159
.b BRUNA RAFAELA MARTINS DOS SANTOS ANÁLISE IMUNO-HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS RELACIONADAS ÀS RESPOSTAS Th1, Th2 e Th17 NA DOENÇA PERIODONTAL Natal - RN 2011

ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

  • Upload
    hathien

  • View
    219

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

.b

BRUNA RAFAELA MARTINS DOS SANTOS

ANÁLISE IMUNO-HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS

RELACIONADAS ÀS RESPOSTAS Th1, Th2 e Th17

NA DOENÇA PERIODONTAL

Natal - RN 2011

Page 2: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

BRUNA RAFAELA MARTINS DOS SANTOS

ANÁLISE IMUNO-HISTOQUÍMICA DE

PROTEÍNAS RELACIONADAS ÀS

RESPOSTAS Th1, Th2 e Th17 NA

DOENÇA PERIODONTAL

Tese apresentada ao Colegiado do Programa de Pós-Graduação em Patologia Oral da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como parte dos requisitos para obtenção do Título de Doutor em Patologia Oral.

Orientadora: Profª Drª Roseana de Almeida Freitas

Natal-RN 2011

Page 3: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

Santos, Bruna Rafaela Martins dos.

Análise imuno-histoquímica de proteínas relacionadas às respostas Th1, Th2 e

Th17 na doença periodontal/ Bruna Rafaela Martins dos Santos. – Natal, RN, 2011.

160 p. : il.

Orientador: Profa. Dra. Roseana de Almeida Freitas.

Tese (Doutorado em Patologia Oral) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências da Saúde. Departamento de Odontologia. Programa de Pós-Graduação em Patologia Oral.

1. Doenças periodontais – Tese. 2. Citocinas – Tese. 3. Imuno-histoquímica – Tese. 4. Fatores de transcrição – 5. Resposta imune – I. Freitas, Roseana de Almeida. II. Título.

RN/UF/BSO Black D64

Catalogação na Fonte. UFRN/ Departamento de Odontologia

Biblioteca Setorial de Odontologia “Profº Alberto Moreira Campos”.

Page 4: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me
Page 5: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

"Grandes realizações não são feitas por impulso, mas

por uma soma de pequenas realizações."

(Vincent Van Gogh)

Page 6: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me
Page 7: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

A DeusA DeusA DeusA Deus, por permitir mais essa vitória!

Aos meus paisAos meus paisAos meus paisAos meus pais que me proporcionaram a melhor educação e

estiveram sempre ao meu lado, prestando todo apoio necessário para

condução desse trabalho.

Ao meu noivo, Ton,Ao meu noivo, Ton,Ao meu noivo, Ton,Ao meu noivo, Ton, não poderia deixar de agradecer pela

compreensão em todos os momentos da construção dessa pesquisa, dia e

noite ao meu lado, renunciando minha presença em prol dessa conquista.

Obrigada por tudo!

"Para realizar grandes conquistas, devemos não apenas agir, mas também sonhar;

não apenas planejar, mas também acreditar."

Anatole France

Page 8: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me
Page 9: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais Goretti e Rafael e meu irmão Igor, por terem me

proporcionado uma educação de qualidade, um convívio harmonioso com muito

carinho, auxílio e compreensão. Por serem a razão da minha vida, meus exemplos

diários e o alicerce que ergue meu ser. Obrigada pai e mãe! Essa vitória também é

de vocês!!!

Agradeço incondicionalmente ao meu noivo Ton, que esteve presente em

todos os momentos da minha construção profissional, que se dedicou a mim e

acompanhou os meus passos, pela imensa compreensão em todos os dias em que

não pude dar a atenção merecida, por ter suportado meus dias de mau humor, de

descrença e, principalmente, pela admiração, credibilidade e força depositadas em

mim. Obrigada meu amor!!! Você faz parte da minha vida e essa conquista também

é sua!!!

Aos meus sogros Sr. Wilton e Dona Cila, meu cunhado Vitor e Co-cunhada

Ana Paula que também acompanharam essa jornada e estiveram sempre ao meu

lado, incentivando, compreendendo e torcendo para que os dias de contagem de

células terminassem (risos)!!!

Agradeço a minha orientadora, Professora Roseana Freitas, por todos os

momentos da construção desse trabalho e ensinamentos dedicados a mim. Pela

convivência e disponibilidade, pela compreensão dispensada a mim nas horas mais

difíceis, pelos esclarecimentos proporcionados, pelas conversas claras e decisivas,

enfim, por tudo aquilo que nos ajudou no desempenho desse trabalho, bem como

na minha vida. Saiba que sempre estará guardada no meu coração e que tomarei

como ensinamento o nosso dia-a-dia.

Aos professores doutores Lélia Batista, Leão Pinto, Lélia Maria, Hébel,

Márcia, Éricka, Costinha, Ana Miryam e Manuel, que participaram dessa jornada

comigo, proporcionaram troca de saberes, novos ensinamentos e incentivos. Aos

mais antigos da casa, Professor Leão e Professora Lélia Batista, agradeço pelo

acompanhamento desde a graduação onde nasceu meu gosto pela patologia. À

Page 10: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

Professora Márcia, também agradeço por sua participação irrestrita na

qualificação desse trabalho. Saiba que suas contribuições foram muito bem-vindas.

Ao Professor Kenio, exemplo de sabedoria e amor pelo ensino, agradeço

imensamente por sua contribuição profissional durante a qualificação, na análise

estatística e, principalmente, pelos encontros casuais na faculdade para tirar

minhas dúvidas!!! Não poderia também deixar de agradecer pelo convívio, pela

amizade e compreensão.

Aos primeiros amigos de doutorado, Pollianna, Cristina, Karuza e George,

agradeço pelo convívio descontraído, pela troca de saberes, pelos momentos de

brincadeira, pelos risos e abraços, pelas comemorações. Guardo tudo na memória e

no coração!!!

Aos amigos que fiz no início do doutorado e se perpetuam até hoje, Betania,

Ruth, Deborah, Pedro Paulo e Marcelo, agradeço pelo adorável convívio, pelos

ensinamentos, pelos momentos de descontração, pelas risadas, pela força, pelo

apoio a qualquer hora e dia, pela sincera amizade!!! Estão todos no meu coração!!!

Aos amigos do mestrado que chegaram ao ano seguinte, Marianne, Felipe,

Emeline, Cyntia, Thaís, Maiara, Joabe, agradeço também pelo convívio agradável,

pela troca de informações profissionais, pela descontração, por estarem do meu

lado em todas as situações de estresse, por me aceitarem assim mesmo como sou!!!

Adoro vocês!!!

Agradeço aos amigos Águida, Alessandra, Ana Rafaela, Adriana,

Fernando, Keila, que me acompanharam nessa jornada e participaram ativamente

dos momentos de estresse. Obrigada pela compreensão e ajuda. Águida e Felipe,

obrigada irmãozinhos pela ajuda e por estarem sempre ali, preocupados comigo!!!

Assim que iniciou o doutorado, pude conviver com pessoas jamais vistas

(Valéria e Cassiano), outras conhecidas (Alexandre) e outras que já participavam

ativamente da minha vida (Bruna Amaral). Àquelas nunca vistas, tive o prazer de

conhecer pouco a pouco e me deslumbrar, seja com o conhecimento, seja com o

belo coração que pertence. Agradeço imensamente por ter conhecido você Valéria,

Page 11: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

uma amiga para todas as horas, uma pessoa de alma limpa e disposta a ajudar

sempre. Você é um exemplo de ser humano!!! Alê, você também foi uma pessoa

que descobri ter um imenso coração e que estava sempre ali, pronto pra nos

ajudar. Pena que não foi até o final! Você fez falta na conclusão dessa jornada!!!

Bruna, quem diria que seríamos tão próximas, não é?! Amiga, agradeço todos os

dias por tê-la ao meu lado! Você foi e é muito importante pra mim. Está presente

em minha vida há dez anos e quis o destino que assim fosse até hoje! Essa vitória,

mais do justa, também é sua!!!

Aos mais novos alunos Conceição, Dmitry, Bárbara, Ana Luiza, Clarissa,

Denize, Edilmar, Lucileide, Natália, Pedro Carlos e Roseane, agradeço pela

presença e convívio na Patologia Oral. Saibam que ali formamos uma família e

saímos da casa com amigos sinceros. Aproveitem o tempo em que estiverem por

lá!!!

Aos funcionários da Patologia Oral, Hévio, Sandrinha, Canindé, Gracinha,

Ricardo, Lourdinha e Idelzuíte, agradeço pelo convívio diário, pela amizade e

carinho!!! Idel, você está presente desde a graduação. Obrigada por tudo!!! Hévio,

muito obrigada pelo excelente trabalho e disposição a ajudar. Sandrinha minha

querida, você mora no meu coração!!! Agradeço pelo correto trabalho executado e

ajuda proporcionada. Canindé meu querido, você também participou de forma

ativa desse trabalho. Muito Obrigada!!! Ricardo e Lourdinha, apesar do pouco

convívio, porém intenso, agradeço também pela participação.

Aos professores Dr. Seabra, Raquel, Euler e Bruno, agradeço pela

disponibilidade em ajudar. Pude complementar minhas amostras graças a vocês!!!

Obrigada Professor Seabra por participar da minha vida desde a graduação. O

senhor é um exemplo de educador!!!

Agradeço ao Programa de Pós-Graduação em Patologia Oral, à

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e ao

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pelo

apoio e auxílio financeiro que possibilitaram a realização dessa pesquisa.

Page 12: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

Este é o final de um ciclo iniciado em 2000 quando ingressei na

Universidade. Hoje, paro para pensar quanto tempo dediquei a Graduação e Pós-

Graduação e, vejo que este é o meu caminho. Pauso aqui meus pensamentos

infinitos para finalizar agradecendo a todos pela compreensão para comigo, que

tiveram paciência nos momentos mais difíceis, sempre incentivaram e estiveram

ao meu lado, torcendo para que tudo desse certo. Sei que muitas vezes me mostrei

nervosa, chata, sem paciência, descrente em algumas horas, mas nunca perdi a

esperança. Com certeza, o convívio com todos e as palavras de carinho e incentivo

foram essenciais para que eu chegasse ao fim.

MUITO OBRIGADA !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Page 13: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me
Page 14: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

RESUMO

A doença periodontal é uma condição inflamatória de caráter infeccioso,

caracterizada pela destruição dos tecidos de proteção e sustentação dentários, face à

resposta produzida pelo hospedeiro frente às agressões sofridas pelos microrganismos.

Vários fatores estão envolvidos nesse processo, sendo as citocinas as principais

moléculas reguladoras dessa resposta imune, desempenhando um papel protetor e/ou

destrutivo na progressão da lesão. Diante disso, este experimento investigou a expressão

imuno-histoquímica de IFN-γ, GATA-3, IL-17, IL-23, IL-6 e TGF-β em tecidos

gengivais de humanos, na tentativa de se obter um maior entendimento da participação

das respostas imunes Th1, Th2 e Th17 no desenvolvimento destes processos

patológicos. Para tanto, oitenta e duas amostras de tecidos gengivais foram subdivididas

em três grupos: Grupo 1=15 (amostras de tecido gengival saudável-controle), Grupo

2=36 (amostras com gengivite crônica) e Grupo 3=31 (amostras com periodontite

crônica). Todos os casos foram submetidos à análise morfológica a partir de cortes

corados em hematoxilina e eosina e, posteriormente, submetidas à técnica de coloração

pela imuno-histoquímica através do método da Estreptoavidina-Biotina. Os resultados

mostraram positividade de marcação para todas as proteínas, sendo observada uma

maior tendência de marcação para as citocinas das respostas Th1 e Th17 no grupo 3.

Diferença estatisticamente significativa foi verificada entre a expressão de TGF-β e a

condição clínica das amostras (p=0,02). Assim, podemos concluir que as respostas Th1

e Th17 podem atuar sinergicamente no processo destrutivo dos tecidos periodontais,

sobrepondo-se à resposta Th2 que também se encontrou presente nestes tecidos.

Palavras-chave: Doenças periodontais, Resposta imune, Citocinas, Fator de

transcrição, Imuno-histoquímica.

Page 15: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me
Page 16: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

ABSTRACT

Periodontal disease is an inflammatory condition of infectious nature

characterized by destruction of protecting and supporting dental tissues. It happens as a

response produced by the host when attacked by microorganisms. Several factors are

involved in this process. Among them, cytokines are key regulatory molecules in this

immune response, playing a role either protective and/or destructive in lesion

progression. Thus, this study investigated the immunohistochemical expression of IFN-

γ, GATA-3, IL-17, IL-23, IL-6 and TGF-β in gingival tissues of humans, in an attempt

to gain a better understanding of the participation of Th1, Th2 and Th17 immune

responses in the development of periodontal disease processes. To this end, eighty-two

samples of gingival tissues were divided into three groups: Group 1 = 15 (samples of

healthy gum tissue as controls), Group 2 = 36 (samples with chronic gingivitis) and

Group 3 = 31 (samples with chronic periodontitis). All cases were submitted to

morphological analysis from sections stained with hematoxylin and eosin and then

subjected to staining by immunohistochemistry using the streptavidin-biotin method.

Results showed positive labeling for all proteins. Nonetheless, we observed a greater

expression of Th1 cytokines and Th17 cells in group 3. We found statistically

significant difference between TGF-β expression and the clinical condition of the

samples (p=0.02). We conclude that Th1 and Th17 responses may act synergistically in

the destructive process of periodontal tissue, overlapping the Th2 response that was also

present in these tissues.

Keywords: Periodontal disease, Immune response, Cytokines, Transcription factor,

Immunohistochemistry.

Page 17: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me
Page 18: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1. Gengiva clinicamente saudável - epitélio pavimentoso estratificado ceratinizado e

lâmina própria, sede de leve infiltrado inflamatório (H/E, 100x) .......................................................... 76

Figura 2. Gengiva clinicamente saudável - lâmina própria sede de leve infiltrado inflamatório

(H/E, 200x) ............................................................................................................................................ 77

Figura 3. Gengivite crônica - epitélio pavimentoso estratificado ceratinizado e lâmina

própria, sede de moderado infiltrado inflamatório (H/E, 100x) ............................................................ 78

Figura 4. Gengivite crônica - epitélio sulcular associado a moderado infiltrado inflamatório

localizado em situação justaepitelial (H/E, 200x) .................................................................................. 78

Figura 5. Gengivite crônica - detalhe da figura anterior mostrando o predomínio dos

linfócitos (H/E, 400x) ............................................................................................................................ 79

Figura 6. Periodontite crônica – evidencia-se lâmina própria sede de intenso infiltrado

inflamatório (H/E, 100x) ........................................................................................................................ 80

Figura 7. Periodontite crônica - infiltrado inflamatório em forma de placa na lâmina própria

(H/E, 200x) ............................................................................................................................................ 80

Figura 8. Periodontite crônica – infiltrado inflamatório constituído em sua maioria por

linfócitos e plasmócitos (H/E, 400x)...................................................................................................... 81

Figura 9. Gengiva clinicamente saudável - células inflamatórias, células endoteliais e

fibroblastos positivas para GATA-3 (SABC, 400x) .............................................................................. 84

Figura 10. Gengivite crônica - células inflamatórias, células endoteliais e fibroblastos

positivas para GATA-3 (SABC, 400x) .................................................................................................. 84

Figura 11. Periodontite crônica - células inflamatórias, células endoteliais e fibroblastos

positivas para GATA-3 (SABC, 400x) .................................................................................................. 85

Page 19: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

Figura 12. Gengiva clinicamente saudável - células inflamatórias, células endoteliais e

fibroblastos positivas para IL-17 (SABC, 400x) ................................................................................... 85

Figura 13. Gengivite crônica - células inflamatórias, células endoteliais e fibroblastos

positivas para IL-17 (SABC, 400x) ....................................................................................................... 86

Figura 14. Periodontite crônica - células inflamatórias, células endoteliais e fibroblastos

positivas para IL-17 (SABC, 400x) ....................................................................................................... 86

Figura 15. Gengiva clinicamente saudável - células inflamatórias, células endoteliais e

fibroblastos positivas para IL-23 (SABC, 400x) ................................................................................... 87

Figura 16. Gengivite crônica - células inflamatórias, células endoteliais e fibroblastos

positivas para IL-23 (SABC, 400x) ....................................................................................................... 87

Figura 17. Periodontite crônica - células inflamatórias, células endoteliais e fibroblastos

positivas para IL-23 (SABC, 400x) ....................................................................................................... 88

Figura 18. Gengiva clinicamente saudável - células inflamatórias, células endoteliais e

fibroblastos positivas para IL-6 (SABC, 400x) ..................................................................................... 88

Figura 19. Gengivite crônica - células inflamatórias, células endoteliais e fibroblastos

positivas para IL-6 (SABC, 400x) ......................................................................................................... 89

Figura 20. Periodontite crônica - células inflamatórias, células endoteliais e fibroblastos

positivas para IL-6 (SABC, 400x) ......................................................................................................... 89

Figura 21. Gengiva clinicamente saudável - células inflamatórias, células endoteliais e

fibroblastos positivas para TGF-β (SABC, 400x) .................................................................................. 90

Figura 22. Gengivite crônica - células inflamatórias, células endoteliais e fibroblastos

positivas para TGF-β (SABC, 400x) ..................................................................................................... 90

Figura 23. Periodontite crônica - células inflamatórias, células endoteliais e fibroblastos

positivas para TGF-β (SABC, 400x) ..................................................................................................... 91

Figura 24. Gengiva clinicamente saudável – positividade do IFN-γ observada tanto em

células quanto na matriz extracelular (SABC, 400x) ............................................................................. 91

Page 20: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

Figura 25. Gengivite crônica – expressão positiva do IFN-γ em células e na matriz

extracelular (SABC, 400x) ..................................................................................................................... 92

Figura 26. Periodontite crônica – expressão positiva do IFN-γ em células e na matriz

extracelular (SABC, 400x) ..................................................................................................................... 92

Page 21: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me
Page 22: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

LISTA DE QUADROS E TABELAS

Quadro 1 - Alterações morfológicas dos diferentes estágios da doença periodontal. ...................... 37

Quadro 2 - Dados dos anticorpos utilizados na pesquisa. Natal/RN, 2011. ..................................... 71

Tabela 1 - Análise descritiva das variáveis independentes em números absolutos, respectivos

percentuais, média, desvio-padrão, mediana e quartis 25 e 75, considerando os pacientes.

Natal/RN, 2011 .................................................................................................................................. 75

Tabela 2 - Números absolutos e relativos das variáveis independentes distribuição do

infiltrado por terços, tipo de infiltrado, predomínio do tipo de célula, intensidade do infiltrado

e distribuição do infiltrado. Natal/RN, 2011 ...................................................................................... 81

Tabela 3 - Números absolutos, média dos postos e significância estatística para as variáveis

independentes categóricas distribuição do infiltrado por terços, intensidade de marcação em

relação à idade dos pacientes. Natal/RN, 2011 .................................................................................. 82

Tabela 4 - Números absolutos, média dos postos e significância estatística das variáveis

independentes quantitativas distribuição do infiltrado por terços e intensidade do infiltrado em

relação à perda de inserção. Natal/RN, 2011 ..................................................................................... 83

Tabela 5 - Percentuais médios do número de células positivas para cada proteína analisada

(GATA-3, IL-17, IL-23, IL-6 e TGF-β) nas amostras de gengiva clinicamente saudável.

Natal/RN, 2011 .................................................................................................................................. 93

Tabela 6 - Percentuais médios do número de células positivas para cada proteína analisada

(GATA-3, IL-17, IL-23, IL-6 e TGF-β) nas amostras de gengivite crônica. Natal/RN, 2011 .......... 94

Tabela 7 - Percentuais médios do número de células positivas para cada proteína analisada

(GATA-3, IL-17, IL-23, IL-6 e TGF-β) nas amostras de periodontite crônica. Natal/RN, 2011 ...... 95

Tabelas 8 - Análise semi-quantitativa do percentual de células imunopositivas para proteína

IFN-γ nas amostras de gengiva clinicamente saudável. Natal/RN, 2011 .......................................... 96

Page 23: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

Tabelas 9 - Análise semi-quantitativa do percentual de células imunopositivas para proteína

IFN-γ nas amostras de gengivite crônica. Natal/RN, 2011 ................................................................ 97

Tabelas 10 - Análise semi-quantitativa do percentual de células imunopositivas para proteína

IFN-γ nas amostras de periodontite crônica. Natal/RN, 2011 ........................................................... 98

Tabela 11 - Média, desvio-padrão, mediana e quartis 25 e 75 para as variáveis dependentes

quantitativas do estudo. Natal/RN, 2011 ........................................................................................... 99

Tabela 12 - Números absolutos, percentuais e valor de p para as variáveis categóricas

condição clínica e perda de inserção em relação à variável dependente GATA-3. Natal/RN,

2011 .................................................................................................................................................. 100

Tabela 13 - Números absolutos, média, desvio-padrão e valor de p para a variável

independente quantitativa idade em relação à variável dependente GATA-3. Natal/RN, 2011 ...... 100

Tabela 14 - Números absolutos, mediana, quartis 25-75, média dos postos e valor de p para

as variáveis independentes quantitativas profundidade de sondagem, recessão gengival e

perda de inserção em relação à variável dependente GATA-3. Natal/RN, 2011............................. 101

Tabela 15 - Números absolutos, percentuais e valor de p para as variáveis independentes

categóricas placa visível, sangramento gengival e mobilidade dentária em relação à variável

dependente GATA-3. Natal/RN, 2011 ............................................................................................. 101

Tabela 16 - Números absolutos, percentuais e valor de p para as variáveis categóricas

condição clínica e perda de inserção em relação à variável dependente IL-17. Natal/RN, 2011 .... 102

Tabela 17 - Números absolutos, média, desvio-padrão e valor de p para a variável

independente quantitativa idade em relação à variável dependente IL-17. Natal/RN, 2011 ........... 102

Tabela 18 - Números absolutos, mediana, quartis 25-75, média dos postos e valor de p para

as variáveis independentes quantitativas profundidade de sondagem, recessão gengival e

perda de inserção em relação à variável dependente IL-17. Natal/RN, 2011 .................................. 103

Tabela 19 - Números absolutos, percentuais e valor de p para as variáveis independentes

categóricas placa visível, sangramento gengival e mobilidade dentária em relação à variável

dependente IL-17. Natal/RN, 2011 .................................................................................................. 104

Page 24: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

Tabela 20 - Números absolutos, percentuais e valor de p para as variáveis categóricas

condição clínica e perda de inserção em relação à variável dependente IL-23. Natal/RN, 2011 .... 105

Tabela 21 - Números absolutos, média, desvio-padrão e valor de p para a variável

independente quantitativa idade em relação à variável dependente IL-23. Natal/RN, 2011 ........... 105

Tabela 22 - Números absolutos, mediana, quartis 25-75, média dos postos e valor de p para

as variáveis independentes quantitativas profundidade de sondagem, recessão gengival e

perda de inserção em relação à variável dependente IL-23. Natal/RN, 2011 .................................. 106

Tabela 23 - Números absolutos, percentuais e valor de p das variáveis independentes

qualitativas placa visível, sangramento gengival e mobilidade dentária em relação à variável

dependente IL-23. Natal/RN, 2011 .................................................................................................. 106

Tabela 24 - Números absolutos, percentuais e valor de p para as variáveis categóricas

condição clínica e perda de inserção em relação à variável dependente IL-6. Natal/RN, 2011 ..... 107

Tabela 25 - Números absolutos, média, desvio-padrão e valor de p para a variável

independente quantitativa idade relação à variável dependente IL-6. Natal/RN, 2011 ................... 107

Tabela 26 - Números absolutos, mediana, quartis 25-75, média dos postos e valor de p para

as variáveis independentes quantitativas profundidade de sondagem, recessão gengival e

perda de inserção em relação à variável dependente IL-6. Natal/RN, 2011 .................................... 108

Tabela 27 - Números absolutos, percentuais e valor de p para as variáveis independentes

categóricas placa visível, sangramento gengival e mobilidade dentária em relação à variável

dependente IL-6. Natal/RN, 2011 .................................................................................................... 109

Tabela 28 - Números absolutos, percentuais e valor de p para as variáveis categóricas

condição clínica e perda de inserção em relação à variável dependente TGF-β. Natal/RN,

2011 .................................................................................................................................................. 110

Page 25: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

Tabela 29 - Números absolutos, média, desvio-padrão e valor de p para a variável

independente quantitativa idade relação à variável dependente TGF-β. Natal/RN, 2011 ............... 110

Tabela 30 - Números absolutos, mediana, quartis 25-75, média dos postos e valor de p para

as variáveis independentes quantitativas profundidade de sondagem, recessão gengival e

perda de inserção em relação à variável dependente TGF-β. Natal/RN, 2011 ................................ 111

Tabela 31 - Números absolutos, percentuais e valor de p para as variáveis independentes

categóricas placa visível, sangramento gengival e mobilidade dentária em relação à variável

dependente TGF-β. Natal/RN, 2011 ................................................................................................ 111

Tabela 32 - Números absolutos, percentuais e valor de p para as variáveis categóricas

condição clínica e perda de inserção em relação à variável dependente IFN-γ. Natal/RN, 2011 .... 112

Tabela 33 - Números absolutos, mediana, quartis 25-75, média dos postos e valor de p para

as variáveis independentes quantitativas idade, profundidade de sondagem, recessão gengival

e perda de inserção em relação à variável dependente IFN-γ. Natal/RN, 2011 ............................... 113

Tabela 34 - Números absolutos, percentuais e valor de p para as variáveis independentes

categóricas placa visível, sangramento gengival e mobilidade dentária em relação à variável

dependente IFN-γ. Natal/RN, 2011.................................................................................................. 114

Tabela 35 - Coeficiente de correlação de Spearman (r) e sua significância estatística entre a

marcação das proteínas TGF-β, IL-6, IL-23, IL-17 e GATA-3 e as variáveis independentes

profundidade de sondagem, recessão gengival e perda de inserção. Natal/RN, 2011 ..................... 115

Page 26: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me
Page 27: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AAP – Associação Americana de Periodontologia

APC – do inglês “Antigen Presenting Cell”, Célula apresentadora de antígeno

Célula NK – do inglês “Natural Killer Cell”, Célula matadora natural

LB – Linfócito B

LT – Linfócito T

Th – Linfócito T helper

Th1 – Linfócito T helper 1

Th2 - Linfócito T helper 2

Th17 – Linfócito T helper 17

LPS – Lipopolissacarídeo

IL – Interleucina

IFN-γ – Interferon gama

MHC – do inglês “Major Histocompatibility Complex”, Complexo principal de histocompatibilidade

MMPs – Metaloproteinases da matriz

PMN – Polimorfonucleares

RANKL – do inglês “Receptor Activator for Nuclear Factor κ β Ligand” Ligante do receptor ativador do fator nuclear κβ

SABC – Estreptoavidina-biotina

TNF-α – do inglês “Tumor Necrosis Factor”, fator de necrose tumoral alfa

TGF-β – do inglês “Transforming growth factor”, fator de crescimento transformante beta

GATA-3 – Fator de transcrição da célula Th2

ROR-γt – do inglês “Factor Retinoic Acid-Related Orphan Receptor”, Fator de transcrição da célula Th17

T-bet – Fator de transcrição específico da célula Th1

SBBrasil – Saúde Bucal do Brasil

TCR – Receptor de células T.

Page 28: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me
Page 29: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 30

2 REVISÃO DA LITERATURA .................................................................................................... 33

2.1 ANATOMIA E FISIOLOGIA DO PERIODONTO .................................................................... 33

2.2 AS DOENÇAS PERIODONTAIS .............................................................................................. 35

2.3 RESPOSTA IMUNE NO PERIODONTO .................................................................................. 41

2.4 CÉLULAS Th1, Th2 e Th17 NA DOENÇA PERIODONTAL .................................................. 46

2.5 PRINCIPAIS CITOCINAS PRODUZIDAS PELAS CÉLULAS Th1, Th2 e Th17 NA DOENÇA PERIODONTAL .............................................................................................................. 51

3 PROPOSIÇÃO .............................................................................................................................. 63

4 MATERIAL E MÉTODOS ......................................................................................................... 65

4.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO .......................................................................................... 65

4.2 AMOSTRA .................................................................................................................................. 65

4.2.1 Caracterização da amostra ........................................................................................................ 65

4.2.2 Critérios de inclusão ................................................................................................................. 65

4.2.3 Critérios de exclusão ................................................................................................................. 66

4.3 COLETA DAS AMOSTRAS GENGIVAIS ............................................................................... 66

4.4 ESTUDO MORFOLÓGICO ....................................................................................................... 68

4.5 ESTUDO IMUNO-HISTOQUÍMICO ......................................................................................... 69

4.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA .......................................................................................................... 73

5 RESULTADOS ............................................................................................................................. 75

5.1 RESULTADOS MORFOLÓGICOS ....................................................................................... 76

5.1.1 Gengiva clinicamente saudável ................................................................................................. 76

5.1.2 Gengivite crônica ...................................................................................................................... 77

5.1.3 Periodontite crônica .................................................................................................................. 79

5.2 RESULTADOS IMUNO-HISTOQUÍMICOS ........................................................................ 83

5.2.1 Análise quantitativa da GATA-3, IL -17, IL-23, IL-6 e TGF-β ............................................... 93

5.2.2 Análise semi-quantitativa do IFN-γ .......................................................................................... 96

Page 30: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

5.3 RESULTADOS ESTATÍSTICOS ............................................................................................ 99

6 DISCUSSÃO ................................................................................................................................ 117

7 CONCLUSÕES ........................................................................................................................... 137

8 REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 140

APÊNDICES ............................................................................................................................... 155

ANEXOS ...................................................................................................................................... 157

Page 31: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me
Page 32: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

1 INTRODUÇÃO

A doença periodontal é caracterizada pela destruição dos tecidos de proteção e

sustentação através da produção induzida e ativação de enzimas líticas, bem como da

estimulação da osteoclastogênese (GRAVES; COCHRAN, 2003). Embora seja

amplamente reconhecida como uma condição crônica, ainda é alvo de discussão se a

doença periodontal é um processo contínuo ou se consiste de episódios de exacerbação

e remissão (GILTHORPE et al., 2003).

Diversas investigações sobre a patogênese da doença periodontal foram

desenvolvidas e centralizadas, principalmente, no papel da infecção bacteriana; no

entanto, nas últimas duas décadas, verifica-se um aumento no interesse sobre os fatores

relacionados à resposta do hospedeiro que norteiam o desenvolvimento de tal condição

(COCHRAN, 2008). A resposta inicial consiste numa reação inflamatória local nos

tecidos proveniente de infecção bacteriana e, conseqüentemente, ativação do sistema

imune inato. A amplificação desta resposta resulta na produção e ativação de citocinas e

outros mediadores, bem como na propagação da inflamação através dos tecidos

gengivais e periodontais (GRAVES; COCHRAN, 2003; GARLET et al., 2006,

COCHRAN, 2008).

Entre as células do sistema imune, as células T auxiliares são conhecidas por

funcionar como reguladoras centrais da resposta imune. Após ativação por estimulação

antigênica, as células T auxiliares naives se diferenciam em células T efetoras

responsáveis por reações imunes positivas ou, em células T regulatórias, responsáveis

pela regulação negativa na imunidade. O balanço entre células T efetoras e células T

regulatórias desempenha um papel importante no estabelecimento da imunidade ou

tolerância (SAKAGUCHI, 2004; YOSHIMURA et al., 2010).

Linfócitos T CD4+ e CD8+ são de grande importância na patogênese da doença

periodontal, uma vez que podem governar o perfil de citocinas produzidas frente a uma

agressão por agente infeccioso (TAKEICHI et al., 2000). Além das células T, células B

estão diretamente envolvidas no processo destrutivo do periodonto (TAUBMAN et al.,

Page 33: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

2005), e na dependência da subpopulação de linfócitos predominante, podem ser

produzidos fatores estimuladores ou inibidores da atividade osteolítica (GILLESPIE,

2007). Como em outras condições inflamatórias crônicas, as citocinas desempenham

um importante papel na iniciação, progressão e modulação da inflamação periodontal

produzida pelo hospedeiro (AY et al., 2009).

