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Análise e Previsão de Demanda numa Empresa de Distribuição de Medicamentos Roberto Freitas Werneck MONOGRAFIA SUBMETIDA À COORDENAÇÃO DE CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA PRODUÇÃO. Aprovada por: ________________________________________________ Prof. Marcos Martins Borges, D Sc. ________________________________________________ Prof. Paulo Ándré Lobo, M Sc. ________________________________________________ Eng. Francisco Wagner Azevedo Costa. JUIZ DE FORA, MG - BRASIL JANEIRO – 2007

Análise e Previsão de Demanda numa Empresa de ...CAPÍTULO II REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 10 1. INTRODUÇÃO 10 2. SÉRIES TEMPORAIS 12 2.1.1 CONCETOS BÁSICOS 12 3. MÉTODOS QUANTITATIVOS

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Análise e Previsão de Demanda numa Empresa de Distribuição de

Medicamentos

Roberto Freitas Werneck

MONOGRAFIA SUBMETIDA À COORDENAÇÃO DE CURSO DE ENGENHARIA

DE PRODUÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A

GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA PRODUÇÃO.

Aprovada por:

________________________________________________

Prof. Marcos Martins Borges, D Sc.

________________________________________________

Prof. Paulo Ándré Lobo, M Sc.

________________________________________________

Eng. Francisco Wagner Azevedo Costa.

JUIZ DE FORA, MG - BRASIL

JANEIRO – 2007

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WERNECK, ROBERTO FREITAS

Análise e Previsão de Demanda numa Em-

presa de Distribuição de Medicamentos

[Juiz de Fora] 2007

IV, 35 p. (UFJF, Engenharia de Produção

, 2006)

Tese - Universidade Federal de Juiz

de Fora, Faculdade de Engenharia

1. Previsão de Demanda I. UFJF II. Título (Série)

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AGRADECIMENTOS

Ao meu orientador Marcos Martins Borges que ajudou e confiou no meu

Trabalho.

À Athos Farma S/A que possibilitou o estudo de caso contido nesse trabalho.

À Minha família e Namorada que deu apoio nas horas difíceis sendo

fundamental para a concretização dessa tese.

Aos demais amigos e colegas que diretamente ou indiretamente ajudaram no

desenvolvimento desse trabalho.

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Resumo da monografia apresentada à Coordenação de Curso de Engenharia de Produção

como parte dos requisitos necessários para a graduação em Engenharia Produção.

Análise e Previsão de Demanda numa Empresa de Distribuição de

Medicamentos

Roberto Freitas Werneck

Janeiro/2007

Orientador: Marcos Martins Borges

Curso: Engenharia de Produção

Este trabalho tem como objetivo apresentar um estudo de caso sobre a previsão de

demanda para realização da programação da produção na linha de operações em uma

empresa de prestação de serviços. A empresa selecionada atua no ramo de distribuição de

medicamentos. O presente estudo de caso se propõe a analisar a demanda oriunda dos

clientes, estimando assim modelos matemáticos aplicados a séries temporais, usando uma

metodologia que parte de um modelo simples e aperfeiçoa para o mais complexo até a

obtenção de um modelo apropriado que melhor se adeque à realidade do mercado em

questão. Os dados a serem levantados devem ter periodicidade mensal e, espera-se,

através da construção dos modelos, realizar previsões com o intuito de propor melhorias no

processo de operações, adequando a programação de operações dessa empresa de forma

que ocorra ganho significativo em redução de custos e produtividade.

Palavras-chave: Previsão de Demanda, Apóio a Decisão e Séries temporais.

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Abstract of the monograph presented to the Coordination of Course of Engineering of

Production as part of the necessary requirements for the graduation in Engineering

Production.

Analysis and Forecast of Demand in a Company of Medicine Distribution

Roberto Freitas Werneck

January/2007

Advisor: Marcos Martins Borges.

Department: Engineering of Production

This work has as objective to present a case study on the forecast of demand for

accomplishment of the programming of the production in the line of operations in a rendering

of services corporation. The selected company acts in the branch of medicine distribution.

The present study of case if she considers to analyze the deriving demand of the customers,

being thus esteem mathematical models applied the secular series, using a methodology

that has left of a simple model and perfects for most complex until the attainment of an

appropriate model that better if adjusts to the reality of the market in question. The data to be

raised must have weekly regularity e, expect, through the construction of the models, carry

through forecasts with intention to consider improvements in the process of operations, being

adjusted the programming of operations of this company of form that occurs significant profit

in reduction of costs and productivity.

Work-Key: Forecast of Demand, Support the Decision and Secular series.

