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II CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA CELSO SUCKOW DA FONSECA CEFET/RJ ANÁLISES TERMO MECÂNICAS DE NANO COMPÓSITOS POLIMÉRICOS REFORÇADOS COM PARTÍCULAS DE DIÓXIDO DE TITÂNIO Mbela Mabaya Rio de Janeiro Novembro de 2015

ANÁLISES TERMO MECÂNICAS DE NANO COMPÓSITOS …¡lises Termomecânicas... · Tabela 2 Polimorfos de ... sistemas epóxi apresentam pequena contração, em média na ordem de 2%

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  • II

    CENTRO FEDERAL DE EDUCAO TECNOLGICA

    CELSO SUCKOW DA FONSECA CEFET/RJ

    ANLISES TERMO MECNICAS DE NANO

    COMPSITOS POLIMRICOS REFORADOS COM

    PARTCULAS DE DIXIDO DE TITNIO

    Mbela Mabaya

    Rio de Janeiro

    Novembro de 2015

  • III

    CENTRO FEDERAL DE EDUCAO TECNOLGICA

    CELSO SUCKOW DA FONSECA CEFET/RJ

    ANLISES TERMO MECNICAS DE NANO

    COMPSITOS POLIMRICOS REFORADOS COM

    PARTCULAS DE DIXIDO DE TITNIO

    Mbela Mabaya

    Projeto de Graduao apresentado em cumprimento

    s normas do Departamento de Educao Superior,

    Como parte dos requisitos necessrios obteno do

    Ttulo de Bacharel em Engenharia Mecnica.

    Prof. Orientadora: Juliana Primo Baslio de Souza

    Rio de Janeiro

    Novembro de 2015

  • IV

    FICHA CATALOGRFICA

    (BIBLIOTECA)

  • V

    DEDICATRIA

    Dedico este projeto, primeiramente a Deus, por me dar foras e permitir a

    concepo deste trabalho. E tambm aqueles que nunca hesitaram em realizar

    grandes esforos para que conseguisse chegar a este momento, meus pais,

    familiares, minha esposa e amigos.

  • VI

    AGRADECIMENTOS

    Primeiramente gostaria de agradecer a Deus, por permitir a minha existncia

    e evoluo como ser humano.

    A toda a minha famlia, meus pais Jean Philibert Mabaya e Elise Kulenduka.

    A minha querida professora Ktia Maria de Paula Lopes, por todo apoio,

    carinho e palavras de incentivo.

    A minha esposa Patrcia Figueiredo Santos pela pacincia, carinho, ajuda e

    incentivo incondicionais em todos os momentos dessa jornada.

    Ao muito querido amigo e professor lvaro Lus Martins de Almeida Nogueira

    por acreditar em mim, mesmo quando nem eu acreditava mais.

    A minha orientadora Juliana Primo Baslio de Souza pela pacincia, apoio e

    suporte nos momentos mais difceis desse trabalho.

    A todos os professores pela oportunidade de aprender, pelo carinho, pelos

    conselhos e amizades.

  • VII

    RESUMO

    Este trabalho visa a caracterizao das propriedades termo mecnicas do material

    compsito produzido pela disperso de nano compsitos de dixido de titnio em

    uma matriz constituda de resina epxi. As propriedades termomecnicas de nano

    compsitos polimricos esto associadas com a qualidade de adeso entre a matriz

    e as nano partculas. A adeso est relacionada com a natureza dos materiais e a

    superfcie disponvel para as interaes qumicas ou mecnicas, e eletrostticas

    entre estes materiais. Este fenmeno se apresenta como grande potencial no

    desenvolvimento de novos materiais com propriedades trmicas e mecnicas

    capazes de atender diferentes necessidades. Alm disso, o desempenho mecnico

    dos nano compsitos foi examinado para vrios contedos de TiO2 nano

    particulados, para mostrar que o material preparado por disperso, mostra um perfil

    de melhores propriedades. Neste trabalho foi observado o comportamento

    termomecnico do compsito produzido em comparao com a resina epxi pura.

    Para tal foram realizadas anlise de calorimetria diferencial de varredura (DSC),

    anlise mecnica dinmica (DMA) e termogravimtrica (TGA) para determinar a

    qualidade da adeso e como o material se comporta em elevadas temperaturas.

    Palavras chave: Anlises termomecnicas, Nano compsito de dixido de titnio,

    compsitos, polmeros reforados com partculas

  • VIII

    ABSTRACT

    This work is aim at the characterization of the thermo mechanical properties of the

    composite material produced by dispersing titanium dioxide nano composites in a

    matrix made of epoxy resin. The thermo mechanical properties of nano polymer

    composites are associated with the quality of adhesion between the matrix and the

    nanoparticles. The adhesion is related to the nature of the materials and the surface

    area available for chemical or mechanical interactions and electrostatic between

    these materials. This phenomenon presents as great potential in developing new

    materials with thermal and mechanical properties able to attend different needs.

    Furthermore, the mechanical performance of nano composites were examined for

    various nanoparticles of TiO2 content to show that the material prepared by

    dispersing mode shows a better properties profile. In this study, we observed the

    thermo mechanical behavior of the composite produced in comparison with the pure

    epoxy resin. This analysis were performed with differential scanning calorimetry

    (DSC), dynamic mechanical analysis (DMA) and thermogravimetry (TGA) to

    determine the quality of adhesion and the material behaves at elevated

    temperatures.

    Key words: Thermo mechanical analysis, titanium dioxide nano composite,

    composite, reinforced polymers with particles.

  • IX

    RESUME

    Cette tude vise caractriser les proprits thermomcaniques du matriel

    compos produites par dispersion de nano compos de dioxyde de titane dans une

    matrice forme par rsine poxy. Les proprits thermomcaniques de nano

    composs polymriques sont associes la qualit de l'adhrence entre la matrice

    et les nano particules. L'adhsion est lie la nature des matriaux et de l'aire de

    surface disponible pour des interactions chimiques ou mcaniques et

    lectrostatiques entre ces matriaux. Ce phnomne se prsente comme un grand

    potentiel dans le dveloppement de nouveaux matriaux avec les proprits

    thermiques et mcaniques capables de rpondre aux diffrents besoins. En outre, la

    performance mcanique des particules de nano composs a t examine pour

    diffrents contenus de nano particules de 2, pour montrer que le matriel prpar

    par dispersion, exibe un profil de meilleures proprits. Dans cette tude, on a

    observ le comportement thermomcanique du produit compos en comparaison

    avec la rsine poxy pure. Pour cette analyse, ont t effectus: calorimtrie

    diffrentielle balayage (DSC), l'analyse mcanique dynamique (DMA) et

    thermogravimtrie (TGA) pour determiner la qualit de l'adhrence et comme se

    comporte un materiel des tempratures leves.

    Mots-cls: Analyse thermomcanique, nanocomposs de dioxyde de titane, les

    matriaux composs, les polymres renforcs de particules

  • X

    Sumrio

    LISTAS DE FIGURAS...XI

    LISTAS DE TABELASXII

    1INTRODUO ...................................................................................................................... 1

    1.1MOTIVAO E JUSTIFICATIVA ............................................................................................... 2

    1.2OBJETIVO ............................................................................................................................... 2

    1.3METODOLOGIA E TRABALHO REALIZADO ............................................................................. 3

    1.4ORGANIZAO DO TRABALHO .............................................................................................. 5

    2 REVISO BIBLIOGRFICA .......................................................................................... 6

    2.1NANO COMPSITOS DE DIOXIDO DE TITNIO..8

    2.2COMPSITOS..11

    2.3POLMEROS REFORADOS COM PARTCULAS.13

    2.4ANLISES TRMICAS.15

    2.4.4TEMPERATURA DE TRANSIO VTREA E TEMPERATURA DE ESTABILIDADE TRMICA23

    3 MTODO EXPERIMENTAL......29

    3.1 MATERIAIS UTILIZADOS29

    3.2 MTODO DE FABRICAO DE COMPSITOS..30

    3.3 TCNICA DE CARACTERIZAO E ENSAIOS REALIZADOS.30

    3.3.1 ENSAIO DE TGA..31

    3.3.2 ENSAIO DE DMA...32

    4 RESULTADOS E DISCUSSO..33

    4.1 RESULTADOS DE TGA33

    4.2 RESULTADOS DE DMA...35

    5 CONCLUSO...38

    6 REFERNCIAS BIBILIOGRFICAS.39

    7 APNDICE45

  • XI

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1.3 Diagrama de bloco de um sistema trmico diferencial moderno 4

    Figura 2.a Representao das formas Anatsio, Rutilo e Broquita de 2 6

    Figura 2.b Estrutura qumica de uma Resina Epxi Diglicidil ter de Bisfenol A[18] 7

    Figura 2.1.1 Produo de 2 no Brasil (valores em toneladas) 10

    Figura 2.1.2 Estratgias de nano-compsitos [9] 11

    Figura 2.2 Processamento e caracterizao de polmeros e seus compsitos [15] 12

    Figura 2.3 Utilizao do polmero de acordo com a temperatura [22-23] 14

    Figura 2.4.2.1 Representao esquemtica do funcionamento da tcnica DTA[10] 18

    Figura 2.4.2.2 Curavas esquemticas de aquecimento[25-28] 19

    Figura 2.4.2.3 Exemplo de uma curva de DSC. [30] 20

    Figura 2.4.3.1 Variao da tenso e deformao com tempo para uma amostra[35] 22

    Figura 2.4.3.2 Evoluo dos mdulos em funo de temperatura, num teste DMA. [3] 23

    Figura 2.4.4 Curvas obtidas numa anlise DMA, indicando as diferentes formas de Tg. [46] 25

