154
Câmara dos Deputados Impresso em 18/05/2013 11:07 - Página 1 de 18

Annaes Do Parlamento Brazileiro 1826 t4

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Anais do Parlamento Brasileiro Tomo 4 - 1826 - com debates sobre os cursos de Direito no Brasil

Citation preview

  • Cmara dos Deputados Impresso em 18/05/2013 11:07 - Pgina 1 de 18

  • Cmara dos Deputados Impresso em 18/05/2013 11:07 - Pgina 3 de 18

    (AMVII\ DOS M. DEPUTADOS

    Sess&o ein 1 de Acosto de 4828

    PRESIDENXIA DO S R . PEREIRA DA NOBREA

    Feita a chamada s 10. horas da manh, acha-ro-se presentes 65 Srs. deputados, faltando com participao de causa os Srs- Mendes Ribeiro, Cardozo, Borja Pereira, .Moura, Pinto do Lago, Seixas, e Herrera.

    O Sn. PRESIDENTE declarou aberta a sesso, e lida a acta da antecedente pelo Sr. secretario Maia, foi approvada.

    O S R . SECRETARIO COSTA AGUAR, leu uma carta do Sr, Borja Pereira, que participava a continuao do seu impedimento, do que ficou acamara intei-rada e mais os seguintes

    0FFICI0S

    lllra. e Exm. Sr.Acciisndo a recepo do offlcioqueY. Ex. hojemedirigio, communicando-me de ordem da cmara dos deputados dever amanha hora do meio dia entrar. m terceira discusso o projecto de lei, organisdo sobre a proposta, que apresentara de ordem de S. M. o Imperador, cerca dosvogaes ds conselhos deguerra, umpre-m significar a V. Ex. -para o fazer presente mesma cmara, que .mui to sinto no poder ter a honra de assistir dita discusso por me ser necessrio ir amanh o despacho.

    Deus guarde V. Ex. Pao, em 31 de Julho de 1826.Visconde de Paranagu.Sr. Jos Ri-cardo da Costa. Aguiar de Andrada. Ficou a cmara inteirada.

    M m . eExm. Sr.Com o requerimento de Estevo Maria Ferro Castello Branco, que V. Ex. me dirigio em officio de21 docorrente, envio V. Ex. , de ordem do S. M. o Imperador, todos os papeis relativos-: demisso do supplicante do emprego de feitor do pateo da ponte da alfandega-desta corte, e sua preteno de ser nelle novamente admittido, nos quaesa cmara dos deputados, a quemV. Ex. os far presentes, achar sobre' .este objecto os esclarecimentos que deseja; e foro pedidos por "V. Ex. no seu mencionado officio. H,

    Deus guarde V. Ex.Pao;30 de Julho de .1826 Visconde de Baependy.Sr. Jos Ricardo da Gosta Aguiar de Andrada.-Foi commisso de consti-tuio. : ,

    Teve ento a I a parte d a ordem do dia, que era a continuao da discusso do projecto de lei sobre o abolio do foro pessoal, e comeando-se pela art. 4 o , o Sr. primeiro secretario o leu, era assim . concebido.

    Art. 4. Continua a jurisdico administrativa do juizo de orphos, cessando s a contenciosa confe-rida na ordenao liv. I o t i t . 88. 45,46 e 47.

    Leu igualmente a emenda offerecida pelo Sr. Cle-mente Pereira, e apoiada na sesso do 29 deste mez escripta nestes termos.

    EMENDA

    As causas civis dos orphos, as quaes, ou elles sejo autores, oujros, continuaro a ser julgadas em primeira instancia com juiz e escrivo privativos.

    Rompeu a discusso 0 SR. CRUZ FERREIRA :Eu approvo a primeira

    parte do artigo, porque no acho que os orphos sejo.. . (Continuou por algum tempo, porm nada alcanou o tachigrapho.)

    0 SR. MARCOS ANTONIO :Sr. presidente, acho muito razovel a opinio do illustre. preopinante, porm comtudo *u rejeito artigo em questo, tendo em favor do meu parecer outras razes muito mais graves. No considero pessoal o juizo. dos orphos, antes julgo ser um privilegio de causa. (Apoiado.) A legislao, que ora nos rege, nada mais faz, do que dividir a jurisdico dos magistrados v entre as causas ordinrias, e aquellas, que os seus Tproprios interessados no podem solicitar, nem comparecer por,si ss em juizo, como so os menores, e por isso a respeito destas exige que os julgadores sejo mais sizudos, que sejo casados, e tenho^mais de 30 annos deidade . o que'bem prova a gravidade da materia, e a importncia daquellas causas. Assim o determina a ord. liv. Ia tit."88. 1 e 34. Donde concluo, que deve ser supprimido o artigo deste projecto relativo ao juizo dos orphos, por ser um favor conferido s causas, as quaes por sua natureza requerem nos julgadores maior Tigi Iancia, sabedoria, e prudncia.

    Dito isto enviou mesa a seguinte . . . . . ESTENDA - ' ..

    Seja supprimido o a r t . 4 do projecto de lei sobro-

  • Cmara dos Deputados Impresso em 18/05/2013 11:07 - Pgina 4 de 18

    2 SESSO EM 1 DE AGOSTO DE 1826 longas, e mu i dispendiosas, a justia e a humanidade reprovo semelhante ida. Que mais conforme com a boa razo do que ser qualquer julgado no fr do seu domicilio ? No tem o orpho um tutor ? Ser este mais privilegiado do que outro qualquer cidado ? No o concebo.

    A ' vista portanto das reflexes, que me occorrem, concluirei, que muito attendendo desgraada sorte desses nossos concidados, que pela sua tenra idade no podem por si tratar dos seus interesses, s admitto que se conhea no seu juizo das causas, que tiverem nascimento do inventario, pelas razes que acima expuz, seguindo-se nas outras a regra geral, por quanto todos os cidados so iguaes perante a l e v - e -a-4ocaldade no influe sobre a justia da sentena, e neste sentido mandarei uma emenda mesa. *

    Veio com effeito mesa, e foi lida esta EMENDA

    As causas civis, que tiverem nascimento dos inventrios, continuaro a ser julgadas em primeira instancia com juiz e escrivo privativos.O depu-tado Baptista Pereira.

    Foi igualmente apoiada. O S R . VERGUEIRO:Eu no posso concordar com

    as emendas. Diz-se que o juiz dos orphos juiz de causa, e no de pessoa : a questo muito simples reduz-se a saber, se os orphos so cousas, ou pessoas. No se pde duvidar que so pessoas; logo o foro pessoal.

    " Houve quem affirmasse que opinio de todos os jurisconsultos que o foro dos orphos causal, e n o pessoal.. Eu no sei como se affirma uma tal pro-posio*, quando em todas as legislaes modernas outra cousa se tem determinado, e estas legislaes tm sido feitas por jurisconsultos. Em Portugal, quando se fez a reforma pelas cortes no se penscu por aquelle modo No cdigo da Frana e u vejo a mesma doutrina, e ainda mais restricta do que a deste projecto Nem se pde deixar de fazer a diviso entre a jurisdico voluntria e contenciosa em matrias d orphos,* pois o que at agora se tem praticado n m absurdo- _ '

    A jurisdico voluntria propriamente u m poder administrativo no juiz dos orphos; este juiz exercendo-a, verdadeiramente um administrador e director dos bens e da pessoa do menor, e s por esta~ razo elle deve ficar inhabilitado de ser o seu juiz no foro contencioso. Eu no sei como se querem accumular, e reunir estes dous poderes em u m a pessoa : pois quem administra e defende que ha de ser o iuiz da pessoa, e dos bens , que defende, e administra ?

    Portanto: o artigo deve passar, por ser conforme constituio. Eu creio que a ordenao.. . . (O illustre deputado ainda fallou por algum tempo, mas do seu discurso-nada mais colheu o tachigrapho )

    O S R . CLEMENTE PEREIRA :Eu advogarei a causa dos orphos, sustentando a minha emenda, e con-virei que ell pass modificada pela do m e u honrado amigo o Sr. Baptista Pereira.

    Todos os argumentos que se t em produzido para abolir o ju izo dos orphos, querem dizer; que os p r i -vilgios tem acabado, e deve por consequncia ter acabado tambm juizo privativo dos orphos, por

    : s e r u m privilegio pessoal. E u concedo que todos os privilgios tem acabado, mas nego que o juzo dos orphos seja u m privilegio de pessoa, por entender

    foros privilegiados, porque considero o juizo dos orphos como juizo de causa, e no foro pessoal. Marcos Antonio de Souza.

    Foi apoiada, a seguiu-se a fallar O S R . BAPTISTA PEREIRA :Sr. presidente, antes

    de entrar em analyse deste art.f 0, direi de passagem que no convenho na opinio emittida por ata honrado membro, quando avanou, que o privilegio dos orphos pessoal, o foro privilegiado, de que elles gozo, raione causw, pois segundo a ord. liv. I o tit. 88, nenhum juiz a no ser o dos orphos, pde tomar conhecimento delias.

    E ' certo de que elles tambm tm um privi-legio pessoal, segundo a ord. liv. 3 o tit.^) 3 , porm o seu mais geral favor esta na causa, que prefere ao pessoal, e o paragraplio citado s lhe d uma escolha para certos e determinados juizes, a opinio de todos os jurisconsultos 6 uniforme a este respeito. Deixando porm esta preliminar de parte, que s loquei per summa capita, eu vou a entrar na materia do artigo. Diz ellecontinua a jurisdico administrativa do juizo dos orphos, cessando s a contenciosa conferida pela ord. liv. 1" til. 88 45, 46 , e 47.

    S R . PRESIDEXTE, eu no entendo bem, o que seja jurisdico administrativa; ser por ventura a nomeao de tutor, e curador, a autoridade de recolher a um cofre o dinheiro dos orphos, e o dal-o a juros? Comprehender aquella, jurisdico tambm a faco do inventario ?

    Eu entro em duvida, mas como' um dos nobres autores do projecto me diz que sim, ento respondo que no approvo o art . I o , porque o juizo communi dividvndo tambm contencioso, 2 o porque este artigo dando ao juiz dos orphos o direito de fazer os inventarios, lhe t i ra o do conhecer de todas as questes, que se moverem sobre os mesmos na forma do 46, do tit. 88 . Ora Sr. presidente, como possvel approvar uma legislao, pela qual -o juiz, que conhece de u m processo, "fique inhibido de conhecer dos incidentes nascidos do mesmo, e sem cujo conhecimento e deciso no admissvel a con-cluso do todo ?

    Quem tem leito inventarios, sabe, que nelles apparecem questes to ligadas, que sem so deci-direm, no podem progredir aquelles, por exemplo, a decolaes, licitaes etc. E nem se diga que os incidentes, que exigem mais prolongada discusso, tem um processo em separado, porque estas, que citei por exemplo, pela necessidade da cousa, e ligao com o inventario, por fora de razo ho de ser decididas nos mesmos a u t o s : e at porque o contrario alm de confuso, seria mais moroso, mais dispendioso, e at sujeito a uma deciso menos bem fundada, porque o juiz que principiou o processo, deve de estar mais senhor de todas as circuinstancias, de que essas materias se revestem.

    A' vista pois do que levo dito, no convenho no artigo. Sinto tambm dizer que no concordo com emenda. proposta pelo meu., honrado amigo o Sr. Clemente Pereira, emquan to dizque as causas dos. orphos, ou elles sejo autores, ou ros sero tratados no juizo do domicilio, porque esta doutrina admittiria o foro pessoal, que a constituio tirou, e porque no descubro razo suficiente, que me convena a conceder as orphos o direito dei chamar* os contendores ao seu foro. '

    Nada ha to odioso em uma sociedade bem orga nisada, toniao-se as causas difceis, implicadas.

