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ANEMIAS-ASPECTOS GERAIS 1. Diferenciar astenia de fadiga e exemplificar; 2. Definir anemia; 3. Recordar o processo de hematopoiese; 4. Classificar os tipos de anemia e exemplificar cada uma; 5. Elaborar um fluxograma de diagnóstico nas anemias (exames). ANEMIAS DEFINIÇÃO o Queda da hemoglobina no sangue sinal. HEMATOPOIESE o Locais de hematopoiese no adulto: pelve, (como o ilíaco), o esterno, os ossos do crânio, os arcos costais, vértebras e as epífises femorais e umerais. o MO vermelha: linhagem sanguínea. o MO amarela: tecido adiposo.

ANEMIAS-ASPECTOS GERAIS · 2019. 10. 25. · ANEMIAS-ASPECTOS GERAIS 1. Diferenciar astenia de fadiga e exemplificar; 2. Definir anemia; 3. Recordar o processo de hematopoiese; 4

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  • ANEMIAS-ASPECTOS GERAIS

    1. Diferenciar astenia de fadiga e exemplificar;

    2. Definir anemia;

    3. Recordar o processo de hematopoiese;

    4. Classificar os tipos de anemia e exemplificar cada uma;

    5. Elaborar um fluxograma de diagnóstico nas anemias (exames).

    ANEMIAS

    ❖ DEFINIÇÃO

    o Queda da hemoglobina no sangue → sinal.

    ❖ HEMATOPOIESE

    o Locais de hematopoiese no adulto: pelve, (como o ilíaco), o esterno, os ossos do crânio, os

    arcos costais, vértebras e as epífises femorais e umerais.

    o MO vermelha: linhagem sanguínea.

    o MO amarela: tecido adiposo.

  • o Meia-vida de hemácia: 120 dias.

    o Meia-vida das plaquetas: 7-10 dias.

    o Meia-vida: dos granulócitos: 6-8 horas.

    o Meia-vida dos linfócitos: anos.

    o CFS (fator estimulador de colónia: mediadores (interleucinas) da hematopoiese.

    ▪ Eritropoietina: produzida no parênquima renal em resposta à hipóxia → estimula

    produção de eritroblastos na MO.

    ▪ GM-CSF (monócitos e granulócitos): produzido por macrófagos, fibroblastos e cél.

    endoteliais em resposta à inflamação. Esrimula formação de mieloblastos e monoblastos

    → células linfoides.

    ❖ ERITROPOIESE

    o Vida embrionária (células vermelhas) → 2° trimestre: fígado, baço e linfonodos → estágios

    finais da gestação: MO.

    o Algumas patologias provocam a eritropoiese extramedular, ex.: beta-talassemia major.

    o 1° célula: pró-eritroblasto (inicialmente azulado) → condensação da cromatina nuclear →

    hemoglobinização do citoplasma → eritroblasto basofílico (azulado) → eritroblasto

    ortocromático (hemácia nucleada) → reticulócitos (presença de RNA – rede basofílica) →

    hemácia/eritrócito.

    ▪ Eritroblasto ortocromático → perde o núcleo → forma o reticulócitos: possui apenas

    RNA e não tem mais núcleo.

  • ▪ Megaloblastose: defeito na síntese de DNA, pela carência de B12 ou folato → aumento

    das células → cromatina frouxa com citoplasma hemoglobinizado.

    ❖ FORMAÇÃO DA HEMOGLOBINA

    o Função primordial de carrear oxigênio.

    o A hemoglobina é uma macromolécula constituída por quatro cadeias polipeptídicas

    denominadas globinas, cada uma combinada a uma porção heme.

    o Tipos de globina: alfa, beta, gama e delta.

    o Heme: molécula formada por quatro anéis aromáticos (protoporfirina) com um átomo de

    ferro no centro, no seu estado de íon ferroso (Fe+2), capaz de ligar o O2 .

    o Tipos de hemoglobina:

    ▪ Hemoglobina A: 2 cadeias alfa e 2 beta.

    ▪ HB A2: 2 alfa + 2 delta.

    ▪ Hb F: 2 alfa + 2 gama (fetal).