    Figura 2.4.5.1 Dependncia do valor do mdulo em funo de temperatura[16]. 27

    Figura 2.4.5.2 Mdulo de Young versus temperatura [17] 28

    Figura 3.3.1 Desenho detalhado de um instrumento de termogravimtrica[1] 31

    Figura 3.3.2 (a) Dimenses (em mm) das amostras utilizadas em mtodos DMA 32

    Figura 3.3.2. (b) Tipos de carregamentos que se encontram no aparelho de DMA[3] 32

    Figura 4.1: Curvas Termogravimtricas [11] 35

    Figura 4.2. (a) Curvas de Mdulo de Young medidas na anlise de DMA 36

    Figura 4.2. (b) Curvas de Temperatura de transio medidas na anlise de DMA 36

  • XII

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 2 Polimorfos de 2 [18] 7

    Tabela 2.4 Classificao das tcnicas termo analticas [18-21]. 16

    Tabela 3.1 Propriedades de Resinas Epxi 29

    Tabela 4.1 Resultados de TGA de nano-compsitos / ER com 2 33

    Tabela 4.2 Resultados de DMA de nano-compsitos / ER com 2 37

  • 1

    1 INTRODUO

    Nano compsitos so materiais no qual um dos constituintes possui dimenses

    manomtricas. Dependendo do autor e do campo de aplicao, essas dimenses podem ser

    consideradas na ordem de 1 a 20 nm ou de 1 a 100 nm [1]. A disperso de nano partculas

    melhoram as interaes em escala molecular devido a sua maior rea superficial que

    proporciona o aumento nas foras de van der Waals e consequentemente nas foras de

    adeso entre a matriz e o reforo, influenciando nos parmetros fsicos em escala que no

    pode ser alcanada utilizando mtodos convencionais de preenchimento [2-3].

    Nano compsitos polimricos compostos por uma matriz orgnica e nano partculas

    inorgnicas fazem uma unio til das funcionalidades de polmeros, como baixo peso e

    moldabilidade, com as boas propriedades mecnicas, trmicas e eltricas de nano

    partculas [4]. Desta forma, nano compsitos tem a vantagem de se adaptar as propriedades

    do polmero de acordo com a sua aplicao pela adio de nano partculas corretas. Tem se

    verificado nos ltimos anos a crescente utilizao de materiais nano compsitos polimricos

    em diversos setores industriais. Pode se considerar que essa nova classe de material tem

    se demostrado promissora [4-6]. Resinas Epxi so rotineiramente utilizadas como

    adesivos, revestimentos e como materiais para envasamento. As resinas epxi possuem

    uma variedade de aplicaes das quais podemos: citar a utilizao em componentes de

    aeronaves militares, construo civil, produo de instrumentos musicais, aplicaes na

    indstria automotiva, etc. [6-7].

    Resinas Epxi so uma das mais importantes classes de polmeros termoestveis

    usados para aplicaes estruturais ou como adesivos, pois mostram alta fora de adeso e

    mdulo, fcil processamento, boa resistncia qumica e trmica. Entretanto, em muitas

    aplicaes, sua baixa resistncia fratura a sua maior deficincia. Aps a cura, os

    sistemas epxi apresentam pequena contrao, em mdia na ordem de 2%. Este

    comportamento indica que para formar o sistema curado necessrio um baixo grau de

    rearranjo molecular. Quanto estabilidade qumica, o epxi um dos termorrgidos mais

    inertes e possui boa estabilidade dimensional em servio [8]. As resinas epxi so

    compostos orgnicos, mais precisamente polmeros que se formam a partir da reao ter

    cclico com o bisfenol. Elas so tambm denominados de polisteres por serem derivados

    de um ter, podem ser encontradas na forma lquida e incolor, so solveis em lcool, ter e

  • 2

    benzeno. Em razo da estrutura rgida, as colas e cimentos do tipo epxi so usadas para

    fabricar skates, tacos de golfe, raquetes de tnis, e at em asas e fuselagem de avies[8,9].

    A resina epxi possui uma funo muito importante nestes casos: manter as fibras unidas

    [10].

    1.1 Objetivo

    Este trabalho tem como objetivo a fabricao do compsito de resina epxi por

    incorporao de nano compsito de 2 em percentuais (em massa) variados. Em seguida

    sero analisadas as propriedades termomecnicas deste compsito para verificar se houve

    alguma melhoria em comparao com a resina epxi pura com as diferentes quantidades de

    nano compsitos adicionados. A energia trmica, a morfologia e as propriedades visco

    elsticas do nano compsito e a resina pura sero medidas com TGA (Thermogravimetry

    Analysis), DMTA (Dynamic Mechanical Thermic Analysis) e Instron. Os nano partculas so

    dispersas uniformemente por todo o volume da resina. A infuso de nano partculas melhora

    as propriedades trmicas, mecnicas e visco elsticas da resina epxi.

    Nano compsitos de dixido de titnio so muito utilizados pelas suas elevadas

    propriedades mecnicas, eltricas, trmicas e isolantes. Os polisteres aromticos tambm

    chamados de polisteres termoplsticos apresentam caractersticas como alta resistncia

    trmica, resistncia mecnica, fcil processamento e excelente moldabilidade, tornando-se

    de grande importncia econmica no mercado de plsticos [15,16,17].

    1.2 Motivao e Justificativa

    Conforme mencionado anteriormente, a incorporao de nano partculas na resina

    epxi tem se mostrado um meio promissor para melhorar as propriedades do material. O

    desenvolvimento desta nova classe de material pode levar a uma nova forma de aplicao

    das resinas epoxdicas ou at mesmo as aplicaes em novas reas. Dentro deste contexto

    a motivao para este estudo provm da possibilidade de se conseguir melhorias

    significativas nas propriedades da resina epxi. O estudo quantitativo de transformao de

    estado slido em vrios tipos de materiais, por meio de DSC (Diferente Scanning Calometry)

    e DMTA (Dynamics Mechanical Thermic Analysis) tem sido rotineiramente discutido.

  • 3

    Enquanto, DSC, elucida a cintica de degradao do polmero e as etapas de

    decomposio, DMTA fornece um sistema de teste sensvel para a determinao rpida das

    propriedades termomecnicas, como uma funo da frequncia, da temperatura ou tempo.

    Por razes econmicas, um curto tempo de disperso tambm de interesse.

    Neste projeto pretende-se estudar o comportamento termomecnico de novos

    materiais, em particular, os nano compsitos, por apresentar um comportamento complexo e

    por sua promissora aplicabilidade. Por isso, o estudo de novos modelos matemticos que

    possam prever o comportamento de tais materiais se torna algo muito relevante. E

    consequentemente, para melhor modelagem e uma boa caracterizao dos materiais, faz-se

    necessrio identificao de parmetros mecnicos presentes nas equaes constitutivas e

    a corroborao desses novos modelos por meio de experimentos. Neste contexto, espera-

    se contribuir de forma relevante tanto no mbito acadmico/cientifico quanto no tecnolgico.

    De maneira geral, sero estudadas e desenvolvidas aplicaes que produzam impacto em

    termos de gerao de tecnologia, tanto para aprimoramento acadmico quanto para

    possvel desenvolvimento industrial.

    As possibilidades para melhorar as propriedades mecnicas ou trmicas, o

    desenvolvimento de um novo material, por nano partculas, tm encontrados aplicaes na

    academia e na indstria. Foram realizados vrios experimentos e estudos tericos sobre

    micro e nano compsitos e suas propriedades mecnicas. Entretanto, existem poucos

    estudos sobre as propriedades termomecnicas destes materiais. Vrios trabalhos relatam

    uma melhoria nas propriedades de polmeros mais eficazes mediante a utilizao de nano

    partculas em comparao com micropartculas [12-15].

    1.3 Metodologia e Trabalho realizado

    As anlises apresentadas neste projeto foram utilizadas basicamente todos os

    equipamentos de anlise trmica praticamente idnticos. Todos aparelhos so constitudos

    de um forno no qual a amostra aquecida ou resfriada a uma taxa controlada e atmosfera

    apropriada. As mudanas da propriedade medida monitorada pelo transdutor, que envia o

    sinal ao amplificador, o qual amplificado e transferido para a unidade controladora, que

    alm de receber os dados, os transfere para o computador. O computador, ento registra e

  • 4

    interpreta os sinais gerando grficos de anlise trmica realizada com base na bibliografia

    do projeto [18]. A figura 1.3 abaixo mostra o esquema de equipamento para anlise trmica.

    Figura 1.3 Diagrama de bloco de um sistema trmico diferencial [8]

  • 5

    1.4 Organizao do Trabalho

    Os captulos deste texto, so descritos abaixo.

    Captulo 1 Introduo: So apresentados os principais objetivos e motivao do

    trabalho;

    Captulo 2 Reviso Bibliogrfica: realizada uma reviso abordando os

    materiais e as tcnicas a serem utilizados;

    Captulo 3 - Experimental: So apresentados os materiais utilizados, a metodologia

    de fabricao do compsito, os equipamentos e tcnicas de caracterizao utilizados;

    Captulo 4 - Resultados e Discusso: Apresentao dos resultados dos testes e

    discusso dos resultados obtidos;

    Captulo 5 Concluso: Contm as concluses e sugestes de propostas para

    trabalhos futuros;

  • 6

    2 REVISO BIBLIOGRFICA

    Neste captulo ser apresentada uma breve sntese bibliogrfica sobre o estudo das

    caractersticas de estruturas de anlises termomecnicas de nano-compsitos polimricos

    reforados com partculas de 2. Este estudo se concentra nos trabalhos relacionados

    anlise do comportamento mecnico do compsito usando uma combinao de uma matriz

    de polmero e partculas de tamanho manomtrico. Veja a seguir, figura 2.a mostra as

    distribuies das formas polimrficas de 2.

