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FACULDADE REGIONAL PALMITOS - FAP ESTUDO DIRIGIDO DE PRODUÇÃO DE TEXTOS Nº 01 Não se esqueça! Saber escrever pressupõe, antes de mais nada, saber ler e pensar... Escrever é colocar idéias no papel de forma organizada... O pensamento é expresso por palavras, que são registradas na escrita, que por sua vez é interpretada pela leitura... Ler, portanto, é fundamental para escrever... É lendo que chegamos ao conhecimento de outros ramos do saber... Que tal lermos um livro agora? Você produz textos o tempo todo, dentro e fora da Faculdade... Caro(a) Estudante(a): Este material foi preparado com muito carinho para auxiliar as suas produções textuais. Procure utilizá-lo sempre que possível, acrescentando informações que lhe forem repassadas pelos seus professores. Observe que a coluna ao lado traz dicas, resumos e informações importantes. Neste estudo dirigido (Nº1), vamos entender quais são os principais pontos que você precisa observar para escrever um bom texto. Vamos aprender, também, o que é coesão e coerência. É muito fácil! Temos certeza de que você vai gostar! Nós estaremos juntos com você, guiando e dirigindo seus estudos! Vamos em frente! INTRODUÇÃO: VAMOS APRENDER A LER , A ESCREVER E A PENSAR MAIS E MELHOR? Escrever é colocar idéias no papel de forma organizada. Ora, as idéias não surgem do nada; elas são frutos dos processos de comunicação dos quais participamos e das informações a que temos acesso vivenciando experiências, conversando e lendo, lendo, lendo. Porém, uma leitura sem compreensão não é leitura. Ler sem compreender é parar na etapa da decodificação do sinal gráfico. Para que uma leitura seja eficiente, é preciso que haja interação entre leitor e texto lido, um atuando sobre o outro, porque ler é atribuir significado; é construir um significado para o texto lido. Ao fazermos isso, estamos construindo, ampliando nossa leitura de mundo. Saber escrever pressupõe, antes de tudo, saber ler e pensar. O pensamento é expresso por palavras, que são registradas na escrita, que por sua vez é interpretada pela leitura. Como estas atividades estão intimamente relacionadas, podemos concluir que quem não pensa (ou pensa mal) não escreve (ou escreve mal) e quem não lê (ou lê mal) não escreve (ou escreve mal). Você já observou que, apesar do excepcional poder dos meios eletrônicos de comunicação de massa, não há notícia de que o número de publicações impressas tenha diminuído? A cada dia publicam-se mais e mais livros, jornais e revistas. Isso porque a leitura da palavra escrita ainda é uma das formas mais ricas da informação, já que grande parte do conhecimento nos é apresentada em linguagem escrita. É, portanto, lendo que chegamos ao conhecimento de outros ramos do saber. Ler, portanto, é fundamental para escrever. Mas, como já dissemos,

Estudos Dirigidos Prod Textos Número 01

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ESTUDOS DIRIGIDOS DE PRODUÇÃO TEXTUAL

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FACULDADE REGIONAL PALMITOS - FAP

ESTUDO DIRIGIDO DE PRODUÇÃO DE TEXTOS

Nº 01

Não se esqueça!

Saber escrever pressupõe, antes de mais nada, saber ler e pensar... Escrever é colocar idéias no papel de forma organizada... O pensamento é expresso por palavras, que são registradas na escrita, que por sua vez é interpretada pela leitura... Ler, portanto, é fundamental para escrever...

É lendo que chegamos ao conhecimento de outros ramos do saber...

Que tal lermos um livro agora?

Você produz textos o tempo todo, dentro e fora da Faculdade...

Caro(a) Estudante(a):

Este material foi preparado com muito carinho para auxiliar as suas produções textuais. Procure utilizá-lo sempre que possível, acrescentando informações que lhe forem repassadas pelos seus professores. Observe que a coluna ao lado traz dicas, resumos e informações importantes. Neste estudo dirigido (Nº1), vamos entender quais são os principais pontos que você precisa observar para escrever um bom texto. Vamos aprender, também, o que é coesão e coerência. É muito fácil! Temos certeza de que você vai gostar! Nós estaremos juntos com você, guiando e dirigindo seus estudos! Vamos em frente!