  • ❖ APRESENTAÇÃO CLÍNICA DAS ANEMIAS

    o O termo “anemia” traduz um estado em que a concentração de hemoglobina se encontra

    abaixo dos limites normais, frequentemente acompanhado de queda do hematócrito e da

    contagem de hemácias no sangue.

    o Hb mulher: 12-15g/dL.

    o Hb homem: 13,5-17g/dL.

    o Hematócrito é fração volumétrica ocupada pelos eritrócitos no sangue, obtido através do

    processo de centrifugação (Ht: 3x Hb).

    o Nas crianças de um a dois anos, de ambos os sexos, o limite inferior de hemoglobina sérica

    é de 9,5 g/dl (anemia fisiológica da infância).

    o As consequências fisiopatológicas do quadro anêmico estão diretamente relacionadas à

    diminuição dos teores de hemoglobina.

    o Sinais e sintomas da anemia são devido à hipóxia tecidual, proveniente do prejuízo da

    capacidade de carrear O2.

    o Anemia aguda grave → ICC de alto débito.

    o Cerebropatas prévios ou mais de 80 anos → sonolência, torpor e coma.

    o Quando a anemia se instala de forma insidiosa o paciente pode permanecer

    oligossintomático, mesmo com hematócritos bastante baixos. No entanto, dificilmente um

    hematócrito < 24% ou uma hemoglobina < 8 g/dl cursam assintomático.

    o Mecanismos de compensação:

    ▪ Aumento do DC;

    ▪ Aumento de 2,3-DPG (glicose difosfato) → reduz a afinidade da hemoglobina pelo O2 →

    facilita a extração de O2 pelos tecidos.

    o A intensidade dos sintomas depende da rapidez da instalação da anemia e da reserva

    fisiológica.

    ❖ INVESTIGAÇÃO ETIOLÓGICA

    o Investigar:

    ▪ Tempo de instalação dos sintomas:

    • Insidiosa → anemia aplásica, as mielodisplasias, a anemia de doença crônica e o

    mieloma múltiplo;

  • • Abrupto → hemorrágica, hemolítica autoimune.

    • Crônicas → falciforme, talassemia e esferocitose.

    ▪ Sintomas associados:

    • Crises álgicas (falciforme), comemorativos de hipotireoidismo, dor óssea (mieloma

    múltiplo), febre prolongada (infecções crônicas);

    o Exame físico:

    ▪ Glossite e quelite angular: carenciais.

    ▪ Icterícia: megaloblásticas e hemolíticas.

    ▪ Esplenomegalia: hemolítica, hiperesplenismo ou neoplasia hematológica.

    ▪ Petéquias: Plaquetopenia na anemia aplásica, leucemias agudas.

    ▪ Deformidades ósseas de face e crânio: talassemia.

    o Exames complementares:

  • o Hemograma:

    ▪ Índice de anisocitose (RDW):

    • Aumentado: ferropriva.

    • Diminuído: talassemia minor.

    ▪ Leucócitos e plaquetas (pancitopenia): anemia aplásica, leucemia, autoimune.

    • Anemia microcítica e hipocromica com trombocitose → ferropriva.

    • Anemia + leucocitose + trombocitose: sangramento agudo → síndromes

    mieloproliferativas.

    • Leucoeritroblastose: linhagens jovens + eritroblastos →

    ▪ Reticulócitos (0,5-2%): analise do esfregaço de sangue periférico.

    • A presença de reticulocitose indica dois grandes grupos de anemias: (1) anemias

    hemolíticas; (2) anemia por hemorragia aguda.

    • Intensa proliferação medular → aumento de células jovens no sangue

    (reticulócitos).

    • Hipoproliferativas: sem reticulócitos.

    • Hiperproliferativas: com aumento dos reticulócitos.

    • CORREÇÃO 1: Índice de Reticulócitos Corrigido (IRC) = Ht/40 x %retic ou Hb/15 x

    %retic.

    • CORREÇÃO 2: Índice de Produção Reticulocitária (IPR) = Ht/40 x %retic ÷ 2 ou Hb/15

    x %retic ÷ 2.

