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David Laroque TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO Análise semiótica das embalagens da marca Marlboro Santa Maria, RS 2015

Análise semiótica das embalagens da marca Marlboro · A escolha dos produtos surgiu por motivos respectivamente pessoais e profissionais, na mesma época em que as embalagens foram

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David Laroque

TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO

Análise semiótica das embalagens da marca Marlboro

Santa Maria, RS

2015

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David Laroque

Análise semiótica das embalagens da marca Marlboro

Trabalho Final de Graduação apresentado ao

Curso de Publicidade e Propaganda, Área de

Ciências Sociais, do Centro Universitário

Franciscano – Unifra, como pré-requisito para

aprovação.

Orientadora: Professora Ma. Cristina Munarski Jobim Hollerbach

Santa Maria, RS

2015

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David Laroque

ANÁLISE SEMIÓTICA DAS EMBALAGENS DA MARCA MARLBORO

Trabalho Final de Graduação II apresentado ao Curso de Publicidade e Propaganda, área de

Ciências Sociais, do Centro Universitário Franciscano, como requisito para obtenção do grau

de Bacharel em Publicidade e Propaganda.

_______________________________________________________

Professora Ma. Cristina Munarski Jobim Hollerbach – Orientadora

(Centro Universitário Franciscano)

_______________________________________________________

Prof. Doutoranda Fernanda Sagrilo Andres (Unipampa)

_______________________________________________________

Gabriel Souza – Mestrando em Comunicação UFSM

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AGRADECIMENTO

Tenho muito a agradecer aos meus pais, que sempre estiveram ao meu lado, com

muito amor e carinho apoiando todas as minhas decisões. Também agradeço a minha

orientadora, pelo apoio e auxilio em todo o processo de pesquisa, sempre muito atenciosa e

prestativa. Por fim agradeço aos meus amigos e companheiros de jornada.

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RESUMO

Esta pesquisa busca considerar a importância dos processos evolutivos encontrado nas

embalagens da marca Marlboro. A trajetória para a construção textual e imagética desta

pesquisa foi embasada em teorias da semiótica, tendo como objetivo geral entender do ponto

de vista da semiótica, a evolução das embalagens dos cigarros da marca Marlboro. E assim

perceber e entender a construção de significação das quatro embalagens selecionadas, visando

entender os processos que construíram esta evolução. Para tanto, foi realizada uma análise de

conteúdo onde será abordado as categorias de significação, sobre as categorias mais

pertinentes presentes nas embalagens, com o proposito de compara-las e determinar os

aspectos que foram modificados.

Palavras-chave: Embalagen; Marlboro; semiótica; significação; publicidade.

ABSTRACT

This research seeks to consider the importance of evolutionary processes found in the

Marlboro brand packaging. The path to the textual construction and imagery of this research

was based on semiotic theories with the overall objective to understand the point of view of

semiotics, the evolution of the packaging of cigarettes Marlboro. And so realize and

understand the significance of the construction of four selected packaging, in order to

understand the processes that built this evolution. To this end it carried out a content analysis

which will be covered categories of significance on the most relevant categories present in

packaging, with the purpose of comparing them and determine those aspects that have been

modified.

Keywords: Advertising; Marlboro; semiotics; signification; packaging.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................1

2 DESEIGN DE EMBALAGEM..........................................................................................6

3 SEMIÓTICA GREIMASIANA.........................................................................................17

4 METODOLOGIA...............................................................................................................21

4.1 Histórico da marca Marlboro..............................................................................................22

5 EMBALAGENS DE MARLBORO E SUAS CATEGORIAS DE SIGNAÇÃO..........28

5.1.1 Marlboro Red 1919-2014Contexto.................................................................................29

5.1.2 Linhas..............................................................................................................................30

5.1.3 Cores................................................................................................................................30

5.1.4 Tipografia.........................................................................................................................31

5.2.1 Marlboro Red 2014 – Atual – Contexto..........................................................................32

5.2.2 Linhas...............................................................................................................................33

5.2.3 Cores................................................................................................................................33

5.2.4 Tipografia.........................................................................................................................34

5.3.1 Marlboro Gold Original 1971 – 2014 – Contexto............................................................35

5.3.2 Linhas...............................................................................................................................36

5.3.3 Cores................................................................................................................................37

5.3.4 Tipografia.........................................................................................................................37

5.4.1 Marlboro Gold Original 2014 – Atual – Contexto..........................................................38

5.4.2 Linhas...............................................................................................................................39

5.4.3 Cores................................................................................................................................39

5.4.4 Tipografia.........................................................................................................................40

5.5 Resumo agrupado................................................................................................................40

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................42

7 REFERENCIAS...................................................................................................................44

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1 INTRODUÇÃO

A comunicação é composta por todas as formas de expressão visual, como signos,

imagens, desenhos, gráficos, ou seja, tudo que pode ser visto, toda manifestação visual que

pode ser interpretada e tenha um significado. Essas expressões visuais, são muito utilizadas

pelos publicitários e pelos designs que por sua vez necessitam desses artifícios para realizar a

comunicação entre o produto em questão e o seu público-alvo, no caso, as embalagens são um

forte exemplo de utilização desses signos, desenhos, mensagens e imagens.

A embalagem comercial não é apenas um recipiente onde o produto é armazenado e

transportado, mas sim um objeto que pretende gerar identificação com o consumidor e

funciona como um canal direto de comunicação da marca. É uma das principais formas de

comunicação de um produto, funciona como identificação e algumas vezes é a única forma de

transmitir as mensagens da marca. O diretor de arte ou o designer são os profissionais que

elaboram as embalagens comerciais e procuram uma boa comunicação com o consumidor

expondo o caráter da marca a partir da embalagem. Em um mercado extremamente

competitivo, onde uma gama gigantesca de produtos é ofertada a todo o momento para os

consumidores, uma embalagem serve para gerar uma aproximação entre consumidor e

produto, a fim de criar impacto visual a ponto de chamar a atenção do consumidor e ao

mesmo tempo, estabelecer um elo com o mesmo.

Ao desenvolver uma embalagem, certos aspectos devem ser considerados para

reforçar a identidade da marca. Como cores, tipografia, forma, linhas, material dentre outros.

Esses elementos podem ser determinantes na hora da compra e tem o objetivo de impactar o

consumidor.

Segundo Mestriner (2002, p. 36) o uso das cores nasce da necessidade do ser humano

de fazer analogias representativas e, gradualmente, passam a ser utilizadas como elementos de

percepção subjetiva. As combinações de cores geram a diversidade, ampliando a capacidade

imaginativa dos profissionais da criação.

As cores e as formas da embalagem também podem transmitir ou traduzir o conceito

da empresa, reforça a sua identidade de marca e podem criar um ambiente lúdico nos pontos

de venda. Se influenciado, o consumidor pode ser levado a criar um vínculo com o produto e

consequentemente com a marca.

Marcas costumam expor as suas ideias e os seus produtos em vários formatos

midiáticos, dentre as várias formas de um produto ser inserido na mídia, os meios tradicionais

ainda são muito utilizados. Televisão, jornais, revistas, outdoor e aí por diante, são formas de

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difundir um produto ou uma marca na sociedade. A embalagem trabalha em conjunto com

esses meios de comunicação para levar o consumidor a conhecer os produtos e também

conhecer as suas vantagens. No entanto, alguns produtos só podem utilizar as embalagens

para realizar essa comunicação com o seu público, a categoria tabagista é uma delas.

Em 28 de dezembro de 2000, foi aprovada uma lei, que proíbe toda propaganda de

cigarro no país. Seriam apenas permitidas nos pontos de vendas dos produtos e com devidas

ressalvas: o cigarro não poderia ser associado a práticas esportivas ou situações de abuso do

produto ou mesmo situações de perigo. Essa lei teria como principal intuito a diminuição do

consumo de cigarros, charutos e produtos semelhantes (MEMÓRIA, 2013). A publicidade de

cigarros ficou restrita aos pontos de vedas do mesmo e somente nos formatos de cartazes,

pôsteres ou painéis. Qualquer empresa fabricante do produto ou meio de comunicação estão

sujeitos a multa caso ocorra alguma veiculação de anúncio de alguma marca de cigarro.

Segundo o site Mundo das Marcas, em 2014, o Governo Federal Brasileiro resolveu

ser mais rigoroso com as proibições de propagandas das marcas e dos produtos tabagistas e

proibiu de vez todas as propagandas de cigarro no país, até mesmo nos pontos de vendas.

(MEMORIA, 2013). Para o Brasil é o fim das campanhas e propagandas de marcas de

cigarros, como Philip Morris e Souza Cruz. A única forma de comunicação das empresas

acontece por meio de suas embalagens. Restaram apenas as mensagens contidas nas

embalagens dos seus produtos para que essas empresas sensibilizem o seu público-alvo e

também os futuros consumidores.

São restrições que poderiam acabar com a existência de uma marca e de seus produtos,

porém, foi uma forma que o governo escolheu para assim tentar diminuir efetivamente o

consumo de cigarro no país. Na mesma época em que a lei foi aprovada, algumas marcas de

cigarro optaram por realizar algumas modificações nas embalagens de seus produtos, algumas

embalagens que permaneciam as mesmas a quase dez anos, foram modificadas e atualizadas

as tendências de design atual. Essa mudança talvez tenha acontecido para continuar chamando

a atenção dos consumidores de alguma forma, pois a única comunicação que restou para essas

empresas seja as suas embalagens.

É possível que, em alguns anos, até mesmo as embalagens sejam vistoriadas e também

censuradas pelo governo brasileiro, como já acontece em outros países, a exemplo da

Austrália, onde as embalagens de cigarros são completamente cobertas por avisos sobre os

malefícios do cigarro. Nesses casos as embalagens seguem um padrão estabelecido pelo

governo e a única distinção entre as marcas é a presença do nome em uma pequena parte da

parte frontal do produto. Ao que tudo indica, o Brasil também pretende implantar esse método

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as empresas produtoras de cigarro, até então as marcas ainda possuem o direito de produzirem

o design de suas embalagens.

Então, ainda é muito importante para as empresas tabagistas, conseguirem desenvolver

uma embalagem que consiga atrair os seus consumidores e possa se destacar de alguma

maneira nos pontos de venda, para que dessa forma a marca não perca a sua presença no

mercado e também transmita suas ideias e princípios.

Tendo em vista os aspectos apresentados, para realizar uma análise semiótica da

evolução das embalagens de Marlboro o problema de pesquisa que foi detectado é o uso dos

elementos visuais nas embalagens dos cigarros Marlboro a partir de 1930. Entender a

linguagem utilizada pela empresa Philip Morris ao longo desses anos para atingir os seus

consumidores.

