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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS-MG FLÁVIA FERREIRA PASSOS ANÁLISE TEMPORAL DA SÉRIE DE CONSUMO RESIDENCIAL DE ENERGIA ELÉTRICA NO BRASIL NO PERÍODO DE 1963 A 2012. VARGINHA 2015

ANÁLISE TEMPORAL DA SÉRIE DE CONSUMO RESIDENCIAL … · objetivo ajustar um modelo ARIMA e empregar o método de suavização exponencial para posteriormente comparar os métodos

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS-MG

FLÁVIA FERREIRA PASSOS

ANÁLISE TEMPORAL DA SÉRIE DE CONSUMO RESIDENCIAL DE ENERGIA

ELÉTRICA NO BRASIL NO PERÍODO DE 1963 A 2012.

VARGINHA

2015

FLÁVIA FERREIRA PASSOS

ANÁLISE TEMPORAL DA SÉRIE DE CONSUMO RESIDENCIAL DE ENERGIA

ELÉTRICA NO BRASIL NO PERÍODO DE 1963 A 2012.

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao

Instituto de Ciências Sociais Aplicadas da

Universidade Federal de Alfenas, como

requisito parcial à obtenção do título de

Bacharel em Ciências Econômicas com Ênfase

em Controladoria.

Orientadora: Professora Luciene Resende

Gonçalves

VARGINHA/MG

2015

FLÁVIA FERREIRA PASSOS

ANÁLISE TEMPORAL DA SÉRIE DE CONSUMO RESIDENCIAL DE ENERGIA

ELÉTRICA NO BRASIL NO PERÍODO DE 1963 A 2012.

A Banca examinadora abaixo-assinada, aprova

a monografia apresentada como parte dos

requisitos para obtenção do título de Bacharel

em Ciências Econômicas com Ênfase em

Controladoria da Universidade Federal de

Alfenas.

Aprovada em: Varginha, 07 de julho de 2015

________________________________

Profª Luciene Resende Gonçalves

________________________________

Profº Gabriel Rodrigo Gomes Pessanha

________________________________

ProfºManoel Vitor de Souza Veloso

RESUMO

A energia, nas suas mais diversas formas, é indispensável à sobrevivência da espécie humana.

E mais do que sobreviver, o homem procurou sempre evoluir, descobrindo fontes e formas

alternativas de adaptação ao ambiente em que vive e de atendimento às suas necessidades.

Dessa forma, a exaustão, escassez ou inconveniência de um dado recurso tende a ser

compensadas pelo surgimento de outro(s). Em termos de suprimento energético, a eletricidade

se tornou uma das formas mais versáteis e convenientes de energia, passando a ser recurso

indispensável e estratégico para o desenvolvimento socioeconômico de muitos países e

regiões (ANEEL, 2002). Dessa forma, este trabalho consistiu em analisar, por meio da

metodologia de séries temporais, a série anual de consumo residencial de energia elétrica no

Brasil (GWh) distribuída no período de 1963 a 2012,totalizando 50 observações. Tendo como

objetivo ajustar um modelo ARIMA e empregar o método de suavização exponencial para

posteriormente comparar os métodos na obtenção do melhor modelo e na obtenção de

previsões futuras. Foram estudados os efeitos da tendência e a mesma foi retirada por

diferenciação. A análise gráfica indicou a influência ocorrida entre 2000 e 2001 com o

programa de racionamento instituído no período vigente, fato que modificou o

comportamento da série em questão e apostura de consumo dos usuários diante do cenário

vivenciado nestes anos.O modelo que melhor se ajustou à série foi o ARIMA (0,1,1).

Palavras-chave: Modelo de Box e Jenkins, Suavização Exponencial, Energia Elétrica.

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 6

2. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................... 8

3. MATERIAIS E MÉTODOS .............................................................................................. 12

3.1 Dados .............................................................................................................................. 12

3.2 Métodos .......................................................................................................................... 12

3.2.1 Séries Temporais ...................................................................................................... 12

3.3 Modelos ARIMA (p, d, q): Autoregressivos Integrados Médias Móveis ....................... 13

3.4 Adequacidade do modelo ................................................................................................ 14

3.4.1 Teste de autocorrelação residual .............................................................................. 14

3.4.2 Teste de Box e Pierce ............................................................................................... 15

3.4.3 Teste de Ljung e Box ............................................................................................... 15

3.5 Seleção de modelos ......................................................................................................... 15

3.6 Suavização exponencial simples (SES) .......................................................................... 16

3.6.1 Suavização exponencial de Holt (SEH) ................................................................... 16

3.7 Metodologia de Ajuste .................................................................................................... 16

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................... 18

4.1 Descrições da série de consumo residencial de energia elétrica no Brasil ..................... 18

4.2 Previsão da série utilizando o método ARIMA .............................................................. 21

4.3 Previsão da série utilizando suavização exponencial...................................................... 22

4.4 Comparação entre os modelos de Box e Jenkins e o Método de suavização exponencial

.............................................................................................................................................. 22

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 24

6. REFERENCIAL ................................................................................................................. 25

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1. INTRODUÇÃO

O consumo de energia é essencial para apontar o crescimento econômico e a

qualidade de vida de uma população, retratando o progresso e crescimento nos setores da

indústria, comércio e de serviços, assim como a possibilidade da sociedade de alçar

tecnologias que necessitam do acesso à rede elétrica e forçam o consumo da mesma.