  • Cmara dos Deputados Impresso em 18/05/2013 11:07 - Pgina 5 de 18

    SESSO m 1 DE quee l l e necessrio pela natureza da causa e que est omprehendido no numero daquelles qe devem conservar-se, na conformidade do 19 do a r t . 1*79 da constituio.

    Considerou a lei os orphos incapazes de gover-narem suas pessoas e bens, e foi para lhes dar quem os tomasse debaixo da sua proteco, que lhes deu um juizo privativo, juizo, que se lle cumpre com os seus deveres faz as vezes de pai, pois esses mise-rveis perdero aquelles, de quem recebero o ser. Olhou por consequncia a lei, quando criou este juizo, a causa dos orphos cqjno uma causa da na-o, e os mesmos orphos como filhos desta: e con-siderada a questo debaixo deste ponto de vista, quem no v, que as causas dos orphos exigem por sua natureza ser tratadas em um juizo particular.

    Accresce que os orphos lm pela lei o privilegio de restituio, por via do. qual depois que chego sua maioridade podem reclamar lodos os actos fei-tos em seu prejuzo durante a sua menoridade: e como poder elles restituir-se contra as injustias e leses, que lhes tiverem sido feitas, se tiverem soffrido sentenas de muitas causas,-tratadas em di-versos juizos?

    Eu concluirei portanto que da natureza das causas dos orphos, que estas sejo tratadas em juizo particular: e attendendo a que o interesse dos orphos fica providenciado deixando ficar no seu juizo s as causas dos inventrios, e as que destes dependem, convirei, em que a minha emenda seja substituda pela do Sr. Baptista Pereira, que menos ampla. .

    O SR. ALMEIDA E ALBUQUERQUE :Eu defenderei tambm a causa dos orphos, e estou em tudo pelo que disse o Sr. Clemente Pereira; pois no cousa muito boa para elles terem a uma mesma pessoa por ju iz e administrador. (Apoiado.)

    No cansarei a atteno deste augusto congresso repelindo exemplos de juizes que tm abusado desta accumulada jurisdico, e que delia se tm aprovei-tado em seu proveito e em prejuizo daquelles, em cuja defeza se devem somente oceupar. Direi so-mente que pela maneira proposta parece-me que fica satisfeito o artigo da constituio que extinguio o foro pessoal, e providenciada a sorte destes me-nores dignos certamente de todas as attenes, e de todos os benefcios da nao.

    Leu ento por ter vindo meza a seguinte INDICAO

    o Quando passe o art . 4 o , proponho que se deter-mine que em todos os lugares se separada mesma pessoa a jurisdico administrativa da jurisdico contenciosa.Paula e Souza.

    Foi apoiada e contemplando-se como emenda entrou em discusso com a matria principal. Se-guiro-se a fallar.

    O S R . SOUZA FRANA : A questof mais simples do que se tem querido fazer e eu prescindo de* todos os argumentos que se posso apresentar, pois o meu. fito a letra da nossa constituio, a qual nos ensina o que devemos praticar e seguir.

    Diz a constituio que o foro privilegiado a certas pessoas ou a certas classes de pessoas no existir mais, e s se conservar o, foro, que^por utilidade publica competir a certas espcies, de causas. Por consequncia toda a questo deve versar, sobre este pon to : se o juizo dos orphos privilegiado pelas pessoas, ou pelas causas. ;

    AGOSTO DE 1826 3 Ora eu creio que as causas dos orphos em s u e

    natureza no tem circumstancia alguma, que a torne differente das causas dos mais cidados, a que se alguma atteno merecem, se algum favor alcanaro, tudo devido qualidade de suas pes-soas, assim como se attendeu sempre a uma certa classe de pessoas, a que por antonomsia se d o nome de miserveis.

    Isto posto, nenhuma duvida pode haver, em que este juizo de mero privilegio pessoal, e que como tal est extincto pela constituio. Demais, senho-res, ns devemos ter em vista* e muito em vista o outro artigo da constituio, que determina que todas as causas civis e criminaes sejo julgadas por jurados, logo que esta forma de juizo se possa por-em pratica.

    Ora supponhamos que j existia este tribunal em exerccio: por ventura ainda assim se argumentaria que as causas dos orphos devio ter juizo privado? Certamente ningum defenderia semelhante opinio: logo que duvida pde haver em se dar por extincto este foro.

    = Nem eu sei que utilidade resulta aos orphos, ainda na legislao actual, de ter um juizo priva-t i vo . . . O juizo ordinrio muito bastante; o ponto est em que se guardem as leis relativas admi-nistrao dos bens dos menores. Nisto est t u d o . . . Portanto eu voto pelo artigo.

    Ns no vamos fazer uma constituio nova: a constituio est feita, e ns somos obrigados a se-guil-a risca.

    O SR. CRUZ FERREIRA :Eu apoiei a emenda do Sr. Baptista Pereira, e sou da sua op in io . . . A questo versa sobre privilgios de foro . . . A con-stituio os tem abol ido . . . Nem devemos continuar nesta discusso. . .

    ( " O que alcanou o iachigrapho.) O SR. PAULA SOUZA :Sr. presidente, eu sou de

    opinio de que este artigo volte commisso, para o redigir em forma tendo presentes as emendas apoiadas, assim como se determinou hontem r e s -peito do art . 3 o .

    A camar julgou hontem que merecia approvao a proposta .feita pelo Sr. Vasconcellos, e apoiada por alguns senhores, para que a commisso orga-nizasse melhor o art. 3 deste projecto, marcando os foros que devio ser conservados:, igual ou ainda maior motivo occorre. a respeito deste artigo que est em debate, porque considera nos actuaes juizes de orphos uma jurisdico administrativa e outra contenciosa. Ora sendo assim, preciso mostrar as raias de uma e outra; e por falta desta especifi-cao tem-se originado as duvidas e as emendas, que j^lm apparecido. - ; v

    Diz-s que por isso mesmo que o juiz de orphos o administrador e defensor dos bens e pessoas dos menores, no pde nem deve ser o seu juiz, porque vem a ser juiz e parte ao mesmo tempo; o que repugnante. Eu no impugno esta opinio, mas quero somente lembrar (e a commisso far o uso que entender desta minha lembrana) que a maior parte dos juizes de orphos no Brazil renem em si a jurisdico ordinria no, eivei e crime, pois em bem poucos lugares esto separadas estas varas.

    Isto deve-se tomar, em considerao o prevenir nesta mesma lei, : uma vez, que nella,se vai fazer d is ti n co e n t r e , a >j iirisdico administrativa e j u -diciaria : e razo sobeja pra se no poder tomar votao sobre o artigo, sem que seja novamente r e -

  • Cmara dos Deputados Impresso em 18/05/2013 11:07 - Pgina 6 de 18

    SESSO EM 1 DE AGOSTO DE 1826 digido. E* pois o meu voto que se remelt com-misso com todas as emendas offeiecidas para o fim que proponho, e tive em vista na emenda que offereci.

    O S R . VASCONCEIXOS Eu no entendo bem os senhores, que tm defendido o art. 4. Manifestarei o meu modo de pensar em, poucas palavras. Se o privilegio dos orphos meramente pessoal, como se tem defendido, ento no temos duvida alguma: esto revogados pela constituio, e nao se podem conservar nesta lei. Porm a isto j se respondeu muito bem, porque se fez ver que se no dera o verdadeiro sentido constitaio.

    Tenho a accrescentar,. que se pessoal para que estamos ns a gastar, teinpo, havendo esta camar decidido no art. I o que laes privilgios fico revo-gados? E se no pessoal, mas de causa, desejava muito que os illustres deputados que tm tratado da matcria, me lanassem a linha de demarcao entre a autoridade administrativa e contenciosa.

    Eu entendo alguma cousa da trapaaria do foro; mas no estou de certo modo habilitado para fazer a distineo de administrao e juizo de orphos, quando sempre o considero juizo contencioso, por haverem sempre duvidas a decidir; e por isso mesmo que no sei fazer essa distineo de administrativa e contenciosa, quizera que se me desse uma expli-cao, porque como sou magistrado no sei como me hei de haver com estes juizos.

    Cansou-se o illnstre deputado em mostrar os males que resulto de serem os juizes escrives et ccelera, ladres; mas que concluso se deve tirar destes argumentos ? Dever por isso approvar-se o ar t . 4 o ? Dever elle por isso passar? No, Sr. pre-s idente : segue-se que se devem dar providencias para responsabilisar a estes homens.

    Esperemos que saia a lei da responsabilidade dos ministros e conselheiros de estado, porque depois delles estarem responsveis, faro responsabilisar os outros empregados.

    Quiz < fazer-se uma distineo de juizo adminis-trativo e de orphos no " por este meio que se fazem as Teformas, necessrio sabl-as fazer; eu nao sei que com esta distineo se ganhe nada, eu a t me opporia a ella, Sr. presidente, por uma razo, que acho de summa importncia: para quem ir ia passar? Para o juizo dos ausentes? Ento que-reria antes que se creasse um juizo novo, para tratar destas causas. Portanto digo que se o. privilegio de que trata o art. 4? de pessoa, j est revogado, e

    . se de causa,^ deve tratar-se delle depois de voltar da commisso "o artigo 3.

    O S R . COSTODIO DIAS :Eu me vejo muito emba-raado para dar o meu voto: reconheo a inpor-tancia da matria, porque trata-se de defenderes desgraados orphos, mas vejo ao mesmo tempo que a camar no pde conceder privilgios, que se excluem pla constituio. No acho porm justo que se metto nas causas dos orphos aquelles que unicamente delapido seus bens, como ministros, escrives, e t c , etc. Em 100 arrobas de processo nao se encontra uma ona de caridade.

    No ternos autoridade* para criar lugares e refor-mar leis? E porque no iremos de encontro a tantas maldades? Porque no, ajudaremos s desgraados orphos? Uma nova reforma da lei creando juizes de paz, pde dar proteco estes entes malfa-dados .

    POr muito boas que tenho sido as leis, que t e -

    mos a respeito dos orphos, o que tenho ouvido dizer at nesta augusta camar, ellas no tm pro-duzido os effeilos qne devamos esperar ; porque os clamores so geraes, e tudo quanto se tem feito a respeito delles de nada tem servido. Entrando os taes escrives, tutores, e t c , e t c , nos bens de u m orpho, nada lhes escapa. '

    Nestas circumstancias, no resultando utilidade alguma em pssa ro artigo tal, como se acha, serei de voto que se adie a questo, como tem muito bem ponderado alguns Srs. deputados, que me prece-dero.

    0 S R . ALMEIDA ABUQUERUCE :Tem-se questio-nado, quanto a mim, muito inuti lmente; com um pouco de trabalho de ler o titulo da ordenao que trata desta matria, eatario tiradas todas s duvi-das, e veria o nobre deputado a linha de demarca-o que no pde descobrir, mas que muito visi-sivel.

    Tem-se dito muitas cousas a respeito da jurisdic-o administrativa e contenciosa, que excedem a minha comprehenso: o que sei que antigamente a jurisdico dos orphos era dos juizes ordinrios depois creou-se um juiz privativo, e em muitas par-les no ha juizos de orphos separados, como na provncia de. Pernambuco.

    Disse-se que uma vez que o foro pessoal abolido pela constituio, intil artigo; mas no assim; resta saber qiem ha de administrar os bens dos or-phos.

    A constituio mandou as suas causas para o foro geral, mas para onde ha de ir a administrao dos seus bens? Esta a razo porque o art. 4 diz {leu). Se isto se tirar, fica abolido juizo dos orphos, sem se saber por quem ser substitudo na parte administrativa.

    0 S R . VERGUEIRO :Se se quizer dizer que estes privilgios so dados aos bens dos orphos e no s pessoas dos orphos, ento o mesmo se pde dizer a respeito dos ecclesiasticos e mais privilegiados, porque uma vez que no tenho piei lo em juizo no lhes preciso o privilegio de foro.

