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1 Polo: Agudo RS Disciplina: Elaboração de Artigo Científico Professor Orientador: Profª. Drª. Juliana Vizzotto Data da defesa: 01 de dezembro de 2012 WebQuest recurso pedagógico no ensino de geografia WebQuest educational resources in teaching of geography SCALAMATO, Angelita Tomazetti. Graduada em Licenciatura em Geografia pela Faculdade Imaculada Conceição/FIC e Especialista em Interpretação de Imagens Orbitais e Sub Orbitais pela Universidade Federal de Santa Maria, RS. RESUMO O presente trabalho reflete sobre as possibilidades de interação social ao usar as tecnologias na escola, utilizando a internet como recurso pedagógico. O artigo produzido visa a analisar a aplicabilidade da WebQuest nas aulas de geografia, em uma turma de 2º Ano do Ensino Médio, no Colégio Tiradentes da Brigada Militar de Santa Maria. A metodologia adotada abarca uma revisão bibliográfica sobre WebQuest, bem como o seu processo de construção. A principal conclusão obtida demonstra a importância do professor na construção da WebQuest, especialmente na seleção de fontes seguras na internet e na elaboração de tarefas que instiguem o aluno a construir seu próprio conhecimento, mediado pelo trabalho docente. Palavras-chave: Aprendizagem. Geografia, Internet. WebQuest.

Angelita scalamato

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Polo: Agudo – RS Disciplina: Elaboração de Artigo Científico

Professor Orientador: Profª. Drª. Juliana Vizzotto Data da defesa: 01 de dezembro de 2012

WebQuest – recurso pedagógico no ensino de geografia

WebQuest – educational resources in teaching of geography

SCALAMATO, Angelita Tomazetti. Graduada em Licenciatura em Geografia pela Faculdade Imaculada Conceição/FIC e Especialista em Interpretação de Imagens Orbitais e Sub Orbitais pela Universidade

Federal de Santa Maria, RS.

RESUMO

O presente trabalho reflete sobre as possibilidades de interação social ao usar as tecnologias na escola, utilizando a internet como recurso pedagógico. O artigo produzido visa a analisar a aplicabilidade da WebQuest nas aulas de geografia, em uma turma de 2º Ano do Ensino Médio, no Colégio Tiradentes da Brigada Militar de Santa Maria. A metodologia adotada abarca uma revisão bibliográfica sobre WebQuest, bem como o seu processo de construção. A principal conclusão obtida demonstra a importância do professor na construção da WebQuest, especialmente na seleção de fontes seguras na internet e na elaboração de tarefas que instiguem o aluno a construir seu próprio conhecimento, mediado pelo trabalho docente.

Palavras-chave: Aprendizagem. Geografia, Internet. WebQuest.

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ABSTRACT

This work reflects upon the possibilities of social interaction when employing technologies at school, by using the internet as a pedagogical resource. The produced article aims to analyze WebQuest's aplicability in geography classes, in a second year class from High School Education, at Tiradentes High School of Military Brigade from Santa Maria. The adopted methodology covers a literature review about WebQuest, as well as its construction process. The main obtained conclusion demonstrates the importance of teachers in WebQuest's constitution, specially in the selection of safe sources on the internet and the elaboration of tasks which instigate the student to build his own knowledge, mediated by teachers' job. Key words: Learning. Geography. Internet. WebQuest.

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1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho visa à aplicação das tecnologias de informação e

comunicação em contexto escolar nas aulas de geografia do ensino médio,

enfatizando a construção de uma Webquest pelo professor. Objetiva-se também

analisar como o aluno interage com as ferramentas tecnológicas e como ele constrói

seu conhecimento a partir das orientações fornecidas na tarefa, além de observar a

forma como o professor auxilia nesse processo de aprendizagem.