Essa relação é a causa do acentuado crescimento mundial de energia observado

nos anos anteriores a 2007 segundo a Aneel (2008), pois de 2003 a 2007 a economia no

mundo passou por um período de forte crescimento observado pelas variações crescentes do

PIB (Produto Interno Bruto) e no mesmo período o consumo de energia obteve alterações

gradativas.

Outro fator importante na determinação do consumo de energia é o crescimento

populacional. Segundo a Aneel (2008) um dos fatores contribuintes para o crescimento da

energia elétrica residencial foi a quantidade de residências usuárias formais vinculadas a rede

elétrica, seja por programas governamentais ou pela normalização das ligações ilegais.

O uso de fontes de energia e de tecnologias modernas de uso final levou a

mudanças qualitativas na vida humana, proporcionando tanto o aumento da produtividade

econômica quanto do bem-estar da população. No entanto, mais do que o aumento do

consumo de energia, são os serviços gerados pela energia que realmente conduzem a uma

melhoria do bem-estar. Também o propósito para o qual os serviços energéticos são alocados

é que determina, em última análise, o nível de desenvolvimento econômico

atingido (GOLDEMBERG, LUCON, 2007).

A avaliação dos potencias energéticos em um país depende do nível de

conhecimento de seus recursos e reservas. A dimensão das reservas, no Brasil ou em qualquer

outro país, depende das condições econômicas e tecnológicas em que é feita a avaliação

(BERMANN, 2001).

De acordo com a Aneel (2002) historicamente, o aproveitamento de potenciais

hidráulicos para a geração de energia elétrica exigiu a formação de grandes reservatórios e,

consequentemente, a inundação de grandes áreas. Na maioria dos casos, tratava-se de áreas

produtivas e (ou) de grande diversidade biológica, exigindo a realocação de grandes

contingentes de pessoas e animais silvestres.

Segundo Bermann(2008), no Brasil, o consumo crescente e o impacto ambiental e

social causados pelas fontes de energias tradicionais levaram o governo e a sociedade a

pensarem em novas alternativas para geração de energia elétrica. Diante desse cenário, as

7

fontes alternativas de energia como eólica, solar e biomassa, são consideradas de forma

positiva. Além de causarem impactos substancialmente menores, ainda evitam a emissão de

toneladas de gás carbônico na atmosfera.

Dessa forma, o objetivo do trabalho é analisar por meio da metodologia de séries

temporais a série de consumo residencial de energia elétrica no Brasil, estudar os efeitos da

tendência e realizar uma análise gráfica a fim de detectar as intervenções e investigar os fatos

que levaram tal efeito, ajustar um modelo ARIMA, utilizar o método de suavização

exponencial com a finalidade de comparar e obter o melhor modelo e, por fim, obter previsões

futuras.

8

2. REFERENCIAL TEÓRICO

A relevância da energia elétrica é incontestável na vida da sociedade. Sem ela não

é possível realizar atividades simples no dia a dia e seu consumo vem aumentando cada dia

mais para acompanhar a tecnologia atual.

Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica- Aneel (2008), por volta de 95%

da população brasileira no ano de 2008 detinham acesso à rede elétrica e o Brasil possuía um

pouco mais de 61,5 milhões de unidades consumidoras em 99% dos municípios, das quais

aproximadamente 85% são residências. Em 2007, em termos de consumo, a energia elétrica

foi o tipo de energia mais consumido, e tal comportamento, juntamente com a propensão ao

crescimento constante e evidenciado no início de 2003, conservou-se inalterado.

Porém, aindasegundo a Aneel (2008) com o programa de racionamento instituído

em 2001, os hábitos adotados de eficiência energética, como exemplo o uso de lâmpadas,

eletrodomésticos mais econômicos nas residências alterou o consumo de energia elétrica

observado no Brasil, que foi de 321.551 GWh, o que se aproxima do consumo observado

entre 1999 e 2000. Após 2002, no entanto, se iniciou um progresso crescimento de 6,5% em

2003; 5,2% em 2004; 4,2% em 2005 e 3,9% em 2006, fato que ocasionou receio sobre a

capacidade da oferta acompanhar a demanda crescente.

De acordo com a Aneel (2008) o crescimento registrado juntamente com o

volume absorvido evidencia o setor residencial que apresentou um consumo de 90.881 GWh

em 2007, valor abaixo do demostrado no setor industrial, porém o segundo maior do Brasil. Já

o setor comercial, público, agropecuário e de transportes apresentaram os seguintes consumos

respectivamente iguais a 58.535 GWh, 33.718 GWh, 17.536 GWh e 1.575 GWh, o que

demonstra a grande participação do setor residencial em relação ao consumo de energia

elétrica quando comparado com os outros segmentos.