    Tem-se dito que prematura esta discusso, e que o artigo deve ir commisso, porque so alterou a base em que era fundado, visto que se deu nova redaco doutrina do artigo primeiro, a qual foi approvada.

    Logo no temos alterao se no de redaco . . . (No foi mais ouvido).

    O S R . PAUXA E SOUZA:A minha emenda est muito mal enunciada: eu quero dizer que nestes lugares, - onde esto reunidas as duas autoridades m um mesmo sujeito, se crie uma autoridade, que exera as funees de administrativa.

    Este o meu modo de pensar : a emenda no o explica bem, a commisso porm far uma redaco melhor.

    O S R . MARCOS ANTONIO :O penltimo Sr. depu-tado, que acabou; de fallr entendeu a palavrapes-soaem sentido philosophico, nias no a entendeu em sentido jurdico : porque juridicamente no se pde chamar pessoa quelle, que no pde compa-recer em juizo, nem pde figurar em juizo.

    O orpho portanto no se pde chamar pessoa por sua idade; po r consequncia todos os objectos relativamente estes homens no se podem chamar de pessoa. . p ^ ;-.

  • Cmara dos Deputados Impresso em 18/05/2013 11:07 - Pgina 7 de 18

    SESSO EM 1 DE AGOSTO DE 1826 5 ficando em idade de no poder dirigir as suas pes-soas e bens.

    Portanto se a camar adoptar esta proposio do honrado membro, votarei que tratemos quanto antes de rganisar esse systema, reduzindo o juizo dos orphos a uma administrao de familia.

    0 S R . ALMEIDA E ALBUQUERQUE :A emenda do Sr. Paula e Souza reduz-se unicamente hypothese de se julgar incompatvel a reunio das duas autori-dades administrativa e judiciaria em uma pessoa singular.

    E* por consequncia dependente da deliberao, que a camar tomar acerca da materia do ar t igo . E na verdade, logo que se approvar o artigo, um resultado necessrio separar-se a parte administra-tiva, que tinhao os juizes : e como esta administra-o ha de ser exercida por algum, infallivelmente se ho de nomear pessoas, que delia se encarre-guem.

    Parece-me pois quo o filustre preopinante no altendeu a esta circumstancia.

    O S R . CLEMENTE PEREIRA :Quando me declaro contra a emenda, porque no reconheo essa in-compatibilidade, que se pretende achar entre as duas autoridades exercidas pelo juiz dos orphos : e no sendo incompatvel uma com outra, acho que se pde muito bem accumular ambas asjurisdices no sentido, em que fiz a minha emenda.

    Torno a dizer que os abusos commeltidos na pra-tica no nos devem determinar a fazer a separao proposta, porque tanto de uma, como do outra for-ma, sempre os haver, emquanto no forem procu-rados para os empregos homens dignos de os exer-cer. Aqui nesta casa senio-se muitos senhores, que exercero cumulativamente os lugares de juiz dc fora, civil e orphos, o creio que nem por isso deixaro de desempenhar muito bem qualquer des-tes empregos.

    Isto c o que tenho a responder; e acerescento que a querer-se estas jurisdices separadas, nesse caso crie-se o juzo de famlia*, de que j fallei.

    O SR. LINO COUTINHO :Sr. presidente, este ne-gocio muito serio, e da maior importancia.

    Este privilegio de foro concedido favor dos or-phos nada tem de commum com os outros privile-gios estabelecidos a certas classes de pessoas.

    Os outros so mais fceis de ser reduzidos ordem do foro commum, e da administrao geral da justi-a, mas os dos orphos no est nas mesmas cir-cumstancias: so pessoas, que nao podem prover ao seu bem, so em rigor os filhos da patria, porque tm perdido infelizmente os seus pais naturaes.

    Necessito que a patria se desvele na sua educa-o, e na conservao de seus bens.

    Portanto este objecto da maior transcendencia. Como se ha de pr j em execuo a seu respeito o artigo da constituio, sem que antecipadamente se tomem medidas a respeito da guarda das suas pes-soas, e bens?

    E ' indispensvel unia providente lei q'"e designe a maneira, porque as pessoas, e fazenda dos meno-res devem ser protegidas e defendidas; e sem que previamente se tomem estas saudveis cautellas, eu acho que se no deve alterar nada do que existe re la -tivamente legislao do juizo aos orphos.

    Portanto sou de parecer, que quanto aos outros foros se trate j de pr em pratica a extineo orde-nada na constituio, e que deixssemos de parte o dos orphos, para'se tratar, quando tivermos adopta-

    Os menores, bem como os mentecaptos, no po-dem comparecer em juizo.

    Comtudo, sem dar muito peso a estas reflexes, que acabo de fazer, parece-me muito razovel a opi-nio do llustre deputado o Sr . Vasconcellos, quan-do prope que o artigo torne commisso, para que se marque a linha divisria, e se declare mui to ex-pressamente, quaes so as attribuies, que fico pertencendo a este juizo administrativo dos orphos, quaes os favores, que esta poro de cidados deve gozar; pois s assim poder a camar deliberar.

    Alm disto parece que este systema de foros, principalmente do de orphos, alguma cousa con nexo com a instituio dos juizes de paz, porque em todas as partes as causas dos 'orphos so decididas por juizes de paz, como succede em Inglaterra, e em Frana, onde os juizes de paz fazem o inventario, e tudo quanto lhe relativo.

    Assim quando ns tivermos organisada a legisla-o sobre os juizes de paz, e fr explicada a juris-dico que lhes deve competir, melhor poderemos deliberar acerca desta maf r i a dos orphos : e por isso eu seria de opinio, que se retardasse esta deci-so, e que no tomssemos deliberao alguma ; poiso que se decidisse agora, poder ser revogado, quando se fizer a lei dos juizes dc paz.

    Entretanto no me opponho a que o art igo volte commisso para o fim proposto. I

    O Sn. BAPTISTA PEHEMA :Sr. presidente, o illus tre preopinante cm pouco ou nada discrepa da mi-nha opinio.

    No pois para combatel-a que eu agora me le-vanto, mas somente para no deixar passar certo principio, que avanou para roborar os seus argu-mentos.

    No se pde admittir a proposio, de que os me-nores no tm pessoa no sentido jurdico, por isso que no podemJigurarem juizo. Esta proposio falsa: basta vr-se a ordenao, que nesta parte seguio quasi risca a legislao romana.

    O S B . CLEMENTE PEREIRA :Opponho-me emen-da do Sr. Paula e Souza, porque no vejo necessi-dade de se multiplicarem os empregos, e p o r conse-quncia os empregados.

    Se por se temer a prevaricao nestes adminis-tradores dos bens dos orphos, d-se sempre o mes-mo motivo, quer estejo separadas, quer accumula-das as autoridades; porque as qualidades pessoaes da-quelles, que as exercem, so tudo nesse ponto.

    Alm de que devemos saber que ha grande falta de homens letrados e hbeis nessas villas, para se-rem empregados na administrao publica.

    Custa muitas vezes achar-se um homem para juiz ordinrio de sorte, que repete-se em algumas terras a nomeao na mesma pessoa ; e assim mesmo sem-pre se do por mal servidos os povos.

    A's vezes vai-se buscar um fazendeiro de dez e mais lguas de distancia, o que causa graveis in-convenientes.

    0 que se tem dito a respeito do uso em Frana j me tem lembrado, e eu acho muito conveniente. E ' um juizo de famlia "composto dos parentes dos orphos, e encarregado de tratar dos seus bens , etc.

    Portanto se se quizsse rganisar um plano sobre as mesmas bases, eu estaria prompto a concorrer com quanto estivesse nas minhas faculdades; por-que estou convencido de que era ura dos maiores benefcios, que se poderio fazer a esta classe- de cidados, que tivero a desgraa de perder seus pais,

  • Cmara dos Deputados Impresso em 18/05/2013 11:07 - Pgina 8 de 18

    6 SESSO EM i DE AGOSTO DE 1826 tituio, que extinguio os privilgios pessoaes de foro."

    Portanto devemo-nos limitar por agora a fixar a jurisdico, com que ho de ficar os juizes dos or-phos ; a qual no pde ser a contenciosa, por estar prescripta pela constituio.

    E' necessria pois e muito necessria a emenda do Sr. Paula e Souza : alis os magistrados ficario na qualidade de juizes dos orphos exercendo a ju-risdico administrativa, e n a qualidade de juizes ordinrios ou de fora, a jurisdico contenciosa; e teramos cm uma s pessoa accumuladas estas duas jurisdices repugnantes, e que mutuamente se destroem, com gravssimo prejuzo dos menores, e por consequncia da nao. Por isso defendo a emenda.

    O SR. CLEMENTE PEREIRA :Continua-se a dizer que o foro dos orphos de privilegio pessoal, e no causal; e que os privilgios de pessoa esto extinctos; querendo-se decidir a questo pelo 16 do art . 119 da constituio.

    Mas no por este, e sim pelo 17 que convm examinar a questo.

    Diz este.A' excepo das causas, que por sua natureza pertencem ajuzes particulares, na con-formidade das leis, no haver foro privilegiado.

    Logo a questo reduz-se a conhecer, se do inte-resse publico da nao, que as causas dos orphos continuem a ser julgadas em juizo particulares.

    Eu j mostrei que sim, e respondeu-sc, que os juizes dos orphosservem e tm servido em prejuzo dos orphos.

    Eu concedo que estes juizes tm feito muito mal aos orphos, mas isto um abuso, e do abuso nunca so pde tirar argumento vencedor; e portanto con-tinuo a votar pela minha emenda restringida pelado Sr. Baptista Pereira, que menos ampla.

    Mas no se entenda, que quando assim sustento a conservao deste juizo, porque a deseje, e seja de voto que elle permanea: bem pelo contrario conheo que necessrio fazer neste ramo de legis-lao "uma reforma absoluta, entregando toda a parte administrativa da pessoa e bens dos orphos aos conselhos de famlia {apoiado, apoiado) imi-tao do que se faz na Frana, mas esta reforma no se pde fazer j, depende de um systema geral de legislao, o no pde ter lugar, sem se crearem os juizes de paz.

    Quando estes se crearem, eu me interessarei na creao dos conselhos de familia; mas emquanlo no chega esta poca, julgo mais conveniente con-servar as cousas como esto, ou cora pequena modi-ficao.

    O S R . VASCONCELLOS : E u julgo a emenda do Sr . Paula e Souza desnecessria e ociosa. Ella tem por fim separar o exercicio da jurisdico adminis-trativa da contenciosa, no caso de passar o art . 4 tal qual se acha", ou a sua doutrina.

    Porm, Sr. presidente, o projecto diz isto mesmo no art . 4 : para que pois precisa esta emenda ? Diz o artigo (leu o art. 4.) Portanto como poder a mesma pessoa continuar a exercer ambas as juris-dices, uma vez que se approve esta doutrina? Com isto respondo aos argumentos daquelles senhores, que advogo o artigo e a emenda : porm quanto a mim este artigo no deve ser approvado re l le vai destruir o que existe, sem substituir os meios de prover miservel condio dos orphos. Ficar

    do um systema prprio para a boa administrao da fazenda, e com especialidade para a perfeita educa-o destes miserveis.

    Talvez se posso apresentar planos dignos de ser adoptados, como este de que fallou o illustre orador o Sr . Clemente Pereira.

    Guarde-se pois esta parte da lei para melhor oc-casio : entretanto nenhum mal se seguir, se con-t inuarem as cousas como se acho ao presente.

    Esta minha opinio poder no ser acceita, mas cu creio que a mais prudente, que se pde seguir.

    O S R . VERGUEIRO : Eu sustento a emenda do digno deputado o Sr . Paula e Souza, porque enten-do que coherente com a opinio geralmente rece-hida, e at apoiada pela maioria desta camar.

    Senhores, necessrio tirar a anomalia, que exis-te, sendo a mesma pessoa quem administra, o ao mesmo tempo julga sobre os casos da sua adminis-trao : por ouirn, necessrio separar estas duas -autoridades, que tm estado accumuladas.

