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#09 Nº9 Setembro 2014 | Quadrimestral | Distribuição Gratuita COMO GERIR O CANSAÇO E O SONO MEDIDAS DE SEGURANÇA INFANTIL SINAIS DO TRABALHO DE PARTO O CHORO DO BEBÉ ANEMIA NA GRAVIDEZ

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#09Nº9 Setembro 2014 | Quadrimestral | Distribuição Gratuita

COMO GERIR OCANSAÇO e O SONO

MEDIDAS DESeGURANÇAINFANTIL

SINAIS DO TRABALHO De PARTO

O CHORO DO BeBÉ

ANEMIA

NA GRAvIDez

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editorial

Os dados, opiniões, e conclusões expressos nesta publicação não refletem necessariamente os pontos de vista de Bial, mas apenas os dos Autores. Bial não se responsabiliza pela atualidade da informação, por quaisquer erros, omissões ou imprecisões.

Nove meses é o tempo necessário para gerar uma nova vida. É um período repleto de emo-ções e expectativas, mas é também um período de grandes exigências para cada mulher. O seu corpo vai sofrer alterações, quase diárias, permitindo assim o desenvolvimento e crescimento saudável do seu bebé. Estas alterações podem motivar inúmeras queixas desde cansaço, sonolência, náuseas, vómitos, aumento da frequência urinária, dores lombares e variações de humor.A maioria destas queixas ocorrem devido a alterações fisiológicas, fruto do aumento de determinadas hormonas nesta fase. Entre estas queixas o cansaço, queixa predominante no primeiro e terceiro trimestre, pode impedir a grávida de realizar algumas das suas rotinas diárias. Nesta edição, apresentamos alguns conselhos práticos de modo a melhorar esta queixa. No entanto, alguns sintomas podem ocorrer devido a situações patológicas, como por exemplo a anemia por falta de ferro, que tem uma elevada prevalência na grávida. O Dr. António Robalo Nunes, presidente da Associação Portuguesa para o estudo da Anemia, explica melhor esta patologia e a importância da prevenção desta durante a gravidez.Não há maior expectativa durante a gravidez do que conhecer o seu filho. Com o aproxi-mar da data do parto começam a surgir determinadas dúvidas como: “Como é que eu sei que estou em trabalho de parto?” e “Quando é que eu me devo dirigir para a maternida-de?”. De modo a dar resposta algumas questões que possam surgir nesta fase preparamos um conjunto de artigos para ajudar a preparar a sua ida e estadia na maternidade, como ainda deixar a sua casa organizada para a chegada do elemento mais novo da família.Para manter uma gravidez saudável deve sempre seguir os conselhos e indicações do seu médico assistente. Não se esqueça ainda de manter uma alimentação equilibrada, com in-gestão de bastantes líquidos e uma atividade física adequada às suas necessidades durante a gravidez.

Grupo BialDra. Ana Serranito – Gestora Médica

Anemia na gravidez

Gerir o sono e o cansaço

Sinais do trabalho de parto

Atitude durante o parto

Preparar a casa para a chegada do bebé

O choro do bebé

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índice

Ficha Técnica

PROPRIEDADE GRUPO BIALEDITOR GOODY S.A. • Sede Social Avenida Infante D. Henrique, Nº 306, Lote 6, R/C – 1950-421 Lisboa - Tel. 218 621 530 • Diretor Geral António Nunes • Assessor da Direção Geral Fernando Vasconcelos • Diretora de Publicações de Saúde Violante Assude - E-mail [email protected] • Redação Iolanda Veríssimo, Margarida Marques e Sofia Patrício • Fotografia Dreamstime • Design Gráfico Sofia Marques • Paginação Cláudia Correia • Coordenador de Produção Externa António Galveia • Coordenador de Produção Interna Paulo Oliveira • Tiragem 15.000 exemplares • Pré-Impressão e Impressão Multitema

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9meses // anemia na gravidez

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A anemia na gravidezA suplementação com ferro é imprescindível para responder às necessidades que a evolução da gravidez gera, explica o presidente da Associação Portuguesa para o Estudo da Anemia.

anemia toca numa função vital: o trans-porte de oxigénio pelos tecidos do corpo. Daí a per-sistência da Associação Portuguesa para o Estudo da Anemia em dar ao problema a importância que este tem em quase todas as dimensões da saúde humana e, muito especialmente, na gravidez. O Dr. António Robalo Nunes, imuno-hemoterapeuta e presidente desta associação, esclarece como é que as grávidas po-dem contrariar o impacto da anemia durante o perí-odo de gestação.

O que é a anemia?É uma situação que resulta de uma diminuição do número de glóbulos vermelhos ou de hemoglobina no sangue para um valor abaixo da referência para a idade e para o sexo, e que se traduz numa dificuldade em transportar o oxigénio nos tecidos do corpo. As principais causas são nutricionais, ou seja, por aporte. E, dentro destas, o ferro é campeão absoluto. Estima--se que 95% dos casos de anemia na gravidez sejam por deficiência de ferro.

quais sãO Os valOres de referên-cia para a grávida?Segundo a Organização Mundial da Saúde, o valor aritmético que define a existência de anemia, e que nem sempre corresponde à verdadeira dimensão bio-lógica desta, diz-nos que a mulher adulta deve ter um valor superior a 12 g/dl de hemoglobina. Na grávida, estes valores são diferentes. É aceitável que a mulher no segundo trimestre da gravidez tenha um valor de 10,5 g/dl, enquanto no primeiro e terceiro trimestres tenha um valor de 11 g/dl.