O tema escolhido foi pautado na necessidade do atual sistema educacional

rever sua prática de ensino. Nesse contexto, o educador necessita estar em

constante aperfeiçoamento, buscar novas metodologias, entre elas o uso das

tecnologias, para que saiba dominar e utilizar os recursos tecnológicos nas suas

práticas pedagógicas. Desta forma, a Internet torna-se uma fonte inesgotável de

material didático e de recursos, de modo que o professor deva fazer as escolhas

certas e orientar o aluno na busca de fontes confiáveis para a construção de seu

conhecimento de forma segura. Segundo Moran,

Os professores podem ajudar os alunos, incentivando-os a aprender a perguntar, a enfocar questões importantes, a definir critérios na escolha de sites, na avaliação de páginas, a comparar textos com visões diferentes. Os professores podem focar mais a pesquisa do que dar respostas prontas, ou aulas todas acabadas. (MORAN, 2007, p.103).

Dentro dessa visão, o presente trabalho vem colaborar para o ensino da

geografia, tendo como principal objetivo tornar o aluno um ser reflexivo e autônomo

no seu processo de aprendizagem. Ressaltando que para esse processo alcançar

resultados satisfatórios, deve-se propor temas relevantes e atuais ‘que exijam

reflexões direcionadas para práticas, tanto na escala local quanto global’, de acordo

com Castrogiovanni( 2007, p.44).

A pesquisa será aplicada em uma turma do 2º Ano - Ensino Médio – no

Colégio Tiradentes da Brigada Militar de Santa Maria. Destaca-se que ela será

desenvolvida com alunos que dominam as tecnologias, sendo que a maioria possui

computador, participa das redes sociais e utiliza os recursos tecnológicos como

pesquisa para a elaboração e apresentação dos trabalhos escolares. Diante desse

quadro, o professor sente-se motivado a buscar o aperfeiçoamento e, ainda segundo

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Moran (2007, p. 29), os alunos “tornam-se interlocutores lúcidos e parceiros de

caminhada”.

A escola possui uma sala de informática com 16 computadores, no entanto

não há acesso à Internet e os alunos argumentam que o sistema Linux, instalado

nos computadores, não fornece praticidade no uso. Para compensar essas

dificuldades, a escola disponibiliza uma rede Wi Fi, de modo que os alunos possam

levar os seus notebooks à sala de aula, além de que todas elas possuem projetores

multimídia, sendo necessário, então, professores e alunos levarem seus notebooks.

Este trabalho conta com as seguintes partes: a introdução inicial; o referencial

teórico no qual se embasou a pesquisa; a metodologia, em que se descreve a

experiência realizada em sala de aula e, por fim, a análise dos resultados obtidos.

2. SEÇÃO DE REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Verifica-se, nos dias atuais, o aumento no emprego das tecnologias nos

espaços escolares. Nesse sentido, o Governo Federal implantou, nas escolas

públicas, ambientes tecnológicos (laboratórios de informática com computadores,

impressoras e outros equipamentos e acesso à Internet banda larga), através do

Programa Nacional de Informática na Educação - Proinfo, com o Decreto nº 6.300,

de 12 de dezembro de 2007. Destaca-se que esses recursos devem auxiliar a

prática pedagógica do professor em sala de aula.

Conforme Ministério de Educação e Cultura/ Secretária de Educação Básica

(2006), o ensino da geografia compõe o currículo do ensino fundamental e médio,

não fazendo parte deste componente curricular somente a descrição. Deve-se,

sobretudo, preparar o aluno para conhecer sua realidade, pensar, tomar decisões e

buscar transformações no meio no qual está inserido. Nos dias atuais, com as

tecnologias da informação e comunicação, com os avanços nas pesquisas

científicas e com as transformações espaciais, o ensino de geografia torna-se

importante na compreensão do mundo atual.

Os conteúdos abordados em sala de aula devem abarcar temas significativos

para o aluno, ou seja, assuntos que levem em conta o material produzido pela

comunidade científica e a sua realidade, a fim de que ele possa se apropriar do

conhecimento de maneira prazerosa. Dessa forma, os educadores do ensino de

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geografia devem articular saberes do cotidiano e o conhecimento historicamente

acumulado.