Tal setor apresentou um crescimento em relação ao consumo nos anos posteriores

a 2001, o que pode ser explicado pelo abandono gradativo da população dos hábitos de

eficiência praticados no período do racionamento. Apresentando um consumo de 83.613 GWh

no ano de 2000, retraindo para 73.770 GWh em 2001 e 72.740 GWh em 2002, retomando o

crescimento em 2003 para 76.143 GWh. Em um contexto geral no período de 2002 a 2007 o

consumo de energia elétrica nas residências aumentou em 25% segundo a Agência Nacional

de Energia Elétrica (2008).Devido a sua importância alguns estudos foram realizados com

finalidade de entender aspectos políticos, sociais e econômicos do seu consumo.

Mattos e Lima (2005) estimaram a demanda residencial de energia elétrica em

Minas Gerais, no período de 1970 a 2002, empregando o método de cointegração, estimando

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um modelo de correção de erros vetoriais. Analisaram, em específico, a elasticidade-preço e a

elasticidade-demanda desta demanda, concluindo que a demanda residencial estudada é

inelástica aos preços ou tarifas existentes, no entanto é sensível às oscilações da renda. De

modo que um ajustamento na demanda e/ou oferta em relação aos preços não afetaria a

demanda dos consumidores no estado mineiro, com exceção do programa de racionamento

ocorrido em 2001. Mas destacam ainda que a elasticidade-preço mineira é maior que a do

Brasil, indicando formas diversas de consumo entre os inúmeros estados brasileiros.

De acordo com Schmidt e Lima (2004) estimaram e obtiveram previsões para o

período de 2001 a 2005da demanda por energia elétrica no Brasil de longo prazo nos

segmentos industrial, comercial e residencial e buscaram entender como se comportava a

elasticidade do preço e da renda. Em seu trabalho ressaltaram o crescimento do consumo de

energia elétrica no país de 1960 até 2000.

Conforme Schmidt e Lima (2004) na década de 60 o consumo residencial se

destacou em detrimento dos outros segmentos e na década de 70 o industrial obteve um

crescimento maior. Um fato importante a se destacar na década de 80 foi a caracterização

deste período como a ‘década perdida’ onde todos os segmentos cresceram satisfatoriamente

tendo em vista o período que se passava, mas o segmento residencial se sobressaiu. Na década

de 90, ao passo que os setores residenciais e comerciais continuam em processo de

crescimento, o setor industrial não acompanhava o mesmo ritmo de ambos. Segundo os

autores, após o Plano Real este acontecimento se reforçou mais ainda. Em um contexto geral,

o setor residencial foi o de maior vitalidade nas taxas de crescimento do consumo total no

decorrer de todo o período.

Schmidt e Lima (2004) embasaram o modelo teórico pela teoria do consumidor

onde a demanda por energia elétrica nas residências era retratada como um produto de uma

maximizaçãoda utilidade dependente da sua restrição orçamentária. No entanto, as demandas

advindas do comércio e da indústria eram demonstradas pela minimização de custos

dependentes do grau de produção. Mas em um contexto geral, a demanda residencial,

comercial e industrial por energia elétrica é proveniente da necessidade das pessoas ou das

empresas.

Irffi et. al (2009) estimaram a demanda por energia elétrica no Nordeste do Brasil

para os segmentos industrial, comercial e residencial no período de 1970 a 2003, através de

cointegração e modelos de correção de erros como base para as previsões futuras geradas.

Em conformidade com Irffi et. al (2009) no decorrer das décadas de 50, 60 e 70 o

setor energético brasileiro estava em venturoso crescimento devido aos fortes investimentos

10

em infraestrutura realizados no período. Como consequências deste fato, a geração e a

fabricação de energia elétrica cresceram velozmente, com custos pequenos e expressivo

avanço no que diz respeito a tecnologia empregada no setor.

Irffi et. al (2009) mostram que o setor elétrico estava em grande vantagem devido

a aspectos políticos e econômicos que empurram o aumento e a capacidade de produção

brasileira no segundo semestre da década de 50, mas isso foi justificável por fundos

financeiros estrangeiros e pela disposição de capacidade hidrelétricaperto de seus usuários

diretos. Um fato importante foi o Plano de Metas realizado neste período, fato que

proporcionou tais expansões no setor como um todo, direta ou indiretamente.

Em 1960 Irffi et. al (2009) destacam a criação da Eletrobrás, que garantiria a

coordenação e ligação do setor no Brasil, podendo assim explorar a capacidade existente.