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Sumário

CAPÍTULO I INTRODUÇÃO 7

1. APRESENTAÇÕES 7 2. OBJETIVOS 7 3. JUSTIFICATIVAS 7 4. ESCOPO DO TRABALHO 8 5. METODOLOGIA 8

CAPÍTULO II REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 10

1. INTRODUÇÃO 10 2. SÉRIES TEMPORAIS 12 2.1.1 CONCETOS BÁSICOS 12 3. MÉTODOS QUANTITATIVOS DE PREVISÃO DE DEMANDA 13 3.1.1 MÉDIA MÓVEL 13 3.2.1 SUAVIZAÇÃO EXPONENCIAL 14 3.3.1 MODELOS BOX-JENKINS 14 3.3.1.1 METODOLOGIA DE BOX & JENKINS 16 4. ERROS DE PREVISÃO 17 4.1.1 AUTOCORRELAÇÃO 17

CAPÍTULO III ESTUDO DE CASO 19

1. A EMPRESA 19 2. COLETA DE DADOS 19 3. ANÁLISE 20

CAPÍTULO IV CONSIDERAÇÕES FINAIS 32

1. INTRODUÇÃO 32 2. MODELO ADEQUADO 32 3. HORIZONTES FUTUROS 33

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Capítulo I INTRODUÇÃO

1. APRESENTAÇÕES

O tema proposto no trabalho é bastante comentado no dia-a-dia das empresas, visto

que é de suma importância para um bom planejamento. Os setores de compras, vendas e

de produção, em geral são bastante afetados no que diz respeito à previsão de demanda.

Segundo Tubino (2000), “a previsão da demanda é a base para o planejamento

estratégico da produção, vendas e finanças de qualquer empresa”. Arnold (1999, p.228)

ainda justifica que “a previsão é inevitável no desenvolvimento de planos para satisfazer a

demandas futuras”. O trabalho levanta o seguinte questionamento: Qual o modelo de

previsão quantitativo dentre os estudados que mais se adequa para se efetuar previsões no

mercado de distribuição de medicamentos?

Este trabalho tem como proposta, analisar alguns modelos quantitativos de previsão

e selecionar o que melhor se adequar à realidade da série temporal em questão.

2. OBJETIVOS

Este trabalho analisa séries temporais de um produto de uma empresa do

ramo de distribuição de medicamentos, utilizando a metodologia do mais simples para o

mais complexo, com a finalidade de estimar modelos matemáticos para realizar previsões

de demanda, propondo assim melhorias no processo da empresa.

3. JUSTIFICATIVAS

O estudo proposto nesse trabalho de conclusão de curso será de grande importância

para a empresa em questão, pois irá alavancar estudos mais aprofundados de previsão,

para absorver melhor a volatilidade da demanda do mercado em questão. O trabalho

proposto pretende analisar a série temporal de um produto especifico a ser escolhido em um

segundo momento, propondo um modelo de previsão para o produto em questão.

Apesar de inicialmente o estudo ter um foco em apenas um produto a continuidade

do trabalho apresentado aqui se faz pertinente uma vez que possa ser estendido aos

demais produtos comercializados pela empresa, utilizando por exemplo um método de

clausterização. Ainda assim este trabalho será de grande importância para a empresa uma

vez que, toda a previsão de demanda atualmente é de forma empírica, ou com modelos que

não traduzem adequadamente a realidade do setor. Este estudo de caso tende a melhorar

os processos da empresa, uma vez que com a previsão de demanda, com uma maior

confiabilidade, o setor de compras poderá realizar uma redução de giro de estoque, além de

obter um estoque de segurança com uma margem reduzida. Já o setor de vendas pode

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adequar as estratégias de vendas para um volume específico e mais eficaz de demanda. O

processo logístico pode se adequar de forma estrutural, obtendo redução de custos

consideráveis levando em consideração a confiabilidade dos dados da previsão de

demanda. O trabalho será apresentado a setores estratégicos da empresa com intuito de

firmar a importância de se realizar previsões de demanda.

Cabe ainda ressaltar o caráter pessoal do autor, que pretende com esse trabalho

obter maior visibilidade da empresa.

4. ESCOPO DO TRABALHO

O estudo de caso teve como recorte, a análise de um produto da empresa escolhida,

tendo como foco, um produto que tem suas vendas altas e com uma linha de tendência

crescente, além de vendas constantes ao longo do ano. Tendo essa série temporal, foi

analisado os modelos de previsão quantitativos apresentados no corpo do trabalho e foi

proposto dentre estes, um modelo que maior corresponda à série temporal em questão. A

empresa a ser estudada é a Athos Farma S / A e o trabalho usa números fictícios, para

manter o sigilo da empresa.

5. METODOLOGIA

Este trabalho foi desenvolvido em 7 (sete) etapas que estarão divididas da seguinte

forma:

• Escolha da empresa o A escolha da empresa, a partir do estágio realizado pelo autor, que

vislumbrou a possibilidade de desenvolvimento do trabalho.

• Revisão bibliográfica o Houve uma necessidade de estudar profundamente os modelos

preditos existentes, para que possa adequar o melhor modelo dado o

problema. Nesta etapa também pretendeu realizar estudos estatísticos

para se determinar a melhor escolha do produto que será analisado. Cabe

ressaltar ainda que, foi realizado estudos em sites e artigos, visando o

estado da arte no que diz respeito a previsão de demanda.

• Coleta de Dados o Por se tratar de um estudo de caso, foram realizadas pesquisas em

campo, com o objetivo de coletar dados, para o melhor desenvolvimento

do trabalho. Foram realizadas visitas à empresa, para entendimento do

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processo, visando identificar variáveis que venham a ser consideradas no

trabalho de conclusão de curso.