O MEC (2006, p. 56) propõe o ensino de geografia através de eixos

temáticos, onde

A Geografia que se quer ensinar para o ensino médio deve ser pensada no sentido de formar um cidadão que conheça os diferentes fenômenos geográficos da atualidade tendo em vista o processo de globalização e suas rupturas, dadas pela resistência dos movimentos sociais e as contradições inerentes ao sistema capitalista, além de privilegiar os diferentes cenários e atores sociais, políticos e econômicos em diferentes momentos históricos. As novas tecnologias de informação e a cartografia passam a ter também um papel importante na compreensão do mundo. (MEC, 2006, p.56)

Com isso, irei abordar aqui o uso da WebQuest como uma ferramenta que

poderá auxiliar o processo de aprendizagem nas aulas de geografia, tornando as

aulas dinâmicas, reflexivas e possibilitando que o aluno, através da pesquisa

orientada, busque construir seu saber.

A Webquest foi desenvolvida pelo professor Bernard Dodge, professor de

Tecnologia Educativa da Universidade Estadual de San Diego na Califórnia, EUA,

em 1995, e é definida, segundo Dodge (2005), como uma metodologia, cujo objetivo

é desenvolver no aluno a capacidade de entender o mundo a partir de informações

disponíveis na Internet. Consiste em um modelo simples, mas que ofereça as

informações necessárias aos alunos para que realizem sua pesquisa em sites pré-

determinados e confiáveis. Isso porque observamos o grande número de sites

disponíveis, de forma que o aluno, sem o direcionamento do professor, poderá se

perder com tantas informações.

A Webquest é considerada uma metodologia de pesquisa que deve incentivar

alunos e professores a usarem a internet como recurso educacional, aprimorando a

pesquisa em suas aulas. A parte inicial dessa metodologia corresponde à seleção de

um tema, um conteúdo escolhido pelo professor que deve ser organizado de

maneira criativa e instigante, a fim de que o aluno tenha um roteiro programado das

atividades a serem desenvolvidas. Silva (2008, p.47), em seu conceito sobre

WebQuest, destaca o papel do professor e do aluno:

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A WebQuest irá orientar a “navegação” do estudante na grande rede de computadores a fim de se obter a construção e reconstrução de conhecimentos ali encontrados. Ele estará mais concentrado em seu tema de pesquisa, com um processo definido para executá-la, com tarefas e recursos predefinidos. O ensino não consistirá apenas em dizer o que o estudante deve fazer, ao contrário, o professor irá tornar-se um questionador, um organizador, ira estruturar problematizações desafiadoras e fornecer apoio para a execução do estudo. Portanto, são estratégias que aumentam a motivação do aluno que, estando motivado não somente faz mais esforços, como está mais alerta a realizar mais conexões, o que resulta em uma aquisição de conhecimentos significativos.(SILVA, 2008, p.47)

Bernie Dodge organizou a WebQuest de modo que ela deva conter:

Introdução, Tarefa, Processo- no qual o professor deverá disponibilizar os links que

abordarão o assunto/tema da pesquisa-, Recursos, Avaliação e Conclusão. Hoje, já

encontramos WebQuest onde a Tarefa foi substituída por Desafio e o Processo pode

estar junto com os Recursos. Para que as tarefas sejam desafiadoras, o professor

deve propor atividades como: relacionar, analisar, comparar, descrever,

compreender, sintetizar, opinar, discutir, consultar, representando os conhecimentos

adquiridos através de mídias diversas, sendo o autor de seu processo de

aprendizagem.

Uma das etapas mais importantes na produção da Webquest é a elaboração

da tarefa que deverá ser atraente, incentivando o aluno a construir seu próprio

conhecimento, além de procurar elaborar um produto criativo que possa ser

apresentado aos colegas. O trabalho deverá ser orientado para que se desenvolva

em grupos, onde ocorra uma interação entre os colegas e com a tecnologia. Todo o

processo, desde a criação da Webquest até o material produzido pelos alunos, deve

ser publicado na web e estar online.

