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02/10/12 1 ANESTESIA EM ANIMAIS DE LABORATÓRIO - Mortalidade alta na clínica 1:32 (pequenos mamíferos ou aves) * Falta de familiaridade com as espécies * Trata-se de animais doentes * Manipulação inadequada Lesões físicas Altos níveis de catecolaminas Risco anestésico/cirúrgico - Em condições experimentais a mortalidade é baixa - Esperar 3 dias após a compra * Adaptação e adequada ingestão de água e comida - Pesar dentro de uma bolsa de tecido ou numa caixa especial - Exame pré-anestésico difícil * Atentar para as doenças respiratórias - Alta taxa metabólica * Jejum de no máximo 3 horas (evitar hipoglicemia) * Não submeter ao jejum hídrico INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO - São pequenos * Risco de hipotermia * Minimizar tricotomia e uso de álcool e outros líquidos * Ciruito anestésico aumenta a perda de calor -Suporte térmico * Colchões? * Envolver o animal em mantas ou materiais térmicos * Dificulta o acesso de cirurgião e anestesista * Lâmpadas - Monitoração pobre profundidade anestésica, FC, FR, Tº - Causas comuns de óbito * Falência respiratória (Intubação DIFICULDADE) * Hemorragia trans-cirúrgica (cristalóides ou colóides) - Anestésicos locais uso limitado * Tamanho * Necessidade de contenção - Dificuldade de acesso venoso - Não há doses específicas (extrapolação de outras espécies) * Teóricamente todos os testes são feitos nestas espécies - Variabilidade (sensibilidade, duração, eficiência) - Anestesia para vários animais ao mesmo tempo - Dose em mL/kg * Preparar soluções previamente INTRODUÇÃO FÁRMACOS ANESTÉSICOS ANESTÉSICOS INJETÁVEIS ANESTÉSICOS GERAIS - Barbitúricos (tiopental, pentobarbital) - Anestésicos dissociativos (cetamina) - Não barbitúricos (propofol, etomidato) TRANQUILIZANTES E SEDATIVOS - Agonisas alfa-2 (xilazina) - Fenotiazínicos (acepromazina) - Benzodiazepínicos (diazepam, midazolam) ANALGÉSICOS - Opióides (buprenorfina, morfina) - AINES (flunixin meglumine, meloxicam, carprofeno) ANESTÉSICOS GERAIS - Barbitúricos (tiopental, pentobarbital) - Anestésicos dissociativos (cetamina) - Não barbitúricos (propofol, etomidato) TRANQUILIZANTES E SEDATIVOS - Agonisas alfa-2 (xilazina) - Fenotiazínicos (acepromazina) - Benzodiazepínicos (diazepam, midazolam) ANALGÉSICOS - Opióides (buprenorfina, morfina) - AINES (flunixin meglumine, meloxicam, carprofeno) FÁRMACOS ANESTÉSICOS ANESTÉSICOS INJETÁVEIS TIOPENTAL - Soluções a 2,5% - Intravenosa (IV), intraperitoneal (IP) - pH muito alcalino - Hipotermia, hipoventilação, hipóxia, acidose, hipercarbia - Ratos 20 – 40 mg/kg, IP - Camundongos 20 – 50 mg/kg, IV, IP - Coelhos 30 – 50 mg/kg, IV BARBITÚRICOS

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ANESTESIA EM ANIMAIS DE LABORATÓRIO

- Mortalidade alta na clínica à 1:32 (pequenos mamíferos ou aves) * Falta de familiaridade com as espécies * Trata-se de animais doentes * Manipulação inadequada àLesões físicas àAltos níveis de catecolaminas àã Risco anestésico/cirúrgico

- Em condições experimentais a mortalidade é baixa - Esperar 3 dias após a compra

* Adaptação e adequada ingestão de água e comida - Pesar dentro de uma bolsa de tecido ou numa caixa especial - Exame pré-anestésico à difícil

* Atentar para as doenças respiratórias - Alta taxa metabólica

* Jejum de no máximo 3 horas (evitar hipoglicemia) * Não submeter ao jejum hídrico

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- São pequenos * ã Risco de hipotermia * Minimizar tricotomia e uso de álcool e outros líquidos * Ciruito anestésico à aumenta a perda de calor

- Suporte térmico

* Colchões? * Envolver o animal em mantas ou materiais térmicos * Dificulta o acesso de cirurgião e anestesista * Lâmpadas

- Monitoração pobre à profundidade anestésica, FC, FR, Tº - Causas comuns de óbito

* Falência respiratória (Intubação à DIFICULDADE) * Hemorragia trans-cirúrgica (cristalóides ou colóides)

- Anestésicos locais à uso limitado

* Tamanho * Necessidade de contenção

- Dificuldade de acesso venoso - Não há doses específicas (extrapolação de outras espécies)

* Teóricamente todos os testes são feitos nestas espécies - Variabilidade (sensibilidade, duração, eficiência) - Anestesia para vários animais ao mesmo tempo - Dose em mL/kg