Chegar a concentrações críticas de mediadores inflamatórios que levam à

reabsorção óssea na doença periodontal depende da expressão de citocinas pró-

inflamatórias, tais como a interleucina-1 (IL-1), IL-6, IFN-γ (interferon-gama) e Fator

de necrose tumoral-alfa (TNF-α). Estímulos opostos ocorrem com a expressão de

citocinas anti-inflamatórias e outros mediadores, tais como IL-4 (interleucina-4), fator

de transcrição GATA-3, IL-10 (interleucina-10), IL-13 (interleucina-13) que podem

inibir a reabsorção óssea (LERNER, 2006).

Estudos recentes têm definido uma nova linhagem de células T CD4+ efetoras

caracterizada como uma subpopulação produtora de interleucina-17 (IL-17), nomeada

como Th17, que desenvolve sinais distintos, antagonizados pelos produtos das

linhagens Th1 e Th2 (WEAVER et al., 2006). Segundo Korn et al. (2007), a expansão e

manutenção das células Th17 é controlada pela IL-23 (interleucina-23) que também

aumenta a resposta Th1. Os fatores de diferenciação dessa subpopulação (TGF-β, IL-6

ou IL-21) e os fatores de transcrição (STAT3, RORγt e RORα) que estão envolvidos

com o desenvolvimento dessas células já foram identificados (KORN et al., 2009).

Embora os primeiros passos dos mecanismos patológicos da doença periodontal

tenham sido decifrados, paradigmas sobre a resposta do hospedeiro ainda permanecem

obscuros na patogênese dessa doença. Consequentemente, mais estudos são requeridos

para elucidar a participação das respostas Th1, Th2 e Th17 na regulação da resposta

inflamatória e reabsorção óssea na doença periodontal. Face ao exposto, este

experimento pretende investigar a expressão imuno-histoquímica de IFN-γ, GATA-3,

IL-17, IL-23, IL-6 e TGF-β em amostras de tecido gengival saudáveis, com gengivite e

periodontite crônicas em humanos. Com os resultados deste experimento, pretende-se

contribuir para um maior entendimento da participação das respostas imunes Th1, Th2 e

Th17 no desenvolvimento destes processos patológicos.

Page 34: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me
Page 35: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 ANATOMIA E FISIOLOGIA DO PERIODONTO

O periodonto é definido como sendo os tecidos de sustentação e revestimento

dentários, que compreende o cemento, ligamento periodontal, processo alveolar e

gengivas. É importante considerar que cada tecido periodontal tem sua composição

bioquímica, sua estrutura especializada e que, essas características definem diretamente

a função dos mesmos, tendo em vista a natureza do microambiente em que esses tecidos

estão inseridos, necessitando desempenhar funções e sofrer adaptações para promover a

harmonia estrutural (BARTOLD; NARAYANAN, 2006; HUTTNER et al., 2009).

O tecido gengival é uma adaptação da mucosa oral que compreende o epitélio e

tecido conjuntivo e caracteriza o periodonto de revestimento, também chamado de

periodonto de proteção, desenvolvendo as funções de revestimento do alvéolo dentário e

septo ósseo interdental, além da proteção dos tecidos periodontais do trauma

mastigatório e dos agentes locais como os microrganismos orais. Este tecido tem sido

topograficamente subdividido em parte livre e parte inserida ao osso, constituindo,

respectivamente, a gengiva marginal (livre) e a gengiva inserida. Pode ser também

subdividido morfologicamente em três compartimentos funcionais – epitélio gengival,

sulcular e juncional (WOLF; RATEITSCHAK; RATEITSCHAK, 2006).

A gengiva marginal é composta por epitélio oral em sua porção externa e epitélio

sulcular em sua porção interna, onde se encontra também o epitélio juncional que está

aderido ao dente. O epitélio juncional difere morfológica e funcionalmente do epitélio

sulcular e oral. Ele desempenha papel crucial na proteção dos tecidos periodontais

sendo sua integridade essencial para manutenção da saúde periodontal. É derivado do

epitélio reduzido do órgão do esmalte quando os elementos dentários erupcionam na

cavidade oral (PÖLLÄNEN; SALONEN; UITTO, 2003).

Anatomicamente, o epitélio juncional forma um colar que circunda a porção

cervical dos dentes até a junção cemento-esmalte. A superfície livre desse colar

constitui a base do sulco gengival. Este epitélio é do tipo pavimentoso estratificado não

Page 36: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

ceratinizado e apresenta alto índice de renovação celular que contribui para o equilíbrio

parasita-hospedeiro e para o rápido reparo dos tecidos danificados (NANCI;

BOSSHARDT, 2006).

As camadas de células do epitélio juncional formam uma barreira contra bactérias

e substâncias bacterianas através das lâminas basais (interna e externa). Vale ressaltar

que, componentes do sistema imune e inflamatório, tais como leucócitos,

principalmente polimorfonucleares, migram através do epitélio juncional, constituindo o

mecanismo de defesa mais importante na gengiva marginal, o que confere uma

característica peculiar deste epitélio na defesa do hospedeiro quando comparado aos

outros epitélios orais (PÖLLÄNEN; SALONEN; UITTO, 2003).

O tecido conjuntivo que sustenta o epitélio juncional é estruturalmente diferente

daquele que suporta o epitélio gengival oral. Em circunstâncias clinicamente normais,

observa-se um infiltrado de células inflamatórias, tais como leucócitos

polimorfonucleares e linfócitos T extravasados que migram para o sulco gengival e,

eventualmente, para o fluido oral (NANCI; BOSSHARDT, 2006).

Clinicamente, o periodonto de proteção saudável apresenta uma gengiva de

coloração rosa, bem adaptada ao dente, com uma superfície de textura pontilhada. O

sulco gengival varia em profundidade de 0,5 a 3,0 mm e não mostra sinais de

sangramento à sondagem (BARBOZA et al., 2008).

Dos tecidos que promovem a sustentação do elemento dentário, destacam-se o

ligamento periodontal, cemento e o osso alveolar. O ligamento periodontal é formado

por tecido conjuntivo denso situado entre a raiz do elemento dentário e o osso do

processo alveolar, com espessura variável entre 0,15 a 0,38 mm, apresentando sua parte

mais fina no terço médio da raiz e uma diminuição progressiva de sua espessura com o

avançar da idade. É responsável pela ancoragem do dente, pela reparação e remodelação

dos tecidos periodontais, pelo transporte de nutrientes, eliminação de metabólitos,

inervação e distribuição de receptores sensoriais (NANCI; BOSSHARDT, 2006).

O cemento é um tecido conjuntivo mineralizado avascular que circunda e reveste

externamente a raiz dos dentes, apresentando como função principal a ligação das fibras

principais do ligamento periodontal. Há descrito na literatura diversos tipos de cemento,

Page 37: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

no entanto, basicamente, duas variedades são distinguidas com base na presença ou

ausência de células e origem das fibras colágenas da matriz. São o cemento de fibras

extrínsecas acelular ou cemento primário, encontrado na metade superior dos dois terços

da raiz, e o cemento de fibras intrínsecas celular ou cemento secundário, distribuído ao

longo do terço apical ou metade da raiz e em áreas de furca (BARTOLD;

NARAYANAN, 2006; NANCI; BOSSHARDT, 2006).

O processo alveolar consiste dos dois ossos maxilares, ou seja, o osso da maxila e

da mandíbula, quando abrigam os alvéolos dentários em sua estrutura. Apresenta uma

cortical externa formada por osso compacto, uma área central esponjosa e osso alveolar

propriamente dito delimitando o alvéolo. A manutenção do processo alveolar depende

da presença dos elementos dentários e da estimulação que estes provocam nas paredes

ósseas através das fibras colágenas do ligamento periodontal (NANCI; BOSSHARDT,

2006).

É neste ambiente oral de caráter ímpar que se acumulam os biofilmes supra e

subgengivais e, sob ação do tempo de acúmulo e da resposta do hospedeiro frente aos

desafios microbianos ali existentes se instalam as doenças periodontais, podendo afetar

tanto os tecidos de proteção quanto os tecidos de sustentação dentários.

2.2 AS DOENÇAS PERIODONTAIS

Hoje, reconhecidamente, a doença periodontal constitui uma condição

inflamatória crônica de caráter infeccioso, associada à presença de bactérias Gram-

negativas anaeróbias, que acomete os tecidos periodontais de proteção e/ou sustentação

do elemento dentário (HOSOKAWA et al., 2008).

A era moderna dos estudos sobre patogênese, prevenção e tratamento da doença

periodontal começou em meados dos anos 60 com evidências experimentais em animais

e humanos, demonstrando o papel crítico das bactérias na iniciação da gengivite e

periodontite. Este conceito estabeleceu o biofilme dentário como fator etiológico

primário para o desenvolvimento da doença periodontal e resultou no abandono de

antigos conceitos que consideravam o trauma oclusal e fatores não-bacterianos (ex:

dieta e condições sistêmicas), como possíveis causadores de tais doenças. Bactérias

Gram-negativas específicas, anaeróbias e microaerófilas foram associadas à causa da

Page 38: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

doença periodontal, bem como foi definido o envolvimento da resposta imuno-

inflamatória tanto na proteção quanto na destruição dos tecidos periodontais. Esse fato

mudou amplamente a prevenção e tratamento da doença periodontal (KORNMAN,

2008).

Diante de muitos conceitos e classificações apresentados para as doenças

periodontais, em 1999, foi proposta no Workshop Internacional de Periodontia uma

nova classificação, usada até hoje, para as condições e doenças periodontais. Dentre

elas, destaca-se uma classificação detalhada para as doenças gengivais; a substituição do

termo periodontite do adulto por periodontite crônica; e a substituição do termo

periodontite de acometimento precoce para periodontite agressiva. Outra particularidade

utilizada nessa classificação é a adoção do critério extensão e severidade da doença

como parâmetro para a definição do grau da patologia. A doença pode ser de extensão

localizada (≤ 30% de áreas envolvidas) ou generalizada (≥ 30% de áreas envolvidas).

Para a verificação do grau de severidade é feita a medida de perda de inserção clínica.

Considera-se a perda de inserção clínica como sendo a profundidade de sondagem ou a

medida desta profundidade mais a recessão gengival (medida que vai da margem

gengival à junção cemento-esmalte) quando presente, sendo categorizada em: leve (1 ou

2mm), moderada (3 ou 4 mm) ou severa (≥ 5 mm) (ARMITAGE, 1999).

Histologicamente, as doenças periodontais também podem ser classificadas, de

acordo trabalho desenvolvido por Page e Schroeder (1976) em cães, em lesão gengival

inicial, precoce, estabelecida e avançada, onde cada estágio pode evoluir para o outro

sem linhas divisórias nitidamente perceptíveis. Para esses autores, parecem existir dois

tipos de lesão estabelecida: uma que permanece estável e não progride por meses ou

anos e outra que se converte em lesão progressivamente destrutiva. As principais

alterações morfológicas desses estágios encontram-se resumidas no quadro 1.

Page 39: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

Estágio Tempo (Dias)

Vasos sanguíneos

Epitélio juncional e sulcular

Células imunes

Colágeno

Lesão Inicial 2-4

Dilatação vascular, ↑ do fluxo

sanguíneo

Infiltração por neutrófilos

Polimorfo-nucleares (PMNs)

Perda perivascular

Lesão Precoce

4-7 Proliferação

vascular

Infiltração por neutrófilos, cristas epiteliais e áreas

atróficas

Linfócitos T e PMNs

Perda aumentada ao

redor do infiltrado

Lesão Estabelecida

14-21

Proliferação vascular e

estase sanguínea

Densamente infiltrado por neutrófilos, cristas

epiteliais se aprofundam; perda de

adesão ao dente

Linfócitos B e plasmócitos

Perda contínua nas

direções lateral e apical

Lesão Avançada

>21

Proliferação vascular e

estase sanguínea

Migração apical, formando a parede

mole da bolsa periodontal

Predominam plasmócitos

Dano extenso as fibras e

reabsorção do osso alveolar

Adaptado de NEWMAN, TAKEI, CARRANZA, 2004; LINDHE et al., 2005.

Quadro 1. Alterações morfológicas dos diferentes estágios da doença periodontal.

Acredita-se que a lesão avançada (periodontite) depois de instalada pode

progredir para uma lesão mais destrutiva. Segundo Kinane (2001) a progressão desta

lesão ocorre como um processo contínuo que sofre períodos de exacerbação e remissão

e descreve que a maior parte da população irá experimentar uma forma de periodontite

com progressão lenta (crônica), enquanto poucos indivíduos irão exibir uma forma de

destruição mais agressiva (rápida destruição).

Epidemiologicamente, a doença periodontal é conhecida como uma manifestação

oral que atinge uma grande proporção da população adulta, sendo uma das principais

causas de perda dentária no mundo (MEYER et al., 2008). A Associação Americana de

Pesquisa Dentária relatou que 48% dos adultos entre 35 e 44 anos de idade têm

inflamação na gengiva (gengivite), e que 22% apresentam doença periodontal

destrutiva, a maior causa de perda dentária (NANCI; BOSSHARDT, 2006).

Dados do SBBrasil mostraram a prevalência da doença periodontal na população

brasileira, considerando o maior escore de CPI (Índice Periodontal Comunitário) por

Page 40: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

indivíduo, segundo grupo etário e macrorregião. A percentagem de pessoas sem

nenhum problema periodontal nas faixas etárias de 15 a 19, 35 a 44 e 65 a 74 anos de

idade foi, respectivamente, 46,2%, 21,9% e 7,9% no Brasil. As proporções mais

favoráveis foram encontradas na Região Centro-Oeste para faixas etárias de 15 a 19 e

35 a 44 anos e na Região Sul para a faixa etária de 65 a 74 anos de idade (BRASIL,

2004).

De acordo com Tatakis e Kumar (2005), o termo gengivite refere-se a uma

condição inflamatória limitada às gengivas livre e inserida que, após a última

classificação da AAP, em 1999, passou a ser chamada de doença gengival induzida por

biofilme dentário, sendo uma das condições mais comuns em humanos. A gengivite é

caracterizada, clinicamente, por mudanças na cor e textura, acompanhadas por um leve

aumento dos tecidos, com relativa perda da consistência e da adaptação aos dentes. Com

a progressão da doença, os tecidos apresentam-se vermelhos, brilhantes e edemaciados,

exibindo margens irregulares e perda ou redução do pontilhado gengival, podendo

revelar, ainda, sangramento à leve sondagem, sob ligeira pressão ou espontaneamente,

associado ou não à presença de exsudato supurativo no sulco gengival (WOLF;

RATEITSCHAK; RATEITSCHAK, 2006; KINNEY; RAMSEIER; GIANNOBILE,

2007).

A gengivite crônica pode permanecer nesse estado ou com a presença contínua do

biofilme periodontopatogênico progredir para o estado de periodontite. No entanto,

sabe-se que há uma variação individual nessa resposta, mesmo em condições

semelhantes de acúmulo de biofilme, e que nem todos os indivíduos com gengivite

apresentarão periodontite (OHLRICH; CULLINAN; SEYMOUR, 2009).

A periodontite é uma doença complexa cuja expressão envolve interações do

biofilme dentário com a resposta imunoinflamatória do hospedeiro e, alterações

subseqüentes na homeostasia dos tecidos de sustentação dentários (TATAKIS;

KUMAR, 2005; OFFENBACHER et al., 2007; TAUBMAN et al., 2007; KORNMAN,

2008). É caracterizada, clinicamente, pela formação de bolsa periodontal, que ocorre

devido à destruição do tecido conjuntivo gengival e osso alveolar, seguida por

proliferação, migração apical e lateral do epitélio juncional (TENG, 2003).

Page 41: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

Nos últimos 10 a 15 anos houve uma emergência de novos conceitos baseados em

descobertas importantes sobre a etiopatogênese das doenças periodontais. Estas

descobertas incluíram a identificação e caracterização de defeitos genéticos que

predispõem o indivíduo ao desenvolvimento de condições patológicas, o envolvimento

de mecanismos de defesa do hospedeiro com a destruição dos tecidos periodontais e a

interação de fatores de risco com a defesa do hospedeiro e biofilme dentário

(TATAKIS; KUMAR, 2005).

As doenças periodontais estão relacionadas com numerosos microrganismos que

habitam o sulco gengival causando inflamação e reabsorção do osso alveolar. A

resposta imune mediada pelo hospedeiro (resposta imune inata e adaptativa) a esses

microrganismos leva a um processo destrutivo dos tecidos periodontais que envolve a

lise tecidual direta, resultante da ação de produtos bacterianos do biofilme dentário e à

destruição tissular indireta, mediada pela resposta imunoinflamatória induzida no

hospedeiro a partir da exposição bacteriana (TAUBMAN et al., 2005; TENG, 2006a).

De acordo com Ohlrich, Cullinan e Seymour (2009), a periodontite se desenvolve em

decorrência da susceptibilidade do hospedeiro associada à presença de patógenos

periodontais específicos que irão determinar o resultado da doença.

Em geral, é aceito que o status imune sistêmico pode afetar a resposta imune

local, incluindo o periodonto, e que a progressão da doença periodontal é criticamente

determinada pela natureza da resposta inflamatória gerada em conseqüência a mudanças

ocorridas no biofilme dentário (TENG, 2006a).

No que se refere aos fatores sistêmicos intervenientes, é dito na literatura que o

Diabetes Mellitus tem uma estreita relação com a doença periodontal, seja do tipo 1 ou

2, sendo cada vez mais aceita uma relação bidirecional (CULLINAN; FORD;

SEYMOUR, 2009). Gugliucci (2000) encontrou que a hiperglicemia em diabéticos não-

controlados tem implicações sobre a resposta do hospedeiro e afeta a microbiota local.

Isso poderia potencialmente influenciar o desenvolvimento de doença periodontal nos

pacientes com Diabetes Mellitus tipo 1 ou tipo 2 mal-controlados.

Foi observado numa metanálise realizada com 23 estudos que a prevalência e a

severidade da doença periodontal foi maior nos pacientes diabéticos do que nos não-

diabéticos (KHADER et al., 2006). Um estudo longitudinal com 628 pacientes

Page 42: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

portadores de diabetes mellitus tipo 2, realizado há 11 anos, indicou que aqueles que

exibiam periodontite mais grave tinham três vezes mais risco de morte por doença

cardíaca isquêmica ou nefropatia diabética do que aqueles que tinham periodontite leve

ou moderada (SAREMI et al., 2005). Além disso, num estudo que acompanhou 500

pacientes diabéticos tipo 2 ao longo de 22 anos verificou-se que aqueles pacientes com

periodontite tinham um risco aumentado (até 3,5 vezes mais) ao desenvolvimento de

uma doença crônica renal (SHULTIS et al., 2007). Nesse mesmo sentido, Taylor e

Borgnakke (2008) observaram que a periodontite pode contribuir para o mau controle

metabólico em pessoas diabéticas, podendo colocá-los em risco ao aparecimento de

complicações relacionadas à Diabetes Mellitus. Dessa forma, até que mais estudos

sejam desenvolvidos, a Diabetes Mellitus é considerada como fator modificador para

doença periodontal, sendo a doença periodontal também considerada um fator

complicador para o estabelecimento de patologias associadas a essa condição sistêmica

(CULLINAN; FORD; SEYMOUR, 2009).

Com relação ao tabaco, outro fator modificador da doença periodontal, sabe-se

que o mesmo é confeccionado com substâncias prejudiciais e viciantes. Ele contém

mais de 3800 substâncias químicas, incluindo o monóxido de carbono, cianeto de

hidrogênio, radicais oxidantes reativos, sendo 60 destes produtos químicos conhecidos

ou suspeitos de serem cancerígenos. No relatório de Cirurgia Geral nos Estados Unidos

(2004) sobre as conseqüências do fumo, foram listadas quatro conclusões principais: (1)

Fumar prejudica quase todos os órgãos do corpo causando muitas doenças, reduzindo

assim a saúde dos fumantes em geral; (2) Parar de fumar de forma imediata traz

benefícios a curto e longo prazo, reduzindo os riscos de doenças provocadas pelo

cigarro, trazendo melhorias à saúde em geral; (3) Fumar cigarros com menor quantidade

de alcatrão e nicotina não proporciona nenhum benefício claro para a saúde; (4) A lista

de doenças causadas pelo tabagismo tem expandido e incluem: aneurisma da aorta

abdominal, leucemia mielóide aguda, catarata, câncer de colo uterino, câncer de rim,

câncer pancreático, pneumonia, periodontite, câncer de estômago, além do câncer de

bexiga, esôfago, pulmão, laringe, da boca e da garganta, cancros, doenças pulmonares

crônicas, doenças coronárias e cardiovasculares, bem como efeitos reprodutivos e

síndrome da morte súbita do lactante (ZEE, 2009).

Page 43: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

Pindborg (1947) foi um dos primeiros investigadores a estudar a relação entre o

tabagismo e a doença periodontal, detectando uma elevada prevalência de gengivite

ulcerativa necrosante em fumantes. Estudos posteriores demonstraram que os fumantes

possuiam um maior número de espécies microbianas associadas com a periodontite,

incluindo Porphyromonas gingivalis, Aggregatibacter actinomycetemcomitans,

Tannerella forsythia, Prevotella intermedia, Peptostreptococcus micros, Fusobacterium

nucleatum, Campylobacter rectus e, alguns patógenos poderiam ser encontrados numa

maior proporção em sítios específicos como as faces palatinas dos dentes superiores e

região de incisivos superiores e inferiores (ZAMBON et al., 1996; VAN

WINKELHOFF et al., 2001; HAFFAJEE; SOCRANSKY, 2001a; BOSTROM et al.,

2001).

A periodontite em fumantes se apresenta de forma diferente quando comparada

com pacientes não-fumantes. Os fumantes têm maior profundidade de sondagem, mais

bolsas periodontais e maior perda de inserção e recessão gengival. Eles também têm

maior perda de osso alveolar, conseqüentemente, elementos dentários com grande

envolvimento de furca e maior perda dentária. O efeito do tabagismo sobre os tecidos

periodontais é dependente da dose. Tanto a quantidade de consumo diário quanto a

duração do hábito de fumar estão relacionados com os efeitos trazidos pelo hábito

(BERGSTRÖN et al., 2000; HAFFAJEE; SOCRANSKY, 2001a; ZEE, 2009)

Diante disso, pode-se entender que o acometimento dos elementos dentários pela

doença periodontal depende do acúmulo de biofilme supra e/ou subgengival, porém

fatores relacionados à própria resposta imunológica do hospedeiro, bem como fatores

secundários ditos como distúrbios congênitos e adquiridos podem exibir alguma

influência na progressão dessa doença.

2.3 RESPOSTA IMUNE NO PERIODONTO

Sabe-se atualmente que, a resposta inflamatória associada às respostas imunes

inata e adaptativa participam ativamente da patogênese da doença periodontal, podendo

ser alteradas por fatores intrínsecos (genéticos) e extrínsecos (ambientais) (TAUBMAN

et al., 2007). Dessa forma, diversos mecanismos do hospedeiro tentam impedir o

desenvolvimento da doença através da resposta imune inata (inespecífica), constituída

pela presença de barreiras físicas, químicas, fagócitos, células natural killers (NK) e

Page 44: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

moléculas efetoras, bem como por meio da resposta imune adquirida (específica)

formada por linfócitos, células apresentadoras de antígenos e imunoglobulinas (WOLF;

RATEITSCHAK; RATEITSCHAK, 2006).

Quando o tecido gengival saudável sofre uma agressão microbiana, inúmeros

fatores defensivos tais como a integridade da barreira epitelial, descamação regular das

células epiteliais na cavidade oral, fluxo positivo do fluido do sulco gengival, ação de

anticorpos, função fagocitária de neutrófilos e macrófagos e a ação do sistema

complemento, tentam eliminar a viabilidade de microrganismos patogênicos

(TATAKIS; KUMAR, 2005).

A imunidade inata pode ser estimulada por estruturas compartilhadas por muitos

grupos de microrganismos, sendo esta a resposta que proporciona a defesa inicial contra

o ataque bacteriano. A patogenicidade de um microrganismo está em parte relacionada à

sua capacidade de resistir aos mecanismos da imunidade inespecífica (ABBAS;

LICHTMAN; PILLAI, 2008). Algumas espécies são capazes de liberar fatores

antigênicos que conseguem evadir dos mecanismos de defesa do hospedeiro e, então,

causar danos aos tecidos via interações imune/inflamatórias, entre as células de defesa

do hospedeiro e os elementos estruturais do periodonto. A natureza das interações entre

esses componentes determinará se a resposta ao biofilme dentário resultará em

inflamação dos tecidos gengivais ou na destruição dos tecidos conectivos e perda óssea

alveolar (TATAKIS; KUMAR, 2005; COCHRAN, 2008).

A primeira linha de defesa do hospedeiro consiste na resposta inflamatória

inespecífica, caracterizada por sua rápida ativação e pelos mecanismos de fagocitose.

Os polimorfonucleares (PMNs) são as primeiras células a atuarem em resposta aos

antígenos bacterianos (WOLF; RATEITSCHAK; RATEITSCHAK, 2006). Estas

células são atraídas da circulação para o tecido gengival por meio de estímulos

quimiotáticos suscitados por quimioatrativos, como a Interleucina-8 (IL-8) e podem ser

encontradas estrategicamente alinhadas, formando uma parede entre o epitélio juncional

e as bactérias (SAHINGUR; COHEN, 2004). Constitutivamente, as células endoteliais

dos vasos sanguíneos do tecido gengival expressam pequenas quantidades de E-

selectina, molécula de adesão leucocitária do endotélio (ELAM-1) e molécula de adesão

intracelular (ICAM-1) que facilitam o extravasamento dos neutrófilos e seu acúmulo

nos tecidos (DIXON et al., 2004).

Page 45: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

Para Teng (2003), os neutrófilos podem assumir um papel protetor ou destrutivo

na doença periodontal, sendo seu papel protetor evidente em indivíduos que sofrem de

desordens neutrofílicas, os quais apresentam uma maior susceptibilidade à doença

periodontal. O seu papel destrutivo pode ser exemplificado pelas metaloproteinases

teciduais (MMPs) e ou citocinas pró-inflamatórias liberadas por eles, que contribuem

para a destruição dos tecidos periodontais.

Os neutrófilos apresentam um tempo de vida médio curto (48-72 horas)

(SAHINGUR; COHEN, 2004) e se durante esse tempo não forem suficientemente

eficazes no controle bacteriano, logo começarão a ser substituídos pelos

monócitos/macrófagos, os quais representam a segunda linha de defesa (TATAKIS;

KUMAR, 2005).

As células natural killer, uma subpopulação de linfócitos, também estão

envolvidas na resposta imune inata. Elas desempenham um papel vital na defesa do

hospedeiro contra células infectadas através da liberação de TNF-α e IFN-γ que ajudam

na regulação de outras células imunes. Acredita-se que essas células estejam envolvidas

na resposta imune da doença periodontal, tendo em vista seu aumento em lesões

periodontais (TATAKIS; KUMAR, 2005).

Moléculas efetoras solúveis como as do sistema complemento (C) e as proteínas

da fase aguda (proteína C reativa) são integrantes da resposta imune inespecífica. Os

fatores solúveis do sistema complemento C1 a C9 circulam no sangue de todas as partes

do organismo, apresentando a maioria dessas proteínas função enzimática que pode ser

ativada por três vias diferentes (via lectina, clássica ou alternativa). A ativação desse

sistema resulta na quimiotaxia de PMN, na opsonização de microrganismos e na

formação de um complexo de ataque à membrana, o qual tem efeito bactericida. Os

sistemas de defesa da imunidade inata são efetivos no combate a muitos agentes

bacterianos, mas são limitados àquelas bactérias que são portadoras de moléculas

superficiais. Muitas bactérias evoluíram formando cápsulas que as envolvem, o que

permite esconder essas moléculas, tornando o reconhecimento pelos fagócitos

impossível. Contudo, o mecanismo de reconhecimento usado pelos linfócitos da

resposta imune adaptativa supera essa dificuldade e é responsável pela resposta precisa

do sistema de defesa. Os linfócitos são as células chave da imunidade adquirida

(WOLF; RATEITSCHAK; RATEITSCHAK, 2006).

Page 46: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

Em qualquer condição inflamatória ocorre perda tecidual e recrutamento de

monócitos/macrófagos, uma vez que estas células possuem a capacidade de fagocitar

restos necróticos e secretar citocinas inflamatórias e reparadoras. A constante migração

das células T, neutrófilos e outros leucócitos para o sítio de infecção permite que todo

repertório do sistema imune proteja os tecidos de uma variedade de desafios

antigênicos. As células do sistema imune inato, como monócitos, expressam em suas

superfícies, receptores toll-like (TLR) que reconhecem lipopolissacarídeos (LPS)

bacterianos e desencadeiam as diferentes respostas celulares (TENG, 2006a). A ligação

de antígenos aos receptores toll like ativa vias de sinalização que resultam na transcrição

de um grande número de genes que aumentam a apresentação de antígenos e induzem o

desenvolvimento da resposta por células T (BEKLEN et al., 2009).

Tipos celulares como as células epiteliais, células de Langerhans, macrófagos,

neutrófilos e células dendríticas que participam da imunidade inespecífica no periodonto

podem agir direta ou indiretamente na apresentação de antígenos para ativar células T e

B que constituem as principais células da imunidade adquirida (TENG, 2006a).

Os macrófagos constituem um importante componente de interligação com a

resposta inflamatória específica, na forma de célula apresentadora de antígeno (APC)

dos microrganismos fagocitados, aos linfócitos T e B (TENG, 2006a). São considerados

fagócitos de vida longa, que podem provocar reações de defesa prolongadas no

hospedeiro, sendo também capazes de produzir citocinas que mediam a inflamação e a

reparação dos tecidos nos locais da infecção (ABBAS; LICHTMAN; PILLAI, 2008).

Com a fagocitose, o macrófago torna-se ativo e sua atividade pode ser aumentada

por vários fatores ativadores como o IFN-γ secretado pelas células T ativadas, que se

liga a receptores existentes na superfície dessas células. Adicionalmente, os macrófagos

ativados secretam citocinas como TNF-α que ajuda a eliminar uma grande variedade de

patógenos e, também, passam a expressar altos níveis de moléculas do Complexo de

Histocompatibilidade Principal II (MHC de classe II), aumentando sua capacidade

como célula apresentadora de antígeno. Também são capazes de ativar células Th1 que

participam da resposta imune adaptativa/adquirida (TAUBMAN et al., 2005).

A resposta adquirida se divide em resposta imune humoral e imune celular. A

imunidade humoral é mediada pelos anticorpos produzidos por linfócitos B. Os

Page 47: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

anticorpos reconhecem especificamente os antígenos microbianos, neutraliza-os e

marcam os microrganismos para eliminação através de vários mecanismos. A

imunidade mediada por célula se desenvolve para eliminar microrganismos

intracelulares, tais como vírus e algumas bactérias, os quais estão inacessíveis aos

anticorpos circulantes, sendo as células T as principais participantes deste processo. As

respostas imunes não acontecem de forma independente uma da outra. A resposta

inespecífica fornece a primeira linha de defesa contra os microrganismos e pode

interagir de dois modos com a resposta adquirida: a imunidade inata estimula e guia a

adquirida e a imunidade adquirida também usa os mecanismos efetores da imunidade

inata na eliminação de microrganismos (ABBAS; LICHTMAN; PILLAI, 2008).

As células T e B, portanto, são as principais células envolvidas na resposta imune

adquirida e, segundo Tatakis e Kumar (2005), elas estão presentes no infiltrado

inflamatório de lesões periodontais, juntamente com plasmócitos. As células Th (do

inglês - helper T cells), controlam a resposta contra antígenos bacterianos pela produção

de citocinas, as quais regulam o balanço entre uma resposta inflamatória não protetora e

uma resposta protetora com anticorpos.

São reconhecidas duas classes principais de células T: uma classe inclui os

linfócitos T citotóxicos (LTc) que matam as células infectadas por vírus e algumas

bactérias intracelulares, e a outra compreende os linfócitos T helper (LTh), com função

ativadora sobre outras células, como os linfócitos B e os macrófagos. Estas células

podem ser identificadas por uma variedade de proteínas de membrana, tais como CD3

(presente na superfície de toda população linfocitária do tipo T), CD4 e CD8 (presentes

na superfície de subpopulações específicas de linfócitos T (LT), auxiliar e citotóxico,

respectivamente), além do CD25, o qual é expresso na superfície de linfócitos B (LB)

ativos, bem como em LT e células NK em ativação (ABBAS; LICHTMAN; PILLAI,

2008).