A WebQuest, conforme sua metodologia de orientar todo o processo de

aprendizagem, não deve ser vista como uma forma de restringir o acesso a outros

sites, mas simplesmente evitar que os alunos pesquisem em sites não confiáveis ou

que abordem o assunto de maneira trivial ou com conhecimento raso. Ao elaborar a

WebQuest, o professor torna-se autor de seu Material Didático, publicando-o em um

site na Internet. Desse modo, o educador passa credibilidade, confiança para o

aluno, além de possibilitar que ele acesse o material em outro espaço, não sendo

somente na sala de aula.

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Uma WebQuest, conforme Dodge (1995) pode ser de curta ou longa duração.

A de curta duração pode levar até três aulas e serve para aquisição do

conhecimento, enquanto a longa leva de uma semana a um mês de trabalho escolar,

compreendendo a ampliação e a aquisição do conhecimento. A Webquest

desenvolvida nesse trabalho foi longa e espera-se que o aluno, após a resolução,

enriqueça seus conhecimentos e desenvolva algo que outros possam utilizar,

através da Internet ou fora do ambiente virtual.

3. METODOLOGIA

No intuito de atingir os objetivos aqui propostos, desenvolveu-se a Webquest

para ser aplicada nas aulas de geografia, no Ensino Médio do Colégio Tiradentes da

Brigada Militar de Santa Maria/RS, localizado na área central da cidade. A

WebQuest transcorreu durante o segundo semestre de dois mil e doze, sendo que

os resultados foram obtidos através de observações e conversas em sala de aula

com os alunos.

O percurso metodológico da presente pesquisa deu-se primeiramente por

meio da pesquisa bibliográfica sobre WebQuest - tema a ser desenvolvido e a sua

construção.

A escolha do assunto baseou-se na grade curricular exposta no Plano de

Estudo da Escola. O conteúdo selecionado deveria ter relação com o conhecimento

associado a uma realidade em constante mudança e de relevância social. Nesse

sentido, optou-se pelas migrações, uma vez que esse assunto passa por constantes

mudanças, influencia a sociedade e consiste num tema que constantemente é

abordado nas provas de seleção para ingresso nos cursos de graduação.

A WebQuest desenvolvida possui o título: “As Migrações na Era Global” e

está disponível na Internet em:

http://www.webquestbrasil.org/criador2/webquest/soporte_tabbed_w.php?id_actividad=1656

8&id

Este recurso pedagógico foi editado no site escolaBR.org, onde possui o

servidor PhpWebQuest, disponível na Internet, de fácil manuseio, sendo necessário

o cadastro para incluir a atividade planejada no site. A atividade fica disponível aos

alunos e docentes, favorecendo o compartilhar do saber pedagógico.

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A aplicação da Webquest ocorreu em sala de aula, não sendo necessário o

deslocamento dos alunos até o laboratório de informática. As salas de aula da

escola contam com uma infraestrutura suficiente para o desenvolvimento do

trabalho- uma Rede Wi Fi e projetores multimídias. O uso do computador em sala de

aula é permitido, quando solicitado pelo professor.

Para a realização deste trabalho, foi necessária a pesquisa de como elaborar

uma Webquest, quais recursos tecnológicos seriam utilizados para desenvolver a

tarefa e como adicioná-la na Web. Procurou-se privilegiar a pesquisa, a criação, a

análise e a organização por meio de atividades inovadoras, motivadoras e que

viessem a contribuir com a aprendizagem do aluno.

Para a aplicação da Webquest, procurou-se expor aos alunos o que é uma

Webquest, fornecendo a sua página na internet, onde os alunos puderam visualizar

e acessá-la. Posteriormente, foi realizada uma leitura de cada página com as

orientações que cada aluno deveria seguir e, em seguida, foi realizada a

interpretação das obras de arte expostas no roteiro.

3.1 Desenvolvimento da Webquest

A Webquest proposta foi identificada como “As Migrações na Era Global” e

teve como objetivo fazer com que os alunos aprendessem o conteúdo de maneira

diferente, a partir da pesquisa, além de possibilitar que construíssem coletivamente

seu aprendizado.

Para o desenvolvimento da WebQuest, procurou-se seguir o modelo,

existente no site: escolabr.org, constituído de: Introdução, Tarefa, Processo,

Avaliação e Conclusão. A seguir, cada página é descrita.