    Figura 2.a Representao das formas Anatsio, rutilo e broquita do 2 [13]

    O 2 um xido que a presso e temperatura ambiente tm trs polimrficas

    diferentes: Anatsio, rutilo e broquita. Dentre as trs principiais fases, o rutilo e Anatsio so

    os de maior interesse no ponto de vista tecnolgico. A fase Anatsio tem em sua

    caracterstica uma atividade fotocataltica, enquanto o rutilo termodinamicamente estvel

    s temperaturas inferiores a 600 C. Quando comparadas s estruturas cristalinas, elas

    constituem de um tomo de titnio ligado a seis tomos de oxignio (2). A diferena entre

    estas fases que, a fase rutilo, cada octadrico est em contato com 10 vizinhos,

    partilhando arestas com 2 e vrtices com os outros 8, enquanto a fase anatsio cada

    octadrico est em contato com 8 vizinhos e partilhando arestas com 4 e vrtices com os

    outros 4 [18-19]. Na tabela 2, apresenta as 3 principais fases cristalinas, respectivas sem

    parmetros de rede.

  • 7

    Tabela 2. Polimorfos de 2 [ 14]

    FASES SISTEMAS CRISTALOGRFICOS

    ANATSIO TETRAGONAL

    RUTILO TETRAGONAL

    BROQUITA ROMBODRICO

    Atualmente, tem sido usado nano partculas de dixido de Titnio (2), cujas suas

    propriedades so influenciadas pela estrutura cristalina do mineral (Figura2.b). Quando so

    aplicadas em polmeros, tem comportamento diferenciado, tais como a alta foto atividade,

    boa estabilidade trmica e tambm baixo custo, quando comparados com os mais materiais

    [18,19,20]. O 2 pode gerar radicais livres que podem degradar alguns polmeros. A forma

    anatsio a mais propcia para que isso ocorra, por exercer um grande poder de oxidao

    [21-23]. Materiais nano estruturados de 2 vm sendo muito estudados para uma melhora

    nas propriedades; dentre eles destacam-se: nano partculas esfricas[24], nano tubos [24-

    25], nano folhas[26], nano fibras [26-27] e nano discos [27]. J descrito na literatura que,

    quando esses materiais so aplicados, melhora o desempenho mecnico, melhora o

    comportamento dieltrico e melhora as propriedades trmicas e pticas. [28].

    Na maioria dos casos, o termo resina epxi refere-se ao diglicidil ter de bisfenol-A

    (DGEBA) devido ao fato de que a maior parte do mercado das resinas epxi esto baseadas

    em DGEBA ou compostos contendo DGEBA. Por este motivo o DGEBA passou a ser

    praticamente um sinnimo para resina epxi. Como est ilustrado na figura 2.b abaixo.

    Figura 2.b Estrutura qumica de uma resina epxi diglicidil ter de bisfenol A[18]

  • 8

    A relao molar epiclorohidrina/bisfenol A pode variar de 10:1 at 1, 2:1, produzindo

    desde resinas lquidas at resinas slidas na forma de oligmeros ou pr-polmeros. A

    estrutura consiste de grupos epxi terminais e uma unidade de repetio no meio. Como as

    unidades de repetio (n), que podem ser incorporadas molcula, variam, influenciam nas

    propriedades da resina [28-29]. As resinas epxi comerciais do tipo DGEBA so na

    realidade misturas de oligmeros, e as unidades de repetio (n) podem variar de 0 a 25,

    podendo ser obtidas resinas lquidas de baixa viscosidade ( ), at resinas slida (n

    1.). Anlises de cromatografia lquida de alto desempenho (HPLC) mostram que para uma

    resina epxi com massa molar aproximada de 300, as fraes de oligmero

    correspondentes aos componentes com unidade de repetio de n = 0, n = 1 e n = 2

    representam cerca de 83,2%, 10% e 1% do peso molecular total respectivamente, para um

    valor mdio de n = 0,15 [29].

    Polmero termo endurecido (termo fixo ou termorrgido) aquele que fluido apenas

    uma vez com aquecimento. Aps sofrerem o processo de cura, que uma reao qumica

    irreversvel que transforma as propriedades fsicas da resina pela ao de um catalizador

    (e/ou aquecimento) e um agente de cura, ocorre a formao de ligaes cruzadas e o

    polmero se torna rgido, infusvel e insolvel. As ligaes cruzadas esto presentes em

    quantidade considervel nos polmeros termorrgidos. So ligaes covalentes que se

    formam entre duas cadeias polimricas constituindo uma rede tridimensional. Para romper a

    ligao cruzada necessrio fornecer um nvel to alto de energia que quebraria tambm a

    cadeia polimrica [29-30].

    2.1 Nano Compsitos de

    O dixido de titnio (2) um dos compostos mais estudados na cincia dos

    materiais, possui baixo custo e propriedades nicas, como a no-toxicidade, estabilidade

    qumica, resistncia a corroso, propriedades eltricas, compatibilidade com vrios

    materiais, alta atividade fotocataltica, alto ndice de refrao e capacidade de absorver

    radiao ultravioleta [30]. Devido s suas excelentes propriedades, as nano partculas de

    2 tm sido utilizadas para preparar revestimentos antibacterianos, anticorrosivo, em

    produtos de cuidados da pele e da nano medicina, em embalagens para alimentos, para a

    proteo UV, etc.

  • 9

    O avano tecnolgico ocorrido nas duas ltimas dcadas permitiu melhorias no

    manuseio e sntese de materiais em escala manomtrica resultando em um crescimento nas

    pesquisas relacionadas a nanocincia e nanotecnologia. Hoje em dia, os nano materiais

    esto disponveis em uma grande variedade de formas, das quais podemos citar as formas

    simtricas de esferas e poliedros, tubos cilndricos e fibras, aleatrias e de poros regulares

    em slidos. Os nano compsitos polimricos tm sido amplamente estudados nos ltimos

    anos, principalmente devido a sua grande importncia cientfico-tecnolgica.

    Estes materiais apresentam propriedades nicas, resultantes da combinao de seus

    componentes, como a boa flexibilidade e moldabilidade dos polmeros, associadas

    elevada dureza e estabilidade trmica dos materiais inorgnicos. Os primeiros nano

    compsitos com dixido de Titnio foram estudado por Blumstein, em 1961 [31]. Porm,

    somente aps dois grandes estudos estes materiais atraram a ateno de pesquisadores

    no mundo. Primeiramente um grupo da Toyota realizou a disperso de partculas

    manomtricas de argila em poliamida-6 e, com quantidades de carga muito pequenas,

    obtiveram grandes melhorias nas propriedades mecnicas e trmicas [31-32]. Outro estudo

    de grande importncia na disseminao dos nano compsitos foi o realizado por Vaia et al.

    [32], que mostrou ser possvel obter nano compsitos atravs de intercalao no polmero,

    mtodo que dispensa o uso de solventes orgnicos e simplifica a produo de nano

    compsitos polimricos.

    Vantagem dos nano compsitos em relao aos compsitos convencionais a baixa

    concentrao de cargas [32-33]. Para que compsitos convencionais possuam propriedades

    semelhantes a nano compsitos, em mdia ,10% de carga, necessria a adio at 50%

    de carga. Alm de cargas em menor quantidade, os nano compsitos polimricos

    apresentam propriedades mais atraentes em relao aos compsitos convencionais [33] e

    aos polimricos puros, como:

    Melhores propriedades mecnicas;

    Aumento da estabilidade trmica;

    Baixa permeabilidade a gases, gua e hidrocarbonetos;

    Elevada resistncia qumica.

  • 10

    A produo de 2 no Brasil, em 2007, foi por volta de 90.000 toneladas ano (Figura

    2.1.1), sendo que 55% so para consumo nacional e o restante exportado pela Dupont

    (Mxico e Estados Unidos). Fonte: Dos Santos, 2010.

    Figura 2.1.1 Produo de 2 no Brasil (valores em toneladas)

    Fonte: Dos Santos 2010

    Os nano compsitos podem ser obtidos por trs diferentes processos, sendo eles

    mistura no estado fundido ou Melt blending, em soluo e em polimerizao in situ. Na

    mistura no estado fundido ou melt blending, os materiais so misturados mecanicamente por

    extruso em temperaturas elevadas, sendo este mtodo mais utilizado [34]. No processo em

    soluo, a matriz (polmero) dissolvida em solventes e aps adicionado carga/reforo. E

    no processo de polimerizao in situ, a formao do nano compsito do tipo polister

    aromtico feita pela adio dos reagentes (plios e policidos) em uma reao de poli

  • 11

    condensao, onde a carga/reforo adicionada desde o incio [34-35]. Como ilustrado na

    figura 2.1.2 abaixo.

    Figura 2.1.2 Estratgias de sntese de nano compsitos [9]

    2.2 Compsitos

    Os compsitos particulados promovem um aumento na rigidez e resistncia com

    reduo de preo, mas so menos eficientes se comparados com os compsitos fibrosos

    [35]. Ao se utilizar partculas em escala manomtrica obtm-se melhores resultados do que

    usando partculas convencionais, isso se deve ao fato das nano partculas preencherem de

    forma mais efetiva os espaos na matriz [35-36].