O objetivo geral de pesquisa é entender do ponto de vista da semiótica, a

construção de significações dos dois produtos mais consumidos da marca, Marlboro Red

e Marlboro Gold Original. Quatro embalagens serão analisadas nesse trabalho, duas de cada

categoria. Em relação aos objetivos específicos o trabalho também irá fazer um levantamento

do histórico da marca Philip Morris e de seus dois produtos mis consumidos ao longo da

existência da empresa, também irá explicar os principais processos de elaboração do

design de embalagem e analisar a linguagem imagética dos símbolos presentes nas

quatro embalagens.

Alinhando história da marca, design de embalagem e também o estudo semiótico, esse

trabalho busca entender a linguagem utilizada pela empresa para alcançar os seus clientes e

como a mesma consegue transmitir a sua imagem de marca e seus princípios apenas a partir

de suas embalagens. O importante foi entender os processos de design e também a construção

semiótica envolvida em cada embalagem, pois o segmento tabagista no Brasil só tem a opção

de comunicar-se com seus consumidores a partir de suas embalagens e qualidade de seus

produtos.

A semiótica é um conteúdo teórico/metodológico extremamente subjetivo, por

trabalhar com as perspectivas de absorção de imagens ou conteúdos. Porém, é um campo de

estudo fascinante e extremamente enriquecedor para o entendimento da percepção humana a

respeito de imagens, signos, textos, desenhos e mensagens publicitárias.

A escolha dos produtos surgiu por motivos respectivamente pessoais e profissionais,

na mesma época em que as embalagens foram atualizadas, tendo em vista que algumas não

eram modificadas há quase 100 anos. O objetivo foi entender do ponto de vista da semiótica

essas modificações realizadas pela empresa, Philip Morris, pois grande parte dos elementos

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visuais foi retirada das embalagens. Esse é um aspecto importante para ser entendido do ponto

de vista da semiótica e também da Publicidade e Propaganda, para entender as novas ideias e

formas que a empresa irá buscar para manter a sua posição no mercado.

As mudanças radicais de uma imagem de marca podem causar um grande impacto nos

seus consumidores e também no público de maneira geral. Essa mudança pode ter gerado um

impacto positivo ou negativo em seus consumidores, o importante nessa pesquisa foi entender

a nova utilização dos elementos visuais nas embalagens e como ela se comunica através de

seus pontos de venda.

Outro motivo para a escolha desse assunto é a capacidade com que as empresas

tabagistas conseguem manter-se no mercado, sem nenhuma veiculação de propagandas em

nenhum meio midiático.

Um fator fundamental para a escolha desse assunto e que também dá razão à pesquisa

é o funcionamento de criação de uma embalagem, todo o processo que está envolvido no

momento de elaborar uma nova embalagem ou atualizar uma antiga. Algo muito interessante

de ser compreendido e estudado e que ainda é pouco explorado nos cursos de Publicidade e

Propaganda. Estão entre esses processos a questão de escolha de cores, formas, materiais,

tipografias e signos nas embalagens comerciais.

Ainda é considerável entender onde no processo criativo acontecem todas as escolhas.

Nesse caso, entender essas escolhas é extremamente importante, pois, as embalagens dos

cigarros Marlboro são a única forma de comunicação que a empresa possui atualmente com o

público, entender como as escolhas visuais são baseadas e o porquê de cada elemento estar

presente em cada embalagem.

A sequência do trabalho tem como próximo capitulo o referencial teórico que ira tratar

os assuntos design de embalagem, semiótica e histórico da marca. A primeira parte aborda as

importâncias e também os processos que estão envolvidos na produção de uma embalagem,

como cores, tipografias, formas, linhas, ausência de cores e também aspectos como

concorrência, destaque nos pontos de vendas e design relacionado ao marketing. O segundo

tópico do referencial aborda as questões semióticas, como surgimento da semiótica, aspectos

básicos para o entendimento do processo semiótico e também questões de análise. E a última

parte é voltada para o histórico da marca e dos produtos Philip Morris, como a marca se

posicionou no segmento tabagista ao longo das décadas passadas e as tendências que a marca

seguiu na questão comercial. Esses assuntos são abordados no referencial para que o leitor

entenda, sobre todos os processos que estão envolvidos por trás dos produtos da marca e

compreenda também os aspectos envolvidos nas análises.

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A metodologia explica as técnicas utilizadas para a realização da pesquisa,

esclarecendo os motivos que levam a pesquisa a ser qualitativa, também mostra o âmbito da

pesquisa. Além disso, mostra quais foram os pontos definidos para realizar a analise partir dos

níveis de pertinência explicados por Fontanille. O trabalho continua com a análise das quatro

embalagens escolhidas, com fotos, contexto da época em que a embalagem foi lançada no

mercado e também os pontos de anál0ise que foram determinados previamente na

metodologia.

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2 DESIGN DE EMBALAGEM

Um dos itens mais importantes de um produto é a sua embalagem, pois objetiva

garantir a manutenção do produto e também protegê-lo no transporte, ela é responsável para

que o mesmo possa chegar ao consumidor em ótimas condições de uso. A empresa deve

garantir um nível apropriado de qualidade de embalagem, para que o produto não seja

violado, esmagado, quebrado ou rasgado no transporte. Segundo Petit (2003), esse é um dos

setores mais descuidados de uma empresa, quando se sabe que uma boa embalagem

profissional e criativa pode contribuir em até 30% do sucesso do produto.

Mas a função de uma embalagem não é apenas manter o produto em condições para

consumo, também carrega o nome de uma marca e uma série de mensagens sobre o mesmo,

que devem ser transmitidas de uma maneira clara para o consumidor. Além desses deveres de

ordem técnica, o consumidor deve sentir-se atraído pelo produto. Um produto com uma

embalagem bem elaborada tende a destacar-se dentre as outras, pois consegue transmitir todas

as vantagens que ele oferece através de símbolos e mensagens.

Conseguir estabelecer essa comunicação com o consumidor é importante para empresa

e para o produto a ser vendido. Uma embalagem tem o objetivo de transmitir todas as

informações necessárias e despertar desejo de compra. Os elementos visuais devem ser

levados em conta no momento em que a embalagem está sendo produzida, para que todas as

cores, mensagens, linhas e formas consigam fazer com que o consumidor entenda o que está

sendo oferecido pelo produto.

Outros aspectos também são importantes no momento de desenvolver o design de uma

embalagem. Segundo Petit (2003), a embalagem é um importante veículo de comunicação e

deve ser encarada dessa forma. A embalagem é, em tese, o produto, e por isso é muito

perigoso submete-la a qualquer tipo de produção de desenvolvimento, o empresário deve

procurar uma empresa que seja especializada em design.

As características e o tamanho do mercado do produto que está sendo

desenvolvido; as características e também a influência dos concorrentes do

segmento; características e também comportamento do público-alvo; a forma

como a empresa é vista pelos seus consumidores e também pelos diversos

tipos de publico; a linguagem que a categoria a qual o produto pertence

costuma ser feita (MESTRINER, 2002, p. 36).

Em muitos casos, as embalagens são a única forma de comunicação que a marca

possui com os seus consumidores. Por esse fator, o design de embalagem sempre está ligado

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com o marketing. O autor Mestriner (2002, p.12) para o consumidor a embalagem e o produto

são a mesma coisa, em todos os momentos ele liga o produto a sua embalagem. O mesmo

autor refere que “os produtos, no Brasil, precisam obrigatoriamente de uma embalagem,

então, nada melhor para as empresas, do que produzir uma ótima embalagem, que transmita

tudo o que for necessário para o seu consumidor”. O design da embalagem tem um papel de

fundamental importância no cenário atual que se revela muito competitivo para uma grande

parte dos produtos. Segundo Petit (2003), Uma boa embalagem pode ser muito mais eficiente

que uma grande campanha publicitária. Além disso, o design também é uma ótima ferramenta

de marketing que pode ser explorada de várias formas pela empresa. A empresa deve pensar

principalmente no destaque que o produto irá obter nos pontos de venda.

Conhecer o produto com que está sendo trabalhado pode auxiliar a produção de uma

embalagem de qualidade. Compreender as suas características e qualidades, para assim

conseguir ressaltar todas as suas vantagens e atrair os seus consumidores. Também conhecer

os seus processos de sua produção e composição, ter acesso ao maior número de informações

e pesquisas sobre o produto, com certeza irá facilitar os processos de produção e

principalmente garantir, que essa embalagem expresse o posicionamento da empresa que o

produz.

Outro fator decisivo no momento de elaboração de uma embalagem é conhecer o

público-alvo: isso é fundamental para uma comunicação efetiva por meio das embalagens.

Identificar as características desse consumidor, seus hábitos de compra e também entender a

principal motivação no momento de escolha de um produto. Perceber o mercado onde o

produto irá ser ofertado, conhecer suas dimensões e perspectivas pode ajudar a entender sobre

os seus concorrentes e seus consumidores. O fabricante deve fornecer as informações

necessárias sobre o mercado onde produto irá circular, para que o design não esteja

trabalhando “no escuro” em relação a características mercadológicas, de nada adianta uma

embalagem bonita, mas que não consegue se sobressair no local de venda.

É inerente que o design de embalagens também conheça bem os concorrentes do

produto, entenda a linguagem visual utilizada por eles e como esses chegam até o público,

isso pode ajudar o profissional a perceber certos aspectos que o produto possui em relação aos

seus concorrentes e assim, possa diferencia-lo dos demais.

A função do design, segundo Mestriner (2004), seria sintetizar todos esses fatores

mencionados anteriormente e desenvolver uma embalagem que contemple todos esses

aspectos e consiga transmitir as informações e mensagens necessárias para que o consumidor

sinta atração pelo produto. Além disso, também crie uma ligação com a marca.

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Outros aspectos técnicos, que também podem ser explorados são: cores, tipografia,

formas, materiais e características visuais para que esses estejam alinhados com a devida

categoria do produto e também a mensagem que a empresa espera passar para os seus

consumidores. Segundo Mestriner (2002, p. 41), “podemos dizer que no design de embalagem

mais importante do que aquilo que desejamos desenhar é como desenhamos”.

Segundo Klimchuk e Krasovec (2001) o objetivo no momento de criar uma

embalagem, é protegê-lo em seu transporte, gerar uma identificação com o público em geral e

seus consumidores, transmitir todas as ideias da marca e os pontos positivos do produto.

Também deve atender a outros requisitos como, objetivos de marketing, adequar-se a

categoria do mesmo e principalmente causar uma identificação entre a personalidade do

produto e o seu consumidor.

O seu principal objetivo é criar um veículo que serve para conter, proteger,

transportar, distribuir, armazenar, identificar e distinguir um produto no

mercado. Em última análise, o objetivo do design de embalagens é atender

objetivos de marketing, comunicar a personalidade de um produto de

consumo e gerar a venda (KLIMCHUK e KRASOVEC, 2012, p. 1).

Outros autores também percebem e estudam as importâncias e necessidades de uma

embalagem, seja uma importância de teor mais técnico ou com uma implicação comercial.