Portanto, no decorrer de 1960 a 1980, isso se refletiu no aumento do consumo de energia

elétrica em decorrência do crescimento da capacidade hidrelétrica instalada e do aumento da

distribuição no país. Nem todos os acontecimentos foram favoráveis ao desenvolvimento do

setor já que havia uma carência de investimentos estrangeiros e os mesmos se extinguiram

entre 1980 e 2000, enfraquecendo o crescimento que se observava em períodos anteriores.

Já no ano de 1995,Irffi et. al (2009) ressaltam a revisão realizada no setor elétrico

com a abertura dos mercados, extinção dos monopólios e saída do Estado, no que se refere ao

empreendedorismo no setor, abrindo oportunidades para o setor privado. Já em 2001 e 2002

grande parte do país passou pelo sistema de racionamento, onde quotas de consumo eram

determinadas. Após este difícil período, uma desarmonia ocorria entre aumentar a oferta e

quais seriam as demandas dos consumidores.

Modiano (1984) determinaram as elasticidades-preço e renda de energia elétrica

no Brasil nas residências, indústria e comércio de 1963 a 1981 utilizando o método de

mínimos quadrados e a correlação entre as séries, concluindo que apenas as elasticidades-

renda no longo prazo mostraram-se elásticas com referência a demanda por energia elétrica.

Em seguida, Andrade e Lobão (1997) continuaram os estudos realizados por

Modiano (1984) investigando o crescimento do consumo residencial de energia elétrica no

Brasil no período 1963 a 1995, através da estimação das elasticidades preço e renda da

demanda e as projeções de 1997 a 2005. Considerando que a diminuição nos preços reais de

eletrodomésticos impactamna aquisição dos mesmos nas residências, e consequentemente o

consumo de energia elétrica aumenta. Preocuparam-se não apenas em identificar o consumo

ou a demanda futuramas,juntamente com esta análise, entender o impacto que as tarifas

cobradas têm sobre a demanda. Observou-se que a elasticidade-renda da demanda, além de

11

efeito diretona renda sobre o consumo da energia elétrica, tem efeito indireto no número de

eletrodomésticos. E que o aumento das tarifas elétricas cobradas impactam o consumo e,

portanto, a demanda e o crescimento do setor.

No trabalho de Siqueira et. al (2006) busca-se o entendimento da demanda por

energia elétrica no Nordeste do Brasil no período após o racionamento de 2001 a 2002, fato

que alterou o comportamento e consumo dos usuários. Tendo como objetivo realizar

previsões de longo prazo de 2004 a 2010, apresentaram também as elasticidades preço e renda

nos segmentos comercial, residencial e industrial e adotaram a hipótese que o consumo de

energia elétrica acompanharia a tendência de crescimento no longo prazo. Deixando claro que

as elasticidades mudam no decorrer do tempo e de acordo com a região analisada e que o

racionamento ocorrido modifica as estimativas realizadas em períodos diferentes destes.

12

3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Dados

Os dados utilizados referem-se à série anual de consumo residencial de energia

elétrica (GWh) no Brasil no período de 1963 a 2012, pela disponibilidade dos dados obtidos

junto ao banco de dados do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA,2015)

totalizando 50 observações. As análises foram feitas utilizando o software R (R Development

Core Team, 2009) e o software Gretl (GRETL, 2010).

3.2 Métodos

3.2.1 Séries Temporais

Uma série temporal , 1, ,tZ t n , em que n é o número de observações, é

qualquer conjunto de observações sequenciadas no tempo. A dependência entre as

observações vizinhas é o que caracteriza as aplicações dessa técnica, já que as metodologias

estatísticas clássicas, para serem aplicadas, exigem independência dos dados.

Uma forma de decomposição de uma série temporal é dada por t t t tZ T S a

em que tT é a tendência, tS é a sazonalidade e ta é a componente aleatória de média zero e

variância constante. A tendência pode ser entendida como aumento ou diminuição gradual das

observações ao longo do tempo. A sazonalidade indica possíveis flutuações ocorridas sempre

em períodos menores ou iguais a doze meses.

O efeito das componentes tendência e sazonalidade é confirmado por meio de

testes estatísticos apropriados. A tendência é avaliada por meio do teste de Cox-Stuart,

também conhecido como teste do sinal, e a sazonalidade por meio do teste de Fisher. O teste

do sinal encontra-se descrito de forma detalhada em Morettin e Toloi (2006) e o de Fisher em

Priestley(1989).

Uma função de suma importância na identificação da dependência em dados

temporais é a função de autocorrelação (fac). Dadas as observações 𝑍1,... ,𝑍𝑛 a fac( 𝑟𝑘), em

que k é a defasagem, é estimada por:

𝑟𝑘=𝑐𝑘

𝑐𝑜,

sendo :

ck =1

n (Zt − 𝑍) n−k

t=1

(𝑍𝑡+𝑘 − 𝑍)

13

𝑒 𝑐0 =1

n Zt − 𝑍 2

n

t=1

,

ondeck é a autocovariância em k e 𝑐0 é a variância.

A função de autocorrelação parcial (facp) mede a autocorrelação remanescente

entre tZ e t kZ depois de eliminada a influência de 1,..., 1t t kZ Z .