INTRODUÇÃO: VAMOS APRENDER A LER, A ESCREVER E A PENSAR MAIS E

MELHOR?

Escrever é colocar idéias no papel de forma organizada. Ora, as idéias não surgem do nada; elas são frutos dos processos de comunicação dos quais participamos e das informações a que temos acesso vivenciando experiências, conversando e lendo, lendo, lendo. Porém, uma leitura sem compreensão não é leitura. Ler sem compreender é parar na etapa da decodificação do sinal gráfico. Para que uma leitura seja eficiente, é preciso que haja interação entre leitor e texto lido, um atuando sobre o outro, porque ler é atribuir significado; é construir um significado para o texto lido. Ao fazermos isso, estamos construindo, ampliando nossa leitura de mundo. Saber escrever pressupõe, antes de tudo, saber ler e pensar. O pensamento é expresso por palavras, que são registradas na escrita, que por sua vez é interpretada pela leitura. Como estas atividades estão intimamente relacionadas, podemos concluir que quem não pensa (ou pensa mal) não escreve (ou escreve mal) e quem não lê (ou lê mal) não escreve (ou escreve mal). Você já observou que, apesar do excepcional poder dos meios eletrônicos de comunicação de massa, não há notícia de que o número de publicações impressas tenha diminuído? A cada dia publicam-se mais e mais livros, jornais e revistas. Isso porque a leitura da palavra escrita ainda é uma das formas mais ricas da informação, já que grande parte do conhecimento nos é apresentada em linguagem escrita. É, portanto, lendo que chegamos ao conhecimento de outros ramos do saber. Ler, portanto, é fundamental para escrever. Mas, como já dissemos,

Ninguém é capaz de escrever bem, se não sabe bem o que vai escrever... As condições para a redação no exercício da vida profissional são muito diversas das da redação escolar. Não há um jeito especial para a redação, ao contrário do que muita gente pensa. Há apenas uma falta de preparação inicial, que o esforço e a prática vencem. A arte de escrever depende muito de nós mesmos, de uma disciplina mental e pela observação cuidadosa do que os outros escreveram... *Fonte: CAMARA JR., Joaquim Mattoso. Manual de expressão oral & escrita. &.ed. Petrópolis: Vozes, 1983.

O padrão coloquial faz referência à utilização da linguagem em contextos informais, íntimos e familiares, que permitem maior liberdade de expressão.

O padrão formal

não basta ler; é preciso entender o que se lê. Enfim, necessário compreender o sentido da organização das frases num determinado texto para que se cumpra uma das finalidades da leitura: a compreensão das idéias.

PRODUZINDO UM TEXTO

Você já parou para se perguntar quantos textos produz? Em, que situações? Quantos textos orais e escritos? Você produz textos nas mais diversas situações. Se pensarmos mais especificamente nos textos escritos, você é “convocado”, freqüentemente, a escrever bilhetes, cartas, requerimentos, relatórios, e-mails, etc. Se fechamos mais ainda o círculo, na Faculdade você também produz variados tipos de texto: uma resenha, um artigo para uma Revista, as respostas das avaliações, um resumo, uma apresentação, os textos do seu Estágio Supervisionado. Isso tudo sem contarmos, é claro, os textos orais que você produz ao conversar com seus colegas. Então, podemos dizer que você produz textos o tempo todo, dentro e fora da Faculdade. Para uma maior reflexão sobre os vários tipos de textos que produzimos e sobre a importância deles na Faculdade e no seu trabalho, propomos a leitura de “A arte de escrever”. Depois de ler o texto, discuta-o com os seus colegas.