Segundo Negrão e Camargo (2008), um sistema de criação e produção cuja função é técnica e

comercial, e tem como objetivos, proteger (desde o processo de produção até o consumo),

informar, identificar, promover e vender um produto. É interessante entender e perceber,

como, as embalagens foram estabelecendo a sua importância no meio mercadológico.

Recebendo cada vez mais atenção pelos empresários, que por sua vez, procuram cada vez

mais produzi-las com qualidade.

De acordo com Mestriner (2002), a embalagem em si transmite várias ideais, algumas

mensagens que os consumidores ainda não perceberam sobre a marca e o produto, mas que

devem ser transmitidas através desse material que está diretamente ligado e envolto ao

produto.

O mundo da embalagem é o mundo do produto, da indústria e do marketing,

em que o design tem a responsabilidade de transmitir tudo aquilo que o

consumidor não vê, mas que representa um grande esforço produtivo para

colocar nas prateleiras o que a sociedade industrial moderna consegue

oferecer de melhor. (MESTRINER, 2002, p.3)

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Muito importante é perceber que, ao longo dos anos, a embalagem foi adquirindo cada

vez mais funções e importâncias, começando para proteger o produto e ao longo do tempo

recebendo responsabilidades de caráter mais comercial. Conforme Mestriner (2002, P.9),

“Com a evolução da humanidade e de suas atividades econômicas, a embalagem foi

incorporando novas funções e passou a conversar, expor, vender os produtos e finalmente

conquistar o consumidor por meio de seu visual atrativo e comunicativo”. Acabou se tornando

mais uma forma de atrair novos consumidores e transmitir as mensagens da marca. Algo que

tinha apenas funções técnicas, a partir de estudos de marketing, conseguiu alinhar e unir mais

utilidades.

Saber aproveitar e trabalhar da melhor forma possível com a embalagem é dispor de

mais uma forma de comunicação, em alguns casos as empresas não possuem outra forma de

comunicação, suas embalagens são ainda mais importantes no momento da compra.

Para esses produtos que não dispõem de nenhum outro tipo de comunicação, um bom

investimento seria possuir uma embalagem inigualável e superior a de seus concorrentes, para

garantir seu espaço no mercado. Segundo Mestriner (2002, p. 18), o grande poder da

embalagem está no fato de o marketing ser uma luta de percepções e não de produtos. Dessa

forma a embalagem tem o poder de fazer com que o consumidor perceba o produto de certa

maneira específica, agregando ao produto valores e significados diferentes.

Em alguns casos, os produtos são novos do mercado, ou ainda, não estabeleceram seu

lugar na mente dos consumidores, dessa forma uma embalagem diferenciada ou chamativa.

pode ser o que falta no produto para dessa forma conseguir aumentar suas chances no

momento da compra.

A embalagem é expressão e atributo do conteúdo. Não podemos desenhá-la

sem conhecer profundamente o produto. Assim, as características, a

composição do produto, seus diferenciais de qualidade e principais atributos,

incluindo seu processo de fabricação, precisam ser compreendidos

(MESTRINER, 2002, p. 37).

É claro que, para produzir qualquer identidade visual, é muito importante ter o maior

número de informações sobre o que está sendo criado. No caso da embalagem o importante é

conhecer tudo que for possível sobre o produto em si: Seus concorrentes; a história da marca;

e das embalagens antigas; suas principais qualidades; e também quais são os motivos que

levam o público a comprar esse produto. De acordo com Mestriner (2002, p. 37), “Uma visita

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a fábrica é necessária e recomendada. A história do produto, o material de divulgação,

anúncios, pesquisas de embalagens antigas, tudo isso deve ser levantado”.

Um aspecto importante que deve ser aprofundado no momento de conhecer o produto

é conhecer o seu público consumidor. Entender o que leva esses compradores a escolher

determinado produto. Segundo Mestriner (2002, p. 38), “o conhecimento do consumidor é tão

importante que projetos de grande responsabilidade devem contar sempre com o apoio de

pesquisas especializadas em avaliar a relação desse consumidor com a embalagem”.

Um desafio para os designers é transmitir todas as mensagens para o cliente e ao

mesmo tempo, conseguir chamar a sua atenção para que o produto seja então percebido pelo

consumidor. Essa percepção deve ocorrer rapidamente para que o consumidor tenha a vontade

de consumir o produto, interesse em experimentar ou continuar consumindo o mesmo e

também decida compra-lo ao invés de consumir um produto concorrente. Segundo Roncarelli

& Ellicot (2010, p.50), “O cliente médio dedica de cinco a sete segundos passando os olhos

em uma etiqueta na pastelaria. Para garantir que a etiqueta seja lida, o designer deve se

preocupar com a concorrência visual entre as embalagens”.

A concorrência entre as embalagens pode gerar dúvida no consumir que desconhece o

produto ou que deseja experimentar algo novo, dessa maneira o visual de uma embalagem

deve destacar-se entre as marcas concorrentes. A mensagem deve seguir certos padrões de

leitura e também estéticos, esses padrões estão sujeitos a variações e mudanças devido a uma

série de fatores, como: a mensagem que a empresa deseja passar para seus consumidores, a

categoria que o produto pertence, os seus concorrentes e também as tendências visuais do

design. Conforme Roncarelli e Ellicot (2010, p.50), “estudos sobre a movimentação dos olhos

demonstram que a mensagem deve ser agrupada em duas ou três palavras ou frases principais

no rótulo, preferencialmente na parte inferior à direita do rótulo. Essa posição segue o padrão

de leitura natural do público”.

A mensagem que a empresa deseja passar para seus clientes deve ser clara e com

poucas palavras, para que o consumidor tenha um rápido entendimento sobre as funções do

produto e também para que e se identifique com o mesmo. Nesse momento, a escolha da

tipografia também é muito importante, pois ela deve estar adequada ao produto oferecido e,

ao mesmo tempo, deve ser compreendida pelo usuário.

O designer deve fazer a sua lição de casa e passear pelos corredores dos espaços onde

será feita a venda e exposta a embalagem. Segundo Roncarelli & Ellicot, (2010, p.50). “Essa

vivência dará informações sobre o processo de design além de impulso criativo”. Conhecer os

espaços de exposição do produto também é muito importante para o desenvolvimento da

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embalagem, saber o local onde ele será exposto e também quais concorrentes estão ao seu

lado pode ajudar no momento de criação.

Para um melhor desenvolvimento de uma embalagem ou de um rótulo, o design deve

levar em conta, vários aspectos técnicos e também estratégicos para que o produto transmita

sua mensagem. Ainda Roncarelli e Ellicot (2010), o designer deve criar formas e embalagens

exclusivas para cada produto para que o mesmo destaque-se entre seus concorrentes. Também

deve ser claro em relação aos benefícios que levariam a compra do produto, suas qualidades

econômicas e também seus atributos únicos. Reafirmar as qualidades funcionais e desejáveis

do produto em questão através de fotografias ou ilustrações é uma das formas de fazer isso. A

questão da praticidade é muito importante para produtos que são de uso diário como, pasta de

dente, barra de cereal, dentre outros, pois, as pessoas tendem a carrega-los em bolsas ou

mochilas. Nesse caso a embalagem deve ser ainda mais protegida para que o produto não

vaze, abra ou seja violada.

Para Nascimento (2005), a embalagem deve estabelecer uma verdadeira conexão com

o consumidor, em todos os cinco sentidos, conseguir que o consumidor perceba a importância

e a diferença de um produto para o outro é fundamental para as marcas, pois dessa forma ele

não vai es importante tanto com o seu preço e sim valorizar a relação custo x beneficio. Os

aspectos de caráter mais subjetivos também devem ser levados em conta no momento de

elaboração de uma embalagem, um estudo sobre as tendências de grupos, determinar uma

necessidade antes mesmo que ela exista na mente da população, determinar os anseios de um

futuro público-alvo, esses são alguns aspectos que podem ser estudados.

Um design de embalagem eficaz pode transformar um simples sabão em um

objeto do desejo. Uma embalagem bem feita pode elevar o estatus de um

produto ordinário ao de algo excepcional. Na verdade, vários profissionais

de marketing têm deslocado seus orçamentos de publicidade para o design

de embalagem (Roncarelli & Ellicot, 2010, p. 70,).

Os dados psicográficos levam em conta a motivação e o comportamento dos grupos de

pessoas. Roncarelli & Ellicot afirma (2010, p. 74), “ao contrário dos dados demográficos, são

estudos subjetivos, mas ajudam os profissionais de marketing a antecipar as necessidades e

anseios de um determinado grupo de consumidores”.

Os públicos podem ser separados de várias formas, para que dessa forma os resultados

da pesquisa sejam definitivamente mais bem aproveitados pelos profissionais que irão ter o

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trabalho de desenvolver essas embalagens. Para Roncarelli e Ellicot (2010), eles podem ser

definidos como: afiliados, que são pessoas com ambições modestas e que precisam de certos

produtos para sentir-se incluídos em seus grupos; empreendedores, que dedicam muito de seu

tempo para o trabalho, e por esse motivo, poder e saúde são de fundamental importância para

as suas vidas, já que seus corpos são a máquina que os movimenta; e emuladores são pessoas,

que tem como objetivo principal de suas vidas atrair o sexo oposto ou receber aprovação de

seus pares e costumam comprar produtos caros e que chamem a atenção.

Ainda Roncarelli e Ellicot (2010) o público também pode ser definido socialmente

como tipo A e tipo B. O primeiro grupo pode ser definido como pessoas que não se

preocupam com o mundo das realizações. Pessoas que se preocupam com a família, com a

comunidade onde vivem, são pessoas que querem fazer do mundo um lugar melhor. O

segundo grupo é constituído de pessoas que já não acreditam na sociedade como um todo e

tendem a criar suas próprias comunidades.

Por serem grupos de pessoas diferentes, que percebem os elementos visuais de formas

distintas, é muito importante que isso também seja levado em consideração no momento de

desenvolver as embalagens. Cada público deseja algo diferente para as suas vidas e também

consome produtos diferentes, assim a linguagem do produto deve ser encaixada ao seu tipo de

consumidor, nesse momento, as escolhas visuais são importantes, as linhas, as cores, as

formas e a tipografia devem ser escolhidas baseadas nas informações de consumo que o

público do produto nos oferece.

As linhas em uma embalagem podem representar algumas ideias na mente de um

consumidor, são elementos puramente estéticos que de acordo com a sua posição ou

colocação criam uma relação com o cliente. Nenhuma linha é colocada puramente ao acaso,

elas possuem significações e tentam transmitir as ideias da marca e também seguem alguns

padrões de acordo com cada categoria de produto. Os autores Roncarelli & Ellicot (2010,

p.74), “as linhas podem ser usadas como elementos puramente estéticos, que criam uma

relação emocional: horizonta = calma, vertical = dignidade, diagonal = vitalidade e curva =

graciosidade.” Segundo os mesmos autores, as linhas ajudam a separar e a estruturar

conteúdos. As linhas são um elemento funcional com o qual as informações podem ser

destacadas. Elas podem ser retas, ou curvas, grossas ou finas, rugosas ou lisas, continuas ou

ininterruptas.