cOmO é que a anemia se manifesta?O sintoma mais presente é o cansaço. É evidente que a gravidez, só por si, mascara muito a sintomatolo-gia, porque as pessoas atribuem a fadiga anormal à gravidez. Depois pode haver um conjunto de sinto-mas muito vasto. O que está em causa na anemia é a capacidade de transporte de oxigénio e quando há transporte de oxigénio diminuído, toda a função cog-nitiva, sexual, entre outras, fica comprometida. A pa-

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9meses

lidez, a queda de cabelo, as alterações da pele, fra-gilidade das unhas, uma má resposta ao esforço, a taquicardia ou a falta de ar podem ser sintomas de anemia. É um conjunto vastíssimo, que nem sem-pre tem de existir na totalidade, em toda a gente.

pOrquê um cuidadO especial du-rante a gravidez?A anemia é o problema médico mais frequente na mulher grávida. Não quer dizer que seja o mais importante, mas é o mais frequente. A gravidez tem que pôr a funcionar um sistema que inclui mãe, feto e placenta. Ou seja, há uma tríade que é necessário alimentar. É preciso fazer crescer os gló-bulos vermelhos, produzir sangue no sentido de alimentar um novo ser vivo, e para que isso possa ocorrer é preciso dar matéria, suplementar.

cOmO é que esta se trata?A gravidez gera sempre um balanço negativo de ferro e portanto implica suplementação farma-cológica. Sempre, sistematicamente. Sobretudo a partir do segundo trimestre. É impossível só por via alimentar conseguir colmatar o aumento das necessidades que a própria evolução da gravidez gera. A suplementação com ferro deve ser feita por via oral, de forma regular, diária, e na dose indi-cada, para que a gravidez chegue ao fim com os menores estragos possíveis. Muitas vezes as pessoas acabam por se escudar em suplementos multivi-tamínicos, convencidas de que estão a fazer uma

verdadeira suplementação, mas não estão, porque esses produtos não têm a quantidade de ferro ne-cessária. Não estou a pôr em causa que é preciso dar mais vitaminas ao organismo durante a gra-videz, mas há alguns logros terapêuticos com os quais é preciso ter cuidado.

a suplementaçãO deve ser feita aO lOngO de tOda a gravidez?O primeiro trimestre de gravidez até pode ser fei-to sem grande suplementação, porque de alguma forma também o facto de haver uma ausência de menstruação contribui para um maior balanço em termos de ferro. A partir do segundo trimestre há um “boom”, um crescimento significativo do feto e da placenta, e é preciso aumentar a massa eritro-citária da mãe. Para isso é necessária suplementa-ção farmacológica.

este refOrçO cOntinua a ser ne-cessáriO nO pós-partO?Eu considero recomendável. O parto tem sempre hemorragia associada, o que faz com que haja um balanço negativo. Eu diria que a mulher se deve preocupar com a anemia sempre, porque a con-dição feminina é, no que diz respeito à anemia, uma condição desfavorável. Ou seja, a mulher tem muito mais tendência para a anemia do que o ho-mem, nomeadamente pelo facto de ter uma série de anos com períodos menstruais que significam sempre um balanço negativo de ferro.

«a mulher deve partir para a gravidez como alguém que parte para uma maratona e preparar-se do ponto de vista do equilíbrio nutricional.»Dr. António Robalo Nunes

«a gravidez gera sempre um balanço negativo

de ferro e portanto implica suplementação

farmacológica.» Dr. António Robalo Nunes

em cima O Dr. António Robalo Nunes é presidente da Associação Portuguesa para o Estudo de Anemia, grupo responsável pelo primeiro estudo epidemiológico nacional.

À esquerda A anemia resulta da diminuição do número de eritrócitos (glóbulos

vermelhos) ou de hemoglobina no sangue.

que OutrO tipO de cuidadOs deve ter a grávida?Deve estar sensibilizada e procurar ajuda médica prévia, que vai passar muito por orientação nutricional. A mulher deve partir para a gravidez como alguém que parte para uma maratona e preparar-se sob o ponto de vista do equilíbrio nutricional. Deve perce-ber até que ponto é que já existe uma anemia prévia e corrigi-la, sendo que tratar uma ane-mia não é só tratar a anemia, mas também acautelar que se fizeram as reposições dos depósitos de ferro, o que pode demorar me-ses. Importa acautelar antes, com equilíbrio nutricional e uma dieta adequada.

qual é a dieta mais indicada?A primeira aproximação para diminuir a probabilidade de ocorrer anemia é ter uma alimentação equilibrada, que concilie o ferro de origem vegetal com o ferro de origem ani-mal na mesma refeição. Não comer legumes é mau, só comer legumes também é mau. Conciliar as duas coisas na mesma refeição é porventura o melhor cenário de absorção de ferro. E as pessoas não se podem deixar enganar sobre esta matéria, sobretudo face àqueles produtos alternativos que encon-tramos nos supermercados, que são muito apelativos aos sentidos, mas que têm pouca quantidade de ferro disponível.

que cOmplicações pOdem re-sultar da anemia?A anemia e a deficiência de ferro têm im-pacto negativo nas três fases do “sistema”: mãe, feto e placenta. A anemia na gravidez está associada a um risco aumentado de do-enças maternas e fetais, sobretudo quando a hemoglobina está abaixo dos 10,5 g/dl, va-lor de referência do segundo trimestre. No âmbito da mãe, pode ocorrer insuficiência cardíaca, hemorragia pós-parto, entre outros problemas. No pós-parto, precisamos de um útero competente que liberte e depois se contraia. Um útero num contexto de ane-mia, por falta de ferro, pode ter pequenas fragilidades nas fibrilas musculares e difi-culdade em contrair-se. Pode também haver uma pré-disposição para a infeção, atraso na recuperação pós-cesariana, e algum risco de acidentes embólicos.

e para O bebé?Há um aumento do risco de atraso de cresci-mento intra-uterino, um risco de morte fetal no útero três vezes superior, e de prematu-ridade. O bebé já nasce com um ambiente deficiente em termos de depósitos de ferro, o que muitas vezes se traduz num impacto negativo no que diz respeito ao desenvolvi-mento cognitivo e das aptidões mentais. Iolanda Veríssimo

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// anemia na gravidez

A anemia gera dificuldade em transportar o oxigénio nos tecidos do corpo, o que pode pôr em causa a evolução normal da gravidez e do pós-parto.

