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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI – UNIVALI
CAMPUS IV – BIGUAÇÚ
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
ANÁLISE ECONÔMICA – FINANCEIRA DE UMA COOPERATIVA DE CRÉDITO.
MARLON MERIZI
BIGUAÇÚ (SC), DEZEMBRO DE 2008.
MARLON MERIZI
ANÁLISE ECONÔMICA – FINANCEIRA DE UMA COOPERATIVA E CRÉDITO.
Projeto de Monografia submetido á Universidade do Vale do Itajaí – Univali, a titulo de conclusão do Curso de Ciências Contábeis.
Orientador: Professor Crisanto Soares Ribeiro
BIGUAÇÚ (SC), DEZEMBRO DE 2008.
MARLON MERIZI
ANÁLISE ECONÔMICA – FINANCEIRA DE UMA COOPERATIVA E CRÉDITO. Esta monografia foi apresentada como trabalho de conclusão de curso de Ciências Contábeis da Universidade do Vale do Itajaí e aprovada pela banca constituída pelo orientador e membros abaixo.
Biguaçu, 08 de dezembro de 2008.
Professores que compuseram a banca:
Prof. Crisanto Ribeiro Soares (Orientador)
Profa. Marialene Pereira, M.Sc (Membro de Banca)
Prof. Sérgio Murilo Petri , Dr. (Membro de Banca)
AGRADECIMENTOS
A todos que direta ou indiretamente, contribuíram para a realização deste
trabalho de conclusão de curso.
Em especial agradecimento a todas as pessoas que colaboraram direta ou
indiretamente como sujeitos da pesquisa.
Acima de tudo um agradecimento em especial a Deus, pela oportunidade da
vida e de esta perto de pessoas especiais.
A Minha família como meus pais Newton Cezar Merizi e Maria do Carmo
Lopes, que me mostraram o sentido da vida, o respeito ao próximo e, o valor da
dedicação,
Aos meus familiares como meu irmão, Fabrício Merizi, Minha Vó Duartina
Merizi, Carlos Alberto Timoteo, e também a um amigo especial Luiz Salgado Klaes,
que sempre estiveram ao meu lado me motivando, incentivando e persistência.
Ao Professor Crisanto Soares Ribeiro, pelo acompanhamento e revisão do
estudo, pelas criticas que proporcionaram um maior aprofundamento nas questões
polemicas e sugestão critica de crescimento no conhecimento do tema abordado.
Á Cooperativa Central de Crédito de Santa Catarina – SICOOB/SC na
pessoa de seu Presidente.
RESUMO
A contabilidade se utiliza de instrumentos, como os demonstrativos financeiros, objetivando atingir a um dos seus objetivos, que é prestar informações acerca do desempenho econômico financeiro de uma empresa ou entidade. Para tanto, a contabilidade adota alguns conceitos e critérios que procuram mensurar e comunicar, de forma estruturada, o desempenho econômico financeiro de uma organização. Este estudo tem por objetivo identificar os tipos e as categorias que compõem as centrais de cooperativa de crédito, descrever os indicadores econômico e financeiro adequados aos seguimentos de uma cooperativa de crédito que proporcione uma análise pragmática e de compreensão imediata do desempenho da empresa, apontando de forma direta quais os pontos fortes da mesma e aqueles que necessitam da adoção de medidas corretivas para a melhoria de desempenho. O método aqui utilizado foi conduzido através de pesquisas bibliográficas e históricas, nas formas de coletas de dados via pesquisa documental e eletrônica. O resultado foi apresentado em formas de relatórios, tabelas e gráficos. A partir dessas informações extraídas da aplicação dos índices, supõe-se que os diversos usuários passem a ter mais condições de inferir e predizer o desempenho da empresa, tomando decisões mais bem fundamentadas.
Palavras–chave: Cooperativa de Crédito. Indicadores Econômicos.
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 – PRINCÍPIOS DO COOPERATIVISMO ......................................................................... 16
QUADRO 2 – DEMONSTRAÇÃO DA MARGEM DE GANHO ............................................................. 34
QUADRO 3 – BALANÇO PATRIMONIAL ............................................................................................. 42
QUADRO 4 – DEMONSTRAÇÕES DO RESULTADO ......................................................................... 42
QUADRO 5 – INDICE DE LIQUIDEZ GERAL ..................................................................................... 43
QUADRO 6 – INDICE DE GRAU DE ENDIVIDAMENTO .................................................................... 43
QUADRO 7 – INDICADOR DE MARGEM DE GANHO, IND. GIRO DO ATIVO OPERACIONAL E IND. DO RETORNO DO ATIVO OPERACIONAL ................................................................................ 44
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 – DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DAS COOPERATIVAS ................................................. 28
FIGURA 2 – EVOLUÇÃO HISTÓRICA DAS COOPERATIVAS ........................................................... 29
FIGURA 3 – INDICADOR DE LIQUIDEZ GERAL ................................................................................. 43
FIGURA 4 – INDICADOR DE GRAU DE ENDIVIDAMENTO ............................................................... 44
FIGURA 5 – INDICADOR DE MARGEM DE GANHO, IND. GIRO DO ATIVO OPERACIONAL E IND. DO RETORNO DO ATIVO OPERACIONAL ......................................................................................... 44
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 9
1.1 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................... 10
1.2 PROBLEMA DE PESQUISA. ....................................................................................... 11
1.3 OBJETIVO .................................................................................................................... 11
1.1.1 Objetivo Geral ............................................................................................................. 12 1.1.2 Objetivos Específicos ................................................................................................ 12
1.4 SUPOSIÇÕES .............................................................................................................. 12
1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO ..................................................................................... 12
2 FUNDAMENTAÇÃO TÉORICA ................................................................................... 13
2.1 A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO IDEÁRIO COOPERATIVISTA NO MUNDO .............. 13
2.1.1 Precursores do Cooperativismo no Mundo ............................................................. 14 2.1.2 A Natureza dos Princípios Cooperativos ................................................................. 15
2.2 COOPERATIVISMO DE CRÉDITO.............................................................................. 18
2.2.1 O Sistema de Crédito Cooperativo no Brasil ........................................................... 19
2.3 CONTABILIDADE PARA COOPERATIVA DE CRÉDITO ............................................ 29
2.3.1 Análise Das Demonstrações Contábeis .................................................................. 30
2.4 INDICADORES ECONOMICOS E FINANCEIROS PARA AVALIAÇÃO DE
COOPERATIVA. .................................................................................................................... 32
2.4.1 Indicadores Sociais do Cooperativismo .................................................................. 32 2.4.2 Indicadores de Avaliação Econômica das Cooperativas ....................................... 34 2.4.3 Capacidade financeira da empresa cooperativa. .................................................... 36
3 METODOLOGIA .......................................................................................................... 38
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA ........................................................................... 38
3.2 ESTUDO DE CASO ..................................................................................................... 39
3.3 CARACTERIZAÇÃO DA ENTIDADE ........................................................................... 40
3.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ..................................................................... 40
4 RESULTADO DA PESQUISA. .................................................................................... 41
4.1 BALANÇO E A DRE ..................................................................................................... 42
4.2 OS INDICADORES APURADOS ................................................................................. 43
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 46
5.1 QUANTO AO ALCACE DOS OBJETIVOS ................................................................... 46
5.2 LIMITAÇÕES ................................................................................................................ 47
5.3 RECOMENDAÇÕES PRA FUTUROS TRABALHOS. ................................................. 47
REFERENCIAS ..................................................................................................................... 48
1. INTRODUÇÃO
O cooperativismo nasceu há 156 anos, em Rochdale na Inglaterra como uma
estratégia de sobrevivência dos pobres e dos trabalhadores desempregados em
função da Revolução industrial. Em pleno século XXI, passamos por situação
idêntica e até mais grave que é a exclusão social da maioria dos 170 milhões de
brasileiros. O cooperativismo é o instrumento de organização social de grande poder
agregado e que vem sendo buscado por muitos desses excluídos, mesmo sem o
apoio do governo, para se dar uma nova dimensão a este instrumento, basta que o
governo reestruture a administração e liberação de recursos hoje dispersos em
muitas fontes, em programa do DENACOOP – Departamento Nacional do
cooperativismo, PRONAF – Programa Nacional da Agricultura Familiar – FAT –
Fundo de Assistência ao Trabalho e tantos outros. (SEBRAE, 2005, p.51)
O Cooperativismo é regulamentado pela Lei Federal Nº 5.764 de 16 de
Dezembro de 1971, que define a Política Nacional de Cooperativismo, institui o
regime jurídico das sociedades cooperativas e da outras providencias, pela Lei Nº.
8.949 de 09 de Dezembro de 1994 – Art. 442. – Contrato Individual de trabalho é o
acordo tácito ou expresso, correspondente a relação de emprego, parágrafo único.
Qualquer que seja o ramo de atividade da sociedade cooperativa, não existe vinculo
empregatício entre ela e seus associados, nem entre estes e os tomadores de
serviços daquela, e a constituição Federal artigo 5º, inciso XVIII, A criação de
associações e na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo
vedada a interferência estatal em seu funcionamento, 146 Incisos III letra c)
adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades
cooperativas e o 174, Parágrafo 2º A lei apoiará e estimulará o cooperativismo e
outras formas de associativismo. (Banco Central do Brasil – BACEN, 2008, p.07).