Lógico que alguns significados podem ser interpretados de outra forma por alguns

públicos, mas em sua maioria a população tende a já obter essa tendência de pensamento. Isso

não ocorre somente com as linhas, essas interpretações ocorrem com todas as formas de

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comunicação visual, cores, formas, tipografias, fotos e ilustrações. Segundo Roncarelli e

Ellicot (2010, p.156), “a cor é uma poderosa ferramenta de design que influência o humor

dos consumidores e suas relações com relação a uma embalagem e ao produto nela contida”.

É um dos primeiros elementos visuais e estéticos que um consumidor percebe em um

determinado produto e também é um estimulante muito importante no momento da compra.

Pode diferenciar um produto de seus outros concorrentes, pode inseri-lo em uma categoria de

produto e também pode transformar toda a percepção do público perante um produto, e pode

transformar totalmente o conceito da marca e do produto. Para Nascimento (2005), uma

técnica interessante é procurar utilizar cores pouco utilizadas pela concorrência ou não

existente no segmento em questão. Usar cores diferentes pode gerar um destaque nos pontos

de venda e assim, alavancar as vendas.

Segundo Roncarelli & Ellicot (2010, p.156), “a cor pode influenciar a percepção com

relação ao tamanho, qualidade, valor e sabor do produto. O magenta e o amarelo dão ideia de

preços baixos, enquanto cores sutis sugerem requinte e qualidade do produto”. As cores

também seguem um padrão em cada segmento de produtos, cores quentes, como vermelho e

amarelo são geralmente encontradas em comidas e também algumas bebidas; já as cores como

azul, roxo e branco, são voltadas para os produtos de limpeza e higiene pessoal. É claro que

existem algumas exceções, onde a empresa pretende se destacar em meio aos seus

concorrentes e dessa forma utiliza outras cores, saindo de um padrão preestabelecido. Em

certos casos, essa é uma forma de se colocar no mercado e assim criar um espaço em meio a

sua categoria.

Considera-se áreas do mesmo tamanho, normalmente, cores mais brilhantes

aparem mais do que cores escuras. Um circulo amarelo pode parecer se

mover ou irradiar a cor para fora, enquanto um circulo azul transmite a ideia

de um movimento para dentro da figura (Roncarelli & Ellicot, 2010, p.156).

As cores são associadas pelo público a um estado de espirito, a lugares e também

sentimentos. São utilizadas pelas pessoas para representar seus costumes, grupos a que

pertencem e também a sua bagagem cultural. Por esses motivos são elementos de fundamental

importância para o design e também para as embalagens. Qualquer mudança na tonalidade de

uma cor já pode transformar o sentido de um produto e transmitir uma mensagem

diferenciada ao consumidor. Todas as cores de uma embalagem devem estar em sintonia com

a mensagem do produto. Ainda Roncarelli e Ellicot (2010, p. 158), “Um design simples com

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branco, monocromático ou em preto e branco pode gerar um contraponto poderoso. Menos

cor, muitas vezes, se traduz em elegância e sofisticação”.

Ainda em relação às cores, também é possível perceber em alguns casos, a ausência de

cor, tendo em vista que em prateleiras de mercados estão repletas de cores e grafismos a esse

efeito ou artificio pode ser uma maneira de destacar-se, entre os concorrentes, de uma

categoria. Minimizar o uso de tantos brilhos, cores gritantes e figuras ilustrativas, pode ser

uma forma muito eficaz de comunicar a imagem da marca ou do produto. Isso é geralmente

percebido em produtos requintados e sofisticados, marcas que já estão consolidadas no

mercado e também na categoria onde estão inseridos. Mas a ausência de cor ainda é pouco

utilizada por grande parte das categorias de produtos, uma forma minimalista de transmitir

todas as mensagens da empresa. Quando esse artificio é colocado em embalagens, a paleta de

cor é composta por no máximo duas ou três cores, uma cor de fundo e outra nas informações

básicas e alguns casos uma terceira cor é utilizada nas linhas ou na tipografia.

A tipografia também um elemento muito importante no momento de desenvolver a

personalidade do produto, são inúmeras fontes existes e também muitas categorias que podem

ser escolhidas para a definição de uma embalagem. Normalmente uma marca escolhe uma

tipografia e continua utilizando-a durante muito tempo, como é o caso da marca Marlboro,

que possui uma tipografia criada especialmente para os seus produtos. De acordo com Petit

(2003, p. 351), “a imensa maioria delas foi criada a partir de letras do alfabeto como forma de

representar a empresa, sua atividade, seu país ou religião e seus proprietários”.

Para Willians (1995), existem milhares de tipografias disponíveis, e várias pessoas

criam novos tipos a cada dia. Elas podem ser classificadas em seis categorias, estilo antigo,

moderno, serifa grossa, sem serifa, manuscrita e decorativa. Cada uma dela com as suas

características especificas que as diferenciam uma das outras, são diferenças em sua

composição, em seu estilo e sua composição física.

O estilo antigo sempre possui serifas e uma leve transição de traço grosso-fino em sua

composição. Willians (1995) ainda afirma, essa categoria foi baseada na escrita à mão dos

escribas, que utilizavam pena para escrever e ela possui uma ênfase diagonal em seu traçado.

Elas são muito utilizadas para grandes extensões de texto corrido, pois esse tipo de fonte

facilita a leitura. O estilo moderno é parecido com o estilo antigo, tendo algumas mudanças

perceptíveis em sua composição, sua transição grosso-fino é drástica e a sua ênfase é vertical.

Para Willians (1995), esse estilo ainda possui serifa em sua estrutura, que é muito forte se

comparada a outras categorias de fontes. Possui muito contraste em sua estrutura e já não

possui a inclinação da escrita dos escribas, possuindo uma estética fria e elegante. É muito

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utilizada em locais em que o tamanho da fonte é grande e pode ser facilmente percebida pelo

leitor. Esse tipo de tipografia não é recomendado para textos longos, pois seus traços finos

desaparecem e os grossos salientam-se sobre as paginas, ela pode ser classificada como

ofuscante.

O estilo de serifa grossa surgiu junto com a revolução industrial e era muito utilizado

em propagandas. Foi uma solução encontrada em relação ao estilo moderno que possui um

traço muito grosso em algumas partes da sua estrutura, foi implantada uma serifa grossa para

que toda a letra fosse mais bem entendida pelo leitor. Segundo Willians (1995), elas possuem

pouca ou nenhuma transição grosso-fino em seu traço, também possui uma ênfase vertical e

as serifas de letras em caixa-baixa são horizontais. Esse estilo costuma ser utilizado para

livros e produtos infantis por possuir uma estética direta e clara. Segundo Willians (1995), as

fontes sem serifas tem peso igual, ou seja, não possuem uma transição grosso-fino em seu

traço são fontes difíceis de trabalhar, pois a combinação com outras fontes torna-se

complicada em uma pagina diagramada. Boa parte das fontes sem serifa possui algumas

características do estilo antigo em relação a sua elegância clássica.

As outras duas categorias de tipografias são, a manuscrita e a decorativa. A

classificação da manuscrita, refere-se a todas as fontes que aparentam ter sido escritas à mão,

com uma caneta, com um pincel, lápis e até mesmo caneta tinteiro. O mesmo autor Wllians

(1995), essa categoria nunca deveria ser utilizada em longos blocos de texto, por tornar a

leitura maçante e complicada. Porém, esse tipo pode surpreender quando utilizada de maneira

correta e com um tamanho muito grandes. Em relação ao estilo decorativo, são muito fáceis

de serem identificados, são engraçados, alegres, fáceis de usar e existem inúmeras variações.

Segundo Willians (1995), esse grupo de fontes deve ser usados com muito cuidado, por ser

muito decorativo, nunca pode ser usada em grandes corpos de textos, mas pode ser utilizada

com sabedoria se colocada no lugar correto, aberturas de filme weaster, é um exemplo de

fonte decorativa utilizada como utilizar uma fonte desse grupo.

O design deve ter consciência dessas classificações para assim, desempenhar de

maneira mais eficiente o seu trabalho de desenvolver uma embalagem. Observar atentamente

as formas das letras para assim poder combina-las com o produto correto. Conforme

Roncarelli e Ellicot (2010), fontes sem serifa são as mais adequadas à maioria dos produtos,

as fontes com serifa, com suas linhas muito finas, podem apresentar algumas falhas na hora da

impressão. O importante é a legibilidade em uma embalagem, a leitura deve se tornar fácil

para o consumidor. Em relação a combinação de tipografia com o restante do leiaute, existem

uma serie de fatores que devem ser levados em consideração no momento de elaboração de

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uma embalagem.

Tal qual Roncarelli e Ellicot(2010), fontes cursivas devem ser colocadas em um

tamanho grande na embalagem e nunca em grandes quantidades de texto; evitar fontes com

linhas finas sobre fundos escuros, isso pode dificultar a leitura; utilizar o mínimo possível de

texto sobre as ilustrações ou fotos da embalagem, isso pode misturar os elementos visuais ali

presentes; as letras em caixa-alta não necessariamente ajudam que o leitor consiga entender a

mensagem. Esses são alguns aspectos que devem ser observados em relação à tipografia e o

corpo da embalagem, esses pequenos detalhes podem melhorar significativamente o resultado

final da imagem que o produto vai passar para o consumidor.

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3 SEMIÓTICA GREIMASIANA

A palavra semiótica advém da palavra Grega „semion‟ que significa signo. E, em

termos gerais, significa a arte dos sinais e a área do conhecimento que estuda todos os tipos de

signos ou sinais que possuem algum sentido. Não se restringem apenas a linguagem,

contemplam também sinais, textos, gestos e outras formas de comunicação. Estuda os

mecanismos de significação que se propagam naturalmente e culturalmente ao longo dos anos

de evolução da civilização. Funciona como um ponteiro, onde as palavras, signos ou gestos

seriam o ponteiro e a semiótica seria a maneira de observar para onde esse ponteiro aponta, ou

seja, a significação por trás desses significantes.

Apenas no século XX acaba tornando-se uma ciência independente, com dois grandes

estudiosos e até mesmo considerados os pais dessa ciência, o pesquisador Ferdinand de

Saussure e C. S. Pierce. Greimas - seguidor de Sausurre – foi quem desenvolveu e aprofundou

os estudos texto e suas interpretações, dividindo-os em dois planos: o plano da expressão e o

plano do conteúdo.