É impossível só por via alimentar conseguir colmatar o aumento das necessidades que a própria evolução da gravidez gera.

É aceitável que a grávida no segundo trimestre tenha um valor de 10,5 g/dl, enquanto no primeiro e no terceiro trimestres tenha um valor de 11 g/dl.

A suplementação farmacológica com ferro deve ser feita por via oral, de forma regular, diária, e na dose indicada.

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9meses // gerir o sono e o cansaço

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Compreenda melhor a fadiga durante a gravidez e fique a par das estratégias para ultrapassar o stresse e os problemas de sono.

Gerir o sono e o cansaço

natural que se sinta mais cansada durante a gravidez, sobretudo ao longo do primeiro trimes-tre. A fadiga deve-se principalmente às alterações hormonais que afetam a grávida. As variações nos níveis das hormonas influenciam o sono e os mús-culos, provocando mais cansaço durante o dia, e le-vando-a, por exemplo, a ressonar. Não estranhe por isso o facto de se sentir constantemente fatigada, indisposta, e mesmo mais emotiva do que habitual.

Numa fase mais avançada da gravidez, o cansaço passa a dever-se sobretudo ao aumento do peso do bebé. Nesta altura, torna-se difícil para a grávida encontrar uma boa posição para dormir e descan-sar. Além disso, toda a ansiedade e a variação de emoções provocadas pelas expetativas em relação ao parto podem conduzir a problemas de sono, por exemplo, insónias.

É muito importante que, mesmo perante as di-ficuldades, dê prioridade ao descanso e encontre uma estratégia eficaz para gerir os problemas, o mais cedo possível.

Combater a fadigaA fórmula mais eficaz de resolver os problemas de sono durante a gravidez é descansar sempre que puder. Ao longo do dia, tente arranjar tempo para repousar, nem que seja por alguns minutos com as pernas elevadas. Pequenas sestas no decorrer da jornada podem ajudá-la a sentir-se melhor. Não se culpe por precisar de dormir mais do que o normal. Aceite o apoio da sua família, amigos e colegas de trabalho para se libertar de algumas tarefas e con-seguir descansar.

dormir por doisUma grávida deve dormir cerca de 7 a 8 horas por dia. No entanto, os seus padrões de sono vão-se al-terando ao longo da gravidez e, muitas vezes, mes-mo que consiga dormir o mesmo número de horas relativamente a antes de estar grávida, a qualidade do sono pode não ser tão boa. Por exemplo, mesmo que se deite logo a seguir ao jantar para compensar o facto de chegar tarde do trabalho, provavelmen-

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te a azia, típica da gravidez, não a deixará dormir tão bem. É importante que nunca sacrifique o seu sono, mesmo com as res-ponsabilidades laborais e a organização dos preparativos antes de o bebé nascer. Não se esqueça que agora está a dormir por dois.

sonolênCia no primeiro tri-mestreMesmo com a excitação das primeiras se-manas de gravidez, a sonolência é um dos sintomas comuns no primeiro trimestre de gestação. Muitas vezes, este sintoma vem acompanhado de maiores dificuldades de concentração. É um sinal normal de que o seu corpo está a evitar excessos físicos, de forma natural. Além disso, resulta das alte-rações hormonais pelas quais o organismo tem passado, nomeadamente do aumento

do nível de progesterona segregada pela placenta, que justifica o excesso de sono durante o dia.

alívio no segundo trimestreÉ provável que volte a sentir-se mais enér-gica no segundo trimestre de gravidez. No entanto, tente não cair no erro de acumular mais tarefas nesta altura. É importante que aproveite para descansar o mais possível. Durante este trimestre, é comum que a grávida tenha pesadelos, principalmen-te ligados ao bebé. Mas não se preocupe. Tente relaxar, fazendo alguns exercícios de respiração para combater a ansiedade e, se desejar, partilhe a experiência com o seu companheiro, um familiar ou um amigo.

desafios do terCeiro trimestreOs desconfortos típicos do terceiro trimes-tre, como a necessidade constante de urinar e as dores nas costas, muitas vezes levam a que a grávida se sinta exausta e tenha di-ficuldades em manter-se acordada durante o dia. O facto de ser cada vez mais difícil encontrar uma posição confortável para dormir, o ressonar, e a ansiedade podem

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Durma cerca de 7 a 8 horas por dia.

Faça pausas para descansar com as pernas levantadas.

aceite a ajuda de familiares e amigos.

Faça exercícios de respiração para combater a ansiedade.

durma de lado e coloque almofadas a apoiar a barriga.

Mantenha a atividade física moderada regular, exceto se tiver indicações médicas em contrário.

evite alimentos que causem azia, como fritos ou picantes.

beba muita água, mas modere a ingestão de líquidos à noite.

D icas«pode tornar-se

desconfortável dormir de costas, pelo que o melhor será tentar descansar de

lado.»

À direita A prática de ioga poderá ajudá-la a descontrair e a aliviar os desconfortos comuns da gravidez.

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adote estratégias para descansar melhor:

Planeie e privilegie as horas de sono.

Faça pelo menos 30 minutos de exercício por dia.