• Análise dos dados o Nesta fase todos os dados coletados foram analisados, tendo como

premissa, tratamento estatístico visando um melhor aproveitamento dos

dados. Foram analisados todos os modelos previamente estudados, para

que se obtenha um enquadramento de um modelo que melhor se

aproxime da realidade da série temporal. Esta fase foi realizada com a

ajuda de software de previsão de demanda, com o intuito de aperfeiçoar o

processo de análise.

• Escolha do modelo de previsão o Na escolha do modelo de previsão pretendeu-se utilizar um processo

dinâmico, onde as análises são realizadas de forma não seqüencial,

retornando sempre que necessário na fase anterior de análise dos dados,

podendo ainda retornar até a coleta de dados. Essa metodologia de voltar

ao processo anterior permite um melhor resultado do trabalho, pois

retomando o processo, falhas podem ser resolvidas, quando identificadas

nesta fase.

o A escolha de um dos modelos de previsão estudado consiste numa

análise de parâmetros, que serão analisados, de acordo com o

apresentado na revisão bibliográfica.

• Conclusão e Apresentação o Após a escolha do modelo de previsão, novamente pode-se utilizar a

reengenharia para retomar aos processos anteriores, com o objetivo de

melhorar o desempenho do trabalho.

o Neta etapa pretendeu-se propor um dos modelos estudados que

melhor se adequasse à série temporal utilizada

É importante ressaltar que as etapas utilizaram a reengenharia como ferramenta

fundamental, pois se acredita obter melhor aproveitamento de todas as etapas do trabalho,

contribuindo para um resultado final mais satisfatório.

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Capítulo II Revisão bibliográfica

1. INTRODUÇÃO

O fato de a logística estar presente no desenvolvimento das nações não quer dizer

que este ramo do conhecimento humano tenha sido amplamente discutido no meio

empresarial e acadêmico. Na verdade, a logística como disciplina empresarial começou a

ser discutida em meados da década de 50 do século passado, quando as empresas

sentiram a necessidade de uma coordenação integrada dos fluxos de informações e de

materiais (BALLOU, 1997, p. 37). O primeiro livro-texto sobre o tema só veio ser publicado

em 1961 (BALLOU, 2001, p. 21). Desde então a logística tem assumido um papel de

destaque no contexto empresarial, pois as exigências por maiores níveis de competitividade

têm obrigado às empresas a repensarem suas operações. Este fenômeno é explicado, em

grande parte, pelas mudanças ocorridas no cenário econômico e de mercado nas últimas

décadas. Sob o ponto de vista econômico, o avanço da globalização é um fator a ser

considerado. Com a abertura dos mercados, as grandes empresas passaram a competir em

escala internacional, influenciando a concorrência em países até então fechados como o

Brasil. O aumento da concorrência desenfreou uma corrida por melhores níveis de

competitividade, o que obrigou os gestores a adotarem práticas conhecidas como os

programas de qualidade, reengenharia entre outros.

Uma outra característica da nova economia consiste no aumento dos custos com

capital, principalmente para países em desenvolvimento. Os custos com capital aumentam

os custos de manutenção de estoques, que contribui significativamente para o aumento dos

custos logísticos. Com relação ao mercado, tem-se observado uma mudança no

comportamento dos consumidores, o que modifica totalmente a forma de atuação de uma

cadeia como um todo. Até pouco tempo, os consumidores eram mais fiéis às marcas ou

qualidade dos produtos. A ênfase estava no que o produto era e não o que ele podia

proporcionar. No entanto, com a estabilização da economia e o aumento da quantidade de

produtos, os consumidores passaram a dispor de mais opções de escolha, o que diminuiu a

importância da marca e aumentou a importância dada aos serviços agregados. Dessa

forma, atributos ligados ao serviço de suporte ao produto no mercado são cada vez mais

valorizados, dentre os quais informações sobre o produto, assistência técnica, peças de

reposição, freqüência de visitas dos vendedores, dentre outros.

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O setor de medicamentos, mais especificamente, não é diferente. Segundo a

Abrifar,(Associação Brasileira dos Distribuidores e Importadores de Insumos Famacêuticos)

o setor é responsável por um faturamento de 1,65 bilhão de reais em 2005 de

medicamentos comercializados, segmento este que responde pela elevação da qualidade

de vida da população, uma vez que seus produtos são responsáveis pela manutenção da

saúde das pessoas.

Diante de um ambiente extremamente competitivo que as empresas brasileiras estão

inseridas, é de suma importância poder visualizar cenários, ficando a frente de concorrentes.

Cenários esses que podem ser previstos através de muitas metodologias hoje existentes.

Cabe ressaltar, portanto a importância desse estudo de caso, visando reduzir custos,

melhorar a eficiência na resposta e tomada de decisão, reduzindo assim os custos com

estoques.

Portanto para a tomada de decisão é muito importante realizar previsões para

minimizar erros de planejamento, bem como de orçamento. Segundo Makridakis et al.

(1998), realizar previsões de demanda é importante para auxiliar na determinação dos

recursos necessários para a empresa. Muito se tem falado de Programação e Controle de

Operações englobando a cadeia de suprimentos como um todo, mas pouco se fala do que

está por trás dessa programação. O estudo de caso vem apresentar essas ferramentas e o

suporte ao processo decisório nas empresas. Além disso, a necessidade de mostrar que é

possível unir várias disciplinas para um objetivo comum faz parte do escopo desse trabalho.

