidado caminho, em ziguezague, que minora o cansaço. Dentro dessa mata situava-se o magnífico Orquidário Municipal, criado pelo prefeito Dr. Américo Poli Monjardim e considerado dos mais completos do Brasil. Quão agradável era subir a poética estrada, artística e caprichosamente sustida por paredões de pedras secas onde surgiam, fragrantes, as laélias e os oncídios, que também se prendiam às árvores e aos rochedos. Os mulembás (fícus fagifolia) egoístas como os homens, na ânsia de espaço vital, asfixiam tudo que lhes cai sob as traiçoeiras raízes, aparentemente frágeis até se enlearem ao corpo da vítima e se transformarem em poderosos e mortais tentáculos. Em síntese, o mulembá é um cancro vejetal. Começa do nada. Um grão invisível que o vento arroja para cima de uma árvore ou de uma pedra. A semente germina e até a sua cor, verde pardo, é sinistra. Daí para diante o monstro se desenvolve com a rapidez das calamidades até sufocar com seu amplexo letal o ser que lhe protegeu a sobrevivência. Se for uma pedra enrosca-a como se fora um polvo e a enclausura sem deixar vestígios da sua presença, adquirindo o seu tronco grossura espantosa e aspecto disforme. A meia encosta, numa depressão do terreno, surge interessante gruta formada por enorme laje que se apóia em dois pequenos rochedos. É pequena porém, pitoresca. Do teto afloram formações cristalinas de maravilhoso efeito. Para que se fizesse mais espaçosa removeram pequeno penedo na parte central, com que se ressentiu o conjunto e as pedras que sustêm o pórtico se estão desintegrando com o peso que passaram a receber. Já no sopé da grande rocha, de uma fenda, brota a límpida fonte que vai alimentar o famoso chafariz da Capixaba, que prende a todos que bebem da sua água. Quando ainda ao Orquidário, a Prefeitura mandou cimentar a pequena bacia natural, todo o percurso do regato e alguns poços isolados que parecem provir de outras fontes. Alguns possuem água de excelentes virtudes terapêuticas. Esse aprazível recanto ocupado por curiosas formações rochosas é rodeado por opulentos representantes da flora local, entre os quais se destacam os da espécie conhecida por “farinha seca”. (…)

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No ano de 1944, o município de Vitória comprou parte das terras dos herdeiros do Barão de

Monjardim, que completaram o espaço atual do Parque. Na figura a seguir podemos observar a

Rua Barão de Monjardim e ao fundo o chafariz na entrada de acesso ao orquidário no ano de

1944.

Fonte: http://vitoria4ano.blogspot.com.br/

Na década de cinquenta, a área teve suas espécies originais reintroduzidas, após o total

abandono do cultivo de café no local. Sendo que em 1996, o parque foi recuperado e entregue

à população (VITÓRIA, 1999).

O Parque Municipal Gruta da Onça, localizado no Maciço Central (Morro do Vigia), da

Ilha de Vitória, teve seu nome retirado de uma lenda.

Desde então, a onça passou a fazer parte da história do parque, sendo que para

perpetuar esta lenda capixaba, seus personagens foram transformados em monumentos,

estando a onça localizada no alto das rochas que formam a gruta, e o índio, na Avenida Beira

Mar, próximo ao Morro do Penedo. O monumento representa uma onça em tamanho natural,

e foi inaugurada em 1966.

“diziam os antigos moradores do local que uma grande onça pintada morava na mata que encobria os contrafortes do Morro da Capixaba. Entre as pedras brotava uma fonte de águas límpidas. A onça vivia neste local por haver água abundante. Certo dia um índio tentou beber água desta fonte, mas foi impossibilitado devido à ação da onça. Este correu desesperado em direção ao mar que beijava as praias junto ao penedo. Para perpetuar esta lenda foi colocado uma onça junto a Fonte da Capixaba e o índio junto ao Penedo na Av. Beira Mar” (Retirado da placa do Parque).