* Preparar soluções previamente

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S ANESTÉSICOS INJETÁVEIS

ANESTÉSICOS GERAIS - Barbitúricos (tiopental, pentobarbital) - Anestésicos dissociativos (cetamina) - Não barbitúricos (propofol, etomidato)

TRANQUILIZANTES E SEDATIVOS

- Agonisas alfa-2 (xilazina) - Fenotiazínicos (acepromazina) - Benzodiazepínicos (diazepam, midazolam)

ANALGÉSICOS

- Opióides (buprenorfina, morfina) - AINES (flunixin meglumine, meloxicam, carprofeno)

ANESTÉSICOS GERAIS - Barbitúricos (tiopental, pentobarbital) - Anestésicos dissociativos (cetamina) - Não barbitúricos (propofol, etomidato)

TRANQUILIZANTES E SEDATIVOS

- Agonisas alfa-2 (xilazina) - Fenotiazínicos (acepromazina) - Benzodiazepínicos (diazepam, midazolam)

ANALGÉSICOS

- Opióides (buprenorfina, morfina) - AINES (flunixin meglumine, meloxicam, carprofeno)

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ANESTÉSICOS INJETÁVEIS

TIOPENTAL

- Soluções a 2,5%

- Intravenosa (IV), intraperitoneal (IP)

- pH muito alcalino

- Hipotermia, hipoventilação, hipóxia, acidose, hipercarbia

- Ratos à 20 – 40 mg/kg, IP

- Camundongos à 20 – 50 mg/kg, IV, IP - Coelhos à 30 – 50 mg/kg, IV

BARBITÚRICOS

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- O mais popular em animais de laboratório

- Não irritante, barato, disponível, latência curta - Pobre analgesia

* ↑doses para permitir procedimentos dolorosos * ↑ depressão cardiorrespiratória

- Ratos * 30 – 40 mg/kg, IV / 30 – 60 mg/kg, IP

- Camundongos

* 40 – 70 mg/kg, IP (10-20 minutos de anestesia) * Latência 5-10 min * Machos mais sensíveis do que fêmeas

- Coelhos * Dose anestésica à próxima da que provoca apnéia * 25 – 60 mg/kg, IV * Taquifilaxia (mais do que 1 vez por semana)

PENTOBARBITAL

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ANESTÉSICOS INJETÁVEIS

CETAMINA - Fármaco seguro - Isoladamente

* Mínima depressão cardiorrespiratória * Rigidez muscular e anestesia incompleta

- Camundongos

* 50 – 100 mg/kg, IV, IP, IM - Ratos

* 50 – 100 mg/kg, IV, IP, IM - Coelhos

* 20 – 60 mg/kg, IV, IM

DISSOCIATIVOS

CETAMINA + XILAZINA - Minimizar a rigidez muscular - Fornecer melhor analgesia - Hipoxia, hipercarbia, acidose, hipotensão, hipotermia, hiperglicemia, salivação, poliúria, bradicardia - Camundongos

* Xilazina 5 mg/kg + Cetamina 100 mg/kg, IM * Latência 2-3 minutos, duração 80-110 minutos

- Ratos

* Xilazina 5-21 mg/kg + Cetamina 40-85 mg/kg, IP, IM * Pico 15-30 minutos, duração 90-120 minutos

- Coelhos * Xilazina 2,5-10 mg/kg + Cetamina 22-50 mg/kg, IV, IM

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- Fatores críticos 1. Volume a ser administrado 2. Local de administração 3. Propriedades do fármaco (irritação, absorção) 4. Método/via de administração 5. Taxa de absorção (dose, latência, duração)

- Diluição dos fármacos irritantes - Aplicação de pequenos volumes em vários locais - Bolus, múltiplas administrações, infusão contínua

ANESTESIA PARENTERAL

Concentração p lasmát ica de um fármaco administrado em regime de dose múltipla por via extravascular(EV) e intravascular(IV).

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C platô

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C platô

Concentração plasmática de um fármaco administrado em regime de infusão contínua.

ANESTESIA INTRAVENOSA

Métodos de administração

Bolus Infusão contínua

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INTRA-PERITONEAL - Técnica mais popular em roedores (não em coelhos)

* Requer mínima habilidade * Quando o acesso venoso é difícil * ã Área de absorção e tamponamento * A maioria dos protocolos são desenvolvidos para esta via * Peritonite (substâncias irritantes e infecção)

- Técnica * Contenção * Cabeça dirigida distalmente * Aplicar no quadrante abdominal inferior esquerdo

- Erros na técnica * Jejum * Agulha pequena (13x0,45) / usar agulha maior (25x6) * Injeção no subcutâneo, gordura, parede abdominal

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INTRAMUSCULAR - Músculos da coxa ou músculos epaxiais - Irritação local

* Claudicação, ulcerações, automutilação - Dor e distresse nos animais - A aplicação deve ser profunda e não superficial - Usar agulhas pequenas - Aplicar em locais diferentes - Diluir o fármaco - Não utilizar em camundongos (↑complicações)