Opte por refeições mais leves à noite.

Evite a ingestão de bebidas com cafeína, como chá preto ou café antes de dormir.

durma de lado, para melhorar a circulação sanguínea e a passagem de nutrientes para o bebé.

Se tiver dificuldades em adormecer, não force o sono: levante-se e leia um livro ou tome um banho quente.

perturbar o descanso e, nalguns casos, con-duzir a insónias. É ainda durante este tri-mestre que algumas grávidas sofrem de um distúrbio denominado Síndrome das Pernas Inquietas, espasmos nos músculos das per-nas que impelem a grávida a mexer-se cons-tantemente, não a deixando repousar.

enContrar posição para dormirPode tornar-se desconfortável dormir de costas, pelo que o melhor será tentar des-cansar de lado. Experimente também apoiar a barriga em almofadas e colocar um traves-seiro entre os joelhos. Quando a barriga já estiver muito pesada, apoiar as costas em almofadas de forma a ficar na posição de quase sentada pode trazer-lhe algum alívio, para além de ajudar a contornar a azia.

téCniCas para relaxarÉ aconselhável adotar algumas estratégias para ultrapassar os períodos de maior can-saço.

Tire cinco minutos para si, para respirar, relaxar e, se considerar necessário, não hesite em partilhar os seus anseios e dúvidas com o seu médico assistente.

Faça algo que lhe dê gozo, como ler um livro, ver um filme ou ouvir música. Mas reserve também algum tempo para simples-mente relaxar. Tome um banho quente ao fim do dia e experimente fazer uma massa-gem pré-natal, indicada para aliviar os des-confortos típicos da gravidez. Outra forma de libertar o stresse é praticar exercício fí-sico moderado, como nadar ou caminhar.Começar a frequentar aulas de ioga poderá ajudá-la a descontrair e a controlar melhor a respiração.

Para o nervosismo e a ansiedade que lhe tiram o sono, faça uma pausa e desabafe com alguém da sua confiança, partilhan-do com essa pessoa as preocupações, mas também as alegrias por que tem passado. Se necessário, poderá solicitar o apoio a um psicólogo.

Iolanda Veríssimo

«a sonolência é um dos sintomas comuns do

primeiro trimestre e pode trazer dificuldades de

concentração.»

// gerir o sono e o cansaço

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9meses // sinais do trabalho de parto

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Sinais do trabalho de partoSaiba quando ir para maternidade e evite falsos alarmes, aprendendo a reconhecer os sinais do corpo antes de o bebé nascer.

s dois principais indícios de que o seu bebé prepara-se para nascer são o início de contrações regulares e intensas e a rotura da bolsa de águas.

Outro sinal é a perda do rolhão mucoso, mas que pode dar-se dias antes do parto, pelo que por si só não exige a ida para a maternidade. O rolhão é uma substância que, através do bloqueio do ca-nal cervical, permite proteger o bebé de micróbios durante a gravidez. Quando é expulso, apresenta--se em forma de muco gelatinoso, rosado ou acas-tanhado, podendo conter vestígios de sangue.

COMO EVOLUI O trabaLhO dE partOA denominada fase latente ocorre desde o início do trabalho de parto até cerca dos 3-4 cm de dila-tação do colo. A fase ativa compreende o período desde esse momento até à dilatação completa. A evolução do trabalho de parto varia em cada caso. Nas grávidas que nunca tiveram filhos, o apaga-

mento (encurtamento) do colo do útero normal-mente antecede o início da dilatação. No caso das mulheres que já tiveram pelo menos um filho, o apagamento e a dilatação do colo ocorrem em si-multâneo.

dUraÇÃO dO trabaLhO dE partOTambém a duração do trabalho de parto depen-de se a mulher já passou ou não pela experiência do parto. Por exemplo, a fase latente pode durar até cerca de 20 horas numa mulher nulípara (que nunca teve um parto) e até 14 horas numa multí-para (que já teve, pelo menos, um parto).

CONtraÇÕES VErdadEIraS OU FaLSaS?Saiba que deve dirigir-se para a maternidade em caso de contrações regulares de cinco em cinco minutos durante pelo menos 30 minutos.

Note que as contrações que desencadeiam o tra-

O balho de parto podem ser confundidas com as contrações de Braxton Hicks. Também desig-nadas por contrações de treino, as contrações de Braxton Hicks acontecem de forma espo-rádica, irregular e não são dolorosas, além de que não contribuem para a dilatação do colo do útero.

EVItar FaLSOS aLarMESEm caso de dúvida sobre o início do trabalho de parto, poderá tomar um banho quente, de cerca de 20 minutos, para verificar se as contrações continuam frequentes. No caso de estas espaçarem entre si, terá sido um “falso” trabalho de parto.

rOtUra da bOLSa dE ágUaSA rotura da bolsa de líquido amniótico que protegeu o bebé durante a gestação, designa-

da bolsa de águas, tanto pode acontecer antes como depois de o trabalho de parto começar. A rotura pode ocorrer de forma subtil, com o fluxo lento de líquido, ou subitamente, com a saída abundante desta substância.

Perante a rotura da bolsa de águas, a reco-mendação é que se dirija ao hospital para po-der ser seguida mais atentamente. Se o líquido amniótico expulso for transparente, poderá dirigir-se tranquilamente para a maternidade. Se o líquido tiver cor e cheiro, ou contiver san-gue, deverá dirigir-se de imediato a um Servi-ço de Urgência. Iolanda Veríssimo

«a denominada fase latente ocorre desde o início do trabalho de parto até cerca dos 3-4 cm de dilatação do colo.» São sinais de parto as contrações

regulares e intensas e a rotura da bolsa de águas.

deverá ir para a maternidade em caso de contrações regulares de cinco em cinco minutos durante pelo menos 30 minutos.

tome um banho quente de 20 minutos para verificar se as contrações se mantêm frequentes.