3.1.1. Introdução

Na linguagem da introdução, procurou-se instigar o aluno para os desafios

que teriam de realizar.

Desse modo, a figura 1 apresenta a primeira interface da Webquest, a

Introdução, que aborda os fluxos migratórios e a relação com a globalização e os

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avanços técnico-científicos, instigando o aluno a descobrir a relação entre esses

processos.

Figura 1 – Interface de identificação da Webquest

3.1.2 Tarefa

A figura 2 traz a tarefa, considerada, segundo Dodge, a parte mais importante

da WebQuest, uma vez que deve incentivar a criatividade.

As atividades propostas para os alunos contaram com a elaboração de um

Mapa Mental, a elaboração de um vídeo e uma produção textual. Procurou-se inserir

tarefas dinâmicas, em que os alunos interagissem realmente com a tecnologia.

A primeira atividade a ser apresentada foi o Mapa Mental que é considerado

como estratégico e foi desenvolvido pelo psicólogo Tony Buzan no início da década

de 70. Nele, é possível registrar o pensamento de uma maneira criativa e flexível,

utilizando diagramas para memorizar e visualizar o que o aluno está estudando

(BUZAN, 2005). A escolha do Mapa Mental deu-se devido à forma mais simples e

rápida de reunir informações, entender conceitos, realizar a atividade em conjunto e

de representar os vários tipos de movimentos migratórios. O Software utilizado para

a elaboração do Mapa Mental foi o XMind, sendo que os alunos poderiam usar

imagens.

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Outra atividade solicitada foi produção de um vídeo, por ser uma prática que

os alunos realizam com facilidade, dominando programas de edição de imagens.

Como diz Moran (2009), eles leem o que podem visualizar, assim, o propósito da

escolha dessa atividade foi produzir um vídeo que contasse a história de um

migrante, descobrir suas dificuldades, seus interesses em migrar e em que contexto

esta partida estaria inserida, observando os sentimentos que envolvem a partida e a

chegada. Além disso, buscou-se fazer com que o aluno aprendesse um conteúdo

que muitas vezes parece tão distante de sua realidade, mas que acabassem

descobrindo pessoas a sua volta que estariam na situação estudada.

A terceira tarefa consistiu numa produção textual, onde os alunos tiveram que

realizar um texto em conjunto.

Dodge (1995) classificou as tarefas em 12 categorias: Tarefas de repetição;

de compilação; de mistério; jornalísticas; de design; criativas; de consenso; de

persuasão; de autoconhecimento; analíticas; de julgamento e Tarefas científicas.

Na elaboração do Mapa Mental, usaram-se as seguintes classificações de

Dodge:

Repetição - o aluno irá, através de esquema, sintetizar os conceitos

migratórios que aprendeu e apresentar o conteúdo de maneira diferente do original.

Compilação – terá que selecionar organizar e sintetizar as informações,

disponíveis em diferentes formatos, transformando-as.

Julgamento – o grupo deverá definir o que é importante e tomar decisões em

conjunto.

Enquanto para a elaboração da tarefa textual sobre as migrações, a

classificação abordada, conforme Dodge (1995) foi a jornalística, de modo que os

alunos reunissem dados e organizassem textos, neste caso, para serem publicados

no blog da turma.

A elaboração do vídeo exigiu criatividade – Produtos Criativos - em que os

alunos pudessem desenvolver um produto considerando a realidade vivida.

Desse modo, as três tarefas em conjunto utilizam as classificações: de

Consenso, onde os alunos teriam que definir o que é importante, resolver conflitos

devido às diferenças de opiniões; Criatividade, onde teriam que usar a imaginação

para elaborar um produto, organizar as ideias e produzir um material diferenciado e,

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por fim, a de Autoconhecimento, tarefa que poderia auxiliar o aluno a adquirir um

conhecimento maior sobre si mesmo.

Figura 2 – Tarefa

3.1.3 Processo

Nesta etapa, há o roteiro que o aluno deverá percorrer para desenvolver a

Tarefa, sendo que nela encontram-se os sites selecionados para a pesquisa.