Uma característica importante na modelagem de séries temporais é a

estacionariedade. Uma série é estacionária quando se desenvolve no tempo aleatoriamente ao

redor de uma média constante, refletindo alguma forma de equilíbrio estável. E as

componentes tendência e sazonalidade impedem este estágio estacionário. Dessa forma, uma

vez confirmadas, elas são estimadas e subtraídas da série. A nova série será então

estacionária.

A estimação das componentes tendência e sazonalidade é feita por meio do ajuste

de uma função do tempo. No caso de tendência essa função pode ser um polinômio e no caso

da sazonalidade a função é um polinômio harmônico, isto é, uma combinação linear de senos

e cossenos com coeficientes constantes. Detalhes dessas funções são descritos em Morettin e

Toloi (2006).

Uma forma de verificar a estacionariedade de uma série é por meio do teste de

DickeyFuller. Esse teste consiste em verificar uma hipótese nula 0H (série não estacionária)

em contrapartida a uma hipótese alternativa 1H (série estacionária). Verifica-se se o

coeficiente da série defasada em uma unidade é estatisticamente significante.

Um fato identificado frequentemente no estudo de séries temporais são as

chamadas intervenções. Conforme Morettin e Toloi (2006), uma intervenção pode ser

entendida como a ocorrência de algum tipo de evento, em dado instante de tempo t, conhecido

a priori. A ocorrência da intervenção pode ser, por exemplo, caracterizada por medidas

tomadas em decorrência de mudanças políticas ou crises econômicas e financeiras. A

ocorrência pode manifestar-se por um intervalo de tempo subsequente e que afeta, temporária

ou permanentemente, a série em estudo. Em geral, o efeito de uma intervenção é mudar o

nível da série ou, então a inclinação. Elas são identificadas por meio da série estacionária.

3.3Modelos ARIMA (p, d, q): Autoregressivos Integrados Médias Móveis

Os modelos ARIMA (p,d,q) são utilizados para ajuste de dados temporais e

seguem a metodologia de Box e Jenkins (1994). Nesse modelo p é o número de termos

14

autoregressivos,d é o número de diferenças necessárias para obter a estacionariedade e q é o

número de termos da parte de médias móveis.

Os modelos AR (p), MA (q) e ARMA (p,q) são casos particulares do modelo

ARIMA (p,d,q) e são apropriados para a modelagem de séries estacionárias, onde AR é o

processo autoregressivo de ordem p, MA é o processo de médias móveis de ordem q e ARMA

é o processo autoregressivo e de médias móveis de ordens p e q. No caso de séries não

estacionárias, o ajuste é possível com a remoção das fontes de variação não estacionárias, ou

seja, com a aplicação de:

∆𝑑𝑍𝑡 = (1 − 𝐵)𝑑𝑍𝑡 ,

em que ∆ é o operador de diferença, B é o operador de retardo dado por 𝐵𝑚𝑍𝑡 = 𝑍𝑡−𝑚 , sendo

m uma defasagem qualquer e d o número de diferenças necessárias para deixar a série

estacionária.

A expressão do modelo ARIMA (p,d,q), no caso de séries não estacionárias, é

dada por:

∅ 𝐵 1 − 𝐵 𝑑𝑍𝑡 = 𝜃(𝐵)𝑎𝑡 ,

em que 𝜙(𝐵)=1-𝜙1B-𝜙2𝐵2-...-𝜙𝑝𝐵

𝑝 , 𝑒 𝜃(𝐵)=1-𝜃1B-𝜃2𝐵2-...-𝜃𝑞𝐵

𝑞 .

Uma outra maneira de escrever o modelo ARMA que não seja utilizando o

operador B é dada por:

1 1 2 2 1 1 2 2... ...t t t p t p t t q t q tZ y y y a a a a .

3.4Adequacidade do modelo

Após o processo de estimação de uma série temporal, é necessário verificar sua

adequação. Para este fim são utilizados o teste da autocorrelação residual, o teste de Box e

Pierce (1970) e o teste de Ljung e Box (1978).

3.4.1 Teste de autocorrelação residual

O gráfico dos resíduos revelam a presença de dados discrepantes, efeitos de

autocorrelação ou padrões cíclicos. O correlograma, gráfico da autocorrelação residual, é

utilizado para uma análise mais detalhada da estrutura de autocorrelação indicando possíveis

termos faltantes no modelo. O modelo é adequado quando 𝑟𝑘estiver dentro dos limites de

±2

𝑛, sendo 𝑟𝑘 a autocorrelação residual na defasagem k e n o número de observações.

15

3.4.2 Teste de Box e Pierce

Esse teste é baseado nas autocorrelações dos resíduos estimados e foi estimado

por Box e Pierce (1970), embora não identifique quebras específicas no comportamento de

ruído branco, consegue apontar se esses valores são muito elevados. Uma alteração desse teste

foi proposta por Ljung e Box (1978).