    Devido a sua elevada rea superficial as nano partculas promovem o aumento das

    foras de van der Waals e das interaes fsicas, incrementando assim as foras de adeso

    entre a matriz e o reforo. Como a resina epxi possui uma elevada estabilidade trmica,

    mas no possui uma boa resistncia mecnica devido ao elevado valor de densidade de

  • 12

    ligaes cruzadas que possui e isso faz com que o material seja frgil apresentando uma

    baixa resistncia a fratura e a propagao de trincas. Estudo mais recente comprovam que

    a incorporao de nano partculas na matriz polimrica melhora o desempenho mecnico

    com um baixo peso de reforo utilizado em relao aos materiais convencionais.

    Os materiais compsitos possuem uma matriz, que geralmente feita de um material

    polimrico podendo tambm ser de metal ou cermica, e um reforo que normalmente

    composto por partculas ou fibras. Na maioria dos casos, o reforo mais duro, rgido e

    resistente que a matriz, e tem dimenses muito reduzidas. Em sua maioria, os materiais

    compsitos so fabricados a partir de dois elementos: um material base, chamado matriz, e

    um reforo ou carga disperso no primeiro. A matriz tambm conhecida como fase

    contnua, enquanto o reforo, fase dispersa. Tais materiais so separados por uma

    interface, mas ainda assim possuem uma grande capacidade da adeso [37].

    Em geral, o propsito da matriz proteger o reforo do ambiente externo, evitando

    que o material disperso entre em contato com meios cidos ou corrosivos, manter o reforo

    em seu lugar e transferir a tenso para o reforo. A rigidez e resistncia vm do reforo, o

    qual pode ser formado por fibras ou partculas. Tipicamente, quanto maior a quantidade de

    reforo, maior a rigidez e a resistncia do compsito obtido. Ao se utilizar partculas, a fase

    dispersa pode ser chamada de carga. Os compsitos mais utilizados possuem matrizes

    polimricas e reforos fibrosos [37-38]. Como mostra na figura2.2 abaixo.

    Figura 2.2 Processamento e caracterizao de polmeros e seus compsitos [15]

  • 13

    2.3 Polmeros reforados com partculas

    Compsito reforado por disperso de partculas (partculas pequenas), neste caso

    as partculas dificultam a deformao da matriz, atuando nos mecanismos que levam a

    deformao da matriz. Portanto, as propriedades dos compsitos dependero dos materiais

    constituintes, das suas quantidades relativas e da geometria da fase dispersa. Muitos

    desses materiais so compostos por apenas duas fases; uma chamada de matriz, que

    contnua e envolve a outra fase, chamada frequentemente de fase dispersa [38].

    Em outros contextos, exigncias especficas das condies de utilizao podem

    requer a adio, estrutura do compsito, de outros materiais nomeados como aditivos.

    Eles constituem a terceira fase que geralmente encontrada neste tipo de material. A fase

    dispersa normalmente definida como o reforo que fica embebido e protegido pela matriz,

    embora aditivos e cargas incorporadas na matriz do compsito tambm sejam considerados

    dentro desta definio de fase. Ao ser classificados, a distino entre os diferentes grupos

    de materiais compsitos, no referente geometria da fase dispersa pode ser apresentada

    segundo a Figura 2.3. Nesse contexto se define segundo a geometria da fase dispersa, o

    seu tamanho, distribuio e orientao.

    Em termos de desempenho mecnico e considerando geometria da fase dispersa,

    os materiais compsitos fibrosos apresentam boas propriedades. Uma ou mais fases,

    normalmente sob a forma de fibras, reforam mecanicamente a fase na qual esto dispersas

    e que chamada de matriz. Considerando um reforo fibroso, o compsito poder ser to

    eficiente que apenas ele poder ser utilizado em certas aplicaes especiais onde os

    demais materiais de engenharia no podero ser utilizados. J no que se refere fase

    matriz, os compsitos polimricos possuem ampla aplicao nas mais diversas reas da

    engenharia. So designados muitas vezes pelo nome genrico de plstico reforado

    (reinforced plastics) e podem ser considerados como os compsitos mais empregados

    atualmente.

    A pesquisa de materiais estruturais com desempenhos mecnicos superiores aos

    tradicionais, que possuam baixas densidades e boa capacidade de resistir s agresses do

    meio ambiente, uma combinao incomum de propriedades exigidas em aplicaes

    especficas, e a importncia relativa dos materiais compsitos como materiais de

    engenharia, tendem a aumentar e tornar-se equivalente a das demais classes de materiais

    [38-39]. Com excelentes propriedades mecnicas e um timo desempenho em meios

  • 14

    agressivos, eles oferecem grandes vantagens sobre os materiais convencionais como a

    madeira, o ao e o concreto. Alm disso, suas propriedades especficas por unidade de

    peso tm motivado a expanso desses materiais nas mais diversas esferas.

    Polmeros e compsitos tm sido usados para renovar estruturas na engenharia civil,

    que se encontram expostas a complexas condies no meio ambiente de servio sob a

    combinao de tenses, tempo, umidade, radiao, qumica e gases ambientais. A

    expectativa de durabilidade no desempenho destes materiais de quinze anos ou mais [39].

    Consequentemente a caracterizao dos materiais compsitos a chave para o

    crescimento de seu emprego. A compreenso dos mecanismos de degradao, destes

    materiais, alm da estimativa da preservao das propriedades ao longo de sua vida til,

    so essenciais para sua utilizao e otimizao. Veja a seguir, como mostra na figura 2.3

    abaixo.

    Figura 2.3 utilizao do polmero de acordo com a temperatura [22-23]

  • 15

    2.4 Anlise Trmica

    De uma forma geral, podemos considerar que a anlise trmica abrange todos os

    mtodos que medem uma dada propriedade do material que dependente da temperatura.

    Essa alterao da propriedade pode ser medida variando-se a temperatura (realizando

    aquecimento ou resfriamento da amostra) ou como uma funo do tempo a uma

    temperatura constante [39-40]. importante conhecer o comportamento termomecnico do

    material a ser utilizado, pois desta forma, pode-se aperfeioar o modo de armazenamento,

    moldagem, processamento, transporte, conservao e aplicao do material, evitando

    efeitos indesejveis como a decomposio ou utilizao do material no limite da sua

    resistncia destrutiva. A anlise trmica definida pela Confederao Internacional de

    Anlise Trmica e Calorimetria (ICTAC) como o estudo da relao entre a propriedade da

    amostra e sua temperatura quando a amostra aquecida ou resfriada de forma controlada.

    Os mtodos trmicos so tcnicas de multicomponentes e incluem

    termogravimtrica, anlise diferencial trmica e calometria diferencial de varredura. Esses

    mtodos so de grande utilidade para o controle da qualidade e aplicaes de pesquisa

    sobre produtos industriais como polmeros, farmacuticos, metais e ligas. Dentre as tcnicas

    difundidas e utilizadas so: termogravimtrica, termo gravimetria Derivada (TG, DTG),

    Anlise Trmica Diferencial (DTA), Calorimetria Exploratria Diferencial (DSC), Deteco de

    gs desprendido (EGA), Anlise termomecnica (TMA), etc. Estas tcnicas permitem obter

    informaes com respeito : variao de massa, estabilidade trmica, gua livre e gua

    ligada, pureza, ponto de fuso, ponto de ebulio, calores de transio, calores especficos,

    diagramas de fase, cintica da reao, estudos de catalisadores, transies vtreas, etc.

    Exemplos dos tipos de tcnicas de anlise trmica utilizadas e suas aplicaes a numerosas

    reas de pesquisa foram publicados por Wendlandt [40] e Lyptay [41]. As tcnicas mais

    amplamente difundidas e utilizadas so TGA e DTA seguida de DSC e TMA. O campo da

    Anlise Trmica tem crescido muito e seu crescimento pode ser avaliado pelo nmero de

    publicaes que aparecem na literatura. Dentre os efeitos trmicos sobre os materiais

    podemos citar os fenmenos de fuso, sublimao, transio vtrea, volatilizao, catlise

    heterognea, reaes de adio, oxidao, reduo, decomposio e combusto [41-42]. As

    tcnicas de anlise trmica mais empregadas e suas respectivas propriedades fsicas

    correspondentes esto listadas na Tabela 2.4.

  • 16

    Tabela 2.4. Classificao das Tcnicas Termoanalticas [18-21].

    PROPRIEDADES TCNICAS SMBOLOS USUAIS

    Massa Termogravimtrica TG

    Temperatura Anlise Trmica Diferencial

    DTA

    Entalpia CalorimetriaExploratriaDiferencial DSC

    Dimenses Anlise Termo Mecnica TMA

    Prop. Mecnicas Anlise Dinmico Mecnica DMA

    2.4.1 Anlise Termogravimtrica (TGA) e termo gravimetria derivativa (DTG)

    A anlise termogravimtrica uma tcnica de anlise instrumental que mede a

    variao de massa da amostra em relao a temperatura e/ou tempo enquanto submetido

    a uma programao controlada [41]. Esta tcnica possibilita conhecer o intervalo de

    temperatura em que a amostra adquire uma composio qumica fixa e a temperatura em

    que se decompe o andamento das reaes de desidratao, oxidao, combusto,

    decomposio etc. Neste sentido, desde o incio do sculo passado, inmeros

    pesquisadores se empenharam na laboriosa construo, ponto a ponto das curvas de perda

    de massa em funo da temperatura, aquecendo as amostras at uma dada temperatura e

    a seguir, aps o resfriamento, pesando-as em balanas analticas.