Esses dois planos possibilitam que a semiótica realize análises sobre um gesto,

imagem ou símbolo. Ainda Floch (2001, p. 9), “para a semiótica, o sentido resulta da reunião,

na fala, na escrita, no gesto ou no desenho, de dois planos que toda a linguagem possui: o

plano da expressão e o plano do conteúdo”.

O plano da expressão é onde acontecem as diferentes maneiras de expressar o

conteúdo, ou seja, as diferentes formas de transmitir alguma ideia, conceito, assunto, questão

ou temática. Conforme Floch (2001, p. 9), “O plano da expressão é o plano onde as

qualidades sensíveis que possui uma linguagem para se manifestar são selecionadas e

articuladas entre elas por variações diferentes”. O mesmo autor afirma que, o plano do

conteúdo é como cada cultura desenvolveu o significado, é o plano onde a significação nasce

das variações diferenciais graças às quais cada cultura, para pensar no mundo, ordena e

encadeia ideias e discurso.

Em relação à linguagem, a semiótica não assume que o referencial faça parte

fundamental da linguagem, seja esse referencial representando o mundo real ou o mundo

imaginário, pois não existiria uma correspondência, passo a passo, entre a linguagem e o

mundo referencial. Nesse quesito, a semiótica adquire, assim, a sua autonomia, por estudar a

linguagem sem depender de outra ciência da “realidade”, seja ela a física, a história, a

biologia, etc. Segundo Floch (2001, p.9), “a semiótica, como disciplina, ganha aí sua

autonomia: ela pode estudar os fatos da linguagem sem depender de outra ciência”. Outra

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consequência dessa recusa é que a semiótica não aceita que determinado tipo de linguagem

seja mais fiel a realidade que outra, uma palavra teria a mesma validade que um desenho ou

um gesto.

A semiótica greimasiana entende que o signo é um instrumento de manifestação da

linguagem, é uma forma de transmitir algo maior, por esse motivo que a semiótica não define

uma forma mais “fiel” de linguagem, todas as formas de linguagem são ferramentas para a

transmissão de um conteúdo. O autor Floch (2001, p.10), “é um produto histórico, um fato de

uso, cujo estudo não explica diretamente como a linguem funciona”.

A partir da compreensão sobre os planos da expressão e o plano do conteúdo também

é possível analisar a linguagem a partir do percurso gerativo da significação. Nesse ponto a

semiótica visa compreender a significação de todas as linguagens e não somente da linguagem

intencional. Segundo Floch (2001), uma cidade pode ser considerada uma semiótica da

arquitetura, pois ela produz efeitos de sentido por quem a percorre, visita ou a habita. Ainda

Floch (2001, p.14), “A semiótica visa, como vimos, a elaborar uma significação – e não só da

comunicação intencional – que da conta não só das línguas, mas também de todas as

linguagens”.

Ao longo dos anos, a semiótica desenvolveu um modelo de representação da produção

de sentido, para então compreender todo e qualquer tipo de comunicação que possa transmitir

algum conteúdo para o receptor. Vale ressaltar que para o conteúdo só pode ser interpretado

pelo receptor se o mesmo já possua algum conhecimento ou entendimento sobre o que está

sendo comunicado. Conforme Floch (2001), só existe expressão se houver conteúdo e não

existe conteúdo se não houver expressão.

O percurso gerativo da significação é uma representação dinâmica dessa

produção de sentido: é a disposição ordenada das etapas sucessivas pelas

quais passa a significação para se enriquecer e, de simples e abstrata, torna-se

complexa e concreta (FLOCH, 2001 p.14).

Distinguem-se três grandes etapas nesse percurso gerativo de sentido: o discursivo, o

narrativo e o fundamental. Cada um com suas propriedades de análise do conteúdo são como

camadas, uma mais profunda que a outra e cada uma delas responsável por analisar de uma

forma diferente os elementos do que está sendo comunicado.

No nível fundamental o mais profundo acontece um entendimento sobre os elementos

que fundam a significação em si, o quadrado semiótico é a representação clara sobre o que

acontece nesse nível. Segundo Floch (2001, p.9), “No nível fundamental, trata-se das

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“diferentes diferenças” que fundam a significação, e também da determinação das regras que

permitirão as transformações, as mudanças das posições assim estabelecidas”.

A instância narrativa avalia as ações, os sujeitos, os adjetivos e todos os outros pontos

que geram o sentido da comunicação em si. É nessa etapa que são identificados os elementos

figurativos do discurso. Elas são anteriores às estruturas discursivas. Ainda Floch (2001,

p.18), “as estruturas semio-narrativas são as virtualidades utilizadas pelo sujeito para articular

e explorar o enunciado”.

A etapa discursiva irá analisar as escolhas de cada elemento. Nessa camada a

comunicação será avaliada a partir das seleções que o emissor fez para comunicar o conteúdo

em questão, cada elemento de uma frase, o porquê do uso de cada termo no momento de

transmitir a fala, escrita ou o gesto.

É aí que o enunciador fixará as grandes oposições que atravessarão toda a

obra e garantirão a sua homogeniedade; é aí que ele escolherá fazer exercer

determinada função narrativa por um ou mais personagens; é aí ainda que ele

optará seja por deixar o seu enunciado com caráter abstrato ou, ao contrario,

por dar-lhe um caráter mais figurativo, ou até mais “verdadeiro”. (FLOCH,

2001 p.16).

O autor Fontanille (2005), escolher os níveis de pertinência da análise semiótica o

signo ou o texto é decidir sobre a natureza ou a dimensão do conjunto expressivo que ira levar

em consideração as segmentações que serão consideradas de maior importância para a

significação de valores. Basicamente esses níveis são divididos em duas categorias de estudo

uma mais simples e superficial e outra mais aprofundada. No primeiro momento essa

dimensão é a das unidades mínimas (figuras ou signos); na segunda parte são estudadas as

segmentações, responsáveis pela produção de significados e valores.

Cada uma dessas categorias de estudo se aprofunda de uma maneira para entender e

demonstrar o que está acontecendo na imagem ou no texto, cada parte responsável por

analisar de uma forma diferente o que está sendo transmitido para o observador. Segundo

Fontanille (2005), se levarmos em consideração elas podem ser ocultas ou profundas, o

primeiro caso, trata-se, de identificar e reconhecer as figuras mais importantes e pertinentes da

imagem, tendo em vista que, na segunda parte, trata-se de apreender o conjunto por inteiro

das formas materiais e de dados textuais (verbais e não-verbais). Nesse segundo caso, não se

trata apenas de reconhecer e identificar, mas de dar uma direção significante ao que está

sendo analisado e assim gerar uma intencionalidade.

Esses são, portanto, dois níveis de experiência, dos quais decorrem dois tipos de níveis

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de pertinência. Segundo Fontanille (2005), de um lado, estão às experiências figurativas, de

onde é extraído, como grandezas pertinente de expressão, os signos; e do outro lado, a

experiência textual, de onde se extraem as grandezas de expressão textuais-enunciados.

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4 METODOLOGIA

Esta pesquisa é de caráter qualitativo, pois trata de um assunto inteiramente subjetivo

de análises imagéticas. “A pesquisa qualitativa é traduzida por aquilo que não pode ser

mensurável, pois a realidade e o sujeito são elementos indissociáveis. Assim sendo, quando se

trata do sujeito, levam-se em consideração seus traços subjetivos e suas particularidades”

(MICHEL, 2005, p. 33). Uma pesquisa qualitativa que tem um caráter descritivo e analítico,

que irá analisar quatro embalagens da marca de cigarros Marlboro “na pesquisa qualitativa, a

verdade não se comprova numericamente ou estatisticamente, mas convence na forma de

experimentações empíricas a partir de análise feita de forma detalhada, abrangente,

consistente e coerente” (MICHEL, 2005, p. 33).

As embalagens selecionadas foram escolhidas a partir dos dois produtos mais clássicos

da marca Philip Morris, dois tipos de cigarros que são produzidos em todos os países onde a

marca disponibiliza seus produtos, e são os mais consumidos pelos seus clientes. Duas

embalagens de cada categoria foram escolhidas para que a análise pudesse comtemplar a parte

histórica da evolução do design utilizado pala empresa, a categoria Marlboro Red só possui

duas embalagens em toda a sua existência, um produto que tem mais de cem anos e que em

todo esse tempo manteve sua identidade visual praticamente intacta por todo esse tempo. A

categoria Marlboro Gold Original mudou muitas vezes a sua embalagem, mas essa mudança

acontecia de uma forma muito sutil e duravam alguns meses e a empresa decidia retornar a

sua primeira embalagem, acontece que essas pequenas mudanças no layout foram muito sutis

e também não eram fixadas no mercado, por esse motivo, a análise estudou apenas a primeira

embalagem e também a atual, que são as que possuem uma maior significância e também as

que podem ser facilmente distinguidas, ao contrário das outras.

Para realizar a análise, alguns aspectos da semiótica foram utilizados para que cada

perspectiva analisada contemple da melhor forma o resultado esperado para a pesquisa. Esses

pontos foram definidos a partir dos estudos de Fontanille (2005), sobre os níveis de

pertinência, que basicamente são definidos pelos aspectos mais importantes que compõem um

signo, texto ou objeto de estudo.

Dessa forma os pontos que foram escolhidos para a realização da análise desse

trabalho são: (1) a primeira parte que é a mais textual interpretativa, foram analisados os

contextos em que as embalagens foram lançadas para os seus consumidores, também foram

analisadas nessa parte o conjunto de todos os elementos presentes nas embalagens; (2) na

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segunda parte, que seria a mais visual figurativa, foram escolhidas as cores, tipografias e

linhas das quatro embalagens analisadas.

No que se refere ao contexto em que as embalagens foram lançadas, para cada uma

delas foi apresentado, o seu ano de lançamento e também quando foram substituídas por

embalagens novas, elementos que ilustram o momento em que permaneceram no mercado ou

que ainda permanecem.

As cores foram explicadas segundo os autores Ellicot & Roncarelli (2010) que faz

definições sobre a significação das cores e também falam sobre a ausência de cor. Em relação

as linhas, os autores utilizados também foram Ellicot & Roncarelli (2010), que fala sobre a

percepção sobre as linhas. Na parte sobre tipografia, os autores utilizados foram Willian

(1995) e também Petit (2003), que identificam algumas importâncias da escolha tipográfica e

a identidade visual de cada uma. Por último, todos os resultados fora agrupados e comparados

para permitir uma compreensão geral sobre as similaridades e diferenças a evolução das

embalagens de Marboro Red e Marlboro Gold Original.