Se o modelo for adequado, a estatística

2

1

( ) ( 2)( )

Kj

j

Q K n nn j

r

terá aproximadamente uma distribuição 2 com K p q graus de liberdade, em que jr

representa a autocorrelaçãoem j e K representa a defasagem total utilizada.Uma vez verificada

a adequacidade de determinados modelos ajustados, é necessário verificar qual modelo

representa melhor o conjunto de dados em questão. Para isso existem dois critérios. O critério

de Akaike (AIC) e o erro quadrático médio de previsão (EQMP).

3.4.3 Teste de Ljung e Box

O teste de Ljung e Box (1978) é uma variante dos testes de Box e Pierce e auxilia

na identificação do modelo mais adequado, onde a hipótese nula 𝐻0 e a alternativa 𝐻1 são:

𝐻0 =os resíduos são ruído branco

𝐻1 =os resíduos não são ruído branco.

Se os resíduos do modelo são ruído branco, o modelo é adequado e, portanto

indicado para representar a série em questão.

3.5Seleção de modelos

O critério de Akaike (AIC) e o erro quadrático médio de previsão (EQMP) são

critérios utilizados na seleção de modelos. Escolhe-se o modelo que apresentar o menor valor

de AIC e EQMP. No caso de modelos que não indiquem, simultaneamente, os menores

valores dos dois critérios, deve-se escolher o modelo que apresentar o menor valor de EQMP

se o objetivo é a obtenção de previsões.

Esses critérios são representados por:

AIC = nlogσa2 + 2(K + l + 2),

em que n é o número de observações da série em estudo, 𝜎𝑎2 é o estimador de máxima

verossimilhança deσa2, 0 ≤ 𝑘 ≤ 𝑝 e 0 ≤ 𝑙 ≤ 𝑞, e l é o logaritmo da verossimilhança.

16

*n 2

t h t*h 1

1EQMP Z Z h  ,  

n

em que Zt h é a previsão de Zt+h , de origem t e horizonte h e n∗ é o número de previsões a

serem obtidas.

3.6Suavizaçãoexponencial simples (SES)

A suavização exponencial concede pesos decrescentes exponencialmente nas

observações mais antigas, isto é, observações atuais tem mais peso na previsão de valores

futuros que as observações mais antigas.

Seja qual for o período de tempo t, o valor suavizado 𝑍𝑡é encontrado através da

equação:

1

0

0

(1 ) (1 )t

k t

t t k

k

Z Z Z

, t=1,..., n,

Onde tZ é designado como valor exponencialmente suavizado e α é a constante de

suavização, 0 ≤ α ≤ 1.

3.6.1 Suavização exponencial de Holt (SEH)

É utilizado para séries com tendência linear corrigindo os problemas de

subestimação (ou superestimação) dos valores reais. Este método emprega uma nova

constante de suavização para ‘ajustar’ a tendência da série ao invés de suavizar apenas o

nível. Portanto os valores do nível e da tendência da série, no tempo t é estimada por

1 t-1(1 )( )t t tZ AZ A Z T , 0 < A < 1 e t= 2, ... , n

1t t-1( ) (1 )t tT C Z Z C T , 0 < C < 1 e t= 2, ... , n

respectivamente, onde A e C são designados constantes de suavização. As equações

demonstradas, assim como em todos os métodos de suavização, alteram as estimativas prévias

quando uma nova observação é obtida.

3.7Metodologia de Ajuste

Inicialmente, será feito o gráfico da série original que auxiliará na identificação

das intervenções.O gráfico original auxilia na identificação de tendência, variação sazonal e

dados discrepantes. Se confirmadas, estas componentes serão eliminadas da série em questão

17

a fim de se obter a estacionariedade (a série se desenvolve no tempo aleatoriamente ao redor

de uma média constante refletindo alguma forma de equilíbrio estável) das observações.

A estacionariedade é uma exigência das técnicas de ajuste de um modelo

representativo dos dados. Identificadas as possíveis ordens de ajuste, por meio da função de

autocorrelação e da função de autocorrelação parcial da série estacionária serão ajustados

modelos ARIMA, os quais terão adequação verificada por meio do teste da autocorrelação

residual e do teste de Ljung e Box. Modelos de previsão serão obtidos por meio do modelo

ARIMAe também pelo método de suavização exponencial e serão comparados por meio da

soma de quadrados dos erros de previsão.

18

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A análise dos resultados está dividida em três partes. Sendo que a primeira parte

consiste em uma análise descritiva da série de consumo residencial de energia elétrica no

Brasil no período de 1963 a 2012, onde serão evidenciadas as componentes da série. A

segunda parte consiste na previsão da mesma utilizando o modelo ARIMA. Finalizando, na

terceira parte será utilizado o método de suavização exponencial, onde será feito uma

comparação de ajuste entre este método e o método ARIMA.

4.1 Descrições da série de consumo residencial de energia elétrica no Brasil

Nas Figuras 1e 2 são apresentados os gráficos da série de consumo residencial de

energia elétrica no Brasil e o correlograma, respectivamente.