A necessidade de modelos de previsão para demanda é básica no processo de

planejamento e controle. O trabalho utilizará com estratégia de modelagem um modelo

autoprojetivo (Montgomery, 1990), isto é, um modelo que não faz uso de outras variáveis,

utilizando somente a série temporal em estudo.

Este capítulo introduz embasamentos teóricos para que o trabalho tenha fundamento

científico, visando um melhor entendimento por parte do leitor.

Por fim, este capitulo mostra a teoria dos modelos de previsão voltada para um

cenário empresarial tendo como foco o a logística.

A figura 1 explica as etapas abordadas pelo trabalho.

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Figura 1: Etapas do modelo de previsão

(Fonte: TUBINO, Dálvio F. Manual de Planejamento e Controle da Produção. 2ed. São Paulo: Atlas, 2000.)

2. SÉRIES TEMPORAIS

2.1.1 CONCETOS BÁSICOS

Segundo (Zanini, 2000) série temporal é um conjunto de observações de uma dada

variável, indexadas no tempo, geralmente em intervalos eqüidistantes. Se Zt representa o

valor de uma variável aleatória no instante t, entende-se como série temporal Z1, Z2 .... Zn

onde N é o numero de observações seriais da variável. As classificações das séries

temporais podem ser estocásticas, discretas ou contínuas. Preocupações sobre o tempo, ou

temporais, com relação aos níveis de demanda são comuns na previsão (BALLOU, 2006, p.

242).

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Uma observação a se fazer a respeito de série temporal, é que nem toda observação

realizada no tempo, consiste em série temporal. Jogos de azar, por exemplo, não podem ser

considerados séries temporais, uma vez que não há como realizar previsões para os

resultados futuros.

A figura 2 mostra um exemplo de séries temporais que são compostas em geral por

quatro elementos. A Tendência verifica o sentido de deslocamento da série ao longo de

vários anos. Já o ciclo significa o movimento ondulatório que ao longo de vários anos tende

a ser periódico. A sazonalidade relaciona-se com o movimento ondulatório de curta duração,

em geral, inferior a um ano. E não menos importante o ruído aleatório ou propriamente dito o

erro, que compreende a variabilidade intrínseca aos dados e não pode ser modelado.

Figura 2 – Série Temporal

(Fonte: LEVINE, David M.; BERENSON, Mark L. STEPHAN, David. Estatística: Teoria e Aplicações usando o

Microsoft Excel em português. Rio de Janeiro: LTC, 2000.)

3. MÉTODOS QUANTITATIVOS DE PREVISÃO DE DEMANDA

Pode-se citar vários métodos padronizados de previsão. Existem diferentes

categorias dentre elas: qualitativos, quantitativos. Cada categoria possui diferentes análises

para diferentes espaços em relação ao tempo. O trabalho contempla alguns modelos

pertencentes a categoria de modelo de previsão quantitativos.

3.1.1 MÉDIA MÓVEL

Segundo (BALLOU, 2006, pág. 246) cada ponto de uma média móvel numa série de

tempo é a média aritmética ou ponderada de um numero de pontos consecutivos das séries,

onde o número de pontos de dados é escolhido de forma a eliminar os efeitos da

sazonalidade e irregularidade.

Portanto, utiliza n últimos valores da série temporal, para previsão no tempo t+1.

Zt+1 = ∑ xi/n.

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3.2.1 SUAVIZAÇÃO EXPONENCIAL

De acordo com Makridakis et al. (1998), o método das médias móveis ponderadas é

uma extensão do método das médias móveis, no que se refere ao processo de previsão.

Por este procedimento, uma vez que as observações mais recentes fornecem melhores

informações sobre padrões futuros, as mesmas devem possuir maior peso em relação aos

dados mais antigos. Em outras palavras os pesos designados para os valores observados

decrescem ao longo do tempo, ou seja, o valor observado mais recentemente recebe o

maior peso, o valor observado anteriormente recebe o segundo maior peso e assim por

diante.

O método de suavização exponencial é considerado o método mais adequado para

se estabelecer previsões para o estoque. Isto se deve ao fato do mesmo melhor satisfazer

dois princípios básicos: baixo custo operacional e produzir previsões razoavelmente

precisas. No método de suavização exponencial simples, para Tubino (2000), a previsão é

obtida com base na previsão anterior. A mesma, por sua vez, é ajustada mediante a

utilização do erro cometido, ou seja, diferença entre o previsto e o observado. A parcela do

erro é, ao seu tempo, corrigida por um coeficiente ponderação alfa que pode variar de 0 a 1.

Makridakis et al. (1998, p.147), apresenta a seguinte definição em relação ao método em

questão: “(...) a nova previsão é simplesmente o somatório da previsão antiga com o ajuste

para o erro ocorrido na última previsão”. Essa afirmação é representada a seguir pela

equação (3), Makridakis et al. (1998, p.147):

Ft+1 = Ft + α (Yt - Ft)

Onde:

Ft+1: previsão para o período t+1; Ft: previsão para o período t; α: coeficiente de ponderação, assumindo valores entre 0 e 1; Yt: valor observado para o período t.