    DTG uma tcnica que fornece a primeira derivada da curva do TG, em funo do

    tempo ou da temperatura. Nesta tcnica, as perdas de massa observadas nas curvas do TG

    so substitudas por picos [41-42]. Na termo gravimetria derivada (DTG), a derivada da

    variao de massa em relao ao tempo (dm/dt) registrada em funo da temperatura ou

    tempo. Portanto neste mtodo so obtidas curvas que correspondem derivada primeira da

    curva TG e nos quais os degraus so substitudos por picos que delimitam reas

    proporcionais s alteraes de massa sofridas pela amostra.

    Esta tcnica foi sugerida por W. L. de Keyser [43]. Vale ressaltar que a curva DTG

    no contm mais informao que a curva do TG, apenas apresenta os dados de forma

    visualmente mais acessvel [43-44]. Porque existem decaimentos na curva do TG que so

  • 17

    imperceptveis, ento calculando a primeira derivada do TG, e plotando a DTG, torna-se

    possvel identific-las. As curvas DTG indicam com exatido, as temperaturas

    correspondentes ao incio e ao instante em que a velocidade de reao mxima. Os picos

    agudos permitem distinguir claramente uma sucesso de reaes que muitas vezes no

    podem ser claramente distinguidas nas curvas TG. As reas dos picos correspondem

    exatamente perda ou ganho de massa e podem ser utilizadas em determinaes

    quantitativas, etc.

    2.4.2 Anlise Trmica Diferencial (DTA) e Calometria Exploratria Diferencial (DSC)

    O mtodo diferencial de temperatura, no qual a temperatura da amostra

    comparada a uma amostra inerte de referncia, foi concebido por um metalurgista Ingls,

    Roberts-Austin (1889). Esta tcnica eliminava os efeitos da taxa de aquecimento e outros

    distrbios externos que poderiam mudar a temperatura da amostra. Ele tambm suprime a

    alta temperatura de ambos os materiais, possibilitando a captao e ampliao de sinais

    menores [43].

    DTA a tcnica na qual a diferena de temperatura entre uma substncia e um

    material de referncia medida em funo da temperatura enquanto a substncia e o

    material de referncia so submetidos a uma programao controlada de temperatura. Esta

    tcnica pode ser descrita tomando como base a anlise de um programa de aquecimento. A

    tcnica fundamental, hoje utilizada em DTA pode ser assim resumida:

    Em um forno aquecido eletricamente coloca-se um suporte ou bloco dotado de duas

    cavidades (cmaras, clulas) idnticas e simtricas. Em cada uma destas cavidades,

    coloca-se a juno de um termopar; a amostra colocada em uma das cmaras, e na outra

    colocada substncia inerte, cuja capacidade trmica seja semelhante a da amostra.

    Tanto a amostra como o material de referncia so aquecidos linearmente, e a diferena de

    temperatura entre ambos T = (Tr Ta), registrado em funo da temperatura do forno ou

    do tempo. Muitos trabalhos j foram publicados sobre a interpretao terica das curvas

    DTA. Todas estas teorias procuram demonstrar que as reas delimitadas pelos picos so

    proporcionais ao calor de reao por unidade de massa de substncias ativas presente na

    amostra, que pode se apresentar pura, diluda com material inerte ou sob forma complexa. A

    figura 2.4.2.1 abaixo mostra o funcionamento de uma tcnica de DTA.

  • 18

    Figura 2.4.2.1 Representao esquemtica do funcionamento da tcnica DTA. [10]

    Nestes estudos foram aplicadas as equaes convencionais de transferncia de

    calor levando-se em conta importantes parmetros experimentais relacionados com a

    natureza da amostra, natureza e geometria do suporte que a contm e com o prprio

    instrumento utilizado. O termo Calorimetria Exploratria Diferencial (DSC) tem tornado uma

    fonte de confuso em Anlise trmica. Essa confuso compreensvel por que existem

    vrios tipos de instrumentos inteiramente diferentes que usam o mesmo nome. Na DSC com

    compensao de potncia a amostra e o material de referncia so mantidas

    isotermicamente pelo uso de aquecedores individuais [44], aparentemente foram os

    primeiros a usar o termo Differential Scanning Calorimetry (DSC) para descrever a tcnica

    instrumental desenvolvido em 1963, pela Perkin Elmer Corporation. Nessa tcnica a

    amostra e o material de referncia, ambos so mantidos isotermicamente pela aplicao de

    energia eltrica quando eles so aquecidos ou resfriados a uma razo linear.

    A amostra colocada no equipamento e aquecida a uma velocidade de

    aquecimento uniforme. A temperatura da amostra monitorada por meio de um termopar e

    comparada com a temperatura da referncia inerte, a qual est submetida ao mesmo

    programa de aquecimento. A referncia pode ser alumina em p, ou simplesmente uma

  • 19

    cpsula vazia. medida que processe o aquecimento a uma velocidade constante, a

    temperatura da amostra (Ta) e da referncia (Tr) iro se manter iguais at que ocorra

    alguma alterao fsica ou qumica na amostra. Se a variao for exotrmica, a amostra ir

    libertar calor e Ta ser maior que Tr por um curto perodo de tempo. No caso da variao

    ser endotrmica, Ta ser temporariamente menor que Tr. A diferena de temperatura num

    dado instante (T) dada pela temperatura da amostra (Ta) subtrada da temperatura da

    referncia (Tr):

    T = Ta Tr ( Eq. II.4)

    Caso no ocorra um fenmeno fsico ou qumico, observa-se uma reta paralela ao

    eixo do tempo ou temperatura. Um processo exotrmico representado por um pico voltado

    para cima, Figura 2.4.2.2 (a); enquanto um processo endotrmico representado por um

    pico voltado para baixo Figura 2.4.2.2 (b).

    Figura 2.4.2.2 Curva esquemtica de aquecimento quando ocorre processo

    exotrmico (a), quando ocorre processo endotrmico (b) e quando ocorre uma variao na

    capacidade calorfica, para um sistema trmico diferencial (c). [25-28]

    Neste caso, T nunca ser realmente igual a zero, e uma variao na capacidade

    calorfica causar o deslocamento na linha-base, como mostrado na Figura 2.4.2.2 (c). O

    exemplo mais conhecido e importante, no caso de amostras polimricas, o associado com

    a .

  • 20

    Figura 2.4.2.3 Exemplo de uma curva DSC [30]

    As curvas de DSC apresentam uma forma semelhante s obtidas por DTA. A Figura

    2.4.2.3 mostra a representao esquemtica de uma curva DSC. A orientao dos picos

    depende da conveno usada. Normalmente, no DSC de compensao de potncia os

    eventos endotrmicos tm um pico voltado para cima, e os exotrmicos um pico voltado

    para baixo. Como o DSC permite determinaes quantitativas, a rea dos picos est

    relacionada com a energia envolvida no processo. Para tal, utilizam-se padres para

    calibrao do equipamento. Estes padres apresentam variao de entalpia conhecida,

    normalmente de fuso, e a rea do pico deste processo comparada com a rea do

    processo apresentado pela amostra.

  • 21

    2.4.3. Anlise Dinmico-Mecnica (DMA)

    Consiste na avaliao dos mdulos de perda ou armazenamento, elstico, de

    compresso ou de cisalhamento em funo da temperatura quando a amostra submetida

    a um programa de temperatura [44-45]. O equipamento constitudo de um forno dentro do

    qual esto cabeotes mveis que podem ser cambiados para diferentes tipos de anlise, a

    depender das propriedades de cada amostra a ser analisada. Em materiais polimricos,

    alm da temperatura de transio vtrea, pode-se avaliar o comportamento mecnico em

    funo da temperatura. especialmente utilizado para monitoramento das propriedades

    mecnicas como resistncia mecnica, queda do mdulo, tenso de ruptura etc. [45] em

    materiais que sejam submetidos a variaes de temperatura quando da sua aplicao.

    A tcnica DMA tem sido utilizada na caracterizao de nano compsitos, ela consiste

    na medio de dois diferentes mdulos dinmicos definidos como mdulo de Young de

    armazenamento e mdulo de Young de perda. O mdulo de Young de armazenamento est

    relacionado com a energia elasticamente armazenada, ou seja, com a capacidade do

    material em armazenar energia mecnica (Elstica) e o mdulo de Young de perda a

    quantidade de energia perdida (dissipada) pelo material em funo da temperatura

    (Viscosa). [45-46]

    A anlise dinmico-mecnica consiste, de modo geral, em se aplicar uma tenso ou

    deformao mecnica oscilatria, normalmente senoidal, de baixa amplitude a um slido ou

    lquido viscoso, medindo-se a deformao sofrida por este ou a tenso resultante. O

    comportamento mecnico ou dinmico-mecnico de um material ser governado por sua

    viscoelasticidade, que ser funo do tipo de ensaio e de solicitao aplicados. Dependendo

    da resposta ao estmulo mecnico, o material pode ser classificado como elstico, viscoso e

    visco elstico[46]. Como tal, para um material visco elstico a resposta dinmica a uma

    tenso oscilatria composta por uma componente viscosa, que dissipa energia devido ao

    movimento relativo das molculas, e uma componente elstica, que armazena energia at a

    remoo da tenso. A deformao resultante da tenso aplicada tambm oscilatria com a

    mesma frequncia, mas defasada de um determinado valor, que depende das componentes

    das respostas viscosa e elstica. Como mostra a figura abaixo uma tenso ou deformao

    oscilatria na anlise de DMA para uma amostra sujeita a um sinal sinusoidal.