    Parece pelo que tenho ouvido, que se tem recebido esta proposta como emodio cdesfavor dos orphos: mas eu no sei porque razo se concebe semelhante absurdo.

    Sr. presidente, s para bem dos orphos," 6 s cm sua defeza, que cu advogo aquella proposta para separao das duas jurisdices; s com este fim que organizei o a r t . 4, o com o mesmo fim se lem-brou o honrado membro de fazer esta emenda.

    Diz-se que tanto se pde abusar de uma, ou de outra frma : porm no assim.

    O magistrado que tiver em suas mos a adminis-trao da pessoa e bens do menor, e ao mesmo tem-po julgar das questes, que se originarem j sobre esta mesma administrao, j a respeito de quaes-quer contendas relativas aos bens dos mesmos or-phos, tem (isto no admitte replica) muito mais fa-cilidade, e maiores meios para prevaricar nestes ofneios, do que se ellc exercesse somente uma des-tas autoridades.

    Como que um destes magistrados de jurisdico accumulada ha de tomar contas a si mesmo, e se ha de responsabilisar pela omisso (j no fallo dos crimes por commisso) do obrigar os tutores e cu-radores aos seus deveres ? Esta verdade palpvel; nem eu sei, como tem sido desconhecida poralguns senhores.

    Disse-se que era melhor introduzir o systema adoptado na Frana para a administrao da pessoa e bens dos menores: porm, senhores, nesta lei,que estamos a formar no tratamos de melhorar a con-dio dos orphos, tratamos somente de fixar o me-thdo de lhes administrar justia.

    Quando nos propuzermos a melhorar a adminis-trao dos seus bens . ento serei de parecer, que se admitta entre ns o systema familiar, porque certa-mente a providencia mais saudvel, de que tenho noticia.

    Deixar a direco e fiscalisao dos bens desta classe de cidados* e a sua educao ao arbtrio de uma s pessoa, que muitas vezes no se interessa por elles, no acho conveniente, antes muito arris-cado.

    E' necessrio que haja quem cuide em sua educa-o, e administre seus b e n s : e que pessoas mais idneas para um tal desempenho, do que os pr-pr ios parentes mais chegados, e formados em uma espcie de conselho?

    Forem este no o lugar para esse objecto : ns agora s tratamos de desenvolver o artigo da consti-

  • Cmara dos Deputados Impresso em 18/05/2013 11:07 - Pgina 9 de 18

    SESSO EM 1 DE para quando se fizer uma lei prpria para essas pr? v idenc as ! !

    Mas, Sr. presidente, esta lei regulamentar; a dos juizes de paz tambm regulamentar: e ento determinar-se-bo nesta, que agora se faz, artigos, que ho de ser revogados por aquella, que se ha de fazer? Logo estamos fazendo um artigo provisrio, e sem estabilidade.

    Demais, senhores, ainda a camar no pensou bem sobre esta questo, que hoje se suscitou; ainda a commisso no deu um parecer sobre ella, porque matria inteiramente n o v a : no ser pois melhor, e muito mais conveniente, que este objecto tome commisso, que ella o combine com os projectos, que tem entre mos; que pense melhor sobre a matria, e apresente a sua opinio final, cmquanto os membros desta camar tambm esldo o a s -sumpto,' para dar com segurana sobre elle o seu voto? Pois havemos de construir hoje, para destruir amanh?

    Eu confesso que esta discusso tem sido inteira-mente vaga, ainda se no estabeleceu um s princi-pio, que servisse de b a s e : ecomo que a camar ha de de l iberar?

    Porm quando, apezar de todas estas razes, pas-sasse o art. 4, a que sempre me opporei, eu que-reria que se riscassem estes paragraphos da ordena-o aqui citados porque esta legislao j est em parte revogada.

    O S R - CRDZ FERREIRA : (Fallou por largo tempo porm com tal rapidez, que se no alcanou parte alguma do seu discurso.)

    0 S R . TEIXEIRA DE GOUVA:Senhores , levan-to-me para defender a emenda, e no tenho duvida de dizer, que os argumentos, que se tm produzido contra, no tm fora alguma.

    Acaba-se de sustentara legislao antiga, dizen-do-se que tinha reconhecido a necessidade dos juizes de orphos, pelos inconvenientes, que resuUavo de no serem letrados todos os juizes. Porm eu res-pondo a isso, que a razo, que a lei deu como fun-damento, tem cessado, e por isso deve cessar a sua disposio.

    Quem negou que era mais conveniente, que os juizes dos orphos fossem letrados no caso de exer-cerem a jurisdico administrativa e contenciosa cumulativamente? Ningum seguramente. Pela minha par te , eu antes quereria, que nesse caso j fossem letrados os juizes, do que chamaram-se para I esses empregos homens leigos, nomando-se os que | a ordenao appellida homens bons. '

    Porm" quando se separe a jurisdico adminis-trativa da contenciosa, ento preferirei sempre os homens bons para a administrao dos bens, e di-reco das pessoas dos menores ; porque a experin-cia "tem mostrado que os juizes de direito no so os melhores directores e administradores das pessoas e fazenda dos orphos, assim como no so os melhores administradores da fazenda publica, visto que mui tos objectos do seu officio os destra-hera, e prendem de sorte , que no podem entrar no conhecimento particular dos negcios da adniinis-

    .- trao, pa ra dar a t e m p o as providencias, e uma boa" direco.

    Os juizes de direito p a r a cumprir com as obriga-es dos seus cargos no tm sobra de tempo para entrar nos pequenos detalhes dessas administraes,

    { , o por isso so os primeiros enganados pelos admi-nistradores seus subalternos, e muitas vezes vm a 1

    AGOSTO DE 1826 7 ser victimas das ciladas, que estes lhes armo, sem poderem prevenir , nem remediar os males da admi-nistrao. Esta a minha opinio, e o meu modo de pensar sobre a questo.

    No me opponho porm proposta, que se tem feito, para que o artigo volte commisso para interpor o seu parecer sobre as duvidas, que aqui se tem suscitado; porque n a verdade muito se tem divagado. Talvez a commisso adopte algum plano, que agora no tenha occorrido.

    Talvezse lembre de fazer elegveis pelo povo aquel les, que tm de exercer a jurisdico administrativa. Certamente imporia muito sociedade, que o cida-do seja bem educado, e que os seus bens se no delapidem; e para uma boa eleio raras vezes o. povo se engana.

    Para dar uma boa educao, para t ra ta r da a r -recadao, e administrao de bens, nunca eu ju l -garei apto um magistrado encarregado ao mesmo tempo de fazor justia s par tes : preciso um homem de bem, e dedicado inteiramente a esse cargo: um homem residente no paiz; que tenha conhecimento dos orphos, e dos seus bens . E se esse homem no desempenhar o conceito, que delle fez o povo, que o elegeo, ento muilo menos se deve esperar de um juiz de direito, que alm dos inconvenientes, que ja ponderei, s se demora no districto o tempo do seu lugar . Novo motivo para passar a emenda.

    Avanou-se esta proposio: vai-se destruir a legislao dos orphos, e no se trata de substituir outra em seu lugar. No, senhores, no assim. No se faz mais do que separar as jurisdices para pessoas differentes: a legislao dos orphos sub-siste da mesma maneira : nada se destroe, porque aquella legislao de reconhecida excellencia; e o que se faz restituil-a sua antiga pureza, e dar-lhe' mais valor, por isso que se t iro os obstculos, que se oppe sua livre marcha; tudo isto a bem dos nossos concidados, e em particular favor e protec-o, destes miserveis orphos.

    Ainda por outra razo voto pela emenda do Sr. Paula e Souza. Eu sou inimigo de accumular obrigaes em um s homem, e obrigaes de tanto peso, e* to melindrosas: estou convencido que a um juiz, que faz a sua obrigao, no resta muito tempo para t ra tar de outros negcios; o por isso as nossas leis querem que elles s se dediquem s m a -trias do seu officio.

    E se um juiz no pde commerciar, nem dar-se a outro gnero de vida, que o distraia do seu dever primrio, como que lia de encarregar-se dos n e -gcios de uma casa, e da direco da educao de um menor, quanto mais de todos os da sua" jur i s -dico? Daqui vem que a legislao a respeito dos orphos na sua narte administrativa tem sido at agora, e ainda inexequvel, apezar de tantas e to sabias providencias, quda bem daquelles misera

    ' ve i s : e a razo . porque um juiz de orphos nao-1 pde absolutamente, ainda com os maiores esforos fazer face a todos os objectos, que sobre ello pezo.

    Desta accumulao de empregos resulta que n e -nhum desempenhado: aquelle, que oceupa ao

    i mesmo tempo tres ou quatro lugares, no pde de forma alguma servir bem em nenhum de l les ; e nesse caso melhor fora no se crearem esses luga-res . Concluindo, digo que approvo a emenda, e q u e

    1 seja popular a eleio do administrador dos orphos,

  • Cmara dos Deputados Impresso em 18/05/2013 11:07 - Pgina 10 de 18

    8 SESSO EM 1 DE AGOSTO DE 1826 suas attribuies, etc. ? Poder de outro modo sahir perfeita esta lei? Eu estou firmemente convencido, qne este artigo no deve assim passar, que manco, e imperfeitssimo. Voto que torne commisso, para o refundir: a golpes de espada no se formo le i s ; do nosso dever reformar, e construir, mas no abater e destruir.

    O Sn. YASCONCEIXOS:Esse monto de emen-das, Sr. presidente que se acho sobre a mesa, bem mostro a diversidade de opinies, que se tm ma-nifestado nesta camar acerca do artigo em discus-so.

    E donde nasce esta diversidade de opinies, seno das imperfeies, que se descobrem na sua dou-t r ina? E como que no meio de tal confuso ha de a camar resolver com acerto e sabedoria? Eu acho que estamos a perder o precioso tempo, que podera-mos empregar em tantos objectos de verdadeiro interessei

    Fallemos claro, senhores, que utilidade se segue de tratar-se j j deste foro dos orphos? Eu declaro que se fosse possvel votar contra este projecto, eu o faria; pois nos veio interromper trabalhos do summo interesse e da maior necessidade. Portanto ou volte o artigo commisso, para lhe dar nova forma, ou fique adiada esta matria, para entrar na lei, que se houver de fazer sobre a administrao dos bens dos orphos, como*j se tem propos"to.

    Eu no sei, Sr., presidente, qual o motivo de tal pressa: ha outras muitas leis regulamentares do maior interesse, e comtudo d'ellas ainda se no tem tratado, nem ao menos ha lembrana. A respeito mesmo da administrao da justia falto-nos leis regulamentares de summa importncia, que ainda jazem no esquecimento: e ento porque motivo trataremos com to pouco escrpulo de ir alterar repentinamente uma legislao estabelecida s-culos, sem pezarmos na balana da sabedoria, e da prudncia os bens e os inales, qe desta precipitao podem surgir, e apparecer na pratica?

    Portanto, senhores, no aventuremos um ensaio, que pde ser muito funesto : abramos mo por ora desta matria arriscada, c demos lugar a outros as-sumptos, que sendo da maior considerao, no portem de maneira alguma comprometter o bem dos cidados, seja qual fr o seu ultimo resultado. Te-mos em discusso o projecto sobre o curso jurdico empreguemo-nos nelle, e em outros semelhantes, que Irato mais de crear, do que de reformar; pois as reformas sempre so arriscadas, e dependem de mui la prudncia, discrio e experincia.