4.1 Historico da marca Marlboro

Segundo o blog Mundo das Marcas (2010) “a empresa teve seu inicio em 1847 quando

Philip Morris inaugurou uma tabacaria na cidade de Londres que vendia tabaco e cigarros

prontos.” Nessa época o cigarro ainda era considerado como um charuto alternativo e o

consumo de cigarro não era muito popular. Um dos cigarros lançados pela empresa era o

Marlboro, voltado ao público feminino. Esse foi o primeiro produto lançado pela empresa, na

época os cigarros com filtro eram os mais fracos e por isso, o produto foi voltado para as

mulheres. A marca expandiu os seus negócios em 1902, quando estabeleceu uma empresa na

cidade de Nova York, assim aumentando a quantidade de seus consumidores, nessa época ela

já possui mais dois tipos de cigarro, o Derby que é produzido até hoje e também o Cambridge,

que foi muito forte até meados da década de 40.

Em 1924, a empresa lançou a sua primeira grande campanha publicitaria, utilizando o

slogan “mild as may” (leve como o mês de maio) e tinha como garota propaganda a atriz Mae

West, ainda nessa época o produto era apenas voltado para as mulheres e por isso utilizou

uma grande estrela da época, o slogan também brincava com o fato do nome da atriz ser

pronunciado da mesma forma que may. Nas décadas seguintes a empresa continuou com a

mesma o mesmo tipo de campanhas e em seu público-alvo. Durante a segunda guerra

mundial, a marca foi retirada do mercado até o término do conflito.

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A marca começou a receber um maior destaque na década de 50, quando decidiu

mudar o seu posicionamento no mercado e também mudar o seu público-alvo. Todas as

campanhas mencionavam o slogan “come to marlboro country” que na tradução para o

português, significa, “venha para o mundo Marlboro”, em conjunto com esse novo contexto

da marca, foram utilizadas fotos e ilustrações de marinheiros tatuados, cowboys, pilotos e

atletas, a campanha foi intitulada de “Marlboro men”. A figura dos cowboys tornou-se o

grande ícone da empresa e assim iniciou a ideia uma nova era para a marca, que cresceu

gradualmente no mercado mundial, tornando-se hoje a mais vendida no mundo. Essa

reestrutura também teve o intuito de atingir outro público-alvo, homens que dedicavam seu

tempo apenas para o trabalho e não tinham tempo disponível para desfrutar de momentos de

lazer.

Figura 1 – Marlboro em sua campanha “come to Marlboro Country”

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Fonte - http://www.tias.com/3943/PictPage/3923310409.html - 1997

Com a campanha “come to marlboro country” a empresa teve como objetivo

sensibilizar o público masculino que vivia nas grandes cidades e passava boa parte do seu

tempo em escritórios e repartições. Essa campanha buscava resgatar um espirito de liberdade

que há muito tempo havia se perdido pelo homem contemporâneo; figuras como cowboys e

velejadores ilustravam as campanhas e traziam a ideia de que a cada tragada do cigarro, o

consumidor estaria voltando as origens e vivenciando um momento de liberdade mesmo que

estivesse dentro do seu trabalho.

Figura 2 – Outra peça da campanha “Come to Marlboro Country”.

Fonte - https://www.pinterest.com/pin/55380270388249903/ - 1997

A história dos cowboys “Marlboro man” teve seu início em 1955, com a campanha

“Delivers the Good on Flavor”, utilizava imagens de personagens considerados livres e

destemidos, como, velejadores, atletas, pilotos e cowboys. Inicialmente, todos esses

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estereótipos apareciam nas propagandas, no entanto a figura dos cowboys fez muito sucesso e

assim apenas a sua imagem começou a ser vista nas propagandas da “terra de Marlboro”, essa

figura marcante nas propagandas da marca foi inspirada na imagem do cowboys Clarence

Hailey Long que apareceu na revista LIFE em 1949.

Figura 3 – Clarence Harley Long revista LIFE

Fonte - http://sethcurry.ga/Clarence_Hailey_Long

A marca sempre utilizou grandes artistas da época para representar os homens do

mundo Marlboro, O primeiro cowboy foi o ator William Thourby nascido em 1924, e que

realizou alguns filmes na época sendo seguido por outros nomes de peso, como, David

Mclean, Wayne Mclaren, Charles Conerly, dentre outros.

A campanha “come to Marlboro Country” continuou sendo utilizada até 1990 quando

David Mclean morreu de câncer de pulmão com 51 anos, isso levou algumas organizações

antitabagistas a fazer campanhas contra o tabaco, utilizando a figura do cowboy. Então, a

marca Marlboro decidiu para de usar a figura do “Marlboro man”, com medo que seus

produtos fossem associados ao câncer e focou todas as suas campanhas para os esportes, onde

a visibilidade da marca era grande, como as corridas de Formula 1. De acordo com o site

Mundo das Marcas(2006), a marca patrocinava a escuderia da Ferrari, Mclaren e Pensk a sua

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logo estava presente nos uniformes, nos carros e principalmente no macacão dos corredores.

O mesmo site ainda afirma que, os pilotos apareceriam fumando os cigarros pelos boxs da

escuderia. No ano de 1989, durante 93 minutos de transmissão do Marlboro Grand Prix de

Formula 1, a marca apareceu na tela da televisão 5.933 vezes, fazendo com que investisse

ainda mais nos esportes televisionados.

Figura 4 – Marlboro patrocinando a escuderia Ferrari.

Fonte - http://timblair.net/ee/index.phpweblog/comments/vehicles_smokeless/

Figura 5 – Marlboro patrocinando a escuderia Mclaren.

Fonte - http://timblair.net/ee/index.phpweblog/comments/vehicles_smokeless/

Até a empresa ser proibida de anunciar em eventos de esporte, a marca possuía grande

parte da visibilidade das corridas. Segundo o site Mundo das Marcas(2006) Além da Ferrari,

ela também patrocinava todos os eventos, então a sua marca aparecia durante toda a corrida e

também durantes os treinos da Formula 1. Após a proibição a empresa continuou

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patrocinando a escuderia Ferrari, no entanto o nome da marca não aparecia mais em seus

carros e equipamentos de equipe, a marca recorreu outros artifícios visuais, que foram

implantados nos carros, algo similar a um código de barras, que em movimento lembravam a

logo da marca. Mas isso não durou por muito tempo, e ele teve que parar de utilizar esse

“truque” e então saiu de vez da Formula 1.

Figura 5 – Mensagem subliminar encontrada nos carros da Ferrari, quando as empresas produtoras de tabaco não

podiam mais anunciar em esportes.

Fonte - https://www.pinterest.com/pin/136445063685465618/

Segundo o site Philip Morris International (2015), Atualmente a marca Philip Morris

International é a empresa líder internacional de tabaco, com seis das quinze principais marcas

internacionais do mundo, incluindo Marlboro, a marca número um de cigarros em todo o

mundo, os produtos da PMI são vendidos em mais de 180 países.

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5 EMBALAGENS DE MARLBORO E AS CATEGORIAS DE SIGNIFICAÇÃO

Tendo em vista, o que já foi mencionado anteriormente, essa etapa do trabalho busca

evidenciar as embalagens que foram escolhidas para a análise. Nesse momento, o pesquisador

irá identificar por meio de fotos e descrições textuais, a importância de cada uma das

categorias de significação que compõem as embalagens da marca Marlboro Red e Gold

Original.

Quatro categorias serão abordadas na análise, uma delas relacionada à época em que

cada uma das embalagens foram lançadas, a que público eram direcionada, como influenciou

o mercado e como transmitiam as suas mensagens. As outras três, estão ligadas diretamente

aos componentes visuais que compõem cada uma dessas embalagens, linhas, cores e

tipografia. Como esses elementos são percebidos pelos consumidores e também pelos

receptores.

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5.1 Marlboro Red 1919 - 2014

Figura 7 – primeira embalagem de Marlboro Red

Fonte - http://galleryhip.com/marlboro-red-box-carton.html

5.1.1 Contexto

O cigarro Marlboro Red foi o primeiro produto criado pela marca Philip Morris, até

1902 a embalagem era um pouco diferente, porém não existem muitos registros dessa época,

depois de abrir uma cede da empresa na cidade de Nova York, a embalagem foi renovada e

nessa mesma época o cigarro Marlboro começou a se tornar mais popular nos Estados Unidos.

Um produto voltado para o público feminino da época, principalmente por possuir

filtros em sua composição física, que na época eram considerados cigarros mais fracos e

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suaves. Apenas depois da Segunda Guerra Mundial que a empresa conseguiu estabelecer-se

no mercado, nessa época ocorreu um reposicionamento do produto Marlboro Red no mercado

mundial, o cigarro começou a ter como público-alvo, homens de meia idade que trabalhavam

boa parte do seu dia e não tinham tempo para aproveitar momentos de liberdade. Agora a

ideia que a empresa passava ao seu público, era de que com uma tragada do cigarro Marlboro

Red, o consumidor sentiria uma sensação de liberdade, mesmo estando dentro de um

escritório. Isso revolucionou a percepção sobre a marca e também sobre os cigarros.

A marca manteve essa embalagem desde 1919 até o ano de 2014, mesmo tendo

sofrido algumas mudanças em sua forma de anunciar, a empresa manteve as mesmas linhas,

cores e tipografia durante noventa e cinco anos, algo incomum entre as marcas de cigarro e

mesmo em comparação a outras categorias de produto isso é algo raro de acontecer. Pode-se

inferir que isso deve ter acontecido, pela marca ter conseguido consolidar-se no mercado

como uma das empresas de maior qualidade do ramo, também deve ter mantido essa mesma

embalagem durante anos, pois em grande parte dessas décadas a empresa ainda tinha a

possibilidade de produzir anúncios. Outro fator que pode ser levado em conta, são os

elementos encontrados na embalagem, questões como, tipografia própria da marca, criada

especialmente para o produto Marboro Red e a combinação de cores e linhas.

5.1.2 Linhas

As linhas na diagonal da parte frontal do produto formam uma forma geométrica, o

triângulo. As linhas desempenham alguns papéis como representação de formas, separação de

conteúdo e também podem destacar certos elementos da embalagem, nesse caso, pode-se

concluir que, as linhas na diagonal estão formando um triângulo principal, que destacam o

nome da marca e também o brasão da empresa que produz o cigarro Marlboro. Para Ellicot e

Roncarelli (2010) as linhas na diagonal representam vitalidade e leveza, já as linhas retas na

horizontal representam calma. Além da linha reta na parte inferior da embalagem, nota-se um

alinhamento centralizado entre todos os elementos que constituem a identidade visual do

produto. Essa combinação entre as linhas gera vitalidade e calma, pois mistura linhas verticais

e horizontais.