Ho e Pai (2007) comentaram duas novas subpopulações funcionais de células T:

as células Th17 e as células T regulatórias (Treg). As células Th1, Th2 e Th17 podem

iniciar ou aumentar uma resposta imune e, portanto, são referidas como células Th

efetoras; já as células Treg são capazes de produzir altos níveis de citocinas anti-

inflamatórias, sendo capazes de inibir a proliferação e função das células efetoras.

Page 48: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

A geração de células Th CD4+ específicas é iniciada pelo reconhecimento de

longos peptídeos ligados a moléculas de MHC de classe II (nas células apresentadoras

de antígeno - APCs) pelo receptor de célula T – TCR (do inglês “T cell receptor” -

Receptor de células T), chamado sinal 1; contudo, a completa ativação das células T

virgens requer um coestímulo (sinal 2). Para tanto, as APCs expressam moléculas

coestimulatórias tais como: B7-1 (CD80), B7-2 (CD86) e CD40, as quais se ligam às

células T e amplificam o sinal do TCR através de seus receptores correspondentes

CD28 e CD40L (TENG, 2003). Esses linfócitos são capazes de estimular a expansão

clonal da célula B e estão envolvidos nas diferentes fases de ativação da célula B.

Citocinas derivadas da célula T CD4 como a IL-2, -4, -6 e -21 podem estimular a

diferenciação e proliferação, bem como servir de fator de crescimento para a célula B

(ABBAS; LICHTMAN; PILLAI, 2008).

Tais células diferenciadas (plasmócitos) produzem anticorpos específicos

direcionados aos antígenos circulantes no microambiente oral. Quando esses anticorpos

são incapazes de eliminar os microrganismos causadores da doença periodontal pode ser

o resultado de uma série de fatores, incluindo pobre antigenicidade dos determinantes

de virulência e produção de anticorpos com pobres propriedades antibacterianas. Altos

níveis de anticorpos específicos para P. gingivalis e A. actinomycetemcomitans foram

demonstrados no soro e no fluido gengival de indivíduos com doença periodontal,

embora os relatos que dizem respeito à atividade da doença sejam conflitantes

(WILTON et al., 1993; NAKAGAWA et al., 1994; GEMMELL et al., 2007).

Assim, é indiscutível a participação das respostas imunes inata e adquirida na

patogênese da doença periodontal, exemplificada pela liberação de citocinas específicas

que atuam diretamente nas células e tecidos periodontais, promovendo sua destruição ou

proteção, bem como a partir da atuação dos anticorpos produzidos contra os antígenos

periodontopatogênicos.

2.4 CÉLULAS Th1, Th2 e Th17 NA DOENÇA PERIODONTAL

As células T CD4+ desempenham um papel importante na iniciação da resposta

imune por auxiliar outras células, bem como pela liberação de mediadores químicos.

Uma vez realizada a estimulação antigênica, as células T CD4+ virgens proliferam e se

Page 49: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

diferenciam em distintas subpopulações efetoras, caracterizadas pela produção de

citocinas que exercem funções específicas (KORN et al., 2007).

Mosmann e Coffman (1986) propuseram que células T auxiliares podem ser

divididas em duas subpopulações distintas, Th1 e Th2, caracterizadas por perfis

diferentes de citocinas e funções distintas. As células Th1 produzem grandes

quantidades de interferon-gama que ativa macrófagos, células NK e células CD8+. Elas

também influenciam os plasmócitos a secretarem isotipos de anticorpos opsonizantes

que aprimoram ainda mais a absorção do antígeno e a apresentação para células T. As

células Th2, por sua vez, mediam a imunidade humoral a partir da produção de IL-4, IL-

5, IL-13, e IL-25, produção de IgE e ativação de mastócitos que dirige a resposta imune

ao combate de infecções parasitárias helmínticas. Por muitos anos, a resposta imune

produzida na maioria das doenças era categorizada em uma das subpopulações de

células Th existentes. Hoje, com a descoberta de uma nova linhagem de células

denominadas Th17, muitas controvérsias estão sendo esclarecidas e, tem levantado

simultaneamente, um conjunto de novas questões e o desenvolvimento de muitas

pesquisas. O papel desempenhado pelas células Th17 e por sua citocina-chave,

interleucina-17 (IL-17), ainda não está definido na doença periodontal, uma vez que se

encontra apenas no início das investigações no que se refere à doença periodontal

(GAFFEN; HAJISHENGALLIS, 2008). Sabe-se, no entanto, que ela pode atuar em

diversas doenças como citocina pró-inflamatória.

É visto na literatura que tanto o receptor de células T quanto sinais enviados via

citocinas são requeridos para diferenciação das células T. Para tanto, fatores de

transcrição específicos para as células T, tais como fator nuclear de células T ativadas

(NFATs), fator nuclear κB (NFκB) e os fatores de transcrição STAT4 e STAT6 são

requeridos nesse processo. Além deles, outros fatores de transcrição também são

ativados para a diferenciação das linhagens de células Th como o T-bet (fator de

transcrição para linhagem Th1), GATA-3 (fator de transcrição para linhagem Th2) e

RORγt (fator de transcrição para linhagem Th17) (ZHOU; OUYANG, 2003;

MANGAN et al., 2006).

Assim, as células Th, sob diferentes estímulos, podem assumir 3 diferentes

fenótipos (Th1, Th2 e Th17) que podem ser distinguidos baseado no perfil de citocinas

produzidas por elas. As células Th1 produzem citocinas características denominadas IL-

Page 50: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

2, IFN-γ, TNF-β, IL-12; as células Th2 secretam ativamente IL-4, -5, -10 e -13 e, as

células Th17 secretam, principalmente, a IL-17 e IL-21 (JANEWAY et al., 2007;

CARDOSO et al., 2009).

Está claro que diferentes vias de sinalização governam a diferenciação das células

Th1, Th2 e Th17. O IFN-γ e a IL-12 são importantes para a diferenciação das células

Th1. Sinais do IFN-γ são enviados para STAT1 que ativa o fator de transcrição T-box,

e, seqüencialmente o T-bet, um indutor chave para a diferenciação das células Th1. A

transcrição do T-bet leva à expressão da subunidade IL-12Rβ2 que se associa com a

cadeia IL-12Rβ1 para formar o complexo IL-12R. A ativação do STAT4 mediada pela

ligação de IL-12 ao seu receptor IL-12R, é essencial para a estabilização da produção do

IFN-γ e o desenvolvimento das células Th1 diferenciadas (MURPHY; REINER, 2002).

A IL-12 é produzida por macrófagos em resposta a muitos microrganismos e

depois de secretada, é capaz de estimular as células NK e as células T a produzirem

IFN-γ, o qual ativará macrófagos para eliminarem os microrganismos fagocitados, além

de estimular a produção de mais IL-12 pelos macrófagos e a expressão de receptores

funcionais sobre os linfócitos T. O IFN-γ é a principal citocina da resposta Th1

(O´GARRA; ARAI, 2000; TENG, 2003).

O desenvolvimento de células Th1 é aumentado por sinais provenientes da

resposta imune inata. Com o reconhecimento antigênico pelo TCR e a presença de IFN-

γ no meio, ocorre a ativação de STAT1 nas células comprometidas com uma resposta

Th1, que culmina no aumento de expressão do fator de transcrição T-bet nestas células.

A expressão do T-bet leva a um remodelamento do gene IFN-γ tornando-o ativado, o

que induz a expressão da subunidade β2 do receptor da IL-12 nas células Th1. A

sinalização através deste receptor pode amplificar a resposta Th1 de duas formas: a IL-

12 pode aumentar a produção de IFN-γ diretamente ou pode promover a expressão do

receptor da IL-18, abrindo, então, um caminho alternativo para produção de IFN-γ

(MURPHY; REINER, 2002).

O desenvolvimento das células T em um fenótipo Th2 é dependente de IL-4 que

promove a ativação do fator de transcrição STAT6 e, este, juntamente com sinais do

TCR induz a expressão de GATA-3 que, conseqüentemente, ativa o fator c-maf e

promove a produção de IL-4 e o desenvolvimento das células Th2 (CHEN; O´SHEA,

Page 51: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

2008). Células Th2 podem se desenvolver em resposta a patógenos e antígenos que

causam estimulação persistente ou repetida das células T, sendo essa diferenciação

dependente de IL-4. O GATA-3 atua como regulador mestre da diferenciação Th2,

aumentando a expressão dos genes das citocinas Th2: IL-4, -5 e -13 (FARRAR;

ASNAGLI; MURPHY, 2002).

A descoberta da família de IL-17 tem marcado a existência de uma nova

subpopulação de células T CD4+ que produzem esta citocina, denominada de células

Th17 (CUA et al., 2003). O reconhecimento desta subpopulação foi associado a funções

distintas executadas pelas células Th17, como a eliminação de patógenos que não foram

adequadamente exterminados pelas respostas Th1 e Th2. Observa-se também a

associação dessa subpopulação a doenças inflamatórias crônicas e auto-imunes (KORN

et al., 2009).

Células T CD4+ isoladas de camundongos que não apresentam fatores de

transcrição específicos para diferenciação das células Th1 e Th2 (STAT1, STAT4, T-

bet ou STAT6) preservam a habilidade de diferenciação em células Th17 in vitro

quando ativadas na presença de IL-23 (CHEN et al., 2006). Além disso, camundongos

que não apresentam os fatores de transcrição STAT1, STAT4, T-bet ou STAT6

desenvolvem células Th17 in vivo após imunização, indicando que estes fatores de

transcrição não são necessários para a diferenciação de células Th17 (RANGACHARI

et al., 2006).

Diferentemente das subpopulações Th1 e Th2, as células Th17 não expressam os

fatores de transcrição T-bet ou GATA-3 indicando que elas representam uma

subpopulação distinta. Os fatores de diferenciação desta subpopulação (TGF-β, IL-6 ou

IL-21), o fator de crescimento e estabilização (IL-23) e os fatores de transcrição

(STAT3, RORγt e RORα) que estão envolvidos com o desenvolvimento das células

Th17 já foram identificados (MANGAN et al., 2006; ABBAS; LICHTMAN; PILLAI,

2008; KORN et al., 2009). Embora o mecanismo preciso pelo qual a IL-6 e TGF-β

induz a diferenciação das células Th17 não tenha sido determinado, a combinação

destas duas citocinas leva à subseqüente superexpressão do fator de transcrição

denominado ROR-γt (do inglês “Factor Retinoic Acid-Related Orphan Receptor”), que

por sua vez ativa o STAT3, requeridos para a diferenciação dessas células. Acredita-se

que a ligação de IL-6 com seu receptor leva ao recrutamento de STAT3 e em menor

Page 52: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

escala do STAT1. A ligação do TGF-β com seu receptor leva à fosforilação das

moléculas Smad (KORN et al., 2007). Sinais de IL-23 para células T parecem requerer

o STAT3 e em menor escala o STAT4. Enquanto o STAT4 é dispensável para a

diferenciação das células Th17, o mesmo parece importante para a expansão destas

células dirigida pela IL-23 (CHEN et al., 2006; MATHUR et al., 2007).

O ROR-γt é um fator de transcrição expresso por linfócitos fetais que participam

na formação de linfonodos, timócitos imaturos e outros tipos celulares (EBERL et al.,

2004; MANGAN et al., 2006; YANG et al., 2007). Ivanov et al. (2006) descreveram

que o ROR-γt também está expresso em células Th17 e, mais especificamente, em

células T produtoras de IL-17 presentes na lâmina própria intestinal. Estes dados

demonstraram a importância do ROR-γt na diferenciação de células Th17.

No que diz respeito à atuação das células T CD8, Tackeichi et al. (2000) afirmam

que esses linfócitos têm grande importância na patogenia da doença periodontal,

participando como células produtoras de citocinas, como IL-10, IFN-γ e IL-4. Teng

(2003) relata que os linfócitos CD8 não participam diretamente da destruição do tecido

periodontal, mas podem desempenhar algum papel protetor através da liberação de

citocinas, como também através de sua atividade citotóxica, debelando células

infectadas por bactérias.

É muito provável que o desenvolvimento de uma subpopulação Th dependa da

natureza do patógeno invasor, da rota e da dose do antígeno, como também de fatores

genéticos do hospedeiro. Contudo, os fatores mais claramente definidos em determinar

esta diferenciação a partir das células T virgens são as citocinas presentes no início da

resposta imune e no estágio de ligação ao receptor de célula T (O'GARRA; ARAI,

2000; FARRAR; ASNAGLI; MURPHY, 2002).

Devido aos diferentes efeitos das citocinas produzidas no periodonto frente às

agressões locais, o recrutamento seletivo e/ou ativação dos clones das células Th,

provavelmente determinará o resultado da doença periodontal nos sítios acometidos por

ela, seja através de uma inflamação crônica, destruição dos tecidos de suporte ou pela

sua reparação (TENG, 2002).

Page 53: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

2.5 PRINCIPAIS CITOCINAS PRODUZIDAS PELAS CÉLULAS Th1, Th2 e Th17

NA DOENÇA PERIODONTAL

As interleucinas ou citocinas são definidas como pequenos polipeptídeos que

dirigem e regulam processos como a inflamação, resposta imune e cicatrização tecidual,

podendo levar mensagens para células da mesma linhagem ou linhagens diferentes.

Apresentam um amplo espectro de propriedades imunomodulatórias, sendo produzidas

por uma variedade de células, como monócitos, células dendríticas, linfócitos,

neutrófilos, células endoteliais e fibroblastos. São consideradas um grupo especial de

moléculas, uma vez que transportam mensagens complexas e detalhadas ou instruções

entre leucócitos e outras células que participam dos processos imunes e inflamatórios.

As citocinas ainda regulam as atividades celulares, a expressão de várias moléculas de

adesão e possuem influência na produção e ativação de diferentes células efetoras

(GÓRSKA et al., 2003; ROGIER et al., 2003; ABBAS; LICHTMAN; PILLAI, 2008).

Existem vários receptores de citocinas, entre eles os do tipo I e tipo II, que

acionam vias de transdução de sinais que envolvem enzimas chamadas Janus-cinases

(JAKs) e fatores de transcrição chamados transdutores de sinal e ativadores de

transcrição (STATs). Estudos dessas vias revelaram associações diretas entre a ligação

de citocinas a esses receptores e a ativação transcricional de genes-alvo (ABBAS;

LICHTMAN; PILLAI, 2008).

O início e progressão da doença periodontal depende de interações complexas

entre as bactérias periodontopatogênicas e o sistema imune do hospedeiro. Como em

outras doenças inflamatórias crônicas, as citocinas desempenham um papel importante

na iniciação, progressão e modulação da inflamação periodontal. A importância das

subpopulações Th1 e Th2 e a natureza das citocinas por elas produzidas na inflamação

periodontal tem sido alvo de diversas investigações. As células Th1 induzem a

imunidade celular com a produção de IL-1β, IFN-γ e IL-6 (AY et al., 2009).

As células Th2 estão associadas com a imunidade humoral a partir do

crescimento e diferenciação das células B em plasmócitos e, subseqüente síntese e

secreção de citocinas como IL-4, IL-5, IL-10, IL-13 e IL-25 (BETTELLI et al., 2007;

AY et al., 2009). Existe um balanço entre as citocinas pró e anti-inflamatórias para

evitar a destruição dos tecidos periodontais. Assim, estudos sobre este balanço,

Page 54: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

especialmente relacionada à presença/ausência, aumento/diminuição da quantidade total

e concentrações das citocinas são importantes para esclarecer o processo da patogênese

da doença periodontal (SILVA et al., 2007).

De acordo com Gemmell e Seymour (2004), a resposta imune à infecção é

regulada pelo balanço entre as citocinas Th1 e Th2. O efeito em rede das citocinas Th1

aumenta a resposta mediada por célula, enquanto que as citocinas Th2 suprimem a

resposta mediada por célula e, conseqüentemente, aumentam a resistência associada à

imunidade humoral. Em um estudo anterior, Gemmell et al. (2002) relataram que a

proporção aumentada de células B na periodontite sugere a participação de citocinas

provenientes da resposta Th2, tais como IL-4, as quais são requeridas para proliferação

e diferenciação de células B; enquanto que as citocinas da resposta Th1 como o IFN-γ,

parecem predominar nas lesões de gengivite, concluindo dessa forma que, a lesão

estável é mediada por células Th1 e a lesão progressiva por células Th2.

Taubman e Kawai (2001), através de ampla revisão da literatura, descreveram

que o envolvimento direto e indireto das células T na reabsorção óssea vista na doença

periodontal parece ser dependente do grau de recrutamento das células Th1 dentro dos

tecidos gengivais inflamados. As células Th1 regulam positivamente a produção de

citocinas pró-inflamatórias IL-1 e TNF-α, as quais podem induzir reabsorção óssea

indiretamente por promover a diferenciação de precursores osteoclásticos e,

subseqüentemente, ativá-los. Afirmam, também, que as células Th1 podem participar

diretamente na diferenciação das células osteoclásticas.

Evidências experimentais têm mostrado claramente que, baseado no perfil de

citocinas expressas, tanto as células Th1 quanto as células Th2 estão presentes

simultaneamente nos tecidos periodontais infectados. Além disso, também foi

evidenciado que células Th1 ativadas e citocinas por elas produzidas (ex: IFN-γ) podem

mediar à resposta inflamatória associada com a destruição dos tecidos periodontais

(TENG, 2006a; GRAVES, 2008).

No que diz respeito às citocinas produzidas na resposta Th1, a IL-12 e o IFN-γ são

as principais proteínas encontradas, capazes também de induzir o desenvolvimento de

células Th1 (FARRAR; ASNAGLI; MURPHY, 2002). Os interferons foram descritos

como agentes capazes de proteger células de infecções virais, chamados de interferons

Page 55: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

tipo I, que se subdividem em α e β e os interferons tipo II que são induzidos por

estímulos inflamatórios e imunes e, são sintetizados, exclusivamente, por linfócitos T e

células NK, comumente chamados IFN-γ. O IFN-γ, além das funções citadas, é uma das

citocinas responsáveis pela regulação positiva de proteínas de MHC de classe I e II em

uma variedade de leucócitos e células epiteliais (BACH; AGUT; SCHREIBER, 1997).

O IFN-γ é uma proteína homodimérica produzida por células NK, células Th1

CD4+ e células T CD8. É uma citocina de “assinatura” do subgrupo Th1 das células T

auxiliares. As células NK secretam IFN-γ em resposta a ligantes ativadores na

superfície de células hospedeiras infectadas ou estressadas ou em resposta a IL-12.

Nesse cenário, o IFN-γ age como um mediador da imunidade inata. Na imunidade

adquirida, as células T produzem IFN-γ em resposta ao reconhecimento antigênico,

sendo sua produção acentuada por IL-12 e IL-18. É a principal citocina ativadora de

macrófagos, possui alguma atividade antiviral, porém age principalmente como uma

citocina efetora nas respostas imunes (ABBAS; LICHTMAN; PILLAI, 2008).

No que se refere às células Th2, elas secretam citocinas como IL-4, IL-6, IL-10 e -

13, estimulantes das respostas humorais e inibidoras das respostas celulares do tipo Th1

(SASAKI et al., 2004). As células Th2 protegem o hospedeiro principalmente contra

patógenos extracelulares e a produção de anticorpos pode exercer efeito protetor contra

algumas infecções (DeFRANCO et al., 2006; TENG, 2006a).

O GATA-3 é um fator de transcrição chave para o desenvolvimento da linhagem

Th2, dependente de zinco que pertence a família dos fatores de transcrição GATA

(ZHOU; OUYANG, 2003). Estudos realizados por Agarwal et al. (1998) e Lee et al.

(2001) demonstraram que GATA-3 participa da regulação do gene da IL-4 sendo, dessa

forma, necessário para a diferenciação das células Th2.

Ho e Pai (2007) relatam que GATA-3 é um membro da família de fatores de

transcrição GATA. Há pelo menos seis proteínas GATA, GATA-1 a GATA-6,

identificadas nos mamíferos. Os membros GATA podem ser divididos em dois

principais grupos baseado na sua distribuição tecidual em animais adultos. GATA-1,

GATA-2 e GATA-3 são expressos principalmente em células hematopoiéticas, já

GATA-4, GATA-5 e GATA-6 são encontrados em órgãos/tecidos derivados do

endoderma como: coração e intestino. Os autores resumem que GATA-3 está envolvido

Page 56: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

na regulação do desenvolvimento e função das células Th2, bem como na sobrevivência

da célula T CD4 e no desenvolvimento e função da célula NK.

A IL-4 é a citocina que dirige o desenvolvimento das células Th2. Embora

diversos tipos celulares, tais como mastócitos e basófilos secretem IL-4, ainda não se

sabe a fonte primária desta citocina que impulsiona o desenvolvimento das células Th2

in vivo. O receptor de IL-4 é um composto heterodimérico de subunidade específica IL-

4R e subunidade comum gama. Os domínios citoplasmáticos de IL-4R estão

associados com Jak1 e Jak3 (ZHOU; OUYANG, 2003). Em conseqüência da ligação a

seu receptor, IL-4 pode iniciar a fosforilação e ativação de Jak1 e Jak3 (Tirosinas-

kinases da família Janus), que por sua vez, fosforila a subunidade IL-4R. Os receptores

fosforilados podem recrutar mais e ativar o membro da família STAT, o STAT6. O

STAT6 ativado formará um dímero que permite sua entrada no núcleo e inicia a

transcrição de genes específicos Th2.

Chakir et al. (2003) descreveram que quando GATA-3 se expressa, a resposta Th1

é inibida e isto se deve, em parte, à inibição da expressão da cadeia do receptor IL-

12Rβ2 e, parece que a falta de expressão de GATA-3 sob condições Th1 é mais

importante do que a expressão aumentada de T-bet para a produção de IFN-γ pelas

células Th1. Os autores observaram em meios de cultura de células (de ratos

transgênicos para o TCR) estimuladas sob condições Th1 e Th2, através de RT-PCR,

que o fator de transcrição T-bet após longo período de estímulo foi pobremente

expresso tanto por células Th1 como por células Th2. Em contraste ao T-bet, a

expressão de GATA-3 foi mantida em células Th2, sendo dramaticamente reduzida nas

células Th1, indicando que GATA-3 desempenha um papel mais importante na

regulação da diferenciação Th1/Th2 em ratos.

Lemos (2009) avaliou a expressão imuno-histoquímica da subunidade IFN-γ R1

do receptor para o IFN-γ (resposta Th1) e do fator de transcrição específico para célula

Th2 (GATA-3) na doença periodontal ativa induzida em ratos Wistar e, observou que

GATA-3 teve sua expressão diminuída com o avanço da perda óssea induzida e a

subunidade IFN-γ R1 passou a se expressar na fase ativa da doença experimental,

contudo não se alterou com a progressão da destruição tecidual. Dessa forma, concluiu

que a resposta Th2 pode estar associada a uma resposta protetora na patogênese da

Page 57: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

doença periodontal e que a progressão da doença periodontal está relacionada com o

desequilíbrio das respostas Th1/Th2.

A IL-10 revela-se como a principal citocina anti-inflamatória que inibe a

produção de mediadores pró-inflamatórios como IL-1β e TNF-α, inibe a secreção de

proteína quimiotática e ativadora de monócitos (MCP-1) e o desenvolvimento de

macrófagos e de células Th1 (SASAKI et al., 2004; DeFRANCO et al., 2006). Ela

também é membro da resposta Th2.

Em camundongos, a IL-10 mostrou-se um potente supressor de perda óssea

alveolar induzida por inoculação de P. gingivalis. A supressão da expressão de IL-10

em camundongos infectados levou ao aumento da expressão de IL-4, IL-6, IFN-γ e

prostaglandina E2, mediador inflamatório cuja secreção é regulada por TNF-α e IL-1

(SASAKI et al., 2004). A IL-10 pode reduzir a osteoclastogênese via supressão de

RANK-L (TENG, 2006b).

Hirose et al. (2001) analisaram o perfil panorâmico da expressão de citocinas por

células oriundas de tecidos gengivais de pacientes com periodontite e de tecidos

gengivais saudáveis, e verificaram maior expressão de ácido ribonucléico mensageiro

(RNAm) das citocinas IL-1 IL-1β, IL-6, IL-8, IL-12 e TNF-α de pacientes com

periodontite, embora com significância estatística apenas para IL-6. A expressão do

RNAm de IL-10 em pacientes com periodontite foi inferior, porém não significante em

relação aos pacientes com saúde periodontal.

A IL-17 é uma citocina pró-inflamatória principalmente produzida pelas células

Th17 ativadas, que tem sido observada em numerosas condições inflamatórias e auto-

imunes, incluindo a artrite reumatóide, esclerose múltipla, psoriase e doenças ósseas

inflamatórias (WEAVER et al., 2006). É um membro da família de citocinas que

contém a IL-17A (também chamada de IL-17), IL-17B, IL-17C, IL-17D, IL-17E

(também nomeada de IL-25) e IL-F (KAWAGUCHI et al., 2004; ABBAS;

LICHTMAN; PILLAI, 2008). Esta citocina é produzida através da expressão de genes

encontrados no cromossomo 1 em camundongos e no cromossomo 6 em humanos

(KORN et al., 2007). Diversos tipos de células produzem esta citocina, tais como as

células T CD4+, células T CD8+, células NK e neutrófilos. Existem evidências da

Page 58: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

produção de IL-17 por células T CD4+ de memória (AGGARWAL et al., 2003;

LANGRISH et al., 2005).

Ela é uma importante citocina reguladora da defesa do hospedeiro por induzir o

recrutamento, a ativação e migração de neutrófilos e atuar em numerosos tipos de

células diferentes, induzindo a expressão de citocinas como IL-6, IL-8, GM-CSF e G-

CSF, de quimiocinas (CXCL1, CXCL10) e metaloproteinases (KOLLS; LINDEN,

2004; KORN et al., 2007; YU et al., 2007; CARDOSO et al., 2009). Além disso,

aumenta os efeitos de IL-1β e TNF-α, estando também presente nos sítios de inflamação

periodontal (BEKLEN et al., 2007). Na doença periodontal induz a exacerbação e

progressão da doença por ativar fibroblastos gengivais a produzirem mediadores

inflamatórios, além de sua associação com células produtoras de RANK (TAKAHASHI

et al., 2005).

Além dos relatos sobre a participação direta das células Th17 na perda óssea

periodontal, outros estudos dizem que elas são chave na prevenção da perda óssea na

doença periodontal. Por exemplo, Yu et al. (2007) investigaram o papel de IL-17 na

perda óssea periodontal. Quando o sinal dessa proteína foi removido em camudongos,

houve uma maior perda óssea, sugerindo que esse produto seja necessário para recrutar

células da resposta imune inata e proteger contra Porphyromonas gingivalis oral.

A IL-23 é constituída pela subunidade p19 específica e forma a subunidade p40

com IL-12. Ambas são produzidas pelas APCs ativadas, tais como as células dendríticas

e macrófagos. É um membro de uma família de citocinas estruturalmente relacionadas

(IL-6 e IL-12), sendo seus receptores estruturalmente relacionados aos receptores de IL-

6 e IL-12. Suas funções fazem uma ponte entre a imunidade inata e adquirida. O

receptor de IL-23 é expresso nas células T e células NK, e consiste em um heterodímero

de uma cadeia única IL-23R e a cadeia IL-12Rβ1. Estudos com camundongos knockout

desprovidos da cadeia p19 revelaram que IL-23 contribui para a patologia inflamatória

de doenças auto-imunes, incluindo a encefalomielite alérgica experimental (um modelo

da esclerose múltipla). Além disso, IL-23 parece ser importante para resistência a

algumas bactérias, incluindo o organismo gram-negativo Klebsiella pneumoniae

(ABBAS; LICHTMAN; PILLAI, 2008).

Page 59: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

Evidências sugerem que IL-12 e IL-23 podem ser produzidas em resposta a

diferentes estímulos. Enquanto os produtos microbianos preferencialmente estimulam

IL-12, a ativação das células dendríticas com PGE2, ATP ou anticorpo anti-CD40 leva

ao aumento da expressão de IL-23. Assim, a IL-12 e IL-23 podem competir pela

subunidade p40 e são induzidas por estímulos distintos, sendo também discutido que

estas citocinas não são produzidas simultaneamente pelas mesmas APCs. Enquanto a

IL-12 aumenta a resposta Th1, a IL-23 é importante para manter as células Th17, bem

como para a produção de IL-17 (KORN et al., 2007; ABBAS; LICHTMAN; PILLAI,

2008). IL-12 é um importante fator de crescimento para as células Th1, células T CD8+,

células T regulatórias e Th2, mas inibe fortemente a indução de IL-17A em células T

CD4+ (LAURENCE et al., 2007; KASTELEIN et al., 2007).

A IL-23 envia sinais através do complexo receptor heterodimérico, amplificando

e estabilizando a resposta Th17 em reações inflamatórias crônicas (KORN et al., 2007;

CARDOSO et al., 2009). Além disso, IL-23 não é requerida para indução inicial da

produção de IL-17 por células T virgens tanto in vitro quanto in vivo. Assim, tem sido

proposto que a IL-23 pode desempenhar um papel na manutenção e estabilização do

fenótipo Th17 ou na sobrevivência de células Th17, embora isto não tenha sido

diretamente investigado (McGEACHY; CUA, 2007).

O desenvolvimento de células Th17 efetoras também está associado à

diferenciação de células T regulatórias (Treg) através do TGF-β que cria um elo

importante entre o desenvolvimento das células Th17 e Treg. Considera-se que a

sinalização pela IL-6 e TGF-β seja essencial para o desenvolvimento das células Th17.

Já a sinalização do TGF-β na ausência de IL-6 induz o fator de transcrição Foxp3, que

promove o desenvolvimento de células Treg. Neste sentido, IL-6 parece desviar a

diferenciação de células T naives para células Th17 (WEAVER et al., 2006).

A IL-6 caracteriza-se como uma citocina pró-inflamatória multifuncional que

ordena a transição de inflamação aguda para crônica a partir da modificação do

infiltrado leucocitário inato (de neutrófilos polimorfonucleares para

monócitos/macrófagos), ou seja, atua tanto na imunidade inata quanto na adquirida. Ela

é sintetizada por fagócitos mononucleares, células do endotélio vascular, fibroblastos e

outras células como células T ativadas, em resposta a microrganismos e a outras

citocinas, especialmente IL-1 e TNF. A forma funcional de IL-6 é um homodímero com

Page 60: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

cada subunidade formando um domínio globular com quatro α-hélices. O receptor para

IL-6 consiste em uma proteína de ligação à citocina e uma subunidade transdutora de

sinal e, ambas pertencem à família dos receptores de citocina do tipo I. A subunidade

transdutora de sinal de 130 kD é chamada gp130, que é também o componente de

sinalização de outros receptores de citocina. A principal via de sinalização induzida pela

IL-6 envolve ativação de Jak1 e STAT3 e leva à transcrição de muitos genes diferentes

(ABBAS; LICHTMAN; PILLAI, 2008).

Além disso, IL-6 estimula a síntese de proteínas da fase aguda pelos hepatócitos

e, assim, contribui para a resposta inflamatória na fase aguda. IL-6 estimula também a

produção de neutrófilos por progenitores da medula óssea, geralmente atuando de

comum acordo com fatores estimuladores de colônias. Na imunidade adquirida tem

como atividades biológicas o estímulo do crescimento e diferenciação de linfócitos B e

produção de imunoglobulinas, estímulo da proliferação de linfócitos T e ativação da

cascata do complemento (ABBAS; LICHTMAN; PILLAI, 2008).

Na doença periodontal IL-6 tem a capacidade de induzir reabsorção óssea via

indução da secreção de proteínas da fase aguda, sendo este fator importante na

patogênese da periodontite. Também estimula a diferenciação de células progenitoras

mesenquimais para a linhagem osteoblástica, além de ser um potente agente anti-

apoptótico para as mesmas, podendo favorecer a reabsorção óssea e induzir a produção

de metaloproteinases (ERDEMIR et al., 2004).