  • ▪ Esfregaço de sangue periférico:

    • Tamanho dos eritrócitos;

    • Cromia dos eritrócitos;

    • Grau de anisocitose;

    • Poiquilocitose: hemácias de várias formas (bizarras);

    • presença de inclusões hemáticas, sugestivas de algumas patologias;

    • Alterações de leucócitos ou plaquetas.

    ▪ Bioquímica sérica:

    • Ureia e creatinina podem confirmar IRA;

    • A anemia geralmente está presente quando a creatinina está acima de 2,5 mg/dl.

    • As anemias hemolíticas cursam com hiperbilirrubinemia indireta, aumento do LDH

    e redução da haptoglobina.

    • A saturação de transferrina < 15%, calculada dividindo-se o ferro pelo TIBC

    (capacidade de ligação total da transferrina), e uma ferritina sérica < 10 ng/ml

    confirmam o diagnóstico de anemia ferropriva.

    • Dosagem de B12 e ácido fólico e ácido metil malônico → anemia megaloblástica.

    ▪ Aspirado de MO

    • Suspeita de leucemia ou mieloma múltiplo.

    • O número absoluto e relativo dos precursores hematopoiéticos pode ser avaliado,

    bem como suas alterações qualitativas, destacando-se a megaloblastose e a

    diseritropoiese, esta última caracterizando as mielodisplasias.

    • Detecta-se também: sideroblásticas e depósitos de ferro.

    • Os diagnósticos de anemia aplásica, leucemia, mielodisplasia, mieloma múltiplo e

    anemia sideroblástica só são possíveis com o exame da medula óssea.

    ANEMIAS - THEREZINHA

    ❖ CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA DAS ANEMIAS

  • o Classificação:

    ▪ Macrocíticas: caracterizadas pela presença de hemácias de grande volume e geralmente

    hipercrômicas. Algumas anemias macrocíticas podem ser megaloblásticas.

    ▪ Microcíticas: hemácias de pequeno volume e pobres em hemoglobina ou hipocrômicas.

    Ex.: anemias ferroprivas.

    ▪ Normocíticas: geralmente são normocrômicas. Estão incluídas neste grupo as anemias

    hemolíticas e as aplasias medulares ou anemia aplásica.

    o Modificações hemáticas:

    ▪ Anisocitose: variação do tamanho das hemácias.

    ▪ Poiquilocitose: variação da forma;

    ▪ Macrocitose: aumento do tamanho da hemácia;

    ▪ Microcitose: diminuição do tamanho da hemácia;

    ▪ Esferocitose: hemácias pequenas, esféricas, que não possuem o centro claro, mas são

    homogeneamente coradas;

    ▪ Ovalocitose: hemácias ovais;

    ▪ Hemácias em alvo: ponto central corado, um halo não-corado e uma borda corada.

    ▪ Hemácias em foice/drepanócitos;

    ▪ Hemácias espiculadas: borda acentuadamente irregular;

    ▪ Hemácias em lagrima;

    ▪ Hemácias crenadas: bordas irregulares;

    ▪ Corpúsculos de Jolly e hemácias com pontuação basófila;

    ▪ Hipocromica: hemácias pouco coradas;

  • ▪ Hipercromia: hemácias bem coradas;

    o Quando há redução de fatores de produção (vitamina B12 e acido fólico) há formação de

    células muito grandes → megaloblastos (com a maturação comprometida).

    ❖ CLASSIFICAÇÃO ETIOPATOGÊNICA

    o Critério baseado na quantidade de reticulócitos na amostra:

    ▪ Reticulócitos > 3%: suspeita-se de excesso de destruição e produção de eritrócitos →

    anemia hemolítica.

    ▪ Reticulócitos < 2%: anemia não-hemolítica → causas de falha na produção dos

    precursores da hemácia na MO (podem estar em quantidade normal ou aumentada →

    falha na maturação dos eritrócitos).

    • Anemia hipoproliferativo.

    o Defeito de maturação.

    o Fluxograma de investigação nas anemias:

  • ❖ REFERÊNCIAS

    LORENZI, T. F. Manual de hematologia: propedêutica e clínica. 4° edição – Rio de Janeiro:

    Guanabara Koogan, 2006.

    MEDCURSO, Hematologia, Vol. 1, cap. 1, 2018.