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EM CIMa As contrações regulares e intensas ocorrem de cinco em cinco minutos durante pelo menos 30 minutos.

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9meses // atitude no parto

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Atitude no partoO momento do nascimento desperta uma multiplicidade de emoções, ao mesmo tempo que implica lidar com a dor. Saiba como colaborar e ter uma atitude positiva.

otimismo, a paciência, ou a confiança em si e nos que a acompanham podem fazer a diferença no que toca a reduzir a ansiedade e a dor durante o parto, aumentando as hipóteses de este decorrer de forma mais rápida e fácil. Em oposição, o medo, o stresse e a insegurança podem dificultar a libertação de hormonas importantes para o progresso do parto, como a oxitocina, e tornar a dor mais insuportável. A sua atitude conta desde que nota os primeiros sinais de que o seu bebé vai nascer.

movimente-seCaminhar, balançar-se ou mudar de posição, para além de ajudar a aliviar o desconforto, contribui para que a pélvis se abra progressivamente para o parto e o seu bebé fique na po-sição correta para sair. Pode não ser prático ou viável andar no corredor do hospital, mas poderá sentar-se e levantar-se várias vezes ou, se estiver deitada, mudar de posição regularmente. Essa postura ajudará a colocar a força da gravidade a seu favor. E lembre-se que o importante é manter-se ativa.

CoopereA sua colaboração ativa nas várias fases do parto é muito im-portante. Aprender a usar técnicas de respiração e relaxamen-

to, desde o início do trabalho de parto, pode fazer a diferença. Uma respiração correta permite maximizar a quantidade de oxigénio disponível para si e o bebé. Além disso, apesar de as técnicas de analgesia serem cada vez mais eficazes no alívio da dor, relaxar vai ser útil antes da admnistração da anestesia, ou se optar por não recorrer a fármacos.

enCare a tensão de forma positivaA tensão dos músculos do útero durante uma contração pode ser muito dolorosa, mas faz parte do caminho que o seu corpo está a percorrer para que o parto ocorra. O esforço por relaxar deve ser feito perante a tensão que afeta os restantes músculos do corpo, como resposta à dor da contração. Esta tensão pode constituir um obstáculo para o parto, pois retira-lhe energia. Para se libertar dela, identifique as zonas em que está mais tensa por causa da dor e tente relaxá-las, com uma respiração ritmada e regular. Este relaxamento muscular antes de cada contração vai permitir que não desperdice força que será ne-cessária no período expulsivo.

seja paCienteO facto de o seu trabalho de parto estar a desenrolar-se muito lentamente não significa que algo esteja mal. Cada parturiente

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tem o seu ritmo. Confiar nos profissionais de saúde que estão a acompanhá-la e manter-se calma é uma forma importante de colaborar. Mais uma vez, as técnicas de respiração são uma importante ajuda para se manter tranquila. Poderá chegar a uma fase em que o bebé já faz muita pressão sobre o colo do útero, mas este ainda não está completamente dilatado, pelo que deverá contrariar a tendência para fazer força para o bebé sair, concentrando-se e controlando a respiração. A capacidade de auto--controlo, o apoio do seu companheiro, e a paciên-cia serão preciosos nesta altura.

identifique as fontes de stresseOlhe à sua volta e tente perceber se há algum fator que a está a deixar nervosa e que pode ser evitado. É natural que toda a gente a queira apoiar e estar pre-sente neste momento, mas certifique-se de que tem um ambiente calmo no quarto e de que nenhum familiar lhe está a causar stresse. Outros aspetos, como a iluminação, a temperatura do quarto ou

o barulho, podem influenciar o decorrer do parto. Para que possa libertar as hormonas necessárias para o desenvolvimento do parto, precisa de silêncio, se-gurança e privacidade.

ponha em prátiCa o que aprendeuA melhor estratégia para conseguir controlar a dor passa por se informar com antecipação sobre o que vai acontecer nas várias fases do trabalho de parto, o que irá sentir, e quais as opções para o alívio do desconforto.

A preparação emocional para o parto permiti-rá que se sinta menos ansiosa e controle melhor a dor. Para além dos métodos farmacológicos, técni-cas que utilizam a música, a massagem, os banhos quentes, entre outras, podem ajudar a aliviar a dor nestes momentos. Aprender antecipadamente al-guns exercícios de respiração também pode fazer a diferença. É importante que nos momentos mais dolorosos faça um esforço por colocar em prática o que aprendeu.

5ideiaschave

para que o parto seja mais fácil, mantenha-se ativa e mude de posição sempre que possível.

Colabore com a equipa de saúde.

Peça ao seu companheiro para ajustar aspetos que possam estar a causar-lhe stresse, como a iluminação ou a temperatura do quarto.

use técnicas de respiração e não hesite em fazer perguntas sobre as várias etapas do parto.

seja otimista e encare a dor como um sinal de que o seu bebé está quase a nascer.