As primeiras Cooperativas de Crédito nasceram na Alemanha, em 1848. No
Brasil, a primeira surgiu no Rio Grande do Sul, em 28 de dezembro de 1902. Desde
o seu surgimento o cooperativismo de crédito tem revelado sua importância. É eficaz
para o fortalecimento da economia, a democratização do crédito e a
desconcentração da renda, resultando no desenvolvimento social da comunidade
onde atua. (BACEN. 2008.p.08)
Cooperativa é uma associação de pessoas com interesse comuns,
10
organizada economicamente e de forma democrática, com a participação livre e
igualitária dos cooperados aos quais presta serviços sem fins lucrativos. As
cooperativas baseiam-se em valores de ajuda mutua e responsabilidade,
democracia, igualdade, e solidariedade. (SEBRAE, 2005 p.55)
Uma cooperativa é uma organização social com propósito econômicos e
sociais, uma cooperativa prevê um vinculo mediante a qual os patrocinadores
protegem-se mutuamente, com eficiência, bens e serviços de qualidade e seu
membro individual tem a oportunidade de conhecer na pratica as virtudes da ação
conjunta e de conhecer, compreender e aceitar as responsabilidades de uma
sociedade Democrática. (SEBRAE, 2005, p.56)
As cooperativas criadas sobre estas premissas e conceitos devem usar
praticas operacionais que sejam consistentes com os princípios tradicionais e os
valores inerentes a estas empresas assim que:
Toda a atividade cooperativa deve reconhecer os propósitos básicos do
serviço comercial eficiente e o desenvolvimento institucional afetivo;
Todas as atividades e relações devem conduzir-se num elevado plano moral
e ético;
As atividades requeridas dos empregados e o envolvimento dos mesmos
devem estar dirigidos na direção do crescimento e dos lucros pessoais; e
A importância de se fazer planejamento de acordo com relatórios que
apresentem dados para tomada de decisão dentro da referencia contábil e eficiência
do gerenciamento das cooperativas de créditos. (SEBRAE.2005, p.57)
1.1 JUSTIFICATIVA
Nos últimos anos tem se observado o crescimento das Cooperativas de
Crédito, em virtude deste fato, diversos autores vem se dedicando ao estudo destas
( SEBRAE, 2005;DORIA,2008; PINHEIRO, 2005, ) através de artigos publicados em
revistas, anais de congressos, dentre outros eventos.
Para a Universidade observa-se uma oportunidade da criação de
disciplinas ou mesmo cursos específicos para este segmento, normalmente nos
cursos de Ciências Contábeis é dada uma maior ênfase ao campo de aplicação na
11
esfera comercial.
O conhecimento adquirido em x anos de atuação junto a uma cooperativa de
crédito e tendo observado o processo de regulamentação do BACEN para o setor,
julguei importante buscar conhecer de forma mais aprofundada os aspectos
contábeis inerentes a uma cooperativa e suas implicações econômico-financeiras.
1.2 PROBLEMA DE PESQUISA.
Com a evolução da tecnologia e com a globalização no mercado financeiro,
ficou mais acessível às informações para gerar um relatório de planejamento e
estratégico com informações em nível de gerenciamento pra um melhor
aproveitamento no desempenho de funções no dia-dia com um nível de qualidade
de bons serviços que o cooperativo desempenho junto a grandes instituições
financeiras se valendo e competindo com o grande setor financeiro no Brasil.
O risco operacional é definido pela qualidade e estabilidade dos fluxos de
resultados esperados pela instituição.Esse risco é aumentado, quanto menor for a
participação dos capitais próprios atuando como suporte dos ativos. Quanto maior o
uso a incerteza nos resultados esperados pela instituição, reduzindo assim sua
qualidade. (Assaf Neto,1998)
A análise do risco de uma instituição financeira, envolve a determinação
apresentada de indicadores extraídos dos relatórios contábeis a maior deles
baseada na relação entre Patrimônio Liquido e os Depósitos e os Empréstimos e
Ativo Total. Assaf Neto (1998).
• Os indicadores econômicos financeiros são aplicáveis em avaliação da
condição econômica e financeira de uma cooperativa de crédito?
1.3 OBJETIVO
A presente seção aborda os objetivos da pesquisa que vão de encontro a
solucionar o problema formulado acima.
12
1.1.1 Objetivo Geral
Analisar a situação econômica e financeira de uma cooperativa de crédito.
1.1.2 Objetivos Específicos
• Descrever o Cooperativismo e seus princípios.
• Identificar os tipos e as categorias que compõem as centrais de
cooperativa de crédito;
• Identificar as estruturas dos demonstrativos contábeis utilizados pelas
cooperativas;
1.4 SUPOSIÇÕES
Supõem-se conforme questão norteadora da pesquisa que os indicadores
econômico-financeiros utilizados pelo mercado são aplicáveis a análise da situação
econômico-financeira das cooperativas de crédito.
1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO
Um primeiro capitulo buscou apresentar as características metodológicas da
pesquisa desenvolvida, o período de aplicação e os instrumentos de pesquisa
utilizados, bem como, o delineamento dos resultados.
Um segundo capítulo versou sobre os resultados da pesquisa propriamente
dita.
Um terceiro e último capitulo apresenta as considerações finais, onde se
poderá constatar o alcance dos objetivos propostos, bem como, as limitações do
presente trabalho.
2 FUNDAMENTAÇÃO TÉORICA
Neste capitulo pretendeu-se discorrer sobre os principais assuntos inerentes
ao desenvolvimento da pesquisa, quais são: Cooperativismo, Cooperativismo de
Crédito, Normas Contábeis Aplicáveis as Cooperativas e Indicadores Econômico-
Financeiros.
2.1 A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO IDEÁRIO COOPERATIVISTA NO MUNDO
Manifestação do instinto de ajuda mútua tem-se profundas em toda a
natureza e até nos ultimo degraus da vasta escala dos seres vivos. Subindo-a
paulatinamente, até atingirem-se os animais superiores, encontram-se provas
inconcussas de instinto, de hábitos de solidariedade e de apoio recíproco. São
clássicos os exemplos da formiga precavida e laboriosa e da abelha ativa, símbolos
do espírito de associação, de tenacidade, de trabalho incessante e de inteligência ao
serviço de uma causa comum. São conhecidas suas admiráveis organizações de
defesa e apoio mútuo, tanto ma paz como na guerra. (KLAES, 2005.p.32)
A própria ave de rapina, antipáticas em seu instinto cruento, tem também
pendores acentuados para a vida coletiva. São hoje por demais conhecidos e
pesquisadores seus hábitos de longos vôos para se reunirem a outras, em pontos
distantes.
A ciência nos tem mostrado os grandes ciclos, nos quais a natureza trabalha
e amaneira pela quais as plantas marinhas preenchem as necessidades dos animais
marinhos, da mesma forma como as plantas terrestres fornecem o oxigênio que os
animais consomem, e o carbono que as plantas absorvem. Estas operações são
incessantes. A natureza trabalha segundo o principio: “todos por um, um por todos”.
A pressão exercida sobre um ponto repercute em cada uma das arcadas e em cada
um dos fundamentos do edifício. Há, nela, uma solidariedade perfeita. (KLAES,
2005.p.32)
Este princípio e esta solidariedade que existem na ordem da natureza têm por
instrumento especifico a cooperação na ordem social, econômica e moral, bem
como na órbita da inteligência e na esfera profissional.
14
O homem, como ocupante do mais elevado grau da escala, dos seres vivos
também prescinde de auxilio e cooperação mutua (assim tem sido desde seus
primórdios), para a consecução de seus objetivos mais imediatos.
Objetivos são aquilo que por cuja consecução se empreende algo, é a causa
que move o trabalho, a maneira de mover esta causa é distinta segundo o
conhecimento que os seres podem ter deste fim, e segundo estejam mais ou menos
ligados por determinações de suas ações, isto quer dize, segundo sua natureza. Por
conseguinte, o modo de trabalho das criaturas apresenta grandes diferenças em
função da diversidade de que estão dotadas. Alguns seres carecem completamente
de conhecimento e trabalham, outros conhecem o fim, pôr de um modo imperfeito, e
ainda seres que conhecem não somente a bondade do fim, mas também sua
proporção com a utilidade dos meios. È o caso do homem que não somente
conhece a bondade dos frutos, senão também a proporção com os meios que
devem empregar para consegui-los. (KLAES, 2005,p 33)
Assim, o homem trabalha sempre por algum fim. Sempre que trabalhou o faz
atraído pela razão do bem que esperava conseguir. O homem possui um fim ultimo,
qual seja o desejo de felicidade, que lhe é inato, sem o qual se julgaria um inútil.
Portanto, tende a obter uma unidade em suas operações, mediante a ordenação de
suas atividades pra que consiga certa primazia sobre os demais, assim procura
adquirir bens, que para ele são de duas classes: os materiais de faculdade
orgânicos e, os imateriais de faculdade inorgânicas. (FILHO, 1999, p.121).
No intuito de melhor conhecer este importante segmento da economia
não só nacional, como mundial, destacam-se os principais momentos históricos e os
atores envolvidos do cooperativismo.
2.1.1 Precursores do Cooperativismo no Mundo
As atuais doutrinas sócio-econômicas encontram-se duplamente interligadas
por sua origem e por seus objetivos. Inicialmente por suas origens como ramos de
um mesmo tronco e em segundo lugar, pela semelhança de seus objetivos já que
tentam impulsionar um movimento de translação de uma economia
predominantemente de lucro para uma economia predominantemente de serviço. O
15
movimento de translação hoje é uma necessidade humana fundamental já
reconhecida, porem já em vias de satisfação ao levar em consideração o mais vasto
de todos os movimentos populares qual seja o setor cooperativo, por suas legitimas
aspirações, pelo número e universidade dos elementos que agrupa, bem como por
sua extensão em termos geográficos. (OCESC/SESCOOP/SC, 2004, p.10)
Nesta conjuntura, a cooperação afirma-se simultaneamente, como uma
doutrina social e como um sistema de atividades econômicas. Assim este movimento
dispõe de um conjunto de principio, regras e comportamento, a mercê dos qual o
homem pode ascender no plano social, político-cultural e econômico.
As idéias cooperativas, tateantes e inseguras no ultimo terço do Século XVIII
e início do Século XIX se corporificam como doutrina e se introduziram como fonte
de comportamento socioeconômico nas relações humanas associadas a partir da
materialização da Cooperativa dos Pobros Pioneiros de Rochdale (21 de dezembro
de 1844). (OCESC/SESCOOP/SC.2004.p.10)
A cooperação moderna, especialmente a cooperação industrial e a sociedade
pelo estabelecimento em regime baseados em associações do caráter econômico a
bem dos interesses comuns tem por fundamentos doutrinas os “Utopistas” que,
depôs da segunda metade do Século XV até meados do Século XVII, escreveram
alguns romances sociais. Nestes, encontra-se a descrição de futuras sociedades
constituídas de maneiras racional, e isenta dos defeitos da atual. Neste estilo
encontram-se: “Utopia”!, de Thomas Moro (1448-1535); “A Cidade do sol”, de
Tommaso Campanella (1568-1639); ”A República” de Platão (428-347 a.C.) e a
“Nova Atlântida”, de Francis Bascon (1561-1626).