Ressalta-se que a finalidade da escolha dos sites é fazer com que os alunos não se

percam com a grande quantidade de informações disponíveis na Internet. Assim,

foram selecionadas diferentes fontes de pesquisa, textual e exibição de vídeo,

oferecendo subsídios para o aluno produzir suas tarefas, tornado-se protagonista de

seu conhecimento e não um agente passivo do processo de aprender. As fontes Off-

line devem-se ao material didático, que é adotado pela escola, disponível aos

alunos.

As WebQuest devem propor o trabalho em grupo, incentivar a troca,

compartilhar diferentes ideias e fontes de conhecimento, por esse motivo foi

solicitado que as atividades propostas fossem realizadas em grupo.

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Figura 3 – Processo

3.1.4 Avaliação

A Figura 4 indica a avaliação, o modo como o aluno será avaliado e os

critérios para a tarefa a ser desenvolvida.

Para Abar & Barbosa (2008,46)

Tal forma de avaliação permite que os alunos conheçam os critérios que serão considerados na avaliação da tarefa e que indicam se ela foi concluída com sucesso. Tais critérios devem estar claramente estabelecidos e de acordo com os objetivos. (ABAR&BARBOSA, 2008,p.46)

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Figura 4 – Avaliação

3.1.5 Conclusão

Na última interface, a Figura 5 é representativa da conclusão,

realçando a importância do trabalho desenvolvido pelos alunos e onde o

professor reforça o que espera do trabalho.

De acordo com Dodge (1995), durante o processo de desenvolvimento

desta WebQuest, o aluno estará em contato com diferentes informações,

refinando seu conhecimento e transformando-o.

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Figura 5 – Conclusão

4 RESULTADOS

A tecnologia em uso nesta proposta é destinada à educação presencial

e, parte dela, à distância, baseada em recursos oferecidos pela internet. E um

material didático em que a tecnologia da informação e comunicação é usada como

suporte para a prática pedagógica. A Webquest tem a proposta de orientar a

pesquisa na internet, oferecendo ao aluno a construção do conhecimento de forma

colaborativa, dinâmica e criativa, com a orientação do professor.

A aplicação da Webquest em sala de aula transcorreu de maneira

tranquila. Os alunos a viram como algo novo, que auxiliou na aprendizagem do

conteúdo, mostrando os caminhos que deveriam ser seguidos com orientações do

trabalho de forma organizada e confiável, pois com as indicações dos sites eles

teriam mais tempo para se dedicar à leitura, não perdendo tempo na busca de sites

para as respostas.

Das fontes sugeridas no recurso, apenas o livro didático foi utilizado em sala

de aula, já que se solicitou aos alunos que acessassem em casa as outras fontes.

Os alunos salientaram a importância da disponibilidade das fontes para estudo

extraclasse.

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Após a apresentação dos trabalhos, realizou-se uma conversa com os

alunos, nela, eles salientaram, de maneira geral, que as tecnologias contribuem para

a aprendizagem, pois elas fazem parte da realidade deles. A seguir, transcrevo

alguns comentários dos alunos a este respeito:

“A tecnologia faz parte de nossas vidas e ver a possibilidade de aprender

através dela torna esta ferramenta ainda mais atraente e utilitária.” Grupo1.

“A tecnologia é um instrumento que nos instiga a aprender, foge dos

parâmetros impostos pela escola tradicional”. Grupo3.

Dessa forma, as tarefas propostas para a aquisição de conhecimento foram o

Mapa Mental, o Vídeo e o texto. Dentre as três atividades, aquela que os

participantes mais gostaram de realizar foi o Mapa Mental. Os alunos salientaram

que aprenderam os conceitos de forma diferente, organizando as ideias sobre o

tema migrações e não tiveram dificuldades em manusear o programa, pois a

professora passou todas as informações necessárias.

Já com relação à produção do vídeo, alguns grupos acharam a atividade

muito boa, puderam sentir o quanto é dolorido a separação, a vida deixada para trás

numa migração e as expectativas de viver em um país com uma cultura diferente.