FIGURA 1: Série anual de consumo residencial de

energia elétrica no Brasil referente ao

período de 1963 a 2012.

FIGURA 2: Correlograma da série anual de consumo

residencial de energia elétrica no Brasil

referente ao período de 1963 a 2012.

A estrutura gráfica apresentada na Figura 1 sugere a presença de tendência, lenta

evolução das observações ao longo do tempo. A presença dessa componente implica na não

estacionariedade da série em questão. O comportamento do correlograma apresentado na

Figura 2 demonstra um lento decaimento para zero das autocorrelações, fato que ratifica a

ausência de estacionariedade.

Anos

Co

nsu

mo

re

sid

en

cia

l d

e e

ne

rgia

elé

tric

a (

GW

h)

1970 1980 1990 2000 2010

20

40

60

80

10

01

20

0 5 10 15

-0.2

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

Defasagem

Fu

nçã

o d

e A

uto

co

rre

laçã

o

19

O teste de Dickey-Fullerfoi utilizado como método formal de identificação da

ausência de estacionariedade. A Tabela 1 apresenta os resultados gerados pelo teste.

TABELA 1: Teste de Dickey-Fuller (com constante e tendência) da série anual de consumo residencial

de energia elétrica no Brasil referente ao período de 1963 a 2012.

Coeficiente erro padrão razão-t p-valor

Constante -505,785 1008,86 -0,5013 0,6185

Energia_1 -0,0591987 0,0524927 -1,128 0,9136

Tempo 209,719 120,304 1,743 0,0880

Pode-se concluir através do teste de Dickey- Fuller que ao nível de significância de

5% adotado não rejeita-se a hipótese nula para a variável Energia_1, portanto a série é não

estacionária. Nesse teste as hipóteses nula 0H e alternativa, 1H são respectivamente:

0H = A série é não estacionária

1H = A série é estacionária.

A tendência foi então retirada por diferenciação. A Figura 3 ilustra o gráfico da

série diferenciada de consumo residencial de energia elétrica livre da tendência. Esta série

apresenta um pico no ano de 2000 caracterizando mais uma vez a presença de intervenção

nesse período.

FIGURA 3: Série diferenciada do consumo residencial de

energiaelétrica no Brasil referente ao período de

1963 a 2012.

Anos

1970 1980 1990 2000 2010

-10

-50

5

20

Novamente foi feito o teste de Dickey-Fullerpara constatar se a série se encontra

estacionária e os resultados estão demonstrados na Tabela 2.

TABELA 2: Teste de Dickey-Fuller (com constante e tendência) da série diferenciada do consumo

residencial de energia elétrica no Brasil referente ao período de 1963 à 2012.

coeficiente erro padrão razão-t p-valor

Constante 207,956 700,081 0,2970 0,7678

Energia_1 -0,617338 0,138333 -4,463 0,0044

Tempo 48,2973 25,4672 1,896 0,0643

O teste de Dickey- Fullerdemonstrou que ao nível de significância de 5% adotado

rejeita-se a hipótese nula para a Energia_1, sendo que indica que a série foi diferenciada.

Portanto a série é estacionária.

Na Figura 4, são apresentadas as funções de autocorrelação e autocorrelação parcial

da série diferenciada.

FIGURA 4: Correlogramas da série diferenciada do

consumo residencial de energia elétrica no

Brasil referente aoperíodo de 1963 a 2012.

Essas funções sugerem as possíveis ordens dos modelos a serem ajustados. A

função de autocorrelação sugere a parte médias móveis de ordem 1, isto é, MA(1) e a função

de autocorrelação parcial sugere a parte auto regressiva de ordem 1, AR(1). Combinações

dessas ordens serão testadas com a finalidade de obter um modelo mais parcimonioso.

0 5 10 15

-0.2

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

Defasagem

Fu

nçã

o d

e A

uto

co

rre

laçã

o

5 10 15

-0.2

0.0

0.2

0.4

Defasagem

Fu

nçã

o d

e A

uto

co

rre

laçã

o p

arc

ial

21

4.2 Previsão da série utilizando o método ARIMA

Na Tabela 3 são apresentadas as estimativas paramétricas e os valores p dos

modelos ajustados da série anual de consumo residencial de energia elétrica no Brasil

referente ao período de 1963 a 2012.

TABELA 3: Estimativas paramétricas e resultados de significância estatística dos modelos ARIMA

ajustados para a série anual de consumo residencial de energia elétrica no Brasil referente

ao período de 1963 a 2012.

Modelos Parâmetros Estimativas Valor p Situação

ARIMA(0,1,1) 𝜃1 0.5815 2.778458e-05 Significativo

ARIMA (1,1,1) 𝜙1 0.8541 2.07962e-09 Significativo

𝜃1 -0.2902 0.1610651 NãoSignificativo

ARIMA (1,1,0) 𝜙1 0.7153 9.809603e-09 Significativo

Os valores p dos modelos ajustados, de acordo com a Tabela 3, indicam que todos os

modelos são significativos em todos os parâmetros, exceto o modelo ARIMA (1,1,1) pois o

parâmetro médias móveis não é significativo a um nível de significância de 5%.