O TGF-β é uma citocina regulatória com funções pleiotrópicas no

desenvolvimento de células T, homeostase e na tolerância, sendo produzida por diversas

linhagens de leucócitos e células mesenquimais (LI et al., 2006). A principal ação do

TGF-β no sistema imunológico é inibir a proliferação e a ativação de linfócitos e outros

leucócitos. Entretanto, TGF-β é capaz de exercer efeitos antiinflamatórios ou pró-

inflamatórios, dependendo da cronologia do seu aparecimento, da quantidade produzida,

e expressão sistêmica versus local. O TGF-β foi descoberto como um produto tumoral

que promovia a sobrevivência das células em um meio de cultura semi-sólido. Ele é de

fato uma família de moléculas intimamente relacionadas, codificadas por genes

distintos, comumente designados TGF-β1, TGF-β2 e TGF-β3 (ABBAS; LICHTMAN;

PILLAI, 2008).

Page 61: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

Vários tipos de células do sistema imune podem ser reguladas pelo TGF-β. Os

mecanismos propostos são os seguintes: supressão da diferenciação de células efetoras

Th; conversão de células T naives em células T regulatórias; inibição da proliferação de

células T e B; inibição da produção de citocinas efetoras, tais como IL-2, IFN-γ e IL-4 e

a supressão dos macrófagos, células dendríticas (DCs) e natural killer (YOSHIMURA

et al., 2010).

O TGF-β é reconhecido há muito tempo por suas funções imunoregulatórias na

inflamação, além de cooperar com a sinalização, juntamente, com IL-6 para a resposta

Th17. Em camundongos, a diferenciação de células Th17 exige TGF-β e IL-6; já em

humanos, esta diferenciação é induzida pela IL-1β e reforçada pela IL-6 (ACOSTA-

RODRIGUEZ et al., 2007; CARDOSO et al., 2009).

É uma proteína homodimérica sintetizada e secretada por células T estimuladas

por antígeno, fagócitos mononucleares ativados por LPS e muitos outros tipos celulares.

Ele é sintetizado numa forma inativa como precursor pré-pró-TGF-β. A próproteína é

chamada de peptídeo associado-latente (PAL). O complexo PAL/TGF-β se liga a

proteína de ligação do TGF-β, uma proteína de 125 a 160 KDa e este complexo é então

secretado pelas células vinculado ao colágeno e outras proteínas da matriz tissular

(ANNES et al., 2003; TAYLOR, 2009; YOSHIMURA et al., 2010).

Algumas células T regulatórias produzem TGF-β, e as mesmas células podem

também produzir IL-10, a qual assim como o TGF-β1, possui atividades

imunossupressoras. O TGF-β1 é sintetizado como um precursor inativo que sofre

clivagem proteolítica no complexo de Golgi e forma um homodímero. Este

homodímero de TGF-β1 maduro é secretado em uma forma latente em associação a

outros polipeptídeos, os quais têm que ser removidos extracelularmente por digestão

enzimática antes que a citocina possa ligar-se aos receptores e exercer efeitos biológicos

(ABBAS; LICHTMAN; PILLAI, 2008).

Com dito antes, o TGF-β tem a capacidade de inibir a proliferação e a função

efetora de células T, bem como a ativação de macrófagos. O TGF-β também atua em

outras células, como neutrófilos e células endoteliais, em grande parte para contrapor-se

aos efeitos das citocinas pró-inflamatórias. Por meio dessas ações, o TGF-β inibe

respostas imunes e inflamatórias. Alguns estudos em camundongos indicam que a

Page 62: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

diferenciação ou sobrevida das células T regulatórias depende em parte do TGF-β.

Além disso, o TGF-β produzido por essas células, ou talvez, pelas células dendríticas,

pode bloquear o desenvolvimento dos subconjuntos Th1 e Th2 de células T CD4+

efetoras. Assim, o TGF-β exerce efeitos complexos sobre as respostas imunes mediadas

pelas células T (ABBAS; LICHTMAN; PILLAI, 2008).

Foi observado por Li et al. (2006) que o TGF-β inibe a diferenciação das células

Th1 e Th2 a partir de células T naives in vitro. O bloqueio da diferenciação celular Th1

pode estar associado à redução de receptores para IL-12 β2 (IL-12Rβ2) e menor

expressão de T-bet (GORELIK et al., 2002). T-bet é um fator de transcrição necessário

para a indução de IL-12Rβ2, molécula importante na resposta Th1. O TGF-β também

inibe a diferenciação Th2 através da supressão da expressão de GATA-3 e IL-4 mediada

por STAT6, fator de transcrição da resposta Th2 (AFKARIAN et al., 2002).

Yoshimura et al. (2010) dizem que o TGF-β tem sido observado tanto na

supressão do processo inflamatório como no desempenho de uma resposta positiva na

inflamação. Por exemplo, o TGF-β induz a diferenciação de células T regulatórias na

presença de IL-2, enquanto na presença da IL-6, induz a diferenciação de células Th17.

Diante dos dados obtidos na literatura, pode-se verificar que ainda existem controvérsias

quanto ao papel do TGF-β nos diversos tecidos, necessitando de mais investigações que

possam esclarecer melhor suas atuações.

Algumas citocinas, como o TNF-α, têm uma ampla abrangência de efeitos

inflamatórios e imunorregulatórios, como o estímulo direto dos fibroblastos a produzir

colagenase, ativação de osteoclastos, indução de apoptose de fibroblastos e osteoblastos,

e estímulo da produção de IL-1β e prostaglandinas, que também podem estimular a

reabsorção óssea (GRAVES; COCHRAM, 2003; ERDEMIR et al., 2004). É produzido

por monócitos/macrófagos após receberem o estímulo de certos componentes de

bactérias Gram-negativas. Ele também auxilia os leucócitos em sua capacidade de

adesão às células endoteliais, aumenta a sua capacidade de fagocitose e a sua

quimiotaxia. Atua, ainda, induzindo a secreção de metaloproteinases, as quais realizam

a dissolução da matriz orgânica secretada pelo osteoblasto, resultando, também, em

perda óssea local (LINS et al., 2007).

Page 63: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

Seabra (2006) analisou a expressão imuno-histoquímica das MMPs -1, -2 e -9

em tecidos gengivais de humanos diagnosticados clinicamente com doença periodontal

e observou que a MMP-1 teve expressão significativamente maior que as outras MMPs

em gengivite, enquanto na periodontite, as MMPs -1 e -9 tiveram expressões

significativamente mais elevadas que a MMP-2. A MMP-1 e MMP-9 mostraram maior

expressão na periodontite do que na gengivite, sendo a MMP-1 apenas no tecido

conjuntivo e a MMP-9 no epitélio e tecido conjuntivo. Dessa forma, concluiu que a

MMP-1 apresenta forte expressão em todos os estágios da doença periodontal, no

entanto, está mais evidente no tecido conjuntivo de periodontite, podendo, portanto, ter

um papel crucial na degradação deste tecido e na perda óssea observada na doença.

A remodelação óssea em vertebrados é um processo que mantém uma massa

óssea constante, tendo em vista que há um controle na ativação das células produtoras

de osso, os osteoblastos, e nas células que promovem sua reabsorção, os osteoclastos.

Sugere-se que o RANKL, um membro da família dos ligantes dos fatores de necrose

tumoral, esteja envolvido na reabsorção óssea da doença periodontal, atuando como

molécula-chave na regulação da osteoclastogênese. (TAUBMAN et al., 2005).

O RANKL constitui um membro da superfamília do TNF sintetizado pelos

osteoblastos, células do estroma da medula óssea, pelos linfócitos T e células

endoteliais. Sua função consiste em ativar os osteoclastos ao se ligar ao receptor

ativador do fator nuclear kB (RANK) expresso nos precursores de osteoclastos,

linfócitos T e células endoteliais, resultando em reabsorção óssea (GRAVES;

COCHRAM, 2003; TENG, 2006b).

Nesse sentido, várias são as moléculas envolvidas na patogênese da doença

periodontal. Muitas delas participam ativamente tanto da resposta imunoinflamatória,

seja ela inata ou adquirida. Dessa forma, dependendo da resposta do hospedeiro haverá

ou não evolução da doença.

Page 64: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me
Page 65: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

3 PROPOSIÇÃO

Este experimento pretende investigar a expressão imuno-histoquímica de IFN-γ,

GATA-3, IL-17, IL-23, IL-6 e TGF-β em amostras de tecido gengival saudáveis, com

gengivite e periodontite crônicas em humanos. Com os resultados deste experimento,

pretende-se contribuir para um maior entendimento da participação das respostas

imunes Th1, Th2 e Th17 no desenvolvimento destes processos patológicos periodontais.

Page 66: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me
Page 67: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 Caracterização do estudo

Este experimento caracterizou-se como um estudo observacional onde foram

investigadas quantitativa e semi-quantitativamente as interleucinas IFN-γ, GATA-3, IL-

17, IL-23, IL-6 e TGF-β através de sua expressão imuno-histoquímica, em uma série de

amostras de tecido gengival com gengivite e periodontite crônica de humanos. O

presente experimento foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte sob protocolo número 184/09 (Anexo 1).

4.2 Amostra

4.2.1 Caracterização da Amostra

A amostra envolvida na pesquisa foi intencional e composta por 82 espécimes de

tecidos gengivais coletados de adolescentes e adultos, portadores de gengivite e/ou

periodontite crônica, atendidos no Centro de Especialidades Odontológicas de Macaíba,

na Clínica Integrada do Departamento de Odontologia da UFRN e na Especialização em

Periodontia do CEAO, João Pessoa. Dessa amostra, foram utilizados 31 casos de

periodontite crônica, 36 casos de gengivite crônica e 15 casos de gengivas clinicamente

saudáveis que constituíram o grupo controle.

4.2.2 Critérios de Inclusão

Alguns requisitos foram determinados como critérios de inclusão da pesquisa,

tais quais: indivíduos adolescentes e adultos saudáveis (16 a 55 anos); portadores de

gengivite induzida por biofilme dentário; portadores de periodontite crônica; portadores

de gengivas clinicamente saudáveis, que se submeteram a cirurgias estéticas; indivíduos

que apresentaram em seu plano de tratamento, indicação de exodontia (onde foi

necessária exérese da papila interdental para melhor coaptação das bordas na sutura e

regularização do rebordo alveolar para fins protéticos), necessidade de cirurgias

periodontais ressectivas (gengivoplastia, gengivectomia, cirurgia para correção de

sorriso gengival e melanoplastia) para recuperar a anatomia, funcionalidade gengival e

Page 68: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

para fins estéticos ou curativos (gengivectomias para eliminação de pseudo-

bolsas/bolsas gengivais, cirurgias de aumento de coroa clínica por indicação protética

ou restauradora). Após o devido esclarecimento, todos os indivíduos concordaram em

participar da pesquisa através da assinatura do TCLE (Anexo 2).

4.2.3 Critérios de Exclusão

Da mesma forma, foram determinados alguns requisitos como critérios de

exclusão, quais sejam: gestantes, indivíduos submetidos a prévio tratamento

odontológico para periodontite crônica; que fizeram uso de qualquer antibiótico ou

antimicrobiano local ou sistêmico nos últimos três meses; indivíduos que usavam

aparelho ortodôntico; indivíduos portadores de periodontite agressiva; indivíduos que

apresentavam gengivites associadas a outros fatores que não fossem o biofilme dentário;

fumantes.

4.3 Coleta das amostras gengivais

Uma ficha clínica de anamnese foi preenchida, contendo história médica e

odontológica dos pacientes, além de demais dados como sexo e idade (Apêndice 1). Os

pacientes foram submetidos também a exame clínico periodontal para análise e

determinação dos seguintes parâmetros:

- Profundidade de sondagem (distância compreendida entre a margem gengival e o

fundo do sulco ou bolsa periodontal) – medida em milímetros com auxilio de uma

sonda periodontal com marcação de Williams.

- Nível de inserção (distância compreendida entre a junção cemento-esmalte ao fundo

do sulco ou bolsa periodontal) – medida em milímetros com auxilio de uma sonda

periodontal com marcação de Williams.

- Sangramento à sondagem: + (presença de sangramento à sondagem até 30 segundos

após retirada da sonda); - (ausência de sangramento à sondagem).

- Perda óssea interproximal: foi realizada uma análise de radiografias periapicais

observando visualmente, a perda óssea em cada elemento dentário.

- Recessão gengival: o deslocamento apical da margem gengival foi avaliado

visualmente e com auxilio de uma sonda periodontal de Williams.

- Supuração: presença ou ausência de exsudato purulento.

Page 69: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

- Mobilidade: positiva ou negativa.

- Envolvimento de furca: presença ou ausência de envolvimento de furca foi avaliada

com auxilio de sonda periodontal de Nabers.

Os parâmetros acima citados foram analisados em 6 sítios periodontais, a saber:

mésio-vestibular, vestibular, disto-vestibular, mésio-lingual, lingual e disto-lingual de

cada dente presente na cavidade oral.

Por meio destes parâmetros clínicos, tomadas radiográficas e com base no

Workshop Internacional para Classificação das Doenças Periodontais (ARMITAGE,

1999), o diagnóstico periodontal foi determinado.

Sabe-se que mesmo na gengiva clinicamente saudável observa-se a presença de

um infiltrado inflamatório examinado em microscopia de luz, portanto, para esse estudo

foram considerados pertencentes ao grupo controle (Grupo 1, n=15), gengivas que se

apresentavam clinicamente saudáveis com necessidade de cirurgias periodontais

ressectivas (gengivoplastia, gengivectomia, cirurgia para correção de sorriso gengival e

melanoplastia) para recuperar a anatomia, funcionalidade gengival e para fins estéticos

ou curativos (gengivectomias para eliminação de bolsas gengivais, cirurgias de aumento

de coroa clínica por indicação protética ou restauradora). Os grupos experimentais

foram em número de dois: Grupo 2 (n=36) no qual foram incluídos indivíduos que

apresentavam elementos dentários com profundidade de sondagem variada,

sangramento à sondagem e ausência de perda óssea confirmada por radiografias

periapicais, caracterizando o quadro clínico de gengivite crônica; e Grupo 3 (n=31),

indivíduos com periodontite crônica, caracterizada por profundidade à sondagem ≥ 4

mm, sangramento à sondagem, perda óssea observada radiograficamente e perda de

inserção.

As amostras de tecido gengival foram obtidas de áreas previamente

selecionadas, em que a exodontia ou procedimento cirúrgico periodontal constituía parte

do plano de tratamento odontológico e sofreriam posterior descarte (caso não fossem

usadas para esta pesquisa). Seguindo metodologia desenvolvida por Campos (2007),

depois de realizada a anestesia local indicada para a área, o elemento dentário foi

extraído e a amostra de gengiva cuidadosamente removida com auxilio de um cabo de

Page 70: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

bisturi com lâmina 15C (HD). Todas as amostras apresentaram diâmetro de

aproximadamente 0,5 cm a 1 cm para serem consideradas válidas para a pesquisa. As

amostras gengivais foram coletadas do sítio mais profundo do elemento dentário

escolhido.

Imediatamente após a coleta, todas as amostras de tecido gengival foram

armazenadas em frascos contendo formol a 10% para fixação e seguiram para o

Laboratório de Anatomia Patológica da Disciplina de Patologia Oral da UFRN, onde

foram incluídas em parafina para posterior análise.

4.4 Estudo Morfológico

A partir dos fragmentos de tecido mole incluídos em parafina, foram obtidos

cortes histológicos de 5µm de espessura para coloração pela técnica de rotina

Hematoxilina e Eosina (HE). Segue abaixo a descrição da técnica de coloração de rotina

pelo HE:

- Xilol I (15 minutos);

- Xilol II (15 minutos);

- Álcool absoluto (3 minutos);

- Álcool 95º GL (3 minutos);

- Álcool 70º GL (3 minutos);

- Água corrente (5 minutos);

- Hematoxilina de Harris (5 minutos);

- Água corrente (5 minutos);

- Rápida passagem em solução de álcool – ácido a 1%;

- Água corrente (5 minutos);

- Eosina de Lison (2 minutos);

- Álcool 70º GL (3 minutos);

- Álcool 95º GL (3 minutos);

- Álcool absoluto (3 minutos);

- Xilol I (3 minutos);

- Xilol II (3 minutos);

Page 71: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

- Xilol III (3 minutos);

- Montagem da lamínula contra lâmina com Permount

Após a obtenção das lâminas coradas em HE realizou-se a análise morfológica

onde foram investigados os seguintes aspectos:

- Análise das características do epitélio

• Tipo de epitélio

o Epitélio de superfície

o Epitélio sulcular

- Análise das características do tecido conjuntivo

• Intensidade do infiltrado inflamatório (leve, moderado e intenso);

• Distribuição do infiltrado inflamatório por terços (justa-epitelial,

terço médio e profundo);

• Distribuição do infiltrado inflamatório (focal e difuso);

• Tipo de infiltrado (linfoplasmocitário, linfocitário e misto

[neutrófilos, linfócitos e plasmócitos]);

• Tipos celulares predominantes no infiltrado inflamatório

(neutrófilos, linfócitos, plasmócitos e macrófagos);

• Vascularização (escassa, moderada e intensa).

4.5 Estudo Imuno-histoquímico

Para este estudo, foram obtidos a partir dos espécimes de tecido mole incluídos em

parafina, cortes histológicos de 3µm de espessura, os quais foram estendidos em

lâminas de vidro, previamente limpas, preparadas com adesivo à base de 3-

aminopropiltrietoxy-silano (Sigma Chemical CO., St. Louis, MO, USA).

Posteriormente, os referidos cortes foram submetidos à técnica de coloração pela

imuno-histoquímica através do método da Estreptoavidina-Biotina (LSAB, do inglês

labeled streptoavidin-biotin), utilizando os anticorpos primários anti-IFN-γ, anti-

GATA-3, anti-IL-17, anti-IL-23, anti-IL-6 e anti-TGF-β1 (Quadro 2), de acordo com os

passos laboratoriais descritos abaixo:

Page 72: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

• Desparafinização em dois banhos de xilol:

- Xilol 1 (10 minutos) – temperatura ambiente (TA)

- Xilol 2 (10 minutos) – temperatura ambiente (TA)

• Re-hidratação em cadeia descendente de etanóis:

- Etanol I absoluto I (5 minutos) – TA

- Etanol II (5 minutos) – TA

- Etanol III (5 minutos) – TA

- Etanol 95° (5 minutos) – TA

- Etanol 80° (5 minutos) – TA

• Remoção do pigmento formólico com Hidróxido de amônia a 10% em Etanol

95° (10 minutos) – TA

• Lavagem do material em água corrente (10 minutos)

• Passagem dupla em água destilada (5 minutos cada)

• Recuperação antigênica de acordo com as especificações sugeridas pelo

fabricante de cada anticorpo (Quadro 2);

• Lavagem em água corrente (10 minutos)

• Passagem dupla em água destilada (5 minutos cada)

• Duas incubações dos cortes, pelo período de 10 minutos cada, em solução de

peróxido de hidrogênio 10 volumes, em uma proporção de 1/1 para bloqueio da

peroxidase endógena tecidual;

• Lavagem em água corrente (10 minutos)

• Passagem dupla em água destilada (5 minutos cada)

• Incubação em solução de TRIS-HCL – pH 7,4 – (tris-hidroxi-metil-

aminometano, Sigma Chemical CO. USA) – 2 trocas (5 minutos cada)

• Lavagem em água corrente (10 minutos)

• Passagem dupla em água destilada (5 minutos)

• Incubação dos cortes com os anticorpos primários diluídos, em preparado com

albumina bovina (BSA) a 1% cujas diluições e tempo de incubação encontram-

se registrados no quadro 2;

• Duas passagens em solução de Tween 20 a 1% em TRIS-HCl pH 7,4 por 5

minutos cada;

Page 73: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

• Lavagem e incubação em TRIS-HCl pH 7,4, duas trocas (5 minutos cada)

Incubação do anticorpo secundário (Biotinylated link universal, DAKO, A/S,

Glostrup, Dinamarca + System-HRP, diluição 1:200) durante 30 minutos - TA;

• Lavagem em solução tampão TRIS-HCL pH 7,4 – duas trocas (5 minutos cada)

• Incubação com o complexo estreptoavidina-biotina HRP (DAKO, A/S,

Glostrup, Dinamarca) durante 30 minutos, à temperatura ambiente;

• Lavagem com TRIS-HCL – duas trocas (5 minutos cada)

• Revelação da solução cromógena de diaminobenzidina a 0,03% (3,3-

diaminobenzina, Sigma Chemical CO, USA), diluída em 100 ml de TRIS-HCL e

acrescida de 1,2 mL de peróxido de hidrogênio 10 volumes, aplicada por um

período de 3 minutos, em câmara escura

• Lavagem em água corrente (10 minutos)

• Passagem em água destilada

• Contracoloração com Hematoxilina de Mayer (10 minutos) – TA

• Lavagem em água corrente (10 minutos)

• Passagem dupla em água destilada (5 minutos cada)

• Desidratação em cadeia ascendente de etanóis:

- Etanol 80° (2 munitos) – TA

- Etanol 95° (2 minutos) – TA

- Etanol absoluto I (5 minutos) – TA

- Etanol absoluto II (5 minutos) – TA

- Etanol absoluto III (5 minutos) – TA

• Diafanização em dois banhos de xilol:

- Xilol 1 (2 minutos)

- Xilol 2 (2 minutos)

• Montagem da lamínula em resina permount® (Fischer Scientific, USA) para a

observação em microscopia de luz

Page 74: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

Especificidade Diluição Fabricante Clone Rec.

Antigênica Incubação Método

IFN-γ 1:200 Abbiotec IFN-γ Citrato pH

6,0 Overnight LSAB

GATA-3 1:250 Santa Cruz

Biotechnology D-16:sc 22206

Tris/EDTA pH 9,0

60’ LSAB

IL-17 1:200 Santa Cruz

Biotechnology H-132:sc

7927 Citrato pH

6,0 60’ LSAB

IL-23 1:400 Novus

Biologicals IL-23 p19

Citrato pH 6,0

60’ LSAB

IL-6 1:50 Monosan 10C12 Citrato pH

6,0 60’ LSAB

TGF-β 1:700 Santa Cruz

Biotechnology TGFβ1

Citrato pH 6,0

60’ LSAB

Quadro 2. Especificação dos anticorpos utilizados. Natal/RN, 2011

Como controle negativo foi colocado para cada anticorpo uma lâmina contendo

o espécime de tecido gengival, o qual somente não recebeu o anticorpo primário,

seguindo todos os passos descritos anteriormente.

A análise dos cortes corados pela imuno-histoquímica foi realizada

individualmente para cada proteína através de estudo quantitativo e semi-quantitativo.

GATA-3, IL-17, IL-23, IL-6 e TGF-β

A imunorreatividade das proteínas GATA-3, IL-17, IL-23, IL-6 e TGF-β foi

mensurada quantitativamente através da contagem de células positivas no tecido

conjuntivo fibroso de todas as amostras gengivais analisadas, sendo incluídas na análise

células inflamatórias, endoteliais e fibroblastos que mostraram coloração acastanhada

independentemente da intensidade, em localização citoplasmática e/ou nuclear. De cada

caso, foram selecionados 5 campos histológicos representativos e consecutivos no

tecido conjuntivo, que demonstraram maior grau de inflamação, sob aumento

microscópico de 200x. Os campos selecionados foram submetidos à captura da imagem

por câmera fotográfica digital de alta resolução num aumento de 400x, acoplada a um

microcomputador para o qual as imagens foram transferidas utilizando-se o sistema

Page 75: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

Olympus Master Version 1.41 EX para posterior análise dos dados. Em cada campo

fotografado, foi realizada a contagem de todas as células presentes no tecido conjuntivo

(positivas e negativas) e calculado o percentual das células positivas. Este procedimento

foi executado por examinador previamente calibrado, utilizando o “Software Image J

for Windows” versão 3.0, conforme metodologia utilizada por Lemos (2009). Os dados

obtidos foram arquivados no Programa Excel for Windows para posterior análise

estatística. De cada caso calculou-se o percentual médio de células positivas para cada

proteína analisada.

IFN-γ

A avaliação do padrão de marcação do IFN-γ foi realizada através de análise

semi-quantitativa da distribuição do anticorpo na lâmina própria, sendo considerada a

imunomarcação tanto em células como em matriz extracelular intersticial expressa em

área do espécime menor ou igual a 50% e maior que 50%. Esta análise foi desenvolvida

duas vezes por único examinador previamente calibrado.

4.6 Análise estatística

Os dados do estudo foram inseridos no “Software SPSS (do inglês Statistical

Package for the Social Sciences) versão 17.0 for Windows” para análise dos resultados.

Os resultados foram analisados mediante o teste Kruskal-Wallis para o cruzamento

entre as variáveis independentes: distribuição do infiltrado por terços; intensidade de

marcação; e idade. A variável categórica condição clínica foi analisada em relação às

variáveis dependentes quantitativas (distribuição de GATA-3, IL-17, IL-23, IL-6 e

TGF-β), mediante o teste de associação do Qui-quadrado, bem como em relação às

variáveis placa visível, sangramento gengival e mobilidade dentária. Vale ressaltar que

a variável dependente qualitativa distribuição de IFN-γ também foi avaliada pelo

mesmo teste estatístico em relação às variáveis supracitadas.

Para o cruzamento da variável independente idade com as variáveis dependentes

quantitativas distribuição de GATA-3, IL-17, IL-23, IL-6 e TGF-β usou-se o teste t

Student, enquanto que para o cruzamento da mesma variável independente com a

variável distribuição de IFN-γ foi utilizado o teste não paramétrico Mann-Whitney. As

variáveis independentes quantitativas profundidade de sondagem e recessão gengival

Page 76: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

em relação às variáveis dependentes quantitativas distribuição de IFN-γ, GATA-3, IL-

17, IL-23, IL-6 e TGF-β também foram analisadas através do teste Mann-Whitney. O

nível de significância foi de 5% para todos os testes.

Por fim, também foi analisado através do teste não paramétrico denominado

coeficiente de correlação de Spearman, possíveis correlações positivas ou negativas

entre as proteínas GATA-3, IL-17, IL-23, IL-6, TGF-β e entre os parâmetros clínicos

profundidade de sondagem, recessão gengival e perda de inserção.

Page 77: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me
Page 78: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

5 RESULTADOS

A amostra desta pesquisa foi composta por 68 pacientes adolescentes e adultos

saudáveis clinicamente, dos quais foram coletadas 15 amostras de tecidos gengivais

considerados clinicamente saudáveis que compuseram o Grupo 1 (controle), 36

amostras de tecido com gengivite crônica (Grupo 2) e 31 de periodontite crônica (Grupo

3). O sexo feminino representou 76,8% da amostra total e, a média de idade dos

pacientes foi de 35 anos, sendo a maioria da raça branca (43,9%) (Tabela 1). Observa-

se, ainda, na tabela 1, considerando os pacientes da pesquisa e amostras de tecido

gengival, medidas de tendência central e dispersão para as variáveis idade, profundidade

de sondagem e recessão gengival.

Tabela 1 - Análise descritiva das variáveis independentes em números absolutos, respectivos percentuais, média, desvio-padrão, mediana e quartis 25 e 75, considerando os pacientes. Natal/RN, 2011

Variável independente Categoria n %

Sexo Feminino 63 76,8 Masculino 19 23,2

Raça Branca 36 43,9 Parda 35 42,7 Negra 11 13,4

Condição clínica Saudável 15 18,3 Gengivite crônica 36 43,9 Periodontite crônica 31 37,8

Mobilidade dentária Presente 21 25,6 Ausente 61 74,4

Placa visível Presente 32 39 Ausente 50 61

Sangramento gengival Presente 66 80,5 Ausente 16 19,5

Variável independente Média ± DP Mediana Q25-Q75 Idade 35 ± 14,9 33,5 21-47,2

Profundidade de sondagem 2,83±1,68 2,0 2,0-3,0 Recessão gengival 0,89±1,61 0 0-1 Perda de inserção 7,5±2,13 7,0 6,0-9,0

Page 79: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

5.1 Resultados Morfológicos

5.1.1 Gengiva clinicamente saudável

Histologicamente, as amostras de tecido gengival clinicamente saudáveis (Grupo

1, n=15) apresentaram um epitélio de superfície do tipo pavimentoso estratificado

ceratinizado, sendo evidenciado na lâmina própria subjacente, em 100% dos casos, leve

a moderado infiltrado inflamatório, de distribuição difusa, com predominância de

linfócitos e plasmócitos (13 casos) e, em somente 2 casos, a presença de infiltrado

puramente linfocitário. O tipo celular predominante foi o linfócito (14 casos). A grande

maioria dos casos exibiu infiltrado inflamatório distribuído em situação justaepitelial e

no terço médio (12 casos). (Tabela 2 e Figuras 1 e 2)

Figura 1: Gengiva clinicamente saudável - epitélio pavimentoso estratificado

ceratinizado e lâmina própria, sede de leve infiltrado inflamatório (H/E, 100x).

Page 80: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

Figura 2: Gengiva clinicamente saudável - lâmina própria sede de leve infiltrado

inflamatório (H/E, 200x).

5.1.2 Gengivite crônica

Os casos classificados como gengivite crônica (Grupo 2, n=36) exibiram infiltrado

inflamatório de distribuição difusa, sendo por vezes observada uma coleção de células

inflamatórias em forma de placa, geralmente em situação perivascular. O tipo de

infiltrado que predominou foi o linfoplasmocitário (34 casos), sendo 2 casos somente

linfocitário. As células predominantes foram os linfócitos (35 casos). Em todos os casos

se observou a distribuição do infiltrado em região do terço médio e profundo na lâmina

própria. A maioria dos casos exibiu um infiltrado inflamatório de moderado a intenso

(28 casos). (Tabela 2 e Figuras 3, 4 e 5).

Page 81: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

Figura 3: Gengivite crônica - epitélio pavimentoso estratificado ceratinizado e

lâmina própria, sede de moderado infiltrado inflamatório (H/E, 100x).

Figura 4: Gengivite crônica - epitélio sulcular associado a moderado infiltrado

inflamatório localizado em situação justaepitelial (H/E, 200x).

Page 82: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

Figura 5: Gengivite crônica - detalhe da figura anterior mostrando o predomínio dos

linfócitos (H/E, 400x).

5.1.3 Periodontite crônica

Os casos classificados como periodontite crônica (Grupo 3, n=31) exibiram de

moderado a intenso infiltrado inflamatório, de distribuição difusa, sendo por vezes

observada coleção de células inflamatórias em forma de placa na lâmina própria,

geralmente em situação perivascular. O tipo de infiltrado que predominou foi o

linfoplasmocitário (29 casos), sendo 2 casos de infiltrado misto. O tipo celular

predominante foi o linfócito (30 casos). Em apenas um caso se verificou distribuição do

infiltrado inflamatório em região justaepitelial, sendo a grande maioria distribuída no

terço profundo (24 casos). (Tabela 2 e Figuras 6, 7 e 8).

Page 83: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

Figura 6: Periodontite crônica – evidencia-se lâmina própria sede de intenso

infiltrado inflamatório (H/E, 100x).

Figura 7: Periodontite crônica - infiltrado inflamatório em forma de placa na lâmina

própria (H/E, 200x).

Page 84: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

Figura 8: Periodontite crônica – infiltrado inflamatório constituído em sua maioria por linfócitos e plasmócitos (H/E, 400x). Tabela 2 - Números absolutos e relativos das variáveis independentes distribuição do infiltrado por terços, tipo de infiltrado, predomínio do tipo de célula, intensidade do infiltrado e distribuição do infiltrado. Natal/RN, 2011

Variável independente Categoria n %

Distribuição do infiltrado por terços

Terço justaepitelial 5 6,1 Terço médio 27 32,9 Terço profundo 50 61

Tipo de infiltrado Linfoplasmocitário 76 92,7 Misto 2 2,4 Linfocitário 4 4,9

Predomínio do tipo de célula

Linfócitos 79 96,3 Linfócitos e plasmócitos 3 3,7

Intensidade do infiltrado Leve 20 24,4 Moderado 38 46,3 Intenso 24 29,3

Distribuição do infiltrado Focal 0 0 Difuso 82 100

Page 85: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

As variáveis categóricas e quantitativas foram analisadas na tentativa de se obter

alguma associação. De acordo com o teste Kruskal-Wallis houve diferença

estatisticamente significativa quando se avaliou as variáveis distribuição do infiltrado

inflamatório por terços e intensidade do infiltrado em relação à variável quantitativa

idade, conforme visualizado na tabela 3, sendo mais evidente uma distribuição do

infiltrado no terço profundo e de intensidade moderada.