Um dos grupos teve dificuldade em encontrar um imigrante, alguém disposto a

gravar, relatar sua experiência, enquanto outro grupo, que teve a mesma dificuldade,

possuindo um parente na Europa, mandou as questões via email e digitou as

respostas no Blog. Dois grupos tiveram dificuldades com a tecnologia, pois gravaram

com um aparelho celular que não captou muito bem o som, acarretando problemas

no momento da edição. Diante dessas dificuldades com o uso dos equipamentos

tecnológicos, vejo a importância de realizar a entrevista, pois é um momento de

conhecer a realidade do “outro” e permitir que a atividade possa ser apresentada de

forma diferenciada.

No que se refere à produção textual, ela foi realizada em conjunto e os alunos

expuseram a opinião de que todas as atividades se complementam e ajudam na

compreensão do conteúdo abordado.

Com toda a preocupação da professora em orientar o trabalho, em estar

sempre por perto, motivando e auxiliando nas atividades mais difíceis, alguns

alunos salientaram que foram muitas as atividades propostas e que ocuparam muito

tempo. Como o vídeo, por exemplo, que exigiu produção, edição, e encontrar

alguém disposto a conceder uma entrevista.

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As atividades propostas foram postadas no Blog da turma. Esse recurso

auxiliou o desenvolvimento do trabalho, pois, na medida em que as tarefas eram

realizadas, elas eram postadas no ambiente virtual. Coube ao professor, neste

momento, ficar atento e observar se os grupos estavam realizando as atividades e

se não estavam, o grupo era chamado para relatar o que estava acontecendo, de

modo que o professor pudesse tomar as medidas necessárias para encontrar a

solução. O Blog também contribuiu como ressaltou um grupo, para a defesa de um

mundo mais sustentável, pois os trabalhos deixam de ser impressos, economizando

assim folhas e tinta e ainda faz com que as atividades fiquem organizadas

cronologicamente, além de possuir espaço para comentários.

No entanto, apesar de algumas dificuldades relatadas pelos alunos, notou-se

o empenho em realizar as tarefas, a criatividade em elaborar os mapas mentais, a

sensibilidade em realizar as entrevistas e a integração do grupo para realizar a

produção textual.

As postagens dos alunos, referentes aos trabalhos realizados, mapa mental,

vídeo e texto, estão no Blog da turma: 2B em Rede

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Uma Webquest compreende uma metodologia que procura desenvolver a

construção do conhecimento do aluno a partir de informações provenientes da

internet. Além de incentivar o professor a ser autor de seu próprio material

pedagógico, favorece também o uso correto e adequado dos recursos tecnológicos

nas escolas.

Para isso, precisa-se de uma escola que possa prover mecanismos que

possibilitem a aprendizagem com o uso de recursos interativos e de colaboração.

O papel do professor ao trabalhar a WebQuest é de muita responsabilidade,

pois devem estar bem claros os seus objetivos, além de realizar uma busca

criteriosa em sites confiáveis, adequados para a idade, série do aluno. Também se

deve selecionar sites que possibilitem a realização da tarefa. O professor necessita

para isso estar em permanente processo de aprendizagem, para conhecer e lidar

com as novas tecnologias e elaborar atividades adequadas aos objetivos

pedagógicos.

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Em relação aos alunos, observou-se o envolvimento e a participação nas

atividades propostas, onde o uso da WebQuest contribuiu para o seu processo de

aprendizagem e autonomia, demonstrado na realização de suas atividades.

A partir da pesquisa sobre WebQuest, salienta-se que ela consiste numa

metodologia instigante e que incentiva e orienta a pesquisa do aluno em sites

seguros e variados.

Espera-se que essa pesquisa sirva de ponto de partida para novas

possibilidades de trabalho em sala de aula, já que as previsões se confirmaram, pois

a execução do projeto permitiu vislumbrar resultados positivos na aprendizagem da

geografia com o uso da WebQuest.

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Nome do autor: Angelita Tomazetti Scalamato – [email protected] Nome do orientador: Profª Drª Juliana Vizzotto - [email protected]