  • 22

    Figura 2.4.3.1 Variao da tenso ou da deformao com o tempo para uma amostra sujeita a

    um sinal sinusoidal. [35]

    As componentes elstica e viscosa so relacionadas pela expresso

    E*= E + iE (Eq. II.5)

    Onde E* designado por mdulo complexo (trao, corte, ou flexo, etc.), E o

    mdulo da componente em fase, ou seja, da componente elstica (tambm designado por

    mdulo de armazenamento) e E o mdulo da componente defasada, ou seja da

    componente viscosa (tambm designado por mdulo de perda). E* encontra-se relacionado

    com as duas componentes atravs das expresses

    E = E* cos (Eq.

    II.6)

    E = E*sen (Eq.

    II.7)

    A partir das equaes (Eq. II.6) e (Eq. II.7) resulta

    tan= E /E (Eq.

    II.8)

    A tangente do ngulo de fase, que se designa por fator de damping ou tangente de

    perda, corresponde quantidade de energia mecnica dissipada sob a forma de energia

    calorfica durante a fase de carga e descarga do ciclo. A geralmente obtida para o ponto

    onde ocorre a inflexo na curva E, ou para o pico da curva E ou ainda para o pico da curva

    tan (Figura 2.4.3.2). As s obtidas a partir de E e E so muito prximas. No entanto, o

    valor de tan mximo a uma temperatura ligeiramente superior de E, pois tan= E /E.

  • 23

    Como ilustra na figura2.4.3.2 abaixo as regies de evoluo dos mdulos de Young em

    funo da temperatura.

    Figura 2.4.3.2 Evoluo de E, E e tan, em funo da temperatura, num teste DMA [3].

    2.4.4 Temperatura de Transio Vtrea (Tg) e Temperatura de Estabilidade Trmica (Tsb)

    Todos os polmeros amorfos e semicristalinos em temperaturas suficientemente

    baixas so rgidos, duros e quebradios como um vidro. Ao realizar o aquecimento, a uma

    certa faixa de temperatura os polmeros tornam-se mais fluidos, menos rgidos,

    determinando a chamada faixa de transio vtrea [46-47]. Este equipamento

    significativamente mais preciso que a Calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) para

    avaliao de temperaturas de transio vtrea e, por isso, utilizado para avaliar

    compatibilidade entre misturas polimricas e transies de grupos laterais ou extremidades

    de cadeias que so transies que envolvem uma quantidade de energia menor que a

    transio vtrea e no so detectadas pela tcnica de DSC. Assim, Anlise Mecnico -

    Dinmica (DMA) e espectroscopia de infravermelho com transformada de Fourier (FTIR)

    sero realizados estudos a seguir, permitir uma compreenso das interaes moleculares

  • 24

    fundamentais para estudar nano compsitos e o comportamento mecnico macromolecular

    destes materiais.

    Em termos experimentais, esta a temperatura de aquecimento do material a partir

    da qual este se torna um lquido viscoso e escoa. , por isso, essencial conhecer a

    temperatura de transio vtrea quando se pretende selecionar um polmero amorfo para

    uma determinada aplicao. Existem formas de aumentar a de um polmero, as quais

    podem passar pela introduo de anis aromticos ou cclicos, [48] pela presena de grupos

    polares ou pelo aumento do peso molecular. Em sentido contrrio, a adio de plastificantes

    pode reduzir a temperatura de transio vtrea.

    Em geral, a temperatura de transio vtrea () est relacionada regio de

    transio vtrea para uma ampla variedade de polmeros termoplsticos e termorrgidos[49].

    Nos ltimos anos, a tcnica de DMTA tambm tem despertado o interesse para a

    caracterizao de pr-impregnados e compsitos estruturais de matrizes polimricas

    aplicadas no setor aeronutico. Uma das vantagens desta tcnica a possibilidade de

    determinao da diretamente em pequenas barras ou vigas do material a ser analisado.

    A tcnica de DMTA apresenta sensibilidade de aproximadamente trs ordens de

    grandeza superior de uma tcnica de anlise trmica convencional como, por exemplo,

    DSC, TMA, etc. Esta caracterstica particularmente interessante para a determinao de

    em compsitos, pois devido aos vrios componentes presentes neste tipo de material

    torna-se difcil ou imprecisa a determinao da sua utilizando-se, por exemplo, a tcnica

    de calorimetria exploratria diferencial (DSC). Vrios estudos sobre a estabilidade trmica

    e/ou oxidativa e sobre o comportamento cintico de polmeros tambm tm sido realizados,

    essencialmente de polmeros fundidos e essenciais. Esses estudos tm sido realizados por

    termogravimtrica (TG), Anlise Trmica Diferencial (DTA) e Calorimetria Exploratria

    Diferencial (DSC).

    A estabilidade trmica um parmetro de grande importncia que deve ser tido em

    conta na seleo de polmeros, quer a aplicao seja a construo, uma pea tcnica que

    vai ser submetida a temperaturas elevadas. Os mecanismos que explicam as referidas

    alteraes so vrios e importante conhec-los ao ponto de se poder prever as mudanas

    de estrutura e de caractersticas em funo do tempo e da temperatura. O conhecimento

    dos mecanismos da degradao trmica ajudam a desenvolver materiais com melhor

    estabilidade trmica. Isto particularmente importante para aplicaes na rea da

  • 25

    engenharia e da construo aeroespacial. A temperatura de estabilidade trmica (Tsb), que

    definida como a temperatura onde se inicia a perda de massa.

    A termogravimtrica pode ser usada simplesmente para determinar a temperatura de

    decomposio de diversos polmeros. Ou ainda, para realizar estudos especficos como por

    exemplo, estabilidade trmica de polmeros fundidos. A estabilidade trmica est ligada

    flexibilidade da cadeia da seguinte forma: medida que a temperatura aumenta, as

    molculas adquirem energia suficiente para romper as ligaes intermoleculares. Quanto

    mais flexveis forem as cadeias do polmero, mais facilmente adquiriro mobilidade

    translacional, iniciando o deslizamento de uma sobre outras.

    O limite para degradao trmica situa-se no ponto em que as vibraes dos

    segmentos adquirem tal amplitude que rompem as ligaes Inter atmicas. Cadeias mais

    rgidas resistiro a essas vibraes mais fortes e ser preciso de uma temperatura mais alta

    para que ocorra degradao trmica. Uma propriedade que tem sido amplamente utilizada

    para prever a modificao das propriedades mecnicas destes materiais como uma funo

    de temperatura a temperatura de transio vtrea (), um pseudo transio de segunda

    ordem que constitui um elevado parmetro interessante de materiais amorfos e

    semicristalinos[49-50]. A transio vtrea base de temperatura o aparecimento de

    movimento molecular coordenada representa a cadeia polimrica. Na regio de temperatura

    de transio vtrea (), o polmero amolece, o mdulo de elasticidade cai trs ordens de

    magnitude e o polmero torna-se semelhante a borracha [50]. A () geralmente a primeira

    propriedade de nano compsito de ser determinado porque d uma primeira ideia sobre a

    temperatura mxima que este novo material pode suportar.

    Figura 2.4.4 Curvas obtidas numa anlise de DMA, indicando as diferentes formas de se

    determinar o valor da Tg (figura adaptada da referncia[46]

  • 26

    Na prtica, segundo GIOLITO [51], a pode ser calculada de diversas formas, como

    mostra a Figura 2.5.1. Pode ser calculada como sendo a temperatura onde se inicia a

    inflexo em E, normalmente chamada de temperatura de onset (1); como o ponto onde

    ocorre a inflexo em E, conhecida como mid-point (2); e mesmo como a temperatura

    onde termina essa inflexo, ou seja, o end-point (3), podendo tambm ser calculada como

    a temperatura onde ocorre o pico de tan (4) ou o pico na curva do mdulo de perda (5). A

    temperatura de transio vtrea pode ser calculada ainda como sendo a temperatura de

    incio da inflexo da curva do comprimento (L) da amostra (6) ou seu ponto de inflexo (7).

    2.4.5 Mdulo de Elasticidade de Compsitos

    O mdulo de Young tem origem na energia de ligao entre os tomos do material e

    divide os materiais em aproximadamente duas grandes classes: os flexveis e os rgidos; um

    material com um elevado valor do mdulo de Young um material rgido. As borrachas,

    polmeros e espumas esto entre os materiais de menor mdulo de elasticidade, enquanto

    que os materiais cermicos esto no outro extremo e constituem os materiais mais rgidos

    conhecidos [50-51]. Considerando-se que tanto a matriz como reforo esto sujeitos a

    mesma deformao que o material compsito, o mdulo de Young (elasticidade) do

    compsito pode ser descrito como sendo uma funo de mdulo de elasticidade de cada um

    de seus constituintes e suas respectivas fraes volumtricas [51].

    Os mdulos elsticos (Mdulo de Young, mdulo de cisalhamento e razo de

    Poisson) e o amortecimento de compsitos podem ser caracterizados com preciso com o

    equipamento de ensaio no destrutivo, tanto em temperatura ambiente quanto em funo da

    temperatura e/ou do tempo de cura. O conhecimento dos valores exatos destas

    propriedades fundamental para a otimizao do emprego do material e tambm para a

    confiabilidade de simulaes via elementos finitos. As caracterizaes dos mdulos

    elsticos e do amortecimento tambm so empregadas na engenharia de novas variaes

    destes materiais. Os reforos fibrosos so usados para melhorar a rigidez e a resistncia

    mecnica da matriz, alm de conferir estabilidade dimensional e bom desempenho a

    temperaturas elevadas [52].