«Confie em si e naqueles que a rodeiam e desfrute deste momento marcante com esperança e entusiasmo.»

em BaiXo É importante que a grávida se mantenha ativa e cooperante ao longo do trabalho de parto.

aproveite o apoio dos outrosO apoio emocional vai ajudá-la a libertar--se da ansiedade própria do momento e a ganhar coragem para as várias etapas do parto. A presença do seu companheiro, de um familiar ou de um amigo próximo será preciosa para a acalmar e sentir que não está sozinha. Estas pessoas podem ainda ajudá-la a aliviar a tensão e a dor, com uma men-sagem e palavras de ânimo. O acompanha-mento de uma parteira ou de uma doula – profissional treinada para estar ao lado da mulher durante o parto – será importante para ir recebendo informação e apoio físico e emocional.

seja otimistaO parto permitirá que se encontre pela pri-meira vez com o seu bebé, com quem parti-lhou a sua intimidade durante tantos meses, e a quem já ama incondicionalmente. É por

isso um momento inesquecível, que apesar de toda a dor, traz também uma enorme carga de emoção e expetativa. A sua atitude deve ser a mais positiva possível. Confie em si e naqueles que a rodeiam, e desfrute deste momento marcante com o suporte neces-sário e determinação pessoal. Lembre-se de que todo o esforço será compensado quan-do puder pegar o seu bebé ao colo. Iolanda Veríssimo

«a capacidade de auto-controlo, o apoio do seu companheiro, e a paciência serão

preciosos.»

// atitude no parto

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9meses // prepare a casa para a chegada do bebé

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Prepare a casa paraa chegada do bebé Saiba como organizar e equipar os vários espaços da casa, de forma a prevenir acidentes domésticos e garantir a segurança do seu bebé.

essencial que, ainda durante a gravidez, os pais se preparem para a chegada do bebé e analisem todas as questões de segurança, para poderem prevenir e minimi-zar os riscos. A par de uma vigilância atenta, os pais de-vem colocar-se no lugar da criança, tentar ver o mundo através dos seus olhos, e a partir daí criar um ambiente seguro, onde o bebé se possa mexer, explorar e brincar à vontade.

Neste esforço por antecipar os riscos, as recomenda-ções de segurança da Associação para a Promoção para a Segurança Infantil (APSI) podem ser úteis para compre-ender onde estão e como evitar os perigos.

Fixe bem os móveis e quadrosAs estantes, prateleiras, armários e quadros devem ser fixados à parede, de forma a não tombarem sobre o bebé no caso de este se apoiar neles. Proteja as arestas mais perigosas, principalmente se estas estiverem ao nível da

cabeça da criança, e substitua os quadros pesados e de vidro por pósteres, sobretudo no quarto do bebé. A tele-visão também pode ser muito atrativa para a criança, por isso deve estar bem apoiada num móvel seguro ou fixa à parede, para que não caia para cima da criança. veriFique a estabilidade do berçoCertifique-se de que a cama ou berço do seu bebé obe-dece às normas de segurança europeias e verifique se esta é sólida e estável. As grades devem ter uma altura míni-ma de 60 cm e o intervalo entre estas não deve ultrapas-sar os 6 cm. Não coloque almofadas nem brinquedos dentro da cama do bebé, para evitar o perigo de asfixia.

Coloque guardas nas varandasAssegure-se de que as varandas e terraços de sua casa estão protegidos com guardas com uma altura mínima de 1,10 m. Certifique-se ainda de que a criança não con-

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segue trepar, nem passar por baixo ou através destas proteções. Para isso, a abertura entre prumos deve ser inferior a 10 cm.

limite a abertura das janelasColoque limitadores de abertura nas janelas e por-tas que dão acesso a varandas e terraços. Estes não devem permitir uma abertura maior do que 9 cm.

bloqueie as esCadas Com CanCelasO início e o fim das escadas devem ser limitados com barreiras de segurança com uma distância en-tre prumos de 6,5 cm. O funcionamento do sis-tema de abertura e fecho destas cancelas deve ser verificado de forma regular.

aFaste os produtos tóxiCosMantenha os medicamentos, cosméticos, detergen-tes e outros produtos tóxicos bem fechados, lon-ge da vista e do alcance das crianças, optando por

trancá-los em armários altos, separados da zona dos alimentos. Os restos de produtos químicos e medi-camentos devem ser entregues na farmácia.

adapte as tomadasEscolha tomadas, extensões e fichas triplas que já incluam um mecanismo de proteção. Caso não seja possível, proteja estes objetos com dispositivos adequados, que sejam difíceis de retirar mesmo por um adulto. O ideal será manter as tomadas a mais de 1,50 m de altura, longe dos locais onde o bebé dorme e é mudado. Elimine também os fios e as extensões soltos na casa.

vigie os aqueCedoresMantenha as fontes de aquecimento longe da cama do bebé e não utilize aquecedores a gás nos quar-tos. Lembre-se que os eletrodomésticos na casa de banho e na cozinha também devem ser alvo de es-pecial cuidado, por estarem mais próximos da água.

«os medicamentos, cosméticos e detergentes devem ser mantidos bem fechados em armários altos.»

«no caso de ter uma piscina ou um lago, utilize uma vedação para impedir o acesso a estes espaços.»

em Cima De acordo com a APSI, os acidentes são a maior causa de morte na infância, e a maior parte destes são evitáveis.

visite o nosso sitewww.novemeses.pt

aceda a conteúdos exclusivos

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Fixe os móveis à parede.

Coloque limitadores de abertura nas janelas, guardas nas varandas e cancelas nas escadas.

Proteja as tomadas e mantenha os produtos tóxicos longe da vista da criança.

tenha à mão uma caixa de primeiros socorros e uma lista de contactos úteis em caso de acidente.

Reorganize a sua casa antes de o bebé nascer.

Garanta que os equipamentos e produtos que usa cumprem as normas de segurança europeias.

antecipe os riscos através de uma vigilância atenta.

chave

Garanta ainda que este tipo de equipamentos se en-contram em bom estado de conservação.