(OCESC/SESCOOP/SC.2004.p.12).
As cooperativas têm como normas norteadoras de sua atuação a adoção de
princípios consagrados de forma universal, são eles que marcam o caminho, do
segmento entre a natureza, estrutura do cooperativismo.
2.1.2 A Natureza dos Princípios Cooperativos
Atualmente o termo “cooperação” e seu adjetivo “cooperativo” encontram-se
espalhados pelos quatro cantos da aldeia global. O aumento de seu uso parece ter
16
origem no ramo americano do idioma inglês, além de sua rápida difusão,
especialmente porque o uso deste idioma nas comunicações internacionais amplia-
se a cada dia. O referido vocábulo, como usualmente é empregado, significa “ato ou
efeito de Cooperar” da maneira que seja e para tanto não tem um significado muito
preciso. (OCESC, 2004, p.06)
PRINCÍPIOS DO COOPERATIVISMO O QUE REPRESENTA 1º Princípio – Adesão Livre e voluntária
Cooperativas são sociedades abertas à pessoas , que podem ingressar voluntariamente, desde que estejam aptas a usar seus serviços e aceitar as responsabilidades de sócio, em discriminação racial, política, religiosa ou de gênero.
2º Princípio – Controle democrático dos sócios
As cooperativas são organizações democráticas, decidindo suas estratégias e atuações por todos os sócios (um sócio, um voto), sendo seus representantes eleitos diretamente entre os sócios.
3º Princípio – Participação econômica Os sócios contribuem eqüitativamente e controlam democraticamente o destino de seus recursos. Parte desse capital é de propriedade comum da cooperativa, constituindo os fundos usados em sua manutenção e desenvolvimento de assistência aos sócios. Usualmente os sócios recebem juros limitados (se houver algum) sobre o capital e recebe as sobras líquidas, já descontada a parte destinada aos fundos, na proporção das transações que efetuou junto da sociedade.
4º Princípio – Autonomia e independência As cooperativas são entidades autônomas e controladas democraticamente por seus membros. Mesmo quando estiverem associadas a outras cooperativas, órgãos governamentais ou empresas, devem assegurar essa autonomia e organização democrática que lhe dão especialidade.
5º Princípio – Educação, treinamento e informação
A cooperativa oferecerá treinamento e educação para seus sócios, dirigentes eleitos, administradores e funcionários, de modo a contribuir efetivamente para seu desenvolvimento. A comunidade envolvida pelo objetivo-fim também poderá ser assistida. Eles devem informar ao público em geral, particularmente jovem e os líderes formadores de opinião, sobre a natureza e os benefícios da cooperação.
6º Princípio – Cooperação entre cooperativas
As cooperativas atingem de forma mais eficiente seus objetivos e contribuem para o fortalecimento do movimento quando trabalham juntas através de estruturas regionais, nacionais e internacionais.
7º Princípio – Preocupação com a comunidade
As cooperativas trabalham para o crescimento de suas comunidades através de políticas aprovadas por seus membros.
QUADRO 1 – PRINCÍPIOS DO COOPERATIVISMO Fonte: (OCESC/SESCOOP/SC.2004.p.15 e 16)
Convém antes de tudo referir-se algumas idéias acerca do significado de
alguns termos:
Cooperar significa trabalhar simultaneamente ou coletivamente com outra
pessoa na busca por um objetivo comum. A palavra “Cooperar” deriva
17
etimologicamente da palavra latina “cooperati”, formada por “cum” (com) e
“operari” (trabalhar). (OCESC, 2004, p.06)
Cooperação é o método de ação pelo qual indivíduos ou famílias com
interesses comuns constituem um empreendimento no qual os direitos de
todos são iguais e a sobra alcançada é repartida somente entre os
associados, na qual proporção de sua participação na atividade societária. É
a forma de trabalho que, no mesmo lugar em equipe, trabalha-se planificada
mente no mesmo processo de produção ou em processo distintos. Em
sentido lato significa: ato de unir e coordenar meios e esforços de cada um
para a realização de uma atividade comum, visando alcançar um resultado
procurado por todos. .(OCESC.2004.p.06)
Cooperativa é a associação de produtores, fabricantes, trabalhadores ou
consumidores que se organizam e administram empresas econômicas, com o
objetivo de satisfazerem uma variada gama de necessidade. Em outras
palavras, pode-se enunciar que é uma associação de produtores, fabricantes
e consumidores para partilhar sobras que, de outra forma, iriam para
intermediários. “São associações de pessoas que reciprocamente se obrigam
a contribuir com bens ou serviços para o exercício de uma atividade
econômica de proveito comum sem objetivo de lucro” (OCB, 1994), “É uma
sociedade de pessoas que se unem, voluntariamente, para satisfazer
aspirações e necessidades econômicas, sociais e culturais comuns, por meio
de uma empresa de propriedade coletiva e democraticamente gerida”
(OCESC.2004.p.06)
Cooperativismo “é uma doutrina que tem como objetivo a solução de
problema social por meio da criação de comunidades de cooperação,
formada por indivíduos livre que realizam a gestão da produção e
participariam igualmente dos bens produzidos. (OCESC, 2004, p.06)
Por fim, entendo de que o cooperativismo é uma doutrina, um sistema um
movimento ou simplesmente uma atitude ou disposição que considera as
cooperativas como uma forma ideal de organização das atividades
socioeconômicas da humanidade e, em conseqüência, aconselha propicia ou
se esforça praticamente para lograr a difusão e consolidação da mesma.
(OCESC.2004.p.06)
18
Cooperado “é o produtor rural, o trabalhador urbano ou outro profissional, de
qualquer atividade sócio-econômica, que se associa para participar
ativamente de uma cooperativa, cumprindo com os seus deveres e
observando os seus direitos. (OCESC.2004.p.06)
A doutrina cooperativista não permaneceu estacionária, evoluindo de seus
princípios originais, em especial os Rochdaleanos para os aprovados pela Aliança
Cooperativa Internacional, entidade representativa em âmbito mundial, em
Congresso realizado em Manchester em 1995, conforme descritos no quadro n º 1
apresentado a seguir:
As cooperativas também evoluíram inicialmente surgidas para atender as
necessidades dos artesãos e meio rural, se expandem para o meio urbano, se
constituindo em uma das molas mestras do desenvolvimento de diversas cidades
em todo o mundo. O surgimento das cooperativas de crédito vem preencher lacuna
não atendida pelos mercados financeiros tradicionais.
2.2 COOPERATIVISMO DE CRÉDITO
Com a mecanização da indústria, nascia à classe dos trabalhadores urbanos,
assalariados, ao mesmo tempo em que se promovia o desemprego em massa, além
de um imenso êxodo das áreas rurais e, consequentemente, se promovia a
aceleração da miséria e do desajuste sociais, Pode-se até ser efetuado um paralelo
entre essa época histórico com o momento atual, em que mais uma vez, diante de
um novo patamar tecnológico, os agentes econômicos se reorganizam e portanto,
provocam, novamente em uma escala ainda maior, as desigualdades sociais.
(MENEZES.2004.p.163)
Mas, naquela época, ou seja, no Século XIX, reagindo às condições
inadequadas de sobrevivência os trabalhadores lançaram as primeiras sementes do
cooperativismo moderno na Inglaterra (Cooperativa dos Pobros Pioneiros de
Rochdale – 1844). Contemporânea ao movimento Inglês, que atuava no segmento
de consumo, surge, na Alemanha a partir de 1850, a primeira Cooperativa de
Crédito, fundada por Schulze-Delitzsch.(OCESC, 2004, p13).
Logo a seguir, com uma estrutura um pouco diferente das Cooperativas de
19
Crédito (quase sempre urbanas), aparecia os Bancos Cooperativos na Alemanha,
fundados por Friedrich Wilhelm Raiffeisen, em 1862, que atendiam principalmente á
área rural, sucedendo ás Caixas de Socorro.
O Cooperativismo de Crédito surgiu para combater as relações desiguais de
troca e de financiamento ás atividades que penalizavam sobre maneira os
produtores rurais e trabalhadores urbanos. Junto á necessidade de se extirpar esse
mal era preciso criar uma ordem mais justa, que priorizasse a concessão de Crédito
mais compatível com a realidade dessas pessoas e que, principalmente, tivesse
como foco central o ser humano. (MENEZES, 2004, p170).
O Brasil não este isento deste processo, o cooperativismo de crédito foi
operacionalizado de forma consistente como se observa a seguir.
2.2.1 O Sistema de Crédito Cooperativo no Brasil
O Cooperativismo é o instrumento pelo qual a sociedade se organiza para
resolver diversos problemas relacionados ao seu dia-a-dia.
No Brasil, encontram-se iniciativas Cooperativas em diversos ramos de
atividades econômicas, tais como: serviços públicos, crédito, eletrificação e telefonia
rural, trabalho, saúde, consumo, transporte, turismo, educação, habitação,
mineração, produção, etc. (KLAES.2005,p.99)
Destaca-se, em vários dos segmentos do Cooperativismo, o fato de as
Cooperativas serem composta por associados que desempenham, ao mesmo
tempo, o papel de proprietários das empresas cooperativas e usuários dos produtos
e serviços por elas oferecidos. Esta prerrogativa gera um alto grau de fidelidade e
integração do cliente com a entidade que lhe presta serviço.
O Cooperativismo é forte em todas as sociedades desenvolvidas e
organizadas. Tem atuação destacada em paises tais como, Alemanha, Holanda,
França, Itália, Japão, Canadá e outros.
O Cooperativismo de crédito no Brasil surgiu no inicio do Século XX, ligando-
se as primeiras experiências de implantação do crédito cooperativo no país ás
tentativas iniciais de desenvolvimento da agricultura brasileira, quando alguns
precursores começaram a idéias de que somente com a ajuda do cooperativismo
20
se poderia fermentar e organizar nossa produção agropecuária.