    O mdulo de Young uma informao muito relevante. Ele representa a rigidez de

    um material, ou seja, sua resistncia deformao elstica. Com o uso de materiais

    compsitos busca-se um valor intermedirio entre o mdulo da carga (mximo possvel) e o

  • 27

    da matriz. Por exemplo, o comportamento de um compsito utilizando fibras como carga,

    observa-se que o mdulo de compsito est entre o da fibras e da matriz, outro fator

    importante que aps a fratura das fibras o mdulo da matriz se torna superior ao do

    compsito [52-53]. Modelos numricos e analticos so ferramentas essenciais para o

    estudo das propriedades dos compsitos. Os modelos mais conhecidos para o mdulo de

    elasticidade so os de Vogt (ou seja, elstico) e os de Reuss (ou seja, viscoso), baseados

    na regra das misturas. Pal. [53] estudou a aplicao desses modelos em materiais nano

    compsitos e verificou uma baixa adaptao dos dados ao modelo, propondo quatro novos

    modelos empricos para a aproximao desses dados. Recentemente, o estudo de nano

    compsitos est tendo bons resultados com a simulao atmica. Atravs da dinmica

    molecular, a interao de cada tomo levada em conta para o clculo das propriedades do

    compsito. Atravs desse mtodo, muitos sistemas esto sendo mais bem entendidos.

    Entretanto, tal abordagem apresenta uma limitao computacional quanto ao nmero de

    tomos que podem ser simulados[54]. A deformao funo do tempo e da temperatura,

    portanto o mdulo de Young ser dependente do tempo e da temperatura. Nas figuras

    2.4.5.1 e 2.4.5.2 abaixo demostram o comportamento do Mdulo de Young em relao a

    mudana de temperatura para um polmero amorfo linear.

    Figura 2.4.5.1- Dependncia do valor do mdulo em funo da temperatura [16].

  • 28

    Figura 2.4.5.2: Mdulo de Young versus temperatura [17]

    A adio de nano partculas em um polmero amorfo leva a uma modificao na

    temperatura de transio vtrea e como resultado esperado deste efeito haver alterao no

    comportamento mecnico do material compsito. Na figura acima observa-se que o Mdulo

    de Young pode variar em fator de 1000 (MPa) quando a temperatura muda. O motivo para

    essa enorme alterao pode ser explicado pela influncia das ligaes cruzadas ou pela

    cristalizao. Considerando-se que tanto a matriz como o reforo esto sujeitos a mesma

    deformao que o material compsito, o mdulo de elasticidade do compsito pode ser

    descrito como sendo uma funo do mdulo de elasticidade de cada um de seus

    constituintes e suas respectivas fraes volumtricas. Esse modelo uma predio que

    pode ser considerada como sendo quase correta apesar de no levar em considerao a

    presena de vazios e o efeito da interface pois o modelo considera uma interface perfeita

    entre a matriz e o reforo [53-54].

  • 29

    3. MTODO EXPERIMENTAL

    3.1 Materiais utilizados

    Neste estudo, foram determinadas as s do adesivo M109, utilizando as tcnicas

    DMA e TGA. Pretendemos tambm verificar se a temperatura de cura influenciava a do

    adesivo. Assim, foram realizadas anlises com amostras de adesivo obtidas para diferentes

    temperaturas de cura (cura temperatura ambiente e a cura a 70C). Os compsitos

    estudados possuem a mesma base, o DGEBA Diglicidil-ter de Bisfenol A, uma resina

    epoxdica, produto da reao de sinterizao bisfenol A com epicloridrina em presena de

    um catalisador bsico.

    Diglicidil ter de Bisfenol A, modificado com diluente reativo fabricado pela empresa

    brasileira Epoxyfiber. As propriedades da resina e de nano compsitos so apresentadas na

    Tabela 3.1 abaixo.

    Tabela 3.1. Propriedades da Resina Epxi [7] e Propriedades de nano partculas de TiO2

    PROPRIEDADESDERESINAEPXI PROPRIEDADES DE NANO COMPSITOS

    Viscosidade a 25C, (cP)

    12000 13000

    Morfologia

    Esfrica

    Densidade, (kg/m3)

    1160

    Densidade, (kg/m3)

    3900

    Temperatura de distoro ao calor

    (C)

    50

    Tamanho da partcula

    12

  • 30

    3.2 Mtodo de fabricao de compsitos

    As amostras foram fabricadas usando o polmero puro e adicionado de diferentes

    quantidades de nano partculas (1%, 2 %, 3%, 4% e 5% em peso) com a resina lquida. As

    amostras foram curadas a temperatura ambiente durante 24 horas, para posterior

    desmoldagem das amostras. Matriz de polmero e dixido de Titnio de nano partculas

    foram utilizadas separadamente como enchimentos para compor os materiais nano

    compsitos utilizados neste estudo. As fontes de componentes de materiais compsitos so

    descritos como se segue:

    O primeiro polmero empregado foi M109 (fornecida por Epoxyfiber), uma resina

    epxi com base no ter de diglicidil de bisfenol A. A resina foi polimerizada por adio de um

    endurecedor de amina aliftica numa poro de 25% em peso. Endurecedor FD 131.

    As amostras foram fabricadas usando o polmero puro e adicionado de diferentes

    quantidades de nano partculas com a resina lquida. As fraes do volume de nano

    partculas foram calculadas com base em dados de densidades fornecidas pelos

    fabricantes.

    As nano partculas foram previamente secas 120C durante 24 horas antes da

    resina lquida ser adicionada. Aps a mistura, o endurecedor foi adicionado e as misturas

    resultantes foram homogeneizadas manualmente e vertidas para os moldes. As amostras

    foram curadas a temperatura ambiente durante 24 horas. A desmoldagem das amostras

    ocorreu aps as primeiras 24 horas, e manteve-se as amostras em um processo de ps-

    cura temperatura ambiente durante 7 dias. Aps esse perodo, as amostras foram

    preparadas para anlise de TGA e DMA.

    3.3 Tcnica de caracterizao e ensaios realizados

    Aps a etapa de fabricao do compsito de resina epxi com nano partculas de

    dixido de titnio, foram realizados os ensaios trmicos para anlise do material.

  • 31

    3.3.1 Ensaio de (TGA)

    As anlises por termo gravimetria (TGA) foram realizadas em um equipamento da

    marca Tarsus da NETZSCH, modelo TG 209 F3, no Laboratrio de Compsitos e

    Adesivos LADES-CEFET/RJ, no intervalo da temperatura ambiente (26C 2) at 500C,

    com taxa de aquecimento de 5C/min e massa da amostra de acordo com as normas de

    ensaio termogravimtrico em aproximadamente de 5g. O gs de arraste utilizado foi

    nitrognio puro com fluxo de 50ml/min. A anlise termogravimtrica normalmente aplicada

    em materiais compsitos para estudar a estabilidade trmica e a degradao destes

    materiais. Esta tcnica tambm pode ser usada para observar o envelhecimento e o

    contedo de gua em polmeros. A temperatura de estabilidade em nano compsitos

    definida como a temperatura no incio da perda de massa. [54]

    Ao utilizar a tcnica termogravimtrica o peso da amostra registrado continuamente

    com aumento da temperatura. A volatilizao, desidratao, oxidao e outras reaes

    qumicas podem ser facilmente registradas por esta tcnica. O ponto desfavorvel deste

    mtodo que simples transies no so registradas quando no ocorre alterao de peso

    da amostra [55]

    .

    Figura 3.3.1 - Desenho detalhado de um instrumento de termo gravimetria [1]

  • 32

    3.3.2 Ensaio de (DMA)

    As anlises trmicas dinmico-mecnicas foram realizadas no equipamento de DMA

    NETZSCH 242 D do Laboratrio de Reatores, Cintica e Catlise RECAT-UFF.O

    equipamento foi operado no modo flexo em trs pontos, a uma frequncia de 1Hz, taxa de

    aquecimento de 5C/min, intervalo de temperatura de 0 a 180C e dimenses aproximadas

    das amostras de 45 x 10 x 4mm. Foram registrados grficos de mdulo de armazenamento

    (E), mdulo de perda (E) de tangente de perda (Tan ) em funo da temperatura como

    visto na pgina anterior (pgina 23, figura 2.4.3.2), comportamento de cada grfico e a figura

    3.3.2 (a) a seguir mostra as dimenses precisas de amostra usada durante o ensaio de

    anlise de DMA.

    Figura 3.3.2 (a) Dimenses (em mm) das amostras utilizadas no mtodo DMA. [3]

    O efeito de nano partculas em resinas epxi e de polister sobre as propriedades

    mecnicas dinmicas e a temperatura de transio vtrea do nano compsito e cada matriz

    puro foram observados por um analisador de DMA. Como ilustra a figura 3.3.2(b)abaixo.

    Figura 3.3.2 (b) Tipo de carregamentos que se podem encontrar em aparelhos de DMA [3].

  • 33

    4 RESULTADOS E DISCUSSO

    Termo gravimetria e ensaios dinmico-mecnicos em uma vasta gama de

    temperaturas foram realizados para observar as mudanas estruturais, fsicas e mecnicas

    dos polmeros e dos nano compsitos. A temperatura de transio vtrea medida por TGA

    mostrou que, com o aumento de nano partculas de carregamento, a dos nano

    compsitos aumenta linearmente at que a mais elevada observada para 2% de 2 em

    volume. Aps este ponto, ele comea a diminuir, com valores ainda mais elevados do que o

    medido por epxi puro.