Figura 15: Chafariz na entrada de acesso ao Parque da Gruta da Onça (1944)

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2.2 Localização e caracterização do parque

O Parque foi criado pela Lei Municipal n° 3.564, de 22 de dezembro de 1988, com

cerca de aproximadamente 6,67 hectares. O Parque localiza-se no bairro Centro, está na porção

sul da APA do Maciço Central, e a leste faz limite com o bairro Forte São João.

A área se apresenta com declive acentuado até a cota altimétrica de 150m, contando

com a presença de nascentes que confluem para um córrego. O parque possui 3 (três)

nascentes, que abastecem o Chafariz da Capixaba, construção de 1928 localizada na entrada do

Parque (VITÓRIA, 1999).

Mapa 2: Localização do Parque Gruta da Onça

O Parque possui uma rica flora e fauna silvestre. Além do seu valor paisagístico, a área

apresenta cobertura vegetal de grande beleza, formada por espécies arbóreas, arbustivas,

representantes típicos de Floresta Atlântica de Encosta que permitem o desenvolvimento de

recursos biológicos, que propiciam o desenvolvimento de espécies de fauna e flora. Dentre as

espécies vegetais destacam-se os paus-ferro, sapucaias, jacarandás, jequitibás, ipês, adernes, pau-

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jacaré e mulembá. Em relação à fauna destacam-se répteis, mamíferos e aves de pequeno porte

(VITÓRIA, 1999).

Foi realizado um zoneamento na área do parque pela Secretaria Municipal de Meio

Ambiente. A área do Parque da Gruta da Onça foi dividida em duas zonas: uso intensivo (ZUI)

e Uso Extensivo (ZUEX). A zona de uso intensivo é constituída por área muito alterada, de

declividade baixa a média, com a ocorrência de afloramentos rochosos e um curso d´água

natural. Nessa zona estão concentradas as edificações do parque.

Já a zona de uso extensivo (ZUEX) abrange a maior parte do Parque, sendo ocupada por

vegetação em estágio avançado de regeneração e declividades acentuadas. Nessa zona as

instalações de infraestrutura restringem-se ao mínimo necessário, evitando-se supressão da

vegetação e cortes e movimentação de solo desnecessários. Cabe, no entanto, salientar que a

manutenção da vegetação do parque traz benefícios não somente ecológicos, mas ao uso e

ocupação do entorno uma vez que pode diminuir o carreamento de sedimentos para as porções

mais baixas e evitar o rolamento de matacões, por exemplo. Destaca-se que esta Unidade de

Conservação ainda depende de elaboração de um plano de manejo.

Aberto permanentemente ao público o parque da Gruta da Onça, que tem inclinadas

escadarias, abriga, no topo da colina, o Mirante da Raposa, de onde o visitante pode avistar

algumas das mais belas paisagens, como a baía de Vitória e o Morro do Penedo.

O parque também é utilizado como caminho da população da região até as suas casas. O

local também conta com um Centro de Educação Ambiental (CEA) e guardas-florestais que

fazem a segurança.

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2.3 Infraestrutura e recursos humanos

No sentido de ampliar o conhecimento sobre como se encontra a manutenção do

parque como um todo, bem como alguns itens específicos como espaço administrativo,

jardinagem, limpeza em geral, horário de funcionamento, atendimento dos funcionários,

segurança em geral, condições de pavimentação, acesso ao parque de transporte, sinalização,

bebedouros, banheiros, iluminação, atividades de esporte, lazer e cultura, equipamentos de

lazer, atividades de educação ambiental foi realizado levantamento de dados através de

questionário, bem como foi feita verificação in loco pela Equipe de Fiscalização do Programa

Fiscaliza Vitória.

Foi identificado quanto à estrutura física e equipamentos que o Parque da Gruta da

Onça apresenta placa de identificação da área, trilhas no interior da mata para caminhadas e

práticas esportivas, centro de educação ambiental, sede administrativa, auditório, playground,

Praça do chafariz, área com mesas e bancos para jogos, espaço ecumênico, bebedouro e

sanitários. Pode-se dizer que o parque apresenta uma boa combinação de lazer aliado à

conservação da natureza. Possui uma área verde ampla e uma área de lazer que apesar de

pequena, propicia diferente possibilidade de utilização.