Tabela 3 - Números absolutos, média dos postos e significância estatística para as variáveis

independentes categóricas distribuição do infiltrado por terços, intensidade de marcação

em relação à idade dos pacientes. Natal/RN, 2011

Distribuição do infiltrado por

terços n Média± DP Mediana Q25-Q75

Média dos postos p*

Idade Terço justaepitelial 5 28,8±9,33 26 21-38 33 0,02 Terço médio 27 29±10,83 26 21-39 32,2 Terço profundo 50 38,9±16,07 39,5 21-50 47,4

Idade Intensidade do infiltrado

n Média± DP Mediana Q25-Q75 Média dos

postos p*

Leve 20 29,6±10,43 26 21-39,5 34 0,02 Moderado 38 33,9±16,16 33 21-43,5 38,5 Intenso 24 41,3±14,28 43 26,5-51,7 52,5

* Teste Kruskal-Wallis

Quando se avaliou a variável clínica perda de inserção em relação às variáveis

distribuição do infiltrado inflamatório por terços e intensidade do infiltrado, observou-se

que não houve diferença estatisticamente significativa, apesar de ser evidente a

distribuição de um maior número de casos no terço profundo. Houve diferença

significativa entre a variável perda de inserção e intensidade do infiltrado, de acordo

com a tabela 4, sendo observada uma relação de maior perda de inserção nos casos que

apresentaram infiltrado inflamatório intenso.

Page 86: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

Tabela 4 - Números absolutos, média dos postos e significância estatística das

variáveis independentes quantitativas distribuição do infiltrado por terços e

intensidade do infiltrado em relação à perda de inserção. Natal/RN, 2011

Perda de inserção

≤ 7,54 > 7,54

Distribuição do infiltrado por terços

n (%) n (%) Total p*

Justaepitelial 1 (5,3) 0 (0) 1 0,56 Terço médio 4 (21,1) 2 (16,7) 6

Profundo 14 (73,7) 10 (83,3) 24 Total 19 (100) 12 (100) 31

Intensidade do

infiltrado n (%) n (%) Total p*

Leve 3 (15,8) 1 (8,3) 4

0,01 Moderado 10 (52,6) 1 (8,3) 11 Intenso 6 (31,6) 10 (83,3) 16 Total 19 (100) 12 (100) 31

* Teste Exato de Fisher

5.2 Resultados Imuno-histoquímicos

Todos os casos analisados demonstraram imunorreatividade aos anticorpos

utilizados. A expressão das proteínas GATA-3, IL -17, IL-23, IL-6 e TGF-β foi

evidenciada através da marcação positiva nuclear e/ou citoplasmática em células

inflamatórias, células endoteliais e fibroblastos, o que permitiu uma análise baseada na

quantidade de células positivas em cada caso (Figuras 9 a 23). Já o IFN-γ por se mostrar

positivo tanto em células como difusamente distribuído pela matriz extracelular, foi

analisado semi-quantitativamente através da sua expressão em menos de 50% da área do

espécime analisado ou mais de 50% (Figuras 24, 25 e 26).

Page 87: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

Figura 9: Gengiva clinicamente saudável - células inflamatórias, células

endoteliais e fibroblastos positivas para GATA-3 (SABC, 400x).

Figura 10: Gengivite crônica - células inflamatórias, células endoteliais e

fibroblastos positivas para GATA-3 (SABC, 400x).

Page 88: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

Figura 11: Periodontite crônica - células inflamatórias, células endoteliais e

fibroblastos positivas para GATA-3 (SABC, 400x).

Figura 12: Gengiva clinicamente saudável - células inflamatórias, células

endoteliais e fibroblastos positivas para IL-17 (SABC, 400x).

Page 89: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

Figura 13: Gengivite crônica - células inflamatórias, células endoteliais e

fibroblastos positivas para IL-17 (SABC, 400x).

Figura 14: Periodontite crônica - células inflamatórias, células endoteliais e

fibroblastos positivas para IL-17 (SABC, 400x).

Page 90: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

Figura 15: Gengiva clinicamente saudável - células inflamatórias, células

endoteliais e fibroblastos positivas para IL-23 (SABC, 400x).

Figura 16: Gengivite crônica - células inflamatórias, células endoteliais e

fibroblastos positivas para IL-23 (SABC, 400x).

Page 91: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

Figura 17: Periodontite crônica - células inflamatórias, células endoteliais e

fibroblastos positivas para IL-23 (SABC, 400x).

Figura 18: Gengiva clinicamente saudável - células inflamatórias, células

endoteliais e fibroblastos positivas para IL-6 (SABC, 400x).

Page 92: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

Figura 19: Gengivite crônica - células inflamatórias, células endoteliais e

fibroblastos positivas para IL-6 (SABC, 400x).

Figura 20: Periodontite crônica - células inflamatórias, células endoteliais e

fibroblastos positivas para IL-6 (SABC, 400x).

Page 93: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

Figura 21: Gengiva clinicamente saudável - células inflamatórias, células

endoteliais e fibroblastos positivas para TGF-β (SABC, 400x).

Figura 22: Gengivite crônica - células inflamatórias, células endoteliais e

fibroblastos positivas para TGF-β (SABC, 400x).

Page 94: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

Figura 23: Periodontite crônica - células inflamatórias, células endoteliais e

fibroblastos positivas para TGF-β (SABC, 400x).

Figura 24: Gengiva clinicamente saudável – positividade do IFN-γ observada

tanto em células quanto na matriz extracelular (SABC, 400x).

Page 95: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

Figura 25: Gengivite crônica – expressão positiva do IFN-γ em células e na

matriz extracelular (SABC, 400x).

Figura 26: Periodontite crônica – expressão positiva do IFN-γ em células e na

matriz extracelular (SABC, 400x).

Page 96: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

5.2.1 Análise quantitativa da GATA-3, IL -17, IL-23, IL-6 e TGF-β

Os percentuais médios de células positivas para cada uma das proteínas

analisadas quantitativamente nas amostras de gengiva clinicamente saudável, com

gengivite e periodontite crônicas, encontram-se relacionados nas tabelas 5, 6 e 7,

respectivamente.

Tabela 5 – Percentuais médios do número de células positivas para cada proteína analisada (GATA-3, IL-17, IL-23, IL-6 e TGF-β) nas amostras de gengiva clinicamente saudável. Natal/RN, 2011

Caso % (GATA-3) % (IL-17) % (IL-23) % (IL-6) % (TGF-β)

1 92,56 13,53 48,5 34,97 30,08 2 71,81 6,75 72,49 59,42 61,27 3 22,48 10,93 30,42 42,38 40,53 4 83,63 23,95 74,43 87,61 53,01 5 81,26 22,72 32,62 90,3 34,21 6 87,59 48,55 47,2 92,29 51,53 7 52,51 33,53 38,37 40,61 36,04 8 41,98 20,44 42,29 100 46,27 9 27,33 60,15 36,14 45 45

10 87,01 8,57 25,56 50,28 27,16 11 19,86 26,47 28,29 91,01 70,44 12 77,3 40,02 43,83 58,1 45,67 13 60,8 46,8 73,77 93,49 92,18 14 37,6 10,73 20,77 15,41 39,78 15 43,25 11,93 24,36 27,19 39,33

Page 97: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

Tabela 6 – Percentuais médios do número de células positivas para cada proteína analisada (GATA-3, IL-17, IL-23, IL-6 e TGF-β) nas amostras de gengivite crônica. Natal/RN, 2011

Caso % (GATA-3) % (IL-17) % (IL-23) % (IL-6) % (TGF-β)

1 87,41 47,37 29,21 32 51,02 2 88,09 50,44 66,7 37,69 93,95 3 73,85 55,46 43,49 81,02 79,36 4 78,28 47,84 53,71 87,79 84,28 5 80,97 40,79 31,16 91,78 90,68 6 90,4 21,34 32,73 28,23 53,24 7 92,22 48,41 50,42 79,77 28,84 8 80,64 28,4 38,03 49,9 42,04 9 89,98 9,25 42,26 51,85 64,5

10 89,23 5,67 25,67 98,45 93,16 11 90,44 76,59 38,85 97,58 90,74 12 44,76 12,39 32,76 28,4 81,16 13 80,9 30,09 42,19 75,22 52,22 14 90,47 57,13 48,17 60,87 60,87 15 77,5 46,28 39,66 70,28 54,87 16 71,27 52,43 63,12 61,88 78,41 17 83,92 32,79 53,78 89,94 18,06 18 68,31 21,79 56,91 64,98 55,39 19 78,55 71,88 65,49 76,36 54,87 20 83,28 79,46 60,33 65,61 69,61 21 78,38 54,53 64,03 79,8 56,71 22 64,89 39,94 37,97 85,56 54,06 23 69,25 38,66 24,92 20,02 53,78 24 75,08 58,83 63,24 52,14 60,58 25 79,22 24,48 21,32 67,97 33,4 26 54,49 14,91 51,36 39,16 33,27 27 82,56 17,77 63,44 63,85 44,17 28 70,88 47,67 67,52 85,03 65,64 29 71,15 39,12 12,96 7,35 18,04 30 70,29 20,53 24,27 99,65 38,65 31 47,52 21,55 18,21 89,51 53,39 32 76 20,32 42,57 74,11 19,12 33 79,27 16,3 33,15 92,24 29,93 34 51,47 7,99 34,16 96,2 45,76 35 81,52 31,97 58,8 73,84 87,75 36 84,38 21,28 51,6 39,51 72,27

Page 98: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

Tabela 7 – Percentuais médios do número de células positivas para cada proteína analisada (GATA-3, IL-17, IL-23, IL-6 e TGF-β) nas amostras de periodontite crônica. Natal/RN, 2011

Caso % (GATA-3) % (IL-17) % (IL-23) % (IL-6) % (TGF-β)

1 84,68 50,59 58,4 65,01 83,92 2 89,73 24,69 82,41 59,13 72,85 3 83,83 49,65 49,46 91,55 32,44 4 78,07 22,64 31,18 41,83 51,07 5 38,03 45,48 57,55 91,22 76,53 6 69,85 9,96 41,52 92,01 44,82 7 79,85 64,2 25,91 88,55 59,29 8 40,88 9,5 31,19 49,04 19,97 9 86,21 69,63 76,15 60,64 68,79

10 77,95 7,82 23,1 84,21 68,18 11 68,93 4,81 37,79 63,4 68,65 12 48,83 10,64 51,8 60,75 57,69 13 75,49 25,89 12,7 12,7 12,7 14 51,78 29,67 51,06 39,85 60,34 15 48,46 12,74 60,88 75,96 69,93 16 60 30,39 20,51 70,23 38,27 17 80,82 67,67 42,9 92,43 42,23 18 83,21 10,08 21,15 53,39 22,96 19 70,46 45,39 16,53 90,98 18,14 20 72,3 10,04 49,78 98,23 55,96 21 77,01 38,09 58,78 60,48 48,38 22 68,21 47,37 46,69 92,65 40,99 23 73,25 21,38 60,91 96,62 68,29 24 71,68 41,69 49,33 44,23 60,25 25 86,41 54,15 26,7 83,83 96,09 26 94,48 14,43 14,73 93,61 15,59 27 66,78 26 60,72 71,2 92,28 28 91,62 10,87 46,22 91,47 80,26 29 80,08 79,02 64,31 80,55 94,42 30 49,52 46,3 55,78 44,62 67,2 31 86,07 45,95 52,31 77,55 93,73

Page 99: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

5.2.2 Análise semi-quantitativa do IFN-γ

Os resultados referentes à análise semi-quantitativa da expressão imuno-

histoquímica do IFN-γ nas amostras de gengiva clinicamente saudável, com gengivite e

periodontite crônicas encontram-se discriminados nas tabelas 8, 9 e 10 respectivamente.

Tabelas 8 - Análise semi-quantitativa do percentual de células imunopositivas para

proteína IFN-γ nas amostras de gengiva clinicamente saudável. Natal/RN, 2011

Caso IFN ≤50% IFN >50%

1 x 2 x 3 x 4 x 5 x 6 x 7 x 8 x 9 x

10 x 11 x 12 x 13 x 14 x 15 x

Page 100: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

Tabelas 9 - Análise semi-quantitativa do percentual de células imunopositivas para

proteína IFN-γ nas amostras de gengivite crônica. Natal/RN, 2011

Caso IFN ≤50% IFN >50%

1 x 2 x 3 x 4 x 5 x 6 x 7 x 8 x 9 x

10 x 11 x 12 x 13 x 14 x 15 x 16 x 17 x 18 x 19 x 20 x 21 x 22 x 23 x 24 x 25 x 26 x 27 x 28 x 29 x 30 x 31 x 32 x 33 x 34 x 35 x 36 x

Page 101: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

Tabelas 10 - Análise semi-quantitativa do percentual de células imunopositivas para

proteína IFN-γ nas amostras de periodontite crônica. Natal/RN, 2011

Caso IFN ≤50% IFN >50%

1 x 2 x 3 x 4 x 5 x 6 x 7 x 8 x 9 x

10 x 11 x 12 x 13 x 14 x 15 x 16 x 17 x 18 x 19 x 20 x 21 x 22 x 23 x 24 x 25 x 26 x 27 x 28 x 29 x 30 x 31 x

Page 102: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

5.3 Resultados estatísticos

Para esta análise, tomou-se por base a distribuição dos valores percentuais de

células imunopositivas, conforme a mediana, exceto para o IFN-γ, que foi categorizado

de acordo com sua distribuição na matriz extracelular em ≤ 50% e > 50%. Segue

abaixo, Tabela 11 relacionando medidas de tendência central e dispersão para os

anticorpos analisados no estudo (GATA-3, IL-17, IL-23, IL-6 e TGF-β).

Tabela 11 - Média, desvio-padrão, mediana e quartis 25 e 75 para as variáveis

dependentes quantitativas do estudo. Natal/RN, 2011

Variável dependente quantitativa

Média ± DP Mediana Q25-Q75

GATA-3 71 ± 17,4 77 65,5-83 IL-17 32,6 ± 19,9 29,5 14-47 IL-23 43,4 ± 16,7 42,5 30,7-57,2 TGF-β 55,59-22,11 54,46 39,66-70,05 IL-6 67,57±24,08 70,74 49,68-90,47

GATA-3

Observando a tabela 12, pode-se perceber que não houve diferença significativa

entre os grupos controle (Grupo 1) e experimentais (Grupos 2 e 3) quanto à expressão

da proteína GATA-3; entretanto, houve uma tendência a maior marcação para este

anticorpo nos casos que exibiram doença, principalmente no grupo com gengivite

crônica. Com relação à perda de inserção, também não se observou diferença

estatisticamente significativa para esta proteína.

Page 103: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

Tabela 12 - Números absolutos, percentuais e valor de p para as variáveis categóricas

condição clínica e perda de inserção em relação à variável dependente GATA-3.

Natal/RN, 2011

Distribuição de GATA-3

0 a 77% > 77%

Condição clínica n (%) n (%) Total p*

Saudável 10 (66,7) 5 (33,3) 15 0,19

Gengivite crônica 15 (41,7) 21 (58,3) 36

Periodontite crônica 18 (58,1) 13 (41,9) 31

Total 43 (52,4) 39 (47,6) 82

Perda de inserção n (%) n (%) Total p*

≤ 7,54 12 (63,2) 7 (36,8) 0,36 > 7,54 6 (50) 6 (50)

Total 18 (58,1) 13 (41,9) * Teste Qui-quadrado

De acordo com a tabela 13, observa-se que não houve correlação significativa

entre a variável idade dos pacientes e a expressão de GATA-3 quando aplicado o teste t-

Student com variâncias iguais.

Tabela 13 - Números absolutos, média, desvio-padrão e valor de p para a variável independente quantitativa idade em relação à variável dependente GATA-3. Natal/RN, 2011

GATA-3 Idade n Média DP p*

0 a 77% 43 33,42 15,06 > 77% 39 36,82 14,72 0,30

* Teste t Student (Nível de confiança de 95%)

Para os parâmetros clínicos profundidade de sondagem e recessão gengival

analisados através de mensurações quantitativas, também não se observou correlação

estatisticamente significativa entre essas variáveis e a expressão de GATA-3 (Tabela

14). Embora também não tenha sido observada correlação significativa entre perda de

inserção e a distribuição de GATA-3, pode-se visualizar na tabela 12 que houve uma

menor expressão dessa proteína nos casos de menor perda de inserção.

Page 104: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

Tabela 14 - Números absolutos, mediana, quartis 25-75, média dos postos e valor de p para as variáveis independentes quantitativas profundidade de sondagem, recessão gengival e perda de inserção em relação à variável dependente GATA-3. Natal/RN, 2011

Distribuição de GATA-3

n Mediana Q25-Q75

Média dos postos

p*

Profundidade de sondagem

0 a 77% 43 2,0 2,0-3,0 40,27 0,59

> 77% 39 2,0 2,0-3,0 42,86

Recessão gengival 0 a 77% 43 0 0-2,0 40,88 0,75 > 77% 39 0 0-1,0 42,18

Perda de inserção ≤ 7,54 18 6,5 5,1-9,0 16,17 0,90 > 7,54 13 6,0 4,5-8,7 15,77

* Teste Mann-Whitney

A imunoexpressão da proteína GATA-3 também foi comparada aos parâmetros

clínicos placa visível, sangramento gengival e mobilidade dentária investigados no

exame clínico para categorização das amostras gengivais. Em nenhuma das possíveis

comparações detectou-se diferença estatisticamente significativa (Tabela 15).

Tabela 15 - Números absolutos, percentuais e valor de p para as variáveis independentes categóricas placa visível, sangramento gengival e mobilidade dentária em relação à variável dependente GATA-3. Natal/RN, 2011

Distribuição de GATA-3

0 a 77% > 77% n (%) n (%) Total p*

Placa visível

Ausente 24 (48) 26 (52) 50 0,31

Presente 19 (59,4) 13 (40,6) 32 Total 43 (52,4) 39 (47,6) 82

Sangramento gengival

Ausente 9 (60) 6 (40) 15 0,36 Presente 34 (50,7) 33 (49,3) 67

Total 43 (52,4) 39 (47,6) 82

Mobilidade dentária

Ausente 31 (50,8) 30 (49,2) 61 0,61 Presente 12 (57,1) 9 (42,9) 21

Total 43 (52,4) 39 (47,6) 82 * Teste Qui-quadrado

IL-17

Page 105: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

Conforme pode ser destacado ao se observar a tabela 16, não houve diferença

significativa entre os grupos controle (Grupo 1) e experimentais (Grupos 2 e 3) e a

expressão de IL-17. No entanto, houve uma tendência a maior marcação para este

anticorpo nos casos com doença, sendo de forma mais evidente nos casos de gengivite

crônica. Para a variável clínica perda de inserção, também não se observou diferença

estatisticamente significativa para esta proteína.

Tabela 16 - Números absolutos, percentuais e valor de p para as variáveis categóricas condição clínica e perda de inserção em relação à variável dependente IL-17. Natal/RN, 2011

Distribuição de IL-17

0 a 29,5% > 29,5%

Condição clínica n (%) n (%) Total p*

Saudável 10 (66,7) 5 (33,3) 15 0,26

Gengivite crônica 15 (41,7) 21 (58,3) 36

Periodontite crônica 16 (51,6) 15 (48,4) 31

Total 41 (50) 41 (50) 82

Perda de inserção n (%) n (%) Total p*

≤ 7,54 10 (52,6) 9 (47,4) 0,59 > 7,54 6 (50) 6 (50)

Total 16 (51,6) 15 (48,4) * Teste Qui-quadrado

Quando se comparou a distribuição de IL-17 nos tecidos gengivais com relação

à idade dos pacientes, nenhuma correlação significativa foi observada (tabela 17). Para

os parâmetros clínicos profundidade de sondagem e recessão gengival, também não se

observou correlação estatisticamente significativa (tabela 18).

Tabela 17 - Números absolutos, média, desvio-padrão e valor de p para a variável independente quantitativa idade em relação à variável dependente IL-17. Natal/RN, 2011

IL-17 Idade n Média DP p*

0 a 29,5% 41 34,93 16,14 > 29,5% 41 35,15 13,75 0,94

* Teste t Student (Nível de confiança de 95%)

Page 106: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

A distribuição de IL-17 se manteve similar para os casos de menor e maior perda

de inserção. Dessa forma, nenhuma correlação significativa foi observada entre essas

variáveis, conforme tabela 18.

Tabela 18 - Números absolutos, mediana, quartis 25-75, média dos postos e valor de p para as variáveis independentes quantitativas profundidade de sondagem, recessão gengival e perda de inserção em relação à variável dependente IL-17. Natal/RN, 2011

Distribuição de IL-17

n Mediana Q25-Q75

Média dos postos

p*

Profundidade de sondagem

0 a 29,5% 41 2,0 2,0-3,5 41,82 0,89

> 29,5% 41 2,0 2,0-3,0 41,18

Recessão gengival 0 a 29,5 41 0 0-0 38,76 0,18 > 29,5% 41 0 0-3,0 44,24

Perda de inserção ≤ 7,54 16 6,25 4,12-9,0 15,31 0,66 > 7,54 15 6,5 5,5-8,5 16,73

* Teste Mann-Whitney

No que diz respeito, aos parâmetros clínicos placa visível, sangramento gengival

e mobilidade dentária em relação à expressão de IL-17, não se detectou diferenças

estatisticamente significativas (Tabela 19).

Page 107: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

Tabela 19 - Números absolutos, percentuais e valor de p para as variáveis independentes categóricas placa visível, sangramento gengival e mobilidade dentária em relação à variável dependente IL-17. Natal/RN, 2011

Distribuição de IL-17

0 a 29,5% > 29,5% n (%) n (%) Total p*

Placa visível

Ausente 22 (44) 28 (56) 50 0,17

Presente 19 (59,4) 13 (40,6) 32 Total 41 (50) 41 (50) 82

Sangramento gengival

Ausente 9 (60) 6 (40) 15 0,28 Presente 32 (47,8) 35 (52,2) 67

Total 41 (50) 41 (50) 82

Mobilidade dentária

Ausente 31 (50,8) 30 (49,2) 61 0,80 Presente 10 (47,6) 11 (52,4) 21

Total 41 (50) 41 (50) 82 * Teste Qui-quadrado

IL-23

Não se verificou diferença significativa entre os grupos controle (Grupo 1) e

experimentais (Grupos 2 e 3) (tabela 20) quanto à positividade à IL-23, apesar de ter

sido observada uma tendência de maior marcação nos casos de periodontite crônica.

Apesar de não ter sido observada diferença estatisticamente significativa entre IL-23 e a

perda de inserção, verifica-se na tabela 20 que há maior marcação dessa proteína nos

casos de menor perda de inserção. No entanto, quando foi analisada sua distribuição nos

tecidos gengivais com relação à idade dos pacientes, foi observada diferença

estatisticamente significativa, onde a partir da média podemos observar uma maior

marcação nos casos que apresentaram maior média de idade (tabela 21).

Page 108: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

Tabela 20 - Números absolutos, percentuais e valor de p para as variáveis categóricas condição clínica e perda de inserção em relação à variável dependente IL-23. Natal/RN, 2011

Distribuição de IL-23

0 a 42,5% > 42,5%

Condição clínica n (%) n (%) Total p*

Saudável 9 (60) 6 (40) 15 0,46

Gengivite crônica 19 (52,8) 17 (47,2) 36

Periodontite crônica 13 (41,9) 18 (58,1) 31

Total 41 (50) 41 (50) 82

Perda de inserção n (%) n (%) Total p*

≤ 7,54 8 (42,1) 11 (57,9) 0,64 > 7,54 5 (41,7) 7 (58,3)

Total 13 (41,9) 18 (58,1) * Teste Qui-quadrado

Tabela 21 - Números absolutos, média, desvio-padrão e valor de p para a variável independente quantitativa idade em relação à variável dependente IL-23. Natal/RN, 2011

IL-23 Idade n Média DP p*

0 a 42,5% 41 30,90 12,33 > 42,5% 41 39,17 16,21 0,01

* Teste t Student (Nível de confiança de 95%)

Levando-se em consideração os parâmetros clínicos profundidade de sondagem

e recessão gengival, não houve diferença significativa. Esses últimos dados podem ser

verificados na tabela 22. Embora também não tenha sido observada correlação

significativa entre perda de inserção e a distribuição de IL-23, pode-se visualizar nesta

tabela que houve uma maior expressão dessa proteína nos casos com maior perda de

inserção.

Page 109: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

Tabela 22 - Números absolutos, mediana, quartis 25-75, média dos postos e valor de p para as variáveis independentes quantitativas profundidade de sondagem, recessão gengival e perda de inserção em relação à variável dependente IL-23. Natal/RN, 2011

Distribuição de IL-23

n Mediana Q25-Q75

Média dos postos

p*

Profundidade de sondagem

0 a 42,5% 41 2,0 2,0-3,5 41,68 0,94

> 42,5% 41 2,0 2,0-3,0 41,32

Recessão gengival 0 a 42,5% 41 0 0-0 38,74 0,18 > 42,5% 41 0 0-2,5 44,26

Perda de inserção ≤ 7,54 13 6,0 4,25-9,0 15,65 0,85 > 7,54 18 6,5 5,25-8,6 16,25

* Teste Mann-Whitney

A expressão de IL-23 também foi analisada comparando-se aos parâmetros

clínicos placa visível, sangramento gengival e mobilidade dentária e não se verificou

diferença estatisticamente significativa (tabela 23).

Tabela 23 - Números absolutos, percentuais e valor de p das variáveis independentes qualitativas placa visível, sangramento gengival e mobilidade dentária em relação à variável dependente IL-23. Natal/RN, 2011

Distribuição de IL-23

0 a 42,5% > 42,5% n (%) n (%) Total p*

Placa visível

Ausente 25 (50) 25 (50) 50 1,00

Presente 16 (50) 16 (50) 32 Total 41 (50) 41 (50) 82

Sangramento gengival

Ausente 8 (53,3) 7 (46,7) 15 1,00 Presente 33 (49,3) 34 (50,7) 67

Total 41 (50) 41 (50) 82

Mobilidade dentária

Ausente 31 (50,8) 30 (49,2) 61 0,80 Presente 10 (47,6) 11 (52,4) 21

Total 41 (50) 41 (50) 82 * Teste Qui-quadrado

Page 110: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

IL-6

Depreende-se, a partir da análise da tabela 24 que, a expressão de IL-6 não

demonstrou diferenças estatisticamente significativas entre os grupos 1, 2 e 3;

entretanto, houve uma tendência a maior marcação para este anticorpo nas amostras de

periodontite crônica, diferentemente do que se observa para os casos que compõem o

grupo controle. Embora não tenha sido observada diferença estatisticamente

significativa entre IL-6 e a perda de inserção, verifica-se na tabela 24 que nos casos com

maior perda de inserção houve uma expressão mais pronunciada dessa proteína.

Tabela 24 - Números absolutos, percentuais e valor de p para as variáveis categóricas condição clínica e perda de inserção em relação à variável dependente IL-6. Natal/RN, 2011

Distribuição de IL-6

0 a 70,74% > 70,74%

Condição clínica n (%) n (%) Total p*

Saudável 9 (60) 6 (40) 15 0,64

Gengivite crônica 18 (50) 18 (50) 36

Periodontite crônica 14 (45,2) 17 (54,8) 31

Total 41 (50) 41 (50) 82

Perda de inserção n (%) n (%) Total p*

≤ 7,54 11 (57,9) 8 (42,1) 0,14 > 7,54 3 (25) 9 (75)

Total 14 (45,2) 17 (54,8) * Teste Qui-quadrado

Ao se analisar a distribuição de IL-6 em relação à variável idade dos pacientes,

não se constatou correlação estatisticamente significativa através do teste t-Student com

variâncias iguais, conforme tabela 25.

Tabela 25 - Números absolutos, média, desvio-padrão e valor de p para a variável independente quantitativa idade relação à variável dependente IL-6. Natal/RN, 2011

IL-6 Idade n Média DP p*

0 a 70,74% 41 34,83 15,80 > 70,74% 41 35,24 14,14 0,90

* Teste t Student (Nível de confiança de 95%)

Page 111: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

Em relação aos parâmetros clínicos profundidade de sondagem e recessão

gengival analisados através de mensurações quantitativas, também não se observou

correlação significativa (Tabela 26). Apesar de não ter sido observada correlação

significativa entre perda de inserção e a distribuição de IL-6, pode-se visualizar na

tabela 26 que houve uma maior expressão dessa proteína nos casos de maior perda de

inserção.

Tabela 26 - Números absolutos, mediana, quartis 25-75, média dos postos e valor de p para as variáveis independentes quantitativas profundidade de sondagem, recessão gengival e perda de inserção em relação à variável dependente IL-6. Natal/RN, 2011

Distribuição de IL-6

n Mediana Q25-Q75

Média dos postos

p*

Profundidade de sondagem

0 a 70,74% 41 2,0 2,0-3,0 36,11 0,26

> 70,74% 41 2,0 2,0-4,0 46,89

Recessão gengival 0 a 70,74% 41 0 0-0,5 39,57 0,35 > 70,74% 41 0 0-2,0 43,43

Perda de inserção ≤ 7,54 14 6,0 4,37-7,5 14,07 0,28 > 7,54 17 8,0 5,5-9,0 17,59

* Teste Mann-Whitney

A imunoexpressão da proteína IL-6 também foi comparada aos parâmetros clínicos

placa visível, sangramento gengival e mobilidade dentária investigados no exame clínico

para categorização das amostras gengivais. Em nenhuma das possíveis comparações

detectou-se diferença estatisticamente significativa, sendo observado, no entanto, que nos

casos que apresentaram positividade para essas variáveis verificou-se maior marcação para

IL-6, indicando uma possível associação com a doença (Tabela 27).

Page 112: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

Tabela 27 - Números absolutos, percentuais e valor de p para as variáveis

independentes categóricas placa visível, sangramento gengival e mobilidade dentária

em relação à variável dependente IL-6. Natal/RN, 2011

Distribuição de IL-6

0 a 70,74% > 70,74% n (%) n (%) Total p*

Placa visível

Ausente 28 (56) 22 (44) 50 0,17

Presente 13 (40,6) 19 (59,4) 32 Total 41 (50) 41 (50) 82

Sangramento gengival

Ausente 8 (53,3) 7 (46,7) 15 0,50 Presente 33 (49,3) 34 (50,7) 67

Total 41 (50) 41 (50) 82

Mobilidade dentária

Ausente 33 (54,1) 28 (45,9) 61 0,20 Presente 8 (38,1) 13 (61,9) 21

Total 41 (50) 41 (50) 82 * Teste Qui-quadrado

TGF-β

A expressão de TGF-β demonstrou diferenças estatisticamente significativas

entre os grupos controle (Grupo 1) e experimentais (Grupos 2 e 3). Além disso, foi

observada marcação bem mais expressiva nas amostras de periodontite crônica quando

comparado ao grupo controle, conforme tabela 28. Embora não tenha sido observada

diferença estatisticamente significativa entre TGF-β e a perda de inserção, verifica-se na

tabela 28 que a marcação foi consideravelmente maior nos casos de menor perda de

inserção.

Page 113: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

Tabela 28 - Números absolutos, percentuais e valor de p para as variáveis categóricas condição clínica e perda de inserção em relação à variável dependente TGF-β. Natal/RN, 2011

Distribuição de TGF-β

0 a 54,46% > 54,46%

Condição clínica n (%) n (%) Total p*

Saudável 12 (80) 3 (20) 15 0,02

Gengivite crônica 17 (47,2) 19 (52,8) 36

Periodontite crônica 12 (38,7) 19 (61,3) 31

Total 41 (50) 41 (50) 82

Perda de inserção n (%) n (%) Total p*

≤ 7,54 6 (31,6) 13 (68,4) 0,26 > 7,54 6 (50) 6 (50)

Total 12 (38,7) 19 (61,3) * Teste Qui-quadrado

Os valores das medidas de tendência central e dispersão não revelaram

correlação significativa entre a distribuição de TGF-β e à variável idade dos pacientes,

de acordo com a tabela 29.