(OCESC/SESCOOP/SC.2004.p.21)
Apenas dois anos após a fundação da primeira Cooperativa de Crédito das
Américas, em Quebec, no Canadá, foi constituída a primeira Cooperativa de Crédito
no Brasil, em 28 de dezembro de 1902, na localidade de Linha Imperial, Município
de Nova Petrópolis, Rio Grande do Sul, por iniciativa do Pe. Jesuíta Theodoro
Amstadt, grande conhecedor dos problemas dos agricultores de origens alemã, e
italiana de então, graças ás muitas viagens feitas pelo interior. Conhecedor da
experiência alemã do modelo de Friedrich Wilhelm Raiffeisen (1818-1888) que aqui
implantou, com enorme sucesso. Na seqüência da primeira, Amstadt criou
diretamente mais catorze outras cooperativas de crédito entre 1902 e 1923,
enquanto isto entre 1923 e 1938 foram fundadas mais vinte e seis cooperativas de
crédito. Após sua morte, surgiram mais quinze cooperativas de Crédito, sendo no
total cinqüenta e cinco que diretamente ou indiretamente estiveram sob a influência
deste pioneiro do Cooperativismo de Crédito rural. (BACEN,2008, p.27)
Esse modelo aplicava-se, preferencialmente, junto a pequenas comunidades
rurais ou pequenas vilas. Fundamentava-se na honestidade de seus cooperados e
atuava basicamente junto aos pequenos produtores rurais, não dava importância ao
capital associados.
Toda a movimentação financeira era feita por depósitos, que recebiam uma
pequena remuneração. Admitia que qualquer pessoa nele depositasse suas
economias. Com as sobras eventualmente apuradas, criava reserva para enfrentar,
com mais seguranças, momentos de incerteza. (OCESC/SESCOOP/SC.2004, p.21)
Esse segmento do Cooperativismo conseguiu um grande desenvolvimento
no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, desde a sua implantação, chegando
inclusive a dispor de uma Cooperativa Central em cada Estado, com mais de setenta
cooperativas singulares filiadas.
O Cooperativismo de Crédito, com exceção das Cooperativas de Crédito
Mutua (Dejardins), definhou lenta e implacavelmente, suas datas fatídicas são,
entretanto, um pouco anteriores: até 1960 floresceram no Brasil Cooperativas de
Crédito de dois tipos Raiffeiseanas, Luzzatianas e de Crédito Rural. As Caixas
Rurais Raiffeisen, de responsabilidade ilimitada, encontraram habitat propicio no rio
Grande do Sul, entre os imigrantes alemães, em que foram implantadas desde 1902.
chegaram a constituir uma poderosa central, que reuniu mais de sessenta caixas
21
associadas no inicio dos anos de 1960. (BACEN,2008, p.27)
No final dos anos vinte do Século XX, um segundo modelo de Cooperativa de
Crédito também por aqui aportou. Ainda pelas mãos da igreja católica, e desta vez
por leigos que, ao participar de um congresso Mariano em Roma, conheceram o
modelo desenvolvido pelo Italiano Luigi Luzzatti (1841-1927), Por influencia de
imigrante italiano, apareceram também cooperativas de Crédito do tipo Luzzatti,
principalmente nas Regiões Sul e Sudeste do Brasil, difundindo-se depois para
outras regiões do País.
Em 1904, surge em Pernambuco a Caixa Agrícola Cooperativa por iniciativa
do Engenheiro Correria de Brito, dando assim inicio ao Cooperativismo de crédito no
Nordeste. No período entre 1923 a 1925, as inspetorias Agrícolas dos Estados da
Paraíba e Alagoas criaram as primeiras Caixas Raiffeisen e Bancos Luzzatti da
região. Logo a seguir, a experiência foi repetida no Rio Grande do Norte e no Ceará.
Esses esforços, portanto, iniciaram-se no Nordeste com pouco ou um certo atraso
em relação á Região Sul, porem o pioneirismo do cooperativismo do Nordeste não
foi suficiente para evitar as grandes distorções da agricultura na região e do próprio
aspecto social das pessoas envolvidas no setor. (KLAES.2005, p.101)
Entre as décadas de trinta e meados da década de cinqüenta, estima-se que
foram criadas cerca de 1.200 cooperativas desse modelo, as quais alcançaram um
bom estágio de desenvolvimento. Seu único e grande pecado foi o de não ter
buscado a verticalização e de não ter criado um antídoto para uns poucos
aventureiros que, particularmente nos grandes centros, buscaram tirar proveito em
beneficio próprio.
Ambos os tipos, porém, foram quase que totalmente liquidados pelas
restrições impostas pela reforma Bancárias (Lei Nº. 595/64) e pelas normas da
Política Financeira do Governo Federal. Em apenas quatro anos após a edição
desta Lei, as Caixas Rurais Raiffeisen reduziram-se a tão somente quinze e em
1981, restavam somente duas (02). Das Cooperativas de Crédito do tipo Luzzatti
somente vinte e cinco (25) delas encontrava-se em funcionamento nesta época.
(KLAES.2005,p.101)
Um terceiro e ultimo modelo desse segmento aportou por aqui em fins dos
anos cinqüenta. Também trazido por influência da igreja católica, contou com a
colaboração e apoio decisivo de Dom Helder Câmara, na época Bispo auxiliar do
Rio de Janeiro. A responsabilidade total pela sua implantação coube á Sra. Maria
22
Thereza Rosália Teixeira Nunes, e foi graças a sua garra, seu espiritode luta e sua
visão de solidarismo que o modelo Desjardins, criado pelo canadense Alphonse
Desjardins (1854-1920), aqui teve condições de fixar suas raízes pos naquela fase
de vida brasileira o Cooperativismo de Crédito já não dispunha de uma vida
tranqüila. .(OCESC.2004.p.27)
Em 1960, foram traçadas as primeiras diretrizes do crédito urbano, por meio
de um estatuto padrão, prevendo que os principais objetivos das Cooperativas
seriam a economia sistemática, créditos por finalidade, desenvolvimento econômico-
financeiro, educação permanente, promoção humana, o capital a serviço do homem
e cada sócio um voto.
Em março de 1960, foi fundada a primeira Cooperativa de Economia e Crédito
Mútuo, no estilo do sistema Desjardins, que recebeu o nome de PAX, a qual foi
constituída por elementos ligados as obras assistenciais da Cúria Metropolitana do
Rio de Janeiro. A esta surgiram mais três formadas por empregados da refinarias
Piedades, da Cia Federal de Fundição e a ultima pelos associados do Circulo
Operário da Leopoldina.(OCESC.2004.p.27)
Já as Cooperativas de Economia e Crédito Mútuo, inspiradas no modelo
Desjardins, representaram um novo caminho para o Cooperativismo de Crédito
brasileiro. E polarizaram as simpatias do Banco Central do Brasil porque atendiam
ás necessidades mais prementes dos trabalhadores, contribuindo para elevar o
salário real e diminuir as tensões sociais (em especial as oriundas do congelamento
salarial, nas fases mais duras contra a inflação). Inicialmente implantada nas
Regiões Sudeste e Sul, onde era maior a concentração operária, no inicio do ano de
1960, já no ano seguinte se federalizaram criando á Federação Leste Meridional das
Cooperativas de economia e Crédito Mútuo – FELENE.(OCESC.2004.p26)
A partir da década de oitenta, o Cooperativismo de Crédito no Brasil toma
novos rumos. No inicio da década, restavam tão somente quinze cooperativa de
Crédito, inclusive a pioneira. Desconsiderando os relevantes Serviços prestados ao
longo de décadas por essas entidades, o Governo Federal preferiu editar um serie
de impeditivos operacionais e de expansão.
Mas apesar do beneplácito governamental, também as Cooperativas de
Economia e Crédito Mútuo sofreram a limitação de rígida Regulamentação oficial,
que cerceia suas operações ao estrito financiamento dos associados, proibindo-lhes
qualquer função complementar; dificulta sua difusão nas pequenas cidades ou vilas
23
e nas zonas rurais, impede a adoção de taxas de correção monetária (como na
época foi feita para as Cadernetas de Poupança), o que provoca a deterioração
inflacionaria da capacidade operativa dos fundos e, o desinteresse dos cooperados
pelos juros pagos aos depósitos a prazo fixo, além de afugentar os depósitos
voluntários.(KLAES.2005.p.103)
Á medida que se desenvolveu o Cooperativismo de Crédito, acentuaram-se a
preferência pelas cooperativas de responsabilidade limitada do tipo Luzzatti e
Desjardins, enquanto que as Cooperativas de Crédito do tipo Raiffeisen somente
encontraram ambiente nas áreas de colonização alemã (Rio Grande do Sul, Santa
Catarina e Paraná). (OCESC.2004.p.28)
Nascia a partir deste fato, no Rio Grande do Sul, o primeiro sistema de crédito
cooperativo, atualmente SICREDI – RS que tinha como premissa básica a idéia
sistemática de organização, na qual o processo de integração horizontal e
cooperativas centrais e de terceiro Confederação de Bancos Cooperativos grau,
tomava interpendentes estas organizações, projetos que irradiou pelos principais
Estados da Federação, deu suporte ao novo Cooperativismo de Crédito Brasileiro e
mereceu sua homologação pelas autoridades na edição das novas normas próprias
de regência.
Por outro lado, em 1981, as cooperativas de Crédito Rural conceberam o
sistema integrado de Crédito Rural Cooperativo – SICREDI, o qual inicialmente era
composto pelo conjunto das cooperativas de Crédito Rural do Pais, integradas
horizontalmente, com as cooperativas de produção Agropecuária e verticalmente em
Cooperativa Centrais de crédito Rural, de nível estadual ou supra- estadual e em
uma instituição financeira, em nível nacional, adotando nomenclatura e
procedimento padronizados, ainda que respeitadas as pecularidades
locais.(OCESC.2004.p.31)
Os anos noventa tiveram inicio com o fechamento do Banco Nacional de
Crédito Cooperativo – BNCC. Este fato significou um duro golpe no funcionamento
das Cooperativas de Crédito. Em diversos Momentos, o BNCC aparece no cenário
do cooperativismo brasileiro. A historia do BNCC começa em 1934, quando o
ministério da agricultura criou a caixa de crédito cooperativo, que em 1966 seria
transformada no BNCC – uma sociedade anônima com participação majoritária e
administração do Governo Federal.