Figura 16: Placa de identificação do Parque

Figura 17: Guarita de vigilância

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Figura 18: Sede Administrativa

Figura 19: Parque Infantil

Figura 20: Mesa para jogos

Figura 22: Mirante

Figura 23: Lixeira

Na realização da fiscalização da equipe foi verificado que a infraestrutura,

principalmente da sede administrativa e do auditório do parque, necessitam de reparos

urgentes, de forma que possa atender de forma adequada aos usuários. Além disso, há vários

equipamentos no parque que necessitam de reparos pontuais, já informados através de

requerimento à Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMMAM).

Figura 21: Centro de Educação Ambiental

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Além desses problemas, existem, ainda, questões fundiárias pendentes, falta de maior

alocação de recursos financeiros para a melhoria da infraestrutura e de algumas instalações que

necessitam de reparos. Além disso, o parque não possui monitor ambiental, função que acaba

sendo exercida pela administração do Parque. Nesse sentido, como o parque realiza trabalho de

educação ambiental contínuo é preciso que a quantidade de monitor ambiental seja em

número suficiente para atender a demanda do parque. Assim, torna-se necessário ajustar os

problemas de recursos humanos e de manutenção encontrados segundo levantamento já feito,

de acordo com a demanda do parque.

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2.4. Principais problemas existentes

Dadas suas condicionantes históricas, o Parque da Gruta da Onça resulta em um

mosaico heterogêneo de formações vegetais oriundas de sucessões naturais ou induzidas e

associadas às diversas formas de intervenção humana. Trata-se de geoecossistema submetido a

forças naturais e culturais integradas a um contexto histórico-geográfico que lhe confere

singular complexidade, inserida na malha urbana do município de Vitoria.

A interface urbano-florestal que hoje envolve o Parque revela-se por meio de vários

vetores de transformação localizados, colocando o Parque em uma situação bem peculiar, uma

vez que abriga remanescentes de mata atlântica insularizado em matriz urbana, e portanto,

submetido a todo um conjunto de condições extremas de pressão antrópica.

O Parque está cercado por ocupações irregulares. Essas ocupações, contudo, tendem a

aumentar a quantidade de lixo e esgoto lançados na área do parque e provocar processos

erosivos nas encostas que limitam a suas áreas. Constatou-se que no Parque ainda não foi

realizado a regularização fundiária, traduzindo-se num dos maiores problemas a serem

resolvidos.

O parque está submetido a pressão antrópicas muito intensa, já que existe uma série de

conflitos de origem socioambiental, que têm sido enfrentados pela administração do parque. A

ação antrópica presente no interior e no entorno do Parque é bem visível, através de focos

incêndios, introdução de espécies exóticas, animais domésticos, carreamento de esgoto de

moradias próximas, pontos viciados de lixo, entulhos de materiais de construção civil, móveis

domésticos e demais resíduos sólidos deixados pela população. Nesse sentido, a área do Parque

da Gruta da Onça, carece de estudos mais detalhados sobre o meio biótico, tendo como foco a

vulnerabilidade à ocorrência de impactos.

Nas visitas técnicas constatou-se propostas já elaboradas e outras que se encontram em

elaboração pelos administradores com o objetivo de recuperar nascentes existentes no parque.

Em relação aos caminhos de preservação dos remanescentes de mata nativa, percebe-se que

ainda não foi realizado estudos sistemáticos sobre o levantamento de flora e fauna.

Por fim, destacam-se situações peculiares do parque, notadamente quanto à manutenção

do patrimônio histórico e cultural, além das obras de engenharia ou de arte, que precisam ser

mantidas, vez que há uma memória que deve ser preservada e reeditada com novos atrativos

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para as novas gerações.