A ARTE DE ESCREVER*

Há, portanto, uma arte de escrever – que é a redação. Não é uma prerrogativa dos literatos, senão uma atividade social indispensável, para a qual falta, não obstante, muitas vezes, uma preparação preliminar. A arte de falar, necessária à exposição oral, é mais fácil na medida em que se beneficia da prática da fala cotidiana, de cujos elementos parte em princípio. O que há de comum, antes de tudo, entre a exposição oral e a escrita é a necessidade da boa composição, isto é, uma distribuição metódica e compreensível de idéias. Impõe-se igualmente a visualização de um objetivo definido. Ninguém é capaz de escrever bem, se não sabe bem o que vai escrever. Justamente por causa disso, as condições para a redação no exercício da vida profissional ou no intercâmbio amplo dentro da sociedade são muito diversas das da redação escolar. A convicção do que vamos dizer, a importância que há em dizê-lo, o domínio de um assunto da nossa especialidade tiram à redação o caráter negativo de mero exercício formal, como tem na escola. Qualquer um de nós senhor de um assunto é, em princípio, capaz de escrever sobre ele. Não há um jeito especial para a redação, ao contrário do que muita gente pensa. Há apenas uma falta de preparação inicial, que o esforço e a prática vencem. Por outro lado, a arte de escrever, na medida em que consubstancia (reflete) a nossa capacidade de expressão do pensar e do sentir, tem de firmar raízes na nossa própria personalidade e decorre, em grande parte, de um trabalho nosso para desenvolver a personalidade por este ângulo. A arte de escrever precisa assentar numa atividade preliminar (inicial) já radicada, que parte do ensino escolar e de um hábito de leitura inteligentemente conduzido; depende muito, portanto, de nós mesmos, de uma disciplina mental adquirida pela autocrítica e pela observação

culto, por sua vez, é a modalidade de linguagem que deve ser utilizada em situações que exigem maior formalidade, sempre tendo em conta o contexto e o interlocutor.

O grande desafio que os dias de hoje impõem é você estar preparado para utilizar o nível de linguagem adequado à situação, ao(s) interlocutor(es).

É inegável que o padrão culto é o registro de prestígio social, via de regra exigido nas relações sociais de caráter profissional ou oficial

Fonte: Adaptado de: NICOLA, José de.;TERRA, Ernani. Português de olho no mundo do trabalho. São Paulo: Scipione, 2004.

O texto é uma unidade de significado produzida sempre com uma determinada intenção.

O sentido do texto decorre de um mecanismo de articulação.

cuidadosa do que os outros com bom resultado escreveram. Você leu o texto “A arte de escrever”? Se sim, reflita sozinho ou com seus colegas quais as principais diferenças entre os textos produzidos no seu trabalho e na Faculdade. Lembre-se de que você produz textos a todo o momento!!!

TEXTOS PRODUZIDOS POR VOCÊ NO TRABALHO NA FACULDADE

e-mail Uma avaliação escrita ofício Um texto para uma apresentação

relatório Um trabalho

E AGORA? COMO É QUE EU ESCREVO???

Leia atentamente o e-mail abaixo:

Você leu o e-mail da Beti acima? Observou que ela escreveu um texto com uma linguagem informal? Sim! É isso mesmo! De maneira geral, podemos distinguir o padrão formal culto do padrão coloquial. O padrão coloquial faz referência à utilização da linguagem em contextos informais, íntimos e familiares, que permitem maior liberdade de expressão. Esse padrão mais informal também é encontrado em propagandas, programas de televisão, e-mails, programas de rádio, etc. O padrão formal culto, por sua vez, é a modalidade de linguagem que deve ser utilizada em situações que exigem maior formalidade, sempre tendo em conta o contexto e o interlocutor. Caracteriza-se pela seleção e combinação das palavras, pela adequação a um conjunto de normas, entre elas, a concordância, a regência, a pontuação, o emprego correto das palavras quanto ao significado, a organização das orações e dos períodos, as relações entre os termos, orações, períodos e parágrafos.

Ao pensar em articulação, devemos perceber o texto como uma estrutura em que há diversos segmentos, todos relacionados uns com os outros.

Cada segmento textual é pressuposto do seguinte, que, por sua vez, será pressuposto para os que o sucederem, formando uma cadeia em que todos estejam harmônicos entre si. Quando isso ocorre, dizemos que o texto é COERENTE, isto é, tem sentido.