    O S R . ALMEIDA E ALBUQUERQUE: S r . presi-dente, o illustre preopinante acaba de manifestar de uma maneira nada equivoca a sua opposio doutrina deste projecto. Este projecto foi revisto na commisso de leis regulamentares, e eu vejo nelle assignados entre os mais membros da commisso os Srs. Vasconcelles e Lino Coutinho. Estes senho-res approvaro o projecto, e assignaro sem decla-rao a lguma; e como que agora argumentno to apaixonadamente contra aquillo mesmo, que appro-varo? Eu no descubro razo alguma plausvel: creio qe se tem questionado e argumentado sopeio espirito de questionar e argumentar. , A doutrina do artigo, Sr . presidente, to clara

    'corrente, que s poder descobrir nelle esses pe-rigos, essas fontes de males, esses princpios incen-dirios, quem questiona mais pelo gosto" de altercar

    l e argumentar, do que ' pelo desejo de descobrir o

    cujo emprego deve recahir naquelles que as nossas leis cha mo homens bons.

    O S R . LINO COUTINHO : Sustento a opinio, que emit t i ; e torno a dizer que necessrio pr imeira-mente que se forme um systema de orphanologia, para depois se decidir a materia deste ar t igo. Mas disse-se que no tratamos seno de separar a parte administrativa da parte contenciosa, reunidas hoje em uma s pessoa: e para que havemos de fazer uma cousa hoje, para daqui a dous dias talvez des-manchaba ?

    Supponhamos, que passa este art igo, e depois apparece o systema de orphanologia, e que ns vista deste systema entendemos que no deve sepa-rar-se a- jurisdico administrativa, mas .que ne-cessrio dar-lhe uma forma nova: no decidiremos ento o contrario do que adoptamos hoje, havendo assim pura perda de tempo?

    Demais, Sr. presidente, no creio que seja cousa muito fcil o marcar, quaes so os foros de causa, e os foros pessoas. O que quer dizer foro militar? Quer dizer o mesmo que foro de soldados, no tem outra razo, porque o foro daquelle, que se chama soldado.

    Logo se se no quer que se diga foro de orphos, digamos foro de orphandade ; e assim fica mudado o nome, desfeita a duvida que sepz, argumentndo-se, que es'.e foro era da pessoa, porque era Juizo dos orphos.

    Sr. presidente, j aqui se demonstrou exuberan-temente, que nada se deve innovar, sem que haja uma lei, que especifique os foros de causa, e os foros de pessoa, e neste principio todos geralmente concordaro, pois no to fcil a diviso, como primeira vista pareceu. <

    Porm supponhamos, que depois de organisado este systema orphanologico, apresenta-se um pro-jecto para que se julgue de ca usa o foro dos orphos: por outra, supponhamos que o corpo legislativo assentava que esta classe de cidados devia gosar de algum privilegio no seu foro, visto que pela sua condio miservel se fazem credores de todo o am-paro, "e de todos os beneficios da nao ; por ven-tura ficaria a assembla inhibida de o "fazer, porque este privilegio chama-se os orphos, e no da orphandade ? .

    Demais, Sr. presidente, este artigo estabelecendo i uma seco na jurisdico dos juizes dos orphos, no prov s consequncias, que necessariamente devem resultar, no substitue outra regra, no i mostra o que se deve seguir depois desta desmem-braao de jurisdico.

    Diz-se que se separa to somente a parte admi-nistrativa da parte contenciosa, mas no se diz quem ficar com essa parte administrativa. Ser o mesmo juiz dos orphos? Ser um juiz de paz? Ser um conselho de familia ? Todas estas idas tm sido aqui propostas, e comtudo de nada disto (rata o a r t i g o .

    Ser o administrador nomeado pelo poder execu-tivo, ou pelo povo ? Tambm se aventou esta ida ; e no ser preciso decidir primeiro sobre estas pro-postas to diversas en t re s i? Ora que marcha mais xegular se poder seguir, do que, no caso de ven-cer-se a separao destas autoridades, marcar ao mesmo tempo,e no mesmo lugar a maneira , porque se ha de desempenhar a parte administrativa 1 "Nao ser da maior utilidade, ou an t e s de extrema

    necessidade, indicar-se logo, quem h a de ser o administrador, quem o ha de eleger,- quaes sero as

  • Cmara dos Deputados Impresso em 18/05/2013 11:07 - Pgina 11 de 18

    SESSO EM 1 DE AGOSTO DE 1826 9 de proceder n a conformidade das leis, no caso de serem certas as queixas, que elle. fazia contra os abusos e m administrao da justia na sobredita villa.

    Deus guarde a V . Ex. Pao, em 31 de Julho de 1826. Visconde de Caravellas. Sr . Jos Ricar-do da Costa Aguiar de Andrada. Ficou a camar inteirada.

    Il lm. e Exm. Sr. E m resposta aos dous of-ficios, qe com data de 20 e 21 de Julho presente Y . Ex. m e dirigio da parte da camar dos depu -tados, pedindo esclarecimentos a respeito de W e n -ceslo Jos de Oliveira Cavalcanti ajudante, e Jos Francisco do Espirito Santo Lanoia alferes, ambos reformados da provincia de Pernambuco, queixan-do-se de se lhes no ter permittido regressar mes-ma provincia, cumpre-me communicara V. Ex. para informao da camar, devolvendo os ditos reque-rimentos, que vista da conducta. que tivero em Pernambnco os mencionados indivduos o governo de S. M. o Imperador julgou conveniente demorai-os aqui at agora.

    Deus guarde a.V. Ex. Pao, 31 de Julho de 1826. Baro de Lages. Sr. Jos Ricardo da Costa Aguiar de Andrada. Foi remettido commis-so de constituio.

    I l lm. e Exm. Sr. Passo s mos de V. Ex. a consulta inclusa da mesa do desembargo do pao sobre o requerimento de Joaquim Jos Pinheiro, que pedio o lugar de continuo daquelle tribunal, para que chegando ao conhecimento da camar dos deputados, delibere a este respeito o que lhe parecer conveniente.

    Deus guarde V. Ex. Pao, em 31 de Julho de 1826. Jos Felicianno Fernandes Pinheiro.Sr. Jos Ricardo da Costa Aguiar de Andrada. A' commisso de legislao.

    I l l m . CvExm. Sr .Em observncia das im mediatas ordens, que tive a honra de receber de S . M . o Imperador para responder convenientemente ao officio, que V. Ex. por deliberao da camar dos deputados me dirigio em data de 20 deste mez, tenho a dizer a V. Ex. que incluso achar o exemplar n . 1 do tratado de 29 de Agosto de 1825, concludo entre o Brazil e Portugal, e que corre impresso desde o dia 10 de Abril deste anno, em que foi p u -blicado, e se mandou executar em todo o impr io : assim como remetto uma copia authentica n . 2 da conveno feita nesta mesma data; com o que fica satisfeita a primeira das t res requisies, que encer-ra o mencionado officio.

    a Para cumprimento da segunda envio a V . Ex . o exemplar n . 3 do tratado de 8 de Janeiro deste anno, celebrado entre S. M. Imperial, e S.fjM. Chrstianissima, e que se acha igualmente impresso n o qual os plenipotencirios brazileirosem confor-midade de suas instruces, propostas e discutidas em conselho de estado, definitivamente resolvidas por S. M. Imperial, estipularo as condies, que mais teis parecero ao commercio e navegao, em reciproca vantagem de ambos os estados, e n -trando neste plano a redaco de direitos da alfan-dega do Brazil em compensao de correspondentes abatimentos nas alfandegas da F rana ; havendo-se demais admittido a judiciosa medida de marcar o curto espao de seis annos para a durao desto t ra-tado, afim de se calcular pela experincia o que mais convier aos interesses do Brazil para as futu-ras convenes de semelhante natureza.

    bom e o verdadeiro. Lanaro mo do estribilho destruio, destruio e com elle pretende-se torcer a letra e a mente do art igo que nada destre nada arruina, antes consolida a actual legislao e lhe vai dar um valor que nunca teve; porque a s leis dos orphos nunca foro executadas, como devem j ser, e como podem ser pela separao, que se quer I fazer das duas jurisdices. Nada mais direi porque o meu fim no outro, seno responder ao a taque assaz injusto, que se faz a esta doutrina, dando-se-lhe uma intelligcncia muito diversa e inteiramente gratuita.

    O S R . LINO COUTINHO: O honrado membro, qu acabou de fallar, julga os mais por s i ; isto muito ordinrio nos homens. Como elle argumenta s para argumentar, pensa que todos fazem o mes-mo. No principio da discusso conservei-me calado a ouvir as. opinies e idas, que os mais senhores emilio, e s depois de muito adiantado o debate que emitti o meu parecer.

    Eu dou a razo da mudana, que fiz no meu modo de pensar a respeito deste artigo, e espero que o illustre deputado fique convencido de que eu no argumento por argumentar. Como membro da commisso assignei o projecto, na opinio de que a sua doutrina e r a a melhor; e,depois do debate va -riei de parecer, convencido de que tinha pensado m a l : e que grande crime este ? Desgraados de ns, Sr. presidente, se quizessemos sustentar por capricho tudo, quanto houvssemos assignado em uma commisso 1 Pois porque eu assentei na com-misso que certa doutrina era a melhor, a deverei sustentar-por fora, ainda que as razes, que se emitti rem em contrario nesta camar , me conven-o do meu erro ?

    E porque eu assim obro na melhor f, e s com o. fito na verdade, ser permitlido a qualquer m e m -bro desta camar lanar-me em rosto, como se eu tivesse commettido um atlentado ? No, Sr. p res i -dente, de todo o homem de bem mudar de op i -nio, uma vez que se lhe offerecem razes, que o convencem. Is to no me deshonra, antes muita honra me d, e me est muito bem.

    Aqui terminou a discusso por se julgar s u f i -c i en te ; e porque alguns senhores havio proposto, que o artigo tornasse commisso com as emendas offerecidas, para se rganisar outro , tendo-se con-siderao doutr ina das mesmas emendas; consul-tou o* Sr. presidente o voto da camar sobre esta prejudicial; e foi resolvido em conformidade.

    Deu ento par te o Sr. primeiro secretario de h a -ver recebido, e passou a ler os seguintes

    a OFFICIOS

    Illm. e E x m . Sr. Em resposta ao officio de V . Ex. de 2 1 do corrente, que acompanhou o r e -querimento de Jos Gomes da Silva, contendo de -nuncias de factos praticados pelo ex-juiz ordinrio da villa de I taguahy, e queixas contra Jos F r a n -cisco de Carvalho, que a camar dos deputados r e -solveu fosse presente a S. M. o Imperador : se m e offerece communicar a V. Ex. de ordem do mesmo augusto senhor, que o governo mandar proceder aos exames necessrios sobre os artigos da referida accusao, pa ra se darem as providencias, que fo-rem justas; accrescentando mais para ser presente camar, que era consequncia de outro requer i -mento do supplicante .dirigido a esta secretaria de estado, se havia j ordenado ao^ouvidor da comarca na data de 11 d e Fevereiro passado, que houvesse

  • Cmara dos Deputados Impresso em 18/05/2013 11:07 - Pgina 12 de 18

    10 SESSO EM 1 DE AGOSTO DE 1826 O SR. VASCONCEIXOS :Eu assento Sr. presidente

    que se nao pde discuttir este projecto : com a emenda; porque no esto na forma do regimento, que no a r t . 1 6 9 diz Para a 3 A discusso ter sido o projecto remettido respectiva-commisso parado redigir de novo com as emendas, que tiverem sido apoiadas e approvadas..Ora isto ainda se no-pra-t e o u com este, projecto. Fez-se-lhe uma emenda, e esta ainda no foi redigida, incerta no projecto como cumpria. Portanto deve ir commisso, e emquanto ella executa este trabalho, tratemos do nosso curso juridico, que objecto muito digno dos nossos cuidados. {Apoiado, apoiado.) .

    O S E . CUNHA M A T T O S : S e da essncia, que o projecto seja redigido com as emendassem cinco minutos, a commisso o d prompto.