3.3.1 MODELOS BOX-JENKINS

Segundo Werner (2003) os modelos de Box-Jenkins, genericamente conhecidos por

ARIMA (Auto Regressive Integrated Moving Averages) e na literatura em português por

Auto-regressivos Integrados de Médias Móveis, são modelos matemáticos que visam captar

o comportamento da correlação seriada ou autocorrelação entre os valores da série

temporal, e com base nesse comportamento realizar previsões futuras.

Ainda vale ressaltar que segundo Souza & Camargo (1996), o fundamento teórico do

modelo de Box & Jenkins baseia-se na Teoria Geral de Sistemas Lineares que diz que a

passagem de um ruído branco por um filtro linear de memória infinita gera um processo

estacionário de segunda ordem (com média e variância constantes). A figura 3 ilustra essa

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passagem transformando-se em um processo estacionário de segunda ordem. Isto pode

mostrar a fundamental importância de não somente realizar as previsões propriamente ditas,

mas sim analisar o modelo proposto para verificar sua eficácia.

Figura 3: Passagem para um modelo Estacionário

Fonte: ZANINI, A., 2000, Redes neurais e regressão dinâmica: um modelo híbrido para previsão de curto prazo

da demanda de gasolina automotiva no Brasil, Dissertação de Mestrado, PUC-RJ.

Os modelos auto-regressivo (AR) utilizam uma série de dados históricos Zt que é

descrita por seus valores passados regredidos e pelo ruído aleatório εt. Assim, um modelo

AR(p) é dado por:

Ft = α Ft-1 + α 2 Ft-2 + alfa3 Ft-3 + …. + α p Ft-p + εt

Onde:

α é o parâmetro que descreve como Ft se relaciona com Ft-1 para i = 1,2,3.... p.

Para que o modelo seja estacionário é importante que |alfa| < 1 e que as

autocovariâncias (y) sejam independentes.

Os modelos de médias móveis (MA), Ft resulta da combinação dos ruídos brancos ε

do período atual com aqueles ocorridos em períodos anteriores. É dado por:

Ft = α εt -1 + α 2 εt -2 + α 3 εt -3 + …. + α q εt –q

Onde:

α é o parâmetro que descreve como Ft se relaciona com εt -1 para i = 1,2,3.... p.

Os modelos auto-regressivos integrados de médias móveis (ARIMA) trabalham para

que séries temporais que ainda não sejam estacionárias passem a ser. A primeira diferença

de Ft é definida por:

∆ Ft = Ft – Ft –1

a segunda é dada por :

D2 Ft = D [D Ft] = D[Ft – Ft –1] = Ft – 2 Ft –1– Ft –2

É necessário tomar uma ou duas diferenças para que a série se torne estacionária. O

número d de diferenças necessárias para tornar a série estacionária é denominado ordem

de integração. A inclusão do termo de ordem de integração permite que sejam utilizados os

modelos ARIMA(p,d,q):

wt = φ1 wt-1 + ... + φp wt-p + εt - θ1 εt-1 - ... - θq εt-1

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em que: wt = ∆d Ft .

3.3.1.1 METODOLOGIA DE BOX & JENKINS

A metodologia inicia-se com a identificação de homogeneidade “d” para que se

possa tornar a série temporal estacionária. Isto pode ser feito analisando o próprio gráfico ou

então a função de autocorrelação, onde essa função de autocorrelação possui um leve

decréscimo.

Depois de identificado a homogeneidade da série, analisa os resíduos gerados pelo

modelo, a fim de definir se o modelo possui um ruído branco, que consiste em saber se o

modelo pode explicar adequadamente o comportamento da série. Isso permite concluir se o

os erros não possui nenhuma correlação. A figura 4 ilustra a metodologia proposta:

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Figura 4: Ciclo Iterativo da metodologia BOX & Jenkins (PELLEGRINI, F. R., 2000, Metodologia para implementação de sistemas de previsão de demanda,

Dissertação de Mestrado, UFRGS - RS.)

4. ERROS DE PREVISÃO

Este item aborda as medidas de erros para a comparação ente modelos de previsão

obtidos, culminando na escolha do modelo mais adequado a série temporal analisada. A

literatura possui várias medidas de erros, entretanto neste trabalho são utilizados os

seguintes:

1- Erro Absoluto Médio:

MAD = ( Σ | Z(i) - F(i) | ) / N

2- A fração da variância da série explicada pelo modelo:

R2 = ( Σ (Z(i) - F(i))2 ) / N

3- Erro Percentual Médio

MAPE = ( Σ ( | Z(i) - F(i) |) / Z(i) ) * 100 ) / N

Onde:

Z(i) é um período da série temporal

F(i) é um período da previsão realizada

N é o somatório dos períodos.