5.1.3 Cores

As embalagens dos cigarros Marlboro possuem um padrão bem definido e muito

simples, sem transições entre cores quentes e cores frias. Nesse caso, são vermelho, preto,

branco e dourado, com destaques para o branco e o vermelho. O dourado é encontrado apenas

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em algumas informações sobre o produto e também no brasão da Philip Morris, fabricante do

produto. Pode-se inferir que o dourado representa elegância, sofisticação, dignidade, a da

realeza e também do ouro. Para o site Mundo das Marcas o vermelho inicialmente foi

colocada para remeter aos batons que as mulheres da época usavam. Depois, continuou sendo

utilizada pela marca, possivelmente para manter sua identidade, transmite energia, ação,

força, agressividade, além de ser a cor da paixão. O preto é encontrado apenas no nome do

produto, geralmente encontrado em produtos de luxo e custosos, passa ao observador,

refinamento e elegância. O autor Petit (2003) o preto é a cor dos publicitários criativos. O

branco funciona como um fundo para todas as outras cores, como elas são escuras ou quentes,

o branco é ideal para dar sobriedade a embalagem e também destacar as outras cores.

5.1.4 - Tipografia

Nesse caso, o estilo utilizado, segundo Williams (1995) pode ser categorizado como

estilo moderno, que possui uma ênfase vertical da letra, as serifas são finas e na horizontal e

possui uma transição grosso-fino radical nos traços. A fonte utilizada pela marca é uma fonte

própria criada para o produto, chamada Marlboro, sua estrutura é forte com contraste em seu

traçado, com uma estética fria e elegante.

Ainda Willians (1995) a época em que a embalagem foi criada, século 19, também diz

muito a seu respeito, é possível notar um estilo western em seu traçado, que coaduna com a

época em que o estilo moderno era muito utilizado. Esse estilo é muito bom de ser colocado

sobre o fundo branco, pois os seus traços finos não desaparecem.

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5.2.1 Marlboro Red 2014 – Atual - Contexto

Figura 8: Embalagem atual do Marlboro Red - Atual

Fonte - http://www.embalagemmarca.com.br/2014/09/artigo-marlboro-acaba-de-mudar/

A embalagem atual do cigarro Marlboro Red, que foi introduzida no mercado em

outubro de 2014. O cigarro não sofreu nenhuma modificação em sua formula original, apenas

a sua identidade visual recebeu uma atualização no seu design. As cores principais

continuaram as mesmas, branco e vermelho, porem o preto e o dourado foram retirados. Esse

novo estilo da embalagem manteve basicamente os mesmos símbolos visuais, como as cores

principais e os locais onde essas se encontravam. O nome da marca foi colocado um pouco

mais acima, de forma que, o seu alto relevo seja percebido pelos consumidores e o brasão foi

colocado abaixo do nome da marca. Essas mudanças podem ser consideradas significativas

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tendo em vista que a embalagem permaneceu a mesma desde 1919, quando apenas o brasão

foi inserido na embalagem. Pode-se inferir que essas mudanças tenham acontecido pelo fato

de algumas proibições que foram feitas pelo governo no ano de 2014.

É possível perceber que essas novas embalagens geram um efeito visual uniforme, nos

pontos de venda, dessa forma gerando um tipo de publicidade, mesmo que isso seja sutil para

muitas pessoas. Essa foi uma tendência adotada por outras marcas logo em seguida, pois de

certa forma, é mais eficaz que as pequenas publicidades que antes ficavam na frente dos

produtos. Esse efeito uniforme agora pode ser percebido de longe e também gera uma

identidade visual entre as embalagens, unindo os leiautes de cada uma delas e gerando um só.

Conforme a revista Computer Arts Brasil (2015), essa nova embalagem segue uma

tendência que no design é chamado de Ultra-Puro, onde a embalagem possui poucos

elementos visuais. Esse estilo eleva o minimalismo a um nível de pureza e simplicidade.

Essas escolhas na identidade visual do produto costumam remeter a luxo e elegância nos

produtos. No caso da Marlboro, as cores mantidas foram as suas cores de fundo, tirano o

destaque do nome da marca e focando em suas linhas e cores tradicionais.

5.2.2 Linhas

As linhas diagonais mantiveram no mesmo lugar da embalagem anterior, porém agora

elas estão sobrepostas ao nome do produto, fazendo com que, ele possa ser percebido com

mais facilidade, tendo em vista que essa tipografia foi absorvida as cores de fundo. Acontece

que essas linhas diagonais não poderiam sair da posição onde estavam, pois dessa forma a

marca perderia toda a identidade construída durante anos. Apesar de ficarem no fundo da

embalagem antiga, elas formam um desenho bem característico do cigarro Marlboro Red, que

sempre anunciava utilizando essas linhas diagonais com o seu nome logo abaixo. Como todos

os outros elementos foram retirados ou adaptados, as linhas tem agora um papel fundamental

para a embalagem, em conjunto com as cores da empresa elas funcionam como o uniforme do

produto.

5.2.3 Cores

As cores que dão mais destaque a embalagem continuam em seus lugares antigos, o

dourado que estava presente no brasão e também em algumas informações foi retirado

completamente. O preto também foi retirado e o nome foi incorporado ao vermelho e branco,

que antes eram apenas cores de fundo. As cores tornaram-se uma das únicas formas de

comunicação da empresa com seus consumidores, esses já eram elementos fortes no seu

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design e agora se tornaram mais importantes ainda para a identificação de marca. Pode-se

entender como uma estratégia ousada da empresa, tirar as cores do próprio nome e trabalhar

com um leiaute dicromático. Alguns meses depois da empresa Philip Morris lançar as novas

embalagens, outras empresas, como Souza Cruz Também adotou essa tendência de design.

5.2.4 Tipografia

A tipografia principal da marca continuou a mesma, apesar de 95 anos de uso. Agora,

ela está sem nenhum destaque na embalagem. O preto foi retirado e agora ela está nas cor

vermelha e branca e recebeu um efeito de alto-relevo, que apenas é percebido por quem vê a

embalagem de perto. Pode-se concluir que essas mudanças na propriedade da tipografia são

de fundamental importância para a geração de um efeito uniforme nos pontos de venda. A

marca poderia ter retirado completamente o nome Marlboro de suas embalagens, mas o

pesquisador infere que a decisão tomada foi provavelmente a mais sensata, pois dessa forma o

nome do produto ainda está presente na embalagem e pode ser percebida por seus

consumidores.

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5.3.1 Marlboro Gold Original 1971 – 2014 - Contexto

Figura 9 – Marlboro Gold Original – Primeira embalagem

Fonte - http://www.cigarettesstoreonline.com/online-cheap-marlboro-light-cigarette-wholesale-30-

cartons-p-33.html

A terceira embalagem é de outra categoria dos cigarros Marlboro, nesse caso um

produto que foi criado após alguns anos de produção do Marlboro Red, quando a marca já era

considerada uma das maiores empresas produtoras de cigarros. Segundo o site Mundo das

Marcas (2006) um anos após a criação do cigarro Marlboro Gold Original, a marca se tornou

a maior empresa de tabaco do mundo, também a mais conhecida e mais vendida no mundo. O

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Marlboro Gold seria uma versão “light” do Marlboro original e tem basicamente a mesma

fórmula, com apenas uma redução de alcatrão, nicotina. Os dois produtos são semelhantes

tanto em quesitos de sabor quando de imagem visual. A ideia foi produzir um cigarro mais

suave.

As características visuais do Marlboro Gold são a mesma de todas as linhas de cigarro

Marlboro, basicamente possuindo duas cores principais que formam um triângulo na parte

frontal e a tipografia com o nome da marca também na parte frontal, o diferencial dessa

embalagem é a textura na parte dourada superior.

Em relação à evolução de suas embalagens, a empresa acabou realizando inúmeras

transformações em seu design ao longo dos anos, sempre fazendo algumas modificações em

relação às linhas e também mudando algumas vezes o nome de sua categoria, que as vezes era

intituladas light. Essas mudanças sempre ocorreram por um curto espaço de tempo e o visual

voltava ao clássico (Figura 9). Pode-se inferir que a marca promovia essas mudanças em seu

leiaute, como uma forma de produzir embalagens promocionais, que permaneciam no

mercado por um curto espaço de tempo. Funciona como uma forma de inovar a sua

comunicação visual, tendo em vista as tantas proibições que as empresas produtoras de

cigarro possuem.

Dessa forma, por possuir várias embalagens temporárias dessa categoria, apenas duas

embalagens foram selecionadas para a análise, a primeira embalagem do cigarro Gold, que

também é a mais popular dentre todas as modificações seguintes e a embalagem atual, que

segue os mesmos padrões de design da embalagem atual de Marlboro Red.

5.3.2 - Linhas

Nesse caso, as linhas são muito semelhantes às encontradas na primeira embalagem

analisada, é basicamente igual, porem com algumas mudanças sutis, como o contorno

encontrado na parte superior ao redor da parte dourada, dando uma maior visibilidade ao

formato do triângulo, fazendo com que a parte dourada pareça muito com uma bandeira, ou

uma bandeirola, que seria outro símbolo importante dos produtos Phillip Moris. Essa

embalagem possui um alinhamento perfeito entre seus elementos, são linhas imaginarias que

cruzam todos os símbolos, informações e tipografias, todas as partes estão perfeitamente

alinhas ao centro.

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5.3.3 Cores

O dourado presente na embalagem é o mesmo que existia na primeira carteira de

cigarros Marlboro Red, uma cor que denota elegância e classe, mas aqui essa ela possui muito

mais destaque e enfoque, no Marlboro Red o dourado é apenas um detalhe, aqui ele toma

conta da embalagem, por isso, pode-se entender que esse seria um produto ainda mais

elegante e requintado. O fundo branco também funciona como um fundo para as outras cores

e o preto está presente no nome da marca, adicionando ainda mais refinamento as cores ali

presentes. Vale destacar a questão do dourado, que realmente difere uma embalagem de outra,

por serem categorias de produtos diferentes. Essas cores tornam-se muito importantes na

questão de identidade de marca, pois nos casos da Marlboro são elas que permanecem em

seus mesmo lugares durante a evolução das embalagens.

5.3.4 Tipografia

Essa embalagem possui duas tipografias em sua parte frontal, uma com o nome do

produto, no caso Marlboro, que é a fonte padrão de todas as embalagens da marca e outra

tipografia que indica a categoria especifica do produto. Uma tipografa sem serifa, fina e sem

transição grosso-fino em seu traço, uma fonte que contrasta com a tipografia da marca

Marlboro, para Williams (1995), não há ênfase em nenhuma parte da letra justamente por não

possuir uma transição grosso-fino em sua estrutura, e assim tornam-se “light” e simples de

serem compreendidas mesmo em palavras com um tamanho reduzido. Segundo Willians

(1995, p.87). “Os tipos sem serifa são quase sempre de peso igual, o que significa que-

virtualmente – não há transição grosso-fino visível nos traços; as letras têm sempre a mesma

espessura”. Essa escolha por uma tipografia leve coaduna com as escolhas de cores da

embalagem.

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5.4.1 Marlboro Gold Original 2014 – Atual - Contexto

Figura 10 – Embalagem atual do cigarro Marlboro Gold Oiginal.