A sua liquidação significou um baque forte para a maioria das cooperativas e
24
já demonstrava a necessidade de uma entidade financeira de cúpula.
.(OCESC.2004.p.19)
A estrutura organizacional do Banco Cooperativo SICREDI S.A. é composta
por aproximadamente 120 cooperativa de crédito as quais possuem cerca de 650
Postos de atendimento Cooperativo (PAC), alem de quatro (4) Cooperativa Centrais,
um Banco Cooperativo e uma Confederação. Também fazem parte uma Corretora
de Seguro (CORSECOOP), uma Administradora de Cartões (BCCARD) E uma
Empresa de Informática (REDESYS).
Além do Banco Cooperativo SICREDI S.A. (26 de março de 1996), o qual
atualmente cobre quatro Estados da Federação, também encontramos o Banco
Cooperativo do Brasil S.A. – BANCOOB (21 de julho de 1997), o qual foi concebido
sobre bases conceituais, estruturais e filosóficas sólidas e profundas. Na sua
criação, os debates envolveram a participação de diversas lideranças do
Cooperativismo de Crédito que posteriormente se integraram para constituir o
BANCOOB. .(OCESC.2004.p.19)
A articulação e integração dos diversos sistema Cooperativos de crédito
Regionais que pretendiam criar o BANCOOB culminaram na institucionalização do
SICCOB. Utilizando estes Sistema Agem hoje, coordenadamente, dezesseis (16)
Cooperativas Centrais para um universo de 755 Cooperativa de Crédito (singulares),
as quais possuem em funcionamento 1433 Postos de Atendimento Cooperativo
(PAC), atendendo a aproximadamente 918.000 associados e um Banco
Cooperativo.(OCESC.2004.p.19)
Os Bancos Cooperativos criados a partir de 1995 (BANCOOB e
BANSICRED) são de inspiração européia – nos quais, em vários paises respondem,
pela quase integralidade dos investimento na agricultura – reúnem características
peculiares que os habilitam a cumprir em plenitude à tarefa que a eles foi confiada
pelo Poder Público. Trata-se de instituições financeiras de capital privado, em que as
acionistas são as Cooperativas de Crédito,sendo o controle exercido pelas centrais
dessas mesmas entidades associativas.
Em 21 de julho de 1997, foi publicada pelo Banco Central do Brasil a Carta
Patente que autorizou o funcionamento do Banco Cooperativo do Brasil –
BANCOOB, constituído por cartoze (14) Cooperativas Centrais de Crédito,
concentrando essas suas operações nos Estados do Pará, Paraíba, Bahia, Mato
Grosso, Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa
25
Catarina e Rio Grande do Sul.(OCESC.2004.p. 21)
As Cooperativas por sua vez de propriedade de trabalhadores de diferentes
categorias e atividades econômicas, da cidade e do campo, com um substancial
contingente formado por mini e pequenos produtores rurais e assalariados.
Distribuídas por todo o País, as cooperativas de crédito rural, cujos
associados são agricultores, estão presentes em aproximadamente 1.300
Municípios, devidamente estruturados com pontos de atendimento, sendo as únicas
instituições financeiras em expressivo número de localidades, notadamente nas
mais remotas. Com essa ampla rede distribuidora, a custos módicos e suportáveis, e
com agilidade sempre reclamada, tendo em vista sua proximidade com o mutuário, é
que os Bancos Cooperativos atendem aos produtores rurais em suas necessidades
de crédito.(KLAES.2005,p.115)
Já o Cooperativismo de Crédito Urbano ou Mútuo, cujo objetivo é o de
despertar nas classes trabalhadoras, das cidades, o espírito de poupança e a
obtenção de condições próprias de crédito, não teve um desenvolvimento muito
amplo em Santa Catarina, onde surgiu em 1951 com a fundação da Cooperativa de
Crédito Organizações Hering em Blumenau, ao reunir aproximadamente 14.000
associados, todos empregados do referido grupo.
Em Santa Catarina, o sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil –
SICCOB/SC contava, em dezembro de 2003, com três (3) Cooperativas Centrais,
com sessenta e sete (67) Cooperativas de Crédito , sendo trinta e uma (31) rurais,
trinta e duas (32) urbanas e uma do tipo Luzzatti com um total de cento e vinte e
nove (129) Postos de atendimento Cooperativo – PAC. Esse universo, na atualidade
abrange aproximadamente 48% dos Municípios Catarinense, nos quais assiste a
mais de 80.000 associados, em busca de alternativas para a melhoria sócio
econômica dos meios produtivos e da própria comunidade
envolvida.(OCESC/SESCOOP/SC.2004.p.27)
A Cooperativa Central de Crédito de Santa Catarina – SICCOB/SC/Central,
em junho de 2000, sentido uma grande deficiência na formação de seus quadros
diretivos criou a Escola Dirigentes e Executivos do SICOOB, na qual surgiu para
suprir as necessidades constantes de capacitação profissional para dirigentes,
funcionários e associados do Sistema.
A UNIMED do Brasil e as suas Cooperativas Singulares (1º grau), em varias
regiões, no final da década de oitenta, contavam com o respeito comunitário, quanto
26
é sua organização e movimentavam significativa parcela dos recursos econômico de
suas respectivas áreas geográficas de atuação. Em suma, já haviam conquistado a
escala para o aproveitamento dos recursos financeiros próprios e poder para exigir
dos bancos melhores condições de crédito. (OCESC.2004.p.28)
O resultado prático em ultima análise, é a redução dos custos financeiros da
cooperativa, viabilização financeira de projetos de base material e técnica, projetos
de cunho social e a assistência financeira destinada ás necessidades pessoais dos
cooperados.
Em 1990, o Presidente da UNIMED do Brasil criou uma Coordenadoria de
Cooperativas de Crédito, cuja função era a de incentivar as Cooperativas Singulares
a criarem suas próprias Cooperativas de Crédito.
Em um curto lapso de tempo, foram surgindo UNICRE’s no Rio Grande do
Sul, Paraíba, Mato Grosso, Minas Gerias, que possibilitaram a formação da
UNICRED do Brasil.
As Cooperativas de Crédito são parte inteligente do Sistema Financeiro
Nacional, enquadráveis, portanto ás normas que o regem. As Cooperativas de
Crédito tem as mesma obrigações e sofrem, nas eventualidades adequadas, as
mesmas sanções que as demais instituições financeiras. Diferenciam-se no entanto,
dos bancos comerciais, no Tocante aos privilégios a estes outorgados. Contudo,
estas dificuldades operacionais do sistema têm origem no tratamento dispensado
pelo Banco Central do Brasil.(KLAES.2005.p.120)
Se for verdade que as Cooperativas de Crédito se igualam em gênero, na sua
forma de constituição e de funcionamento administrativo, é também correto afirmar
que elas têm profundas diferenças operacionais de conteúdo social.
No Brasil, o Cooperativismo de Crédito esta ensaiando a sua expansão,
mesmo com pequena representatividade econômica e política.
Apesar de ter espaço garantido na Constituição (Art. 5º – XVIII – “a lei apoiará e
estimulará o cooperativismo e outras formas de associativismo” e Art. 174 § 2º), o
Sistema não esta ainda totalmente estruturado, devido á falta de uma maior unidade
de liderança mais coesas e principalmente, do descrédito das autoridades
governamentais, sobretudo da esfera econômica. Apesar disso pode-se observar
positivamente o atendimento aos mini e pequenos produtores rurais e aos
trabalhadores urbanos, por intermédios das Cooperativas de Crédito urbano e rural,
27
que tem buscado otimizar os recursos em favor do próprio homem que os gera. O
caminho a percorrer, porem ainda longo e árduo. (OCESC.2004.p 26)
Mesmo com sua fragilidade político-econômico, o sistema de crédito
Cooperativo vem prestando serviços inestimáveis aos seus associados
O segmento das Cooperativas de Crédito no Brasil tem se estruturado em
grandes sistemas, integrados por Cooperativas de Crédito Singulares (1º Grau),
Cooperativa Centrais de Crédito, Confederações de Cooperativas de Crédito e
Bancos Cooperativos. Os principais sistemas Existentes são: O sistema de Crédito
Cooperativo – SICREDI, ligado ao Banco Cooperativo SICREDI S.A- BANSICREDI,
Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil – SICOOB, ligado ao Banco
Cooperativo do Brasil S.A. – BANCOOB, o Sistema de Cooperativas de Economia e
Crédito Mútuo de Método de Médicos do Brasil, ligados á UNICRED e o sistema
Nacional de Cooperativas de Economia e Crédito Solidário –
CRESOL.(CONFEBRAS.2004.p.237)
O Sistema Cooperativa de Crédito no Brasil em dezembro de 2003 se
encontrava estruturado com dois (02) Bancos Cooperativos, sendo um do tipo
Múltiplo e outro comercial quatro (04) confederações, uma (01) Federação, trinta e
oito (38) Cooperativas Centrais e hum mil quatrocentos e dezoito (1.418)
Cooperativas Singulares, somando mais de 1.500.000 de associados
diretos.(CONFEBRAS.2004.p,227)
Dentre as Cooperativas de Crédito singulares, o segmento de Cooperativa de
Crédito Mútuo é majoritário, representando cerca de 687% do total das instituições,
32% são de Cooperativas de Crédito Rural e 1% são as Cooperativas do tipo
Luzzatti ou de livre admissão de associados.
Segundo o “Relatório da Evolução do Sistema Financeiro de 2002” do Banco
Central do Brasil, em volume de operações de crédito, a participação das
Cooperativas de Crédito dentre as instituições bancarias saltou de 0,44% em 1955
para 1,94% em dezembro de 2002, ou seja, apresentou um significativo crescimento
médio de participação relativa quando as operações de crédito do setor Bancário em
cerca de 24% ao ano. Já em termo absoluto entre 1995 e 2002, o Patrimônio Liquido
total do segmento Cooperativista de crédito cresceu de 507,16% as operações de
crédito cresceram 495,85% os ativos cresceram 1.549,78% enquanto os depósitos
cresceram 862,32%.(KLAES, 2005, p.119)
Em Dez/2007 o Brasil possuía 1.422 Cooperativas de Crédito sendo
28
alicerçado basicamente em 4 sistemas de crédito, sejam eles, SICOOB, SICREDI,
UNICRED e ANCOSOL (representando as centrais Cresol, ECOSOL e Crenhor).