4.1.1 AUTOCORRELAÇÃO

Uma estatística importante na análise de séries temporais é o coeficiente de

autocorrelação ρ . A autocorrelação é usada para descrever a correlação entre dois valores

da mesma série temporal, em diferentes períodos de tempo. Assim, um coeficiente de

autocorrelação ρ1 mede a correlação entre dois valores adjacentes na série, e a

autocorrelação, neste caso, é dita autocorrelação de lag (ou defasagem) 1. De maneira

genérica, o coeficiente de autocorrelação k ρ mede a correlação entre observações

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distantes k períodos de tempo (ou seja, uma autocorrelação de lag k). A autocorrelação de

lag k é medida pelo coeficiente k ρ , definido por (Box & Jenkins, 1994).

Essas medidas de erros de previsão são extremamente importantes, pois através

delas a escolha dos modelos é realizada. Essa escolha se remete ao ponderamento das

três medidas acima citadas.

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Capítulo III ESTUDO DE CASO

1. A EMPRESA

A empresa é do ramo de distribuição de medicamentos. Com base no site

(www.athosfarma.com.br) a Athos Farma surgiu da fusão de três empresas do mesmo ramo,

que estavam no mercado a mais de 40 anos. A empresa vislumbrou um potencial

crescimento com a estratégia de fusão, atingindo a cifras extraordinárias de mais de 1 bilhão

de reais/ano de acordo com o site da empresa. Todo esse crescimento necessitou de

investimento em várias áreas da empresa. Uma dessas áreas, a logística teve um foco

muito grande em investimento de capital intelectual, mudando com a fusão a estratégia de

contratação de pessoal. Atualmente investe-se muito em programas de Trainee e de

Estágios. A empresa está fortemente empenhada em agregar valor ao seu negócio, e

acredita que com os programas descritos acima, possa ser eficaz, e efetiva no que diz

respeito à qualidade dos serviços prestados.

Com base nisso, o autor do trabalho se insere no Programa de Estágio que a Athos

implementou, trabalhando na área de PCO (Programação e Controle de Operações), onde

através de análise realizada, identificou o tema desse trabalho como sendo de importância

estratégica para aprofundar e agregar conhecimentos tanto para o autor quanto para a

empresa.

Este estudo de caso ajustará modelos apresentados à realidade da série temporal,

prevendo com margem de erro aceitável, tendo com isso uma credibilidade maior. Servirá

como base para os vários setores na empresa. Como por exemplo, entende-se que o setor

de compras poderá controlar a compra desse produto, com maior confiabilidade e pode-se

assim reduzir seu estoque dentro da produção, obtendo ganhos em giro de estoque.

A aplicação do estudo vai além da aplicação direta na empresa. A busca constante

por melhorias, faz com que o engenheiro de produção, tente sempre otimizar os processos.

Dentro deste contexto, o trabalho fornece formas de analisar os problemas, tanto do ponto

de vista tangível, quanto intangível.

2. COLETA DE DADOS

A escolha da série temporal utilizada foi determinada pela aplicação do trabalho na

empresa. Essa série temporal visa auxiliar áreas estratégicas da empresa, contribuindo para

um planejamento eficiente.

A série temporal foi coletada através de entrevistas e reuniões com funcionários da

parte estratégica/planejamento da empresa. O produto escolhido foi Viagra 50 miligramas

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caixa com 4 comprimidos (VIAGRA CPR 50 MG C/4) do laboratório Pfizer, líder em vendas

na empresa e com alto valor agregado. Os dados são referentes ao período de maio/2003 a

novembro/2006. Dada a importância que esse produto especifico representa para a

empresa, considerou-se apropriado, prever suas demandas futuras. As previsões são

baseadas exclusivamente na opinião do pessoal de vendas acoplado a isso médias puras,

não utilizando nenhuma técnica quantitativa expressivamente relevante. Assim, uma

implementação de técnicas de previsão na empresa em estudo pode aumentar a acurácia

das previsões, possibilitando um melhor planejamento da produção.

3. ANÁLISE

Na análise das séries temporais do produto da empresa Athos Farma, foi utilizado o

pacote computacional Forecast Pro. Este pacote possibilita a escolha automática do modelo

de previsão mais apropriado.

Após a coleta dos dados, primeiramente foi construído um gráfico representativo da

série de Vendas do VIAGRA CPR 50 MG C/4 na Athos Farma, conforme figura 5. Realizou-

se num primeiro instante, uma análise gráfica dos dados. Ao observar o gráfico da figura 5,

verifica-se que a série possui uma grande variabilidade e alguns picos (outliers), além de

uma tendência de crescimento.

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X 10000

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Legend

VENDAS_VIAGRA_CPR

Figura 5: Vendas Viagra

(Fonte: Athos Farma S/A)

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Os dados de demandas representam as vendas em unidades, relembrando que os

dados estão ajustados para que não sejam iguais aos reais. Considerando ainda o horizonte

de previsão a ser adotado no estudo de 1 mês.

A etapa seguinte da análise é a remoção de seus valores espúrios ou atípicos.

Segundo Pellegrini (2000) valores espúrios ou atípicos são promoções feitas pela empresa,

reduções esporádicas nos preços dos produtos comercializados pela concorrência, entrada

de novos concorrentes em regiões ou clientes específicos, falhas no planejamento da

produção ou na compra de insumos (gerando escassez de produtos). Sempre que

considerados de ocorrência esporádica e sem um padrão pré-estabelecido, dados espúrios

associados a causas especiais podem ser removidos da série, em busca de um melhor

ajuste do modelo aos dados. Quando este não for o caso, todavia, corre-se o risco de

reduzir-se artificialmente a variabilidade da série, gerando, como conseqüência, predições

pouco realistas. Cabe ressaltar que os parâmetros para analises foram otimizados pelo

software Forecast Pro.