Figura 26: Chafariz da Capixaba

Figura 27: Reservatório de água que data de 1877 no Parque Gruta da Onça

Figura 24: Capela Figura 25: Interior da Capela

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PARQUE MOSCOSO

3.1 Contextualização histórica e origem do nome

A ocupação do território do município de Vitória, originalmente, deu-se na parte mais

elevada da ilha, denominada Cidade Alta. Contudo, com o desenvolvimento da capital e

consequente crescimento populacional, a cidade passa a se expandir para as áreas mais baixas de

seu território. A parte baixa, era em geral, constituída por terrenos alagadiços e, em grande

parte, cobertos por mangues. Nesse sentido, a fim de possibilitar as ocupações dessa área,

diversas intervenções foram concebidas e implementadas pelos governantes.

Destarte, os aterros assumiram papel relevante, inicialmente para promover a

acessibilidade e as condições sanitárias da cidade e mais recentemente para viabilizar a expansão

territorial. Uma das primeiras intervenções de aterro que se tem notícia na ilha de Vitória

ocorreu no governo de Francisco Alberto Rubim, entre 1812-1829, nas imediações da área do

Parque Moscoso. Á área do atual Parque Moscoso, que anteriormente se constituía em área de

mangue denominada Lapa do Mangal, era um dos limites da cidade em fins do século XIX e

início do século XX, foi nesse período chamado de Campinho (FREITAS, 2004).

Figura 28: Região do antigo Campinho

Fonte: PHAS. Disponível em: http://legado.vitoria.es.gov/baiadevitora/

O Parque Moscoso, inaugurado em 1912, está situado em área do antigo Campinho dos

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tempos coloniais, que originalmente era um extenso manguezal, aterrado no início do século

XX (VITÓRIA, 1999). Essa região ficava localizada na parte baixa na época, formada por

terrenos alagados pelas marés, cujo canal constituía um dos limites da cidade de Vitória, sofreu

inúmeros aterros, e foi dividida em lotes no governo de Jerônimo Monteiro (1908 a 1912) após

receber à doação da área pela União, pela Lei Federal n° 2.356/1910, destinada a construção de

um parque.

Fonte: PHAS. Disponível em: http://legado.vitoria.es.gov/baiadevitora/ A denominação de Parque Moscoso foi uma forma de homenagear o presidente da

província Henrique Moscoso, cujo busto se encontra no Parque.

Cumpre esclarecer que o projeto original, de 1908, foi planejado e implantado pelo

paisagista Paulo Motta Teixeira. O paisagista foi o responsável por fazer e executar o projeto do

Parque, que teve suas obras iniciadas no ano de 1910.

Figura 29: Parque Moscoso em obras

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Fonte: http://deolhonailha-vix.blogspot.com.br

O engenheiro responsável pela obra

incorporou à proposta traços do estilo

eclético e “art nouveau”, que era um pano

urbanístico Francês, idealizado pelo arquiteto

Francês Bovard. Desta forma, instalou-se

fontes, repuxos, ruínas de templos gregos

latinos, lagoas com ilhotas artificiais e

caminhos sinuosos, bem ao estilo dos

franceses.

A região do entorno do Parque Moscoso tornou-se altamente valorizada, instalaram-se

ao redor do parque várias residências pertencentes a então elite capixaba.

Fonte: http://deolhonailha-vix.blogspot.com.br

Em 1952, no Governo de Jones dos Santos

Neves, foi realizada a primeira intervenção

espacial do Parque, que ganhou uma concha

acústica e uma escolinha infantil (Jardim de

Infância Ernestina Pessoa), com acesso

independente, ambas projetadas pelo

arquiteto Francisco Bolonha inspirado no

pensamento da moderna arquitetura dos

anos 50.

A Concha Acústica foi tombada pelo Governo Estadual e novas obras continuaram

sendo feitas. Em 1973, no governo do Prefeito Chrisógono Teixeira da Cruz, houve uma

grande transformação, desta vez as linhas estruturais foram alteradas e pequenas construções

acrescentadas, mudando não só a ambientação do parque, mas de certa forma também toda a

função do mesmo, sendo realizado o seu cercamento por muro e grades. O Parque totalmente

plano teve sua topografia alterada pela criação de morros artificiais, foi fechado por muros e

grades, sendo implantado sistema de cobrança de ingresso.