A opção por reunirem-se em sistemas é uma resposta á grande concorrência
encontrada no mercado financeiro brasileira sendo esta a única alternativa para
fazer frente aos conglomerados financeiros existentes.
A partir da Resolução nº. 3442/07 do BACEN percebe-se uma grande ênfase
á organização das Cooperativas através de Centrais.
Logo abaixo classificada como figura número 02 o quadro de distribuição das
cooperativas por região.
FONTE:
FIGURA 1 – DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DAS COOPERATIVAS Fonte: BACEN (2008. p.2)
A figura n. 1 acima demonstrada evidencia que atualmente há uma grande
concentração das cooperativas (75% do total) nas regiões Sul e Sudeste do Brasil,
regiões estas consideradas as mais prosperas do país.
Em junho de 2008, o sistema cooperativo de Crédito no Brasil encontrava-se
estruturado com dois bancos cooperativos, sendo um múltiplo e o outro comercial,
cinco confederações, uma federação, 38 cooperativas centrais e 1.423 cooperativas
singulares, com 4.044 pontos de atendimento, somando mais de três milhões de
associados. Dentre as singulares, 152 eram de livre admissão de associados, 74
eram de empresários, 386 eram de crédito rural e 881 eram dos demais
tipos.Podemos observar desde a década de 40, entre as cooperativas de crédito que
efetivamente estavam registradas nos órgãos oficiais do governo, a seguinte
evolução do sistema. Conforme apresentado na Figura nº. 2 apresentada abaixo:
29
FIGURA 2 – EVOLUÇÃO HISTÓRICA DAS COOPERATIVAS Fonte: BACEN, 2008
Por envolver aspectos de natureza financeira, as cooperativas adotam os
mesmos preceitos contábeis utilizados pelas demais instituições integrantes do
Sistema Financeiro Nacional, como poderá ser observado no item a seguir.
2.3 CONTABILIDADE PARA COOPERATIVA DE CRÉDITO
A contabilidade para Cooperativa de Crédito consiste no fornecimento de
informações fundamentais em números e resultados concretos, elementos diretivos
e indispensáveis, capaz de dar consistência e atender ás exigências da direção da
organização para fins de tomada de decisão. (PINHO,1982,p.76)
A atual constituição Federal prevê expressamente que caberá a legislação
complementar a competência para adequado tratamento tributário ao ato
cooperativo. As sociedades cooperativas são alcançadas pelos institutos da
imunidade, isenção e não-incidência, com relação aos tributos em espécie e suas
respectivas competência, previsto no sistema Tributário Nacional.Segundo Pinho
(1982, p.77), as cooperativas de crédito utilizam o plano contábil da instituição
30
Financeira (COSIF), pois apresenta os critérios e procedimentos contábeis utilizados
pelas Instituições Financeiras, bem como a estruturas de contas e modelo previsto
no mesmo.
De modo geral, as informações geradas pela contabilidade nas cooperativas
não se diferenciam em muito das informações geradas por outras empresas, tendo
em vista que o objetivo básico das demonstrações contábeis é de apresentar
informações úteis para a tomada de decisões.
A partir das Demonstrações Contábeis, como o Balanço Patrimonial e a
Demonstração de Resultado, podem ser aferidos uma série de indicadores que
buscam subsidiar o processo de tomada de decisão.
2.3.1 Análise Das Demonstrações Contábeis
Para Iudícibus (1998, p. 20) a análise de balanços é definitiva como “a arte de
extrair relações úteis, para o objetivo econômico que tivemos em mente, dos
relatórios contábeis tradicionais e de suas extensões e detalhamento, se for o caso.”
Assaf (1998, p. 49) concorda com idéia de que a análise de balanços é uma arte,
pois apesar das técnicas desenvolvidas, não há nenhum critério ou metodologia
formal de análise válidos nas diferentes situações e aceitos unanimemente pelos
analistas.
Existe na análise de Balanço algumas particularidades a serem consideradas
como os indicadores a serem utilizados, o conhecimento técnico, a experiência e
muitas vezes a própria instituição de quem esta realizando a análise. Nesse sentido,
uma análise submetida a dois analistas, sempre haverá estaco para diferenças entre
cada uma e certamente os resultados finais da análise dificilmente seriam os
mesmos.
Segundo Assaf (1998, p. 49) “maneira com que os indicadores de análise são
utilizados é particular de quem faz a análise, sobressaindo-se, além do
conhecimento técnico, a experiência e a própria intuição do analista.”
Portanto, a análise compreende o estatuto das relações entre elementos
econômicos e financeiros contidos nos relatórios e nas demonstrações contábeis.
31
Para os leigos, as demonstrações contábeis não provocam nenhuma reação
quando lidas. Há a necessidade de transformá-las em elementos que tenham uma
capacidade de comunicação, que possa, produzir reações e decisões, que possam
causar um efeito surpresa.
Diante disso, á análise de balanço transforma os dados contidos nas
demonstrações financeiras em informações tornando tanto mais eficientes quanto
melhores informações produzir. (MATARAZZO, 1998, p.15). A metodologia utilizada na análise de balanço baseia-se no raciocínio cientifico, onde as etapas devem ser feitas sempre em seqüência e estar perfeitamente coordenada, em análise de balanço extraem-se índices das demonstrações financeiras, comparam-se os índices com os padrões ponderam-se as diferentes informações e chega-se a um diagnostico ou conclusões, tornam-se decisões.
Os critérios de análise geralmente utilizados são: análise através de índices,
as técnicas da análise horizontal e vertical, análise do capital de giro e os modelos
de análise de rentabilidade (análise do ROI – retorno dos investimentos e análise da
alavancagem financeira).
A idéia fundamental dos índices é a de fornecer uma visão ampla da situação
econômico financeiro da empresa analisada. Matarazzo (1998, p.154) evidencia que:
“O importante não é o calculo de grande número de índices, mas de um conjunto de
índices que permita conhecer a situação da empresa, segundo o grau de
profundidade desejada da análise”.
A análise Vertical/Horizontal possibilita localizar pontos específicos de falhas,
problemas e característica da empresa e explica os motivos de a empresa estar em
determinada situação. (MATARAZZO, 1998, p. 249). Através da análise do capital de giro é possível construir um modelo de
análise do investimento e financiamento, de grande utilidade gerencial, bem como a
avaliação da capacidade de administração do capital de giro por parte da empresa.
(MATARAZZO, 1998, p. 24). O cooperativismo e as cooperativas estão hoje inseridos num mercado competitivo.
A globalização da economia é inevitável e nesse contexto os agentes econômicos
mais ágeis estão se aproveitando em relação aos mais lentos. As grandes, médias e
pequenas empresas mal administradas não vencerão se não forem rápidas,
havendo necessidade da geração de informação para a tomada de decisão,
Considerando que as demonstrações contábeis por si só, muitas vezes,
passam despercebidas pela falta de interpretação, busca-se nas técnicas de análise
32
de balanço uma alternativa para os interessados das informações, avaliarem o
desempenho das empresas.
É importante ressaltar que sociedade cooperativa, por sua natureza própria
não se confunde com as sociedades comerciais, pois não tem finalidades de lucro,
sendo mera prestadora de serviço de natureza econômica e social, direcionada para
atender especificamente os anseios de seus associados. Contudo é um
empreendimento que deve buscar melhores resultados para satisfação de seus
cooperados. (BRAGA 1998, p.166)
2.4 INDICADORES ECONOMICOS E FINANCEIROS PARA AVALIAÇÃO DE COOPERATIVA.
Enquanto os indicadores econômicos e financeiros possibilitam a análise do
desempenho econômico e da capacidade de pagamento da cooperativa, centrando
seu enfoque na rentabilidade e na liquidez, ou seja, no aspecto empresarial da
cooperativa, os indicadores sociais ou cooperativos procuram medir o aspecto da
cooperativa como associação de pessoas. (PINHO.1986.pg 15)
2.4.1 Indicadores Sociais do Cooperativismo
Alguns indicadores para medir a solidariedade e a equidade, a prática da
democracia enquanto associação de pessoas.
a - Indicadores da Solidariedade Cooperativa (PINHO.1986.p16)
Operações realizadas com parecer de outras cooperativas x 100
Total de operações realizadas pela cooperativa.
Ou então: Operações do Cooperados com a Cooperativa x100
Total de operações da cooperativa com seus cooperados
33
Mostram a participação dos cooperados nas operações da cooperativa, nos
programas econômicos da sua cooperativa, no Movimento Cooperativo Nacional, ou
estrangeiro, etc. Mostram também as operações realizadas pela cooperativa com
parecer (favorável ou desfavorável) de outras cooperativas, os estudos realizados
com a colaboração de outras cooperativas e/ou de instituições não cooperativa, etc.,
ou então indicam a participação da cooperativa em seminários ou congresso
cooperativismo. b - Indicadores da democracia cooperativa. (PINHO.1986,p.16)
Total de cooperados presentes á assembléia Geral x 100
Total de cooperados inscritos
Mostram a participação dos associados nas reuniões dos órgãos sociais da
cooperativa, a renovação dos representantes eleitos para Conselho de
Administração e o Conselho Fiscal, as categorias representadas (por idade, sexo,
profissão, etc.) a tomada de decisão com base no interesse individual dos
associados, no interesse da cooperativa, no interesse do movimento
Cooperativismo.
c - Indicadores da equidade cooperativa. (PINHO.1986.p.16)
Empregados – associados x100
Total de empregados das cooperativas
Mostram as somas destinadas á formação dos empregados associados e dos
empregados não associados à comparação entre os salários pagos pela
cooperativa, por outra cooperativa e empresas não cooperativas do mesmo ramo de
atividade, a representação dos trabalhadores nos órgão sociais da cooperativa etc.
A rentabilidade para a gerência cooperativa não tem perspectiva de ganho. O
que conta é o desempenho operacional, então a produtividade passa a ser a idéia-
chave e não o lucro. Isto sem perder de vista os serviços a serem prestados ao
cooperado, objetivo maior da empresa cooperativa (PINHO.1986.p.28).