    Sendo geralmente apoiada a proposta do Sr . Vs-concellos, o Sr . presidente consultou o voto da ca-mar, c foi resolvido em conformidade. Ent rou-se por consequncia na 3 A parte da ordem do dia, que era a primeira discusso sobre o projecto de lei do curso juridico, appresentado pela commisso de instruco publica n sesso de 5 do mez prximo passado. E feita a leitura, e aberta a discusso, disse

    O S R . MARCOS ANTONIO. : Parece-me^ Sr. p r e -sidente, que j s decidio, que esta lei era conside-rada como regulamentar. Sendo assim, deve-se pres-cindir da primeira discusso, pois no pde entrar em duvida a sua utilidade. .

    O S R . PRESIDENTE : No me lembra que esta camar tomasse semelhante resoluo.

    O S R . *MARCOS ANTONIO : Parecia-me que j se tinha del iberado. . . (Alguns senhores dissero que nada se havia decidido a esse respeito) Pois bem, Sr. presidente, pde propor agora, se esta lei , ou no considerada como regulamentar.

    0 SR. PAULA E SOUZA : Seja qual fr a resoluo da camar, est discusso no pde deixar de ser considerada como a primeira, nem os Srs . deputa-dos esto habilitados para entrar hoje na 2 A disc.s-so, porque tendo-se dado na ordem d dia como primeira, ningum se podia preparar para entrar na analyse, que se faz na segunda:

    0 S R . TEIXEIRA DE GOUVA : E u m conformo com o illustre deputado Sr. Paula e Souza. So ; cousas muito differerites discutir emgoblo, ou por partes.

    O S R . VASCONCELLOS : S r . presidente, o no virem, os Srs. deputados preparados para a 2 A d i s -cusso no razo suficiente, para que se proceda primeira. Esta lei tem natureza de regulamentar, e por tanto deve tratar-se analiticamente em 2". e 3 A discusso: Algum poder duvidar da utilidade da instituio de um curso juridico no Brazil? Por tanto eu propondo, pra no perdermos tempo, que tratemos;amanh da 2 A discusso, podem, ento vir os'senhores preparados. Eu peo urgncia, Sr : pre-sidente. {Apoiado, Apoiado).

    0 Sa.' CRUZ FERREIRA:Apeza r d ec s t a r co n -vencido d utilidade, ou antes da necessidade, d e 1 uni curso juridico no Brazil, todavia eu m oppo-nho s doutrinas deste projecto em geral . A pr i -meira cousa que'tenho a n o t a r que nesta enume-rao d e cadeiras^ de n . 1 a n . 8 , nao se distinguem* as aulas, que devem haver em cada anno , nem se faz a sua distribuio: Em 2 lugar tudo, quanto s e : diz de direito natural, direito das gentes, e o mais

    Desta maneira procedeu o governo em regra, como era de esperar da circumspeco, com que regula seus" procedimentos, e do pleno exercicio das attribuies que lhe competem, e nesta certeza par-ticipei pura e simplesmente assembl legislativa a existncia deste tratado nos precisos termos do 8 do ar t . 1 0 2 da constituio que nos rege; por que somente so dependentes da approvao do po-der legislasivo aquelles tratados concluidos em tem-po de paz, que involverem cesso ou troca de ter-ritrio do imprio, ou de possesses, a que o imp-rio lenha direito.

    - Resta-me finalmente notar acerca da terceira e ultima requisio comprehendida no officio de , V . Ex . , que, sendo da privativa autoridade do poder executivo a nomeao dos - embaixadores e mais agentes diplomticos e commerciaes do imprio in-determinadamente ; e no havendo a constituio prevenido a necessidade de uma lei regulamentar,

    ' que determinasse o numero e qualidade de taes em-pregados: indispensvel era que o governo n o -measse seus delegados, para conservar com os de-mais estados as relaes de harmonia e boa intelli gencia, por meio de legaes permanentes, fundada no direito das gentes , e publico universal, que as naes civilisadas tm geralmente abraado, e de qu no podiamos prescindir na critica situao em que nos temos achado para firmarmos nossa indepen-dncia politica, como felizmente havemos conse-guido.

    Neste sentido proseguio o governo neste impor-tante assumpto, tendo somente em vista o bem e prosperidade do imprio, sem atteno a estar ou no installada a assembl legislativa, por no se poder assignar uma razo pela qual o governo s u s -pendesse a marcha dos negocies da sua competn-cia em qualquer ramo da publica administrao, durante o periodo, em que a mesma assembl se acha no exercicio de seus nobres trabalhos, no ha-vendo lei, que assim o decretasse; porque ou esta nomeao legal e necessria, segundo o exigem as circumstancias e o bem da nao, e ento devia ser praticada sem diuerena de tempo; ou ella era abu-siva e prejudicial, e nesse caso devia ser prohibida sem atteno s pocas em que era exercitada.

    Entretanto me ordena S. M . Imperial que eu-envie a V. Ex. uma relao n. 4 de lodos os em-

    firegados, que actualmente*se acho no exercicio de ugares diplomticos e commerciaes deste imprio , e seus respectivos ordenados, e bem assim uma ta-beli n . 5 dos ordenados, que serve para regular, os mesmos vencimentos; para que a camar dos d e -putados com pleno conhecimento deste artigo possa tomar as medidas legislativas, que parecerem mais adequadas e competentes a bem deste estado.

    Deus guarde a V. Ex. Pao, em 3 1 de Julho de ' 1826.Visconde de Inhambupe.Sr. Jos Ricardo da Costa Aguiar de Andrada.Foi s commisses de fazenda e diplomtica.

    Deu o mesnio S r . secretario par te de um reque-rimento do tachigrapho Pedro Affotiso de Carvalho, o qual foi dirigido commisso da redaco do Dio-rio. *

    Passou-se k 2 A parte da ordem do dia, que era a 3 A discusso do projecto de lei acerca dos vogaes dos conselhos de guerra, apresentado na sesso de 2 8 do mez passado. E havendo o Sr. secretario Costa Aguiar feito a leitura tanto do projecto como da emenda offerecida na 2 A discusso, pedio a pala-vra, e disse

  • Cmara dos Deputados Impresso em 18/05/2013 11:07 - Pgina 13 de 18

    SESSO EM 1 DE AGOSTO DE 1826 11 para se entregarem todos ao desempenho das suas cadeiras. Como ha d passar uh hmein de letras com 8000000? Isto querer vilipendiar os homens dei merecimento, ' e ento a essas vesjps da nao do-se contos e contos de ris I'! Nada, nada, minha reg ra , quem'no serve,fora com elle; quem serve bem.e tem merecimento, seja sustentado pela nao, a quem serve. Ora como ns tambm no estamos muito felizes, qtianto a finanas, que s acho em uma miseria t a l . . . em fim todos o sabem', e ningum ignora causa, por isso lmbrewridste meio, pois p r u m a subscripao cada um concorre da sua parte voluntariamente, *e pde-se formar u m fundo ao menos para dar principio a ests escolas. No haver pai de familias, que recuse dar ' pro^ poro 'das suas pcsses; para que os seus filhos no vo buscar alm do mar as luzes e sciencias, e no venh : depois metamorphoseados' emallemsi russos, inglezesi e francezes, e no'sei que mais; pois mqunto assim fr, no teremos espirito p a -tritico, no seremos brazileiros. Todos ho dcn-correr, e se isto se effectuar, eii tambm entrarei com o meu poucow.. No posso soffrer monopolio nas sciencias Nestas circumstancias, e com estas consideraes approvarei o projecto.

    Tendo cessado a discusso, foi projecto pprp-vado por votao da cmara, c feitas as perguntas do regimento, resolveu-se que passasse a segunda discusso.

    Ento pedio a palavra, e disse : O S R . VASCONCEIXOS -.Sr. presidente, como foi

    apoiada a proposta, que fiz para que este projecto fosse considerado urgente, requeiro que V . Ex. , abra a sua segunda discusso depois de amanh, para vencermos tempo, e o podermos concluir nesta sesso.

    0 S R . VERGUEIRO : O projecto urgente, mas que ganhamos ns em violar o regimento ? So ven-cemos tempo, infringimos a nossa lei, que es-tabelece um : intervallo, entre as discusses. Este intervallo necessrio, para pensar-se sobre-a materia, o para que todos venhao bem preparados.' A discusso ser menos extensa, e mais fcil; u m a vez que.-todos tenho cora anticipa adquirido luzes na materia, por tanto longe do sevence r^ perde-se o-tempo s acaso se adoptar a proposta do nobre orador. De mais o espao de 3 dias, que marca-o.regimento, no mui to grande, por con-sequncia assento que se no deve alterar o r e g i -mento. - , '

    O SR7LNO COUTINHO : Sr. presidente, requeiro a V . Ex. que no admitta discusso, porque eu no vejo indicao na mesa.

    O SR SOUZA FRANA : 0 regimento, attendendo madureza e circumspeco, com qu se devrn fazer as leis, estabeleceu uni intervallo entre as d is -cusses para que cada um dos senhores deputados possa pronunciar o seu voto com conhecimento de causa.' Eis aqui, Sr. presidente, razo porque m e opponho a deliberaes precipitadas, de que nunca resulto vntagens,*htes gravssimos damnos; e* esta tambm a razo, porque voto contra a proposta de se alterar nesta parte o regimento. ? O S R . VASCONCEIXOS : Admira, que o illustre deputado, que tanto calor tem mostrado,.nao o t i - , vsse bem poucos dias, quando se alterou o .regi-mento d mesma maneira, qe eu agora requer i ! . . .

    'Agora que se precisa a demora ! E para que ? . . .

    que se segue, ' to vago, econfuso . . . Reparo que se no faz meno do direito mercantil , que uma parte to interessante da jurisprudencia l i . . = ( - 0 illstre deputado fallou por algum tempo to rapi -damente, que nadase pde alcanar do seu discurso) E ? o que tenho a dizer por ora. Cuando me frper-mittidj faltarei sobre cada artigo em particular.

    S R ^ V A S C O N C E L O S : P o r agora trata-se da materia m globo, e no de caia um dos pontos em particular, como fez o illstre preopinante.

    . 0 S ; CUNHA MATTOS: Fora gastar tempo o querer provai- a utilidade do estabelecimento de um curso juridico. alvoroo, com qu o povo do-Brazil recebeu o decreto db anno passado, em que S^ M. I . ordenava provisoriamente que este esta- I belecimhto s formasse, uma prova mais que suficiente da sua necessidade. Seja-me permittido porm fazer uma reflexo. Sr. presidente, ainda que: no fizssemos outro trabalho esta sesso, seno a promulgao desta lei, ns seriamos cor bertos com as benes de todos osnossos compa-triotas. O povo do "Brazil, Sr. presidente, gosta de dar aos seus filhos instruco debaixo de suas vistas para que se tornem sabios "e virtuosos, afim de que um dia sejo cidados probos e honrados, capazes de servir bem a sua patria. F / portanto de necessi-dade que passe quanto antes este projecto, com as modificaes, que se julgarem indispensveis, r e -servando* para a 2 discusso algumas reflexes, quo se tenho a fazer.

    O S R . CUSTODIO D I A S : Conheo a necessidade do projecto, mas acho que o monopolizar sciencias maior damno, que se pde nao fazer. Quando a pratica mostrar que aquelle, que tiver sciencia, que aquelle que tiver a capacidade n e -cessria para exercer os empregos, os obter, e

    Sue no continuar o vi l patronato, ento direi que, razil est em felizes circunstancias, porm e m -quanto ns virmos os verdadeiros sabios, e v i r -tuosos cidados opprimidose perseguidos, eoccu-pand os grandes empregos os indignos, os igno-Tantes, os, servis, osimmoraes, e carregados de v i -cios, nada poderemos esperar, sejo quaes forem as providencias, que d o:corpo- legislativo, sejo quaes forem as instituies, que se formarem. Este estabelecimento, que se"vai fazer, mais um meio para arrumar essa gente infame, eu estou certo que os verdadeiros sabios e benemritos no ho de ser convidados, nem adraittidos. Portanto no .este curso de direito, que vai fazer a felicidade do Brazil, preciso que todos saibo por experiencia, que s aquelle, que tiver prstimo e virtudes, ha de se'r ; chamado aos empregos, e que aquelle, que no tiver verdadeiro merecimento, nunca sera admit-tido. Eis ahi quando eu hei de dizer boca cheia, que temos leis, que temos constituio^ qu temos

    fovernoi e 1 a e temos felicidade. Antes disto no, bdvi cu 'n m opponho, como tenho dito, a creao desta scol,' ! pormno' qizerquj ella' fizesse monopolio das luzes^assim como faz a un i -vers idadede CoimBrav a ' qu ella vi imitr Eu quizcra quo aqu lles, que se habilitassem ainda fora desta escola, fossem julgados habis para os empregos d fro, ! e p a r i s s o e u m lembrava de propor uma - subscripao, para s estabelecerem mestres em todas as provincias pa ra essas e outras sciencias.