Para que um texto seja coeso é preciso que os elementos de coesão estabeleçam relações lógicas entre os vários segmentos

Imaginem um guardanapo. Cada ponto do guardanapo é um elemento do texto. Os nós do guardanapo são os elementos coesivos que

O grande desafio que os dias de hoje impõem é você estar preparado para utilizar o nível de linguagem adequado à situação, ao(s) interlocutor(es). No entanto, é inegável que o padrão culto é o registro de prestígio social, via de regra exigido nas relações sociais de caráter profissional ou oficial (provas de concursos, cartas solicitando empregos, etc.). É também a linguagem utilizada em editoriais de jornais e revistas; contratos, livros didáticos, científicos, etc. O e-mail a seguir apresenta um texto utilizando a linguagem formal culta:

Se você leu o e-mail acima deve ter ficado com pena da Jenisse, né? Que “amiga-da-onça” essa Beti...Não acha? Bem, então, vamos praticar a nossa escrita formal culta? Escreva um e-mail para um amigo seu, professor(a), colega de trabalho. Procure ser objetivo e claro. Peça à pessoa para a qual você vai escrever que lhe devolva o e-mail com as observações a respeito do seu texto, isto é, peça a essa pessoa que corrija o seu texto dentro da norma formal culta.

VAMOS DAR SENTIDO AO NOSSO TEXTO?

Produzimos textos porque pretendemos informar, divertir, explicar, convencer, discordar, ordenar, etc., ou seja, o texto é uma unidade de significado produzida sempre com uma determinada intenção. Assim, como a frase não é uma simples sucessão de palavras, o texto também não é uma simples sucessão de frases, mas um todo organizado capaz de estabelecer contato com nossos interlocutores, influindo sobre eles. O sentido do texto decorre de um mecanismo de articulação. Ao pensar em articulação, devemos perceber o texto como uma estrutura em

“colam e unem os vários pontos”. Não é à toa que a palavra “texto” significa “tecido”, ou seja, uma junção de nós e pontos harmônicos entre si.

Este material não

tem fins comerciais.

Fonte: Adaptado de: NICOLA, José de.;TERRA, Ernani. Português de olho no mundo do trabalho. São Paulo: Scipione, 2004. Os textos nos e-mails não são verídicos e qualquer semelhança é mera coincidência.

que há diversos segmentos, todos relacionados uns com os outros. Essas relações se estabelecem em dois planos: o do conteúdo (idéias) e o da amarração (relações lingüísticas). Estamos falando de dois termos que provavelmente você já ouviu falar, COERÊNCIA E COESÃO. Não se preocupe, são fáceis de entender! Vamos às explicações, analisando o e-mail que a Jenisse mandou para a Beti:

Observe no e-mail o encadeamento das idéias. Cada segmento textual é pressuposto do seguinte, que, por sua vez, será pressuposto para os que o sucederem, formando uma cadeia em que todos estejam harmônicos entre si. Quando isso ocorre, dizemos que o texto é COERENTE, isto é, tem sentido. A coesão textual, por sua vez, trata da “cola” do texto, isto é, dos elementos presentes do texto que o unem tornando-o coeso. Para que um texto seja coeso é preciso que os elementos de coesão estabeleçam relações lógicas entre os vários segmentos. Imaginem um guardanapo. Cada ponto do guardanapo é um elemento do texto. Os nós do guardanapo são os elementos coesivos que “colam e unem os vários pontos”. Não é à toa que a palavra “texto” significa “tecido”, ou seja, uma junção de nós e pontos harmônicos entre si. O e-mail acima também é um texto coeso. Observe a expressão: “levei um susto ao lê-lo”. O termo “lo” refere-se à “e-mail”, fazendo uma referenciação para trás. Esse processo de referenciação (para trás ou para a frente) é denominado de COESÃO. Observe também que o termo “susto” repete-se, reforçando a coesão textual (a cola, a união dos termos do texto). Viu! Fácil, né! Você acaba de aprender a coesão e coerência textuais lendo os e-mails da Beti e da Jenisse.