O gráfico da figura 6 mostra a divergência do valor real ajustado segundo o modelo

de Suaviazação exponencial, avaliando sem tendência e sem sazonalidade. Os valores do

R2 de 0,1022, o MAPE de 0,3424 e o MAD de 1.017e+004 nos mostra que a tendência e a

sazonalidade deve ser considerada, uma vez que visualmente o próprio gráfico nos mostra

que existem picos e vales, configurando possivelmente uma sazonalidade. As linhas azuis

mostram o intervalo de confiança de 95%, e a linha vermelha indica os valores ajustados

segundo o modelo de previsão. Além disso, a figura 7 apresenta a autocorrelação dos erros,

que não possui nenhuma correlação significativa que prejudique a análise do modelo, uma

vez que a função não possui nenhum período da série superior à linha pontilhada que

significa o limite de aceitação.

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VENDAS_VIAGRA_CPR

Figura 6: Série modelada sem tendência e sem sazonalidade no método Suavização

exponencial, com os valores preditivos e intervalo de confiança.

Figura 7: Autocorrelação dos erros da série modelada sem tendência e sem sazonalidade

no método Suavização exponencial.

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O gráfico da figura 8 mostra a série modelada com o método de suavização

exponencial com sazonalidade multiplicativa e sem tendência. O R2 do modelo é 0,2983 o

MAPE é 0,2912 e o MAD é 8614. A inclusão da sazonalidade modifica os parâmetros de

erros de previsão.

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X 10000

2004 2005 2006 2007

Legend

VENDAS_VIAGRA_CPR

Figura 8: Série modelada com tendência e sem sazonalidade no método Suavização

exponencial, com os valores preditivos e intervalo de confiança.

Já a figura 9 ilustra a série modelada ainda com o método de suavização

exponencial, mas com tendência e sazonalidade multiplicativa. O R2 é 0,2983 o MAPE 0,29

e o MAD é 8569, mostrando também a ineficiência desse modelo para esta série. Entretanto

segue a figura 10 mostrando a autocorrelação dos erros.

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2004 2005 2006 2007

Legend

VENDAS_VIAGRA_CPR

Figura 9: Série modelada com tendência e sazonalidade multiplicativa no método

Suavização exponencial, com os valores preditivos e intervalo de confiança.

Figura 10: Autocorrelação dos erros da série modelada com tendência e com sazonalidade

multiplicativa no método Suavização exponencial.

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A figura 11 se refere ao modelo de BOX & Jenkins ARIMA(1,0,0) e tem R2 de 0,2172,

MAPE 0,3627 e MAD 1,01e+004. A modelagem com o modelo ARIMA(1,0,0) de BOX &

Jenkis, não adequada significativamente a série estudada.

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X 10000

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VENDAS_VIAGRA_CPR

Figura 11: Modelo ARIMA(1,0,0) com os valores preditvos e intervalo de confiança.

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Já a figura 12 abaixo refere à autocorrelação dos erros do modelo proposto

anteriormente.

Figura 12: Autocorrelação dos erros da série modelada com ARIMA(1,0,0).

O softwarte Forecast Pro, fornece a modelagem otimizada, uma vez escolhido o

modelo. A figura 13 mostra a previsão baseada na otimização realizada pelo Forecast Pro,

uma vez que ajusta automaticamente a série ao modelo proposto. O R2 é 0,2448, o MAPE é

0,3209 e o MAD é 9734.

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2004 2005 2006 2007

Legend

VENDAS_VIAGRA_CPR

Figura 13: Modelo ARIMA(1,0,0) com os valores preditvos e intervalo de confiança.

Cabe ressaltar que o modelo BOX & Jenkis não se adequa a série temporal

estudada. Justificasse esse fato pela complexidade da série, uma vez que há variáveis não

compreendidas nesse estudo e também o período ser inferior a 56, acreditando ser esse um

número ideal para análises.

Faze-se necessário a técnica utilizada de ajustes na série para o equilíbrio e

exclusão de possíveis variáveis não identificadas faz-se necessário (Pellegrini, 2000). A

figura 14 abaixo ilustra o modelo de suavização exponencial com tendência e sazonalidade

com a série temporal ajustada seguindo modelo preditivo. O R2 é 0,5889, o MAPE é 0,16655

e MAD 5338. Houve uma melhora significativa no que se refere à adequação da série ao

modelo, proposto inicialmente.

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Legend

VENDAS_VIAGRA_CPR

Figura 14: Série modelada com tendência e sazonalidade multiplicativa no método

Suavização exponencial, com os valores da série ajustados e intervalo de confiança.

Esse modelo da figura 13 se mostrou até agora o mais ajustável, entretanto possui

limite superior e inferior bastante distante da previsão.