    Mas estes mestres, sendo, cm devem ser, de merecimento, devem ter a sua subsistencia segura,

  • Cmara dos Deputados Impresso em 18/05/2013 11:07 - Pgina 14 de 18

    1 2 SESSO EM 1 DE AGOSTO'DE 1826

    S) do Sr. deputado Gabriel Getlio Monteiro de endona, de parecer, se officie ao governo, para que a jun t a da fazenda da mesma provincia envie sem perda de tempo os esclarecimentos, que polo

    1 mesmo deputado lhe foro exigidos em officio de 1 de Fevereiro e 2 de Maro do anno passado, concernentes s rendas e despezas, direitos pagos pelos advogado;, emolumentos de provises passadas, pela junta , e mais objectos nelles declarados, remet-tendo-se por copia os mencionados officios. ,

    Pao da camar, em 31 de Julho de 1826.M. J. de Souza Frana./. B.-Baptista Pereira.Joo Braulio Munis. Marcos Antonio Brici. Foi approvado sem impugnao.

    Leu-se depois d i s tou seguinte ~ , ^

    PROPOSTA

    Prope a commisso de estatstica e diplomtica ue se augmentem dous membros para a expedio os seus trabalhos.

    Pao da camar dos deputados, em 17 de Julho de 1826.Monsenhor Pizarro.Nicolao Herrera.

    Foi approvada immediatamente, ficando o Sr. pre-sidente encarregado de fazer a nomeao.

    O S R . SECRETARIO COSTA AGUIAR, fez a leitura deste

    PARECER

    A commisso da fazenda examinou os papeis respectivos s solicitaes feitas por parte dos moradores da provincia de Matto Grosso, afim de fazer cessar o abuso de se cobrarem na provincia de Goyaz os direitos de entrada das mercadorias, que por alli transito para a sobredita de Matto Grosso igualmente o que sobre o mesmo objecto representou a junta da fazenda de Goyaz, e informou a de Matto Grosso ao governo pela repartio da fazenda/donde viero reraeltidos os mencionados papeis por unia requisio promovida nesta camar pelo Sr. depu-tado da* provincia de Matto Grosso Gabriel -G et alio Monteiro, e do contexto dos referidos papeis concluiu: que sendo os direitos de entrada verda-deiro tributo imposto sobre os consumidores dos gneros, em que assenta o mesmo tr ibuto, no deve ser pago, seno depois que os mesmos gneros entrarem na provincia, a que so destinados, e que toda a alterao feita ao dito respeito no pde continuar pelas seguintes razes : I a porque se vexa o comznercio, e i igindo-se em caminho o pagamento, de direitos, que t so devidos depois da e n t r a d a : 2 porque se desfalca a provincia consumidora da percepo de um rendimento necessrio s. suas despezas, convertendo-se em proveito de outra.

    Mas. como isso no importa nenhuma medida legislativa, porque no ha lei, que obrigue a pagar os direitos de entrada da provincia de Matto Grosso na provincia de Troyaz, entende a commisso, que assimjse deve participar ao governo, recommen-dando^lhe as providencias necessrias, para que se faa.cessar o mesmo abuso, tanto mais gravoso,.

    3uanto consta que em Matto Grosso se tem exigido os negociantes os mesmos idnticos direitos, que j pagaro indevidamente em Goyaz, informando

    (1) Veja-se sesss de 16 de Junho.

    Eu satisfiz minha obrigao, quando pedi a u r -gncia, para que se estabelecesse este curso juridico, o .primeiro no^Brazil. Demais ha muitos dias, que tem sido dado,para ordem do dia, amanh no ha trabalho logo temos muito tempo para nos prepa-rarmos pra quinta feira. Faco porm o que qui-zerem, eu fiz a minha obrigao. A respeito do pro-jecto, que apresentou o minis t ro sobre conselhos

    . de guerra, no houve duvida em alterar-se o regi-mento , agora porm quer-sc que o curso juridico fique para traz 1

    "O S B . LINO COUTINHO : Sr . presidente, o motivo que moveu o honrado membro a pedir urgncia, e tom ella a violao da constituio, reduz-se de -mora de um s dia, por que amanh no temos ses-so nesta camar, por ser dia de reunio de ambas as cmaras, e sendo de tres dias o prazo do reg i -mento, s se deixa "de fallar neste projecto no dia immediato, porque no seguinteja esse j pde entrar em 2 discusso. Ora por essa demora de um dia

    ' no que esta lei deixar de passar na presente sesso, no certamente. Portanto no vejo to grande motivo para obrigar a camar a infringir o seu regimento. Sigamos a marcha ordinria e p o -nha-se termo a esta discusso.

    Como ningum mais fallasse sobre este incidente consultou o Sr. presidente o voto da camar, a qual rejeitou a proposta do Sr. Vasconcellos, fi-cando por isso o projecto para entrar era 2* dis-cusso, conforme a ordem dos trabalhos.

    Veio ento mesa a nova redaco do projecto sobre osvogaes dos conselhos de guerra, organizada pelas commisses de guerra, e legislao, e foi lida pelo Sr. primeiro secretario. Era assim concebida.

    A assembl geral legislativa decreta: Art. 1. Os conselhos de guerra , em que hou-

    verem de ser julgados of&ciaes generaes, sero com-postos de um presidente, que ter maior graduao ou antiguidade do qe a do ro, do auditor com voto e d cinco vogaes, oiflciaes generaes de maior, igual ou inferior graduao do que a do dito ro.

    Ari. 2. No havendo official general mais gra-duado, ou antigo do que o ro , para servir de pre-sidente do conselho, nomear-se-ha para este exer-cicio um conselheiro de guerra , o qual porm no ter voto n a instancia superior, quando o processo alli subir.

    Art. 3 . " Fico derogadas todas as leis, alvars, decretos, e resolues em contrario.

    Pao da camar dos deputados 1 de Agosto de 1826. Francisco das Chagas Santos., Antonio Francisco de Paula Cavalcanti de Albuquerque. Raymundo Jose da Cunha Mattos.Jos da Cruz Ferreira. Antonio d Silva Telles n.

    Aberta a discusso, no houve quem se offere-cesse a fallar, e por isso feita as perguntas do es-tilo, foi approvado o projecto, e declarada finda a ultima discusso mandando-se que o projecto pas-sasse commisso de redaco dc leis, para a u l -tima apurao.

    Passou-s 4* e final parte da ordem do dia, que era a leitura de pareceres, e indicaes.

    0 SR. SOUZA FRANA, l e u , e passou ao Sr. I o se-cretario o seguinte i

    R PARECER

    A commisso ide fazenda, afim de providenciar sobre os abusos da administrao praticados na provincia de Matto Grosso, de qu trata a indicao

  • Cmara dos Deputados Impresso em 18/05/2013 11:07 - Pgina 15 de 18

    cmara quesquer inconvenientes, quemisso c o n -corro, e dependo de medida legislativa.

    Pao da cmara dos ^ deputados, em 31 de Julho de 1826.Joo Braulio MuwisJos de Rezende Cosia:/. &.:Ledo.~~3. J. de Souza Frana.J. B. Baptista Pereira, vencido.-Marcos Antonio Brido.

    Aberta discusso sobre esta materia, obteve logo a palavra, e orou pela maneira seguinte

    O S R . CUNHA MATTOS:EU no pretendo, impugnar absolutamente o .parecer da illustre commisso de fazenda, alientas as noticias que tenho, de haver ha poucos dias determinado o governo, gu a provincia de Goyaz seja supprda com chapinhas.de cobre montando"ao valor de doze contos de rs. annuaes, para l serem cunhadas em moedas, com que se satisfao as despezas correntes das diversas folhas e ainda se paguem as enormes dividas passadas! Se assim f o r , Sr. presidente, conforaiar-rne-hei com parecer da commisso, mas no caso de no ser exacta a noticia, que. me dero, mostrarei a esta cmara, que a provincia de Goyaz tem direito rigoroso percepo das contribuies, que alli

    Sago os negociantes, que entro para o Cuyab, e latto Grosso, tem motivos mui bem justificados, para instar que os pagamentos se conservem no p actual, emquanto a provincia de Goyaz no fr embolada das enormssimas /quantias, com que suppr iua Matto Grosso, eCuyab.

    Todos sabem, Sr. presidente, que ;as provincias de Matto: Grosso, e Goyaz foro mui ricas, e que ambas cahiro gradualmente da sua opulencia at chegarem incomprehensivel miseria, em que se acho abismadas. Tambm se sabe, que as despezas de Mtto Grosso ero, e ainda agora so muito maiores,-que as- de Goyaz : e que aleadas despezas ordinarias das guarnies, e outras, accres-cero avultadssimas da expedio dos astrnomos empregados nas demarcaes de limites, segundo os tratados concludos entre as coroas de Hespanha, e Portugal.

    No podendo rpis, como rio podio, os rend i -mentos da 'provincia de Matto Grosso fazer face s despezas delia, determinou o Sr. rei D. Jos ,pela

    proviso d'1*; de Julho d 1757, que aprovincia de Goyaz supp risse de Matto Grosso annualmente com a parcell de oito arrobas de ouro, tirados do quinto :dd metalfundido cm Goyaz.

    Este supprimnto durou emquanto a minerao deu para as despezas, ms cmos minas no ero inesgotveis, vu-seo governo obrigado a expedir a proviso de 8 de; Julho te 1779, em que reduziu a prestao, a 300 marcos, prestao que foi augmen-tada cmmaisvintecontos de ris pela ordemde6 de Maro -de 1*781, e ainda depois accrescentada pela prviso de 7 de Novembro'ide 1809, que applicou proviiicia d e

  • Cmara dos Deputados Impresso em 18/05/2013 11:07 - Pgina 16 de 18

    Por esta forma se observou at o anno de 1782, em que se deixou de arrematar o contracto em geral na provincia d e Minas-Geraes, e depois a junta da fazenda de Goyaz fez arrematar neste anno de 1782 aquelle contracto, t em que se dissesse uma s palavra relativamente parte pertencente a Matto Grosso, como mui claramente se v das condies, com que se conferiu esta arrematao, e ento os novos coatractadores obrigaro aos nego-ciantes de Matto Grosso a pagarem em Goyaz as quantias, que importavo os direitos das entradas dos gneros, que conduzio para Matto Grosso, sem embargo da opposio, quo os mesmos fizero, de que resultou tambm exigir Matto Grosso destes desgraados negociantes segunda vez o direito das entradas.

    Neste estado se conservou at o anno de 1793, em que se findaro a s arremataes feitas em Goyaz e ento se passou a administrao para a juntada+se-Torfispjr em Matto-Grosso ? Esla a questo fazenda d Goyaz, que continuou na mesma forma, que os ltimos contractadores. Eis-aqui a origem da posse, em que est Goyaz de cobrar os direitos de entrada dos gneros, que vo para a provincia de Matto Grosso, e jamais mostrar o illustre deputado o Sr. Cunha Mattos ordem regia, que a autorisasse para cobrar estes direitos, como acaba de expor o mesmo illustre deputado.