Tabela 29 - Números absolutos, média, desvio-padrão e valor de p para a variável independente quantitativa idade relação à variável dependente TGF-β. Natal/RN, 2011

TGF-β Idade n Média DP p*

0 a 54,46% 41 32,78 13,95 > 54,46% 41 37,29 15,64 0,17

* Teste t Student (Nível de confiança de 95%)

Em relação aos parâmetros clínicos profundidade de sondagem e recessão

gengival analisados através de mensurações quantitativas, também não se observou

correlação estatisticamente significativa (Tabela 30). Embora também não tenha sido

observada correlação significativa entre perda de inserção e a distribuição de TGF-β,

pode-se visualizar na tabela 30 que houve maior expressão dessa proteína nos casos de

maior perda de inserção.

Page 114: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

Tabela 30 - Números absolutos, mediana, quartis 25-75, média dos postos e valor de p para as variáveis independentes quantitativas profundidade de sondagem, recessão gengival e perda de inserção em relação à variável dependente TGF-β. Natal/RN, 2011

Distribuição de TGF-β

n Mediana Q25-Q75

Média dos postos

p*

Profundidade de sondagem

0 a 54,46% 41 2,0 2,0-3,0 38,88 0,27

> 54,46% 41 2,0 2,0-3,0 44,12

Recessão gengival 0 a 54,46% 41 0 0-0 39,39 0,31 > 54,46% 41 0 0-2,0 43,61

Perda de inserção ≤ 7,54 12 7,5 4,12-9,37 18,08 0,31 > 7,54 19 6,0 5,5-8,0 14,68

* Teste Mann-Whitney

Os dados referentes à imunoexpressão da proteína TGF-β também foram

comparados aos parâmetros clínicos placa visível, sangramento gengival e mobilidade

dentária investigados no exame clínico para categorização das amostras gengivais e

nenhuma diferença estatisticamente significativa foi detectada, conforme tabela 31.

Tabela 31 - Números absolutos, percentuais e valor de p para as variáveis independentes categóricas placa visível, sangramento gengival e mobilidade dentária em relação à variável dependente TGF-β. Natal/RN, 2011

Distribuição de TGF-β

0 a 54,46% > 54,46% n (%) n (%) Total p*

Placa visível

Ausente 25 (50) 25 (50) 50 1,00

Presente 16 (50) 16 (50) 32 Total 41 (50) 41 (50) 82

Sangramento gengival

Ausente 11 (73,3) 4 (26,7) 15 0,84 Presente 30 (44,8) 37 (55,2) 67

Total 41 (50) 41 (50) 82

Mobilidade dentária

Ausente 33 (54,1) 28 (45,9) 61 0,61 Presente 8 (38,1) 13 (61,9) 21

Total 41 (50) 41 (50) 82 * Teste Qui-quadrado

Page 115: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

IFN-γ

A distribuição de IFN-γ não revelou diferenças estatisticamente significativas

entre os três grupos analisados (tabela 32). No entanto, foi observada uma tendência a

menor marcação para este anticorpo nos casos de gengiva clinicamente saudável, sendo

notada uma inversão de marcação de acordo com a progressão da doença. Quanto aos

casos de periodontite crônica, nenhuma correlação significativa foi observada, conforme

se evidencia na tabela 32. Apesar de não ter sido observada diferença significativa entre

IFN-γ e a perda de inserção, verifica-se na tabela 32 houve uma leve tendência a maior

marcação dessa proteína nos casos de maior perda de inserção.

Tabela 32 - Números absolutos, percentuais e valor de p para as variáveis categóricas

condição clínica e perda de inserção em relação à variável dependente IFN-γ.

Natal/RN, 2011

Distribuição de IFN-γ

≤ 50% > 50%

Condição clínica n (%) n (%) Total p*

Saudável 10 (66,7) 5 (33,3) 15 0,35

Gengivite crônica 17 (47,2) 19 (52,8) 36

Periodontite crônica 14 (45,2) 17 (54,8) 31

Total 41 (50) 41 (50) 82

Perda de inserção n (%) n (%) Total p*

≤ 7,54 8 (42,1) 11 (57,9) 0,47 > 7,54 6 (50) 6 (50)

Total 14 (45,2) 17 (54,8) * Teste Qui-quadrado

Quando se comparou a distribuição dessa proteína nos tecidos gengivais com

relação à idade dos pacientes, nenhuma correlação estatisticamente significativa foi

observada conforme se verifica na tabela 33. Em relação aos parâmetros clínicos

analisados profundidade de sondagem e recessão gengival, também não se observou

diferença significativa. Embora também não tenha sido observada correlação

significativa entre perda de inserção e a distribuição de IFN-γ, observou-se uma

tendência à maior expressão dessa proteína nos casos de maior perda de inserção,

conforme tabela 33.

Page 116: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

Tabela 33 - Números absolutos, mediana, quartis 25-75, média dos postos e valor de p

para as variáveis independentes quantitativas idade, profundidade de sondagem,

recessão gengival e perda de inserção em relação à variável dependente IFN-γ.

Natal/RN, 2011

Distribuição do IFN-γ

n Mediana Q25-Q75 Média dos postos

p*

Idade ≤ 50% 41 36 23,5-42,5 42,46 0,71 > 50% 41 27 21-49 40,54

Profundidade de sondagem

≤ 50% 41 2,0 2,0-3,5 41,24 0,91

> 50% 41 2,0 2,0-3,0 41,76

Recessão gengival ≤ 50% 41 0 0-1,0 40,15 0,51 > 50% 41 0 0-3,0 42,85

Perda de inserção ≤ 50% 14 6,5 4,5-8,25 16,36 0,84

> 50% 17 6,0 4,75-9,0 15,71 * Teste Mann-Whitney

Os parâmetros clínicos placa visível, sangramento gengival e mobilidade

dentária foram avaliados em relação à distribuição de IFN-γ em todos os casos e,

nenhuma das variáveis apresentou diferença significativa quanto à distribuição dessa

proteína. Porém, uma leve tendência de maior marcação foi observada para as variáveis

placa visível e sangramento gengival, conforme tabela 34.

Page 117: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

Tabela 34 - Números absolutos, percentuais e valor de p para as variáveis independentes

categóricas placa visível, sangramento gengival e mobilidade dentária em relação à

variável dependente IFN-γ. Natal/RN, 2011

Distribuição de IFN-γ

≤ 50% > 50% n (%) n (%) Total p*

Placa visível

Ausente 26 (52) 24 (48) 50 0,65

Presente 15 (46,9) 17 (53,1) 32 Total 41 (50) 41 (50) 82

Sangramento gengival

Ausente 10 (66,7) 5 (33,3) 15 0,12 Presente 31 (46,3) 36 (53,7) 67

Total 41 (50) 41 (50) 82

Mobilidade dentária

Ausente 30 (49,2) 31 (50,8) 61 0,80 Presente 11 (52,4) 10 (47,6) 21

Total 41 (50) 41 (50) 82 * Teste Qui-quadrado

Ainda, na tentativa de correlacionar as proteínas estudadas entre si (TGF-β, IL-6,

IL-23, IL-17 e GATA-3) e também entre os parâmetros clínicos profundidade de

sondagem, recessão gengival e perda de inserção, usou-se o teste não-paramétrico

denominado coeficiente de correlação de Spearman. Os resultados mostraram que

houve uma forte correlação negativa entre a expressão de TGF-β, IL-23 e o parâmetro

clínico perda de inserção, o que significa dizer que quanto maior a expressão de TGF-β

menor a perda de inserção e vice-versa. Da mesma forma observou-se entre IL-17, IL-

23 e o parâmetro clínico profundidade de sondagem, também uma correlação negativa,

sendo considerada fraca para IL-17 e forte para IL-23, conforme tabela 35.

Na tabela 35 também se observa que houve correlação positiva entre a expressão

de TGF-β e as proteínas IL-17 e IL-23, sendo para IL-17 uma correlação fraca e para

IL-23 uma correlação moderada. Assim, quando a expressão de TGF-β foi maior as

outras duas proteínas também marcaram mais, e vice-versa. O mesmo pode ser

Page 118: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

verificado entre as proteínas IL-17 e IL-23 (correlação positiva). Para os parâmetros

clínicos, houve correlação positiva entre perda de inserção e recessão gengival e

profundidade de sondagem; entre profundidade de sondagem e recessão gengival e entre

a expressão de IL-6 e profundidade de sondagem. Isso quer dizer que quanto maior a

expressão da proteína maior o valor do parâmetro clínico e vice-versa.

Tabela 35 - Coeficiente de correlação de Spearman (r) e sua significância estatística entre a

marcação das proteínas TGF-β, IL-6, IL-23, IL-17 e GATA-3 e as variáveis independentes

profundidade de sondagem, recessão gengival e perda de inserção. Natal/RN, 2011

TGF-β

PI n 31

r -0,172 p 0,354 PI

IL-6 n 82 31 r 0,149 0,080 p 0,183 0,669 IL-6

IL-23 n 82 31 82 r 0,475** -0,131 0,063 p 0,001 0,482 0,577 IL-23

IL-17 n 82 31 82 82 r 0,273* 0,164 0,083 0,333** p 0,013 0,379 0,459 0,002 IL-17

GATA-3 n 82 31 82 82 82 r 0,094 0,085 0,087 0,132 0,209 p 0,403 0,650 0,439 0,237 0,059 GATA-3

RG n 31 31 82 82 82 82 r 0,095 0,695** 0,131 0,024 0,146 0,067 p 0,395 0,001 0,240 0,828 0,192 0,552 RG

OS n 82 31 82 82 82 82 82 r 0,043 0,571** 0,251* -0,118 -0,033 0,132 0,519** p 0,701 0,001 0,023 0,292 0,766 0,238 0,001

PI- Perda de inserção; RG- Recessão gengival; PS- Profundidade de sondagem * Estatisticamente significativo; ** Estatisticamente significativo

Page 119: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me
Page 120: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

6 DISCUSSÃO

As doenças periodontais têm sido alvo de numerosas pesquisas, tendo em vista o

microambiente em que se instalam e a complexa rede de fatores etiológicos envolvidos.

Já é sabido na literatura que o biofilme dentário constitui o fator etiológico primário

para o desenvolvimento dessas condições. No entanto, o desenvolvimento da doença

não depende apenas da presença dos microrganismos, mas, também, de uma gama de

interações entre a microbiota patogênica e o hospedeiro. Nos últimos anos, houve uma

emergência de novos conceitos baseados em descobertas importantes a respeito da

etiopatogênese das doenças periodontais. Dentre estas descobertas, destaca-se o grande

envolvimento dos mecanismos de defesa do hospedeiro com a destruição dos tecidos

periodontais. Tais observações foram realizadas a partir de diversos estudos que

buscaram sob diferentes metodologias, afirmações sobre a patogênese da doença

periodontal.

Quando antígenos provenientes de microrganismos periodontopatogênicos

interagem com os tecidos periodontais, é suscitada uma resposta imunoinflamatória do

hospedeiro frente a essa agressão. Assim, verifica-se uma reação inflamatória local a

partir da ativação do sistema imune inato com a participação atuante dos neutrófilos.

Caso esta resposta não seja suficiente para debelar o processo, ocorrerá sua

amplificação através da ativação do sistema imune adquirido. Esta resposta é

caracterizada pela produção e ativação de citocinas oriundas de células T, células B,

plasmócitos, macrófagos e células dendríticas que agirão sobre outras células

promovendo a destruição dos tecidos periodontais. Esse evento é marcado pela lise

tecidual direta, resultante da ação de produtos bacterianos do biofilme dentário e pela

destruição tissular indireta, mediada pela resposta imunoinflamatória induzida no

hospedeiro.

Diversas células do sistema imune participam do desenvolvimento da doença

periodontal. Entre elas, estão as células TCD4+ conhecidas por funcionar como

reguladoras centrais da resposta imune adquirida. Após ativação por estimulação

antigênica, essas células se diferenciam em T efetoras responsáveis por reações imunes

Page 121: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

positivas ou, em células T regulatórias, responsáveis pela modulação negativa da

imunidade (SAKAGUCHI, 2004; YOSHIMURA et al., 2010).

Diferentes subpopulações de células TCD4+ predominam em fases distintas da

doença periodontal. Até pouco tempo atrás era visto na literatura que as células Th1 e

Th2 ditavam a resposta imunológica nas doenças periodontais, na dependência do tipo

celular predominante (Th1/Th2) e do perfil de citocinas produzidas. No entanto, com a

evolução dos estudos, uma terceira linhagem de células Th foi identificada no início

dessa década, sendo categorizada como Th17 em virtude das células pertencentes a esta

linhagem produzirem a citocina IL-17 (WEAVER et al., 2006). Essa população de

células tem sido considerada como uma provável evolução das células Th na tentativa

de aumentar o clearance de patógenos distintos daqueles que são alvos das respostas

Th1 e Th2, sendo especulado na literatura seu possível envolvimento na patogênese da

doença periodontal.

De acordo com O'garra e Arai (2000) e Farrar, Asnagli e Murphy (2002), o

desenvolvimento de uma subpopulação Th depende da natureza do patógeno invasor, da

rota e da dose do antígeno, como também de fatores genéticos do hospedeiro. Contudo,

os fatores mais claramente definidos em determinar essa diferenciação, a partir das

células T naives, são as citocinas presentes no início da resposta imune e no estágio de

ligação ao receptor de célula T. Diante disso e do importante papel da resposta imune

adquirida na doença periodontal, o presente estudo propôs investigar citocinas

produzidas por células Th1, Th2 e Th17, na tentativa de se obter um maior

entendimento da participação de tais proteínas no desenvolvimento dos processos

patológicos periodontais.

Para tanto, oitenta e duas amostras de tecido gengival foram incluídas no estudo.

Tais amostras foram obtidas de pacientes selecionados intencionalmente quando

buscaram tratamento nas clínicas de Periodontia, de acordo com os critérios de inclusão

e exclusão do trabalho, descritos na metodologia. Isso contribuiu para uma menor

variabilidade nos números absolutos de algumas variáveis agregadas ao estudo, bem

como para uma menor dispersão dos dados. Assim que os pacientes foram selecionados

e incluídos no grupo de estudo, todos os dados pertinentes ao indivíduo (sexo, raça e

idade), bem como aqueles relacionados aos parâmetros clínicos/radiográficos dos

tecidos periodontais envolvidos na pesquisa (profundidade de sondagem, recessão

Page 122: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

gengival e perda de inserção clínica) foram registrados, sendo então obtido a partir

desses dados, o diagnóstico clínico da condição periodontal de cada amostra,

classificando-a em saudável, com quadro de gengivite ou periodontite crônica, para

assim compor cada grupo.

A partir da análise descritiva dos nossos resultados, observamos que

aproximadamente dois terços dos pacientes eram do sexo feminino, sendo verificada

uma distribuição similar entre as raças branca e parda, demonstrando o perfil racial da

população estudada. A composição dos grupos das amostras gengivais mostrou que

quase a metade (44%) apresentava gengivite crônica, aproximadamente 38% era de

periodontite crônica e 18% de tecidos gengivais clinicamente saudáveis. Num cenário

ideal, essa composição deveria ser similar em número para cada variável. No entanto,

quando se trabalha com esse tipo de unidade amostral (tecido gengival humano), torna-

se extremamente difícil desenvolver uma pesquisa com esse padrão, principalmente

porque demandaria um grande período de tempo.

Buscou-se incluir no presente estudo, indivíduos adultos jovens porque a

variável idade poderia funcionar como fator interveniente quanto à produção da resposta

imunológica, tendo em vista que pessoas idosas e crianças apresentam uma maior

fragilidade imunológica, tornando-se mais susceptíveis aos microrganismos

oportunistas e ao desenvolvimento de uma resposta imune desregulada. Acredita-se,

diante disso, que indivíduos adultos jovens produzam uma resposta imunológica mais

equilibrada, proporcionando assim uma análise mais fidedigna dos dados.

A partir da caracterização dos nossos grupos de estudo, vários aspectos foram

analisados, tomando-se por base os números absolutos representados pela análise

descritiva e estatística. Dessa forma, a presente discussão se pauta na interpretação dos

resultados morfológicos e imuno-histoquímicos dos espécimes gengivais, considerando

os dados obtidos para o estudo.

No que se refere aos aspectos histopatológicos observados nas amostras de tecido

gengival da presente pesquisa, verificamos que a maioria dos casos enquadrava-se em

lesões estabelecidas e avançadas, de acordo com a classificação de Page e Schroeder

(1976). Tais dados podem ser evidenciados na tabela 2, que mostra uma maior

distribuição do infiltrado inflamatório entre os terços médio e profundo, do tipo

Page 123: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

linfoplasmocitário, de intensidade moderada a intensa e de distribuição difusa. Poucos

neutrófilos foram visualizados nos tecidos gengivais. Nossos resultados corroboram os

de Gamonal et al. (2001) que observaram a presença dos linfócitos em todas as fases da

doença periodontal, sendo possível verificar ainda ocasionais neutrófilos em espécimes

de gengivite e periodontite crônicas, especialmente no epitélio gengival, caracterizando

um quadro de exocitose.

É interessante observar também em nossos resultados que a distribuição do

infiltrado por terços e sua intensidade apresentaram diferença significativa (p=0,02)

quando correlacionamos com a idade. Entende-se a partir da análise das medianas que

os indivíduos de mais idade apresentam uma maior quantidade de células inflamatórias

distribuídas na profundidade dos tecidos, o que estaria associado à presença de uma

doença periodontal estabelecida ou mesmo avançada, em virtude de uma maior ativação

do sistema imune. No entanto, não pudemos realizar testes estatísticos com intuito de

compará-los à expressão das proteínas analisadas, face à pequena dispersão de alguns

dados morfológicos entre os grupos do presente estudo (Tabela 2).

Não há dúvida de que as células T desempenham um papel fundamental na

doença periodontal. Elas foram o tipo celular predominante nas amostras de tecido

gengival do presente estudo e são consideradas, na literatura, primordiais na resposta

mediada por células (macrófagos/linfócitos), a partir do desempenho de suas funções

efetoras quanto à produção de citocinas. Tais células são indispensáveis também na

ativação de células B que possuem valor significativo na patogênese da doença

periodontal (LUNDQVIST et al., 1992; GEMMELL et al., 2007). No entanto, ainda não

está totalmente estabelecido na literatura vigente o papel desempenhado pelas citocinas

por elas produzidas na patogênese da doença periodontal. Sabe-se que, dependendo do

perfil de citocinas encontradas nos tecidos periodontais, determinadas vias de

sinalização serão ativadas caracterizando, dessa forma, a presença de uma doença

estável ou destrutiva nesses tecidos.

Com o intuito de decifrar qual resposta imune determina a progressão da doença

periodontal ou até mesmo a proteção dos tecidos, diversos estudos têm sido

desenvolvidos nas mais variadas linhas de pesquisa. É visto na literatura a análise da

expressão de genes das principais citocinas envolvidas nas respostas imunológicas, além

da busca pela quantificação dessas proteínas no fluido crevicular gengival pelo método

Page 124: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

ELISA e sua distribuição nos tecidos gengivais por métodos imuno-histoquímicos. Os

achados são variados, porém nenhuma resposta definitiva foi dada.

Dentro dessa última perspectiva, o presente trabalho investigou seis proteínas

(IFN-γ, GATA-3, IL-17, IL-23, IL-6 e TGF-β) que estão diretamente envolvidas com as

respostas Th1, Th2 e Th17, ditas essenciais para determinação da resposta produzida

nos tecidos periodontais. Em todos os casos analisados foi observada positividade às

proteínas estudadas, sendo verificada, sob microscopia de luz, marcação citoplasmática

e/ou nuclear em células inflamatórias (neutrófilos, linfócitos, plasmócitos e

macrófagos), células endoteliais e fibroblastos gengivais, além da matriz extracelular.

Partindo-se do princípio de que essas citocinas são secretadas por células do sistema

imune e por outras células, nossos resultados corroboram aqueles encontrados na

literatura, que afirmam serem essas células, fontes de interleucinas, principalmente as

inflamatórias, células endoteliais e fibroblastos gengivais (TENG et al., 2003;

GEMMELL et al., 2007; ARA et al., 2009; PRADEEP et al., 2009).

Quando se analisou a expressão de cada proteína separadamente, observou-se a

distribuição das citocinas analisadas nos tecidos gengivais, com intuito de definir

diferenças ou não na resposta que prevaleceu nos três grupos estudados. De acordo com

os dados analisados, nossos resultados sugerem uma atuação mais pronunciada das

citocinas que compõem as respostas Th1 e Th17 nos estágios mais estabelecidos da

doença.

Considerando a resposta Th1, verifica-se através da distribuição do IFN-γ que

ele esteve presente nos tecidos gengivais de todas as amostras, corroborando os achados

de Vieira et al. (2000) e Frucht et al. (2001) que observaram sua presença durante os

estágios iniciais e finais da resposta imune. Essa citocina pode ser liberada por células

natural killers, células T ativadas, células dendríticas e macrófagos, sendo responsável

por diversos aspectos da resposta imune, destacando-se sua atuação como regulador

positivo da resposta Th1 por induzir diferenciação das células através da expressão

aumentada do fator de transcrição T-bet, considerado importante fator de transcrição

que aumenta a responsividade à IL-12 (citocina da resposta Th1), além de ser capaz de

induzir a ativação de macrófagos e a produção de uma série de mediadores pró-

inflamatórios como o TNF-α (MULLEN et al., 2001; SANTOS et al., 2010). Loos et al.

Page 125: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

(2001) ressaltam, ainda, que outras células podem ser fonte dessa proteína, tais como

células de músculo liso, células endoteliais, macrófagos e bulbos nervosos.

Quanto à sua distribuição nos grupos do estudo (Grupos 1, 2 e 3), nossos

resultados mostraram que o IFN-γ mostrou-se mais presente no estágio mais avançado

da doença, ou seja, nos casos de periodontite crônica (grupo 3), o que pode sugerir sua

provável participação na destruição dos tecidos periodontais. Esses achados estão em

concordância com outros estudos que sugerem uma resposta Th1 mais proeminente nos

tecidos gengivais de indivíduos com periodontite crônica (EBERSOLE, TAUBMAN,

1994; ROBERTS et al., 1997; TAKEICHI et al., 2000; GEMMELL et al., 2002;

BERGLUNDH, DONATI, 2005; HONDA et al., 2008; OHYAMA et al., 2009).

Estudos que avaliaram a concentração de IFN-γ no fluido crevicular gengival também

observaram níveis aumentados nos tecidos com periodontite crônica (UKAI et al., 2001;

DUTZAN et al., 2009b). Desde que ficou estabelecido na literatura que o biofilme

dentário era fator etiológico primário para as doenças periodontais, numerosas pesquisas

foram realizadas para se saber ao certo como se dava a reação imunoinflamatória

produzida nesses tecidos. Seymour et al. (1988) analisaram imuno-histoquimicamente a

resposta imunoinflamatória produzida na gengivite experimental e verificaram a

presença de macrófagos e células T, idêntico ao observado nas reações de

hipersensibidade do tipo tardia. De acordo com a classificação de Page e Schroeder

(1976), esses achados são observados nas lesões periodontais precoces e estáveis. Tais

semelhanças sugeriram a predominância da resposta Th1 nas lesões periodontais.

No entanto, a participação de outras citocinas, bem como as diferenças

encontradas entre os estudos, levou a controvérsias quanto à predominância dessa

resposta nas doenças periodontais. De fato, considerando-se que a maioria dos casos do

presente estudo consistiu de lesões estabelecidas (gengivite crônica), pode-se sugerir a

presença de uma maior resposta Th1 de acordo com os autores supracitados. Diversos

estudos têm demonstrado que a resposta Th1 prevalece nas lesões precoces e estáveis,

enquanto a resposta Th2 está associada com lesões avançadas. Essa afirmação é

fundamentada em pesquisas realizadas em tecidos de camundongos e cultura de células

que evidenciam uma mudança no perfil de células do infiltrado inflamatório, bem como

das citocinas produzidas. Além disso, acredita-se que haja uma diminuição da expressão

de citocinas Th1 (por ex. IFN-γ), sendo substituídas por outras proteínas como IL-4 para

Page 126: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

debelar o processo patológico (SEYMOUR et al., 1993; GEMMELL et al., 2002;

GEMMELL, SEYMOUR, 2004; PRADEEP et al., 2009; FORD, GAMONAL,

SEYMOUR, 2010). Contrapondo-se a esta afirmação, Santos et al. (2010) observaram

altas concentrações de IFN-γ em pacientes diabéticos do tipo 2 bem controlados e

baixas concentrações de IL-4, sugerindo a predominância da citocina Th1. Embora a

razão precisa para as controvérsias relacionadas ao paradigma Th1/Th2 ainda não seja

totalmente conhecido, de acordo com Gemmell e Seymour (2001) e Honda et al. (2008),

isso pode estar associado, pelo menos em parte, às diferentes metodologias aplicadas e

materiais examinados nos estudos sobre a patogênese da doença periodontal.

Ainda em relação à marcação de IFN-γ, observou-se que sua expressão se deu de

forma difusa nos tecidos gengivais, mais fortemente evidenciada na matriz extracelular,

estando em consonância com Loos et al. (2001) que também observaram a presença

dessa proteína na matriz. Pequenas áreas contendo células inflamatórias positivas para

essa proteína foram, também, visualizadas. Esse padrão de marcação variado é

reportado na literatura por alguns autores que consideram a utilização de diferentes

clones uma explicação plausível para essa variação (DOLLAIN et al., 1996; LOOS et

al., 2001). Além disso, também foi aventada a hipótese de que a utilização de diferentes

técnicas (cultura de células, ELISA, imuno-histoquímica) para identificação dessa

proteína possa produzir resultados variados. Portanto, torna-se viável acreditar que

dependendo da técnica utilizada, poderá haver maior ou menor retenção de IFN-γ na

célula. Entretanto, quando a técnica aplicada necessita de cortes teciduais, crê-se que,

possivelmente, o IFN-γ seja perdido durante o processo de fixação devido à extração do

antígeno ou mesmo pela pobre fixação das células (LARSSON, 1993).

Além de analisar a expressão de IFN-γ intergrupos também buscamos associar

sua marcação nos tecidos periodontais aos parâmetros clínicos do estudo (idade,

profundidade de sondagem, recessão gengival, perda de inserção clínica, placa visível,

sangramento gengival e mobilidade dentária). Nossos resultados revelaram uma leve

tendência de maior marcação para IFN-γ para as variáveis placa visível, sangramento

gengival e perda de inserção, embora nenhuma diferença significativa tenha sido

observada. Esses dados condizem com o status de doença periodontal, porém não

informa qualquer associação com a severidade da doença. Apesar de não ter avaliado as

mesmas variáveis do presente estudo, nossos resultados corroboram aqueles

Page 127: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

encontrados por Górska et al. (2003) que buscaram a relação entre parâmetros clínicos

(profundidade à sondagem, perda de inserção clínica, índice de placa e índice de

sangramento) e a concentração das citocinas IL-1β, TNF-α, IL-2, IFN-γ, IL-4 e IL-10

em amostras de tecido gengival e amostras sanguíneas de pacientes com periodontite

crônica e saudáveis. Seus resultados revelaram correlação positiva entre a perda de

inserção e a expressão de IFN-γ (r= 0,63; p= 0,04), bem como entre pacientes que

exibiam índice de sangramento gengival maior que 15% e a expressão da mesma

proteína (r= 0,66; p= 0,01).

Partindo para a segunda proteína analisada no presente estudo, quando se

analisou a expressão do fator de transcrição GATA-3, proteína expressa principalmente

em células hematopoiéticas e pertencentes à resposta Th2, observou-se que sua

marcação foi mais pronunciada nos casos de gengivite crônica que nos casos de

periodontite crônica. Porém, esse fato não permitiu qualquer comparação relacionada

aos estágios da doença. Apenas sugere-se que haveria uma participação dessa resposta

no início do desenvolvimento da doença periodontal, porém provavelmente ela não

estaria envolvida de forma direta na destruição dos tecidos em lesões avançadas.

Nesse sentido, especula-se que seu predomínio em lesões estáveis, conforme

observado em nossos resultados indicaria sua participação na resposta imune como fator

protetor para o desenvolvimento da doença periodontal, uma vez que, de acordo com

Mullen et al., (2001) e Dutzan et al. (2009a), sua expressão independe do grau de

severidade da doença. Os achados supracitados corroboram àqueles encontrados por

Taubman et al. (2001) que afirmaram estarem as células Th1 envolvidas com a

destruição periodontal, enquanto as células Th2 fariam o papel inverso, ou seja, agiriam

como atenuante (fator protetor) na progressão dessa doença. Lemos (2009) avaliando a

expressão imuno-histoquímica da subunidade IFN-γ R1 do receptor para o IFN-γ

(resposta Th1) e do fator de transcrição específico para célula Th2 (GATA-3) na doença

periodontal ativa induzida em ratos Wistar, observou que o GATA-3 teve sua expressão

diminuída com o avanço da perda óssea induzida e a subunidade IFN-γ R1 passou a se

expressar na fase ativa da doença experimental, não se alterando com a progressão da

destruição tecidual. Dessa forma, a autora concluiu que a resposta Th2 pode estar

associada a uma resposta protetora na patogênese da doença periodontal e que a

Page 128: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

progressão da doença periodontal está relacionada com o desequilíbrio das respostas

Th1/Th2.

Outra hipótese levantada para uma menor atuação do GATA-3 em fases

avançadas da doença periodontal, seria justificada pela maior presença de outras

citocinas no meio, ditas responsáveis pela progressão da doença periodontal,

evidenciada no presente estudo pela expressão de IFN-γ que pode ter suprimido a

ativação das células Th2. À semelhança dos nossos resultados, Hosokawa et al. (2008)

analisaram a expressão de CCL17 por RT-PCR (quimiocina envolvida no recrutamento

de linfócitos Th2 e na manutenção da resposta imune Th2) em tecidos gengivais

saudáveis e doentes. Eles observaram que a produção dessa quimiocina por fibroblastos

gengivais foi maior quando baixas concentrações de IFN-γ encontrava-se nos tecidos.

No entanto, quando esses fibroblastos foram cultivados na presença de IL-4 e IL-10,

verificou-se um aumento significativo na produção de CCL17. Estes resultados

sugeriram que a produção de CCL17 por fibroblastos gengivais pode controlar a

migração de células Th2 nos tecidos periodontais doentes, revelando uma tendência ao

desenvolvimento de uma resposta Th2.

Contrapondo-se aos dados anteriormente citados, outros autores têm

demonstrado que a resposta Th2 predomina nos tecidos gengivais de indivíduos com

periodontite crônica, estando diretamente envolvidos com a progressão da doença

(SEYMOUR et al., 1993; YAMAZAKI et al., 1994; TOKORO et al., 1997;

GEMMELL, SEYMOUR, 2004). Acreditamos que ocorra uma expressão variada das

respostas Th1 e Th2 a depender do tempo e de relações de interações com o hospedeiro.

Tentamos buscar uma associação entre os parâmetros clínicos (idade,

profundidade de sondagem, recessão gengival, perda de inserção, placa visível,

sangramento gengival e mobilidade dentária) e a expressão de GATA-3, porém nenhum

dado sobre estas associações foi visto na literatura para esta proteína. Em contrapartida,

outras citocinas da resposta Th2 foram avaliadas quanto à sua presença no fluido

gengival, na tentativa de estabelecer correlacões com a prática clínica. Tsai et al. (2007)

investigaram os níveis de IFN-γ (Th1) e IL-4 (Th2) no fluido de pacientes com

periodontite crônica antes e após terapia periodontal não cirúrgica (TPNC) e

compararam aos parâmetros clínicos profundidade de sondagem e nível de inserção

clínica. Os resultados mostraram que os níveis de IFN-γ eram superiores antes da

Page 129: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

terapia periodontal, o que sugere sua atuação nas lesões periodontais crônicas. Por outro

lado, foi observado um aumento na concentração de IL-4 após a TPNC, sendo então

associada com a remissão ou melhora da inflamação periodontal, o que de certa forma

corrobora os achados no presente estudo.

Considerando a resposta Th17 avaliada a partir da expressão imuno-

histoquímica de IL-17, verificou-se que a imunomarcação para essa proteína foi mais

fraca, comparada às demais interleucinas. De acordo com Harrington et al. (2005) e

Ohyama et al. (2009) uma menor quantidade de células Th17 pode ser observada em

tecidos gengivais, tendo em vista que sua diferenciação pode ser inibida pela presença

de IFN-γ ou IL-4 no microambiente periodontal. Isso pode ser corroborado por Santos

et al. (2010) que encontraram uma correlação negativa entre os níveis de IFN-γ e IL-17

no fluido crevicular gengival de pacientes diabéticos do tipo 2 com periodontite crônica.