A necessidade de um estudo de análise no cenário do produto proposto, foi realizado

a fim de entender melhor o comportamento da série. O produto VIAGRA CPR 50 MG C/4

iniciou as vendas em maio de 2003 e manteve um mesmo nível de vendas até início de

2005. O produto obteve uma mudança de nível em meados de 2005, onde o Laboratório

Pfizer realizou uma campanha de marketing e promoção sobre o produto, elevando assim o

nível de vendas do produto, atingindo níveis bastante interessantes. A curva de vendas

mudou sensivelmente e se manteve neste nível até os dias atuais.

A previsão de um modelo que melhor se ajusta, torna ineficiente quando há essa

alteração de estratégia. Cabe ressaltar que o produto é novo e está eu seu ciclo inicial de

crescimento. Portanto uma nova análise foi realizada com os dados de 2005 até os dias de

hoje.

A figura 15 mostra a série temporal com o modelo suavização exponencial com

tendência, uma vez que está em seu estágio de crescimento, além de sazonalidade

multiplicativa. O R2 é 0,9245, o MAPE é 0,1102 e o MAD2923, demonstrando um

desempenho satisfatório.

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Legend

VENDAS_VIAGRA_CPR

Figura 15: Série modelada com tendência e sazonalidade multiplicativa no método

Suavização exponencial, com os valores da série, intervalo de confiança e a previsão.

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Outra informação relevante é a disposição da Autocorrelação dos erros, ilustrada na

figura 16, onde percebe-se que não há autocorrelação dos erros significante, visto que não

ultrapassa as linhas pontilhadas, delimitadoras.

Figura 16: Autocorrelação dos erros da série modelada com tendência e com sazonalidade

no método Suavização exponencial.

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O quadro 1 abaixo mostra a comparação dos métodos usados para análises dos

erros de previsão entre os modelos que melhor explicaram a série estudada

Quadro1: Comparação dos métodos de análise dos erros de previsão

Modelos Previsão Analisados R2 MAPE MAD

Suavização Exponencial (Sem Tendência e

Sazonalidade Multiplicativa) 0,2983 0,2912 8614

Suavização Exponencial (Com Tendência e

Sazonalidade Multiplicativa) 0,2983 0,29 8569

ARIMA (1,0,0) 0,2172 0,3627 1,01 e+ 004

Suavização Com Tendência e Sazonalidade

Multiplicativa) – Modelo Ajustado 0,5889 0,1665 5338

Suavização Exponencial (Com Tendência e

Sazonalidade Multiplicativa) – Série Temporal

reduzida

0,9245 0,1102 2923

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Capítulo IV CONSIDERAÇÕES FINAIS

1. INTRODUÇÃO

A proposta da coleta dos dados, da análise da série temporal, da escolha do modelo

adequado, bem como a conclusão e a apresentação do trabalho de acordo com a

metodologia foram apresentadas no capitulo I, II e III, deste trabalho.

O estudo dos modelos propostos foi apresentado no capitulo III deste trabalho,

visando o embasamento teórico, para uma eficaz concepção deste tema.

O trabalho teve como objetivo a proposição de um modelo que melhor se ajuste a

série temporal do VIAGRA CPR 50 MG C/4, um produto distribuído pela da Athos Farma

S/A, visando possibilitar uma melhora expressiva no planejamento de compras e vendas,

bem como o planejamento da operação.

2. MODELO ADEQUADO

De acordo com o quadro 1 percebe-se claramente que dentre os modelos

analisados, o modelo que melhor se adequa a realidade da série, ponderados os motivos

descritos no decorrer do capítiulo III, é o modelo do método de Suavização Exponencial,

com tendência e sazonalidade multiplicativa. Entretanto esse modelo foi perceptível devido à

uma analise mais rigorosa realizada acerca do produto escolhido, bem como variáveis

externas à série, propondo uma exclusão dos anos anteriores a 2005.

Cabe ressaltar que o estudo aqui apresentado visou apresentar um modelo de

previsão para adequação da série temporal, entretanto serve como meio e não como fim.

Além disso, o mercado de distribuição de medicamentos sofre constantes mudanças no

cenário nacional. Outra observação é referente ao dinamismo do processo de previsão,

requerendo assim um trabalho contínuo e constante.

O quadro 2 abaixo mostra de acordo com o modelo escolhido a previsão para os

próximos meses.

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Mês Previsão

2006-11 23.545

2006-12 26.254

2007-01 17.464

2007-02 38.689

2007-03 33.642

2007-04 16.732

2007-05 26.980

2007-06 30.058

2007-07 30.998

2007-08 47.766

2007-09 88.459

2007-10 19.991

Quadro 1: Previsão de Demanda do VIAGRA 50 MG C/4 para os próximos meses

O trabalho permitiu verificar que variáveis externas influenciam a série temporal de

modo a redimensionar o horizonte de previsão, bem como os períodos analisados para

adequar a modelagem.

3. HORIZONTES FUTUROS

O trabalho propôs a modelagem de demanda de vendas e abre os horizontes para

outros estudos de previsão de demanda na Athos Farma, com foco em melhoria de

planejamento dos processos, contribuindo para uma agregação de valor na empresa.

Outros estudos serão realizados futuramente em pós-graduação, para um

aprofundamento ainda maior em outras séries temporais dos medicamentos distribuídos

pela empresa, e até mesmo para a série em questão.

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