    A est relacionada com as regies amorfas dos polmeros e, em nvel molecular,

    pode ser interpretado em termos de viabilidade de movimento molecular, sendo resultado do

    rearranjo em larga escala dos segmentos de cadeias polimricas. Portanto, no nvel

    molecular, abaixo da as cadeias polimricas no possuem energia interna suficiente para

    se deslocarem uma em relao s outras. Com o aumento da temperatura, o espao que

    no ocupado pelas molculas do polmero, chamado de volume livre, torna-se maior. Tal

    fato possibilita o movimento molecular, ocasionando mudanas nas propriedades do

    polmero, que ocorre na .

    4.1 Resultados de TGA

    Esta observao uma consequncia do efeito de restrio no movimento

    segmentar causada pelas nano partculas e sua interao com a matriz. A tabela 4.1 fornece

    a temperatura de estabilidade trmica e informaes a respeito da massa residual de

    ensaios de TGA para cada percentual de nano compsito de 2adicionado.

    Tab.4.1 Resultados de TGA dos nano compsitos/ Resina Epxi com nano compsitos de

    2

    Fraes volumtricas ( % )

    Resina Epxi pura

    Ponto 1%

    De 2

    Ponto 2%

    De 2

    Ponto 3%

    De 2

    Ponto 4%

    De 2

    Ponto 5%

    De 2

    Tsb (C)

    338,1

    336,3

    339,0

    335,7

    325,4

    333,8

    Massa Residual (%) 25,0 20,06 35,6 10,5 36,6 25,9 Desvio Padro 26,16 13,7 29,53 26,36 12,47 15,31

  • 34

    Por meio da anlise termogravimtrica foi determinada a temperatura de estabilidade

    trmica (Tsb), que definida como a temperatura onde se inicia a perda de massa. Desta

    forma, visando uma garantia na confiabilidade dos dados obtidos eliminando assim

    possveis perturbaes do meio que possam ter ocorrido durante o ensaio ou at mesmo

    para identificar se a parte da amostra no sofreu alguma falha durante o processo de cura

    no momento da fabricao dos moldes. As curvas referentes aos ensaios de TGA e DMA

    geradas pelos equipamentos esto disponveis no Apndice. Na Figura 4.1 so

    apresentadas as curvas obtidas na anlise termogravimtrica realizada para a resina epxi

    pura, assim como para os diferentes percentuais de nano compsitos de 2 .

    Com a ideia de facilitar anlise e interpretao das informaes geradas, alguns dados

    foram removidos da curva da figura e foram inseridos na Tabela 4.1. A curva original com

    todas as informaes necessrias se encontra no Apndice.

    A adio de nano partculas de 2 no apresentou variaes significativas na

    temperatura de estabilidade trmica do polmero (permanecendo em torno de 338C) para a

    maioria das amostras analisadas, durante o processo para que uma boa qualidade das

    foras de adeso entre as cadeias polimricas e as nano partculas de 2 sejam bem

    definidas. Analisando as informaes da Tabela 4.1 observou-se que a amostra que contm

    2% de nano compsitos de 2 apresentou a maior temperatura (339C) de estabilidade

    trmica em comparao com as demais amostras. Vale ressaltar tambm que a amostra

    constituda por 2% de nano partculas de 2 apresentou tambm o valor percentual de

    massa residual de 35,6%, o valor que est prximo ao valor de 36,6% que foi obtido na

    amostra contendo 4% de nano compsitos de 2, essa amostra apresentou o maior

    percentual de massa residual. Alm disso, a diminuio da estabilidade trmica do material

    esperado devido baixa qualidade de foras de adeso, que responsvel para retardar

    a degradao da cadeia de polmero. O alto valor da massa residual uma consequncia

    da adio de nano partculas, uma vez que 2 no apresentou temperatura de

    degradao sob a faixa de temperatura estudada.

  • 35

    Figura 4.1: Curvas Termogravimtricas [11]

    4.2Resultados de DMA

    Analisando os clculos feitos por cada amostra, constatou-se que a frao de

    volume de 2% apresentou o melhor resultado para este nano compsito. Deste modo, o

    efeito da frao em volume de nano partculas parece ser uma consequncia da nano

    partcula da aglomerao. As interaes fsico-qumicas diminuem do sistema nano-

    enchimento / polmero. As interaes interfaciais entre epxi e diminuio de dixido de

    titnio com as foras de van der Waals atraem as nano partculas. Concluindo, a anlise

    dinmico mecnica mostrou que a nano partcula de 2 aumentou a temperatura de

    degradao inicial em aproximadamente 70C. Embora a resina epxi e 2 apresentarem

    pequenas foras de ligao, a interao entre as cadeias de polmero e de nano partculas

    de dixido de titnio tambm contribuem para o elevado valor de massa residual para os

    nano compsitos, como pode ser visto na figura 4.2. (a). Por este motivo pode se pressupor

  • 36

    que ocorrer o decrscimo da temperatura de transio vtrea para adies maiores que 5%

    de nano compsitos de 2.

    Na Figura 4.2(b) so apresentadas as curvas de mdulo de armazenamento E

    mensuradas por anlise de DMA para as amostras produzidas, das quais foram aferidas a

    relao de dependncia do mdulo de elasticidade de armazenamento com a temperatura.

    Figura 4.2. (a) Curvas de Temperatura de transio medidas por anlise de DMA

    Figura 4.2. (b) Curvas de Mdulo darmazenamento medido por anlise de DMA

  • 37

    Na tabela 4.2 So apresentados o mdulo de Young e a temperatura de transio vtrea

    Frao Volum.

    ( %)

    (C)

    Desv.Pad

    (MPa)

    Desv.Pad

    Resina Pura 52 3,1 1627,3 181,4

    1% de 47,3 1,8 1564,7 278,1

    2% de 46,1 1,3 1743,3 290,5

    3% de 43,6 2,0 1640,9 182,5

    4% de 43,2 2,0 1477,9 183,7

    5% de 34,9 4,2 762,2 529,5

    Observou-se que um valor mximo de (52C) ocorreu na amostra contendo

    0% de nano compsitos de 2, ou seja, a resina epxi pura sem adio de nenhum nano

    compsitos de 2. Entretanto, a composio de 2% de nano compsitos de 2

    apresentou o maior valor de mdulo de elasticidade de armazenamento mdio, porm com

    uma leve reduo do mdulo de Young para algumas maiores adies de carga. Na tabela

    4.2 os valores mais baixos de mdulo de elasticidade e de temperatura de transio vtrea

    mdios foram obtidos para o percentual de 5% de adio de nano compsitos de 2. O

    baixo desempenho, no caso de (34,9C) pode estar associado ao fato da adio

    nesta proporo enfraquecer as interaes entre as cadeias polimricas de forma a

    ocasionar uma falha na adeso entre os nano compsitos e a resina. J para o

    (762,2MPa) o resultado obtido estaria relacionado ao fenmeno de aglomerao dos nano

    compsitos. Vale ressaltar que para confirmar essas hipteses seria necessrio utilizar um

    microscpio eletrnico de varredura.

  • 38

    5 CONCLUSO

    Diversos estudos experimentais e tericos sobre as propriedades mecnicas micro e

    nano compsitos foram realizadas, mas tem havido poucos estudos sobre as propriedades

    termomecnicas destes materiais. O estudo da influncia de nano partculas nas

    propriedades termomecnicas de nano compsitos foi o objetivo deste trabalho.

    De acordo com o presente trabalho, foi possvel observar que as amostras

    analisadas apresentaram excelentes resultados, com baixo percentual de nano compsitos

    de 2.

    De todas as composies analisadas os resultados obtidos para a adio de 2% de

    nano compsitos de 2 foi a que apresentou a melhor performance, pois forneceu um

    aumento significativo no mdulo de elasticidade sem comprometer as propriedades trmicas

    da resina epxi, ou seja, foi a composio que demonstrou a melhor fora de adeso.

    PROPOSTA DE TRABALHOS FUTUROS

    Todo projeto no perfeito, sempre existe uma falha. Assim dito, eu limitei

    por aqui com esses resultados obtidos por meio de experimentos. Peo com muita

    humildade aos leitores, quem gostaria de aprofundar sobre esse assunto sejam

    bem-vindos (a).

  • 39

    6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

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  • 45

    7 APNDICE.

    Anlise Termogravimtrica

    Resina Epxi Pura

  • 46

    Resina Epxi + Nano compsitos de TiO2 (1%)

    Resina Epxi + Nano compsitos de TiO2 (2%)

  • 47

    Resina Epxi + Nano compsitos de TiO2 (3%)

    Resina Epxi + Nano compsitos de TiO2 (4%)

  • 48

    Epxi + Nano compsitos de TiO2 (5%)

    Dados mltiplos

  • 49

    Anlise Dinmico-Mecnica (DMA)

    Resina Epxi Pura

  • 50

    Resina Epxi + Nano compsitos de TiO2 (1%)

  • 51

    Resina Epxi + Nano compsitos de TiO2 (2%)

  • 52

    Resina Epxi + Nano compsitos de TiO2 (3%)

  • 53

    Resina Epxi + Nano compsitos de TiO2 (4%)

  • 54

    Resina Epxi + Nano compsitos de TiO2 (5%)