34
2.4.2 Indicadores de Avaliação Econômica das Cooperativas
Pinho (1986, p. 28) recomenda 04 (quatro) indicadores para a avaliação de
“performance” econômica da Cooperativa, quais são:
a– Margem de Ganho
Formula = MG = SO x100
ROL
SO = Sobra Operacional1
ROL = Receita Operacional Líquida (vendas liquidas)
A margem de ganho (MG), como o próprio nome indica, apresenta o
percentual de ganho contido em cada 100 unidades monetárias de venda.
Internamente, a MG deve ser calculada, não apenas para o conjunto do faturamento,
mas também para cada linha de venda, já que a margem não é homogênea para
todo de venda, conforme evidenciada no quadro nº 2 apresentado abaixo:
PRODUTOS SOBRAS
OPERACIONAIS
VENDAS MARGEM DE
GANHO
A 300,00 1.000,00 30%
B 100,00 400,00 25%
C 200,00 1.600,00 12,5%
TOTAL 600,00 3.000,00 20% QUADRO 2 – DEMONSTRAÇÃO DA MARGEM DE GANHO Fonte: Elaboração do Autor (2008)
Buscou-se demonstrar no quadro nº 2 referenciado acima que as margens de
ganho operacional de cada produto. O valor total representa a margem de ganho
total da cooperativa considerando a contribuição percentual de cada produto.
b – Giro do Ativo Operacional (GAO) Esse é o segundo indicador que mede a eficiência da Gestão:
Formula = ROL
AO
1 A Sobra Operacional consiste em similar ao Resultado Operacional obtido pelas demais empresas.
35
ROL = Receita Operacional Líquida (vendas líquidas)
AO = Ativo Operacional
O GAO mede a capacidade do investimento operacional gerar vendas.
A administração é responsável pela totalidade dos recursos entregues pelos
cooperados e terceiros a cooperativa. A gerência desses recursos resulta de
vendas. O ideal, dentro do conceito de racionalização, é maximizar vendas com
investimentos estritamente necessários. O investimento básico deve ter uma
capacidade de produzir e vender compatível com o seu montante. Essa habilidade
sem duvida é administrativa. Tanto no momento do investimento, como na fase de
obtenção da produção e da receita, essa habilidade é reivindicada.
c– Retorno do Ativo Operacional (RAO)
Formula = RAO = SO x 100
AO
SO = Sobra Operacional
AO = Ativo Operacional
Sob o ponto de vista gerencial esta é a medida mais importante, pois ,
quantifica percentualmente o desempenho da administração. É pois uma taxa
técnica que comprara a sobra obtida nas operações com o investimento feito para o
fim especifico da empresa cooperativa.
d – Desempenho por Cooperado (DC)
Formula = DC = ROL
NA
ROL = Receita Operacional Líquida (venda Líquida)
NA = Número de Associados
Esse indicador dá o faturamento líquido alcançado para cada associado. Em
uma cooperativa fechada de consumo representa o que cada associado comprou
em média por ano. Já em uma cooperativa de trabalho, significa a média de serviços
prestados pelos profissionais cooperados, em uma cooperativa de produção
representa a contribuição média de cada cooperado para o montante vendido.
36
2.4.3 Capacidade financeira da empresa cooperativa.
O objetivo de liquidez da empresa cooperativa, em tese é o mesmo da
empresa não cooperativa , salvo naqueles casos em que prazos especiais de
pagamento ou recebimento sejam solicitados, tanto em vistas as característica da
cooperativa. As cooperativas de consumo e produção podem atuar com níveis de
estoques, contas a receber e a pagar que quase tangenciam a liquidez. Isto é uma
cooperativa pode apresentar uma capacidade de pagamento a curto prazo em baixa,
devido á margem de segurança obtida pelo singular fato de existir maior controle.
(SICOOB/SC.2006.p11)
Quanto a capacidade de pagamento a longo prazo pode ser analisada por
dois indicadores básicos: liquidez geral e grau de endividamento.
(SICOOB/SC.2006.pg.12)
a - Liquidez Geral (LG)
Formula = LG = AC + RLP
P
AC = Ativo circulante
RLP = Realizável a longo Prazo
P = Passivo Total (divida a curto e a longo prazo)
b - Grau de Endividamento (GE) Formula = GE = P x100
A
P = Passivo Total
A = Ativo Total
A capacidade financeira da cooperativa simplesmente, pode ser verificada
através de dois indicadores básicos apresentados anteriormente.
Liquidez Corrente (LC) para medir a liquidez e o grau de endividamento (GE)
para medir a capacidade de pagamento a longo prazo. (SICOOB/SC.2006.p 12).
Os indicadores econômicos e financeiros são muito importante para que os
37
administradores analisem o desempenho econômico e a capacidade de pagamento
da cooperativa. Referem –se sobretudo a rentabilidade e a liquidez, correspondendo
ao enfoque da cooperativa como empresa.
O relatório é a forma pela qual a interpretação dos indicadores se manifesta ,
essa é a idéia chave da análise é a interpretação dos indicadores e não o seu
calculo apenas, que deve preocupar o analista. Os números são frios e não explicam
toda a realidade econômica, financeira e social do empreendimento cooperativo.
Devem , pois ser interpretados através de relatórios, que considere todos os
aspectos da cooperativa e de seu meio social , econômico e
cultural.(SICOOB/SC.2006.p.12)
Nesse sentido querem frisar que o ambiente no qual a empresa cooperativa
atua não deve ser desconsiderado pelo analista. Ao mesmo tempo, nunca se deve
perder de vista as características específicas das cooperativas, estabelecidas na
legislação cooperativista brasileira e que as distinguem das demais empresas.
Lembramos que nessa tarefa analítica a criatividade deve esta sempre aliada ao
bom senso.(SICOOB/SC.2006.p.12)
Nos próximos capítulos será a avaliação dos indicadores sobre as
demonstrações contábeis, já fazendo a parte pratica da analise dos próprios
indicadores econômicos e financeiros.
3 METODOLOGIA
Contextualizar o trabalho, falar da pesquisa bibliográfica e documenta ( quais
foram os relatórios acessados). Os dados coletados foram classificados conforme
planilha em excell disponibilizada na disciplina de Análise de Demonstrações
Contábeis. Os resultados são apresentados na forma de tabelas e gráficos.
Essa análise foi realizada numa cooperativa do sistema SICOOB/SC referente
ao exercício do ano de 2007, conforme demonstrações abaixo e feita algumas
observações sobre a análise, período foi de Janeiro a Junho de 2007
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA
Quanto à natureza, esta pesquisa é do tipo aplicada por se tratar de uma
aplicação para uma organização específica, ou seja, não se pretende generalizar os
resultados.
Quanto à forma, é do tipo qualitativa, levando em conta Richardson (1999, p.
80, apud RAUPP e BEUREN, 2003, p.91):
os estudos que empregam uma metodologia qualitativa podem descrever a complexidade de determinado problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos vividos por grupos sociais”, já que na quantitativa podemos fazer uso de disciplinas como a matemática e a estatística.
Quanto aos objetivos, trata-se de pesquisa exploratória. Para Raupp e Beuren
(2003,p.80): “contribui para o esclarecimento de questões superficialmente
abordadas sobre o assunto e importantes para a condução da pesquisa”.
Quanto aos procedimentos bibliográficos a pesquisa é embasada em
publicações diversas, principalmente livros, artigos periódicos e informações
disponibilizadas nos meios eletrônicos e nos relatórios da Cooperativa A, levando
em conta (GIL,1994).
39
Cervo e Bervian (1983, p. 55 apud RAUPP e BEUREN 2003, p.86):
definem a pesquisa bibliográfica, como a que explica um problema a partir de referenciais teóricos publicados em documentos. Pode ser realizada independentemente ou como parte da pesquisa descritiva ou experimental. Ambos os casos buscam conhecer e analisar as contribuições culturais ou científicas do passado existentes sobre um determinado assunto, tema ou problema. O material consultado abrange todo referencial já tornado público em relação ao tema de estudo, desde boletins, jornais, revistas livros entre outros.
Esse procedimento satisfaz dois tipos de pesquisa: tanto a descritiva quanto a
experimental, sendo que ambas procuram um melhor entendimento teórico para que
seja possível implementar na prática.
Uma vez enquadrado o trabalho metodologicamente, é preciso identificar os
instrumentos utilizados para verificar a aderência da parte teórica com os aspectos
metodológicos nas análises dos resultados da pesquisa. Julgou-se o instrumento de
estudo de caso por meio de uma investigação documental como o mais adequado,
devendo, na próxima seção, ser apresentado com mais detalhes.
3.2 ESTUDO DE CASO
O Estudo de Caso tem como propósito identificar a aderência do que foi
estruturado teoricamente com a prática, muitas vezes tendo que ir à exaustividade
de maneira a permitir que o conhecimento se torne explícito e estruturado.
Gil (1996, p. 58) destaca que: O estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira que permita o seu amplo e detalhado conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante os outros delineamentos considerados.
O presente trabalho aborda um estudo concentrado de um único caso. Raupp e
Beuren (2003) afirmam que o Estudo de Caso geralmente tem esse entendimento,
por isso, faremos uso deste tipo de abordagem.
A metodologia adotada, portanto, teve como fundamento um estudo de caso,
envolvendo uma cooperativa de trabalho real, denominada “Cooperativa de Trabalho
A”, para preservação de sua identidade.
40
3.3 CARACTERIZAÇÃO DA ENTIDADE
A Cooperativa de Crédito Mútuo do Sistema xx01 “Cooperativa de Trabalho A”,
objeto de aplicação do instrumento de pesquisa tem sua atuação junto aos
profissionais das Instituições de Ensino da Região Metropolitana de Florianópolis,
conta com cerca de x associados , foi constituída em 24 de Julho de 1993.
Na seção seguinte vamos apresentar os procedimentos metodológicos
utilizados na pesquisa.
3.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O primeiro passo no sentido de realizar o presente trabalho, foi identificar uma
cooperativa real, cujos dirigentes estivessem de acordo com a nossa proposta de
estudo de caso.