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Seguindo sua trajetória de transformação ao longo do tempo, o parque passa por um

novo processo de revitalização, com melhorias em sua infraestrutura e em seus equipamentos,

voltando às origens, quando troca o muro por grades, redesenhando-se o traçado original das

alamedas, aproximando-se o parque da sua configuração original (VITÓRIA, 1999).

Fonte: http://deolhonailha-vix.blogspot.com.br

No ano de 2001 o Parque passou por um

processo de revitalização para recuperar as

características originais. O muro foi

substituído por grades, os traçados dos

caminhos e as fontes voltaram aos locais

originais e vários outros pequenos detalhes

foram recuperando posições ou

características originais.

Esse breve histórico possibilita afirmar que a cada período de governança política o

parque sofreu alterações substantivas. Além disso, com as transformações no espaço urbano o

parque assumiu formas e agregou diferentes funções ao longo do tempo no contexto urbano do

município. Nesse sentido, o Parque Moscoso se caracteriza como uma tradicional área verde

urbana. Essa sua condição de área verde urbana se caracteriza por proporcionar à sociedade do

município um espaço destinado ao lazer e à recreação e ao mesmo tempo propiciar momentos

de contato com a natureza.

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MONUMENTOS E BREVE RESGATE DA MEMÓRIA DO PARQUE

Figura 30: Busto de Pedro Feu Rosa

Homenagem ao médico Pedro Feu Rosa. Inaugurado em

1982, concebido pelo artista Carlo Crepaz.

Figura 31: Monumento a Ernestina Pessoa

Homenagem à professora Ernestina Pessoa que teve um

colégio na Rua Caramuru, no Centro de Vitória, o Liceu

Philomático, inaugurado em 28 de dezembro de 1910.

Figura 32: Busto de Alberto Santos Dumont

Homenagem a Santos Dumont, considerado o Pai da

Aviação. Ato inaugural em 1973, concebido pelo artista

Carlo Crepaz.

Figura 33: Busto de Darcy Monteiro

Homenagem ao médico Darcy Monteiro. Instalada em 1966,

concebida pelo artista Maurício Salgueiro de Sousa.

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Figura 34: Busto de Henrique Moscoso

Homenagem do Governador Jerônimo Monteiro a

Henrique Moscoso, instalado em 1910.

Figura 35: Concha Acústica

Inaugurada em 1953, durante o governo de Jones dos Santos

Neves. Projeto arquitetônico de Francisco Bolonha. Bem

tombado através da Resolução nº 10/1986 pelo Conselho

Estadual de Cultura.

Figura 36: Ruínas Neo-Clássicas

As Ruinas Neo-Clássicas foram idealizada pelo projetista

Paulo Motta, em conjunto com o projeto original do Parque

Moscoso.

Figura 37: Fonte do Cavalo

A Fonte do Cavalo era um antigo chafariz da Vila do Moscoso,

é a fonte mais antiga do Parque. Instalada por volta de 1910.

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Figura 38: Fonte Jerônimo Monteiro

A Fonte Jerônimo Monteiro foi instalada em 1912, em

homenagem ao governo da época.

Figura 39: Fonte Moderna

A fonte Moderna foi inaugurada em 1973 quando foi

realizada a segunda intervenção arquitetônica no parque.

Fonte: http://deolhonailha -vix.blogspot.com.br/

O sinaleiro era utilizado como sinal de trânsito da

Avenida Governador Bley e funcionou entre os anos

de 1930 a 1950 e era acionado manualmente.