Na Tabela 4 é apresentado a estatística do teste de Ljung e Box e o valor p, o qual

indica qual hipótese adotar.

TABELA 4: Teste de Ljung e Box (1978)

Modelo 2 Valor p Situação

ARIMA (1,1,0) 15.4626 0.4186 Não rejeita𝐻0

ARIMA (0,1,1) 17.8934 0.2683 Não rejeita 𝐻0

Conforme os resultados demonstrados pela Tabela 4 não rejeitou-se a hipótese nula

𝐻0, portanto os resíduos são ruído branco para os dois modelos considerados.

Na Tabela 5 são demonstrados o critério de Akaike (AIC) e o erro quadrático médio

de previsão (EQMP).

TABELA 5: Critério de Akaike (AIC) e o erro quadrático médio de previsão (EQMP) dos modelos

ajustados.

Modelos AIC EQMP

ARIMA (1,1,0) 230,47 257,73

ARIMA (0,1,1) 243,72 148,17

22

O modelo ARIMA (1,1,0) apresentou o menor valor de AIC, no entanto não

obteve o menor valor de EQMP. Como o objetivo é obter previsões escolheu-se o modelo

ARIMA (0,1,1) o qual apresentou o menor valor de EQMP, embora com AIC maior.

4.3Previsão da série utilizando suavização exponencial

Na Figura 5 é apresentado o gráfico com as previsões de 2009 a 2010 da série de

consumo residencial de energia elétrica no Brasil no período de 1963 a 2012.

FIGURA 5: Previsão do modelo utilizando Suavização Exponencial

4.4 Comparação entre os modelos de Box e Jenkins e o Método de suavização

exponencial

Na Tabela 6 são apresentados os valores reais e previstos tanto em Box e Jenkins

como no método de suavização exponencial.

TABELA 6: Valores previstos do modelo pelo método de Box e Jenkins,suavização exponenciale

valores reais, respectivamente.

Período Box e Jenkins Suavização exponencial Valores reais

2009 119.8862 98.52072 100.756

2010 119.8862 102.32444 107.233

2011 119.8862 106.12816 112.060

2012 119.8862 109.93188 117.567

Holt-Winters filtering

Anos

Co

nsu

mo

re

sid

en

cia

l d

e e

ne

rgia

elé

tric

a(G

Wh

)

1970 1980 1990 2000 2010

02

04

06

08

01

00

12

0

23

O modelo de Box e Jenkins superestimou todas as previsões obtidas ao contrário do

método de suavização exponencial que subestimou todas as previsões. Por exemplo, a

observação 47 correspondente ao ano de 2009 ficou cerca de 19% acima do valor real pelo

modelo de Box e Jenkins e aproximadamente 2% abaixo do valor real pelo método de

suavização exponencial.

Na Tabela 7 encontra-se o EQMP dos modelos utilizados.

TABELA 7: EQMP do modelo de Box e Jenkins e do método de suavização exponencial

Modelo Método EQMP

ARIMA (0,1,1) Box e Jenkins 148,17

ARIMA (0,1,1) Suavização Exponencial 30,64

O método de suavização exponencial forneceu a menor soma dos quadrados dos

erros e portanto ficou mais próximo dos valores reais.

24

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com o objetivo proposto a metodologia de séries temporais foi aplicada na

série de consumo residencial de energia elétrica no Brasil e obteve-se o modelo ARIMA

(0,1,1), o qualdescreveu adequadamente os dados, o que foi indicado pelo baixo valor de

EQMP. As previsões foram realizadas pelo método de Box e Jenkins e por suavização

exponencial e o método que apresentou o menor erro quadrático médio de previsão foi a

suavização exponencial.

Porém, uma das limitações encontradas foi a escassez de estudos utilizando esta

modelagem e uma maior quantidade de dados disponíveis para análise. Dessa forma, a

comparação com outros trabalhos se torna mais difícil.

Propõe-se como sugestão de trabalhos futuros estudos que auxiliem governo e

pesquisadores a conhecer e entender possíveis comportamentos do setor elétrico no país, seja

ele residencial, comercial ou industrial que ajudem em políticas públicas, econômicas e

sociais para um maior desenvolvimento do setor elétrico e que acontecimentos como o

racionamento ocorrido em 2001 possam ser identificados antecipadamente auxiliando a

adoção de medidas preventivas a fim de evitar racionamentos.

25

6. REFERENCIAL

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Brasil / Agência Nacional de Energia Elétrica. – Brasília: ANEEL, p. 1-153, 2002.

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Brasil / Agência Nacional de Energia Elétrica. – 3a ed.- Brasília: ANEEL, p. 1-236, 2008.

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26

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