A IL-17 é uma citocina pró-inflamatória produzida por células Th17, natural

killers, células T CD4+ de memória, neutrófilos e CD8+, evidenciada tanto nas células

produtoras dessa proteína quanto na matriz extracelular dos tecidos, o que

possivelmente representa a secreção pelo infiltrado inflamatório local, conforme estudos

desenvolvidos por Aggarwal et al. (2003), Langrish et al. (2005), Kramer, Gaffen,

(2007), Nakae et al. (2007), Rachitskaya et al. (2008), Tzartos et al. (2008), Ay et al.

(2009) e Cardoso et al. (2009). Numerosos estudos foram desenvolvidos com o intuito

de saber o papel que estas células podem desempenhar na patogênese de doenças que

apresentam dano tecidual mediado por células, seja por auto-imunidade ou por respostas

imunes contra infecções microbianas. Evidências clínicas e in vitro mostraram a

presença das células Th17 na doença periodontal. O foco principal do estudo tem sido

quanto à capacidade de IL-17 em induzir a osteoclastogênese através da ativação de

fibroblastos e células endoteliais e, por conseguinte, aumentar a secreção de IL-6 na

presença do TNF-α responsáveis pela exacerbação do processo inflamatório (KOTAKE

et al., 1999; TAKAHASHI et al., 2005; SATO et al., 2006; KRAMER; GAFFEN, 2007;

NAKAE et al., 2007; LESTER et al., 2007; AY et al., 2009; CARDOSO et al., 2009;

DUTZAN et al., 2009b).

Quando se analisou a expressão de IL-17 intergrupos, nossos resultados

mostraram que a mesma foi mais expressiva nos tecidos periodontais doentes, ou seja,

que apresentavam gengivite e periodontite crônicas. Esses resultados estão em

Page 130: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

consonância com Cardoso et al. (2009) que analisaram a presença de células Th17 por

imunofluorescência confocal, a expressão da proteína IL-17 por coloração imuno-

histoquímica, bem como a expressão do RNA mensageiro de IL-17 em tecidos

gengivais saudáveis e doentes (periodontite crônica) e observaram que houve marcação

positiva para IL-17 somente nos tecidos doentes. Mesmo assim, a quantidade de células

Th17 encontradas na gengiva doente não foi tão superior quando comparada com outras

células inflamatórias evidenciadas no tecido. Nesse sentido, é possível que uma pequena

população funcional dessas células possa ser suficiente para induzir a quebra de

homeostase nos tecidos, ocasionando a perpetuação do processo inflamatório,

destruição óssea e, conseqüentemente, perda dentária. A expressão do gene para IL-17

foi maior nos tecidos com periodontite crônica, similarmente ao observado por Honda et

al. (2008) que também avaliou os receptores CCR4 e CCR6 (encontrados em células

Th17) evidenciando correlação positiva entre os níveis desses receptores e a expressão

do gene nos tecidos com periodontite.

Com relação à participação de IL-17 na osteoclastogênese, essa hipótese pode

indicar uma possível atuação sinérgica das respostas Th17 e Th1, conforme dados

observados na literatura que mostraram uma maior expressão de IL-1β, TNF-α e IL-17

em tecidos gengivais com periodontite, considerando ainda que a IL-17 possa

desempenhar funções similares àquelas desempenhadas por IL-1β e TNF-α no que diz

respeito à osteoclastogênese e reabsorção óssea (KOTAKE et al., 1999; RUDDY et al.,

2004; BEKLEN et al., 2007). Além da atuação sinérgica à resposta Th1 através dos

efeitos produzidos sobre as células responsáveis pela osteoclastogênese, outros autores

acreditam que a presença de IL-17 no meio pode exacerbar a doença periodontal

inflamatória a partir da indução à produção de metaloproteinases da matriz ou pela

ativação de fibroblastos gengivais a produzirem mediadores inflamatórios, gerando

assim uma amplificação da reação inflamatória (ODA et al., 2003; TAKAHASHI et al.,

2005; BEKLEN et al., 2007; ABBAS; LICHTMAN; PILLAI, 2008; PRADEEP et al.,

2009).

Nesse contexto, Beklen et al. (2007) avaliaram a produção das MMPs 1, -3, -8 e

-9 em amostras de tecido gengival saudável e doente (com periodontite) e observaram

que diante da exposição às interleucinas acima referidas, havia uma maior produção

dessas MMPs nos tecidos e, conseqüente destruição dos mesmos. Além disso, também

Page 131: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

observaram que a presença de IL-17 no meio aumentou significativamente a

concentração de pró-MMP-1 e a concentração total de MMP-3, produzidas pelos

fibroblastos gengivais. Quando observado o número de células imunorreativas para IL-

17 nos tecidos com periodontite, viu-se que esta interleucina estava claramente

aumentada, porém num menor grau quando comparada à IL-1β e TNF-α. Em resumo,

os resultados do estudo indicaram que a IL-17 tem um menor efeito direto sobre a

produção de MMPs comparado à IL-1β e TNF-α, entretanto, mostrou estimular a

secreção de IL-6 e IL-8 pelos fibroblastos gengivais e de IL-1β e TNF-α por

macrófagos/monócitos, importantes citocinas pró-inflamatórias.

Em relação à análise dos parâmetros clínicos (idade, profundidade de sondagem,

recessão gengival, perda de inserção clínica, placa visível, sangramento gengival e

mobilidade dentária) avaliados no estudo, a expressão de IL-17 também não pôde ser

associada com estas variáveis. Entretanto, houve uma menor expressão de IL-17 nos

casos que exibiram positividade para placa visível. Ainda assim, pode-se sugerir que

provavelmente os casos positivos que apresentaram menor marcação poderiam se tratar

de lesões em estágios iniciais da doença periodontal, tendo em vista que estão

diretamente associados à presença de biofilme dentário para seu desenvolvimento. Nas

lesões estabelecidas pode-se encontrar uma menor quantidade, ou até mesmo, não ser

visível clinicamente a presença do biofilme dentário depositado nas superfícies

dentárias.

O papel de IL-23 na doença periodontal também vem sendo discutido através de

vários estudos, tendo sido proposto por McGeachy e Cua (2007) que a mesma possa

desempenhar um papel na manutenção e estabilização do fenótipo Th17 ou na

sobrevivência dessas células. Além disso, tem sido investigado também um possível

papel na reação inflamatória e destruição dos tecidos periodontais a partir do

recrutamento de neutrófilos e da produção de uma resposta imune inflamatória contra

patógenos (TAN et al., 2009). A IL-23 é uma citocina recentemente descoberta,

pertencente à família da IL-12, sendo produzida principalmente pelas APCs ativadas,

tais como as células dendríticas e macrófagos (KORN et al., 2007; ABBAS;

LICHTMAN; PILLAI, 2008). A IL-12 tem sido apontada na literatura como regulador

negativo para a produção de IL-17 pelas células Th17, diferentemente de IL-23 que é

considerada um regulador positivo (HONDA et al., 2008).

Page 132: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

No presente estudo, essa proteína apresentou marcação mais pronunciada nas

amostras de tecido gengival com periodontite crônica, muito embora não tenha sido

estatisticamente significativo, corroborando os achados de Ohyama et al. (2009). Esses

autores investigaram o envolvimento de IL-23 e células Th17 em 30 amostras de tecido

gengival com periodontite crônica, classificados em sítios mais superficiais (n=15),

sítios mais profundos (n=15) e sítios saudáveis (n=11). A análise da expressão de IL-23

foi realizada por PCR real time e imuno-histoquímica, sendo observada também a

expressão de IL-17, IFN-γ e IL-12. Os resultados do estudo mostraram que houve uma

maior expressão dos genes para IL-23, IL-12 e IFN-γ comparado ao grupo controle.

Com relação à IL-17, sua expressão foi maior nos tecidos com periodontite,

especialmente naqueles localizados em região adjacente à destruição óssea. Não houve

diferenças estatisticamente significativas nos níveis de IFN-γ entre os tecidos doentes e

saudáveis. Já as proteínas IL-23 e IL-12 encontravam-se aumentadas nos tecidos com

periodontite crônica.

Em se tratando dos resultados obtidos quanto à análise dos parâmetros clínicos

(idade, profundidade de sondagem, recessão gengival, perda de inserção clínica, placa

visível, sangramento gengival e mobilidade dentária) avaliados no estudo, verificou-se

que houve uma tendência a maior marcação de IL-23 nos casos de maior perda de

inserção, embora não tenha sido observada diferença significativa. Já para a variável

idade houve correlação significativa em relação à expressão dessa proteína nos tecidos

gengivais. Isso reflete, provavelmente, na existência de doença periodontal em estágios

mais avançados, sendo então associada maior expressão nos casos de periodontite

crônica.

Diante de todos os resultados até então explorados para as respostas Th1 e Th17,

acreditamos que elas atuem juntas quanto à destruição dos tecidos periodontais.

Entende-se que a resposta Th17 é coadjuvante no cenário de destruição tissular, sendo

caracterizada pelas induções indiretas à produção de outras citocinas pró-inflamatórias,

ativação de enzimas líticas e de células específicas que ditam a reabsorção óssea. Nessa

complexa rede, encontra-se IL-23, expressa em níveis mais altos na doença e,

provavelmente, agindo sinergicamente através de sua atuação sobre as células Th17 e

possível participação em outras vias.

Page 133: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

Já é estabelecido na literatura que a IL-6 e o TGF-β são proteínas

multifuncionais, ou seja, participam ativamente de diferentes eventos fisiológicos e

patológicos relacionados à resposta do hospedeiro. Uma das numerosas funções está

associada à capacidade de induzir a diferenciação de células Th na linhagem Th17

quando estão presentes concomitantemente no ambiente intersticial. Considerando esse

último dado, o presente estudo analisou a expressão dessas proteínas imuno-

histoquimicamente em amostras de tecido gengival saudável e doente.

Para IL-6, os resultados mostraram que não houve diferença significativa entre

os três grupos avaliados, no entanto, uma tendência a maior marcação nos casos de

periodontite crônica foi observada, o que pode traduzir sua participação no processo de

destruição dos tecidos periodontais, seja auxiliando na diferenciação de células Th17 ou

atuando de forma indireta através da estimulação à produção de outros mediadores

inflamatórios. De acordo com Takashiba et al. (2003), em tecidos periodontais

inflamados observa-se uma grande quantidade de IL-6. Ela é capaz de ativar

fibroblastos na presença do receptor para IL-6 solúvel, além de ser um potente

estimulador à produção de MMPs pelas células polimorfonucleares, sendo associada à

severidade da doença periodontal (IRWIN et al., 1998; IRWIN et al., 2002), o que

confirma as informações supracitadas.

A IL-6 é uma citocina multifuncional produzida por fibroblastos gengivais,

monócitos, macrófagos, células epiteliais, células do endotélio vascular e células T

ativadas (YAMAZAKI et al., 1994; ABBAS; LICHTMAN; PILLAI, 2008;

SUNDARARAJ et al., 2009). Além do possível envolvimento de IL-6 na diferenciação

da linhagem Th17, destaca-se ainda uma provável atuação desta na destruição

periodontal, tendo em vista que alguns autores apontam sua participação ativa na

resposta inflamatória através da estimulação local à produção de IL-1β e TNF-α

(NAKAE et al., 2007; AY et al., 2009). Ainda tem sido proposto que a IL-6 liberada nos

tecidos periodontais doentes entra na corrente sanguínea e estimula células do sistema

imune e células não imunes ativando a via de sinalização JAK/STAT, responsáveis pela

ativação de fatores de transcrição específicos para o desenvolvimento das respostas

imunes Th (MOUTSOPOULOS, MADIANOS; 2006).

Apesar das evidências descritas a respeito da participação de IL-6 no processo

de destruição dos tecidos periodontais, poucos estudos são realizados para analisar

Page 134: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

especificamente essa citocina. Entretanto, ainda pudemos comparar nossos achados com

aqueles encontrados por Ross et al. (2010) que averiguaram através de expressão

imuno-histoquímica a presença de IL-6 nos tecidos periodontais doentes de pacientes

diabéticos e não diabéticos. Seus resultados mostraram uma maior marcação nos tecidos

doentes tanto de pacientes portadores de Diabetes Mellitus quanto naqueles que tinham

apenas doença periodontal e/ou ambas as doenças. Os autores concluíram que a IL-6

está presente em altos níveis nos tecidos periodontais doentes, de forma que pode

contribuir para destruição desses tecidos e evolução da doença. Embora não se trate de

avaliação imuno-histoquímica, os dados do presente estudo também corroboram aqueles

observados por Cole et al. (2008) que demonstraram uma expressão aumentada do RNA

mensageiro de IL-6 em pacientes portadores de doença periodontal diabéticos e não

diabéticos.

Os parâmetros clínicos também foram avaliados quanto à expressão de IL-6

(idade, profundidade de sondagem, recessão gengival, perda de inserção clínica, placa

visível, sangramento gengival e mobilidade dentária) e nenhuma diferença significativa

foi observada. No entanto, de acordo com as tabelas 24, 25, 26 e 27, é notável a

tendência de maior marcação nos casos positivos para cada variável. Esses achados

podem sugerir a participação ativa dessa proteína na patogênese da doença periodontal.

No que se refere ao TGF-β, nossos resultados apontaram diferença

estatisticamente significativa entre os grupos controle e experimentais, conforme tabela

28. O TGF-β apresentou maior marcação nos casos de gengivite e periodontite crônica

quando comparado aos casos de tecido gengival saudável. Essa diferença pôde ser bem

evidenciada quando comparamos os casos saudáveis com as amostras de periodontite

crônica, denotando uma inversão de marcação. Segundo Cardoso et al. (2009), o TGF-β

tem sido apontado como uma proteína que desempenha um suposto papel duplo no

ambiente periodontal doente. Ele inibe a proliferação e a função efetora de células T e a

ativação de macrófagos, bem como atua em outras células, como neutrófilos e células

endoteliais, em grande parte para contrapor-se aos efeitos das citocinas pró-

inflamatórias. Por meio dessas ações, o TGF-β inibe respostas imunes e inflamatórias.

Ele também é capaz de exercer efeitos antiinflamatórios ou pró-inflamatórios,

dependendo da cronologia do seu aparecimento, a quantidade produzida, e expressão

sistêmica versus local.

Page 135: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

O TGF-β é uma citocina regulatória com funções pleiotrópicas no

desenvolvimento de células T, homeostase e na tolerância, sendo produzido por diversas

linhagens de leucócitos, células mesenquimais, além de ser produzido por células T

estimuladas por antígenos e fagócitos mononucleares ativados por LPS (LI et al., 2006;

TAYLOR, 2009). Especula-se, ainda, que células T regulatórias sejam produtoras de

TGF-β nos sítios onde se observa abundante produção de IL-1β e IL-6, conforme

Abbas, Lichtman e Pillai (2008) e Cardoso et al. (2009). Alguns estudos em

camundongos indicam que a diferenciação ou sobrevida das células T regulatórias

depende em parte do TGF-β. Além disso, o TGF-β produzido pelas células T

regulatórias ou pelas células dendríticas, pode bloquear o desenvolvimento das

subpopulações Th1 e Th2 de células T CD4+ efetoras. Assim, TGF-β exerce efeitos

complexos sobre as respostas imunes mediadas pelas células T.

Em estudo realizado por Nakajima et al. (2005) a expressão de Foxp3 foi

positivamente correlacionada à expressão de IL-10 e TGF-β1 na periodontite crônica,

porém, apenas TGF-β1 apresentou associação significativa quando esta expressão foi

comparada entre amostras de gengivite e periodontite crônica. Por outro lado, Ernst et

al. (2007) analisaram a expressão de células CD25+Foxp3+ (Treg) em amostras de

tecido gengival e observaram que houve uma menor expressão dessas células nos

tecidos que apresentavam periodontite quando comparado aos tecidos saudáveis,

enquanto os níveis do fator ativador ligante do receptor nuclear-kB (RANKL) se

mostraram maiores, sugerindo que um menor número de células Treg pode estar

associada a maior expressão de RANKL nos tecidos doentes. Esses resultados

controversos só reforçam a idéia de que o desenvolvimento de uma resposta imune

destrutiva ou protetora dependerá diretamente da resposta produzida no microambiente

periodontal associada às interações com o hospedeiro, fatores de virulência produzidos

pelos periodontopatógenos e fatores modificadores intrínsecos e extrínsecos.

Considerando suas propriedades inflamatórias, o TGF-β foi identificado em

sítios inflamatórios crônicos e demonstrou apresentar propriedades pró-inflamatórias,

promovendo quimiotaxia para neutrófilos, monócitos e linfócitos (LIN et al., 2000;

SUAREZ et al., 2004). No estudo de Buduneli et al. (2001), avaliou-se a quantidade de

TGF-β1 no fluido gengival de pacientes tratados com Ciclosporina A e notou-se que ele

estava aumentado nos sítios com gengivite, se comparados aos sítios sadios, mostrando

Page 136: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

sua relação com o processo inflamatório. De acordo com Skaleric et al. (1997), sítios

com inflamação moderada e severa podem apresentar níveis elevados de TGF-β no

fluido gengival, o que suporta os nossos achados. Dentro desse mesmo foco, Cezário e

Figueredo (2004) estudaram os níveis de TGF-β em amostras de fluido gengival

provenientes de pacientes com e sem periodontite crônica e encontraram níveis mais

elevados nas amostras de periodontite crônica. Os autores concluíram que essa diferença

significativa entre os níveis de TGF-β nos sítios com periodontite crônica, quando

comparados aos sítios que apresentavam gengivite, esteja relacionada a um papel

significante desempenhado por essa proteína no processo de destruição tecidual em

pacientes portadores de periodontite crônica.

Dutzan et al. (2009a) propuseram analisar fatores de transcrição associados às

respostas Th1, Th2 e Th17 em amostras de tecido gengival de pacientes com lesões

periodontais ativas e inativas, pela técnica de PCR. O objetivo deste estudo foi

correlacionar esses fatores de transcrição (Foxp3, T-bet, GATA-3, RORC2) e genes de

algumas citocinas (IL-1β, IL-10, IL-17, RANKL, IFN-γ, TGF-β1) produzidas nessas

respostas com a doença periodontal. Seus resultados mostraram que o mRNA para

Foxp3, T-bet, GATA-3, RORC2, IL-1β, IL-10, IL-17, RANKL, IFN-γ e TGF-β1 foi

detectado em todas as amostras de tecido gengival das lesões periodontais ativas e

inativas. Nas lesões periodontais ativas Foxp3 foi significativamente mais expresso em

comparação com as lesões periodontais inativas. Da mesma forma, GATA-3 e RORC2

se apresentaram mais expressos nas lesões periodontais ativas, porém sem associação

significativa. Quanto às citocinas, foi detectada maior expressão para IFN-γ nas lesões

periodontais ativas, bem como para RANKL, IL-17 e IL-1β. Menor expressão de IL-10

e TGF-β1 foi observada nesses sítios. Estes resultados levam a especular que as células

Foxp3 positivas não desempenham função reguladora na doença periodontal, e sim

desempenham um papel na patogênese das lesões periodontais. Essas inferências dos

autores foram, em parte, advindas da análise do TGF-β1 e da IL-10 que apresentaram

menor expressão nas lesões periodontais ativas, o que pode ter levado à superexpressão

da resposta Th1 e Th17.

Em se tratando dos parâmetros clínicos avaliados (idade, profundidade de

sondagem, recessão gengival, perda de inserção clínica, placa visível, sangramento

gengival e mobilidade dentária) e da expressão de TGF-β, nenhuma diferença

Page 137: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

significativa foi observada. No entanto, verificou-se uma tendência a maior marcação

dessa proteína nos casos de maior perda de inserção, o que sugere sua associação com a

periodontite crônica mais severa.

Por fim, buscou-se correlacionar no presente estudo, as proteínas estudadas entre

si (TGF-β, IL-6, IL-23, IL-17 e GATA-3) e também entre os parâmetros clínicos

profundidade de sondagem, recessão gengival e perda de inserção, a partir do teste não-

paramétrico denominado coeficiente de correlação de Spearman. Os resultados

mostraram que houve uma forte correlação negativa entre a expressão de TGF-β, IL-23

e o parâmetro clínico perda de inserção, bem como para IL-17, IL23 e o parâmetro

clínico profundidade de sondagem, sendo considerada fraca para IL-17 e forte para IL-

23, conforme tabela 35.

Na tabela 35 também se observa que houve correlação positiva entre a expressão

de TGF-β e as proteínas IL-17 e IL-23, sendo para IL-17 uma correlação fraca e para

IL-23 uma correlação moderada. Assim, quando a expressão de TGF-β foi maior as

outras duas proteínas também marcaram mais, e vice-versa. O mesmo pode ser

verificado entre as proteínas IL-17 e IL-23 (correlação positiva). De maneira semelhante

aos nossos resultados, apesar de se tratar de diferentes metodologias, Lester et al. (2007)

verificaram correlação positiva entre as concentrações de IL-17 e IL-23 com a perda de

inserção, o que pode indicar associação com a doença. Santos et al. (2010) também

analisaram as concentrações de algumas proteínas no fluido crevicular gengival de

pacientes diabéticos com periodontite crônica e observaram uma correlação positiva

entre os níveis de IL-17 e TNF-α, entretanto nenhuma correlação foi evidenciada para

os parâmetros clínicos.

Face ao exposto, podemos inferir que a doença periodontal retrata a interação

entre mediadores pró e anti-inflamatórios que desempenham atividades biológicas

antagônicas e/ou sinérgicas. Essas interações dependem, provavelmente, da migração,

diferenciação e ativação seletiva de diferentes tipos celulares para os tecidos gengivais

que produzirão as citocinas predominantes e determinarão a resposta imune a ser

produzida nos tecidos.

Em resumo, o desenvolvimento das doenças periodontais pode não ser

simplesmente uma conseqüência do paradigma das respostas Th1, Th2 e Th17, mas sim

Page 138: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

uma resposta aos eventos imunoinflamatórios profundamente influenciados por outros

fatores que podem exercer um papel chave no direcionamento da resposta imune a ser

produzida em tais doenças. Além disso, a associação das mesmas a uma complexa rede

de periodontopatógenos, além de sua natureza episódica, possibilita diferentes

desfechos e, consequentemente, achados distintos em relação ao amplo espectro de

marcadores biológicos pesquisados através de diferentes delineamentos metodológicos.

Page 139: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me
Page 140: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

7 CONCLUSÕES

� A expressão do IFN-γ e da IL-17 sugere que as respostas Th1 e Th17 estão

fortemente atuantes nos tecidos periodontais doentes.

� A presença marcante de IL-6 e TGF-β no microambiente periodontal nos leva a

sugerir seu importante papel na diferenciação de células T naives para a

linhagem Th17. Além disso, nossos achados indicam que essas proteínas

também participam ativamente do processo inflamatório, muito provavelmente,

ativando células para liberação de outros mediadores químicos;

� Diante da expressão de IL-23 nos tecidos periodontais, sugerimos a participação

desta citocina na estabilização e manutenção das células Th17, bem como sua

atuação na ativação de outras vias pró-inflamatórias uma vez que sua presença

foi mais evidenciada nos tecidos doentes.

� Apesar da baixa expressão de IL-17 nos tecidos periodontais, cremos que esta

citocina atue na destruição tissular, induzindo a liberação de outras substâncias

potencialmente líticas. Além disso, conforme observado na literatura, sua menor

evidenciação nos tecidos pode estar associada a processos inibitórios que não

foram investigados no presente estudo.

� Em todos os grupos do estudo observou-se uma distribuição similar para GATA-

3. Sugerimos que o IFN-γ, associado a outros mediadores químicos, possa ter

suplantado a resposta Th2.

� Nossos resultados sugerem que o processo patológico periodontal é um evento

complexo que depende da ativação de fatores de transcrição específicos e da

interação de diversas proteínas. Assim, a descrição desse evento estará de acordo

com a atuação dessas proteínas que ora podem estar envolvidas com o processo

destrutivo, ora podem estar associadas como fator protetor ao desenvolvimento

das doenças periodontais.

Page 141: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me
Page 142: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

8 REFERÊNCIAS

1. AAP. Informational Paper: The Pathogenesis of Periodontal Diseases. J

Periodontol, v.70, n.4, p.457-470, 1999.

2. ABBAS, A.K.; LICHTMAN, A.H.; PILLAI, S. Imunologia celular e molecular.

6.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008, 564p.

3. ACOSTA-RODRIGUEZ, E.V.; et al. Interleukins 1-beta and 6 but not transforming

growth factor-beta are essential for the differentiation of interleukin 17-producing

human T helper cells. Nat Immunol, v.8, p.942–949, 2007.

4. AFKARIAN, M.; SEDY, J.R.; YANG, J.; et al. T-bet is a STAT1-induced regulator

of IL-12R expression in naive CD4þ T cells. Nat Immunol, v.3, p.549-557, 2002.

5. AGGARWAL, S.; GHILARDI, N.; XIE, M.H.; DE SAUVAGE, F.J.; GURNEY,

A.L. Interleukin-23 promotes a distinct CD4 T cell activation state characterized by the

production of interleukin-17. J Biol Chem, v.278, p.1910–4, 2003.

6. ANNES, J.P.; MUNGER, J.S.; RIFKIN, D.B. Making sense of latent TGF b

activation. J Cell Sci, v.116, p.217-224, 2003.

7. ARA, T.; KURATA, K.; HIRAI, K.; et al. Human gingival fibroblasts are critical in

sustaining inflammation in periodontal disease. J Periodont Res, v.44, p.21–27, 2009.

8. ARMITAGE, G.C. Development of a classification system for periodontal disease

conditions. Ann Periodontol, v.4, n.1, p.1-6, 1999.

9. AY, Z.Y.; et al. The impact of the IL-11:IL-17 ratio on the chronic periodontitis

pathogenesis: a preliminary report. Oral Dis, v.15, p.93-99, 2009.

10. BACH, E.A.; AGUET, M.; SCHREIBER, R.D. The INF-γ receptor: A paradigm for

cytokine receptor signaling. Annu Rev Immunol, v.15, p.563-591, 1997.

11. BARBOZA, E.P.; MONTEALTO, R.F.; FERREIRA, V.F.; CARVALHO, W.R.

Supracrestal gingival tissue measurements in healthy human periodontium. Int J

Periodont Rest Dent, v.28, p.55-61, 2008.

12. BARTOLD, P.M.; NARAYANAN, S. Molecular and cell biology of healthy and

diseased periodontal tissues. Periodontol 2000, v.40, p.29-49, 2006.

13. BEKLEN, A.; AINOLA, M.; HUKKANEN, M.; GURGAN, C.; SORSA, T.;

KONTTINEN, Y.T. MMPs, IL-1, and TNF are regulated by IL-17 in periodontitis. J

Dent Res, v.86, p.347-351, 2007.

Page 143: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

14. BEKLEN, A.; SORSA, T.; KONTTINEN, Y.T. Toll-like receptors 2 and 5 in

human gingival epithelial cells co-operate with T-cell cytokine interleukin-17.Oral

Microbiol Immunol, v.24, p. 38–42, 2009.

15. BERGLUNDH, T.; DONATI, M. Aspects of adaptive host response in periodontitis.

J Clin Periodontol, v.32, p.87–107, 2005.

16. BETTELLI, E., OUKKA, M.; KUCHROO, V.K. Th-17 cells in the circle of

immunity and autoimmunity. Nat Immunol, v.8, p.345–350, 2007.

17. BOSTROM, L.; BERGSTROM, J.; DAHLEN, G; LINDER, L.E. Smoking and

subgingival microflora in periodontal disease. J Clin Periodontol, v.28, p.212-219,

2001.

18. BRASIL. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de

Atenção Básica. Projeto SB Brasil 2003: condições de saúde bucal da população

brasileira 2002-2003: resultados principais. Brasília: Ministério da Saúde; 2004.

19. BUDUNELI, N.; et al. Evaluation of transforming growth factor-beta 1 level in

crevicular fluid of cyclosporin-A treated patients. J Periodontol, v.72, n.4, p.526-531,

2001.

20. CAMPOS, M.R. Análise por microarray da expressão genética de mecanismos

relacionados a apoptose, resposta de células T e inflamação em sítios com e sem

periodontite. Tese (Doutorado) – Faculdade de Odontologia de Bauru. Universidade de

São Paulo. Bauru, 2007.

21. CARDOSO, C.R.; et al. Evidence of the presence of T helper type 17 cells in

chronic lesions of human periodontal disease. Oral Microbiol Immunol, v.24, p.1–6,

2009.

22. CEZÁRIO, E.M.; FIGUEREDO, C.M.S. Quantidade elevada do fator de

crescimento transformante beta em sítios com destruição tecidual, em pacientes com

periodontite crônica. Ci Med Biol, v.3, n.2, p.176-180, 2004.

23. CHAKIR, H; et al. T-bet/GATA-3 ratio as a measure of the Th1/Th2 cytokine

profile in mixed cell populations: predominant role of GATA-3. J Immunol Methods,

v.278, p.157-169, 2003.

24. CHEN, Z.; et al. Selective regulatory function of Socs3 in the formation of IL-17-

secreting T cells. Proc Natl Acad Sci USA, v.103, p.8137–42, 2006.

25. CHEN, Z.; O´SHEA. Th17 cells: a new fate for differentiating helper T cells.

Immunol Res, v.41, p.87–102, 2008.

Page 144: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

26. COCHRAN, D.L. Inflammation and bone loss in periodontal disease. J

Periodontol, v.79, n.8, p.1569-76, 2008.

27. COLE, C.M.; SUNDARARAJ, K.P.; LEITE, R.S.; et al. A trend of increase in

periodontal interleukin-6 expression across patients with neither diabetes nor

periodontal disease, patients with periodontal disease alone, and patients with both

diseases. J Periodontal Res, v.43, p.717–722, 2008.

28. CUA, D.J.; et al. Interleukin-23 rather than interleukin-12 is the critical cytokine for

autoimmune inflammation of the brain. Nature, v.421, p.744–8, 2003.

29. CULLINAN, M.P.; FORD, P.J.; SEYMOUR, G.J. Periodontal disease and systemic

health: current status. Aust Dent J, v.54, p.62-69, 2009.

30. DeFRANCO, A.; et al. Sistema Imune Adaptativo. In: Alberts B, Johnson A, Lewis

J, Raff M, Roberts K, Walter P, editores. Biologia Molecular da Célula. 2.ed. São

Paulo: Artmed, p.1363-1421, 2006.

31. DOLHAIN, R.J.E.M.; TER HAAR, N.T.; HOEFAKKER, S.; et al. Increased

expression of IFN-gamma together with IFN-gamma receptor in the rheumatoid

synovial membrane compared with synovium of patients with osteoarthritis. Br J

Rheumatol, v.35, p.24–32, 1996.

32. DIXON, D.R.; BAINBRIDGE, B.W.; DARVEAU, R.P. Modulation of the innate

immune response within the periodontium. Periodontol 2000, v.35, p.53-74, 2004.

33. DUTZAN, N.; VERNAL, R.; HERNANDEZ, M. DEZEREGA, A.; RIVERA, O.;

SILVA, N.; et al. Levels os interferon-gamma and transcription factor t-bet in

progressive periodontal lesions in patients with chronic periodontitis. J Periodontol,

v.80, p.290-296, 2009a.

34. DUTZAN, N.; GAMONAL, J.; SILVA, A. et al. Over-expression of forkhead box

P3 and its association with receptor activator of nuclear factor-k B ligand, interleukin

(IL)-17, IL-10 and transforming growth factor-b during the progression of chronic

periodontitis. J Clin Periodontol, v.36, p.396–403, 2009b.

35. EBERL, G.; MARMON, S.; SUNSHINE, M.J.; RENNERT, P.D.; CHOI, Y.;

LITTMAN, D.R. An essential function for the nuclear receptor RORgamma(t) in the

generation of fetal lymphoid tissue inducer cells. Nat Immunol, v.5, p.64–73, 2004.

36. EBERSOLE, J.L.; TAUBMAN, M.A. The protective nature of host responses in

periodontal diseases. Periodontol 2000, v.5, p.112–141, 1994.

Page 145: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

37. ERDEMIR, E.O.; DURAN, I.; HALILOGLU, S. Effects of smoking on clinical

parameters and the gingival crevicular fluid levels of IL-6 and TNF-α in patients with

chronic periodontitis. J Clin Periodontol, v.31, n.2, p.99-104, 2004.