Figura 40: Sinaleiro

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3.2 Localização e caracterização

O Parque Moscoso está localizado no perímetro urbano do município de Vitória. Foi

inaugurado pelo Governo Estadual, em 19 de maio de 1912. O parque é uma tradicional área

verde urbana que se constitui em elemento estrutural de valor estético e cultural incorporado

ao patrimônio da cidade. Essa sua condição de parque urbano se caracteriza por proporcionar

aos munícipes de Vitória, principalmente do Centro de Vitória, um espaço destinado ao lazer e

à recreação e ao mesmo tempo propiciar momentos de contato com a natureza.

Mapa 3: Localização do Parque Moscoso

A área total do parque é de 24.242m2. O parque possui uma topografia plana, pois é

proveniente de aterro de manguezal e alagados. No interior do parque há um grande lago, de

trajeto sinuoso, formando duas ilhas e seu interior, que são interligadas por pontes rústicas de

concreto, com imitação de tronco de árvores (VITÓRIA, 1999).

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A natureza, neste parque, foi recriada com a introdução, de elementos cênicos, como

gramado, jardins, lagos artificiais. Assim, observamos que a natureza recriada neste espaço atua

como elemento valorativo ao lugar, obedecendo a critérios estéticos. Na vegetação implantada

no interior do parque pode ser encontrada espécies típicas de floresta atlântica e também

exóticas, todas introduzidas por meio de projeto paisagístico (VITÓRIA, 1999).

O parque possui três acessos, podendo ser realizado pela Av. República, Av. Cleto

Nunes e Rua Vinte e Três de Maio. O parque é uma área de alto significado para as relações

sociais dos moradores da cidade (além de outros municípios da Grande Vitória), além de

propiciar vários benefícios ao contexto urbano. Entre as funções e funcionalidades deste parque

destacamos: preservação, promoção de atividades esportivas, lazer, promoção da educação

ambiental.

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3.3 Infraestrutura e recursos humanos A estrutura física do parque Moscoso é composta basicamente pelos elementos

considerados naturais e pelas edificações e mobiliários urbanos (sede administrativa, sanitários,

módulo do Serviço de Orientação ao Exercício (SOE), parque infantil, bancos, bebedouros,

telefones públicos, telecentro, coletores de lixo, etc.). Além disso, é importante citar que o

parque dispõe do serviço de Wi-Fi (rede de internet local sem fio) aberta aos seus usuários.

O Parque apresenta uma estrutura física de boa qualidade, apesar de necessitar de

alguns reparos pontuais, como adequação da iluminação, manutenção de equipamentos e

melhoria nas condições dos banheiros dos usuários, fato que foi constatado no levantamento in

loco realizado pela Equipe de Fiscalização.

Quanto a edificações e mobiliários do parque apresentam bom estado de conservação.

Ao analisarmos os aspectos paisagísticos, podemos considerar toda a área do parque como

satisfatória, oferecendo limpeza, conservação e segurança aos usuários. As figuras abaixo

apresentam os aspectos qualitativos dos equipamentos e estruturas existentes no parque.

Figura 43: Placa de identificação do Parque Moscoso

Figura 44: Parque Moscoso

Figura 41: Administração do Parque

Figura 42: Lanchonetes do Parque

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Figura 45: Alameda Central

Figura 46: Alameda Paulo Motta

Figura 47: Ponte

Figura 48: Bebedouro

Figura 49: Espaço Ecumênico

Figura 50: Ponte

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Figura 51: Ponte

Figura 52: Ponte e lago

Figura 55 - Quadra de areia

Figura 56 - Parque Infantil

Figura 53: Academia Popular do Idoso Figura 54: Telecentro

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O tema meio ambiente tem sido nas últimas décadas objeto de diversas e variadas

análises e objeto de reflexão em vários ambientes, seja no universo acadêmico, na sociedade ou

nos órgãos públicos. É desse contexto que surgem, na maioria das vezes, políticas públicas que

impactam, em grande medida, a realidade ambiental em nosso país, estado ou município.

Ao longo dos anos o meio ambiente natural foi substituído por espaços urbanos, sendo

estes palcos de relações entre a comunidade humana e seu meio físico. O espaço urbano é

composto por uma gama de variações de usos e costumes. As ações, sejam públicas ou privadas,

precisam considerar a importância ambiental e suas especificidades, visando um meio ambiente

equilibrado.