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INTRAVENOSA - Requer habilidade e conhecimento técnico - Ratos, camundongos

* Veia lateral da cauda * Metatarsiana dorsal * Safena lateral * Sublingual

- Coelhos

* Veia marginal da orelha

- Vasodilatação (água quente, irritantes, lâmpada, aquecedor) - Cuidado com o embolismo gasoso - Anestesia local (Emla®)

- Agulhas pequenas

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ANESTÉSICOS INALADOS Eter

Clorofórmio Halotano

Isoflurano Metoxiflurano

Enflurano Sevoflurano Desflurano

Óxido nitroso

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Halotano Isoflurano

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S - Anestesia em grupo ou sequencial

- É necessária maior competência técnica - Problemas

* Dificuldade na intubação * Trauma do tecido orofaríngeo * Irritação ou ruptura da traquéia (enfisema subcutâneo) * Custo dos equipamentos (vaporizadores, oxigênio, máscaras, câmaras, circuitos)

* Poluição do ambiente cirúrgico - Vantagens

* Maior controle da profundidade anestésica * Maior % de sobrevivência * Mínima metabolização e excreção * Recuperação rápida e menor interferência no protocolo * Os equipamentos não são descartáveis

ANESTÉSICOS INALADOS

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ÉTER - Muito usado antigamente (?!) - Em 1996 recomendou-se descontinuar seu uso - Vantagens

* Barato * Seguro para o animal (?) * Duração curta 5-10 minutos * Mínimos efeitos cardiorrespiratórios

- Desvantagens

* Indução desconfortável à irritante para as vias respiratórias * Aumenta a morbi-mortalidade por doença respiratória * Risco de explosão (também as carcaçasàventilar bem) * Alterações hipotalâmicas e hepáticas

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HALOTANO - Não inflamável, explosivo nem irritante - É ideal o uso de vaporizador calibrado - Metabolismo hepático

* Indução hepática após 30-60 minutos de anestesia * Hepatotoxicidade

- Indução com máscara facial * 3-5%

- Manutenção

* 2-3%

- Recuperação em 10-15 minutos após 40 de anestesia - Imunossupressão

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ISOFLUORANO

- Menor risco anestésico

- É ideal o uso de vaporizador calibrado

- Metabolismo hepático mínimo

- Indução e recuperação anestésica rápidas

- Poucos estudos

- Imunossupressão

MÉTODOS DE ADMINISTRAÇÃO

- Método aberto (Bell Jar)

- Câmara de indução

- Sistemas sem reinalação de gases

- Sistemas com reinalação de gases (raramente usados)

- Câmara de indução

- Fonte de oxigênio

- Vaporizador

- Máscaras de vários tamanhos

- Tubos endotraqueais (cateteres)

- Fonte de luz (fibra óptica, lanterna)

- Espéculo ou laringoscópio adaptado

- Circuitos miniaturizados

Volume interno da câmara anestésica (ml)

Concentraçãodo anestésico 1000 ml 2000 ml 3000 ml 4000 ml 5000 ml Isofluorano 1% 0.05 0.10 0.15 0.20 0.26 2% 0.10 0.20 0.31 0.41 0.51 3% 0.15 0.31 0.46 0.61 0.77 4% 0.20 0.41 0.61 0.82 1.02 5% 0.26 0.51 0.77 1.02 1.28

* Volume em mililitros Cálculado a 20ºC e 760mmHg Anesthesia and Analgesia in Laboratory Animals. 1997. Academic Press p32.

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O INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL

Sondas orotraqueais

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O INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL

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Carrol, L. In: Muir et al., 2007

INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL

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MONITORAÇÃO ANESTÉSICA Buprenorfina Camundongos à 0,5-2,5 mg/kg, b.i.d., ou t.i.d., s.c., i.p. Ratos à 0,25-1,6 mg/kg, b.i.d. ou t.i.d., s.c., i.p. Coelhos à 0,0075-0,3 mg/kg, b.i.d. ou t.i.d., i.v. Butorfanol Camundongos à 0,05-5 mg/kg, a cada 2 a 4 horas, s.c., p.o. Ratos à 0,04-2 mg/kg, a cada 2 a 4 horas, s.c., p.o. Coelhos à 0,1-1,5 mg/kg, a cada 2 a 4 horas, s.c., p.o.

AINES Carprofeno 4-5 mg/kg, c. 12-24h, SC Meloxicam 0,2 mg/kg, c. 12-24h, PC, IM, SC Cetoprofeno 2-5 mg/kg, c. 12-24h, SC Flunixin meglumine 2 mg/kg, c.12h, SC Dipirona 50-600 mg/kg, c. 8-12h, SC, IP, IV

Morfina Camundongos à 2-4 mg/kg, a cada 2 a 4 horas, i.p. Ratos à 1-10 mg/kg, a cada 2 a 4 horas, i.v., i.p. Coelhos à 1-10 mg/kg, a cada 2 a 4 horas, i.v., i.m.

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