4 RESULTADO DA PESQUISA.
A Cooperativa de Crédito utilizada caracteriza-se por atuar na região do
Estado de SC, conta com x associados. Serão apresentados a seguir os resultados
obtidos pela pesquisa.
As Demonstrações aqui apresentada são um Balanço Patrimonial e uma
Demonstração de Resultado (DRE). Os Indicadores Econômicos Foram apurados
conforma dados referente ás demonstrações citadas, como foi mencionado nesse
trabalho nem todos os indicadores foram usados por não terem as informações
devidas como coletas de informações de dados.
Estão Demonstrado em Gráfico e logo após feita uma analise pra
demonstrações dos índices apurados,
Logo a seguir temos demonstrado em planilha de Excell um Balanço
Patrimonial e uma Demonstração de Resultados, o nome dessa Cooperativa de
Crédito será um ( nome fictício, embora se trate de um caso real), apresentar e emitir
um diagnostico sobre a situação econômica – financeira da empresa no período de
2007 e 2006, e logo depois apurações de alguns indicativos aqui demonstrados em
gráficos.
Conforme a analise dos índices, o resultado desta empresa conforme os
enfoques das obras dos Professores Alexandre Assaf Neto e Matarazzo, “Estrutura
e Analise de Balanço”, apresenta viável ao mercado financeiro.
42
4.1 BALANÇO E A DRE
Apresentam-se as demonstrações utilizadas para analisar a cooperativa de
crédito em análise.
COOPERATIVA DE CRÉDITO MÚTUO DO SISTEMA .XX01 BALANÇO PATRIMONIAL Exercício Findo em 31/12/2007 e 2006 Descrição 2007 2006 Descrição 2007 2006ATIVO PASSIVO CIRCULANTE 1.452.240 1.082.455 CIRCULANTE 1.057.959 826.867Disponibilidade 279.229 285.601 Depósitos á Vista 387.938 287.577Relação Interfinanceira 4.002 8.213 Depósitos Remunerados 351.118 197.476Operação de Crédito 1.090.042 787.698 Relação Interfinanceira 255.553Outros Créditos 22.149 943 Obrig. p/Empréstimo 231.044 24.225Desp. Pagas Antecipadas 56.818 Outras Obrigações 87.859 62.036ATIVO PERMANENTE 130.094 119.195 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 524.375 374.783 TOTAIS 1.582.334 1.201.650 TOTAIS 1.582.334 1.201.650QUADRO 3 – BALANÇO PATRIMONIAL Fonte: COOPERATIVA DE CRÉDITO MÚTUO DO SISTEMA .XX01
COOPERATIVA DE CRÉDITO MÚTUO DO SISTEMA .XX01 DEMONSTRAÇÕES DO RESULTADO Exercício Findo em 31/12/2007 e 2006
Descrição 2007 2006 Receitas Financeiras 304.630 287.923Operações de Crédito 294.905 287.174Operações com Títulos e Valores mobiliários 9.725 749Despesas Financeiras -177.343 -81.123Captação no Mercado -48.774 -23.404Empréstimos e Repasses -45.480 -94.754Provisão Crédito de Liquidação Duvidosa -83.089 37.035Resultado Bruto Financeiro 127.287 206.800Despesas Operacionais -132.934 -127.799Despesas com Pessoal e Administrativas -270.143 -194.321Outras Receitas Operacionais 150.126 82.687Outras Despesas Operacionais -12.917 -16.165Resultado Operacional -5.647 79.001Resultado não Operacional 961 301Resultado antes das Destinações -4.686 79.302Participações Estatutárias 0 -9.428Resultado Liquido -4.686 69.874QUADRO 4 – DEMONSTRAÇÕES DO RESULTADO Fonte: COOPERATIVA DE CRÉDITO MÚTUO DO SISTEMA .XX01
43
A seguir apuração dos indicadores da cooperativa em análise.
4.2 OS INDICADORES APURADOS
Quanta análise da liquidez geral tem-se uma situação confortável conforme
apresenta o Quadro 5.
ÍNDICE 2006 2007 LG 1,31 1,37
QUADRO 5 – INDICE DE LIQUIDEZ GERAL Fonte: Elaboração do Autor (2008)
FIGURA 3 – INDICADOR DE LIQUIDEZ GERAL Fonte: Elaboração do Acadêmico (2008)
Conforme a Figura 3, a cooperativa aqui analisada, no que diz respeito a sua
liquidez Geral e como mencionado pelos os autores como Matarazzo e Assf Neto,
esta cooperativa teve melhor desempenho em 2007 conforme apuração de seu
índice e com dados relativos a suas demonstrações contábeis , tendo uma
viabilidade e com isso não colocando em risco a capital da empresa.
Já a grau de endividamento mostra-se bastante elevado.
ÍNDICE 2006 2007 GE 2,21 2,02
QUADRO 6 – INDICE DE GRAU DE ENDIVIDAMENTO Fonte: Elaboração do Autor (2008)
44
FIGURA 4 – INDICADOR DE GRAU DE ENDIVIDAMENTO Fonte: Elaboração do Acadêmico (2008)
Conforme gráfico acima e apurados seu indicador de Grau de endividamento
ela teve um em 2006 um índice maior do que em 2007 mas com tudo ela tem uma
viabilidade , e não vem compromete o Capital e a liquidez da empresa.
ÍNDICE 2006 2007 MG 27,43 ‐1,85 GAO 0,26 0,20 RAO 7,13 ‐0,37
QUADRO 7 – INDICADOR DE MARGEM DE GANHO, IND. GIRO DO ATIVO OPERACIONAL E IND. DO RETORNO DO ATIVO OPERACIONAL
FIGURA 5 – INDICADOR DE MARGEM DE GANHO, IND. GIRO DO ATIVO OPERACIONAL E IND. DO RETORNO DO ATIVO OPERACIONAL Fonte: Elaboração do Acadêmico (2008)
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O quadro nº.7 e a figura nº.5 demonstram que os indicadores de rentabilidade
e lucratividade apresentaram retração no período observado , o quadro de prejuízo
evidenciado no exercício de 2007.Tal situação deveu-se a uma expansão
considerável das despesas de captação, encarecimento do dinheiro disponível no
mercado , o aumento das despesas com provisão para créditos de liquidação
duvidosa (aumento dos níveis de inadimplência nas operações contratadas) e ainda,
o aumento das despesas operacionais, notadamente, as despesas administrativas e
de pessoal.
A seguir as considerações finais da referida pesquisa, e sugestões para
futuros trabalhos.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em relação aos resultados apresentados esta pesquisa permitiu a emissão
de algumas observações:
5.1 QUANTO AO ALCANCE DOS OBJETIVOS
A comentar será sobre os objetivos específicos e o objetivo geral conforme
citado nesse trabalho:
O primeiro foi descrever o cooperativismo e seus princípios realmente
conforme citado nesse trabalho foi alcançado porque conseguimos através da
fundamentação teórica, onde comentou-se sobre a Evolução Histórica do
cooperativismo no mundo, também sobre seus precursores principais e chegou a
natureza dos princípios tudo comentado e justificado, conforme as pesquisas
bibliográficas, documentos eletrônicos, a grandes pensadores e defensores deste
tema.
O segundo objetivo especifico foi identificar os tipos e as categorias que
compõem as centrais de cooperativa de credito, para alcançarmos esse segundo
objetivo tivemos que começar a falar sobre o Cooperativismo no Brasil, os sistemas
de créditos, as suas centrais a sua distribuição geográfica de suas centrais e
cooperativas de crédito, também foi um objetivo que demonstramos, e comprovar
conforme autores , obras, documentais listados nas referencias bibliográfica desse
trabalho. O terceiro objetivo especifico é identificar as estruturas dos demonstrativos
contábeis utilizados pelas cooperativas, pra tecer comentários começamos pela
principal que é a contabilidade que é a ferramenta que o contador precisa pra
identificar e começar a trabalhar e logo depois de esclarecer a contabilidade fomos
pra a análise das demonstrações contáveis onde nesse trabalho colocamos um
Balanço Patrimonial e uma Demonstração de Resultado uma DRE, que através
desta demonstrações podemos começar a analisar certos indicadores.
Conforme relatado acima falta falar do objetivo central que é analisar a
situação econômica e financeira de uma cooperativa de crédito, pra chegarmos a
fazer a análise tivemos que primeiro comentar e entender alguns pontos fortes que
47
são os indicadores sociais e de avaliações de uma cooperativa de crédito, e depois
saber como funciona e como podemos apurar a capacidade financeira da empresa,
logo após sabermos um pouco do que foi citado, começamos a apurar os
indicadores conforme as demonstrações aqui comentada que é o Balanço
Patrimonial e a DRE, e com essas demonstrações podemos apurar conforme
gráficos, e tabelas de calculo, os indicadores e com isso fazer uma análise onde
depois com isso esclarecidos e comprovados podemos tomar nossas decisões com
base nas demonstrações e com a analise dos indicadores econômicos e financeiros
da cooperativa.
Hoje em dia o Cooperativismo de Crédito tem muito a crescer, mesmo com a
crise atual no mercado financeiro ele tem um regimento onde o Banco Central do
Brasil tem suas regras e sempre com auditorias e sistema fiscal em dia, pra melhor
funcionamento e credibilidade no mercado financeiro.
5.2 LIMITAÇÕES
A dificuldade foi em relação a bibliografias, porque hoje a maioria das
cooperativas tem material lançado em sites próprios com diversas citações, e não
tem livros atuais à maioria é material confeccionado pelas centrais e lançado como
apostila, e pouco material bibliográfico, onde dificulta um pouco a pesquisa.
5.3 RECOMENDAÇÕES PRA FUTUROS TRABALHOS.
Como sugestão de novos trabalhos evidencia-se a necessidade de estudos
acerca de inadimplência, buscando identificar se a mesma tem origem , em
equívocos na definição da política de crédito , ou nos processos de concessão, sem
a observância dos procedimentos definidos nesta.
Pode-se ainda sugerir que sejam realizados estudos dos indicadores
econômicos – financeiros em outros tipos de cooperativas: as agrícolas, industriais e
de serviços.
REFERENCIAS
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