Conserve a garagem arrumadaA sua garagem deve estar bem organizada e arruma-da, e os objetos perigosos devem ser acomodados em lugares altos e inacessíveis para a criança.

isole a pisCinaNo caso de ter uma piscina ou um lago, utilize uma vedação para impedir o acesso a estes espaços, cer-tificando-se de que a vedação não é escalável nem permite o acesso por baixo ou através dela.

use equipamentos adequadosConfira a segurança da cadeira e dos móveis para a muda da fralda. A mesa para a higiene do bebé deve cumprir as normas europeias, oferecendo estabilida-de e um rebordo elevado. A cadeira na qual dará a papa quando o bebé for mais crescido também deve ser certificada. Quando a utilizar, encoste-a à parede e verifique o cinto, que de preferência deve passar sobre os ombros da criança.

exClua os brinquedos perigososAntes de dar um brinquedo ao seu filho, verifique se este cumpre as regras de segurança. Escolha brinque-dos adaptados à idade e não deixe objetos espalhados pelo chão.

arranje espaçoDepois de o bebé nascer, deve esforçar-se por ir re-organizando a casa de acordo com as novas necessi-

dades e providenciar um espaço para que o seu filho possa circular à vontade, sem estar exposto ao perigo das arestas dos móveis ou das fontes de aquecimento.

tenha uma Caixa de primeiros so-CorrosTenha à mão um kit de primeiros socorros bem equi-pado, para responder perante os pequenos acidentes. A caixa deve ser mantida bem fechada, num local fresco e seco, longe da casa de banho e do alcance da criança. É importante que a caixa inclua material para fazer curativos, como pensos rápidos de vários tamanhos, gaze esterilizada, soro fisiológico, ligadura e anti-sético. Para outras emergências, deve ter um termómetro, um analgésico ou anti-inflamatório oral, anti-diarreico e creme anti-histamínico para picadas de insectos e alergias. Junto da caixa deve colocar ainda um manual de primeiros socorros. Guarde também uma versão mais pequena deste kit no seu carro.

prepare uma lista de ContaCtos úteisTenha ao seu alcance uma lista de números de tele-fone úteis. Informe o seu companheiro e familiares que frequentem a casa sobre onde colocou esta lista. De acordo com os conselhos disponibilizados no site da APSI, será conveniente incluir o Número Euro-peu de Emergência (112), os contactos do Centro de Informação Anti-Venenos (808 250 143), do mé-dico pediatra, da polícia, dos bombeiros, da família mais próxima e de um vizinho de confiança. Iolanda Veríssimo

// prepare a casa para a chegada do bebé

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O chorodo bebéPara além de ser uma das formas mais usadas pelo bebé para comunicar, o choro também pode estar relacionado com uma evolução positiva da criança, inclusive com o desenvolvimento do seu sistema nervoso.

chegada de um bebé ao mundo faz-se acompa-nhar do seu choro e, quando isso não acontece, é necessário provocá-lo. O motivo é simples: chorar promove a abertura dos pulmões e inicia o seu funcionamento, para além de provocar a saída dos fluidos das vias respiratórias, para tor-nar possível a entrada de oxigénio. Além disso, não nos po-demos esquecer de um aspeto importantíssimo: o choro é a forma mais fácil e imediata do bebé comunicar com os pais quando tem fome, lhe dói alguma coisa, quer companhia, se sente desconfortável.

Porque chora o bebé?Passadas duas ou três semanas do nascimento do bebé, mui-tos pais começam a conseguir decifrar o seu choro. Apesar de cada bebé se manifestar de forma diferente para cada ne-cessidade, e do tipo de choro também depender do tempera-mento do bebé, a maioria deles chora de uma forma similar.

quando o bebé tem fome Quando existe um sinal de fome, o bebé chora em soluços contínuos, mas curtos. O choro é persistente e não muito alto. Normalmente, o choro faz-se acompanhar de um mo-vimento de cabeça para um lado e para o outro, com a boca aberta, indicando que está à procura de comida.

o choro é sinal de desconfortoO choro de desconforto é similar ao choro de dor. Contudo, não é tão forte, apesar de poder atingir momentos intensos. Normalmente, nesta situação o bebé acalma quando lhe pe-gam ao colo.

o choro é de dorQuando há dor, o choro é agudo, alto, seguido de apneia e depois de um novo grito de dor. Quando o bebé chora com dores não se conforta quando é pegado ao colo e o corpo do

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nos primeiros meses de vida do bebé, os pais podem chegar a níveis extremos de exaustão e, por isso, sentir que não aguentam o choro do bebé. se for esse o caso, é aconselhado que procure ajuda junto do seu médico ou até mesmo do pediatra.

À direita Por volta dos dois anos de idade, os choros passam muitas vezes a birras.

chorar é o primeiro sinal de reação de adaptação e sobrevivência do bebé fora do útero da mãe.

Quando o bebé nasce, é o ato de chorar que promove a abertura dos pulmões e inicia o seu funcionamento, para além de provocar a saída dos fluidos das vias respiratórias para tornar possível a entrada de oxigénio.

Passadas duas ou três semanas do nascimento do bebé, muitos pais começam a conseguir decifrar o seu choro.