    Sr. presidente, Goyaz est de posse ha mais de 40 annos de cobrar direitos das entradas das mercadorias que vo para Matto Grosso, por uso, e costume introduzido pela fora, e no, como j disse, por ordem regia alguma, que a autorise para este fim. A fora, Sr. presidente, no constitue justia, nem direito, e no pde ser base legitima de obrigaes, e muito menos o uso, e costume constitue-lhe direito, quando elle contrario lei e vai de encontro com a boa razo, e pratica obser-vada em todas as provncias do imprio.

    Disse o illustre deputado que a provncia de Matto Grosso era devedora de milhes a Goyaz, Sr. p re -sidente, Matto Grosso nada deve, ella antes credora provincia de Goyaz, e o mostrarei

    No tendo a provincia de Matto-Grosso suffioien-tos rendimentos para as suas necessrias despezas, determinou el-rei por ordem de 7 de Junho de 1757 que a provincia de Goyaz, do quinto do ouro, que. se remettia para Lisboa, mandasse 8 arrobas de ouro annualmente para Matto-Grosso; assim se executou; e por ordem de 8 de Julho de 1799 determinou el-rei, que se mandasse somente 300 marcos de ouro annual-mente ; e pela ordem de 6 de Agosto de 1781 deter-minou-se que alm de 300 marcos, se mandasse mais 20 contos de ris, e assim se executou, at que o marquez de S. Joo da Palma, sendo governador e capito-general de Goyaz, representou-a el-rei os poucos rendimentos desta provincia, e que lhe fa-cultasse o poder tambm de tirar do quinto do ouro 3 arrobas para as despezas delia, a qual representa-o foi deferida, e com o andar dos tempos o quinto no chegou nem para as 3 arrobas, e por isso deixou Goyaz de mandar esta consignao.

    Eis aqui com que tanto se argumenta de que Matto-Grosso deve tantos milhes a Goyaz. ,

    Ora, Sr. presidente, sendo o direito do quinto pr i -vativo do paiz, tanto assim, que era considerado como parte dos rendimentos geraes, e por isso as provncias no podio dispor delles, os quaes todos os annos se remettio para Lisboa, come publico, n sei em que consiste essa obrigao: e se o illus-t r e deputado quer que Matto-Crosso esteja devendo

    essa enorme somma, dga-se ento que se deve a Portugal, e n o a Goyaz.

    Agora mostrarei , Sr. presidente, que Goyaz d e -vedor a Matto-Grosso.

    Em consequncia de ter cessado aquella consigna-o do quinto, determinou o Senhor D. Joo YTpor ordem de 7 d e Novembro de 1809 (segundo minha lembrana) que o importe dos novos impostos da provincia de Goyaz, como sejo de sellos, cisas, de-cimas, e t c , fossem remettidos para Matto-Grosso, o que secumprio por alguns annos, porm h a muito que deixou Goyaz de cumprir com este dever, e eis aqui Matto-Grosso credor a Goyaz do impor te dos novos impostos.

    Porm, S r . presidente, tudo quanto tenho dito nada serve pa ra o caso em questo, porque o nego-cio : tem, ou no direito aprovincia de Goyaz para cobrar o direito das entradas das mercadorias, que

    Claro ,~Sr. presidente, que direito das entradas s se pago n a s provincias, onde se vo dispor os gneros, e quando entro n a s alfandegas das pro-vncias, a q u e se dirigem.

    Pergunto, Sr . presidente, s os navios, que vm para esta cor te carregados de gneros, e que toco em Pernambuco, Bahia, e t c , pago alli os direitos? Certamente n o : pois ento como ho de pagar em Goyaz as mercadorias, que vo para Cuyab, s porque alli passo? Se assim devesse ser , Minas tambm deveria exigir direitos dos que vo para. Govaz, porque passo por aquella provincia.

    b r . presidente, o direito das entradas s se paga depois do desembarque, e n a mesma forma se deve considerar o de Cuyaba, e supponhamos, como mui-tas vezes t em acontecido, que no serto de Cuyab se perdia a carregao por incndio, naufragio, ou roubo, e t c , vinho os negociantes a soifrer no s o prejuzo do seu negocio, .como o importe dos di-reitos, que j pagaro de gneros que no ven-dero.

    Demais, o pagar-se o direito das entradas em Goyaz, dos gneros que vo para Cuyab, alm de ser contra o direito, como j disse, porque este s se pagana provincia, onde se dispe das mercado-r ias , seguem-se graves, e incommodos prejuzos aos negociantes por serem obrigados a conservarem em beira mar 600$ e 800$ r i s , conforme o seu negocio, para em Goyaz pagarem o direito, e pelo contrario elles podio levar empregada mais essa quant ia , no que lucra vo, e no menos a fazenda publica, por-que perceberia mais vantajosos direitos.

    Portanto -voto pelo parecer da commisso, por estar muito bem lanado, e porque o acho fundado em justia.

    O SR. CUNHA M A T I O S : - Sr. presidente, eu no posso deixar de annuir a algumas reflexes mui-to bem emittidas pelo m e u illustre amigo o S r . Ge-tlio ; mas peo-lhe licena para responder aquellas, que mo.parecem menos bem fundadas.

    O nobre deputado propugna pelos interesses da sua provincia, eu procuro as vantagens d a minha, e ambos seguimos uma marcha talvez louvvel.

    O illustre membro apresenta a historia dos paga-mentos dos direitos dos gneros importados para o Matto-Grosso: diz qu Goyaz no pde arrecadal-os, por no lhe pertencerem : diz que no h a leis, que autorise esta cobrana, que ella um abuso, e como tal intolervel, e deve acabar l

    Convenho em que no apparece ordem pa ra a co-brana dos direitos; convenho em que seja um

  • Cmara dos Deputados Impresso em 18/05/2013 11:07 - Pgina 17 de 18

    abuso opposto boa razo ; em tudo convenho, mas no posso deixar de sustentar que este supposto abuso foi tolerado pelo ministrio desde .a poca da sua introduco at ao tempo presente ; foi tolera-do pela jun ta da fazenda de Matto-Grosso a t o dia de hoje; foi tolerado pelos governadores, e capites-generaes, emquanto existiro estes empregados, e foi tolerado pelos governos provisrios a t poca, em'que nos achamos, em que o nobre deputado pr princpios de patriotismo, egregiamente advoga uma causa, que a ser fundada em s justia, ha mui -tos annos devera estar venti lada!

    quem nos diz, Sr. presidente, que o silencio sobre este supposto abuso seja uma tacita appro-vao delle ?

    Quem nos assegura, que o governo no reputaria, como justa, e saudvel a pratica, a que o nobre de-putado gratuitamente qualifica de abuso?

    Custa a crer que o governo tolerasse abusos, em que no interessava ; custa a crer que as autorida-des de Matto-Grosso" no levassem aos ps do thro-no as suas reclamaes contra semelhante abuso, e ainda mais custaria "a crer, que o ministrio no re-putasse como bem fundado o direito, que a provin-cia de Goyaz tem aos pagamentos, que se achavo estabelecidos, e por confisso do honrado membro existio desde tempo immemorial!

    Continua o illustre deputado a refutar os meus ar-gumentos mostrando ser imaginaria a divida, a que a sua provincia est obrigada a de Goyaz; e para me convencerem, declara, que Goyaz suppria a Matto-Grosso com o rendimento do quinto; que o quinto devera ser remettido para Lisboa; e no applicado | s despezas internas de Goyaz; que isto mesmo de-vera acontecer a respeito dos novos impostos; e daqui conclue, que Goyaz no soccorreu a Matto-Grosso, e que nada mais fez do que enviar para Cuyab os dinheiros, que era obrigada a mandar para o Rio de Janeiro, ou para Portugal!

    Este argumento parece de muita fora, quando para elle se olha superficialmente ; mas nobre de-putado bem conhece que se destre com duas pala-vras.

    O meu illustre amigo srvio muitos annos em Goyaz, e acha-se bem informado das circumstancias j dos cofres da provincia, e da applicao dos rendi - ' mentos de l ia ! ]

    Appello pois para a candura, e boa f do honrado membro, fazendo-lhe uma nica questo : os rendi-mentos do quinto do ouro, e os dos novos impostos da jprovincia de Goyaz, que devero ser remettidos a Matto-Grosso, no se tm consumido na mesma provincia de Goyaz desde o anno de 1821' at agora, por falta absoluta de meios para supprir s despezas desta ultima provincia ? |

    Estou certo que o nobre deputado ha de respon-der pela affirmativa! Pois bem -. Se desde o anno de 1757, ou pelo menos desde o anno em que a mine-rao ficou quasi eitincta na provincia de Goyaz, e comearo faltar os pagamentos dos filhos da fo-lha, s deixassem de remetter to avultadas sommas para Matto-Grosso ; isto , se se praticasse naquelle tempo o mesmo, que se tem feito desde 1821 at agora, a j u n t a da fazenda de Goyaz no estaria obrigada a uma divida passiva incalculvel, e neste caso bem poderia abrir mo da cobrana dos direitos de entrada dos gneros, que passo para o Cuyab! A provincia de Goyaz ficou empenhada, por haver supprido do Cuyab com sommas immensas, que na falta de outros recursos havia de empregar na

    sua manuteno, como veio pela fora das circum-stancias a pratical-o, e como o tem p'raticado outras provincias do imperio!

    Eu poderia levar muito mais longe os meus argu-mentos, e sustentaria com fortssimas razes o meu discurso, mas como me affirmo, que o governo ex-pedio ordem para serem remettidos annualmente para a provncia de Goyaz chapinhas d cobre mon-tando a valor de 12:000$, para alli serem cunha-das ; sendo esta quantia muito surB.ciente.para as despezas, e desempenho da provincia; voto pelo pa-recer da commisso, e declaro intil o adiamento dos oito dias, que pedi para elucidao do negocio de que temos tratado.

    O S R . SOUZA, FRANA. :Eis aqui, Sr. presidente, 0 ponto da questo ' "devem, ou no devem ser pagos em Goyaz os direitos impostos sobre as fazendas, que entro para a provincia de Matto-Grosso? O mais estranho, e at alguma cousa fora da ordem.

    A commisso obrigada a dizer o que entende sobre esta questo, e o que ella entende que os di-reitos de importao devem ser pagos no lugar, para onde os gneros so importados : isto praticou a commisso; e eu como um dos seus membros s me proponho a defender este ponto, nada mais .

    No ha lei alguma, como confesso ambos os se-nhores, que tm fallado na matria, que estabelea semelhante cobrana em Goyaz: tudo se tem feito por ordens emanadas do governo, a quem compete regular a administrao das finanas nas provn-cias.

    Logo camar no compete mais do que declarar ao governo a anomalia, com que se estabeleceu este methodo de cobrana de direitos, contrario inteira-mente ao systema dbs impostos de tal natureza.

    Que existe absurdo, e at abuso em semelhante methodo de arrecadao mostra-se evidentemente, como o fez a commisso no seu parecer.

    E' absurdo e abusivo, I o porque segundo a natu-reza dos direitos impostos na importao de quaes-quer gneros, devera estes direitos ser "pagos no lu-gar para onde seimporto, e no antes de terem alli introduco: 2 as fazendas e mais gneros, de que se pago" direitos em Goyaz podem por muitos ac-cidentes deixar de chegar a Matto-Grosso, lugar ,do seu destino, porque se arruino no transporte, e inteiramente se perdem: 3 o porque em Matto-Grosso se exigem segundos direitos, sem atteno a serem j pagos em Goyaz; o que ainda aggrava mais este abuso, e o torna injusto e brbaro, quando o mesmo se no pratica sobre os gneros importados por S. Paulo.

    O S R . TEIXEIRA DE GOUVA:Eu approvo o pare-cer da commisso, e me conformo com as razes expendidas pelo illustre preopinante.