38. ERNST, C.W.; LEE, J.E.; NAKANISHI, T.; et al. Diminished forkhead box

P3/CD25 double-positive T regulatory cells are associated with the increased nuclear

factor-kappaB ligand (RANKL1) T cells in bone resorption lesion of periodontal

disease. Clin Exp Immunol, v.148, p.271–280, 2007.

39. FARRAR, J.D.; ASNAGLI, H.; MURPHY, K.M. T helper subset development:

roles of instruction, selection, and transcription. J Clin Invest, v.109, p.431-435, 2002.

40. FORD, P.J.; GAMONAL, J.; SEYMOUR, G.J. Immunological differences and

similarities between chronic periodontitis and aggressive periodontitis. Periodontol

2000, v.53, p.111-123, 2010.

41. FRUCHT, D.M.; FUKAO, T.; BOGDAN, C.; et al. IFN-g production by antigen-

presenting cells: Mechanisms emerge. Trends Immunol, v.22, p.556-560, 2001.

42. GAFFEN, S.L.; HAJISHENGALLIS, G. A New Inflammatory Cytokine on the

Block: Re-thinking Periodontal Disease and the Th1/Th2 Paradigm in the Context of

Th17 Cells and IL-17. J Dent Res, v.87, p.817-828, 2008.

43. GAMONAL, J.; BASCONES, A.; ACEVEDO, A.; et al. Apoptosis in chronic adult

periodontitis analyzed by in situ DNA breaks, electron microscopy, and

immunohistochemistry. J Periodontol, v.72, p.517-525, 2001.

44. GARLET, G.P.; et al. Cytokine pattern determines the progression of experimental

periodontal disease induced by Actinobacillus actinomycetemcomitans through the

modulation of MMPs, RANKL, and their physiological inhibitors. Oral Microbiol

Immunol, v.21, p.12-20, 2006.

45. GEMMELL, E.; CARTER, C.L.; SEYMOUR, G.J. Chemokines in human

periodontal disease tissues. Clin Exp Immunol, v.125, p.134–141, 2001.

46. GEMMELL, E.; et al. Antigen presenting cells in human periodontal disease tissues.

Oral Microbiol Immunol, v.17, p.388–393, 2002.

47. GEMMELL, E.; SEYMOUR, G.J. Immunoregulatory control of Th1/Th2 cytokine

profile in periodontal disease. Periodontol 2000, v.35, p.21-41, 2004.

48. GEMMELL, E.; YAMAZAKI, K.; SEYMOUR, G.J. The role of T cells in

periodontal disease: homeostasis and autoimmunity. Periodontol 2000, v.43, p.14–40,

2007.

Page 146: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

49. GILLESPIE, M.T. Impact of cytokines and T lymphocytes upon osteoclast

differentiation and function. Arthritis Res Ther, v.9, p.103, 2007.

50. GILTHORPE, M.S.; et al. Unification of the “burst” and “linear” theories of

periodontal disease progression: A multilevel manifestation of the same phenomenon. J

Dent Res, v.82, p.200-205, 2003.

51. GORELIK, L.; CONSTANT, S.; FLAVELL, R.A. Mechanism of transforming

growth factor b-induced inhibition of T helper type 1 differentiation. J Exp Med, v.195,

p.1499-1505, 2002.

52. GÓRSKA, R.; et al. Relationship between clinical parameters and cytokine profiles

in inflamed gingival tissue and serum samples from patients with chronic periodontitis.

J Clin Periodontol, v.30, p.1046-1052, 2003.

53. GRAVES, D.T.; COCHRAN, D. The contribution of interleukin-1 and tumor

necrosis factor to periodontal tissue destruction. J Periodontol, v.74, n.3, p.391-401,

2003.

54. GRAVES, D. Cytokines that promote periodontal tissue destruction. J Periodontol,

(Suppl), v.79, n.8, p.1585-91, 2008.

55. GUGLIUCCI, A. Glycation as the glucose link to diabetic complications (review). J

Am Osteopath Assoc, v.100, n.10, p.621-634, 2000.

56. HAFFAJEE, A.D.; SOCRANSKY, S.S. Relationship of cigarrette smoking to

attachment level profiles. J Clin Periodontol, v.28, p.283-295, 2001a.

57. HARRINGTON, L.E.; HATTON, R.D.; MANGAN, P.R.; et al. Interleukin 17-

producing CD4+ effector T cells develop via a lineage distinct from the T helper type 1

and 2 lineages. Nat Immunol, v.6, p.1123-1132, 2005.

58. HIROSE, M.; et al. Expression of cytokines and inducible nitric oxide synthase in

inflamed gingival tissue. J Periodontol, v.72, n.5, p.590-597, 2001.

59. HO, C.I.; PAI, S.Y. GATA-3 – Not just for Th2 cells anymore. Cell Mol Immunol,

v.4, p.15-29, 2007.

60. HONDA, T.; AOKI, Y.; TAKAHASHI, N.; MAEKAWA, T.; NAKAJIMA, T.;

ITO, H., et al. Elevated expression of IL-17 and IL-12 genes in chronic inflammatory

periodontal disease. Clin Chimica Acta, v.395, p.137-141, 2008.

61. HOSOKAWA, Y.; et al. CC chemokine ligand 17 in periodontal diseases:

expression in diseased tissues and production by human gingival fibroblasts. J

Periodontal Res, v.43, p.471-477, 2008.

Page 147: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

62. HUTTNER, E.A.; MACHADO, D.C.; OLIVEIRA, R.B.; ANTUNES, A.G.F.;

HEBLING, E. Effects of human aging of periodontal tissues. Spec Care Dentist, v.29,

n.4, p.149-155, 2009.

63. IRWIN, C.R.; MYRILLAS, T.T. The role of IL-6 in the pathogenesis of periodontal

disease. Oral Dis, v.4, p.43–47, 1998.

64. IRWIN, C.R.; MYRILLAS. T.T.; TRAYNOR. P.; et al. The role of soluble

interleukin (IL)-6 receptor in mediating the effects of IL-6 on matrix metalloproteinase-

1 and tissue inhibitor of metalloproteinase-1 expression by gingival fibroblasts. J

Periodontol, v.73, p.741–747, 2002.

65. IVANOV, I.I.; et al. The orphan nuclear receptor RORgammat directs the

differentiation program of proinflammatory IL-17(+) T helper cells. Cell, v.126, p.

1121–33, 2006.

66. JANEWAY, C.A.; et al. Imunobiologia: O sistema imunológico na saúde e na

doença. 6.ed. São Paulo: Artmed editora, 2007.

67. KASTELEIN, R.A.; HUNTER, C.A.; CUA, D.J. Discovery and biology of IL-23

and IL-27: related but functionally distinct regulators of inflammation. Annu Rev

Immunol, v.25, p.221–42, 2007.

68. KAWAGUCHI, M.; ADACHI, M.; ODA, N.; KOKUBU, F.; HUANG, S.K. IL-17

cytokine family. J Allergy Clin Immunol, v.114, p.1265–73, 2004.

69. KHADER, Y.S.; DAUOD, A.S.; EL-QADERI, S.S.; et al. Periodontal status of

diabetics compared with nondiabetics: a meta-analysis. J Diabetes Comp, v.20, p.59–

68, 2006.

70. KINANE, D.F.; LAPPIN, D.F. Clinical, pathological and immunological aspects of

periodontal disease. Acta Odontol Scand, v.59, p.154–160, 2001.

71. KINNEY, J.S.; RAMSEIER, C.A.; GIANNOBILE, W.V. Oral Fluid-based

biomarkers of alveolar bone loss in periodontitis. Ann N Y Acad Sci, p.1098: 230–251,

2007.

72. KOLLS, J.K.; LINDEN, A. Interleukin-17 family members and inflammation.

Immunity, v.21, p.467–76, 2004.

73. KORN, T.; OUKKA, M.; KUCHROO, V.; BETTELLI, E. Th17 cells: Effector T

cells with inflammatory properties. Semin Immunol, v.19, p.362-371, 2007.

74. KORN, T.; BETTELLI, E.; OUKKA, M.; KUCHROO, V. IL-17 and Th17 cells.

Ann Rev Immunol, v.27, p.485-517, 2009.

Page 148: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

75. KORNMAN, K.S. Mapping the pathogenesis of periodontitis: A new look. J

Periodontol, v.79, n.8, p.1560-1568, 2008.

76. KOTAKE, S.; UDAGAWA, N.; TAKAHASHI, N.; et al. IL-17 in synovial fluids

from patients with rheumatoid arthritis is a potent stimulator of osteoclastogenesis. J

Clin Invest, v.103, p.1345–1352, 1999.

77. KRAMER, J.M.; GAFFEN, S.L. Interleukin-17: a new paradigm in inflammation,

autoimmunity, and therapy. J Periodontol, v.78, p.1083–1093, 2007

78. LANGRISH, C.L.; et al. IL-23 drives a pathogenic T cell population that induces

autoimmune inflammation. J Exp Med, v.201, p.233–40, 2005.

79. LARSSON, L.I. Tissue preparation methods for light microscopic

immunohistochemistry. Appl Immunohistochem, v.1, p.2–16, 1993.

80. LAURENCE, A.; TATO, C.M.; DAVIDSON, T.S.; KANNO, Y.; CHEN, Z.; et al.

Interleukin-2 signaling via STAT5 constrains T helper 17 cell generation. Immunity,

v.26, p.371–81, 2007.

81. LEE, J.; HO, W.H.; MARUOKA, M.; et al. IL-17E, a novel proinflammatory ligand

for the IL-17 receptor homolog IL-17Rh1. J Biol Chem, v.276, p.1660–64, 2001.

82. LEMOS, J.C. Resposta celular Th1/Th2 na doença periodontal, em ratos: um

estudo imuno-histoquímico. 2009. Tese (Doutorado em Patologia Oral) - Universidade

Federal do Rio Grande do Norte, UFRN, Natal, 2009.

83. LERNER, U.H. Inflammation-induced bone remodeling in periodontal disease and

the influence of post-menopausal osteoporosis. J Dent Res, v.85, p.596-607, 2006.

84. LESTER, S.R.; BAIN, J.L.; JOHNSON, R.B.; et al. Gingival concentrations of

interleukin-23 and -17 at healthy sites and at sites of clinical attachment loss. J

Periodontol, v.78, p.1545–1550, 2007.

85. LI, M.O.; WAN, Y.Y.; SANJABI, S.; ROBERTSON, A.K.; FLAVELL, R.A.

Transforming growth factor-beta regulation of immune responses. Annu Rev

Immunol, v.24, p.99–146, 2006.

86. LINDHE, J.; KARRING, T.; LANG.; N.P. Interações entre parasita e hospedeiro na

doença periodontal. In: Lindhe J, Karring T, Araújo M. Tratado de Periodontia

Clínica e Implantologia Oral. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2005.p.148-171.

87. LIN, S.K.; et al. Immunolocalization of macrophages and transforming growth

factor-beta 1 in induced rat periapical lesions. J Endod, v.26, n.6, p.335 340, 2000.

Page 149: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

88. LINS, R.D.A.U.; et al. Atividade ósteo-reabsortiva na doença periodontal: o papel

das citocinas e prostaglandinas. Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac, v.7, n.2, p.29-

36, Abr/Jun 2007.

89. LUNDQVIST, C.A.; TAUBMAN, M.A.; STOUfi, E.D.; et al. Diminished

immunoglobulin synthesis after stimulation of mononuclear cells from periodontal

disease tissue. Reg Immunol, v.4, p.255–261, 1992.

90. MANGAN, P.R.; et al. Transforming growth factor-beta induces development of the

T(H)17 lineage. Nature, v.441, p.231–4, 2006.

91. MATHUR, A.N.; et al. Stat3 and Stat4 direct development of IL-17-secreting Th

cells. J Immunol, v.178, p.4901–7, 2007.

92. McGEACHY, M.J.; BAK-JENSEN, K.S.; CHEN, Y.; TATO, C.M.;

BLUMENSCHEIN, W.; et al. TGF-β and IL-6 drive the production of IL-17 and IL-10

by T cells and restrain Th-17 cell-mediated pathology. Nat Immunol, v.8, p.1390–

1397, 2007.

93. MEYER, M.S.; JOSHIPURA, K.; GIOVANNUCCI, E.; MICHAUD, D.S. A review

of the relationship between tooth loss, periodontal disease, and cancer. Cancer Causes

Control, v.19, p.895–907, 2008.

94. MOSMANN, T.R.; CHERWINSKI, H.; BOND, M.W.; GIEDLIN, M.A.;

COFFMAN, R.L. Two types of murine helper T cell clone. I. Definition according

to profiles of lymphokine activities and secreted proteins. J Immunol, v. 136,

p.2348-2357, 1986.

95. MOUTSOPOULOS, N.M.; MADIANOS, P.N. Low-grade inflammation in chronic

infectious diseases: paradigm of periodontal infections. Ann N Y Acad Sci, v.1088,

p.251–264, 2006.

96. MULLEN, A.C.; HIGH, F.A.; HUTCHINS, A.S.; et al. Role of T-bet in

commitment of TH1 cells before IL-12-dependent selection. Science, v.292, p.1907–

1910, 2001.

97. MURPHY, K.M.; REINER, S.L. The lineage decisions of help T cells. Nat Rev

Immunol, v.2, p.933-944, 2002.

98. NAKAE, S.; et al. Phenotypic differences between Th1 and Th17 cells and negative

regulation of Th1 cell differentiation by IL-17. J Leukoc Biol, v.81, p.1258-1268, 2007.

99. NAKAJIMA, T.; UEKI-MARUYAMA, K.; ODA, T.; et al. Regulatory T-cells

infiltrate periodontal disease tissues. J Dent Res, v.84, p.639–643, 2005.

Page 150: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

100. NAKAGAWA, S.; MACHIDA, Y.; NAKAGAWA, T.; et al. Infection by

Porphyromonas gingivalis and Actinobacillus actinomycetemcomitans, and antibody

responses at different ages in humans. Periodontal Res, v.29, p.9–16, 1994.

101. NANCI, A.; BOSSHARDT, D.D. Structure of periodontal tissues in health and

disease. Periodontol 2000, v.40, p.11-28, 2006.

102. ODA, T.; YOSHIE, H.; YAMAZAKI, K. Porphyromonas gingivalis antigen

preferentially stimulates T cells to express IL-17 but not receptor activator of NF-

kappaB ligand in vitro. Oral Microbiol Immunol, v.18, p.30–36, 2003.

103. O´GARRA, A.; ARAI, N. The molecular basis of T helper 1 and T helper 2 cell

differentiation. Cell Biol, v.10, p.542-550, 2000.

104. OHLRICH, E.J.; CULLINAN, M.P.; SEYMOUR, G.J. Immunopathogenesis of

periodontal disease. Aust Dent J, v.54, n.1, p. S2-S10, 2009.

105. OFFENBACHER, S.; BARROS, S.P.; SINGER, R.E.; MOSS, K.; WILLIAMS,

R.C.; BECK, J.D. Periodontal disease at the biofilm-gingival interface. J Periodontol,

v.78, p.1911-1925, 2007.

106. OHYAMA, H.; KATO-KOGOE1, N.; KUHARA A.; et al. The Involvement of

IL-23 and the Th17 Pathway in Periodontitis. J Dent Res, v.88, n.7, p.633-638, 2009.

107. PAGE, R.C.; SCHROEDER, H.E. Pathogenesis of inflammatory peri-odontal

disease. A summary of current work. Lab Invest, v.34, p.235–249, 1976.

108. PINDBORG, J.J. Tobacco and gingivitis. 1. Statistical examination of the

significance of tobacoo in the development of ulceromembranous gingivitis and in the

formation of calculus. J Dent Res, v.26, p.261-264, 1947.

109. PÖLLÄNEN, M.T; SALONEN, J.I.; UITTO, V.J. Structure and function of the

tooth-epithelial interface in the health and disease. Periodontol 2000, v.31, p.12-31,

2003.

110. PRADEEP, A.R.; HADGE, P.; CHOWDHRY, S.; PATEL, S.; HAPPY, D.

Exploring the role of Th1 cytokines: interleukin-17 and interleukin-18 in periodontal

health and disease. J Oral Sci, v.51, n.2, p.261-266, 2009.

111. RACHITSKAYA, A.V.; HANSEN, A.M.; HORAI, R.; et al. Cutting Edge:

NKT cells constitutively express IL-23 receptor and RORgt and rapidly produce IL-17

upon receptor ligation in an IL-6-independent fashion. J Immunol, v.180, p.5167–

5171, 2008.

112. RANGACHARI, M.; et al. T-bet negatively regulates autoimmune myocarditis

by suppressing local production of interleukin 17. J Exp Med, v.203, p.2009–19, 2006.

Page 151: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

113. ROBERTS, F.A.; MCCAFFERY, K.A.; MICHALEK, S.M. Profile of cytokine

mRNA expression in chronic adult periodontitis. J Dent Res, v.76, p.1833-1839, 1997.

114. ROGIER, J.L.; et al. Selective regulation of intercellular adhesion molecule-1

expression by interleukin-18 and interleukin-12 on human monocytes. Immunology,

110, p.329-334, 2003.

115. ROSS, J.H.; HARDY, D.C.; SCHUYLER, C.A.; et al. Expression of periodontal

interleukin-6 protein is increased across patients with neither periodontal disease nor

diabetes, patients with periodontal disease alone and patients with both diseases. J

Periodont Res, v.45, p.688–694, 2010.

116. RUDDY, M.J.; SHEN, F.; SMITH, J.B.; et al. Interleukin-17 regulates

expression of the CXC chemokine LIX/CXCL5 in osteoblasts: implications for

inflammation and neutrophil recruitment. J Leukoc Biol, v.76, p.135-144, 2004.

117. SAHINGUR, S.E.; COHEN, R.E. Analysis of host responses and risk for disease

progression. Periodontol 2000, v.34, p.57-83, 2004.

118. SAKAGUCHI, S. Naturally arising CD4þ regulatory T cells for immunologic

self-tolerance and negative control of immune responses. Annu Rev Immunol, v.22,

p.531-562, 2004.

119. SASAKI, H.; et al. Gamma interferon (INF-γ) and INF-γ inducing cytokines

interleukin-12 (IL-12) and IL-18 do not augment infection-stimulated bone resorption in

vivo. Clin Diagn Lab Immunol, p.106-110, 2004.

120. SANTOS, V.R.; RIBEIRO, F.V.; LIMA, J.A.; NAPIMOGA, M.H.; BASTOS,

M.F.; DUARTE, P.M. Cytokine levels in sites of chronic periodontitis of poorly

controlled and well-controlled type 2 diabetic subjects. J Clin Periodontol, v.37,

p.1049-1058, 2010.

121. SAREMI, A.; NELSON, R.G.; TULLOCH-REID, M.; et al. Periodontal disease

and mortality in type 2 diabetes. Diabetes Care, v.28, p.27–32, 2005.

122. SATO, K.; SUEMATSU, A.; OKAMOTO, K.; et al. Th17 functions as an

osteoclastogenic helper T cell subset that links T cell activation and bone destruction. J

Exp Med, v.203, p.2673–2682, 2006.

123. SEYMOUR, G.J.; GEMMEL, E.; WALSH, L.J.; et al. Immunohistological

analysis of experimental gingivitis in humans. Clin Exp Immunol, v.71, p.132-137,

1988.

Page 152: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

124. SEYMOUR, G.J.; GEMMELL, E.; REINHARDT, R.A.; et al.

Immunopathogenesis of chronic inflammatory periodontal disease: cellular and

molecular mechanisms. J Periodont Res, v.28, p.478-486, 1993.

125. SEABRA, F.R.G. Análise imuno-histoquímica das metaloproteinases da

matriz (MMP-1, -2 e -9) na doença periodontal. 2006. 101f. Tese (Doutorado em

Patologia Oral) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2006.

126. SHULTIS W.A.; WEIL, E.J.; LOOKER, H.C.; et al. Effect of periodontitis on

overt nephropathy and end-stage renal disease in type 2 diabetes. Diabetes Care, v.30,

p.306–311, 2007.

127. SILVA, T.A.; GARLET, G.P.; FUKADA, S.Y.; SILVA, J.S.; CUNHA, F.Q.

Chemokines in oral inflammatory diseases: apical periodontitis and periodontal disease.

J Dent Res, v.86, p.306–319, 2007.

128. SKALERIC, U.; et al. Changes in TGF-beta 1 levels in gingiva, crevicular fluid

and serum associated with periodontal inflammation in humans and dogs. Eur J Oral

Sci, v.105, n.2, p.136-142, 1997.

129. SUAREZ, L.J.; et al. Relative proportions of T-cell subpopulations and

cytokines that mediate and regulate the adaptive immune response in patients with

aggressive periodontitis. J Periodontol, v.75, n.9, p.1209-1215, 2004.

130. SUNDARARAJ, K.P.; SAMUVEL, D.J.; LI, Y.; et al. Interleukin-6 released

from fibroblasts is essential for up-regulation of matrix metalloproteinase-1 expression

by U937 macrophages in coculture: cross-talking between fibroblasts and U937

macrophages exposed to high glucose. J Biol Chem, v.284, p.13714–13724, 2009.

131. TAKAHASHI, K.; et al. The potential role of interleukin-17 in the

immunopathology of periodontal disease. J Clin Periodontol, v.32, p.369–374, 2005.

132. TAKASHIBA, S.; NARUISHI, K.; MURAYAMA, Y. Perspective of cytokine

regulation for periodontal treatment: fibroblast biology. J Periodontol, v.74, p.103–

110, 2003.

133. TAKEICHI, O.; et al. Cytokine profiles of T-lymphocytes from gingival tissues

with pathological pocketing. J Dent Res, v.79, p.1548–1555, 2000.

134. TAN, Z.Y.; BEALGEY, K.W.; FANG, Y.; et al. Interleukin-23: immunological

roles and clinical implications. The International Journal of Biochemistry and Cell

Biology, v.41, p.733–735, 2009.

135. TATAKIS, D.N.; KUMAR, S.P. Etiology and pathogenesis of periodontal

diseases. Dent Clin N Am, v.49, p.491-516, 2005.

Page 153: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

136. TAUBMAN, M.A.; KAWAI, T. Involvement of T-lymphocytes in periodontal

disease and in direct and indirect of bone resorption. Crit Rev Oral Biol Med, v.12,

p.125-135, 2001.

137. TAUBMAN, M.A.; VALVERDE, P.; HAN, X.; KAWAI, T. Immune response:

The key to bone resorption in periodontal disease. J Periodontol, v.76, n.11, p.2033-

2041, 2005.

138. TAUBMAN, M.A.; KAWAI, T.; HAN, X. The new concept of periodontal

disease pathogenesis requires new and novel therapeutic strategies. J Clin Periodontol,

v.34, p.367-369, 2007.

139. TAYLOR, G.W.; BORGNAKKE, W.S. Periodontal disease: associations with

diabetes, glycemic control and complications. Oral Dis, v.14, p.191–203, 2008.

140. TAYLOR, A.W. Society for Leukocyte Biology Review of the activation of

TGF-b in immunity. J Leukocyte Biol, v.85, p.29-33, 2009.

141. TENG, Y.T.A. Protective and destructive immunity in periodontium: part 1-

innate and humoral immunity and the periodontium. J Dent Res, v.85, n.3, p.198-208,

2006a.

142. TENG, Y.T.A. Protective and destructive immunity in periodontium: part 2- T-

cell mediated Immunity in the periodontium. J Dent Res, v.85, n.3, p.209-219, 2006b.

143. TENG, Y.T.A. Mixed periodontal Th1-Th2 cytokine profile in Actinobacillus

actinomycetemcomitans-specific osteoprotegerin lingand (or RANK-L) - mediated

alveolar bone destruction in vivo. Infect Immun, v.70, n.9, p.5269-73, Sep 2002.

144. TENG, Y.T.A. The role of acquired immunity and periodontal disease

progression. Crit Rev Oral Biol Med, v.14, p.237-252, 2003.

145. TOKORO, Y.; MATSUKI, Y.; YAMAMOTO, T.; et al. Relevance of local Th2-

type cytokine mRNA expression in immunocompetent infiltrates in inflamed gingival

tissue to periodontal diseases. Clin Exp Immunol, v.107, p.166–174, 1997.

146. TSAI, C.; et al. Changes in gingival crevicular fluid interleukin-4 and interferon-

gamma in patients with chronic periodontitis before and after periodontal initial therapy.

Kao Hsiung J Med Sci, v.23, p.1-7, 2007.

147. TZARTOS, J.S.; FRIESE, M.A.; CRANER, M.J.; et al. Interleukin-17

production in central nervous system-infiltrating T cells and glial cells is associated with

active disease in multiple sclerosis. Am J Pathol, v.172, p.146–155, 2008.

148. UKAI, T., et al. Immunohistological study of interferon-γ and interleukin-4

bearing cells in human periodontitis gingival. Arch Oral Biol, v.46, p.901-908, 2001.

Page 154: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

149. VAN DER LOOS, C.M.; HOUTKAMP, M.A.; BOER, O.J.; et al.

Immunohistochemical detection of interferon-γ: fake or fact? J Histochem Cytochem,

v.49, p.699-709, 2001.

150. VAN WINKELHOFF, A.J.; et al. Smoking affects the subgingival microflora in

periodontitis. J Periodontol, v.72, p.666-671, 2001.

151. VIEIRA, P.L.; JONG, E.C.; WIEREBGA, E.A.; et al. Development of Th1-

inducing capacity in myeloid dendritic cells requires environmental instruction. J

Immunol, v.164, p.4507-4512, 2000.

152. WEAVER, C.T.; et al. Th17: an effector CD4 T cell lineage with regulatory T

cell ties. Immunity, v.24, p.677-688, 2006.

153. WILTON, J.M.; HURST, T.J.; STERNE, J.A. Elevated opsonic activity for

Porphyromonas (Bacteroides) gingivalis in serum from patients with a history of

destructive periodontal disease. A case–control study. J Clin Periodontol, v.20, p.563–

569, 1993.

154. WOLF, H.F.; RATEITSCHAK, E.M.; RATEITSCHAK, K.H. Periodontia.

3.ed. Porto Alegre: Artmed, 2006, 532p.

155. YAMAZAKI, K.; NAKAJIMA, T.; GEMMELL, E.; et al. IL-4- and IL-6-

producing cells in human periodontal disease tissue. J Oral Pathol Med, v.23, p.347–

353, 1994.

156. YANG, X.O.; et al. STAT3 regulates cytokine-mediated generation of

inflammatory helper T cells. J Biol Chem, v.282, p.9358–63, 2007.

157. YOSHIMURA, A.; WAKABAYASHI, Y.; MORI, T. Cellular and molecular

basis for the regulation of inflammation by TGF-β. J Biochem, v.147, n.6, p.781–792,

2010.

158. YU, J.J.; et al. An essential role for IL-17 in preventing pathogen-initiated bone

destruction: recruitment of neutrophils to inflamed bone requires IL-17 receptor-

dependent signals. Blood, v.109, p.3794–3802, 2007.

159. ZAMBON, J.J.; et al. Cigarette smoking increases the risk for subgingival

infection with periodontal pathogens. J Periodontol, v.67, p.1050-1054, 1996.

160. ZEE, K.Y. Smoking and periodontal disease. Aust Dent J, v.54, p.44–50, 2009.

161. ZHOU, M.; OUYANG, W. The function role of GATA-3 in Th1 and Th2

differentiation. Immunol Res, v.28, n.1, p.25-37, 2003.

Page 155: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me
Page 156: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PATOLOGIA ORAL DOUTORANDA: BRUNA RAFAELA M. SANTOS

APÊNDICE 1

FICHA CLÍNICA – TESE DE DOUTORADO IDENTIFICAÇÃO PESSOAL NOME:______________________________________________________ DATA ___/___/______ DATA NASC. ___/___/______ IDADE:______ SEXO: ( ) MASCULINO ( ) FEMININO RAÇA:_________ PROFISSÃO:___________________________ ENDEREÇO:____________________________________________________________________ TEL:___________________ CEL: _____________________

ANAMNESE ( ) TABAGISMO ( ) HIPERTENSÃO ( ) DOENÇA PULMONAR ( ) ETILISMO ( ) DIABETES ( ) ALERGIA: ________ ( )DOENÇAS CARDÍACAS ( ) MEDICAMENTO : ___________________________ ( )USO DE ANTIBIÓTICO NOS ÚLTIMOS 3 MESES ( ) OUTROS: _________________________________________________________________

EXAME PERIODONTAL DENTE DV V MV DL L ML MB MC PI IG

R PS R PS R PS R PS R PS R PS

DIAGNÓSTICO CLÍNICO: ___________________________________________ DIAGNÓSTICO RADIOGRÁFICO: ____________________________________ FATORES ETIOLÓGICOS SECUNDÁRIOS LOCAIS:____________________ OBTENÇÃO DA AMOSTRA ( ) EXODONTIA ( ) CIRURGIA PERIODONTAL TIPO DE CIRURGIA:________________________________________________

Page 157: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me

Universidade Federal do Rio Grande do Norte Centro de Ciências da Saúde

Departamento de Odontologia Programa de Pós-Graduação em Patologia Oral

Doutorado em Patologia Oral APÊNDICE 2

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Este é um convite para você participar da pesquisa “Análise imuno-histoquímica e imunoenzimática das respostas Th1, Th2 e Th17 na doença periodontal”, coordenada pela Profa. Dra. Roseana de Almeida Freitas. Sua participação é voluntária, o que significa que você poderá desistir a qualquer momento, retirando seu consentimento, sem que isso lhe traga nenhum prejuízo ou penalidade. Essa pesquisa estudará proteínas envolvidas na inflamação produzida nas doenças periodontais, ou seja, proteínas que ativam células e provocam a inflamação das gengivas e a perda do osso que sustenta os dentes. Para isso, caso você decida aceitar o convite, a gengiva que já seria retirada durante o procedimento cirúrgico do dente perdido pela doença periodontal, ou durante a cirurgia periodontal estabelecida no plano de tratamento indicado para o senhor (a), independente da realização desta pesquisa, será enviada e estocada no laboratório de Patologia Oral da UFRN, para o estudo das moléculas citadas acima.

Você terá o benefício de ter seu tecido gengival que já será removido, examinado microscopicamente por um grupo de pesquisadores da área de patologia oral, e no caso de alguma alteração terá a informação sobre que atitude adotar. Os riscos de sua participação nessa pesquisa são mínimos, porque todos os cuidados quanto à biossegurança e aos procedimentos técnicos serão tomados. Todas as informações obtidas serão sigilosas e seu nome não será identificado em nenhum momento. Os dados serão guardados em local seguro e a divulgação dos resultados será feita de forma a não identificar os voluntários.

Se você tiver algum gasto que seja devido à sua participação na pesquisa, você será ressarcido, caso solicite. Em qualquer momento, se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa, você terá direito a indenização.

Você ficará com uma cópia deste Termo e toda a dúvida que você tiver a respeito desta pesquisa, poderá perguntar diretamente para Profa. Dra. Roseana de Almeida Freitas, na Disciplina de Patologia Oral da Faculdade de Odontologia da UFRN ou pelo telefone 3215-4108. Dúvidas a respeito da ética dessa pesquisa poderão ser questionadas ao Comitê de Ética em Pesquisa da UFRN no Campus Universitário da UFRN ou no telefone (84) 3215-3135. Consentimento Livre e Esclarecido

Declaro que compreendi os objetivos desta pesquisa, como ela será realizada, os riscos e benefícios envolvidos e concordo em participar voluntariamente da pesquisa “Análise imuno-histoquímica e imunoenzimática das respostas Th1, Th2 e Th17 na doença periodontal”. Participante da pesquisa: _________________________________________________________ Assinatura do participante: _______________________________________________________ Pesquisadores responsáveis: Profa. Dra. Roseana de Almeida Freitas / Doutoranda: Bruna Rafaela Martins dos Santos Assinatura do Pesquisador responsável:_____________________________________________ Tel: (84) 88234245 / (84) 3215-4108 Comitê de Ética em Pesquisa da UFRN – End. Campus Universitário da UFRN Fone: (84) 3215-3135

Page 158: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me
Page 159: ANÁLISE IMUNO -HISTOQUÍMICA DE PROTEÍNAS … · "Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações." ... conhecer pouco a pouco e me