D ica

3ideiaschave

bebé pode contrair-se. Os pais podem pro-curar a origem da dor pressionando muito levemente a fontanela, estômago, braços, pernas, ouvidos... Caso o choro persista, ou então enfraqueça mas continue, deverá con-tactar um médico.

o choro significa tédioQuando o bebé está aborrecido, mais do que chorar, choraminga e acalma quando lhe dão atenção.

chorar Por fadiga Os bebés também se cansam. Este choro começa por ser similar a um gemido, que vai aumentando de intensidade. Deve tentar que o bebé descanse. Por norma, basta dei-tá-lo no berço, num ambiente calmo, para que o choro passe a soluços, até que cesse.

como acalmar o bebé?Antes de mais, quando o bebé chora é im-portante que os pais mantenham a calma e que tenham mais em conta o seu instinto que as opiniões das pessoas à sua volta; que vão ser mais que muitas e, provavelmente, contraditórias umas das outras.

estratégias a considerarFaça uma “triagem” do que se possa estar a passar com o bebé e tentar interpretar o choro.Dê-lhe o objeto de conforto dele, seja a chucha, o dedo, a fralda...Verifique se o bebé tem a fralda limpa.Tendo em conta as horas a que comeu, avalie se o bebé terá fome, mesmo que seja durante a noite. Muitos bebés só aguentam períodos mais prolongados sem comer a partir dos seis meses.Note que as cólicas estão na origem de muitas sessões de choro dos bebés. Verifique se o bebé tem frio ou calor e ali-viá-lo em ambas os casos. Se estiver com frio irá apresentar o pescoço e o tronco frios, assim como os lábios roxos. No caso de ter calor, manifestará o pescoço vermelho e suor na cabeça.Avalie a temperatura corporal. Em caso

de febre, contacte o médico assistente. Fale com o bebé num volume normal e calmo e vá baixando o tom de voz à medi-da que ele se vai acalmando.Cante-lhe canções de embalar e aninhá-lo junto a si.Embrulhe o bebé num cobertor e dar-lhe palmadas suaves, de forma firme e ritmada.Embale o bebé.Massaje o bebé.Se, mesmo assim, não conseguirem detetar

o que se passa com o bebé e ele continuar a chorar, é aconselhado contactar o médico.

nÃo identifica o choro?Se depois de todas as tentativas de interpre-tação do choro do bebé continuar sem per-ceber o que se passa com ele e, por sua vez, o choro continuar ininterruptamente, então

talvez seja caso para levar o seu filho ao mé-dico. É normal os bebés chorarem várias ve-zes e, por isso mesmo, poderá questionar-se como é que poderá saber se o seu filho está ou não a chorar com a intensidade e frequên-cia normal.

aValiar VÁrias hiPÓtesesQuando os bebés têm entre três a quatro se-manas, e até aos cerca dos quatro meses, o choro normal acontece ao final da tarde e iní-cio da noite e o choro de fim de tarde pode mesmo durar duas a três horas.

A partir dos quatro meses, o bebé já de-verá ter ganho algumas rotinas de refeições e sono, o que acaba por ajudar os pais não só a lidar com eles, como também a perceber melhor quando é que o choro não é normal.

Por outro lado, com esta idade o choro de final da tarde já não deverá acontecer. Se acontece, deverá falar com o pediatra, para ele verificar se o choro tem outras causas as-sociadas.

Outra forma de despistar se o choro revela mais que fome ou desconforto, é certificar-se se para além do choro o bebé manifesta sinais de doença, como febre, diarreia, prostração, recusa para comer, dificuldade em respirar, entre outros.

«o choro de desconforto é similar ao choro de dor. contudo, não é tão forte, apesar de poder atingir momentos intensos.»

«quando existe um sinal de fome, o bebé chora em soluços contínuos,

mas curtos.»

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o choro quando a crianÇa jÁ andaQuando a criança começa a andar sente uma in-dependência que até então não sentia. É também nesta altura que ela se começa a confrontar, com mais frequência, com o sentimento de frustração.

Para além de ser uma fase complicada para elas, também o é para os pais, visto que é difícil entender as crianças nestas alturas.

Por viverem na dualidade de desejarem a sua independência mas, ao mesmo tempo, percebe-rem que esta exploração do mundo é tudo me-nos fácil, é frequente que elas chorem. E não é assim tão invulgar quanto isso que elas chorem ainda mais quando são confortadas pelos pais. Isto acontece porque elas gostariam de conseguir explorar o mundo sozinhas, sem sobressaltos e sem barreiras.

Nesta fase, os pais devem tentar fazer com que elas percebam que eles “estão lá” mas, ao mesmo tempo, devem dar-lhes o espaço possível.

quando o choro Passa a birra Por volta dos dois anos de idade, os choros pas-sam muitas vezes a birras. Quando as crianças começam a fazer birras, muitas vezes o melhor a fazer é ignorar. De preferência, os pais devem afastar-se (garantindo sempre a segurança da

criança) e aproximar-se apenas quando a bir-ra passar. Não devem repreender a criança. Na maioria das vezes ela precisa apenas que lhe mostrem que a compreendem e que estão ao seu lado. Por outro lado, ao terem esta atitude os pais estão a dar espaço à criança para resolver o problema sozinha. Atenção que isto não significa que se devem evitar confrontos. A questão é que se deve escolher bem aqueles que valem a pena.

quando a crianÇa choramingaOutra técnica usada pela criança, quando quer algo ou está aborrecida, é o choramingar. Elas co-meçam a usar este método também por volta dos dois anos. É importante que, já depois de terem posto de parte a hipótese da criança não estar com dor, doente ou desconfortável, os pais não cedam face a este choro, por mais incomodativo que ele seja. As crianças são perspicazes e se virem que é a choramingar que conseguem tudo dos pais, é isso que vão passar a fazer sempre que quiserem algo, se sentirem frustrados, zangados, contraria-dos, tristes... Os pais devem tentar entretê-la e ensiná-la a entreter-se sozinha, e mostrar-lhe que só quando ela parar de choramingar é que falarão com ela para perceber o que se passa. Sofia Patrício

quando o bebé chora, é essencial que os pais mantenham a calma e que tenham em conta o seu instinto.

Quando as crianças começam a fazer birras, muitas vezes o melhor a fazer é ignorar.

quando a criança começa a andar, ela vive na dualidade de desejar a sua independência mas, ao mesmo tempo, perceber que a exploração do mundo é tudo menos fácil.

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