Fonte – fotografada pelo pesquisador.

O cigarro Marlboro Gold Original passou por várias transformações em sua

embalagem, todas essas alterações sempre foram pequenas e por um curto espaço de tempo,

sempre mantendo as mesmas cores, linhas e tipografias. Essas alterações aconteciam e logo

depois que a empresa decidia voltar à primeira embalagem. Pode-se inferir que a Marlboro

tentou inúmeras vezes modificar o design dessa categoria de produto, mas acabava voltando a

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original. A primeira embalagem da linha e também a que foi mais utilizada durante anos, é a

que mais se aproxima de toda a imagem visual dos produtos Marlboro e também a que mais

foi aceita por seus consumidores.

Tendo em vista que, mais uma vez ela teria que ser modificada, para se alinhar as

outras embalagens da marca, a embalagem passou por mais algumas mudanças. Ela seguiu a

mesma linha de design dos cigarros Marlboro Red, porém não retirou as cores da tipografia

Marlboro e ao mesmo tempo incorporou as cores de fundo. Uma embalagem totalmente

branca com detalhes dourados e cinzas, linhas finas e de contorno suave passando por toda a

sua parte frontal. Uma mudança drástica, mas com requintes de elegância. Quando

aconteceram essas mudanças no leiaute do produto, a empresa também anunciou uma

mudança na composição do cigarro, agora ele deixa menos cheiro nas roupas e também está

mais fraco do que antigamente.

5.4.2 Linhas

As linhas dessa nova embalagem também foram revistas e adaptadas, de forma que se

alinham com as outras mudanças de cores e tipografias. Basicamente ficaram no mesmo local

de antes, mas nesse caso, elas poderiam ter sofrido uma mudança diferente, uma nova

adequação de símbolos e linhas que fosse definitiva para a identidade visual da marca. O

pesquisador infere que, uma ideia interessante seria colocar apenas um contorno em dourado

no formato da antiga bandeirola que ficava na parte superior frontal da primeira embalagem, e

todo o resto em branco. As linhas nessa embalagem são ainda muito sutis e inexpressivas, seu

design minimalista ao extremo poderia ser melhor trabalho, se as linhas fossem aplicadas de

outra maneira na parte frontal da embalagem.

5.4.3 Cores

As cores do cigarro Marlboro Gold Original foram mantidas ao longo da evolução de

sua embalagem, assim como a maior parte dos elementos presentes nesse produto. O que

aconteceu foi uma readequação de todos os elementos, a cor dourada presente na parte frontal

foi mantida, porem o tom dessa cor foi alterado para um tom de dourado mais brilhante e mais

vivo do que o antigo. Fazendo com que o produto torne-se mais chamativo ao olhar do

consumidor que percebe o produto de perto, por estar sobre um fundo totalmente branco. Esse

branco não é totalmente chapado por algumas listras cinza passam por toda a embalagem,

essas que são quase imperceptíveis, consegue tirar a opacidade da cor branca e deixa-la mais

suave ainda. A grande mudança nas cores dessa embalagem, foi a inclusão do cinza claro, que

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torna o nome Marlboro mais visível que na embalagem atual do cigarro Marlboro Red. Esse

tom claro foi muito bem escolhido, pois um outro tom de cinza poderia causar uma

contradição de ideias entre a elegância do dourado e a monotonia do cinza escuro.

5.4.4 Tipografia

Sem nenhuma variação da embalagem antiga para a nova em questão de tipografias.

5.5 Resumo agrupado

A primeira embalagem analisada nessa pesquisa foi lançada em 1919 e permaneceu a

mesma por 95 anos, até que em 2014 foi modificada. Primeiramente era um produto voltado

para o público feminino, apenas em 1950 que o produto ganhou mais força no mercado,

quando modificou seu público-alvo para homens de meia idade que tinham como prioridade

as suas carreiras profissionais. Suas cores eram o preto, branco, vermelho e dourado. Nela era

possível observar linhas horizontais e também verticais em seu leiaute. A tipografia em estilo

moderno, com serifas finas e inclinação vertical.

A segunda embalagem é a atual do cigarro Marlboro Red, lançada em outubro de

2014, logo depois que todas as campanhas de cigarros nos pontos de venda foram proibidas.

Seguiu algumas características de sua antecessora e também atualizou alguns aspectos visuais.

Seu Design agora é composto por duas cores, o vermelho e o branco. As linhas na vertical,

que antes estavam em algumas informações da embalagem, foram retiradas e apenas as linhas

verticais foram mantidas. A tipografia continua a mesma de sempre, porem agora ela

permanece em alto relevo e possui as mesmas cores que antes permaneciam no fundo do

leiaute.

A terceira embalagem analisada foi a do cigarro Marlboro Gold Original, lançada em

1971, uma versão mais fraca, com menos teor de nicotina e alcatrão, um ano antes do

lançamento desse produto, a empresa era a terceira marca mais vendida no mundo e um ano

depois de seu lançamento ela se tornou a mais valiosa e conhecida do mercado. Suas cores

eram o branco, preto, dourado escuro e também um pequeno detalhe em vermelho. Possuía

linhas retas e diagonais, levemente diferentes que as linhas da primeira embalagem de

Marlboro Red. A tipografia utilizada foi à mesma no estilo moderno das outras embalagens.

A quarta e ultima analisada pelo pesquisador, foi lançada no início do ano de 2015,

seguindo os mesmos aspectos de design da embalagem de Marlboro Red lançada no final de

2014. Em relação as cores, apenas o branco permaneceu o mesmo, o dourado utilizado agora

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é mais claro e brilhoso, a cor cinza foi adicionada no lugar da cor preta. A tipografia ainda é a

mesma da embalagem anterior a ela.

Tendo em vista essas dimensões analisadas, pode-se inferir que a empresa não

precisou realizar modificações em suas embalagens, pois ainda havia a possibilidade de

comunicar-se com seus consumidores por outros meios. A partir do momento em que todas

as formas de comunicação foram vetadas, a empresa decidiu aproveitar e produzir novas

embalagens para os seus produtos e assim manter uma linha de comunicação renovada com os

seus consumidores. Nesse momento a empresa aproveitou para utilizar uma tendência visual,

o ultra-puro. Uma forma de design simples e marcante, que usa elementos abstratos, formas e

padrões geométricos e utilização de, no máximo, duas ou três cores, com a intenção de

desenvolver uma marca em sua forma mais pura. No geral, essa tendência do design é

percebida em marcas ousadas, pois leva o minimalismo a outro nível, ocorre um processo de

redução de uma marca à sua forma mais pura e simples.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O proposito dessa pesquisa foi entender melhor a linguagem visual transmitida, a

partir de quatro embalagens de cigarro Marlboro, compreender os principais elementos que

elas possuem e inferir sobre a evolução, dessas identidades visuais que por muito tempo

permaneceram as mesmas. O trabalho também traz opiniões de outros autores sobre assuntos

referentes ao design, semiótica e histórico da marca.

Essa pesquisa foi motivada principalmente pelas mudanças realizadas pela empresa

Philip Morris no ano de 2014, que não alterava suas embalagens há muito tempo. Também

buscou entender alguns pontos, como a história da marca e todo seu desenvolvimento durante

mais de um século de existência, como a empresa reagiu as proibições impostas pelo governo

em sua forma de comunicar-se com o público e também a forma como ainda transmite suas

ideias e princípios.

A pesquisa teve como objetivo entender do ponto de vista da semiótica, a construção

de significações dos dois principais produtos da marca Philip Morris. Através de estudos

sobre design de embalagens e seus processos e também com um estudo sobre a semiótica

greimasiana, foram determinados quatro categorias de análise (contexto em que as

embalagens foram lançadas, cores, linhas e tipografia). Em relação aos objetivos específicos,

entender sobre o contexto em que a empresa lançou os seus principais produtos, Marlboro

Red e Gold Original, isso foi muito importante para perceber como a empresa sempre se

colocou no mercado e como a identidade visual das suas embalagens evoluíram durante a

existência da empresa.

As conclusões observadas foram em relação aos itens analisados, como, cores, linhas e

tipografias e as suas importâncias visuais nas embalagens, o que cada um desses aspectos

transmite ao observador. Também foi possível observar quais foram as diretrizes tomadas

para que as mudanças no leiaute fossem realizadas, como a tendência do design ultra-puro. Na

análise também foi constatado o período histórico e também o contexto em que as embalagens

foram lançadas.

Pode-se inferir que em todos esses anos de existência da empresa Philip Morris, nunca

foi tão difícil comunicar-se com o público e também gerar motivação de compra. Além de

todos os malefícios que podem ser causados pelo consumo de cigarro, a marca também não

pode anunciar as suas publicidades. Dessa forma, a empresa decidiu aproveitar esse momento

em que até os pontos de venda foram proibidos de serem usados, para realizar uma

atualização completa em suas embalagens. E assim, causar alguma repercussão no mercado,

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aliada a essa escolha de mudança, a empresa utilizou uma tendência de design que ainda é

pouco usada pela maior parte das empresas, o Ultra-puro. Uma forma hiper minimalista de

design, que tem como essência, reduzir ao máximo o numero de elementos visuais presente na

embalagem. Pode-se concluir que essa é uma boa alternativa para um produto que possui uma

embalagem relativamente pequena e simples.

Ademais, o pesquisador passou por muitas etapas de estudo para chegar até as

categorias de significação estudadas, o trabalho menciona o estudo de outros autores sobre, a

importância das embalagens, os seus processos criativos, semiótica greimasiana e também

histórico da marca, que foram importantes para escolher e analisar as categorias de

significação. Um processo gradativo que ajudou o pesquisador a entender melhor toda essa

evolução do design das embalagens alinhadas à semiótica.

Essa pesquisa por abordar tópicos como o design de embalagens e também a

semiótica, pode ajudar futuros pesquisadores a escolher pontos de significação de uma

embalagem. Também pode ajudar a entender o processo de evolução das embalagens

Marlboro Red e Gold Original e entender sobre os contextos históricos em que as embalagens

foram lançadas no mercado mundial.

A marca Marlboro sempre se colocou no mercado, como uma empresa voltada para

um público que busca momentos de liberdade, em meio ao trabalho e também as tarefas

diárias. Uma forma de tranquilizar o consumidor que não possui tanto tempo para descansar

ou até mesmo sair de seus ambientes de trabalho, o produto seria o ingrediente necessário

para aliviar o estresse do dia-a-dia.

Em conjunto com as seus antigos anúncios, as embalagens buscam transmitir, o ideal

de liberdade. Através de seus elementos visuais, a marca demonstra que seus produtos são

intensos e saborosos, fortes e elegantes, a sua identidade visual demonstra ao público, que o

seu produto é diferenciado dos demais. Cores, linhas e tipografia bem definida, tornam esse

produto uma referencia em comunicação visual em relação as suas embalagens.

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