Nesse sentido, destacamos que os Parques têm sido moldados ao longo do tempo pela

ação do homem, criando e recriando espaços com múltiplas funções e usos. Nesse contexto, os

parques se constituem em espaços que estimulam inúmeras transformações urbanas no

contexto da cidade.

Com a crescente urbanização, os parques urbanos vêm ganhando importância devido as

suas funções ecológicas, estéticas e de lazer. Geralmente nesses locais, são encontrados

ambientes naturais ou construídos, com diversas possibilidades de uso pela população. Parece

consensual a compreensão dos parques urbanos como elementos importantes para o equilíbrio

ambiental e o convívio social em uma grande cidade. Assim, percebe-se que os parques urbanos

são importantes locais para preservar as áreas verdes que ainda existem na cidade e com essa

preservação contribuem para a manutenção ou melhoria da qualidade de vida na cidade.

Contudo há muitos desafios a serem perseguidos para uma efetiva governança ambiental desses

espaços.

Considerando que os parques urbanos contribuem para a qualidade de vidas e

conservação do meio ambiente, o presente relatório visa obter e difundir informações sobre a

situação de cada Parque na Região I do município de Vitória. Dessa forma, foram avaliados três

parques urbanos do município: Parque da Fonte Grande, Parque Gruta da Onça e Parque

Moscoso.

Nesse sentido, observa-se que os dados levantados in loco pela equipe de fiscalização

indicaram que, de forma geral, os parques municipais de Vitória (Região I) contam com uma

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estrutura relativamente adequada no que se refere às dependências físicas. Mesmo assim,

ressalta-se que em algumas situações específicas há necessidade de reparos, reformas e melhorias

nas condições de estrutura física. Chamou-nos atenção, no entanto, o fato de que vários pontos

dos parques ainda não oferecerem funcionalidade, havendo necessidade de adequações para

facilitar as condições de acesso, deslocamento e permanência dos visitantes com deficiência

nesses espaços.

A partir dos apontamentos realizados observou-se que o Parque da Fonte Grande

apresenta satisfatório estado de conservação em relação à estrutura física. Contudo, foi

identificado que o plano de manejo da unidade de conservação, elaborado em 1996, não se

encontra atualizado. Ressalta-se que o Parque ainda não possui um regimento interno

aprovado, apesar de tratar-se da única Unidade de Conservação (UC) municipal devidamente

implantada e com conselho próprio em atividade, criado pelo Decreto Municipal nº 11.947, de

2 de junho de 2004.

Assim, ao analisar os problemas existentes no parque torna-se importante ressaltar as

atividades conflitantes com os objetivos de proteção ambiental na área do parque e na sua zona

de amortecimento, conforme o Plano de Manejo (publicada em 1996), de acordo com as

informações prestadas pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMMAM) e das

observações de campo, com destaque para os seguintes pontos: focos de incêndio, invasão por

espécies exóticas, entrada de animais domésticos, dentre outros. O Parque ainda possui quatro

áreas que precisam de regularização fundiária, sendo que uma área é de responsabilidade do

Estado e as outras três áreas são de responsabilidade da Prefeitura de Vitória, segundo

informações da SEMMAM.

Na realização da fiscalização da equipe no Parque da Gruta da Onça foi verificado que a

infraestrutura, principalmente da sede administrativa e do auditório, necessita de reparos

urgentes, de forma que possa atender de forma adequada aos usuários. Além disso, há vários

itens no parque que necessitam de reparos pontuais. Constatou-se que na verificação in loco que

ainda não foi realizado a regularização fundiária, traduzindo-se num dos maiores problemas a

serem resolvidos. O Parque está submetido à pressão antrópicas muito intensa, já que existe

uma série de conflitos de origem socioambiental, que têm sido enfrentados pela administração

do parque. A ação antrópica presente no interior e no entorno do Parque é bem visível, através

de focos incêndios, introdução de espécies exóticas, animais domésticos, carreamento de esgoto

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de moradias próximas, pontos viciados de lixo, entulhos de materiais de construção civil,

móveis domésticos e demais resíduos sólidos deixados pela população.

O Parque Moscoso apresenta uma estrutura física de boa qualidade, apesar de necessitar

de alguns reparos pontuais, como adequação da iluminação, manutenção de equipamentos e

melhoria e adequações nas condições dos banheiros dos usuários. As edificações e mobiliários

do parque apresentam de forma geral bom estado de conservação.

Por fim, reforçamos a importância de espaços com essas características, haja vista a

grande importância que os parques urbanos possuem em nosso contexto histórico, social e

urbano. É vital a atenção continua desses espaços por todos os atores sociais, sejam públicos ou

privados, sociedade civil organizada ou poder público, haja vista que, por sua característica

intrínseca, não há como dimensionar de forma particularizada os benefícios alcançados a partir

do equilíbrio ambiental desses espaços.

O Relatório, nesse sentido, adquire a importância de traduzir, em determinado espaço e

momento, as impressões quanto às condições em que se encontram Parque da Fonte Grande,

Parque Gruta da Onça e Parque Moscoso. Possibilita aos órgãos públicos, entes privados,

sociedade civil organizada, dentre outros, a percepção do cenário a partir dos dados

apresentados e analisados. Permite, assim, a reflexão quanto ao tema, possibilitando,

consequência do exercício de fiscalização do Poder Legislativo Municipal, trazer, de forma

sistematizada, luz à questão, de forma a ampliar, tanto quanto possível, a reflexão, o debate,

conscientização e fiscalização contínua e ininterrupta dos espaços com essas características.

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL, Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades de

Conservação (SNUC).

BROWNE, K. & WHITAKER, B. 1973. Parks for People. Schocken Books. New York. 142p

CAUS, Celso Luiz. Das Fontes e Chafarizes às águas limpas: evolução do seneamento no

Espírito Santos, Vitória: CESAN, 2012.

CICCARONE, Celeste. “A igualdade “por baixo” e a escadaria “do céu”: Erradicação da

pobreza, ambientalismo e pluralidade num caso de conflito socioambiental na cidade de

Vitória”. In: SINAIS - Revista Eletrônica. Ciências Sociais. Vitória: CCHN, UFES, Edição n.08,

v.1, Dezembro. 2010. pp. 04-53.

DERENZI, S. Biografia de uma Ilha. Rio de Janeiro: Ed. Pongeti, 1965.

FREITAS, José F. B.. Aterros e decisões políticas no município de Vitória: efeito cascata.

Vitória, UFES, 2004.

GRIFFO, Cláudio L. F; SILVA, Ary Gomes. As Unidades de Conservação do município de

Vitória no novo contexto do Sistema Nacional de Unidades de Conservação. Revista eletrônica

Natureza on line, 2013.

MONJARDIM, Adelpho Poli. Vitória física: geografia, história e geologia. 2. Ed. Vitória.

Prefeitura Municipal de Vitória, 1995.

RIBEIRO, M. A .Ecologizar: Pensando o Ambiente Humano. Belo Horizonte: Rona Editora.

2000. 396p.

SEAG-IDAF; SEMMAM;CEPEMAR. Plano de Manejo do Parque Estadual da Fonte Grande,

Vitória, ES, 1996.

VITÓRIA, Parques da Cidade. Secretaria Municipal de Meio Ambiente, 1999.

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Sites consultados:

http://deolhonailha-vix.blogspot.com.br/2011/05/parque-moscoso-um-fragmento-do-

passado_8228.html

http://diovanifavoreto.blogspot.com.br/2011/11/caminhos-terrestres-e-hidricos-do.html

http://legado.vitoria.es.gov/baiadevitora

http://vitoria4ano.blogspot.com.br/

http://monumentoscapixabas.com.br/monumentos/chafariz-da-capixaba/